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RELATÓRIO FINAL ESTUDO DE VIABILIDADE DO PARQUE ZOOLÓGICO DE SAPUCAIA DO SUL – CONSULTA PÚBLICA

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RELATÓRIO FINAL

ESTUDO DE VIABILIDADE DO

PARQUE ZOOLÓGICO DE SAPUCAIA

DO SUL – CONSULTA PÚBLICA

3 Pl ano s Engenh ar ia

Glossário

AGERGS Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul.

AGU Advocacia Geral da União.

BACEN Banco Central do Brasil.

Bid Bond Garantia de execução de proposta, garante ao Estado os custos decorrentes da não assinatura do contrato pelo vencedor da licitação.

CAGE Controladoria e Auditoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul.

CAPEX Do Inglês - Capital Expenditure, é o custo do Investimento.

CAPM Capital Asset Pricing Model – Custo do Capital Próprio.

CDI Certificado de Depósito Interbancário.

CETAS Centro de Triagem de Animais Silvestres.

CETIP Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos.

CF Constituição Federal Brasileira de 1.988.

CGPAGI Comitê Gestor do Programa de Aproveitamento e Gestão dos Imóveis.

4 Pl ano s Engenh ar ia

CGPCPPP Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas.

CLT Consolidação das Leis de Trabalho.

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente.

concessão

Ato pelo qual uma pessoa coletiva de direito público encarrega outra entidade, que costuma ser particular, de explorar certo serviço público de caráter empresarial, serviço do qual tinha exclusividade. A pessoa que concede assume o risco, e transfere temporariamente para ela o exercício dos direitos correspondentes.

Concessão Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente.

Conservação ex situ

Conservação fora do lugar de origem, é o processo de proteção de espécies em perigo de extinção, de plantas e animais pela remoção de parte da população do habitat ameaçado e transportando-as para uma nova localização.

Conservação in situ

Conservação de ecossistemas e habitats naturais e de manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características.

Consórcio Consórcio formado por KPMG, Manesco e Planos Engenharia.

CORSAN Companhia Riograndense de Saneamento.

CPI Consumer Price Index – Inflação americana.

5 Pl ano s Engenh ar ia

CSLL Contribuição Social sobre Lucro Líquido.

DRH Departamento de Recursos Hidrícos.

EBT Earnings before Tax – Lucro Tributável antes dos Impostos.

EMPLASA Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano.

Estado Referência ao Estado do Rio Grande do Sul.

Estudo Estudo de Viabilidade Econômico Financeira do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental.

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

FJZB Fundação Jardim Zoológico de Brasilia.

Fluxo de Caixa Ferramenta que controla a movimentação financeira (as entradas e saídas de recursos financeiros), em um período determinado, de uma empresa.

Fluxo de Caixa Descontado

Método para avaliar a riqueza econômica de uma empresa dimensionada pelos benefícios de caixa a serem agregados no futuro e descontados por uma taxa de atratividade que reflete o custo de oportunidade dos provedores de capital.

FZB Fundação Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul.

FZB–BH Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte.

Governo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

6 Pl ano s Engenh ar ia

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

IDH Índice de Desenvolvimento Humano.

IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado.

INEG Instituto Nacional de Estadística y Geografia do Mexico.

INSS Instituto Nacional do Seguro Social.

IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

IR Imposto de Renda.

ISS Imposto sobre Sobre Serviço de qualquer natureza.

LC Lei Complementar.

OJN Orientação Jurídica Normativa.

OPEX Do inglês Operational Expenditure, são as despesas operacionais.

PAGI Programa de Aproveitamento e Gestão Imóveis.

PCPPP Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas do Estado do Rio Grande do Sul.

Performance Bond Seguro-garantia utilizada no Direito Administrativo brasileiro como forma de assegurar a plena execução do contrato.

7 Pl ano s Engenh ar ia

PFE Procuradoria Federal Especializada.

PGE Procuradoria Geral do Estado.

PIB Produto Interno Bruto.

PIS Programa de Integração Social.

PPP Parceria Público-Privada: modalidade de contratação pública que pode ser através de concessão administrativa ou concessão patrocinada.

Projeto Projeto de Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

QID Quadro de Indicadores de Desempenho.

Rb Prêmio pelo Risco Brasil.

Rc Risco de crédito.

Rf Taxa Livre de Risco.

Rm Prêmio pelo Risco de Mercado.

RMPA Região Metropolitana de Porto Alegre.

RS Estado do Rio Grande do Sul.

SELIC Sistema Especial de Liquidação de Custódia.

8 Pl ano s Engenh ar ia

SEMA Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio Grande do Sul.

SEMARH Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal.

SIOUT Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul.

SPE Sociedade de Propósito Específico.

SPGG Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Governo do Rio Grande do Sul.

SZB Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil.

T-bond Treasury Bond - títulos do Tesouro Americano.

TIR

Taxa Interna de Retorno é uma taxa de desconto hipotética que, quando aplicada a um Fluxo de Caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente.

TJLP Taxa de Juros a Longo Prazo.

Transparência RS Site do Governo do Estado do Rio Grande do Sul que atua na disponibilização dos dados referentes as contas públicas estaduais.

Universidad Nacional Mayor de San Marcos

A Universidade Nacional Maior de São Marcos é uma universidade pública peruana com sede na capital do país, Lima.

VPL Valor Presente Líquido.

WACC Custo Médio Ponderado do Capital.

WAZA Associação Mundial de Zoológicos e Aquários.

9 Pl ano s Engenh ar ia

Zoo Abreviação para Zoológico em geral.

10 Pl ano s Engenh ar ia

Conteúdo

1 Introdução 18

1.1 Contexto 18

1.2 Estrutura do Documento 18

2 Parques Zoológicos 20

2.1 O que é um Parque Zoológico 20

2.2 Visão Geral dos Parques Zoológicos no Brasil 21

2.3 O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul 23

2.3.1 Localização 23

2.3.2 Organização 26

2.3.3 Níveis Hierárquicos 28

2.3.1 Visitação 30

2.3.2 Plantel 31

2.3.3 Instalações 32

3 Benchmarking 33

3.1 Zoológicos Internacionais 33

3.1.1 Zoológico y Safari de Guadalajara, México 33

3.1.2 Parque Zoológico de Huachipa, Lima, Peru 39

3.1.3 BioParque Tamaikèn, Belén de Escobar, Argentina 42

3.2 Zoológicos no Brasil 46

3.2.1 Zoológico de Belo Horizonte, Minas Gerais 46

3.2.2 Zoológico de Brasília, Distrito Federal 49

3.2.3 Beto Carrero Zoo, Penha, Santa Catarina 50

11 Pl ano s Engenh ar ia

3.2.4 Zoológico de Pomerode, Pomerode, Santa Catarina 52

3.2.1 Aquário de São Paulo, São Paulo, São Paulo 54

3.3 Comparativo entre os Zoológicos Brasileiros 56

4 Matriz de Riscos 58

4.1 Análise de Risco 58

5 Modelo de Negócios 98

5.1 Seguros e Garantias 100

5.1.1 Garantia e manutenção de proposta: Garantia da proposta ou Bid Bond 100

5.1.2 Garantia de fiel cumprimento de obrigações contratuais durante a operação: Garantia de Execução ou Performance Bond 100

5.1.3 Seguros a serem contratados pela Concessionária 100

5.2 Quadro de Indicadores de Desempenho 101

5.2.1 Indicador de Qualidade 103

5.2.2 Indicador de segurança 105

5.2.3 Indicador de sustentabilidade socioambiental 107

5.2.4 Indicador de performance financeira 108

5.3 Análise da adequação orçamentária do projeto 109

5.3.1 Situação Orçamentária do Estado do Rio Grande do Sul 110

6 Análise de viabilidade econômico-financeira. 111

6.1 Metodologia 111

6.1.1 Fluxo de caixa descontado 111

6.1.2 Taxa Interna de Retorno 112

6.1.3 Metodologia de Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial 113

6.2 Premissas Gerais 115

6.2.1 Horizonte de projeção 115

6.2.1 Premissas macroeconômicas 115

6.2.2 Moeda 116

12 Pl ano s Engenh ar ia

6.3 Premissas Operacionais 116

6.3.1 Receita 116

6.3.2 Custos e Despesas 119

6.3.1 Investimento 125

6.3.2 Depreciação / Amortização 131

6.3.3 Receitas Financeiras 131

6.3.4 Impostos 132

6.3.5 Financiamento 134

6.4 Resultados Financeiros do Estudo 135

6.4.1 Análise das margens EBITDA e Líquida 136

6.4.2 Outorga 137

6.4.3 Análise de Sensibilidade 137

7 Modelagem jurídica 140

7.1 Poder Concedente 141

7.1.1 Fundação Zoobotânica – FZB 143

7.1.2 Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMA 145

7.1.3 Concessão do Zoológico pela SEMA, antes da extinção da FZB 147

7.2 Regulação da Execução Contratual 148

7.2.1 Competências Normativas 148

7.2.2 Competências de Fiscalização, Apenamento e Apreciação de Pleitos 157

7.3 Fase Preparatória e Acompanhamento da Execução Contratual 161

7.3.1 Concessão de Serviços Públicos 161

7.3.2 Concessão de Bem Público (com aplicação subsidiária do procedimento para concessões de serviços públicos) 164

7.3.3 Concessão de bem público (com aplicação de procedimento administrativo próprio) 165

7.3.4 Concessão de bem público (com adoção do procedimento previsto no Programa de Aproveitamento e Gestão de Imóveis - PAGI) 167

13 Pl ano s Engenh ar ia

8 Considerações e Conslusões 169

8.1 Considerações 169

8.2 Conclusões 169

ANEXOS 170

14 Pl ano s Engenh ar ia

Índice de Figuras Figura 1 – Parques zoológicos e aquários no Brasil. .................................................... 22

Figura 2 – Números de Zoológicos e aquários no país por região ................................ 22

Figura 3 – Porcentagem de zoológicos existentes no Brasil pelo modelo de administração.............................................................................................................. 23

Figura 4 – Mapa Rodoviário de acesso ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ......... 24

Figura 5 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul 24

Figura 6 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul 25

Figura 7 – Zoneamento Atual do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ....................... 26

Figura 8 – Estrutura Organizacional do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ............. 27

Figura 9 – Dados geográficos e estatísticos da Região Metropolitana de Porto Alegre 33

Figura 10 – Mapa do Zoológico de Guadalajara ........................................................... 34

Figura 11 – Pacotes promocionais no Zoológico de Guadalajara .................................. 35

Figura 12 – Souvenirs no Zoológico de Guadalajara ..................................................... 36

Figura 13 – Fazendinha no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte ........................................................................................................................... 36

Figura 14 – Pinguinário sendo esta uma atração paga à parte ..................................... 37

Figura 15 – Aquário sendo esta uma atração paga à parte .......................................... 37

Figura 16 – Safári no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte . 38

Figura 17 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara ......................... 38

Figura 18 – Zoológico de Huachipa .............................................................................. 39

Figura 19 – Valor do Ingresso no Zoológico de Huachipa ............................................ 40

Figura 20 – Trenzinho atração paga à parte ................................................................. 40

Figura 21 – Parque de diversões, atração paga à parte ................................................ 41

Figura 22 – Parque dos dinossauros, atração paga à parte .......................................... 41

Figura 23 – Loja de Souvenirs, atração paga à parte .................................................... 42

Figura 24 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara ......................... 42

Figura 25 – Zoológico de Temaikèn ............................................................................. 43

Figura 26 – Ingressos no Zoológico de Temaikèn ........................................................ 44

Figura 27 – Atrações no Zoológico de Temaikèn ......................................................... 44

Figura 28 – Cinema 360º, atração paga à parte............................................................ 45

Figura 29 – Bosque dos Dinossauros, atração paga à parte ......................................... 45

15 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 30 – Parque das aves, atração paga à parte ...................................................... 46

Figura 31 – Resumo das características do Zoológico de Temakièn ............................ 46

Figura 32 – Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica .................................... 47

Figura 33 – Aquário, atração paga à parte. ................................................................... 47

Figura 34 – Borboletário, atração paga à parte............................................................. 48

Figura 35 – Expedição Coruja, atração paga à parte..................................................... 48

Figura 36 – Resumo das características do Zoológico de Belo Horizonte. ................... 49

Figura 37 – Zoológico de Brasília ................................................................................. 49

Figura 38 – Atividades oferecidas pelo Zoológico de Brasília. ...................................... 50

Figura 39 – Resumo das características do Zoológico de Brasília. ............................... 50

Figura 40 – Oficina de Observação de Aves no Zoológico de Brasília. ......................... 51

Figura 41 – Resumo das características do Beto Carrero Zoo. .................................... 52

Figura 42 – Zoológico de Pomerode ............................................................................ 52

Figura 43 – Tabela de Preços do Zoológico de Pomerode ........................................... 53

Figura 44 – Resumo das características do Zoológico de Pomerode. .......................... 54

Figura 45 – Aquário de São Paulo ................................................................................ 54

Figura 46 – Restaurante do Aquário de São Paulo, cobrado à parte. ............................ 55

Figura 47 – Jurassic Aquarium, cobrado à parte. ......................................................... 55

Figura 48 – Cinema 7D, cobrado à parte. .................................................................... 55

Figura 49 – Aquário Abaixo de Zero, cobrado à parte. ................................................. 56

Figura 50 – Resumo das características do Aquário de São Paulo. .............................. 56

Figura 51 – Modelo de Negócios da Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. ............................................................................................................................. 98

Figura 52 – Grupo de Indicadores de Desempenho .................................................. 102

Figura 53 - Quadro de Indicadores: Indicador de Qualidade....................................... 102

Figura 54 - Quadro de Indicadores: Indicador de Segurança ...................................... 103

Figura 55 - Quadro de Indicadores: Indicador de Sustentabilidade ............................ 103

Figura 56 – Quadro de Indicadores: Indicador de Performance Financeira ................ 103

Figura 57 – Relação entre Receitas e Despesas do Estado do Rio Grande do Sul. .... 110

Figura 58 – Representação esquemática do cálculo do fluxo de caixa ....................... 112

Figura 59 – Fluxo de caixa do acionista ..................................................................... 112

Figura 60 – Composição da Receita Total .................................................................. 116

Figura 61 – Composição da Receita Tarifária ............................................................. 116

16 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 62 - Receita Tarifária ....................................................................................... 118

Figura 63 – Receita Acessória ................................................................................... 119

Figura 64 – Receita Total ........................................................................................... 119

Figura 65 – Custos e despesas operacionais da Concessão no período de 30 anos por categoria ................................................................................................................... 120

Figura 66 – Custos de mão de obra durante os 30 anos de Concessão .................... 121

Figura 67 – Despesas Complementares durante os 30 anos da Concessão do Parque Zoológico. ................................................................................................................. 122

Figura 68 – Custos de Mão de Obra das Atrações durante os 30 anos da Concessão do Parque Zoológico. ..................................................................................................... 123

Figura 69 – Comparativo de desembolso anual para as categorias de investimento . 125

Figura 70 – Cronograma de investimentos em reposição de plantel de animais........ 126

Figura 71 – Desembolso anual dos grupos que integram a categoria de investimento em obras ................................................................................................................... 128

Figura 72 – Projeção do investimento em equipamentos e sistemas ........................ 128

Figura 73 – Projeção de investimento em veículos ................................................... 129

Figura 74 – Projeção de investimento em veículos das atrações ............................... 130

Figura 75 – Projeção de investimentos em plantel .................................................... 130

Figura 76 – Depreciação durante a Concessão .......................................................... 131

Figura 77 – Tributos Sobre a Receita durante a concessão ....................................... 132

Figura 78 – ISS durante a concessão. ....................................................................... 133

Figura 79 – Tributos sobre o lucro durante a concessão. ........................................... 133

Figura 80 – Fluxo de caixa livre do projeto ................................................................. 136

Figura 81 – EBITDA e margem EBITDA .................................................................... 136

Figura 82 – Lucro líquido e margem de lucro líquido ................................................. 137

Figura 83 – Fluxograma dos entes e procedimentos envolvidos na Concessão do Zoológico. ................................................................................................................. 163

17 Pl ano s Engenh ar ia

Índice de Tabelas Tabela 1 – Staff técnico do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ............................... 30

Tabela 2 – Cobrança pela entrada de veículos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ................................................................................................................................... 31

Tabela 3 – Tabela comparativa de Zoológicos no Brasil. .............................................. 57

Tabela 4 – Riscos da licitação ...................................................................................... 59

Tabela 5 – Riscos dos projetos de engenharia............................................................. 62

Tabela 6 – Riscos de construção ................................................................................. 64

Tabela 7 – Riscos na fase de operação ....................................................................... 73

Tabela 8 – Riscos econômico-financeiros .................................................................... 87

Tabela 9 – Riscos Institucionais .................................................................................. 91

Tabela 10 – Riscos ambientais e sociais ...................................................................... 94

Tabela 11 – Critério para definição do indicador de qualidade .................................... 104

Tabela 12 – Métrica para apuração dos subindicadores de qualidade ........................ 105

Tabela 13 - Critério para definição do indicador de segurança ................................... 106

Tabela 14 - Métrica para apuração dos subindicadores de segurança ....................... 107

Tabela 15 - Métrica para apuração dos subindicadores de sustentabilidade socioambiental .......................................................................................................... 108

Tabela 16 – Métrica para apuração do indicador de performance financeira .............. 109

Tabela 17 – Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial. .................................... 115

Tabela 18 – Projeções macroeconômicas. ................................................................ 116

Tabela 19 – Tipos de Bilhetes do Parque Zoológico Sapucaia do Sul ......................... 117

Tabela 20 – Tarifa de Estacionamento por tipo de veículo ......................................... 118

Tabela 21 – Cronograma de Investimentos Obrigatórios ........................................... 126

Tabela 22 - Cronograma de Investimentos Não Obrigatórios .................................... 127

Tabela 23 - Condições Financiamento ....................................................................... 134

Tabela 24 – Resumo dos resultados da modelagem econômico-financeira ............... 135

Tabela 25 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX) .................................... 138

Tabela 26 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX) ................................. 138

Tabela 27 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX) .................................... 139

Tabela 28 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX) ................................. 139

18 Pl ano s Engenh ar ia

1 Introdução

O presente documento, designado por Estudo de Viabilidade da Concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul, foi preparado no âmbito do contrato entre o Consórcio KPMG/Manesco/Planos Engenharia com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul para apoio na estruturação do Programa de Concessões e PPP e estruturação de 3 projetos de concessão de rodovias e do Parque Zoológico de Sapucaia.

1.1 Contexto

Este relatório é parte integrante do Produto 6 “Modelagem do Projeto 2”, referente a modelagem da Concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul. O Produto 6 completo é composto por este relatório de viabilidade econômico-financeira e jurídica e pelos Estudos Técnicos de Engenharia:

Estudos Técnicos de Engenharia, composto por 3 volumes:

- Volume 1: Estudos de Demanda

- Volume 2: Estudos de Engenharia

Tomo I: Estudos Ambientais

Tomo II: Cadastro Geral do Zoológico

Tomo III: Intervenções Propostas

- Volume 3: Modelo Operacional.

1.2 Estrutura do Documento

O presente documento encontra-se estruturado com base nos seguintes capítulos:

Parques Zoológicos (Capítulo 2) - Este capítulo inclui uma introdução sobre zoológicos no Brasil e o Overview do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul bem como a descrição da situação atual.

Benchmarking (Capítulo 3) – Este capítulo tem como objetivo ilustrar o modelo de negócios de zoológicos internacionais.

Matriz de Riscos (Capítulo 4) - Este capítulo tem como objetivo identificar os principais riscos aos quais a Concessionária e o Poder Concedente estarão expostos ao longo da vigência do contrato de Concessão.

Modelo de Negócios (Capítulo 5) - Este capítulo tem como objetivo apresentar qual o Modelo de Negócio para o Projeto.

Análise de viabilidade Econômico-Financeira (Capítulo 6) – Neste capítulo apresenta-se a análise financeira do Projeto em função do Modelo de Negócio identificado como o mais adequado. Este capítulo inclui ainda, o detalhe das premissas consideradas na Análise de viabilidade Econômico-Financeira do Projeto.

Modelagem jurídica (Capítulo 7) – Este capítulo tem como objetivo apresentar os maiores riscos jurídicos para o Projeto.

19 Pl ano s Engenh ar ia

Conclusão (Capítulo 8) - Neste capítulo apresentam-se as principais conclusões e considerações decorrentes do nosso trabalho.

20 Pl ano s Engenh ar ia

2 Parques Zoológicos

2.1 O que é um Parque Zoológico

Atuamente o conceito de zoológico é mais amplo do que apenas coleções de animais selvagens em cativeiro para fins de recreação. Devem contemplar outros espectros, como educação e conservação, além de atender requisitos pré-definidos por leis federais e estaduais de caráter ambiental.

Empreendimentos de zoológicos e aquários podem ser rentáveis, mas acima de tudo ecologicamente corretos e bem vistos pela opinião pública.

De acordo com a Associação Mundial de Zoos e Aquários (WAZA) e a Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB)1, os zoológicos e aquários são as instituições que podem operar no espectro total das atividades de conservação, desde a reprodução ex situ de espécies ameaçadas, à investigação científica, educação do público e formação, bem como, exercer influência e advogar em apoio à conservação in situ das espécies, populações e seus habitats.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA (http://www.ibama.gov.br/), define jardim zoológico em sua instrução normativa 7, de 30 de abril de 2015:

“Artigo 10 - Jardim Zoológico: empreendimento de pessoa jurídica, constituído de coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semi liberdade e expostos a visitação pública, para atender a finalidades científicas, conservacionistas, educativas e socioculturais.”

Os zoológicos modernos são regidos por 5 eixos/pilares:

Educação ambiental;

Pesquisa;

Conservação da biodiversidade;

Recreação;

Influência em decisões políticas.

Para atender aos requisitos da WAZA e da SZB é necessário observar os indicadores conforme quadro abaixo:

1. Populações de espécies selvagens cada vez mais asseguradas; 2. Aumento das áreas/volumes de habitat natural seguro e sustentável; 3. Aumento do conhecimento e aplicação da biologia das espécies, da ecologia e

da ciência da conservação; 4. Maior consciencialização política sobre assuntos ambientais com melhores

decisões “amigas do ambiente” e crescentes prioridades de conservação;

1 Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil. Disponível em: http://www.szb.org.br.

21 Pl ano s Engenh ar ia

5. Crescente espectro de ação nas áreas de habitat através da formação, educação e conscientização do público.

As premissas da WAZA e da SZB, seus indicadores e finalmente os pilares dos zoológicos modernos tiveram origem na Conferência Mundial RIO 92 com a “Convenção sobre a Biodiversidade”, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. O Artigo 9.º da Convenção sobre a Biodiversidade que trata da Conservação ex situ estabelece que:

“[...] tanto quanto for possível e apropriado, e predominantemente com o propósito de complementar medidas de conservação in situ: a) Adotar medidas para conservação ex situ dos componentes da biodiversidade,

de preferência no seu país de origem; b) Estabelecer e manter instalações para a conservação ex situ e fazer

investigação sobre plantas, animais e microrganismos, de preferência no país de origem dos recursos genéticos;

c) Adotar medidas para a recuperação e reabilitação de espécies selvagens ameaçadas, bem como para a sua reintrodução nos seus habitats de origem sob condições apropriadas;

d) Regular e gerir a recolha de recursos biológicos dos habitats naturais para a conservação ex situ, de forma a não ameaçar os ecossistemas e as populações de espécies in situ, exceto onde sejam necessárias medidas temporárias ex situ, de acordo com a alínea (c);

e) Cooperar no auxílio financeiro e outros para a conservação ex situ de acordo com as alíneas (a) a (d), e no estabelecimento e manutenção de instalações para conservação ex situ nos países em desenvolvimento.”

2.2 Visão Geral dos Parques Zoológicos no Brasil

Segundo a Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB), existem 116 instituições no Brasil entre zoológico e aquários, sendo 106 zoológicos e 10 aquários, conforme Figura 1.

22 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 1 – Parques zoológicos e aquários no Brasil.

Fonte: Google, 2017.

Ainda segundo dados da SZB, a Região Sudeste concentra mais de 50% dos zoológicos do país e mais de 80% dos aquários, Figura 2. Das capitais brasileiras nove não possuem jardim zoológico.

Figura 2 – Números de Zoológicos e aquários no país por região

Fonte: Sociedade de Zoológicos e Aquários no Brasil.

59

106

22

98

2

Região Sudeste Região Nordeste Região CentroOeste

Região Sul Região Norte

Zoológicos Aquários

23 Pl ano s Engenh ar ia

Dentre os modelos de administração, segundo dados da SZB, mais de 50% dos zoológicos são administrados pelas prefeituras municipais e 81% destes não cobram ingresso, sendo sua única fonte de renda o repasse pela prefeitura. A Figura 3 demostra a distribuição do modelo de administração nos zoológicos existentes no Brasil.

Figura 3 – Porcentagem de zoológicos existentes no Brasil pelo modelo de administração

Fonte: Sociedade de Zoológicos e Aquários no Brasil.

Importante ressaltar que o número de zoológicos privados no Brasil vem crescendo ano a ano e representa uma tendência, uma vez que a Administração Pública vem enfrentando dificuldades orçamentárias e o zoológico muitas vezes representa mais um custo, conforme dito anteriormente.

2.3 O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul existe desde 1962 e está vinculado à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul desde 1973, segundo informações disponíveis no em seu site2. O Parque Zoológico possui hoje uma área de 780 hectares, dos quais 615 pertencem a Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo e 165 hectares ao zoológico propriamente dito.

2.3.1 Localização

O Parque Zoológico fica situado na BR 116, parada 41, no município de Sapucaia do Sul – RS, a 32 km do centro de Porto Alegre.

2 Site: http://www.zoo.fzb.rs.gov.br, consultado em maio de 2017.

Municipal 55%

Estadual5%

Particular 25%

Fundação7%

Outros8%

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Figura 4 – Mapa Rodoviário de acesso ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Google.

Figura 5 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Consórcio.

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Figura 6 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

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Figura 7 – Zoneamento Atual do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

2.3.2 Organização

Além da visitação, o zoológico também realiza atividades de educação ambiental e reprodução em cativeiro de espécies silvestres tanto da fauna nativa quanto exótica, além de espécies ameaçadas de extinção. Para tanto, a instituição mantém uma estrutura organizacional dividida em quatro níveis hierárquicos: diretoria executiva, divisões, seções e setores.

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Figura 8 – Estrutura Organizacional do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

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2.3.3 Níveis Hierárquicos

Os níveis hierárquicos serão descritos abaixo para as Divisões Técnicas, Seções e setores específicos.

2.3.3.1 Divisão Técnica da Área Animal

Coordena e supervisiona as atividades executadas pelas seções de Zoologia, Veterinária e Nutrição.

Seção de Zoologia: Coordena e supervisiona as atividades executadas pelos setores de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Controla o acervo faunístico da instituição, tanto sob o aspecto científico como educacional. Esta atividade se desdobra, entre outras coisas, no manejo dos animais sob cuidados humanos, especialmente ao que se refere à criação e reprodução de espécies.

- Setores de Aves, Mamíferos, Répteis e Anfíbios: Coordenam e executam as respectivas atividades de manejo, como limpeza de recintos, alimentação, reprodução e bem estar animal.

Seção de Veterinária: Coordena todas as atividades do hospital, triagem e quarentenário, desde de programas de cuidados veterinários médicos e preventivos, até aspectos burocráticos e de pessoal.

- Setores de Triagem e Quarentenário: Recebe, trata e destina os animais silvestres de vida livre, resgatados de situação de risco ou impossibilitados de sobreviverem na natureza temporária ou definitivamente. Também abriga novas aquisições do Zoo no período de quarentena.

- Setor do Hospital Veterinário: Realiza serviços de medicina preventiva e atendimento clínico e cirúrgico dos animais do Zoo. Dispõe de um hospital laboratório, ambulatório, sala cirúrgica, setor de internação, quarentena e serviço radiológico.

Seção de Nutrição: Executa todas as tarefas que possibilitam a alimentação dos animais do Parque Zoológico, seja desde o recebimento o alimento, sua armazenagem, elaboração de dietas, preparação e distribuição de animais.

- Setor de Controle, Preparação e Distribuição de alimentos: Compete qualificar, quantificar, estocar, preparar, distribuir e higienizar os alimentos aos animais do Zoo e manter a limpeza e higienização do material envolvido no processo.

- Setor Bioetério: Compete realizar a criação de animais de biotério que serão utilizados na alimentação dos animais do plantel do Parque Zoológico.

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2.3.3.2 Divisão de Apoio Operacional

Coordena e supervisiona as atividades planejadas e executadas pelas seções de Áreas Verdes e Manutenção e Conservação.

Seção de Manutenção e Conservação: Realiza levantamentos de necessidades de infraestrutura; executa projetos e fiscaliza obras. Coordena a construção e conservação de recintos, prédios, móveis e utensílios, a produção de madeira, a fabricação de telas, e os serviços de hidráulica e elétrica.

- Setor de Limpeza: Realiza o recolhimento do lixo seco e orgânico produzido no parque e a limpeza de áreas de visitação e de repartições administrativas.

- Setor de Oficinas e Manutenção: Realiza a manutenção e conservação dos veículos e equipamentos e administra o serviço de logística do parque.

Seção de Áreas Verdes: Planeja e supervisiona as atividades realizadas pelo Setor de Lavouras e Horta e Setor de Ajardinamento e Silvicultura, quanto ao preparo, manejo e conservação do solo; semeaduras e plantios de cultura forrageiras anuais e perenes, produção de mudas ornamentais; atividades paisagísticas; tratos culturais; podas e colheitas.

- Setor de Ajardinamento e Silvicultura: Mantém os gramados e elabora canteiros com plantas ornamentais e seus respectivos tratos culturais. Realiza podas de condução e de formação de plantas nos canteiros e demais espaços de visitação. Produz mudas de plantas ornamentais e composto orgânico.

- Setor de Lavouras e Horta: Realiza o preparo do solo, o plantio de culturas anuais e perenes, os tratos culturais, a colheita e a distribuição destes alimentos aos animais.

Seção de Administração: Coordena os serviços de compras, vigilância e almoxarifado e prestação de serviços do Setor de Atendimento ao Público e as atividades administrativas realizadas pelo Setor de Administração e Finanças.

- Setor de Atendimento ao Público: Realiza o atendimento ao público visitante do parque e a venda de ingressos e material de divulgação institucional, além de oferecer o serviço de guarda-volumes.

- Setor de Administração e Finanças: Realiza o serviço de tesouraria, controle de receitas, efetua pedidos de liberação de recursos, e aquisição de materiais e serviços através de dispensa eletrônica.

Seção de Educação Ambiental: Atua no desenvolvimento da conscientização e sensibilização quanto à importância da preservação do meio ambiente, através de atividades educativas e recreativas com escolas e outras entidades, usando temáticas expositivas e didáticas,

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realizando um trabalho inclusivo da comunidade escolar e do público em geral.

2.3.3.3 Divisão de Reserva Florestal

Coordena e supervisiona serviços na Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo.

Para assistir a estrutura supracitada, o zoológico de Sapucaia do Sul conta com o seguinte staff técnico:

Tabela 1 – Staff técnico do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Função Quantidade

Médico Veterinário 2 Biólogo 3 Agrônomo 1 Técnico de Análise Clínicas 1 Técnico Agrícola 1 Técnico em Educação Ambiental 1

Técnico em Edificações 1 Setor de Nutrição 4 Tratadores 36 Vigilante 4 Servente 3 Pintor 1 Jardineiro 3 Instalador Hidráulico 1 Tratorista 1 Serrador 1 Atendente 11 Administrativo 7 Total 82

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

Pode-se observar que há um excessivo número de tratadores em relação ao número do plantel (para efeito comparativo em um Zoológico municipal do Estado de São Paulo com 1.200 animais para 26 tratadores e no Zoológico de Sapucaia são 36 servidores para um plantel menor, 921 animais).

2.3.1 Visitação

Está aberto à visitação de terça a domingo, das 08h30 às 17h00 e recebe, em média, 500 mil visitantes anualmente. Seu tíquete de entrada é de R$ 10,00 para entrada inteira e R$ 5,00 para meia-entrada (idosos e crianças). Aceita-se apenas dinheiro. O parque cobra pela entrada de veículos, de acordo com a Tabela 2.

Importante ressaltar que trabalhar com vendas de ingresso apenas presencial, diminui a comodidade do visitante e aumenta a despesa com pessoal destinado a vendas. Adicionamos que quando a bilheteria aceita apenas dinheiro aumentam os riscos com a segurança interna e externa.

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Tabela 2 – Cobrança pela entrada de veículos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Veículos Preços

Automóveis R$ 50,00 Motocicletas R$ 20,00 Ônibus de excursão particular R$ 317,00 Ônibus de excursão escolar (dias úteis) R$ 74,50 Ônibus de excursão escolar (sábados, domingos e feriados) R$ 174,50

Micro-ônibus R$ 161,50 Kombi-Lotação/Van (até 12 pessoas) R$ 81,00 Van (13 pessoas ou mais) R$ 94,50

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

De acordo com documentos analisados, cedidos pelo Estado do RS, em 2014 apenas 28% das despesas do Zoológico eram custeadas com recursos próprios (bilheteria, concessão de alimento e publicidade estática). Portanto, 72% de suas despesas são subsidiadas com recursos do Estado.

A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul declara ter em média 500 mil visitantes por ano, como explicitado no processo nº 02023.000817/1990-11 da ficha de vistoria do IBAMA, datada de 21 a 23 de janeiro de 2015.

Comparando com alguns outros zoológicos do país é um número de visitantes baixo tomando como exemplo o zoológico de Sorocaba no interior de São Paulo, cuja região tem população estimada em 2 milhões de habitantes distribuída em 27 municípios3. Já a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), área mais densamente povoada do Estado do Rio Grande do Sul, concentra mais de 4 milhões de habitantes (37,7% da população total do Estado), da qual fazem parte 9 dos 18 municípios do Rio Grande do Sul com mais de 100 mil habitantes.4

2.3.2 Plantel

De acordo com o processo nº 02023.000817/1990-11 da ficha de vistoria do IBAMA, datada de 21 a 23 de janeiro de 2015, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul possui o registro no IBAMA nº 4106863 e declara ter um plantel com 921 animais, totalizando 150 espécies. Sendo a maior parte das espécies que habitam o Zoo é nativa do Brasil e o grupo com maior representatividade é o das aves, com cerca de 577 indivíduos, que podem ser apreciados. Elas são seguidas pelos herbívoros com 142 animais, conforme a relação a seguir:

Grupos V, VI, VII e VIII: Espaço das Aves: 577 indivíduos;

3 EMPLASA, 2017. Disponível em: https://www.emplasa.sp.gov.br/RMS 4 Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.atlassocioeconomico.rs.gov.br/regiao-metropolitana-de-porto-alegre-rmpa.

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Grupos IX e X: Répteis, Anfíbios, Invertebrados e Insetário: 84 indivíduos;

Grupos I e XI: Grandes e Pequenos Carnívoros: 16 indivíduos;

Grupo II: Megavertebrados: 10 indivíduos;

Grupo III: Herbívoros: 142 indivíduos;

Grupos XI e XII: Pequenos Carnívoros e Mamíferos Médios: 31 indivíduos;

Grupo IV: Primatas: 61 indivíduos.

A instituição realiza alguns intercâmbios com outras instituições. Contudo nada disso foi documentado, impedindo portanto a avaliação desse processo.

Não existe documentação sobre a participação do corpo técnico do Zoológico em nenhum programa de conservação in situ ou ex situ conforme é orientado pela WAZA e SZB, como já citado neste Relatório.

Seguindo a mesma premissa, a falta de literatura especializada disponível para o público do Zoológico também não atende as exigências sobre Educação Ambiental previstas nos manuais da WAZA e SZB. O que também se aplica a ausência de um anfiteatro ou auditório para os mesmos fins (o Zoo de Sapucaia do Sul não faz parte de uma categoria de Zoos onde tais instalações são cobradas por lei. Entretanto, os manuais da WAZA e SZB são norteadores desse tipo de instituição).

O Zoológico possui muitos animais no “Setor Extra” pelos mais diversos motivos. Animais no “Setor Extra” representam gastos sem retorno (alimentação, espaço físico, mão de obra não especializada e mão de obra técnica, insumos, água luz e etc), visto que o público não visita o Setor Extra e o animal ainda tem seu custo intrínseco. Além disso, os recintos do “Setor Extra” são planejados para serem temporários, dessa forma eles são menores e menos adequados para os animais.

2.3.3 Instalações

As áreas dedicadas aos Setores Extra, de Quarentena e Biotério não estão de acordo com os parâmetros exigidos pelo IBAMA. Da mesma forma, o Setor de recepção de animais (CETAS) funciona de forma precária e irregular.

Importante ressaltar que não há divisão física ou delimitações entre o CETAS e o Zoológico, onde as duas Instituições se confundem e são operadas pelo mesmo servidor e esta não é a prática ideal.

Importante ressaltar as condições antiquadas e em desacordo com a legislação das instalações. A otimização destas trariam uma real economia financeira para a operação do zoológico. A mesma ideia vale para o transporte interno. Além disso, o Setor de Nutrição pode ser repensado de uma forma mais atraente e interativa com o público trazendo retorno financeiro.

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3 Benchmarking

Zoológicos e Aquários no mundo todo são negócios economicamente viáveis e de interesse turístico, científico e conservacionista. São muitos os exemplos das instituições que são lucrativas sem perder o apelo educativo e de preservação das espécies.

Para fins de comparação com os zoológicos de referência escolhidos, seguem abaixo dados geográficos e estatísticos rápidos sobre a região metropolitana de Porto Alegre5.

Figura 9 – Dados geográficos e estatísticos da Região Metropolitana de Porto Alegre

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

3.1 Zoológicos Internacionais

3.1.1 Zoológico y Safari de Guadalajara, México

Guadalajara é uma cidade localizada no estado de Jalisco, no sudoeste do México. Possui 4,5 milhões de habitantes de acordo com o Instituto Nacional de Estadística y Geografia (INEGI) e representa o terceiro pólo econômico do México com um PIB de 87,4 bilhões de dólares (valores de 2015). A economia da cidade baseia-se na indústria de tecnologia sendo conhecido como Vale do Sílicio mexicano e a população distribui-se 6% no setor primário, 30% no setor secundário e 63% no setor terciário.

5 Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Disponível em: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/. Acessado em Junho de 2017.

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Figura 10 – Mapa do Zoológico de Guadalajara

Fonte: Zoologico y Safári de Guadalajara.6

6 Zoológico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/

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A gestão administrativa do Zoológico, a qual é uma instituição governamental descentralizada, é gerida por um grupo de empresários da cidade de Guadalajara, sendo este um modelo de gestão inovador e que se traduz em excelentes resultados.

O zoológico investe 17% do orçamento anual em publicidade. Do montante total arrecadado ao ano, 26% é oriundo de ingressos, 39% de atrações e 6% das lojas de souvenir7. Possui pacotes diferenciados de entrada, contemplando as mais diferentes atrações, formando pacotes promocionais “combos”,de acordo com o interesse do visitante e passível de ser comprado antecipadamente pela internet.8

Figura 11 – Pacotes promocionais no Zoológico de Guadalajara

Fonte: Zoologico y Safári, de Guadalajara.

A seguir são apresentadas algumas fotos das atrações do Zoológico de Guadalajara.

7 Zoológico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/_laravel_/public/transp/Art8-V/Art8-V-C_Presup/Presupuesto2016.pdf 8 Zoologico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/boletos

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Figura 12 – Souvenirs no Zoológico de Guadalajara

Fonte: Elaboração Consórcio.

Figura 13 – Fazendinha no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

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Figura 14 – Pinguinário sendo esta uma atração paga à parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

Figura 15 – Aquário sendo esta uma atração paga à parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

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Figura 16 – Safári no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

Figura 17 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara

Fonte: Elaboração Consórcio.

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3.1.2 Parque Zoológico de Huachipa, Lima, Peru

A capital do Peru tem quase 10 milhões de habitantes. É o centro econômico do país com indústria e comércio, além de um forte turismo. A região metropolitana de Lima detém 48% do PIB do país. 9

Figura 18 – Zoológico de Huachipa

Fonte: Zoológico de Huachipa10.

O Parque Zoológico de Huachipa, instituição privada, localizado no distrito de Ate Vitarte, que está a 1 hora de carro de Lima, capital do Peru. Abriga 1.000 animais selvagens, distribuídos em 300 espécies distintas.

O Zoológico de Huachipa detém várias atrações pagas à parte como: espetáculos envolvendo animais, parque de diversão com brinquedos, exposição temática sobre dinossauros, pedalinho e trem. O Zoológico conta também com estacionamento próprio pago, lanchonete, restaurante e loja de souvenir.

9 Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Disponível em: http://sisbib.unmsm.edu.pe/ 10 Zoológico de Huachipa. Disponível em: www.zoohuachipa.com.pe

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Figura 19 – Valor do Ingresso no Zoológico de Huachipa

Fonte: Zoológico de Huachipa.

Figura 20 – Trenzinho atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

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Figura 21 – Parque de diversões, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

Figura 22 – Parque dos dinossauros, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

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Figura 23 – Loja de Souvenirs, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

Figura 24 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.1.3 BioParque Tamaikèn, Belén de Escobar, Argentina

A capital da Argentina tem quase 3 milhões de habitantes. Possui o segundo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais alto da América Latina. É o centro industrial,

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comercial e cultural do país. O terceiro setor representa 76% da economia da região metropolitana de Buenos Aires. 11

Figura 25 – Zoológico de Temaikèn

Fonte: Zoológico de Temaikèn12.

A Fundação Temaikèn também conhecida como Bioparque Temaikèn, ocupa uma área de 34 hectares, na cidade de Belém de Escobar, a 50 km de Buenos Aires, Argentina. Instituição de cunho privado que combina os conceitos de Jardim Botânico, Zoológico, Aquário e Museus de História Natural e Antropologia, proporciona aos visitantes a contemplação de 3.500 animais em 358 espécies de animais selvagens. Existem várias modalidades de compra, a qual estimula a venda de ingressos “on line”, propiciando maior conforto e comodidade ao visitante, que resulta em menor investimento em pessoal nas bilheterias para a instituição, maior segurança com a menor circulação de dinheiro em espécie e uma melhor previsão de público visitante.

11 EasyExpat.com. Disponível em: www.easyexpat.com 12 Zoológico de Temakièn. Disponível em: http://www.temaiken.org.ar

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Figura 26 – Ingressos no Zoológico de Temaikèn

Fonte: BioParque de Temakièn.

O Bioparque oferece as seguintes atrações: aquário, fazenda de animais domésticos, centro de pesquisa interativo, espetáculos com animais e diversas atrações. Como destaque o Zoo promove a opção de promover festas de aniversário infantis (consulta em junho de 2017, valor de R$ 2.500,00, por 30 crianças).

A Fundação Temaikén administra conjuntamente com o Zoológico, um Centro de Resgate de Animais e uma Reserva Natural Privada, localizada na Província de San Ignacio, no extremo norte do país, próximo à fronteira do Paraguai e Brasil, e através de propaganda promove suas ações visando enaltecer as funções de um Zoológico moderno.

Figura 27 – Atrações no Zoológico de Temaikèn

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

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Figura 28 – Cinema 360º, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

Figura 29 – Bosque dos Dinossauros, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

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Figura 30 – Parque das aves, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

Figura 31 – Resumo das características do Zoológico de Temakièn

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2 Zoológicos no Brasil

3.2.1 Zoológico de Belo Horizonte, Minas Gerais

Fundado em 1959, o Zoológico de Belo Horizonte é um importante espaço de lazer para os moradores da capital mineira e de outras cidades da região metropolitana de Belo Horizonte. O Jardim Zoológico abriga cerca de 3 mil animais e aproximadamente 250 espécies entre répteis, aves, anfíbios e mamíferos. A Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH) integra a administração indireta da Prefeitura de Belo Horizonte e

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foi criada em 1991, que além do Jardim Zoológico, existente desde 1959, o Jardim Botânico foi incorporado a Fundação em 1991. A Fundação Zoo Botânica de Belo Horizonte também é composta pelo Parque Ecológico da Pampulha. O Jardim Zoológico e Jardim Botânico é a terceira maior área verde pública de Belo Horizonte, e recebe, anualmente, cerca de 1 milhão de pessoas.

Possui a Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica. Paga-se uma anuidade de R$ 60,00 (individual ou R$ 120,00) família e isenta-se do pagamento do tíquete de entrada.

Figura 32 – Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica

Fonte: Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica.

Figura 33 – Aquário, atração paga à parte.

Fonte: Zoológico de Belo Horizonte.

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Figura 34 – Borboletário, atração paga à parte.

Fonte: Zoológico de Belo Horizonte.

Figura 35 – Expedição Coruja, atração paga à parte.

Fonte: Zoológico de Belo Horizonte.

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Figura 36 – Resumo das características do Zoológico de Belo Horizonte.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.2 Zoológico de Brasília, Distrito Federal

O Jardim Zoológico de Brasília foi inaugurado em 1957, com 139,7 hectares de área, onde é autorizada a entrada de veículos e visitantes pedestres, e possui um plantel estimado de 1.300 animais em 250 espécies distintas. A Fundação Jardim Zoológico de Brasilia (FJZB) é um órgão da administração indireta vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal (SEMARH). Aberto a visitação de terça a domingo, das 09h00 às 17h00 e com valor de ingresso de R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada).

