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Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar ICTIOFAUNA 38 BIODIVERSIDADE MARINHA DA BACIA POTIGUAR ICTIOFAUNA Código de Barra José Garcia Júnior Liana de Figueiredo Mendes Cláudio Luis Santos Sampaio Jorge Eduardo Lins CAPA.indd 1 CAPA.indd 1 28/1/2010 13:30:01 28/1/2010 13:30:01

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  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar

    ICTIOFAUNA

    38

    BIOD

    IVERSID

    ADE M

    ARIN

    HA D

    A BACIA POTIG

    UAR

    ICTIO

    FAU

    NA

    Cdigo de Barra

    Jos Garcia JniorLiana de Figueiredo MendesCludio Luis Santos SampaioJorge Eduardo Lins

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  • BIODIVERSIDADE MARINHA DA BACIA POTIGUAR

    ICTIOFAUNA

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  • CATALOGO DOL.indb 2CATALOGO DOL.indb 2 28/1/2010 13:35:2728/1/2010 13:35:27

  • SRIE LIVROS 38

    BIODIVERSIDADE MARINHA DA BACIA POTIGUAR

    ICTIOFAUNA

    Jos Garcia Jnior

    Laboratrio de Biologia Pesqueira, Departamento de Oceanografi a e Limnologia,

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    E-mail: [email protected]

    Liana de Figueiredo Mendes

    Laboratrio do Oceano, Departamento de Botnica, Ecologia e Zoologia,

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    E-mail: [email protected]

    Cludio Luis Santos Sampaio

    Museu de Zoologia, Instituto de Biologia

    Universidade Federal da Bahia

    E-mail: [email protected]

    Jorge Eduardo Lins

    Laboratrio de Biologia Pesqueira, Departamento de Oceanografi a e Limnologia,

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    E-mail: [email protected]

    Rio de Janeiro

    Museu Nacional

    2010

    CATALOGO DOL.indb 3CATALOGO DOL.indb 3 28/1/2010 13:35:2728/1/2010 13:35:27

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Reitor Alosio Teixeira

    Museu Nacional

    Diretor Srgio Alex K. Azevedo

    Editores Miguel Angel Monn Barrios, Ulisses Caramaschi

    Editores de rea Adriano Brilhante Kury, Alexander Wilhelm Armin Kellner, Andrea Ferreira da Costa, Ctia Antunes de Mello Patiu, Ciro Alexandre vila, Dbora de Oliveira Pires, Guilherme Ramos da Silva Muricy, Izabel Cristina Alves Dias, Joo Alves de Oliveira, Joo Wagner de Alencar Castro, Marcel Laura Monn Freire, Marcelo de Arajo Carvalho, Marcos Raposo, Maria Dulce Barcellos Gaspar de Oliveira, Marlia Lopes da Costa Fac Soares, Rita Scheel Ybert, Vnia Gonalves Loureno Esteves

    Conselho Editorial Andre Pierre Prous-Poirier (Universidade Federal de Minas Gerais), David G. Reid (the Natural History Museum Reino Unido), David John Nicholas Hind (Royal Botanic Gardens Reino Unido), Fabio Lang da Silveira (Universidade de So Paulo), Francois M. Catzefl is (Institut des Sciences de lEvolution Frana), Gustavo Gabriel Politis (Universidad Nacional del Centro Argentina), John G. Maisey (American Museum of Natural History EUA), Jorge Carlos Della Favera (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), J. Van Remsen (Louisiana State University EUA), Maria Antonieta da Conceio Rodrigues (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Maria Carlota Amaral Paixo Rosa (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Maria Helena Paiva Henriques (Universidade de Coimbra Portugal), Maria Marta Cigliano (Universidad Nacional La Plata Argentina), Miguel Trefaut Rodrigues (Universidade de So Paulo), Miriam Lemle (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Paulo A. D. DeBlasis (Universidade de So Paulo), Philippe Taquet (Museum National dHistorie Naturelle Frana), Rosana Moreira da Rocha (Universidade Federal do Paran), Suzanne K. Fish (University of Arizona EUA), W. Ronald Heyer (Smithsonian Institution EUA)

    Normalizao Vera de Figueiredo Barbosa e Suely Alves Ano Bom

    Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna.

    2010 Jos Garcia Jnior, Liana de Figueiredo Mendes, Cludio Luis Santos Sampaio, Jorge Eduardo Lins.

    Projeto Grfi co Johann Jean Evangelista de Melo/Bizu Produo Grfi ca

    Diagramao Johann Jean Evangelista de Melo/Bizu Produo Grfi ca

    Arte Final Jos Antonio Bezerra Jnior/Bizu Produo Grfi ca

    Foto da Capa Naufrgio Comandante Pessoa/Bacia Potiguar-RN.Foto Ary Amarante

    Texto e ilustraes Jos Garcia Jnior, Liana de Figueiredo Mendes, Cludio Luis Santos Sampaio, Jorge Eduardo Lins

    Reviso Bertran Miranda Feitoza, Alfredo Carvalho Filho

    Fotografi as da quarta capa Cludio Luis Santos Sampaio

    Impresso Imos Grfi ca e Editora RJ

    Ficha catalogrfi ca

    Nome do Projeto Caracterizao e Monitoramento Ambiental da Bacia Potiguar

    Universidade Federal do Rio Grande do NorteReitor Jos Ivonildo do RgoPr-Reitora de Pesquisa Maria Bernardete Cordeiro de SousaDiretora do Centro de Biocincias Maria de Ftima F. de Melo XimenesChefe do Departamento de Oceanografi a e Limnologia Francisco Seixas das Neves

    Fundao Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e CulturaSuperintendente Jos Luis da Silva Jnior

    PETROBRAS/CENPES

    Gerente Executivo

    Carlos Tadeu da Costa Fraga

    Gerente Geral de Gs, Energia e Desenvolvimento Sustentvel (PDEDS)

    Ricardo Castello Branco

    Equipe Tcnica

    Mrcia de Frana Rocha Coordenao Geral

    Ana Paula da Costa Falco

    Guarani de Hollanda Cavalcanti

    Brbara Prates Carpeggiani

    PETROBRAS Petrleo Brasileiro S.A/CENPES Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello

    Av Horcio de Macedo , 950 Cidade Universitria Ilha do Fundo

    CEP: 21941-915 Rio de Janeiro RJ

    Telefone para contato: (21) 3865-4802

    Universidades Participantes: UFC, UFRN, UFPE, UFRPE, UFF, PUC-Rio, UERJ, UFPR, UFRJ

    CoordenaoPaulo Jorge Parreira dos Santos UFPE

    Vice-CoordenaoJorge Eduardo Lins UFRNSigrid Neumann Leito UFPE

    B615 Biodiversidade marinha da Bacia Potiguar : ictiofauna/ Jos Garcia Jnior ... [et al.]. Rio de Janeiro : Museu Nacional, 2010.195 p. : il. ; 27,7 cm. (Srie Livros ; 38)

    Bibliografi a: p. 187-191.ISBN 978-85-7427-034-0

    1. Peixes Potiguar, Bacia (RN e CE). 2. Biodi-versidade marinha Potiguar, Bacia (RN e CE).I. Garcia Jnior, Jos. II. Museu Nacional (Brasil).III. Srie.

    CDD 597.09813

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  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 5

    Sumrio

    Prefcio 7

    Introduo 9

    rea de estudo 11

    Metodologia 13

    Lista de espcies coletadas 17

    Catlogo de identifi cao das espcies coletadas 23

    Anexos 179

    Glossrio 183

    Referncias bibliogrfi cas 187

    ndice de nomes cientfi cos e populares 193

    Autores e Revisores 195

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  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 7

    Do ponto de vista taxonmico, os peixes do Atlntico Ocidental, incluindo os da costa brasileira, podem ser considerados bem conhecidos, graas contribuio de muitos sistematas, especialmente nos ltimos 60 anos.Entretanto, a traduo dos trabalhos especializados de reviso taxonmica em manuais e guias

    para identifi cao segura e rpida de espcies que alcanar no s o estudioso de reas correlatas, como

    a biologia pesqueira e a ecologia, mas tambm os demais interessados nos peixes.

    No Brasil, foi apenas na ltima dcada que peixes coletados em levantamentos efetuados em

    ambientes ou reas restritos, visando principalmente o estudo de aspectos biolgicos, acabaram por

    servir tambm como matria-prima para guias de identifi cao, como o caso da presente obra.

    Nesta, a ilustrao com fotografi as coloridas e o diagnstico morfolgico sucinto garantem a

    identifi cao dos peixes, principal objetivo do guia. Para cada espcie so fornecidos tambm dados

    gerais de biologia e de distribuio ambiental e geogrfi ca, alm de um mapa de ocorrncia na rea

    estudada. Tais informaes apoiam-se em extensa e moderna literatura, a qual possibilita ao interessado

    aprofundar-se no conhecimento da diversidade dos peixes de nossa costa.

    um trabalho til e bem feito. Os autores esto de parabns!

    Jos Lima de Figueiredo

    Museu de Zoologia

    Universidade de So Paulo

    Prefcio

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  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 9

    Introduo

    O presente catlogo de peixes marinhos surgiu como um dos resultados do projeto Caracterizao e Monitoramento Ambiental da Bacia Potiguar realizado pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Amrico Miguez de Mello (CENPES) da PETROBRAS, e foi elaborado pelo Laboratrio de Biologia Pesqueira (LABIPE) do Departamento de Oceanografi a e Limnologia da

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

    Atualmente ainda so escassas informaes sobre a riqueza e a distribuio das espcies de

    peixes que ocorrem na extensa costa do litoral brasileiro. Existem poucas fontes sistematizadas que

    disponibilizem tais dados, sob a forma de registro da ocorrncia, preferncia espacial, caractersticas

    diagnsticas e biolgicas. Mais raros ainda so trabalhos que, alm das informaes destacadas acima,

    adicionam imagens dos peixes, como fotografi as ou mesmo ilustraes, que muitas vezes esclarecem

    possveis e eventuais confuses encontradas em textos.

    Alm disso, considera-se que este tipo de publicao seja crucial para o desenvolvimento de polticas

    de manejo e conservao de espcies, uma vez que se tem acesso distribuio destas, ressaltando sua

    importncia em localidades mais particularizadas, hbitos de vida, etc. O presente catlogo vem adicionar,

    no apenas ao meio acadmico, mas tambm aqueles que se interessam pelo tema, diversas informaes

    sobre as espcies de peixes marinhos que ocorrem na Bacia Potiguar, somando conhecimentos sobre o

    que j se conhece da ictiofauna desta regio.

    Os peixes (gua doce, marinhos e estuarinos), com uma diversidade estimada em mais de 30.000

    espcies em todo o planeta, no formam um grupo natural, pois no possuem um nico ancestral comum.

    Entretanto, so reconhecidos como vertebrados aquticos com presena de brnquias, nadadeiras e,

    geralmente, com escamas drmicas no tegumento, defi nio um tanto superfi cial para um grupo de

    animais to importantes em termos ecolgicos e tambm como fonte de subsistncia de inmeras

    populaes humanas. Os peixes constituem o mais numeroso grupo de vertebrados viventes e nos mares

    nenhum outro tipo de animal supera seu domnio. Esta hegemonia observada nas muitas maneiras em

    que se adaptaram a gua, 800 vezes mais densa que o ar. Eles podem permanecer imveis, ajustando

    sua fl utuabilidade atravs do controle dos gases na vescula gasosa, projetam-se para frente ou para trs,

    em diferentes ngulos, utilizando as nadadeiras para realizar tais manobras; em termos de percepo

    do ambiente so altamente especializados, exibindo um excelente sentido olfatrio e visual, alm de

    um rgo particular conhecido como linha lateral, muito sensvel, que percebe as mais sutis vibraes

    na gua. Enfi m, os peixes evoluram um plano bsico de corpo associado a estratgias fi siolgicas e

    comportamentais que permitiram seu grande sucesso adaptativo.

