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EDP Distribuição RELATÓRIO E CONTAS DO EXERCÍCIO DE 2004 Sede: Rua Camilo Castelo Branco, 43 1050-044 LISBOA Capital Social: 1 024 500 000 Euros Nº de matrícula da Conservatória do Registo Comercial de Lisboa: 8 847 Nº de identificação de pessoa colectiva: 504 394 029

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EDP Distribuição

RELATÓRIO E CONTAS

DO EXERCÍCIO DE 2004

Sede: Rua Camilo Castelo Branco, 43

1050-044 LISBOA

Capital Social: 1 024 500 000 Euros

Nº de matrícula da Conservatória do Registo Comercial de Lisboa: 8 847

Nº de identificação de pessoa colectiva: 504 394 029

ÍNDICE

MENSAGEM DO PRESIDENTE 1

ENQUADRAMENTO EMPRESARIAL 2

MACROESTRUTURA 2

REORGANIZAÇÃO 5

ENQUADRAMENTO ECONÓMICO E ENERGÉTICO 5

CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 10

PROCURA DE ELECTRICIDADE DIRIGIDA À REDE (SEP+SENV) 12

ACTIVIDADE COMERCIAL 15

POLÍTICA COMERCIAL 15

CLIENTES DO SEP 17

COMPRA E VENDA DE ENERGIA 19

VENDAS AO SEP, FACTURAÇÃO AO SENV E COBRANÇA 25

DÍVIDA DE CLIENTES 27

QUALIDADE DE SERVIÇO COMERCIAL 28

CLIENTES E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA PARA O SENV 30

REDE ELÉCTRICA 33

DESENVOLVIMENTO DA REDE 33

INDICADORES DE UTILIZAÇÃO 36

QUALIDADE DE SERVIÇO 36

PROJECTO E CONSTRUÇÃO 38

MANUTENÇÃO 39

INVESTIGAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E SISTEMAS 39

AMBIENTE 43

RECURSOS HUMANOS 45

QUADRO DE PESSOAL 45

FORMAÇÃO PROFISSIONAL 46

PREVENÇÃO E SEGURANÇA 47

PLANO DE APOIO À REESTRUTURAÇÃO (PAR) 48

EVOLUÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA 50

BALANÇO 50

PROVEITOS E CUSTOS OPERACIONAIS 51

INVESTIMENTO 58

CONSERVAÇÃO 60

FINANCIAMENTO 60

PRINCIPAIS INDICADORES 61

CONSIDERAÇÕES FINAIS 63

PERSPECTIVAS PARA 2005 63

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS 63

NOTA FINAL 64

ANEXOS

ANEXO AO RELATÓRIO DE GESTÃO

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO DE 2004

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

DOCUMENTOS DE APRECIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO

CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS

RELATÓRIO E PARECER DO FISCAL ÚNICO

EXTRACTO DA ACTA DA ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS

ANEXO ESTATÍSTICO

PRINCIPAIS ELEMENTOS ESTATÍSTICOS

BALANÇO DE ENERGIA ELÉCTRICA

Nº DE CLIENTES E ENERGIA FORNECIDA DIRECTAMENTE AO CONSUMIDOR FINAL (SEP+SENV)

RESUMO DAS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS EM SERVIÇO EM 31/12/2004

RESUMO DAS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS CONCLUÍDOS EM 31/12/2004

1

Mensagem do Presidente

O ano de 2004 foi de intenso trabalho de aprofundamento da

preparação da Empresa para enfrentar a liberalização do mercado da

energia eléctrica.

Assim, na área técnica, para uma sustentada melhoria das condições de

fornecimento de electricidade, objectivo prioritário da Empresa, foi

realizado adequado investimento nas componentes humana e técnica.

Na área comercial, ampliou-se a reestruturação já em curso, com

particular incidência na reformulação e modernização da rede de lojas,

já identificadas com a nova marca, que aponta claramente no sentido

de uma cada vez maior fidelização dos clientes.

Ao mesmo tempo decorreu a reestruturação dos recursos humanos da

Empresa, incentivando-se a rescisão de contratos e a passagem à

reforma de muitos colaboradores, segundo critérios de eficiência e

produtividade mas tendo também em conta factores humanos, através

da aplicação do Programa de Apoio à Reestruturação, aprovado pela

Entidade Reguladora, que permitiu alcançar os objectivos definidos em

ambiente de diálogo e paz social.

O conjunto destas medidas permitiu obter os melhores níveis de sempre

em indicadores de qualidade de serviço e terminar o ano com resultados

líquidos superiores em 5,7% aos do ano anterior.

Estes resultados criam na gestão futura da Empresa a responsabilidade

de ampliar a sua eficiência e produtividade, continuar a melhorar a

qualidade do serviço prestado, manter como centro da sua actuação o

cliente e, finalmente, ultrapassar com sucesso o desafio da total

liberalização do mercado da electricidade.

2

Enquadramento Empresarial

Macroestrutura

Área de Rede

Grande LisboaDirecção de

Infraestruturas

Área de Rede

Algarve

Gabinete de Telecomunicações

Área de Rede

Oeste

Área de Rede

Vale do Tejo

Área de Rede

Península de

Setúbal

Área de Rede

Alentejo

Área de Rede

Coimbra/Lousã

Área de Rede

Beira Interior

Área de Rede

Litoral Centro

Direcção de Serviços de Rede - Sul

Área de Rede

Ave Sousa

Área de Rede

Trás-os -Montes

Direcção de Serviços de Rede - CentroÁrea de Serviços de Rede Área de Rede

Beira LitoralDepartamento de

Infraestruturas

Direcção de Serviços de Rede - NorteÁrea de Rede

Grande PortoDepartamento de

InfraestruturasÁrea de Rede

Minho

Direcção Comercial de Redes, Regulação,

Empresas e Autarquias

Gabinete de Compra de Energia

Direcção de Recursos Humanos

Direcção de Aprovisionamentos

Direcção de Gestão e Sistemas Comerciais

Direcção de Marketing

Direcção de Planeamento de Rede

Área ComercialDirecção de Clientes Residenciais e Pequenas

Empresas

Direcção de Despacho e Condução

Direcção de Normalização e Tecnologia

Gabinete de Gestão da Contagem

Área de Gestão de Rede

Órgão de Fiscalização

Conselho de Administração

Assessores do CA

Gabinete de Planeamento e Controlo

Área de Suporte

AssembleiaGeral

Direcção de Organização e Sistemas

Gabinete de Acompanhamento do ClienteÁrea de Apoio ao CA

Gabinete de Comunicação e Imagem

Gabinete Jurídico

3

Corpos Sociais e Quadros Dirigentes

Mesa da Assembleia Geral

Eng.º Augusto Manuel Valente Vaz

Presidente

Dr. António José Marrachinho Soares

Secretário

Órgão de Fiscalização

ROC:

Efectivo: KPMG & Associados - SROC, SA,

representada por Dr. Jean-éric Gaign, ROC

Suplente: Dr. Vítor Manuel da Cunha

Ribeirinho, ROC

Conselho de Administração

Eng.º João Luís Ramalho de Carvalho Talone

Presidente

Eng.º Arnaldo Pedro Figueirôa Navarro

Machado

Presidente da Comissão Executiva

Eng.º Jorge Manuel de Oliveira Godinho

Vogal

Eng.º Pedro Manuel Bastos Mendes Rezende

Vogal

Dr. Rui Miguel de Oliveira Horta e Costa

Vogal

Eng.º Manuel Luís Machado Norton Brandão

Membro da Comissão Executiva

Eng.º José Alberto Marcos da Silva

Membro da Comissão Executiva

Assessores

Dr. Francisco José Costa Espírito Santo

Eng.º Óscar Luís C.S. Roncon Albuquerque

Assessores do Conselho de Administração

Área de Apoio ao CA

Gabinete de Planeamento e Controlo

Eng.º Manuel Antunes Rodrigues da Costa

Direcção de Organização e Sistemas

Eng.º Carlos Odécio Nunes Madeira

Gabinete de Acompanhamento do Cliente

Eng.º Rui Alberto Matos Cunha

Gabinete de Comunicação e Imagem

Dr.ª Maria Antónia Fonseca

Gabinete Jurídico

Dr.ª Maria Virgínia Bastos Santos

Área de Suporte

Direcção de Recursos Humanos

Dr.ª Isabel Maria Ramires Ramos

Área de Gestão de Rede

Direcção de Planeamento de Rede

Eng.º Francisco José Barroso Mira

Direcção de Despacho e Condução

Eng.º Ângelo Manuel Melo Sarmento

Direcção de Normalização e Tecnologia

Eng.º Jorge Manuel Vaz Ventura

Gabinete de Gestão da Contagem

Eng.º Carlos Alberto M. Portugal Abreu

4

Área Comercial

Direcção de Gestão e Sistemas Comerciais

Eng.º João Carlos Campos Guimarães

Direcção de Marketing

Dr. José Carlos Duarte Ribeiro

Direcção de Clientes Residenciais e

Pequenas Empresas

Eng.º Fernando Pinto de Carvalho

Direcção Comercial de Redes, Regulação,

Empresas e Autarquias

Eng.º Carlos Alberto Ferreira Botelho

Gabinete de Compra de Energia

Eng.º Valdemar Geraldo Taborda

Área de Serviços de Rede

Direcção de Aprovisionamentos

Eng.º Rui Bravo Martins

Direcção de Serviços de Rede-Norte

Eng.º António José G. Machado Vaz

Área de Rede Grande Porto

Eng.º António Manuel Marques de Sousa

Área de Rede Minho

Eng.º Mário Cunha R. Guimarães

Área de Rede Ave Sousa

Eng.º António B. L. Santos Ferreira

Área de Rede Trás-os-Montes

Eng.º Carlos Alberto Bexiga Filipe

Departamento de Infraestruturas Norte

Eng.º José António C. Vieira de Sousa

Direcção de Serviços de Rede-Centro

Eng.º Fernando Leonel Ganso Barão

Área de Rede Beira Litoral

Eng.º João António Garcia Mendes

Área de Rede Coimbra/Lousã

Eng.º António José Geraldo Taborda

Área de Rede Beira Interior

Eng.º José António Oliveira Marmé

Área de Rede Litoral Centro

Eng.º Manuel Luciano Costa Gomes

Departamento de Infraestruturas Centro

Eng.º Fernando Jorge Pais Rocha

Direcção de Serviços de Rede-Sul

Eng.º Manuel São Miguel Oliveira

Direcção de Infraestruturas Sul

Eng.º José Alberto Teixeira

Área de Rede Grande Lisboa

Eng.º António Manuel Aires Messias

Área de Rede Oeste

Eng.º Vítor Manuel Tomás das Dores

Área de Rede Vale do Tejo

Eng.º António Oliveira Chaleira

Área de Rede Península de Setúbal

Eng.º António João Cunha Pinheiro

Área de Rede Alentejo

Eng.º Jorge Alexandre C. Silva Gouveia

Área de Rede Algarve

Eng.º Damião Martins Parente

Gabinete Telecomunicações

Eng.º António Campos Cristino

5

Reorganização

Em 2004, foram efectuadas algumas alterações na Macroestrutura da

Empresa, nomeadamente a extinção dos Gabinetes de Transformação e

Inovação e de Sistemas Técnicos que foram integrados na Direcção de

Organização e Sistemas, entretanto criada.

