relatório final identificação da ictiofauna

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Arão da Cruz Zunguza Identificação da Ictiofauna Pescada nos Centros de Pesca do rio Umbelúzi, Distrito de Boane, Província de Maputo Licenciatura em Ensino de Biologia Universidade Pedagógica Maputo 2012

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Page 1: Relatório final   identificação da ictiofauna

Arão da Cruz Zunguza

Identificação da Ictiofauna Pescada nos Centros de Pesca do rio Umbelúzi, Distrito de Boane, Província de Maputo

Licenciatura em Ensino de Biologia

Universidade Pedagógica

Maputo

2012

Page 2: Relatório final   identificação da ictiofauna

Arão da Cruz Zunguza

Identificação da Ictiofauna Pescada nos Centros de Pesca do rio Umbelúzi, Distrito de Boane, Província de Maputo

Monografia entregue á Faculdade de Ciências Naturais e Matemática no Departamento de Biologia para a obtenção do Grau Académico de Licenciatura em Ensino de Biologia sob à orientação do

Prof. Doutor. Cristiano Luís Vicente Pires;

Co-supervisor: dr. Santos Mucave e

drª. Eunice Leong

Licenciatura em Ensino de Biologia

Universidade Pedagógica

Maputo

2012

Page 3: Relatório final   identificação da ictiofauna

i

Índice

Lista de Figuras .................................................................................................................................... iii

Lista de Tabelas .................................................................................................................................... iv

Lista de Abreviaturas e Siglas .............................................................................................................. v

Declaração de honra ............................................................................................................................. vi

Dedicatória ........................................................................................................................................... vii

Agradecimentos ..................................................................................................................................viii

Resumo ................................................................................................................................................. ix

1. Introdução .......................................................................................................................................... 1

1.1. Problema da Pesquisa ................................................................................................................ 4

1.2. Justificativa ................................................................................................................................. 4

1.3. Questões científicas ................................................................................................................... 5

1.4. Hipóteses .................................................................................................................................... 5

1.5. Objectivos do Estudo ................................................................................................................. 6

1.5.1. Objectivo Geral ................................................................................................................... 6

1.5.2. Objectivos Específicos ........................................................................................................ 6

2. Revisão Bibliográfica ....................................................................................................................... 7

3. Metodologia ..................................................................................................................................... 11

3.1. Descrição da Área Estudo........................................................................................................ 11

3.2. Materiais ................................................................................................................................... 13

3.3. Métodos .................................................................................................................................... 14

3.3.1. Período de Amostragem ................................................................................................... 14

3.3.2. Locais de Amostragem ..................................................................................................... 14

3.3.3. Estratégias de Amostragem .............................................................................................. 15

3.3.5. Organização de Dados ...................................................................................................... 17

Page 4: Relatório final   identificação da ictiofauna

ii

3.3.6. Análise de Dados............................................................................................................... 17

4. Resultados ........................................................................................................................................ 20

4.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi ................................................................... 20

4.2. Abundância relativa das espécies capturadas por centro de pesca ........................................ 21

4.3. Pesos das espécies Capturadas nos Centros de Pesca ............................................................ 23

4.3.1.Comparação dos pesos das espécies comuns nos Centros de Pesca ................................... 24

4.4. Comprimentos das espécies capturadas .................................................................................. 26

4.4.1. Comparação dos Comprimentos das Espécies comuns nos Centros de Pesca .................. 26

4.5. Constância de Ocorrência (C) ................................................................................................. 28

4.6. Similaridade entre os Centros de Pesca .................................................................................. 29

4.7. Malhas usadas na captura das espécies ................................................................................... 30

5. Discussão ......................................................................................................................................... 32

5.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi ................................................................... 32

5.2. Abundância das espécies ......................................................................................................... 33

5.3. Comprimento e Peso das espécies mais capturadas no rio Umbelúzi .................................. 35

5.4. Ocorrência das espécies ........................................................................................................... 36

6. Conclusão ........................................................................................................................................ 38

7. Limitações e Recomendações ........................................................................................................ 39

7.1. Limitações ................................................................................................................................ 39

7.2. Recomendações ........................................................................................................................ 39

8. Bibliografia ...................................................................................................................................... 40

Anexos ................................................................................................................................................. 48

Page 5: Relatório final   identificação da ictiofauna

iii

Lista de Figuras

Figura 1: Ilustração da Bacia do Rio Umbelúzi no território nacional (Cenacarta). ..................... 12

Figura 2: Mapa de localização dos centros de pesca do rio Umbelúzi, distrito de Boane,

província de Maputo. .......................................................................................................................... 15

Figura 3: Medição do CT de um peixe com auxílio do ictiómetro ................................................. 16

Figura 4: Abundância das espécies capturadas no rio Umbelúzi .................................................... 22

Figura 5: Número de Indivíduos capturados por centro de pesca................................................... 22

Figura 6: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca ........................................................ 25

Figura 7: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca ........................................................ 28

Figura 8: Índice de Constância de Ocorrência das espécies ........................................................... 29

Page 6: Relatório final   identificação da ictiofauna

iv

Lista de Tabelas

Tabela 1: Espécies de peixes identificadas no rio Umbelúzi por centro de pesca……...............20

Tabela 2: Dominância por centro de pesca……………………………………….......................23

Tabela 3: Pesos médios das espécies colectadas por centro de pesca e o seu desvio padrão

(Sd)………………………………………………………………...……………………………..23

Tabela 4: Comparação dos comprimentos médios de cada espécie por centro de pesca e o seu

desvio padrão (Sd)……………………………………………………………………………….26

Tabela 5: Malhas usadas por centro de pesca…………………………………………………….30

Tabela 6: Malhas usadas para captura de cada espécie 31

Page 7: Relatório final   identificação da ictiofauna

v

Lista de Abreviaturas e Siglas

Termo Descrição

ARA – Sul Administração Regional de Águas do Sul

BPL Barragem dos Pequenos Libombos;

CENACARTA Centro Nacional de Cartografia e Teledatação

CT Comprimento Total;

IDPPE Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala;

IIP Instituto de Investigação Pesqueira; e

PT Peso Total.

Sd Desvio Padrão (Standard deviation)

UEM Universidade Eduardo Mondlane

UP Universidade Pedagógica

Page 8: Relatório final   identificação da ictiofauna

vi

Declaração de honra

Declaro por minha honra que o presente trabalho de culminação de curso é resultado da minha

pesquisa pessoal e das orientações dos supervisores, feita segundo os critérios em vigor na

Universidade Pedagógica. O seu conteúdo é original, verídico e todas as fontes consultadas estão

devidamente mencionadas no relatório e na referência bibliografia do mesmo.

Declaro também que este trabalho não foi apresentado em nenhuma Instituição para obtenção de

qualquer Grau Académico ou para fins avaliativos.

Maputo, Agosto de 2012

________________________________________

Arão da Cruz Zunguza

Page 9: Relatório final   identificação da ictiofauna

vii

Dedicatória

Aos meus pais Amadeu Arnaldo Zunguza e Francisca Cruz M. C. Zunguza, por serem grandes

educadores, que sempre me apoiaram e encorajaram a prosseguir com os meus estudos, fizeram

de tudo, sem medir esforço para garantir a minha educação e formação; dedico todo esforço

empreendido na realização deste trabalho e na minha formação.

Page 10: Relatório final   identificação da ictiofauna

viii

Agradecimentos

Os meus agradecimentos são endereçados em 1º lugar a Deus pela vida e pela saúde que tem me

concedido sempre nos meus estudos.

Agradeço aos meus pais Amadeu Arnaldo Zunguza e Francisca Cruz M. C. Zunguza, pela

educação, atenção e apoio que sempre tem me proporcionado. Aos meus irmãos Dimas e Níçia

pelo apoio que sempre me tem dado. Aos meus tios Abel, André, Jerry, Martins, Mónica e Pedro

por tudo que tem feito por mim.

Ao meu supervisor Professor Doutor Cristiano Pires, pelo acompanhamento, críticas, sugestões

dadas na realização do trabalho.

Ao meu co-supervisor dr. Santos Mucave (UEM), pelo acompanhamento, apoio, criticas

sugestões e paciência incansável demonstrada na realização do trabalho.

A minha co-supervisora drª. Eunice Leong (IIP) pelo material disponibilizado, transporte,

acompanhamento e especialmente pelas críticas e sugestões no trabalho.

A todos funcionários do Instituto de Investigação Pesqueira – Matola, por tudo que fizeram por

mim. Ao Sr. Ben Lot (motorista do IIP) pela companhia e ajuda na colecta de dados. Ao Cardoso

(funcionário do IIP) pela companhia e ajuda na medição e pesagem do peixe.

Ao dr. Cucu e dr. Osvaldo Chacate pela disponibilização de laboratório e balanças do IIP

(Maputo).

Aos pescadores do rio Umbelúzi, em especial Sr. Remígio, Sumbane, Magaia e Sra. Madalena

Magaia.

Ao Departamento de Biologia – UP (Sede) na pessoa de drª. Evelina Sambana, dr. Juvêncio, dr.

Machava, e dr. Pita Sitoe.

Ao tio Enoque Muabsa, pelos conselhos, pela ajuda prestada no desenho do mapa e obtenção das

coordenadas dos centros de pesca.

Ao Sr. Levi da ARA – Sul (Barragem dos Pequenos Libombos) pela disponibilização de

informações referentes a Barragem dos Pequenos Libombos.

Aos meus amigos Virgílio Cossa, Ana Teresinha, Marcos André, Marcelo Chaca entre outros que

me ajudaram na realização do trabalho, conselhos, sugestões e mais.

A todos que tem me ajudado na minha careira estudantil, que de certa forma estiveram em

alguma fase ou contribuíram com algo…

A todos Agradeço Imensamente!

Page 11: Relatório final   identificação da ictiofauna

ix

Resumo

O presente estudo realizou-se em três centros de pesca do rio Umbelúzi, no Distrito de Boane,

Província de Maputo. O estudo tinha como objectivo identificar a fauna ictiológica pescada nos

centros de pesca do rio Umbelúzi.

O trabalho realizou-se entre os meses de Fevereiro a Julho de 2011, nos centros de pesca de

Mazambanine, BPL e Mahanhane, tendo sido feitas 6 colectas. Elas eram feitas no período da

manha, logo após o desembarque dos pescadores, consistindo na compra do pescado.

Os resultados obtidos foram organizados no Microsoft Excel, tendo se usado o índice de

constância de ocorrência, dominância de Berger-Parker, diversidade de Simpson e o pacote SPSS

17 para a analise dos dados.