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  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna10

    A diversidade destes animais e de hbitats onde vivem oferecem situaes, sem paralelos, para

    variaes de histria de vida, onde o meio aqutico proporciona desafi os e tambm oportunidades. Estes

    se diferenciaram em uma enorme variedade de tamanhos, formas, cores, e particularmente, em relao

    aos peixes recifais, historicamente se conhecem muitos perodos de isolamento, como por exemplo no

    caso do Atlntico tropical que esteve isolado do Pacfi co tropical por milhes de anos, e estes processos

    levaram ao aparecimento de novas espcies. Esta alta diversidade exibida entre as comunidades de

    peixes tropicais representa um refl exo das relaes interespecfi cas complexas, em comparao com

    comunidades de zonas temperadas. Nos ambientes marinhos, a profundidade e temperatura da gua

    so fatores de grande relevncia para distribuio da ictiofauna, devendo tambm ser considerados os

    sistemas de correntes, salinidade, oxigenao e disponibilidade de alimento que interferem na estruturao

    da comunidade como um todo.

    As informaes, conceitos e design deste catlogo de peixes marinhos da Bacia Potiguar RN

    representam o considervel esforo de vrias pessoas, atuando em diversos campos de trabalho,

    que se disponibilizaram a elaborar e confeccionar esta obra. Encontram-se aqui informaes sobre

    diagnose, hbitat, comportamento e distribuio dos peixes marinhos encontrados na Bacia Potiguar,

    acompanhadas de fotografi as coloridas de 153 espcies de peixes marinhos, sendo sete de peixes

    cartilaginosos (Chondrichthyes) e 146 de peixes sseos (Osteichthyes).

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  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 11

    rea de estudo

    A rea de estudo est localizada na regio da plataforma continental ao norte do estado do Rio Grande

    do Norte, compreendida entre os municpios de Areia Branca e Galinhos e tendo como limite setentrional

    a regio ao norte das Urcas do Minhoto e do Tubaro (Figura 1). Esta rea pertence Bacia Potiguar, na

    poro norte dos estados do Rio Grande do Norte e Cear, abrangendo uma extenso total de 48.000

    km2 onde 21.500 km2 so emersas e distribudas entre as cidades de Natal e Fortaleza, e 26.500 km2 so

    submersas (Costa et al., 2006). Tal plataforma continental relativamente ampla (aproximadamente 20 a

    30 km de largura) e de baixa profundidade (em geral inferior a 30m), alcanando o talude entre 40 e 100m

    (Chaves et al., 1979; Knoppers et al., 1999).

    Figura 1 Localizao da rea de estudo na Bacia Potiguar. Coordenadas em UTM (datum WGS 84).

    As correntes costeiras na regio so formadas em resposta ao combinada entre a orientao

    preferencial leste-oeste da linha de costa e ao fl uxo de ondas provenientes de nordeste-leste, acarretando

    uma importante corrente de deriva litornea na direo oeste (IDEMA, 2003). A temperatura superfi cial da

    gua do mar estvel e varia de 30C durante o vero e o outono, a 28C do fi nal do inverno ao comeo

    do vero (Leo & Dominguez, 2000).

    A regio estudada inclui dois esturios, de Porto do Mangue-Macau e de Guamar-Galinhos,

    ambos com vrios braos de rios e vegetao de manguezal. Tais esturios no tm vazo sufi ciente

    para exportar nutrientes e matria orgnica para os ambientes pelgicos e bentnicos da plataforma

    continental e, alm disso, na costa predominam dunas e praias arenosas o que contribui para que a regio

    da Bacia Potiguar seja considerada uma das reas mais oligotrfi cas e de menor infl uncia estuarina de

    todo o litoral brasileiro. O sedimento nos esturios lamoso com fortes correntes de mar.

    Na zona costeira encontram-se plancies praiais com longos recifes consolidados de rochas

    sedimentares. Na plataforma continental o sedimento varia desde arenoso a cascalho ou mesmo

    sendo composto por um mosaico de recifes de arenito chamados de cabeos, urcas ou riscas, de

    acordo com sua forma.

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  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 13

    Metodologia

    Figura 4 Barco de pesquisa Prof. Martins Filho.Figura 3 Navio rebocador Astro Garoupa.

    Os peixes foram coletados durante quatro campanhas amostrais (BPOT 1, 2, 3 e 4) entre 2002 e

    2004, totalizando 163 arrastos ao longo da rea que se estende em frente aos municpios de Areia Branca

    at Galinhos. A primeira campanha amostral foi realizada em julho de 2002 e contou com 19 arrastos, a

    segunda em maio de 2003, com 43 arrastos, a terceira em novembro de 2003, tambm com 43 arrastos

    e por fi m, a quarta nos meses de maio e junho de 2004, com 58 arrastos (Figura 2).

    Figura 2 Malha amostral das campanhas de coleta de peixes na Bacia Potiguar.Campanha = BPOT e Arrasto = A. Coordenadas em UTM (datum WGS 84).

    Inicialmente foi realizada uma prospeco piloto nas reas mais costeiras, entre as profundidades

    de 4 a 16 metros, utilizando um barco camaroeiro. Para as campanhas seguintes utilizou-se o navio

    rebocador (N/Rb.) Astro Garoupa com 66 metros de comprimento e 5 metros de calado (Figura 3)

    nas reas com profundidades entre 10 e 160 metros e o barco de pesquisa (B.Pq.) Prof. Martins Filho

    com 16 metros de comprimento e 1,5 metros de calado (Figura 4) nas reas com profundidades

    entre 3 e 10 metros.

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  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna14

    Os arrastos de fundo foram realizados com redes-de-porta a uma velocidade constante e durante 30

    minutos (Figura 5). As redes possuram comprimento total variando de 12 a 18 metros, e comprimento

    da boca de 6 a 14 metros. A malha do corpo das redes variou de 2 a 5 centmetros e a malha do saco, de

    2 a 3 centmetros (Figura 6).

    Figura 6 Esquema ilustrativo da rede de arrasto com portas.

    comprimento da rede

    comprim

    ento da boca

    corpo da rede

    saco da rede

    Figura 5 Esquema ilustrativo da coleta atravs de arrastos de fundo com rede-de-portas.

    portas rede de arrasto

    Ao trmino de cada arrasto foi realizada uma

    triagem preliminar dos peixes coletados, estes

    foram inicialmente armazenados nos freezers

    (N/Rb. Astro Garoupa) ou nas urnas (B.Pq.

    Prof. Martins Filho) das embarcaes. Aps o

    desembarque todo o material foi levado para o

    Laboratrio de Biologia Pesqueira (LABIPE) do

    Departamento de Oceanografi a e Limnologia da

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte. No

    laboratrio o material foi descongelado e todos

    os exemplares foram identifi cados at o menor

    nvel taxonmico possvel. Aps a identifi cao

    foi realizada a biometria efetuando a medio do

    comprimento padro (da ponta do focinho at a

    regio da ltima vrtebra no pednculo caudal) e a

    pesagem em balanas de preciso (Figura 7). Figura 7 Identifi cao e biometria do material no LABIPE.

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  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 15

    comprimento total

    comprimento padro

    1

    2

    3

    45

    6

    7 8

    9 10

    11 12

    13

    14

    15

    16

    17

    No esquema abaixo constam os comprimentos e termos tcnicos utilizados na apresentao da

    diagnose das espcies.

    1 - Focinho

    2 - Narinas

    3 - Olho

    4 - Pr-oprculo

    5 - Oprculo

    6 - Linha lateral

    7 - Primeira nadadeira dorsal, ou parte dura da nadadeira dorsal

    8 - Espinho

    9 - Segunda nadadeira dorsal, ou parte mole da nadadeira dorsal

    10 - Raio

    11 - Pednculo caudal

    12 - Nadadeira caudal

    13 - Nadadeira anal

    14 - Nadadeira plvica

    15 - Nadadeira peitoral

    16 - Maxila superior

    17 - Maxila inferior

    Os exemplares que possuam bom estado de conservao foram fotografados e fi xados em formoldedo

    a 10%, com objetivo de elaborar uma coleo tipo das espcies. Os restantes foram armazenados em

    bombonas plsticas com formoldedo a 10% ou em freezers visando estudos biolgicos.

    As famlias das espcies coletadas so apresentadas em ordem sistemtica, de acordo com Nelson

    (2006). Os gneros e as espcies esto ordenados alfabeticamente. Para cada espcie apresentado

    o nome popular conhecido na Bacia Potiguar/RN, a fotografi a de um ou mais exemplares, a diagnose

    morfolgica simplifi cada, alm de informaes sobre o hbitat, comportamento e distribuio geogrfi ca.

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  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna16

    A maioria das fotografi as refere-se a exemplares coletados durante as campanhas de arrasto de

    fundo, porm, no caso de exemplares deteriorados ou com dimorfi smo etrio, as mesmas foram obtidas

    de exemplares coletados na regio atravs de estudos da pesca artesanal ou pela equipe do LABIPE.

    O item literatura inclui chaves utilizadas para identifi cao das espcies, trabalhos que contm a

    descrio especfi ca e informaes biolgicas, ecolgicas, comportamentais e de distribuio geogrfi ca.

    Os arrastos nos quais a espcie foi coletada esto representados no mapa por pontos pretos.

    Todas as fotografi as apresentadas nas pginas das espcies so de crdito do LABIPE, exceto a de

    Apogon quadrisquamatus, Callionymus bairdi, Carangoides bartholomaei (adulto), Decapterus punctatus,

    Etropus crossotus, Lagocephalus laevigatus (adulto), Pseudupeneus maculatus (jovem), Serranus

    baldwini, Sphoeroides tyleri e Stephanolepis setifer que so de autoria de Alfredo Carvalho Filho, e a de

    Phaeoptyx pigmentaria, Fistularia tabacaria e Cryptotomus roseus que so de autoria de Bertran Miranda

    Feitoza. A fotografi a da capa do catlogo de autoria de Ary Amarante e as da quarta capa so autoria de

    Cludio Luis Santos Sampaio.

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  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 17

    Lista de espcies coletadasClasse Chondrichthyes

    Ordem Carcharhiniformes

    Famlia CarcharhinidaeRhizoprionodon porosus (Poey, 1861)

    Torpediniformes

    NarcinidaeNarcine bancroftii (Griffi th & Smith, 1834)Narcine sp.