Enquadramento económico e energético

Assistiu-se no ano 2004 a uma melhoria da situação económica no

conjunto dos países da União Europeia (UE 15), em que o crescimento

real do Produto Interno Bruto (cerca de 2,3%) ficou significativamente

acima da taxa registada no ano anterior (0,9%).

Contudo, em Portugal, o desempenho da economia situou-se bastante

abaixo da média dos restantes parceiros comunitários — o crescimento

real do Produto foi cerca de 1,0% (-1,1% em 2003).

PRODUTO INTERNO BRUTO

(variações reais em 2004)

0

1

2

3

4

5

6

AT BE DE DK ES FI FR GB GR IE IT LU NL PT SE

(%)

UE 15

Fonte: Estimativas do Outono da Comissão Europeia e INE

O fraco desempenho da economia portuguesa é essencialmente

explicado pelo contributo desfavorável da procura externa líquida,

devido ao forte crescimento da importação de bens e serviços (cerca de

7%), dinamizada pelo crescimento da procura interna, cujo acréscimo se

6

situou em 2,1%; por outro lado, o crescimento das exportações situou-se

em 5,1%.

A taxa de inflação manteve, em 2004, um nível superior à média da

União Europeia, tendo o crescimento do preço implícito no Produto

Interno Bruto (PIB) sido semelhante ao do Índice de Preços no

Consumidor (IPC) — cerca de 2,4%.

ÍNDICES DE PREÇOSTaxas de variação

0

1

2

3

4

5

6

1999 2000 2001 2002 2003 2004

(%)

Fontes: INE e Comissão Europeia (Estimativas do Outono de 2004)

PIB - PORTUGAL

IPC - PORTUGAL

PIB - UE15

A decomposição do PIB por sector de actividade económica revela uma

significativa recuperação no nível de actividade do sector dos serviços,

bem como a inversão da tendência de queda no sector industrial.

7

VALOR ACRESCENTADO POR SECTORTaxas de variação

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003

(%)

INDÚSTRIA SERVIÇOS VAB

Fontes: 1970-1977 - Estimativas baseadas nas Contas Nacionais do INE; 1978-2004 - Contas Nacionais do INE

A comparação entre o crescimento do nível de actividade económica e

do consumo de electricidade no ano 2004 mostra, apesar do fraco

comportamento da economia portuguesa, um forte dinamismo na

procura de electricidade dirigida às redes da EDP Distribuição (Rede

Pública).

DECOMPOSIÇÃO DO ACRÉSCIMO DO CONSUMO DE ELECTRICIDADE

NA REDE PÚBLICA

-2

0

2

4

6

8

1999 2000 2001 2002 2003 2004

(%)

Acréscimo Inj. Cogeradores Temperatura e dias úteis Consumo subjacente

PIB

Electricidade

8

Com efeito, assistiu-se em 2004 a um acréscimo no volume global de

energia distribuída de 6,1%. Para além do efeito associado às condições

climatéricas — de acordo com estimativas da Rede Eléctrica Nacional

(REN), a evolução corrigida da temperatura e do número de dias úteis terá

sido 1,2 pontos percentuais inferior à verificada — houve também um

crescimento muito significativo na recepção de energia proveniente de

Produtores em Regime Especial que, no caso da cogeração, é

essencialmente explicado pela adesão dum elevado número de

cogeradores à opção de venda ao SEP da totalidade da energia

produzida nas suas instalações, na sequência da publicação da Portaria

nº 399/2002. Este efeito, só por si, deverá explicar um acréscimo de cerca

de 2% nos consumos alimentados pela rede da EDP Distribuição, em

detrimento de autoconsumo. Neste contexto, o crescimento subjacente

do consumo ter-se-á situado um pouco abaixo de 3%.

O acréscimo no consumo de electricidade que se teria verificado em

condições normais não deixa de ser significativo para um período de

fraco crescimento económico, o que permite supor que os fortes

decréscimos verificados no preço da energia eléctrica em 1999 e 2000,

associados a crescimentos significativos nos preços dos combustíveis,

mantêm o preço relativo da electricidade compensador para os clientes

de energia eléctrica, uma vez que o preço relativo se mantém, desde o

ano de 2000, no nível mais baixo verificado desde 1970.

9

PREÇO RELATIVO(Preço da electricidade na Rede Pública em MAT, AT e MT * / Preço do fuelóleo)

0

20

40

60

80

100

120

1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003

Índ

ice

s: 1

97

0 =

10

0

*No período 2000-2004 os valores foram obtidos com a estrutura dos consumos de electricidade de 1999

Fontes: DGE e EDP Distribuição

A análise do comportamento dos preços das diferentes formas de

energia, nos últimos anos, permite evidenciar que os acréscimos definidos

pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para os preços

de venda de electricidade no ano 2002, essencialmente associados à

compensação do crescimento dos preços dos combustíveis suportado

pelo sector eléctrico dois anos antes, surgiram numa fase em que os

preços dos combustíveis estavam com sinal contrário.

Em 2003-2004, a adesão de vários cogeradores às novas condições que

permitem optar pela venda da produção total à rede pública, associada

ao baixo nível do preço relativo da electricidade, veio de novo encorajar

o acréscimo de consumo a satisfazer pela EDP Distribuição, em

detrimento do autoconsumo.

10

Fontes: DGE e EDP Distribuição

(variações nominais)

PREÇOS DA ENERGIA

USOS INDUSTRIAIS

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2000 2001 2002 2003 2004

(%)

Fuelóleo Gasóleo Electricidade AT/MT (SEP) Propano a granel Gás Natural

USOS DOMÉSTICOS

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

2000 2001 2002 2003 2004

(%)

Electricidade BT Butano GPL Canalizado Gás Natural

Caracterização da Empresa

A EDP Distribuição, titular da licença vinculada de distribuição de energia

eléctrica em Média e Alta Tensão no território do Continente, bem como

11

das concessões para a distribuição de energia em Baixa Tensão,

integrava 5 530 trabalhadores, no final do ano de 2004.

Milhares de Clientes

kWh/Cliente

Minho

406

5,7 Trás-os-Montes

291

3,4Ave Sousa

428

8,8Grande Porto

637

8,6

Beira Interior

287

4,9Coimbra/Lousã

373

7,0

Beira Litoral

483

8,3

Litoral Centro

326

7,9

Grande Lisboa

860

6,9

Oeste

382

7,3

Vale do Tejo

297

7,3

Alentejo

245

6,8

Algarve

368

5,5

Áreas de Rede – Número de Clientes e Consumo/Cliente – 2004(SEP + SENV)

CENTRO1 469

7,2

SUL2 592

7,0

NORTE1 762

7,1

Milhares de Clientes

MWh/Cliente TOTAL5 823

7,1

P.Setúbal

440

8,2

12

Em termos globais o consumo de energia eléctrica por cliente na Rede

Pública (SEP+SENV) registou um acréscimo de 5% em relação ao ano

anterior.

Em 2004 a EDP Distribuição forneceu directamente, a perto de 5 820

milhares de clientes do Sistema Eléctrico Público (SEP), 34 565 GWh o que

corresponde a cerca de 79% do total do consumo final de energia

eléctrica do Continente. O restante está relacionado com o

autoconsumo em empresas com produção própria (6% do consumo do

Continente), e com o consumo dos clientes que abandonaram o SEP

para aderir ao Sistema Eléctrico não Vinculado (SENV), o qual

representou cerca de 15% do consumo total do Continente. Como

consequência, as vendas de energia eléctrica a clientes finais do SEP

(não incluindo os outros distribuidores) registaram uma quebra de cerca

de 1% em relação a 2003.

Os proveitos de venda relativos aos fornecimentos de energia eléctrica a

clientes do SEP, incluindo as empresas do grupo EDP, totalizaram cerca

de 3 658 milhões de euros (incluindo o IVA), ou seja, mais 2,5% que em

2003.

A empresa investiu neste exercício 388 milhões de euros, a custos

técnicos (excluindo encargos financeiros), o que representou um

acréscimo de 16% relativamente a 2003, significando forte empenho na

melhoria da qualidade de serviço nas redes de distribuição,

particularmente em AT e MT.

Os custos totais com conservação foram de 136,7 milhões de euros.

Procura de electricidade dirigida à Rede (SEP+SENV)

Tal como em 2003 continuou a crescer o fornecimento de energia

eléctrica e o número de clientes da Rede Pública (SEP+SENV).

13

Fornecimentos de energia eléctrica e clientes - SEP+SENV

Número de ClientesFornecimentos de

Electricidade (GWh)

2004 2003 Var. % 2004 2003 Var. %

Total 5 823 342 5 768 288 1,0% 41 328 38 969 6,1%

Muito Alta Tensão 20 16 25,0% 1 224 1 120 9,3%

Alta Tensão 157 133 18,0% 4 394 3 797 15,7%

Média Tensão 21 319 20 956 1,7% 13 192 12 540 5,2%

B. Tensão Especial 29 006 28 184 2,9% 3 188 3 050 4,5%

Baixa Tensão 5 728 865 5 676 952 0,9% 18 112 17 296 4,7%

Iluminação Pública 43 975 42 047 4,6% 1 218 1 167 4,4%

inclui Grupo EDP

O número de clientes da Rede Pública (SEP+SENV) apenas cresceu 1%,

consequência do reduzido aumento dos clientes de Baixa Tensão que

constituem a quase totalidade dos clientes de electricidade.

A variação global nos fornecimentos de energia eléctrica na Rede

Pública foi de 6,1%, particularmente significativa nos níveis de Muito Alta

Tensão (MAT) e Alta Tensão (AT), neste último caso como consequência

do já referido acréscimo de fornecimentos a autoprodutores.

A procura de electricidade por nível de tensão dirigida à Rede Pública

pode ser observada no gráfico seguinte, onde se conclui que o peso da

baixa tensão no total é de 54%.

Estrutura da procura de electricidade

na Rede Pública em 2004

MAT

3%AT

11%

BTE

8%

BT

43%

IP

3%

MT

32%

14

Na repartição do consumo por sector, em 2004, o sector industrial

representa 35% do total do consumo associado aos clientes do SEP e do

SENV, enquanto que o peso do sector residencial e dos serviços é de 34%

e 29%, respectivamente.

Estrutura do consumo SEP+SENV - 2004

(por sector)

Agricultura

2%

Indústria

35%

Residencial

29%

Serviços

34%

15

Actividade Comercial

Política Comercial

No decurso de 2004 a EDP Distribuição, S.A., prosseguiu a implementação

de um conjunto de medidas, previamente definidas, com o objectivo de

uma interacção rápida e profícua com os seus clientes, e com o

mercado energético em geral, tendo em vista a consolidação da sua

imagem através da materialização dos conceitos definidos na nova

marca — proximidade ao cliente, simplicidade, conforto e

responsabilidade social.

