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  • 7/25/2019 Relatrio Geofsica

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    UNIVESIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    CURSO DE ENGENHARIA DO PETRLEO

    EDUARDO ALVES

    RAFAEL ALVES

    FILIPE SIEGRIST

    ANDREAS JUNGKLAUS

    RELATRIO GRAVIMTRICO SOBRE A PROVNCIA ALCALINADE GOIS

    BALNERIO CAMBORI

    2014

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    Sumrio

    Resumo...............................................................................................................................3

    1. Introduo....................................................................................................................3

    2.

    Dados............................................................................................................................63. Gravimetria..................................................................................................................84. Anomalias Bouguer.....................................................................................................95. Interpolao e Gridagem das Anomalias Gravimtricas.........................................9

    5.1Mtodo de Delaunay..............................................................................................105.2Mtodo do Vizinho Prximo..................................................................................115.3Mtodo de Splines..................................................................................................11

    6. Regional, Residual e Mtodos de Obteno.............................................................127. Obtendo a profundidade do corpo anmalo: regra da meia-largura....................138. Derivadas Direcionais................................................................................................14

    9.

    GMT............................................................................................................................1410.Resultados e discusso...............................................................................................1410.1 Interpolaes....................................................................................................1510.2 Derivadas direcionais.......................................................................................1610.3 Polinmios residuais........................................................................................1710.4

    Continuao para cima........................................................................................1910.5 Anlise das anomalias......................................................................................21

    10.5.1 Regio de anomalias com linhas para estudo gravimtrico..................2211.Concluso....................................................................................................................2712.Referncias bibliogrficas..........................................................................................28

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    Resumo

    O relatrio descreve Provncia Alcalina de Gois (PAGO), onde se destacam as formaes

    kamafugitos que chegam a superfcie, de um grupo de medidas realizadas para determinar

    valores de gravidade na regio atravs do uso de gravmetros.Foram gerados mapas por trs

    mtodos de interpolao, Delaunay, Vizinho Prximo e Splines e dois mtodos de obteno deregional, polinmio e continuao para cima atravs do progama GMT. Os mapas gerados

    foram analisados e obteve-se o concluso de que o melhor mapa de resduos foi o de

    continuao para cima 20 km e que existem duas grandes anomalias na PAGO.

    1 Introduo

    A Provncia Alcalina de Gois uma regio que vai de Ipor a Rio Verde, no estado de Gois.

    uma das poucas regies do globo onde kamafugitos podem ser encontrados em superfcie, junto de

    regies na frica e na Itlia (SGARBI, 2014). Encontra-se na Bacia do Paran, regio que encontra-se

    na poro centro-sul do Brasil e que, no passado, foi palco de intensa atividade vulcnica entre os

    perodos Cretceo e Eoceno.

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    Figura 1.1 Esboo Geolgico Regional.

    FONTE: DUTRA, 2006.

    Figura 1.2 Complexo do Morro do Engenho.

    FONTE: DUTRA, 2006.

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    A PAGO se originoude um intenso magmatismo alcalino nas margens da Bacia do Paran,

    possivelmente associado a um evento conhecido como reativao Wealdeniana, que foi uma

    consequncia direta da expanso do Atlntico Sul. Derrames baslticos ocorreram na formao Serra

    Geral e concomitantemente formaram-se as anomalias aqui estudadas (JUNQUEIRA-BROD et al. ,

    2002).

    Uma grande variedade de dados sobre a regio est disponvel: Dados aeromagnticos

    adquiridos na dcada de 70 e nos anos 2000 e um levantamento gravimtrico que ocorreu nos anos 80

    e foi repetido entre 2004 e 2009. Esse levantamento gravimtrico cobriu uma rea de

    aproximadamente 150 x 100 km e foram detectadas anomalias de forma elipsoidal e com alta

    intensidade, variando de 10 a 80 mGal no subsolo da regio. Foram detectadas 13 anomalias na

    regio, sendo a anomalia do Araguaia a maior delas (MARANGONI E MANTOVANI , 2012). Um

    novo levantamento gravimtrico foi realizado na regio, utilizando-se gravmetros que foramposicionados em regies especficas para uma medio mais precisa. Os dados do levantamento foram

    agrupados e analisados utilizando-se o GMT. O objetivo deste trabalho analisar estes dados e

    estimar os limites das anomalias, assim como suas respectivas profundidades.