    Rajiformes

    RhinobatidaeRhinobatos percellens (Walbaum, 1792)

    Myliobatiformes

    DasyatidaeDasyatis guttata (Bloch & Schneider, 1801)Dasyatis marianae Gomes, Rosa & Gadig, 2000

    GymnuridaeGymnura micrura (Bloch & Schneider, 1801)

    Classe ActnopterygiiOrdem Albuliformes

    Famlia AlbulidaeAlbula vulpes (Linnaeus, 1758)

    Anguiliformes

    MuraenidaeChannomuraena vittata (Richardson, 1845)Gymnothorax moringa (Cuvier, 1829)Gymnothorax vicinus (Castelnau, 1855)

    Clupeiformes

    PristigasteridaeChirocentrodon bleekerianus (Poey, 1867)Pellona harroweri (Fowler, 1917)

    EngraulidaeLycengraulis grossidens (Agassiz, 1829)

    ClupeidaeOpisthonema oglinum (Lesueur, 1818)

    Siluriformes

    AriidaeAspistor luniscutis (Valenciennes, 1840)Bagre bagre (Linnaeus, 1766)Bagre marinus (Mitchill, 1815)

    Aulopiformes

    SynodontidaeSynodus foetens (Linnaeus, 1766)Synodus intermedius (Spix & Agassiz, 1829)Trachinocephalus myops (Forster, 1801)

    CATALOGO DOL.indb 17CATALOGO DOL.indb 17 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna18

    Ophidiiformes

    OphidiidaeLepophidium cf. brevibarbe (Cuvier, 1829)Ophidion cf. holbrookii Putnam, 1874

    Batrachoidiformes

    BatrachoididaePorichthys plectrodon Jordan & Gilbert, 1882Thalassophryne nattereri Steindachner, 1876

    Lophiiformes

    AntennariidaeAntennarius multiocellatus (Valenciennes, 1837)Antennarius striatus (Shaw, 1794)

    OgcocephalidaeOgcocephalus vespertilio (Linnaeus, 1758)

    Beloniformes

    ExocoetidaeCheilopogon cyanopterus (Valenciennes, 1847)Cheilopogon melanurus (Valenciennes, 1847)

    Beryciformes

    HolocentridaeHolocentrus ascensionis (Osbeck, 1765)Myripristis jacobus Cuvier, 1829

    Gasterosteiformes

    SyngnathidaeHippocampus aff. erectus Perry, 1810Hippocampus reidi Ginsburg, 1933Micrognathus sp.

    FistulariidaeFistularia tabacaria Linnaeus, 1758

    Scorpaeniformes

    DactylopteridaeDactylopterus volitans (Linnaeus, 1758)

    ScorpaenidaeScorpaena brasiliensis Cuvier, 1829Scorpaena isthmensis Meek & Hildebrand, 1928Scorpaena plumieri Bloch, 1789

    TriglidaePrionotus punctatus (Bloch, 1793)

    Perciformes

    CentropomidaeCentropomus undecimalis (Bloch, 1792)

    SerranidaeAlphestes afer (Bloch, 1793)Cephalopholis fulva (Linnaeus, 1758)Diplectrum formosum (Linnaeus, 1766)Paralabrax dewegeri (Metzelaar, 1919)Serranus annularis (Gnther, 1880)Serranus baldwini (Evermann & Marsh, 1899)Serranus fl aviventris (Cuvier, 1829)

    CATALOGO DOL.indb 18CATALOGO DOL.indb 18 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 19

    PriacanthidaeHeteropriacanthus cruentatus (Lacepde, 1801)Pristigenys alta (Gill, 1862)

    ApogonidaeApogon quadrisquamatus Longley, 1934Phaeoptyx pigmentaria (Poey, 1860)

    EcheneidaeEcheneis naucrates Linnaeus, 1758

    CarangidaeCarangoides bartholomaei (Cuvier, 1833)Caranx latus Agassiz, 1831Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766)Decapterus punctatus (Cuvier, 1829)Selar crumenophthalmus (Bloch, 1793)Selene brownii (Cuvier, 1816)Selene vomer (Linnaeus, 1758)

    LutjanidaeLutjanus alexandrei Moura & Lindeman, 2007Lutjanus analis (Cuvier, 1828)Lutjanus jocu (Bloch & Schneider, 1801)Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758)Ocyurus chrysurus (Bloch, 1791)Rhomboplites aurorubens (Cuvier, 1829)

    GerreidaeDiapterus auratus Ranzani, 1842Diapterus rhombeus (Cuvier, 1829)Eucinostomus argenteus Baird & Girard, 1855Eucinostomus gula (Quoy & Gaimard, 1824)Eucinostomus melanopterus (Bleeker, 1863)

    HaemulidaeAnisotremus virginicus (Linnaeus, 1758)Conodon nobilis (Linnaeus, 1758)Genyatremus luteus (Bloch, 1790)Haemulon aurolineatum Cuvier, 1830Haemulon parra (Desmarest, 1823)Haemulon plumieri (Lacepde, 1801)Haemulon squamipinna Rocha & Rosa, 1999Haemulon steindachneri (Jordan & Gilbert, 1882)Orthopristis ruber (Cuvier, 1830)Pomadasys corvinaeformis (Steindachner, 1868)

    SparidaeArchosargus probatocephalus (Walbaum, 1792)Archosargus rhomboidalis (Linnaeus, 1758)Calamus calamus (Valenciennes, 1830)Calamus penna (Valenciennes, 1830)Calamus pennatula Guichenot, 1868

    PolynemidaePolydactylus virginicus (Linnaeus, 1758)

    SciaenidaeCynoscion acoupa (Lacepde, 1801)Cynoscion leiarchus (Cuvier, 1830)Larimus breviceps Cuvier, 1830Macrodon ancylodon (Bloch & Schneider, 1801)

    CATALOGO DOL.indb 19CATALOGO DOL.indb 19 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna20

    Menticirrhus americanus (Linnaeus, 1758)Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823)Odontoscion dentex (Cuvier, 1830)Paralonchurus brasiliensis (Steindachner, 1875)Pareques acuminatus (Bloch & Schneider, 1801)Stellifer stellifer (Bloch, 1790)

    MullidaePseudupeneus maculatus (Bloch, 1793)

    ChaetodontidaeChaetodon ocellatus Bloch, 1787Chaetodon striatus Linnaeus, 1758

    PomacanthidaeHolacanthus ciliaris (Linnaeus, 1758)Holacanthus tricolor (Bloch, 1795)Pomacanthus paru (Bloch, 1787)

    PomacentridaeChromis multilineata (Guichenot, 1853)Stegastes fuscus (Cuvier, 1830)

    LabridaeHalichoeres poeyi (Steindachner, 1867)Xyrichthys novacula (Linnaeus, 1758)

    ScaridaeCryptotomus roseus Cope, 1871Nicholsina usta (Valenciennes, 1840)Sparisoma frondosum (Agassiz, 1831)Sparisoma radians (Valenciennes, 1840)

    LabrisomidaeLabrisomus nuchipinnis (Quoy & Gaimard, 1824)

    CallionymidaeCallionymus bairdi Jordan, 1888

    GobiidaeCtenogobius saepepallens (Gilbert & Randall, 1968)

    EphippidaeChaetodipterus faber (Broussonet, 1782)

    AcanthuridaeAcanthurus bahianus Castelnau, 1855Acanthurus chirurgus (Bloch, 1787)

    SphyraenidaeSphyraena guachancho Cuvier, 1829

    ScombridaeScomberomorus brasiliensis Collette, Russo & Zavala-Camin, 1978

    Pleuronectiformes

    ParalichthyidaeCitharichthys macrops Dresel, 1885Cyclopsetta fi mbriata (Goode & Bean, 1885)Etropus crossotus Jordan & Gilbert, 1882Paralichthys brasiliensis (Ranzani, 1842)Syacium micrurum Ranzani, 1842Syacium papillosum (Linnaeus, 1758)

    CATALOGO DOL.indb 20CATALOGO DOL.indb 20 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 21

    BothidaeBothus lunatus (Linnaeus, 1758)Bothus ocellatus (Agassiz, 1831)Bothus robinsi Topp & Holf, 1972

    AchiridaeAchirus lineatus (Linnaeus, 1758)Trinectes paulistanus (Miranda-Ribeiro, 1915)

    CynoglossidaeSymphurus diomedianus (Goode & Bean, 1885)Symphurus plagusia (Bloch & Schneider, 1801)

    Tetraodontiformes

    BalistidaeBalistes vetula Linnaeus, 1758

    MonacanthidaeAluterus heudelotii Hollard, 1855Aluterus monoceros (Linnaeus, 1758)Aluterus schoepfi i (Walbaum, 1792)Aluterus scriptus (Osbeck, 1765)Monacanthus ciliatus (Mitchill, 1818)Stephanolepis hispidus (Linnaeus, 1766)Stephanolepis setifer (Bennett, 1831)

    OstraciidaeAcanthostracion polygonius Poey, 1876Acanthostracion quadricornis (Linnaeus, 1758)Lactophrys trigonus Linnaeus, 1758

    TetraodontidaeCanthigaster fi gueiredoi Moura & Castro, 2002Lagocephalus laevigatus (Linnaeus, 1766)Sphoeroides dorsalis Longley, 1934Sphoeroides greeleyi Gilbert, 1900Sphoeroides spengleri (Bloch, 1785)Sphoeroides testudineus (Linnaeus, 1758)Sphoeroides tyleri Shipp, 1972

    DiodontidaeChilomycterus spinosus (Linnaeus, 1758)Diodon holocanthus Linnaeus, 1758

    CATALOGO DOL.indb 21CATALOGO DOL.indb 21 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • CATALOGO DOL.indb 22CATALOGO DOL.indb 22 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • Catlogo de identifi cao das espcies coletadas

    CATALOGO DOL.indb 23CATALOGO DOL.indb 23 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • CATALOGO DOL.indb 24CATALOGO DOL.indb 24 28/1/2010 13:35:2828/1/2010 13:35:28

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 25

    Nome Popular: Cao frango

    Hbitat e ComportamentoRelativamente comuns, costeiros, desde esturios, baas,

    recifes rochosos e praias, na borda da plataforma continental at 500 metros de profundidade. Associados ao fundo, comem camares, moluscos e peixes pequenos, formam cardumes pouco numerosos; no vero so mais comuns em guas rasas migrando para o fundo no inverno. Vivparos, a gestao dura de 10 a 11 meses e os fi lhotes, de 2 a 6, nascem da primavera ao comeo do vero com 27 a 39 cm (CT). Atingem a maturidade sexual por volta dos 3,5 anos de idade e vivem cerca de 10 anos.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, das Bahamas e Caribe, incluindo a

    costa da Amrica Central, ao Uruguai.

    Material Coletado1 exemplar neonato; com comprimento padro de 28 cm.

    CARCHARHINIDAE

    Corpo alongado com o focinho longo; sulcos labiais muito desenvolvidos no canto de ambas as maxilas; segunda dorsal com origem frente do centro da anal; peitoral alcana o centro da base da primeira dorsal, quando comprimida no corpo; dentes lisos, sem serrilhas, alargados e voltados para

    trs. Cor marrom a marrom acinzentada, e margens poste-riores das nadadeiras peitorais brancas; pequenas manchas plidas irregulares, menores que o dimetro do olho; branco ventralmente; dorsais e caudal com margens enegrecidas. Atingem 110 cm (CT) e 4,5 kg (PT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Rhizoprionodon porosus (Poey, 1861)

    LiteraturaGarman, 1913; Castro, 1983; Compagno, 1984; Compagno, 1988; Compagno In: Carpenter, 2002; Compagno et al., 2005.