A continuação do processo de liberalização do mercado energético,

com a abertura do mercado não vinculado aos clientes de Baixa Tensão

Especial, veio cimentar a determinação da EDP Distribuição S.A., em

incrementar a melhoria da qualidade de serviço comercial tendo, para o

efeito, continuado a investir na relação com os seus clientes por forma a

solidificar a imagem de credibilidade que a Empresa possui junto do

Mercado em geral, bem como potenciar o grau de satisfação de todos

os seus parceiros de negócio, em particular.

Assim, ao longo de 2004 continuou a EDP Distribuição, S.A., a desenvolver

e a implementar políticas e actividades orientadas para o Cliente e para

todos os seus Parceiros de Negócio, como forma de atingir uma

interacção, pro-activa, com ambos. Foi lançada, no último trimestre do

ano, a operação de mudança de imagem e do lay out de toda a rede

de lojas de modo a concretizar, na relação com os clientes, os valores da

nova marca EDP.

A manutenção de um relacionamento cordial e construtivo com a

Associação Nacional dos Municípios Portugueses, baseado num espírito

de grande abertura e compreensão recíprocas, permitiu que 2004 fosse

um ano de grande normalidade no que respeita ao clima relacional

com as nossas Entidades Concedentes.

16

Também a informação a prestar aos clientes continuou a ser alvo de

particular atenção, tendo-se prosseguido uma prática de inserção,

regular, de mensagens informativas e/ou promocionais, designadamente

as relacionadas com as modalidades de pagamento. Já no final do ano,

a EDP Distribuição decidiu lançar uma nova factura com um novo

formato, com o intuito de a transformar num documento mais acessível e

de mais fácil compreensão.

Efectuou-se, igualmente, a reedição, no âmbito do Conforto para o Lar,

da Campanha de Promoção do sistema de Acumuladores de Calor.

A dinamização do relacionamento com os clientes concretizou-se,

igualmente, na participação em Feiras e Exposições, bem como na

organização das semanas EDP nas Lojas do Cidadão.

A aproximação aos clientes, resultante do empenho colocado na

optimização dos canais de acesso à EDP Distribuição, S.A.,

consubstanciou-se através do alargamento da rede dos PAC’s (Postos de

Atendimento ao Cidadão), sob o patrocínio do IGLC – Instituto para a

Gestão das Lojas do Cidadão e em parceria com os Municípios, para

além da expansão da rede de cobrança através dos Pontos de Energia,

da PayShop e da entrada em exploração de máquinas de pagamento

automático nas lojas da EDP.

A qualidade do atendimento efectuado no Contac Center ─ como

resultado do investimento realizado em instalações, equipamentos e

meios humanos ─ de importância crucial para a rapidez e facilidade no

acesso, por parte dos clientes, à Empresa, foi reconhecida

internacionalmente, tendo sido a EDP a vencedora, na categoria de

Utilities, do 4º Troféu Call Center, um evento da responsabilidade da

International Faculty for Executives (IFE) em parceria com o IZO System.

O reforço da utilização do canal Internet, para interacção com os

clientes, manteve-se como um objectivo prioritário, pelo que a página da

17

EDP na internet continuou a ser alargada com novos conteúdos e

funcionalidades, tendo-se prosseguido a sua divulgação junto de um

conjunto de Autarquias.

De todas as actividades relacionadas com utilização racional de energia

merece especial destaque a colaboração e acompanhamento que se

mantêm com a Agência Nacional para a Energia (ADENE), e com as

Agências Regionais e Municipais de Energia, bem como a colaboração

com a QUERCUS, no âmbito do projecto EcoCasa. Ainda neste âmbito é

igualmente de referir a participação em diversas conferências e

workshops, de que se destaca a presença com um stand e a

participação numa mesa redonda na conferência “Urbain Sustainable

Mobility is Possible Now! Battery, Hybrid and Fuel Cell Electric Vehicles”.

A actividade Comercial Vinculada foi afectada pela continuada adesão

de clientes ao Sistema Não Vinculado, na sequência da liberalização do

mercado de energia eléctrica. Neste contexto, apesar do acréscimo de

0,9% no número de clientes do Sistema Eléctrico Público (SEP), assistiu-se a

uma quebra de 1% nas vendas de energia a estes clientes.

Clientes do SEP

No final do mês de Dezembro de 2004, o número de clientes do SEP,

incluindo as Empresas do Grupo, era de aproximadamente 5 820

milhares, representando os clientes de BT 99,7% do total.

Comparativamente com o ano de 2003 verifica-se um crescimento de

0,9% no número de clientes.

À excepção do número de clientes de MT e BTE que registaram uma

variação negativa, resultado da respectiva passagem para o SENV,

verificou-se um significativo crescimento em MAT e AT e um ligeiro

aumento em BTN. A estrutura dos clientes por nível de tensão tem-se

18

mantido, no decurso dos últimos anos, sem alterações devido ao grande

peso da BTN.

Clientes do SEP

2003 2004

MAT 16 20 25,0

AT 130 154 18,5

MT 19 039 18 184 - 4,5

BTE 28 184 27 306 - 3,1

BTN 5 676 952 5 728 865 0,9

IP 42 047 43 975 4,6

Total 5 766 368 5 818 504 0,9

Inclui empresas do Grupo EDP

Estrutura em 2004

BT

99,7%

MAT, AT e

MT

0,3%

%

Nos últimos cinco anos continuou a observar-se o contínuo crescimento

do número de clientes, até 2002, a uma taxa média anual da ordem dos

2,4% e com uma razoável quebra em 2003 (1,8%) e em 2004 (0,9%).

Continua a verificar-se um crescimento diverso consoante se trate de

clientes BT (1,9% ao ano) ou clientes em tensões mais elevadas, com

reduções significativas em 2003 e 2004, facto que não é alheio à referida

saída de clientes do SEP em MT e BTE.

Clientes do SEP por nível de tensão(milhares)

4 500

4 750

5 000

5 250

5 500

5 750

6 000

1999 2000 2001 2002 2003 2004

em

BT

16

17

18

19

20

21

22

em

MA

T, AT e

MT

1,9%/ano

0,1%/ano

É patente, para os níveis de tensão mais elevada, um claro

abrandamento do consumo médio por cliente do SEP, que no conjunto

19

decresceu 1,9% entre 2003 e 2004, não obstante em baixa tensão o

consumo médio por cliente ter registado um acréscimo significativo.

Consumo médio por cliente - SEP

MWh 2003 2004

MAT 69 985 61 222 -12,5%

AT 28 338 28 213 -0,4%

MT 452 358 -20,8%

BTE 108 116 6,8%

IP 28 28 -0,2%

kWh

BTN 3 047 3 161 3,8%

Total 6 056 5 941 -1,9%

%

Compra e Venda de Energia

As compras de energia decresceram 0,8%, reflexo da evolução

verificada nas vendas de energia eléctrica ao SEP. A diminuição das

compras à Rede Eléctrica Nacional (REN), parcela que passou a

representar 80,3% do total das compras de energia da EDP Distribuição

(84,9% em 2003), foi de alguma forma contrabalançada pelo aumento

das compras no âmbito do Sistema Eléctrico Independente (SEI). É de

destacar a parcela relativa às aquisições aos Produtores em Regime

Especial (PRE), que representou 11,9% do total das compras. As

aquisições ao SENV (parcela livre) tiveram um contributo de 7,8%. Nos

últimos cinco anos as aquisições de energia eléctrica no âmbito do SEI

registaram, em termos médios, um acréscimo da ordem dos 23,2% (15,7%

no caso dos PRE e 45,7% para as compras no âmbito do SENV).

Compras de energia eléctrica

(GWh) 2003 2004

REN 32 307 30 342 -6,1%

SENV (parcela livre) 2 044 2 933 43,5%

PRE 3 694 4 482 21,3%

Total 38 046 37 757 -0,8%

%

Estrutura em 2004

SENV

(parcela

livre)

7,8%

REN

80,3%

PRE

11,9%

20

A figura seguinte ilustra, para o período posterior a 1999, a evolução das

compras e dos fornecimentos de energia eléctrica a clientes finais (1,5%

ao ano, em ambos os casos).

Compras

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

40 000

1999 2000 2001 2002 2003 2004

GW

h

SENV

PRE

REN

Fornecimentos a clientes finais

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

40 000

1999 2000 2001 2002 2003 2004

GW

h

MAT e AT

MT

BT

Neste exercício, os custos com aquisição de energia ascenderam a 2 324

milhões de euros, valor 1,7% inferior ao de 2003.

No período compreendido entre 1999 e 2004 os consumos em MAT e AT

cresceram a uma taxa média anual de 7,6%, enquanto que em MT se

verificou uma quebra de 9,6%, motivada pela adesão de um grande

número de clientes deste nível de tensão ao SENV, particularmente forte

a partir de 2003. Em Baixa Tensão (BT) o crescimento médio anual,

naquele período, foi de 4,8%, taxa muito semelhante à verificada entre

2002 e 2004 (4,7%).

Esta evolução acentua o peso que o consumo em BT representa no total

dos fornecimentos: 65% (62% em 2003).

21

Estrutura da procura dirigida ao SEP - 2004

IP

3,5%

BTN

52,4%

BTE

9,1%

MT

18,8%

AT

12,6%

MAT

3,6%

Na repartição do consumo, em 2004, o sector industrial representa 28%

do total do consumo associado aos clientes SEP, enquanto que o peso

do sector residencial e dos serviços é de 35% em ambos os casos.

Estrutura do consumo SEP - 2004

(por sector)

Agricultura

2%

Serviços

35%

Residencial

35%

Indústria

28%

O fornecimento de 34 565 GWh a clientes do SEP, conduziu a 3 484

milhões de euros de proveitos (líquidos de descontos e sem IVA), valor

superior ao do ano anterior em cerca de 2,5%.

22

Estrutura dos proveitos - SEP 2004 *

MAT

1%

BTE

9%

BT

65%

MT

18%

AT

4%

IP

3%

* Valores líquidos de descontos. Inclui vendas a empresas do Grupo, energia em contadores e

valores relativos a ―conta-certa‖

Apesar da redução do consumo abastecido pelo SEP (-1,0%), assistiu-se a

um aumento dos proveitos de venda a clientes finais em relação a 2003,

essencialmente como consequência do acréscimo nas vendas de Baixa

Tensão. A redução dos consumos em MT conduziu a uma alteração de

estrutura dos consumos originando um acréscimo no preço médio global

(3,6%) superior ao acréscimo tarifário, que se situou em 2,1%.

Preços médios de venda ao SEP em 2004

0

2

4

6

8

10

12

14

MAT AT MT BTE BTN IP

(cê

ntim

os/

kW

h)

Assim, a alteração na estrutura de consumos, com maior peso da baixa

tensão, levou a que o preço médio de venda de energia eléctrica ao

SEP tenha atingido 10,1 cêntimos/kWh.

Considerando constante a estrutura dos consumos, observa-se a partir de

1999 uma significativa redução dos preços, justificada pela necessidade

23

de fazer convergir os preços em Portugal com a média da União

Europeia. Assim, no período 1999/2004 verificou-se, a preços constantes,

uma diminuição média anual de cerca de 2,4% no preço médio da

energia eléctrica.