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    Figura 1.3 Anomalias Bouguer na PAGO.

    FONTE: MARANGONI E MANTOVANI, 2012.

    2 Dados

    Os dados analisados neste relatrio foram obtidos atravs de um ou mais gravmetros

    que foram posicionados ao longo da PAGO. Estes dados foram agrupados e, usando o GMT,

    sero interpolados atravs de trs comandos diferentes:

    Surface:Realiza a interpolao utilizandosplinesde curvatura contnua sob uma

    tenso que escolhida pelo usurio;

    Nearneighbor:Utiliza o mtodo dos vizinhos prximos, que cria uma grade a partir

    da mdia de cada grupo de pontos, para realizar a interpolao;

    Triangulate: Executa o mtodo da Triangulao tima de Delauney, que conecta os

    pontos para obter o maior nmero de tringulos equilteros possveis atravs da

    distribuio dos pontos (GMT, 2014).

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    Figura 2.1 Topografia da Regio.

    FONTE: Medies feitas na PAGO.

    Foi includo um regional com a topografia da regio, para ser usado como referncia.Alm disso, foram utilizadas correes de altitude para a obteno dos regionais utilizados

    neste relatrio. Outro comando utilizado foi a Continuao para cima, que variou entre 10,

    20, 30 e 40 km. Foram obtidas tambm as derivadas direcionais, utilizando-se o comando

    grdfft, do GMT.

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    3 Gravimetria

    A gravimetria estuda, atravs de um conjunto de tcnias que obtm valores de

    intensidade variaes pontuais da acelerao de gravidade. Essas variaes tem origem em

    diversas causas: a rotao e o achatamento da Terra, efeitos da Lua e do Sol, irregularidades

    do revelo, efeitos da estrutura da crosta e manto superior (USP, 2014; UNIVERSIDADE DO

    ALGARVE, 2014).

    Em escala local a gravimetria usado para a prospeco de corpos anmalos. O uso

    das medidas de gravidade em conjunto com dados geolgicos permite tambm a prospeco

    de minerais e petrleo.

    Fisicamente a gravimetria construda em cima da lei de Nnewton da atrao universal,

    expressa matematicamente por (1) onde a constante gravitacional universal,R a distncia

    entre os dois corpos envolvidos,M massa de um de dois corpos e a massa do outro corpo

    envolvido.

    =

    (1)

    Considerando que M a massa da Terra, que esta esteja distribuida uniformemente,para um corpo de massa m sobre a superfcie terrestre podemos considerar que R igual ao

    raio da Terra, considerando tambm que o planeta equivalente a um esfera. Desta maneira

    uma constante, a qual geralmente chama-se acelerao da gravidade; porm na prtica

    observam-se pequenas variaes neste valor, causados pelos efeitos explicados no primeiro

    pargrafo desta seo.

    Entretanto levando em conta correes a cerca de latitude, da rotao e da distribuio

    de massas da Terra, a melhor representao da figura terrestre um elipside, cujos raios

    equatoriais e polares diferem de cerca de 21 km (UNIVERSIDADE DO ALGARVE, 2014).

    Desse elipside retirado um valor para ser considerado o esperado em um determinado local.

    O equipamento usado para medir as pequenas variaes de gravidade o gravmetro

    que usa o princpio da distenso de uma mola. Segundo Universidade do Algarve (2014) a

    preciso de um gravmetro em terra de 0,1gu ou 0,1 m/s, enquanto as variaes obtidas no

    valor esperado da gravidade so da ordem de 100 m/s.

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    4 Anomalias Bouguer

    Como as estaes de observao podem estar em altitudes diferentes necessrio fazer

    corres para estas variaes. A correo de Bouguer consiste em corrigir com base na

    diferena entre a altitude da medida e o geide de referncia, que uma superfcie equipotencial

    do campo de gravidade da Terra que coincide com o nvel mdio no perturbado dos mares

    (IBGE, 2014), chamada altitude ortomtrica.

    A correo de Bouguer corresponde remoo das massas topogrficas que se

    encontram acima do geide considerando o efeito de atrao da massa existente entre o

    gravmetro e o nvel do mar. Para isso tomado uma estrutura de espessusa H, igual a altitude

    ortomtrica, e comprimento infinito para o qual a atrao gravitacional dada por (2) onde G

    a constante gravitacional universal e a densidade correspondente da estrutura, tambm

    chamada plat (CONSTANTINO, 2012).

