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RELATÓRIO E CONTAS 2009 0 CAIXAECONÓMICADA MISERICÓRDIA DE ANGRA DO HEROÍSMO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO // 24-03-2010 Relatório e Contas 2009 CAIXA ECONÓMICA DA MISERICÓRDIA

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RELATÓRIO E CONTAS 2009 0

CAIXAECONÓMICADA MISERICÓRDIA

DE ANGRA DO HEROÍSMO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO // 24-03-2010

Relatório

e Contas 2009

CAIXA ECONÓMICA DA MISERICÓRDIA

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 1

relatório

e contas

2010

Apresentado pelo Conselho de Administração da CEMAH

Assembleia Geral de 23 de Março de 2011

CAIXA ECONÓMICA DA MISERICÓRDIA

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 2

índice

ÓRGÃOS SOCIAIS 3

MENSAGEM DO PRESIDENTE 4

REDE DE BALCÕES 6

RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL 7 Enquadramento Económico e Financeiro 7

ACTIVIDADE COMERCIAL 12 Enquadramento Geral e Estratégia 12

Principais Acontecimentos em 2010 12

GESTÃO DE CARTEIRA DE OPERAÇÕES 13 Crédito 13 Depósitos 13 Produtos, Serviços e Canais 14 Presença Geográfica e Meios de Pagamento 14

RECURSOS HUMANOS 16 Estrutura Orgânica 16 Distribuição dos Activos 17 Perfil Etário e Habilitações 18 Política de Remunerações dos Órgãos Sociais 18 Formação 19

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 20

ORGANIZAÇÃO 22 Património e Obras 23

Conservação do Património 23 Equipamentos 23

GESTÃO DO RISCO 24

COMPLIANCE E GESTÃO DO RISCO 26

AUDITORIA INTERNA 27

RESULTADOS DA ACTIVIDADE 29 Depósitos 29 Crédito 30 Balanço 31 Conta de Exploração 33 Síntese 35 Proposta de Aplicação de Resultados do Exercício 36

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 37 Balanço em 31 de Dezembro de 2009 e 2010 38 Demonstração de Resultados dos Períodos Findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 39 Demonstração doRendimento Integral para o Período de 12 meses findo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 40 Demonstração de Fluxos de Caixa Periódicos Findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 41 Demonstração de Alterações no Capital Próprio dos Períodos findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 42

RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL 43

CERTIFICAÇÃO DE CONTAS 46

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31

DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 49

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 3

Órgãos sociais

A Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo

é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Angra do

Heroísmo, cuja Mesa Administrativa, composta por sete

elementos, é presidida pelo Senhor Provedor António da

Fonseca Marcos.

A gestão da Caixa está entregue a um Conselho de

Administração (CA), composto por três membros,

trienalmente eleitos pela Assembleia Geral.

Os Órgãos Sociais da Instituição são a Mesa da

Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e o Conselho de

Administração, cujas composições abaixo se indicam, para

o triénio 2008/2010:

MESA ASSEMBLEIA GERAL

João Maria Borges da Costa de Sousa Mendes

José Lima do Amaral Mendonça

Manuel Olim Perestrelo

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Carlos Manuel Brasil da Silva Raulino

José Mancebo Soares

Leonildo Garcia Vargas

CONSELHO FISCAL

Marco André Forjaz Rendeiro

José Humberto Farinha de Melo

Nuno Alberto Lopes Melo Alves

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 4

mensagem do presidente

Caros Irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo,

Vivemos nesta segunda década do século XXI

uma fase bastante atípica e prolongada de

instabilidade económica, financeira e social

resultante fundamentalmente do ajustamento nos

modelos de desenvolvimento escolhidos pelos

principais países responsáveis pelo crescimento

económico global, seja de forma individual ou

compartilhada em espaços de natureza

comunitária.

O registo histórico de taxas de crescimento do PIB

mundial na ordem dos 5% tende a ser tarefa de

difícil execução e só possível se imperarem, nas

decisões políticas, nacionais e internacionais,

estratégiasconcertadas objectivadas para a

produção e criação de emprego, norteadas por

princípios de razoabilidade e equilíbrio.

Os Estados Unidos da América, a União Europeia

e os BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China,

assegurando crescimentos positivos, embora de

forma desigual, conseguirammanter níveis

interessantes de actividade, suportando os efeitos

externos e relevando os seus factores de

competitividade. É facto que a dimensão é uma

grande vantagem, mas não é menos verdade que

o futuro passa sempre por um bom desenho

estratégico, independentemente das riquezas

naturais endógenas e do nível de qualificação das

populações.

O caminho da globalização percorrido em

processo acelerado de liberalização, sem

seracompanhado de um adequado quadro

regulamentar, motivou o descontrolo do mercado

financeiro e de capitais, colocando em evidência o

desajustamento entre poupança e concessão de

crédito, entre crédito concedido e cobertura de

garantias, o que, associado à criação de produtos

financeiros sofisticados, mal estruturados e muito

alavancados, tornou o sectorfinanceiro vulnerável

e com riscos acrescidos.

Naturalmente este ambiente favoreceu as

Instituições bem estruturadas, mas estimulou o

aparecimento ou incremento dos operadores

especulativos.

Foi neste contexto de difícil compreensão e

estimativa que Portugal sobreviveu envolvido

cumulativamente nos seus próprios problemas.

A vivência em contexto de PEC – Plano de

Estabilidade e Crescimento, objectivado para

reduções anuais progressivas e significativas do

défice das Contas Públicas, numa realidade de

endividamento consolidado bastante elevado,

condicionou sobremaneira a actividade bancária

em Portugal e implicitamente na Região Autónoma

dos Açores.

Níveis reduzidos de crescimento do PIB, com

tendência recessiva, desemprego a atingir valores

preocupantes, imposição fiscal progressiva e

endividamento desproporcionado do Estado, das

empresas, da banca e dos particulares, afectaram

os níveis de confiança, com efeito directo na

propensão para investir e consumir. A poupança

nacional manteve níveis inferiores à média

europeia.

Foi seguramente um dos anos mais difíceis para a

actividade bancária, obrigando a uma gestão

muito próxima do negócio.

As dificuldades de acesso ao financiamento

externo, aelevação do risco proveniente das

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 5

dificuldades económicas associadas às empresas

e particulares, as normas impostas de ajustamento

de capital social e as dificuldades de liquidez geral

dos mercados financeiros, obrigaram a banca

portuguesa a implementar políticas

contraccionistas de concessão de crédito e

motivaram uma nova forma de actuar na captação

de recursos, utilizando muitas vezes critérios

pouco prudenciais.

A nossa centenária Instituição, fruto de uma

estratégia persistente de conservadorismo, leu os

sinais do mercado e actuou no sentido de um

adequado ajustamento na remuneração dos

nossos depósitos e na execução de medidas

afinadas de controlo de crédito.

A proximidade com os clientes e a compreensão

das suas necessidades foi a principal alavanca do

nosso negócio.

Conseguimos manter uma carteira de depósitos

de cerca de 239 milhões de Euros, com um ligeiro

decréscimo anual de 2% e contraímos o crédito

concedido em 8,3%, em linha com o todo nacional.

Conforme se depreende a nossa gestão foi

norteada no sentido da solidez do Balanço,

mantendo-nos na actividade bancária pura, não

aplicando o seu excesso de liquidez em produtos

financeiros com sofisticação e risco, antes

privilegiando a segurança. A opção pela qualidade

do crédito e pela aplicação da liquidez sob a forma

de depósitos em instituições bancárias permitiu

uma rendibilidade interessante face à conjuntura e

a produção de um rácio de solvabilidade de 11,5%

(após distribuição dos resultados), que nos coloca

num patamar de conforto dentro da banca

portuguesa.

Elegemos a racionalidade como lema de 2010,

implementando medidas de controlo dos custos

operacionais e da contenção da massa salarial.

Desenvolvemos projectos na área da gestão

documental e do desenho de processos que

garantiram maior eficiência ao nível da qualidade

do serviço e da afectação de recursos humanos,

mantendo uma constante actualização de

conhecimentos através da execução do plano

anual de formação profissional.

Demos resposta eficaz às exigências da

supervisão prudencial e comportamental,

aperfeiçoando o controlo interno, a auditoria e o

compliance.

Em nosso entender cumprimos a nobre missão de

gerir os recursos financeiros colocados à nossa

confiança, financiámos a actividade económica

local nesta difícil conjuntura e valorizámos esta

instituição bancária, realizando um resultado

líquido de 1.036 milhões Euros, após deduzidas

todasas obrigações de provisionamento.

Privilegiámos um franco relacionamento com o

Banco de Portugal, Governo Regional dos Açores,

Entidades Públicas e Bancos operando no

mercado português com quem acompanhámos o

evoluir deste complicado ano económico.

O nosso sincero agradecimento aos Órgãos

Sociais, aos colaboradores e uma palavra muito

especial aos clientes, pela confiança demonstrada.

Continua presente e muito vivo o nosso objectivo

estratégico de crescermos de forma consolidada e

sustentada, já no próximo ano, e de obtermos o

estatuto de Instituição Regional.

Presidente do Conselho de Administração

________________________

Carlos Raulino

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 6

rede de balcões

Ilha Terceira – 5 Balcões

Rua Direita, 118

9700-066 Angra do Heroísmo

Rua da Sé, 13

9700- 191 Angra do Heroísmo

Rua Padre Rocha Sousa, 10 A

9760-509 Praia da Vitória

Rua de Santo António, 2

9700-587 São Mateus da Calheta

Caminho do Concelho, 137

9760-051 Biscoitos

São Jorge – 2 Balcões

Rua 25 de Abril

9850-032 Calheta

Rua Maestro Francisco Lacerda, 30

9800-551 Velas

Graciosa – 1 Balcão

Rua Dr. João de Deus Vieira

9880-379 Santa Cruz

Faial - 1 Balcão

Praça da República

9900-099 Horta

Pico – 1 Balcão

Rua Visconde Leite Perry

9950-341 Madalena

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 7

relacionamento institucional

ENQUADRAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO

A crise financeira que emergiu a nível

internacional em 2007 veio tornar mais visível

um conjunto de desequilíbrios significativos, quer

à escala global quer a nível nacional.

De facto, a dimensão e o carácter recorrente que

a presente crise tem assumido deriva, em

alguma medida, do facto de a mesma ocorrer

após um período muito longo de condições

particularmente favoráveis nos mercados

financeiros internacionais, em que as crises que

entretanto foram surgindo (como a do default da

Rússia, da bolha tecnológica ou a derivada do 11

de Setembro) foram sendo resolvidas, criando

uma falsa ilusão de resistência a choques e, de

uma forma geral, de eficiência dos mercados

financeiros. Neste contexto, avolumaram-se

situações de assimetria de informação sobre a

distribuição dos riscos à escala global, conforme

o desenrolar da crise tem vindo a revelar.

Não obstante o carácter global da crise

financeira, o seu impacto sobre os diferentes

países e blocos económicos não foi homogéneo,

em termos de intensidade e persistência. Tal

facto derivou de diferentes situações de partida,

tanto em termos do sistema financeiro e da

posição financeira dos agentes económicos

como do enquadramento normativo das relações

entre os mesmos. Adicionalmente, terá também

derivado das diferentes respostas das

autoridades, dentro de um quadro, também

diferenciado, de instrumentos e políticas

disponíveis, e do potencial de crescimento

sustentado de cada economia. Porém, de forma

particularmente visível em 2010, essas respostas

tornaram-se em si mesmas parte do problema

num grupo de países da área do euro, com a

crise da dívida soberana a elevar com

preocupantes questões de liquidez e de

solvabilidade dos respectivos sectores públicos.

Esta deslocação do foco de instabilidade, com

significativos reflexos nas condições de

financiamento dos sistemas bancários nos

mercados internacionais, em termos de preços e

de quantidades, tem contribuído para que as

fragilidades intrínsecas dessas economias

acentuem os efeitos da crise sobre os restantes

sectores económicos.

No primeiro semestre de 2010 manteve-se a

recuperação, iniciada em meados de 2009, da

profunda recessão económica que foi

desencadeada pela crise financeira

internacional. Globalmente em linha com o

previsto, esta recuperação foi, no entanto,

bastante heterogénea em termos regionais, com

as economias emergentes a exibir considerável

dinamismo, enquanto num número significativo

de economias avançadas a recuperação denotou

um ritmo claramente mais reduzido, refletindoem

larga medida a dinâmica da componente

externa. Acresce que, em particular para estas

últimas economias, subsiste considerável

incerteza acerca da sustentabilidade dessa

recuperação. De facto, o crescimento da

actividade económica beneficiou da adopção de

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 8

fortes estímulos de política monetária e

orçamental desde o início da crise, surgindo os

mesmos agora condicionados pela necessidade

de ajustamento dos sistemas financeiros e dos

balanços dos agentes económicos, públicos e

privados. A fragilidade da trajectória da

recuperação nas economias avançadas tenderá

a repercutir-se nas economias de mercado

emergentes, dadas as intensas ligações reais e

financeiras existentes. Apesar da recuperação a

nível global, não se verificou, de forma

generalizada, uma diminuição evidente do

desemprego, em alguma medida reflectindo os

desfasamentos com a actividade económica,

mantendo-se assim níveis que configuram um

importante desafio económico e social, em

particular em algumas economias avançadas.

Nos EUA, o desemprego manteve-se nos 9,4%,

enquanto a média da zona euro terá ficado pelos

10%.

Realce-se que os riscos associados aos

desequilíbrios financeiros a nível global não

terão registado uma diminuição sensível face

aos observados antes da erupção da crise

financeira, na medida em que não se observou,

de forma clara, um ajustamento estrutural entre

rendimento e despesa. Assim, os desequilíbrios

que existiam nas grandes economias e entre

blocos económicos mantiveram-se globalmente

inalterados, tendo-se mesmo acentuado em

alguns casos. De facto, os fluxos de capitais com

origem nas economias de mercado emergentes

mantêm-se significativos, na linha do observado

desde 2009, apesar da quebra na primeira

metade de 2010 na sequência da turbulência nos

mercados de dívida soberana da área do euro.

Apesar de algum aumento na taxa de poupança

das famílias nos EUA, existe o risco de que esta

retome níveis semelhantes aos observados

antes da crise financeira, na medida em que a

situação nos mercados de habitação e

financeiros estabilize e a confiança dos

consumidores aumente. Em contraste, as

economias asiáticas parecem manter uma taxa

de poupança estruturalmente elevada.

O crescimento económico registou uma

recuperação acentuada nos EUA (2,8%), embora

evidenciando alguns sinais claros de

desaceleração. A actividade económica foi

sustentada pela procura interna, continuando as

exportações líquidas a apresentar um contributo

negativo. De facto, o desequilíbrio das contas

externas dos EUA acentuou-se no primeiro

semestre de 2010, sugerindo que a correcção

ligeira observada nos trimestres anteriores tenha

tido uma natureza essencialmente conjuntural,

reflectindo o abrandamento da actividade

económica. As contas públicas mantiveram um

défice muito elevado, estimando-se para 2010

um valor superior a 9 por cento do PIB e, para a

próxima década um aumento significativo da

dívida pública (de cerca de 53 por cento em

2009 para aproximadamente 70 por cento em

2020). Não obstante a dívida americana manter

ainda o seu estatuto de activo de refúgio, não

será de excluir que, num contexto de maior

incerteza, possa assistir-se a aumentos nas

taxas de rendibilidade exigidas pelos

investidores para deter dívida dos EUA. Tal

evolução poderia contagiar os mercados

financeiros a nível global, aumentando o custo

do financiamento por prazos mais longos e

originando significativas perdas de valor nas

carteiras de títulos de dívida a taxa fixa.

Na área do euro, a recuperação registada desde

o terceiro trimestre de 2009 foi irregular e o

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 9

crescimento da actividade económica reflectiu

em larga medida a dinâmica da componente

externa devendo situar-se nos 1,5%. O consumo

privado cresceu moderadamente em 2010, num

quadro em que os mercados de trabalho ainda

não evidenciaram uma recuperação significativa

e as taxas de poupança se mantêm nos níveis

mais elevados da última década. Apesar da

recuperação do investimento no segundo

trimestre de 2010 e da melhoria registada na

confiança dos agentes económicos, que poderá

indiciar alguma sustentação da recuperação, as

perspectivas de crescimento no futuro próximo

permanecem rodeadas de considerável

incerteza, com o balanço de riscos a manter-se

negativo.

Realce-se que a evolução da actividade

económica na área do euro não foi homogénea

entre os países e a recuperação deve continuar

diferenciada.

O surgimento da crise, primeiro financeira depois

também económica, veio evidenciar um conjunto

de desequilíbrios latentes em algumas

economias da área do euro, tendo-se observado

sucessivamente uma diferenciação do risco do

sector privado e do sector público. Esses

desequilíbrios compreenderam, por um lado,

situações de valorização excessiva nos

mercados de alguns activos (nomeadamente nos

mercados imobiliários, à semelhança do

observado nos EUA) e, por outro, embora de

forma não necessariamente exclusiva, a

inexistência de uma efectiva consolidação das

finanças públicas em alguns países e, de uma

forma mais geral, a insuficiência da poupança

interna. A crise que eclodiu em meados de 2007,

e que veio alterar de forma radical, o contexto

em que os agentes económicos satisfazem as

suas necessidades de financiamento, fez

emergir aquelas vulnerabilidades e tornar mais

urgente a sua correcção. A situação nos

mercados de activos continuará a constituir uma

restrição à recuperação da actividade

económica. De facto, apesar da recuperação dos

mercados accionistas em 2009, num contexto de

elevada volatilidade, os índices relativos à área

do euro continuavam a situar-se em 2010 em

cerca de 40 por cento abaixo dos máximos

verificados antes do eclodir da crise financeira.

Conforme já referido, a crise financeira veio

também tornar evidentes problemas de finanças

públicas em alguns países da área do euro.

O impacto orçamental da crise financeira e

económica e o desafio associado à sua

resolução têm-se revelado de dimensão

significativa, obrigando à adopção de medidas

substanciais, quer do lado da despesa, quer

através do aumento da carga fiscal, com os

inevitáveis custos económicos, sociais e políticos

no curto/médio prazo. A magnitude destes

custos, em termos de intensidade e duração, tem

potencialmente associados significativos riscos

quanto à sua prossecução.

Iniciada no final de 2009, a situação intensificou-

se no final de Abril de 2010, na sequência das

revisões em baixa da notação de crédito da

dívida pública grega e do contágio a outros

países europeus com elevados défices

orçamentais e fragilidades estruturais, em

particular Portugal, Irlanda e Espanha. Estes

países foram sujeitos a algumas revisões em

baixa das respectivas notações de crédito, o que

terá contribuído para o aumento da volatilidade

nos mercados financeiros internacionais. A

confiança dos investidores terá também sido

afectada pela incerteza quanto à recuperação

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 10

económica, nomeadamente quanto ao impacto

de factores temporários. Neste contexto, os

diferenciais das taxas de juro da dívida pública

dos países da área do euro face à Alemanha

alargaram-se e atingiram máximos desde o início

da fase III da União Económica e Monetária

(UEM). Até ao início de Maio de 2010, observou-

se um significativo aumento destes diferenciais e

o mercado de dívida soberana apresentou uma

elevada volatilidade, numa situação de

sucessivas revisões em alta do risco soberano e

de incerteza quanto à resposta das autoridades.

Neste quadro, as autoridades anunciaram várias

medidas, entre as quais planos de consolidação

orçamental por parte dos governos dos países

mais afectados e, no início de Maio, um plano

conjunto da União Europeia e do FMI de apoio à

Grécia. Paralelamente, o BCE anunciou medidas

visando restaurar a liquidez e a profundidade nos

segmentos de mercado disfuncionais, de forma a

repor o normal funcionamento do mecanismo de

transmissão da política monetária. As

perturbações nos mercados de dívida soberana

geram externalidades negativas sobre outros

sectores. No caso do sector bancário, tal ocorre

por vários canais. Em primeiro lugar, os bancos

constituem um dos principais investidores em

dívida pública, o que significa que quedas nos

preços e aumento da volatilidade, tanto na

carteira de dívida pública como na de dívida

privada, de emitentes financeiros e não

financeiros, geram perdas potenciais nas

carteiras de títulos dos bancos. Em segundo

lugar, o custo de financiamento dos bancos,

nomeadamente do financiamento obtido nos

mercados internacionais de financiamento por

grosso, tende a manter uma significativa

correlação com o custo de financiamento do

sector público, podendo inclusivamente traduzir-

se em restrições quantitativas no acesso a estes

mercados. Em terceiro lugar, o valor do colateral

e das garantias do Estado diminuem com o

aumento do risco soberano. Adicionalmente,

existe também um efeito indirecto da actuação

do Estado sobre a economia, que afecta a

situação dos bancos por via do aumento da

materialização do risco de crédito e do risco de

mercado.

Neste quadro, o financiamento tornou-se mais

difícil de obter para um conjunto significativo de

agentes. Essa maior dificuldade traduziu-se

numa penalização acrescida do risco de crédito

e de liquidez, reflectida num aumento dos

prémios de risco e mesmo, em algumas

situações, em restrições quantitativas. Esta

situação assume particular gravidade, dado o

significativo aumento das necessidades de

financiamento (e de refinanciamento) dos

sectores públicos em vários países. Nestes

termos, a par de uma diminuição da liquidez nos

mercados financeiros internacionais, tem-se

assistido a um acréscimo de procura, o que

propicia uma maior discriminação de preço entre

os mutuários e mesmo restrições quantitativas

para os que forem classificados como de maior

risco.