A diminuição dos preços é bastante mais acentuada em MAT, AT e MT,

onde os decréscimos tarifários se fizeram sentir com maior intensidade

(em termos reais cerca de 3,8% ao ano no quinquénio).

24

* Considerando a estrutura dos consumos da Rede Pública em 1999

Fontes: EDP Distribuição e INE

Rede Pública

PREÇO DE VENDA DA ELECTRICIDADE

Preços constantes de 2004

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1999 2000 2001 2002 2003 2004

(cê

ntim

os/

kW

h)

BT: -1,9% ano

MAT,AT e MT: -3,8% ano

Global: -1,6% ano

Global*: -2,4% ano

Preços correntes

0

2

4

6

8

10

12

14

1999 2000 2001 2002 2003 2004

(cê

ntim

os/

kW

h)

MAT, AT e MT: - 0,6% ano

BT: 1,3% ano

Global: 2,1% ano

Global*: 0,8% ano

A parcela relativa às actividades desenvolvidas pela EDP Distribuição, na

formação do preço médio de venda a clientes finais, tem vindo a

diminuir de forma significativa, situando-se actualmente em cerca de

29% do total.

25

Peso da EDP Distribuição no Preço Médio

de Venda - SEP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

1999 2000 2001 2002 2003 2004

A margem bruta unitária, incluindo o ajustamento tarifário, a preços

constantes, continuou a sua trajectória descendente, tendo evidenciado,

no último quinquénio, uma redução de 33% (a preços constantes).

MARGEM BRUTA UNITÁRIAPreços constantes de 2004

0

1

2

3

4

5

6

1999 2000 2001 2002 2003 2004

ntim

os/

kW

h

Vendas ao SEP, facturação ao SENV e Cobrança

Em 2004, o valor das vendas de energia eléctrica a clientes do SEP atingiu

o montante global de 3 484 milhões de euros, o que representa um

acréscimo de cerca de 2,5% relativamente ao exercício anterior.

Assumem particular importância os fornecimentos de energia eléctrica

26

em BT, que representam uma parcela muito importante das vendas de

energia eléctrica (79% do total).

À semelhança de anos anteriores, a aplicação dos descontos previstos

nos Regulamentos Tarifário e das Relações Comerciais, relativos aos

grandes clientes (essencialmente interruptibilidade), provocou uma

redução da facturação da ordem dos 31 milhões de euros.

Vendas de energia eléctrica ao SEP e facturação ao SENV

Nível de tensão 2003 2004

Vendas ao SEP 3398,0 3483,5 2,5

MAT 38,4 44,3 15,3

AT 148,1 184,7 24,7

MT 615,4 487,8 -20,7

BTE 290,2 304,0 4,7

BT 2210,2 2360,8 6,8

IP (Iluminação Pública) 95,7 102,0 6,5

SENV (UGS+URT+URD+CR) 70,5 126,6 79,7

Total (excluindo ajustamento) 3468,5 3610,2 4,1

Ajustamento tarifário 77,9 -92,1 -218,2

Total (incluindo ajustamento) 3546,4 3518,1 -0,8

Inclui empresas do Grupo. Sem IVA

milhões de euros

%

Verifica-se que, à excepção das vendas de energia eléctrica em MT, que

comparativamente com o ano anterior registaram uma variação

negativa de 20,7%, as vendas a clientes do SEP referentes aos restantes

níveis de tensão evidenciaram um crescimento significativo, que se

traduziu num acréscimo global de 86 milhões de euros.

A quebra registada nas vendas em MT resultou da passagem para o

SENV, durante o ano de 2004, de 1 185 clientes.

A facturação aos clientes do SENV, pelo Uso da Rede de Distribuição,

atingiu em 2004 cerca de 62 milhões de euros, mais 26 milhões de euros

que em 2003.

Para além do Uso da Rede de Distribuição, foram também facturados

aos clientes do SENV o Uso da Rede de Transporte, o Uso Global do

27

Sistema e a Comercialização das Redes de Distribuição. A facturação de

todas estas parcelas atingiu o montante de cerca de 127 milhões de

euros, excluindo o IVA.

No que se refere à Cobrança, na sequência das acções sistemáticas

desenvolvidas junto dos clientes com o objectivo da recuperação de

créditos, verificou-se uma ligeira recuperação da taxa de cobrança:

Cobrança / Vendas

Sector de actividade 2003 2004

Estado e Organismos Oficiais 100,9% 100,4% -0,5%

Autarquias Locais 103,4% 99,8% -3,5%

Sector Empresarial e Particulares 98,7% 99,3% 0,6%

TOTAL 99,1% 99,4% 0,3%

Assim, o índice global da cobrança das vendas de energia eléctrica ao

SEP atingiu 99,4%.

Dívida de Clientes

A dívida de clientes, incluindo a dívida corrente, que no fim do ano 2004

ascendia a 634,8 milhões de euros, evidencia um agravamento de 2,6%

(+16,4 milhões de euros comparativamente com o exercício anterior).

Contudo, a relação entre a dívida de clientes e as vendas de energia

eléctrica (18,2%) manteve-se igual à do ano anterior.

28

Dívida de Clientes

Sector de actividade 2003 2004

Estado e Organismos Oficiais 25,2 23,0 -8,9

Autarquias Locais 252,3 245,4 -2,7

Sector Empresarial e Particulares 340,9 366,4 7,5

TOTAL 618,4 634,8 2,6

milhões de euros

%

Verifica-se assim que a dívida do Estado e Organismos Oficiais e das

Autarquias Locais se reduziu em cerca de 9 milhões de euros (-3,3%). Em

oposição, encontram-se as dívidas das Empresas e Particulares que

registaram um agravamento aproximado de 26 milhões de euros (+7,5%).

Estrutura das dívidas de clientes em 2004

Estado e

Organismos

Oficiais

3%

Autarquias

Locais

39%

Sector

Empresarial e

Particulares

58%

Qualidade de Serviço Comercial

No âmbito da qualidade de serviço prestado aos clientes, prosseguiu a

EDP Distribuição, S.A. a adopção de medidas tendentes ao cumprimento

dos objectivos fixados, que se podem resumir numa prestação de serviço

com elevado grau de qualidade.

Durante o ano de 2004, e como resultado dos esforços desenvolvidos

pela Empresa, nas vertentes humana e financeira, para fazer face à nova

realidade do mercado energético, constata-se um aumento, sustentado,

29

da qualidade do serviço prestado aos clientes, bem como da

capacidade e rapidez na resposta.

Assim, a Empresa cumpriu os indicadores de Qualidade de Serviço

Comercial do Regulamento da Qualidade de Serviço:

▪ Orçamentação de ramais e chegadas BT, até 20 dias úteis

▪ Execução de ramais e chegadas BT, até 20 dias úteis

▪ Ligação de clientes BT, até 2 dias úteis

▪ Atendimento nas lojas, até 20 minutos

▪ Atendimento telefónico, até 60 segundos

▪ Reposição por interrupção acidental, até 4 horas

▪ Reclamações apreciadas e respondidas, até 15 dias úteis

▪ Pedidos de informação, até 15 dias úteis.

O indicador ―Leitura de contadores BT‖, que estabelece pelo menos uma

leitura anual, foi também cumprido, se forem tomadas em conta as

Normas Complementares do Regulamento da Qualidade de Serviço,

explicitando que ―não são consideradas para efeito de cálculo do

indicador relativo à leitura do contador as situações de segunda

habitação em que o contador não se encontra disponível ao

distribuidor‖.

No ano de 2004 foi considerado nas contas da empresa um acréscimo

de custo no valor de 940 mil euros, referente a compensações por

incumprimento do padrão individual de qualidade relativo à

continuidade de serviço. Este valor foi determinado de acordo com o

estipulado no Regulamento da Qualidade de Serviço (artigo 47º). Ainda

de acordo com o referido Regulamento, ―a informação ao cliente e o

30

pagamento da compensação devem ser efectuados na facturação do

primeiro trimestre seguinte ao do ano civil a que a compensação se

reporta‖ (artigo 48º).

86%

88%

90%

92%

94%

96%

98%

100%

Orçamentos de ramais e chegadas

BT (até 20 dias úteis)

Execução de ramais e chegadas

BT (até 20 dias úteis)

Ligações à rede BT (até 2 dias úteis)

Leitura de contadores (pelo menos

1 leitura / ano para clientes BT)

Atendimento em centros de

atendimento (até 20 min.espera)

Atendimento telefónico

centralizado (até 60 seg.espera)

Pedidos informação por escrito

(resposta até 15 dias úteis)

Reclamações respondidas

(resposta até 15 dias úteis)

% de clientes com reposição de

serviços até 4 horas (na sequência

de interrupções de fornecimento

acidentais)

Clientes e distribuição de energia para o SENV

A liberalização do sector eléctrico para os clientes dos níveis de tensão

mais elevados conduziu a que se verificasse um aumento significativo do

número de entidades a actuar no SENV e consequentemente um forte

crescimento da energia saída das redes da distribuição para alimentar

clientes deste sistema, embora de forma desigual, pois se na MT o

consumo cresceu cerca de 70% relativamente ao ano anterior, na AT

reduziu-se a cerca de 57% do verificado em 2003. O consumo em BTE

não teve ainda grande significado por ter tido início apenas no segundo

semestre de 2004. Contudo, a abertura do mercado liberalizado aos

clientes de BTE induziu um crescimento significativo na passagem de

clientes para o SENV.

31

2003 2004

AT 3 3 0

MT 1 917 3 135 1 218

BTE 0 1 700 1 700

Total 1 920 4 838 2 918

Clientes do SENV

Energia saída das redes de distribuição - SENV

(GWh) 2003 2004

AT 114 49 -56,8%

MT 3 935 6 680 69,8%

BTE 0 33

Total 4 048 6 763 67,1%

%

No SENV, em 2004, o consumo médio por cliente teve um decréscimo de

34% em relação ao ano anterior. Tal facto teve como causa a adesão de

clientes de BTE ao SENV, uma vez que se trata de clientes de menor

dimensão.

Consumo médio por cliente - SENV

2108

1398

0

500

1000

1500

2000

2500

2003 2004

MW

h

32

Em 2004, os trânsitos de energia para o SENV produziram 64,4 milhões de

euros de proveitos, correspondentes ao Uso (URD) e Comercialização das

Redes de Distribuição (CR), sendo a quase totalidade relativa ao uso da

rede de MT. A este valor acresce ainda o montante de 62,2 milhões de

euros relativos ao Uso Geral do Sistema (UGS) e ao Uso da Rede de

Transporte (URT).

Trânsitos de energia para o SENV

Nível Energia Proveitos Preço médio

de saída (mil euros) (cênt./kWh)

Tensão (GWh)

AT 49 439 0,90

MT 6 680 124 917 1,87

BTE 33 1 290 3,87

Total 6 763 126 647 1,87

33

Rede Eléctrica

Desenvolvimento da Rede

O nível de investimento na rede de distribuição foi claramente mais

elevado do que no passado, traduzindo o objectivo empresarial de

melhorar a qualidade de serviço prestada aos clientes, com resultados já

visíveis em 2004 mas que se reflectirão, porventura mais, em anos futuros.