Figura 37 – Zoológico de Brasília

Fonte: Zoológico de Brasília.

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Figura 38 – Atividades oferecidas pelo Zoológico de Brasília.

Fonte: Zoológico de Brasília.

Figura 39 – Resumo das características do Zoológico de Brasília.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.3 Beto Carrero Zoo, Penha, Santa Catarina

O zoológico do Beto Carrero World possui plantel de 2 mil animais, distribuídos em 1.400 hectares de área total do parque temático. A área do Zoológico foi planejada com o intuito de simular o habitat natural dos animais.

Modelo único no Brasil, o Beto Carrero World cobra um passaporte para que o visitante usufrua de várias atrações no parque, além do zoo. Não é possível comprar apenas a entrada do zoológico. O tíquete médio do passaporte por um dia é de R$140,00.

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No que concerne ao zoológico, mantém as seguintes atrações:

Ilha dos macacos: O local é um arquipélago estruturado por 11 ilhas, ligado ao centro de primatologia, espaço de estudos que inclui uma maternidade.

Mundo dos cavalos: onde ficam os animais que fazem parte dos shows do parque. É permitido que crianças e adultos montem em alguns cavalos e pôneis.

Passarela dos tigres: setor que abriga os tigres, leões e onças-pintadas do parque. A área conta com uma passarela elevada que permite observar com facilidade e segurança os animais em seus recintos.

Palácio das serpentes: Construção onde o visitante pode visualizar cobras e serpentes de diversas espécies do Brasil e de outros países.

Mundo Mágico das Aves: O Mundo Mágico das Aves é um imenso viveiro no qual o visitante pode entrar e observar de perto algumas das diversas espécies de aves que vivem no parque.

Mamães e filhotes: O contato com os animais do parque fica ainda mais intenso com a possibilidade de interagir diretamente com os filhotes de animais. Crianças e adultos podem comprar as mamadeiras de leite e amamentar os animais. É uma ótima oportunidade de proporcionar uma nova e encantadora experiência para as crianças. A atração funciona diariamente das 15h00 às 15h30 e cada mamadeira custa R$ 2,00.

Figura 40 – Oficina de Observação de Aves no Zoológico de Brasília.

Fonte: Beto Carrero13.

13 Beto Carrero Zoo. Disponível em: http://www.betocarrero.com.br/.

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Figura 41 – Resumo das características do Beto Carrero Zoo.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.4 Zoológico de Pomerode, Pomerode, Santa Catarina

O Zoológico Pomerode foi fundado em 1932, sendo o primeiro zoológico na região sul do Brasil. O Zoo Pomerode iniciou seu plantel com animais domésticos que ficavam em uma lagoa nos fundos da casa do Sr. Hermann Weege, um grande empreendedor da região do Vale do Itajaí. Nasceu assim, a ideia de constituir o Zoológico, sendo a primeira iniciativa privada deste tipo no Brasil. Por décadas, o Zoo Pomerode foi o único zoológico da região, sendo bastante conhecido por pessoas de todas as faixas etárias e recentemente conseguiu autonomia financeira com sua configuração atual.

No Zoo Pomerode vivem aproximadamente 1.150 animais pertencentes a 270 espécies.

Possui estacionamento pago, auditório e várias atrações extras e cobradas a parte de ingresso, de valor médio de R$ 23,00.

Figura 42 – Zoológico de Pomerode

Fonte: Zoológico de Pomerode.

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Figura 43 – Tabela de Preços do Zoológico de Pomerode

Fonte: Zoológico de Pomerode.

São atrações extras do Zoológico de Pomerode:

Cinema 7D: 25 opções de filmes, com duração de 4 a 8 minutos.

Novo Milênio Fotografias: ambiente para fotos personalizadas.

Restaurante e Lanchonete Safari: Diversas opções de lanches, bebidas e buffet. Podem ser realizadas reservas.

Aqua Lanches Contâiner: Ambiente com lanches e bebidas, incluindo caldo de cana.

Loja de Artesanatos: produtos artesanais típicos, brinquedos, peças em cerâmica e diversas lembranças.

ZS Balões: Espaço de venda de balões, chaveiros personalizados com foto e brinquedos.

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Figura 44 – Resumo das características do Zoológico de Pomerode.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.1 Aquário de São Paulo, São Paulo, São Paulo

O Aquário de São Paulo é uma instituição privada. Localizado na cidade de São Paulo, é o maior aquário da América Latina e possui um plantel de milhares de animais, sendo a grande maioria da classe dos peixes de 55 espécies distintas e também abriga répteis, aves e mamíferos. O Aquário de São Paulo oferece uma variedade de atrações voltadas para o público infanto-juvenil, e um forte apelo para receber escolas, gerando fluxo diário intenso de visitantes. Seu tíquete médio é de R$ 70,00. Oferece também várias atrações extras que são cobradas à parte.

Conta também com uma dezena de parceiros que patrocinam pesquisas ou produtos utilizados na rotina de tratamento dos animais. Encontram-se entre eles: ração Guabi, ração Megazoo, Pet Games, Yamazery – qualidade da água, entre outros.

Figura 45 – Aquário de São Paulo

Fonte: Aquário de São Paulo14

14 Aquário de São Paulo. Disponível em: www.aquariodesp.com.br

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Figura 46 – Restaurante do Aquário de São Paulo, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

Figura 47 – Jurassic Aquarium, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

Figura 48 – Cinema 7D, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

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Figura 49 – Aquário Abaixo de Zero, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

Figura 50 – Resumo das características do Aquário de São Paulo.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.3 Comparativo entre os Zoológicos Brasileiros

Entendemos que o Zoológico de Sapucaia tem um potencial não explorado atualmente. Ele não oferece atrações diferenciadas para atrair o público, além de possuir uma estrutura organizacional inflada se comparado com outros zoológicos no Brasil. A Tabela 3 compara os zoológicos brasileiros apresentados no benchmark e o Zoológico de Sapucaia.

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Tabela 3 – Tabela comparativa de Zoológicos no Brasil.

Sapucaia RioZoo Sorocaba Belo Horizonte Pomerode Beto

Carrero Brasília

Animais 900 2.000 1.250 3.000 1.150 1.050 900

Espécies 130 250 350 250 270 120 185

Staff 83 85 60 300 50 45 95

Área (h) 160 14 12 175 4 40 127

Visitantes/ano 470.000 600.000 540.000 650.00 225.000 1.500.000 600.000

População na Região Metropolitana

4.000.000 10.000.000 1.000.000 6.000.000 500.000 1.500.000 3.500.00

Fonte: Elaboração Consórcio.

Importante frisar que o staff de um zoo é bastante variável, dependendo dos serviços prestados e das atrações sazonais.

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4 Matriz de Riscos

4.1 Análise de Risco

A Matriz de Risco servirá de base para a definição de algumas cláusulas contratuais da relação existente entre as Partes, por meio da análise e mitigação das possíveis situações caracterizadoras da prestação dos serviços.

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Tabela 4 – Riscos da licitação

I – RISCOS DA LICITAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

I. 1 Licitação deserta

Condições restritivas de participação e de habilitação.

Custos de reelaboração e republicação do Edital.

Poder Concedente

Condições de participação abertas, com possibilidade de participação de empresas estrangeiras com decreto de autorização, bem como de entidades fechadas ou abertas de previdência

complementar, instituições financeiras, fundos de investimentos e as empresas com atividade de investidoras financeiras, desde que reunidas em Consórcio com outras sociedades empresárias,

e atendam às condições de habilitação.

Razoabilidade na exigência dos atestados de experiência em empreendimentos semelhantes, bem como nas regras de somatório destes atestados.

Inviabilidade financeira da Concessão

Impossibilidade de formulação de propostas econômicas exequíveis.

Poder Concedente

Previsão de investimentos adequados, cuja execução poderá ser amortizada durante o prazo da Concessão.

Dificuldades de financiamento do empreendimento

Impossibilidade de execução dos

investimentos previstos no contrato.

Compartilhado

Alocação razoável de obrigações à concessionária, que poderão ser custeadas e financiadas em condições de mercado;

Direito de saída, a ser utilizado pelo Poder Concedente ou pela Concessionária, caso não se contrate financiamento nos prazos indicados pelo contrato.

Declaração, pelo particular, de que dispõe de capacidade financeira para tomar os investimentos previstos para a Concessão.

A não obtenção de financiamento por culpa do particular ensejará sua responsabilização nos termos do contrato.

60 Pl ano s Engenh ar ia

I – RISCOS DA LICITAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Agressividade na transferência de riscos.

Custos de reelaboração e republicação do Edital.

Inexequibilidade do Contrato e necessidades de aditivos contratuais.

Poder Concedente

Divisão razoável dos riscos, aliada à garantia do equilíbrio econômico da Concessão nos casos em que o fator de risco não poder ser manejado pela Concessionária (ex. força maior,

circunstâncias imprevisíveis etc).

I. 2

Seleção de propostas

aventureiras e inexequíveis.

Realização de propostas irresponsáveis ou irrealistas

Inexequibilidade do Contrato.

Poder Concedente

Exigência de garantia da proposta..

Exigência de declaração da proponente de que dispõe ou tem capacidade de obter recursos financeiros.

Previsão de cláusula de saída passível de ser acionada pelo Poder Concedente.

Previsão contratual de aplicação de multas para o caso de inexecução de obrigações assumidas.

Especificação dos casos de reequilíbrio, atribuindo-se ao particular os riscos provenientes de sua proposta.

Plano de negócios inexequível Inexequibilidade do Contrato Compartilhado

Previsão de termo de referência vinculante para a elaboração do Plano de Negócios, cuja elaboração foi precedida por estudos técnicos.

Responsabilidade do concorrente pela observância do Termo de Referência no plano de negócios apresentado.

61 Pl ano s Engenh ar ia

I – RISCOS DA LICITAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Responsabilidade do Poder Concedente por eventuais erros no termo de referência disponibilizado para a elaboração do Plano de Negócios.

I.3

Risco de paralisação do

certame por decisão judicial

ou administrativa.

Condições restritivas à participação, de julgamento ou

equívocos na condução do procedimento licitatório.

Suspensão do certame. Poder Concedente

Exigências de habilitação adstritas às previstas em lei ou já utilizadas e aprovadas anteriormente pelos órgãos de controle.

Julgamento objetivo da proposta econômica, com base na maior outorga.

Descrição objetiva do procedimento da licitação.

62 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 5 – Riscos dos projetos de engenharia

II – RISCOS DOS PROJETOS DE ENGENHARIA

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

II.1 Erros de projeto de engenharia.

Erros nos elementos do projeto básico apresentados pelo

Poder Concedente.

Erro na orçamentação por parte dos

licitantes.

Retrabalho na elaboração dos

projetos.

Aumento dos custos de implantação.

Atraso na conclusão da implantação.

Maiores dificuldades na elaboração do

projeto da Concessão.

Concessionária

Realização de consulta pública.

Os elementos de projeto básico disponibilizados na licitação são meramente referenciais, sendo obrigação da concessionária verificar, no momento de elaboração de sua proposta,

todos os dados e informações contemplados neste documento.

Erros nos projetos da Concessão elaborados pela

Concessionária.

Custos para a reelaboração dos

projetos de engenharia.

Atraso na conclusão da implantação.

Concessionária

Previsão de que a Concessionária é responsável pelo desenvolvimnento dos projetos de engenharia (básico e executivo), incumbindo-lhe arcar com os custos e atrasos decorrentes

de equívocos nestes últimos.

Previsão de avaliação dos projetos de engenharia pelo Poder Concedente, sem que isso afaste a responsabilidade da Concessionária por estes últimos.

63 Pl ano s Engenh ar ia

II – RISCOS DOS PROJETOS DE ENGENHARIA

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Mudanças de projeto de engenharia a pedido do Poder

Concedente.

Custos de reelaboração dos projetos de engenharia das obras de melhoria do parque zoológico.

Atraso no início da operação.

Poder Concedente

Previsão de reequilíbrio econômico-financeiro.

Previsão de ausência de aplicação de penalidades e descontos no caso de descumprimento dos parâmetros de desempenho que se justifique na necessidade de atendimento à mudança

solicitada.

Mudanças de projeto a pedido ou por culpa da Concessionária.

Aumento dos custos de implantação.

Atraso na conclusão da implantação.

Concessionária Concessionária responde por erros ou omissões do projeto de engenharia, assim como pelas alterações e custos decorrentes destes equívocos.

64 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 6 – Riscos de construção

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

III.1

Acidentes, danos ou

transtornos a terceiros,

segurança dos

trabalhadores.

Falha humana, inadequação de equipamentos ou técnicas

utilizadas.

Pagamento de indenizações.

Custos de correção operacional dos equipamentos e

técnicas empregados.

Atraso e aumento dos custos da implantação.

Concessionária

Concessionária conserva responsabilidade objetiva por danos decorrentes de falhas de seus empregados e terceiros por ela contratados.

Concessionária conserva responsabilidade pelos riscos inerentes à execução das obras, incluindo os relacionados à segurança no local de sua realização.

Concessionária responde, objetivamente, pelos custos de natureza acidentária relacionados à obra, devendo manter o Poder Concedente indene quanto a estes últimos.

Poder Concedente fiscaliza a implantação, sem que a fiscalização reduza a responsabilidade da Concessionária.

Previsão de seguros obrigatórios para a mitigação do risco.

Previsão de obrigatoriedade de observância das normas técnicas.

III.2.

Atraso no cumprimento

dos cronogramas

e prazos.

Ineficiência na execução das obras.

Descumprimento do cronograma.

Atraso e aumento dos custos da implantação.

Atraso no início da operação e

recebimento de receita.

Concessionária

Concessionária responde pelos custos decorrentes do descumprimento dos cronogramas de implantação e por ineficiências na execução do Contrato.

Previsão de sanções contratuais para o descumprimento culposo dos prazos das obras.

Requisitos de habilitação exigem a demonstração de experiência anterior em empreendimentos semelhantes.

65 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Fiscalização das obras pelo Poder Concedente, que não exime a Concessionária de suas responsabilidades quanto à execução eficiente do empreendimento.

Possibilidade de execução da garantia de cumprimento do Contrato na hipótese de inexecução contratual.

Descumprimentos de prazos e cronogramas pela Concessionária oriundos de atrasos do Poder Concedente não lhe serão imputados.

Interferências em estruturas de outros serviços públicos, tais como, mas sem se limitar a,

fibra ótica, dutos de água pluvial, canal de esgoto, dutos de gases, dutos de petróleo,

dutos de energia.

Custos adicionais.

Atraso na conclusão das obras.

Concessionária Obrigação da Concessionária executar levantamento cadastral detalhado na assumpção

66 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Interferências em eventuais sítios de valor histórico, cultural

ou arqueológicos.

Custos de compatibilização do

modelo de negócios da Concessinária para o parque zoológico com sítios arqueológicos.

Interlocução com os órgãos competentes.

Atraso e aumento dos custos da implantação.

Atraso no início da operação e

recebimento de receitas.

Poder Concedente

Identificação do risco na cláusula dedicada à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

Impactos decorrentes do atendimento de condicionantes

adicionais exigidas pelos órgãos ambientais competentes para a emissão de autorização

ou licença.

Realização de investimentos

imprevistos para viabilização das obras.

Atraso e aumento dos custos.

Atraso no início da operação e

recebimento de receitas

Poder Concedente

Na hipótese da exigência, pelo órgão competente, de quantitativos ou qualitativos suplementares para a emissão de autorização ou de licença, a Concessionária deverá

cumpri-las, fazendo jus à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.

III.2 Atraso no

cumprimento dos

cronogramas

Demora nos procedimentos de desapropriação, remoções, de

instituição de servidões administrativas, da imposição

Pagamento de indenizações.

Propositura de ações judiciais e obtenção de

Compartilhado Poder Concedente é responsável por custos decorrentes de atrasos na edição dos decretos de utilidade pública e no manejo de atos de poder de polícia.

67 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

e prazos (cont.)

de limitação administrativa e à ocupação provisória ou

requisição temporária de bens imóveis na área do parque

zoológico..

medidas administrativas. Concessionária é responsável pela realização dos atos materiais associados à

desapropriação e, portanto, pelas consequências de seu atraso.

Concessionária é responsável pelos investimentos, custos da promoção e conclusão das ações de desapropriação, instituição de servidão administrativa, imposição de limitação

administrativa, a ocupação provisória de bens imóveis, bem como pela adoção de outras medidas cabíveis à liberação das áreas do parque zoológico, até o valor estabelecido no

edital.

Erro na execução das obras do parque zoológico.

Refazimento dos trabalhos.

Atraso no cronograma.

Aumento dos custos.

Insegurança das estruturas.

Atraso no início da operação e

recebimento de receitas

Concessionária

Concessionária é responsável pelas melhorias no parque zoológico, assim como pelos custos e atrasos decorrentes de erros cometidos em sua execução.

Obrigatoriedade de Seguros de Riscos de Engenharia.

Caso Fortuito e Força Maior.

Atraso nas obras.

Acionamento dos seguros obrigatórios.

Compartilhado

Concessionária assume os riscos de força maior ou caso fortuito se, ao tempo de sua ocorrência, corresponder a um risco segurável no Brasil ao tempo de contratação do plano de seguros obrigatórios, até o limite de valor determinado no Contrato, independentemente

de a Concessionária ter contratado tais seguros.

68 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Na ocorrência de caso fortuito ou força maior cujas consequências não sejam cobertas pelo valor segurado ou correspondam a eventos não seguráveis no Brasil à época da contratação do plano de seguros obrigatórios, cabe a recomposição do equilíbrio

econômico-financeiro do Contrato em favor da Concessionária.

III.2

Atraso no cumprimento

dos cronogramas

e prazos (cont.).

Atraso no licenciamento ambiental e na emissão de

alvarás e autorizações relativas destinadas às melhorias do

parque zoológico.

Atraso do cronograma implantação.

Atraso no início da operação e

recebimento de receitas

Compartilhado

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e

autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas obrigações de modo diligente.

Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou

autorizações necessárias às melhorias do parque zoológico, bem como de atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

Atrasos nas aprovações dos cronogramas, projetos de engenharia e planos de

negócios elaborados pela Concessionária.

Impossibilidade de execução dos projetos de engenharia ou de projetos associados.

Atrasos e aumento de custos.

Poder Concedente

Caso o Poder Concedente não se manifeste em até X dias, consideram-se aprovados os projetos e planos de negócios

69 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Atraso no início da operação e

recebimento de receitas. Previsão de que a Concessionária não suportará os custos e penalidades decorrentes de

atrasos fundados em inércia ou atraso do Poder Concedente, assegurando-se o direito ao reequilíbrio econômico-financeiro caso esta hipótese se concretize.

Interferência e alterações solicitadas pelo Poder

Concedente.

Realização de investimentos imprevistos.

Atraso e aumento de custos.

Poder Concedente

Mecanismos contratuais de limitação de interferências unilaterais do Poder Concedente, com previsão de recomposição em favor da Concessionária para neutralizar os efeitos das

alterações eventualmente impostas.

Não obtenção, pela Concessionária, dos recursos próprios de seus acionistas

para execução dos investimentos necessários.

Atraso no início das obras, com o respectivo

aumento de custos.

Necessidade de obtenção de recursos

em mercado.

Concessionária

Exigência de integralização de capital social mínimo pela Concessionária.

Possibilidade de execução da garantia de cumprimento do Contrato na hipótese de inexecução contratual.

Previsão de sanções contratuais para o inadimplemento contratual.

III.3

Aumento de Custos na

execução dos investimentos

Não obtenção, nos prazos acordados, do financiamento necessário à realização dos

investimentos.

Inexequibilidade do Contrato. Concessionária Responsabilidade da Concessionária em obter o financiamento necessário às obras de

manutenção, melhoramentos e ampliação do parque zoológico.

70 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

no parque zoológico.

Possibilidade de execução da garantia de cumprimento do Contrato na hipótese de

inexecução contratual.

Exigências de comprovações de qualificação econômica no momento da licitação.

Definição de prazos razoáveis para que a Concessionária apresente o projeto financeiro do Contrato, associado à previsão de direito de saída em caso de não obtenção do

financiamento necessário.

Atraso, pela Concessionária, na execução das obras civis de sua responsabilidade por má

gestão das obras.

Atraso e aumento de custos para

melhoramentos e implantação da infraestrutura.

Concessionária

Previsão de penalidades e multas pelos atrasos, bem como possibilidade de decretação de intervenção pelo Poder Concedente.

Previsão de execução de garantia de execução do Contrato.

Realização de greve e outras manifestações do setor de

construção.

Atraso no cronograma.

Realização de negociações coletivas

Concessionária Concessionária deverá suportar todos os custos decorrentes da realização de greves por seus funcionários.

71 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

com entidades sindicais.

Atrasos no cronograma.

Impacto na remuneração da Concessionária.

Previsão de seguros obrigatórios para mitigar este risco.

Roubos ou furtos nos locais de obra ou canteiros de obra. Custos adicionais. Concessionária

Obrigação da Concessionária de assegurar a segurança patrimonial.

Previsão de seguro patrimonial.

III.4

Atraso na aceitação das

obras de responsabilid

ade da Concessionár

ia.

Demora na realização da vistoria e nos procedimentos de

recebimento provisório e/ou definitivo, pelo Poder

Concedente, das obras sob responsabilidade da

Concessionária.

Atrasos no cronograma.

Impacto na remuneração da Concessionária.

Poder Concedente

Estabelecimento de prazo para manifestação do Poder Concedente, cuja aprovação poderá também se dar de forma tácita, na hipótese de silêncio da Administração.

Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato se demonstrado que houve impacto decorrente de eventual atraso do Poder Concedente.

Não atendimento, pela Concessionária, das normas de

construção, do IBAMA e de outras que sejam pertinentes

às atividades do parque zoológico.

Atrasos no cronograma.

Impacto na remuneração da Concessionária.

Concessionária

Previsão de penalidades.

Previsão da obrigação de a concessioária observar a regulamentação vigente que incida sobre as obras a serem executadas no parque zoológico..

III.6 Depreciação acelerada. Concessionária Garantias Contratuais.

72 Pl ano s Engenh ar ia

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Problemas construtivos.

Uso de material inadequado ou má qualidade.

Necessidade de reconstrução.

Riscos para as obras.

Custo de conservação.

Aumento de custos.

Índice de desempenho apropriado para a garantia de qualidade.

Exigência de apresentação de Plano de Seguros (Riscos de Engenharia).

Erros na execução das obras.

Necessidade de reconstrução.

Atrasos no cronograma.

Aumento de custos.

Concessionária

Exigência de atestação de execução de obras com objeto similar durante a licitação ou que a futura Concessionária exija atestação adequada para contratar (compatível em

quantidade e escopo).

Índice de desempenho apropriado para garantia de qualidade.

Aplicação de penalidades.

73 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 7 – Riscos na fase de operação

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.1 Atraso no início da operação.

Atraso nas obras.

Impacto na remuneração da Concessionária.

Aumento dos custos de operação.

Ver item III.2, acima.

Atraso no licenciamento ambiental e na obtenção de autorizações necessárias à

operação do parque.zoológico

Impossibilidade de início da operação, com o

respectivo incremento dos custos para a sua

realização.

Impacto na remuneração da Concessionária.

Compartilhado

Para aquelas licenças que estejam sob a responsabilidade ou raio de ação do Poder Concedente, ele deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na

demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas

obrigações de modo diligente.

A Concessionária será responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou

autorizações necessárias às obras, bem como de atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

Suspensão das obras em virtude de ato do Poder

Concedente.

Aumento nos custos.

Impossibilidade de início da operação dos trechos

duplicados, com o respectivo incremento dos custos para a sua

realização.

Impacto na remuneração da Concessionária.

Poder Concedente

Excludentes de responsabilização da Concessionária por fato exclusivo do Poder Concedente ou de terceiro

Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.

Insatisfação em relação aos

Concessionária Previsão contratutal de sistema de avaliação de desempenho

74 Pl ano s Engenh ar ia

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV. 2

serviços prestados pela Concessionária

.

Serviços de má qualidade prestados pela

Concessionária..

Aumento dos custos de operaração.

Necessidade de novos investimentos para o

atendimento dos parâmetros de desempenho.

Concessionária é responsável pela realização de investimentos para atender aos indicadores de desempenho.

Previsão de pesquisa de satisfação dos usuários e canais de comunicação.

Reincidência em índices baixos de desempenho.

Aumento dos custos de operaração.

Necessidade de novos investimentos para

melhoria dos serviços.

Concessionária

Previsão de penalidades, possibilidade de intervenção, e de decretação de caducidade da Concessão.

Concessionária é responsável pela realização de investimentos para atender aos indicadores de desempenho.

Aplicação de penalidades e sanções mais severas em casos de reincidência da má qualidade dos serviços

Uso de estruturas e material com qualidade inferior ao esperado para o Projeto.

Investimentos adicionais para readequação das estruturas do Parque

Zoológico.

Não atendimento aos indicadores de desempenho.

Concessionária

Obrigação de atendimento das condições mínimas de qualidade previstas nos anexos do Contrato, assim como para a aquisição de outros bens.

Remuneração do particular baseada no desempenho.

Aplicação de penalidades para serviços prestados aquém do mínimo.

Intervenção do Poder Concedente, caso os bens e estruturas entregues em qualidade inferior enseje situação de risco ou resultem em deficiências graves na prestação dos

serviços.

75 Pl ano s Engenh ar ia

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.4

Perecimento ou destruição dos

bens da Concessão.

Baixa qualidade dos bens.

Investimentos adicionais para a manutenção

corretiva e preventiva dos bens, mantendo-os em conformidade com os níveis de qualidade

determinados no Contrato.

Aquisição de novos bens.

Concessionária

Concessionária conserva a responsabilidade integral pelos bens da Concessão, devendo adquiri-los conforme as especificações do Contrato e, quando cabível, substituí-los ou

repará-los, corretiva e preventivamente.

Padrões de qualidade mínimos exigidos para os bens da Concessão.

Obrigação de os bens da Concessão reverterem ao Poder Concedente com determinado padrão de qualidade e prazo de vida útil.

Conflitos relativos à multidão ou aglomeração de pessoas.

Investimentos adicionais para a manutenção

corretiva e preventiva dos bens da Concessão.

Concessionária

Concessionária é responsável pelos custos decorrentes do reparo ou prevenção de danos causados por manifestações sociais e/ou protestos nas imediações dos bens da

Concessão.

Previsão de seguros obrigatórios contra danos patrimoniais e operacionais ensejados por aglomerações de pessoas e multidão.

Má utilização pelos vistitantes do parque zoológico.

Investimentos adicionais para a manutenção

Concessionária Concessionária conserva responsabilidade pela segurança e integridade dos bens da Concessão, assim como pelos custos decorrentes de danos a estes ativos.

76 Pl ano s Engenh ar ia

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

corretiva e preventiva dos bens da Concessão. Obrigação da Concessionária de instruir os usuários a respeito do uso das utilidades do

parque zoológico.

Previsão de seguros obrigatórios para a mitigação dos custos provenientes de danos aos bens da Concessão.

Danos, furtos, roubos ou perda dos bens da

Concessão. Custos adicionais. Concessionária

Segurança patrimonial.

Previsão de contratação de plano de seguros patrimoniais.

IV.5

Insegurança dos visitantes

do parque zoológico.

Insegurança de equipamentos e atrações do

Parque Zoológico.

Indenizações por acidentes ou danos a

terceiros.

Restrições na operação.

Sanções dos órgãos competentes.

Concessionária

A Concessionária deve elaborar plano de segurança e é obrigada manter os bens utilizados na Concessão em condições adequadas de uso, observando as regras de

segurança envolvidas em sua utilização.

Falha na segurança dos usuários é penalidade de alta gravidade.

Contratação de seguros e garantias.

A concessionária responderá pelos danos causados a usuários que tenham sido motivados por insegurança de equipamentos e atrações do parque.

Falta de treinamento adequado do pessoal da

Concessionária.

Responsabilização por acidentes ou danos a

terceiros.

Concessionária Concessionária é responsável pelo adequado treinamento de seus fucionários,

assumindo responsabilidade objetiva por danos causados a terceiros por falhas destes últimos.

77 Pl ano s Engenh ar ia

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.6 Demanda

Necessidade de investimentos em novas

atrações.

Aumento dos investimentos Concessionária

A concessionária é responsável pela elaboração e alteração, conforme necessidade e mediante aprovação do Concedente, do modelo de negócios do projeto de exploração do

Parque Zoológico.

Necessidade de novos investimentos em razão do

aumento do número de visitantes além da

capacidade projetada do parque zoológico.

Aumento dos investimentos. Concessionária A Concessionária assume o risco de o projeto desenhado por ela não atender a demanda

de visitantes ao longo da Concessão.

Liberalidade na cobrança do valor do ingresso

(estabelecimento de novas isenções / gratuidades)

Diminuição das receitas da Concessionária.

Poder Concedente

A Concessionária deverá considerar em sua proposta econômica as gratuidades já existentes e aquelas que, por iniciativa própria, desejar instituir no zoológico.

O Poder Concedente reequilibrará o contrato no caso de instituição, após a assinatura do contrato, de novas gratuidades – não previstas originalmente.

IV.7

Passivos trabalhista e

previdenciário.

Poder Concedente ser responsabilizado

solidariamente por obrigações trabalhistas ou

previdenciárias inadimplidas pela Concessionária.

Custos adicionais com o adimplemento de direitos

trabalhistas. Concessionária

A Concessionária assume total e exclusiva responsabilidade de natureza trabalhista, previdenciária, fiscal, acidentária, ambiental ou qualquer outra relativa aos seus

empregados ou terceiros contratados.

Obrigação da Concessionária de manter indene o Poder Concedente em relação a eventual responsabilidade solidária relativa a obrigações trabalhistas e previdenciárias.

78 Pl ano s Engenh ar ia

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.8

Acessibilidade as atividades

do parque zoológico.

Ausência de áreas acessíveis a idosos, portadores de deficiência e gestantes.

Ações judiciais movidas por acidentes graves.

Exigências de novos investimentos.

Queda na receita da Concessionária.

Concessionária A Concessionária deverá prever em sua proposta os investimentos necessários à garantia de acessibilidade nas atividades do zoológico.

IV.9

Choque elétrico de cercas

elétricas em torno de alguns

recintos.

Ausência de placas sobre possíveis choques elétricos

nas cercas eletrificadas.

Má utilização da infraestrutura do zoológico

pelos usuários;

Falhas operacionais nas cercas elétricas (eletrificação dos recintos; rompimento da

cerca; curto-circuito, etc.)

Indenizações por acidentes ou danos a

terceiros.

Restrições na operação.

Sanções dos órgãos competentes.

Diminuição do número de viditantes ocasionados pela má reputação do

Parque Zoológico.

Concessionária

Concessionária é obrigada manter os bens utilizados na Concessão em condições adequadas de uso, observando as regras de segurança envolvidas em sua utilização.

A concessionária deve elaborar plano de segurança e é responsável por assegurar a segurança dos usuários durante a utilização do parque zoológico;

Contratação de seguros e garantias contra danos causados a terceiros;

IV.10

Lesões causadas por

animais.

Falta de aviso sobre os riscos de contato com os animais

Falha na operação.

Indenizações por acidentes ou danos a

terceiros.

Restrições na operação.

Concessionária Concessionária é obrigada manter os bens utilizados na Concessão, inclusive os recintos, em condições adequadas de uso, observando as regras de segurança

envolvidas em sua utilização.

79 Pl ano s Engenh ar ia

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Erro de design dos recintos dos animais e das áreas de

manejo.

Má utilização pelos usuários.

Sanções dos órgãos competentes.

Diminuição do número de viditantes ocasionados pela má reputação do

Parque Zoológico.

A concessionária deve elaborar plano de segurança e é responsável por assegurar a segurança dos usuários durante a utilização do parque zoológico;

Contratação de seguros e garantias contra danos causados a terceiros;

80 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.11

Custos de manutenção adicionais.

Erros de projeto de engenharia (básico e/ou executivo);

Aumento dos custos. Concessionária

Exigência de experiência prévia em projetos semelhantes.

Previsão de indicadores de desempenho.

Garantia de execução.

Plano de Seguros (Risco de Engenharia).

Má qualidade dos bens da Concessão

Aumento dos custos.

Aumento do risco dos usuários.

Prejuízo à percepção da qualidade dos

serviços pelos usuários.

Concessionária

A Concessionária deverá adquirir e gerir os bens da Concessão de acordo com os parâmetros de qualidade estabelecidos pelo contrato, sendo de sua exclusiva

responsabilidade os custos de manutenção decorrentes da aquisição e implantação de bens com qualidade inferior.

Defeitos latentes/ocultos da obra.

Aumento dos custos. Concessionária

Exigência de experiência prévia em projetos semelhantes.

Previsão de indicadores de desempenho.

Garantia de execução.

Plano de Seguros (Risco de Engenharia).

IV.12

Mudanças nos padrões

de desempenho.

Exigência por parte do Poder Concedente de novos padrões de desempenho, não previstos

originalmente no Contrato..

Impacto na operação.

Despesas adicionais. Poder

Concedente

Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato, salvo se esta mudança decorrer da repactuação contratual realizada no bojo da revisão ordinária do

contrato.

IV.13

Obsolência dos

Indicadores de

desempenho.

Indicadores de desempenho iniciais perdem a eficácia com o

transcorrer do tempo, demandando readequação

para a manutenção da qualidade dos serviços.

Impacto na operação.

Despesas adicionais. Poder

Concedente

Obrigação de reelaboração dos parâmetros de desempenho mediante termo aditivo, assegurado o direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato nos

casos em que esta recpatuação não decorrer de revisão ordinária do contrato..

81 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.14

Impossibilidade de

abertura do Parque e de cobrança de tarifas junto ao público

Manifestações de civis/usuários que impeçam o funcionamento e a cobrança de ingresso do

Parque Zoológico.

Impacto na operação.

Aumento dos custos. Compartilhado

Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.

(Sugestão: determinar um limite que a Concessionária suporte e acima deste limite o Poder Concedente reequilibra o Contrato)

IV.15

Greve no setor de

operação

Greves e outras manifestações dos funcionários que trabalham

na Concessão.

Paralização temporária ou permanente da

operação. Concessionária

A concessionária é responsável por gerir as relações mantidas com seus empregados e funcionários, inclusive em situações de greve ou outros tipos de manifestação.

O contrato exige que a concessionária contrata seguros quanto a este tipo de manifestação.

IV.16

Operação inadequada do parque zoológico.

Os animais do parque zoológico não são tratados

corretamente.

Bens da concessão não são conservadas adequadamente.

Sofrimento animal.

Perda de licenças operacionais.

Impossibilidade de cobrança de tarifa.

Sanções administrativas pelos órgãos ambientais.

Concessionária

A Concessionária assume total e exclusiva responsabilidade pelo bem estar animal e ambiental do zoológico.

Obrigação da Concessionária de manter indene o Poder Concedente em relação a eventual responsabilidade solidária com relação a conservação do meio ambiente e do

bem-estar dos animais.

Fiscalização pelo Poder Concedente das questões quanto a conservação do ambiente e tratamento dos animais, que não exime a concessionária de suas responsabilidades.

Previsão de indicadores de desempenho relacionados ao bem estar animal e à manutenção do plantel

IV.17

Fuga de Animais

Má conservação das grades de proteção dos animais.

Má reputação para o parque zoológico.

Divulgação de insegurança nas redes

Concessionária A concessinária será obrigada a manter procedimento para fugas de animais pré-estabelecido.

82 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Erro da equipe de operação do Parque Zoológico

sociais ocasionando a queda de visitantes.

Aumento dos custos.

Queda na receita da Concessionária.

Danos a usuários ou a terceiros.

A concessionária deverá criar uma política de segurança animal no local.

A Concessionária deverá disponibilizar equipe capacitada e dotada dos equipamentos necessários a conter a situação emergencial relativa a fuga de animais.

Responsabilidade da concessionária de indenizar eventuais danos sofridos por usuários ou terceiros por ocasião da fuga animal

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

IV.18.

Falhas nos equipamentos utilizados

para a contenção

animal

Utilização de equipamentos obsoletos ou em mau estado

de conservação

Não realização de manutenção adequada dos equipamentos

de contenção de animais

Má reputação do zoológico.

Risco de dano aos usuários.

Concessionária A Concessionária deverá manter equipe de contenção de animais em caso de fuga, bem

como deverá fornecer treinamento adequado a seus membros e também oferecer equipamentos adequados e em bom estado de manutenção para estes profissionais.

IV.19.

Erros médicos

cometidos no tratamento

dos animais ou em

procedimentos cirúrgicos

Negligência ou imperícia do profissional veterinário;

Ausência de medicamentos ou de equipamentos necessários

ao tratamento ou procedimento cirúrgico

Morte ou incapacitação do animal para a vida

em cativeiro ou na natureza.

Concessionária

A Concessionária será responsável por manter hospital veterinário no Zoológico, incluindo, todos os equipamentos e insumos médicos necessários ao cuidado da saúde de todos os

animais integrantes do Plantel, assim como, por selecionar profissionais veterinários qualificados por desempenhar os serviços neste recinto;

83 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.20

Lesões sofridas pelos

animais

Negligência quanto aos cuidados demandados pelos

animais;

Inadequação das instalações que venham a ocasionar lesões

aos animais;

Má utilização do Zoológico pelos usuários

Acidentes em exibições ou atrasões que utilizem os

animais

Maus tratos pelos funcionários

Morte ou prejuízo grave à saúde de animais.

Obrigação de reposição do plantel de animais.

Responsabilização pelos órgãos ambientais.

Obrigação de readequação das instalações dos

animais.

Concessionária

A Concessionária será obrigada a edificar e manter os recintos dos animais em condições adequadas de segurança, tanto aos usuários quanto aos animais.

A Concessionária será obrigada a orientar os usuários quanto as regras de visitação, sendo sua responsabilidade coibir qualquer comportamento que coloque os animais ou os

visitantes em risco.

A Concessionária será responsável por oferecer condições adequadas aos animais, assegurando seu bem estar e saúde. Eventuais lesões sofridas em razão de negligência

será de sua exclusiva responsabilidade.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

IV.21

Enfermidades no plantel de

animais

Epidemias;

Contaminação do zoológico por agentes biológicos causadores

de patologias (vírus, fungos, bactérias, etc.)

Contração de doenças correntes e ordinárias.

Morte ou danos irreversíveis ao plantel.

Risco de transmissão de doenças à

população.

Intervenções dos órgãos de saúde para

Concessionária

A concessionária será obrigada a manter os habitáculos dos animais em condições sanitárias e biologicamente adequadas;

A Concessionária será obrigada a fornecer tratamento e acompanhamento veterinário periódico aos animais integrantes de seu plantel.

84 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

evitar contaminações da população. A Concessionária será obrigada a contribuir e a observar as recomendações dos órgãos

competentes em caso de contaminação de seu plantel por doenças que possam ser transmitidas a humanos.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

IV.22.

Inadequação das

condições de conservação

dos Alimentos e

da Água destinados

ao Plantel de Animais

Recintos de armazenagem dos alimentos e da água em

condições sanitárias inadequadas;

Equipamentos utilizados na alimentação e dessedentação

dos animais em condições precárias de higiene;

Intoxicação dos animais e outras

enfermidades decorrentes.

Responsabilização pelos órgãos de

vigilância sanitária e ambientais.

Concessionária

A Concessionária será responsável por armazenar de forma adequada os alimentos necessários aos animais, assim como dos equipamentos destinados a sua alimentação.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

IV.23.

Inadequação da dieta

alimentar do Plantel de Animais

Alimentação nutricionalmente inadequada dos animais;

Escolha de alimentos incompatíveis com a rotina

alimentar recomendada paracada espécie;

Não observância dos períodos de alimentação dos animais;

Obesidade de animais.

Disfunções nutricionais.

Risco à saúde dos animais.

Concessionária

A Concessionária será responsável por estabelecer uma dieta e uma rotina alimentar adequada para cada espécie de animal integrante de seu plantel, respondendo pelas

inadequações desta última.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

85 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.24.

Falta de alimentos ou de Água para Dessedentaç

ão, hidratação e higienização dos Animais

Aquisição em quantidade insuficiente de alimentos;

Aquisição ou fornecimento de água em volume insuficiente

para a dessedentação e higienização dos animais.

Não cumprimento da dieta alimentar e de dessedentação dos

animais.

Sofrimento animal.

Concessionária

A Concessionária será responsável por assegurar o bem estar dos animais situados no Zoológico, garantindo a estes água e alimentação em quantidade suficiente para suprir

suas necessidades biológicas,

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

IV.25.

Inadequação da

destinação de animais

que faleçam no Zoológico

Não realização de perícia post mortem adequada;

Destinação a áreas não capacitadas para o

recebimento de cadáveres animais.

Contaminação do solo.

Sanções ambientais e contratuais.

Concessionária

A Concessionária é responsável pela gestão do plantel de animais, devendo observar todas as obrigações relativas a sua adequada manutenção em vida quanto as obrigações

necessárias a sua adequada disposição após a morte.

IV.26

Furto ou dano a

veículos no estacioname

nto do Zoológico

Falha ou ausência de equipamentos de segurança

Ausência ou falha da equipe de segurança

Dano aos usuários. Concessionária

A Concessionária deverá manter todos os equipamentos e equipe de segurança necessários à garantia da segurança patrimonial dos veículos armazenados no

estacionamento do Zoológico.

A Concessionária será obrigada a contratar seguros patrimoniais.

IV.27

Furto de animais

integrantes do Plantel

Falha ou ausência de equipamentos de segurança

Ausência ou falha da equipe de segurança

Dano aos animais.

Obrigações de novos investimentos para reposição do plantel.

Concessionária

A Concessionária deverá assegurar a segurança de todos os animais integrantes do plantel por meio de equipamentos de segurança e de equipe qualificada para tanto.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

86 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

IV.28.

Morte de animais por causas não

naturais

Falha no cumprimento ou não observância das normas de

segurança dos animais.

Má utilização do Zoológico pelos usuários

Obrigação de reposição do plantel de animais.

Responsabilidade ambiental.

Concessionária

É obrigação da Concessionária assegurar o bem estar dos animais, sendo de sua responsabilidade qualquer dano que leve a morte por causas não naturais destes animais.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos animais e à manutenção do plantel

IV.29

Gestão Inadequada do Contrato.

Procedimentos para gestão do Contrato e responsáveis não

definidos claramente no Poder Concedente.

Assimetria nos sistemas de informação do Poder Concedente e

do Concessionário.

Concessionária

Definição prévia das informações a serem fornecidas pela Concessionária ao Poder Concedente.

Exigência de que as informações solicitadas à Concessionária sejam enviadas em formatos compatíveis com os sistemas do Poder Concedente.

IV.30

Queda na qualidade do

serviço. Gestão inadequada.

Insatisfação dos usuários.

Redução da quantidade de visitantes e da rentabilidade da Concessionária.

Concessionária

Previsão contratual de intervenção e de caducidade por má performance medida por um sistema de mensuração de desempenho.

87 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 8 – Riscos econômico-financeiros

V – RISCOS ECONÔMICO-FINANCEIROS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

V.1

Falta de retorno

econômico dos

investimentos realizados.

Inflação nos preços dos insumos relacionados às obras de melhoramentos e ampliação

da infraestrutura do parque zoológico.

Aumento dos custos.

Necessidade de aportar recursos próprios

adicionais ou de obtê-los em mercado para

suportar as obrigações assumidas perante

fornecedores e para a execução da Concessão.

Concessionária

Concessionária deverá suportar a variação dos preços dos insumos.

Variação cambial.

Aumento do valor, em Reais, da parcela do

financiamento a ser paga pela Concessionária.

Aumento dos custos.

Concessionária Risco de variação cambial será expressamente alocado à Concessionária no Contrato.

Custos excessivos de execução do projeto.

Redução do retorno econômico projetado pela

Concessionária. Concessionária Particular é responsável pelos custos inerentes à Concessão.

Imprevisões, álea econômica extraordinária.

Investimentos adicionais para suportar os acontecimentos extraordinários.

Poder Concedente

Poder Concedente responde pelos riscos nos termos da cláusula rebus sic stantibus, assumindo os custos decorrentes daquilo que extraordinariamente sobejar os riscos ordinários atrelados às obrigações descritas no objeto do Contrato e na repartição de

riscos nesse estabelecida.

88 Pl ano s Engenh ar ia

V – RISCOS ECONÔMICO-FINANCEIROS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Erros do plano de negócios apresentado pela Concessionária.

Frustração de receitas projetadas.

Custos adicionais para a implantação do plano de

negócios.

Concessionária Concessionária conserva os riscos pelos planos de negócios apresentados.

89 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

V.2

Falência ou recuperação judicial da

Concessionária.

Falta de retorno econômico esperado.

Inexequibilidade do Contrato. Concessionária

Concessionária é responsável pela realização de estudos e pelo planejamento do retorno econômico da Concessão, assumindo os custos decorrentes de falhas nestes últimos, de

ineficiências na execução do Contrato ou pela não concretização de expectativas assumidas por ocasião da contratação.

Repercussões para a continuidade do Contrato mitigadas pelo acompanhamento da situação financeira da Concessionária, com possibilidade de intervenção e decretação de

caducidade pelo Poder Concedente.

Possibilidade de acionamento das garantias de execução do Contrato constituídas pela Concessionária, em caso de inviabiçidade do cumprimento das obrigações contratuais.