    = 2 (2)

    Geralmente, a correo do plat de Bouguer feita com = 2,67/. Em regies

    montanhosas pode existir uma variao da densidade, que pode chegar at 20%, sendo obtida

    a partir de informao geolgica, geofsica, ou de outras fontes (SIMPSIO BRASILEIRO DE

    CINCIAS GEODSICAS E TECNOLOGIAS DA GEOINFORMAO, 2004). Em outros

    casos casos o valor da densidade conhecida, no necessitando uma aproximao.

    A correo de Bouguer em terra deve ser subtraida dos valores originalmente obtidos

    para a gravidade, de modo que o valor de dado pelo valor de gravidade o obtido menos o

    valor de gravidade e a correo de Bouguer.

    5 Interpolao e gridagem das anomalias gravimtricas

    Interpolao uma tcnica usualmente adotada para estimar valores desconhecidos de

    umafuno a partir de valores conhecidos da mesma funo (SILVA; QUINTAS; CENTENO,

    2007) Para a geofsica a interpolao usada como um meio de usar dados pontuais para

    estimar mapas de caractersticas de uma regio, especificamente na gravimetria os dados

    iniciais so medies de gravidade.

    Para fazer uma interpolao preciso criar uma grade onde os cruzamentos entre as

    linhas dessa grade, tambm chamados ns, tero valores deteminados. A criao dessa grade

    o processo de gridagem, as diferenas entre os mtodos de gridagem esto nos algoritmos

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    matemticos utilizados para computar a ponderao durante a interpolao e necessrio test-

    los para ver qual obtm melhor resultado (SILVA; QUINTAS; CENTENO, 2007).

    Existem diversos mtodos de interpolao, entre eles trs foram escolhidos para o

    tratamento de dados da PAGO neste relatrio; o mtodo de Delaunay, o mtodo do vizinho

    prximo e o mtodo desplines.

    5.1 Mtodo de Delaunay

    A triangulo de Delaunay consiste em formar vrios tringulos a partir de grupos de

    trs pontos, que no podem pertencer a uma reta, que sero as arestas dos tringulos. Cada

    ponto em geral est presente na formao de mais de um tringulo, mas ele certamente formra

    um.

    A regra para formao de tringulos que uma circurferncia formada com os trs

    vtices do tringulo no tem outros pontos em seu interior. Deste modo ser considera ilegal(na

    figura em ingls, illegal) uma aresta que produza uma circurncia que englobe outros como

    pontos como pode ser visto na figura 5.1. A definio matematicamente correta baseada no

    menor ngulo produzido na escolha entre duas arestas, mas sua discusso no cabe para este

    relatrio.

    Figura 5.1 Aresta Ilegal em Interpolao de Delaunay

    FONTE: MATOS, 2005

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    Depois da grindagem, a interpolao se d pela ocupao de espao que o ponto do valor que

    necessrio descobrir faria sendo esta medida feita atravs de polgonos de Voroni (MATOS,

    2005).

    Como a explicao matemtica de um tringulo de Voronoi bastante complexa

    razovel, apesar de limitado, comparar com o ponto que se deseja interpolar com uma nova

    loja e os pontos obtidos experimentalmente com lojas antigas do mesmo seguimento e dessa

    forma tentar estimar a aceitao popular daquela loja pelas outras mais prximas.

    5.2 Mtodo do Vizinho Prximo

    O mtodo do vizinho prximo bastante simples, so tomados setores com definidos

    por cada n de uma gridagem feita previamente e a esses setores se atribiu, quando existe pelo

    menos um ponto prximo o suficiente, a mdia dos pontos mais prximos em algumas direes

    previamente definidas, essa mdia pode ser ponderada atravs da distncia em alguns casos

    (GEORGIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY, 2014). Quando encontrado apenas um ponto

    mais prximo do n da grade usa-se o valor dele para estimar o valor interpolado

    (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, 2014),

    usado quando desejamos transformar dados brutos em grade regular sem modificao

    dos valores observados e tambm quando existe uma grande quantidade de amostras

    (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, 2014).

    5.3 Mtodo de Splines

    Segundo Matos (2005) Splines so tcnicas de interpolao que usam polinmios para

    criar uma superfcie que minimize a curvatura da mesma, resultando numa superfcie suavizadaque passa atravs dos pontos amostrados.