O desenvolvimento da rede foi pontuado, não só pela entrada em

serviço de subestações AT/MT, mas também pela construção e

reconstrução de linhas de média tensão e postos de transformação.

Sendo de assinalar as dificuldades de obtenção de terrenos adequados

à construção de subestações destinadas à alimentação dos principais

centros urbanos e de estabelecimento de linhas, mesmo em zonas

pouco densamente habitadas, foi possível encontrar soluções para

alguns dos problemas que se vinham acumulando de exercícios

anteriores.

Movimentos do ano

Entradas Retiradas Alterações

2003 em serviço de serviço no ano (1) 2004Subestações

Nº de subestações 377 5 1 4 381

Nº de transformadores 661 5 1 8 669

Potência instalada (MVA) 13 450 100 10 437 13 887

Linhas (incluindo ramais, em km) 71 884 3 426 1 116 2 189 74 073

Aéreas 60 009 2 534 1 091 1 324 61 333

AT (60/132 kV) 7 267 255 94 161 7 428

MT (6/10/15/30 kV) 52 742 2 278 997 1 163 53 905

Cabos subterrâneos 11 874 893 25 865 12 739

AT (60/132 kV) 361 23 1 22 383

MT (6/10/15/30 kV) 11 513 870 24 843 12 356

Postos de Transformação

Unidades 52 237 2 741 213 2 507 54 744

Potência instalada (MVA) 14 758 795 64 826 15 585

Redes BT (km) 124 598 4 919 2 499 2 420 127 018

Aéreas 98 099 3 833 2 485 1 348 99 447

Subterrâneas 26 499 1 085 14 1 072 27 571

(1) Inclui rectificações

34

Durante o ano, com a optimização das subestações já existentes e com

a entrada em serviço de cinco novas subestações, a potência instalada

aumentou 437 MVA.

A reconfiguração da rede de Alta Tensão, bem como a alimentação das

novas subestações levou a que, no final de 2004, estivessem em

exploração mais 183 km de linhas a 60 kV (161 km de linhas aéreas e 22

km de cabos subterrâneos).

Também no final do ano, em termos de realizações na rede de Média

Tensão, estavam em serviço mais 1163 km de linhas aéreas e 843 km de

cabos subterrâneos.

Relativamente à rede de Baixa Tensão, adicionou-se à rede mais 1 348

km de linhas aéreas e 1072 km de redes subterrâneas. Com a entrada em

serviço de 2 741 postos de transformação e a retirada de 213 e incluindo

rectificações, a potência instalada em postos de transformação

aumentou 826 MVA.

A EDP Distribuição manteve a campanha de instalação de

equipamentos preparados para telecontagem em todos os clientes MT,

cumprindo o Despacho da ERSE que aprovou o Programa de

Substituição de Equipamentos de Medição. Nos clientes que optaram

pela adesão ao SENV foi instalado o módulo de comunicação, de modo

a permitir a recolha remota de curvas de carga diárias necessárias às

operações do mercado.

A extensão, a partir de 11/02/2004, da elegibilidade aos clientes de BTE

não exigiu a substituição dos equipamentos de medição destes clientes.

Para dar satisfação às operações de mercado foi necessário definir um

perfil típico aplicável a este segmento de clientes. Com esse objectivo,

foi desenvolvido um estudo envolvendo um consultor.

35

A utilização deste perfil típico permite discriminar por quartos de hora os

valores acumulados por período tarifário recolhidos dos equipamentos

de medição, os quais são desta forma disponibilizados aos

Comercializadores e à REN/Gestor de Ofertas.

As soluções tecnológicas disponíveis para os equipamentos de medição

e para os módulos de comunicação para acesso remoto têm sofrido

reduções significativas de preços por causa do crescimento da procura,

a nível internacional. É assim previsível que a tecnologia estática se

estenda a equipamentos de medição de outros segmentos de clientes,

nomeadamente clientes de BT que optem por tarifas múltiplas.

É também previsível que na comunicação para telecontagem e na

recolha remota de dados se verifique uma expansão.

Utilizando as várias soluções tecnológicas disponíveis, quer para os

equipamentos de medição quer para os mecanismos de discriminação

de valores quarto-horários, a EDP Distribuição garante o serviço de

fornecimento de dados ao mercado, em base diária e em base mensal,

recorrendo para o efeito aos Sistemas de Recolha Remota de Dados e

Sistema de Gestão de Leituras cuja manutenção é garantida em regime

de outsourcing pela empresa de sistemas do Grupo.

Outro importante desafio à actividade de distribuição durante o ano de

2004 foi o elevado número de pedidos de ligação de novos produtores

independentes à rede da EDP Distribuição, ao abrigo de legislação

específica.

A ligação de produtores independentes tem colocado problemas, quer

a nível de alterações de potência e de local, quer ainda, uma vez estas

estabilizadas, a nível de prazos de execução. Por outro lado, os

Produtores em Regime Especial (PRE), efectivamente ligados, conduzem

a um maior nível de exigência na exploração das redes. Cerca de 50

novas instalações de PRE foram ligadas no decurso de 2004, às quais

36

corresponde uma potência instalada superior a 400 MVA, essencialmente

associada a sistemas eólicos (288 MVA) e a cogeradores (98 MVA).

Indicadores de Utilização

A evolução verificada para os indicadores de utilização dos activos

reflectem o esforço continuado de optimização dos mesmos.

Assim, a utilização da rede MT situou-se nos 539 MWh/km, cerca de 1,7%

acima do valor verificado no ano anterior, e a da rede BT foi cerca de

177 MWh/km, o que se traduziu num acréscimo de 2,8% relativamente à

utilização verificada em 2003.

Utilização da rede de MT

440

460

480

500

520

540

560

1999 2000 2001 2002 2003 2004

MW

h/k

m

Utilização da rede de BT

130

140

150

160

170

180

190

1999 2000 2001 2002 2003 2004

MW

h/k

m

Qualidade de Serviço

A qualidade técnica de serviço, medida pelo indicador TIEPIMT (Tempo

de Interrupção Equivalente da Potência Instalada em Média Tensão), foi

significativamente melhor do que a verificada nos anos anteriores. Em

relação ao ano anterior, registou-se uma redução de 42%, tendo

passado de 370 minutos para 215 minutos; o objectivo anual, que era de

290 minutos, foi assim largamente superado.

37

EVOLUÇÃO DO TEMPO DE INTERRUPÇÃO EQUIVALENTE DA

POTÊNCIA INSTALADA EM MT (TIE PI MT)

0

100

200

300

400

500

600

700

2000 2001 2002 2003 2004

min

uto

s

efeito dos

incêndios

Os restantes indicadores gerais da qualidade de serviço SAIDI (minutos

de interrupção por ponto de entrega) e SAIFI (número de interrupções

por ponto de entrega) das redes MT e BT da EDP Distribuição

acompanharam a evolução do TIEPIMT.

Esta melhoria foi igualmente percebida pelos clientes, de acordo com os

resultados obtidos nos estudos de satisfação dos clientes efectuados em

2004.

Os resultados obtidos devem-se sobretudo ao esforço continuado ao

nível das obras de investimento e de manutenção realizado nos últimos

anos, e à acção conjugada de um conjunto alargado de iniciativas de

carácter técnico e organizativo iniciado há pouco mais de um ano,

associados às boas condições climatéricas que se fizeram sentir ao longo

do ano.

Das iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas destacam-se o

Programa de Melhoria da Qualidade de Serviço Técnico e o Projecto

LEAN que têm mobilizado a quase totalidade dos colaboradores da área

38

técnica na procura e implementação das melhores soluções para

ultrapassar, com eficiência e eficácia, os principais problemas e

estrangulamentos detectados, quer a nível técnico quer a nível

organizativo.

A qualidade e a continuidade da onda de tensão (QCT) da rede de

distribuição foram avaliadas em 2004 através da execução do Plano de

Monitorização da QCT conforme previsto no Regulamento da Qualidade

de Serviço (RQS), com monitorizações em 36 subestações AT/MT e 108

postos de transformação da distribuição.

Projecto e Construção

A actividade de projecto e construção de novas instalações da rede de

distribuição teve um acréscimo significativo, reflectido no aumento do

investimento específico, para fazer face aos objectivos de melhoria da

qualidade de serviço e de satisfação do aumento dos consumos

previsíveis a curto e médio prazo.

Foram igualmente realizados trabalhos de ampliação e/ou

remodelação, com diversos graus de intervenção, em instalações já

existentes, com o objectivo de resolver/evitar problemas de

obsolescência e melhorar as condições de exploração.

Foi dada continuidade à política de uniformização construtiva das novas

instalações, tendo-se recorrido, sempre que possível, à execução de

subestações, respeitando o projecto-tipo, com os reconhecidos ganhos

associados. Os projectos em zonas condicionadas, como sejam os casos

em que se verifique uma forte densidade populacional, impuseram

soluções específicas.

Durante o ano de 2004, aceleraram-se as actividades de construção de

linhas aéreas, com o objectivo de promover a alimentação das novas

39

subestações, de permitir a ligação quer de novos clientes quer de

Produtores em Regime Especial e de aumentar a fiabilidade da rede, de

forma a melhorar a qualidade de serviço em termos de continuidade.

Manutenção

Durante o ano de 2004, a Empresa continuou a desenvolver a actividade

de manutenção e conservação norteada pelos objectivos definidos,

procurando potenciar a adequada manutenção das instalações em

serviço, por forma a garantir os melhores índices de disponibilidade e

eficácia dos activos técnicos, bem como o prolongamento da sua vida

útil.

Refere-se que, dos custos incorridos com a conservação das redes de

distribuição, cerca de 63% foram utilizados nas redes de Baixa Tensão,

sendo igualmente de referir que 80% dos custos de manutenção

associados com ―avarias‖ foram afectos à Baixa Tensão.

Investigação, Desenvolvimento e Sistemas

A EDP Distribuição deu por concluída, no final de 2004, a implementação

do programa GeoEDP, iniciado em 2001 e desenvolvido em estreita

parceria com a IT-Geo do Grupo EDINFOR, consistindo num

enquadramento multi-projecto dirigido à gestão de informação espacial

e integração de sistemas, tendo como objectivo garantir o acesso

generalizado a funcionalidades e a repositórios de dados abrangentes,

como suporte ao novo ciclo de trabalho e aos diferentes processos e

fluxos de informação da gestão do negócio.

Do balanço de quatro anos de actividade do Programa GeoEDP,

culminando o esforço das equipas envolvidas e a mobilização da

empresa, pode concluir-se, de uma forma global, que:

40

A forma de gestão adoptada para o Programa cumpriu os

objectivos em mente aquando da sua implementação;

Os sistemas previstos no GeoEDP foram, no essencial, desenvolvidos

e estão implementados no terreno ou em fase muito avançada de

implementação;

Os levantamentos de informação prioritários de Rede MT,

enquadrados no GeoEDP, foram terminados ou estão em fase de

conclusão.

O programa GeoEDP permitiu a modernização dos sistemas das áreas

técnicas da EDP Distribuição, assumindo um carácter de inovação, com

uma forte aposta no desenvolvimento aplicado, incluindo a ligação à

investigação universitária.