    9 cm

    Adulto

    9 cm

    Neonato

    CATALOGO DOL.indb 25CATALOGO DOL.indb 25 28/1/2010 13:35:2928/1/2010 13:35:29

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna26

    Nome Popular: Treme treme

    Hbitat e ComportamentoRelativamente comuns em guas rasas, raramente alm

    dos 60 metros de profundidade, sobre fundos de areia, cascalho, corais ou rochas, menos freqente sobre lodo. Costumam enterrar-se ao menos parcialmente no substrato, apenas os olhos de fora. Seus hbitos so basicamente noturnos, quando caam poliquetas, moluscos e crustceos bentnicos, alm de peixes. Capturam suas presas atravs de um choque com intensidade de 14 a 37 volts. So vivparas, nascendo de 4 a 15 fi lhotes de cada vez, no vero e em guas rasas, com cerca de 11 cm (CT). Durante o inverno migram para guas mais fundas.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, da Carolina do Norte (EUA) pelo Golfo

    do Mxico e Cuba, ao norte da Bahia.

    Material Coletado20 exemplares; com comprimento padro variando de 9

    a 52 cm.

    NARCINIDAE

    Disco quase circular; focinho arredondado, com compri-mento entre 10 e 16 % do comprimento total; boca estreita; margem posterior da cauda quase reta; bordas dos espirculos marginadas por uma srie nica de papilas; rgos eltricos bem desenvolvidos e em forma de rim, um de cada lado do disco, facilmente vistos na regio inferior. Cor muito varivel,

    desde cinza ao marrom uniforme, mas geralmente com muitas manchas de diversos tamanhos, escuras e irregulares; ventre plido, branco ou mesmo amarelado, por vezes com algumas manchas escuras esparsas. Por muitos anos foi confundida com Narcine brasiliensis. Atinge 70 cm (CT) e 5 kg (PT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Narcine bancrofti (Griffi th & Smith, 1834)

    LiteraturaMcEachran & Carvalho In: Carpenter, 2002.

    Neonato

    3 cm

    CATALOGO DOL.indb 26CATALOGO DOL.indb 26 28/1/2010 13:35:2928/1/2010 13:35:29

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 27

    Nome Popular: Treme treme

    Hbitat e ComportamentoDe guas costeiras, entre 15 e 50 metros de profundidade,

    aparentemente nos mesmos hbitats e com os mesmos hbitos que Narcine bancrofti.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do Suriname a Paraba. Anteri-

    ormente registrada do Suriname ao Maranho, este o primeiro registro da espcie para o nordeste do Brasil.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 39 cm.

    NARCINIDAE

    Muito parecida com Narcine bancrofti, porm com o dorso e nadadeiras com muitas manchas marrons irregulares e arredondadas, menores que o dimetro ocular, diversas das quais em forma de anis incompletos plidos; incio das

    nadadeiras plvicas no encobertas pela poro posterior das nadadeiras peitorais. Atinge 62 cm (CT). Por muitos anos foi confundida com Narcine brasiliensis. Espcie em processo de descrio.

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Narcine sp.

    LiteraturaMcEachran & Carvalho In: Carpenter, 2002.

    Adulto

    9 cm

    CATALOGO DOL.indb 27CATALOGO DOL.indb 27 28/1/2010 13:35:2928/1/2010 13:35:29

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna28

    Nome Popular: Cao viola

    Hbitat e ComportamentoComuns em guas costeiras, at 110 metros de profun-

    didade, em fundos de areia, lodo ou cascalho, sendo tambm observados junto a recifes e costes rochosos. Freqentemente enterram-se parcialmente no sedimento. Alimentam-se de crus-tceos, moluscos e pequenos peixes associados a substratos inconsolidados. So mais ativos noite, quando vrios indivduos so encontrados em reas restritas; ovovivparos, os jovens nascem no vero.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do Panam e Jamaica ao norte da

    Argentina.

    Material Coletado52 exemplares; com comprimento padro variando

    de 8 a 60,5 cm.

    RHINOBATIDAE

    Focinho largo e alongado; disco lanceolado; caudal sem lobo inferior defi nido; 2 cristas drmicas na margem posterior do espirculo; distncia da ponta do focinho margem anterior da boca menor que trs vezes a largura da boca. cor do dorso oliva, bege, marrom ou avermelhado, com pequenas manchas plidas, algumas destas, maiores, arranjadas simetricamente

    no dorso; ventre branco amarelado; focinho translcido, contrastando com a rea mediana mais escura; jovens com a ponta inferior do focinho negra e diversas manchas arredondadas escuras. Atinge 110 cm (CT) e 12 kg (PT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Rhinobatos percellens (Walbaum, 1792)

    LiteraturaMcEachran & Carvalho In: Carpenter, 2002.

    3 cm6 cm

    Adulto

    Neonato

    CATALOGO DOL.indb 28CATALOGO DOL.indb 28 28/1/2010 13:35:3028/1/2010 13:35:30

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 29

    Nome Popular: Raia pontuda

    Hbitat e ComportamentoRelativamente comuns, de guas costeiras at cerca de 50

    metros de profundidade; geralmente observadas sobre fundos de areia, lama ou cascalho, eventualmente prximas a recifes e costes rochosos, geralmente semi-enterradas no substrato. Alimentam-se de crustceos, moluscos, equinodermos, poli-quetas e peixes, que capturam no sedimento utilizando o focinho pontiagudo. Migram para guas mais fundas no inverno e mais rasas no vero, quando se reproduzem; ovovivparas, as fmeas do luz 2 a 4 fi lhotes por vez, com cerca de 16 cm (LD); em regies mais quentes reproduzem-se por todo ano. As raias deste gnero defendem-se com um ferro, afi ado, farpado e recoberto por muco txico. uma das presas favoritas de tubares martelo (Sphyrna spp.) e do mero (Epinephelus itajara), que sempre trazem no cu da boca vrios ferres.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do Mxico e Cuba a So Paulo.

    Material Coletado32 exemplares; com largura de disco variando de 16 a 52,5 cm.

    DASYATIDAE

    Disco com regio anterior e margens laterais angulares; focinho evidente e alongado projetando-se moderadamente a frente do disco; cauda muito longa e estreita, de 2,3 a 3 vezes maior que o disco. Uma larga faixa retangular de pequenos tubrculos no dorso desde a regio inter-orbital base da cauda; uma srie de tubrculos e espinhos maiores, originam-se aps a cabea e prolonga-se at a insero do espinho

    serrilhado da cauda. Prega cutnea evidente apenas na parte inferior da cauda, uma crista rgida na parte superior. Cor bege a marrom, eventualmente oliva, com ou sem manchas negras; ventre branco a amarelado; cristas e prega drmica da cauda negras. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 200 cm de largura do disco (LD).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Dasyatis guttata (Bloch & Schneider, 1801)

    LiteraturaGomes et al., 2000; Silva et al., 2001; McEachran & Carvalho In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005.

    6 cm

    Jovem

    CATALOGO DOL.indb 29CATALOGO DOL.indb 29 28/1/2010 13:35:3128/1/2010 13:35:31

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna30

    Similar Dasyatis guttata, porm difere principalmente pelos olhos muito grandes, com dimetro horizontal do olho quase do mesmo tamanho que o espirculo e o espao inter-orbital, tambmpela colorao do dorso marrom esverdeada, com manchas marrons arredondadas e simtricas. Margens do disco e das plvicas com uma linha azul clara; uma rea dourada em

    forma de meia-lua, sob os olhos; ventre branco com grupos de manchas negras diagnsticas, quase simtricas; poro fi liforme da cauda de cor violeta; margem ventral do disco escurecida nos adultos. Jovens semelhantes aos adultos, embora as manchas negras ventrais sejam plidas e sem a margem ventral do disco escura. Atinge 50 cm (LD).

    9 cm

    6 cm

    Adulto

    Neonato

    Nome Popular: Raia verde

    Hbitat e ComportamentoRelativamente comuns nos ambientes recifais e, eventual-

    mente em bancos de algas adjacentes aos recifes, at cerca de 50 metros de profundidade. Jovens so tambm encontrados em esturios e praias arenosas. Hbitos e comportamento desconhecidos, provavelmente semelhantes Dasyatis guttata.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, endmica do nordeste do Brasil, do

    Parcel Manuel Luiz (MA) ao Banco dos Abrolhos (BA).

    Material Coletado69 exemplares; com largura de disco variando de 7,5 a

    50 cm.

    DASYATIDAE

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Dasyatis marianae Gomes, Rosa & Gadig, 2000

    LiteraturaGomes et al., 2000; Silva et al., 2001; McEachran & Carvalho In:Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005.

    CATALOGO DOL.indb 30CATALOGO DOL.indb 30 28/1/2010 13:35:3128/1/2010 13:35:31

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 31

    Nome Popular: Raia manteiga

    GYMNURIDAE

    Diagnose

    Gymnura micrura (Bloch & Schneider, 1801)

    Hbitat e ComportamentoDe guas costeiras, entre 2 e 100 metros de profun-

    didade, sobre fundos de areia, banco de algas, cascalho e em reas de recifes e esturios. Alimentam-se de invertebrados, especialmente de crustceos e moluscos, alm de peixes. J foram observados cardumes na superfcie de guas oce-nicas, o que sugere que realizam migraes. So mais comuns na costa no vero, quando nascem os fi lhotes, com cerca de 16 cm (LD). Possuem grande capacidade de alterar a cor em funo do substrato. Preferem guas quentes e alcanam os extremos da sua distribuio apenas no vero.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico, no Ocidental da Nova Inglaterra (EUA) a Santa

    Catarina.

    Material Coletado14 exemplares; com largura de disco variando de 9

    (feto da fi gura acima, abortado durante a coleta) a 62 cm.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    LiteraturaMcEachran & Carvalho In: Carpenter, 2002.

    Disco muito mais largo do que longo; cauda muito curta e sem espinho; no tem nadadeiras dorsal ou caudal; sem tentculo no espirculo por trs do olho. Cor variando do marrom ao cinza com tons de verde ou prpura, reas

    mais escuras, linhas ou manchas plidas; cauda alternando faixas escuras e claras; ventre mais plido nos adultos. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 137 cm (LD) e 35 kg (PT).

    3 cm

    Neonato

    Adulto

    9 cm

    CATALOGO DOL.indb 31CATALOGO DOL.indb 31 28/1/2010 13:35:3228/1/2010 13:35:32

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna32

    ALBULIDAE

    Nome Popular: Ubarana focinho de rato

    Hbitat e ComportamentoRelativamente comuns, em guas rasas at 84 metros

    de profundidade, sobre fundos de areia, cascalho ou lodo e tambm em reas adjacentes a ambientes recifais. So ariscos e podem formar grandes cardumes, embora exemplares maiores sejam solitrios. Alimentam-se de crustceos e moluscos, eventualmente de pequenos peixes; as presas associadas ao sedimento so muitas vezes desenterradas por jatos de gua lanados pela boca. A reproduo geralmente ocorre no vero. As larvas leptoceflicas so transparentes e em forma de fi ta, metamorfoseando-se em rplicas dos adultos quando atingem cerca de 23 mm (CT).

    Distribuio Geogrfi caA espcie aqui defi nida como Albula vulpes tem atual-

    mente sua ocorrncia restrita ao Atlntico Ocidental, da Nova Inglaterra (EUA) a Santa Catarina. As populaes restritas as ilhas ocenicas do Atol das Rocas e Fernando de Noronha so provavelmente distintas, necessitando de estudos para solucionar o problema taxonmico.

    Material Coletado19 exemplares; com comprimento padro variando de

    6,5 a 18 cm.