Identificaram-se 12 espécies de peixes nomeadamente Ambassis natalensis, Bagrus meridionalis,

Brycinus imberi, Clarias gariepinus, Glassogobius giurius, Labeo rudi, Lisa macrolepis,

Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis zambensis e

Tilapia rendalli, as quais pertencem a 10 famílias. Elas foram pescadas com redes de malha

2,1/4; 2,5; 3 e 3,5 polegadas. As espécies mais pescadas no rio Umbelúzi são a Oreochromis

mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli. Dessas três espécies a mais abundante é a

Oreochromis niloticus. A abundância da família Ciclidae deve-se ao facto de as espécies desta

família adaptarem-se facilmente nos ambientes onde se encontram e possuírem poucas exigências

para o seu desenvolvimento.

As espécies identificadas no centro de Mazambanine apresentaram valores de comprimento e

peso relativamente maiores comparando com os outros centros de pesca. Duma forma geral as

espécies pescadas no rio Umbelúzi possuem tamanho menores comparadas com mesmas espécies

pescadas em outros rios de Moçambique e de África.

O índice de diversidade revelou existir muita diversidade no rio Umbelúzi, e o número de

espécies identificadas no estudo corresponde ao número total de espécies identificadas na

província.

Page 12: Relatório final   identificação da ictiofauna

1. Introdução

Os peixes exibem uma vasta diversidade na sua morfologia, nos habitats que ocupam e na sua

biologia, o que, em parte, torna difícil entender a sua história evolutiva e estabelecer a sua

classificação (NELSON, 2006).

Eles compõem o grupo vertebrado mais representativo, tanto em termos quantitativos, como

qualitativos sendo constituídos por cerca de 25 mil espécies (NELSON, 1994; DORIT,

WALKER & BARNES, 1991), dividas em duas classes principais, Chondrichthyes (mais de 750

espécies) e Osteichthyes (mais de 24 mil espécies) (DORIT, WALKER & BARNES, 1991),

constituindo cerca de metade do total de aproximadamente 56 mil espécies de vertebrados vivos

(NELSON, 2006). Anualmente, novas espécies de peixes são descritas, excedendo o número de

tetrapodes descritos (NELSON, 2006 & ABELL et al, 2008).

Os peixes distribuem-se em ambientes de água doce e marinhos, sendo mais numerosos no mar

(mais de 14 mil espécies) do que na água doce (mais de 10 mil espécies) (NELSON, 1994). Em

termos de habitats ocupados os peixes são divididos em 58% no mar, 1% passa parte do ciclo de

vida no mar e no rio e 41% das espécies ocupa a água doce (JOSSEP, 1998).

As espécies da água doce são no total cerca de 14 mil espécies a nível Mundial (SKELTON et al,

2009), a nível Africano aproximadamente 3 mil espécies (ADALBERTO L. VAL et al, 2008), e

a nivel Moçambicano de uma forma geral são cerca de 2 mil espécies (SCHNEIDER, et al,

2005), das quais 5 são ou quase endémicas, 68 ameaçadas e protegidas e 13 introduzidas.

A introdução de peixes na água doce em novas regiões resulta da acção humana de forma

intencional, por exemplo: pela aquacultura e destruição de aquários; por outro lado pela

introdução não intencional, por exemplo: pela água de lastro e esquemas de transferência entre

bacias (MARR et al, 2010).

A introdução de espécies de peixe em Moçambique, é reportada por exemplo por SCHNEIDER

(2008), no rio Limpopo e rio dos Elefantes onde foram introduzidas as espécies

Page 13: Relatório final   identificação da ictiofauna

2 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Hypophthalmichthys molitrix (Carpa prateada) e Oreochromis niloticus (Tilapia do Nilo) vindas

da África do sul, pelas cheias de 2000. No rio Umbelúzi a introdução da espécie

Mylopharyngodon piceus (Carpa preta) para piscicultura ocorreu em 1991, a partir de Cuba, mais

tarde na albufeira de Macarretane (entre Chókwè e a confluência dos rios Limpopo e Elefantes) e

as estações de piscicultura de Mapapa e Lionde (SKELTON, 2001 e BARTLEY, 1993 citados

por SCHNEIDER, 2008).

Em relação aos exemplos de espécies endémicas como é o caso da Parakneria mossambica

(Gorongosa kneria) ocorre na bacia do Rio Gorongosa, Varicorhinus Pungoéensis (formão

chiselmouth do Pungué) ocorre na bacia do Rio Pungué, Nothobranchius kuhntae (Beira

killifish) ocorre na bacia do Rio Pungué, Barbus manicensis (barbo amarelo) pode ser encontrada

nas bacias dos rios Buzi, Pungúe e Zambeze e Amphilius natalensis (peixe gato) pode ser

encontrada na bacia do rio Pungué (SWECO, 2004).

As espécies ameaçadas e protegidas, ocorrem ao longo dos principais rios como Zambeze,

Pungué, Buzi, Save e com densidades mais altas nos sistemas dos rios Limpopo e Incomáti e a

distribuição das mesmas parece estar correlacionada as concentrações humanas (SCHNEIDER,

et al, 2005).

As acções humanas conduzem frequentemente a perdas irreversíveis para a diversidade da vida

na terra e estas perdas foram mais rápidas nos últimos 50 anos do que em toda a história da

humanidade (DE JESUS & SAMPAIO, 2007). Consequentemente, organismos da água doce

estão entre os mais ameaçados no mundo (JENKINS, 2003 citado por MARR et al, 2010).

Os ambientes de água doce são ameaçados por vários factores entre os quais se destacam a

poluição por lançamentos de resíduos de fonte industrial, o aumento da acidificação do solo

causada pelos resíduos de fertilizantes e pesticidas (DE JESUS & SAMPAIO, 2007), a poluição

por metais pesados como o Cu, Zn e Pb, (WHITTON & SAY 1975, citados por MARTINS,

2007), os elevados valores de argilas, de matérias orgânicas, bem como os poluentes persistentes

(SWECO, 2004).

Page 14: Relatório final   identificação da ictiofauna

3 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Outra importante modificação é ocasionada pela construção de barragens, que alteram a estrutura

dos rios (DE JESUS & SAMPAIO, 2007), que desencadeia uma série de processos

biogeoquímicos que resultam em interferências nas características do meio aquático, destacando-

se a instabilidade dos factores físicos e químicos, e alterações da comunidade biológica, na

montante e na jusante (DE FELIPPO, 1999 citado por CANTON, 2010). A maior parte dos

processos ecológicos é alterada através de modificações no fluxo de água, sedimento, nutrientes,

energia e biota (ALLAN, 1995; LIGON et al, 1995 citados por CANTON, 2010).

O impacto da construção de barragens tem se feito sentir em Moçambique como em outras partes

do mundo, particularmente os associados a construção da barragem de Cahora Bassa e Kariba no

Rio Zambeze. Os impactos notáveis da construção dessas barragens partem da perda de

biodiversidade, erosão costeira, perda de espécies de peixes e perda da produtividade agrícola

(LEGRAND, 2009).

Por isso, é importante conhecer a fauna aquática, pois, os peixes são muito sensíveis a

modificações do meio em que vivem (PAIVA, 1983 citado por MARTINS, 2011) indicando o

estado do ambiente onde estão inseridos (GARCÍA, CUTTELOD & MALAK, 2010), dai, a

necessidade de se fazer diagnósticos correctos dos factores que influenciam as comunidades e

estudos aprofundados de como elas se comportam (HOFFMANN et al, 2005), permitindo

contudo conhecer a diversidade de espécies que existem nesses ambientes.

Page 15: Relatório final   identificação da ictiofauna

4 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

1.1. Problema da Pesquisa

Os conhecimentos básicos sobre a descoberta e descrição das espécies de peixes, estão muito

completos em algumas áreas do mundo e para muitas famílias de peixes, existindo falta de

conhecimento para certas famílias e áreas (ESCHMEYER, et al, 2010).

Este cenário verifica-se também na ictiofauna Moçambicana que é pouco conhecida, existindo

conhecimentos profundos de certas áreas protegidas como Delta do Zambezi, Rio Lugenda, Rio

Rovuma, Reserva de Niassa, Reservar especial de Maputo, Rio Buzi na fronteira de

Chimanimani e Parque Nacional de Banhine (SKELTON et al, 2009). Porém existe falta de

conhecimento da ictiofauna de outros rios como o Umbelúzi. Neste sentido, o presente trabalho

surge com o propósito principal de identificar a ictiofauna do rio Umbelúzi e contribuir para o

conhecimento da diversidade piscicula lá existente.

1.2. Justificativa

Vários estudos têm sido feitos no Rio Umbelúzi, no tocante a hidrografia, a geologia, ao solo e

caudal ecológico da bacia, existindo rara informação documentada sobre a identificação como a

descrição das espécies existentes no rio Umbelúzi.

Ecossistemas fluviais como o Rio Umbelúzi estão sujeitos a muitas ameaças antropogénicas

(MARR et al, 2010), como sobre exploração, poluição, introdução de espécies exóticas,

fragmentação, alteração hidrológica (DUDGEON et al, 2006 citado por MARR, et al, 2010 &

SCHNEIDER et al, 2005). Estes aspectos exercem influência directa na ictiofauna que é o mais

importante produto aquático na escala global providenciando proteína animal para 1 bilião de

pessoas no mundo, rendimento para muitas famílias, emprego, nutrição essencial para as

comunidades pobres (FAO, 2002 citado por SKELTON et al, 2009). A ictiofauna é importante

também porque se considera boa indicadora do estado de conservação do ambiente (GARCÍA,

CUTTELOD & MALAK, 2010).

Segundo SKELTON et al (2009) são necessárias muitas pesquisas para a descrição da ictiofauna

Moçambicana, determinando o estado destas espécies. Neste sentido, o presente estudo reveste-

Page 16: Relatório final   identificação da ictiofauna

5 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

se de grande relevância, pois vem responder a esta questão, contribuindo para o conhecimento da

ictiofauna do rio Umbelúzi em particular e de Moçambique em geral.

1.3. Questões científicas

1. Que espécies de peixes são pescadas no rio Umbelúzi?

2. Qual é a espécie de peixe que mais abunda nos centros de pesca do rio Umbelúzi?

3. Como variam os comprimentos e pesos das espécies pescadas no rio?

1.4. Hipóteses

H1: No Rio Umbelúzi pescam-se espécies de peixe como: Clarias gariepinus, Oreochromis

mossambicus e Oreochromis niloticus.

H0: Espécies como Labeo ruddi, Oreochromis placidus e Tilapia rendalli podem ser pescadas no

rio Umbelúzi.

H2: A espécie Oreochromis mossambicus é que mais abunda nos centros de pesca do rio

Umbelúzi.

H0: A espécie Oreochromis rendalli, encontra-se em maior número em todos os centros de pesca

do rio Umbelúzi.

H3: Existe muita variação no comprimento e peso das espécies pescadas no rio Umbelúzi.

H0: existe pouca variação no comprimento e peso das espécies de peixe pescadas no rio

Umbelúzi.

Page 17: Relatório final   identificação da ictiofauna

6 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

1.5. Objectivos do Estudo

1.5.1. Objectivo Geral

Conhecer a fauna ictiológica pescada nos centros de pesca do Rio Umbelúzi, Distrito de

Boane Província de Maputo.