A total implementação do GeoEDP, em termos de actuação interna,

permite uma alteração radical do modo de trabalhar ao nível da área

técnica (aumento de eficácia) e suporta o redesenho optimizado de

processos empresariais (aumento de eficiência), sendo já evidentes os

efeitos. Os benefícios sustentam a melhoria da capacidade de resposta

às necessidades dos clientes, através da rapidez, eficiência e qualidade

de serviço.

Obedecendo a uma estratégia concertada de disponibilização

progressiva de informação e de funcionalidades inovadoras, durante

2004, em alinhamento com o ano anterior, verificou-se uma forte

expansão do repositório de informação de rede eléctrica, conseguida

por levantamentos de informação no terreno, acompanhando os

projectos de desenvolvimento aplicacionais.

Em relação ao repositório de informação, além de toda a

caracterização da rede eléctrica de alta tensão, ficou praticamente

concluído o cadastro das redes eléctricas de média tensão, cobrindo

todo o território nacional.

41

Para o futuro próximo, já com enquadramento nas actividades correntes,

vão prosseguir os levantamentos de informação, anteriormente iniciados,

referentes às redes de baixa tensão nas zonas em que sejam

considerados de rentabilidade indiscutível e focados nas áreas de

grande densidade populacional.

A exploração do inventário georeferenciado de infraestruturas (eléctricas

e de telecomunicações), constituindo um activo estratégico da empresa,

é suportada no Sistema de Informação Técnica (SIT), com cobertura

nacional, permitindo uma utilização descentralizada e assegurando a

integração com as componentes aplicacionais.Em complemento, o e-SIT

(―Browser‖ via intranet) permite a consulta simplificada ao inventário e o

SIT-Móvel (utilizando ―Pen Computers‖) permite a recolha e actualização

do inventário, no terreno.

Com a conclusão do ciclo de investimento do período que findou,

ficaram disponíveis as funcionalidades de base para apoio às unidades

de negócio da área técnica. Nesse âmbito e relativamente ao

desenvolvimento aplicacional:

Foi implementada em toda a empresa o sistema DM-SIT (Projecto

GeoProjectar), permitindo a gestão de todo o ciclo de informação

(planeamento, projecto, construção e condução), com recurso ao

conceito de obra, e disponibilizando funcionalidades de apoio ao

projecto técnico, com destaque para o cálculo de linhas aéreas;

Foi colocado em ambiente de produção o novo sistema de gestão

de incidentes, PowerOn (Projecto RedeActiva), integrado sobre o

SIT, com aumento de funcionalidades e melhoria de indicadores

de qualidade de serviço técnico;

Entrou em produção a primeira instalação do novo sistema

SCADA/DMS de apoio à condução (Projecto Genesys) para a rede

de alta tensão da zona norte do país – é um sistema com uma

42

arquitectura inovadora de componentes inter-cooperantes de

modo desacoplado e assíncrono, utilizando como cadastro a

informação do SIT;

Foi assegurada a integração com o sistema de planeamento e

optimização (dPlan), aplicação baseada em computação

evolucionária e optimização, que encontra a decisão óptima para

redes de distribuição considerando investimento, perdas,

fiabilidade, padrões de configuração, análise de tensões e

correntes.

Tendo em vista assegurar uma articulação coerente entre os vários

sistemas, políticas e procedimentos em uso com os dos novos Programas

em curso na EDP Distribuição, a progressiva entrada em produção dos

sistemas mais directamente ligados à condução de redes (PowerOn e

Genesys) foi enquadrada no Programa para a Melhoria da Qualidade de

Serviço Técnico (PMQST).

Com a estabilização da base aplicacional, os investimentos, no futuro

próximo, irão focar-se em sistemas transversais a toda a organização,

cobrindo necessidades ligadas a:

Optimização de gestão e execução de tarefas, incluindo a

resolução de incidentes, e suporte à mobilidade;

Generalização da utilização de soluções ―web‖, incluindo a gestão

e comunicação electrónica de informação, tanto na vertente

interna, como externa;

Evolução dos sistemas existentes, circunscritas a questões de

integração, de melhoria e de ajuste a requisitos regulamentares.

43

Ambiente

A Empresa desenvolveu, em 2004, um conjunto de acções no sentido de

dar continuidade à melhoria do processo de gestão e promoção da

qualidade ambiental, tendo por base os princípios e objectivos definidos

na Política de Ambiente e Princípios de Sustentabilidade do Grupo EDP.

No âmbito da execução do Plano de Promoção da Qualidade

Ambiental (PPQA), aprovado pela ERSE, a desenvolver durante o período

de regulação 2002-2004, é de referir a execução das seguintes acções:

Implementação de um conjunto de medidas, enquadradas pela

legislação ambiental aplicável, com o objectivo de se proceder ao

controlo e gestão dos resíduos de lâmpadas de descarga, de

postes de betão e de equipamento e consumíveis de informática;

Controlo e monitorização de ruído e de campos

electromagnéticos;

Continuação dos estudos e procedimentos relativos à minimização

dos impactos resultantes da interacção entre as linhas de alta e

média tensão e a avifauna, no âmbito do Protocolo estabelecido

entre a EDP Distribuição, o Instituto de Conservação da Natureza

(ICN), a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a

Associação Nacional para a Conservação da Natureza

(QUERCUS);

Realização da Operação Cegonha Branca 2004 tendo como

objectivos a melhoria da qualidade de serviço e a protecção das

cegonhas que nidificam em zonas críticas da rede de distribuição;

Inventariação de equipamento com hexafluoreto de enxofre (SF6)

e implementação do registo das quantidades de SF6 emitidas

acidentalmente para a atmosfera;

Despistagem e identificação de equipamento com

policlorobifenilos (PCB);

44

Obras de integração de linhas e instalações de distribuição no

meio envolvente, tendo em conta o seu enquadramento

paisagístico.

Realizou-se em 2004, em Lisboa, o Encontro Internacional sobre Linhas

Eléctricas e Avifauna que constituiu uma excelente oportunidade para a

divulgação das conclusões obtidas no decurso dos trabalhos realizados

no âmbito do Protocolo acima referido, em termos de identificação de

impacte das linhas sobre a avifauna e das melhores técnicas de

correcção de linhas perigosas. Esteve igualmente em debate a

problemática da interacção da nidificação da Cegonha Branca nas

linhas de distribuição de energia eléctrica na Península Ibérica.

45

Recursos Humanos

Quadro de Pessoal

Em 31 de Dezembro de 2004, o número de colaboradores colocados na

EDP Distribuição era de 5 779, dos quais 157 se encontravam requisitados

pela Holding e 92 eram colaboradores cujo vínculo laboral com a

Empresa estava suspenso por razões diversas.

No decorrer do ano 2004, verificaram-se 1004 saídas e 200 entradas.

Evolução de efectivos 31.12.2003 31.12.2004 Variação

Entradas Saídas Saldo %

Quadro Permanente Activo 6 284 181 974 - 793 5 491 -12,6

Contratados a Termo 50 19 30 - 11 39 -22,0

Total 6 334 200 1 004 - 804 5 530 -12,7

Movimento em 2004

Assim, prestavam serviço efectivo na Empresa 5 530 trabalhadores, dos

quais 5 491 pertenciam ao quadro permanente e 39 eram contratados

a termo. A distribuição por categoria profissional pode ser observada no

quadro seguinte.

Efectivos por categoria profissional

2004

Dirigentes 87

Quadros Superiores 703

Quadros Médios 43

Chefias Secção 121

Profissionais Alt. Qualificados 1 408

Profissionais Qualificados 2 901

Profissionais Especializados 228

Contratos a Termo 39

TOTAL 5 530

Estrutura 2004

Q.Médios e

Chefias

Secção

3%

Prof. Alt.

Qualificados

25%

Dirigentes e

Q.Superiores

14%

Prof.Especializ

ados

4%

Prof.

Qualificados

53%

Contratos

Termo

1%

Em 2004, a EDP Distribuição prosseguiu a estratégia de adequação dos

Recursos Humanos às necessidades da sua actividade, através da

formação profissional e dos Programas de Gestão Eficiente de Recursos

Humanos e Apoio à Reestruturação, tendo-se efectuado 190

movimentações.

46

O Número de Clientes da EDP Distribuição por trabalhador, um dos

indicadores utilizados para medição da produtividade na Distribuição,

tem evoluído de uma forma positiva, conforme se observa no gráfico

seguinte, apresentando, em 31 de Dezembro de 2004, o valor de 1 052

clientes por trabalhador.

O indicador relativo à energia distribuída por trabalhador tem registado,

igualmente, uma evolução bastante positiva, apresentando para 2004 o

valor de 7,5 GWh.

Nº de clientes por trabalhador

0

300

600

900

1200

1500

1999 2000 2001 2002 2003 2004

12,5% ano

GWh/trabalhador

0

2

4

6

8

10

1999 2000 2001 2002 2003 2004

15,9% ano

Formação Profissional

Em 2004 foram cumpridas, no essencial, as orientações estratégicas

definidas, continuando o esforço de promoção e actualização de

conhecimentos para melhorar a qualidade e a produtividade nas

funções desempenhadas, facilitando a valorização técnica e pessoal

dos trabalhadores, preparando-os para, perante cada desafio, darem as

respostas adequadas, permitindo a obtenção dos resultados esperados.

Realizaram-se 552 acções de formação profissional, com um total de

5 648 participações, obtendo-se assim uma taxa de participação de

102,1% e uma taxa de ocupação de 0,7%.

A participação, por área de formação, no ano 2004, foi a seguinte:

47

Participações por área de formação

Comercial

2,0%

Rec.Humanos

0,5%

Prev. Riscos e

Segurança

36,1%

Desenv. Pessoal

1,4%

Sistemas e

Informática

26,3%

Telecomunic.

0,9%

Gestão e

Contabilidade

1,2%

Redes

31,0%

Outras

0,7%

Merecem destaque a formação em Redes (31%), em Prevenção, Riscos e

Segurança (36%) e em Sistemas e Informática (26%), promovendo uma

cultura de bom desempenho técnico, prevenção do risco eléctrico

procurando a redução de acidentes de origem eléctrica e actualização

permanente do conhecimento informático e adaptação aos novos

sistemas implementados.

Prevenção e Segurança

O desenvolvimento da política de segurança definida pela Empresa foi

materializado através de um Plano Estratégico e Operacional aprovado

para 2004, que estipulou objectivos orientadores para as actividades

destinadas a promover a segurança e higiene ocupacionais.

No domínio da formação e sensibilização em prevenção de riscos e

segurança foi realizada uma acção de formação e-learning sobre

Prevenção do Risco Eléctrico, que envolveu 569 participantes, bem como

48 acções presenciais participadas por 1036 colaboradores da Empresa

e 320 colaboradores de prestadores de serviços externos.

Complementarmente, foram realizadas nos locais das obras 511 acções

de curta duração, que envolveram 2 299 participantes. Foi ainda

assegurada a habitual colaboração na monitoragem de acções de

formação sobre trabalhos em tensão, baixa tensão e limpeza de postos

48

de transformação e acompanhada, no terreno, a constituição de novas

equipas.