A situação portuguesa

Em 2010, o PIB cresceu 1,4%, o desemprego

atingiu 11,2% e a inflação ficou-se pelos 1,4%,

ligeiramente abaixo da zona euro (1,6%).Neste

quadro de análise, a situação portuguesa

afigura-se como difícil, dadas asvulnerabilidades

estruturais específicas. Em termos latos, existe

um conjunto de dimensões em que a economia

portuguesa revela as suas fragilidades. Em

particular, destacam-se o avolumar do

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 11

endividamento, público e privado, conforme

reflectido nos persistentes e significativos défices

externos e, consequentemente, na evolução da

posição de investimento internacional, assim

como a reduzida taxa de crescimento económico

tendencial na última década. Estas fragilidades

já eram observadas antes da eclosão da crise

financeira internacional. No entanto, assumiram

uma importância acrescida no contexto de

avaliação do risco soberano nos mercados

internacionais de dívida.

O elevado défice externo da economia

portuguesa mantém-se num quadro de taxas de

poupança e de investimento que se situam em

mínimos históricos. Assim, o ajustamento deverá

ser baseado numa redução da despesa, que

permita uma recuperação da taxa de poupança e

uma diminuição da alavancagem excessiva em

que se encontram muitos agentes económicos.

Atendendo às externalidades geradas sobre os

restantes sectores económicos residentes, o

aumento da poupança do sector público constitui

uma prioridade, não obstante o inevitável

impacto contraccionista sobre a economia no

curto/médio prazo.

A situação dos bancos portugueses é agravada

pelas fragilidades específicas da economia

portuguesa, cujo carácter estrutural torna mais

difícil a sua superação, em termos de

intensidade e/ou duração. Neste contexto, a

avaliação externa dos bancos portugueses tem

sido muito penalizada pela evolução do risco

soberano do Estado português. Tal tem sido

ilustrado pelas reduções nas notações de rating

dos principais bancos portugueses, em linha com

o sucedido com o rating da República, e pelas

dificuldades na obtenção de recursos nos

mercados financeiros internacionais. Essas

dificuldades têm-se traduzido em custos

elevados, em maturidades reduzidas e mesmo

no surgimento de restrições quantitativas em

alguns segmentos e junto de contrapartes

habituais. Neste quadro, observou-se um recurso

acrescido ao financiamento junto do

Eurosistema. Deste modo, as medidas de

política não convencional do BCE têm sido

decisivas para garantir o financiamento da

economia portuguesa, tendo permitido conter,

em escala significativa, a repercussão das

dificuldades de financiamento dos bancos aos

seus clientes, assistindo-se mesmo a uma

expansão moderada do crédito ao financiamento

da economia.

Contudo, o ajustamento orçamental iniciado em

2010 continuará nos próximos anos, afectando

assim inevitavelmente o crescimento económico.

Para já, 2010 terminou com o crescimento acima

da expectativa, veremos o que vai acontecer em

2011, onde, provavelmente, se assistirá a uma

queda do produto, confirmando assim, a

tendência recessiva pré-anunciada pelas

autoridades monetárias nacionais e

internacionais. Há que conter o endividamento e

reconquistar a confiança dos mercados.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 12

actividade comercial

ENQUADRAMENTO GERAL E ESTRATÉGIA

Nos últimos anos observou-se um

comportamento muito volátil nos mercados

financeiros. Se em 2008, as quedas das Bolsas

foram uma característica do mercado, no ano

seguinte recuperaram bastante terreno. Em

2010, as atenções centraram-se sobretudo nos

mercados das divisas e em torno da crise da

dívida soberana. Esta conjuntura marca a subida

gradual da Euribor, como se pode verificar no

quadro abaixo:

Evolução da Euribor a 6 meses - 2010

Com a actual inovação tecnológica na sociedade

e nos negócios, desenvolveram-se novas formas

de comunicação e relacionamento com os

clientes. A CEMAH, uma Instituição centenária,

deseja acompanhar a evolução tecnológica e

adaptar-se a esta nova realidade empresarial.

Neste âmbito, é incontornável o papel dos novos

sistemas de informação na relação com os

consumidores, dando assim respostas aos novos

hábitos e necessidades de interacção.

Neste sentido, as principais linhas estratégicas

da CEMAH passaram pelo desenvolvimento de

ferramentas e canais de comunicação, que

alavancassem a relação comercial com os

clientes, indo de encontro às suas necessidades

e desejos.

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS EM 2010

A CEMAH continuou o seu forte relacionamento

com o Governo da Região Autónoma dos

Açores, assinando 2 Protocolos

designadamente, Aditamento à Linha de Crédito

Açores Investe e Linha de Crédito Açores

Empresas II, proporcionando, deste modo, às

empresas regionais a libertação de fundos para

reforçar a sua solidez económico-financeira.

Sendo que, relativamente aos Protocolos

assinados em 2009, a CEMAH continuou a

financiar empresas e empresários em nome

individual, nomeadamente empresários

agrícolas, no âmbito dos referidos Protocolos.

Constituindo o desenvolvimento tecnológico não

só um desafio, como uma exigência do sector,

em termos de relacionamento com o cliente,

foram criados Novos Canais Electrónicos, o site

institucional e a plataforma de Banca Online –

NetCEM.

Procedeu-se à remodelação do Balcão da

Calheta, na Ilha de São Jorge, num reforço da

imagem da Instituição, melhorando o espaço

0,977% 0,952% 1,012% 1,137%

1,251%

Jan Mar Jun Set Dez

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 13

físico, o que proporciona um maior conforto no

atendimento aos clientes.

Como aconteceu anteriormente, a gestão dos

patrocínios, apoios e publicidade da Caixa

Económica da Misericórdia foram direccionados

de forma criteriosa e distinta, através de uma

análise precisa de cada proposta e o seu retorno

para a imagem da Instituição, destacando-se os

apoios às Sanjoaninas e Festas da Praia da

Vitória.

gestão de carteira e operações

CRÉDITO

Apesar da instabilidade dos mercados

económico financeiros, na CEMAH, a carteira de

crédito concedido (não representado por valores

mobiliários)assinalou um decréscimo de apenas

1,42%, atingindo os 131.495 milhares de Euros

no final de 2010, como resultado de um ligeiro

aumento do crédito vincendo e de uma

recuperação acentuada do crédito vencido (que

decresceu cerca de 30%). O rácio de

transformação de depósitos em crédito fixou-se

nos 55%.

Privilegiou-se a transformação do crédito

concedido sob a forma de descoberto autorizado

em crédito estruturado, desenvolvendo-se uma

política restritiva de concessão deste produto

com medidas de acompanhamento e análise

criteriosa.

O sucesso deste conjunto de medidas foi

potenciado pela flexibilidade organizativa, o

trabalho de equipa e a rigorosa administração de

riscos pela CEMAH.

No âmbito da gestão do risco de crédito e das

provisões associadas, foi dada continuidade ao

relevante trabalho do Gabinete de Recuperação

de Crédito, determinante na mitigação da

percentagem deteriorada da carteira de crédito,

tendo também sido concentrados esforços no

sentido da contínua actualização das avaliações

dos colaterais reais de crédito, que para além do

impacto substancial no consumo dos fundos

próprios, permitem-nos ter sempre em

consideração os valores reais dos imóveis que

servem de garantias às operações de crédito

activas.

DEPÓSITOS

Em 31 de Dezembro de 2010, os recursos

captados ascenderam a 239.132 milhares de

Euros (244.142 milhares de Euros no final de

2009), assistindo-se, tal como em 2009, a uma

absorção da variação negativa ao nível dos

depósitos à vista e poupança pela evolução

favorável das aplicações a prazo.

Procurando reduzir a exposição da Instituição

face à actual volatilidade do mercado financeiro

e salvaguardar a taxa de intermediação

financeira, foi levada a cabo uma ponderada e

rigorosa gestão das taxas passivas, suportada

por revisões, em baixa e periódicas, do preçário,

conservadoras relativamente ao praticado pelo

restante sector.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 14

PRODUTOS, SERVIÇOS E CANAIS

Ao longo do ano de 2010, a Caixa Económica da

Misericórdia desenvolveu a sua actividade

comercial pautada pela prudência e constante

observação do mercado. O resultado deste

acompanhamento traduziu-se numa revisão do

preçário em diversos momentos do ano,

adequando os nossos produtos aos praticados

pela concorrência, de acordo com os objectivos

da área comercial.

O serviço de prospecção, conhecido também por

Caixas Móveis, foi reestruturado após uma

análise profunda das rotas utilizadas e

rentabilidade do serviço prestado. Esta

reorganização permitiu reduzir os custos da

operação, bem como optimizar o transporte de

valores.

Com vista à satisfação do cliente, assumida

como um dos objectivos que orientam a

actividade da Caixa Económica da Misericórdia

e, enquadrando-se no programa de inovação

tecnológica em curso, foi criada e disponibilizada

a Banca Online – netCEM.

Este novo canal permitiu à Caixa Económica da

Misericórdia estar mais perto dos seus clientes e,

no conforto das suas casas ou locais de

trabalho, poderem efectuar várias operações

sobre as suas contas bancárias, obter

informações sobre as suas contas à ordem e

efectuar transferências interbancárias.

Toda esta informação foi criada a pensar no

perfil dos diversos clientes, utilizando uma

linguagem simples, rápida e intuitiva. Para apoio

técnico à utilização desta nova ferramenta, foi

disponibilizado uma Linha de Apoio aos Clientes

(nºazul 808), onde podem tirar todas as dúvidas

de adesão e uso deste novo canal.

Em conjunto com o lançamento do netCEM,

destacou-se também a reformulação do site da

CEMAH decorrente da necessidade de

modernização, tornando-se mais claro e

acessível a todos os possíveis interessados,

nomeadamente: clientes particulares, empresas,

jornalistas e outras instituições que necessitem

de informações sobre a Instituição. Tratou-se de

um projecto fundamental para a área comercial,

potencializando a criação de novos produtos e

serviços.

PRESENÇA GEOGRÁFICA E MEIOS DE

PAGAMENTO

Aprofundou-se a parceria estratégica com a

SIBS e UNICRE para a continuidade e

disponibilização dos serviços nas Caixas

Multibanco, Terminais de Pagamento Automático

e Cartões de Débito e Crédito.

No ano de 2010, deu-se continuidade à gestão

mais activa e permanente da rentabilidade das

Caixas Automáticas Multibanco, instalando mais

uma Caixa Multibanco na Ilha de São Jorge,

totalizando um parque de 40 equipamentos no

Grupo Central, equivalente a 24% de quota de

mercado. No seguimento do desenvolvimento

contínuo da imagem externa da Instituição,

foram instalados novos letreiros para as Caixas

Multibanco, identificando a Instituição,

proprietária dos equipamentos.

Os contratos de Terminais de Pagamento

Automático totalizaram 129. Sentiu-se uma

elevada concorrência neste sector, reduzindo

cerca de 14% no número de equipamentos

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 15

instalados pela Redunicre com a CEMAH como

banco de apoio.

Um factor importante a destacar em 2010, foi o

crescimento no número de cartões de Débito

Visa electron activos, registando-se um aumento

de 13% no número deste meio de pagamento, o

que revelou uma maior movimentação bancária

por parte dos clientes da CEMAH.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 16

recursos humanos

ESTRUTURA ORGÂNICA

Durante o ano de 2010 procedeu-se a um

ajustamento do organigrama funcional da

Instituição tendo em conta a necessidade de

conferir-lhe melhor operacionalidade e

interligação. Assim foram autonomizadas as

funções do Gabinete Jurídico, Recursos

Humanos e Unidade de Risco, sob a

dependência da Direcção Geral e ficando a

Auditoria Interna e o Compliance e Risco

comrelacionamento directo ao Conselho de

Administração.

As direcções passaram a estar distribuídas por

quatro áreas nucleares – Comercial, Financeira,

Sistemas de Informação e Organização.

Este novo modelo ficou também melhor

adequado às orientações expressas no Comité

de Basileia.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 17

DISTRIBUIÇÃO DOS ACTIVOS

QuadroGeral dos Recursos Humanos

No final de Dezembro de 2010, a CEMAH

contava com um total de 88 colaboradores

activos, tendo acrescido 3 unidades com

competências técnicas, considerando a

necessidade de dar resposta às necessidades

impostas pelo Regulador e à complexidade que

a actividade bancária actual exige.

A aposta na valorização, motivação de

colaboradores qualificados e na selecção de

perfis de competência alinhados com

osobjectivos estratégicos da Instituição,

manteve-se como linha orientadora, dando-se

seguimento à promoção da adequação dos

colaboradores à filosofia implementada de

“gestão por processos”, proporcionando

condições para o preenchimento das novas

funções e, eventual promoção.

Evolução do número de activos

Em 2010, as admissões foram justificadas pelas

necessidades sentidas a nível dos

Departamentos Comercial, de Sistemas de

Informação e de Organização.

Distribuição dosactivos pelos os balcões e serviços

BALCÕES/SERVIÇOS Homens Mulheres Total

Angra do Heroísmo 11 6 17

Calheta 5 0 5

Horta 5 1 6

Praia da Vitória 7 0 7

Graciosa 4* 1 5

Velas 5 0 5

São Mateus 5* 0 5

Biscoitos 2 0 2

Madalena 5** 1 6

Serviços Centrais 18 12*** 30

Total 67 21 88

*Inclui 1 deputado eleito em 11/2004, para a Assembleia Legislativa Regional

**Inclui 1 requisitado desde 7/2002, pelo Governo Regional *** Inclui 1 licença sem vencimento desde 02.2009

A distribuição dos recursos humanos,pelas áreas

funcionais, manteve-se dentro do critério de

adequabilidade do número de colaboradores

face às necessidades sentidas, em cada balcão

e serviço, considerando a optimização do seu

desempenho através da centralização da maioria

dos serviços administrativos e do recurso às

melhores práticas de gestão de processos e de

utilização das tecnologias de informação.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

64 65 65 65 66 67

14 14 14 16 19 21

78 79 79 81 85 88

Total

Mulheres

Homens

PESSOAL Homens Mulheres Total

Activos 67 21 88

Reformados 26 1 27

Pensionistas 2 15 17

Total 95 37 132

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 18

PERFIL ETÁRIO E HABILITAÇÕES

Perfil etário dos colaboradores

Em termos etários, manteve-se uma

predominância de homens com idades

compreendidas entre os 50 e 54 anos e das

mulheres entre os 35 e 39 anos, sendo que, em

termos de média global de idades, a dos homens

foi de 44 e a das mulheres 36, encontrando-se a

média nos 43 anos.

Distribuição do número de colaboradores por faixa etária

Habilitações literárias

Apesar do número crescente de colaboradores

licenciados, 20 num total de 88, representando

22,7%, o peso de colaboradores com ensino

secundário ainda é predominante (44,3%).

POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES DOS

ORGÃOS SOCIAIS

A remuneração do Conselho de Administração

da CEMAH é definida segundo os art.º 9º e 30º,

(alínea d) dos seus Estatutos, na reunião

conjunta do Conselho de Administração,

Conselho Fiscal e Representante da Mesa

Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de

Angra do Heroísmo.

Os membros do Conselho Fiscal têm uma

remuneração sob a forma de senhas de

presença (art.º 13º dos estatutos).

Os valores aprovados para 2010 foram, para

cada membro do Conselho de Administração, de

2.858,65€ brutos mensais, correspondendo a

40.021,10€ anuais e do Conselho Fiscal de uma

senha de presença, por membro, de 199,52€

mensais correspondendo a 2.394,24€ anuais,

não existindo em qualquer um dos órgãos

remuneração variável.

até 29 anos;

12; 14%

de 30 a 39

anos; 25; …

de 40-49

anos; 16; …

Mais de 50 anos; 35; …

ESTRUTURA

ETÁRIA

Homens Mulheres Total

18-24 1 1 2

25-29 6 4 10

30-34 7 4 11

35-39 7 7 14

40-44 5 2 7

45-49 8 1 9

50-54 19 2 21

55-59 8 0 8

60-64 6 0 6

65 1 0 1

Total 67 21 88

HABILITAÇÕES

ACADÉMICAS

Homens Mulheres Total

Licenciatura 7 13 20

Bacharelato 1 1 2

Ensino

Secundário

35 4 39

Ensino Técnico 3 0 3

3º Ciclo do

Ensino Básico

14 1 15

2º Ciclo do

Ensino Básico

3 1 4

1º Ciclo do

Ensino Básico

4 1 5

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 19

FORMAÇÃO

O Plano de Formação para 2010 foi elaborado

com base nas necessidades individuais dos

colaboradores e nas necessidades, legais e

estratégicas, da CEMAH.

Foram ministradas um total de 914 horas de

formação (interna e externa), abrangendo

49colaboradores (55,7% do universo CEMAH). O

investimento global em formação ascendeu

assim, a cerca de 22.739,92 euros.

A formação interna foi realizada pelo Gabinete

de Recursos Humanos, perfazendo um total de

20 horas de formação, correspondendo à

formação inicial recebida pelas novas

admissões.

Em relação à formação externa, a CEMAH

recorreu a um leque variado de entidades

formadoras, sendo de realçar a importância do

Banco de Portugal e do Instituto de Formação

Bancária, no desenvolvimento das formações de

carácter obrigatório, Anti-

MoneyLaundering&Counter-TerrorismFinancing

(Branqueamento de Capitais) e Conhecimento

da Nota de Euro.

Formações Externas:

DESIGNAÇÃO DA FORMAÇÃO ENTIDADE FORMADORA Nº DE

HORAS

Nº DE

PARTICIPANTES

Conhecimento da Nota de Euro Banco de Portugal 8 2

Anti-Money Laundering & Counter-Terrorism

Financing

Instituto de Formação Bancária 238 34

Extracção de Dados IOS 196 2

CCNA Exploration CISCO 320 1

A Actividade das Comissões de Acompanhamento

dos Fundos de Pensões

Instituto de Seguros de Portugal 7 1

Higiene e Segurança no Trabalho Câmara do Comércio de Angra do

Heroísmo 30 1

Fiscalidade na Empresa Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo

30 1

Controlo Interno e Auditoria Interna PricewaterhouseCoopers 14 1

Introdução à Folha de Cálculo e à Apresentação

Digital de Projectos

Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo

30 1

Transferência a Crédito SEPA SIBS 7 1

Gestão e Recuperação de Crédito Instituto de Formação Bancária 14 1

Total 894 46

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 20

sistemas de informação

A Direcção de Sistemas de Informação

desenvolveu uma série de actividades, em 2010,

com vista a prosseguir os objectivos estratégicos

da CEMAH e a aumentar os níveis de

desempenho dos seus colaboradores e,

consequentemente, os serviços prestados aos

clientes, destacando as seguintes:

Segurança – contratação de serviços de

monitorização e detecção de

vulnerabilidades nos sistemas informáticos

para ajudar a prevenir e a minimizar os

perigos de eventuais intrusões e ataques à

rede informática da CEMAH;

e-Banking – sendo este um dos canais

preferenciais de comunicação dos clientes

com os bancos, revestiu-se de enorme

importância para a CEMAH a

disponibilização das operações bancárias, a

clientes particulares e a empresas, no canal

netCEM, através de uma solução de banca

electrónica moderna, funcional e segura;

Host-to-Host – foi adjudicado e iniciado, na

SIBS,o projecto de alargamento das

operações típicas do Multibanco ao canal de

e-banking, nomeadamente o Pagamento de

Serviços.

Gestão Documental e Workflow – foi

implementada a primeira fase do projecto de

Gestão Documental que visa o tratamento

adequado e atempado da documentação

que circula na Instituição eliminando a

dependência do papel e permitindo o arquivo

digital de documentos críticos para a

actividade da CEMAH;

BusinessIntelligence - é fundamental que a

CEMAH disponha de informação comercial e

de gestão em tempo útil para a tomada de

decisões, a nível da Administração e a nível

das Direcções, ficando capacitada para

desenvolver acções de marketing ede

estratégia de uma forma muito mais célere.

Foram consultadas algumas Empresas e

analisadas algumas soluções sobre esta

matéria, as quais se encontram em estudo;

Infra-estrutura de Balcão – procedeu-se à

adjudicação do equipamento a substituir nos

balcões, nomeadamente computadores,

impressoras, multifunções e leitores de

cartão do cidadão, o que permitirá reduções

nos custos operacionais e de manutenção e

o aumento da produtividade dos

colaboradores;

DisasterRecovery – foram analisadas

propostas de diversos fornecedores para

criação de umsite alternativo com vista a

albergar os sistemas críticos da CEMAH

abrangidos pelo Plano de Contingência e de

Recuperação em caso de desastre. Estando

a implementação do plano a decorrer;

SEPA DD e SEPA CT - a adesão à SEPA

(Single Euro PaymentsArea) veio permitir o

alargamento,ao espaço europeu, dos

serviços prestados pela CEMAH aos seus

clientes nas vertentes de Débitos Directos e

Transferências e a conformidade com as

normas europeias sobre matéria de

Sistemas e Meios de Pagamento;

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 21

Balcão de Ponta Delgada – preparação da

infra-estrutura necessária à abertura do novo

balcão em Ponta Delgada;

Core Business – face às limitações do actual

sistema, a diferentes níveis, a DSI

prosseguiu na análise e prospecção de

soluções de mercado que visassem

minimizar o impacto financeiro, técnico e de

aceitação da implementação de um sistema

de CORE, na CEMAH, concentrando-se no

estudo de soluções de mercado mais

vocacionadas e alinhadas com a realidade

actual do mercado bancário e com os

constrangimentos de negócio e de

conformidade da CEMAH.

Para além das actividades referidas, a DSI

desenvolveu e concentrou grande parte da

sua actividade em projectos de melhoria dos

seus sistemas aplicacionais por forma a dar

resposta às instruções do Banco de

Portugal, a nível de Compliance, de

transparência e de defesa do cliente

bancário, e em alinhar-se com os objectivos

comerciais da CEMAH permitindo a sua

concretização.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 22

organização

A DO (Direcção de Organização) sofreu

alterações na sua estrutura no decorrer do ano

2010, integrando, devido à dissolução da

Direcção Administrativa e do Departamento de

Logística. Assim o seu âmbito de actuação

passou a incidir em duas vertentes distintas,

Qualidade e Logística, pressupondo, ainda, a

permanente componente de Gestão de Projectos

transversais à Instituição.