1.5.2. Objectivos Específicos

Identificar as espécies de peixes que existem nos centros de pesca do Rio Umbelúzi;

Descrever as espécies que ocorrem nos centros de pesca do Rio Umbelúzi;

Calcular a diversidade das espécies que ocorrem no Rio Umbelúzi

Descrever a abundância das espécies pescadas no rio;

Determinar o peso médio das espécies identificadas nos centros de pesca; e

Determinar o comprimento médio das espécies identificadas nos centros de pesca.

Page 18: Relatório final   identificação da ictiofauna

7 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

2. Revisão Bibliográfica

Ictiologia

É a parte da zoologia que se dedica no estudo científico dos peixes. O termo provem da palavra

ichthyes que significa peixe em grego (STORER et al, 2003).

Peixes não seriam bem diversificados e sucedidos sem os estudos dos ictiólogos, e o que

sabemos sobre a sua diversidade e produto do esforço e trabalho mundial dos mesmos ao longo

de vários séculos (JESSOP, 1998).

Estudos Ictiologicos datam de milénios, historiadores naturais em muitas culturas tem estudado

os peixes por milénios, desde os antigos egípcios, indianos, chineses, gregos e romanos

(CUVIER, 1828 citado por FROESE & PAULY, 1999). A ciência moderna geralmente atribui

sua raiz nos trabalhos de Carl Linne (Linnaeus). Linnaeus produziu a primeira tentativa real de

um sistema organizado de classificação (JESSOP, 1998). Os Zoólogos aceitaram a sua décima

edição do seu Systema Naturae (1758) como ponto inicial da nossa classificação actual.

Linnaeus não lidou muito com os peixes, mas sua classificação ictiologica actual é largamente

baseada nos esforços de Peter Artedi, reconhecido como “Pai da Ictiologia” (JESSOP, 1998).

Nos meados de 1800, o grande anatomista francês Georges Cuvier junto com o Achille

Valenciennes produziram a primeira lista completa dos peixes do mundo.

Alberto Günter produziu o multivolume Catalogue of Fishes in the British Museum. Os esforços

do Linnaeus, Artedi, Cuvier, Vaenciennes e Günter, foram importantes para a classificação dos

peixes, no entanto não foram suficientes, Charles Darwin com a sua obra On the origin of

Species em 1859 deu um passo importante para a classificação dos peixes e de outros organismos

(JESSOP, 1998).

Depois dele vários cientistas (ictiólogos) como David Starr Jordan, B. W. Evermann, Leo S.

Berg, P. Humphry Greenwood, entre outros tem trabalhado ate hoje, no sentido de enriquecer os

conhecimentos existentes sobre os peixes.

Page 19: Relatório final   identificação da ictiofauna

8 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Peixes

O termo “Peixes” geralmente refere a vertebrados que possuem barbatanas que não estão

adaptados a vida terrena e possuem guelras (HELFMAN, SCOLLETTE & FACEY, 1997).

Segundo UHLENBROEK (2008), peixes são animais vertebrados que estão adaptados a viver,

nadar, e respirar na água doce ou salgada. Eles são os mais números e diversificados animais na

terra e podem ser encontrados em todos habitats aquáticos concebíveis (UHLENBROEK, 2008).

Peixes da água doce são aquelas espécies que vivem em águas com baixo nível de salinidade

(VICKIE, 2002), como rios, correntes de água, riacho, lagos, tanques e reservas. Para SKELTON

et al (2009), define como sendo aqueles que passam todo ou parte crítica do seu ciclo de vida na

água doce.

Características dos peixes

Os peixes, tipicamente respiram usando guelras que extraem oxigénio da água, nadam usando

barbatanas, são cobertos por escamas protectoras ou placas ósseas (UHLENBROEK, 2008).

Muitos peixes tem um sistema de organismos sensoriais designado linha lateral que percorre os

dois lado do corpo do peixe, que serve para detectar vibrações feitas por outros peixes e animais

que se movem na agua. As barbatanas são característica de muitos mas não todos peixes. Elas

geralmente consistem em dois grupos paralelos de barbatanas (peitoral e pélvica), um, dois ou

três barbatanas dorsais, uma ou duas barbatanas anais e a barbatana caudal. As barbatanas são

usadas para a propulsão e estabilidade (UHLENBROEK, 2008)

Os peixes incluem quatro grupos de vertebrados que são diferentes uns dos outros como

mamíferos, répteis, e aves. O maior grupo é dos peixes ósseos, que inclui espécies familiares

como bacalhau, salmão, e truta. Tubarões, raias, e quimeras fazem parte do segundo grupo, os

peixes cartilaginosos. Os restantes dois pequenos grupos são do peixe bruxa e das lampreias

(UHLENBROEK, 2008).

Peixes Cartilaginosos (Classe Chondrichthyes)

Os peixes cartilaginosos compreendem as baleias, raias e quimeras. Estes peixes possuem um

esqueleto composto principalmente por uma cartilagem flexível. Os machos possuem um órgão

Page 20: Relatório final   identificação da ictiofauna

9 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

copulatório chamado de clasper e as fêmeas parem crias ou depositam volumosos ovos. Possuem

um órgão de sentido, designado ampola de loremzini, que permite aos peixes cartilaginosos

localizar outros animais detectando seu campo eléctrico (UHLENBROEK, 2008).

Peixes Ósseos (Classe Osteichthyes)

Todos peixes ósseos possuem esqueleto interno duro, de espinhos calcificados, embora em

algumas espécies primitivas este muitas vezes é parte da cartilagem. O esqueleto se estende até

as barbatanas como raios flexíveis, móveis e espinhos. Este sistema permite ao peixe mover-se

com grande precisão do que os tubarões e raias (UHLENBROEK, 2008). Muitos peixes ósseos

possuem uma bexiga-natatória que ajusta a sua flutuação e em certas espécies de peixes ósseos

tem estruturas assessorias que lhes permitem respirar em águas rasas e sujas (STORER et al,

2003).

Classificação Sistemática dos Osteichthyes

A classe Osteichthyes (Gr. Osteon, osso; ichthys, peixes) está dividida em três subclasses: Os

Acanthodii (um grupo já extinto), os Actinopterygii (percas e espécies assemelhadas) e os

Sarcopterygii (peixes pulmonados e crossopterígios) (STORER et al, 2003).

Subclasse Actinopterygii (Gr. Aktin, raio; pterygion, barbatana) peixes com barbatanas de raios.

Barbatanas pares, suportados por espinhos ósseos radiantes (DORIT, WALKER & BARNES,

1991). Esta subclasse esta divida em 5 infraclasses, compostas por 30 ordens.

Subclasse Sarcopterygii (Gr. Sarkodes, gordo, carnudo, musculoso; pterygon, barbatana) peixes

com barbatanas lobadas (DORIT, WALKER & BARNES, 1991). Apresenta narinas geralmente

comunicadas com a cavidade bucal; cada barbatana possui um par com grande lobo mediano

contendo esqueleto articulado e músculos (STORER et al, 2003). Esta subclasse possui duas

ordens: ordem Crossopterygii – peixes com barbatanas lobadas e ordem Dipnoi – peixes

pulmonados.

Page 21: Relatório final   identificação da ictiofauna

10 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Morfologia dos peixes ósseos

Os peixes ósseos tem forma e estrutura geralmente semelhante, diferendo entre nos detalhes.

Muitos têm a forma geral da perca; linguado, solhas e alguns peixes tropicais de recifes de corais

tem corpo fino.

Possuem um corpo fusiforme, a cabeça estende-se da extremidade do focinho até o canto

posterior do opérculo, o tronco estende-se desse ponto até o ânus e o resto é a cauda. A boca é

terminal, com maxilas e mandíbulas distintas que apresentam dentes finos. O ânus e a abertura

urogenital precedem a barbatana anal.

No dorso há duas barbatanas dorsais separadas, na ponta da cauda há uma nadadeira caudal e na

parte ventral há uma nadadeira anal. Existem barbatanas laterais ou pares, as barbatanas

peitorais, atrás dos opérculos e as barbatanas pélvicas ou ventrais, logo abaixo.

Page 22: Relatório final   identificação da ictiofauna

11 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

3. Metodologia

3.1. Descrição da Área Estudo

O estudo realizou-se na bacia do Rio Umbelúzi situada à Sul da Província de Maputo (Figura 1),

entre os paralelos 25°40’22” e 26°16’47” de latitude Sul e pelos meridianos 31°55’43” e

32°29’01” de longitude Este (IID, 2010).

A bacia hidrográfica do Rio Umbelúzi possui uma área total de cerca de 5.600 km2, dos quais

3.140 km2 estão localizados no Reino da Suazilândia, 2.380 km2 na República de Moçambique e

80 km na República da África do Sul (ARA-SUL, 2010 & IID, 2010).

A Barragem dos Pequenos Libombos construída sobre o Rio Umbelúzi entre 1983 e 1987 fica

situada a 40 km da cidade de Maputo e a 10 km da vila de Boane (ARA – Sul, 2011), entre as

latitudes 25º40’ e 26º20’ sul e entre as longitudes 32º12’ e 32º20’ Este. Localiza-se na parte

baixa da bacia do rio Umbelúzi (MUANDO, 2000).

Segundo MUANDO (2000) a Barragem dos Pequenos Libombos possui uma Área de 42 Km2,

um volume médio do reservatório de 386 M/m3, uma profundidade média de 10,5 m, um nível

médio das águas de 47m, uma linha da costa de 3,9 km, uma área máxima de armazenamento de

43 Km2, entradas médias de águas (estimadas) de 7,0 m3/s, saídas médias de águas (estimadas):

4,0 m3/s e tempo médio de retenção da água de 1,3 anos.

Page 23: Relatório final   identificação da ictiofauna

12 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Figura 1: Ilustração da Bacia do Rio Umbelúzi no território nacional (Cenacarta).

a)Hidrografia

O Rio Umbelúzi nasce na Suazilândia a uma altitude de 1680 m e corre para Este, entrando no

território nacional pela vila fronteiriça de Goba. Os principais afluentes são os rios Black

M´buluzi e o White M´buluzi, que confluem com o rio principal aproximadamente a 22 Km² da

fronteira da Localidade Goba no Posto Administrativo de Changalane, Distrito de Namaacha por

onde o rio entra em Moçambique. Os seus principais afluentes em território nacional são: o rio

Calichane que aflui no Umbelúzi na barragem dos Pequenos Libombos e o rio Movene a jusante

da barragem (ARA-SUL, 2010 & IID, 2010).