Para avaliação do sistema de gestão da segurança e dos riscos

profissionais, foram realizadas 61 auditorias cruzadas e 3 119 auditorias

directas, envolvendo trabalhos e instalações.

No âmbito da gestão da segurança nas obras em estaleiros temporários

ou móveis, foi assegurado apoio técnico à elaboração dos planos de

segurança e saúde na fase de projecto e o exercício da coordenação

de segurança em obra.

Relativamente à sinistralidade, ocorreram 66 acidentes de trabalho com

baixa, incluindo 2 acidentes mortais de origem eléctrica e 12 acidentes

―in itinere‖, que foram objecto de análise e proposta de medidas

tendentes a evitar situações semelhantes.

Os valores dos índices de incidência e frequência representaram em

2004, respectivamente, 10,84 acidentes por mil trabalhadores e 6,71

acidentes por milhão de horas trabalhadas. O índice de gravidade

registado foi de 0,44 dias perdidos por mil horas trabalhadas.

Na sinistralidade com prestadores de serviços externos, há a lamentar a

ocorrência de 4 acidentes mortais, sendo que 3 foram de origem

eléctrica e 1 de queda em altura.

Plano de Apoio à Reestruturação (PAR)

No âmbito do ―Plano de Racionalização de Recursos Humanos‖,

posteriormente designado no seio da empresa por ―Plano de Apoio à

Reestruturação‖ (PAR), aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços

Energéticos (ERSE) em Agosto de 2003, em que a EDP Distribuição se

propunha continuar o esforço de redução do número de trabalhadores,

foi negociada, em 2004, a saída de 86 colaboradores por rescisão de

contrato por mútuo acordo, 125 com recurso à pré-reforma e 580 por

49

antecipação à pré-reforma, perfazendo, assim, uma redução de 1 291

colaboradores ao abrigo do PAR nos anos de 2003 e 2004.

50

Evolução Económica e Financeira

Balanço

A evolução da situação patrimonial foi a seguinte:

RUBRICA 2003 2004

ACTIVO

Imobilizado 4 390 088 4 506 078 2,6

Circulante 717 240 1 030 810 43,7

Acréscimos e diferimentos 320 804 397 551 23,9

Total 5 428 132 5 934 439 9,3

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

CAPITAL PRÓPRIO 1 566 925 1 591 145 1,5

PASSIVO 3 861 206 4 343 294 12,5

A médio e longo prazo 1 164 621 2 030 389 74,3

A curto prazo 1 127 829 639 446 -43,3

Acréscimos e diferimentos 1 568 756 1 673 460 6,7

Total 5 428 132 5 934 439 9,3

milhares de euros

%

No Activo, as rubricas do Activo Circulante e dos Acréscimos e

Diferimentos aumentaram significativamente devido, respectivamente,

ao activo regulatório relativo ao Plano de Apoio à Reestruturação (PAR) e

à transferência dos impostos diferidos antes contabilizados nas contas da

EDP, SA.

Do lado do Passivo, há a registar a transferência de uma grande parte

das responsabilidades de curto prazo para médio e longo prazo, sendo

de referir o suprimento no valor de 450 milhões de euros e o reforço da

provisão para outros riscos e encargos relativa ao PAR. O aumento

verificado nos Acréscimos e Diferimentos resulta, principalmente, da

transferência de impostos diferidos e subsídios ao investimento.

51

Proveitos e Custos Operacionais

A evolução dos proveitos e custos operacionais foi a seguinte:

2003 2004

Proveitos operacionais 3 773 3 831 1,5

Vendas e prestação de serviços 3 573 3 545 -0,8

de electricidade * 3 546 3 518 -0,8

outras 27 27 -0,1

Trabalhos para a própria empresa 184 196 6,8

Outros 16 90 454,5

Custos operacionais 3 638 3 655 0,5

Aquisição de energia eléctrica 2 364 2 324 -1,7

FSE e materiais diversos 318 343 8,0

Pessoal 394 397 0,9

Amortizações e provisões 388 400 3,0

Rendas das concessões 172 186 8,4

Outros 3 5 64,9

Resultado Operacional 135 176 30,5

* Inclui ajustamento tarifário

milhões de euros

%

Os proveitos operacionais em 2004, num total de 3 831 milhões de euros,

apresentaram um acréscimo da ordem de 1,5% em relação ao ano

anterior. A rubrica ―vendas de electricidade‖, num total de 3 518 milhões

de euros, representou cerca de 92% do total. Neste valor das vendas

estão incluídos os valores relativos ao Uso e Comercialização das Redes

de Distribuição pelos clientes do SENV, bem como as parcelas relativas

ao Uso Global do Sistema e ao Uso da Rede de Transporte pelos mesmos

clientes.

O valor das vendas encontra-se, também, afectado pelos ajustamentos

resultantes da aplicação do Regulamento Tarifário, cujo efeito no ano de

2004 é cerca de 13 milhões de euros a deduzir aos proveitos da EDP

Distribuição. Este valor é explicado essencialmente pelo desvio dos

consumos de electricidade em relação aos valores adoptados pela ERSE

aquando da fixação das tarifas. O maior consumo verificado reflectiu-se

quer no montante da parcela fixa dos custos de aquisição de energia

eléctrica, a devolver aos clientes, quer num maior consumo em horas de

ponta, que resultou num nível de facturação de Uso da Rede de

Transporte superior aos proveitos permitidos. Por outro lado, a alteração

52

de estrutura dos consumos, com menor peso da BT em relação ao

previsto, tem como consequência um volume de facturação inferior aos

proveitos permitidos na actividade de distribuição.

Ao valor do ajustamento de 2004 foram deduzidos os ajustamentos que

tinham sido adicionados em 2002 e 2003, que induziram agora uma

diminuição nos proveitos de 2004 de cerca de 79 milhões de euros (58 e

21 milhões de euros, respectivamente), tendo-se, assim, um decréscimo

global nos proveitos do exercício em análise de cerca de 92 milhões de

euros.

Os trabalhos para a própria empresa, que representam cerca de 5% do

total dos proveitos operacionais, apresentaram um crescimento de cerca

de 7%, como consequência do acréscimo no valor dos materiais diversos

para investimento.

ESTRUTURA DOS TRABALHOS PARA A PRÓPRIA EMPRESA

(106 Euros)

95,3110,3

88,586,1

2003 2004

Materiais diversos Outros

196,4183,8

Os custos operacionais do exercício foram cerca de 3 655 milhões de

euros, representando um acréscimo de 0,5% em relação ao ano anterior.

As compras de energia eléctrica, que representaram 64% dos custos,

ascenderam a 2 324 milhões de euros e incluem os valores relativos ao

Uso Global do Sistema e ao Uso da Rede de Transporte por parte dos

53

clientes do SENV. Excluindo as compras de electricidade, assiste-se a um

acréscimo no peso das rendas das concessões e a um decréscimo da

percentagem dos custos de pessoal.

No gráfico seguinte pode observar-se a estrutura dos custos operacionais

relativa aos anos de 2003 e 2004.

CUSTOS OPERACIONAIS

(exclui compras de electricidade)

9% 9%

31% 30%

16% 16%

13% 14%

27%

4%

27%

4%0% 0%

2003 2004

Outros Custos Operac.

Provisões

Amortizações

Rendas Concessões

Fornec. Serv. Externos

Encargos com Pessoal

Consumo de Materiais

O consumo de materiais, que pesa 9% do total dos custos operacionais

(excluindo compras de electricidade), apresenta em 2004 um forte

crescimento (11,6%) originado pelo valor dos materiais diversos

destinados a investimento. Na estrutura desta rubrica, verifica-se que

cerca de 89% dos materiais diversos se destinam a investimento e que

portanto têm a respectiva contrapartida nos trabalhos para a própria

empresa, cujo valor aumentou significativamente, como resultado do já

referido acréscimo no investimento específico.

Os custos com pessoal sofreram um aumento de 0,9% em relação ao ano

anterior. Com efeito, o acréscimo do valor relativo ao Fundo de Pensões

e de outras reformas (4,9%) e de reformas antecipadas (+2,4%) foi quase

totalmente compensado pelo facto dos encargos associados com as

54

remunerações do pessoal, incluindo as contribuições para a Segurança

Social, terem decrescido 0,1%, apesar das acelerações de base

remuneratória ao abrigo do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) e do

aumento da tabela salarial.

ENCARGOS COM PESSOAL

0

100

200

300

400

500

2003 2004

milh

õe

s d

e e

uro

s

Pessoal no activo Reformas antecipadas Fundo de pensões e outras reformas

0,9%

4,9%

2,4%

-0,1%

Os fornecimentos e serviços externos (FSE) representam 16% dos custos

operacionais, tendo apresentado em 2004 um aumento de 6% face ao

ano anterior. Os custos com a actividade comercial (facturação,

cobrança, correio, leituras, cortes e call center) constituem cerca de 27%

do total dos FSE e apresentam um nível semelhante aos do ano anterior;

os restantes custos tiveram acréscimos significativos, nomeadamente os

custos com fornecimentos e serviços informáticos que aumentaram

cerca de 18%.

Fornecimentos e Serviços Externos

Rubrica 2003 2004

Operação e Manutenção 34,5 35,6 3,2

Facturação + Cobrança + Correio 35,1 36,6 4,2

Leituras e Cortes 8,6 9,3 9,8

Call Center 15,0 12,1 -19,3

Informáticos 44,8 52,7 17,6

Suporte e Outros 68,3 72,5 6,1

Total 206,3 218,8 6,1

milhões de euros

%

55

As rendas de concessões e as amortizações, que em conjunto

representam 40% dos custos operacionais (excluindo compras de

electricidade), apresentam crescimentos significativos, contribuindo com

acréscimos de 14 e 7 milhões de euros, respectivamente, para a

evolução dos custos em 2004. O acréscimo de 8,4% nas rendas deve-se

ao efeito conjunto das taxas de crescimento dos proveitos de venda em

Baixa Tensão no ano anterior e da percentagem associada às

respectivas vendas, como consequência da renegociação dos contratos

de concessão.

As provisões que constituem cerca de 4% dos custos operacionais,

excluindo compras de electricidade, apresentam um decréscimo de

43%, o que corresponde a uma diminuição da ordem de 36 milhões de

euros.

Provisões do exercício

Rubrica 2003 2004

Cobrança duvidosa (saldo) 0,7 -5,0 -843,8

Reforço 41,3 4,0 -90,4

Utilização 40,6 9,0 -77,8

Outras provisões (saldo) 28,4 5,9 -6,4

Reforço 42,0 43,6 3,8

Utilização 13,6 37,7 177,7

Provisões do exercício (saldo) 29,1 0,9 -96,9

Reforço 83,3 47,6 -42,8

Utilização 54,2 46,7 -13,9

milhões de euros

%

A comparação dos Proveitos com os Custos Operacionais permite

concluir que os Resultados Operacionais apresentam um valor superior

ao do ano anterior em 30,5%.

No gráfico seguinte pode observar-se a evolução dos resultados

operacionais, essencialmente condicionados pela evolução dos

proveitos permitidos à EDP Distribuição.