Resumem-se, seguidamente, as actividades da

Direcção Organização em 2010, nas áreas

consideradas mais relevantes para os processos

da CEMAH:

Foi iniciado e implementado em 2010, o projecto

de “Emissão de Extractos Digitais” que passou,

desde a planificação à sua execução, por

alterações à Aplicação Bancária, por uma vasta

campanha publicitária de motivação e por uma

gestão de controlo, sendo o seu objectivo uma

redução nos custos de consumíveis e a

libertação de mão-de-obra para tarefas de outra

índole.

Outro projecto de grande dimensão iniciado em

2010, foi a implementação de uma aplicação de

Gestão Documental que, no decorrer do ano,

passou pelo diagnóstico da situação existente,

levantamento de requisitos e concepção da

solução ideal, sendo a sua implementação

efectiva perspectivada para o primeiro trimestre

de 2011.

Os objectivos da solução foram de cariz

estruturante, na medida em que consideraram,

não só o aumento da eficácia operacional e da

qualidade dos serviços e a normalização e

harmonização de normas e procedimentos,

como também, a própria reestruturação interna

de processos, tendo em conta a sua optimização

e minimização de riscos. Assim sendo, o âmbito

do projecto alargou-se para além do arquivo

digital (correspondência, assinaturas de clientes

e documentos contabilísticos) para a realização

workflows dos processos de “abertura de conta”,

“gestão de crédito” e “gestão do contencioso”,

onde se acautelou o cumprimento de todos os

passos necessários de uma forma automática e

controlada, garantindo a obrigatoriedade da

documentação considerada relevante.

No que se refere ao Ambiente de Controlo, que

se reveste de grande importância para a

Direcção de Organização, na medida em que

reflecte a atitude e os actos da instituição

perante o controlo interno, teve-se em especial

atenção:

- Relatório anual sobre a adequabilidade do

Sistema de Controlo Interno: à semelhança dos

anos anteriores, este relatório foi entregue ao

Banco de Portugal, na data e nos moldes

estabelecidos, tendo-se o cuidado, no decorrer

do ano, de desenvolver esforços no sentido de

implementar as medidas correctivas aí

constantes, promovendo-se reuniões periódicas

de controlo com os responsáveis das

deficiências reportadas;

- Estrutura organizacional: alterou-se a

estrutura, no sentido de a manter adequada à

dimensão e realidade da CEMAH;

-Plano de Contingências: foram implementadas

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 23

as fases de análise, estratégia, desenho e

implementação (implementação das acções de

operacionalização da estratégia de continuidade

e desenvolvimento e implementação da

ferramenta de monitorização de activos e

passivos - ALM), ficando a última etapa e as

fases de comunicação e testes para 2011.

- Compliance: continuou a assegurar-se a

devida divulgação dos normativos legais

aplicáveis à CEMAH pelos responsáveis e a

controlar a sua execução dentro dos prazos

previstos.

Na Qualidade, iniciou-se a planificação do

projecto (a decorrer em 2011) da revisão geral

de toda a documentação do modelo

organizacional com objectivo de proceder a

eventuais actualizações e analisar e implementar

as melhorias propostas e/ou detectadas. Foram

delineados objectivos, estabelecidas datas de

implementação e imputada a afectação de

recursos.

PATRIMÓNIO E OBRAS

No último semestre procedeu-se, ao início da

informatização dos processos de imóveis

recebidos em reembolso de crédito próprio,

nomeadamente nas seguintes vertentes:

- Processos Individuais: criou-se um cadastro

digital para cada imóvel com as informações

consideradas pertinentes e com os respectivos

documentos base associados, o que permitiu

uma pesquisa rápida de documentos e imagens

relacionadas com cada processo;

- Mapas de Gestão: elaborou-se mapas de

gestão relacionados com os diversos aspectos

dos processos de imóveis, para servir de apoio à

decisão fundamentada da Gestão de Topo;

-Projecto Imobiliário: foi tomado um conjunto de

medidas no sentido de gerir o processo das

vendas de Imóveis de uma forma corrente e

coordenada, nomeadamente; i) foi publicitada

regular e oportunamente a venda dos Imóveis; ii)

foi criado um registo de visitas e de propostas de

compra e iii) foi dado início ao desenvolvimento

de uma secção, no sítio da CEMAH, somente

direccionada para a venda de Imóveis

Também em 2010,tiveram início as obras para

construção da nova agência em S. Miguel, na

cidade de Ponta Delgada. O projecto seguiu o

seu curso, conforme planeamento, e prevê-se a

inauguração das instalações no segundo

trimestre de 2011com vista a permitir processo

de expansão definido na estratégia da CEMAH.

CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO

Continuando a política que a CEMAH tem vindo

a desenvolver, no sentido de manter todos os

edifícios da Instituição em boas condições de

conservação e aparência e, acompanhando as

exigências de modernidade e funcionalidade,

procedeu-se a pequenas obras de conservação,

as quais tiveram igualmente presentes as actuais

exigências da Banca, designadamente normas

de segurança.

EQUIPAMENTOS

Manteve-se um cuidado especial sobre a

manutenção e acompanhamento de todos os

equipamentos, numa perspectiva de

prolongamento da sua vida útil.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 24

gestão do risco

A actividade da Gestão do Risco no ano de 2010

passou pela implementação efectiva das

políticas que sustentam o perfil de risco da

Instituição, pondo em prática os processos de

identificação, avaliação, monitorização e

mitigação dos riscos considerados materiais para

a CEMAH (crédito, liquidez, taxa de juro e

operacional).

A gestão integrada do risco diluiu-se pelos

processos abaixo identificados:

Stress-testing

o Este processo pretende avaliar a

capacidade do capital interno na

absorção de choques, identificar

vulnerabilidades e definir e adoptar

medidas correctivas que lhes façam

face;

o O exercício de Stress-testing com

referência a 31-12-2010 consistiu na

realização de análises de

sensibilidade a cada risco, variando

apenas um factor de risco e na

realização de análises de cenários,

em que foram conjugadas variações

em vários factores de risco

simultaneamente;

o Foram apurados diversos impactos

materiais, quer no resultado do

exercício, quer em fundos próprios

nos testes aos riscos de fundo de

pensões, taxa de juro e de crédito,

incluindo o risco de concentração;

o No que diz respeito à análise de

cenários identificaram-se impactos

materiais tanto no resultado do

exercício como em fundos próprios;

o Não obstante, para todos os impactos

apurados, quer em resultados, quer

em capital interno, o nível de

solvabilidade da CEMAH foi suficiente

e excedente para absorção dos

choques aplicados, mantendo-se

sempre acima do mínimo

regulamentar.

ICAAP (Processo de Auto-Avaliação da

Adequação do Capital Interno)

o O ICAAP tem como fim assegurar

que o nível de fundos próprios é

apropriado ao perfil de risco da

instituição e apresentar os processos

que suportam, adequadamente, o

sistema de gestão do risco;

o No cálculo realizado no 1º semestre

de 2010 concluiu-se que as

metodologias adoptadas foram

adequadas, incorporando todas as

varáveis relevantes, e que a CEMAH

mantém níveis de solvabilidade

adequados, com um buffer de cerca

de 1,6 milhões de euros para

eventuais necessidades futuras de

capital.

Reporte Prudencial

o Potencia a criação de uma relação

estreita com a entidade de

Supervisão, bem como a

fundamentação da tomada de

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 25

decisão e das análises de exposição

ao risco a efectuar;

o À data de 31-12-2010, incluíam-se

neste processo 13 reportes ao Banco

de Portugal, com periodicidades

mensais, trimestrais, semestrais e

anuais, para comunicação de níveis

de liquidez, solvabilidade, provisões,

carteira de crédito, exposição aos

riscos de taxa de juro e de

concentração, entre outros.

Paralelamente à gestão integrada do risco, a

CEMAH implementou uma gestão individual de

cada risco, a qual se detalha de seguida:

Risco de Crédito (incluindo risco de

Concentração)

a. Emissão de pareceres sobre

propostas de crédito, avaliando o seu

impacto no valor de posições em

risco, em requisitos de capital, na

exposição ao risco de concentração e

na imparidade esperada;

b. Cálculo semestral da imparidade

esperada da carteira de crédito, em

que foi dividida a carteira de crédito

em deteriorada e não deteriorada e

estimada a perda esperada em cada

uma delas com base em dados

históricos. O cálculo com referência a

31-12-2010 permitiu apurar uma

imparidade total da carteira de crédito

de 2.789 milhares de euros, sendo o

nível de provisões estatutárias

superior (3.428 milhares de euros);

c. Emissão de relatório trimestral de

exposição ao risco de crédito, que

detalha as situações que requerem

maior atenção, com análises de

incumprimento, de evolução da

carteira, de garantias existentes,

concentração e de desvios dos níveis

de tolerância definidos.

Risco de Liquidez/Taxa de Juro

a. A gestão dos activos e passivos da

CEMAH, bem como dos riscos que

lhe estão inerentes (de liquidez e taxa

de juro), é feita sobretudo pela

Direcção Geral e pela Direcção

Financeira, mantendo-se uma

posição de prudência, a qual tem

permitido os históricos níveis de

liquidez elevados;

b. Em 2010 foi implementada uma

ferramenta de gestão de activos e

passivos, adquirida à consultora Ernst

&Young, a qual permite o

acompanhamento mensal, pela

gestão do risco, da situação de

liquidez, analisando o mismatch de

liquidez e os duration gaps de activos

e passivos. A ferramenta permite

ainda o acompanhamento mensal da

exposição ao risco de taxa de juro.

Pendente para conclusão do projecto

está a entrega de um plano de

contingência de liquidez, no âmbito

da conclusão do plano de

continuidade do negócio, no qual se

enquadra.

c. Com a implementação da referida

ferramenta de ALM iniciou-se a

emissão de relatórios trimestrais de

exposição aos riscos de liquidez e

taxa de juro, com análises de

mismatchs e gaps de liquidez,

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 26

remuneração de activos e passivos,

desvios dos níveis de tolerância

definidos, entre outros.

Risco Operacional (inclui riscos de

Compliance, Sistemas de Informação e

Reputação)

O ciclo de gestão do risco operacional carece

ainda de implementação efectiva, tendo o

propósito último de incutir a cultura do risco,

identificar os eventos de risco operacional e

quantificar as potenciais perdas financeiras daí

advindas.

compliance e gestão do risco

A actividade da função de Compliance no ano de

2010 consistiu na identificação de indícios de

incumprimento de normativos legais,

regulamentos internos ou de práticas de

relacionamento com os clientes, nos termos do

Aviso n.º 5/2008, na avaliação dos

procedimentos de prevenção de branqueamento

de capitais e financiamento do terrorismo,

informação que será reunida no relatório anual a

apresentar ao Conselho de Administração da

instituição até final de Maio de 2011 e que

integrará o relatório anual de Controlo Interno.

A actividade da função de Controlo da Gestão de

Riscos no ano de 2010, por sua vez, passou pela

identificação de deficiências relativamente à

adequação e eficácia do sistema de gestão de

riscos, nos termos do Aviso n.º 5/2008 e pela

avaliação de medidas correctivas tomadas para

supressão das referidas deficiências, que servirá

de suporte ao relatório anual a apresentar ao

Conselho de Administração da Instituição e que

também integrará o relatório anual de Controlo

Interno.

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RELATÓRIO E CONTAS 2009 27

auditoria interna

A função “Auditoria Interna” está formalmente

instituída na CEMAH, desde Fevereiro de 2006,

com a criação do Gabinete de Auditoria Interna,

hierarquicamente dependente do Conselho de

Administração.

A auditoria interna é uma actividade

independente, de avaliação objectiva e de

consultoria, destinada a acrescentar valor e a

melhorar as operações de uma organização.

Na execução dos seus deveres e

responsabilidades, “a gestão de topo tomará as

medidas necessárias no sentido de permitir que

a Instituição possa confiar a todo o tempo numa

função de auditoria interna apropriada à sua

dimensão e à natureza das suas operações”.

Para maior abrangência das suas actividades,

tendo em conta a dimensão da CEMAH e os

recursos humanos afectos à função de auditoria

interna, continuará a ser necessário o recurso ao

outsourcing.

As actividades da Auditoria Interna foram

pautadas pela competência, rigor e isenção, com

implementação das melhores práticas

profissionais, respeitando as orientações

estratégicas da nossa Governação, as directrizes

das Entidades Supervisoras e a Legislação em

vigor, sempre em conformidade com as Práticas

Profissionais de Auditoria Interna do IIA (The

Institute of Internal Auditors).

Das actividades desenvolvidas pela auditoria

interna, no decurso do ano 2010, destacam-se

as seguintes:

• Elaboração do Plano de Actividades

alinhado com a estratégia da Gestão.

• Elaboração de um Plano de Formação

orientado para as necessidades do

Auditor Interno.

• Controlos efectuados à Tesouraria

Central e a todos os Caixas nos Balcões

visitados.

• Análise dos Riscos e da Segurança nos

Transportes de Valores.

• Análise aos Procedimentos Internos -

verificação da existência e da

adequabilidade dos Controlos, nos

seguintes Processos:

- Crédito a Prestações.

- Branqueamento de Capitais.

- Reclamações Oficiais na n/Instituição.

- Balanços Mensais aos Caixas nos

nossos Balcões.

- Remessas de Valores em Trânsito

entre Balcões.

• Verificação do estado de conservação

dos Edifícios Sedes dos nossos Balcões,

e das viaturas utilizadas para serviços

externos.

• Processos de Circularização de Clientes

e de Entidades Relacionadas com a

nossa Instituição, numa parceria com os

nossos auditores externos da PwC -

PricewaterhouseCoopers.

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RELATÓRIO E CONTAS 2009 28

• Processo para fornecimento de

Informações Bancárias para Auditores

Externos.

• Participação activa na definição e

descrição de procedimentos internos, e

na melhoria funcional de algumas das

áreas de trabalho.

Outros Trabalhos

• Acções de Formação presenciais em

2010:

o Introdução à Apresentação Digital de

Projectos e à Folha de Cálculo

(Formação organizada pela CCAH –

Câmara de Comércio de Angra do

Heroísmo).

o Controlo Interno e Auditoria Interna

(Formação organizada pela PwC -

PricewaterhouseCoopers).

• Deslocação às nossas Agências na

Madalena (Ilha do Pico), nas Velas e na

Calheta (Ilha de São Jorge), para

trabalhos específicos do âmbito do

processo de controlo interno.

• Controlo à totalidade dos Produtos

Contas Ordenado e Emigrantes na

Agência da Sede (em Angra do

Heroísmo).

• Análise global ao Processo Lacarent

Renting – Viaturas em serviço na

CEMAH.

• Elaboração do “Questionário 2010”, com

aplicação a todos os nossos

funcionários, colaboradores no activo,

com o objectivo de sensibilizar e recolher

sugestões com vista à melhoria das

práticas profissionais.

• Elaboração do Mapa Reporte das

Incidências detectadas pela AI, a incluir

no Relatório Anual de Controlo Interno

da nossa Instituição.

• Colaboração directa com Auditores

Externos da PWC -

PriceWaterHouseCoopers,

nomeadamente, nos trabalhos ligados

aos processos de Controlo Interno e

Avaliação da Função Auditoria Interna

na nossa Instituição.

• Elaboração de Relatórios de todas as

actividades desenvolvidas pela Auditoria

Interna.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 29

resultados da actividade

DEPÓSITOS

A 31 de Dezembro de 2010, os depósitos da

CEMAH totalizaram 239.132 milhares de euros,

registando um ligeiro decréscimo de 2,05%, face

ao período homólogo do ano anterior. O total de

depósitos decompõe-se em 52.945 milhares de

euros de depósitos à ordem e em 186.187

milhares de euros de depósitos a prazo e de

poupança, representando 22% e 78%,

respectivamente, do total.

Os depósitos registaram um decréscimo global

de 2,05%, sendo que a diminuição verificada nos

depósitos à ordem foi superior à registada nos

depósitos a prazo e poupança, os quais apenas

decresceram cerca de 1%, valor praticamente

desprezível, se atendermos à forte concorrência

da restante banca na captação de depósitos.

Aumento dos recursos da CEMAH nos últimos anos:

0

50.000.000

100.000.000

150.000.000

200.000.000

250.000.000

Depósitos àOrdem

Depósitos aPrazo e

Poupança

TotalDepósitos

2009

2010

Depósitos 2009 2010 Variação

Depósitos à Ordem 55.808.260 euros 52.944.527 euros -5.13%

Depósitos a Prazo e Poupança 188.333.440 euros 186.187.059 euros -1.14%

Total 244.141.700 euros 239.131.586 euros -2,05%

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RELATÓRIO E CONTAS 2009 30

CRÉDITO

O montante global do crédito concedido em 31

de Dezembro último foi de 131.495 milhares de

euros, representando um decréscimo de 8,3%

em relação a 2009. No entanto, se excluirmos o

investimento de 10.000.000 de euros em

Obrigações do Metro Lisboa & Porto, classificado

em 2009 como outros créditos e valores a

receber, o decréscimo efectivo foi de apenas

1,42%. Este ligeiro decréscimo decorreu num

contexto de grande instabilidade dos mercados,

pautado por uma política generalizada de

restrição à concessão de crédito, no qual a

nossa Instituição se colocou novamente numa

posição de apoio à actividade económica

regional, assumindo um papel preponderante na

ajuda à dinamização do tecido empresarial.

Mantiveram-se, em 2010, as linhas orientadoras

na concessão de crédito, que privilegiam a

concretização de operações a particulares e

empresas comprovadamente sólidas, e com bom

património, capaz de minimizar o risco de tais

operações. A avaliação criteriosa da capacidade

de reembolso por parte dos clientes, permitiu

manter os níveis de cumprimento em valores

acima da média.

A análise dos factores de risco e de

concentração, na concessão de crédito,

mereceram um factor de ponderação elevado

nas decisões tomadas pela CEMAH. O

enquadramento e análise histórica do cliente,

pelos comités de crédito de cada balcão,

reforçam o carácter de proximidade que é

apanágio da Instituição.

A 31 de Dezembro de 2010, o saldo do crédito e

juros vencidos situou-se em 1.770 milhares de

euros, registando um decréscimo de cerca de

30% face ao mesmo período do ano anterior. A

rúbrica de crédito e juros vencidos representa

àquela data apenas1,35% do crédito global,

valor bastante equilibrado face à conjuntura

verificada e à média do sector bancário.

Atendendo à natureza das garantias que

suportaram tais operações, o montante de

crédito vencido acima referido, apresentou um

bom grau de cobrabilidade.

Manteve-se, como nos anos anteriores, a

observação permanente da carteira de crédito

por parte dos auditores externos, encontrando-se

em cumprimento as regras emitidas pelo Banco

de Portugal, no que concerne ao seu

provisionamento. O modelo de imparidade de

crédito foi continuamente aperfeiçoado e os

valores provisionados pelo modelo legal em vigor

ficam confortavelmente acima do que seria

exigido pelo respectivo modelo de imparidade.

Crédito 2009 2010 Variação

Crédito 143.384.386 € 131.494.525 € -8,29%

Crédito excepto outros créditos e valores a receber 133.384.386 € 131.494.525 € -1,42%

Evolução do Crédito

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 31

BALANÇO

Unidade: Milhares de euros

Evolução dos Principais Agregados do

Balanço

2009 2010

Valor % Valor %

1. Disponibilidades 12.839 4,7% 12.019 4,5%

2. Aplicações 246.124 89,4% 227.008 84,0%

2.1. Aplicaçõesem I.C. 96.563 35,1% 89.287 33,0%

2.2. Créditos a clienteslíquido 141.074 51,2% 129.885 48,1%

2.3. Activos financ. disp. p/venda 8.487 3,1% 7.836 2,9%

3. Investimentosdetidosatématuridade 0 0,0% 15.167 5,6%

4. Imobilizaçõeslíquidas 9.148 3,3% 9.307 3,4%

5. Outros activos 7.369 2,7% 6.732 2,5%

6. ActivoLiquido 275.480 100,0% 270.233 100,0%

7. Recursosalheios 245.529 89,1% 240.350 88,9%

7.1 Recursos de outras I.C. 36 0,0% 18 0,0%

7.2. Recursos de clientes 245.493 89,1% 240.332 88,9%

7.3. Passivossubordinados 0 0,0% 0 0,0%

8. Provisões 1.987 0,7% 1.926 0,7%

9.Outros passivos 5.548 2,0% 5.632 2,1%

10. Passivo 253.064 91,9% 247.908 91,7%

11. Capitaispróprios 22.417 8,1% 22.325 8,3%

11.1. Capital 14.901 5,4% 15.211 5,6%

11.2. Reservas de reavaliação 590 0,2% (228) -0,0%

11.3. Out. Res. eRes. Transitados 5.272 1,9% 5.890 2,2%

11.4. Resultado do Exercício 1.653 0,6% 1.452 0,5%

A estrutura do Balanço não sofreu alterações

significativas no exercício de 2010, mantendo-se

muito semelhante o peso relativo das grandes

rubricas que o constituem, conforme explícito no

mapa acima.

A 31 de Dezembro de 2010, o Activo Líquido

situou-se nos 270.233 milhares de euros,

representando uma diminuição de 1,9% em

relação ao idêntico período do ano anterior.

Estrutura do Balanço

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 32

O Crédito a Clientes, no montante 129.885

milhares de euros, representando 48,1% do

activo líquido, engloba todo o crédito, vincendo e

vencido, concedido pela Instituição e respectivos

proveitos a receber. A este foram deduzidas as

provisões associadas.

As Aplicações em Instituições de Crédito, que

ascenderam a 89.287 milhares de euros e

representavam 33,0% do activo líquido, incluem

8.200 milhares de euros de aplicações no

Mercado Monetário Interbancário e a colocação

de 80.290 milhares de euros em Depósitos a

prazo noutras instituições financeiras, de sólida

reputação. No seu conjunto, estas aplicações

proporcionaram um rendimento anual de 2.862

milhares de euros.

As Imobilizações Líquidas, cujo valor foi de

9.306.944 euros, incluem todo o património de

imóveis de serviço próprio da Instituição, bem

como o valor de 1.613.735 milhares euros,

referente a património recebido da SCMAH,

aquando do aumento de capital ocorrido em

1988 e que se refere a prédios rústicos.