1 2

Mapa ilustrando a barragem e o trajecto do rio Umbelúzi

Legenda:

1 – Albufeira dos

Pequenos

Libombos

2 – Rio Umbelúzi

Page 24: Relatório final   identificação da ictiofauna

13 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

b) Clima

De acordo com a classificação de KOPPEN, citado por IID (2010), predomina na zona Sul da

bacia o tipo climático seco de estepe com excepção da zona de Goba que é tropical chuvoso de

savana, na zona Norte o tipo seco de estepe com estação seca no Inverno e na zona ocidental

numa pequena mancha o tipo temperado húmido sem estação seca. A temperatura média anual

varia entre 20°C a 25°C.

c) Precipitação

A precipitação média cresce da costa até aos Pequenos Libombos, partindo de 600 mm e

atingindo 900 mm, decresce no flanco ocidental da cordilheira dos Pequenos Libombos para

600/700 mm, aumentando depois sucessivamente até aos 1300 mm na região mais ocidental da

bacia (IID, 2010).

As chuvas têm início em Novembro no litoral e em Outubro nos Pequenos Libombos,

terminando em Abril/Março. A duração da precipitação é de cerca de seis meses, chegando a 7/8

meses na região da Namaacha. A maior concentração regista-se de Dezembro a Fevereiro (IID,

2010).

3.2. Materiais

a) Para colecta de dados:

Avental/ Bata;

Balança electrónica ou dinamómetro;

Esferográficas;

Ficha de colecta de dados;

GPS (GPS 72);

Guias de campo e livros de identificação de espécies de peixes;

Luvas de algodão;

Luvas descartáveis;

Maquina Fotográfica (Kodak EasyShare C813);

Sacos plásticos; e

Ictiómetros.

Page 25: Relatório final   identificação da ictiofauna

14 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

b) Para Fixação e Conservação das amostras:

Álcool a 70%;

Bata (de mangas compridas);

Etiquetas;

Formol a 10%;

Garrafas de vidro;

Guia de conserva de espécies;

Luvas de algodão;

Luvas descartáveis;

Óculos;

Peixes; e

Seringa.

3.3. Métodos

3.3.1. Período de Amostragem

O trabalho de campo realizou-se entre os meses de Fevereiro a Junho, tendo sido feitas 6 colectas

que consistiram na compra do pescado junto dos pescadores nos centros de pesca locais.

O pescado foi adquirido no período da manhã das 8:30h às 9:30h, período em que os pescadores

recolhem diariamente suas redes e seguidamente voltam a arma-las depois da sua limpeza.

3.3.2. Locais de Amostragem

As amostras foram realizadas em três centros de pescas (ver anexo 1), nomeadamente

Mahanhane (1) com as seguintes coordenadas 26º9’36.3’’ de latitude sul e 32º12’18.2’’ de

longitude este, Barragem dos Pequenos Libombos (2) com as seguintes coordenadas 26º5’40.5’’

de latitude sul e 32º13’50.2’’ de longitude este e Mazambanine (3) com as seguintes coordenadas

26º12’13.5’’ de latitude sul e 32º23’00.3’’ de longitude este, conforme mostra o mapa a seguir.

Page 26: Relatório final   identificação da ictiofauna

15 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Figura 2: Mapa de localização dos centros de pesca do rio Umbelúzi, distrito de Boane, província de Maputo.

3.3.3. Estratégias de Amostragem

As actividades de campo foram realizadas nas manhãs cobrindo os três centros de pescas e com

dias específicos para cada centro.

As amostras eram colectadas logo após o desembarque, comprando-se 5 kg de peixes. De

seguida levava-se o peixe para o laboratório do IIP, para se efectuar a medição dos

comprimentos por espécie e sua pesagem. Para o manuseio do pescado usou-se algumas vezes

luvas de algodão de modo a evitar ferimentos que poderiam ser causados pelas barbatanas dos

peixes.

Page 27: Relatório final   identificação da ictiofauna

16 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Procedimentos para identificação das espécies

A identificação realizou-se com auxílio dos guias de campo de identificação de águas interiores

de Moçambique e Albufeira de Massinguir, obra do SKELTON (2001) como também o site

FishBase e FAO. As mesmas obras foram usadas para a classificação taxonómica das espécies

usadas para a conserva.

Procedimentos para medição e pesagem das espécies

A medição é a pesagem das espécies servem para a obtenção dos comprimentos e pesos dos

indivíduos capturados para o estudo.

Para a medição do peixe foi usada uma régua especial, designada por ictiómetro recomendada

por (DIAS, 2007).

As medições nos peixes são feitas, por convenção, sobre o seu lado esquerdo (figura 3). O peixe

é deitado sobre o seu lado direito, com a cabeça voltada para a esquerda, com a boca fechada e o

focinho encostado à antepara do ictiómetro (pressionar ligeiramente sem forçar) (DIAS, 2007).

Figura 3: Medição do CT de um peixe com auxílio do ictiómetro (DIAS, 2007).

Fez-se a medição do comprimento total (CT) por indivíduo de cada espécie, ainda frescos,

imediatamente após a sua morte. Não se devem medir durante o rigor mortis (rigidez pós-morte).

Neste caso é preciso relaxar primeiro a musculatura do corpo do peixe, flectindo-o várias vezes

(DIAS, 2007).

Após a medição de cada peixe com o ictiómetro, o peixe passou por um processo de pesagem

para obtenção do peso total (PT) por indivíduo.

Page 28: Relatório final   identificação da ictiofauna

17 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Foram usadas balanças de precisão, para a extracção do PT de cada indivíduo. A medida que se

fazia a pesagem, os peixes eram fotografados ainda frescos, no laboratório.

Procedimentos para Fixação e Conserva das espécies

A fixação das espécies fez-se no campo, após o desembarque do pescado. Ela foi necessária para

a elaboração das conservas das espécies capturadas.

Os procedimentos para a fixação das espécies foram baseados no manual de fixação de

vertebrados de AURICCHIO & SALOMÃO (2002). Os peixes foram colocados em garrafas de

vidro contendo formol a 10%, para se garantir uma boa fixação dos órgãos internos e

musculatura, porque nessas condições o formol penetra nas guelras e no intestino dos mesmos.

Os peixes ficaram nas garrafas de vidro (é obrigatório que as tampas das garrafas sejam plásticas

para evitar a oxidação) por um período de dois meses, depois foram colocados em garrafas de

vidro contendo álcool a 70%, para conserva-los, pois o formol descalcifica-os. Os frascos devem

ter tampas plásticas de modo a não se oxidarem com o tempo.

3.3.5. Organização de Dados

A colecta de dados realizou-se com auxílio de uma Ficha de colecta de dados (anexo 2)

elaborada com base na tabela de tabulação de dados do IDPPE. Nela foram anotados dados

referentes a data da colecta, nome do pescador, tipo de embarcação usado para a pesca, o tipo de

rede/ malha da rede, o peso e o comprimento por peixe, nome da espécie e o local.

3.3.6. Análise de Dados

A análise de dados fez-se com base nos índices de Constância de Ocorrência, Diversidade de

Simpson e Dominância de Berger-Parker tendo se usado os seguintes programas estatísticos

Microsoft Excel 2007 e SPSS 17.

O cálculo de Constância de Ocorrência (C) das diferentes espécies foi realizado, segundo

DAJOZ (1983) citado por SARMENTO-SOARES et al (2009) a partir da equação abaixo:

푪 = 풑푷

× ퟏퟎퟎ

Page 29: Relatório final   identificação da ictiofauna

18 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Onde: C é o valor de constância da espécie;

p é a quantidade de pontos em que apareceu a espécie; e

P o número total de pontos.

As espécies são consideradas constantes quando apresentaram C ≥ 50, acessórias quando 25 ≤ C

< 50 e ocasionais quando C < 25.

A Diversidade refere-se à variedade de espécies de organismos vivos de uma determinada

comunidade, habitat ou região (RODRIGUES, 2007).

Usou-se o índice de Simpson (S’) para o cálculo da Diversidade. Esse índice fornece a ideia da

probabilidade de se colectar aleatoriamente dois indivíduos da comunidade e, obrigatoriamente,

pertencerem a mesma espécie. O valor calculado de S’ ocorre na escala de 0 a 1, sendo que os

valores próximos de 1 indicam menor diversidade (GOMES & FERREIRA, 2004).

Este índice foi obtido através da equação abaixo (GOMES & FERREIRA, 2004; SOUTHWOD

& HENDERSON, 2000):

퐒’ = 푷풊ퟐ푺

퐢 ퟏ

De onde: 푷풊ퟐ = é obtido pela seguinte equação:

푷풊ퟐ =풏풊(풏풊 −ퟏ)푵푻(푵푻 − ퟏ)

Onde: 풏풊 é o número de indivíduos de cada espécie;

푵푻é o número total de indivíduos da amostra.

A dominância foi calculada usando o índice de Berger-Parker, obtido pela equação abaixo, que

expressa a importância relativa das espécies mais abundantes (MAGURRAN, 1989 citado por

BOANE, 2008). É considerado simples quando comparado com o índice de dominância de

Simpson (RODRIGUES, 2007), porém eficiente. Considera a maior proporção da espécie com

maior número de indivíduos.

É calculada através da seguinte equação:

Page 30: Relatório final   identificação da ictiofauna

19 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

푫 =푵풎풂풙

푵풕

Onde: 푵풎풂풙 é o número de indivíduos da espécie mais abundante; e

푵풕é o número total de indivíduos na amostra.

Foram usados testes estatísticos LSD usando-se a variância simples (ANOVA one-way), para se

calcular a Relação entre os pesos das espécies e os centros de pesca, comprimento das espécies e

centros de pesca, para observar se existiam diferenças significativas dos comprimentos e pesos

das espécies capturadas nos centros de pesca do rio Umbelúzi. O pacote estatístico usado foi

SPSS (versão 17).

Page 31: Relatório final   identificação da ictiofauna

20 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

4. Resultados

4.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi

Foram colectadas e identificadas nos três centros de colecta (BPL, Mahanhane e Mazambanine)

doze (12) espécies de peixes pertencentes a dez (10) famílias. A família mais representada foi a

Ciclidae com três (3) espécies identificadas (Tabela 1). As outras famílias tiveram apenas uma

(1) espécie identifica por família. Das doze (12) espécies colectadas (anexo 3), as espécies

Oreochromis niloticus e Oreochromis mossambicus estiveram presentes nos três (3) locais de

colecta (Tabela 1).

