peixe garante renda para famílias sertanejas

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1759 Sobradinho Uma experiência com beneficiamento de pescado tem mudado a vida de famílias no sertão da Bahia. Conhecida como Terra da Barragem, o município de Sobradinho possui inúmeras possibilidades econômicas em seu território devido à imensa borda do lago da represa. Nesse lugar, Dona Maria Aparecida Mendes, conhecida como Cida Pescadora, começou a trabalhar com peixe há mais de 30 anos. Cida Pescadora é vice-presidente da Associação de Pescadores e Agricultores da Boa Vista. Esta sertaneja, mãe e lutadora, desenvolveu a habilidade de lidar com o peixe e resolveu investir na atividade. E assim, ativa e sorridente, sempre tem algo para qual dedica seu tempo no dia-a-dia, além das atividades caseiras. Há alguns anos, Dona Cida trabalhou para juntar duas associações comunitárias de objetivos diferentes para que se transformassem em uma com o mesmo propósito: trabalhar pelos pescadores e pescadoras e pelos agricultores e agricultoras, buscando meio de gerar renda e cultivando as potencialidades do município. Desde então, começou o projeto com o pescado. Segundo Cida, 34 pessoas estão envolvidas diretamente na atividade, que se divide em 2 partes. A primeira é com o tratamento do pescado, que é feito no terminal pesqueiro da cidade, e a segunda com as 15 famílias que confeccionam os produtos derivados, desenvolvido na unidade de beneficiamento. São mais de 30 produtos, inclusive 18 deles na merenda escolar do município. Tem linguiça, carne de hambúrguer, presunto, mortadela, salsicha, biscoito... São tantos produtos que Cida nem lembrou de todos. Julho/2014 Peixe garante renda para famílias sertanejas Cida pescadora Linguiça de peixe

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Experiência com beneficiamento de pescado que tem mudado a vida de famílias sertanejas. O boletim traz um pouco da história de Cida Pescadora, líder comunitária que resolveu investir no projeto com pescado.

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Page 1: Peixe garante renda para famílias sertanejas

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1759

Sobradinho

Uma experiência com beneficiamento de pescado tem

mudado a vida de famílias no sertão da Bahia. Conhecida

como Terra da Barragem, o município de Sobradinho

possui inúmeras possibilidades econômicas em seu

território devido à imensa borda do lago da represa.

Nesse lugar, Dona Maria Aparecida Mendes, conhecida

como Cida Pescadora, começou a trabalhar com peixe

há mais de 30 anos. Cida Pescadora é vice-presidente da

Associação de Pescadores e Agricultores da Boa Vista.

Esta sertaneja, mãe e lutadora, desenvolveu a habilidade

de lidar com o peixe e resolveu investir na atividade. E

assim, ativa e sorridente, sempre tem algo para qual

dedica seu tempo no dia-a-dia, além das atividades

caseiras. Há alguns anos, Dona Cida trabalhou para

juntar duas associações comunitárias de objetivos

diferentes para que se transformassem em uma com o

mesmo propósito: trabalhar pelos pescadores e

pescadoras e pelos agricultores e agricultoras, buscando meio de gerar renda e cultivando as potencialidades

do município. Desde então, começou o projeto com o pescado.

Segundo Cida, 34 pessoas estão envolvidas diretamente na

atividade, que se divide em 2 partes. A primeira é com o tratamento

do pescado, que é feito no terminal pesqueiro da cidade, e a

segunda com as 15 famílias que confeccionam os produtos

derivados, desenvolvido na unidade de beneficiamento. São mais de

30 produtos, inclusive 18 deles na merenda escolar do município.

Tem linguiça, carne de hambúrguer, presunto, mortadela, salsicha, biscoito... São tantos produtos que Cida

nem lembrou de todos.

Julho/2014

Peixe garante renda para famílias sertanejas

Cida pescadora

Linguiça de peixe

Page 2: Peixe garante renda para famílias sertanejas

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

A líder comunitária garante que 45 famílias são beneficiadas

diretamente pela atividade com o peixe. Essas famílias têm uma

renda de, no mínimo, 500 reais/mês. E não são apenas famílias que

moram na beira do rio. Há as que moram na periferia da cidade e que

nunca tinham trabalhado com peixe. Segundo Dona Cida, a idéia é

fazer com que a associação de piscicultores leve a atividade até a

área de sequeiro. A associação pretende construir tanques

escavados na propriedade rural para que o agricultor crie o peixe, e

com o excedente ou sobra da produção agrícola, faça a própria ração. Para a líder comunitária, ampliar a

criação de peixes para a área de sequeiro permite que as famílias desenvolvam a convivência com o

semiárido, através dos cursos e de políticas públicas voltadas para esse ambiente.

Cida também comemora a confecção de produtos híbridos, como

a linguiça de peixe com beterraba colocada na merenda escolar.

Para ela, a combinação do peixe com verdura na merenda faz

bem às crianças porque são alimentos saudáveis. Também

contribuem para a nutrição adequada dos meninos e meninas. As

crianças adoram porque não percebem apenas o gosto do peixe.

Cida demonstra que o potencial de famílias agricultoras e

pescadoras do semiárido é pouco aproveitado, mas com um

pequeno incentivo, elas passam a caminhar com as próprias pernas, gerando trabalho, renda e bem-estar.

Realização Apoio

Biscoito de peixe

Caldo congelado de cabeça de peixe

Peixe tratado