Inadimplência do Concessionária junto a

seus financiadores, fornecedores, empregados

ou sub contratados.

Ações de cobrança, com possível pedido de

decretação de falência. Concessionária

Concessionária é responsável pelos custos inerentes à Concessão, assumindo, inclusive, os custos de contratação do financiamento, custos trabalhistas e previdenciários, assim

como com seus fornecedores.

Previsão de step in rights.

V.3 Custo de capital

Custo de capital para realização das obras de

melhoramentos do parque zoológico e sua operação maior do que o projetado.

Inexequibilidade do Contrato. Concessionária

Concessionária é responsável pelos custos da Concessão, inclusive, pela projeção e pagamento dos custos de capital necessários a sua realização, assim como pela

contratação de financiamento ou outras formas para suportá-los.

V.4

Falta de atualização

monetária da tarifa do valor do

ingresso.

Redução do valor real da remuneração da Concessionária.

Diminuição das receitas da Concessionária. Compartilhado Previsão de reajuste anual automático do valor máximo a ser cobrado, caso ele venha a

ser estabelecido contratualmente

90 Pl ano s Engenh ar ia

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

V.5 Variação das taxas de juros.

Alteração das taxas de juros durante a vigência do

Contrato.

Efeitos sobre a estrutura de preço da prestação do

serviço. Concessionária

A Concessionária é responsável pela contratação do financiamento da Concessão e deverá suportar as variações de taxas de juros associadas a esta contratação.

V.6

Risco de Indisponibilidade

de Financiamento.

Falta de recursos de terceiros para financiar o

empreendimento.

Aumento dos custos.

Necessidade de aportar recursos próprios

adicionais ou de obtê-los em mercado para

suportar as obrigações assumidas perante

fornecedores e para a execução da Concessão.

Concessionária

Exigência, na licitação, de declaração de que o proponente dispõe capacidade financeira para obter financiamento.

Exigência, no Edital, de declaração da instituição financeira de exequibilidade do plano de negócios.

A Concessionária é responsável pela contratação do financiamento da Concessão.

V.7

Risco de inadimplência do parceiro privado

junto às instituições financeiras.

Parceiro privado parar de honrar os compromissos

financeiros junto às instituições financeiras.

Aumento dos custos.

Inviabilidade econômica da Concessão.

Concessionária

Cláusula de step-in-rights, permitindo ao financiador substituir, com autorização prévia do ente público, um novo operador na hipótese de inadimplemento do empreendedor.

Possibilidade de oferecer os direitos emergentes da Concessão em garantia do financiamento, no limite em que não comprometa a própria Concessão.

91 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 9 – Riscos Institucionais

VI – RISCOS INSTITUCIONAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

VI.1 Político.

Encampação.

Extinção do Contrato e instauração de

procedimento para a apuração das

indenizações devidas à Concessionária.

Concessionária

Previsão contratual do procedimento de indenização da Concessionária.

Observância das hipóteses legais da encampação.

Imposição de alterações unilaterais, pelo Poder Concedente, quanto às

obrigações da Concessionária.

Aumento imprevisto dos custos de projeto/

engenharia e operação da do parque zoológico.

Poder Concedente

Poder Concedente responderá pelas alterações unilaterais que impuser à Concessionária, assegurando-se o direito ao reequilíbrio econômico-financeiro da

Concessão ao particular..

VI.2 Jurídico e Judicial.

Lentidão, falta de especialização técnica e

falhas na jurisdição.

Demora na solução de controvérsias e adoção

de decisões tecnicamente inadequadas.

Compartilhado Adoção de arbitragem e de sistema amigável de solução de controvérsias.

92 Pl ano s Engenh ar ia

VI – RISCOS INSTITUCIONAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

VI.3 Regulatório e legislativo.

Alterações na regulação aplicável à Concessão ou, ainda que não aplicáveis,

que afetem a execução de seu objeto.

Custos adicionais. Compartilhado

Incumbe à Concessionária executar o Contrato conforme a legislação e regulação setorial incidentes sobre o projeto, mudanças normativas posteriores à assinatura do

Contrato que imponham aumento dos custos ensejam o direito ao reequilíbrio econômico-financeiro.

Impactos tributários (ex. alterações legais, risco da

modelagem tributária).

Aumento dos custos de construção e operação. Compartilhado

Alteração da carga tributária enseja reequilíbrio econômico-financeiro, exceto os tributos sobre a renda.

VI.4 Término antecipado.

Decretação da caducidade da Concessão por

insuficiência de desempenho da Concessionária.

Extinção do Contrato. Concessionária Estalbecimento de procedimentos para o monitoramento e para a avaliação do

desempenho operacional da Concessionária, acompanhado de definição de regras que disciplinarão o término antecipado por insuficiência de desempenho..

Rescisão contratual consensual.

Extinção do Contrato. Compartilhado Previsão de critérios e procedimentos para reembolso da parcela dos investimentos não amortizados ou depreciados.

Força maior - eventos da natureza.

Extinção do Contrato. Compartilhado Previsão de contratação de Plano de Seguros (Lucros Cessantes), bem como a previsão

de critérios e disposições próprias para a indenização dos investimentos ainda não amortizados.

VI.5

Intervenção por Descumprimento do Contrato por

Parte da Concessionária.

Descumprimento de condições contratuais pela

Concessionária.

Custos adicionais.

Litigiosidade. Concessionária

Disciplina contratual da possibilidade de intervenção, com a definição estrita das hipóteses em que esta poderá ocorrer..

Previsão da possibilidade de execução da garantia da proposta em razão do inadimplemento contratual.

93 Pl ano s Engenh ar ia

VI – RISCOS INSTITUCIONAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

VI.6

Intervenção do Ministério

Público e dos Órgãos de Controle da

Administração Pública (Tribunal

de Contas, Corregedoria).

Intervenções e impedimentos da operação da Concessão por parte do Ministério ou de órgãos de controle da administração

Pública, como o Tribunal de Contas da União/Estado,

Corregedoria estadual etc.

Custos Adicionais.

Atrasos nos cronogramas.

Extinção do Contrato.

Compartilhado

Intervenções dos órgãos de controle da administração pública ou do Ministério Público originadas em atos ou inadimplementos imputáveis à Concessionária, serão de

responsabilidade desta última, que terá de arcar com os custos decorrentes e eventuais indenizações ao Poder Concedente.

Intervenções dos órgãos de controle da administração pública ou do Ministério Público associados à concepção do projeto e demais exigências legais relativas à etapa interna

da licitação.

VI.7 Impossibilidade de cobrança do

ingresso

Restrição operacional ou não cobrança do valor do ingresso decorrente de decisão judicial, arbitral,

administrativa ou omissão de entes públicos.

Custos adicionais (indiretos).

Atrasos no cronograma.

Inviabilidade econômica da Concessão.

Poder Concedente

Previsão de uma estrutura de preço público aderente à legislação aplicável e à natureza jurídica da concessão.

Garantia do direito ao reequilíbrio econômico-financeiro da concessão.

94 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 10 – Riscos ambientais e sociais

VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

VII.1

Existência de Processo de

Desestabilização dos terrenos.

Erosões, escorregamento, desagregação superficial,

queda de blocos, recalque.

Atrasos no cronograma.

Aumento de custos. Concessionária

A Concessionária é responsável por desempenhar vistoria completa na área que integrará a concessão, responsabilizando-se pela observância, em sua proposta, de

todos os custos necessários à execução do Contrato.

Exigência de observância às normas ambientais.

Controle das construções que tenham interface com o parque zoológico.

VII.2 Licenciamento ambiental.

Atraso ou não obtenção da licença ambiental prévia.

Atrasos no cronograma.

Aumento de custos. Compartilhado

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas

obrigações de modo diligente.

Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou

autorizações necessárias aos melhoramentos do parque zoológico, bem como de atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

Atraso na obtenção da licença ambiental de

instalação.

Atrasos no cronograma.

Aumento de custos. Compartilhado

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas

obrigações de modo diligente.

95 Pl ano s Engenh ar ia

VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou

autorizações necessárias aos melhoramentosdo parque zoológico, bem como de atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

Atraso na obtenção da licença ambiental de

operação

Atrasos no cronograma.

Aumento de custos. Compartilhado

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas

obrigações de modo diligente.

Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou

autorizações necessárias aos melhoramentos do parque zoológico, bem como de atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

VII.3

Autorizações do Zoológico

(Portaria SEMA nº 175/2015)

Atraso na obtenção ou renovação da Autorização Prévia, da Autorização de

Instalação e/ou da

Atraso no Cronograma.

Paralização da operação do zoológico.

Concessionária

A Concessionária é obrigada a obter e manter todas as autorizações e licenças necessárias à operação do Parque Zoológico, o que lhe obriga a suportar os custos

associados a sua não obtenção, salvo quando esta decorre de recusa imotivada do órgão competente

96 Pl ano s Engenh ar ia

VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Autorização de Uso e Manejo.

Não obtenção ou renovação da Autorização Prévia, da Autorização de

Instalação e/ou da Autorização de Uso e

Manejo.

Investimentos adicionais para a obtenção da

autorização. Previsão de penalidades contratuais para os atrasos no cronograma.

Possibilidade de decretação da caducidade da concessão

VII.5 Manutenção da Classificação do

Zoológico

Infraestruturas inadequadas para a

manutenção ou obtenção da classificação na

Categoria “A”, nos termos da Portaria IBAMA nº

07/2015.

Frustração dos objetivos da Concessão.

Necessidade de novos investimentos para a

obtenção da classificação na Categoria A.

Concessionária É obrigação da Concessionária desempenhar todos os investimentos necessários a garantir que o Parque Zoológico detenha a estrutura adequada para a obtenção das

qualificações técnicas exigidas pelo contrato.

VII.6

Inadequação da armazenagem e destinação de

Resíduos e Efluentes

Hospitalares, Laboratórios ou

outros que demandem tratamento

prévio

Não tratamento prévio dos resíduos e efluentes

Sanções ambientais.

Obrigação de investimentos para o

cumprimento das exigências ambientais.

Concessionária A Concessionária será responsável pela correta destinação de todos os resíduos sólidos

e efluentes produzidos durante a operação do Zoológico que demandem tratamento prévio a sua destinação final..

97 Pl ano s Engenh ar ia

VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

VII.7. Inadequação da Destinação de

Esgoto

Não ligação do zoológico à rede pública de esgoto ou

não realização de tratamento de esgoto

adequado.

Sanções ambientais e regulatórias.

Poluição das bacias hidrográficas circundantes.

Concessionária A Concessionária será responsável pelo tratamento, conforme as exigências de

regulamentação vigente, de todos os efluentes líquidos produzidos durante a operação do Zoológico, antes de seu despojo as bacias hudrigráficas circundantes.

VII.4 Passivo ambiental.

Constatação de passivo ambiental após a

assinatura do Contrato.

Aumento de custos.

Atrasos nos cronogramas.

Compartilhado

Previsão de obrigação, para a Concessionária, de adotar as medidas para tratamento do passivo ambiental.

Os ônus decorrentes do passivo ambiental gerado antes da assinatura do Contrato serão de responsabilidade do Poder Concedente e ensejarão reequilíbrio econômico financeiro

do Contrato, salvo aqueles previamente identificados no Contrato.

Os ônus decorrentes do passivo ambiental gerado após a assinatura do Contrato serão de responsabilidade da Concessionária.

Não incidência de penalidades por eventuais atrasos ocasionados pela descoberta de passivos ambientais não informados pelo Poder Concedente antes da assinatura do

Contrato.

98 Pl ano s Engenh ar ia

5 Modelo de Negócios

O presente capítulo tem por objetivo apresentar o Modelo de Negócios para a Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. Os itens que serão descritos nesse capítulo são referentes ao modelo de negócios a ser adotado na Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia.

É necessário levar em conta a Lei Federal nº 8.987/95 que define as diretrizes para as concessões no Brasil, uma vez que o modelo proposto é o de concessão comum, o qual não há contrapartidas pecuniárias do Estado para complementar e/ou viabilizar a Concessão. Consequentemente, não há dependência de pagamentos adicionais a serem realizados pelo Estado, o projeto terá que ser viável financeiramente.

As concessões comuns podem ser onerosas, quando há o pagamento de uma outorga pelo privado ao Estado. Há também concessões não onerosas, quando não há o pagamento de outorga para ter o direito de exploração do ativo público e serviços públicos.

A determinação de pagamento de outorga ou não, e como ela será definida será resultado do estudo de viabilidade econômico financeiro, do estudo de demanda, inerente a atividade do Projeto e dos objetivos do Governo do Estado.

O diagrama, exposto na Figura 51 a seguir, apresenta suscintamente o Modelo de Negócios proposto para a Concessão do bem público, o Parque Zoológico Sapucaia do Sul.

Figura 51 – Modelo de Negócios da Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

Fonte: Elaboração Consórcio.

99 Pl ano s Engenh ar ia

O Poder Concedente será a Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA). É responsabilidade da SEMA realizar o processo licitatório, na modalidade de concessão comum, e firmar contrato com a empresa/ consórcio de empresas vencedor do certame, bem como gerir o contrato durante o prazo pactuado.

O vencedor da licitação será responsável por constituir uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), cujo objeto social será a exploração do bem concedido definidos no contrato de Concessão.

A Concessionária deverá pagar em favor do Poder Concedente outorga para exploração do bem. Em contrapartida, a Concessionária será remunerada através da tarifa paga pelos usuários do Parque Zoológico, bem como outras receitas da exploração do bem concedido.

A Concessionária deverá obedecer a padrões de governança corporativa e adotar sistemas de contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento, podendo assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos à negociação no mercado.

Os acionistas serão responsáveis pela constituição da SPE e pelos aportes de capital necessários. Por sua vez, os acionistas farão jus aos dividendos do Projeto.

Os usuários serão os ingressantes pagantes do valor da tarifa no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

O Projeto poderá ainda contar com financiamentos durante o período de Concessão, com termos e condições adequados à capacidade de geração de caixa do Projeto de Concessão.

Tendo em vista que ao longo da execução contratual podem surgir contratempos que ocasionem danos e perdas materiais, é recomendável a utilização de seguros para a mitigação de riscos.

Secretaria Ambiente e Desenvolvimento

Sutentável (Poder Concedente)

Concessionária

Acionistas

Usuário

Financiador

Seguradoras

100 Pl ano s Engenh ar ia

O contrato de Concessão deverá prever que a Concessionária mantenha em vigor, a partir do início até o término da Concessão, apólices de seguro que cubram o valor integral dos equipamentos, instalações, sistemas e outros bens móveis vinculados à Concessão. O Subcapítulo 5.1 descreve os seguros usualmente exigidos em contratos de concessão.

5.1 Seguros e Garantias

Há previsão legal na Lei de Licitações (lei n° 8.666/93) e na Lei de Concessões (lei n° 8.987/95) de exigência de garantias do ente privado, quando oportuno. Por isso, o contrato de Concessão deverá exigir a contratação de seguros e garantias por parte da SPE. A seguir são descritos os seguros e garantias a serem adotados no contrato de Concessão.

5.1.1 Garantia e manutenção de proposta: Garantia da proposta ou Bid Bond

A garantia de manutenção de proposta, também conhecida como Bid Bond, garante para o licitante os custos decorrentes da não-assinatura do contrato pelo vencedor da licitação. Neste caso, o vencedor da licitação deverá indenizar o governo garantindo o diferencial de preço para o segundo colocado e os custos inerentes ao atraso do contrato.

O prazo de vigência da garantia deve cobrir todo o período da entrega da proposta pelas proponentes na licitação até a assinatura do contrato, sendo que caso ocorra atraso em alguma das etapas necessária à assinatura do contrato, ou no processo licitatório, de forma que o prazo exigido no edital de licitação não seja suficiente, deve-se renovar a garantia da proposta.

O valor garantido depende do projeto, sendo observado nos últimos editais algo entre 1% e 1,5% do valor do contrato.

5.1.2 Garantia de fiel cumprimento de obrigações contratuais durante a operação: Garantia de Execução ou Performance Bond

A garantia de fiel cumprimento de obrigações contratuais durante a operação, também conhecida como Performance Bond, garante a indenização, até aos valores indicados no contrato, dos prejuízos decorrentes do não cumprimento das obrigações assumidas no contrato de Concessão do bem.

O prazo de vigência da garantia deve cobrir todo o período do contrato de Concessão, sendo o valor garantido dependendo dos riscos inerentes à atividade do contrato.

5.1.3 Seguros a serem contratados pela Concessionária

Após a celebração do contrato, a Concessionária deve contratar alguns seguros, sendo comumente solicitados o seguro de responsabilidade civil e o seguro do tipo all risks (todos os riscos). Porém há outros tipos de seguro que podem ser exigidos de acordo com o modelo de negócios do projeto. Para a Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul sugere-se a exigência dos seguros de responsabilidade civil e all risks.

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5.1.3.1 Seguro de responsabilidade civil

Cobertura referente à responsabilidade civil da Concessionária e/ou Poder Concedente, por danos causados, inclusive custos processuais e outras despesas que atinjam a integridade física e patrimonial de terceiros, decorrentes da implantação do Projeto de Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

O prazo de vigência do seguro deve cobrir todo o período de vigência do contrato de Concessão.

5.1.3.2 Seguro de risco operacional do tipo all risks

Cobertura de avarias, perdas e danos de materiais decorrentes de acidentes de origem súbita e imprevista, causados aos bens de propriedade ou posse da Concessionária.

O prazo de vigência do seguro deve cobrir todo o período de vigência do contrato de Concessão, sendo que o valor segurado dependerá dos riscos inerentes ao Projeto.

5.2 Quadro de Indicadores de Desempenho

A Lei das concessões, Lei 8.987 de 13 de fevereiro de 1995, em seu artigo 23 que regulamenta os contratos de concessão dispõe sobre a obrigatoriedade do indicador de desempenho. O indicador é um importante fator de avaliação dos parâmetros da concessão, como construção ou serviço. No artigo 35 da mesma lei, é colocado que o indicador de desempenho pode vir a ser fator de extinção da concessão pelo Poder Concedente, caso o indicador sinalize a baixa qualidade no serviço de acordo com os parâmetros estabelecidos.

O indicador de desempenho se torna assim um auxiliar na verificação do serviço prestado pela Concessionária. Os indicadores serão classificados conforme detalhado nas notas a seguir:

Nota 1: Somente será atribuída para refletir o integral cumprimento, pela Concessionária, de determinado Indicador de Desempenho.

Nota 0: Será atribuída no caso de descumprimento, cumprimento parcial ou inconformidades no cumprimento do Indicador de Desempenho, que tenham sido verificadas no âmbito das atividades fiscalizadoras relacionadas ao período considerado.

Na figura abaixo estão resumidos os grupos de indicadores sugeridos. O quadro de indicadores é formado por quatro grupos, sendo eles: qualidade, segurança, sustentabilidade e performance financeira.

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Figura 52 – Grupo de Indicadores de Desempenho

Fonte: Elaboração Consórcio.

Nas figuras abaixo estão detalhados os grupos de indicadores ilustrados a cima.

Figura 53 - Quadro de Indicadores: Indicador de Qualidade

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de qualidade têm-se:

Atendimento ao usuário;

Tratamento do plantel de animais segundo normas estabelecidas.

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Figura 54 - Quadro de Indicadores: Indicador de Segurança

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de segurança têm-se:

Acidentes com usuários;

Acidentes com funcionários;

Acidentes com animais.

Figura 55 - Quadro de Indicadores: Indicador de Sustentabilidade

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de sustentabilidade têm-se:

Número de programas com foco na educação ambiental e conservação.

Figura 56 – Quadro de Indicadores: Indicador de Performance Financeira

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de performance financeira têm-se:

Saúde financeira da concessionária.

5.2.1 Indicador de Qualidade

O Indicador de Qualidade (IQL) retratará a qualidade da infraestrutura e dos serviços compreendidos na Concessão, compreendendo o atendimento das funcionalidades, performance, ausência de defeitos e inconformidades.

104 Pl ano s Engenh ar ia

O IQL, que corresponde a um índice técnico de qualidade, será apurado quantitativamente por meio de dados e métricas relacionados à qualidade da infraestrutura e dos serviços.

O IQL é dado pela avaliação dos seguintes sub-indicadores:

Operacionalidade – OPL

Serviço dos Animais – ANI

Satisfação dos usuários

O Indicador de Qualidade (IQL) será apurado por meio dos sistemas de informação que serão implantados pela concessionária para gerenciamento da infraestrutura concedida e dos serviços prestados, e também através de inspeções in loco, realizadas aleatoriamente e por amostragem estatística representativa.

Deverá ser elaborado pela concessionária e submetido à aprovação do Poder Concedente, em um prazo de até 45 dias anterior ao início da operação plena, relatório contendo as definições de amostragem, freqüência e método de abordagem, bem como das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se relacionem aos demais aspectos operacionais e que serão analisados durante a avaliação dos indicadores.

Tabela 11 – Critério para definição do indicador de qualidade

Sub-indicador Peso

Operacionalidade – OPL 15% Serviços aos Animais - ANI 15% Satisfação dos usuários - USU 15% Total do peso do indicador de qualidade 45%

Fonte: Elaboração Consórcio.

Portanto, o Indicador de Qualidade será representado por um número de 1 (um) a 4 (quatro) que será obtido pelo resultado da fórmula abaixo:

IQL = OPL + ANI + USU

3

O sub-indicador de Operacionalidade – OPL é destinado a avaliar a efetiva disponibilidade da infraestrutura aos seus usuários, sendo mensurada a quantidade de dias em que o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul estará aberto ao público.

O sub-indicador de Serviços de Animais– ANI é destinado a avaliar a qualidade dos serviços associados ao plantel de animais do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, notadamente no que diz respeito ao atendimento dos padrões exigidos pelo IBAMA com relação às instalações destinadas aos animais e aos cuidados destinados ao plantel, bem como à manutenção do plantel mínimo estabelecido no contrato.

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O sub-indicador de Satisfação dos Usuários – USU é destinado a avaliar a qualidade dos serviços prestados aos usuários do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, conforme pesquisa de satisfação dos usuários a ser realizada pelo Poder Concedente.

Abaixo são apresentados as métricas de apuração para os subindicadores mencionados acima.

Tabela 12 – Métrica para apuração dos subindicadores de qualidade

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.2.2 Indicador de segurança

O Indicador de Segurança (ISE) retratará a conformidade dos SERVIÇOS com as obrigações regulatórias, legais e contratuais aplicáveis. Ele é obtido por meio da apresentação de cadastros, laudos técnicos, certidões e relatórios gerenciais para diversas categorias de serviços, que indicarão a existência de plano de trabalho,

1 2 3 4

3 – descumprimento de uma das metas acima em até 2%

2 – descumprimento de mais de uma das metas, ou de uma das metas acima em até 4%

1 – descumprimento de todas as metas, ou de uma das metas acima além de 4%

Subindicador Avaliação RacionalForma de Medição

Nota

Operacionalidade (OPL)

Disponibilidade da infraestrutura e serviços para os usuários

Quantidade de dias em que o zoológico estará aberto ao público

1) Relatório da concessionária 2) sistema de reclamações dos usuários e 3) verif icação in loco

4 - se aberto em no mínimo 50 f inais de semana, 180 dias úteis por ano e 90% dos feriados

Serviços de Animais (ANI)

Atendimento à regulamentação do IBAMA e manutenção do Plantel Mínimo

Descumprimento da regulamentação do IBAMA e quantidade de animais do Plantel Mínimo e ações de reposição

1) Relatório da concessionária 2)notif icações dos órgãos de controle e 3)verif icação in loco

4 - se não houver irregularidade em relação à regulamentação do IBAMA ou se forem sanadas no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da sua notif icação, bem como manutenção de ao menos 80% (oitenta por cento) do Plantel Mínimo projetado por macro grupo de espécies

3 – até 3 (três) eventos de descumprimento da regulamentação do IBAMA além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua notif icação, e apresentar o Plano Geral de Reposição de Animais, e manutenção do Plantel entre 60 % (sessenta por cento) e 80% (oitenta por cento) do Mínimo projetado por macro grupo de espécies;

2 – mais de 3 (três) eventos de descumprimento da regulamentação do IBAMA além do prazo de 30 (trinta) dias contados da sua notif icação, e apresentar o Plano Geral de Reposição de Animais, e manutenção do Plantel entre 60 % (sessenta por cento) e 80% (oitenta por cento) do Mínimo projetado por macro grupo de espécies;

1 – mais de 3 (três) eventos de descumprimento da regulamentação do IBAMA além do prazo de 30 (trinta) dias contados da sua notif icação, e não apresentar o Plano Geral de Reposição de Animais, e manutenção do Plantel abaixo de 60 % (sessenta por cento) do Plantel Mínimo projetado por macro grupo de espécies

1 – Pontuação igual ou inferior a 19,99% na avaliação da pesquisa de satisfação.

Satisfação dos Usuários (USU)

Satisfação dos usuários com os serviços e utilidades disponibilizados

Resultados das pesquisas semestrais a serem realizadas pelo Poder Concedente

Pesquisa de satisfação semestral a ser realizada pelo Poder Concedente

4 – Pontuação maior ou igual a 80% na avaliação da pesquisa de satisfação;

3 – Pontuação entre 79,99% e 50% na avaliação da pesquisa de satisfação;2 – Pontuação entre 49,99% e 20% na avaliação da pesquisa de satisfação;

106 Pl ano s Engenh ar ia

atividades desempenhadas, ocorrências, tratamento de falhas e incidentes, lições aprendidas, nível de serviço desempenhado e ações de melhoria.

O ISE é dado pela avaliação dos itens correlacionados, formado pelos sub-indicadores:

Incidentes com Usuários – INC

Acidentes com Funcionários e Prestadores de Serviço - IAF

Manutenção das Instalações de Apoio – MAN

O Indicador de Segurança (ISE) será apurado por meio dos sistemas de informação que serão implantados pela concessionária para gerenciamento da infraestrutura concedida e dos serviços prestados, e também através de inspeções in loco, realizadas aleatoriamente e por amostragem estatística representativa.

Deverá ser elaborado pela Concessionária e submetido à aprovação do Poder Concedente, em um prazo de até 45 dias anterior ao início da operação plena, relatório contendo as definições de amostragem, freqüência e método de abordagem, bem como das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se relacionem aos demais aspectos operacionais e que serão analisados durante a avaliação dos indicadores.

Tabela 13 - Critério para definição do indicador de segurança

Fonte: Elaboração Consórcio.

Portanto, o Indicador de Qualidade será representado por um número de 1 (um) a 4 (quatro) que será obtido pelo resultado da fórmula abaixo:

ISE = INC +IAF + MAN

3

O sub-indicador de Incidentes com Usuários – INC é destinado a avaliar a segurança dos usuários na fruição do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

O sub-indicador de manutenção das Instalações de Apoio – MAN é destinado a apurar o perfeito funcionamento das instalações de apoio aos usuários do do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, notadamente enfermaria e banheiros.

Abaixo são apresentados as métricas de apuração para os subindicadores mencionados acima.

Sub-indicador Peso

Incidentes com Usuários – INC 10%Acidentes com Funcionários - IAF 10%Manutenção das Instalações de Apoio – MAN 10%

Total do peso do indicador de segurança 30%

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Tabela 14 - Métrica para apuração dos subindicadores de segurança

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.2.3 Indicador de sustentabilidade socioambiental

O Indicador de Sustentabilidade Ambiental (ISS) destina-se a retratar o efetivo comprometimento da concessionária com a educação socioambiental dos usuários, de maneira a conscientizar e sensibilizar os usuários quanto à importância da preservação do meio ambiente, por meio de atividades educativas e recreativas com escolas e outras entidades, com o uso de temáticas expositivas e didáticas.

A concessionária deverá desenvolver um programa de educação socioambiental, com as características e conteúdo mínimo apresentados neste contrato, devendo submetê-lo à aprovação do Poder Concedente. O Indicador de Sustentabilidade Socioambiental destina-se a apurar o efetivo cumprimento deste programa.

O Indicador de Sustentabilidade Socioambiental (ISS) será apurado por meio das informações prestadas pela concessionária em seu relatório para o Poder Concedente, quanto à efetiva implantação de seu programa de educação socioambiental, e também através de inspeções in loco, realizadas aleatoriamente.

Deverá ser elaborado pela concessionária e submetido à aprovação do Poder Concedente, , relatório contendo as definições de amostragem, frequência e método de abordagem, bem como das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se relacionem aos demais aspectos operacionais e que serão analisados durante a avaliação dos indicadores.

O Indicador de Sustentabilidade Socioambiental (ISS) será apurado de acordo com a seguinte métrica:

1 2 3 4

4 – inexistência de acidentes graves envolvendo funcionários e prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;

3 – até 1 (um) incidente grave envolvendo funcionários e prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;

2 – até 2 (dois) incidentes graves envolvendo funcionários e prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;

1 – mais de 2 (dois) incidentes graves envolvendo funcionários e prestadores de serviço do zoológico, no período apurado.

Incidentes com Funcionários (IAF)

Ocorrência de acidentes graves de trabalho, envolvendo funcionários e prestadores de serviço, inclusive entre esses e animais

Quantidade de acidentes constatados

1) Relatório de ocorrências da concessionária,2) sistema de registro do Ministério do Trabalho e3) verif icação in loco

Subindicador Avaliação RacionalForma de Medição

Nota

Incidentes com Usuários (INC)

Ocorrência de incidentes graves envolvendo usuários, inclusive entre usuários e animais

Quantidade de incidentes constatados

1) Relatório de ocorrências da concessionária, 2)sistema de reclamações dos usuários e 3)verif icação in loco

4 – inexistência de incidentes graves envolvendo usuários do zoológico, no período apurado3 – até 1 (um) incidente grave envolvendo usuários do zoológico, no período apurado

1 – mais de 2 (dois) incidentes graves envolvendo usuários do zoológico, no período apurado

2 – até 2 (dois) incidentes graves envolvendo usuários do zoológico, no período apurado

Manutenção das Instalações de Apoio (MAN)

Dimensionamento, qualidade e funcionalidade das instalações de apoio

Observância das exigências contratuais e regulamentares quanto às instalações de apoio

Relatório da concessionária notif icações dos órgãos de controle e verif icação in loco

4 - se não houver irregularidade em relação às exigências contratuais e regulamentares quanto às instalações de apoio, no período de apuração, ou se forem sanadas no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação;

3 – até 2 (dois) eventos de irregularidade além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação;

2 – até 3 (três) eventos de irregularidade além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação;

1 – mais de 3 (três) eventos de irregularidade além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação.

108 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 15 - Métrica para apuração dos subindicadores de sustentabilidade socioambiental

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.2.4 Indicador de performance financeira

O Indicador de Performance Financeira (IPF) destina-se a garantir a higidez da concessionária e, por consequência, da Concessão, de maneira a permitir a sua continuidade e sustentabilidade em longo prazo.

O Indicador de Performance Financeira (IPF) será apurado por meio das informações econômicas prestadas pela concessionária em seu relatório para o Poder Concedente, notadamente o seu balanço patrimonial.

O Indicador de Performance Financeira (IPF) será apurado de acordo com a seguinte métrica:

1 2 3 4

Manual Socioambiental(ISS3)

Primeiro em até 6 meses e 1 revisão anual

4 – Sim; 1 - Não

Elaboração do Plano de Educação Socioambiental(ISS4)

Primeiro em até 6 meses e 1 revisão anual

4 – Sim; 1 - Não

Serviço de Equipe de Apoio Educacional(ISS2)

1 Educador para cada 100 usuários

4 - se não houver descumprimento de nenhum dos compromissos previstos no programa de educação ambiental, ou se os descumprimentos forem sanados no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação3 – até 2 (dois) eventos de descumprimento de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação2 – até 3 (três) eventos de descumprimento de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação

1– mais de 3 (três) eventos de descumprimento de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação

Implantação do programa de educação socioambiental elaborado pela concessionária e aprovado pelo Poder Público

Constatação de descumprimento dos compromissos assumidos pela concessionária em seu programa de educação socioambiental(ISS1)

Relatório da concessionária, sistema de reclamações dos usuários e f iscalização in loco

4 - se não houver descumprimento de nenhum dos compromissos previstos no programa de educação ambiental, ou se os descumprimentos forem sanados no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação3 – até 2 (dois) eventos de descumprimento de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação2 – até 3 (três) eventos de descumprimento de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação1 – mais de 3 (três) eventos de descumprimento de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verif icação

Sustentabilidade socioambiental (ISS)

Forma de Medição

Nota Avaliação RacionalSubindicador

109 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 16 – Métrica para apuração do indicador de performance financeira

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.3 Análise da adequação orçamentária do projeto

A Concessão do bem público, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, será na modalidade de concessão comum. Está é a modalidade em que os investimentos realizados pelo parceiro privado para viabilizar o fornecimento de um serviço de interesse público tem como contrapartida as tarifas pagas pelos usuários dos serviços. Em outras palavras, o investimento do parceiro privado é remunerado pelas tarifas pagas diretamente pelo usuário, sem que sejam necessários aportes orçamentários regulares por parte do Poder Concedente.

Na concessão comum há dois tipos de classificação: concessão onerosa ou não onerosa.

Onerosa: é previsto que no contrato haja pagamento de um valor para adquirir o direto de exploração do bem ou serviço objeto da licitação por parte do concessionário. A outorga pode ser fixa, variável ou os dois. No âmbito do julgamento da proposta na fase de licitação, geralmente, é utilizado o critério da menor tarifa ou maior outorga, apesar de existirem outros critérios.

Não onerosa: diferentemente da concessão onerosa, não há pagamento de um valor para o privado adquirir o direito de explorar o bem ou serviço público. Neste tipo de concessão o critério de julgamento da proposta, geralmente, é a tarifa a ser cobrada do usuário, embora também existam outros critérios que a administração pública pode utilizar.

Considerando que a concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul será do tipo concessão comum de característica onerosa. O critério de seleção da proposta financeira será pelo maior valor de outorga.

Baseado nas informações disponibilizadas pela Fundação Zoobotânica, o total de receitas do Parque Zoológico contabilizando, receitas com bilheterias e receitas com concessões soma-se R$ 2.969.368,60 no ano de 2016.

As despesas com relação a folha de pessoal incluindo, folha de pagamento, FGTS, INSS, PIS, auxílio transporte, auxílio refeição soma-se um subtotal de R$ 4.374.320,16. Somando a esse valor as despesas com relação ao custeio do Parque Zoológico calcula-se um montante de despesas totais de R$ 8.106.015,35.

A resultante da operação (receitas menos despesas) é igual ao valor negativo de R$ 5.136.646,75.

Performance Financeira (IPF)

Saúde Financeira da concessionária

Constatação da higidez econômica da concessionária

Apreciação do balanço patrimonial da concessionária

Comprovação de dispor de: (i) patrimônio líquido positivo e superior a 8 (oito) milhões de reais; (ii) nível de endividamento (correspondente à relação Passivo Circulante mais Passivo Não Circulante divido pelo Ativo

Atendimento ObrigatórioSubindicador Avaliação RacionalForma de Medição

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5.3.1 Situação Orçamentária do Estado do Rio Grande do Sul

De acordo com a Lei Orçamentária Anual publicada em 1º de dezembro de 2016 referente ao ano de 2017 está prevista uma receita total para o ano de 2017 de R$ 62.739.431.383,00. De acordo com os dados disponibilizados pelo site da Transparência do Rio Grande do Sul, até o mês de Outubro, as receitas acumuladas são superiores aos gastos do mesmo período, respeitando o orçamento previsto na Lei Orçamentária Anual. Além disso observa-se que o estado do Rio Grande do Sul também vem cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e as diretrizes da Lei Diretrizes Orçamentárias.

Figura 57 – Relação entre Receitas e Despesas do Estado do Rio Grande do Sul.

Fonte:Transparência RS.

O formato de uma concessão onerosa, correspondendo ao maior valor de outorga é relevante, dada a situação acima desenvolvida sobre os aspectos de déficit encontrados no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

5,564,27

4,74

5,76

4,984,67 3,54

4,61 4,92 4,994,53

4,15

5,064,98

5,93

4,75

3,153,13 2,73

2,73

Receita em milhões de Reais Gasto em milhões de Reais

111 Pl ano s Engenh ar ia

6 Análise de viabilidade econômico-financeira.

Neste capítulo serão apresentadas as análise do Plano de Negócios e da Viabilidade Econômico-Financeira do Projeto de Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. A elaboração de planilha eletrônica, com o conjunto de demonstrativos financeiros projetados para a concessão, incluindo Demonstração de Resultados, Balanço Patrimonial e Fluxos de Caixa (“Modelo Financeiro”), é fundamental para análise de viabilidade econômico-financeira do Modelo de Negócios.

6.1 Metodologia

A metodologia utilizada para a avaliação econômico-financeira da Concessão do Parque Zoológico foi o fluxo de caixa descontado e a TIR. Ambos os conceitos são amplamente utilizados no mercado para avaliação de empresas e de projetos, balizando estudos de viabilidade, compra, venda e abertura de capital de companhias, uma vez que permite estimar o retorno esperado de um determinado empreendimento para o investidor.

6.1.1 Fluxo de caixa descontado

O fluxo de caixa descontado está fundamentado no conceito de que o valor de um projeto, empresa ou negócio está diretamente relacionado aos montantes e aos períodos nos quais o fluxo de caixa livre, oriundos de suas operações, estarão disponíveis para distribuição. Portanto, para os acionistas, o valor do projeto é medido pelo montante de recursos financeiros a serem gerados no futuro pelo negócio, descontados a seu valor presente, para refletir o tempo, o custo de oportunidade e o risco associado a essa distribuição.

Para calcular o fluxo de caixa futuro gerado pelas operações de um projeto, incialmente projetam-se os seus resultados. Aos lucros líquidos projetados, adicionam-se as despesas com depreciação (por se tratar de despesas sem efeito na geração de caixa) e subtraem-se os investimentos, a necessidade de capital de giro, e os aumentos ou diminuições no endividamento. Outros itens com efeito sobre o fluxo de caixa do projeto também são considerados quando apropriado.

É importante ressaltar que o lucro líquido calculado nas projeções de resultado não é diretamente comparável ao lucro líquido contábil a ser apurado futuramente nos exercícios subsequentes. Isso se deve ao fato, entre outras razões, de que o lucro líquido realizado é afetado por fatores não operacionais ou não recorrentes, tais como receitas não operacionais, receitas e despesas com variações monetárias e cambiais, entre outras. Estes fatores não são projetados em razão de sua imprevisibilidade ou por motivos de simplificação das projeções.

A projeção dos demonstrativos de resultados futuros destina-se tão somente à finalidade de se calcular o fluxo de caixa projetado do negócio que está sendo avaliado, que contempla os fluxos futuros disponíveis para os acionistas. Nessa etapa da avaliação, o que se quer estimar é a capacidade de geração de caixa proveniente das operações normais do projeto, ou seja, seu potencial de gerar riqueza para os acionistas em decorrência de suas características operacionais.

112 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 58 – Representação esquemática do cálculo do fluxo de caixa

Fonte: Elaboração Consórcio

6.1.2 Taxa Interna de Retorno

A TIR é definida como a taxa de desconto que torna o VPL do fluxo de caixa livre igual a zero. Nos projetos de infraestrutura, a verificação da análise de viabilidade é calculada pela TIR do projeto e a TIR do acionista.

A TIR do projeto é obtida descontando-se o fluxo de caixa livre do projeto após os investimentos e antes dos custos financeiros (capital de terceiros), enquanto a TIR do acionista é calculada descontando-se o fluxo de caixa livre após os investimentos e custos financeiros, respeitando-se as restrições de distribuição de dividendos.

A metodologia da análise de viabilidade por um acionista estabelece que um projeto de investimento deve ser aceito se o custo do capital próprio for menor do que a TIR do acionista.

Figura 59 – Fluxo de caixa do acionista

Fonte: Elaboração Consórcio.

Premissas, Estudos e Projetos

Contas Patrimoniais Projetadas

Demonstrativo de Resultado

Projetado

Depreciação, Investimentos e

Variação no Capital de Giro

Fluxo de Caixa Livre

Fluxo de Caixa Descontado

Fluxo de Caixa da Operação

Fluxo de Caixa de Investimento

Fluxo de Caixa do Financiamento

Fluxo de Caixa do Projeto

Fluxo de Caixa do Acionista

113 Pl ano s Engenh ar ia

6.1.3 Metodologia de Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial

O objetivo da Taxa Interna de Retorno Referencial para este projeto é ter um balizador para o programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas no Estado do Rio Grande do Sul. Dessa forma, a TIR também foi utilizada como parâmetro para determinação da Outorga.

A TIR referencial foi calculada de acordo com a metodologia utilizada em outros projetos de concessão no país. O conceito utilizado para o balizamento da TIR é o de custo médio ponderado de capital (WACC) conforme descrito abaixo:

Onde:

E= Capital Próprio

D= Capital de terceiros

re = Custo do capital próprio (CAPM)

rd = Custo do capital de terceiros depois dos impostos

6.1.3.1 Parâmetros do custo de capital próprio

O modelo para mensuração do custo de capital próprio é o CAPM (Capital Asset Pricing Model), que encontra-se em linha com as melhores práticas internacionais, conforme fórmula abaixo:

Onde:

■ re é o custo de capital próprio;

■ Rf é a taxa livre de risco;

■ β é o beta do setor;

■ (Rm - Rf) é o prêmio pelo risco do mercado de referência; e

■ RB compreende o prêmio pelo risco Brasil.

Rf - Taxa livre de risco

Foi utilizada a taxa de juros média anual dos títulos do Tesouro Americano (T-bond) com prazo de 10 anos, como parâmetro de rentabilidade sem risco.

RB - Prêmio pelo risco Brasil

A medida de risco país é aquela definida por Bragança et al. (2006), que definem como indicador, o índice EMBI+ determinado pelo JP Morgan.

WACC = E re + D rd (E+D) (E+D)

re = Rf +β (Rm - Rf) + RB

114 Pl ano s Engenh ar ia

Rm - Prêmio de risco de mercado

Utilizou-se a taxa livre de risco do retorno médio anual da série histórica dos retornos diários do S&P 500.

Beta

O coeficiente Beta é usado para medir o risco não diversificável, ou seja, variações não controláveis do mercado e do ambiente. O cálculo é feito através da divisão da covariância entre o retorno do ativo e do mercado pela variância do retorno de mercado.

Utilizou-se o beta desalavancado do setor de Recreação em países emergentes definido pelo Damodaran.

Taxa de inflação americana

A taxa de inflação americana é apresentada através da média do índice CPI (Consumer Price Index).

6.1.3.2 Custo de capital de terceiros

Para o cálculo do custo de capital de terceiros, utilizou-se os parâmetros descritos abaixo.

rd = Rf + RB +Rc

Onde:

■ Rf é a taxa livre de risco; ■ RB compreende o prêmio pelo risco Brasil; ■ Rc é o risco de crédito.

Rc - Risco de crédito

O risco de crédito é baseado na Taxa preferencial Brasileira (TPB), constante no “Relatório de Economia Bancária e Crédito” elaborado pelo Banco Central.

Estrutura de capital

Tendo por base a análise benchmark efetuada e as potencias condições de financiamento para o projeto, para efeitos de estrutura de capital foi considerado um nível de alavancagem de 40%.

Com base na metodologia aplicada e nos parâmetros utilizados obteve-se o valor de 10,49 % a.a. para o custo médio ponderado de capital (WACC), conforme tabela a seguir:

115 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 17 – Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial.

Estrutura de capital Revisão (A) Participação Capital Próprio 60,00% (B) Participação Capital de Terceiros 40,00% Custo do Capital Próprio (CAPM) (1) Taxa Livre de Risco 4,07% (2) Prêmio de Risco de Mercado 5,68% (3) Beta desalavancado 0,866 (4) IR + CSLL 34,00% (5) Beta Alanvancado = { (A) + (B) * [1-(4)]} / (A) * (3) 1,25 (6) Prêmio de Risco do Negócio = (2) * (5) 7,08% (7) Prêmio de Risco Brasil 3,88% (8) Custo de Capital Próprio Nominal = (1) + (6) + (7) 15,03% (9) Taxa de Inflação Americana 2,08% (10) Custo Real do Capital Próprio (CAPM) = [1+ (8)] / [1 + (9)] -1 12,70% Custo do Capital de Terceiros (11) Taxa Livre de Risco 4,07% (12) Prêmio de Risco Brasil 3,88% (13) Risco de crédito 6,29% (14) Custo Nominal da Dívida (11) + (12) + (13) 14,24% (15) Custo Nominal da Dívida Líquido de Impostos = (14) * [1-(4)] 9,40% (16) Taxa Real, em R$ = [ 1+ (15)] / [1+ (9)]-1 7,18% WACC (17) WACC = (A) *(10) + (B) * (16) 10,49%

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para todos os valores imputados na tabela foram considerados na data base de dezembro de 2017.

Cabe ressaltar que o resultado encontrado para TIR referencial neste Projeto é 10,49%.

6.2 Premissas Gerais

Neste item estão descritas as premissas gerais adotadas no modelo econômico-financeiro do Projeto.