Tabela 1: Espécies de peixes identificadas no rio Umbelúzi por centro de pesca

Espécies Famílias Mahanhane BP L Mazambanine

Ambassis natalensis (Gilchrist &

Thompson, 1908) Ambassidae - - +

Bagrus meridionalis (Günther, 1894) Bagridae + + -

Brycinus imberi (Peters, 1852) Characidae + - -

Clarias gariepinus (Burchell, 1822) Claridae + - +

Glassogobius giurius (Hamilton –

Buchananis 1822) Gobiidae - - +

Labeo rudi (Boulenger, 1907) Cyprinidae + - -

Lisa macrolepis (Smith, 1846) Mugilidae - - +

Oreochromis mossambicus (Peters, 1852) Ciclidae + + +

Oreochromis niloticus (Lennaeus, 1758) Ciclidae + + +

Shielbe intermedius (Rüppell, 1832) Schilbedae + + -

Synodontis zambensis (Peters, 1852) Mochokidae - + +

Tilapia rendalli (Boulenger, 1896) Ciclidae + - +

Legenda: + = presente; - = ausente - 8 5 8

O índice de diversidade de Simpson teve como resultado 0,2254 que segundo a interpretação de

(GOMES & FERREIRA, 2004) os valores ocorrem na escala de 0 a 1, sendo que os valores

Page 32: Relatório final   identificação da ictiofauna

21 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

próximos de 1 indicam menor diversidade. Neste sentido, o valor obtido revelou que no Rio

Umbelúzi, existe muita diversidade de espécies de peixe.

4.2. Abundância relativa das espécies capturadas por centro de pesca

O Figura 4 mostra a abundância (dominância) das espécies capturadas no rio Umbelúzi,

calculada segundo o Índice de Dominância Berger-Parker. Do total de indivíduos capturados

69% pertenceram a espécie Oreochromis niloticus, que teve maior abundância, seguida da

Oreochromis mossambicus com 15% de indivíduos capturados e Tilapia rendalli com 9% de

indivíduos capturados, sendo assim as espécies mais abundantes. As espécies menos abundantes

foram Ambassis natalensis, Labeo rudi e Lisa macrolepis que tiveram um número insignificante

de indivíduos capturado.

Em todos os centros a espécie Oreochromis niloticus teve maior índice de dominância. O centro

de Mahanhane teve uma percentagem 71% totalizando 116 indivíduos capturados, no centro da

BPL a percentagem foi de 81% igual a 110 indivíduos capturados, a mesma espécie dominou no

centro de Mazambanine com a percentagem de 42%, cerca de 31 indivíduos capturados. O centro

da BPL teve o maior índice de dominância comparando com os outros centros de pesca (gráfico

5).

Page 33: Relatório final   identificação da ictiofauna

22 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Figura 4: Abundância das espécies capturadas no rio Umbelúzi

Figura 5: Número de Indivíduos capturados por centro de pesca

1% 1% 1% 1%

15%

69%

2% 1%

9%

0

50

100

150

200

250

300

Abundância das Espécies

3 2 2 1

29

116

5 6221

110

1 21 2 2 1 6

31

3

27

020406080

100120140

Mahanhane

BP L

Mazambanine

Page 34: Relatório final   identificação da ictiofauna

23 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Tabela 2: Dominância por centro de pesca

Dominância total Dominância Mahanhane Dominância BPL

Dominância Mazambanine

0,69 0,71 0,81 0,42

4.3. Pesos das espécies Capturadas nos Centros de Pesca

Os pesos das espécies colectadas variaram de 11,4g valor encontrado em alguns indivíduos da

espécie Oreochromis mossambicus a 800g valor encontrado em indivíduos da espécie

Oreochromis niloticus (anexo 5), pescadas no centro da BPL e Mazambanine respectivamente. A

média dos pesos por espécie varia de 31,6g a 287,7g valores que pertencem as espécies Ambassis

natalensis e Clarias gariepinus, respectivamente (Tabela 3).

As espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e Tilapia

rendalli) tiveram como valores de peso médio e desvio padrão 122,6g (Sd = 43,2) para

Oreochromis niloticus, 108,7g (Sd = 82,0) para Oreochromis mossambicus e 165,8g (Sd =

112,2) para Tilapia rendalli.

Tabela 3: Pesos médios (em gramas) das espécies colectadas por centro de pesca e o seu desvio

padrão (Sd)

Espécies BPL Sd Mahanhane Sd Mazambanine Sd Ambassis natalensis - - - - 31,6 0,0 Bagrus meridionalis 97,3 28,6 68,8 9,6 - - Brycinus imberi - - 44,1 32,8 - - Clarias gariepinus - - 311,4 125,3 287,7 229,5 Glassogobius giurius - - - - 151,3 27,9 Labeo rudi - - 78,2 0,0 - - Lisa macrolepis - - - - 220,3 0,0 Oreochromis mossambicus 109,2 48,1 67,5 15,0 115,2 65,6 Oreochromis niloticus 101,7 53,4 83,8 23,3 202,5 191,2 Shielbe intermedius 190,5 0,0 109,1 30,9 - - Synodontis zambensis 90,0 20,3 - - 78,6 24,0 Tilapia rendalli - - 83,2 28,2 184,1 115,8

Page 35: Relatório final   identificação da ictiofauna

24 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

4.3.1.Comparação dos pesos das espécies comuns nos Centros de Pesca

As espécies Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus, identificadas no centro de

Mazambanine tiveram valores maiores de média de pesos, comparando com os valores obtidos

nos outros centros (Figura 6).

As espécies Bagrus meridionalis e Shielbe intermedius, identificadas em comum no centro de

BPL e Mahanhane apresentaram uma média de pesos menor no centro de Mahanhane e maior na

BPL (Figura 6). O mesmo verificou-se com a Tilapia rendalli, identificada nos centros de

Mahanhane e Mazambanine, onde o menor valor obteve-se em Mahanhane e o maior em

Mazambanine.

Diferente das duas espécies acima mencionadas a Clarias gariepinus, possui uma média maior

peso em Mahanhane e menor em Mazambanine (Figura 6). Duma forma geral o centro de

Mahanhane teve menores valores da média dos pesos comparando com os centros da BPL e

Mazambanine.

Page 36: Relatório final   identificação da ictiofauna

25 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Figura 6: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca

O teste estatístico LSD obtido (LSD 95%; F= 1,651; P>0.05) revelou que não existem diferenças

significativas em termos de valores de pesos das espécies entre os centros de pesca.

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0

Ambassis natalensis

Bagrus meridionalis

Brycinus imberi

Clarias gariepinus

Glassogobius giurius

Labeo rudi

Lisa macrolepis

Oreochromis mossambicus

Oreochromis niloticus

Shielbe intermedius

Synodontis zambensis

Tilapia rendalli

Valores dos pesos em gramas

Especies Identificadas

Pesos Medios das Especies Capturadas Por Centro de Pesca

Mazambanine

Mahanhane

BP L

Page 37: Relatório final   identificação da ictiofauna

26 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

4.4. Comprimentos das espécies capturadas

Os comprimentos das espécies capturadas variaram de 11,4cm valor encontrado na espécie

Oreochromis mossambicus a 37,1cm valor encontrado na espécie Oreochromis niloticus,

pescadas no centro da BPL e Mazambanine respectivamente. O valor do comprimento médio das

espécies variou de 13,2cm a 29,8cm valores médios do comprimento pertences a Ambassis

natalensis e Clarias gariepinus, respectivamente (Tabela 4).

As espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e Tilapia

rendalli) tiveram valores como valores médios de comprimento e desvio padrão 17,4cm (Sd =

2,5) para Oreochromis niloticus, 17,3cm (Sd = 2,6) para Oreochromis mossambicus e 19cm (Sd

= 3,3) para Tilapia rendalli.

Tabela 4: Comparação dos comprimentos médios (em cm) de cada espécie por centro de pesca e

o seu desvio padrão (Sd)

Espécies BP L Sd Mahanhane Sd Mazambanine Sd Ambassis natalensis - - - - 13,2 0,0 Bagrus meridionalis 19,1 1,8 16,5 0,6 - - Brycinus imberi - - 15,5 3,6 - - Clarias gariepinus - - 25,0 3,5 29,8 6,6 Glassogobius giurius - - - - 24,5 2,8 Labeo rudi - - 19,3 0,0 - - Lisa macrolepis - - - - 28,0 0,0 Oreochromis mossambicus 25,6 18,0 15,9 1,4 18,2 3,4 Oreochromis niloticus 24,9 17,2 16,2 1,4 19,1 4,4 Shielbe intermedius 27,0 0,0 19,7 3,7 - - Synodontis zambensis 18,6 2,0 - - 18,6 1,9 Tilapia rendalli - - 15,8 1,6 19,7 3,2

4.4.1. Comparação dos Comprimentos das Espécies comuns nos Centros de Pesca

A espécie Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus identificadas em todos os centros,

possuem maiores valores de comprimentos médios no centro BPL, que nos outros centros de

pesca. Os menores valores de comprimentos médios foram observados em Mahanhane (Figura

Page 38: Relatório final   identificação da ictiofauna

27 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

7). Todas as espécies capturadas no centro da BPL apresentaram comprimentos médios

relativamente maiores que das mesmas espécies capturadas nos outros centros de pesca.

Comparando com o centro de Mahanhane, apresentou comprimentos médios relativamente

menores que dos outros centros de pesca.

As espécies Clarias gariepinus e Tilapia rendalli pescadas no centro de Mahanhane e

Mazambanine, apresentaram valores de comprimentos médios maiores no centro de

Mazambanine e menores em Mahanhane.

A espécie Synodontis zambensis (identificada somente em Mazambanine e BPL) teve valores de

comprimentos médios iguais em ambos os centros, e uma ligeira diferença nos valores do desvio

padrão (Figura 7).

Os maiores comprimentos duma forma geral foram observados no centro de Mazambanine

(anexo 6), exceptuando a espécie Oreochromis mossambicus que teve maiores valores de

comprimento no centro da BPL.

O teste LSD obtido (LSD 95%; F=0,139 P˃0.05) revelou não existirem diferenças significativas

em termos de valores de comprimento entre os centros de pesca.

Page 39: Relatório final   identificação da ictiofauna

28 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Figura 7: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca

4.5. Constância de Ocorrência (C)

O cálculo de Constância de Ocorrência (C) das diferentes espécies mostrou que não existem

espécies ocasionais no rio Umbelúzi (Figura 8), pois nenhuma espécie teve um índice de

ocorrência menor que 25. Das espécies identificadas sete (7) (Bagrus meridionalis, Clarias

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0

Ambassis natalensis

Bagrus meridionalis

Brycinus imberi

Clarias gariepinus

Glassogobius giurius

Labeo rudi

Lisa macrolepis

Oreochromis mossambicus

Oreochromis niloticus

Shielbe intermedius

Synodontis zambensis

Tilapia rendalli

Comprimento em cm

Espécies de peixes encontradas no rio Umbelúzi

Comprimentos Medios das Especies Capturadas Por Centro de Pesca

Mazambanine

Mahanhane

BP L

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Arão da Cruz Zunguza

gariepinus, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis

zambensis e Tilapia rendalli) tiveram um índice de ocorrência maior que cinquenta (C ≥ 50)

mostrando que são constantes. As restantes cinco espécies identificadas (Ambassis natalensis,

Brycinus imberi, Glassogobius giurius, Labeo rudi e Lisa macrolepis) são acessórias porque

tiveram um índice de ocorrência entre vinte cinco e cinquenta (25 ≤ C < 50) (Figura 8).