    Dessa forma umaspline como uma tira elstica que delimitada uma rea atravs de

    pontos extremos que foram amostrados e bem como um material elstico ela pode ter um valor

    de tenso definido para o qual o valor definido normalmente diferente de zero para evitar

    distores devido ao enlongamento, para os mapas desenvolvidos neste relatrio o valor usado

    foi 0,25 no fator usado pelo GMT (ver item 9).

    Quando o este mtodo exposto a variaes muito bruscas costuma causar um exagerono valor entre esses pontos devido ao efeito elstico. Dessa formas um bom mtodo para

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    medies curtas com relevo suave. Outro problema do mtodo a gridagem independente da

    interpolao, que requer ajustes at a melhor observao.

    6 Regional, Residual e Mtodos de Obteno

    Os mapas obtidos das anomalias de Bouguer so a soma vetorial de corpos de

    profundidades variadas: da base da crosta at a superfcie (CARMINATTI, 2006). Como os

    corpos de interesse so os mais rasos interessante criar algum modo de isol-los dos demais,

    dessa forma como os corpos mais rasos apresentam comprimentos de ondas mais curtos

    interessante isolar as anomalias com comprimento de onda mais curto.

    Seria muito difcil especificar uma anomalia localmente, de modo que mais

    interessante gerar um campo de gravidades regional e subtra-lo do campo total de maneira que

    seja obtido um mapa residual s com as anomalias dessejadas. A figura 6.1 ilustra o processo.

    Figura 6.1 Regional e Residual

    FONTE: UNIVERSIDADE DO ALGARVE, 2014

    O modo como se procede separao entre as anomalias regionais e locais varivel.

    Podem ser aproximaes simples do gnero remover superfcies de formas simples (superfcies

    de um grau qualquer) at s filtragens no domnio da frequncia (UNIVERSIDADE DOALGARVE, 2014). Neste relatrio os mtodos usados foram o ajuste polimonial de primeiro,

    segundo e terceiro grau e a continuao para cima.

    O ajuste polimonial consiste em buscar o polinmio que melhor represente os dados

    obtidos, esse ajuste geralmente feito levando em conta o melhor resultado matemtico por

    um mtodo como por exemplo dete relatrio mnimos quadrados, no entanto pode ser

    levemente defeituoso por no levar em conta fatores geolgicos.

    Continuao para cima uma tcnica que usa transformadas de Fourier pra transformar

    os dados obtidos em frequncia de maneira que tende a atenuar as anomalias de alta frequncia

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    (curtos comprimento de onda), e manter aquelas anomalias de maior comprimento de onda,

    que podem estar associadas presena de fontes magnticas profundas, dessa maneira obtendo

    um regional (OLIVEIRA et al., 2013).

    7 Obtendo a profundidade do corpo anmalo: regra da meia-largura

    Dada uma anomalia identificada atravs do mapa podemos usar o mtodo da meia

    largura para identificar a profundidade limite da anomalia, ou seja a maior profundidade que

    o topo de um corpo est para ser possvel que este provoque a anomalia. Para usar o mtodo da

    meia largura, considerando o corpo como uma esfera, identifica-se o ponto de maior efeito de

    uma anomalia e a metade desse valor atravvs de um perfil como o da figura (7.1) e depois

    aplica-se em (3).

    Figura 7.1 Regra da Meia Largura

    .

    FONTE: UNIVERSIDADE DO ALGARVE, 2014

    = 1,305/(3)

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    8 Derivadas Direcionais

    O uso das derivadas direcionais til, pois conhecido que so capazes de demonstrar

    a tendncia de mudana de um valor numa determinada direo, de maneira que os valores

    altos para o gradiente indicam maiores contrastes de densidade e profundidade.

    Assim atravs das bordas identificadas pelos mtodos de derivadas direcionais pode-se

    criar uma analogia com os limites dos corpos que deseja-se identificar.

    9 GMT

    O GMT (Generic Mapping Tools) o programa open source desenvolvido pela

    University of Hawaiie mantido pelaNational Science Foundation usado neste relatrio paracriao dos mapas pelos mtodos acima discutidos. Ele tem um grupo de mais de 60 comandos

    que so capazes de gridar e plotar em um de seus 30 tipos de projees geogrficas ou

    cartesianas.