Para balizar as premissas de elaboração do modelo econômico-financeiro do Projeto, foram elaborados estudos técnicos, que integram o Produto de modelagem da Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

6.2.1 Horizonte de projeção

O horizonte de projeção considerado na modelagem econômico-financeira do Parque Zoológico é de 30 anos, tendo por base o prazo delimitado pela legislação do Estado do Rio Grande do Sul para a concessão e exploração ao setor privado. Adotou-se o ano de 2018 como ano de início da concessão, sendo assim, o último ano de concessão será 2047.

6.2.1 Premissas macroeconômicas

As premissas macroeconômicas foram definidas de acordo com os dados históricos e projeções calculadas pelo Sistema de Expectativas do BACEN na data-base 30 de junho

116 Pl ano s Engenh ar ia

de 2017, com exceção da taxa CDI proveniente da CETIP. A tabela abaixo apresenta as projeções macroeconômicas utilizadas na modelagem econômico-financeira.

Tabela 18 – Projeções macroeconômicas.

2017 2018 2019 2020 2021

IPCA-15 2,94% 4,12% 4,26% 4,16% 4,13%

IPCA 3.44% 4.26% 4.25% 4.18% 4.12%

IGP-M 0.52% 4.43% 4.41% 4.36% 4.24%

CDI 10.14% 10.14% 10.14% 10.14% 10.14%

SELIC 10.21% 8.26% 8.44% 8.41% 8.34%

Fonte: Elaboração Consórcio

A partir de 2021, as projeções para IPCA, IGP-M e SELIC foram mantidas constantes. No que diz respeito a taxa CDI, estas foram mantidas constantes a partir de 2017.

6.2.2 Moeda

As projeções foram realizadas utilizando o Real (R$) como moeda e foram elaboradas em termos reais, ou seja, não consideram os efeitos da inflação. A data-base considerada para o levantamento das informações e premissas utilizadas é a de 30 junho de 2017.

6.3 Premissas Operacionais

6.3.1 Receita

A receita total da Concessionária será composta pela receita dos ingressos (entrada no parque + atrações) e pela receita de exploração de atividades acessórias, conforme será detalhado na sequência. A receita dos ingressos compõe a maior parte da remuneração da Concessionária pelos serviçoes prestados:

Figura 60 – Composição da Receita Total

Fonte: Elaboração Consórcio

1) Receita dos ingressos

A Concessionária será remunerada principalmente através do pagamento, por parte do usuário, do bilhete de entrada ao parque e dos bilhetes para acesso as atrações. Neste sentido a receita dos ingressos será dada pelo produto entre o valor do ticket adquirido pelo usuário e a quantidade de usuários.

Figura 61 – Composição da Receita Tarifária

Fonte: Elaboração Consórcio

Receita Total = Receita dos ingressos

Receitas Acessórias +

Receita Tarifária = Ticket de Ingresso

Nº de Usuários (Demanda) x

117 Pl ano s Engenh ar ia

Conforme detalhado no documento Volume 1 – Estudo de Demanda o projeto prevê diversos tipos de ingresso, em função da preferência do usuário, uma vez que serão ofertadas novas atrações, além da visitação.

O usuário poderá adquirir o bilhete de ingresso e o bilhete para cada atração (Trenzinho, Safari, Show de Aves, Show de Pets, Show de Répteis, Fazendinha e Arvorismo) individualmente ou através da compra do Passaporte, que inclui o ingresso e a entrada para atrações selecionadas. As atrações citadas a cima estão detalhadas no documento Volume 3 - Modelo Operacional e funcionarão em dias específicos de modo a adequar a oferta à demanda. Além disto, considerando a sazonalidade do Zoológico, optou-se por oferecer bilhetes diferenciados de acordo com a seguinte classificação dos dias de visitação:

■ Alta demanda: sábados, domingos e feriados;

■ Média demanda: quintas e sextas-feiras e períodos de férias escolares;

■ Baixa demanda: terças e quartas-feiras. A seguir estão ilustrados os tipos dos bilhetes classificados por tipo de ingresso, usuário e demanda.

Tabela 19 – Tipos de Bilhetes do Parque Zoológico Sapucaia do Sul

Fonte: Elaboração Consórcio.

Através dos valores detalhados na tabela a cima e da demanda projetada para o Parque Zoológico (detalhada no Volume 1 – Estudo de Demanda) pode-se projetar o volume de receita tarifária prevista para os 30 anos de Concessão conforme ilustração a seguir.

Tíquetes

Idoso Adulto Criança Idoso Adulto Criança Idoso Adulto Criança

Visitação básica 7,50 15,00 7,50 7,50 15,00 7,50 7,50 15,00 7,50

Atrações

Trenzinho 8,00 10,00 8,00 8,00 10,00 8,00

Safari 20,00 25,00 20,00 20,00 25,00 20,00

Show das Aves 12,00 15,00 12,00

Show dos Pets 12,00 15,00 12,00

Show dos Répteis 10,40 13,00 10,40

Fazendinha + Visitação 12,00 15,00 12,00 12,00 15,00 12,00

Arvorismo 25,00 20,00

Centro de educação ambiental

Passaporte 7,50 15,00 7,50 33,00 46,00 33,00 57,00 76,00 57,00

Baixa Demanda (R$) Média Demanda (R$) Alta Demanda (R$)

Gratuito

Valores dos Tíquetes

118 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 62 - Receita Tarifária

Fonte: Elaboração consórcio

2) Receita acessória

Além da receita tarifária, as receitas acessórias irão compor a receita total do projeto. Para este fim, considerou-se dois tipos de receita acessória: participação sobre o faturamento de serviços (restaurantes, lojas, entre outros) e estacionamento. Em relação a participação sobre o faturamento de serviços a receita acessória será equivalente a 25% do faturamento total do serviço. A receita acessória de estacionamento será calculada em base ao número de usuários e a tarifa cobrada pelo serviço detalhada na tabela abaixo.

Tabela 20 – Tarifa de Estacionamento por tipo de veículo

Fonte: Elaboração Consórcio.

Assim sendo a receita acessória projetada para os anos de Concessão está ilustrada no gráfico a seguir.

-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Valo

res

em R

$ m

il

Passaportes Atrações

Acesso R$

Transporte Publico n/aÔnibus Fretado 60,00Motos 7,00Micro Ônibus 30,00Vans 25,00Veículo 20,00

119 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 63 – Receita Acessória

Fonte: Elaboração consórcio.

Enfim, na figura abaixo pode-se observar a receita total do Parque Zoológico formada pela receita tarifária e receita acessória.

Figura 64 – Receita Total

Fonte: Elaboração consórcio.

6.3.2 Custos e Despesas

A projeção dos custos e despesas na modelagem econômico-financeira está consolidada sobre custos e despesas operacionais e custos administrativos conforme estabelecido pelo Volume 3 – Modelo Operacional.

- 500

1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500

Valo

res

R$

mil

Estacionamento Participação sobre o faturamento

-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

Valo

res

em R

$ m

il

Receita tarifária Receitas acessórias

120 Pl ano s Engenh ar ia

6.3.2.1 Custos e despesas operacionais

As estimativas dos custos e despesas operacionais, formados por: mão de obra, despesas complementares, conservação de veículos, equipamentos e sistemas, mão de obra das atrações e manutenção de veículos das atrações, foram calculadas de acordo com os resultados do Modelo Operacional.

Figura 65 – Custos e despesas operacionais da Concessão no período de 30 anos por categoria

Fonte: Elaboração Consórcio.

Pode-se observar que o custo com maior representatividade é o custo de mão de obra que representa 56% do total de custos, seguido pelas despesas complementares que representam 30%. Os custos operacionais totalizam cerca de R$ 440 milhões durante os 30 anos de projeção.

Mão de Obra

Os custos com funcionários foi calculado tendo por base o cronograma de permanência de pessoal e os salários (já incluídos os encargos e benefícios) estimados para cada função, como consta no Modelo Operacional. Na Figura 66 pode-se observar a composição dos custos com mão de obra durante os 30 anos da Concessão.

56%30%

1%12% 1%

Mão de ObraDespesas ComplementaresConservação de Veículos, Equipamentos e SistemasMão de Obra das AtraçõesManutenção dos Veículos das Atrações

121 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 66 – Custos de mão de obra durante os 30 anos de Concessão

Fonte: Elaboração Consórcio.

O total dos custos com mão de obra durante os 30 anos da Concessão somatiza cerca de R$ 245 milhões. Os custos mais representativos de mão de obra são os custos de Gerência do Zoológico e os custos de Gerência Técnica e Operacional, que representam 41% e 36% respectivamente. Os custos de cada categoria ilustrada no gráfico a cima são formados pelos seguintes itens: Diretoria Geral: Diretor Geral, Unidade de Relações Institucionais, Assessoria de

Gestão do Controle de Qualidade e Assessoria Jurídica.

Gerência Administrativa e Financeira: Gerente Administrativo e Financeiro, Setor de Recursos Humanos, Setor de Suprimentos e Contratos, Setor de Transporte e Serviços Gerais, Setor de Finanças e Setor de Contabilidade.

Gerência Comercial: Gerente Comercial, Setor de Patrocínio, Propaganda e Marketing, Setor de Gestão de Atrações, Setor de Gestão de Vendas, Setor de Turismo/ Visitas.

Gerência Técnica e Operacional: Gerente Técnico Operacional, Setor de Controle e Segurança, Seção de CCO, Seção de Controle de Acesso/Portaria, Seção de Vigilância, Seção de Contenção de Animais, Seção de Brigada de Incêndio, Setor de Atendimento ao Público, Bilheteria, Monitoramento e Atendimento, Seção de Ambulatório, Setor de Operação e Manutenção das Instalações, Setor de Limpeza e Destinação de Resíduos, Setor de Conservação de Áreas Verdes.

Gerência do Zoológico: Gerente do Zoológico/Veterinário Chefe, Setor de Veterinária, Seção de Necropsia, Seção de Laboratório, Seção de Hospital Veterinário, Setor de Biologia, Seção de Nutrição e Biotério, Seção de Aves, Seção de Mamíferos, Seção de Répteis e Anfíbios e Insetos, Seção de Manejo de Animais.

9%

9%

5%

36%

41%

Diretoria GeralGerência Administrativa e FinanceiraGerência ComercialGerência Técnica e OperacionalGerência do Zoológico

122 Pl ano s Engenh ar ia

Despesas Complementares

Durante os 30 anos de Concessão o valor total de Despesas Complemetares é de cerca de R$ 137 milhões. Os Gastos Operacionais representam mais da metade das Despesas Complementares (55%) conforme ilustrado a seguir..

Figura 67 – Despesas Complementares durante os 30 anos da Concessão do Parque Zoológico.

Fonte: Elaboração Consórcio.

A seguir está detalhada a composição de cada item das Despesas Complementares:

Gastos Gerais: Energia, Água, Telefonia Fixa, Internet, Material de Higiene, Material de Limpeza, Material de Escritório, Material de Informática e Material de Copa e Cozinha.

Gastos Operacionais: Material Instrumental, Alimentação dos Animais, Manutenção de Estruturas Físicas, Material de Paisagismo, Sistema Integrado de Controle e Acesso e Venda de Ingressos, Estacionamento, Uniformes e Diversos.

Serviços de Terceiros: Serviço de Vigilância Armada, Site da Concessionária, Desenvolvimento de Marca/Produtos, Ações de Propaganda/Marketing, Consultoria Fiscal, Gestão de Pessoas, Auditoria Interna, Assessoria Jurídica Permanente e Especializada, Assessoria Contábil, Serviço de Fretes e Carretos, Taxa de Cartão de Crédito, Transporte de Valores.

Mão de Obra das Atrações

Dentre os custos de Mão de Obra das Atrações, o custo com pessoal do Safari representa 22% do total, seguido pelo custo da Fazendinha que representa 21%. Os custos com Arvorismo, Trenzinho e Show das Aves representam 12%, 13% e 10% respectivamente enquanto que ambos Show dos Pets e Show dos Répteis representam 11% do total dos custos.

12%

55%

33%

Gastos Gerais Gastos Operacionais Serviços de Terceiros

123 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 68 – Custos de Mão de Obra das Atrações durante os 30 anos da Concessão do Parque Zoológico.

Fonte: Elaboração Consórcio.

Conservação de Veículos, Equipamentos e Sistemas

Os custos relativos a Conservação de Veículos, Equipamentos e Sistemas, detalhados no Volume 3 – Modelo Operacional, totalizam cerca de R$ 6 milhões para os 30 anos de concessão, sendo cerca de R$ 205 mil ao ano. Dentre o item Conservação de Veículos, Equipamentos e Sistemas estão os custos de:

Administração da Concessionária: Servidores Físicos, Softwares e Outros.

Centro de Controle Operacional: Servidores e Sistema de Circuito Fechado de TV.

Sistema de Comunicação: Sistema de radiocomunicação, Sistema de telefonia convencional.

Sistema de Controle de Arrecadação: equipamentos.

Equipamentos Veterinários.

Outros.

Manutenção dos Veículos das Atrações

Os custos relativos a Manutenção dos Veículos das Atrações, detalhados no Volume 3 – Modelo Operacional, totalizam cerca de R$ 4 milhões para os 30 anos de concessão, sendo cerca de R$ 137 mil ao ano. Dentre o item Manutenção dos Veículos das Atrações estão os custos de:

Trenzinho: utilização do Trem para a atração.

13%

22%

10%11%

11%

21%

12%

Trenzinho Safari Show de AvesShow de Pets Show de Répteis FazendinhaArvorismo

124 Pl ano s Engenh ar ia

Safari: utilização de um caminhão para a atração.

Kit arvorismo: utilização de kits para a atração.

Despesas operacionais

As despesas operacionais compreendem as despesas regulatórias, como a verba de fiscalização.

Verba de fiscalização

A verba de fiscalização foi calculada em 0,5% do faturamento bruto da Concessionária. A média anual da verba de fiscalização foi calculada em R$ 122.376,24 mil e durante todos os anos do período de concessão o valor totaliza R$ 3.671.287,20.

6.3.2.2 Custos administrativos

Os custos administrativos considerados são os custos com seguros e garantias. Estão sendo considerados na modelagem financeira os seguros de risco de engenharia, riscos operacionais e de responsabilidade civil. Também foram consideradas as garantias de execução do contrato e perda de receita.

Riscos de engenharia

Os riscos de engenharia foram calculados a partir do CAPEX anual (investimentos em recuperação e ampliação + investimentos em edificações operacionais). Este valor foi multiplicado pelo prêmio referente aos riscos de engenharia igual a 0,15%. O custo do risco de engenharia não se mantém constante ao longo dos anos, tendo o seu ápice no 1º ano da Concessão, sendo o valor de R$ 24 mil.

Risco operacional

Os riscos operacionais foram calculados a partir do valor da receita tarifária e CAPEX anual multiplicado pelo prêmio referente aos riscos operacionais igual a 0,10%. Os riscos operacionais têm em média o valor de R$ 26 mil ao ano.

Responsabilidade civil

Os custos com responsabilidade civil foram calculados a partir da receita tarifaria anual da Concessão multiplicado pelo fator 0,20% referente a responsabilidade civil. Os custos com responsabilidade civil detém um valor crescente ao longo dos anos da Concessão. Sendo a média dos custos calculada em R$ 49 mil.

Garantia de execução

As garantias de execução foram calculadas através do valor total do CAPEX, utilizando como premissa o percentual de 10% desse total nos primeiros 5 anos e 5% nos demais anos de concessão, e depois multiplicada por 0,80%. Os custos com garantia de execução detém um valor decrescente ao longo dos anos da Concessão, sendo R$ 51 mil nos 5 primeiros anos e R$ 25 mil nos anos restantes da Concessão.

125 Pl ano s Engenh ar ia

6.3.1 Investimento

Foram considerados, na modelagem econômico-financeira, os seguintes grupos de investimentos, que compõe o total do CAPEX do projeto:

Obras;

Equipamentos e Sistemas;

Veículos;

Veículos das atrações; e

Plantel.

Dentre os grupos acima, o cronograma de investimentos se subdivide em: investimentos obrigatórios, investimentos não obrigatórios, manutenção programada e investimentos operacionais. Todos os grupos estão sendo elucidados mais a frente neste relatório.

Figura 69 – Comparativo de desembolso anual para as categorias de investimento

Fonte: Elaboração Consórcio.

Conforme demonstrado acima, verifica-se que os maiores desembolsos são realizados no primeiro ano da concessão, sendo o investimento em obras e equipamentos e sistemas os maiores. Cada categoria de investimento é explicada mais a frente.

No entanto, cabe ressaltar que os investimentos serão primeiramente apresentados em duas categorias: investimentos obrigatórios e investimentos não obrigatórios.

6.3.1.1 Investimento obrigatórios

Os investimentos obrigatórios são aqueles os quais a Concessionária deverá realizar necessariamente, durante os anos da Concessão, para que o escopo do projeto seja atingido. Dentre eles estão os investimentos em:

Infraestrutura;

-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Valo

res

em R

$ m

il

Obras Equipamentos e Sistemas Veículos Veículos das Atrações Plantel

126 Pl ano s Engenh ar ia

Edificações;

Recintos;

Aquisição e reposição de plantel de animais;

Manutenção programada;

Equipamentos e sistemas; e

Veículos.

Tabela 21 – Cronograma de Investimentos Obrigatórios

Fonte: Elaboração consórcio.

Na tabela a cima são apresentados os investimentos para os onze primeiros anos de Concessão, estes representam cerca de 75% do desembolso total de investimentos obrigatórios. Durante os 30 anos de Concessão os investimentos obrigatórios representam cerca de 85% dos investimentos totais. Além disso, a linha “Aquisição e Reposição do Plantel de Animais” reflete no ano 1 o valor necessário para a aquisição do plantel pretendido de animais.

Cabe ressaltar que no contrato de concessão será exigido um plantel mínimo a ser mantido durante toda a Concessão, pela Concessionária.

Neste sentido, nos demais anos de Concessão serão requisitados investimentos referentes a reposição do plantel de animais, conforme apresentado no gráfico abaixo.

Figura 70 – Cronograma de investimentos em reposição de plantel de animais

Fonte: Elaboração consórcio.

Investimentos Obrigatórios em R$ 000 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11

Infraestrutura 4.989 754 641 - - - - - - - - Edif icações 3.327 494 - - - - - - - - - Recintos 3.279 3.279 3.279 - - - - - - - - Aquisição e Reposição do Plantel de Animais 5.452 - - - 3 - 47 - - 6 160 Manutenção programada - - - - - - - - - - 812 Equipamento e sistemas 2.480 - 163 - 163 1.052 163 - 163 - 2.480 Veículos 1.426 - - - - 636 - - - - 1.426

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

Valo

res

em R

$ m

il

127 Pl ano s Engenh ar ia

Os valores referentes a reposição do plantel de animais foram calculados com base na vida de útil de cada animal.

6.3.1.2 Investimento não obrigatórios

Investimentos não obrigatórios são todos os desembolsos relacionados a implantação das diversas atrações, adicionais a visitação do Zoo, sugeridas para o projeto. Cabe ressaltar que as atrações sugeridas não são obrigatórias para a Concessionária, que poderá optar também por outras opções.

Tabela 22 - Cronograma de Investimentos Não Obrigatórios

Fonte: Elaboração consórcio.

Conforme ilustrado na tabela acima, verifica-se que o investimento necessário para implantação destas atrações é necessário apenas no primeiro ano da concessão. No entanto, os investimentos requeridos para os veículos das atrações acontecem ao longo de toda a concessão, destacando que nos onze primeiros anos ocorrem cerca de 65% do investimento total para esta modalidade.

6.3.1.3 Investimento em obras

Esta categoria abrange os investimentos requeridos na construção do Parque Zoológico bem como as manutenções programadas, de acordo com as exigências feitas pelo Poder Concedente. Abaixo são detalhadas as duas subdivisões dessa modalidade de investimento.

Investimentos Não Obrigatórios em R$ 000 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11

Veículos das atrações 1.578 - 18 - 18 - 18 - 18 - 1.578 Atrações 4.646 - - - - - - - - - -

128 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 71 – Desembolso anual dos grupos que integram a categoria de investimento em obras

Fonte: Elaboração consórcio.

Conforme visto acima, os investimentos em implantação e adequações das Edificações do Zoológico são requeridos nos três primeiros anos de concessão, sendo o maior montante desses investimentos no primeiro ano. Nos últimos anos são esperados os investimentos em manutenção programada das edificações.

6.3.1.4 Investimento em equipamentos e sistemas

O investimento em equipamentos e sistemas possuem três subdivisões, são elas: administração da concessionária, centro de controle operacional e equipamentos veterinários.

Figura 72 – Projeção do investimento em equipamentos e sistemas

- 2.000 4.000 6.000 8.000

10.000 12.000 14.000 16.000 18.000

Valo

res

em R

$ m

il

Implantação e adequações das Edificações do Zoologico Manutenção Programada das Edificicações

- 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000

Valo

res

em R

$ m

il

Administração da concessionária Centro de controle operacional Equipamentos veterinários

129 Pl ano s Engenh ar ia

Fonte: Elaboração consórcio.

É possível verificar acima que no primeiro ano da concessão é requerida a maior parte destes investimentos. Sendo o investimento em equipamentos para administração da concessionária o que requer maior desembolso, seguido por investimento em equipamentos para o centro de controle operacional e equipamentos veterinários.

6.3.1.5 Investimento em veículos

O investimento em veículos é subdividido em dois itens: diretoria e gerência, e operações. Conforme é possível verificar na figura a seguir, os maiores desembolsos serão realizados no primeiro ano da concessão, sendo os veículos relacionados a operação os que necessitarão dos maiores montantes.

Figura 73 – Projeção de investimento em veículos

Fonte: Elaboração consórcio.

6.3.1.6 Investimento em veículos das atrações

Essa modalidade de investimento refere-se aos veículos utilizados nas atividades de trenzinho, safari e arvorismo.

- 500

1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000

Valo

res

em R

$ m

il

Diretoria e gerências Operação

130 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 74 – Projeção de investimento em veículos das atrações

Fonte: Elaboração Consórcio.

Conforme verifica-se acima, os maiores investimentos serão realizados no primeiros ano da concessão. No entanto, as modalidades que exigirão maiores desembolsos são trenzinho e safari, respectivamente, seguido por arvorismo.

6.3.1.7 Investimento em plantel

O plantel é composto por todos os animais que serão expostos no zoológico, abaixo é possível visualizar a projeção desse investimento.

Figura 75 – Projeção de investimentos em plantel

Fonte: Elaboração consórcio.

Conforme demonstrado no gráfico acima, os maiores investimentos são realizados nos dois primeiros anos de concessão, no entanto, a primeira aquisição e primeira reposição requerem os maiores desembolsos.

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

Valo

res

em R

$ m

il

Trenzinho Safari Arvorismo

- 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000

Valo

res

em R

$ m

il

Primeira Aquisição e Primeira Reposição Demais Reposições

131 Pl ano s Engenh ar ia

6.3.2 Depreciação / Amortização

A amortização do ativo intangível, representado pelo reconhecimento do direito de exploração da infraestrutura e os dispêndios realizados para ampliá-la, é reconhecida no resultado do exercício de acordo com a curva de benefício econômico esperado ao longo do prazo dos 30 anos da Concessão do Parque Zoológico.

Foi utilizada a metodologia do benefício econômico para o cálculo da depreciação, ou seja considerando o prazo de 30 anos da concessão.

Como a modelagem econômico-financeira foi realizada em termos reais, para o cáluclo do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi necessário fazer um ajuste à depreciação, de modo a não sobrevalorizar o efeito fiscal da depreciação. Assim para a depreciação fiscal em termos reais, foi deflacionada a amortização, pois entende-se que há um descasamento entre o benefício tributário real. O índice de inflação utilizado para deflacionar a amortização foi o IPCA.

A seguir está o gráfico contemplando a depreciação dos ativos no decorrer da Concessão.

Figura 76 – Depreciação durante a Concessão

Fonte: Elaboração Consórcio

6.3.3 Receitas Financeiras

As Receitas Financeiras do Projeto foram projetadas considerando a soma do Caixa Mínimo, do Caixa Excedente e da Conta Reserva. Para cada ano do período projetivo, a Receita Financeira foi projetada considerando o Caixa Mínimo do período atual e o Caixa Excedente e Conta Reserva do período anterior multiplicados por 100% da Taxa Selic projetada para o respectivo período.

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

Valo

res

em R

$ m

il

132 Pl ano s Engenh ar ia

Assim sendo o total das Receitas Financeiras projetadas para os 30 anos de Concessão é R$ 48.983.012,60.

6.3.4 Impostos

Os impostos incidentes neste tipo de projeto podem ser classificados em duas categorias, os tributos sobre a receita, que são incidentes sobre a Receita Bruta da empresa e os Tributos sobre o lucro que são incidentes sobre o EBT da empresa.

6.3.4.1 Tributos Sobre a Receita – PIS/COFINS

Dos tributos tem incidência sobre a receita, o Programa de Integração Social (PIS) e o Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Para fins deste projeto, o regime a ser auferido será o Não cumulativo, que consiste no PIS e COFINS deduzidos dos débitos apurados de cada contribuição. As alíquotas praticadas no regime não cumulativo são de 1,65% para PIS e 7,60% para COFINS.

Figura 77 – Tributos Sobre a Receita durante a concessão

Fonte: Elaboração Consórcio.

6.3.4.2 ISS

O Imposto Sobre Serviços (ISS), por sua vez, é um imposto municipal cobrado sobre recitas provenientes de pretação de serviços, com alíquota entre 2% e 5%, dependedo do município onde a receita é auferida e do tipo de serviços prestados. Para o projeto foi considerado a alíquota máxima de 5%.

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

Valo

res

em R

$ m

il

133 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 78 – ISS durante a concessão.

Fonte: Elaboração Consórcio.

6.3.4.3 Tributos Sobre o Lucro – IR e CSLL

Com relação ao tributos incidentes sobre a receita, temos o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Tributáriamente, uma vez que o regime não cumulativo é optado, a tributação sobre os lucros deve ser considerada como regime de lucro real, neste regime a empresa deve antecipar os tributos mensalmente, com base no faturamento mensal. O ponto de atratividade deste método é a possibilidade de reduzir ou suspender o recolhimento caso o lucro real ser menor que o estimado ou perante a prejuízo fiscal.

As alíquotas praticadas no regime de lucro real são de 15% para IRPJ, um adicional de 10% para todo lucro que exceder 240 mil reais anuais e 9% de CSLL

Figura 79 – Tributos sobre o lucro durante a concessão.

-

50

100

150

200

250

Valo

res

em R

$ m

il

- 500

1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000

Valo

res

em R

$ m

il

134 Pl ano s Engenh ar ia

Fonte: Elaboração Consórcio.

6.3.5 Financiamento

Na definição da estrutura de financiamento teve-se em consideração que Projeto não se refere a um puro ativo de infraestrutura, como outros projetos financiados recentemento (rodovias, aeroportos, saneamentos, energia, etc.). Tendo por base as especificidados do Projeto, entende-se que as condições de financiamento do Projeto serão necessariamente diferentes das aplicáveis a projetos de infraestrutura.

De acordo com a análise benchmark efetuada, entende-se que um projeto com as especificidades e riscos do projeto de Concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul, terá necessariamente um nível de alavancagem inferior ao de outras concessões, pelo que para efeitos do presente estudo e optando por uma ótica conservadora, considerou-se um nível de avalancagem máximo de 40%.

Assim, para o financiamentos dos investimentos do Projeto, considerou-se uma linha de financiamento de longo prazo (15 anos), com um nível de alavancagem máximo de 45% do total das necessidades de financiamento e com condições financeiras em linha com as práticadas pelo mercado atualmente, não se tendo considerado um eventual apoio do BNDES no financiamento do Projeto. Entende-se que um eventual financiamento do BNDES potencialmente terá condições financeiras mais vantajosas (o que terá um impacto positivo na viabilidade do Projeto), mas optou-se pela sua não inclusão, na medida em que atualmente o BNDES está focado em financiar outro tipo de projetos. Adicionalmente, assumiu-se que face às especificidades e riscos do Projeto, o mesmo não reúne condições para ser financiado via emissão de debêntures

Importa referir que estrutura financeira considerada no estudo é meramente indicativa e visa analisar e comprovar a viabilidade econômico-financeira do Projeto. Os privados nas suas propostas podem considerar estruturas financeiras alternativas que possam permitir algum tipo de eficiências financeiras, conseguindo assim ter propostas econômico-financeiras mais vantajosas para o Governo.

6.3.5.1 Financiamento longo prazo

Considerou-se no Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira uma linha de financiamento em condições de mercado para alavancar o Projeto.

Para esta linha de financiamento, e de modo a cumprir o ICSD mínimo, foi considerado o financiamento de 45% do valor do investimento total, o que representa um desembolso de aproximadamente R$ 16.112.352.

A seguir estão detalhadas as principais características do financiamento:

Tabela 23 - Condições Financiamento

Financiamento

Porcentagem do CAPEX Financiado 45% Amortização SAC

Financiamento longo prazo

135 Pl ano s Engenh ar ia

Financiamento

Início captação Ano 1 Fim captação Ano 3 Indexador 7,0% Spread 7,3% Prazo máximo da dívida 15 anos Inicio do reembolso Ano 5 Período de carência 1 ano

ICSD mínimo 1,30 Ded3

Fonte: Elaboração Consórcio.

6.4 Resultados Financeiros do Estudo

Tendo por base as premissas financeiras apresentadas neste capítulo, a seguir serão apresentados os resultados financeiros do estudo obtidos através da modelagem econômico-financeira.

Tabela 24 – Resumo dos resultados da modelagem econômico-financeira

Resumo dos Resultados da Modelagem Econômica Financeira

Outputs R$ 000

ReceitaTarifária 734.257

Receita Acessória 116.651

Opex Total 443.343

Custos Administrativos 3.187

Investimento Total 59.366

Fonte: Elaboração consórcio.

A partir dos fluxos de receitas, custos, despesas e investimentos foi possível obter o fluxo de caixa do projeto, que representa a capacidade de geração de riqueza do projeto. A figura a seguir ilustra o fluxo de caixa do projeto.

136 Pl ano s Engenh ar ia

Figura 80 – Fluxo de caixa livre do projeto

Fonte: Elaboração consórcio.

Como é possível observar no gráfico, até o ano 3 da concessão o fluxo de caixa é negativo, isso porque os principais investimentos estão concentrados nestes 3 primeiros anos da concessão, por isso são requeridos os maiores montantes.

6.4.1 Análise das margens EBITDA e Líquida

É importante verificar a rentabilidade do negócio a partir da análise do EBITDA, que representa a capacidade do negócio em gerar resultado operacional. A figura a seguir, por sua vez, representa a relação entre o EBITDA e margem EBITDA (EBITDA / receita líquida).

Figura 81 – EBITDA e margem EBITDA

Fonte: Elaboração consórcio.

A margem EBITDA aumenta durantes os anos de concessão, sendo em média 33%. A margem máxima durante a concessão é de 45%.

(35.000)(30.000)(25.000)(20.000)(15.000)(10.000)(5.000)

-5.000

10.00015.000

Valo

res

em R

$ m

il

-100%

-80%

-60%

-40%

-20%

0%

20%

40%

60%

(8.000)(6.000)(4.000)(2.000)

-2.0004.0006.0008.000

10.00012.00014.000

Valo

res

em R

$ m

il

EBITDA % Margem EBITDA

137 Pl ano s Engenh ar ia

Além do EBITDA, também é importante verificar a rentabilidade do negócio a partir da análise do lucro líquido, que representa a capacidade operacional do negócio em gerar lucro após a depreciação, resultado financeiro e impostos. A figura abaixo representa a relação entre o lucro líquido e a margem de lucro líquido (lucro líquido / receita líquida).

Figura 82 – Lucro líquido e margem de lucro líquido

Fonte: Elaboração consórcio.

Em média, a margem Líquida é de 17% e a máxima de 34%.

6.4.2 Outorga

Como resultado da modelagem financeira, chegou-se a um pagamento de outorga em favor do Poder Concedente. Para atingir o retorno esperado para o projeto, a outorga variável, durante toda a concessão, foi estabelecida em 1,0% sobre a receita bruta. Durante o prazo de vigência do contrato, espera-se que a outorga paga seja de R$ 8.310.774,49.

6.4.3 Análise de Sensibilidade

Nesta análise de sensibilidade são analisados os impactos na TIR e na tarifa de pedágio caso ocorra variação em alguma das premissas analisadas.

6.4.3.1 Análise de sensibilidade da TIR

Tal como referido ao longo deste capítulo, os resultados apresentados até este ponto consideram 30 anos de Concessão e uma TIR alvo de 10,49%. Nesta seção serão mostrados os resultados da análise de sensibilidade da TIR em relação a ingressos, custos e despesas (OPEX) e investimentos (CAPEX).

Resultado da análise de sensibilidade do CAPEX e OPEX

O objetivo desta análise é simular o impacto de variações do CAPEX e do OPEX na taxa de retorno do projeto. E como pode ser observado na tabela abaixo há impactos significativos a rentabilidade do projeto. Dentre as duas variáveis, é possível observar

-120%-100%-80%-60%-40%-20%0%20%40%60%

(8.000)(6.000)(4.000)(2.000)

-2.0004.0006.0008.000

10.000

Valo

res

em R

$ m

il

Lucro Líquido % Margem Lucro Líquido

138 Pl ano s Engenh ar ia

que a TIR tem maior sensibilidade em relação ao OPEX, de forma que pequenas alterações no OPEX tem maior impacto na rentabilidade do negócio que alterações no CAPEX.

Tabela 25 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX)

Resultado da análise de sensibilidade do Ingresso e OPEX

O objetivo desta análise é simular o impacto de variações da receita provinda de ingressos e do OPEX na taxa de retorno do projeto. E como pode ser observado na tabela abaixo variações no ingresso tem um impacto de menor grau na Taxa de Retorno do que variações no OPEX.

Tabela 26 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX)

Análise de Sensibilidade da TIR Ingresso CAPEX 10,49% 10% 5% 0% -5% -10%

10% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37% 5% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37% 0% 9,66% 10,05% 10,49% 10,91% 11,37% -5% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37%

-10% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37%

6.4.3.2 Análise de sensibilidade da Outorga

A modelagem do projeto considerou 10,49% como a TIR desejada para o projeto. Neste sentido, chegou-se a outorga necessária para se atingir esta TIR. A análise de sensibilidade apresentada na sequencia manteve a TIR de 10,49% e expõe qual seria a outorga total recebida pelo governo caso ocorram variações nos ingressos, custos e despesas (OPEX) e investimentos (CAPEX).

Resultado da análise de sensibilidade do CAPEX e OPEX

O objetivo desta análise é simular o impacto de variações do CAPEX e do OPEX na outorga do projeto. Nota-se que valores negativos de outorga são indícios de que o cenário não é viável considerando-se a TIR desejável de 10,49% conforme mencionado anteriormente. Pode ser observado na tabela a seguir um aumento no OPEX só tornaria

OPEX10,49% 10% 5% 0% -5% -10%

10% 7,49% 7,82% 8,17% 8,54% 8,92%

5% 8,58% 8,94% 9,33% 9,73% 10,15%

0% 9,68% 10,07% 10,49% 10,93% 11,40%

-5% 10,79% 11,22% 11,67% 12,15% 12,67%

-10% 11,91% 12,37% 12,87% 13,40% 13,96%

Análise de Sensibilidade da TIRCAPEX

139 Pl ano s Engenh ar ia

o projeto viável acompanhado de uma diminuição de 10% no CAPEX, nos casos em que há um aumento de 10% no OPEX não existe viabilidade para o projeto, sendo necessário um acréscimo na receita da concessionária. Podemos observar tal cenário também, quando há um aumento em 10% do CAPEX.

Tabela 27 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX)

Análise de Sensibilidade da Outorga OPEX CAPEX 8.331 10% 5% 0% -5% -10% 10% (65.142) (57.976) (45.864) (36.043) (26.361) 5% (38.584) (28.685) (19.793) (8.898) 935 0% (10.945) (3.174) 8.331 16.810 28.079 -5% 15.512 25.455 33.346 43.683 55.161

-10% 42.529 52.461 62.403 72.344 80.302

Resultado da análise de sensibilidade do Ingresso e OPEX

O objetivo desta análise é simular o impacto de variações da receita provinda de ingressos e do OPEX na taxa de retorno do projeto. E como pode ser observado na tabela a seguir qualquer variação positiva no valor do OPEX torna o projeto inviável, mesmo com acréscimo no valor do ingresso. A pesar da outorga está diretamente ligada a receita, variações dos ingressos não possui impacto significativo no valor da outorga, isso porque a participação da outorga sobre o faturamente se altera para atingir a TIR de referência.

Tabela 28 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX)

Análise de Sensibilidade da Outorga Ingresso CAPEX

8.311 10% 5% 0% -5% -10% 10% (11.486) (3.331) 7.028 17.640 28.075 5% (11.280) (3.271) 6.902 17.325 28.076 0% (11.280) (3.271) 8.311 17.325 28.076 -5% (11.280) (3.271) 6.902 17.325 28.076

-10% (11.280) (3.271) 6.902 17.325 28.076

140 Pl ano s Engenh ar ia

7 Modelagem jurídica

O presente tópico será dedicado à apresentação das principais variáveis institucionais envolvidas na Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia. Trataremos, essencialmente, da sistematização das competências dos órgãos e entes da Administração estadual e federal que possuem atribuições legais pertinentes à delegação do parque e ao desempenho de atribuições de regulação e fiscalização dos serviços associados à futura Concessão.

Ao fim e ao cabo, pretende-se com este esforço delimitar com precisão os entes públicos que terão participação neste processo e, em especial, estabelecer os exatos limites em que estes deverão intervir ao longo da licitação e execução do contrato.

Neste sentido, com o objetivo de repartir com maior clareza as competências a serem exercidas por cada órgão ou ente administrativo, segmentamos a presente análise em três seções, que se organizam de acordo com a função que estes exercerão na futura Concessão.

Iniciamos, nesta lógica, pela análise dos entes que terão competência para modelar a Concessão e firmar o instrumento contratual de delegação do Zoológico à iniciativa privada. Em outras palavras, nossa análise se iniciará com a delimitação dos órgãos e entes que poderão desempenhar as atribuições de Poder Concedente.

Em sequência, trataremos dos entes que terão responsabilidade na regulação e na fiscalização da execução do futuro contrato. Nesta seção, nossos estudos estarão voltados à compreensão da miríade de órgãos públicos competentes para definir parâmetros normativos de observância obrigatória pela Concessionária durante a gestão do Zoológico.

Esta análise se desenvolve em um contexto institucional relativamente complexo, marcado por enredar entes públicos responsáveis pelo regramento de segmentos diversificados e, por vezes, sem uma correlação aparente entre si, tais como, os entes envolvidos na proteção ambiental e aqueles outros atuantes no segmento de regulamentação de serviços públicos. Buscamos apreender toda esta complexidade em nossos estudos, sem, contudo, torná-lo árido ou desnecessariamente alongado. Para tanto, segmentamos a apresentação destes órgãos conforme o tipo de competência manejada – se regulatória ou fiscalizatória -, e dentro de cada uma destas categorias, aprofundamos a análise apenas quanto as atribuições efetivamente relacionadas com a futura Concessão.

Para o fim desta seção, deixamos a análise dos entes e órgãos envolvidos na etapa interna de modelagem do projeto de Concessão, a ser conduzida pelos órgãos da administração gaúcha. Como é cediço, um projeto de concessão depende da aprovação de múltiplos órgãos internos ao Executivo estadual, que deverão aprecia-lo em diversos prismas e autorizar a sua efetiva delegação.

Neste item, buscaremos delinear o “caminho administrativo” a ser percorrido pelo projeto – com a indicação dos órgãos competentes para atuar neste procedimento e das atribuições a serem exercidas por cada um deles.

Com esta estrutura, o presente capítulo pretende oferecer uma abordagem abrangente dos aspectos jurídico-institucionais envolvidos na delegação do Parque Zoológico de

141 Pl ano s Engenh ar ia

Sapucaia, isto tanto no que se refere às instituições atuantes após a celebração do contrato quanto àquelas responsáveis por desempenhar a modelagem do projeto antes da publicação dos instrumentos contratuais.

7.1 Poder Concedente

A definição do Poder Concedente é, sob o ponto de vista jurídico, uma das mais relevantes no processo de delegação de um serviço ou de um bem público à iniciativa privada. Mais do que simplesmente designar o responsável por assinar o futuro contrato, a indicação do Poder Concedente promove a alocação no órgão concedente de um plexo de competências essenciais para assegurar o sucesso da futura delegação.

É ao Poder Concedente que, a princípio, compete a decisão de promover a delegação do serviço ou do ativo à iniciativa privada. Igualmente, é a este ente da administração que competirá acompanhar – direta ou indiretamente – a execução do contrato de concessão. A ele ainda incumbirá a definição de aspectos contratuais relevantes, tais como a política tarifária, a análise de pleitos referentes ao equilíbrio contratual e, caso o contrato assim preveja, a permissão para a exploração de receitas acessórias.

Outras competências, não vinculadas à etapa de execução contratual, também serão alocadas ao Poder Concedente. Faz parte de suas atribuições, por exemplo, elaborar o edital e a minuta do contrato de concessão, bem como coordenar o certame licitatório, incluindo-se, aqui, os poderes para designar os membros da Comissão de Licitação.

Em síntese, pode-se dizer que a definição do Poder Concedente significa definir o ente ou órgão da Administração que concentrará a titularidade das atribuições de coordenação da etapa preparatória da licitação, assim como de todas as etapas de acompanhamento e fiscalização da execução contratual.

A princípio, a posição de Poder Concedente pertente ao ente político responsável por prestar diretamente o serviço ou promover a gestão de um determinado bem público. Não por outro motivo que, no que tange a serviços públicos, cabe à União, ao Estado, ao Município ou ao Distrito Federal desempenhar todas as atribuições designadas acima como ínsitas à posição de ente delegante. É o que se depreende da Lei Federal nº 8.987/1995, responsável por disciplinar as concessões de serviço público em âmbito federal:

Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão;15

15 O Estado do Rio Grande do Sul seguiu mesma tendência em sua lei de concessões – a Lei estadual nº 10.086/1994. No inc. I, de seu art. 3º, expõe-se o seguinte conceito de poder concedente: Art. 3º - Para os fins desta Lei, considera-se :I - poder concedente: o Estado, titular do serviço público objeto da concessão ou permissão;(…)

142 Pl ano s Engenh ar ia

A atribuição desta posição jurídica aos entes políticos de nossa federação é decorrência direta de nossa organização político-administrativa. Nesta, os entes políticos constituem uma unidade personalizada, isto é, representam, sob o ponto de vista formal, uma só pessoa jurídica, em cada nível federativo. Neste sentido, a União, os Estados e os demais entes políticos reconhecidos pela Constituição Federal, são os entes públicos que efetivamente são capazes de assumir posições jurídicas e ativas perante terceiros. Em outras palavras, estes são os entes públicos que são capazes de incorporar e exercer competências, tais como aquelas ínsitas à posição de Poder Concedente.

É preciso ponderar, contudo, que muito embora os entes políticos sejam as pessoas jurídicas que concentram todas estas atribuições, a forma de seu exercício observa a uma organização interna da administração pública – definida pela Constituição, no caso da União e dos Estados, ou pela Lei Orgânica no caso dos Municípios.

Por meio destas, as atribuições, originalmente incumbidas ao ente político, são alocadas em unidades administrativas especializadas, que poderão assumir personalidade jurídica própria e distinta do ente político ou operar como um departamento especializado do ente político.

No primeiro caso, temos as autarquias, fundações e empresas estatais. Estes entes diferenciam-se do ente político, assumindo personalidade jurídica própria, e carreiam consigo uma parcela das atribuições que, originalmente, pertenciam ao ente central (União, Estado, etc.).

No segundo caso, temos apenas uma especialização funcional do ente político, que, sob o ponto de vista interno, concentra um feixe de atribuições em um departamento que lhe é próprio, que não possui, portanto, personalidade jurídica própria. Este é o caso, por exemplo, das Secretarias – em âmbito estadual e municipal – e dos Ministérios em nível federal.

Diante deste contexto, é insuficiente a identificação genérica de que o Poder Concedente será sempre o ente político. É importante que se identifique qual órgão ou ente, em sua estrutura administrativa, concentra o feixe de competências relativo à gestão do bem ou serviço público que se pretende conceder.

Com este propósito, o presente estudo parte de uma premissa específica - própria ao direito público - para delimitar, dentre os órgãos da administração publica rio-grandense, aqueles que se encontram habilitados a desempenhar a atribuição de Poder Concedente.

Esta premissa é a de que a competência para optar pela descentralização da gestão de determinado serviço ou bem pertence ao órgão ou ente administrativo que detenha, por atribuição legal, a titularidade deste mesmo serviço ou bem.

Como é cediço, sob o ponto de vista jurídico, uma transferência de bem ou serviço só poderá ser legitimamente realizada por aquele ente ou órgão da administração que figure como seu efetivo titular, afinal, a competência para definir a forma de exploração de um serviço ou ativo integra as prerrogativas vinculadas a sua titularidade.

No caso específico do parque zoológico, é a Fundação Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul (“FZB”) que, por força da Lei Estadual nº 6.497 de 20 de dezembro

143 Pl ano s Engenh ar ia

de 1972 (art. 3º, alínea “a”)16, assume a titularidade da gestão do parque, assim como de todos os bens móveis e imóveis que o integram.