Figura 8: Índice de Constância de Ocorrência das espécies

4.6. Similaridade entre os Centros de Pesca

A maior similaridade verificou-se entre os centros Mahanhane e Mazambanine, com um total de

quatro espécies em comum. Em ambos os centros foram pescadas oito espécies de peixes e

misturando-se as espécies pescadas em ambos os centros perfazem o total de espécies

identificadas no rio Umbelúzi (12 espécies).

Os centros de Mahanhane e Barragem dos Pequenos Libombos possuem pouca similaridade, o

mesmo verifica-se com Barragem dos Pequenos Libombos e Mazambanine. Mahanhane e

Barragem dos Pequenos Libombos possuem quatro espécies em comum identificadas (Bagrus

meridionalis, Oreochromis mossambicus, Shielbe intermedius e Oreochromis niloticus),

Barragem dos Pequenos Libombos e Mazambanine possuem três espécies em comum

(Synodontis zambensis, Oreochromis niloticus e Oreochromis mossambicus) respectivamente.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

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30 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

O que revela que os centros de pesca do rio Umbelúzi são similares, no que concerne aos pesos e

comprimentos das espécies pescadas nos centros, existindo apenas uma relativa diferença das

espécies pescadas em cada centro.

4.7. Malhas usadas na captura das espécies

As malhas usadas para a captura das espécies foram de 2,1/4; 2,5; 3 e 3,5 polegadas conforme

mostra a Tabela 5. No centro de Mazambanine usaram-se redes com maiores polegadas

comparadas com os outros centros, como é o caso do centro de Mahanhane onde frequentemente

usaram-se redes de tamanhas menores 2,1/4 e 2,5 polegadas.

Tabela 5: Malhas usadas por centro de pesca

Malha Mahanhane BP L Mazambanine 2,1/4 x x 2,5 x x x 3 x x x

3,5 x

As espécies Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus foram capturadas por todos os

tamanhos de malhas (Tabela 6), foram também as espécies capturadas em todos os centros de

pesca e as que tiveram menores e maiores comprimentos e pesos. Sendo no entanto a espécies

Oreochromis mossambicus, a que teve menores comprimentos e pesos respectivamente e a

Oreochromis niloticus, a que registou o maior peso e comprimento.

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31 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Tabela 6: Malhas usadas para captura de cada espécie

Espécies Famílias 2,1/4 2,5 3 3,5 Ambassis natalensis Ambassidae x x Bagrus meridionalis Bagridae x x Brycinus imberi Characidae x

Clarias gariepinus Claridae x x x Glassogobius giurius Gobiidae x x Labeo rudi Cyprinidae x Lisa macrolepis Mugilidae x x Oreochromis mossambicus Ciclidae x x x x Oreochromis niloticus Ciclidae x x x x Shielbe intermedius Schilbedae x x Synodontis zambensis Mochokidae x x x Tilapia rendalli Ciclidae x x x

Page 43: Relatório final   identificação da ictiofauna

32 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

5. Discussão

5.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi

No presente estudo foram identificadas 12 espécies de peixes, que é igual ao número total de

espécies identificadas nas albufeiras, lagoas e rios da província de Maputo (IIP, 2008), o que

indica que no rio Umbelúzi existe uma rica diversidade de espécies de peixes. Um número

superior foi identificado na província de Gaza, 15 espécies de peixes (IIP, 2008). No estudo feito

por CABANELAS (2005), na Albufeira de Cahora Bassa foram identificadas 19 espécies

pertencentes a 9 famílias, um número superior as espécies identificadas no rio Umbelúzi, onde

identificou-se um número de 10 famílias (CABANELAS, 2005).

As espécies já identificadas em outros estudos realizados na província de Maputo, nas lagoas,

albufeiras e rios foram Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Labeo altives, Mugil

cephalus, Sillago sihama, Clarias ngamensis, Clarias gariepinus, Synodontis zambensis, Shielbe

intermedius, Brycinus imberi, Cyphomyrus discorhynchus e Tilapia rendalli (IIP, 2008). Dessas

espécies 5 (Ambassis natalensis, Bagrus meridionalis, Glassogobius giurius, Labeo rudi e Lisa

macrolepis) não tinham sido identificadas ainda, tendo sido identificadas no presente estudo.

Num estudo similar feito na Província de Gaza foram identificadas as espécies Oreochromis

mossambicus, Oreochromis niloticus, Tilapia rendalli, Brycinus imberi, Synodontis zambensis,

Labeo altives, Clarias ngamensis, Clarias gariepinus, Shielbe intermedius, Hypophthalmichths

molitrix, Cyphomyrus discorhynchus, Sillago sihama, Ambassis ambassis, Mugil cephalus e

Hidrocynus vittatus (IIP, 2008), essas espécies são semelhantes as identificadas na província de

Maputo, observando-se maior parte das espécies identificadas nos três centros de pesca do rio

Umbelúzi no presente estudo.

No estudo realizado por CHAÚCA (1998), na Barragem dos Pequenos Libombos foram

identificadas apenas 5 espécies (Amphilus uranoscopus, Eutropius depressirostris, Labeo rudi,

Oreochromis placidus e Tilapia rendalli), no presente estudo foram identificadas também apenas

5 espécies na Barragem dos Pequenos Libombos (Bagrus meridionalis, Oreochromis

mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, e Tilapia rendalli). Das espécies

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33 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

identificadas por CHAÚCA (1998), somente 2 (Labeo rudi e Tilapia rendalli) foram

identificadas no presente estudo, as restantes não foram identificadas.

Todas estas espécies identificadas no presente estudo são consideradas típicas da região sul de

África e dos rios africanos, por fazerem parte de famílias como a Bagridae, Characidae, Ciclidae,

Cyprinidae, Claridae, Gobiidae, Mochokidae e Schilbidae, que são nativas dos principais rios

africanos (SKELTON, 1988).

5.2. Abundância das espécies

As espécies mais abundantes são Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, e Tilapia

rendalli, pertencendo a família Ciclidae. As mesmas são as mais abundantes na província de

Gaza e Maputo (IIP, 2007; IIP, 2008 & IIP, 2009), elas estão bem representadas na maioria dos

lagos, rios destas províncias.

No rio Limpopo e Lagoa Chuáli as espécies mais importantes do ponto de vista comercial (mais

pescadas), são as tilápias Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli, o peixe preto Clarias

gariepinus, a carpa comum Carpio carpio e a carpa do limo Carpio idella (BOANE, 2008).

No estudo similar realizado por SALES (2000), na lagoa do Bilene identificou 4 espécies mais

pescadas Oreochromis mossambicus, Mugil cephalus, Pomadasys commersonni e Siganus sutor.

Apenas a espécie Oreochromis mossambicus, é comum das espécies mais abundantes no

presente estudo com o de SALES, a mesma espécie é abundante na Barragem dos Pequenos

Libombos, o que pode ser motivado pelo facto dela desenvolver-se melhor em águas paradas e

não em águas correntes (SKELTON, 1993).

Estas três espécies (Oreochromis Mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli) são as

mais importantes da região, do ponto de vista económico. As mesmas espécies junto da

Oreochromis aureus, Oreochromis maccrochir, Oreochromis galilaeus e a Tilapia zillii são as

espécies mais criadas comercialmente na África e no mundo (EL-SAYED, 1999 citado por

BOSCOLO et al, 2001; CHANGADEYA, MALEKANO & AMBALI, 2003).

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34 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

De acordo com LOVSHIN (1997) citado por BOSCOLO et al (2001), a distribuição das tilápias

no mundo começou com o intuito da criação de peixes para a subsistência em países em

desenvolvimento.

De acordo com o mesmo autor, a primeira espécie introduzida em outros países foi a

Oreochromis mossambicus, porém esta mostrou-se de baixo desempenho para a aquacultura

tendo sido substituída no final dos anos 70, pela Oreochromis niloticus que demonstrou alto

potencial para a aquacultura, em vários sistemas de criação.

A abundância das tilápias no rio Umbelúzi está aliada ao facto de ocorrerem em climas tropicais,

ocuparem vários habitats como rios, lagos, canais de irrigação (LART & GREEN, 2011),

aceitarem uma variedade de alimentos, alimentarem-se dos itens básicos da cadeia trófica

(NOGUEIRA, 2007), serem bastante resistentes a doenças virais, bacterianas e parasitárias

(POPMA & MASSER, 1999; NOGUEIRA, 2007), tolerarem baixa qualidade de água, altos

níveis de variação de salinidade, altas temperaturas aquáticas, pouco nível de oxigénio dissolvido

e altas concentrações de amónia (POPMA & MASSER, 1999; LART & GREEN, 2011), estes

atributos contribuem significativamente para o sucesso das tilápias nos ambientes onde se

encontram.

A Oreochromis niloticus foi a espécie mais abundante de todas as espécies. Ela é invasiva nos

rios Moçambicanos (SKELTON, 2003), em todos ambientes onde ela se encontra facilmente

adapta-se competindo com as espécies nativas. No oriente africano ela contribuiu para a extinção

de cerca de 200 espécies (DARWALL et al, 2005), fenómenos como o sucedido ocorrem porque

espécies exóticas tem capacidade de competir com as nativas ou modificar a ecologia local

(TIMBERLAKE, 2000).

Segundo MARSHAL 1994 citado por BUQUE (2007), em muitos lagos africanos como Kainji,

Victoria, Kariba, Kafue, Limpopo que recebem a espécie Oreochromis niloticus houve mudanças

na estrutura ecológica local, e ela passou a ser a espécie mais pescada e as tilapias nativas

passaram a ser menos pescadas. Segundo BUQUE (2007), o desaparecimento das mesmas pode

estar relacionado com a competição entre elas pode estar relacionado com a competição por

alimento, áreas de reprodução, habitat entre outros.

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35 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

5.3. Comprimento e Peso das espécies mais capturadas no rio Umbelúzi

No presente estudo as espécies mais capturadas foram a Oreochromis mossambicus,

Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli. Os comprimentos das espécies capturadas variaram de

11,4cm a 27,1cm. Elas tiveram valores médios de comprimento e desvio padrão 17,3 cm (Sd =

2,6) para Oreochromis mossambicus, 17,4 cm (Sd = 2,5) para Oreochromis niloticus e 19 cm (Sd

= 3,3) para Tilapia rendalli.

No estudo feito na Albufeira de Massingir o comprimento das três espécies mais capturadas

(Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli) variou de 13 a 44cm. O

comprimento médio da Oreochromis mossambicus foi de 29,3cm (Sd = 7,3), de Oreochromis

niloticus foi de 24cm (Sd = 4,3) e de Tilapia rendalli foi de 20,4 (Sd = 3,2) (IIP, 2009), estes

valores foram relativamente elevados comparando com os obtidos no presente estudo.

Segundo SKELTON (2001) estas três espécies (Oreochromis mossambicus, Oreochromis

niloticus e Tilapia rendalli), podem atingir até 40cm, 50cm e 40cm respectivamente.