    Alm de permitir as intepolaes de Delaunay atravs do comando triangulate, do

    vizinho prximo atravs do comando nearneighbor e desplinesatravs do comandosurface;

    nomes que sero lembrados eventualmento durante as discusses posteriores; permitir a

    obteno dos regionais, residuais e derivadas direcionais, ele permiti criar paletas de cores

    especficas que facilitar a interpletao dos dados.

    10 Resultados e discusso

    Os dados obtidos em campo foram processados atravs do GMT. Aps criados mapas

    de anomalia bouguer, derivadas direcionais,regionais e residuais atravs dos mtodos de

    interpolao e de gridagem e tambm de criao descristos anteriormente ser feita uma anlise

    sobre cada mtodo e sobre cada resultado para que se possa concluir qual foi melhor para

    representar a regio de PAGO.

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    10.1 Interpolaes

    Figura 10.1 Mapas de anomalias Bouguer obtidos atravs do GMT

    FONTE: GMT.

    Quando se deseja fazer um mapa de anomalias Bouguer preciso decidir qual o mtodo

    de interpolao ser usado. No caso cada mtodo utiliza uma geometria diferente no grid para

    determinar a resoluo do mapa. Nos mapas acima, o mais a esquerda seria o de interpolao

    por Surface, o segundo o mapa de interpolao por Nearneighbor e o terceiro o de

    interpolao Triangulate.

    Ao se analisar atentamente aos mapas, pode-se concluir que alguns so melhores para

    representar a realidade. No caso, tanto asurfacequanto a triangulateaparentam ser melhores

    que o nearneighbor, por outro lado, possivelmente, por existir muito alinhamento nos dados

    amostrados osurfacetem vantagem na bordas. Alm disso, a Surfaceparece contornar melhor

    possveis anomalias que a triangulate, isso se deve pois no parecem existir diferenas muito

    bruscas de um dado para o outro.

    Com isso pode se concluir que o mapa por interpolao Surface o que melhor

    representa os resduos de PAGO. Neste mapa possvel notar duas maiores anomalias, uma

    que se espalha por uma maior regio e outra mais concentrada.

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    Figura 10.2 Representao de possveis anomalias.

    FONTE: GMT.

    10.2 Derivadas direcionais

    Foram obtidos dos dados representaes grficas das derivadas direcionais da regio de

    PAGO, representados abaixo, a partir do programa GMT.

    Figura 10.3 Mapas de A.Bouguer de derivao direcional obtidos atravs do GMT,

    derivadas em X esquerda e em Y direita.

    FONTE: GMT

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    O mtodo de delimitao de borda de derivadas direcionais permite demonstrar as

    dimenses do corpo anmalo. Notam se regies onde as grandes concentraes de variaes

    de massas se sobrepe, nesses pontos pode-se concluir a presena de corpos anmalos e suas

    dimenses aproximadas

    .

    Figura 10.4 Regies de possveis anomalias

    FONTE: GMT

    No caso, nestes quadrantes pode se notar grande acumulo de variao gravimtrica, isso

    indica a presena de dois corpos anmalos na regio acima representada, alm disso nas

    derivadas em Y o corpo parece separado, enquanto que em X parecem juntos, mais afrente ser

    possvel determinar qual ser o melhor para representar os corpos.

    10.3 Polinmios residuais

    Para cada polinmio de aproximao do regional temos os seguintes resultados:

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    Figura 10.5 Mapas de Regional(esquerda) e Residual(direita) obtidos a partir do GMT

    FONTE: GMT

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    Os grficos a esquerda apresentam uma aproximao ao regional de PAGO, enquanto

    os da direita representam os residuais da regio, eles esto agrupados em pares pois cada

    residual possui seu regional do qual foi obtido. Para cada um dos trs exemplos foi usada uma

    equao polinomial diferente para tentar aproximar o regional da realidade.

    Como possvel se notar, quanto mais elevado o grau da funo usada para se interpolar

    a tendncia da gravimetria da regio, melhor se representam o regional e por consequncia o

    residual.

    No caso do terceiro exemplo, o polinmio que gera a tendncia cria um residual com

    maiores contrastes de gravimetria, isso indica que foi possvel se retirar melhor o efeito dos

    corpos mais profundos e indesejados. Ou seja, assim o estudo da gravimetria feita na regio

    que ir analisar melhor os corpos mais superficiais, e desejados, ser feito a partir do terceiro

    exemplo.