    Nadadeira dorsal com 15 a 20 raios (geralmente 17 a 19); anal com 8 ou 9 raios e 65 a 77 sries laterais de escamas. Corpo rolio, focinho cnico e boca pequena, de posio ventral. Nadadeira dorsal sem fi lamento no ltimo raio. Cor geral prateada, dorso mais escuro, por vezes com

    faixas escuras verticais indistintas; os jovens tm uma dupla srie de manchas negras no dorso e, com a idade, estas se transformam em linhas escuras verticais que chegam at a linha lateral, desaparecendo mais tarde. Atinge 100 cm (CT) e 10 kg (PT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    LiteraturaRandall, 1996; McEachram & Fechhelm, 1998; Carvalho-Filho, 1999; Smith In: Carpenter, 2002.

    3 cm

    Adulto

    Albula vulpes (Linnaeus, 1758)

    CATALOGO DOL.indb 32CATALOGO DOL.indb 32 28/1/2010 13:35:3328/1/2010 13:35:33

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 33

    Nome Popular: Moria jaguara

    Hbitat e ComportamentoRaras, ocorrem em regies recifais desde a costa at em

    ilhas ocenicas, inclusive no Arquiplago So Pedro e So Paulo; at cerca de 100 metros de profundidade, freqentemente em fundos de gorgnias e cascalho. Alimentam-se principalmente de peixes. So capazes de expandir a cabea como uma cobra naja ou fi ngir-se de morta, quando ameaadas. O presente registro, alm de ser do menor exemplar examinado no Brasil o terceiro espcime coletado no pas.

    Distribuio Geogrfi caCircuntropical; no Atlntico Ocidental das Bermudas e

    Bahamas, pelo Caribe ao nordeste do Brasil e Esprito Santo, incluindo as ilhas ocenicas brasileiras.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 21 cm.

    MURAENIDAE

    Mais robusta que as demais morias do gnero Gymno-thorax, possui a cauda mais grossa e curta; nadadeiras confi nadas parte posterior da cauda; olhos pequenos e prximos ponta do focinho; narina posterior em um curto tubo; maxilar inferior maior que o superior. Cor marrom escuro ou mesmo plido uniforme, com 13 a 16 faixas largas e verticais escuras muitas vezes unidas semelhantes a anis,

    eventualmente marginadas de claro. Por vezes a cor pode ser avermelhada e as faixas marrons ou marrom acinzentada com barras oliva escuro. Jovens com cor bege plido com as faixas marrom chocolate. Atinge 150 cm (CT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Channomuraena vittata (Richardson, 1845)

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Bohlke & Smith In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005.

    3 cm

    Jovem

    CATALOGO DOL.indb 33CATALOGO DOL.indb 33 28/1/2010 13:35:3428/1/2010 13:35:34

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna34

    Nome Popular: Moria pintada

    MURAENIDAE

    Corpo alongado, muscular, robusto e moderadamente comprimido; nadadeira dorsal com origem no alto da cabea, entre o canto da boca e a abertura branquial; olho localizado sobre o meio do maxilar; narina posterior um poro acima da margem anterior do olho; dentes lisos, alguns caniniformes; dentes no vmer em uma nica srie. Cor amarela no dorso e branca no ventre, com muitas manchas irregulares escuras,

    geralmente confl uentes e com aspecto marmorizado; margens da dorsal e anal brancas em quase todo o comprimento; parte inferior da cabea com menos manchas e maxilar inferior nos adultos com trs manchas brancas circulares, sem a pigmentao caracterstica; jovens com cor escura mais uniforme por todo o corpo e maxilar inferior branco. Atinge 120 cm (CT) e 5 kg (PT).

    Diagnose

    Gymnothorax moringa (Cuvier, 1829)

    Hbitat e ComportamentoAbundantes, em fundos de coral, rochas e em reas

    arenosas com cobertura de vegetal, at cerca de 90 metros de profundidade, eventualmente atingindo 200 m. Muito ativas durante o dia, podendo ser observadas procurando comida e as vezes sendo acompanhadas por outros predadores com que chegam a disputar as o alimento. Outras vezes fi cam imveis e totalmente expostas no fundo, quando peixes dos quais normalmente se alimentam assumem atitude provocativa e as expulsam da rea. Alimentam-se de peixes e moluscos. Para respirar as morias abrem e fecham a boca, bombeando a gua para as brnquias, dando a impresso de querer morder. Na reproduo migram em massa para guas afastadas; as larvas, perto da costa, se transformam em jovens menores que a forma larval.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, de Massachusetts (EUA) e Bermudas

    at Santa Catarina, incluindo as ilhas ocenicas brasileiras.

    Material Coletado6 exemplares; com comprimento padro variando de 5

    a 66 cm.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Bohlke & Smith In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005.

    9 cm

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 34CATALOGO DOL.indb 34 28/1/2010 13:35:3428/1/2010 13:35:34

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 35

    Nome Popular: Moria marrom

    Hbitat e ComportamentoAbundantes, em fundos de coral, rochas e em reas

    arenosas com cobertura de algas, at cerca de 90 metros de profundidade, eventualmente chegando aos 375 m. Hbitos e comportamentos provavelmente semelhantes Gymnothorax moringa.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico tropical; no Ocidental, desde a Carolina do Norte

    (EUA) e Bermudas a Santa Catarina.

    Material Coletado24 exemplares; com comprimento padro variando de

    10 a 87 cm.

    MURAENIDAE

    Similar Gymnothorax moringa, se diferencia principalmente pela cor, geralmente com numerosas manchas marrons sobre fundo claro, amarelado a branco; tais manchas, nem sempre so isoladas, mas confl uentes, eventualmente so poucas e esparsas; margem da dorsal e anal brancas, mas

    com uma faixa sub-marginal negra; focinho e maxilar inferior, beges; interior da boca de cor cinza a prpura; mancha escura, caracterstica, no canto da boca; ris amarela; jovens escuros, com maxilar inferior plido. Atinge 120 cm (CT) e 3,5 kg (PT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Gymnothorax vicinus (Castelnau, 1855)

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Bohlke & Smith In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005; Olavo et al. In: Costa et all., 2007.

    3 cm

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 35CATALOGO DOL.indb 35 28/1/2010 13:35:3528/1/2010 13:35:35

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna36

    Nome Popular: Sardinha dentua

    Hbitat e ComportamentoOcorrem regies costeiras, no tendo sido observada

    alm dos 60 metros de profundidade; ocorrem tambm em esturios e lagoas salobras. Aparentemente no formam grandes cardumes. Comuns em algumas regies e raras em outras. Alimentam-se principalmente de larvas de peixes e, em menor escala, de crustceos pelgicos ou bentnicos. Reproduzem-se em mar aberto com ovos e larvas pelgicos.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do Caribe e Costa Rica a Santa

    Catarina.

    Material Coletado6 exemplares; com comprimento padro variando de

    2 a 8 cm.

    PRISTIGASTERIDAE

    Nadadeira dorsal com 14 ou 15 raios, anal com 38 a 45 raios; 25 a 28 escudos ventrais; 14 a 17 rastros inferiores. Corpo alongado, pouco comprimido; boca terminal com fortes dentes cnicos nos maxilares; longos e fortes caninos ante-riores, a nica espcie da famlia Clupeidae do Atlntico Ocidental com tal dentio; anal com incio sob a origem

    da dorsal. Cor geral rosa amarelada translcida, rgos envolvidos por peritnio prateado; uma faixa prateada, nem sempre distinta, nos fl ancos e no perfi l dorsal e ventral; h pontuaes negras, principalmente na base da dorsal e da anal. Atinge 15 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Munroe In: Carpenter, 2002; Ditty et al. In: Richards, 2006.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Chirocentrodon bleekerianus (Poey, 1867)

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 36CATALOGO DOL.indb 36 28/1/2010 13:35:3728/1/2010 13:35:37

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 37

    PRISTIGASTERIDAE

    Nome Popular: Sardinha manteiga

    Hbitat e ComportamentoComuns e costeiras, habitam fundos arenosos,

    com cascalho ou lodo, entre 1 a 50 metros de profundidade. Aproximam-se da praia noite, em busca de proteo e possivelmente tambm de alimento; penetram em esturios e em lagoas salobras, aparentemente no toleram salinidade muito baixa. Formam cardumes eventualmente muito numerosos. Alimentam-se de zooplncton.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do Panam ao sul do Brasil.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 14 cm.

    Nadadeira dorsal com 15 a 17 raios, anal com 36 a 43 raios; 22 a 26 escudos ventrais; 23 a 25 rastros no ramo inferior do primeiro arco. Corpo relativamente alto e comprimido; olho grande; nadadeira anal longa, com inicio sob a metade posterior da dorsal; plvica sob a dorsal e

    sem escama axilar; hipomaxila dentada presente; perfi l ventral bastante curvo; as escamas soltam-se do corpo com facilidade. Cor prateada, dorso ligeiramente mais escuro, ventre eventualmente amarelado, bem como as nadadeiras dorsal, anal e caudal. Atinge 20 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Munroe In: Carpenter, 2002; Ditty et al. In: Richards, 2006.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    3 cm

    Adulto

    Pellona harroweri (Fowler, 1917)

    CATALOGO DOL.indb 37CATALOGO DOL.indb 37 28/1/2010 13:35:3728/1/2010 13:35:37

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna38

    Nome Popular: Arenque

    Hbitat e ComportamentoComuns em guas costeiras, desde mangues e esturios

    a praias e baas em guas com at 40 metros de profundidade. Formam cardumes e alimentam-se basicamente de zooplncton; constituem a base de alimentao para muitos peixes maiores, golfi nhos e aves marinhas; abundantes em algumas regies. A reproduo ocorre da primavera ao vero, os ovos e larvas so pelgicos, estas transformam-se em jovens com cerca de 40 mm (CT).

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, Venezuela ao norte da Argentina.

    Material Coletado104 exemplares; com comprimento padro variando

    de 5 a 19 cm.

    ENGRAULIDAE

    Nadadeira dorsal com 13 a 15 raios, anal com 21 a 26 raios. Corpo alongado moderadamente comprimido; cabea curta; anal com origem sobre a metade anterior da dorsal; dentes grandes no maxilar inferior, distintos e espaados, caractersticos. As escamas soltam-se com facilidade e as peitorais mal alcanam a base das plvicas. Cor prateada com dorso cinza azulado;

    nadadeiras amareladas especialmente a caudal com borda externa; podem ocorrer reas amarelas no dorso, cabea e fl ancos; jovens com faixa prateada, que com a idade atinge a maior parte dos fl ancos. Atinge 30 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaWhitehead et al., 1988; Carvalho-Filho, 1999; Nizinski & Munroe In: Carpenter, 2002; Farooqi et al. In: Richards, 2006.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    3 cm

    Adulto

    Lycengraulis grossidens (Agassiz, 1829)

    CATALOGO DOL.indb 38CATALOGO DOL.indb 38 28/1/2010 13:35:3728/1/2010 13:35:37

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 39

    Nome Popular: Sardinha bandeira

    Hbitat e ComportamentoComuns e pelgicas, de guas costeiras e hbitos migra-

    trios, ocorrem da superfcie a cerca de 60 metros de pro-fundidade. So freqentemente observada ao redor de ilhas e prximos a costes rochosos, em grandes cardumes, eventualmente em pequenos cardumes a at mesmo solitrios. Preferem temperaturas entre 17 e 29 C. Alimentam-se de pequenos peixes e crustceos, os jovens de zooplncton. A reproduo ocorre da primavera ao outono, os ovos e larvas so pelgicos e a transformao destas em jovens ocorrem por volta dos 30 mm (CT). Vivem cerca de 3,5 anos.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do Maine (EUA) a Santa Catarina.