Entretanto, por peculiaridades atinentes à organização administrativa do Estado do Rio Grande do Sul, esta constatação não nos permite considerar, sem algumas ponderações, a FZB como o Poder Concedente do projeto. Conforme demonstraremos abaixo, o fato de a Fundação ter sua extinção autorizada pela Lei Estadual nº 14.982 de 16 de janeiro de 2017, apresenta impacto nesta definição.

Em breve síntese, a previsão legal da possibilidade de extinção da FZB franqueia ao Poder Público gaúcho três alternativas para a definição do ente delegante do zoológico.

Na primeira delas, a FZB, por sua qualidade de titular dos bens do zoológico, é mantida como Poder Concedente enquanto não sobrevier a sua extinção. Desempenhará, neste sentido, todas as atribuições pertinentes a esta posição contratual até o encerramento formal de suas atividades. Advinda a sua extinção, contudo, será necessário promover a sub-rogação do contrato em favor da Secretaria do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (SEMA), que a sucederá em suas obrigações conforme disposto na Lei Estadual nº 14.982/2017.

A segunda alternativa, por sua vez, consiste em promover a delegação deste serviço após a extinção da FZB e da respectiva incorporação das atribuições desta última pela SEMA. Neste cenário, isola-se a Concessão dos eventuais riscos envolvidos em uma sucessão contratual e opta-se por tornar a SEMA o Poder Concedente desde o início do projeto.

Por fim, é possível se valer de interpretação alternativa da Lei Estadual nº 14.982/2017 e sustentar uma terceira alternativa, em que a SEMA será reconhecida como o Poder Concedente independentemente da extinção formal da FZB. Neste último cenário, a extinção da Fundação deixa de ser requisito para a incorporação de suas competências pela SEMA, afinal, ancora-se na interpretação de que esta transferência já teria ocorrido por força do art. 8º da Lei Estadual 14.982/2017.

A seguir, avaliamos estas alternativas com maior detalhe, tendo sempre em vistas a delimitação do Poder Concedente no processo de delegação do Parque Zoológico de Sapucaia.

7.1.1 Fundação Zoobotânica – FZB

A Fundação Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul é fundação de direito privado instituída pela já aludida Lei Estadual nº 6.497/1972, com a atribuição de manter e administrar áreas destinadas à preservação da fauna e da flora do Estado do Rio

16 Art. 3.º - O patrimônio da Fundação será constituído de: a) bens móveis e imóveis, benfeitorias e instalações existentes no Parque Zoológico em Sapucaia e Jardim Botânico em Porto Alegre, administrados pela Unidade de Parques Estaduais da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Obras Públicas e bens móveis e imóveis, benfeitorias e instalações existentes no Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, administrado pelo Departamento de Assuntos Culturais da Secretaria de Educação e Cultura;

144 Pl ano s Engenh ar ia

Grande do Sul. Mais especificamente, à fundação compete a administração de ao menos três bens públicos estaduais, que passaram a integrar seu patrimônio por força do art. 3º de sua lei de criação: (i) o Jardim Botânico, (ii) o Parque Zoológico e (iii) o Museu de Ciências Naturais.

No que interessa ao Zoológico, ao lhe conferir a titularidade patrimonial sobre os bens integrantes do zoológico, a Lei Estadual nº 6.497/1972 obriga a FZB a promover a gestão específica deste patrimônio – que evidentemente deverá ser mantido conforme a regulamentação ambiental pertinente.

Mas não só. Além de manter a estrutura predial do Zoológico em conformidade com a legislação ambiental, a Fundação também deverá manter ali um plantel de espécimes de animais vivos - representantes da fauna nacional e estrangeira -, assim como propiciar em suas instalações condições de pesquisa para estudiosos (brasileiros ou não) interessados em investigar história natural no país.17

A Fundação assume, portanto, uma posição ambivalente em relação ao Zoológico. De um lado, é o ente responsável pela gestão patrimonial deste último, obrigando-se a desempenhar funções de gestão predial para o atendimento das exigências da regulação do meio ambiente, enquanto de outro, trata-se de ente responsável pela difusão de práticas e estudos voltados à preservação da fauna rio-grandense.

Sob este ponto de vista, a Fundação concentra em seu espectro de competências todas as atribuições referentes à gestão do Zoológico, tanto patrimonial quanto no que se refere a sua afetação às finalidades de preservação ambiental.

Este plexo de atribuições é o que nos leva a asseverar – tal como já o fizemos acima – que a FZB é, a princípio, o ente mais adequado para ocupar as atribuições de Poder Concedente do zoológico. Sob o ponto de vista formal, a FZB concentra a titularidade de todos os ativos e posições jurídicas – ativas e passivas – relacionadas à operação do zoológico. Por consequência, no contexto de uma concessão, isto a torna o ente administrativo responsável por transmitir estas posições e ativos ao futuro concessionário.

Ocorre que, por decisão do Estado do Rio Grande do Sul, a Fundação Zoobotânica será extinta, conforme autorizado pela Lei Estadual nº 14.982/2017. A referida norma estipula os termos em que o encerramento das atividades da fundação deverá ocorrer, condicionando sua extinção à efetiva assunção das competências desta última pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.18

Isto é, a lei mencionada não extingue a FZB de pronto e tampouco estipula prazo para que isto ocorra. A norma tão somente autoriza sua extinção e estipula

17 Art. 5.º - São finalidades da Fundação: I - Manter uma coleção de plantas e de espécimes animais vivos da flora e fauna nacional e estrangeira e coleções de estudo de ciências naturais. II - Proporcionar condições para estudos e pesquisas por parte de investigadores nacionais e estrangeiros sobre História Natural. III - Colaborar com os poderes públicos na preservação dos recursos do meio ambiente. IV - Desenvolver outras finalidades compatíveis com as suas finalidades. 18Art. 1º (…) Parágrafo Único: A extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul somente será implementada após a efetiva assunção dos serviços prestados pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que os executará direta ou indiretamente.

145 Pl ano s Engenh ar ia

regramentos mínimos a serem observados. Enquanto estes não forem exercidos pelo Estado, a Fundação seguirá no regular exercício de suas atribuições enquanto não vier a ser extinta.

Este cenário institucional permite que a FZB possa ser considerada o Poder Concedente na delegação do Zoológico, desde que esta ocorra antes de sua extinção formal. As atribuições ínsitas ao Poder Concedente, neste caso, poderiam ser desempenhadas pela instituição até que o encerramento de suas atividades seja formalizado.

Na ocasião do encerramento das atividades da Fundação, porém, seria imprescindível se promover a modificação subjetiva do contrato de concessão celebrado, transferindo a posição de Poder Concedente para outro órgão da administração estadual. Mais especificamente, esta sucessão de posição contratual, por força do parágrafo único do art. 1º da Lei Estadual nº 14.982/2017 se dará em favor da SEMA.

É dizer, em razão da previsão legal aludida acima, a extinção da FZB levaria a uma sub-rogação da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável nas obrigações contratuais inicialmente assumidas pela Fundação, de modo que as atribuições alocadas pelo contrato de concessão ao Poder Concedente seriam incorporadas pela Secretaria.

Muito embora tal operação seja possível do ponto de vista jurídico, incumbe-nos destacar que sua implementação agrega maior insegurança jurídica à Concessão. Isto porque, tal como visto acima, sua realização demandará a modificação do contrato após o início de sua execução.

Em que pese o autorizativo legal e a respectiva disciplina, na Lei Estadual nº 14.982/2017, dos marcos capazes de autorizar tal sucessão, a alteração subjetiva de um dos polos contratuais demandará a celebração de termo aditivo. Além disso, a alteração contratual em questão abriria oportunidade para questionamentos quanto a validade jurídica de eventuais posições jurídicas a serem sucedidas, sobretudo, daquelas decorrentes de relações entabuladas entre as partes originais do contrato. Finalmente, a previsão de uma alteração dessa natureza pode reduzir a percepção quanto à segurança jurídica e, em consequência, a atratividade da Concessão para parceiros privados interessados em assumir o papel de concessionários do Zoológico.

7.1.2 Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMA

Uma alternativa, com vistas a mitigar a insegurança jurídica relatada acima, seria adotar procedimento diverso para a Concessão do Zoológico. Ao invés de se antecipar a Concessão e realizá-la ainda sob os auspícios da FZB, seria possível iniciar o processo de extinção desta última e realizar a Concessão considerando, desde o início do processo, a SEMA como o Poder Concedente.

Esta alternativa se fundamenta no fato de a Lei Estadual nº 14.892/2017, ao autorizar a extinção da FZB, expressamente determina que a Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável a suceda em suas obrigações e em suas competências legais. É o que se depreende do parágrafo único do art. 1º da referida lei, que expressamente condiciona a extinção da Fundação à efetiva assunção de seus serviços pela SEMA.

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Institucionalmente, a incorporação pela SEMA das atribuições da Fundação não sofre qualquer óbice jurídico. Pelo contrário, mostra-se escolha acertada do legislador rio-grandense – afinal, sob o ponto de vista de suas atribuições legais, este é o órgão com competências mais afeitas à gestão do zoológico.

Reestruturada na reforma administrativa conduzida pela Lei Estadual nº 14.733/2015, a SEMA reúne competências para atuar como o órgão central de desenvolvimento e coordenação das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à proteção ambiental no Estado do Rio Grande do Sul. Instrumentam o atendimento destes objetivos, a formulação de programas e ações de incentivo à educação ambiental e à preservação da biodiversidade no Estado.

Os zoológicos de modo geral inserem-se neste plexo de atribuições da Secretaria. Estas estruturas funcionam como polos de conscientização, ao mesmo tempo em que representam repositórios vivos da biodiversidade do Rio Grande do Sul. Sob o ponto de vista legal, portanto, há uma coincidência entre as finalidades do zoológico e as atribuições da SEMA – o que a torna um órgão da administração central gaúcha competente para assumir a gestão do zoológico.

Mas não é só. O legislador, ao tratar desta incorporação de atribuições, antecipa-se e define que, uma vez transferidas as incumbências do Zoológico, a Secretaria poderá decidir a forma pela qual irá gerenciar o empreendimento: se direta ou indireta.

Em outras palavras, autoriza o legislador que a SEMA opte por manter este ativo ambiental mediante recursos e pessoal próprios ou por fazê-lo indiretamente, mediante a sua concessão à iniciativa privada. É o que dispõe o art. 8º, parágrafo único:

Art. 8º Ficam declarados como integrantes do Patrimônio Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul a serem preservados, sendo vedada destinação diversa: (…)

III - o Parque Zoológico de Sapucaia.

Parágrafo único. O patrimônio formado pelos imóveis, móveis, benfeitorias, instalações e acervo integrantes dos bens elencados nos incisos I, II e III, cuja preservação e proteção são de interesse público em razão do valor ambiental, científico e paisagístico passa à gestão da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, podendo ser feita direta ou indiretamente.

O normativo acima, portanto, pode ser tomado com um permissivo legal para que a SEMA seja considerada como o Poder Concedente na futura delegação do parque zoológico. Vale destacar que esta alternativa além de juridicamente viável, tem a vantagem de afastar da Concessão as suscetibilidades ensejadas por um processo de alteração do Poder Concedente após a celebração do contrato, que certamente será necessário caso se opte por instituir a FZB como ente delegante.

Esta vantagem, contudo, se faz acompanhar de uma exigência adicional para sua efetivação. Numa leitura conservadora, a aplicação desta alternativa faz com que a delegação do Parque Zoológico fique condicionada à efetiva extinção da FZB, ou, ao menos, à transferência formal e efetiva das competências associadas ao Zoológico pela SEMA. A extinção da Fundação só seria realizada com a assunção de suas competências pela SEMA.

É cediço que esta decisão de transferir competências e extinguir da Fundação se sujeita a crivos de natureza política e de um processo conflitivo, sobretudo, em razão da

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extinção de empregos promovida pela extinção da Fundação. A provável inconveniência estratégica desta dependência nos leva a cogitar de um terceiro cenário, possível de ser utilizado pelo Estado do Rio Grande do Sul.

7.1.3 Concessão do Zoológico pela SEMA, antes da extinção da FZB

Partindo-se de uma interpretação mais sistêmica da Lei Estadual nº 14.982/2017, é possível definir o Poder Concedente do zoológico como sendo, desde o início, a própria SEMA, sem que a condução deste processo seja dependente da prévia extinção da FZB.

Na leitura ora analisada, o que se entende possível é sustentar que a Lei Estadual nº 14.982/2017, em seu art. 8º, já teria transferido à SEMA a competência para gerir o zoológico, assim como a titularidade de todos os bens móveis, imóveis e benfeitorias que o integram. O artigo de lei aludido acima assume a seguinte redação:

Art. 8º Ficam declarados como integrantes do Patrimônio Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul a serem preservados, sendo vedada destinação diversa:

I - o Jardim Botânico em Porto Alegre;

II - o acervo do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais;

III - o Parque Zoológico de Sapucaia.

Parágrafo único. O patrimônio formado pelos imóveis, móveis, benfeitorias, instalações e acervo integrantes dos bens elencados nos incisos I, II e III, cuja preservação e proteção são de interesse público em razão do valor ambiental, científico e paisagístico passa à gestão da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, podendo ser feita direta ou indiretamente.

É de se notar que o parágrafo único, nos trechos destacados acima, não condiciona em nenhuma instância a transferência patrimonial do zoológico à SEMA. Possível, portanto, interpretar que se está diante de norma de eficácia imediata, isto é, que independe de qualquer ato superveniente para produzir efeitos. Em outras palavras, nesta interpretação, seria possível sustentar que já na data de promulgação da Lei Estadual nº 14.982/2017, a titularidade do zoológico teria sido transferida para a SEMA – que passara a ser, desde então, o órgão titular deste bem público.

Além disso, o próprio Art. 1º, em seu parágrafo único, dá a entender que a assunção dos serviços da Fundação pela SEMA dar-se-á de maneira progressiva e paulatina, e que a extinção da Fundação ocorrerá somente após a efetiva assunção de tais serviços pela Administração Direta. Ou seja, a assunção, pela SEMA, das atividades atualmente exercidas pela Fundação deveria ocorrer gradualmente, antes da extinção da FZB, e não depois, como dá a entender (em sentido contrário) o art. 2º da mesma lei.

Seguindo nesta leitura, a Secretaria, na qualidade de titular imediata do patrimônio do zoológico, seria competente para promover a transferência deste ativo, e de sua respectiva gestão, para a iniciativa privada. Estaria, ainda, autorizada a assumir desde já as funções desempenhadas pela FZB com relação ao Zoológico, com vistas a viabilizar a futura extinção da Fundação, nos termos da Lei recentemente editada.

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Afasta-se, com esta interpretação, a necessidade da alteração subjetiva do contrato em momento posterior à sua celebração, assim como se dispensa a prévia extinção da FZB para que a SEMA possa assumir a posição de Poder Concedente.

Importante ponderar que apesar de o entendimento ora sustentado ser juridicamente viável, há risco de interpretação em sentido diverso, notadamente em função de interpretação literal do art. 2º da Lei, o que pode levar a questionamentos judiciais a seu respeito.

7.2 Regulação da Execução Contratual

O segundo aspecto jurídico institucional relevante para a delegação do Parque Zoológico de Sapucaia é a delimitação dos órgãos e entes públicos que terão competência para regular a execução do contrato.

Importante salientar que, regulação contratual, aqui, designa o desempenho de três atribuições públicas fundamentais para a Concessão, quais sejam: (i) a edição de normas referentes à gestão do zoológico e execução do contrato; (ii) a fiscalização do cumprimento das disposições contratuais e setoriais; e, por fim, (iii) a prerrogativa de apreciar pleitos e aplicar sanções com base nas normas setoriais e nas disposições contratuais.

No que diz respeito ao exercício das atribuições normativas, vale destacar que a execução da futura Concessão sujeitará o contratado a diferentes ambientes normativos – dada a complexidade do objeto de seu contrato. Com o objetivo de simplificar a exposição, segmentaremos nossas considerações conforme o órgão que a desempenhará.

Ainda quanto à organização de nossa exposição, sistematizamos os entes que desempenharão as atribuições relativas a Concessão a partir do tipo de competência a ser exercida. Deste modo, o relatório se inicia com a apresentação dos entes públicos responsáveis por editar normas atinentes à gestão do Zoológico, e finaliza com a indicação dos entes responsáveis por fiscalizar e aplicar sanções perante a futura Concessionária.

7.2.1 Competências Normativas

A regulamentação ambiental do gerenciamento de zoológicos no Brasil é tema de competência concorrente entre os entes federados nacionais. Por se inserir no rol do art. 24 da Constituição Federal (inc. VI), o regime jurídico do manejo de animais em cativeiro obrigatoriamente será regulamentado pela União, pelos Estados e pelos Municípios, que disciplinam diferentes aspectos referentes à exploração da fauna nacional.

A organização do exercício destas atribuições concorrentes é realizada por um conjunto de normas ambientais ainda pouco consolidado naquilo que é referente aos zoológicos. Inobstante isso, duas normas podem ser indicadas como parâmetros para a sistematização destas competências normativas.

A primeira delas é a Lei Federal nº 7.173, instituída em 14 de dezembro de 1983, com o objetivo de disciplinar a criação e o funcionamento de jardins zoológicos no país. Esta lei, além de funcionar como um regulamento geral dos zoológicos brasileiros,

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estabelecendo regras de operação para estes estabelecimentos, também serve à estruturação de um sistema de competências no setor.

De acordo com a norma, será de competência do órgão ambiental da União estabelecer regulamentos a respeito da classificação hierárquica dos jardins zoológicos, conforme as dimensões, instalações e recursos humanos e financeiros aplicados no empreendimento.

A lei federal, ainda estabelece, em seu art. 7º, a obrigatoriedade de os zoológicos contarem com instalações que atendam a requisitos mínimos, compostos por indicadores objetivos da qualidade dos habitáculos, de suas condições sanitárias e de sua segurança – todos eles adaptados às necessidades de cada espécie em exposição.

A disciplina destes requisitos mínimos, no regime da Lei Federal n 7.173/1983, é uma atribuição da União, que por força do art. 8º da referida lei, é o ente federado responsável por verificar as condições dos alojamentos e autorizar o recebimento dos espécimes pelo zoológico.

A segunda norma setorial relevante para o presente item é a Lei Complementar nº 140/2011, editada com o objetivo de coordenar o exercício das competências concorrentes em matéria ambiental. Suas disposições tratam de diversos temas nesta seara, disciplinando, inclusive, a repartição de atribuições normativas quanto ao uso e manejo da fauna nacional.

Especificamente naquilo que se refere aos zoológicos, a norma estabelece em seu art. 8º, inc. XIX, que compete aos Estados aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre. Muito embora não mencione expressamente os zoológicos, este dispositivo foi interpretado pela Advocacia Geral da União (Orientação Jurídico Normativa nº 47/2013)19 de forma extensiva, fixando-se o entendimento no setor de que estariam abrangidos no conceito todos os estabelecimentos de manejo de animais silvestres, inclusive, os zoológicos.

Neste sentido, a lei complementar supra, transferiu aos Estados a competência para autorizar o funcionamento de jardins zoológicos – atividade que no regime original da Lei Federal nº 7.173/1983 competia à própria União.

Além disso, a interpretação extensiva contemplada na OJN nº 47/2013 também alocou aos Estados a competência para licenciar o funcionamento destes estabelecimentos – o que tem sido feito desde então por estes entes federados.

É possível concluir, a partir destes normativos, que, de maneira geral, a disciplina dos zoológicos atende a uma estrutura específica de repartição federativa de competências. O legislador federal, ao disciplinar o manejo das competências concorrentes sobre

19 As Orientações Jurídico Normativas foram criadas pela Portaria PFE/IBAMA nº 001, de agosto de 2009, com o intuito de uniformizar entendimentos jurídicos no âmbito das procuradorias federais especializadas alocadas junto aos órgãos ambientais federais. Atualmente disciplinadas pela Portaria PFE/IBAMA nº 01/2012, as Orientações Jurídico Normativas são vinculantes para a Administração Pública, conforme se depreende de seu art. 5º: “As questões jurídicas objeto de OJN não serão remetidas à Procuradoria Federal Especializada para manifestação, cabendo à Administração aplicar o entendimento consolidado em todos os processos que versem exatamente sobre a mesma matéria, acostando aos autos cópia da OJN.”.

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matéria ambiental, optou por alocar à União atribuições de índole geral, relativas ao estabelecimento de parâmetros de qualidade e de classificação dos zoológicos, que terão de ser observados pelos gestores destes empreendimentos em nível local.

Aos Estados, por outro lado, incumbiu o desempenho de atribuições de cunho mais executivo, isto é, voltadas à edição de atos concretos de autorização e licenciamento do funcionamento dos zoológicos.

É dentro desta estrutura de repartição de competências que as instituições responsáveis pela normatização das atividades dos zoológicos devem ser identificadas. No que interessa à delegação do Parque Zoológico de Sapucaia, três instituições destacam-se no cumprimento destas atribuições normativas: (i) o IBAMA, em nível federal, e a SEMA/RS e a FEPAM, no que diz respeito à administração do Estado do Rio Grande do Sul.

7.2.1.1 IBAMA

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA é autarquia federal, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criada pela Lei Federal nº 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 para atuar na execução das políticas nacionais de meio ambiente e no manejo do poder de polícia ambiental.

Estas atribuições são disciplinadas em maior detalhe pelo regimento interno da autarquia, atualmente aprovado pela Portaria nº 14 de 29 de junho de 2017. Nesta, reconhece-se um amplo rol de atribuições ao IBAMA – todas inseridas nos objetivos gerais acometidos à autarquia por sua lei de criação. 20

No que interessa a presente Concessão, importa destacar especificamente a competência do IBAMA para a disciplina dos usos e acessos a recursos faunísticos (art. 2º, inc. VII)21, isto é, para a regulamentação da forma de manejo de animais em todo o território nacional. Tal previsão normativa confere à autarquia competência para disciplinar o tema de forma ampla, abrangendo toda forma de manejo de animais, inclusive, os zoológicos.

É certo, contudo, que o exercício de tal competência normativa pelo IBAMA deverá atentar para a repartição de atribuições estabelecida pela Lei Complementar nº 140/2011 – conforme aludimos acima. Como ente administrativo da União, o IBAMA deverá se limitar ao papel federativo que é reservado à esfera federal, ou seja, deverá se restringir à edição de comandos normativos gerais sobre (i) a classificação

20 Art. 2º É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 11.516, 2007)I - exercer o poder de polícia ambiental; (Incluído pela Lei nº 11.516, 2007) II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização, monitoramento e controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas do Ministério do Meio Ambiente; (…) (Incluído pela Lei nº 11.516, 2007) 21 Art. 2º (…) VII - disciplinamento, cadastramento, licenciamento, monitoramento e fiscalização dos usos e acessos aos recursos ambientais, florísticos e faunísticos;

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hierárquica dos zoológicos e (ii) a definição de parâmetros de qualidade dos recintos de exposição dos animais.

Estas são, em síntese, as principais atribuições normativas que este ente administrativo desempenhará. Os atos normativos emitidos no manejo destas competências são de observância obrigatória para o Estado do Rio Grande do Sul, que deverá considera-los na modelagem dos documentos da contratação e exigir o seu atendimento pela futura Concessionária.

Vale destacar, neste sentido, que o IBAMA exerceu estas competências aos zoológicos, em especial, com a edição da Instrução Normativa nº 7, de 30 de abril de 2015. A norma estabelece padrões estruturais mínimos a serem observados pelos entes públicos ou privados responsáveis pela gestão de recintos zoológicos, assim como fornece os parâmetros para a classificação hierárquica dos zoológicos.

Imprescindível, portanto, que a modelagem da Concessão do Zoológico de Sapucaia atente para o conteúdo desta norma e que o futuro concessionário seja obrigado a manter a estrutura dos recintos em conformidade com as disposições da norma federal.

7.2.1.2 Secretaria do Ambiente de Desenvolvimento Sustentável – SEMA

(a) Gestão da Fauna

Atualmente regulamentada em suas competências pelas Leis Estaduais nº 14.672/2015 e 14.733/2015, a SEMA é competente para coordenar e implementar as políticas públicas de preservação da fauna e da flora local. Incumbida da missão de assegurar o direito de todo cidadão a um meio ambiente equilibrado, a SEMA dispõe de uma série de prerrogativas para cumprir com seus desígnios.

Especificamente quanto à gestão do uso e manejo de fauna no Estado do Rio Grande do Sul, à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável incumbe atender aos objetivos elencados pelo art. 167 do Código do Meio Ambiente instituído pela Lei Estadual nº 11.520 de 03 de agosto de 2000.

A norma aludida trata de estabelecer um amplo de campos de atuação para o Estado do Rio Grande do Sul na tutela da fauna local. De acordo com o artigo, é obrigação do Estado incentivar a produção de conhecimento a respeito da fauna silvestre gaúcha, assim como estabelecer programas de educação formal e informal da população quanto ao tema. 22

Programas de incentivo à tutela de animais silvestres também figuram dentre suas atribuições, sempre ao lado das atribuições de mapeamento e cadastramento da fauna estadual, sobretudo, quanto aos animais sujeitos ao risco de extinção.

22 Art. 167. Compete ao Poder Público em relação a fauna silvestre do Estado: (…) II - instituir programas de estudo da fauna silvestre, considerando as características sócio-econômicas e ambientais das diferentes regiões do Estado, inclusive efetuando um controle estatístico; III - estabelecer programas de educação formal e informal, visando à formação de consciência ecológica quanto a necessidade de preservação e conservação do patrimônio faunístico; (…) VI - instituir programas de proteção à fauna silvestre; VII - identificar e monitorar a fauna silvestre, espécies raras ou endêmicas e ameaçadas de extinção, objetivando sua proteção e perpetuação; VIII - manter banco de dados sobre a fauna silvestre ;X - manter banco de dados sobre a fauna silvestre;

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Suas atribuições especificamente relacionadas aos zoológicos também estão contempladas pelo Código do Meio Ambiente. É nesta norma que se exige que a Secretaria mantenha coleções de espécimes de animais vivos no Estado - atribuição esta atendida mediante a instituição de jardins zoológicos.

Mas não é apenas a legislação estadual que estabelece atribuições para a SEMA quanto ao manejo da fauna. Com a edição da Lei Complementar nº 140/2011 e a consequente descentralização das competências quanto à normatização da fauna silvestre no Brasil, a SEMA celebrou com o IBAMA o Acordo de Cooperação Técnica nº 22/2013, em que o Estado assume parcela das atribuições referentes ao controle e a fiscalização do manejo de animais silvestres em nível local, em especial, naquilo que diz respeito à autorização para o funcionamento de recintos de criação de animais silvestres.

Especificamente quanto aos zoológicos, a SEMA manejou sua competência normativa para estabelecer, com a Portaria nº 179/2015, as normas e procedimentos referentes às categorias de empreendimentos e atividades de uso e manejo de fauna silvestre no Estado do Rio Grande do Sul. Nela estão discriminados os requisitos a serem atendidos por qualquer empreendimento de gestão de fauna que pretenda operar no Estado, sendo imprescindível que o futuro concessionário obtenha ou mantenha as autorizações junto à Secretaria para o normal funcionamento do zoológico.

A Portaria nº 177/2015 também interessa à Concessão, pois estabelece as normas para a destinação adequada da fauna silvestre apreendida, resgatada ou entregue às autoridades competentes. De acordo com suas disposições, animais capturados poderão ser destinados ao zoológico e vinculados à ampliação de seu plantel.

É de se notar, portanto, que a SEMA tem cumprido com seu papel federativo quanto a tutela da fauna. As normas enunciadas acima representam evidente esforço no sentido de se adequar à função de gestor local dos recursos faunísticos e, sobretudo, para viabilizar o exercício de sua atribuição de executor material da política de manejo de animais, consubstanciada no controle dos empreendimentos que poderão operar no Estado do Rio Grande do Sul.

A relevância desta atuação para a futura Concessão é evidente. Atender aos parâmetros positivados pela Secretaria será fundamental para que o zoológico a ser concedido permaneça operacional.

(b) Recursos Hídricos

A SEMA, por outro turno, ainda desenvolverá importante papel na regulamentação do uso e manejo dos recursos hídricos necessários à operação do zoológico. Como é cediço, a manutenção deste empreendimento depende, em grande medida, da disponibilização de consideráveis volumes de água para a dessedentação dos animais e para a higienização de seus recintos, bem como para o uso e consumo humano.

Este tipo de utilização de água é regulamentado no Estado do Rio Grande do Sul pela Lei Estadual nº 10.350 de 30 de dezembro de 1994, que institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos. O objetivo deste último é o de instituir um amplo programa de controle e fiscalização do uso de recursos hídricos ao longo de todo o Estado, visando assegurar o uso racional e equilibrado deste bem.

Dentre os instrumentos estaduais voltados à implementação desta política, a lei acima prevê a outorga do uso de recursos hídricos como um dos principais vetores de

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controle da exploração das águas estaduais (art. 29 a 31). Sua obtenção é necessária para qualquer empreendimento, público ou particular, cuja implantação altere as condições quantitativas ou qualitativas das águas superficiais ou subterrâneas do Estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com o Decreto Estadual nº 37.033, de 21 de novembro de 1996, que regulamenta a Lei Estadual nº 10.350/1994, a outorga do direito de uso de recursos superficiais que não alterem a qualidade das águas será concedida pelo Departamento de Recursos Hídricos, sob a forma de licença de uso, com período máximo de cinco anos, autorização de uso, cedida em caráter precário, ou por concessão por até 10 anos, nos casos previstos no art. 43 do Decreto Estadual nº 24.463/1994.

No caso de alterações qualitativas dos recursos hídricos superficiais, a autorização deste uso será de incumbência da FEPAM.

As autorizações para exploração de recursos hídricos subterrâneos segue a mesma estrutura de competências, conforme estabelecido pelo Decreto Estadual nº 42.047 de 26 de dezembro de 2002. De acordo com a legislação de regência, mesmo o estabelecimento de poços artesianos está sujeito à obtenção de outorga junto ao Departamento de Recursos Hídricos (DRH).

Neste caso, ainda vige exigência adicional: o detentor do poço artesiano deverá se cadastrar junto ao DRH, só lhe sendo autorizado se valer desta engenharia para a captação de recursos hídricos subterrâneos na hipótese de em sua localização não existir ligação com a rede pública de abastecimento de água e, ainda, caso este uso seja destinado às finalidades de uso industrial, floricultura ou agricultura (art. 96, Decreto Estadual nº 23.430/1974).

Vale destacar, contudo, que a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável editou a Portaria nº 215, de 10 de janeiro de 2017, que dispensa a obtenção de outorgas para o uso de água para aqueles usuários que se cadastrarem no Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul - SIOUT e fornecerem os dados dos pontos de uso on-line. A dispensa da outorga é realizada de forma estrita – sendo aplicável tão somente para fins de obtenção de licenciamento ou de financiamentos no setor. Para a obtenção destes últimos, a Portaria estabelece que será suficiente a apresentação do Comprovante do Cadastro de Uso de Água, emitido em nome do usuário no momento da conclusão do cadastro no SIOUT.23

23 Art. 1º - Os usuários que se cadastrarem junto ao Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul - SIOUT e fornecerem os dados dos pontos de uso on-line, receberão, assim que validados os dados, um Comprovante de Cadastro de Uso da Água – 0003 emitido pelo sistema, numerado sequencialmente a cada ano, contendo um link e um código QR Code para validação. Parágrafo primeiro - O Cadastro de Uso de Água é o primeiro procedimento a ser realizado para a obtenção da outorga de uso de água, a ser emitida pelo Departamento de Recursos Hídricos considerando as restrições e condicionantes estabelecidos pelo Conselho de Recursos Hídricos e pelos respectivos Comitês de Bacia, não se constituindo, por si só, em autorização efetiva para o uso da água e, portanto, não exime o usuário da necessidade de completar a solicitação de outorga por meio do SIOUT.Art. 2º - Excepcionalmente, para o uso de dessedentação animal no ano de 2017, considerando a necessidade de consolidação do SIOUT, a conclusão do Cadastro de Uso da Água dispensará a necessidade de obtenção da outorga, exclusivamente para fi ns de fi nanciamento e de licenciamento ambiental.

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Importante agente quanto ao tema, é também o Comitê de Preservação, Gerenciamento e Pesquisa da Bacia do Rio dos Sinos, criado pelo Decreto Estadual nº 32.774, de 17 de março de 1988. Dentre suas competências, importa para o presente caso a de estabelecer diretrizes gerais para a outorga de recursos hídricos superficiais e subterrâneos situadas na Bacia do Rio Sinos – justamente onde se localiza o Zoológico da Fundação Zoobotânica.

Por fim, o despejo de efluentes sobre os recursos hídricos do Estado deverá observar a regulação do CONSEMA sobre o tema, que, por intermédio da Resolução nº 355/2017, definiu os “Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos para fontes de emissão que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul”.

Todo este plexo de normas condicionará o uso e o manejo de recursos hídricos pela futura Concessionária – caso esta opte por se valer dos recursos da bacia do Rio Sinos. É possível, porém, que esta opte por adquirir água bruta e tratada junto à CORSAN, ou de quem lhe faça as vezes, hipótese em que será desnecessária a obtenção de outorga, porém, será obrigatória a observância do Regulamento dos Serviços de Saneamento Básico emitido pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Público (AGERGS).

7.2.1.1 AGERGS

Criada pela Lei nº 10.931/1997, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS detém competências multisetoriais, exercendo atividade regulatória principalmente nas seguintes áreas: saneamento, energia elétrica, rodovias, telecomunicações; portos e hidrovias; irrigação; transportes intermunicipais de passageiros, inclusive suas estações; aeroportos; distribuição de gás canalizado; e inspeção de segurança veicular.

Na forma da lei que a instituiu, cumpre à AGERGS desempenhar as seguintes atribuições: (i) assegurar a prestação de serviços adequados; (ii) garantir a harmonia entre os interesses dos usuários e concessionários de serviços públicos; (iii) buscar a modicidade das tarifas e o justo retorno dos investimentos; (iv) homologar os contratos e demais instrumentos celebrados, (v) fixar, reajustar, revisar, homologar ou encaminhar, ao ente delegante, tarifas, seus valores e estruturas; (vi) orientar a confecção dos editais de licitação e homologá-los, objetivando a delegação de serviços públicos; (vii) fiscalizar a qualidade dos serviços, por meio de indicadores e procedimentos amostrais; (viii) aplicar sanções decorrentes da inobservância da legislação vigente ou por descumprimento dos contratos de concessão ou permissão ou de atos de autorização do serviço público.

A AGERGS poderá apresentar interface com a Concessão do zoológico, ao menos, em duas perspectivas. A primeira delas seria decorrente de sua atividade regulatória quanto aos serviços de saneamento básico. A Agência reguladora, tal como destacado acima, é competente para disciplinar estes serviços, tendo-o feito por intermédio do Regulamento dos Serviços de Saneamento Básico.

O regulamento destina-se à disciplina da utilização da rede de tratamento de água e esgoto atualmente gerenciada pela CORSAN. O Zoológico poderá ser obrigado a se conectar a esta rede pública caso seu logradouro seja abrangido pela rede gerenciada pela estatal. É o que exige o art. 9º do Regulamento, que assim dispõe:

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Art. 9° O imóvel situado em logradouro dotado de rede pública de abastecimento de água potável e/ou de rede coletora de esgoto sanitário deverá ter suas instalações ligadas às respectivas redes, de acordo com os dispositivos contidos na Lei Federal n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, Lei Estadual n° 6.503, de 22 de dezembro de 1972, regulamentada pelo Decreto Estadual n° 23.430, de 24 de outubro de 1974, Lei Estadual n.º 11.520, de 3 de agosto de 2000, Lei Federal n.º 11.445, de 5 de janeiro de 2007, normas da CORSAN, bem como as normas expedidas pela AGERGS.

Neste caso, é preciso que os rejeitos produzidos pelo empreendimento estejam adequados para serem despejados na rede pública. Do contrário, a futura Concessionária terá de assumir, por sua conta, os custos da submissão destes despejos a um tratamento prévio.

Caso não exista rede de tratamento de esgoto na região, a Concessionária poderá adotar solução individualizada. Estes rejeitos poderão ser despejados sobre os recursos hídricos da região, desde que devidamente tratados, o que, neste último caso, mais uma vez deverá ser feito pela Concessionária.

Afora este interface regulatória no setor de saneamento básico, a AGERGS ainda poderá ter atuação regulatória na hipótese de a modelagem da Concessão se realizar sob a forma de concessão de serviços públicos. Neste caso, a Agência será chamada a atuar na disciplina destes serviços, sobretudo, tendo em vistas sua competência para disciplinar os serviços públicos delegados do Estado do Rio Grande do Sul.

Note-se que, diante das competências destacadas acima, competirá à AGERGS uma regulação predominantemente técnica e econômica da Concessão, em especial, no que diz respeito aos procedimentos de reajuste e homologação tarifária, assim como nos procedimentos de preservação do equilíbrio econômico-financeiro da Concessão. Sua atuação será residual na fase interna da Concessão, afinal, esta terá papel meramente orientativo em relação à estruturação do projeto.

7.2.1.1 Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA e Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM

Ainda no exercício das incumbências estaduais em matéria ambiental, é preciso destacar o CONSEMA e a FEPAM, dois órgãos da administração do Estado do Rio Grande do Sul que desempenham papel relevante na disciplina da exploração de zoológicos neste nível federativo. Mais especificamente, estes órgãos se articulam para o exercício das atribuições de licenciamento ambiental no Estado, incumbindo ao CONSEMA a atribuição de expedir normas a seu respeito e à FEPAM aplica-las.

O CONSEMA é o órgão superior do Sistema Estadual de Proteção Ambiental – instituído pela Lei Estadual nº 10.330 de 27 de dezembro de 1994 -, com o objetivo de aprovar e coordenar a implementação da Política Estadual do Meio Ambiente.

Para o exercício destas atribuições, a Lei 10.330 lhe atribui competências para estabelecer normas, padrões, parâmetros e critérios de controle e avaliação da

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qualidade do ambiente natural e a respeito das diretrizes para a preservação dos recursos e ecossistemas do Estado. Vale destacar, ainda, que ao órgão incumbe deliberar, também, a respeito dos conflitos entre valores ambientais diversos e aqueles resultantes da ação dos órgãos públicos, dos entes privados e dos indivíduos situados no território sul-rio-grandense.

Deste plexo de atribuições, depreende-se que o CONSEMA ocupa a função de um coordenador geral da ação administrativa em matéria ambiental, alvitrando, sempre, assegurar que esta se desenvolva dentro dos objetivos da Política Estadual de Meio Ambiente. Para tanto, seu principal meio de atuação é a edição de normas e diretrizes que deverão ser observadas pelos órgãos executores desta política.

Em matéria de licenciamento ambiental, o órgão exerceu suas prerrogativas normativas através de sua Resolução nº 38/2006, que define os empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental e estabelece os procedimentos para a emissão das licenças, assim como o prazo de vigência destas últimas.

A definição das atividades submetidas ao licenciamento segue critério abrangente, sendo este definido pela própria Resolução nº 038/2006. De acordo com a norma aludida, todo empreendimento cuja operação se utilize de recursos ambientais ou que seja capaz de ocasionar qualquer forma de degradação ambiental, deverá se sujeitar ao licenciamento.

Os zoológicos podem ser enquadrados nesta categoria, sobretudo, por sua operação depender diretamente da exploração de recursos faunísticos, o que pode tornar sua operação em uma atividade potencialmente danosa ao meio ambiente. Não por outro motivo, em âmbito federal, a Resolução CONAMA nº 237/1997 considera o manejo de animais silvestres uma atividade sujeita ao licenciamento ambiental.

A condução do procedimento de licenciamento ambiental, contudo, incumbe a outro órgão da administração estadual. Criada pela Lei Estadual nº 9.077 de 04 de junho de 1990, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM é fundação com personalidade jurídica de direito privado, vinculada à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio Grande do Sul, que atua, dentre outros segmentos, no licenciamento estadual das atividades consideradas como potencialmente danosas.

Em virtude desta atribuição, a Fundação estará em interface direta com a Concessionária, sendo responsável por disciplinar os critérios que esta terá de atender para obter as licenças necessárias à operação do zoológico. Independentemente das licenças ambientais que o Parque Zoológico já possui para a execução de suas atividades, a sua manutenção e regularidade dependerão do atendimento às diretrizes e normas exaradas pela FEPAM. A concessão desse tipo de licença, necessariamente, deverá ser realizada por intermédio do Sistema Online de Licenciamento Ambiental, conforme exigido pela Portaria Conjunta SEMA/FEPAM nº 01/2017.

Importante ponderar, aqui, que a competência da FEPAM não se confunde com a emissão das autorizações operacionais indicadas no item anterior. Estas são referentes a fiscalização distinta da que será realizada pela Fundação. Nas autorizações previstas pela Portaria SEMA nº 179/2015, o que se analisa é a adequação das estruturas do zoológico aos parâmetros de habitação, sanitários e de segurança para os animais e

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para os usuários do empreendimento. Na licença de operação a ser emitida pela FEPAM, o que se analisa é o impacto ambiental que a operação do zoológico terá sobre o meio ambiente circundante.

Em outras palavras, à SEMA, indicada no item anterior, compete a emissão da autorização de operação para o Zoológico, enquanto à FEPAM compete a realização do licenciamento ambiental do empreendimento.

É de se notar, contudo, que o Estado do Rio Grande do Sul não possui um regulamento específico para o licenciamento de zoológicos. Diferentemente do que se realizou em âmbito federal – que disciplinou esta forma de licenciamento de maneira específica na Instrução Normativa nº 01/1999 -, no Estado vige tão somente a Resolução nº 38/2006 do CONSEMA, que estabelece um procedimento geral para licenciamentos ambientais no Rio Grande do Sul.

Muito embora seja recomendável a edição de ato normativo específico para o licenciamento de zoológicos, tal atribuição, hoje, poderá ser realizada com base nos critérios estabelecidos pela Resolução nº 38/2006 do CONSEMA.

Por fim, vale destacar que o manejo de animais localizados na área de influência do zoológico também é tema disciplinado pela FEPAM. A operação do empreendimento ora em análise dependerá da obtenção e da manutenção de licenças para identificar e destinar eventuais animais encontrados em áreas próximas a de implantação do zoológico. Os requisitos necessários para a sua obtenção e os procedimentos a serem adotados no gerenciamento dos animais encontrados nesta situação estão previstos na Portaria FEPAM nº 75, de 01 de agosto de 2011.

Exposto este breve panorama, pode-se salientar que tanto o CONSEMA quanto a FEPAM serão entes administrativos relevantes na normatização da execução da futura Concessão. Das competências apresentadas acima, estas instituições atuarão tanto na fase pré-operacional do futuro zoológico, quanto na fase operacional da Concessão, sendo que, neste último caso, terá atuação mais destacada a FEPAM, que terá de fiscalizar a manutenção das condições que levaram à emissão da licença ambiental e conduzir os procedimentos de sua renovação periódica.

7.2.2 Competências de Fiscalização, Apenamento e Apreciação de Pleitos

Apresentados os principais entes e órgãos administrativos munidos de competência normativa para disciplinar diversos aspectos relacionados à Concessão do Zoológico, resta-nos ainda abordar as três outras funções integrantes da atividade regulatória: (i) a fiscalização, (ii) a aplicação de penalidades e, por fim, (iii) a apreciação de pleitos realizados durante a execução contratual.

Estas atribuições se realizam em momento distinto do manejo das competências normativas abordadas no item anterior. Se aquelas servem ao estabelecimento de parâmetros e condicionantes de observância obrigatória, as funções ora apreciadas são manejadas para aferir concretamente se as normas positivadas são efetivamente cumpridas pela Concessionária durante a execução contratual ou, ainda, se estas

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conferem guarida a qualquer pretensão desta última que eventualmente seja levada ao conhecimento do Poder Concedente.

O desempenho destas atribuições, mais uma vez, envolve um delineamento complexo de atribuições e entes públicos, oriundo justamente do intrincado sistema de normas que regerá as atividades da Concessão. A cada ente competente para disciplinar as atividades da Concessionária, corresponderá de forma paralela uma competência para fiscalizar o seu cumprimento. Nesta senda, o particular estará adstrito não só a uma rede de normas jurídicas, como também de instituições responsáveis por assegurar o cumprimento dos regramentos positivados e que sejam aplicáveis à atividade que lhe foi delegada.

Sem descurar deste cenário, é relevante distinguir, contudo, os dois prismas em que estas atribuições serão desempenhadas durante a Concessão, um externo e outro interno. No primeiro deles – a que designamos por externo – estão situadas as competências de fiscalização, apenamento e de apreciação de pleitos com fundamento na regulação extracontratual que incide sobre as atividades da Concessionária. O que estará em apreço será a adstrição das condutas desta última aos regulamentos que têm por objeto temas afeitos à gestão do zoológico, tais como os regulamentos ambientais, de uso e manejo de recursos hídricos e outros aplicáveis.

No que designamos por prisma interno, situam-se as atribuições referentes ao acompanhamento do cumprimento das normas estatuídas pelo próprio contrato.

A distinção entre estes dois ângulos de análise, para o presente item, é relevante, pois a cada um deles corresponderá uma estrutura administrativa de fiscalização distinta. A fiscalização de índole extracontratual será de competência dos entes e órgãos públicos competentes para editar os parâmetros normativos a serem cumpridos pela Concessionária.