Registou-se no Passivo um valor de 247.908

milhares de euros, assumindo a carteira de

depósitos da Instituição – Recursos de Clientes e

respectivos custos a pagar, 240.350 milhares de

euros.

Nos “Outros Passivos” estão contabilizadas as

responsabilidades com o Fundo de Pensões, a

mensualização de outros encargos a pagar e

outras operações a regularizar.

A Situação Líquida da CEMAH ascendeu a

22.325 milhares de euros, valor suficiente para

permitir a transformação desta Caixa Económica

em Banco, tendo em conta que o valor mínimo

para esse efeito é de 17.500 milhares de euros.

Apresentamos um Rácio de Solvabilidade de

10,7%, que passará para 11,5%, com a inclusão

dos resultados líquidos (deduzido o valor

distribuído à accionista), os quais só poderão ser

considerados após a respectiva Certificação

Legal das Contas, por parte dos auditores

externos.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 33

CONTA DE EXPLORAÇÃO

Unidade: Milhares de euros

Mapa comparativo da evolução das principais rubricas 2009 2010

1. Juros e rendimentossimilares 11.409 10.130

2. Juros e encargossimilares (6.261) (4.699)

3. MargemFinanceira 5.148 5.431

4. Rendimentos de serviços e comissões 1.265 1.458

5. Encargos com serviços e comissões (143) (161)

6. Resultados de actividadefinanceira 92 99

7. Outros resultados de exploração (371) (228)

8. ProdutoBancário 6.006 6.619

9. Custos com pessoal (3.005) (3.044)

10. Gastosgeraisadministrativos (2.177) (1.923)

11. Amortizações do exercício (481) (511)

12. Provisões líquidas de reposições e anulações 178 (336)

13. Correcções de valor associadas a crédito a clientes 1.132 647

14. ResultadoLíquido do Exercício 1.653 1.452

Da análise dos valores da Conta de Exploração

relativos ao exercício de 2010, podemos

constatar os seguintes aspectos:

a) Margem Financeira:

A margem financeira passou de 5.148

milhares de euros em 2009 para 5.431

milhares de euros em 2010, registando

um crescimento de 5,5%, que se deveu

essencialmente ao decréscimo dos juros

e encargos similares em 24,9% face ao

ano 2009, motivados pelo decréscimo

das taxas de juro passivas,

acompanhando assim a descida

contínua e acentuada das taxas de

referência do mercado.

b) Produto Bancário:

O acréscimo de 613 milhares de euros

para 6.619 milhares de euros no Produto

Bancário, representando um aumento de

10,2%, foi superior ao registado na

margem financeira sobretudo devido ao

acréscimo positivo dos outros resultados

de exploração. Evidencia-se também

aqui, a contribuição positiva dos

Rendimentos de serviços e comissões

que registaram um crescimento de

15,3% face ao ano 2009.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 34

c) Custos Operacionais:

Registou-se um aumento de 1,3% na

rubrica de custos com o pessoal, quando

comparado com o período homólogo, o

que reflecte o aumento do número de

trabalhadores verificado no período em

avaliação. Salienta-se a redução dos

gastos gerais administrativos em 11,7%,

resultado da política de contenção de

custos adoptada pela CEMAH.

d) Provisões líquidas de reposições e

anulações:

Esta rubrica registou em 2010 um

resultado negativo de 336 milhares de

euros face a um resultado positivo 178

milhares de euros em 2009.

e) Correcção de Valor de Crédito a

Clientes:

Esta rubrica (resultante da diferença

entre as provisões constituídas e as

provisões repostas para crédito a

clientes) registou um resultado positivo

de 647 milhares de euros, ainda que

inferior, em 42,9%, ao resultado do ano

anterior (1.133 milhares de euros).

f) Resultados:

Conforme já referenciado, a Margem

Financeira e o Produto Bancário

apresentaram um crescimento em 2010,

não obstante o Resultado Líquido do

Exercício ter sido inferior ao do ano

passado, o que se ficou a dever ao valor

contido na alínea e). Assim sendo,

temos um Resultado Líquido para 2010

de 1.036 milhares de euros.

g) Os Resultados Transitados, resultantes

de alterações de políticas contabilísticas,

mantiveram-se face a 2009.

Mapa da Evolução da Margem Financeira, Produto Bancário e Resultados

2009 2010

MargemFinanceira 5.148 5.431

ProdutoBancário 6.006 6.619

ResultadoLíquido do Exercício 1.653 1.452

Resultados Transitados resultantes de alteração de políticas contabilísticas (416) (416)

Resultado a Distribuir 1.237 1.036

Unidade: Milhares de euros

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 35

SÍNTESE

Concentrados numa gestão rigorosa, muito

focalizada para o negócio e para o

relacionamento com os clientes, conseguiu-se

apresentar no exercício em análise uma

estrutura de recursos e aplicações consolidada,

com remunerações ajustadas à conjuntura e que

permitiram apresentar uma Conta de Exploração

equilibrada.

Foi controlada de forma eficaz a evolução das

principais rubricas dos gastos de funcionamento,

com especial incidência nos custos relacionados

com a operação e recursos humanos,

contrariando apenas esta tendência os encargos

com consultadorias externas derivadas das

exigências inerentes ao acompanhamento dos

normativos regulamentares – ICAAP, Controlo

Interno, Stress Tests, Auditoria Interna e

Externa, Compliance e Certificação Legal das

Contas.

A opção por aplicarmos o excesso de liquidez

em instituições financeiras e a não necessidade

de recurso a empréstimos subordinados

qualificou o Balanço como isento de produtos de

risco, motivando a realização de um rácio de

solvabilidade e de um rácio de Tier I acima da

média do sector bancário português.

Efectuaram-se os provisionamentos exigidos e

aconselháveis, cumprindo a cobertura de

potenciais vulnerabilidades no reembolso da

carteira de crédito concedido, complementando

com uma valorização periódica dos colaterais

assumidos como garantia e comparando o

modelo contabilístico da determinação do

provisionamento com os critérios impostos pelo

método da imparidade.

Procedeu-se à dotação anual de provisão

relativa ao financiamento diferido dos serviços

passados do Fundo de Pensões CEMAH, valor

esse a deduzir ao Resultado Líquido.

Com este conjunto de formalizações, de

natureza técnica e prudencial, produziu-se um

resultado líquido de 1.036.446,70 Euros,

interessante na perspectiva da remuneração do

Capital Social e tendo em consideração que a

actuação comercial da Caixa está limitada ao

Grupo Central dos Açores e sem nenhuma

componente de negócio internacional ou de

carácter especulativo.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 36

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO

Após a constituição de provisões sobre o Crédito

Concedido, efectuadas as Amortizações Legais

e contabilizados os encargos referentes ao

Fundo de Pensões, propõe-se que o Resultado

Líquido do Exercício de 2010, no montante de

1.036.446,70 euros, tenha a seguinte aplicação:

Aplicação de Resultados Líquidos:

S.C.M.A.H ------------------------------ 259.111,68 euros (25%)

Capital Social -------------------------- 259.111,68 euros (25%)

Reserva Legal --------------------- 259.111,67 euros (25%)

Reserva Estatutária ------------ 259.111,67 euros (25%)

Aumento de Capital Social

Considerando as Reservas existentes, propõe-se um aumento de Capital Social através da incorporação

de Reserva Legal para o valor mínimo considerado para efeito de constituição de um Banco Comercial no

nosso País (17.500.000,00 euros).

Capital Social Actual ---------------------------------------------------------- 15.210.667,90 euros

Aumento de Capital por incorporação da Reserva Legal------------- 2.289.332,10 euros

Capital Social Futuro ----------------------------------------------------------- 17.500,000,00 euros

Angra do Heroísmo, 23 de Março de 2011

O Conselho de Administração

Carlos Manuel Brasil Silva Raulino

José Mancebo Soares Leonildo Garcia Vargas

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 37

demonstrações financeiras

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 38

BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

Unidade: Euro

31-Dez-10 31-Dez-09

Antes Prov. Prov. Imp. Valor Valor

Notas Imp. Amort. Amort. Líquido Líquido

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 6.1 10.353.125 10.353.125 10.639.830 Disponibilidades em out. inst. de crédito 6.2 1.665.608 1.665.608 2.199.201 Activos financeiros disponíveis para venda 6.4 7.836.463 7.836.463 8.486.540 Aplicações em outras instituições de crédito 6.3 89.286.874 89.286.874 96.562.891

Crédito a clientes 6.5 131.773.278 (1.887.893) 129.885.385 141.074.167 Investimentos detidos até à maturidade 6.6 15.167.029 15.167.029 0 Activos não correntes detidos para venda 6.7 4.908.180 (299.996) 4.608.184 4.882.484

Outros activos tangíveis 6.8 13.681.292 (4.436.702) 9.244.590 9.058.162

Activos intangíveis 6.9 1.802.769 (1.740.416) 62.353 90.229

Outros activos 6.10 2.123.669 - 2.123.669 2.486.798

Total do Activo 278.598.287 (8.365.007) 270.233.280 275.480.302

Passivo e Capital

Passivo: Recursos de outras instituições de crédito 6.12 18.201 35.530 Recursos de clientes e outros empréstimos 6.13 240.331.959 245.493.135

Provisões 6.11 1.925.515 1.986.583

Outros passivos subordinados 6.16 0 0

Outros passivos 6.14 5.632.295 5.548.377

Total do Passivo 247.907.970 253.063.625

Capital:

Capital 6.18 15.210.668 14.901.282

Reservas 6.18 -227.934 590.492 Outras reservas e resultados transitados 6.18 5.890.364 5.271.592

Resultado do exercício 1.452.212 1.653.311

Total do Capital 22.325.310 22.416.677

Total do Passivo e do Capital 270.233.280 275.480.302

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 39

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

Unidade: Euro

Notas 31-Dez-10 31-Dez-09

Juros e rendimentos similares 6.19 10.130.211 11.409.190

Juros e encargos similares 6.19 (4.699.217) (6.261.051)

Margem financeira 5.430.994 5.148.139

Rendimentos de instrumentos de capital 6.20 19.761 15.221

Rendimentos de serviços e comissões 6.21 1.458.289 1.265.092

Encargos com serviços e comissões 6.21 (161.057) (143.206)

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda (líquido) 6.22 - -

Resultados de reavaliação cambial (líquido) 6.22 98.992 92.000

Resultados de alienação de outros activos

Outros resultados de exploração 6.23 (228.396) (370.771)

Produto bancário 6.618.583 6.006.475

Custos com pessoal 6.24 (3.044.021) (3.005.497)

Gastos gerais administrativos 6.25 (1.922.766) (2.177.037)

Depreciações e amortizações 6.8 e 6.9 (510.690) (481.361)

Provisões líquidas de reposições e anulações 6.11 (335.759) 178.227

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber de

outros devedores (líquidas de reposições e anulações) 6.11 646.868 1.132.504

Resultado antes de impostos 1.452.212 1.653.311

Impostos correntes - -

Impostos diferidos - -

Resultado após impostos 1.452.212 1.653.311

Do qual: Resultado após impostos de operações descontinuadas - -

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 40

DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL PARA O PERÍODO DE 12 MESES FINDO

EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

(euros)

Notas

2010

2009

Resultado Líquido do Período

1.452.212

1.653.311

Reserva de Justo Valor

Alterações de Justo Valor, liquidas de imposto

-818.426

117.127

Total de Rendimento Integral do Período

633.786

1.770.438

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 41

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

Unidade: Euro

Notas 31-Dez-10 31-Dez-09

Fluxos de caixa das actividades operacionais

Juros recebidos 9.263.970

11.407.429

Juros pagos (4.895.079)

(6.377.867)

Comissões recebidas 1.626.480

1.355.232

Comissões pagas (161.057)

(143.206)

Pagamentos (de caixa) a empregados e a fornecedores (5.277.490) (6.642.977)

Impostos pagos (6.679)

(1.648)

(Aumentos)/diminuições dos activos operacionais (líquido) Créditos e adiantamentos a instituições de crédito (20.098.889) -

Créditos e adiantamentos a clientes 11.889.862 (10.489.850)

Outros activos 543 1.601

Aumentos/(diminuições) dos passivos operacionais (líquido) Débitos para com instituições de crédito - à vista (17.329)

34.332

Débitos para com clientes - à vista (2.818.934)

(8.581.952)

Débitos para com clientes - a prazo (2.146.380)

19.373.610

Outros passivos 116.537 64.975

Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais (12.524.447)

(321)

Fluxos de caixa das actividades de investimento

Dividendos recebidos 19.761

15.221

Juros recebidos de activos financeiros 202.145 242.147

Venda de activos financeiros - -

Compra de activos financeiros (18.713.392) (2.336.589)

Vencimento de activos financeiros disponíveis para venda 3.619.998 200.000

Compra de outros activos tangíveis (560.702) (548.040)

Venda de outros activos tangíveis - -

Compra de activos intangíveis (28.166) (31.748)

Venda de activos intangíveis - -

Fluxos de caixa líquidos das actividades de investimento (15.460.358)

(2.459.009)

Fluxos de caixa das actividades de financiamento

Emissão de dívida subordinada -

-

Reembolso de dívida subordinada -

(4.000.000)

Juros de dívida subordinados -

(95.832)

Dividendos pagos (309.386)

(596.020)

Fluxos de caixa líquidos das actividades de financiamento (309.386) (4.691.852)

Aumento líquido em caixa e seus equivalentes (28.294.191) (7.151.182)

Caixa e seus equivalentes no início do período 6.15 109.401.916 116.461.098

Efeitos de alterações da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes 98.992 92.000

Caixa e seus equivalentes no fim do período 6.15 81.206.717 109.401.916

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 42

DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

Unidade:

Euro

Reservas de

Outras

Resultados

Resultado do

Notas

Capital

Reavaliação

Reservas

transitados

exercício

Total

Saldos em 31 de Dezembro de 2008 6.17

14.305.262

473.365

4.495.319

(613.385)

2.997.464

21.658.025

Constituição de reservas:

-

Reserva legal

596.020

(596.020)

-

Reserva estatutária

596.020

(596.020)

-

Aumento de capital por incorporação de resultados

596.020

(596.020)

-

Distribuição de resultados

(596.020)

(596.020)

Aplicação de resultados

613.385

(613.385)

-

Alterações de política contabilística

-

Variação líquida em activos financeiros disponíveis para venda

117.127

117.127

Amortização do impacto do Aviso nº 12/2001 (Pensões de Reforma) 6.17

(415.767)

(415.767)

Resultado do exercício 6.17

1.653.311

1.653.311

Saldos em 31 de Dezembro de 2009

14.901.282

590.492

5.687.359 (415.767)

1.653.311

22.416.677

Constituição de reservas: Reserva legal 6.17

309.386

(309.386)

-

Reserva estatutária 6.17

309.386

(309.386)

-

Aumento de capital por incorporação de resultados 6.17

309.386

(309.386)

-

Distribuição de resultados 6.17

(309.386)

(309.386)

Aplicação de resultados

415.767 (415.767) Alterações de política contabilística 6.17

-

-

Variação líquida em activos financeiros disponíveis para venda 6.17

(818.426)

(818.426)

Amortização do impacto do Aviso nº 12/2001 (Pensões de Reforma) 6.17

(415.767)

(415.767)

Resultado do exercício

1.452.212

1.452.212

Saldos em 31 de Dezembro de 2010

15.210.668

(227.934)

6.306.131

(415.767)

1.452.212

22.325.311

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 43

relatório e parecer do conselho fiscal

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 44

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 45

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 46

certificação de contas

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 47

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 48

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 49

anexo às demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2010 e 2009

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 50

1. Introdução

A Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo (“CEMAH” ou “Caixa”) é uma instituição de

crédito, tendo sido constituída em 26 de Abril de 1896. Está autorizada a operar no âmbito do disposto no

Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, e do Decreto-Lei nº 136/79, de 18 de Maio, que regulamenta a

actividade das caixas económicas, estabelecendo algumas restrições à sua actividade.

A Caixa pode realizar operações bancárias mesmo para além das enunciadas nos seus Estatutos, desde que

genericamente autorizadas pelo Banco de Portugal.

Presentemente, opera através da sede, na cidade de Angra do Heroísmo, e de uma rede de 9 balcões

dispersa pelas ilhas da Terceira, Pico, S. Jorge, Faial e Graciosa.

A Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo é detentora da totalidade do capital da Caixa.

2. Bases de apresentação, comparabilidade da informação e principais políticas contabilísticas

2.1 Bases de apresentação

As demonstrações financeiras da CEMAH foram apresentadas no pressuposto da continuidade das

operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados

nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do aviso n.º 1/2005, de 21 de Fevereiro, e das

Instruções n.º 23/2004 e n.º 9/2005, do Banco de Portugal.

As NCA traduzem-se na aplicação às demonstrações financeiras individuais das Normas Internacionais de

Relato Financeiro (“IFRS”) tal como adoptadas pela União Europeia, com excepção de algumas matérias

reguladas pelo Banco de Portugal, como a valorimetria e imparidade do crédito a clientes, o tratamento

contabilístico relativo ao reconhecimento em resultados transitados dos ajustamentos das responsabilidades

por pensões de reforma e sobrevivência apuradas na transição e a mensuração de activos tangíveis.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 51

Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo InternationalAccounting Standards Board (“IASB”) e

as interpretações emitidas pelo International Financial ReportingInterpretationCommitee (“IFRIC”), e pelos

respectivos órgãos antecessores.

Até 31Dezembro de 2010 foram publicadas um conjunto de normas e interpretações, tendo apenas parte

sido adoptada pela União Europeia até essa data. Estas normas contabilísticas e interpretações, que

resumimos de seguida, serão aplicáveis à Caixa a partir de 1 de Janeiro de 2011, tendo a Caixa optado por

não aplicar antecipadamente as mesmas com referência ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010:

IAS 1 (Revista) - Apresentação de demonstrações financeiras

IAS 24 (Revista) - Divulgações de partes relacionadas

IAS 27 (Revista) – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas

IAS 32 – Instrumentos Financeiros: Apresentação

IAS 34 (Alterações) – Relato Financeiro Intercalar

IFRS 1 (Alterações) - Adopção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro

IFRS 3 (Alterações) – Concentrações de actividades empresariais

IFRS 7 (Alterações) – Instrumentos Financeiros: Divulgações

IFRS 9 (Novo) – Instrumentos financeiros: Classificação e mensuração

IFRIC 13 (Alterações) – Programas de Fidelidade do Cliente

IFRIC 14 (Alterações): Pagamentos antecipados de requisitos de financiamento mínimos

IFRIC 19 (Novo) - Extinção de Passivos Financeiros através de Instrumentos de Capital

De entre estas salienta-se o IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitido pelo IASB em 12 de Novembro de

2009, mas ainda não adoptado pela União Europeia). Esta nova norma versa sobre a classificação e

mensuração dos activos financeiros e representa a primeira parte de um projecto de três fases que visa

substituir o IAS 39 sobre o mesmo tema, sendo aplicável a partir de 1 de Janeiro de 2013 (sendo no entanto

permitida a sua aplicação antecipada).

Os impactos da adopção desta nova norma estão ainda a ser estudados pela Caixa, sendo esperadas

alterações ao nível da classificação e mensuração dos activos financeiros.

Em relação às restantes normas, não foram adoptadas antecipadamente pela Caixa, não sendo esperados

no entanto impactos significativos nas suas demonstrações financeiras.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 52

As demonstrações financeiras agora apresentadas foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 23

de Março de 2011.

As demonstrações financeiras são apresentadas em Euros.

2.2 Comparabilidade da informação

As demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 são comparáveis

em todos os aspectos materialmente relevantes com as demonstrações financeiras referentes a 31 de

Dezembro de 2009.

2.3 Principais políticas contabilísticas

As políticas contabilísticas mais relevantes utilizadas na preparação das demonstrações financeiras, foram as

seguintes:

2.3.1 Activos e passivos financeiros

Os activos e passivos financeiros são reconhecidos na data de negociação ou contratação, salvo se decorrer

de expressa estipulação contratual ou de regime legal ou regulamentar aplicável, que os direitos e

obrigações inerentes aos valores transaccionados se transferem em data diferente, casos em que será esta

última a data relevante.

No momento inicial, os activos e passivos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos

de transacção directamente atribuíveis. Entende-se por justo valor o montante pelo qual um determinado

activo ou passivo pode ser transferido ou liquidado entre contrapartes de igual forma conhecedoras e

interessadas em efectuar essa transacção. Na data de contratação ou de início de uma operação o justo

valor é geralmente o valor da transacção.

Subsequentemente ao reconhecimento inicial, o justo valor dos activos financeiros é determinado com base

em:

Preços de um mercado activo,

Técnicas de valorização, incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa conforme seja

apropriado; ou

Obtenção de preços junto de contraparte independente.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 53

Um mercado é considerado activo, e portanto líquido, se transacciona de uma forma regular.

Os activos financeiros são desreconhecidos quando expiram os direitos contratuais da Caixa ao recebimento

dos seus fluxos financeiros ou tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à

sua detenção.

2.3.1.1 Crédito e outros valores a receber

Os créditos e outros valores a receber compreendem os créditos concedidos a clientes (excluindo as

operações com instituições de crédito) e créditos titulados (obrigações emitidas por empresas ou instituições

financeiras) que não sejam transaccionados num mercado activo e para os quais não haja intenção de

venda.

Os créditos e outros valores a receber são inicialmente reconhecidos pelo justo valor, que em geral

corresponde ao valor da transacção e inclui comissões, taxas ou outros custos e proveitos associados às

operações de crédito.

Os juros, comissões e outros custos e proveitos que sejam considerados incrementais (associados à

operação de crédito) são periodificados ao longo da vida das operações de acordo com o método pró-rata

temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos de rédito ao longo de um período superior a

um mês, independentemente do momento em que são cobradas ou pagas.