    Material Coletado527 exemplares; com comprimento padro variando

    de 3 a 24 cm.

    CLUPEIDAE

    Nadadeira dorsal com 19 a 22 raios (geralmente 20); anal com 22 a 25 raios (geralmente 23); 32 a 35 escudos ventrais (geralmente 34). Corpo fusiforme, moderadamente comprimido e alto. O ltimo raio da dorsal longo e fi lamentoso, sendo a nica espcie da famlia com tal caracterstica em guas brasileiras. Cor prateada, dorso escuro variando do azul ao verde

    ou mesmo quase preto; pequena mancha escura arredondada aps o oprculo, na altura da rbita; algumas estrias horizontais escuras no dorso, ao longo do corpo. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 38 cm (CT) e 0,5 kg (PT).

    Diagnose

    LiteraturaWhitehead, 1985; Carvalho-Filho, 1999; Munroe & Nizinski In: Carpenter, 2002; Ditty et al. In: Richards, 2006; Carvalho-Filho In: Carvalho-Filho (in prep).

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    3 cm

    Adulto

    Opisthonema oglinum (Lesueur, 1818)

    CATALOGO DOL.indb 39CATALOGO DOL.indb 39 28/1/2010 13:35:3828/1/2010 13:35:38

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna40

    ARIIDAEAspistor luniscutis (Valenciennes, 1840)

    Nome Popular: Bagre amarelo

    Corpo alongado; dois pares de barbilhes no maxilar inferior; barbilho do maxilar superior cilndrico; nadadeira adiposa longa, base similar a da base da nadadeira anal; placa ssea dorsal grande e quadrada; dentes do vmer e do palatino pequenos, granulares e compactos, em placas unidas que cobrem quase todo o teto da boca, nos jovens os dentes do vmer so separados por linha mediana em duas

    placas por sua vez, so isoladas das do palatino; placas do palatino muito alongadas para trs, prximas, com espao estreito entre as mesmas. Cor marrom no dorso e plida no ventre, com pequenos pontos marrons na regio inferior dos fl ancos; em vida possui cor amarelo dourado, rapidamente perdida depois de morto; nadadeiras escuras. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 120 cm (CT).

    Diagnose

    Hbitat e ComportamentoComuns especialmente nas guas costeiras e turvas de

    esturios, lagoas salobras e baas, geralmente, at cerca de 20 metros de profundidade, sobre fundo de areia, cascalho ou lodo, raramente observados em rios costeiros. Alimentam-se basicamente de crustceos decpodes. A reproduo ocorre do fi nal da primavera ao incio do vero; os ovos, de 14 a 38, so incubados na boca do macho.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do sul das Guianas a So Paulo.

    Material Coletado5 exemplares; com comprimento padro variando de

    9 a 12,5 cm.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    LiteraturaFigueiredo & Menezes, 1978; Marceniuk, 2003; Marceniuk & Ferraris In: Reis et al., 2003; Schmidt, 2004.

    6 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 40CATALOGO DOL.indb 40 28/1/2010 13:35:3828/1/2010 13:35:38

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 41

    Nome Popular: Bagre fi ta

    Hbitat e ComportamentoComuns, costeiros e de guas rasas de esturios,

    lagoas salobras, praias, baas, geralmente at 50 metros de profundidade, sobre fundos de areia, cascalho ou lodo; raramente so observados em rios costeiros. Alimentao e reproduo provavelmente semelhantes Aspistor luniscutis.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, da Colmbia ao sul do Brasil

    Material Coletado4 exemplares; com comprimento padro variando de

    8,5 a 9 cm.

    ARIIDAE

    Semelhante Aspistor luniscutis, porm, com nadadeira anal maior, variando de 29 a 37 raios, pelos barbilhes superioresmais longos e pelos espinhos das nadadeiras dorsal e peitoral que so, tambm, mais longos, ultrapassando o incio da nadadeira anal. Corpo alongado, sem escamas, cabea larga e deprimida, parte superior do corpo comprimida; focinho largo e arredondado em vista dorsal; linha lateral evidente;

    espinhos das nadadeiras peitorais e dorsal serrilhados e com um longo fi lamento achatado. Cor variando do cinza ao azulado no dorso, ventre branco; nadadeira anal geralmente com uma mancha escura em sua poro anterior. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 55 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaFigueiredo & Menezes, 1978; Marceniuk, 2003; Marceniuk & Ferraris In: Reis et al., 2003; Schmidt, 2004.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    3 cm

    Jovem

    Bagre bagre (Linnaeus, 1766)

    CATALOGO DOL.indb 41CATALOGO DOL.indb 41 28/1/2010 13:35:3928/1/2010 13:35:39

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna42

    ARIIDAE

    Nome Popular: Bagre bandeira

    Hbitat e ComportamentoComuns em fundos de areia ou lodo, especialmente em

    lagoas salobras, esturios, canais, mangues, praias e baas. So peixes bentnicos e costeiros que raramente ultrapassam os 50 metros de profundidade. Tm hbitos noturnos e cre-pusculares. Alimentam-se de invertebrados bentnicos, preferencialmente de crustceos decapdes, detritos orgnicos e peixes. Observados solitrios ou em pequenos cardumes. Os barbilhes tm importante papel tctil na busca por alimentos. A reproduo aparentemente ocorre durante os meses quentes, quando cardumes so formados na boca de rios e em lagoas salobras; os grandes ovos so guardados na boca do macho, assim como os jovens durante certo perodo. So mais comuns que Bagre bagre.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, de Massachusetts (EUA) ao sul do

    Brasil.

    Material Coletado69 exemplares; com comprimento padro variando

    de 6 a 30 cm.

    Muito semelhante Bagre bagre, porm, com nadadeira dorsal com 1 espinho e 7 raios e anal relativamente curta, variando de 22 a 28 raios. O par de barbilhes mais longos no atinge a nadadeira anal. Cor, escura no dorso, variando do preto, azul ou marrom, clareando aos poucos nos fl ancos at

    o ventre, geralmente branco, as nadadeiras so plidas com algumas manchas esparsas e com as extremidades escuras. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 100 (CT) e 6,1 kg (PT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    LiteraturaFigueiredo & Menezes, 1978; Carvalho-Filho, 1999; Acero In: Carpenter, 2002; Marceniuk, 2003.

    6 cm

    Adulto

    Bagre marinus (Mitchill, 1815)

    CATALOGO DOL.indb 42CATALOGO DOL.indb 42 28/1/2010 13:35:4028/1/2010 13:35:40

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 43

    Nome Popular: Peixe lagarto

    Hbitat e ComportamentoComuns e costeiros, freqentam fundos de areia, cascalho

    ou lodo, onde caam fi cando parcialmente enterrados e camufl ados no fundo; possuem grande capacidade de alterar seu padro de cor conforme o substrato. Vivem entre 1 a 200 metros de profundidade, entretanto, so mais freqentes at cerca de 20 m. So predadores vorazes de pequenos peixes e eventualmente invertebrados; noite em postura de caa, sobre pequenos montes de areia, espreita de pequenos peixes. A reproduo ocorre da primavera ao vero, os ovos e larvas so pelgicos e estas se transformam em jovens ao atingirem cerca de 25 mm (CT).

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, de Massachusetts (EUA) ao sul do

    Brasil.

    Material Coletado72 exemplares; com comprimento padro variando de

    4 a 30 cm.

    SYNODONTIDAE

    Nadadeira dorsal com 9 a 12 raios (geralmente 10 ou 11); anal com 11 a 13 raios; 56 a 65 escamas na linha lateral; 4 a 6 sries de escamas entre a linha lateral e a base da dorsal; 20 a 30 escamas pr-dorsais. Cabea deprimida e grande, o focinho triangular e pontudo em vista dorsal. Base da nadadeira anal, maior ou igual a base da dorsal. Cor cinza olivceo, marrom ou bege, dependendo do substrato, a regio ventral plida,

    branca ou amarelada. Geralmente com cerca de oito manchas negras pouco distintas e em forma de losango ao longo dos fl ancos. Larvas e jovens com cinco manchas negras redondas, dispostas no ventre entre a cabea e a base da nadadeira anal. Atinge 50 cm (CT) e 0,9 kg (PT).

    Diagnose

    LiteraturaAnderson et al., 1966; Carvalho-Filho, 1999; Humann & Deloach, 2002; Russell In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005; Ditty et al. In: Richards, 2006; Carvalho-Filho et al. In: Carvalho-Filho (in prep).

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    6 cm

    Adulto

    Synodus foetens (Linnaeus, 1766)

    CATALOGO DOL.indb 43CATALOGO DOL.indb 43 28/1/2010 13:35:4028/1/2010 13:35:40

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna44

    Nome Popular: Peixe lagarto

    Hbitat e ComportamentoComuns, em fundos de algas, bolses de areia ou cas-

    calho prximos de costes rochosos e recifes ocorrem; de 1 a 320 metros de profundidade. Diurnos, espreitam presas permanecendo camufl ados no fundo ou fi cando parcialmente enterrados. Alimentam-se geralmente de pequenos peixes. Vorazes, podem consumir cerca de 12 % de seu peso corporal em um dia. Mudam de local periodicamente, voltando a fi car imveis no fundo. Efi cientes em sua camufl agem permitem a aproximao e, quando afugentados mudam-se rapidamente para um local prximo. A reproduo acontece durante a primavera de forma semsemelhante a Synodus foetens.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, da Carolina do Norte (EUA) a Santa

    Catarina.

    Material Coletado24 exemplares; com comprimento padro variando de

    5 a 31,5 cm.

    SYNODONTIDAE

    Nadadeira dorsal com 11 a 13 raios; anal com 10 a 12 raios; 43 a 52 escamas na linha lateral; 3 sries de escamas entre a linha lateral e a base da dorsal. Cabea deprimida e grande; focinho curto, com maxilar inferior arredondado anteriormente, sem projeo carnosa; espao inter-orbital bastante cncavo; plvicas grandes com raios internos maiores que os externos; a ponta dos raios anteriores da dorsal no ultrapassa a ponta dos raios posteriores. Cor

    cinza a marrom, com tons variveis, mas geralmente com linhas amarelas horizontais sobre fundo verde; cerca de oito manchas mais escuras em forma de losango, nos fl ancos; uma mancha negra evidente atrs da cabea, na poro coberta pelo oprculo; ventre claro; nadadeiras peitorais, dorsal e caudal com faixas alternadas plidas e escuras. Atinge 50 cm (CT) e 1 kg (PT).

    Diagnose

    LiteraturaAnderson et al., 1966; Carvalho-Filho, 1999; Humann & Deloach, 2002; Russell In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005; Ditty et al. In: Richards, 2006; Carvalho-Filho et al. In: Carvalho-Filho (in prep).

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Synodus intermedius (Spix & Agassiz, 1829)

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 44CATALOGO DOL.indb 44 28/1/2010 13:35:4128/1/2010 13:35:41

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 45

    SYNODONTIDAE

    Nome Popular: Peixe lagarto

    Hbitat e ComportamentoComuns em vrios tipos de fundo, de areia a recifes,

    rochas e cascalho, entre 1 a 400 metros de profundidade. Muito vorazes, alimentam-se de peixes relativamente grandes. Caam semi-enterrados, camufl ados com fundos no consolidados, geralmente sobre montculos de sedimento apenas com parte da cabea exposta. A reproduo ocorre da primavera ao vero, os ovos e larvas so pelgicos e estas se transformam em jovens com cerca de 25 mm (CT). Vivem aproximadamente 7 anos.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico, no Ocidental de Masssachussets (EUA) ao sul

    do Brasil; no Oriental da Mauritnia a Nambia, incluindo as ilhas de Cabo Verde, Asceno e Santa Helena.