De outro turno, no que diz respeito aos parâmetros do próprio contrato, estas atribuições, a princípio, se encontram concentradas em um só ente público: o Poder Concedente. É ínsito à competência para delegar a gestão de um dado bem ou serviço que junto dela venha a competência para definir os parâmetros em que esta gestão deverá ser realizada e, por consequência, para aferir se tais parâmetros são efetivamente cumpridos.

Partindo desta distinção, entendemos que o acompanhamento dos parâmetros extracontratuais não merecem maiores aprofundamentos. Sob a perspectiva institucional, serão competentes para tanto as instituições que foram responsáveis por editar as normas que, de alguma forma, apresentarão uma interface com as atribuições da Concessionária. Neste sentido, todas aquelas entidades identificadas ao longo do item 7.2.1 deste relatório serão competentes para exercer este tipo de controle, por óbvio, naquilo que se inserir em seu rol de competências.

Enfoque maior será dado à apreciação das atribuições de fiscalização do cumprimento das próprias disposições do contrato, que certamente demandará a identificação de uma estrutura administrativa específica no Estado do Rio Grande do Sul.

Iniciamos nossa análise institucional com o ente que, a princípio, titulariza o feixe de atribuições abordado neste item – o Poder Concedente. Finalizamos com o estudo de

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uma alternativa à concentração destas atribuições em um órgão da administração estadual e apreciamos a possibilidade de se atribui-las a uma comissão interdisciplinar.

7.2.2.1 Poder Concedente24

A delegação de um serviço público ou da gestão de um determinado ativo pertencente ao Estado é, em última análise, uma opção por um modelo específico de gestão de determinada utilidade pública. Ao invés de persistir em sua disponibilização por intermédio do Estado, opta-se por transferir para a iniciativa privada os encargos de investimento e de gestão a ele associados.

Isto não significa, contudo, que o Estado deixe de desempenhar atribuições quanto ao serviço. Este apenas altera a forma de intervir em sua gestão, deixando de realiza-la diretamente, para atuar por intermédio de competências normativas e de fiscalização.

O Poder Concedente, neste sentido, delega tão somente a incumbência de executar os serviços e de disponibilizá-los de forma adequada ao cidadão. Não obstante, mantém em sua esfera de competências as atribuições relativas ao acompanhamento da execução dos serviços ou do gerenciamento do ativo delegado.

Esta é a premissa introduzida em nosso direito pela legislação de concessões. Em âmbito federal, isto fica claro pelo fato de a Lei Federal nº 8.987/1995 dispor no inc. I de seu art. 29 que a fiscalização dos serviços concedentes é competência do Poder Concedente:

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:

I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação; (…)

O Estado do Rio Grande do Sul também incorpora esta premissa em sua legislação específica. O inc. I do art. 1625 da Lei estadual nº 10.086/1994 denota o mesmo sentido que a legislação federal, ao dispor que compete ao Poder Concedente fiscalizar permanentemente a prestação do objeto da concessão.

Diante de tais disposições normativas, é certo que ao Poder Concedente incumbirá importante papel após a delegação dos serviços. A se considerar o que expusemos no item 7.1.1 deste relatório, a SEMA ou a FZB serão responsáveis por acompanhar o cumprimento, pela Concessionária, das normas convencionadas no contrato de Concessão. Em caso de descumprimento destas normas, serão estas últimas as competentes para aplicar as sanções cabíveis, assim como por apreciar quaisquer solicitações da Concessionária no que concerne ao objeto da Concessão.

A princípio, o exercício destas atribuições deve ser realizado pelo órgão representante do ente político delegante ou pelo ente da administração indireta que assuma esta

24 Para a definição dos entes ou órgãos que, no Estado do Rio Grande do Sul, estarão habilitados a assumir esta função na Concessão do Parque Zoológico, ver item Error! Reference source not found. e seguintes deste relatório. 25 Art. 16 - São direitos e deveres do Poder Concedente: I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;

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posição, mediante o emprego de pessoal, estrutura e recursos próprios. Entretanto, isto não deve ser interpretado como uma vedação a arranjos alternativos de desempenho das atribuições fiscalizatórias. Na qualidade de titular das prerrogativas elencadas acima, poderá o Concedente estipular diferentes formas de fiscalização da Concessão. Abaixo, apreciamos uma delas.

7.2.2.1 Comissão de Fiscalização

Uma das formas de organização do exercício das atribuições apreciadas neste item é a indicação de uma comissão específica, vinculada ao Poder Concedente, para desempenhar a fiscalização, a decisão sobre penalidades e a apreciação de pleitos envolvidos na execução dos contratos.

A comissão seria um órgão despersonalizado, composto por técnicos especializados nas diversas áreas afeitas à execução do contrato, que seria incumbido de um feixe de competências necessários a desempenhar o acompanhamento da Concessão. Tal atribuição de poderes para a comissão poderia ser realizada por seu próprio ato de criação – exarado sob a forma de um ato interno, tal como uma portaria, de competência do Poder Concedente.

Evidentemente que tais atribuições, para serem executadas durante a Concessão, devem ser referenciadas pelo contrato de Concessão, que deverá prever expressamente que as atribuições de fiscalização do Poder Concedente serão desempenhadas por intermédio de uma comissão de fiscalização.

O método de seleção de seus membros, seu procedimento de atuação e os limites de suas atribuições deverão ser previamente estipulados – seja no contrato de Concessão, seja no ato de sua designação.

Vale destacar que os especialistas selecionados poderão ser provenientes de entes ou órgãos da administração pública gaúcha – desde que observadas as regras aplicáveis ao remanejamento de servidores no âmbito do Estado Rio-grandense. Para que profissionais integrantes de outros níveis federativos possam participar, será imprescindível a celebração de convênios de cooperação técnica.

Por fim, por se tratar de órgão despersonalizado, eventual aplicações de sanções ou adoção de quaisquer medidas concretas perante a Concessionária deverá ser realizado pelo Concedente. Isto não retira a eficácia da atuação da comissão, afinal, suas considerações poderão ser consideradas vinculantes, desde que assim se faça prever em sua regulamentação contratual.

Esta alternativa mostra-se relevante, sobretudo, por conferir maior imparcialidade às atividades de fiscalização e aplicação de penalidades durante a execução contratual. Ademais, pode ser alternativa interessante para o caso de limitação de recursos humanos, afinal, permite uma seleção mais ampla dos servidores responsáveis por manejar estas atribuições. Em tese, qualquer servidor estadual poderá por sua expertise à disposição da presente Concessão.

Por deter estas vantagens, esta metodologia de fiscalização, inclusive, tem sido adotada em precedentes nacionais para a concessão de zoológicos. Neste sentido, pode-se mencionar a concessão do jardim zoológico do Município do Rio de Janeiro.

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Feitas estas breves considerações, passamos a parte final deste capítulo, que tem por escopo o estudo dos procedimentos internos à administração estadual, cuja observância será obrigatória para a aprovação e publicação dos instrumentos de delegação do Parque Zoológico de Sapucaia.

7.3 Fase Preparatória e Acompanhamento da Execução Contratual

A elaboração do edital e do contrato de Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia – além das interfaces jurídico-institucionais apontadas acima – também terá de observar um processo administrativo interno à administração estadual do Rio Grande do Sul, que demanda a submissão dos instrumentos da contratação a crivos de diferentes órgãos e entes administrativos.

Este procedimento é frequente na modelagem de projetos de concessão de bens ou de serviços públicos à iniciativa privada, e serve como um sistema interno de controle da legalidade de todo o empreendimento.

É preciso ponderar, contudo, que inexiste um procedimento administrativo geral, aplicável a todo o tipo de contratação pública. O regime jurídico destes trâmites internos será determinado conforme o tipo de concessão pretendida.

No presente caso, duas são as alternativas de modelagem do projeto. Este poderá ser estruturado como uma concessão de serviço, tendo-se caracterizado a atividade como serviço público, ou como uma concessão de bem público. A escolha entre estas duas modalidades não é trivial, afinal envolve implicações de regime jurídico que podem afetar a estruturação do projeto em diversos ângulos.

Neste momento, iremos nos limitar a apresentar os impactos jurídico-institucionais que a escolha por uma destas formatações poderá acarretar, em especial, no que diz respeito à fase preparatória da licitação. As demais implicações jurídicas desta escolha serão abordadas em documento em separado, relativo às questões jurídicas envolvidas na modelagem.

Iniciamos nossa exposição com a indicação das alternativas envolvidas na estruturação do projeto como uma concessão de serviços. Em sequência, analisamos as implicações institucionais de sua modelagem como uma concessão de bem público.

7.3.1 Concessão de Serviços Públicos

A delegação do Zoológico da Fundação Zoobotânica poderá ser conformada como uma concessão de serviços públicos, sujeita aos regramentos da Lei Estadual nº 10.086/1994 e da Lei Federal nº 8.897/1995, a partir do momento em que seja possível caracterizar as atividades delegadas como um serviço público.

A contratação, muito embora envolva a transferência de um ativo do Estado para a gestão pela iniciativa privada, pode ser compreendida sob o prisma dos serviços a serem delegados. Junto da utilidade pública estão associados uma série de serviços estatais, tais como o de manutenção predial, de incentivo à produção de conhecimento sobre a fauna local, a disseminação da educação ambiental, além de tantos outros abordados em diversas ocasiões neste estudo.

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Nesta alternativa de modelagem, portanto, o objeto da concessão envolveria a transferência destes serviços para a iniciativa privada. A estrutura física do Parque Zoológico seria para o privado na qualidade de bem reversível da Concessão, imprescindível para a prestação de tais atividades.

Assumindo esta premissa, o procedimento de modelagem – sob o ponto de vista institucional – estará sujeito ao estabelecido pelo Decreto Estadual nº 53.495, de 30 de março de 2017, que institui o Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas do Estado do Rio Grande do Sul (“PCPPP”).

O Decreto regulamenta a fase preparatória destas contratações de forma conjunta, estabelecendo um procedimento que se aplica tanto para as PPPs quanto para as concessões comuns. De acordo com a norma, a publicação e a contratação destes projetos fica condicionada a sua prévia inserção no PCPPP, que será coordenado pelo Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas (“CGPCPPP”).

A decisão pela inclusão ou não de um projeto no PCPPP é de competência do Conselho (art. 3º, inc. III, do Decreto nº 53.495/2017)26, que observará neste procedimento as condições estabelecidas no Decreto e em normativo próprio, a ser editado pelo próprio CGPCPPP.

Muito embora a decisão final acerca dos projetos pertença ao Conselho, a modelagem destes últimos não faz parte de suas atribuições. Este trabalho de concepção inicial do projeto compete ao órgão ou ente administrativo interessado em realizar a concessão, conforme estabelecido pelo art. 7º do Decreto27, orientado pela AGERGS.28

A formatação final do projeto, assim que concluída, deverá ser submetida à Unidade Executiva do Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas, órgão vinculado à Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão do Estado do Rio Grande do Sul, e que faz as vezes de um ramo executivo do programa estadual de concessões. Dentre suas principais atribuições encontra-se a de emitir parecer prévio quanto à adequação da proposta de cada projeto de concessão ou de parceria público-privada, para fins de instrução das deliberações do Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas”.29 (grifos nossos)

Este parecer, de acordo com o inc. VI, do art. 6º do Decreto nº 53.495/2017, deverá abordar ao menos os seguintes aspectos: (i) forma de modelagem dos projetos; (ii) analisar as minutas decorrentes de chamamentos públicos em Procedimentos de Manifestação de Interesse (quando cabível); (iii) as modelagens realizadas, e (iv) as minutas dos instrumentos da contratação (edital e contrato).

26 Art. 3º Ao Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas compete: (…) III – deliberar sobre a inclusão de projetos no Programa de que trata este Decreto, observadas as diretrizes legais e governamentais, e definir a forma de modelagem; 27 Art. 7º Compete aos órgãos e às entidades da Administração Pública Estadual elaborar e submeter o edital de licitação ao Conselho Gestor do Programa de que trata este Decreto, encaminhar a licitação e acompanhar e fiscalizar os contratos de concessão e de parceria público-privada sob a sua responsabilidade. 28 Art. 4º, inc. VI, da Lei Estadual nº 10.931/1997. 29 Art. 6º, inc. IV, do Decreto Estadual nº 53.495/2017.

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A Unidade Executiva poderá solicitar pareceres específicos de áreas técnicas da administração estadual, com vistas a subsidiar seu entendimento acerca da recomendação da aprovação ou não dos projetos. Trata-se de uma prerrogativa não vinculante – muito embora, a depender da complexidade do caso, a solicitação deste auxílio de áreas especializadas seja recomendável.

Esta facultatividade não se aplica, contudo, no que diz respeito ao parecer da Procuradoria Geral do Estado (“PGE”). A PGE deverá se manifestar a respeito dos instrumentos da contratação em razão de sua competência para apreciar a legalidade dos atos da administração estadual. Prevista na Constituição do Estado30, a competência é de exercício obrigatório, devendo o parecer do órgão jurídico ser acostado ao processo de aprovação da modelagem, antes da decisão final do Conselho Gestor.

O Decreto Estadual nº 38.704/1998 determina também que a modelagem da concessão seja submetida à Controladoria e Auditoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul (“CAGE”), órgão vinculado à Secretaria da Fazenda e responsável por coordenar o sistema de controle interno do Estado.

Aprovado por estes dois órgãos, os instrumentos da contratação deverão, ainda por força do Decreto nº 38.704/1998, ser submetido à homologação da AGERGS, e ainda, sujeitos à apreciação do Conselho Gestor do Programa de Concessões e PPPs, que terá competência para aprovar ou não a inclusão do projeto no programa de concessões do estado.

Sob o ponto de vista institucional, são estes órgãos e entes que atuarão no procedimento de formulação interna dos editais e contratos de concessão de serviços públicos. Com vistas a facilitar a visualização dos procedimentos e entes envolvidos, apresenta-se a seguir um fluxograma, que sintetiza todo o dito acima:

Figura 83 – Fluxograma dos entes e procedimentos envolvidos na Concessão do Zoológico.

Fonte: Elaboração Consórcio.

30 Art. 115. Competem à Procuradoria-Geral do Estado a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, além de outras atribuições que lhe forem cometidas por lei, especialmente: (…) II - pronunciar-se sobre a legalidade dos atos da administração estadual;

Secretaria

•Concepçãoinicial doProjeto.

UnidadeExecutiva

•Elaboração deParecerPrévio.

PGE/RS eCAGE/RS

• Elaboração dePareceresTécnicosEspecíficos.

CGCPPPeAGERGS

• Aprovação doprojeto ehomologaçãode Edital eContrato.

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No que diz respeito ao acompanhamento da execução contratual, há que se destacar que, afora as atribuições de controle e acompanhamento do Poder Concedente, o CGPCPPP e a Unidade Executiva terão papel fundamental neste acompanhamento.

Conforme estabelecido pelo inc. VII do art. 6º do Decreto Estadual nº 53.495/2017, competirá à Unidade Executiva do CGPCPPP elaborar e apresentar ao Conselho relatórios circunstanciados versando sobre o equilíbrio econômico-financeiro, a adequação dos serviços prestados e a garantia contratada, bem como sobre o alcance de metas e à sua adequação aos prazos de execução e de amortização dos investimentos.

O monitoramento do atendimento aos objetivos da Concessão também incumbirá a este órgão.

7.3.2 Concessão de Bem Público (com aplicação subsidiária do procedimento para concessões de serviços públicos)

Alternativa à disposição da Administração do Estado do Rio Grande do Sul é a modelagem da delegação do Zoológico como uma concessão de bem público. A delimitação do objeto por intermédio deste instituto jurídico, conforme aprofundaremos mais a frente, sofre importante variação quando comparada com a alternativa estudada no item 7.3.1.

Na concessão de bem público, a Concessão não se cingirá na transferência ao particular de determinados serviços de titularidade estatal, acompanhada da delegação acessória de bens estatais reversíveis.

A ordem entre bens e serviços, nesta modalidade concessória, inverte-se em relação à concessão de serviço público. O objeto central da concessão de bem público é a transferência da gestão de um ativo, que poderá ou não comportar a previsão de determinados serviços associados à sua delegação.

Isto é, na concessão de bem público, o essencial não é a delegação de um serviço, mas sim, de um ativo que esteja sob a gestão estatal. Entretanto, isto não impede que neste tipo de delegação não se exija do particular o desempenho de serviços. Pelo contrário, a conjugação destas duas vertentes é absolutamente compatível com o instituto jurídico ora em análise.

Nesta senda, a utilização da concessão de bem público mostra-se aplicável ao presente caso, afinal, a delegação do Zoológico poderá ser estruturada tendo por objeto central a transferência da estrutura física do zoológico à iniciativa privada, acompanhada da prestação de serviços conforme indicadores de qualidade contratualmente definidos.

Ocorre que a delegação de bem público é medida administrativa sujeita a um regramento jurídico mais esparso, sem contar com uma norma específica que discipline suas nuances. Esta menor densidade legislativa afeta não só a delimitação dogmática do instituto, como também, a delimitação dos procedimentos internos necessários a sua aprovação.

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É possível se afirmar que inexiste um procedimento prévio especificado no Rio Grande do Sul para a concessão de ativos pertencentes ao Estado. Entretanto, da análise do ordenamento jurídico estadual, é possível se depreender que a aprovação interna da Concessão poderá seguir duas alternativas.

A primeira é a sua delegação como um ativo público, não integrante de um programa específico do Estado do Rio Grande do Sul. Neste caso, em razão da ausência de legislação específica sobre o tema, o procedimento de sua aprovação demandará a utilização subsidiária da legislação de concessões comuns, aplicáveis por analogia à concessão de bens públicos. A segunda alternativa, por outro lado, é a sua transferência no bojo do Programa de Aproveitamento e Gestão Imóveis (“PAGI”).

Avaliamos e cotejamos cada uma delas a seguir.

7.3.3 Concessão de bem público (com aplicação de procedimento administrativo próprio)

Nesta alternativa, a delegação será realizada como um processo administrativo de competência do órgão administrativo titular do serviço de gestão do zoológico, assim como de seus bens móveis e imóveis. Sob esta perspectiva, a delegação deste ativo não estará sujeita a nenhum programa estadual específico. Incidiriam sobre sua realização tão somente os crivos e controles imprescindíveis à avaliação da legalidade da condução de procedimentos de concessão.

Muito embora não discipline em específico o procedimento de concessão de bens públicos, a Lei Estadual nº 10.086/1994 ao tratar das concessões comuns acaba por estatuir regramentos gerais, que podem extrapolar deste tipo contratual e disciplinar outras modalidades concessórias. No presente caso, em que pese tratarem de institutos que, em suas especificidades, são distintos, não se pode olvidar que a concessão de bem público e a concessão de serviço público pertencem a um mesmo ramo de contratos públicos.

Neste sentido, ambos os institutos partilham de notas comuns em seu regime jurídico. Aliás, no direito brasileiro isto não é propriamente novidadeiro – ainda mais no tema das concessões. Basta rememorar, neste sentido, que se admite, sem maiores sobressaltos, a aplicação subsidiária da Lei Federal nº 8.987/1995 – que rege as concessões comuns – às concessões administrativas e patrocinadas, por sua vez disciplinadas especificamente pela Lei Federal nº 11.079/2004.

Não se quer, com isso, dizer que ambos os institutos sujeitam-se a um mesmo regime jurídico. O que se nota é tão somente que, no que concerne ao regime geral, por ambos pertencerem ao ramo das concessões, os regramentos de um podem se aplicar ao outro, sem que isso leve a uma desnaturação de suas características específicas.

Dentre estes temas gerais a que fizemos menção acima, entendemos estar inserido o procedimento administrativo para a aprovação da concessão. Ora, o trâmite interno de aprovação de uma concessão de bem público ou de um serviço público não é assunto que demande a observância de particularidades próprias a cada um dos institutos. Pelo contrário, sob o ponto de vista administrativo, a inteligência de ambos os processos demanda expertises e crivos de análise muito semelhantes, que preferencialmente devem ser alocados em um mesmo conjunto de órgãos da administração.

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Em última análise, tanto num quanto noutro caso, o que se aprecia é a delegação de um plexo de ativos e obrigações prestacionais do Estado à iniciativa privada, com vistas a permitir a exploração econômica destes ativos e serviços, acompanhada da contrapartida da disponibilização da fruição de determinadas utilidades aos usuários.

Sob este ponto de vista, portanto, as disposições procedimentais da Lei Estadual nº 10.086/1994 e de suas complementações posteriores poderiam ser aplicadas, por analogia, à concessão de bem público.

Afinal, a concessão de bem público apresenta as mesmas peculiaridades quanto ao equilíbrio econômico-financeiro, viabilidade técnica e econômica, remuneratórias e quanto a tantos outros temas igualmente enfrentados na concessão comum de serviços públicos. Quanto a essa possibilidade e a possibilidade de questionamento que ela pode trazer, voltaremos com maior detalhamento no documento dedicado ao enfrentamento das questões jurídicas do projeto.

De qualquer forma, entendemos ser possível sustentar a aplicação analógica da Lei Estadual nº 10.086/1994 e dos procedimentos aplicáveis à aprovação de concessão comum, estabelecidos pelo Decreto Estadual nº 53.495/2017. Em sendo assim, a princípio, entendemos que a Concessão – se modelada como de bem público – poderá ser aprovada internamente a partir dos mesmos procedimentos que descritos no item 7.3.1 – mediante a sua inserção no Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas do Estado do Rio Grande do Sul.

Em que pese este entendimento, por não haver lei em específico, é possível sustentar procedimento ainda mais simplificado, próximo à condução de um procedimento administrativo interno ao próprio Poder Concedente.

Isto significa dizer que, diante da indefinição legislativa quanto ao tema, é possível sustentar que o Poder Concedente detém competência para conduzir esta concessão, dispensando-se a sua avaliação por quaisquer Conselhos ou outros entes que não estejam habilitados para realizar um controle prévio de legalidade.

A se considerar esta segunda premissa, a modelagem do projeto, em sua integralidade, poderia ser conduzida pela SEMA ou pela FZB, dependendo da análise desta modelagem tão somente pela Secretaria da Fazenda (no que diz respeito à sua economicidade) e a Procuradoria Geral do Estado (no que tange à sua legalidade). A atuação da PGE neste caso se deve ao fato de deter uma competência geral para a apreciação da legalidade dos atos da administração rio-grandense.

A princípio, em uma leitura formal, apenas o órgão jurídico deteria uma competência expressa para atuar sobre o procedimento. Nenhum outro ente ou órgão administrativo detém competência para apreciar procedimentos de concessão de bens públicos no Estado do Rio Grande do Sul.

A autorização para que o órgão delegante dê início a este procedimento pode ser extraída do próprio parágrafo único do art. 8º da Lei Estadual nº 14.892/2017, já citado anteriormente, que autoriza a SEMA a optar por uma gestão direta ou indireta do patrimônio do Zoológico, quando esta assumisse o zoológico após a extinção da FZB. A partir deste autorizativo legal, pode o órgão optar por transferir este ativo à iniciativa privada.

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Nesta senda, parece-nos que, a se optar por esta alternativa, o procedimento de delegação poderá ser simplificado – sobretudo, em razão do menor volume de normas incidentes. Bastará, a princípio, a modelagem do projeto pela SEMA ou pela FZB e a aprovação do projeto pela PGE/RS.

O acompanhamento da execução contratual, neste caso, remanescerá concentrado no Poder Concedente.

7.3.4 Concessão de bem público (com adoção do procedimento previsto no Programa de Aproveitamento e Gestão de Imóveis - PAGI)

Alternativa mais complexa, porém, revestida de maior segurança jurídica, é a delegação deste ativo a partir do Programa de Aproveitamento e Gestão de Imóveis, instituído pela Lei Estadual nº 14.956/2016. De acordo com esta última norma, o Estado do Rio Grande do Sul poderá inserir neste programa quaisquer bens móveis e imóveis que pertençam diretamente ao Estado ou a suas autarquias.

A finalidade deste programa é promover maior eficiência na gestão patrimonial do Estado, seja por intermédio de alienações e permutas de ativos seja por instrumentos de delegação onerosa de seu uso à iniciativa privada.

Sob este prisma, a delegação do zoológico seria considerado um ato de readequação da destinação de bem imóvel de titularidade do Estado do Rio Grande do Sul, que seria implementada por intermédio de um instrumento de cessão (onerosa ou não) de seu uso. Estaria inserida, portanto, no autorizativo previsto no art. 4º da Lei Estadual nº 14.954/2016:

Art. 4º No âmbito do Programa de Aproveitamento e Gestão dos Imóveis, fica o Poder Executivo autorizado a dar a correta destinação aos bens imóveis próprios do Estado e de suas autarquias por meio da realocação de órgãos, com o objetivo de racionalizar a sua utilização e a economia com o pagamento de aluguéis, bem como por meio da cessão de imóveis, onerosa ou não.

Parágrafo único. A cessão onerosa de imóvel poderá ser realizada também por meio da edificação de prédio como contrapartida pela utilização de imóvel por prazo determinado.

Ainda que o Decreto Estadual nº 53.425/2017 ao regulamentar o PAGI não tenha disciplinado outras formas de cessão onerosa de uso de imóveis que não aquela realizada mediante contrapartida de edificação de novo imóvel31, a previsão no parágrafo único do dispositivo acima mencionado não deixa dúvidas. Esta é apenas

31 A ressalva é relevante, tendo em vista a disposição do art. 25 do Decreto Estadual nº 53.425/2017, que assim dispõe: Art. 25. Nos termos do art. 24 deste Decreto, o Comitê Gestor poderá ceder onerosamente imóvel por meio da edificação de prédio como contrapartida pela utilização de imóvel por prazo determinado.

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uma alternativa, sendo possível se adotar arranjos distintos para se transferir o uso de imóveis do Estado a particulares.

Um destes arranjos possíveis é a sua delegação, mediante cobrança de outorga (delegação onerosa), inserindo com contrapartidas não a edificação de um projeto, mas a realização de obrigações de prestação de serviços no imóvel que lhe foi delegado. Em outras palavras, a norma supracitada é ampla o suficiente para comportar a delegação do zoológico como uma concessão de bem público.

Sua aprovação, neste caso, será dependente de um procedimento similar ao sustentado no item 7.3.1, contudo, composto por órgãos e entes distintos. Nesta alternativa, a delegação do ativo dependerá de sua inclusão no Programa de Aproveitamento e Gestão de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul – decisão esta que ficará a cargo do Comitê Gestor do Programa de Aproveitamento e Gestão dos Imóveis (“CGPAGI”).

Desta feita, contudo, não há emissão de parecer prévio de parte de uma unidade executiva. Só haverá uma decisão definitiva do Comitê a respeito da adequação do projeto aos objetivos do PAGI. Evidentemente, contudo, esta decisão deverá ser instruída com parecer prévio da PGE/RS – que tem o dever funcional de apreciar a legalidade de qualquer ato da administração estadual.

Sob o ponto de vista do acompanhamento da execução contratual, esta competirá ao próprio Comitê Gestor, sem prejuízo das atribuições do Poder Concedente. De acordo com o § 3º da Lei Estadual nº 14.954/2017, este deverá prestar contas, quadrimestralmente, à Assembleia Legislativa sobre todos os projetos situados sob a sua gestão. Esta prestação de contas deverá ser feita mediante relatório, publicado na internet.

Embora o contrato de Concessão de bem público do Parque Zoológico de Sapucaia possa formalmente ser enquadrado no PAGI, há que se ponderar, igualmente, que os objetivos do programa (a gestão eficiente do bem público) não exaure as preocupações e o interesse público envolvido na gestão de um Parque Zoológico, notadamente os interesses de caráter ambiental que justificam a titularidade da SEMA sobre esse ativo. Esse componente político-teleológico deverá igualmente ser levado em conta quando da decisão sobre o procedimento a ser adotado.

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8 Considerações e Conslusões

8.1 Considerações Na análise dos resultados deste Produto é importante ter em consideração que os resultados decorrem da utilização de determinadas premissas operacionais de custos/despesas de operação e manutenção, investimento e receitas devidamente identificados no estudo, pelo que a utilização de premissas diferentes poderá alterar os resultados obtidos. Estimar receitas, custos/despesas de operação e manutenção e custos de investimento até 2047, último ano da concessão, é um exercício cujos resultados devem ser analisados com particular cautela, dado que a alteração das premissas que serviram de base à preparação das projeções poderá ter implicações significativas nos resultados apresentados. Deve-se considerar também, que as empresas interessadas poderão elaborar o seu plano de exploração do bem concedido, implantando outras atrações que não prevista no Estudo.

Para além das premissas operacionais consideradas para efeito das análises econômico-financeiras, os resultados e conclusões do Estudo considera como modelo de negócio a forma de Concessão Onerosa, considerando-se o pagamento de outorga pelo Concessionário ao Poder Concedente.

8.2 Conclusões

A modelagem econômica financeira teve como objetivo principal analisar a viabilidade da concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul (Projeto 2). Considerou-se como retorno esperado a taxa referencial de 10,49%. Neste sentido, a outorga variável, resultado da avaliação, foi definida em 1,0% do faturamento bruto da concessionária.

No modelo de negócios proposto, há a possibilidade de exploração de outras atividades, pelo privado, que geram maior rentabilidade para o Projeto. Uma das alternativas é a implantação de parque de diversão e/ou outras formas de entretenimento e lazer, permitindo uma atratividade ao negócio. Ainda assim, é nosso entendimento, que o Projeto é do ponto de vista técnico, jurídico, econômico e financeiro viável nas condições descritas no presente documento.

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ANEXOS Anexo I – Demonstrações Financeiras

Anexo II – Roteiro de Definições da Modelagem Jurídica

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Anexo I – Demonstrações Financeiras

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Anexo I – Demonstrações Financeiras Tabela 1: Demonstrativo do Resultado do Exercício

DRE R$ '0001 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027Receita Consolidada 7.328 15.719 17.542 19.465 22.752 25.421 29.397 29.548 29.700 29.851Receita Tarifária 6.348 13.581 15.120 16.740 19.524 21.814 25.226 25.356 25.486 25.616Receita Acessória 980 1.913 2.162 2.428 2.871 3.208 3.709 3.728 3.747 3.767(-)Deduções (1.044) (2.240) (2.500) (2.774) (3.242) (3.622) (4.189) (4.211) (4.232) (4.254)Impostos Indiretos Receita Tarifária (905) (1.935) (2.155) (2.385) (2.782) (3.108) (3.595) (3.613) (3.632) (3.650)Impostos Indiretos Receita Acessória (140) (305) (345) (388) (460) (514) (594) (597) (600) (604)Receita Líquida 6.284 13.479 15.042 16.692 19.510 21.798 25.208 25.338 25.467 25.597(-) Custos Operacionais (11.872) (14.205) (14.506) (14.586) (14.728) (14.853) (15.039) (15.046) (15.053) (15.060)(-) Outorga - (154) (172) (191) (223) (249) (288) (290) (291) (293)Lucro Bruto (5.588) (880) 364 1.915 4.559 6.696 9.881 10.002 10.124 10.245% Margem Bruta -89% -7% 2% 11% 23% 31% 39% 39% 40% 40%Despesas Administrativas (116) (103) (106) (101) (110) (93) (101) (102) (102) (102)EBITDA (5.704) (983) 258 1.813 4.449 6.604 9.780 9.901 10.022 10.143% Margem EBITDA -91% -7% 2% 11% 23% 30% 39% 39% 39% 40%Depreciação e Amortização (906) (1.062) (1.208) (1.208) (1.216) (1.283) (1.293) (1.293) (1.301) (1.301)EBIT (6.610) (2.045) (951) 605 3.234 5.321 8.487 8.608 8.721 8.842% Margem EBIT -105% -15% -6% 4% 17% 24% 34% 34% 34% 35%Resultado Financeiro (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242)Receita Financeira 66 99 125 129 148 217 312 727 1.211 1.726Juros (308) (1.385) (1.585) (1.593) (1.520) (1.375) (1.231) (1.086) (941) (796)EBT (6.852) (3.331) (2.410) (859) 1.862 4.162 7.568 8.249 8.991 9.771(-) IR e CSLL - - - - (458) (1.015) (1.835) (2.007) (2.193) (2.388)Lucro Líquido (6.852) (3.331) (2.410) (859) 1.404 3.147 5.733 6.242 6.798 7.384% Margem Líquida -109% -25% -16% -5% 7% 14% 23% 25% 27% 29%

173 Pl ano s Engenh ar ia

DRE R$ '00011 12 13 14 15 16 17 18 19 20

2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037Receita Consolidada 30.002 30.154 30.305 30.456 30.607 30.757 30.908 31.059 31.209 31.359Receita Tarifária 25.745 25.875 26.005 26.135 26.264 26.393 26.523 26.652 26.781 26.910Receita Acessória 4.257 4.278 4.300 4.321 4.343 4.364 4.385 4.407 4.428 4.449(-)Deduções (4.275) (4.297) (4.318) (4.340) (4.361) (4.383) (4.404) (4.426) (4.447) (4.469)Impostos Indiretos Receita Tarifária (3.669) (3.687) (3.706) (3.724) (3.743) (3.761) (3.779) (3.798) (3.816) (3.835)Impostos Indiretos Receita Acessória (607) (610) (613) (616) (619) (622) (625) (628) (631) (634)Receita Líquida 25.727 25.857 25.986 26.116 26.245 26.374 26.504 26.633 26.762 26.891(-) Custos Operacionais (15.067) (15.074) (15.081) (15.088) (15.095) (15.102) (15.109) (15.116) (15.123) (15.130)(-) Outorga (294) (296) (297) (298) (300) (301) (303) (304) (306) (307)Lucro Bruto 10.366 10.487 10.608 10.729 10.850 10.971 11.092 11.212 11.333 11.453% Margem Bruta 40% 41% 41% 41% 41% 42% 42% 42% 42% 43%Despesas Administrativas (110) (104) (104) (104) (104) (106) (105) (105) (106) (106)EBITDA 10.256 10.384 10.504 10.625 10.746 10.865 10.986 11.107 11.227 11.347% Margem EBITDA 40% 40% 40% 41% 41% 41% 41% 42% 42% 42%Depreciação e Amortização (1.624) (1.645) (1.666) (1.672) (1.686) (1.878) (1.905) (1.905) (1.920) (1.939)EBIT 8.632 8.738 8.838 8.954 9.060 8.986 9.081 9.202 9.307 9.408% Margem EBIT 34% 34% 34% 34% 35% 34% 34% 35% 35% 35%Resultado Financeiro 1.650 1.845 2.520 3.238 4.022 4.770 2.749 1.787 1.299 1.126Receita Financeira 2.302 2.352 2.882 3.455 4.094 4.770 2.749 1.787 1.299 1.126Juros (652) (507) (362) (217) (72) - - - - -EBT 10.282 10.584 11.358 12.192 13.081 13.756 11.831 10.989 10.605 10.534(-) IR e CSLL (3.415) (3.726) (4.005) (4.304) (4.621) (4.865) (4.227) (3.957) (3.842) (3.833)Lucro Líquido 6.867 6.858 7.353 7.888 8.460 8.891 7.604 7.032 6.764 6.702% Margem Líquida 27% 27% 28% 30% 32% 34% 29% 26% 25% 25%

174 Pl ano s Engenh ar ia

Fonte: Elaboração Consórcio

DRE R$ '00021 22 23 24 25 26 27 28 29 30

2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047Receita Consolidada 31.510 31.660 31.809 31.959 32.109 32.258 32.407 32.556 32.705 32.854Receita Tarifária 27.039 27.168 27.296 27.425 27.553 27.681 27.809 27.937 28.065 28.192Receita Acessória 4.471 4.492 4.513 4.535 4.556 4.577 4.598 4.619 4.640 4.661(-)Deduções (4.490) (4.511) (4.533) (4.554) (4.575) (4.597) (4.618) (4.639) (4.660) (4.682)Impostos Indiretos Receita Tarifária (3.853) (3.871) (3.890) (3.908) (3.926) (3.945) (3.963) (3.981) (3.999) (4.017)Impostos Indiretos Receita Acessória (637) (640) (643) (646) (649) (652) (655) (658) (661) (664)

Receita Líquida 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019(-) Custos Operacionais (15.137) (15.144) (15.151) (15.158) (15.165) (15.172) (15.179) (15.186) (15.193) (15.200)(-) Outorga (309) (310) (312) (313) (315) (316) (318) (319) (321) (322)Lucro Bruto 11.573 11.694 11.814 11.934 12.053 12.173 12.293 12.412 12.531 12.650% Margem Bruta 43% 43% 43% 44% 44% 44% 44% 44% 45% 45%Despesas Administrativas (114) (108) (108) (108) (108) (110) (109) (109) (110) (110)EBITDA 11.459 11.586 11.706 11.826 11.945 12.063 12.183 12.303 12.421 12.540% Margem EBITDA 42% 43% 43% 43% 43% 44% 44% 44% 44% 45%Depreciação e Amortização (2.576) (2.614) (2.694) (2.694) (2.724) (3.099) (3.144) (3.144) (3.379) (3.385)EBIT 8.883 8.972 9.011 9.132 9.221 8.964 9.039 9.158 9.042 9.155% Margem EBIT 33% 33% 33% 33% 33% 32% 33% 33% 32% 32%Resultado Financeiro 1.290 1.012 1.218 1.408 1.622 1.825 1.922 2.159 2.410 2.542Receita Financeira 1.290 1.012 1.218 1.408 1.622 1.825 1.922 2.159 2.410 2.542Juros - - - - - - - - - -EBT 10.173 9.984 10.229 10.539 10.843 10.789 10.961 11.317 11.452 11.697(-) IR e CSLL (3.725) (3.683) (3.789) (3.916) (4.041) (4.044) (4.128) (4.274) (4.343) (4.453)Lucro Líquido 6.448 6.301 6.440 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244% Margem Líquida 24% 23% 24% 24% 25% 24% 25% 25% 25% 26%

175 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 2: Fluxo de caixa do Projeto

Fluxo de Caixa do Projeto R$ '0001 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027

EBIT (6.610) (2.045) (951) 605 3.234 5.321 8.487 8.608 8.721 8.842(+) Depreciação 906 1.062 1.208 1.208 1.216 1.283 1.293 1.293 1.301 1.301(-) IR/CSLL (sem tax shield) - - - (149) (784) (1.291) (2.054) (2.093) (2.605) (3.105)(+/-) Capital de Giro (33) 72 (69) (86) (122) (88) (130) 1 3 4Fluxo de Caixa Operacional (5.736) (911) 189 1.579 3.543 5.225 7.595 7.810 7.420 7.042

(-) Investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)Fluxo de Caixa de Investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)

Fluxo de Caixa Livre do Projeto (32.915) (5.437) (3.912) 1.579 3.359 3.537 7.367 7.810 7.239 7.035Fluxo de Caixa acumulado (32.915) (38.352) (42.263) (40.685) (37.325) (33.788) (26.421) (18.611) (11.372) (4.336)

Fluxo de Caixa do Projeto R$ '00011 12 13 14 15 16 17 18 19 20

2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037

EBIT 8.632 8.738 8.838 8.954 9.060 8.986 9.081 9.202 9.307 9.408(+) Depreciação 1.624 1.645 1.666 1.672 1.686 1.878 1.905 1.905 1.920 1.939(-) IR/CSLL (sem tax shield) (3.046) (3.098) (3.148) (3.203) (3.253) (3.243) (3.292) (3.349) (3.400) (3.450)(+/-) Capital de Giro 51 9 9 10 12 6 (42) (21) (12) (8)Fluxo de Caixa Operacional 7.261 7.295 7.365 7.432 7.504 7.627 7.653 7.736 7.815 7.889

(-) Investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)Fluxo de Caixa de Investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)

Fluxo de Caixa Livre do Projeto 804 6.891 6.988 7.336 7.272 4.748 7.277 7.736 7.634 7.681Fluxo de Caixa acumulado (3.532) 3.359 10.347 17.683 24.955 29.703 36.980 44.717 52.351 60.032

176 Pl ano s Engenh ar ia

Fonte: Elaboração Consórcio

Fluxo de Caixa do Projeto R$ '00021 22 23 24 25 26 27 28 29 30

2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047

EBIT 8.883 8.972 9.011 9.132 9.221 8.964 9.039 9.158 9.042 9.155(+) Depreciação 2.576 2.614 2.694 2.694 2.724 3.099 3.144 3.144 3.379 3.385(-) IR/CSLL (sem tax shield) (3.286) (3.339) (3.375) (3.438) (3.490) (3.423) (3.474) (3.540) (3.524) (3.588)(+/-) Capital de Giro (13) (9) 0 (1) 0 (6) (1) 0 (3) 466Fluxo de Caixa Operacional 8.161 8.238 8.332 8.387 8.456 8.633 8.708 8.763 8.894 9.418

(-) Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)Fluxo de Caixa de Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)

Fluxo de Caixa Livre do Projeto 1.786 7.902 7.686 8.387 8.275 6.759 8.528 8.763 8.426 9.411Fluxo de Caixa acumulado 61.818 69.721 77.407 85.794 94.069 100.828 109.356 118.119 126.544 135.956

TIR Projeto 10,5%

177 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 3: Fluxo de caixa Alavancado

Fluxo de Caixa Alavancado R$ '0001 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027

EBT (6.852) (3.331) (2.410) (859) 1.862 4.162 7.568 8.249 8.991 9.771(+) Depreciação 906 1.062 1.208 1.208 1.216 1.283 1.293 1.293 1.301 1.301(-) IR/CSLL (com tax shield) - - - - (458) (1.015) (1.835) (2.007) (2.193) (2.388)(+/-) Capital de Giro (33) 72 (69) (86) (122) (88) (130) 1 3 4Fluxo de caixa operacional (5.979) (2.196) (1.271) 264 2.498 4.342 6.895 7.536 8.102 8.689

(-) Investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)Fluxo de caixa de investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)

(+) Empréstimo 12.230 2.037 1.845 - - - - - - -(-) Amortização - - - - (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465)

(+/-) Conta Reserva (77) (269) (50) (2) (348) 36 36 36 36 36(+/-) Caixa Mínimo (976) (192) (21) (10) (12) (10) (12) (4) (1) (1)Fluxo de caixa de financiamento 11.177 1.576 1.774 (12) (1.825) (1.439) (1.440) (1.433) (1.429) (1.429)

Fluxo de caixa livre alavancado (21.980) (5.147) (3.597) 252 490 1.216 5.227 6.103 6.492 7.253Fluxo de caixa acumulado (21.980) (27.127) (30.724) (30.472) (29.982) (28.767) (23.540) (17.436) (10.944) (3.691)

178 Pl ano s Engenh ar ia

Fluxo de Caixa Alavancado R$ '00011 12 13 14 15 16 17 18 19 20

2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037

EBT 10.282 10.584 11.358 12.192 13.081 13.756 11.831 10.989 10.605 10.534(+) Depreciação 1.624 1.645 1.666 1.672 1.686 1.878 1.905 1.905 1.920 1.939(-) IR/CSLL (com tax shield) (3.415) (3.726) (4.005) (4.304) (4.621) (4.865) (4.227) (3.957) (3.842) (3.833)(+/-) Capital de Giro 51 9 9 10 12 6 (42) (21) (12) (8)Fluxo de caixa operacional 8.542 8.512 9.028 9.570 10.158 10.775 9.467 8.916 8.672 8.632

(-) Investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)Fluxo de caixa de investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)

(+) Empréstimo - - - - - - - - - -(-) Amortização (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) - - - - -

(+/-) Conta Reserva 36 36 36 36 36 384 - - - -(+/-) Caixa Mínimo 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4)Fluxo de caixa de financiamento (1.426) (1.433) (1.429) (1.429) (1.426) 380 (1) (1) 3 (4)

Fluxo de caixa livre alavancado 660 6.676 7.222 8.044 8.500 8.277 9.091 8.915 8.494 8.421Fluxo de caixa acumulado (3.032) 3.644 10.866 18.911 27.411 35.688 44.779 53.694 62.188 70.608

179 Pl ano s Engenh ar ia

Fonte: Elaboração Consórcio

Fluxo de Caixa Alavancado R$ '00021 22 23 24 25 26 27 28 29 30

2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047

EBT 10.173 9.984 10.229 10.539 10.843 10.789 10.961 11.317 11.452 11.697(+) Depreciação 2.576 2.614 2.694 2.694 2.724 3.099 3.144 3.144 3.379 3.385(-) IR/CSLL (com tax shield) (3.725) (3.683) (3.789) (3.916) (4.041) (4.044) (4.128) (4.274) (4.343) (4.453)(+/-) Capital de Giro (13) (9) 0 (1) 0 (6) (1) 0 (3) 466Fluxo de caixa operacional 9.012 8.906 9.135 9.316 9.526 9.838 9.977 10.188 10.485 11.096

(-) Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)Fluxo de caixa de investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)

(+) Empréstimo - - - - - - - - - -(-) Amortização - - - - - - - - - -

(+/-) Conta Reserva - - - - - - - - - -(+/-) Caixa Mínimo (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) 1.249Fluxo de caixa de financiamento (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) 1.249

Fluxo de caixa livre alavancado 2.637 8.570 8.492 9.312 9.345 7.963 9.799 10.184 10.015 12.338Fluxo de caixa acumulado 73.245 81.815 90.308 99.620 108.965 116.928 126.727 136.911 146.927 159.265

TIR Alavancada 12,5%

180 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 4: Fluxo de caixa do Acionista

Fonte: Elaboração Consórcio

Fluxo de Caixa do Acionista R$ '0001 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027