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis ou revogáveis são registados em

contas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de comissões, juros ou outros proveitos

registados em contas de resultados ao longo da vida das operações.

Os créditos e outros valores a receber só são desreconhecidos do balanço quando expiram os direitos

contratuais da Caixa à sua recuperação ou forem transferidos substancialmente todos os riscos e benefícios

associados à sua detenção.

A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30

dias após o seu vencimento. Nos créditos em contencioso são consideradas vencidas todas as prestações

de capital (vincendas e vencidas).

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 54

A CEMAH procede ao abate de créditos ao activo (write-offs) das operações que considera irrecuperáveis e

cujas provisões estejam constituídas pelo valor total do crédito no mês anterior ao do abate. Estes créditos

são registados em rubricas extrapatrimoniais até ao momento da extinção definitiva das responsabilidades de

cada operação de crédito, por liquidação ou por cessação formal do direito a receber nos termos legais

aplicáveis.

Os créditos a clientes cujos termos tenham sido renegociados, e que de outra forma seriam considerados

créditos vencidos, são, por indicação do Banco de Portugal, reclassificados e tratados como vencidos.

2.3.1.1.1 Provisões para crédito e juros vencidos, créditos e cobrança duvidosa e riscos gerais de

crédito

De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho, e outras disposições emitidas pelo

Banco de Portugal, a Caixa constitui as seguintes provisões para riscos de crédito:

Provisão para crédito e juros vencidos

Esta provisão, apresentada no activo como dedução à rubrica Crédito a clientes, destina-se a fazer face

aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas, de

capital ou juros. Conforme disposto pelo Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, o montante a provisionar é

crescente em função do período decorrido após o respectivo vencimento e da eventual existência de

garantias, excluindo os créditos concedidos ao Sector Público Administrativo.

Provisão para créditos de cobrança duvidosa

As provisões para créditos de cobrança duvidosa, são apresentadas no activo como dedução à rubrica

Créditos a clientes e destinam-se a fazer face aos riscos de realização do capital vincendo relativamente a

créditos daquela natureza que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. São

considerados nesta situação:

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 55

As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique, relativamente às

respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições:

i) Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros;

ii) Estarem em incumprimento há mais de:

- Seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;

- Doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez anos;

- Vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.

Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de

provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.

Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o

crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total,

acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas de

provisão aplicáveis aos créditos vencidos, com inicio de contagem de vencido na data de contaminação

do cliente.

Provisão para riscos gerais de crédito

A provisão para riscos gerais de créditoé de natureza geral e destina-se a fazer face a riscos de crédito

não identificados especificamente.Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões para riscos e

encargos - outras provisões" e é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade

do crédito não vencido:

0,5%relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de locação

financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário;

1,5% no caso de se tratar de crédito ao consumo; e

1% no que se refere ao restante crédito concedido.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 56

2.3.1.2 Activos financeiros disponíveis para venda

A rubrica Activos financeiros disponíveis para venda inclui:

• Títulos de rendimento fixo que não tenham sido classificados como carteira de negociação nem

como carteira de crédito;

• Títulos de rendimento variável disponíveis para venda; e

• Participações em outras empresas, que não sejam filiais, associadas e empreendimentos conjuntos.

Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) a Caixa tem

intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento

do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se classificam como: empréstimos concedidos ou contas a receber,

investimentos detidos até à maturidade ou activos financeiros ao justo valor através de resultados.

Os activos classificados como disponíveis para venda são avaliados ao justo valor, excepto no caso de

instrumentos de capital próprio não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser

determinado com fiabilidade, que permanecem registados ao custo.

Os ganhos e perdas resultantes de alterações no justo valor de activos financeiros disponíveis para venda

são reconhecidos directamente nos capitais próprios na rubrica Reservas de Reavaliação de Justo Valor,

excepto no caso de perdas por imparidade e de ganhos e perdas cambiais de activos monetários, até que o

activo seja vendido, momento em que o ganho ou perda anteriormente reconhecido no capital próprio é

registado em resultados.

Os juros corridos de obrigações e outros títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição

e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados.

Os rendimentos de títulos de rendimento variável (dividendos no caso das acções) são registados em

resultados, na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos

antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

Em caso de evidência de imparidade, resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu

reconhecimento inicial, tais como: (i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor

significativo na sua cotação, e (ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um

impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, que possa ser estimado com

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 57

razoabilidade, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de

aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no investimento anteriormente

reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda

de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de

resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição, excepto no que se refere a acções ou outros

instrumentos de capital, caso em que a reversão da imparidade é reconhecida em reservas.

2.3.1.3 Investimentos detidos até à maturidade

A rubrica Investimentos detidos até à maturidade inclui activos financeiros não derivados, com pagamentos

fixos ou determináveis, que possuam uma maturidade fixa, e relativamente aos quais seja intenção do

Concelho de Administração a sua manutenção até à respectiva data de vencimento.

Os activos classificados como detidos até à maturidade são mensurados ao custo amortizado.

Os juros corridos dos mesmos, e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou

desconto), são registados em resultados.

Em caso de evidência de imparidade, resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu

reconhecimento inicial, tais como: (i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor

significativo na sua cotação, e (ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um

impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, que possa ser estimado com

razoabilidade, a perda é registada em resultados.

2.3.1.4 Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores

registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se incluem a

caixa, as disponibilidades e as aplicações em instituições de crédito.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 58

2.3.1.5 Outros passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua

liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da

sua forma legal.

Os Outros passivos financeiros incluem essencialmente recursos de instituições de crédito e de clientes.

Estes passivos financeiros são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de

transacção incorridos e (ii) subsequentemente ao custo amortizado.

2.3.2 Outros activos tangíveis

De acordo com o aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, os outros activos tangíveis são valorizados ao custo

de aquisição, excepto quando se verifiquem reavaliações extraordinárias autorizadas. Ao valor de custo em

balanço são deduzidas as respectivas amortizações acumuladas. O custo inclui despesas que são

directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

Os custos subsequentes com os activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável que deles

resultem benefícios económicos futuros para a Caixa. Todas as despesas com manutenção e reparação são

reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

As amortizações dos outros activos tangíveis são calculadas segundo o método das quotas constantes, às

seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil estimada dos bens (período em que se espera que o

activo esteja disponível para uso):

Número de anos %

Máquinas e mobiliário 8 12,5

Viaturas 4 25

Equipamento informático 3 33,33

Instalações interiores 10 10

Imóveis 50 2

Estes activos são sujeitos a testes de imparidade sempre que eventos ou circunstâncias indiciam que o valor

de balanço excede o seu valor realizável, sendo a diferença, caso exista, reconhecida em resultados. O valor

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 59

realizável é o maior de entre o valor de mercado do activo deduzido dos custos de venda e o seu valor de

uso.

2.3.3 Activos intangíveis

Os activos intangíveis referem-se essencialmente aos investimentos em software.

Os custos incorridos com a aquisição de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais

suportadas pela Caixa necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao

longo da vida útil esperada destes activos (entre 3 e 8 anos).

2.3.4 Aplicações por recuperação de créditos

Os activos (imóveis, equipamentos e outros bens) recebidos em dação por recuperação de créditos são

registados na rubrica de Activos não correntes detidos para venda. Estes activos são registados pelo valor

acordado no contrato de dação, o qual corresponde ao menor dos valores da dívida existente ou da

avaliação do imóvel, à data da dação em cumprimento do crédito. A política da Caixa para activos recebidos

por recuperação de crédito é proceder à sua alienação, no prazo mais curto em que tal seja praticável.

Estes imóveis são objecto de avaliações periódicas, e caso existam perdas não realizadas, estas são

registadas como perdas de imparidade por contrapartida de resultados do exercício. As mais-valias

potenciais em outros activos não são reconhecidas no balanço.

2.3.5. Reconhecimento de juros

Os resultados decorrentes de juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado, são

reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares.

No caso de activos financeiros para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados

em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 60

2.3.6 Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões

Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos em geral, de acordo com o princípio

contabilístico da especialização de exercícios, da seguinte forma:

rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo são reconhecidos

em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído;

rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são

reconhecidos em resultados no período a que se referem;

rendimentos de serviços e comissões que são considerados uma parte integrante da taxa de juro

efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados.

2.3.7 Benefícios a empregados

Pensões de reforma e outros benefícios

Em conformidade com o acordo de adesão celebrado com as estruturas sindicais do sector bancário, a Caixa

assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a

título de pensões de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Estas prestações consistem

numa percentagem, crescente em função do número de anos de serviço do empregado, aplicada à tabela

salarial negociada anualmente para o pessoal no activo.

De acordo com os estatutos da Caixa os membros do Conselho de Administração não são abrangidos pelo

benefício descrito no parágrafo anterior.

As responsabilidades da Caixa com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho das

contas por entidade independente, com base no método “ProjectedUnitCreditCost”. A taxa de desconto é

determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, com maturidade

semelhante ao da liquidação das responsabilidades. Os principais pressupostos actuariais (financeiros e

demográficos) utilizados no cálculo destas responsabilidades são apresentados na Nota 6.16.1.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 61

O valor das responsabilidades inclui, para além dos benefícios com pensões de reforma, os benefícios com

cuidados médicos pós-emprego (SAMS) e subsídio de morte na reforma.

Nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº4/2005 e nº12/2005, o acréscimo de responsabilidades

resultante da aplicação do IAS 19 em 31 de Dezembro de 2005 (no valor de €4.703 milhares) foi reconhecido

na rubrica Outros activos – despesas com custo diferido. O reconhecimento em resultados transitados do

impacte ao nível das responsabilidades com pensões seria efectuado através da aplicação de um plano de

amortização de prestações uniformes por um prazo de 5 anos, prazo este alargado para 8 anos, a partir da

data de transição, com excepção da parte referente a responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-

emprego e a alterações de pressupostos relativos à tábua de mortalidade, que teria inicialmente a duração

de 7 anos e presentemente de 10 anos.

Após a data de transição, o valor dos ganhos e perdas actuariais resultantes de alterações nos pressupostos

actuariais e financeiros e de diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores

efectivamente verificados são reconhecidos de acordo com o método do corredor e registados na rubrica

Outros activos ou Outros passivos – Desvios actuariais. São enquadráveis no corredor, os ganhos ou perdas

actuariais acumulados que não excedam 10% do valor das responsabilidades com serviços passados ou

10% do valor do Fundo de Pensões, dos dois o maior. Os valores que excedam o corredor são amortizados

em resultados pelo período de tempo médio até à idade esperada de reforma dos Colaboradores abrangidos

pelo plano.

O acréscimo de responsabilidades por serviços passados decorrente da passagem de Colaboradores à

situação de reforma antecipada é integralmente reconhecido como custo nos resultados do exercício.

Com referência a 31 de Dezembro de 2006, a CEMAH constituiu um fundo de pensões para assegurar a

cobertura das responsabilidades com serviços passados com pensões de reforma (benefícios pós-emprego).

A 31 de Dezembro de 2007 a cobertura das responsabilidades com serviços passados relativas a SAMS e

subsídio de morte, passou também a ser assegurada pelo fundo de pensões. O valor do Fundo de Pensões

corresponde ao justo valor dos seus activos à data do balanço.

O valor das responsabilidades com serviços passados por pensões de reforma líquido do valor do fundo de

pensões e dos desvios actuariais não reconhecíveis está registado na rubrica Outros Passivos.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 62

Anualmente, a Caixa reconhece como custo na sua demonstração de resultados o custo do serviço corrente

e o custo dos juros deduzidos do rendimento esperado dos activos do fundo e da amortização de desvios

actuariais ou de alterações de pressupostos fora do corredor.

As contribuições para o fundo são efectuadas anualmente de forma a assegurar a solvência do mesmo,

sendo que o financiamento mínimo das responsabilidades por pensões em pagamento é de 100% e das

responsabilidades por serviços passados de pessoal no activo, de 95%, excepto quanto às responsabilidades

ainda não amortizadas, que de acordo com o aviso nº4/2005 irão ser financiadas à medida que as

responsabilidades forem sendo amortizadas.

Prémios de antiguidade

No âmbito do acordo de adesão celebrado com as estruturas sindicais do sector bancário, a CEMAH

assumiu o compromisso de pagar aos seus colaboradores prémios de antiguidade, quando estes completam

15, 25 e 30 anos de serviço, correspondente a uma, duas e três vezes, respectivamente do salário mensal

recebido à data de pagamento dos prémios.

O valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade, é determinado anualmente por uma entidade

independente, com base no método “ProjectedUnitCreditCost”. A taxa de desconto é determinada com base

em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, com maturidade semelhante ao da

liquidação das responsabilidades. Os principais pressupostos actuariais (financeiros e demográficos)

utilizados no cálculo do valor actual destes benefícios são idênticos aos utilizados no cálculo das

responsabilidades com Pensões de reforma, os quais são apresentados na Nota 6.16.1.

As responsabilidades por prémios de antiguidade são registadas na rubrica Outros passivos. Anualmente, a

CEMAH reconhece como custo na sua demonstração de resultados o custo do serviço corrente e o custo dos

juros líquidos dos ganhos e perdas resultantes de desvios actuariais, resultantes de alterações de

pressupostos ou da alteração das condições dos benefícios.

2.3.8 Provisões

Esta rubrica inclui as provisões constituídas para fazer face a outros riscos específicos, nomeadamente

contingências fiscais, processos judiciais e outras perdas estimadas decorrentes da actividade da CEMAH.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 63

São reconhecidas provisões quando (i) a Caixa tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja

provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do

valor dessa obrigação.

2.3.9 Imposto sobre lucros

A Caixa encontra-se isenta de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC), nos termos da

alínea b) do número 1 do artigo 9º do Código do IRC, tendo tal isenção sido reconhecida por Despacho de 17

de Março de 1999, do Secretário Regional da Presidência para as Finanças e Planeamento da Região

Autónoma dos Açores.

2.3.10 Capital

Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da

sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro,

independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade

após a dedução de todos os seus passivos.

Todos os custos directamente atribuíveis à emissão de capital são registados por contrapartida da rubrica de

capital como uma dedução ao valor da emissão.

2.3.11 Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas

Na elaboração das demonstrações financeiras a Caixa efectuou estimativas e utilizou pressupostos que

afectam as quantias relatadas dos activos e passivos. Estas estimativas e pressupostos são apreciados

regularmente e baseiam-se em diversos factores incluindo expectativas acerca de eventos futuros que se

consideram razoáveis nas circunstâncias.

Utilizaram-se estimativas e pressupostos nomeadamente nas seguintes áreas significativas:

Pensões de reforma e sobrevivência

As responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência são estimadas com base em pressupostos e

estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada do fundo e outros factores

que podem ter impacto nos custos e responsabilidades com pensões.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 64

Imparidade do crédito

O valor da imparidade do crédito é determinado com base em estimativas do valor a recuperar. Estas

estimativas são efectuadas com base na utilização de determinados pressupostos. Eventuais diferenças

entre esses pressupostos e o comportamento futuro dos créditos têm impacto nas estimativas efectuadas.

Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda

A Caixa determina que existe imparidade nos seus activos financeiros disponíveis para venda quando existe

uma desvalorização contínua ou de valor significo no seu justo valor. Este procedimento requer julgamento,

que assenta entre outros factores na volatilidade normal do preço das acções e nos pressupostos utilizados

nos modelos de avaliação.

Justo valor de activos financeiros não cotados

Na valorização de instrumentos financeiros não negociados em mercados líquidos o justo valor dos

instrumentos financeiros não cotados é estimado com base em métodos de avaliação, assim como pela

obtenção de preços junto de contraparte independente

Imparidade das aplicações por recuperação de créditos

O valor da imparidade dos activos (imóveis, equipamentos e outros bens) recebidos em dação por

recuperação de créditos determinado com base nas estimativas dos avaliadores independentes sobre o valor

de líquido de realização dos activos. Estas estimativas são efectuadas com base na utilização de

determinados pressupostos. Eventuais diferenças entre esses pressupostos e o comportamento futuro dos

mercados imobiliários têm impacto nas estimativas efectuadas.

3. Gestão do risco financeiro

A actividade da CEMAH encontra-se sujeita a um conjunto de riscos financeiros, sendo os mais relevantes os

riscos de crédito e taxa de juro. A política de gestão de riscos da Caixa visa garantir a todo o momento, uma

adequada relação entre os seus capitais próprios e a actividade desenvolvida. Neste contexto, o controlo e

acompanhamento dos principais riscos a que a Caixa encontra exposta assume particular importância.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 65

Risco de crédito

O risco de crédito está associado ao grau de incerteza dos fluxos de caixa futuros, por incapacidade do

mutuário em cumprir com as obrigações assumidas nos contratos de crédito.

A CEMAH está exposta a risco de crédito essencialmente derivado de crédito a clientes, aplicações em

instituições de crédito e carteira de títulos, que representam cerca de 90% do activo.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 66

Estrutura interna

O Conselho de Administração procede, anualmente, à revisão da estratégia e das principais políticas de

crédito e princípios orientadores da concessão de crédito, tendo em conta os resultados alcançados e os

objectivos estabelecidos.

Em matéria de risco de crédito, a fixação de objectivos centra-se na indicação do mercado alvo e na

desagregação da carteira de acordo com critérios como a finalidade, o sector de actividade, as garantias

prestadas, maturidade e qualidade do crédito concedido.

O sistema de gestão do risco de crédito apresenta uma adequada segregação de funções, nomeadamente

no que respeita a: análise, aprovação e acompanhamento do crédito e pretende contribuir para a

identificação e correcção de eventuais desvios face aos objectivos e orientações estabelecidos.

No que respeita às responsabilidades específicas ao nível da gestão de risco de crédito, estas são:

Conselho de Administração e Direcção Geral:

O Conselho de Administração e Direcção Geral são responsáveis pela aprovação das políticas e

procedimentos (incluindo níveis de tolerância) relacionados com o risco de crédito e acompanhamento da

carteira de crédito, por forma a agir em caso de situações de maior grau de risco. De salientar que o

Conselho de Administração é ainda responsável pela aprovação de todos os créditos.

Direcção Comercial e Rede de Balcões:

A Direcção Comercial é genericamente responsável pela revisão das propostas de crédito e emissão de um

parecer, remetendo a informação sobre os processos para aprovação do Conselho de Administração.

Procede ainda a análises regulares da carteira de crédito vencido e acompanha a carteira de crédito,

reportando as situações mais críticas à Direcção Geral e Conselho de Administração. Adicionalmente revê as

propostas de recuperação de crédito propostas pela equipa de recuperação e acompanha as situações de

crédito reestruturado.

Ao nível da rede de balcões, as principais funções no que respeita à gestão de risco de crédito:

Recolher informação do cliente no âmbito do processo de aceitação de crédito e análise doscoring;

Proceder a uma análise de risco preliminar, emitindo parecer sobre o risco da operação, tendo em

consideração a situação patrimonial e financeira do cliente e garantias prestadas;

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 67

Acompanhar a carteira de clientes;

Analisar a carteira do ponto de vista comercial (pontos críticos e oportunidades).

Direcção de Gestão do Risco:

As principais funções em matéria de gestão de risco são as seguintes:

Preparar e calibrar cenários de tolerância ao risco;

Definir/actualizar perfil de risco e/ou níveis de tolerância ao risco;

Comunicar directrizes aprovadas pelo Conselho de Administração em matéria de risco de crédito;

Elaborar os testes de esforço sobre a carteira de crédito;

Emitir parecer sobre as propostas de crédito;

Monitorar a exposição ao risco de crédito/concentração alertando a equipa de recuperação para o valor

de crédito em risco.

Direcção jurídica:

Composta pelo técnico jurídico e por técnicos do centro de atendimento a particulares, tem como principal

função negociar com os clientes em incumprimento alternativas de regularização da dívida.

A avaliação dos clientes conjuga aspectos de natureza quantitativa e qualitativa e indicadores de

comportamento, resultando assim da apreciação dos dados contabilísticos, historial de cumprimento dos

clientes e garantias, entre outros aspectos. Nessa mesma avaliação das operações tem particular incidência

na ponderação do grau de risco associado, a identificação clara da finalidade dos financiamentos,

capacidade de reembolso e contra garantias obtidas.

Controlo e políticas de mitigação

Aos responsáveis pela gestão de crédito cabe o controlo preventivo do risco e a detecção precoce de sinais

de deterioração da qualidade dos devedores. Para tal, estão implementados os seguintes procedimentos e

produção de informação:

Produção de listagens de limites de crédito a renovar no mês seguinte, sendo estas enviadas para os

balcões;

Acompanhamento do risco de crédito, por cliente e balcão, tendo como base o crédito vivo existente

(incluindo os descobertos em conta corrente) e as listagens de limites de crédito;

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 68

Análise quinzenal das posições de grupos económicos, o qual fornece o peso de cada um no total do

crédito, bem como nos requisitos de fundos próprios da CEMAH, sendo conferido o cumprimentos dos

limites;

Análise regular da exposição do risco de crédito, com base nas carteiras de crédito, aplicações e

investimentos, produzindo alguns cenários que suportarão a gestão do capital e o reporte prudencial;

Acompanhamento do crédito vencido: diariamente são acompanhadas as prestações em dívida,

apurando as respectivas razões para estas situações e semanalmente são analisados os créditos com

prestações vencidas, por tipo de crédito, antiguidade, contra garantias, perspectivas de regularização e

nível de aprovisionamento;

Análise das situações mais críticas ao nível da carteira de crédito de acordo com indicação dos

balcões, para reporte à Direcção Geral e Conselho de Administração;

Análise da exposição dos grupos económicos e de crédito vencido pelo Conselho de Administração,

com enfoque nas situações mais críticas, sendo definidas acções a tomar.

Processo de recuperação

Tendo por base um conjunto de indicadores de alerta (ex. créditos com 3 prestações vencidas) é

estabelecido um contacto com o cliente, negociando-se as possibilidades de regularização dos

pagamentos em atraso;

Caso exista uma proposta de reestruturação, são solicitados novos elementos;

Caso não exista sucesso na negociação por parte da Direcção Comercial, os processos são

encaminhados para o Conselho de Administração e Direcção Geral para definição de medidas de

prossecução/resolução (ex. envio para contencioso);

Aquando da passagem para Contencioso a Gestão de Riscos tem 5 dias para preparar o processo.