    Material Coletado197 exemplares; com comprimento padro variando

    de 4,5 a 35 cm.

    Nadadeira dorsal com 11 a 12 raios; anal com 14 a 16 raios; 54 a 58 escamas na linha lateral; 14 a 16 raios na nadadeira anal. Cabea deprimida e grande com focinho curto e bastante arredondado; espao interorbital cncavo; boca bastante inclinada com maxilar inferior projetando-se frente do superior; origem da nadadeira anal aproximadamente na metade da distncia entre a base da caudal e a base das peitorais (mais prxima da caudal em

    Synodus). Cor amarelada a bege, ventre branco a amarelo; numerosas estrias longitudinais, alternadas, de cor azul esverdeada a amarela no dorso. Cinco manchas escuras no dorso, que atingem a linha lateral. Mancha negra na parte superior do oprculo. Jovens com a primeira mancha aps a cabea, situada em posio mais alta que as demais. Atinge 50 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaAnderson et al., 1966; Carvalho-Filho, 1999; Humann & Deloach, 2002; Russell In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005; Ditty et al. In: Richards, 2006; Carvalho-Filho et al. In: Carvalho-Filho (in prep).

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Trachinocephalus myops (Forster, 1801)

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 45CATALOGO DOL.indb 45 28/1/2010 13:35:4128/1/2010 13:35:41

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna46

    Nome Popular: sem nome popular

    Hbitat e ComportamentoEmbora considerada comum ao longo de sua rea de

    distribuio geogrfi ca, seus hbitos so pouco conhecidos. So encontrados em fundos, de areia, cascalho ou algas, entre 6 e 90 metros de profundidade.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, do nordeste da Flrida (EUA) e norte

    do Golfo do Mxico ao nordeste do Brasil.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 8 cm.

    Nadadeira dorsal com 128 a 136 raios, anal com 128 a 136 raios; espinho rostral longo e recurvado, alcanando a ponta do focinho, sem componente basal vertical; sem dentes basibranquiais medianos; cabea extensivamente coberta por linhas imbricadas de escamas ciclides, exceto no focinho, lbios e membrana branquiostegal; olhos grandes, corpo

    comprimido lateralmente, afi lando-se na forma de punhal; corpo cinza escuro ou cinza amarronzado sem manchas; regio ventral clara, nadadeiras dorsal e anal plidas com margens escuras; nadadeiras plvicas escuras na metade anterior e plidas na posterior. Atinge 28 cm (CT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Lepophidium cf. brevibarbe (Cuvier, 1829)

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Nielsen et al., 1999; Froese & Pauly, 2006

    OPHIDIIDAE

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 46CATALOGO DOL.indb 46 28/1/2010 13:35:4228/1/2010 13:35:42

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 47

    Nome Popular: sem nome popular

    Hbitat e ComportamentoComuns, ocorrendo desde guas rasas em baias at cerca

    de 75 metros de profundidade. Habita fundos de substrato no consolidado. Pouco se conhece sobre seus hbitos.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, da Carolina do Norte (EUA) e norte

    do Golfo do Mxico ao sudeste do Brasil.

    Material Coletado4 exemplares; com comprimento padro variando de

    6,5 a 21 cm.

    Cabea e corpo de cor uniforme, clara ou ligeiramente escurecida, exceto pelas margens enegrecidas das nadadeiras dorsal e anal; Atinge 30 cm (CT). Cabea sem escamas e sem espinhos no focinho, oprculo ou pr-oprculo; rastros

    branquiais no primeiro arco com dois rudimentos no ramo superior; perfi l dorsal quase reto (no arqueado) da ponta do focinho origem da dorsal; corpo notavelmente alto na origem da dorsal.

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Ophidion cf. holbrookii Putnam, 1874

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Nielsen et al., 1999; Froese & Pauly, 2006

    OPHIDIIDAE

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 47CATALOGO DOL.indb 47 28/1/2010 13:35:4228/1/2010 13:35:42

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna48

    Nome Popular: Mangang

    Hbitat e ComportamentoRaros e costeiros, vivem em fundos de areia ou lodo,

    entre 1 e 100 metros de profundidade, de esturios a borda da plataforma continental. Permanecem semi-enterrados e imveis, no aguardo de presas como moluscos gastrpodes e crustceos. A poca de reproduo varia do fi nal da primavera ao outono, quando se dirigem hbitats rochosos onde os ovos adesivos so depositados nas frestas das rochas ou sob lajes; o macho guarda ovos e os jovens, at que estes atinjam cerca de 12 mm (CT).

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, da Virgnia (EUA) ao nordeste do

    Brasil.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 5 cm.

    BATRACHOIDIDAE

    Nadadeira dorsal com 2 espinhos e 34 a 37 raios; anal com 33 ou 34 raios; peitoral com 18 a 19 raios; primeiro arco branquial com 13 a 16 rastros, inclundo rudimentos. Corpo robusto, deprimido, afi lando em direo cauda; cabea grande e larga; espinho opercular presente e inteiro como os da nadadeira dorsal, nenhum associado a glndulas de

    veneno; sem cirros na regio orbital; quatro linhas laterais, todas com fotforos; dentes em forma de caninos. Cor varivel, geralmente marrom escura ou bege com manchas escuras alternadas; ventre branco; uma faixa negra um pouco inclinada e curva, sob o olho. Jovens plidos com nadadeiras quase transparentes. Atinge 29 cm (CT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Porichthys plectrodon Jordan & Gilbert, 1882

    LiteraturaCervign, 1991; Menezes & Figueiredo, 1998; Carvalho-Filho, 1999; Collette In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005; Collette In: Richards, 2006.

    1 cm

    Jovem

    CATALOGO DOL.indb 48CATALOGO DOL.indb 48 28/1/2010 13:35:4228/1/2010 13:35:42

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 49

    Nome Popular: Anequim

    Hbitat e ComportamentoComuns e costeiros, vivem em fundos de areia ou

    lodo, entre 1 e 60 metros de profundidade, ocorrendo desde esturios e mangues a baas abertas. Permanecem com o corpo semi-enterrados e, imveis, no aguardo de presas tais como moluscos gastrpodes, crustceos e pequenos peixes. A poca de reproduo no est defi nida; os ovos so grandes e adesivos, sendo depositados pela fmea em superfcies rgidas (conchas, pedras e troncos de rvores) e guardados pelo macho, que se mantm prximo ao ninho. Ao serem pisados ou inadivertidamente manuseados podem injetar um veneno, atravs dos espinhos da nanadeira dorsal e do oprculo, causando forte dor local, infl amao, febre e mal estar intenso.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, da Virgnia (EUA) ao nordeste do

    Brasil.

    Material Coletado10 exemplares; com comprimento padro variando de

    3,5 a 17,5 cm.

    BATRACHOIDIDAE

    Nadadeira dorsal com 2 espinhos e 19 a 21 raios, geral-mente 20; anal com 18 a 20 raios (geralmente 19); peitoral com 15 a 16 raios. Corpo robusto e deprimido, afi lando em direo cauda; cabea grande e larga; espinho opercular presente, oco como os da nadadeira dorsal, todos associados a glndulas de veneno; regio orbital com 1 a 4 cirros junto margem do olho; uma nica linha lateral; no possuem fotforos e nem dentes em forma de caninos. Cor geral marrom, ventre branco; dorso com quatro faixas verticais mais escuras, a primeira sob

    os espinhos da dorsal, a segunda e a terceira, abaixo dos raios da mesma nadadeira e a ltima no pednculo caudal; manchas negras e redondas, na cabea e, menos intensas, no dorso e fl ancos; conforme a intensidade destas manchas, as faixas escuras nos fl ancos podem ser mais ou menos distintas; nadadeiras dorsal, anal, peitorais e caudal, escuras com margens claras. Jovens semelhantes aos adultos, todavia mais plidos, com muitas manchas pequenas e escuras desde a cabea at o dorso e sem faixas. Atinge 17 cm (CT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Thalassophryne nattereri Steindachner, 1876

    LiteraturaCervign, 1991; Menezes & Figueiredo, 1998; Carvalho-Filho, 1999; Collette In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005; Collette In: Richards, 2006.

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 49CATALOGO DOL.indb 49 28/1/2010 13:35:4328/1/2010 13:35:43

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna50

    ANTENNARIIDAE

    Nome Popular: Antenarius

    Hbitat e ComportamentoEncontrado em guas rasas de recifes, especialmente

    prximos a esponjas e corais, entre 1 e 66 metros de profundidade. De hbitos demersais e lentos, permanecem imveis a maior parte do tempo, a espreita de presas que atrai agitando o ilcio, em movimentos rpidos. O grande estmago elstico permite engolir peixes e crustceos maiores que seu prprio corpo. Mais comum que Antennarius striatus, todavia difi cilmente observado devido sua efi ciente camufl agem com esponjas e corais. Aparentemente a reproduo ocorre ao longo do ano, os ovos so depositados em uma massa gelatinosa e fl utuante em forma de fi ta e que eclodem em aproximadamente 72 horas.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental Tropical, das Bahamas, Bermudas

    e Florida (EUA) a So Paulo. Presente tambm no Atol das Rocas e em Fernando de Noronha.

    Material Coletado4 exemplares; com comprimento padro variando de

    4 a 12 cm.

    Nadadeira dorsal com 3 espinhos e 11 a 12 raios, anal com 6 ou 7 raios. Os trs espinhos da dorsal so bem separados; o primeiro, o ilcio, modifi cado, livre, longo, estreito e com apndice terminal drmico, denominado esca. O ilcio cerca de duas vezes maior que o segundo espinho. Corpo globoso com boca grande e voltada para cima; nadadeiras peitorais e ventrais modifi cadas, com base ampla e semelhante a membros; pele spera. Colorao

    varivel, do bege ao vermelho, verde, cinza ou negro, com manchas variadas, mas sempre com duas manchas redondas negras e oceladas, uma na base posterior da dorsal e a outra na anal; presena de trs a quatro manchas similares e menores na cauda; mancha pequena, branca e evidente acima e por trs da peitoral e outra, maior e irregular, ao fi nal da dorsal, mais evidentes em animais escuros. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 20 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaPietsch & Grobecker, 1987; Randall, 1996; McEachram & Fechhelm, 1998; Carvalho-Filho, 1999; Pietsch In: Carpenter, 2002; Jackson In: Richards, 2006.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Antennarius multiocellatus (Valenciennes, 1837)

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 50CATALOGO DOL.indb 50 28/1/2010 13:35:4328/1/2010 13:35:43

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 51

    Nome Popular: Antenarius

    Hbitat e ComportamentoSo demersais e vivem nos mais variados fundos, desde

    recifes, banco de algas, areia ou lodo, entre 0,5 e 220 metros de profundidade. Possuem os mesmos comportamentos e reproduo de Antennarius multiocellatus. Podem infl ar o corpo com gua ou ar quando perturbados, semelhantes aos baiacs. Embora comuns, so raramente observados, devido a efi ciente camufl agem com o substrato.

    Distribuio Geogrfi caCircuntropical, no Atlntico Ocidental de Nova Jersey

    (EUA) ao norte da Argentina.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 10 cm.