(-) Aporte de Capital (21.980) (5.147) (3.597) - (11) - - - - -(+) Redução de Capital - - - - - - - - - -(+) Dividendos - - - - - - - - - -

Fluxo de Caixa do Acionista (21.980) (5.147) (3.597) - (11) - - - - -Fluxo de Caixa Acumulado (21.980) (27.127) (30.724) (30.724) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735)

Fluxo de Caixa do Acionista R$ '00011 12 13 14 15 16 17 18 19 20

2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037

(-) Aporte de Capital - - - - - - - - - -(+) Redução de Capital - - - - - - - - - -(+) Dividendos - - - - - 33.211 21.151 15.033 10.658 6.366

Fluxo de Caixa do Acionista - - - - - 33.211 21.151 15.033 10.658 6.366Fluxo de Caixa Acumulado (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) 2.477 23.628 38.661 49.318 55.685

Fluxo de Caixa do Acionista R$ '00021 22 23 24 25 26 27 28 29 30

2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047

(-) Aporte de Capital - - - - - - - - - -(+) Redução de Capital - - - - - - - - - 36.950(+) Dividendos 6.126 5.986 6.118 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244

Fluxo de Caixa do Acionista 6.126 5.986 6.118 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 44.195Fluxo de Caixa Acumulado 61.811 67.797 73.915 80.538 87.339 94.084 100.918 107.961 115.070 159.265

TIR Acionista 9,5%

181 Pl ano s Engenh ar ia

Tabela 5: Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial R$ '0001 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027ATIVO

Caixa Excedente - - - 252 752 1.968 7.195 13.298 19.790 27.043Conta Reserva 77 346 396 398 746 710 674 638 601 565Caixa Mínimo 976 1.168 1.189 1.199 1.211 1.221 1.233 1.237 1.237 1.238Contas a Receber 683 739 822 915 1.069 1.194 1.377 1.388 1.395 1.403Ativo Circulante I 1.736 2.252 2.407 2.763 3.778 5.093 10.479 16.561 23.024 30.249

Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -Intangível 27.178 31.705 35.805 35.805 35.989 37.677 37.905 37.905 38.086 38.092Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -Amortização Acumulada (906) (1.968) (3.176) (4.385) (5.600) (6.884) (8.176) (9.469) (10.769) (12.070)Ativo Permanente 26.272 29.737 32.629 31.420 30.389 30.794 29.729 28.436 27.316 26.022

Ativo Total III = I + II 28.008 31.989 35.036 34.184 34.167 35.886 40.207 44.997 50.341 56.271

182 Pl ano s Engenh ar ia

Balanço Patrimonial R$ '0001 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Contas a pagar 651 778 793 799 807 814 822 824 825 825Impostos a pagar - - - - 25 56 100 110 120 131

Início do ano - 12.230 14.267 16.112 16.112 14.648 13.183 11.718 10.253 8.789Captação do Financiamento 12.230 2.037 1.845 - - - - - - -Amortização do Financiamento - - - - (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465)Exigível a Longo Prazo 12.230 14.267 16.112 16.112 14.648 13.183 11.718 10.253 8.789 7.324Passivo IV 12.881 15.046 16.905 16.912 15.480 14.052 12.640 11.188 9.734 8.280

Capital social 21.980 27.127 30.724 30.724 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735Reserva Legal - - - - 70 228 514 826 1.166 1.535Lucros Acumulado após distribuição (6.852) (10.183) (12.593) (13.452) (12.118) (9.128) (3.682) 2.248 8.706 15.721

Lucro Acumulado - reserva legal (6.852) (10.183) (12.593) (13.452) (12.118) (9.128) (3.682) 2.248 8.706 15.721Dividendos pagos - - - - - - - - - -

Patrimônio Líquido V 15.127 16.944 18.131 17.272 18.687 21.834 27.567 33.809 40.607 47.991

Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 28.008 31.989 35.036 34.184 34.167 35.886 40.207 44.997 50.341 56.271

183 Pl ano s Engenh ar ia

Balanço Patrimonial R$ '00011 12 13 14 15 16 17 18 19 20

2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037ATIVO

Caixa Excedente 27.703 34.379 41.601 49.645 58.145 33.211 21.151 15.033 12.869 14.924Conta Reserva 529 493 457 420 384 - - - - -Caixa Mínimo 1.235 1.239 1.240 1.240 1.237 1.241 1.242 1.242 1.240 1.244Contas a Receber 1.406 1.417 1.424 1.431 1.434 1.445 1.452 1.459 1.462 1.473Ativo Circulante I 30.873 37.527 44.721 52.737 61.201 35.898 23.845 17.735 15.571 17.641

Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -Intangível 44.548 44.952 45.329 45.425 45.657 48.536 48.912 48.912 49.093 49.300Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -Amortização Acumulada (13.694) (15.340) (17.006) (18.677) (20.364) (22.242) (24.147) (26.052) (27.972) (29.911)Ativo Permanente 30.854 29.613 28.323 26.748 25.293 26.294 24.765 22.860 21.121 19.389

Ativo Total III = I + II 61.727 67.140 73.044 79.484 86.495 62.192 48.610 40.595 36.692 37.030

184 Pl ano s Engenh ar ia

Balanço Patrimonial R$ '00011 12 13 14 15 16 17 18 19 20

2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Contas a pagar 823 826 826 827 825 828 828 828 826 829Impostos a pagar 187 204 219 236 253 267 232 217 210 210

Início do ano 7.324 5.859 4.394 2.930 1.465 - - - - -Captação do Financiamento - - - - - - - - - -Amortização do Financiamento (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) - - - - -Exigível a Longo Prazo 5.859 4.394 2.930 1.465 - - - - - -Passivo IV 6.869 5.424 3.975 2.527 1.077 1.094 1.059 1.045 1.036 1.039

Capital social 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735Reserva Legal 1.879 2.222 2.589 2.984 3.407 3.851 4.231 4.583 4.921 5.256Lucros Acumulado após distribuição 22.244 28.759 35.745 43.239 51.276 26.512 12.585 4.232 - -

Lucro Acumulado - reserva legal 22.244 28.759 35.745 43.239 51.276 59.723 33.736 19.265 10.658 6.366Dividendos pagos - - - - - (33.211) (21.151) (15.033) (10.658) (6.366)

Patrimônio Líquido V 54.858 61.716 69.069 76.957 85.417 61.098 47.551 39.550 35.656 35.991

Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 61.727 67.140 73.044 79.484 86.495 62.192 48.610 40.595 36.692 37.030

185 Pl ano s Engenh ar ia

Balanço Patrimonial R$ '00021 22 23 24 25 26 27 28 29 30

2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047ATIVO

Caixa Excedente 11.435 14.018 16.392 19.082 21.625 22.844 25.809 28.950 31.857 36.950Conta Reserva - - - - - - - - - -Caixa Mínimo 1.244 1.245 1.242 1.246 1.246 1.247 1.244 1.248 1.249 -Contas a Receber 1.481 1.488 1.491 1.502 1.509 1.516 1.519 1.530 1.537 -Ativo Circulante I 14.159 16.751 19.125 21.829 24.380 25.606 28.572 31.728 34.642 36.950

Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -Intangível 55.674 56.010 56.656 56.656 56.836 58.710 58.891 58.891 59.360 59.366Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -Amortização Acumulada (32.487) (35.101) (37.795) (40.489) (43.214) (46.313) (49.458) (52.602) (55.981) (59.366)Ativo Permanente 23.187 20.909 18.861 16.166 13.622 12.397 9.433 6.289 3.379 -

Ativo Total III = I + II 37.347 37.660 37.985 37.996 38.003 38.003 38.005 38.017 38.021 36.950

186 Pl ano s Engenh ar ia

Fonte: Elaboração Consórcio

Balanço Patrimonial R$ '00021 22 23 24 25 26 27 28 29 30

2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Contas a pagar 829 830 828 831 831 831 829 832 832 -Impostos a pagar 204 202 207 215 221 222 226 234 238 -

Início do ano - - - - - - - - - -Captação do Financiamento - - - - - - - - - -Amortização do Financiamento - - - - - - - - - -Exigível a Longo Prazo - - - - - - - - - -Passivo IV 1.034 1.032 1.035 1.045 1.052 1.053 1.055 1.066 1.070 -

Capital social 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735Reserva Legal 5.579 5.894 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216Lucros Acumulado após distribuição - - - - - - - - - -

Lucro Acumulado - reserva legal 6.126 5.986 6.118 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244Dividendos pagos (6.126) (5.986) (6.118) (6.623) (6.802) (6.745) (6.833) (7.044) (7.109) (7.244)

Patrimônio Líquido V 36.313 36.628 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950

Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 37.347 37.660 37.985 37.996 38.003 38.003 38.005 38.017 38.021 36.950

187 Pl ano s Engenh ar ia

Anexo II – Roteiro de Definições da Modelagem Jurídica

Assessoria na estruturação do Programa de Concessões e PPPPROREDES-BIRD/RS—

24 de novembro de 2017

2

1.1. PODER CONCEDENTE

Recomendação: Estado do Rio Grande do Sul, representado pela Secretaria doAmbiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA/RS) + Decreto regulamentando atransferência do Parque, o procedimento para a concessão e a forma com que a Secretariadesempenhará esta atribuição.

1.2. PRINCIPAIS ÓRGÃOS E ENTIDADES:

Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA);o Departamento de Biodiversidade (DBIO);o Departamento de Recursos Hídricos (DRH);

CONSEMA; FEPAM/RS Fundação Zoobotânica (FZB); AGERGS;

1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS

3

2.1. MODELO DE CONCESSÃO

Modalidades de concessão:• Concessão Comum;• Concessão Patrocinada;• Concessão de Bem Público.

Experiências Anteriores

• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Concessão comum.

Recomendação: Concessão de Bem Público.

2. ESTRUTURA DO PROJETO

Legislação aplicável

Concessão ComumLei Estadual nº 10.086/94 –

Concessão e Permissão de ServiçosPúblicos;Lei Federal nº 8.987/95

Concessão PatrocinadaLei Estadual nº 12.234/2005Lei Federal nº 11.079/2004

Concessão de Bem PúblicoLei Estadual nº 10.086/1994Lei Federal nº 9.636/1998Lei Federal nº 8.987/1995

4

Edital

5

3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO

Recomendação: Maior Outorga.

3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2.1. FUNDOS DE INVESTIMENTO, ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR,INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E EMPRESAS ESTRANGEIRAS

Recomendação: Participação em consórcio, com vedação de sua participação isoladapara os Fundos, Entidades e Instituições Financeiras. As empresas estrangeiras poderãoparticipar isoladamente ou em consórcio.

3.2.2 CONSÓRCIO

Recomendação: Admissão de consórcios.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

6

3.2.2.2 NÚMERO DE CONSORCIADOS

Recomendação: Não limitação ao número de consorciados.

3.2.2.3 PROPORCIONALIDADE

Recomendação: Exigir proporcionalidade entre o percentual de participação no consórcioe a consideração de seus atestados para somatório em habilitação técnica e para fins de habilitação econômico-financeira.

3.2.2.3. EXIGÊNCIA DE QUANTITATIVOS ESPECIAIS PARA CONSÓRCIOS

Recomendação: Não adoção de quantitativos especiais.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

7

3.3. CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO DOS LICITANTES

3.3.1. HABILITAÇÃO JURÍDICA

Recomendação: Utilização dos critérios de habilitação previstos em lei + critériosadaptados para fundos de investimento, entidades de previdência complementar,instituições financeiras e empresas estrangeiras.

3.3.2. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Recomendação: Exigência de atestados em nome da empresa e em nome de ProfissionalIntegrante do Quadro Permanente da Empresa (Veterinário).

3.3.3. QUANTITATIVOS PARA FINS DE HABILITAÇÃO TÉCNICA

Recomendação: Exigência de quantitativos nos atestados referentes a gestão deempreendimentos similares (Jardins Zoológicos, pontos turísticos, parques ouassemelhados) com visitação média de 165.000 visitantes por ano + comprovação departicipação em execução de empreendimento no qual tenha sido realizado investimentode no mínimo R$ 32 milhões.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

8

3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS

Recomendação:

Admissão de somatório de atestados, inclusive, entre consorciados e subcontratadas +quantitativo mínimo no atestado somado (p.ex., 10% do valor exigido pelo edital);

Se o atestado apresentado para o somatório tiver sido emitido em nome de SPE ouconsórcio do qual a proponente ou subcontratado fez parte, o quantitativo alicontemplado só será considerado em seu valor integral se a proponente detiver mais de30% de participação na SPE ou no consórcio. Caso contrário, o atestado só poderia sersomado na proporção da participação da proponente.

3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA

Recomendação:

Permissão da atestação por subcontratadas, nos termos do item 3.3.4 e desde que aproponente que o fizer apresente autorização escrita da futura subcontratada para autilização do atestado e compromisso de contratação firmado com a futurasubcontratada.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

9

3.3.6. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA

Recomendação: Adoção da documentação exigida em lei.

3.3.7. QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA HABILITAÇÃO DOS LICITANTES

Recomendação: Adoção dos documentos exigidos em lei + adaptação para fundos deinvestimento, instituições financeiras, entidades de previdência complementar e empresasestrangeiras.

3.3.8. DECLARAÇÕES

Recomendação: Adoção das declarações necessárias à especificação dasresponsabilidades da proponente quanto aos termos de sua proposta e quanto às suaspróprias condições econômico-financeiras, bem como quanto ao cumprimento das leisnacionais e aos termos do edital, sem prejuízo da previsão de outras declaraçõesrecorrentemente exigidas na praxe nacional de concessões.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

10

3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS

3.4.1. Julgamento das propostas econômicas: lances em viva voz ?

Recomendação: Seleção da proposta de maior valor de outorga sem lance em viva voz.

3.4.2. Documentos associados à proposta econômica

Recomendação: Exigência de plano de negócios, elaborado de acordo com referenciaismínimos disponibilizados no Edital, que deverá especificar e contemplar todas as receitasextraordinárias a serem exploradas.

3.5. INVERSÃO DE FASES

Recomendação: Adoção da inversão de fases.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

11

3.6. FASE RECURSAL ÚNICA

Recomendação: Adoção de fase recursal única.

3.7. DISPONIBILIZAÇÃO DO PROJETO BÁSICO NO EDITAL

Recomendação: Disponibilização dos elementos de projeto básico.

3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO

Recomendação: Condução pela própria Comissão de Licitação.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

12

Contrato

13

4.1. DELIMITAÇÃO

Recomendação: O objeto do contrato deverá descrever a área e as utilidades a seremdelegadas ao particular, assim como conter a descrição das funcionalidades que aconcessionária terá de disponibilizar aos usuários.

4.2. PRAZO DE VIGÊNCIA DA CONCESSÃO

Recomendação: 30 anos.

4.3. Prorrogação da Concessão

Recomendação: Permissão da prorrogação do prazo da concessão, desde que oparticular atenda a determinados parâmetros de desempenho, a serem expressamentedisciplinados em contrato (manutenção dos níveis de serviço, previsão de novosinvestimentos etc.).

4. OBJETO E PRAZO

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5.1. COBRANÇA

Recomendação: É recomendada a cobrança de outorga.

5.2. FORMA DE PAGAMENTO

Recomendação: Estabelecimento de um cronograma de pagamentos em que a parcelafixa da outorga seja parcelada em prazo razoável, de modo a evitar a oneração excessivado particular nos meses iniciais da concessão, momento em que não haverá operação dozoológico.

Alternativa 1: Estabelecimento de valor fixo a ser pago no momento da assinatura docontrato e valor variável a ser adimplido ao longo de toda a concessão, em periodicidadedeterminada pelo contrato, conforme o faturamento bruto da concessionária.

Alternativa 2: Valor fixo no momento da assinatura + parcelamento de outro valor fixo aolongo da concessão.

5. OUTORGA

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6.1. MOMENTO DE COBRANÇA DOS INGRESSOS

Recomendação: Cobrança dos valores tarifários definidos na Proposta Econômica Escrita apenas após a conclusão das obras. Enquanto estas não forem concluídas, e o zoológico ainda estiver em operação, as tarifas cobradas pela concessionária serão as atualmente vigentes.

Concessionária apresentará um cronograma de transição da operação do zoológico, identificando o exato momento em que este terá de fechar (total ou parcialmente) para a execução das obras.

6.2. VARIABILIDADE DA REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR

Recomendação: Condicionamento da remuneração do particular ao seu desempenho, mediante fatorincidente sobre o valor da outorga variável, composto a partir de um sistema de notas de desempenho(Qualidade, Segurança, Produtividade e Sustentabilidade).

6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS

Recomendação: Admissão da exploração de receitas extraordinárias, com a delimitação genérica dasatividades que poderão ser exploradas + previsão de um percentual de compartilhamento de receitasincidente sobre o faturamento bruto da concessionária.

6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR

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7.1. MODALIDADES PARA A RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO

Recomendação: Prever os mecanismos que poderão ser utilizados para a recomposiçãodo equilíbrio econômico-financeiro. Poderão ser elencados todos aqueles admitidos em lei,como por exemplo (não exaustivo):

(i) Alteração do prazo contratual;(ii) Revisão tarifária;(iii) Revisão do cronograma de investimentos;(iv) Ressarcimento por parte do Poder Concedente;(v) Dação em pagamento de bens e/ou cessão de receitas patrimoniais;(vi) Assunção pelo Poder Concedente de custos atribuídos a concessionária.

7.2. MOMENTO DA REVISÃO

Recomendação:

(i) Revisão Ordinária Periódica;(ii) Revisão extraordinária sempre que o equilíbrio econômico-financeiro ser modificado;(iii) Previsão de revisão tarifária periódica.

7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

17

7.3. CRITÉRIO DE CÁLCULO DO REEQUILÍBRIO

Recomendação: Estabelecimento de método claro de cálculo do reequilíbrio, com oobjetivo de evitar discussões posteriores a seu respeito. Poderão ser adotados comocritério:(i) TIR – taxa interna de retorno - captura custo de oportunidade da concessionária na

proposta;(ii) Fluxo de Caixa Marginal - Permite identificar custo de capital no momento do

reequilíbrio;(iii) TIR para investimentos inicialmente previstos, FCM para novos investimentos.

7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

18

8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)

Recomendação:

Exigência de garantia, de até 10% do valor contratual, admitindo-se qualquer uma dasmodalidades permitidas em lei;

Também é recomendável a adoção de um cronograma de redução do valor da garantiado contrato, proporcional ao avanço da execução das obrigações contratuais, comvistas a reduzir o ônus financeiro imputado ao concessionário.

8. GARANTIAS

19

8.2. HIPÓTESES DE EXECUÇÃO DA GARANTIA DO PARTICULAR

Recomendação: Previsão específica das hipóteses de execução da garantia. Via de regra,os eventos que autorizam a execução da garantia correspondem a inadimplementos daconcessionária, tais como o descumprimento:

i. das obrigações de investimento; ii. da obrigação de pagar multa e indenizações; iii. dos parâmetros de desempenho; iv. da obrigação de devolução de bens reversíveis; v. atendimento das condições de devolução; vi. da obrigação de contratar seguro; vii. indenizações por responsabilização indevida do Poder Concedente.

8. GARANTIAS

20

8.3. GARANTIAS EM FAVOR DO FINANCIADOR

Recomendação:

Não definição exaustiva das garantias, a fim de conferir maior liberdade para anegociação com estes últimos;

Contrato irá prever apenas o step in right e a possibilidade de os bens e direitosemergentes da concessão serem objeto de ônus em favor dos financiadores, desdeque, no caso dos bens, estes retornem ao patrimônio da concessionária, livre dequaisquer ônus, ao final da concessão.

8. GARANTIAS

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Recomendação: Se houver necessidade de desapropriações, é recomendável que osinstrumentos da contratação estabeleçam que:

Os atos materiais de desapropriação e a respectiva indenização aos desapropriados,até determinado limite, serão de responsabilidade da Concessionária. Passado estelimite, as indenizações serão pagas pela Concessionária e ressarcidas pelo PoderConcedente;

Atrasos decorrentes de morosidade judicial ou de outras variáveis não imputáveis àconcessionária não poderão ensejar a aplicação de penalidades e deverão ser objetode análise para verificação da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro docontrato.

9. DESAPROPRIAÇÕES

22

10.1. OBTENÇÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS, DE CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DO ZOOLÓGICO

Recomendação: Alocação das obrigações de obtenção de licenças ao particular (ourenovação das eventuais licenças já existentes) + previsão de que a concessionária nãoresponderá – de nenhuma forma – por atrasos na obtenção de licenças que não sejam lhesejam imputáveis (p.ex., atraso na decisão do órgão ambiental, recusas imotivadas, etc.).

10.2. LP OU DIRETRIZES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Recomendação: Obtenção de licenças como obrigação do concessionário, prevendo-seno contrato apenas as diretrizes para a obtenção da licença prévia.

10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS

23

11.1. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS

Recomendação: A cláusula deverá refletir a matriz de riscos do contrato, primando por umarepartição objetiva e eficiente das áleas que poderão afetar a execução do contrato, descrevendo osriscos contemplados, assim como os mecanismos de seu compartilhamento quando assim forpertinente.

11.2. RISCOS ESPECÍFICOS

11.2.1. CUSTO DE CAPITAL

Recomendação: Previsão de cláusula de saída.

11.2.2 VARIAÇÃO CAMBIAL

Recomendação: Não estabelecimento de compartilhamento do risco de variação cambial.

11.2.3. DEMANDA

Recomendação: Atribuição do risco da demanda ao particular.

11.2.4. PASSIVO AMBIENTAL

Recomendação: Compartilhamento.

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

24

12.1. MÉTODO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Recomendação: Arbitragem.

12.2. VALOR DO CONTRATO

Recomendação: Valor dos investimentos.

12.3. REAJUSTE

Recomendação: É recomendável a previsão contratual de índice fechado de reajuste, com aplicação automática e não condicionada.

12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS, VALOR DO CONTRATO E REAJUSTE

25

13.1. OBRAS

Recomendação: É recomendável que o contrato estabeleça:

Concessionária apresentará, antes da assinatura do contrato, cronograma de transição, indicando o momento em que o Zoo. Terá de fechar (total ou parcialmente) para a realização das obras;

Procedimentos e prazos para a aprovação de projetos básicos e projetos executivos elaborados pela concessionária;

Anexos com parâmetros técnicos mínimos para a execução das obras.

13.2. FISCALIZAÇÃO

Recomendação: Comissão de Fiscalização.

13. OBRAS E FISCALIZAÇÃO

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Recomendação

Estabelecer sanções específicas

Estabelecer graduação de sanções, com proporcionalidade das sanções aplicáveis.(grave, média, leve)

Definição de procedimento específico para a aplicação das sanções

Parâmetros e limites para a imputação de penalidades.

Permissão para a realização de acordos substitutivos de sanção.

14. PENALIDADES

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15.1. VERIFICADOR INDEPENDENTE

Recomendação: Adoção de verificador independente, a ser contratado pelo Estado.

15.2. BENS DA CONCESSÃO

Recomendação:

Previsão de rol inicial dos bens da concessão, em Termo de Arrolamento, comautorização para aquisição de novos ou edificação de outros pela concessionária,mediante prévia autorização do Concedente.

Não exigência de autorização para a constituição de ônus sobre os bens da concessão+ exigência de que estes retornem ao patrimônio da concessionária, livres edesembaraçados, com prazo mínimo de antecedência ao fim do contrato

Previsão de reinvestimento

15. VERFICADOR INDEPENDENTE E BENS DA CONCESSÃO

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16.1. BENS REVERSÍVEIS

Recomendação: Definição do rol de bens reversíveis da concessão + garantia de que osdesequilíbrios econômicos sejam constatados e concomitantemente compensados paraevitar que estes ativos não tenham sido amortizados no prazo contratual.

16.2. SEGUROS

Recomendação:

contratação de seguros suficientes para cobrir sinistros relativos às principaisobrigações contratuais ou em relação a eventos que tenham a potencialidade deprejudicar a continuidade da concessão.

previsão de valor mínimo para o sinistro.

16. BENS REVERSÍVEIS E SEGUROS

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17.1. CAPITAL INICIAL A SER SUBSCRITO PELO LICITANTE VENCEDOR NA SPE E SUA JUSTIFICATIVA ECONÔMICA

Recomendação:

Exigência de capital social mínimo integralizado para a assinatura do contrato. Adefinição do valor de integralização no momento da assinatura e o eventual cronogramade integralização após este ato depende de análise técnica.

O valor a ser integralizado deve ser suficiente para garantir a solidez financeira doparticular, mas não pode ser proibitiva para a concessão.

17.2. EXIGÊNCIA DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL MÍNIMO DA SPE DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO

Recomendação: Permitir a variação do capital social mínimo da concessionária conformeo cronograma de investimentos, autorizando a sua redução conforme a redução do volumedos investimentos a serem realizados.

17. CAPITAL SOCIAL

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18.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE

Recomendação: Adoção de práticas de governança corporativa, conforme parâmetrosmais utilizados em mercado, sem disciplina específica em contrato

18.2 ESTABELECIMENTO DE REGRAS ESPECÍFICAS PARA RELAÇÕES COM ENTESDO MESMO GRUPO (PARTES RELACIONADAS)

Recomendação: Adoção de regulamento para a contratação com partes relacionadas,não vedando-as, mas apondo condicionantes que assegurem que esta será realizadadentro de preços compatíveis com os praticados em mercado.

18. GOVERNANÇA CORPORATIVA

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PRÓS E CONTRAS

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1.1. PODER CONCEDENTE

ALTERNATIVAS:

SEMA;

FZB;

PRÓS/CONTRAS:

A FZB é a atual instituição responsável por gerenciar o Parque Zoológico;

A FZB teve sua extinção autorizada pela Lei Estadual nº 14.982/2017, o que pode tornar necessáriauma sucessão contratual após a assinatura da Concessão;

A SEMA será a sucessora da FZB em suas obrigações, por força da Lei Estadual nº 14.982/2017;

É possível se interpretar que o Parque Zoológico foi transferido à SEMA pelo parágrafo único do art.8º da Lei Estadual nº 14.982/2017;

É possível se interpretar que o art. 8º da Lei Estadual nº 14.982/2017 autoriza que a SEMA opte poruma gestão direta ou indireta;

A SEMA dispensaria o procedimento de sucessão contratual

1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS

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1.1. PODER CONCEDENTE

Recomendação: SEMA, com fundamento no parágrafo único do art. 8º da Lei Estadual nº14.982/2017 + Decreto regulamentando a transferência do Parque e forma com que aSecretaria desempenhará esta atribuição.

Justificativa:

Reduz o risco da concessão, ao se evitar um procedimento de sucessão contratual; Desvincula a concessão do processo de extinção da FZB, evitando que as

intercorrências políticas e judiciais deste processo interfiram na conclusão daconcessão;

Interpretação jurídica consistente para sustentar a SEMA como instituição apta adesempenhar as atribuições de Poder Concedente;

1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS

34

2.1. MODELO DE CONCESSÃO

Os modelos de concessão indicados comportam a remuneração dos investimentos do particularmediante a cobrança de tarifa. Contudo, estas diferentes alternativas de modelagem apresentampeculiaridades que podem tornar sua utilização mais ou menos segura.

Concessão Comum Delegação de serviço público; Particular remunerado pela cobrança de tarifa junto aos usuários;

Prós/Contras: É disciplinada por legislação específica, tanto em âmbito federal quanto em âmbito estadual; Apresenta procedimento de aprovação já estabelecido na legislação; Risco de não se adequar à delegação do Zoológico, afinal, este pode não ser reconhecido como

serviço público. Necessidade de lei específica autorizando a concessão.

2. ESTRUTURA DO PROJETO

35

2.1. MODELO DE CONCESSÃO

Concessão Patrocinada

Delegação de Serviço Público; Particular remunerado pela tarifa + contraprestação pública.

Prós/contras: Segurança jurídica (legislação mais adensada); Permite a redução dos valores tarifários; Maior adequação de objeto, afinal, a Lei Estadual de PPPs não exige que a delegação seja de

serviço público, mas sim tão somente de atividade de competência da administração pública; Necessidade de lei específica autorizando a concessão; Necessidade de utilização de recursos orçamentários para o pagamento da contraprestação pública; Necessidade de constituição de garantias em favor do particular.

2. ESTRUTURA DO PROJETO

36

2.1. MODELO DE CONCESSÃO

Concessão de Bem Público

Delegação de Ativo Público; Remuneração do particular por preço público, cujo regime será estabelecido em contrato.

Prós/Contras Maior adequação do objeto do contrato ao objeto da delegação; Menor densidade normativa, o que, de um lado, enseja maior discricionariedade para a

administração pública, enquanto de outra, enseja maior insegurança jurídica; A princípio*, independe de lei específica autorizando a concessão.

* A Procuradoria Geral do Estado (Parecer nº 7.236 /1987) já asseverou a desnecessidade de lei paraa concessão de bem público, entretanto, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul(Apelação nº 598408771, j. 03/03/1999) já considerou aplicável ao instituto o art. 17 da Lei Federal nº8.666/1993, que versa sobre a alienação de bem público, exigindo, por isso, autorização legislativaprévia.

2. ESTRUTURA DO PROJETO

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2.1. MODELO DE CONCESSÃORecomendação Utilização do instituto da concessão de bem público;

Justificativa: Apresenta maior adequação ao objeto da concessão:

o O objeto central da delegação é a delegação do uso, manutenção e exploração da infraestrutura do zoológico, comportando, apenas sob o ponto de vista acessório, a prestação de serviços individualmente fruíveis pelos usuários.

Argumentos sólidos para se sustentar a desnecessidade de lei autorizativa para a concessão:o A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul não exige;o Não há lei específica que condicione a concessão do ativo à prévia autorização legal;o Parecer da PGE/RS;o Precedente do TJ/RS refere-se a concessão de bem municipal, em relação ao qual a Lei

Orgânica do Município exigia autorização legal prévia;o Alternativa para mitigação do Risco: Autorização contemplada no par. único do art. 8º da

Lei Estadual nº 14.982/2017. Menor densidade normativa pode ser suplementada pela aplicação subsidiária dos preceitos gerais

das leis federal e estadual sobre concessão de serviço público;

2. ESTRUTURA DO PROJETO

38

3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO DAS PROPOSTAS

Alternativas:• Julgamento por técnica + preço (atribuição de nota à proposta técnica do interessado)• Julgamento só por preço (maior outorga, menor valor da tarifa ou a combinação de ambos).

• No caso de julgamento por preço, pode-se ainda prever etapa anterior de qualificação de propostas técnicas:

• Propostas técnicas (que não se confundem com a qualificação técnica da habilitação) podem ser qualificadas previamente ao julgamento (art. 15, VII, Lei 8.987/95).

• Nesta hipótese a técnica não entra no julgamento, mas só são abertos os preços dos previamente qualificados tecnicamente

• Habilitação segue feita em outra fase da licitaçãoPrós/Contras:• Julgamento só por preço é mais célere e confere maior objetividade no julgamento da licitação, o que

reduz o risco de questionamentos judiciais.• A ausência de parâmetros técnicos na seleção do particular reduz o controle do Poder Concedente

quanto à forma de exploração da concessão. Sua previsão, contudo, aumenta o risco desubjetividade no julgamento, o que oferece maior margem a questionamentos jurídicos.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

39

3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO DAS PROPOSTAS

Recomendação

Utilização apenas do critério de preço (maior outorga), com a exigência de apresentação dePlano de Negócios elaborado conforme exigências mínimas contempladas no edital.

Justificativa

Garantia da objetividade e celeridade do julgamento; Plano de Negócios referencial é suficiente para assegurar que o particular irá executar a concessão

conforme padrões mínimos exigidos pelo Concedente; Atendimento aos objetivos de política fiscal do Estado do Rio Grande do Sul; Qualidade técnica do concorrente será garantida por intermédio das exigências de habilitação

técnica.

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Julgamento por maior outorga.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

40

3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2.1. Participação de Fundos de Investimento, Entidades de PrevidênciaComplementar, Instituições Financeiras e Empresas Estrangeiras

O Edital poderá admitir a participação destas entidades ou de forma isolada ou apenas em consórcio com empresas especializadas na execução do objeto da concessão.

Prós/Contras:

Risco de uso da concessão como um ativo financeiro; Facilitação da obtenção de recursos para a realização dos investimentos previstos na concessão; Aumento da competitividade; Adequação ao novo perfil de agentes do mercado de infraestrutura nacional.

Recomendação: Permissão da participação destes atores em consórcios, com vedação de suaparticipação isolada, excetuando-se as empresas estrangeiras, que poderão participar isoladamente.

Justificativa: Facilita a atração de agentes de mercado dotados de capacidade financeira e evita queestes assumam a concessão sem experiência prévia na gestão de objetos similares.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

41

3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2.1. Participação de Fundos de Investimento, Entidades de PrevidênciaComplementar, Instituições Financeiras e Empresas Estrangeiras

Experiências Anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ):

• Permissão para a participação de fundos de investimento, entidades de previdência complementare de instituição financeira organizadas em consórcio, assim como de empresas estrangeiras.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

42

3.2.2 CONSÓRCIO3.2.2.1. VEDAÇÃO OU PERMISSÃO

Prós/Contras• A vedação de consórcio traz o risco de frustração da licitação por inexistência de competidor apto a

participar do empreendimento isoladamente.• A vedação pode ser considerada restritiva pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul

(TCE/RS).

Recomendação: Permissão da participação de consórcios na licitação.

Justificativa Redução do risco de questionamento pelos órgãos de controle; Aumento da competitividade do certame e mitigação do risco de licitação deserta; A ausência de precedentes de concessões de zoológico torna recomendável a reunião de empresas

em consórcio, a fim de assegurar que o futuro contratado detenha toda a expertise necessária àexploração do zoológico, ainda que isto seja decorrente da reunião de diversas empresas emconsórcio.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

43

3.2.2.2 NÚMERO MÁXIMO DE CONSORCIADASPrós/Contras

A inexistência de restrição quanto ao número de consorciados gera menor risco de questionamentojurídico, mas pode pulverizar a responsabilidade dos acionistas da concessionária (apesar dacriação da SPE).

A limitação a um número máximo de empresas por consórcio garante a pulverização dosconcorrentes e concentra a responsabilidade dos acionistas da concessionária. Mas há maior riscode questionamento jurídico.

Recomendação: Não limitação ao número de consorciadas.

Justificativa:

Redução do risco de questionamento pelos órgãos de controle;

Aumento da competividade do certame.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

44

3.2.2 CONSÓRCIO (cont.)3.2.2.3 PROPORCIONALIDADE Exigir proporcionalidade entre a participação no consórcio e atestação, habilitação e execução do

contrato.

Prós/Contras:

• Pode ser um elemento restritivo à competição, pois limitará as alternativas de composição dosconsórcios.

• Evita a “participação de aluguel”.

• Dificulta o excesso de somatório de experiências entre as consorciadas para fins de habilitaçãotécnica.

Recomendação: Exigência de proporcionalidade

Justificativa: Evita a seleção de particulares sem experiência na gestão de zoológicos de porte semelhante ao de

Sapucaia do Sul. A proporcionalidade ensejará restrição mínima à competividade.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

45

3.2.2 CONSÓRCIO (cont.)

3.2.2.4. EXIGÊNCIA DE QUANTITATIVOS ESPECIAIS

O edital poderá exigir que as empresas reunidas em consórcio tenham de atender quantitativos dequalificação técnica e habilitação econômico-financeira superiores ao indicado para participantesisolados.

Prós/Contras:

Adequação dos critérios de participação a forma de organização das proponentes Risco de questionamentos judicial Restrição à competitividade da licitação.

Recomendação: Não adoção de quantitativos superiores, privilegiando-se a regra da proporcionalidade.

Justificativa: Evita a ruptura da isonomia entre os concorrentes e mitiga o risco de questionamentojudicial. Além disso, a não adoção desta previsão torna o certame mais competitivo.

Experiência Anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não se exigiram quantitativos especiais.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

46

3.2. CONSÓRCIO

Experiências Anteriores:

• Jardim Zoológico Municipal (RJ):

• Autorização para a participação de consórcios;• Não houve limitação do número de consorciadas;• Proporcionalidade no somatório de atestados, com exigência de que, para fins de qualificação

técnica, a consorciada detentora dos atestados detenha participação de ao menos 30% noconsórcio.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

47

3.3. CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO DOS LICITANTES 3.3.1. HABILITAÇÃO JURÍDICA

Exigências Máximas Permitidas em Lei• Registro comercial• Ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor • Prova da diretoria em exercício • Decreto de autorização se empresa estrangeira em funcionamento no país e Registro ou autorização

para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade exigir

Prós/ContrasNão será admitida a exigência de documentos de habilitação jurídica que não sejam análogos àquelesprevistos em lei.

Recomendação:

Utilização dos critérios de habilitação previstos em lei + critérios especiais para fundos de investimento,entidades de previdência complementar, instituições financeiras e empresas estrangeiras.

Experiências AnterioresJardim Zoológico Municipal: Observou as exigências legais, com critérios especiais para os entes indicados acima.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

48

3.3.2. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Exigências Máximas Permitidas em Lei

• Registro ou inscrição na entidade profissional competente;

• Comprovação de aptidão para desempenho de atividade compatível com a da licitação;

• Indicação do pessoal e da equipe técnica;

• Indicação de instalações e equipamentos para a execução do objeto;

Prós/Contras:

• A exigência de muitos requisitos pode tornar a licitação mais complexa e litigiosa. Por outro lado, ainexistência de exigências de qualificação técnica pode reduzir as chances de a Administraçãocontratar parceiro qualificado

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

49

3.3.2. COMPROVAÇÃO DE EXPERIÊNCIA ANTERIORALTERNATIVAS

3.3.2.1. Atestação em nome de Profissional integrante do Quadro Permanente

A capacidade técnica será comprovada mediante a apresentação de atestados emitidos em nome de profissional que tenha ou venha a ter vínculo com a proponente.

Prós/Contras

Aumenta a competitividade do certame; Risco de empresas sem experiência gerencial adequada.

3.3.2.2. Atestação em nome da Proponente A comprovação de capacidade técnica será realizada mediante atestados emitidos em nome da

empresa.

Prós/Contras

Exclusão de proponentes sem experiência gerencial em serviços similares ao objeto da licitação; Redução do universo de interessados habilitados a participar do certame.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

50

3.3.2. COMPROVAÇÃO DE EXPERIÊNCIA ANTERIOR

Recomendação

Exigência de atestados emitidos em nome da pessoa jurídica e em nome de profissional veterinário,que deverá integrar os quadros da concessionária durante a execução contratual.

Justificativa:

Assegura a seleção proponentes efetivamente capacitados, sob o ponto de vista empresarial, paradesempenhar o objeto da delegação;

A presença de profissionais especializados na estrutura da concessionária garante que a companhia,além da capacidade gerencial, detém profissionais tecnicamente capacitados para suportar osserviços exigidos pela Concessão.

Experiências Anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Atestação em nome da empresa e de profissional (veterinário).

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

51

3.3.3. QUANTITATIVOS

O Edital poderá exigir que os atestados de experiência prévia sejam referentes a experiênciassimilares à integrante do objeto da concessão;

A proximidade ao objeto da concessão poderá ser assegurada mediante a exigência de quantitativosnos atestados.

Prós/Contras Aumento da complexidade das disposições do edital, com o respectivo aumento do risco de

questionamento judicial; Seleção de proponentes mais qualificados à execução do objeto da licitação; Redução da competitividade.

Recomendação: Exigência de quantitativos nos atestados referentes a gestão de empreendimentos com visitação

próxima a percentual considerável da demanda média estimada para o zoológico.

Justificativa: Garantia de seleção de proponentes com experiência prévia na gestão de empreendimentos

similares ao da concessão; Redução de proponentes “aventureiros”.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

52

3.3.3. QUANTITATIVOS

Experiência Anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ):

Atestados de capacidade técnica emitidos em nome da empresa deveriam comprovar gestão deempreendimento com visitação igual ou superior a 300.000 visitantes por ano.

Atestados emitidos em nome de profissional veterinário deveriam comprovar experiência prévia de 3(três) anos na atividade de manejo de animais selvagens em cativeiro.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

53

3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS O edital poderá admitir que os quantitativos exigidos para fins de qualificação técnica sejam

atendidos mediante somatório dos quantitativos contemplados em diversos atestados de experiênciaprévia.

Admitida esta possibilidade, o edital deverá disciplinar as formas pelas quais estes atestadospoderão ser somados.

Prós/Contras Aumento da competitividade; Risco de seleção de proponentes sem experiência prévia em gestão de empreendimento de mesmo

porte;

Recomendação: Admissão de somatório de atestados, inclusive, entre consorciados e subcontratadas, exigindo-se

um quantitativo mínimo a ser contemplado em cada atestado; Se o atestado apresentado para o somatório tiver sido emitido em nome de SPE ou consórcio do

qual a proponente ou subcontratado fez parte, o quantitativo ali contemplado só será considerado emseu valor integral para fins de somatório se a proponente detiver mais de 30% de participação naSPE ou no consórcio. Caso contrário, o atestado só poderia ser somado na proporção daparticipação da proponente.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS (cont.)

Justificativa:

Devido a ausência de precedentes nacionais, é provável que os interessados, de forma isolada, nãodetenham atestados com quantitativos suficientes para participar do certame. O somatório é umaforma de conciliar a exigência de quantitativos – essencial para a atração de proponentesqualificados – e a competitividade.

Experiências anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não foi admitido o somatório de atestados.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA

O edital poderá permitir a comprovação de experiência prévia por intermédio de subcontratadas.

Prós/Contras• Não admitir o cumprimento por subcontratação facilita a análise pela comissão julgadora e simplifica

o procedimento, dada a dificuldade de se garantir a estabilidade do vínculo com as subcontratadasao longo da concessão

• Por outro lado, admitir o cumprimento por subcontratação:

• Amplia a quantidade de concorrentes, bem como a qualidade dos serviços prestados (porespecialização); e

• Facilita a participação e a formação de consórcios (nem todos aceitam correr o risco departicipar da estrutura societária da concessionária)

Recomendação:

Permissão da atestação por subcontratadas, nos termos do item anterior e desde que a proponenteque o fizer apresente autorização escrita da futura subcontratada para a utilização do atestado ecompromisso de contratação firmado com a futura subcontratada.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA (cont.)

Justificativa:

Facilita o atendimento dos requisitos de qualificação técnica, ampliando o número de interessadoscapacitados para participar no certame;

Mecanismos de responsabilização da concessionária e do subcontratado mitigam os riscosdecorrentes do inadimplemento da subcontratação.

Experiências Anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve previsão neste sentido.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3.3.6. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA

Exigências Previstas em Lei

• Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Geral de Contribuintes (CGC)• Cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver • Regularidade com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal• Regularidade com a Seguridade Social e com o FGTS• Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas perante a Justiça do Trabalho

Recomendação:. Adoção da documentação exigida em lei

Justificativa: Trata-se de obrigação legal, cujo cumprimento assegura a administração pública quanto acontratação de companhias adimplentes de suas obrigações fiscais e trabalhistas.

Experiências Anteriores

• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Todas.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3.3.7. QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA HABILITAÇÃO DOSLICITANTES

Exigências legais:

• Balanço Patrimonial e contabilidade do último exercício social• Certidão negativa de falência ou concordata (PJ) ou de execução patrimonial (PF) • Garantia de execução da proposta, limitada a 1% do valor do contrato • Capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, limitado a 10% do valor do contrato

Obs.: Convém verificar entendimento sobre possibilidade de cumular garantia de proposta eexigência de capital ou patrimônio líquido (art. 31, §2º, Lei 8.666)

Recomendação: Trata-se de exigência legal, de cumprimento obrigatório, que assegura a seleção deproponente hígida do ponto de vista financeiro. A adoção de todos estes índices será obrigatória, sendonecessário adaptá-los para participantes como fundos de investimento, entidades de previdênciacomplementar, instituições financeiras e companhias estrangeiras.

Experiência anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Foram adotados todos os índices, com adequação para osparticipantes acima elencados.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

59

3.3.8. DECLARAÇÕES

• O edital poderá exigir declarações da licitante (p.ex., de que dispõe ou tem capacidade de obterrecursos financeiros suficientes para cumprir as obrigações de aporte de recursos próprios eobtenção de recursos de terceiros necessários à consecução do objeto da Concessão).

Prós/ContrasTorna expressa a responsabilidade da concessionária pela declaração prestada;Pouca eficácia para assegurar a obtenção de recursos próprios ou para assegurar o cumprimento doobjeto da declaração.

Recomendação: Adoção das declarações exigidas na praxe nacional de concessões.

Justificativa: Esclarecimento aos licitantes da seriedade de suas propostas e ,sobretudo, do risco desua responsabilidade pelo descumprimento das obrigações assumidas no contexto da proposta.

Experiências Anteriores:Jardim Zoológico Municipal (RJ): Exigiu-se declarações formais de que a proponente conhece ecumpriu as exigências do edital. Não houve exigência de declaração de capacidade obter recursossuficientes para executar a concessão.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

60

3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS3.4.1. Julgamento das propostas econômicas: lances em viva voz

Alternativas

• Propostas Econômicas Escritas

• Propostas Econômicas Escritas + Lances em Viva Voz (Leilão)

• Pode-se limitar a participação no leilão apenas às licitantes com propostas inferiores em percentual pré definido à primeira classificada

Prós / Contras

• Leilão tende a estimular a competição

• Risco de agressividade excessiva nas propostas, com posterior inexequibilidade

Recomendação: Não adoção de fases de lance viva voz.