Políticas de mitigação

A Caixa utiliza uma diversidade de políticas e práticas de forma a mitigar o risco de crédito. A mais tradicional

é a obtenção de garantias colaterais aquando da concessão de crédito. A Caixa implementa orientações em

relação à aceitabilidade de classes específicas de colateral ou de mitigação do risco de crédito. Os principais

tipos de colateral para créditos e valores a receber são:

- Hipotecas sobre imóveis;

- Penhores de aplicações efectuadas na Caixa;

- Penhor de activos como instalações, inventários e contas a receber.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 69

Financiamentos de longo prazo a entidades empresariais e individuais, são geralmente garantidos; créditos

individuais de baixo valor e recorrentes geralmente não têm garantia. Adicionalmente, com o intuito de

minimizar a perda, no momento em que existam indicadores de imparidade para os créditos e valores a

receber, a Caixa procura colaterais adicionais das contrapartes relevantes.

Compromissos de concessão de crédito

O principal objectivo deste tipo de instrumentos é assegurar que os fundos são disponibilizados a um cliente

à medida que este os requisite. Compromissos de extensão de crédito representam partes não utilizadas de

autorizações para estender o crédito na forma de empréstimos, garantias ou letras de crédito. Re lativamente

a risco de crédito associado a este produto, a Caixa está potencialmente exposta a uma perda num montante

igual ao total dos seus compromissos não utilizados. Neste âmbito, a Caixa monitoriza com especial atenção

os compromissos de crédito revogáveis, uma vez que apenas sobre estes tem poder de acção atempada.

Medição do risco

A Caixa não utiliza modelos internos para medição e cálculo dos requisitos de capital para o risco de crédito.

Os requisitos de capital são calculados de acordo com o método padrão, sendo efectuadas adicionalmente

análises de sensibilidade e cenário específicas.

Imparidade e políticas de provisionamento

A Caixa avalia semestralmente a existência de evidência objectiva de imparidade na sua

carteira de crédito, no âmbito do reporte para o Banco de Portugal.

A metodologia e os pressupostos utilizados para o cálculo da perda por imparidade são objecto de

apreciação semestral por parte do Conselho de Administração e dos Auditores externos, sendo os resultados

posteriormente reportados ao Banco de Portugal.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 70

A metodologia adoptada pela Caixa baseia-se num modelo de imparidade para a carteira de crédito.

Resumimos de seguida a metodologia do modelo que tem por base as seguintes etapas:

1. Segmentação da carteira de crédito;

2. Análise de evidência de imparidade;

3. Cálculo da perda por imparidade.

A Caixa constitui provisões de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho, existindo a

31 de Dezembro de 2010 provisões adicionais às regulamentares por decisão do Conselho de Administração

no montante de €244 milhares. No caso das perdas por imparidade serem superiores às provisões registadas

em balanço de acordo com o Aviso acima referido, é efectuado um reforço das provisões em balanço pela

respectiva diferença.

Exposição ao risco de crédito

Resumimos de seguida a exposição máxima a risco de crédito em 31 de Dezembro de 2010 e 2009:

2010 2009

Disponibilidades em Bancos Centrais 4.976 5.022

Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.666 2.199

Aplicações em instituições de crédito 89.287 96.563

Activos financeiros disponíveis para venda 7.836 8.487

Crédito a clientes 131.773 143.619

Investimentos detidos até à maturidade 15.167 0

Outros activos 309 306

Exposição risco crédito de exposições fora de balanço:

Garantias prestadas 5.308 4.505

Linhas de crédito irrevogáveis 17.549 19.605

Outros compromissos

Exposição máxima

Os valores acima não têm em consideração qualquer colateral detido ou outras formas de mitigação do risco

de crédito. Para os activos no balanço, a exposição acima é a quantia escriturada no Balanço.

A exposição ao risco de crédito da Caixa está concentrada geograficamente apenas na região autónoma dos

Açores.

Apresenta-sede seguida os valores de balanço dos activos sujeitos a risco de crédito, categorizados por

tipode indústria.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 71

Instituições

Financeiras

Sector

públicoImobiliário

Indústria

transformadoraServiços

Outras

indústriasParticulares Total

Disponibilidades em Bancos Centrais 4.976 0 0 0 0 0 0 4.976

Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.666 0 0 0 0 0 0 1.666

Aplicações em instituições de crédito 89.287 0 0 0 0 0 0 89.287

Activos financeiros disponíveis para venda 105 4.036 0 0 0 3.695 0 7.836

Crédito a clientes 644 12 565 270 4.616 81.172 44.493 131.773

Investimentos detidos até à maturidade 0 15.167 0 0 0 0 0 15.167

Outros activos 0 36 0 0 3 19 251 309

96.678 19.252 565 270 4.619 84.886 44.744 251.014

Garantias Prestadas 0 0 0 0 763 4.545 0 5.308

Linhas de Crédito revogáveis 18 15 0 2 5 688 2.085 2.814

A 31 de Dezembro 2010 96.696 19.267 565 272 5.387 90.119 46.829 259.136

A 31 de Dezembro 2009 116.382 4.660 0 46 5.890 86.174 50.028 263.179

A segmentação da carteira de crédito determinada de acordo com diversos factores como o nível de

garantias reais associado e nível de incumprimento em 2010 e 2009 era a seguinte:

31-12-2010 31-12-2009

Prime 19,35% 14,37%

Standard monitoring 76,36% 77,55%

Special monitoring 0,68% 1,78%

Sub standard 3,61% 6,30%

As categorias apresentadas resultam da combinação de dois factores: i) registo de incumprimento e ii) nível

de cobertura dos empréstimos por garantias hipotecárias. Atendendo ao tipo de Clientes em questão,

particulares e pequenas empresas, não estão disponíveis classificações de rating externas.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 72

A exposição a risco de crédito das Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito, activos

financeiros disponíveis para venda, e investimentos detidos até à maturidade, é apresentada como segue:

Disponibilidades e

aplicações em

Instituições de

crédito

Activos

financeiros

disponíveis para

venda

Créditos e

Outros valores

a Receber

Investimentos

detidos até à

maturidadeTotal

31-12-2010

AA- a AA+ 2 - - 1.239 1.241

A- a A+ 516 4.141 - 11.328 15.985

Menor que A- 48.699 - - 2.603 51.302

Sem rating 41.710 3.695 - - 45.405

Total 90.927 7.836 0 15.171 113.933

31-12-2009

AA- a AA+ 180 - - - 180

A- a A+ 20.669 4.703 - - 25.372

Menor que A- 56.079 - - - 56.079

Sem rating 21.834 3.783 10.025 - 35.642

Total 98.762 8.487 10.025 0 117.273

Risco de taxa de juro

O risco de taxa de juro é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados

ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de juro, por via de desfasamentos de maturidades ou

de prazos de refixação das taxas de juro, da ausência de correlação perfeita entre as taxas recebidas e

pagas nos diferentes instrumentos, ou da existência de opções embutidas em instrumentos financeiros do

balanço ou elementos extra patrimoniais.

O risco de taxa de juro na Caixa advém essencialmente das aplicações em instituições financeiras, carteira

de crédito e carteira de títulos (cerca de 90% do activo).

A Administração da CEMAH, apoiada pelos diferentes departamentos, decide a sua política de taxa de juro

de uma forma bastante restritiva e cautelosa, assegurando sempre uma taxa de intermediação que suporte

confortavelmente as oscilações das taxas de juro registadas no mercado.

As operações activas estão indexadas a indicadores internos definidos pelo Conselho de Administração e a

indicadores externos com spread’s que sustentam a rentabilidade da Instituição face a variações no mercado.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 73

As operações passivas estão indexadas a taxas de referência internas e são majoradas consoante o seu

valor e prazo.

Periodicamente é analisada a liquidez da Instituição, evolução das maturidades médias dos activos e

passivos, taxas fixas versus taxas variáveis (e respectivos indexantes). Em função desta avaliação são

traçados os objectivos e orientações que são divulgados a toda a instituição.

O quadro seguinte resume a exposição da Caixa ao risco de taxa de juro, em 31 de Dezembro de 2010 e

2009. Estão incluídos no quadro os activos e passivos da Caixa, ao valor de balanço, categorizados pela

data mais recente entre a data de refixação de taxa de juro e a de maturidade.

31 de Dezembro de 2010 Até 1 mês 1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos

Mais de 5

anos

Sem risco de

taxa de juro Total

Activos

Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 0 0 0 0 0 4.976 4.976

Disponibilidades em outras instituições de crédito 0 0 0 0 0 1.666 1.666

Aplicações em instituições de crédito 18.490 50.000 20.000 0 0 797 89.287

Activos financeiros disponíveis para venda 0 0 2.484 654 3.265 1.433 7.836

Crédito a clientes 49.845 49.712 14.592 8.425 7.365 1.834 131.773

Investimentos detidos até à maturidade 0 0 0 0 14.903 264 15.167

Outros activos 0 0 0 0 0 309 309

Total de activos 68.335 99.712 37.076 9.079 25.533 11.279 251.014

Passivos

Recursos de Bancos Centrais 0 0 0 0 0 0 0

Recursos de outras instituições de crédito 0 0 0 0 0 18 18

Depósitos de clientes 76.623 54.825 105.548 1.980 0 1.168 240.144

Passivos subordinados 0 0 0 0 0 0 0

Outros passivos 0 0 0 0 0 188 188

Total de passivos 76.623 54.825 105.548 1.980 0 1.374 240.350

Gap (8.288) 44.888 (68.472) 7.099 25.533

31 de Dezembro de 2009

Total de Activos 109.713 47.863 57.005 11.328 28.297 12.016 266.221

Total de Passivos 80.665 72.101 90.145 1.275 0 1.387 245.573

Gap 29.048 (24.238) (33.140) 10.053 28.297

Medição do risco

A Caixa desenvolve análises de sensibilidade que medem as alterações estimadas nos resultados e capitais

de um aumento ou diminuição imediata de 200 pontos base nas taxas de juro de mercadoaplicadas aos

instrumentos financeiros.A análise de sensibilidade é baseada nos seguintes pressupostos:

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 74

- Alterações nas taxas de juro do mercado afectam rendimentos ou despesas de juros de instrumentos

financeiros variáveis;

- Alterações nas taxas de juro de mercado apenas afectam os rendimentos ou despesas de juros em

relação a instrumentos financeiros com taxas de juro fixas se estes estiverem reconhecidos a justo

valor;

- Alterações nas taxas de juro de mercado afectam o justo valor de outros activos e passivos

financeiros;

- Alterações no justo valor de outros activos e passivos financeiros são estimados descontando os

fluxos de caixa futuros de valores actuais líquidos, utilizando taxas de mercado do final do ano.

Sob estes pressupostos, um aumento ou diminuição de 2% nas taxas de juro de mercado a 31 de Dezembro

de 2010 resultaria num aumento ou diminuição dos resultados da CEMAH de aproximadamente €29 m ilhares

(2009: €234 milhares) e capitais próprios de €-4.258 milhares (2009: €1.220 milhares).

Risco de mercado

O risco de mercado é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou

no capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos da carteira de

negociação, provocados por flutuações em cotações de acções, preços de mercadorias, taxas de juro, taxas

de câmbio. O risco de mercado está associado, principalmente, à detenção de posições de curto prazo em

títulos de dívida e de capital, em moedas, em mercadorias e em derivados.

A carteira de títulos é gerida na sua quase totalidade por entidades gestoras externas à instituição, embora

exista uma pequena quantidade de títulos geridos pela própria CEMAH e que se encontram custodiados em

instituições externas. Para o efeito, foram estabelecidos contratos de gestão discricionária com as referidas

entidades, onde se define um benchmark de investimento de acordo com o risco que se pretende assumir e a

rentabilidade desejada.

A referida carteira é valorizada mensalmente com base nas cotações obtidas por consulta da Bloomberg. À

falta destas, a CEMAH recorre aos relatórios enviados pelas entidades gestoras.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 75

No que respeita à gestão do risco de crédito e de mercado da carteira de títulos, a Instituição efectua os

seguintes controlos:

- são feitos contactos permanentes com as entidades gestoras, no sentido de se avaliar a evolução da

carteira;

- periodicamente, são elaborados relatórios de análise de risco pelas entidades gestoras, sendo efectuado a

respectiva análise; e

- são realizadas reuniões trimestrais com as entidades gestoras e, sempre que necessário, redefine-se o

perfil de risco associado, embora sempre numa óptica conservadora.

A exposição ao risco de preço a 31 de Dezembro de 2010 e 2009 era como se segue:

2010 2009

Acções 105 167

Obrigações 0 10.000

Exposição máxima

A variação registada ao nível das obrigações deve-se à alienação das obrigações do metro de Lisboa &

Porto.

Com base no montante registado em balanço a 31 de Dezembro de 2010 e considerando a cotação das

acções BES-NOM, uma potencial variação de 10% na cotação do instrumento de capital resultaria num

aumento ou diminuição dos capitais próprios de 11 milhares EUR (2009: 17 milhares EUR).

Risco de liquidez

O risco de liquidez é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou

no capital, decorrente da incapacidade da entidade cumprir com as suas obrigações financeiras à medida

que as mesmas se vencem, ou não conseguir assegurá-las em condições razoáveis.

Com referência a 31 de Dezembro de 2010, 48% dos activos da Caixa dizem respeito à carteira de crédito e

33% diz respeito a aplicações em instituições de crédito, sendo ambos integralmente financiados com

depósitos de clientes. Neste âmbito, a CEMAH considera a sua base de depósitos sólida, dada a

diversificação em termos de número e tipo de depositantes.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 76

A tesouraria da instituição é acompanhada numa base diária pelo Departamento Financeiro e pela Direcção

Geral. Para o efeito são elaborados mapas diários de controlo, onde são expressos os saldos existentes, e

com base nos quais são tomadas as decisões em termos de aplicações a realizar, por forma a assegurar que

são cumpridas as necessidades de liquidez.

Estruturalmente, a CEMAH é excedentária em liquidez, pelo que são feitas diariamente aplicações no

Mercado Monetário Interbancário (MMI), e periodicamente aplicações a prazos mais alargados (depósitos a

prazo). Ambos os tipos de aplicações são objecto de controlo por parte do Departamento Financeiro e da

Direcção Geral, sendo também periodicamente submetido ao Conselho de Administração um mapa com o

controlo da liquidez aplicada e respectiva remuneração.

A actividade corrente da clientela é fruto de análise, no sentido de se antecipar alguma situação susceptível

de vir a criar problemas de tesouraria. Para o efeito são monitorados igualmente os activos de médio prazo

não compensados por passivos, o grau e tipo de compromissos não activados, o uso de facilidades de

overdraft e o impacto de passivos contingentes como compromissos de crédito e garantias. Adicionalmente,

é efectuada a monitorização de rácios de liquidez tendo em conta os requisitos internos e os requisitos

externos impostos pelo Banco de Portugal.

A análise dos passivos financeiros por prazos de maturidade em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 é

apresentada como segue:

Até 3 meses 3 meses a 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos Total

31 de Dezembro de 2010

Recursos de outras instituições de crédito 18 - - - 18

Recursos de clientes 132.804 107.068 460 - 240.332

31 de Dezembro de 2009

Recursos de outras instituições de crédito 36 - - - 36

Recursos de clientes 153.846 90.421 1.226 - 245.493

A tabela abaixo representa os fluxos de caixa das exposições fora de balanço, a pagar pela Caixa de acordo

com a sua maturidade residual contratual às datas de balanço. Os montantes apresentados na tabela são os

fluxos de caixa contratuais não descontados.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 77

31 de Dezembro de 2010

Linhas de crédito irrevogáveis 1.232 3.310 12.908 23 77 17.549

Linhas de crédito revogáveis 1.663 117 942 30 61 2.813

Total 2.894 3.427 13.850 53 138 20.362

Mais de 5

anos

TotalMenos de 1

mês

1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos

31 de Dezembro de 2009

Linhas de crédito irrevogáveis 11.986 1.459 6.074 - 86 19.605

Linhas de crédito revogáveis 1.921 242 3.386 - 49 5.598

Total 13.907 1.701 9.460 - 135 25.203

Mais de 5

anos

TotalMenos de 1

mês

1-3 meses 3-12 meses 1-5 anos

A análise dos fluxos contratuais futuros dos passivos financeiros mais significativos é apresentada como

segue:

Até 3 meses 3 meses a 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total

31 de Dezembro de 2010

Recursos de clientes 78.659 107.068 460 - 53.133 239.320

Passivos subordinados - - - - - -

Outros Passivos 944 551 - - 17 1.512

31 de Dezembro de 2009

Recursos de clientes 98.004 90.329 - - 55.952 244.285

Passivos subordinados - - - - - 0

Outros Passivos 1.021 558 - - 17 1.596

Gestão do capital

Os objectivos da Caixa em relação à gestão de capital são os seguintes:

Cumprir os requisitos de capital estabelecidos pelo Supervisor;

Salvaguardar a capacidade da Caixa de continuar como a sua actividade e assim proporcionar

retorno para o accionista; e

Manter uma sólida estrutura de capital para apoiar o desenvolvimento do seu negócio.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 78

A adequação do capital é monitorizada diariamente pela gestão, empregando técnicas baseadas nos

princípios do Comité de Basileia e das directivas comunitárias europeias, implementadas pelo Banco de

Portugal para fins de supervisão. A informação requerida é entregue ao Banco de Portugal mensalmente.

A tabela seguinte apresenta a composição do capital regulatório e dos rácios da Caixa para os períodos os

exercícios de 2010 e 2009.

Fundos Próprios 2010 2009

Base (i)

Capital 15.211 14.901

Reservas e Resultados 5.704 5.147

Outros elementos -62 -90

20.853 19.958

Complementares

Upper Tier 2 569 635

Lower Tier 2 0 0

569 635

Deduções 1.722 1.664

19.700 18.930

Requisitos de Fundos Próprios 14.706 13.591

Activos ponderados pelo risco

No balanço 156.737 141.281

Fora do balanço 12.169 12.128

Rácio de Solvabilidade 10,7% 11,1%

(i) Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 os Fundos Próprios de Base não incluem qualquer Resultado Líquido

do próprio ano, uma vez que estes não se encontravam ainda auditados àquela data.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 79

4. Activos e passivos financeiros classificados de acordo com as categorias da IAS 39

2010

Activos

Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 10.353 - - - - 10.353

Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.666 - - - - 1.666

Aplicações em instituições de crédito 89.287 - - - - 89.287

Activos financeiros disponíveis para venda - 7.836 - - - 7.836

Crédito a clientes 131.773 - - - - 131.773

Investimentos detidos até à maturidade - - 15.167 - - 15.167

Outros activos 309 - - - 22.207 22.516

Activos 233.388 7.836 15.167 0 22.207 278.598

Passivos

Recursos de Bancos Centrais - - - - - 0

Recursos de outras instituições de crédito - - - 18 - 18

Depósitos de clientes - - - 240.332 - 240.332

Passivos subordinados - - - - - 0

Outros passivos - - - - 7.557 7.557

Total Passivos 0 0 0 240.350 7.557 247.907

2009

Activos

Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 10.640 - - - - 10.640

Disponibilidades em outras instituições de crédito 2.199 - - - - 2.199

Aplicações em instituições de crédito 96.563 - - - - 96.563

Activos financeiros disponíveis para ve nda - 8.487 - - - 8.487

Crédito a clientes 143.619 - - - - 143.619

Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 0

Outros activos 306 - - - 22.018 22.324

Activos 253.327 8.487 0 0 22.018 283.832

Passivos

Recursos de Bancos Centrais - - - - - 0

Recursos de outras instituições de crédito - - - 36 - 36

Depósitos de clientes - - - 245.493 - 245.493

Passivos subordinados - - - - - 0

Outros passivos - - - - 7.160 7.160

Total Passivos 0 0 0 245.529 7.160 252.689

Outros passivos

Financeiros

Activos/Passsivos

Não Financeiros

TotalCréditos e

valores a

receber

Activos

financeiros

disponíveis para

venda

Investimentos

detidos até à

maturidade

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 80

5. Justo valor dos activos e passivos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2010 os valores contabilísticos dos activos e passivos financeiros comparam com o

respectivo justo valor conforme segue:

Valor Justo

contabilístico valor

Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 10.353 10.353

Disponibilidades em outras IC's 1.666 1.666

Aplicações em instituições de crédito 89.287 89.287

Activos Financeiros Disponíveis para Venda 7.836 7.836

Crédito a clientes 129.885 129.885

Investimentos detidos até à maturidade 15.167 15.167

Total activos financeiros ao justo valor 254.194 254.194

Recursos de bancos centrais - -

Recursos de outras instituições de crédito 18 18

Depósitos de clientes 240.332 240.332

Passivos subordinados - -

Total passivos financeiros ao justo valor 240.350 240.350

As principais metodologias e pressupostos utilizados na estimativa do justo valor dos activos e passivos

financeiros mais significativos são analisados como segue:

Caixa e disponibilidades em bancos centrais, Disponibilidades a Aplicações em instituições de

crédito

Considerando o prazo associado a estes instrumentos financeiros (grande maioria até 3 meses) e ao facto de

serem negociados a taxas de mercado, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável

do respectivo justo valor.

Activos financeiros disponíveis para venda

Os Activos financeiros disponíveis para venda são constituídos por instrumentos de dívida e instrumentos de

capital estando contabilizados ao justo valor. O justo valor tem como base os preços de cotação de mercado,

sempre que estes se encontrem disponíveis. Caso estes não existam, o justo valor é estimado através de

técnicas de desconto de cash-flows.

No caso de acções não cotadas, sempre que não exista disponível um valor de mercado e não seja possível

determinar com fiabilidade o seu justo valor, estas encontram-se reconhecidas ao custo histórico.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 81

Crédito a clientes

O Crédito a clientes é remunerado a taxas variáveis, que se aproximam das taxas em vigor no mercado para

este tipo de produto e para o risco inerente à carteira, pelo que o seu justo valor é próximo do valor

contabilístico.