    ANTENNARIIDAE

    Semelhantes a Antennarius multiocellatus, porm com comprimento do ilcio de tamanho similar ao do segundo espinho dorsal e pela colorao; fi lamentos drmicos podem crescer na pele, aumentando sua capacidade de camuflagem com algas. O colorido de fundo diverso,

    sendo comuns tons de amarelo, laranja, marrom, cinza ou verde, sempre com estrias e manchas escuras por todo o corpo. H ainda um padro de colorido totalmente negro com a esca branca contrastante. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 25 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaPietsch & Grobecker, 1987; Randall, 1996; McEachram & Fechhelm, 1998; Carvalho-Filho, 1999; Pietsch In: Carpenter, 2002; Jackson In: Richards, 2006.

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    3 cm

    Antennarius striatus (Shaw, 1794)

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 51CATALOGO DOL.indb 51 28/1/2010 13:35:4428/1/2010 13:35:44

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna52

    Ogcocephalus vespertilio (Linnaeus, 1758) OGCOCEPHALIDAE

    Nome Popular: Peixe morcego

    Hbitat e ComportamentoComuns em fundos recifais, rochosos, arenosos

    e estuarinos, entre 1 e 150 metros de profundidade. Alimentam-se de crustceos, moluscos, poliquetas, equinodermos, algas e peixes. Durante o dia permanecem imveis em frestas, sob pedras ou entre razes de mangue ou algas. So mais ativos durante o crepsculo movendo-se com o auxlio das nadadeiras peitorais. Durante a caa revolve o fundo com o rostro ou expele jatos de gua com a boca, capturando as presas em movimentos mais rpidos. capaz de nadar rapidamente na coluna dgua. A reproduo ocorre da primavera ao vero, provavelmente no habitat em que vivem; os ovos so pelgicos.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Ocidental, da foz do Amazonas (Brasil) a foz

    do Rio da Prata (Uruguai e Argentina).

    Material Coletado15 exemplares; com comprimento padro variando

    de 6 a 25,5 cm.

    Nadadeira dorsal com 3 ou 5 raios; anal geralmente com 4 raios; nadadeira peitoral com membrana grossa e opaca, com 13 a 15 raios (geralmente 14) e com uma almofada drmica na parte inferior das extremidades dos mesmos. Corpo deprimido e sub-triangular quando visto de cima; dorso e ventre com tubrculos irregulares e pequenos escudos redondos; nadadeira peitoral separada da cauda; rostro muito longo e proeminente, de 17 a 29 % do comprimento padro; linha lateral geralmente com 9 escamas sub-operculares. Cor de fundo extremamente varivel, do amarelo claro ao marrom

    escuro, vrios tons de cinza, bege ou vermelho; algumas manchas escuras, grandes e irregulares no dorso, cabea e cauda; reas negras simtricas, intermeadas por linhas claras formando um rendilhado em vrias regies do corpo; ventre geralmente rosado ou plido; nadadeiras peitorais, plvicas e caudal com reticulado de linhas claras na poro anterior, nadadeiras claras, passando ao marrom avermelhado e com margens escuras. Jovens semelhantes aos adultos. Atinge 30 cm (CT).

    Diagnose

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    LiteraturaBradbury, 1980; Lopes & Miranda, 1995; Cavalcanti & Lopes, 1998; Carvalho-Filho, 1999; Gibran & Castro, 1999; Bradbury In: Carpenter, 2002; McEachran & Fechhelm, 2005; Jackson In: Richards, 2006.

    3 cm

    Jovem

    CATALOGO DOL.indb 52CATALOGO DOL.indb 52 28/1/2010 13:35:4428/1/2010 13:35:44

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 53

    Nome Popular: Voador holands

    Hbitat e ComportamentoComuns em guas costeiras e ocenicas, sempre

    na superfcie em profundidades at 20 metros. Abundantes, especialmente em guas mais afastadas da costa, todavia so eventualmente encontrados em guas costeiras. Alimentam-se de zooplncton. So atrado por luzes durante a noite. A reproduo e migrao sazonal ocorrem entre novembro e abril na regio do Arquiplago de So Pedro e So Paulo; os ovos so pelgicos e adesivos sendo depositados em qualquer objeto fl utuante; as larvas tambm so pelgicas e se transformam em jovens ao atingirem 8 a 10 mm (CT). So presas de muitas espcies de peixes ocenicos, golfi nhos e aves marinhas.

    Distribuio Geogrfi caIndo-Pacfi co e Atlntico; no Ocidental, de New Jersey

    (EUA) a So Paulo, incluindo as ilhas ocenicas brasileiras; no Oriental, da Guin ao Gabo.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 28 cm.

    EXOCOETIDAE

    Nadadeira dorsal moderadamente alta e com maior nmero de raios que a anal, de 12 a 14; anal curta, com 9 a 11 raios; plvica longa, contida de 3,3 a 3,8 vezes no comprimento padro e ultrapassando a base da anal; peitoral moderada, contida de 1,4 a 1,5 vezes no comprimento padro posterior da nadadeira anal e com apenas o raio mais externo no ramifi cado; maxilares de comprimento similar; focinho menor que o dimetro ocular. Jovens com

    dois barbilhes muito longos no queixo. Dorso azul escuro, plidos nos fl ancos e ventre; dorsal cinza com uma grande mancha negra central; anal transparente; caudal cinza escura a preta; peitoral azul escura, com a margem externa e raios inferiores claros; plvica plida. Jovens com a dorsal alta e negra e as demais nadadeiras parcialmente pigmentadas. Atinge 45 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaStaiger, 1965; Monteiro et al., 1998; McEachran & Fechhelm, 1998; Parin In: Carpenter, 2002; Cootten & Comyns In: Richards, 2006; Parin In: Froese & Pauly, 2006; Carvalho-Filho In: Carvalho-Filho (in prep).

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Cheilopogon cyanopterus (Valenciennes, 1847)

    9 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 53CATALOGO DOL.indb 53 28/1/2010 13:35:4428/1/2010 13:35:44

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna54

    Nome Popular: Voador preto

    Hbitat e ComportamentoComuns em guas costeiras e nerticas, raros no mar

    aberto, sempre na superfcie. Abundantes, especialmente na plataforma continental, mas raro em guas mais afastadas da costa. Alimentam-se de zooplncton. So atrado por luzes durante a noite. Reproduo e migrao pouco conhecidas, mas sabe-se que formam grandes cardumes e a desova, ovos e larvas semelhantes Cheilopogon cyanopterus. So presas de muitas espcies de peixes ocenicos, golfi nhos e aves marinhas.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico; no Ocidental, de Massachusetts (EUA) ao sul

    do Brasil; no Oriental do Senegal a Libria.

    Material Coletado1 exemplar; com comprimento padro de 25,5 cm.

    EXOCOETIDAE

    Nadadeira peitoral moderada, contida de 1,4 a 1,6 vezes no comprimento padro atingindo anal e com apenas o raio mais externo no ramifi cado; dorsal baixa e com maior numero de raios que a anal, de 11 a 14; anal curta, com 7 a 11 raios; plvica longa, contida de 2,5 a 3,3 vezes no comprimento padro e ultrapassando a origem da anal; insero da plvica mais prxima do oprculo que da origem da caudal; maxilar

    inferior ligeiramente maior que o superior; focinho menor que o dimetro ocular. Jovens com dois barbilhes muito curtos no queixo. Dorso escuro, plido nos flancos e ventre; dorsal e caudal cinzas; anal transparente; peitoral cinza, com uma faixa triangular plida e margem externa tambm plida; plvica plida. Jovens com vrias faixas escuras nos fl ancos e nadadeiras. Atinge 32 cm (CT).

    Diagnose

    LiteraturaStaiger, 1965; Monteiro et al., 1998; McEachran & Fechhelm, 1998; Parin In: Carpenter, 2002; Cootten & Comyns In: Richards, 2006; Parin In: Froese & Pauly, 2006; Carvalho-Filho In: Carvalho-Filho (in prep).

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Cheilopogon melanurus (Valenciennes, 1847)

    3 cm

    Adulto

    CATALOGO DOL.indb 54CATALOGO DOL.indb 54 28/1/2010 13:35:4528/1/2010 13:35:45

  • Ictiofauna Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar 55

    Nome Popular: Mariquita

    Hbitat e ComportamentoComuns em recifes e costes rochosos, at 274 metros

    de profundidade. Durante o dia permanecem em fendas ou sob lajes, com curtos deslocamentos; noite saem para caare alimentam-se basicamente de crustceos. Em certas pocas e regies formam cardumes numerosos na coluna dgua mantendo a certa distncia do recife, quando assumem colorao mais mosqueada. So territoriais e reagem a intrusos eriando as dorsais do corpo ou perseguindo o invasor e emitindo sons produzidos por msculos anexos bexiga natatria. O espinho do pr-oprculo pode causar dor local e infeces quando manuseado. Ovos e larvas so pelgicos.

    Distribuio Geogrfi caAtlntico Tropical, no Ocidental das Bermudas e da

    Virgnia (EUA) a Santa Catarina, incluindo as ilhas ocenicas brasileiras; no Atlntico Oriental, ocorre das ilhas Canrias e So Tom e Prncipe, Gabo e Angola; no Atlntico Central registrado nas ilhas de Ascenso e Santa Helena.

    Material Coletado90 exemplares; com comprimento padro variando

    de 5 a 25,5 cm.

    HOLOCENTRIDAE

    Nadadeira dorsal com 11 espinhos e 14 a 16 raios; anal com 4 espinhos e 10 raios; linha lateral com 45 a 51 escamas com poros (geralmente 47 a 49). ngulo do pr-oprculo agudo com um espinho afi ado, forte e mais longo que largo; maxilar superior alcana ou ultrapassa o centro do olho; lobo superior da nadadeira caudal notavelmente maior que o inferior; raios anteriores da nadadeira dorsal alongados; as larvas apresentam espinho rostral simples. Cor variando de rosa a vermelho com refl exos dourados, o dorso mais escuro e o ventre claro; faixas estreitas, prateadas e longitudinais ao longo do corpo, mais largas

    na parte inferior; topo da cabea, face e focinho vermelhos; parte superior do maxilares, superior e inferior, brancos; uma linha branca horizontal ao longo da face; espinhos da nadadeira dorsal amarelados, as membranas entre os mesmos verde amareladas, com margem distal vermelha; raios da dorsal rosados; nadadeira caudal rosada com os raios externos brancos; nadadeira anal rosada com a parte anterior branca. Freqentemente assumem cor mosqueada de branco e rosa. Jovens semelhantes aos adultos, todavia mais plidos e sem os raios das nadadeiras dorsal e caudal alongados. Atinge 61 cm (CT) e 1,2 kg (PT).

    Diagnose

    LiteraturaCarvalho-Filho, 1999; Greenfi eld In: Carpenter, 2002; Randall In: Froese & Pauly, 2006; Richards et al. In: Richards, 2006; Carvalho-Filho In: Carvalho-Filho (in prep).

    Ocorrncia na Bacia Potiguar - RN

    Holocentrus ascensionis (Osbeck, 1765)

    3 cm

    3 cm

    Adulto

    Jovem

    CATALOGO DOL.indb 55CATALOGO DOL.indb 55 28/1/2010 13:35:4528/1/2010 13:35:45

  • Biodiversidade Marinha da Bacia Potiguar Ictiofauna56

    Nome Popular: Mariquita bolo

    HOLOCENTRIDAE

    Nadadeira dorsal com 11 espinhos e 12 a 15 raios; anal co