Justificativa: O aumento da competitividade poderá ensejar o aumento da outorga a ser paga ao Estado do Rio Grande do Sul e afetar o sucesso do empreendimento no futuro.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ):Adoção de lances verbais.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

61

3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS3.4.2. Documentos associados à proposta econômica

Alternativas

• Plano de negócios

• Documento de instituição financeira declarando viabilidade e exequibilidade do plano de negócios

• Documento de auditoria independente que atesta a adequabilidade do plano de negócios sob os aspectos contábil e tributário

Obs.: Em experiências nacionais anteriores as duas últimas exigências acima constam dos documentosde qualificação técnica

Prós / Contras

• Exigir plano de negócios pode permitir maior capacidade de avaliação da exequibilidade da proposta.

• Potencial vinculação da concessão aos termos do plano de negócios.

• Maior segurança da exequibilidade das propostas dos concorrentes.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

62

3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS

3.4.2. Documentos associados à proposta econômica

Recomendação: Exigência de plano de negócios, assim como de cartas de instituições financeiras e de auditorias financeiras atestado a exequibilidade da proposta, tanto sob o ponto de vista econômico quanto tributário e contábil.

Justificativa: Reduz o risco de propostas inexequíveis.

Experiência anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não foram exigidas cartas de instituição financeira, assim como de auditorias independentes. Entretanto, exigiu-se plano de negócios.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

63

3.5. INVERSÃO DE FASESAlternativas: adotar ou não a inversão de fases.

Prós/Contras

• Possibilidade prevista na lei federal de concessões; • A inversão simplifica procedimentos, maior possibilidade de realização de leilão;• A inversão de fases torna a licitação vulnerável a propostas inconsistentes (dificuldade de rejeitar

propostas econômicas agressivas);• Ausência de inversão pode tornar o procedimento mais complexo e mais litigioso;

Recomendação: Adoção da inversão de fases;

Justificativa: Trata-se de procedimento consolidado, que simplifica o procedimento licitatório, tornando-o mais ágil.

Experiência Anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Adotou-se inversão de fases.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

3.6. FASE RECURSAL ÚNICAAlternativas: Prever que a cada decisão da Comissão de Licitação (ou instituição condutora da licitação) será

aberto prazo para recurso; ou Prever que somente após a conclusão do procedimento de seleção das propostas, após a definição

da licitante vencedora, se abrirá prazo único para que os interessados possam questionar qualquer decisão tomada pela Comissão de Licitação (ou instituição condutora da licitação);

Prós/Contras Fase recursal única reduz a litigiosidade da licitação. Porém, muito embora não seja proibida, não

conta com previsão expressa na lei – o que aumenta o risco de questionamento judicial; A não previsão de fase recursal única pode levar a interrupções constantes na licitação, alongando

desnecessariamente a sua condução;Recomendação: Adoção de fase recursal única.Justificativa: Reduz consideravelmente a litigiosidade da licitação – evitando o prolongamentoexcessivo do processo – e, ao mesmo tempo, assegura o direito ao recurso administrativo.Experiências anteriores: Jardim Zoológico Municipal(RJ): Não houve previsão de fase recursal única.

65

3.7. DISPONIBILIZAÇÃO DO PROJETO BÁSICO NO EDITALALTERNATIVAS• Disponibilizar o projeto básico• Disponibilizar apenas os elementos do projeto básico PRÓS/CONTRAS• A disponibilização apenas dos elementos do projeto confere maior liberdade empresarial particular

(concessionária) quando do provimento dos serviços que lhe são delegados; e • Possibilidade de transferência dos riscos por erros no projeto à concessionária.• Não exclui a necessidade de realização, pela Administração, de estudos minuciosos do objeto para

que tenha parâmetros para avaliar as propostas apresentadas pelos privados, inclusive no tocante ao aspecto da exequibilidade da proposta.

Recomendação: Disponibilização somente dos elementos de projeto básico.

Justificativa: Permite maior liberdade ao proponente para oferecer soluções gerenciais e de engenharia para o Zoológico.

Experiências AnterioresJardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve a disponibilização de projeto básico.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO

Alternativas:

• Somente COMISSÃO DE LICITAÇÃO: licitação processada exclusivamente pela Administração contratante

• B3: contratação para auxílio da comissão de outorga, com licitação processada junto à bolsa

PRÓS/CONTRAS:

• COMISSÃO DE LICITAÇÃO: • menor custo • maior agilidade• concentração das responsabilidades

• B3: sinaliza opção pela competitividade• experiente em leilões de concessão e privatização • espaço físico e infraestrutura para realização das audiências públicas • visibilidade do evento promove a transparência do certame • risco de desentendimento com Comissão de Licitação;• impossibilidade de adoção de critério técnico para julgamento das propostas

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO

Recomendação: Decisão a ser tomada pelo GRS, sopesando variáveis como custos e a atração deinvestidores.

Experiência Anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Comissão de licitação.

3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

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4.1. DELIMITAÇÃO

O objeto da concessão incluirá a área do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, compreendendo umtotal de 156 Ha., delimitado pelos seguintes segmentos: (i) Rodovia BR-116, (ii) Rua do Horto, (iii)Estrada Municipal Parque Zoológico, (iv) Avenida Industrial e (v) Rua Vinte de Agosto.

O objeto também definirá as funcionalidades a serem disponibilizadas pela concessionária aosusuários do Parque Zoológico, que consistirão nas seguintes: (i) Ampliação e readequação dosRecintos dos animais; (ii) Edificações e instalações de apoio aos visitantes; (iii) Edificações einstalações de apoio aos funcionários; (iv) Edificações e instalações de apoio à administração; (v)Infraestrutura de saneamento básico, drenagem, iluminação, energia e tratamento de resíduos; (vi)Estacionamento pavimentado para autos, ônibus e bicicletas e (vii) Sistemas de controle de acesso esegurança.

Experiências anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Descrição do objeto, tanto no que diz respeito ao bem cedidoquanto aos tipos de serviços exigidos da concessionária.

4. OBJETO DO CONTRATO

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5.1. DURAÇÃO O contrato deverá definir o prazo de vigência da concessão, que deverá ser suficiente para amortizar

os investimentos exigidos da concessionária. Lei Estadual nº 10.086/1994 (aplicação subsidiária): Estabelece que as concessões poderão viger

por até 30 (trinta) anos, prorrogáveis por mais 20 (vinte). Os estudos técnicos estimam que o prazo de 30 anos será suficiente para assegurar a amortização

dos investimentos previstos na concessão.

5.2. PRORROGAÇÃO O contrato deverá dispor, também, acerca dos procedimentos de prorrogação do prazo de vigência

da concessão.

Recomendação: Permissão da prorrogação do prazo da concessão, desde que o particular atenda adeterminados parâmetros de desempenho, a serem expressamente disciplinados em contrato(manutenção dos níveis de serviço, previsão de novos investimentos , etc.).

Justificativa: Assegura a continuidade na prestação dos serviços, postergando o custo de nova licitação; Torna o projeto mais atrativo;

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Contrato não disciplinou o assunto.

5. PRAZO

70

6.1. COBRANÇA

O contrato deverá definir se o vencedor da licitação terá de pagar outorga ao Poder Concedente. Definição da forma de pagamento: pagamento de outorga fixa ou fixa + variável.

Prós/Contras:

A cobrança de outorga propicia a precificação deste pagamento na proposta tarifária do particular,ensejando o aumento das tarifas;

Reduz a atratividade do projeto; Atende aos objetivos de política fiscal do Estado do Rio Grande do Sul.

Recomendação: Cobrança de outorga.

Justificativa: Atende ao anseio de política fiscal do Estado gaúcho e oferece critério objetivo para aseleção dos interessados.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Cobrança de outorga fixa de R$ 4milhões (pagos a vista) e variável. A outorga variável seria estimada a partir do 25º mês da concessão, eseu pagamento seria mensal, equivalendo a um percentual do faturamento bruto da concessionária nosúltimos três meses. Os percentuais seriam variáveis conforme a demanda obtida no zoológico no mêsimediatamente anterior.

6. OUTORGA

71

6.2. CRONOGRAMA DE PAGAMENTO O contrato deverá estabelecer o cronograma de pagamento da outorga. É recomendável que o pagamento da outorga seja diluído ao longo da concessão, a fim de se evitar

uma oneração excessiva do particular nos anos iniciais do projeto – período em que este já terá deassumir inúmeras obrigações financeiras e contratuais (integralização do capital social; obras;ausência de cobrança de tarifa, etc.).

Possibilidade de cenários alternativos, com a cobrança de outorga fixa no momento da contratação eparcelamento de mais um valor de outorga fixa ou cobrança de um novo valor de outorga varável. Estes modelos alternativos tornam mais célere o recebimento de recursos pelo Estado.,

contudo, aumentam o ônus econômico do particular nos momentos iniciais da concessão.

6.3. CRITÉRIOS DE REAJUSTES, JUROS E PENALIDADESA concessão deverá prever os critérios de reajuste dos valores referentes às parcelas da outorga (sehouver), bem como a forma de incidência de juros e penalidades em caso de atraso de seu pagamento.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Cobrança da outorga fixa integral noprimeiro ano da concessão + parcelas mensais correspondentes à outorga variável ao longo de toda aconcessão.

6. OUTORGA

72

6.1. MOMENTO DE COBRANÇA DOS INGRESSOSAlternativas: Imediatamente após a celebração do contrato (obras concomitantes à operação do zoológico); Após a conclusão de um período de obras de readequação do zoológico (fechamento do zoológico

por período de obras, com sua reabertura após o encerramento deste prazo).

Prós/Contras: Cobrança desde o início da concessão reduz a pressão financeira incidente sobre o particular nos

meses iniciais da concessão. Entretanto, enseja maior risco de acidentes e pode afetar a percepçãodo usuário quanto a qualidade dos serviços prestados;

Cobrança após o período de obras reduz os riscos de acidentes, contudo, demanda que o particularaplique mais recursos próprios ou provenientes de financiamento, o que propicia o aumento doscustos financeiros da concessão. Ademais, pode facilitar a percepção do usuário das melhorias dequalidade implementadas.

Recomendação: Cobrança dos novos valores tarifários após a conclusão das obras. Concessionáriadeterminará, em seu cronograma de implantação, se o zoológico fechará (parcial ou totalmente) para asobras, assim como o momento deste fechamento.

Justificativa: Reduz o risco da concessão, facilita a percepção das melhorias pelo usuário e podeinduzir maior eficiência na conclusão das obras.

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Obras realizadas com funcionamentoconcomitante do zoológico. Cobrança de valores máximos autorizada somente após a conclusão dasobras.

6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR

73

6.2. VARIABILIDADE DA REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR Alternativas:- Remuneração fixa (valor integral da tarifa)- Remuneração variável conforme desempenho do particular

Prós/Contras:•A vinculação da contraprestação a indicadores de desempenho incentiva a excelência da qualidade doserviço prestado e equivalência entre a qualidade do serviço e sua contraprestação•Por outro lado, exige definição precisa de indicadores de desempenho•Aumenta a complexidade da concessão e de sua fiscalização•Pode levar à extrema variabilidade da receita do particular, dificultando o financiamento da concessão•Demora do reconhecimento do desequilíbrio em favor da concessionária pode transformar omecanismo automático em uma armadilha tarifária.

Recomendação: Condicionamento da remuneração do particular ao seu desempenho, mediantefator incidente sobre o faturamento bruto, composto a partir de um sistema de notas de desempenho(Qualidade, Segurança, Produtividade e Sustentabilidade). Este percentual determinaria um valor a serpago, pela concessionária, ao concedente em caso de desempenho insuficiente.

Justificativa: Indução de eficiência na gestão do zoológico.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Remuneração do particular não sofriaimpactos decorrentes de indicadores de desempenho.

6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR

74

6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS

ALTERNATIVAS- Admitir ou não a exploração de receitas extraordinárias / acessórias / de projetos associados pelo

particular (p.Ex. Exploração de publicidade)- Prever compartilhamento com o Poder Concedente

PRÓS/CONTRAS:- contribuem para a modicidade da tarifa- geram maior atratividade ao concessionário- é uma possibilidade já explorada em outras rodovias (baixo risco de questionamento)- reduzem dependência do particular em relação ao Poder público- risco de desfocar a atenção do particular do objeto da concessão

6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR

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6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS

Recomendação:

• Admissão da exploração de receitas extraordinárias, sem a delimitação das atividades que poderão serexploradas, associado à previsão de um percentual de compartilhamento de receitas incidente sobre ofaturamento bruto da concessionária.

• O compartilhamento deverá ser validado pela equipe técnica, sobretudo, tendo em vista a viabilidadeeconômica da concessão.

Justificativa: O projeto será mais atrativo, sob o ponto de vista econômico. Além disso, as receitasextraordinárias contribuem consideravelmente para a redução dos valores tarifários.

Experiências anteriores: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Admissão de receitas extraordinárias, semprevisão de percentual de compartilhamento de receitas.

6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR

76

7.1. MODALIDADES PARA A RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO

O contrato poderá elencar ou não as modalidades para recomposição

Prós/Contras:• Previsibilidade dos instrumentos para solucionar eventuais desequilíbrios• Melhor via de recomposição pode depender do caso concreto;

Recomendação: Prever os mecanismos que poderão ser utilizados para a recomposição do equilíbrioeconômico-financeiro. Poderão ser elencados todos aqueles admitidos em lei, como por exemplo: (i) Alteraçãodo prazo contratual; (ii) Revisão tarifária; (iii) Revisão do cronograma de investimentos; (iv) Ressarcimento por partedo Poder Concedente; (v) Dação em pagamento de bens e/ou cessão de receitas patrimoniais; (vii) Assunção peloPoder Concedente de custos atribuídos a concessionária.

Justificativa: Assegura maior previsibilidade e segurança jurídica à concessão.

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve definição dos mecanismos derecomposição, apenas das hipóteses em que se reconheceria o desequilíbrio.

7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

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7.2. MOMENTO DA REVISÃOALTERNATIVAS: Revisão ordinária/periódica, instaurada obrigatoriamente - ocorre em momentos pré-estabelecidos no

contrato (anual; quinquenal), independentemente da ocorrência de evento ensejador de desequilíbrio Revisão extraordinária, requerida pela parte quando houver um evento que a justifique Possibilidade de restringir o escopo da revisão ordinária a determinados eventos ou aspectos da concessãoPRÓS/CONTRAS: A previsão de revisões ordinárias permite que periodicamente sejam analisadas e eliminados eventuais

efeitos econômicos de desequilíbrios, evitando pressão excessiva sobre o Poder Concedente ou aconcessionária;

Revisões ordinárias muito frequentes tendem a consumir energia considerável na gestão do contrato; A revisão extraordinária é imprescindível como decorrência do art. 37, XXI CF.

Recomendação: Prever revisão ordinária periódica, enquanto a revisão extraordinária seria cabível sempre que ocorrerem

eventos capazes de afetar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. No caso da revisão ordinária, recomenda-se que os temas que poderão ser alvo de revisão não sejam

limitados de antemão, de forma a permitir que as partes a realizem conforme a necessidade do casoconcreto.

Prever revisão tarifária anual.

7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

78

7.2. MOMENTO DA REVISÃO

Justificativa: Assegura-se o direito à revisão extraordinária (art. 37, inc. XXI, CF) ao mesmo tempo que se garante às partes contratuais maior liberdade para a revisão contratual, assegurando a adequação da avença às reais condições de sua execução.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina da revisão ordinária do contrato.

7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

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7.3. CRITÉRIO DE CÁLCULO DO REEQUILÍBRIO

ALTERNATIVAS: TIR – taxa interna de retorno - captura custo de oportunidade da concessionária na proposta Fluxo de Caixa Marginal - Permite identificar custo de capital no momento do reequilíbrio TIR para investimentos inicialmente previstos, FCM para novos investimentos

Definição a ser adotada conforme inputs técnicos.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina do método de cálculo darecomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

É recomendável que a concessão estabeleça claramente qual será o método de cálculo do reequilíbrio,com o objetivo de evitar discussões posteriores a seu respeito.

7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

80

8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)

ALTERNATIVAS Caução em Dinheiro Caução em Títulos da Dívida Pública Seguro-Garantia Fiança Bancária O valor da garantia poderá ser fixo ao longo de todo o contrato ou diminuir conforme a

execução do contrato.PRÓS/CONTRAS Diminui riscos de inadimplência do particular (maior segurança à administração)• Custos para o particular contratante oneram a tarifa• Variação da garantia poderá reduzir impacto econômico conforme o momento da concessão

Recomendação: Exigência de garantia, de até 10% do valor contratual, admitindo-se qualquer uma das modalidades

permitidas em lei. Também é recomendável a adoção de um cronograma de redução do valor da garantia do contrato,

proporcional ao avanço da execução do contrato, com vistas a reduzir o ônus financeiro imputadoao concessionário.

8. GARANTIA

Inputs Técnicos: Marcos de redução da garantia.

81

8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)

Justificativa: • A aceitação de todas as modalidades de garantia facilita a sua constituição pelo particular;• O cronograma de redução dos valores da garantia evita custos financeiros desnecessários ao particular;

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Exigência de garantia de execução de R$ 2 milhões como condição de assinatura do contrato e de

garantia específica para a execução das obras, no valor de R$ 976.368,49. A garantia específica para obras será devolvida à concessionária na ocasião do aceite definitivo das

obras. A garantia de execução do contrato deverá permanecer constituída durante toda a concessão, sem

cronograma de redução de seus valores.

8. GARANTIA

82

8.2. HIPÓTESES DE EXECUÇÃO DA GARANTIA DO PARTICULAR

O contrato deverá disciplinar as hipóteses em que a garantia de execução do contrato poderá serexecutada.

Via de regra, os eventos que autorizam a execução da garantia correspondem a inadimplementos daconcessionária, tais como o descumprimento:

i. das obrigações de investimento; ii. da obrigação de pagar multa e indenizações; iii. dos parâmetros de desempenho; iv. da obrigação de devolução de bens reversíveis; v. atendimento das condições de devolução; vi. da obrigação de contratar seguro; vii. indenizações por responsabilização indevida do Poder Concedente.

Recomendação: É recomendável que o contrato discipline de forma específica as hipóteses deexecução da garantia. Sua previsão torna a relação contratual mais estável e reduz o custo de suacontratação.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Previsão genérica das hipóteses quepoderão ensejar a execução da garantia.

8. GARANTIA

83

8.3. GARANTIAS EM FAVOR DO FINANCIADOR

ALTERNATIVAS (não exaustivas)

• Dação em penhor, hipoteca ou alienação fiduciária• Cessão fiduciária de direitos emergentes da concessão• Step-in-right: possibilidade dos financiadores assumirem o controle da SPE mediante autorização

contratual prévia e genérica em caso de ameaça à continuidade da prestação do serviço•autorizar genericamente, dependente de anuência do Concedente no caso concreto•estabelecer previamente o procedimento

PRÓS/CONTRAS atrai investidores para o projeto• prática do mercado adota qualquer uma das modalidadesRecomendação: Não definição exaustiva das garantias, a fim de conferir maior liberdade para anegociação com estes últimos. Sobre o tema, é recomendável que o contrato preveja tão somente ostep in right e a possibilidade de os bens e direitos emergentes da concessão serem objeto de ônus emfavor dos financiadores, desde que, no caso dos bens, estes retornem ao patrimônio da concessionária,livre de quaisquer ônus, ao final da concessão.

Justificativa: A previsão de garantias em favor do financiador reduz o custo desta contratação.Ademais, a maior liberdade de negociação de garantias facilita a viabilização da operação.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina de garantia aosfinanciadores

8. GARANTIA

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Caso seja necessária a realização de desapropriações, recomenda-se que:O Edital especifique: Áreas que poderão ser desapropriadas; Quem é competente para a execução material dos atos - Poder Público ou SPE; Quem arcará com os ônus financeiros de tais atos, considerando que as indenizações constituem

custos relevantes na formulação das propostas.

O Contrato especifique: Responsabilidade das partes sobre eventuais atrasos ou impedimentos na desapropriação e seus

efeitos (ex: desequilíbrio, penalidades, etc). Responsabilidades quanto às ações judiciais que discutem posse e propriedade de áreas da rodovia

ALTERNATIVAS •Responsabilidade do Poder Concedente•Responsabilidade da Concessionária. •Responsabilidade compartilhada. Possibilidade de estabelecer rateio entre os custos, dependendo de seu valor (ex: previsão de verba pública para arcar com as desapropriações ou teto para custos arcados pelo Poder Público ou pelo particular).

9. DESAPROPRIAÇÕES

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PRÓS/CONTRAS atribuir a responsabilidade ao Poder Concedente tem a vantagem de conferir à administração maior

controle sobre o processo licitatório, mas pode significar maior demora para a conclusão das obras Maior flexibilidade da iniciativa privada faculta as negociações com os proprietários;

Recomendação: Prever os atos materiais de desapropriação e a respectiva indenização ao particular, até determinado

limite a partir do qual deverá ser ressarcido pelo Poder Concedente. Atrasos decorrentes de morosidade judicial ou de outras variáveis não imputáveis à concessionária

não poderão ensejar a aplicação de penalidades e deverão ser objeto de análise para verificação damanutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Justificativa: Repartição dos ônus referentes à execução das desapropriações. Segurança jurídica Redução do risco relacionado às desapropriações

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES•Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve previsão de desapropriação.

9. DESAPROPRIAÇÕES

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10.1. OBTENÇÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS, DE CONSTRUÇÃO EOPERAÇÃO

ALTERNATIVAS: Poder Concedente; Concessionária ou compartilhamento

PRÓS/CONTRAS•Prever ônus ao Concedente reduz proporcionalmente a tarifa, mas aumenta sua responsabilidade epode significar maior demora para a conclusão das obras•Possibilidade de aproveitar a maior eficiência e agilidade do particular•Alocar a responsabilidade ao particular pode elevar o risco privado e, consequentemente, o aumento docusto do projeto

•Recomendação: Alocação das obrigações de obtenção de licenças ao particular + previsão de que aconcessionária não responderá – de nenhuma forma – por atrasos na obtenção de licenças que nãosejam lhe sejam imputáveis (p.ex., atraso na decisão, etc.).

Justificativa: A concessionária é a parte contratual mais adequada para obter as licenças, haja vistaque esta será a responsável por projetar e executar as obras e serviços da concessão.

Experiência Anterior:Jardim Zoológico Municipal (RJ): Responsabilidade integral da concessionária.

10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS

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10.2. LP OU DIRETRIZES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

• A contratação poderá ser precedida da obtenção de licença prévia ou prever tão somente diretrizes para o licenciamento ambiental.

Prós/Contras: A obtenção anterior da LP reduz o risco ambiental da concessão e pode simplificar a obtenção das

demais licenças. Maior demora para a publicação do edital e contrato;

Recomendação: Obtenção de licenças como obrigação do concessionário, prevendo-se no contratoapenas as diretrizes para a obtenção da licença prévia.

Justificativa: Não é possível ao Poder Concedente conhecer as especificidades do projeto antes dacontratação e apresentação, pelo particular, de sua proposta. A obtenção de licença prévia antes dacontratação pode ensejar incongruências com o projeto do particular ou limitar as soluções que estepoderá oferecer.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Concessionária responsável pela obtenção de todas as licenças.

10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS

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11. ALOCAÇÃO DE RISCOS11.1. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS

- É altamente recomendada a delimitação objetiva dos riscos das Partes no contrato de concessão- Importante atentar-se ao os pontos críticos que afetam o cronograma e operação do

empreendimento, buscando alocar os riscos de maneira a:

A) Reparti-los de forma adequada, alocando-os a parte contratual que reunir melhores condições para gerencia-los;

B) Reduzir a insegurança jurídica envolvida na contratação;C) Estabelecer procedimentos e mecanismos contratuais capazes de mitigá-los;D) Oferecer expectativa de remuneração adequada aos riscos atribuídos ao particular;E) Estabelecer regras e processos claros para tutelar os direitos de parte a parte em caso de

concretização de riscos indesejados.

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11.2. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS

- É recomendável que a cláusula contenha a descrição específica dos riscos que serão alocados a cada uma das partes e daqueles que serão compartilhados entre elas;

- Em caso de riscos compartilhados, é recomendável que a cláusula discipline, de forma objetiva, o método de seu compartilhamento;

- O contrato deverá disciplinar o mecanismo de tratamento dos riscos que vierem a se concretizar;

- A redação da cláusula de alocação de riscos deverá ser elaborada de acordo com a Matriz de Riscos.

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

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11.3. RISCOS ESPECÍFICOSI. Custo do Capital

- Partindo-se da premissa de uma alocação racional de riscos, em que a álea é atribuída à parte mais capaz de gerencia-la, é recomendável a sua alocação ao concessionário;

- Em situações excepcionais, em que o custo do capital investido se torne excessivamente superior ao originalmente pactuado, é recomendável a instituição de tratamentos contratuais para evitar a inviabilização do projeto. Neste sentido, são alternativas:• Previsão de uma “cláusula de saída” (way out);

o Precedente: PPP VLT do Estado da Bahia (Cláusula 6ª da Minuta de Contrato);o Precedente: PPP do Rodovia dos Calçados - ARTESP (Cláusula 6.4., “ii’ da Minuta de Contrato)

• Condição suspensiva da eficácia do contrato;o As obrigações de investimento são suspensas em condições conjunturais excepcionais e em caso de não

contratação do financiamento ou da suspensão de seus repasses, desde que esta não seja imputável à concessionária;

• Antecipação da Repactuação Contratual em caso de alterações conjunturais drásticas;o Ampla revisão dos parâmetros da Concessão. o Riscos: Desnaturação do objeto do contrato após a licitação?

Art. 7º, par. único da Lei Estadual nº 14.875/2016

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

91

Implementação das Alternativas a. Cláusula Resolutiva (way out)• Contrato terá de disciplinar o pagamento das indenizações tanto ao Poder Concedente quanto à

Concessionária, bem como seu método de pagamento;o Idealmente, as indenizações deverão refletir os custos efetivamente incorridos pelas partes para a execução

do contrato até o momento da rescisão;

• É recomendável que o contrato estabeleça o procedimento para sua requisição, com a aposição deprazos e, sobretudo, definição dos requisitos necessários à configuração da hipótese deencerramento do contrato;

b. Cláusula Suspensiva• Contrato deverá discriminar em detalhe os requisitos que autorizam a suspensão das obrigações

contratuais;• Deverá especificar quais obrigações serão suspensas e quais terão de continuar em execução;• Especificação de procedimentos para a sua requisição, assim como da definição de prazo máximo

de suspensão das obrigações, cujo encerramento sem viabilização do contrato levará à sua extinção;

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

92

Implementação das Alternativas

c. Revisão Contratual

• Estabelecimento dos critérios que autorizarão a solicitação da antecipação da revisão contratual;

• Definição das matérias que poderão ser modificadas pelas partes (cronograma de investimentos, receitas, prazo de vigência da concessão, etc).

• Alterações não poderão modificar o objeto contratual.

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

93

11.3. RISCOS ESPECÍFICOSII. Variação Cambial

- O risco da variação da taxa de câmbio, tradicionalmente, é alocado ao parceiro privado;- Experiências recentes tem flexibilizado esta percepção, sobretudo em concessões que envolvem a

importação de bens, tecnologia ou a contratação de financiamento em moeda estrangeira;- Questão relevante: quais impactos da variação cambial serão alocados às partes? Todos? Apenas

aqueles reflexos da variação sobre o preço de insumos? Sobre as parcelas do financiamento? - Precedentes:

• VLT do Estado da Bahia: Atribuição do risco da variação cambial no financiamento, até olimite ≈ R$ 595 MM, ao Estado da Bahia, com a previsão de pagamento adicional ao particularquando a variação gerasse impactos ≥ R$ 10 MM;

• Portaria MTPA (Consulta Pública): Compartilhamento do risco (juros e principal) até ummontante limite, mediante o estabelecimento em contrato de faixas de variação cambial aserem assumidas por cada parte. Apuração mensal e cumulativa da variação, comcompensação paga no momento da liquidação da obrigação assumida pelo concessionário.

• ARTESP – PPP dos Calçados: Compartilhamento do risco (principal) até R$ 300 MM,mediante mecanismo de compensação anual que incide sobre a outorga variável.

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

94

FORMAS DE TUTELA CONTRATUAL QUANTO AO RISCO DE VARIAÇÃO CAMBIAL

Meios de Pagamento:

I. Redução do valor da outorga (quando cabível);II. Procedimento de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro;III. Pagamento direto ao particular à título de indenização;IV. Compensação;

Momento do Pagamento:

I. Compensação da indenização no momento do pagamento, pelo particular, da obrigação afetada pela variação cambial;

II. Apuração periódica de um saldo formado em razão da variação cambial, a ser compensado entre as partes em periodicidade definida pelo contrato;

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

95

11.3. RISCOS ESPECÍFICOSIII. Demanda

- A alocação ao particular é recomendável quando este é o responsável por estimá-la ou quando háelevada segurança quanto à estimativa apresentada pelo Poder Concedente;

- A alocação ao Poder Concedente é recomendável quando houver risco de frustração dasestimativas;

- O compartilhamento é técnica intermediária, sendo recomendável a adoção de um escalonamento do risco compartilhado:• Bandas de compartilhamento de risco, apurada com base no número de usuários

projetados;• Bandas de compartilhamento de risco, apurada com base na receita projetada

IV. Passivo Ambiental- É recomendável que o risco de eventuais sanções ou obrigações ambientais seja compartilhado

entre as partes, assegurando que o privado somente se responsabilizará por aquelas quedecorrerem de fatos ocorridos após a assinatura do Contrato.

- Eventuais obrigações originadas por fatos anteriores à assinatura do contrato deverão ser deresponsabilidade do Poder Concedente, a fim de se reduzir o risco ambiental da concessão e torná-la mais atrativa.

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

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FORMAS DE TUTELA QUANTO AO RISCO DE VARIAÇÃO DA DEMANDAMeios de Pagamento:

I. Redução do valor da outorga (quando cabível);II. Procedimento de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro;III. Pagamento direto ao particular à título de indenização;IV. Compensação;V. Revisão de investimentos;VI. Ampliação do prazo da concessão;VII. Cessão do uso de bens adjacentes;

Momento do Pagamento:I. Concomitante à apuração do desequilíbrio contratual;II. Definição de método e procedimento de apuração das variações, com especificação de data para a

compensação daquelas que superarem os limites contratuais;

11. ALOCAÇÃO DE RISCOS

97

12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS

12.1 MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS ALTERNATIVAS

- Judiciário

- Mecanismos Alternativos de Solução de Conflitos:

• Negociação Direta:• Contrato disciplinará as regras que as partes terão de seguir;

o Procedimentos; o Prazos;oMomento de encerramento das negociações;

• Arbitragem:• Previsão da arbitragem ou definição do procedimento no contrato

•No caso de definição de procedimento, definir:•Procedimento de instauração•Forma de indicação dos árbitros•Regras para decisão

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12.1 MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS ALTERNATIVAS

• Dispute Boards

• Comissão de especialistas, escolhidos pelas partes, que visa auxiliar as Partes de um contrato a resolver eventuais controvérsias, constituindo etapa preliminar à arbitragem ou ao poder judiciário.

• Podem atuar ad hoc ou ter uma atuação concomitante à execução contratual, inclusive, com solução de conflitos em tempo real;

• Ad hoc: Constituída após a instauração do conflito para ouvir as partes e emitir sugestão para a sua resolução.

• Concomitante: Realização periódica de visitas técnicas para acompanhamento da execução do contrato. Tem função preventiva e seguirá plano de trabalho definido consensualmente entre todas as partes, com poderes para emitir decisões para prevenir ou remediar conflitos.

• Podem emitir decisões vinculantes ou sujeitas à aceitação das partes.

• Contrato poderá disciplinar ou estabelecer prazo para a contratação da Dispute Board;

12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS

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PRÓS/CONTRAS•Maior técnica e celeridade dos procedimentos privados;•Arbitragem em contratos administrativos é relativamente recente, mas não é mais controversa;

Recomendação: Arbitragem.

Justificativa: Maior especialização técnica na solução dos conflitos; Apesar de ser menos eficaz na prevenção de conflitos do que as DBs, a arbitragem apresenta custo

reduzido; A arbitragem é prática consolidada no mercado de concessões. a complexidade dos serviços envolvidos no objeto da delegação não justificam a instituição de uma

dispute board.

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Utilização da via judicial.

12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS

100

DEFINIÇÃO DO VALOR DO CONTRATO

ALTERNATIVAS•valor dos investimentos da Concessionária•valor total da receita da Concessionária

PRÓS/CONTRAS •Valor do investimento: diferencia a concessão da prestação de serviços; •Valor do contrato (e da garantia) relaciona-se com o investimento da Concessionária;•Valor da receita: maximiza volume e garantia da contratação.

Recomendação: Valor dos investimentos.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES•Jardim Zoológico Municipal (RJ): Valor dos investimentos (R$ 65.091.233,00)

13. VALOR DO CONTRATO

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ALTERNATIVAS IPCA IGP-M Índice Paramétrico Específico

PRÓS/CONTRAS IPCA: relacionado ao poder de compra do consumidor IGP-M: relacionado aos preços por atacado + impacto cambial Índice Paramétrico Específico: refletir custos da Concessionária

EXPERIÊNCIAS ANTERIORESJardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve definição de parâmetros de reajuste.

Recomendação: É recomendável a previsão contratual de índice fechado de reajuste, com aplicaçãoautomática e não condicionada. A definição de qual índice adotar, contudo, depende de inputs técnicos.

14.REAJUSTE

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É recomendável que o contrato estabeleça: os marcos de obra que serão considerados suficientes para que a concessionária abra o zoológico

para visitação (se cabível); Procedimentos e prazos para a aprovação de projetos básicos e projetos executivos elaborados pela

concessionária; Anexos com parâmetros técnicos mínimos para a execução das obras.

Maiores recomendações dependem de inputs técnicos.

PRÓS/CONTRASConfere maior segurança para o particular, sobretudo, no que diz respeito ao planejamento do cronogramade implantação das intervenções no zoológico.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORESJardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve estabelecimento de procedimentos e prazos para a aprovação dos projetos básicos e

executivos; Não houve previsão de marcos operacionais (as obras foram realizadas com o zoológico em

funcionamento; Parâmetros técnicos especificados em Termo de Referência.

15. OBRAS

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ALTERNATIVASA fiscalização do contrato poderá ser realizada pelo Poder Concedente; por Comissão de Fiscalização ou pela AGERGS.

Prós/Contras:• Fiscalização pelo poder concedente poderá ser menos eficiente em razão das inúmeras atribuições

que este terá de desempenhar na concessão. Entretanto, é alternativa com um baixo custo de implementação.

• Fiscalização por comissão de fiscalização permite maior a diversificação dos funcionários que acomporão, o que pode contribuir para a interdisciplinaridade dos conhecimentos detidos por seusmembros.

• Fiscalização pela AGERGS depende de interpretação de suas competências, o que agregainsegurança jurídica para a concessão.

Recomendação: Comissão de Fiscalização.

Justificativa: Permite que profissionais de diferentes áreas ponham sua expertise à disposição da fiscalização do

contrato. Não ensejará custos, tendo em vista que não será cargo remunerado. Especialização na função de fiscalização assegura maior qualidade e eficiência no desempenho

desta atribuição.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Comissão de Fiscalização.

16. FISCALIZAÇÃO

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PENALIDADES CONTRATUAIS A) FORMA DE ABORDAGEM DAS PENALIDADES Recomendação• Estabelecer sanções específicas (traz maior previsibilidade e acuidade na aplicação das sanções• Estabelecer graduação de sanções (prever sanções genéricas e critérios para fixar infrações) • Estabelecer critérios de gravidade e outros para estabelecimento de infrações (permite cobrir com

maior segurança o universo dos comportamentos delituosos)

B) PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO DAS SANÇÕES É recomendável a definição de procedimento específico (Previsibilidade e reduz risco de

arbitrariedade na aplicação da sanção)

17. PENALIDADES

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PENALIDADES CONTRATUAIS

C) PREVISÃO DE LIMITES PARA A APLICAÇÃO DE SANÇÕES• É recomendável estabelecer parâmetros e limites para a imputação de penalidades. Assegura maior

previsibilidade à concessão e reduz risco de arbitrariedade na aplicação da sanção.

D) PREVISÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA ACORDOS SUBSTITUTIVOS DE SANÇÃO• É recomendável a permissão para a realização de acordos substitutivos. Neste caso, será

necessário prever critérios para a sua realização.• Maior eficácia na recuperação de danos, assim como maior elasticidade na fixação de sanções,

possibilidade compensação/reparação

E) AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO• Importante distinguir entre penalidade e remuneração por desempenho;• É possível estabelecer aplicação de penalidades de acordo com sistema de avaliação de

desempenho; • Multas específicas para atraso em obras, insatisfação dos usuários ou outros critérios de avaliação

de desempenho.

17. PENALIDADES

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EXPERIÊNCIAS ANTERIORES

Jardim Zoológico Municipal (RJ):• Definição de penalidades aplicáveis;• Definição de procedimento de aplicação de sanção;• Previsão de limites às penalidades aplicáveis, conforme tipo de infração (gradação);

17. PENALIDADES

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VERFICADOR INDEPENDENTE ALTERNATIVAS • Prever contratação de verificador independente • Não prever

PRÓS/CONTRAS • Permite auxilio ao poder concedente em caso de complexidade de determinados eventos contratuais

(ex: indicadores de desempenho ou reequilíbrio econômico-financeiro)• Maior complexidade e custo para a concessão

Recomendação: Adoção do verificador independente, a ser contratado pelo Poder Concedente.

Justificativa: Complexidade das obras não justifica o custo de contratação mas acompanhamentodos níveis de serviço faz recomendável uma entidade deste tipo.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORESJardim Zoológico Municipal (RJ): não prevê.

18. VERIFICADOR INDEPENDENTE

108

ALTERNATIVAS • Delimitação expressa dos bens da concessão;• Possiblidade de exigir autorização prévia do Poder Concedente para alienação e oneração dos bens

da concessão;• Possiblidade de prever tempo de vida mínimo restante dos bens reversíveis;• Possiblidade de prever obrigação de reinvestimento nos bens da concessão ao longo do contrato.

PRÓS/CONTRAS• Delimitar expressamente os bens da concessão garante maior previsibilidade para Poder Público e

concessionária;• Não especificar permite maior simplicidade e evita o risco de inventário incompleto• Exigir tempo de vida útil mínimo e reinvestimento assegura com maior eficácia e qualidade

continuidade do manejo do zoológico após o fim do contrato. Entretanto, aumenta os custos daconcessão.

Recomendação: Previsão de rol inicial dos bens da concessão, em Termo de Arrolamento, com autorização para

aquisição de novos ou edificação de outros pela concessionária, mediante prévia autorização doConcedente.

Não exigência de autorização para a constituição de ônus sobre os bens da concessão + exigênciade que estes retornem ao patrimônio da concessionária, livres e desembaraçados, com prazomínimo de antecedência ao fim do contrato

Previsão de reinvestimento (validar com área técnica).

19. BENS DA CONCESSÃO

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Justificativa:• Maior liberdade gerencial sobre os ativos da concessão permite que a concessionária realize uma

gestão patrimonial eficiente.• Previsão dos bens da concessão facilita a formulação da proposta econômica, assim como mitiga os

riscos da contratação.• Vida útil ou reinvestimentos asseguram a devolução do zoológico em condições adequadas de

operação.

Experiências Anteriores:Jardim Zoológico Municipal (RJ): • Exigência de que os bens reversíveis estejam em condições adequadas de operação e conservação;• Previsão de Termo de Arrolamento e Transferência de Bens;• Alienação condicionada a prévia aprovação do Poder Concedente e substituição do bem alienado;•

19. BENS DA CONCESSÃO

110

ALTERNATIVAS • Previsão geral de que são reversíveis os bens indispensáveis à execução do serviço• Definição objetiva do rol de bens reversíveis

PRÓS/CONTRAS• Facilita a continuidade da prestação dos serviços ao término da concessão, mas pode causar

aumento da tarifa; • Se definidos objetivamente:

• Definição genérica pode gerar conflitos • Definição pormenorizada evita discussões, mas pode olvidar algum bem

Recomendação: Definição dos bens reversíveis da concessão + garantia de que os desequilíbrioseconômicos sejam constatados e concomitantemente compensados para evitar que estes ativos nãotenham sido amortizados no prazo contratual.

Justificativa: Maior segurança quanto aos ativos a serem amortizados durante a concessão.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Definição contratual dos bens reversíveis.

19. BENS REVERSÍVEIS

111

• A definição dos seguros a serem contratados depende de inputs técnicos;

Recomendações:• Sob o ponto de vista jurídico, é recomendável a contratação de seguros suficientes para cobrir sinistrosrelativos às principais obrigações contratuais ou em relação a eventos que tenham a potencialidade deprejudicar a continuidade da concessão.•É recomendável também a previsão de valor mínimo para o sinistro.

Experiências Anteriores:Jardim Zoológico Municipal (RJ): Vigência mínima de 12 meses; Seguro com cobertura para:

• riscos de engenharia para obras civis (all risks);• riscos de maquinaria e equipamentos de obras;• riscos de dano material (property all risks insurance)• riscos de responsabilidade civil;

20. SEGUROS

112

21.1. CAPITAL INICIAL A SER SUBSCRITO PELO LICITANTE VENCEDOR NA SPE E SUA JUSTIFICATIVA ECONÔMICA PRÓS/CONTRAS• Quanto maior o capital inicial, maior será a garantia do poder público em relação à realização dos

investimentos iniciais e da solidez da concessionária • Maior será o custo da concessão, o que pode reduzir os interessados em participar do certame

licitatório

Recomendação: Exigência de capital social mínimo integralizado para a assinatura do contrato. A definição do valor

de integralização no momento da assinatura e o eventual cronograma de integralização após esteato depende de análise técnica.

O valor a ser integralizado deve ser suficiente para garantir a solidez financeira do particular, masnão pode ser proibitiva para a concessão.

Justificativa: a exigência de integralização de todo o capital social no momento da assinatura docontrato acresce de forma desnecessária o custo financeiro da concessão, podendo torná-la menosatrativa.EXPERIÊNCIAS ANTERIORES• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Integralização do capital social antes da assinatura do contrato

(R$ 6.509.123,30), sem a previsão de aportes adicionais ou de cronograma de integralização.

21. CAPITAL SOCIAL

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21.2. EXIGÊNCIA DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL MÍNIMO DA SPEDURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO

PRÓS/CONTRAS• Maior garantia de execução do projeto• Aumenta o custo da concessão e pode reduzir a concorrência• Risco de tornar-se excessiva ao longo da concessão, com a conclusão das obras21.2.1 PREVISÃO DE VARIAÇÃO DO CAPITAL MÍNIMO DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATOPRÓS/CONTRAS• Mantém-se a maior garantia de execução do projeto sem onerar demasiadamente a concessionária

Recomendação: Permitir a variação do capital social mínimo da concessionária conforme ocronograma de investimentos, autorizando a sua redução conforme a redução do volume dosinvestimentos a serem realizados.

Justificativa: Oferece garantia ao Concedente ao mesmo tempo em que não oneradesnecessariamente o particular.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Manutenção do capital social mínimodurante toda a concessão.

21. CAPITAL SOCIAL

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22.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE

ALTERNATIVAS• Futura regulamentação da questão• Pré-fixação de um plano de contas• Indicação de regras gerais de transparência contábil e boa governança (ex: IFRS ou GAAP)

PRÓS/CONTRAS• A regulamentação futura acarreta maior flexibilidade, mas é menos previsível e é possível que

futuramente haja desentendimento em relação às regras de governança• A pré-fixação de plano de contas ou a indicação de regras gerais maior previsibilidade, mas reduz a

liberdade da concessionária

22. GOVERNANÇA CORPORATIVA

115

22.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE

Recomendação: Adoção de práticas de governança corporativa, conforme parâmetros mais utilizados em mercado,

sem disciplina específica em contrato.

Justificativa: A adoção de parâmetros de governança já consolidados facilita a sua implementaçãopela futura concessionária.

Experiências anteriores

• Jardim Zoológico Municipal (RJ) : Exigência do atendimento aos parâmetros de governançacorporativa da Lei Federal nº 6.404/1976, da regulamentação da CVM e das Normas Contábeisemitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

22. GOVERNANÇA CORPORATIVA

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22.2 ESTABELECIMENTO DE REGRAS ESPECÍFICAS PARA RELAÇÕES COMENTES DO MESMO GRUPO (PARTES RELACIONADAS)

ALTERNATIVAS• Prever regras específicas para relações com entes do mesmo grupo• Não prever restrições contratuaisPrós/Contras: Pode restringir ganhos de transação decorrentes de contratações realizadas entre empresas de mesmo

grupo econômico. Pode estimular eficiência nos preços contratados, a medida em que esta terá de ser realizada em preços

de mercado. Restrição à capacidade gerencial da concessionária.Recomendação: Adoção de regulamento para a contratação com partes relacionadas, não vedando-as, masapondo condicionantes que assegurem que esta será realizada dentro de preços compatíveis com ospraticados em mercado.EXPERIÊNCIAS ANTERIORES• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina de relações com partes relacionadas.

22. GOVERNANÇA CORPORATIVA

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