Investimentos detidos até à maturidade

Os Investimentos detidos até à maturidade são constituídos por instrumentos de dívida mensurados ao custo

amortizado. Tendo em consideração as taxas de juro intrínsecas, considera-se que o seu valor não difere

significativamente do seu justo valor.

Recursos de outras instituições de crédito

Considerando o prazo associado a estes instrumentos financeiros e ao facto de serem negociados a taxas de

mercado, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor.

Depósitos de clientes

Considerando que as taxas de juro aplicáveis são de natureza variável e o período de maturidade dos

depósitos é inferior a um ano, não existem diferenças quantificáveis no seu justo valor.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 82

6. Notas

6.1 Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais

2010-12-31 2009-12-31

Caixa 5.377 5.618

Depósitos à ordem no Banco de Portugal 4.976 5.022

10.353 10.640

A rubrica Depósitos à ordem no Banco de Portugal inclui os depósitos constituídos para satisfazer as

exigências do sistema de reservas mínimas do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). Estes

depósitos são remunerados à média das taxas marginais das operações principais de refinanciamento do

SEBC apuradas durante o período de manutenção considerado. Em 2010, estas taxas variaram entre

0,295% e 0,878% (2009 – 0,299% e 2,221%).

6.2 Disponibilidades em outras Instituições de Crédito

O saldo desta rubrica é composto como segue:

2010-12-31 2009-12-31

Disponibilidades sobre instituições de crédito no país

Depósitos à ordem 262 479

Cheques a cobrar 1.379 1.702

1.641 2.181

Disponibilidades sobre instituições de crédito no

estrangeiro

Cheques a cobrar 25 18

1.666 2.199

Os cheques a cobrar sobre instituições de crédito no país e no estrangeiro foram enviados para cobrança nos

primeiros dias úteis subsequentes à data de referência das demonstrações.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 83

6.3 Aplicações em instituições de crédito

Quanto à sua natureza, os créditos sobre instituições de crédito analisam-se como se segue:

2010-12-31 2009-12-31

Aplicações em instituições de crédito no país

Outras aplicações 88.490 96.223

Juros a Receber 797 340

89.287 96.563

No que respeita à sua duração residual, as aplicações em instituições de crédito decompõem-se como

segue:

2010-12-31 2009-12-31

Até três meses 69.188 96.563

De três meses a 12 meses 20.099 -

89.287 96.563

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 84

6.4 Activos financeiros disponíveis para venda

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2010-12-31 2009-12-31

Instrumentos de dívida

Títulos cotados

Obrigações de emissores públicos nacionais - taxa fixa 4.036 4.536

Obrigações de outros emissores nacionais

Dívida não subordinada 2.484 2.573

6.520 7.109

Instrumentos de capital

Títulos cotados

Acções de emissores nacionais 105 167

Títulos não cotados

De emissores nacionais

Acções 1.211 1.211

1.316 1.378

7.835 8.487

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:

31 de Dezembro de 2010 Quantidade

Valor

Nominal

Val.Balanço

Justo Valor

Valor

Aquisição Valias

Emitidos por Residentes

Instrumentos de dívida

De Dívida Publica Portuguesa

Obrigações do Tesouro

OT 3,35% 10/2015 72.250.000 723 659 722 (68)

OT 3,85% 04/2021 410.000.000 4.100 3.377 3.795 (547)

4.823 4.036 4.517 (615)

De Outros Residentes

Outros

Dívida não subordinada

Obrigações

OC 2011 - 1ª SÉRIE 1 2.500 2.484 2.500 4

2.500 2.484 2.500 4

Instrumentos de capital

Acções

BES 36.532 - 105 291 (186)

SIBS 10.000 - 1.211 1.211 -

- 1.316 1.502 (186)

7.323 7.836 8.519 (797)

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 85

31 de Dezembro de 2009 Quantidade

Valor

Nominal

Val.Balanço

Justo Valor

Valor

Aquisição Valias

Emitidos por Residentes

Instrumentos de dívida

De Dívida Publica Portuguesa

Obrigações do Tesouro

OT 3,35% 10/2015 71.000.000 710 716 709 2

OT 5,85% 05/10 361.999.800 3.620 3.820 3.813 28

4.330 4.536 4.522 30

De Outros Residentes

Outros

Dívida não subordinada

Obrigações

OC 2011 - 1ª SÉRIE 1 2.500 2.573 2.395 115

2.500 2.573 4.296 115

Instrumentos de capital

Acções

BES 36.532 - 167 291 (124)

SIBS 10.000 - 1.211 1.211 -

- 1.378 1.465 (124)

6.830 8.487 10.283 21

Em 31 de Dezembro de 2010 a carteira de activos financeiros disponíveis para venda não apresenta

imparidade.

Durante o período de 2010, a CEMAH procedeu à aquisição de 1.250.000 obrigações do tesouro à taxa de

3,35% com vencimento em Outubro de 2015, assim como à aquisição de 410.000.000obrigações do tesouro

à taxa de 3,85% com vencimento em Abril de 2021, para substituição das 361.999.800 obrigações do tesouro

à taxa de 5,85% que se venceram a 20 de Maio.

Parte das Obrigações de Dívida Pública Portuguesa (Obrigações do Tesouro – OT, inclusive as adquiridas

em 2010), encontram-se dadas como garantia a favor do Fundo de Garantia de Depósitos e Banco de

Portugal, para garantia das obrigações assumidas pela Caixa. Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o valor

dos penhores constituídos ascendia a €3.735 milhares e €4.083 milhares, respectivamente.

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital não cotados (SIBS) cujo justo

valor não pode ser mensurado com fiabilidade e como tal estão reconhecidos ao custo no montante de

€1.211 milhares em 31 de Dezembro de 2010 (2009: €1.211 milhares). Dada a natureza deste investimento

(acesso à rede SIBS), a Caixa não pretende alienar esta participação.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 86

6.5 Crédito a clientes

A rubrica de Crédito a clientes decompõe-se como segue:

Crédito a Clientes 2010-12-31 2009-12-31

Créditos não representados por valores mobiliários

Crédito Interno

Empresas e Administrações Públicas

Desconto e outros créditos titulados por efeitos 7.540 3.146

Empréstimos 36.814 37.627

Créditos em conta corrente 1.560 1.927

Descobertos em depósitos à ordem 13.190 14.716

Outros créditos - -

59 104 57.416

Particulares

Habitação 20 234 21 627

Consumo 15 455 18 082

Outras finalidades

Desconto e outros créditos titulados por efeitos 1 656 1 657

Empréstimos 27 411 26 004

Crédito em conta corrente 223 229

Outros créditos 5.641 5.834

70.620 73.433

Outros créditos e valores a receber titulados

Emitidos por não residentes

Outros - 10.000

0 10.000

129.724 140.849

Juros e comissões a receber 279 235

Crédito e juros vencidos

Até 90 dias 71 82

Mais de 90 dias 1.699 2.454

1.770 2.536

Total Bruto 131.773 143.619

Menos:

Provisão para créditos de cobrança duvidosa 517 718

Provisão para crédito e juros vencidos 1.371 3.146

1.888 3.864

Total Líquido 129.885 139.756

O movimento ocorrido nas provisões durante o exercício de 2010 é apresentado na Nota 6.11.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 87

De salientar que, para além das provisões para créditos de cobrança duvidosa e crédito vencido, a Caixa tem

outras provisões, apresentadas no passivo, (ver nota 6.11) no montante de €1.551 milhares (2009 – €1.612

milhares) que também se destinam a cobrir riscos de crédito (Provisões para riscos gerais de crédito).

A rubrica de crédito interno inclui €1.404milhares de descobertos em depósitos à ordem, e €87milhares de

euros em crédito a prestações, da Santa Casa de Misericórdia de Angra do Heroísmo que, em 31 de

Dezembro de 2010, vencem juros a taxas correntes de mercado.

Os outros créditos e valores a receber titulados emitidos incluíam em 31 de Dezembro de 2009 obrigações

do rendimento Metro de Lisboa & Porto, no valor de €10 milhares, que foram alienadas no decorrer de 2010,

sem qualquer prejuízo para a Caixa.

O escalonamento dos créditos sobre clientes, em função da sua duração residual, é o seguinte:

Prazos 2010-12-31 2009-12-31

Até três meses 14.101 7.952

De três meses a um ano 13.527 14.559

De um a cinco anos 34.075 36.949

Mais de cinco anos 44.686 45.319

Duração indeterminada (*) 25.384 38.840

131.773 143.619

(*) Descobertos em Depósitos à ordem e Crédito e juros vencidos

A exposição a risco de crédito para contratos com valores vencidos mas sem imparidade, segmentada por

antiguidade de incumprimento é a seguinte:

31 de Dezembro de 2010

Inferior a 3 meses 291 18

3 a 6 meses 66 35

6 a 12 meses 58 68

Superior a 12 meses 1.284 1.524

Total 1.699 1.646

31 de Dezembro de 2009

Inferior a 3 meses 535 9

3 a 6 meses 325 49

6 a 12 meses 295 237

Superior a 12 meses 1.299 1.715

Total 2.454 2.010

Exposição Máxima Provisões para crédito

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 88

A exposição a risco de crédito para contratos com valores vencidos mas sem imparidade, segmentada por

antiguidade de incumprimento, desagregada por tipo de produto, apresenta-se conforme se segue:

Descobertos Letras e Livranças

Crédito a

Prestações Total

Inferior a 3 meses 295 322 4.013 4.630

3 a 6 meses 0 0 0 0

6 a 12 meses 0 0 0 0

Superior a 12 meses 0 0 0 0

Total 295 322 4.013 4.630

JV Colaterais 0 0 2.549 2.549

Diferença 295 322 1.464 2.081

No que se refere aos créditos mais significativos com imparidade em 31 de Dezembro 2010, estes

decompõem-se da seguinte forma:

DescobertoLetras e

Livranças

Crédito a

PrestaçõesDescoberto

Letras e

Livranças

Crédito a

PrestaçõesTotal

Exposição Total 26 - 1.785 363 - 874 3.048

Imparidade 34 - 1.043 280 - 430 1.787

Justo valor dos - - 1.221 - - 487 1.708

Colaterais

Particulares Empresas

Significativos

Salienta-se que o justo valor dos colaterais inclui as garantias reais (garantias hipotecárias), avaliadas por

entidades credenciadas e independentes durante 2010, e garantias reais avaliadas à data de concessão do

crédito.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 89

6.6 Investimentos detidos até à maturidade

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2010-12-31 2009-12-31

Instrumentos de dívida

Instrumentos de dívida

De dívida pública portuguesa 11.206 -

De emissores públicos estrangeiros 3.697 -

14.903 -

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 90

Em 31 de Dezembro de 2010 esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:

31 de Dezembro de 2010 Quantidade

Valor

Nominal Valor Títulos

Juros a

receber Valor Balanço

Valor

Aquisição

Emitidos por Residentes

Instrumentos de dívida

De Dívida Publica Portuguesa

OT 4,95% 25/10/2023 996.500.000 9.965 9.965 91 10.056 9.965

OT 4,8% 15/06/2020 115.800.000 1.158 1.231 30 1.271 1.242

11.123 11.196 121 11.327 11.207

Emitidos por não Residentes

Instrumentos de dívida

De Emissores Públicos Estrangeiros

France OAT 1.185.000 1.185 1.210 28 1.238 1.210

Hellenic Republic 2020/06/19 2.268 2.268 2.487 115 2.602 2.489

3.453 3.697 143 3.840 3.699

14.576 14.892 264 15.167 14.906

6.7 Activos não correntes detidos para venda

O saldo desta rubrica a 31 de Dezembro de 2010 analisa-se como segue:

Imóveis Total

Saldo em 31.12.2009

Valor bruto 4.943 4.943

Imparidade Acumulada -60 -60

Valor líquido 4.883 4.883

Movimento

Adições 1.546 1.546

Alienações -1.580 -1.580

Saldo em 31.12.2010

Valor bruto 4.908 4.908

Imparidade acumulada -300 -300

Valor líquido 4.608 4.608

O valor de adições registado no exercício de 2010 refere-se a imóveis recebidos no âmbito de processos de

recuperação de crédito.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 91

6.8 Outros activos tangíveis

Esta rubrica é analisada da seguinte forma:

Imóveis de

serviço

próprio Equipamento

Activos

tangíveis em

curso

Outros

activos

tangíveis Total

Saldo em 1 de Janeiro de 2009

Custo 7.934 2.711 439 1.633 12.717

Amortizações acumuladas (1.771) (2.030) - (3) (3.804)

Valor líquido 6.163 681 439 1.630 8.913

Movimentos no exercício de 2009

Saldo líquido de abertura 6.163 681 439 1.630 8.913

Adições - 298 234 14 546

Transferências - 182 (182) - -

Abates - (133) - (10) (143)

Amortizações acumuladas bens abatidos - 128 - - 128

Amortizações do exercício (157) (229) - (0) (386)

Saldo líquido de encerramento 6.006 927 491 1.634 9.058

Saldo em 31 de Dezembro de 2009

Custo 7.934 3.058 491 1.637 13.121

Amortizações acumuladas (1.928) (2.131) - (3) (4.062)

Valor líquido 6.006 927 491 1.634 9.058

Movimentos no exercício de 2010

Saldo líquido de abertura 6.006 927 491 1.634 9.058

Adições - 54 588 - 642

Transferências - 20 (20) - -

Abates - (81) - - (81)

Amortizações acumuladas bens abatidos - 80 - - 80

Amortizações do exercício (157) (297) - 0 (454)

Saldo líquido de encerramento 5.849 703 1.059 1.634 9.246

Saldo em 31 de Dezembro de 2010

Custo 7.934 3.051 1.059 1.637 13.682

Amortizações acumuladas (2.085) (2.348) - (3) (4.436)

Valor líquido 5.849 703 1.059 1.634 9.246

As aquisições de Equipamento efectuadas em 2010referem-se essencialmente a máquinas e ferramentas

diversas (€18 milhares) e equipamento informático (€23 milhares).

Os Equipamentos abatidos em 2010 dizem respeito a bens que se encontravam obsoletos, essencialmente,

computadores.

No exercício de 2010 as adições registadas na rubrica Activos tangíveis em curso dizem respeito às obras de

remodelação do imóvel em Ponta Delgada destinado à instalação do futuro balcão (€573 milhares), à

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 92

aquisição de estantes para o arquivo do sector da contabilidade (€10 milhares) e à instalação do sistema de

ar condicionado nos balcões de S. Mateus e Biscoitos (€5 milhares).

6.9 Activos intangíveis

O saldo desta rubrica em 31 de Dezembro analisa-se como segue:

Sistemas

tratamento

automático de

dados

Activos

intagíveis

em Curso Total

Saldo em 1 de Janeiro de 2009

Custo 1.728 16 1.743

Amortizações acumuladas (1.590) - (1.590)

Valor líquido 138 16 154

Movimentos no exercício de 2009

Saldo líquido de abertura 138 16 154

Adições 24 8 32

Transferências 7 (7) -

Amortizações do exercício (95) - (95)

Saldo líquido de encerramento 74 17 91

Saldo em 31 de Dezembro de 2009

Custo 1.759 17 1.775

Amortizações acumuladas (1.685) - (1.685)

Valor líquido 74 17 91

Movimentos no exercício de 2010

Saldo líquido de abertura 74 17 91

Adições 1 26 27

Transferências 26 (26) -

Amortizações do exercício (56) - (56)

Saldo líquido de encerramento 45 17 62

Saldo em 31 de Dezembro de 2010

Custo 1.786 17 1.803

Amortizações acumuladas (1.741) - (1.741)

Valor líquido 45 17 62

Os movimentos ocorridos em 2010, no que respeita ao sistema de tratamento automático de dados, referem-

se a aquisições de software, ao desenvolvimento do portal de Internet e do sistema Homebanking (€28

milhares). As adições ao activo intangível em curso (€26 milhares) compreendem o investimento efectuado

no sistema de Homebanking e no desenvolvimento do portal de Internet.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 93

6.10 Outros activos

A rubrica de Outros activos apresenta a seguinte decomposição:

2010-12-31 2009-12-31

Devedores e outras aplicações

Devedores por bonificações a receber 36 54

Outros devedores 270 246

306 300

Outros activos

Outras disponibilidades 3 5

Outros imóveis 100 100

Numismática e outros metais preciosos 11 10

114 115

Rendimentos a receber

Outros juros e rendimentos similares - 2

- 2

Despesas com encargo diferido

Outras despesas com encargo diferido 1.704 2.070

1.704 2.070

Outros activos 2.124 2.487

A 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Outros devedores inclui valores a receber da Direcção Geral de

Contribuições e Impostos (€108 milhares) relativo à resolução de processos de crédito que se encontravam

em contencioso, do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça (€118 milhares), valores a receber

referentes à venda de livros “Genealogias dos Açores” (€25 milhares) e valores referentes a juros de

obrigações (€19 milhares) pagos a 31 de Dezembro, mas cuja liquidação financeira só ocorreu nos primeiros

dias de Janeiro 2011.

A rubrica Outras despesas com encargo diferido, diz respeito essencialmente ao acréscimo de

responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios resultante da transição para as IAS, que

ainda não foram amortizadas por contrapartida de resultados transitados (ver Nota 2.3.6).

A variação ocorrida no exercício diz respeito essencialmente ao valor da amortização anual, acima referida,

no valor de €416 milhares e ao aumento dos valores a mensualizar no próximo ano (€50 milhares), referentes

a custos com aluguer e manutenção de equipamentos, seguros, entre outros.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 94

6.11 Provisões e imparidades

Os movimentos registados nas provisões e imparidades da Caixa durante o exercício de 2010 resumem-

seconforme segue:

Movimentos em 2010

Saldo em Reposições/ Utilizações/ Saldo em

2009-12-31 Aumentos (Reversões) Transferências 2010-12-31

Provisões específicas p/ crédito a clientes

Provisões para crédito vencido 1.609 1.113 (1.320) (31) 1.371

Provisões para crédito de cobrança duvidosa 935 1.289 (1.668) (39) 517

Provisões para riscos gerais de crédito 1.612 693 (754) - 1.551

Outras Provisões 375 - - - 375

Imparidade em outros activos

Devedores, outras aplicações e outros activos 60 336 (1) (95) 301

4.592 3.431 (3.743) (165) 4.115

Movimentos em 2009

Saldo em Reposições/ Utilizações/ Saldo em

2008-12-31 Aumentos (Reversões) Transferências 2009-12-31

Provisões específicas p/ crédito a clientes

Provisões para crédito vencido 3.145 2.562 (3.885) (213) 1.609

Provisões para crédito de cobrança duvidosa 719 1.971 (1.751) (3) 935

Provisões para riscos gerais de crédito 1.642 932 (962) 1.612

Outras Provisões - 150 - 225 375

Imparidade em outros activos

Devedores, outras aplicações e outros activos 613 8 (336) (225) 60

6.119 5.623 (6.934) (216) 4.592

No que respeita ao movimento das provisões para crédito a clientes, destaca-se a redução líquida de cerca

de €418 milhares nas provisões para crédito de cobrança duvidosa e de cerca de €238 milhares no caso das

provisões para crédito vencido, resultado da recuperação de créditos em situação de incumprimento, da

reavaliação de garantias e da renegociação de créditos (que se traduziram igualmente no reforço de

garantias).

O aumento da provisão para imparidade em outros activos resultou da reavaliação de imóveis em carteira,

cujo impacto na provisão ascendeu a cerca de 336 milhares de euros.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 95

6.12 Recursos de outras instituições de crédito

Esta rubrica inclui os depósitos à ordem de outras instituições de crédito num montante global de €18

milhares.

6.13 Recursos de Clientes

O saldo desta rubrica é composto, quanto à sua natureza, como se segue:

2010-12-31 2009-12-31

Recursos de Residentes

Depósitos à ordem 52.945 55.808

Depósitos a prazo 123.075 114.181

Depósitos de poupança 63.112 74.153

Cheques e ordens a pagar 188 143

239.320 244.285

Juros a Pagar 1.012 1.208

240.332 245.493

Quanto à duração residual, estes recursos decompõem-se da seguinte forma:

Prazos

2010-12-31 2009-12-31

Exigível à vista 54.145 57.160

Exigível a prazo

Até 3 meses 78.659 97.091

De três meses a um ano 107.068 91.243

De um a cinco anos 460 0

186.187 188.333

240 332 245 493

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 96

6.14 Outros passivos

A rubrica de Outros passivos apresenta a seguinte decomposição:

2010-12-31 2009-12-31

Responsabilidade com Pensões e outros Benefícios

Responsabilidades totais (ver Nota 6.16) 15.140 14.469

Valor patrimonial do fundo (ver Nota 6.16) (12.540) (12.557)

Desvios actuariais (ver Nota 6.16) 1.520 2.040

4.120 3.952

Credores e outros recursos

Outros recursos 16 16

Sector público administrativo 126 166

Outros credores 80 233

222 415

Encargos a pagar

Gastos com pessoal 361 352

Responsabilidades com prémio de antiguidade (ver Nota 6.16) 190 206

551 558

Outras contas de regularização

Outras operações a regularizar 739 623

739 623

Outros Passivos 5.632 5.548

A 31 de Dezembro 2009, na rubrica Outros Credores está registado um donativo concedido à Santa Casa da

Misericórdia de Angra do Heroísmo, no valor de €204 milhares, que foi liquidado em 2010.

As Outras operações a regularizar referem-se essencialmente a movimentos de compensação dos

levantamentos em caixas Multibanco por clientes da CEMAH e de débitos directos junto da SIBS.