    Deste modo pode-se concluir que existem possveis dois corpos um prximo de -

    1515/-5140, e outro prximo de -1530/-5143. Estes dois corpos possuem mais

    densidade que o corpo ao seu redor, com uma variao gravimtrica de ate 50 mGal no centro

    da maior anomalia (a localizada em -1515/-5140) ate 10mGal no extremo dos efeitos das

    anomalias. Este extremo pode ser descrito atravs da derivao direcional.

    10.4 Continuao pra cima

    No processo de reduzir o efeito da interferncia de corpos prximos a superficie usa-se

    a continuao para cima. Para a regio de PAGO, foram feitas quatro continuaes com o

    intuito de exagerar nas anomalias reduzindo a interferncia gerada por corpos no desejados

    muito prximos da superfcie. Os resultados das continuaes foram:

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    Figura 10.6 Mapas de continuidade para cima feito por meio do progrma GMT

    FONTE: GMT

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    Como pode-se notar, todas puderam exagerar as anomalias, contudo a partir de certo

    ponto esse efeito pode prejudicar. Quando se retiram os efeitos de corpos muito proximos da

    superficie se filtram os sinais para as anomalias, aumentando seu efeito.

    A partir dos 20 km para cima possivel notar que corpos menores passam a afetar

    significativamente o mapa, portanto esses dados possuem exageros demais. Contudo,

    conforme se aumenta a continuao tem-se melhor resoluo nas anomalias. Portanto, usar esta

    correo mostra-se boa a partir dos 20 km sendo que para cada aumento obtem-se melhor

    resoluo a custo de maiores exageros.

    Usando-se a continuao de 20km podem se notar dois corpos maiores nas posies de

    -1515 / -5140, e outro prximo de -1530 / -5143 o que condiz com o restante das

    analises, tanto nas derivadas direcionais, quanto para os mapas de resduos obtidos por

    aproximao polinomial.

    10.5 Anlise das anomalias

    Para analisar geometricamente as duas anomalias ser usado os dados gravimtricos do

    mapa de gravimetria com continuao para cima em 20 km. Abaixo, na figura, tm-se duaslinhas que representam as linhas onde ser analisada a gravimetria para que com isso possa se

    determinar uma possvel profundidade para a anomalia.

    Figura 10.7 Anomalias Identificadas

    FONTE: GMT

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    10.5.1 Regio de anomalias com linhas para estudo gravimtrico.

    1) Para anomalia que cruza -1530:

    Figura 10.8 Anomalia 1

    FONTE: GMT

    Foi usada a imagem direta na tela do computador de modo que com um escalmetro

    foram medidos os pontos onde ocorre a variao em 10 unidades de gravidade. A escala foi 1cm: 17,86 km.

    Tabela 10.1 Valores retirados do mapa para construo do perfil da anomalia 1

    Distncia

    medida(cm)

    Distncia

    real(km)

    Gravidade

    (mGal)

    0,2 3,571428571 -50

    0,45 8,035714286 -40

    0,5 8,928571429 -30

    0,6 10,71428571 -20

    1 17,85714286 -20

    1,3 23,21428571 -30

    2,4 42,85714286 -40

    2,7 48,21428571 -50

    Com base nesses dados foi feito um grfico de gravidade x posio, o qual apresentado

    a seguir:

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    Grfico 10.1 do Perfil Representativo da Anomalia 1

    Deste grfico conclui-se que o corpo pode no ser perfeitamente esfrico, contudo para

    facilitar a anlise ser considerado para a parte mais esquerda do grfico, pois assim pode-se

    determinar a profundidade media do corpo.

    Achando o valor para a amplitude mxima gerada, ou seja, a maior variao da

    gravidade, no caso vale aproximadamente 32 mGal, visto que para este grfico o valor mximo

    de gravidade encontrado vale -22 mGal e o menor vale -50 mGal.

    Chamando essa emplitude de A, podemos definir A/2 que acontece em um ponto de

    distancia intermediaria, X/2, conforme representado no grfico abaixo:

    -60

    -50

    -40

    -30

    -20

    -10

    0

    0 10 20 30 40 50 60

    Gravidade(mGaL)

    Distncia (km)

    Anomalia Bouguer que cruza -1530

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    24

    Figura 10.9 Anlise do Grfico 10.1

    Pode-se concluir que X/2 vale aproximadamente 5,21 km, com isso pode-se usar a

    equao (3). Portanto z vale aproximadamente 6,8km. Ou seja o topo da formao deve estar,

    nno mximo, a 6,8 km de profundidade.