Comparando com as espécies mais abundantes nos centros de pesca do rio Umbelúzi, pode se

dizer que possuem tamanhos pequenos.

Os pesos das espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e

Tilapia rendalli) tiveram como valores de peso médio e desvio padrão 122,6g (Sd = 43,2) para

Oreochromis niloticus, 108,7g (Sd = 82,0) para Oreochromis mossambicus e 165,8g (Sd =

112,2) para Tilapia rendalli.

Segundo SKELTON (2001), a espécie Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli podem

atingir 3264g e 1845g, a espécie Oreochromis niloticus pode atingir 5500g (SEAFISH, 2011).

Comparando com as espécies capturadas no presente estudo, elas possuem pesos menores.

Os menores tamanhos e pesos registados no rio Umbelúzi, podem estar relacionados com os

tamanhos de algumas malhas (2,1/4; 2,5 e 3 polegadas) que são usadas para a captura das

espécies, são malhas pequenas e que não são recomendadas para a efectivação da actividade

Page 47: Relatório final   identificação da ictiofauna

36 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

pesqueira porque não são selectivas, arrastando no acto da pesca peixes juvenis

maioritariamente. No estudo feito por BUQUE (2007), na Albufeira de Cahora Bassa 84,5% dos

indivíduos capturados da espécie Oreochromis niloticus tiveram tamanhos compreendidos entre

30cm a 50cm, que são tamanho de indivíduos adultos desta espécie, tendo se usado para o estudo

redes com malhas de 4 a 6 polegadas, comparando com o presente estudo o tamanho máximo da

Oreochromis niloticus obtido foi 27,1cm, o que leva a concluir que no rio Umbelúzi pescam-se

peixes pequenos.

5.4. Ocorrência das espécies

Na jusante ocorreram 8 espécies de peixes Ambassis natalensis, Clarias gariepinus,

Glassogobius giurius, Lisa macrolepis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus,

Synodontis zambensis e Tilapia rendalli. Estas espécies podem ocorrer tanto no rio, como lagos,

estuários e algumas espécies como Ambassis natalensis e Glassogobius giurius, podem ocorrer

também na costa.

A Ambassis natalensis ocorre nos estuários, ao longo da costa desde África do sul até a zona

central de Moçambique, Madagáscar e Maurícias (ANDERSON & HEEMSTRA, 2003). A

jusante localiza-se próximo do estuário, SKELTON (2003) afirma que espécies dos estuários

podem tolerar a variação da salinidade. Segundo o mesmo autor Ciclideos como Oreochromis

mossambicus, suportam uma grande variação de níveis de salinidade o mesmo verifica-se com

Ambassis natalensis, o que justifica a sua ocorrência nestes ambientes. Gobideos como

Glassogobius giurius podem ser encontrados em estuários (SKELTON, 2003 e ROBERTS,

1978) em lugares calmos com águas escuras, estas características verificam-se no centro de

Mazambanine. Os Mugilis (Mugilidae) como Lisa macrolepis passam parte do seu ciclo de vida

no rio e no estuário (SKELTON, 2003), esta espécie está distribuída desde a costa da África do

Sul, Kwazulu-Natal até Moçambique e é muito abundante em Moçambique. Estas características

justificam a ocorrência destas espécies na jusante da barragem do rio Umbelúzi.

As espécies Bagrus meridionalis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe

intermedius e Synodontis zambensis, presentes na Barragem dos Pequenos Libombos ocorrem

em rios e lagos africanos como Malawi. A espécie Bagrus meridionalis é nativa do lago Malawi

Page 48: Relatório final   identificação da ictiofauna

37 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

(LINDER, 1997), o mesmo autor afirma que membros da família Bagridae podem ser

encontrados em toda África, Ásia e Médio Oriente. O mesmo ocorre com os membros da família

Schilbeidae, eles encontram-se distribuídos em muitos rios e lagos africanos (AYOADE,

FAGADE & ADEBISI, 2008).

As características da região com a temperatura média que varia entre 20 a 25ºC favorecem o

desenvolvimento destas espécies.

A ocorrência da espécie Labeo rudi apenas na montante provavelmente deve-se a presença da

Barragem no rio, segundo SKELTON et al, (2009) barragens impendem o movimentos dos

ciprinídeos da montante a jusante.

A Clarias gariepinus é uma espécie que habita em rios, lagos, pântanos, nas regiões de mangal,

estuários, mas também pode viver em águas salobras, correntes, e até em locais inundados

(ANONIMO, 2011; DE GRAAF & JANSSEN, 1996), estes aspectos justificam a ocorrência

destas espécies neste local.

Page 49: Relatório final   identificação da ictiofauna

38 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

6. Conclusão

Dos dados obtidos no presente estudo foi possível concluir que:

Nos três centros de pesca do rio Umbelúzi (Mazambanine, BPL e Mahanhane) foram

identificadas 12 espécies de peixe pertencentes a 10 famílias, as quais foram identificas em

estudos similares em rios e lagos da zona sul de Moçambique;

As espécies mais abundantes nos três centros foram Oreochromis mossambicus,

Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli, todas pertencentes a família Cichlidae;

As espécies menos abundantes foram Ambassis natalensis, Labeo rudi e Lisa macrolepis;

O Rio Umbelúzi possui muita diversidade piscícola, com um índice de diversidade de

Simpson igual a 0,2254 (segundo o índice, quanto mais próximo de zero maior é a

diversidade);

Os maiores comprimentos e pesos máximos das espécies do rio foram obtidos no centro de

Mazambanine;

As espécies constantes no rio são Bagrus meridionalis, Clarias gariepinus, Oreochromis

mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis zambensins e Tilapia

rendalli e as restantes são acessórias;

Page 50: Relatório final   identificação da ictiofauna

39 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

7. Limitações e Recomendações

7.1. Limitações

Foi difícil a aquisição dos peixes no centro de Mazambanine, porque os pescadores são

nómadas e colocavam barreiras por vezes.

No centro de Mahanhane as vendedoras (maguevas) colocavam barreiras na aquisição do

pescado porque alegavam que era destinado as vendedoras, não deveria se retirar para as

amostras.

O aparecimento massivo de uma espécie de lagosta exótica Cherax quedricarinatus,

contribuiu negativamente para aquisição do pescado, porque em algumas colectas maior

parte dos pescadores trazia as lagostas.

7.2. Recomendações

Na perspectiva de melhor caracterizar a ictiofauna do rio Umbelúzi, suas interacções tróficas e o

estado de conservação, devem se fazer estudos sobre:

Relação entre as acções antropogénicas e a conservação da ictiofáuna local;

Estudos sobre a diversidade da ictiofauna em diferentes estações do ano e em mais centros de

pesca, nos quais poderão se identificar mais espécies;

Estudos que abordam o impacto (negativo e positivo) da Barragem dos Pequenos Libombos

para a actual distribuição das espécies;

Estudos que expliquem o impacto da introdução de espécies exóticas no ecossistema do rio

Umbelúzi; e

Estudos que determinem a relação entre os tamanhos de peixes capturados e as malhas das

redes usadas pelos pescadores.

Page 51: Relatório final   identificação da ictiofauna

40 Ictiofauna do rio Umbelúzi

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46. ROBERTS, Tyson R. An Ichthyological Survey of the Fly River in Papua New Guinea with

Descriptions of New Species. SMITHSONIAN INSTITUTION PRESS. City of Washington.

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47. RODRIGUES, William C.. Ecologia Geral: Riqueza e Diversidade de Espécies.

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48. SALES, Marta F. de. Estudo das Pescarias na Lagoa de Bilene, no Distrito de Bilene-Macia.

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49. SCHNEIDER, Michael F., BURAMUGE, Victorino A., ALIASSE, Luís & SERFONTEIN,

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50. SCHNEIDER, Michael F.. Ocorrência das Espécies Comerciais Exóticas de Peixe no Rio

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51. SEAFISH. Tilapia: Oreochromis niloticus. Responsible Sourcing Guide. 2011.

52. SKELTON, Paul. A complete Guide to The Freshwater Fishes of Southern Africa. Southern

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54. SKELTON, Paul. The distribution of african freshwater fishes – Répartition des poissons

d'eau douce africains. 1988.

Page 57: Relatório final   identificação da ictiofauna

46 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

55. SKELTON, Paul et al. THE STATUS AND DISTRIBUTION OF FRESHWATER

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56. SWECO Internacional. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA PARA A

GIRH DA BACIA DO RIO PUNGOÉ Relatório da Monografia Anexo IX: ESTUDO

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58. TIMBERLAKE, Jonathan. BIODIVERSITY OF THE ZAMBEZI BASIN. Nº 9. Biodiversity

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59. UHLENBROEK, charlotte. Animal Life. Dorling kindersley (DK) Limited. Amercan

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1. ARA-SUL. Unidade de Gestão/ Bacia do Umbelúzi. [online]. Disponível na World Wide

Web (internet) URL: www.ara-sul.co.mz/subindex.asp?lang=pt&page=plibombosArtigo

publicado em 2010 e capturado em 06 de Dezembro de 2010.

2. IID. PERFIL DA BACIA DO RIO UMBELÚZI. [online]. Disponível na World Wide Web

(internet) URL: http://www.iid.org.mz/iucn/html/bacia_do_umbeluzi_perfil.HTM Artigo

publicado em 2010 e capturado em 06 de Dezembro de 2010.

3. FISHBASE. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: www.fishbase.org

Artigo capturado em Junho de 2011.

Page 58: Relatório final   identificação da ictiofauna

47 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

4. FAO. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: http://www.fao.org Artigo

capturado em Junho de 2011.