6.15 Caixa e equivalentes de caixa

Para efeito das demonstrações de fluxos de caixa, caixa e equivalentes de caixa compreendem os seguintes

saldos com menos de 90 dias de maturidade.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 97

2010-12-31 2009-12-31

Caixa 5.377 5.618

Depósitos à ordem no Banco de Portugal 4.976 5.022

Disponibilidades à vista em outras IC's 1.666 2.199

Aplicações em IC's com prazos inferiores a 3 meses 69.188 96.563

81.207 109.402

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 98

6.16 Responsabilidades com Pensões e Outros Benefícios

6.16.1 Plano de Pensões, SAMS e Subsídio por Morte

As responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência, e com os encargos com o Serviço de

Assistência Médico-Social (SAMS), bem como as responsabilidades com o pagamento do subsidio por morte

após reforma, encontram-se asseguradas por um fundo de pensões e são calculadas em conformidade com

o estabelecido no IAS 19.

O BPI Pensões é a entidade responsável por efectuar as avaliações actuariais necessárias ao cálculo das

responsabilidades acima referidas e pela gestão do respectivo fundo de pensões. A avaliação actuarial tem

por base o método “Projected Credit Unit” e os seguintes pressupostos actuariais e financeiros:

31-Dez-10 31-Dez-09

Hipóteses financeiras

Taxa de desconto 5,25% 5,5%

Taxa de crescimento salarial 2,75% 3.0%

Taxa de crescimento das pensões 1,75% 2.0%

Taxa de rentabilidade do Fundo 2,4% 5.8%

Hipóteses demográficas

Tábua de mortalidade TV 88/90 TV 88/90

Tábua de invalidez 50% EKV 80 50% EKV 80

Tábua de saídas n.a. n.a.

Idade normal da reforma 65 anos 65 anos

Diferença de idades entre os cônjuges

Percentagem de Casados 80.0% 80.0%

Método de valorização actuarial

Pressupostos

Project Unit Credit Method

As mulheres são 3 anos mais novas que

os respectivos maridos

Em 31 de Dezembro de 2010a Caixa tem 116 participantes no Fundo de Pensões, dos quais 26 são

reformados, 16 são pensionistas e 10 são ex-trabalhadores.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 99

No que respeita à esperança média de vida dos participantes do fundo, esta apresentava a seguinte

decomposição:

31.12.2010 31.12.2009

Esperança média de vida (anos)

Activos 34.1 34.8

Reformados 17.6 18.3

Pensionistas 21.3 22.0

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 100

Em 31 de Dezembro de 2010, as responsabilidades por serviços passados com pensões de reforma e

sobrevivência, SAMS, Subsídio de Morte e respectiva cobertura do Fundo de Pensões resume-se como

segue:

31-Dez-10 31-Dez-09

Responsabilidades por serviços passados

Colaboradores no activo 7.974 7.514

Pensionistas, reformados e ex-trabalhadores 7.166 6.955

15.140 14.469

Situação patrimonial do fundo de pensões 12.540 12.557

Excesso/(Insuficiência) de cobertura (2.600) (1.912)

A evolução do valor actual das responsabilidades por serviços passados com pensões de reforma e

sobrevivência, SAMS e Subsídio por morte pode ser analisada como segue:

31-Dez-10 31-Dez-09

Responsabilidades no início do exercício 14.469 13.907

Custo do serviço corrente 234 247

Custo dos juros 797 769

Contribuição dos participantes 47 47

Pensões Pagas (538) (499)

Reembolso GRA 10 11

(Ganhos) e perdas actuariais 121 (14)

Responsabilidades no fim do exercício 15.140 14.469

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 101

O movimento ocorrido durante o exercício de 2010 relativo ao valor dos activos do Fundo de Pensões foi

como segue:

31-Dez-10 31-Dez-09

Valor do Fundo de Pensões no inicio do exercício 12.557 11.359

Contribuições 256 667

Pagamento de Pensões e SAMS (537) (502)

Pensão de invalidez - reembolso seguro - 4

Rendimento esperado dos activos 626 587

Ganhos e (perdas) actuariais (363) 442

Valor do Fundo de Pensões no final do exercício 12.540 12.557

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 102

Em 31 de Dezembro de 2010, os montantes reconhecidos na demonstração de resultados da CEMAH

relacionados com a cobertura de responsabilidades com pensões, SAMS e Subsídio de morte resumem-se

como segue:

31-Dez-10 31-Dez-09

Custo dos serviços correntes 234 247

Custo dos juros 797 769

Rendimento esperado dos activos e reembolsos (626) (587)

Amortização dos Ganhos fora do corredor (37) (12)

Total incluído em Custos com pessoal 368 417

Os desvios actuariais, que em 31 de Dezembro de 2010, resultam em ganhos ascendem a €1.520 milhares

(31.12.2009: €2.040 milhares), dos quais €1.514 milhares dentro do corredor e €6 milhares fora do corredor.

Em 31 de Dezembro de 2010, os montantes reconhecidos em balanço relacionados com responsabilidades

com pensões, SAMS, subsídio de morte e respectiva cobertura encontram-se reflectivos na Nota 6.14.

A 31 de Dezembro de 2010, os activos do Fundo apresentam a seguinte decomposição:

Valor Percentagem

Obrigações de taxa fixa 5.142 41,0%

Obrigações de taxa variável 891 7,1%

Acções 3.613 28,8%

Imobiliário 380 3,0%

Retorno Absoluto 361 2,9%

Liquidez 2.153 17,2%

Na sequência da publicação do Decreto Lei nº1-A/2011 de 3 de Janeiro, os trabalhadores abrangidos por um

regime de segurança social substitutivo, constante de instrumento de regulamentação colectiva de trabalho

(IRCT) no sector bancário, passaram com referência a 1 de Janeiro de 2011 a estar abrangidos pelo Regime

Geral da Segurança Social (RGSS).

Assim, a partir de 1 de Janeiro de 2011, os trabalhadores da CEMAH no activo, inscritos na Caixa de Abono

de Família dos Empregados Bancários (CAFEB) e abrangidos pelo actual Fundo de Pensões da CEMAH,

passaram a estar integrados no RGSS para efeitos de protecção nas eventualidades de parentalidade e

velhice. Mantém-se no entanto como responsabilidade do Fundo de Pensões após 1 de Janeiro de 2011, a

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 103

cobertura das responsabilidades por morte e invalidez, sobrevivência, bem como o complemento de velhice

de modo a equiparar a reforma dos participantes no Fundo de Pensões aos valores do actual plano de

pensões.

A Caixa seguindo as orientações constantes da nota emitida em 26 de Janeiro de 2011 pelo Conselho

Nacional de Supervisores Financeiros, manteve com referência a 31 de Dezembro de 2010 a metodologia de

mensuração e reconhecimento das responsabilidades por serviços passados dos funcionários no activo,

relativas às eventualidades transferidas para o RGSS, utilizada nos anos anteriores.

Nestas circunstâncias, os efeitos desta alteração, que afectam as responsabilidades com pensões de

reforma da Caixa, produzirão efeitos a partir do exercício de 2011.

6.16.2 Prémio de Antiguidade

O montante das responsabilidades com serviços passados relativas ao prémio de antiguidade a 31 de

Dezembro de 2010 e 2009 ascende a €190 milhares e €206 milhares, respectivamente. Os desvios actuariais

que em 2010 resultam em perda ascendem a €11milhares. Estas responsabilidades encontram-se registadas

na rubrica Outros passivos (ver Nota 6.14).

6.17 Capital, reserva de reavaliação, outras reservas e resultados transitados

Capital

O capital estatutário da Caixa é de €15.211 milhares encontrando-se totalmente realizado. A Caixa é detida a

100% pela Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo.

Conforme deliberação da Assembleia-geral de 24 de Março de 2010, o resultado líquido da Caixa referente

ao exercício de 2009, no montante de €1.237 milhares (após absorção dos resultados transitados negativos

no valor de €416 milhares), foi distribuído da seguinte forma: 25% para Capital; 25% para Reserva Legal,

25% para Reserva Estatutária e 25% para distribuir ao accionista.

Neste contexto, no decurso do exercício de 2010, o capital registou um aumento de cerca de €309 milhares.

De acordo com os seus Estatutos, o capital da Caixa deverá ser elevado anualmente com 25% do lucro

líquido anual, depois de deduzidos os valores a transferir para as reservas legal/geral, especial e distribuição

de lucros ao accionista.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 104

Reserva de reavaliação

Os saldos das contas de reserva de reavaliação decompõem-se da seguinte forma:

31-Dez-10 31-Dez-09

Reserva reavaliação

Reserva de justo valor (Ver nota 6.4) (797) 21

Reservas de reavaliação legal 569 569

(228) 590

A rubrica reserva de justo valor diz respeito à adequação ao justo valor dos títulos registados em activos

financeiros disponíveis para venda.

O saldo apresentado na rubrica Reserva de reavaliação legal em 31 de Dezembro de 2010, no montante de

€569 milhares, resulta da reavaliação efectuada em exercícios anteriores dos imóveis de serviço próprio, ao

abrigo do Decreto-Lei nº 31/98, de 11 de Fevereiro. Não foi efectuada qualquer reavaliação de activos

tangíveis durante o exercício de 2010.

A reserva de reavaliação legal apenas poderá ser movimentada quando se considerar realizada, total ou

parcialmente, e de acordo com a seguinte ordem de prioridades:

(i) para corrigir qualquer excedente que se verifique, à data da reavaliação, entre o valor líquido contabilístico

dos elementos reavaliados e o seu valor real actual;

(ii) para cobrir prejuízos acumulados até à data a que se reporta a reavaliação, inclusive; e

(iii) para incorporação no capital social, na parte remanescente.

Outras reservas e resultados transitados

Os saldos das contas de outras reservas e resultados transitados decompõem-se da seguinte forma:

31-Dez-10 31-Dez-09

Reserva legal 3.184 2.875

Reserva Especial 3.122 2.813

Resultados Transitados (416) (416)

5.890 5.272

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 105

Os movimentos ocorridos nas rubricas de reservas e resultados transitados foram os seguintes:

31-Dez-10 31-Dez-09

Reserva legal

Saldo em 1 de Janeiro 2.875 2.279

Transf. Resultados Transitados 309 596

Saldo em 31 de Dezembro 3.184 2.875

Reserva especial

Saldo em 1 de Janeiro 2.813 2.217

Transf. Resultados Transitados 309 596

Saldo em 31 de Dezembro 3.122 2.813

Resultados Transitados

Saldo em 1 de Janeiro (416) (613)

Resultado líquido ano anterior 1.653 2.997

Amortização do impacto IAS 19 - Aviso nº 12/2001 (416) (416)

Transf.p/ Capital (309) (596)

Distribuição dividendos (309) (596)

Transf.p/ reserva legal (309) (596)

Transf.p/ outras reservas (309) (596)

(416) (416)

5.890 5.272

A reserva legal destina-se a ocorrer a qualquer eventualidade e a cobrir prejuízos ou depreciações

extraordinárias (conforme a alínea a) do artigo 27º dos Estatutos da CEMAH). A legislação Portuguesa

aplicável às caixas económicas (artigos 26º e 27º do Decreto-Lei n.º 136/79, de 18 de Maio) exige que a

reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 20% do lucro líquido anual, até atingir pelo menos

25% da totalidade dos depósitos. De acordo com os Estatutos, o montante a creditar anualmente foi elevado

para 25% do lucro líquido anual. Durante o exercício de 2010 esta reserva registou um aumento de cerca de

€309 milhares.

A reserva especial só pode ser utilizada para cobrir prejuízos resultantes das actividades correntes. A

legislação Portuguesa aplicável às caixas económicas (artigos 26º e 27º do Decreto-Lei nº 136/79, de 18 de

Maio) exige que a reserva especial seja anualmente creditada com pelo menos 5% do lucro líquido anual. De

acordo com os Estatutos o montante a creditar anualmente foi elevado para 25% do lucro líquido anual.

Durante o exercício de 2010 esta reserva registou um aumento de cerca de €309 milhares.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 106

6.18 Contas extrapatrimoniais

As rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte decomposição:

2010 2009

Passivos eventuais

Garantias e avales prestados 5.308 4.505

Activos dados em garantia (i) 3.735 4.083

9.043 8.588

Garantias recebidas

Garantias pessoais/institucionais

Garantias e avales - Residentes 66.260 65.739

Garantias reais (activos recebidos em garantia)

Créditos - Residentes 123.643 105.774

189.903 171.513

Compromissos perante terceiros

Linhas de crédito irrevogáveis

Crédito autorizado ao abrigo de contratos de mútuo,

não utilizado 17.549 19.605

Outros compromissos 865 859

Linhas de crédito revogáveis 4.918 5.598

23.332 26.062

Compromissos assumidos por terceiros

Por compromissos irrevogáveis

Por linhas de crédito irrevogáveis (ii) 2.509 2.509

2.509 2.509

Responsabilidades por prestação de serviços

De depósito e guarda de valores 9 -

De cobrança de valores 4.879 3.857

4.888 3.857

Serviços prestados por terceiros

Por depósito e guarda de valores - Activos sob gestão (iii) 4.321 4.928

4.321 4.928

Outras contas extrapatrimoniais

Créditos abatidos ao activo 1.122 1.024

Juros vencidos 70 86

Contas diversas (iv) 8.884 -

10.076 1.110

i) Diz respeito aos títulos dados em garantia ao Fundo de Garantia de Depósitos e ao Banco de Portugal no

valor de €3.735 milhares (2009: €4.083 milhares);

ii) Linha de crédito intradiária no Banco de Portugal;

iii) Inclui activos financeiros administrados por terceiros, representados por títulos, disponibilidades e

aplicações a prazo (carteira de títulos com contrato de gestão com o BPI).

iv) Inclui os valores de crédito vivo e vencido dos contratos renegociados.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 107

6.19 Margem Financeira

2010 2009

Juros e rendimentos similares

Disponibilidades s/ Bancos Centrais 48 62

Disponibilidades s/ OIC 0 0

Aplicações Instituições de Crédito

Mercado monetário interbancário 191 220

Depósitos 2.671 3.157

Crédito clientes

Empresas e Administrações Públicas

Descontos e out créd. titulados p/ efeitos 234 193

Empréstimos 1.357 1.391

Crédito conta corrente 87 101

Descobertos DO 974 1.208

Factoring - -

Particulares

Habitação 700 989

Consumo 1.389 1.715

Outras finalidades

Descontos e out créd. titulados p/ efeitos 87 132

Empréstimos 1.087 1.064

Crédito conta corrente 28 28

Descobertos DO 372 531

Outros créditos e valores a receber (titulados) 202 242

Crédito vencido 109 319

Devedores e outras aplicações 506 6

Comissões recebidas associadas a operações de crédito 88 50

10.130 11.409

Juros e encargos similares:

Recursos IC país 0 0

Depósitos à ordem 169 166

Depósitos a prazo do tipo promissória 2.998 3.606

Depósitos a prazo do tipo poupança 1.532 2.434

Empréstimos subordinados - 55

Outros juros e custos equiparados - -

Comissões pagas associadas a operações de crédito - -

4.699 6.261

Margem financeira 5.431 5.148

6.20 Rendimentos de instrumentos de Capital

A rubrica Rendimentos de instrumentos de capital inclui os dividendos recebidos da participação na SIBS

(€15 milhares) e de acções do BES (€5 milhares).

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 108

6.21 Comissões Líquidas

Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2010 2009

Outras comissões recebidas

Por serviços bancários prestados 136 129

Por garantias prestadas 133 107

Emissão de cheques 124 115

Comissões de processamento 453 386

Multibanco 211 187

Comissões de manutenção 23 31

Outras 378 310

1.458 1.265

Outras comissões pagas

Por operações realizadas por terceiros 2 3

Outras 159 140

161 143

1.297 1.122

6.22 Resultados líquidos em operações financeiras

Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2010 2009

Ganhos e perdas em operações ao justo valor

Ganhos e perdas em diferenças cambiais 99 92

99 92

Os resultados cambiais relacionam-se essencialmente com ganhos relacionados com o câmbio EUR/USD.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 109

6.23 Outros resultados de exploração

Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2010 2009

Rendimentos e receitas operacionais

Ganhos em outros activos tangíveis - 26

Outras receitas operacionais 89 43

89 69

Encargos e gastos operacionais

Quotizações e donativos (i) 100 278

Contribuições para o fundo de garantia de depósitos 56 54

Perdas em activos não financeiros 68 -

Outros gastos operacionais 87 106

Outros impostos 7 2

317 440

(228) (371)

(i) Em 31 de Dezembro de 2010, inclui €51 milhares, de donativos concedidos à SCMAH (2009: €204

milhares).

6.24 Custos com pessoal

Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2010 2009

Remunerações dos orgãos de gestão e fiscalização 136 136

Remunerações dos empregados 2.223 2.163

Encargos sociais obrigatórios 682 706

Outros custos com pessoal 3 0

3.044 3.005

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 110

Durante os exercícios de 2010 e 2009 o número médio de empregados e administradores executivos ao

serviço da CEMAH apresenta-se como segue:

2010 2009

Administradores executivos 3 3

Quadros superiores 11 11

Outros quadros 9 10

Admistrativos 7 7

Outros colaboradores 61 57

91 88

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 111

6.25 Gastos gerais administrativos

A rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2010 2009

Gastos gerais administrativos

Com fornecimentos

Água, energia e combustíveis 71 69

Material de consumo corrente 63 56

Publicações 6 4

Material de higiene e limpeza 1 1

Outros fornecimentos de terceiros 174 197

Com serviços

Rendas e alugueres 109 109

Comunicações 229 239

Deslocações, estadas e representação 72 85

Publicidade e edição de publicações 65 102

Conservação e reparação 323 314

Formação de pessoal 23 9

Seguros 38 51

Serviços especializados 717 883

Outros serviços de terceiros 32 56

1.923 2.177

A necessidade de se proceder à manutenção e reparação contínua do património imobiliário da instituição,

tem exigido um esforço financeiro significativo à CEMAH, conforme se pode verificar pelo peso da respectiva

rubrica no total dos gastos gerais administrativos que, em 31 de Dezembro de 2010, ascende a €323

milhares. De salientar ainda o valor referente a Serviços especializados, que inclui essencialmente, a

prestação de serviços da SIBS e a contratação de serviços nas áreas de auditoria e consultoria,

representando em 2010 cerca de37% do total de gastos gerais administrativos.

Dando cumprimento à alínea b) do nº1 do artigo 66º-A do Código das Sociedades Comerciais, os montantes

totais pagos pelos serviços contratados durante o exercício de 2010 com a sociedade de revisores oficiais de

contas, PricewaterhouseCoopers & Associados resumem-se conforme:

2010 2009

Revisão legal de contas 51 53

Outros serviços de garantia e fiabilidade 98 238

149 291

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 112

6.26 Transacções com entidades relacionadas

Em 31 de Dezembro de 2010, as entidades relacionadas da Caixa são as seguintes:

Nome da entidade

AccionistaSanta Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

Outras empresas relacionadasEVT - Empresa de Viação Terceirense, Lda.Escola de Condução Ilha 3, Lda.UNICOL - União Cooperativas Lacticínios Terceirense, UCRLPRONICOL - Produtos Lácteos, SASOMAR, Lda.

Membros do Conselho de Administração e Direcção GeralCarlos Manuel Brasil Silva RaulinoJosé Mancebo SoaresLeonildo Garcia VargasAntónio Gabriel Fraga Martins Maio

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o montante global dos activos, passivos, custos e proveitos e

responsabilidades extrapatrimoniais relativos a operações realizadas com entidades relacionadas resume-se

como segue:

31 de Dezembro de 2010

AccionistaEntidades

relacionadas

Membros

do Conselho de

Administração e

Direcção Geral

Total

Activos

Crédito 1.491 4.427 23 5.941

1.491 4.427 23 5.941

Passivos

Depósitos 599 1.359 368 2.326

599 1.359 368 2.326

Proveitos

Juros e rendimentos similares 99 18 0 117

Comissões recebidas 0 7 - 7

99 25 0 124

Custos

Juros e encargos similares 12 - - 12

Donativos 51 - - 51

63 - - 63

Extrapatrimoniais

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 0 165 - 165

0 165 - 165

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 113

31 de Dezembro de 2009

AccionistaEntidades

relacionadas

Membros

do Conselho de

Administração e

Direcção Geral

Total

Activos

Crédito 1.612 3.882 22 5.516

1.612 3.882 22 5.516

Passivos

Depósitos 304 823 519 1.646

304 823 519 1.646

Proveitos

Juros e rendimentos similares 36 191 2 229

Comissões recebidas 0 9 - 9

36 200 2 238

Custos

Juros e encargos similares 9 2 21 32

Donativos 204 - - 204

213 2 21 236

Extrapatrimoniais

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 15 246 - 261

15 246 - 261

Não foram constituídas quaisquer provisões referentes a saldos com partes relacionadas.

De salientar que todas as operações passivas e activas com entidades relacionadas foram transaccionadas

de acordo com o preçário normal da Caixa.

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Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

(Valores expressos em milhares de euros)

RELATÓRIO E CONTAS 2010 114

O movimento no exercício de 2010 referente a crédito concedido e depósitos recebidos de entidades

relacionadas resume-se como segue:

2010 2009 2010 2009 2010

Empréstimos

Empréstimos em 1 de Janeiro 1.612 1.785 3.882 4.108 22 36

Empréstimos emitidos durante o ano - - 2.250 - 6 -

Empréstimos pagos durante o ano (121) (173) (1.706) (226) (5) (14)

Empréstimos em 31 de Dezembro 1.491 1.612 4.426 3.882 23 22

Rendimento de juros 99 36 18 191 0 2

Depósitos

Depósitos em 1 de Janeiro 304 160 663 663 519 391

Movimentos líquidos do ano 295 144 696 160 (151) 128

Depósitos em 31 de Dezembro 599 304 1.359 663 368 519

Custo de juros de depósitos 12 9 - 2 - 21

AccionistaEntidades

relacionadas

Membros do

Conselho de

Administração e

Direcção Geral

2009

6.27 Eventos subsequentes

Não foram identificados quaisquer factos relevantes ocorridos após 31 de Dezembro de 2010.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 115

CAIXA ECONÓMICA

DA MISERICÓRDIA

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 116