    Para determinar os limites laterais do corpo sero usadas as correes de derivadadirecional.

    Figura 10.10 Anomalia 1 em derivada direcional em Y.

    FONTE: GMT

    Foi usada apenas a derivada em X pois para analises simplificadas o corpo ter,

    novamente, formato esfrico.

    Usando mtodo similar ao anterior, medir na imagem e converter para a unidade real,

    temos que o dimetro de aproximadamente 17,86 km, contudo, se for analisado como um todo

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    e se excluindo a aproximao esfrica, olhando no mapa como um todo o corpo ocupa

    praticamente todo o quadrante demosntrado.

    2) Para anomalia prxima de -1515 / -5140:

    Figura 10.11 Anomalia 2

    FONTE: GMT

    De modo similar, incluindo a mesma escala, foram feitas medidas para o efeito da

    anomalia em relao distncia.

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    Tabela 10.2 Valores retirados do mapa para construo do perfil da anomalia 2

    Distncia

    medida(cm)

    Distncia

    real(km)

    Gravidade

    (mGal)

    0,1 1,785714286 -50

    0,4 7,142857143 -40

    0,7 12,5 -30

    0,85 15,17857143 -20

    1 17,85714286 -10

    1,1 19,64285714 0

    1,2 21,42857143 0

    1,3 23,21428571 -10

    1,6 28,57142857 -20

    1,8 32,14285714 -30

    2 35,71428571 -40

    2,2 39,28571429 -50

    Grfico10.2 Perfil Representativo da Anomalia 2

    Ao contrrio do primeiro, esse parece ter um formato prximo do esfrico.

    -60

    -50

    -40

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

    Gravidade(m

    Gal)

    Distncia (km)

    Anomalia Bouguer -1515 / -5140

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    Analogamente o valor de A vale aproximadamente 50,1 mGal, visto que o maior valor

    de gravidade vale 0,1 mGal. Com isso pode-se concluir que o valor de A/2 vale 25,05 mGal e

    por consequncia X/2 vale 13,125 km.

    Aplicando na equao (3) tem que z = 17,13 km, logo o topo da anomalia deve estar a

    aproximadamente 17,13km de profundidade

    Novamente, usando mtodo similar ao anterior, tira-se um dimetro de

    aproximadamente 35,71 km

    Figura 10.12 Anomalia 2 em derivada direcional em Y.

    FONTE: GMT

    11 Concluso

    Como um todo pode-se concluir que o mapa com interpolao do tipo surface foi

    melhor para representar as asnomalias da regiao. Alem disso os mapas de derivadas direcionais

    devem ser usados em conjunto para se determinar as dimenses laterais das anomalias. Na

    continuidade para cima pode-se notar melhora nos residuos para miores filtros, contudo se

    prefiriu trabalhar com o de 20 km pois ele ja deu resoluo boa e mesmo assim da bom contraste

    gravimetrico. Por ultimo o ajuste com melhor polinomio foi o de maior grau.

    Do todo pode se notar que os melhores mapas de gravimetria para usar na regio do

    PAGO foram os de resduos de Bourguer com continuidade para cima de 20 km, e o dederivadas direcionais. Com eles foram notadas duas anomalias que foram estudadas. Os mapas

    selecionados estao representados abaixo.

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    Figura 11.1 Anomalias, residuos a esquerda e derivadas direcionais a direita.

    Fonte: GMT

    Com base nos dados fornecidos e processados no GMT pode-se concluir a presena de

    duas anomalias principais na regiao de PAGO. Um proximo da coordenada 1515 / -5140,

    e outro prximo de -1530 / -5143.

    O primeiro est a aproximadamente 6,8 km de profundidade e se alonga por grande

    rea, uma anlise cuidadosa da regio, associada com o mapa de derivadas pode induzir a

    pensar que esta estrutura pode ser uma intruso vulcnica que segue horizontalmente, isso

    explicaria o fato da gravimetria no parecer com o esperado por um corpo esfrico.

    J o segundo esta a aproximadamente 17 km de profundidade e possui um raio de quase

    35,71 km, esse pode ser um bolso magmtico.

    12 Referncias Bibliogrficas

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