Page 59: Relatório final   identificação da ictiofauna

48 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexos

Page 60: Relatório final   identificação da ictiofauna

49 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 1

Ilustração dos centros de pesca

Coordenadas dos centros de pesca

Mahanhane BPL Mazambanine

Graus (º)

Min (')

Seg ('')

Graus (º)

Min (')

Seg ('')

Graus (º)

Min (')

Seg ('')

S (Latitude Sul) 26 9 39.3 26 5 40.5 26 2 13.5

E (Longitude Este) 32 12 18.2 32 13 50.2 32 23 00.3

Legenda

1 – Mahanhane

2 – BPL

3 – Mazambanine

1 2

3

Page 61: Relatório final   identificação da ictiofauna

50 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 2

Ficha de Colecta de Dados

Dados Gerais Data: ___/___/_______

Nome do Pescador: ______________________________________________________

Local da colecta: _______________________________________________________

Tipo de embarcação: _____________________________________________________

Tipo de instrumento utilizado para pesca: _____________________________________

Tamanho da malha da rede: ________, Número de redes: _________

Número de anzóis: ___________

Nome da embarcação: ____________________________________________________

Dados do Pescado

Dados dos peixes

Nº Nome vernacular Espécies Peso (g) Comprimento (cm) Observação

Page 62: Relatório final   identificação da ictiofauna

51 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 3

Listas de espécies encontradas no rio Umbelúzi

Ambassis natalensis (Cuvier, 1828)

Bagrus meridionalis (Günther, 1894)

Page 63: Relatório final   identificação da ictiofauna

52 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Brycinus imberi (Peters, 1852)

Clarias gariepinus (Burchell, 1822)

Page 64: Relatório final   identificação da ictiofauna

53 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Glossogobius giuris (Hamilton – Buchananis 1822)

Labeo rudi (Boulenger, 1907)

Page 65: Relatório final   identificação da ictiofauna

54 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Lisa macrolepis (Smith, 1846)

Oreochromis mossambicus (Peters, 1852)

Page 66: Relatório final   identificação da ictiofauna

55 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Oreochromis niloticus (Lennaeus, 1758)

Shielbe intermedius (Rüppell, 1832)

Page 67: Relatório final   identificação da ictiofauna

56 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Synodontis zambezensis (Peters, 1852)

Tilapia rendalli (Boulenger, 1896)

Page 68: Relatório final   identificação da ictiofauna

57 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 4

Ilustração das conservas de peixes

Page 69: Relatório final   identificação da ictiofauna

58 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 5

Pesos mínimos e máximos das espécies por centro de pesca

Espécies BPL Mahanhane Mazambanine Min Max Min Max Min Max

Ambassis natalensis 31,63 31,63 Bagrus meridionalis 77,06 117,52 60,96 79,54 Brycinus imberi 20,92 67,37 Clarias gariepinus 222,78 400 125,46 450 Glassogobius giurius 131,6 171,02 Labeo rudi 78,17 78,17 Lisa macrolepis 220,3 220,3 Oreochromis mossambicus 11,4 171,95 37,5 108,17 58,27 219,54 Oreochromis niloticus 12,7 250 40,28 150 29,51 800 Shielbe intermedius 190,49 190,49 75,84 159,27 Synodontis zambensis 75,66 104,3 58,8 105,29 Tilapia rendalli 60,78 139 39,03 500

0100200300400500600700800900

BPL Min

BPL Max

Mahanhane Min

Mahanhane Max

Mazambanine Min

Mazambanine Max

Page 70: Relatório final   identificação da ictiofauna

59 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 6

Comprimentos mínimos e máximos

Espécies BPL Mahanhane Mazambanine Min Max Min Max Min Max

Ambassis natalensis 13,2 13,2 Bagrus meridionalis 17,8 20,4 16 17,2 Brycinus imberi 12,9 18 Clarias gariepinus 22,5 27,4 25,1 34,5 Glassogobius giurius 22,5 26,5 Labeo rudi 19,3 19,3 Lisa macrolepis 28 28 Oreochromis mossambicus 11,4 23,9 12,5 18,7 15 22,5 Oreochromis niloticus 12,7 25 12,5 20 12 27,1 Shielbe intermedius 27 27 13,5 23 Synodontis zambensis 17,2 20 16,5 20 Tilapia rendalli 14,4 19 12,5 27

05

10152025303540

BPL Min

BPL Max

Mahanhane Min

Mahanhane Max

Mazambanine Min

Mazambanine Max

Page 71: Relatório final   identificação da ictiofauna

60 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 7

Constância de ocorrência das espécies

Espécies p P C=(p/P)*100 Ambassis natalensis 1 3 33,33 Bagrus meridionalis 2 3 66,67 Brycinus imberi 1 3 33,33 Clarias gariepinus 2 3 66,67 Glassogobius giurius 1 3 33,33 Labeo rudi 1 3 33,33 Lisa macrolepis 1 3 33,33 Oreochromis mossambicus 3 3 100,00 Oreochromis niloticus 3 3 100,00 Shielbe intermedius 2 3 66,67 Synodontis zambensis 2 3 66,67 Tilapia rendalli 2 3 66,67 NB: As espécies são consideradas constantes quando apresentaram C ≥ 50, acessórias quando 25

≤ C < 50 e ocasionais quando C < 25.

0,0020,0040,0060,0080,00

100,00120,00

Page 72: Relatório final   identificação da ictiofauna

61 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 8

Índice de Diversidade de Simpson

Page 73: Relatório final   identificação da ictiofauna

62 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 9

Dominância das Espécies

Número total de indivíduos capturados por espécie em cada centro de pesca

Espécies Mahanhane BP L Mazambanine Ambassis natalensis 1 Bagrus meridionalis 3 2 Brycinus imberi 2 Clarias gariepinus 2 2 Glassogobius giurius 2 Labeo rudi 1 Lisa macrolepis 1 Oreochromis mossambicus 29 21 6 Oreochromis niloticus 116 110 31 Shielbe intermedius 5 1 Synodontis zambensis 2 3 Tilapia rendalli 6 27

Total 164 136 73

Índice de dominância das espécies mais capturadas por centro de pesca e de todos os centros de

pesca, calculado segundo a fórmula

Dominância total Dominância Mahanhane Dominância BPL

Dominância Mazambanine

0,69* 0,71 0,81 0,42

Page 74: Relatório final   identificação da ictiofauna

63 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 10

Teste Anova One-Way (LSD) dos comprimentos entre os centros de pesca

Univariate Analysis of Variance

Notes

Output Created 03-Aug-2011 10:42:48

Comments

Input Active Dataset $DataSet

Filter <none>

Weight <none>

Split File <none>

N of Rows in Working

Data File

373

Missing Value

Handling

Definition of Missing User-defined missing values are treated as

missing.

Cases Used Statistics are based on all cases with valid

data for all variables in the model.

Syntax UNIANOVA Comprimento BY Local

Espécie

/METHOD=SSTYPE(3)

/INTERCEPT=INCLUDE

/POSTHOC=Local Espécie(LSD)

/CRITERIA=ALPHA(0.05)

/DESIGN=Local Espécie Local*Espécie.

Resources Processor Time 0:00:00.031

Elapsed Time 0:00:00.062

[$DataSet]

Page 75: Relatório final   identificação da ictiofauna

64 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Between-Subjects Factors

N

Local BPL 136

Mahanhane 164

Mazambanine 73

Espécie Ambassis natalensis 1

Bagrus meridionalis 5

Brycinus imberi 2

Clarias gariepinus 4

Glassogobius giurius 2

Labeo rudi 1

Lisa macrolepis 1

Oreochromis

mossambicus

56

Oreochromis niloticus 257

Shielbe intermedius 6

Synodontis zambensis 5

Tilapia rendalli 33

Page 76: Relatório final   identificação da ictiofauna

65 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Tests of Between-Subjects Effects

Dependent Variable:Comprimento

Source

Type III Sum of

Squares df Mean Square F Sig.

Corrected Model 6190.271a 20 309.514 2.726 .000

Intercept 15271.971 1 15271.971 134.508 .000

Local 404.928 2 202.464 1.783 .170

Espécie 584.276 11 53.116 .468 .922

Local * Espécie 110.686 7 15.812 .139 .995

Error 39965.857 352 113.539

Total 197150.290 373

Corrected Total 46156.128 372

a. R Squared = .134 (Adjusted R Squared = .085)

Page 77: Relatório final   identificação da ictiofauna

66 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Post Hoc Tests

Local

Multiple Comparisons

Comprimento

LSD

(I) Local (J) Local

Mean

Difference

(I-J) Std. Error Sig.

95% Confidence Interval

Lower Bound Upper Bound

BPL Mahanhane 8.52* 1.236 .000 6.09 10.95

Mazambanine 5.19* 1.546 .001 2.15 8.23

Mahanhane BPL -8.52* 1.236 .000 -10.95 -6.09

Mazambanine -3.33* 1.499 .027 -6.28 -.38

Mazambanine BPL -5.19* 1.546 .001 -8.23 -2.15

Mahanhane 3.33* 1.499 .027 .38 6.28

Based on observed means.

The error term is Mean Square (Error) = 113.539.

*. The mean difference is significant at the 0.05 level.

Page 78: Relatório final   identificação da ictiofauna

67 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Anexo 11

Teste Anova One-Way (LSD) dos pesos entre os centros de pesca

Univariate Analysis of Variance

Notes

Output Created 03-Aug-2011 10:47:54

Comments

Input Active Dataset $DataSet

Filter <none>

Weight <none>

Split File <none>

N of Rows in Working

Data File

373

Missing Value

Handling

Definition of Missing User-defined missing values are

treated as missing.

Cases Used Statistics are based on all cases

with valid data for all variables in

the model.

Syntax UNIANOVA Peso BY Local

Espécie

/METHOD=SSTYPE(3)

/INTERCEPT=INCLUDE

/POSTHOC=Local

Espécie(LSD)

/CRITERIA=ALPHA(0.05)

/DESIGN=Local Espécie

Local*Espécie.

Page 79: Relatório final   identificação da ictiofauna

68 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Resources Processor Time 0:00:00.032

Elapsed Time 0:00:00.032

[$DataSet]

Between-Subjects Factors

N

Local BPL 136

Mahanhane 164

Mazambanine 73

Espécie Ambassis natalensis 1

Bagrus meridionalis 5

Brycinus imberi 2

Clarias gariepinus 4

Glassogobius giurius 2

Labeo rudi 1

Lisa macrolepis 1

Oreochromis

mossambicus

56

Oreochromis niloticus 257

Shielbe intermedius 6

Synodontis zambensis 5

Tilapia rendalli 33

Page 80: Relatório final   identificação da ictiofauna

69 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Tests of Between-Subjects Effects

Dependent Variable:Peso

Source

Type III Sum

of Squares df Mean Square F Sig.

Corrected Model 749019.913a 20 37450.996 6.680 .000

Intercept 562853.735 1 562853.735 100.401 .000

Local 39872.208 2 19936.104 3.556 .030

Espécie 199895.879 11 18172.353 3.242 .000

Local * Espécie 64800.505 7 9257.215 1.651 .120

Error 1973322.754 352 5606.031

Total 7242967.236 373

Corrected Total 2722342.667 372

a. R Squared = .275 (Adjusted R Squared = .234)

Page 81: Relatório final   identificação da ictiofauna

70 Ictiofauna do rio Umbelúzi

Arão da Cruz Zunguza

Post Hoc Tests

Local

Multiple Comparisons

Peso

LSD

(I) Local (J) Local

Mean

Difference (I-

J) Std. Error Sig.

95% Confidence Interval

Lower Bound Upper Bound

BPL Mahanhane 19.65* 8.684 .024 2.57 36.73

Mazambanine -78.98* 10.864 .000 -100.35 -57.62

Mahanhane BPL -19.65* 8.684 .024 -36.73 -2.57

Mazambanine -98.63* 10.535 .000 -119.35 -77.91

Mazambanine BPL 78.98* 10.864 .000 57.62 100.35

Mahanhane 98.63* 10.535 .000 77.91 119.35

Based on observed means.

The error term is Mean Square (Error) = 5606.031.

*. The mean difference is significant at the 0.05 level.