56

RESULTADOS OPERACIONAIS

0

50

100

150

200

250

300

1999 2000 2001 2002 2003 2004

milh

õe

s d

e e

uro

s

Nota: Valores de 2002 e 2003 corrigidos, com transferência de 17,9 milhões de euros de proveitos

de 2003 para 2002 (parte do ajustamento tarifário de 2002 apenas especializado em 2003)

Analisando a evolução dos custos de exploração (OPEX), definidos como

o somatório do consumo de materiais, dos encargos com pessoal e dos

FSE, excluindo os trabalhos para a própria empresa, por unidade de

energia saída das redes para consumos SEP+SENV, verifica-se, a preços

constantes, uma quebra ao longo do período em análise, de 4,8% ao

ano entre 1999 e 2004, situando-se neste último ano em 1,32 cêntimos por

kWh, a preços de 2004. Este indicador permite observar o esforço de

contenção nos custos que são controláveis pela empresa. Como se pode

observar pela figura, as diferentes componentes destes custos, em termos

reais unitários, têm vindo a sofrer uma quebra; as despesas com pessoal,

as que mais peso têm nos custos, apresentam uma redução média anual

de 4,6%; os fornecimentos e serviços externos e os materiais diversos

também têm decrescido, com uma redução média anual de 2,6% e

3,6%, respectivamente.

57

OPEX/ENERGIA

cêntimos €/kWh (preços de 2004)

1,691,61 1,62

1,42 1,381,32

1999 2000 2001 2002 2003 2004

DECOMPOSIÇÃO DOS CUSTOS UNITÁRIOS

(preços constantes 2004)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

1999 2000 2001 2002 2003 2004

cêntim

os/k

Wh

Materiais diversos FSE

Pessoal Trabalhos p/ própria empresa

OPEX

O quadro que se segue ilustra o impacto da evolução dos custos e

proveitos no Valor Acrescentado e nos Resultados da Empresa.

Conta de Resultados

2003 2004

Vendas de electricidade (a) 3 546 376 3 518 074 -0,8

Outras vendas e prestações de serviços 26 678 26 656 -0,1

Trabalhos para a própria empresa (b) 174 932 186 471 6,6

Outras receitas correntes 5 141 6 886 33,9

Proveitos Inerentes ao Valor Acrescentado (+) 3 753 128 3 738 086 -0,4

Compras de electricidade 2 363 966 2 324 118 -1,7

Consumo de materiais diversos 111 336 124 230 11,6

Fornecimentos e serviços externos 206 299 218 761 6,0

Impostos Indirectos 1 335 1 439 7,9

Consumos Intermédios (-) 2 682 935 2 668 549 -0,5

Valor Acrescentado Bruto (=) 1 070 193 1 069 538 -0,1

Despesas com o pessoal (-) 393 780 397 436 0,9

Outros encargos de exploração (-) 173 285 189 416 9,3

Outros proveitos de exploração (+) 11 157 83 486 648,3

Excedente Bruto de Exploração (=) 514 284 566 171 10,1

Despesas financeiras (-) 55 960 53 475 -4,4

Receitas financeiras (+) 18 807 18 936 0,7

Imputação de despesas financeiras a TPE (+) 8 874 9 912 11,7

Resultados extraordinários (c) (+) 63 216 784 -98,8

Estimativa de IRC (-) 42 667 47 038 10,2

Meios Libertos Líquidos (Cash-Flow) (=) 506 554 495 290 -2,2

Amortizações (líquidas) (-) 345 461 352 380 2,0

Provisões (líquidas) (-) 26 727 877 -96,7

Resultado Líquido (=) 134 366 142 032 5,7

(b) Sem encargos financeiros imputados a investimento

(c) Expurgados das regularizações de amortizações e provisões, não consideradas nos resultados operacionais

milhares de euros

(a) Os valores corrigidos do ajustamento tarifário de 2002 especializado em 2003 são: 3 528 497 mil euros

%

58

O decréscimo dos proveitos em 2004 (-0,4%), motivado pela quebra

verificada nas vendas de electricidade (-0,8%), foi inferior ao apresentado

nos consumos intermédios (-0,5%), para o que terá contribuído o

significativo acréscimo no consumo de materiais diversos (11,6%) e nos

Fornecimentos e Serviços Externos (6%). Assim, o Valor Acrescentado Bruto

(VAB) registou um valor muito próximo do ano anterior contribuindo, deste

modo, para o crescimento do Excedente Bruto de Exploração (10,1%). O

forte decréscimo dos resultados extraordinários (-98,8%) fez com que os

Meios Libertos Líquidos tivessem uma ligeira quebra (-2,2%).

Estes efeitos, associados à redução das provisões, conduziram a um

resultado líquido de 142 milhões de euros, verificando-se um aumento de

7,7 milhões de euros em relação ao ano anterior, ou seja, um acréscimo

de 5,7%.

Investimento

A evolução do investimento a custos técnicos (excluindo encargos

financeiros) pode ser observada no gráfico seguinte:

Investimento a Custos Técnicos(preços correntes)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1999 2000 2001 2002 2003 2004

milh

õe

s d

e e

uro

s

AT e MT

BT

Outros

59

Em 2004, o investimento em AT e MT excedeu o do ano anterior em cerca

de 37%, no âmbito de uma política sustentada de melhoria da qualidade

de serviço. Em BT o nível de investimento foi superior em cerca de 5% ao

do ano anterior, destacando-se um claro reforço na melhoria da

iluminação pública.

Conforme se apresenta no quadro seguinte, durante o exercício de 2004

o investimento atingiu, a custos totais, 398 013 milhares de euros, incluindo

9 912 milhares de euros de encargos financeiros intercalares.

Investimento a custos totais

Rubrica 2003 2004

Específico 308 061 365 243 18,6

Alta Tensão 61 698 90 075 46,0

Média Tensão 77 821 101 008 29,8

Baixa Tensão 126 551 130 734 3,3

Iluminação Pública 19 610 22 564 15,1

Outros 22 381 20 862 -6,8

Não específico 26 413 22 858 -13,5Sistemas informáticos 14 752 7 162 -51,5

Outros 11 660 15 696 34,6

Investimento a custos técnicos 334 474 388 101 16,0

Encargos Financeiros 9 145 9 912 8,4

Investimento a custos totais 343 618 398 013 15,8

milhares de euros

%

O investimento nas redes, a custos técnicos, foi superior ao realizado no

ano anterior em 18,6%.

As comparticipações financeiras atingiram o montante de 76 593 mil

euros, o que representa 25% do investimento específico a custos técnicos,

tendo-se registado um aumento de cerca de 28% relativamente ao valor

das comparticipações no ano anterior.

60

Conservação

Os custos totais de conservação no ano 2004 foram de 136 693 mil euros

(menos 5,5% que em 2003), correspondendo quase 60% a redes de BT.

Conservaçãomilhares de euros

AT 15 949

MT 36 027

BT 81 217

Outros 3 500

Total 136 693

Estrutura em 2004

AT

12%

MT

26%

BT

59%

Outros

3%

Considerando o imobilizado específico, os custos totais de manutenção

em 2004 atingiram 23,35 € por cliente e 3,28 € por MWh entregue pelas

redes de distribuição.

Financiamento

A evolução da dívida da EDP Distribuição em 2004, integralmente

constituída pelos débitos à Holding, é mostrada no quadro seguinte:

Dívida

Médio e Longo Prazo 778 125 54,8% 1 228 125 90,3%

Curto Prazo 641 954 45,2% 132 500 9,7%

Total 1 420 079 100,0% 1 360 625 100,0%

Saldo inicial Saldo final

milhares de euros

Em 2004 verificou-se um aumento da dívida a médio e longo prazo no

montante de 450 milhões de euros.

Assim, os encargos com a mesma totalizaram 39 725 milhares de euros, o

que representou um acréscimo de cerca de 5% relativamente ao ano

anterior (37 782 milhares de euros).

No final de 2004 as Disponibilidades em Caixa e Bancos totalizavam um

saldo de 21,1 milhões de euros, enquanto a conta financeira da Holding

apresenta um saldo credor de 132,5 milhões de euros.

61

Em consequência do referido, a conta-corrente de curto prazo com a

Holding gerou um custo de 13,3 milhões de euros, o que representa um

desagravamento de 25% em relação ao ano anterior (17,8 milhões de

euros).

A gestão de tesouraria de curto prazo, englobando os descontos de

pronto pagamento de Fornecedores, gerou um custo financeiro de

cerca de 11,9 milhões de euros, face aos 16,3 milhões de euros no ano

anterior.

Os fluxos de Tesouraria em 2004 (monetários e escriturais) resumem-se no

quadro

milhares de euros

Saldo em 01.01.2004 30 258

Recebimentos 4 352 018

Pagamentos 4 361 173

Saldo em 31.12.2004 21 103

Os compromissos da empresa para com o Accionista e o Estado

encontram-se integralmente satisfeitos.

Principais Indicadores

A análise da rendibilidade e da estrutura financeira da EDP Distribuição

pode ser feita através do conjunto de indicadores constante no quadro

seguinte:

62

INDICADORES 2003 2004

Rendibilidade dos Capitais Próprios

Resultado Líquido / Capital Próprio (%) 8,58 8,93

Rendibilidade Económica

Resultado Operacional / Activo Total (%) 2,49 2,97

Rendibilidade das vendas

Resultado Líquido / Vendas (%) 3,76 4,01

Rotação do Activo Total

Vendas/Activo ( %) 65,82 59,73

Autonomia Financeira

Capital Próprio / Activo Total ( %) 28,87 26,81

Liquidez Geral

Activo Circulante (*)

/ Passivo de Curto Prazo (%)55,54 77,09

Estrutura Financeira

Capital Próprio / Passivo de Médio e Longo Prazo 1,35 0,78

Capacidade de Autofinanciamento

Cash Flow / Investimento a Custos Técnicos 1,51 1,28

Cobertura do Imobilizado

Capitais Permanentes / Activo Imobilizado (%) 62,22 80,37

Solvabilidade Total

Activo / Passivo 1,41 1,37

Prazo Médio de Recebimentos (dias) 28 29

Taxa de Cobertura das Existências

Existências/Consumos x12 2,46 2,66

VAB por trabalhador (milhares de euros)

VAB/Efectivos Médios (**) 157,1 175,7

Vendas por trabalhador (milhares de euros)

Vendas/Efectivos Médios(**) 520,61 582,34

(*) Deduzido dos Créditos de MLP

(**) Sem os efectivos requisitados pela Holding

A análise do quadro permite referir a melhoria de alguns e a quebra de

outros indicadores sendo de destacar que a rendibilidade económica se

mantém perto de 3% e que o aumento do activo circulante associado à

redução do passivo de curto prazo fez com que a liquidez geral

melhorasse bastante em relação ao ano anterior. É ainda de destacar

uma variação significativa nos indicadores de produtividade, com

acréscimos da ordem de 12% no Valor Acrescentado Bruto (VAB) por

trabalhador e nas Vendas por trabalhador (a preços correntes).

63

Considerações Finais

Perspectivas para 2005

Com a abertura do mercado residencial, a ter lugar em 2005, a

liberalização do mercado da electricidade em Portugal ficará completa,

permitindo a cada cliente escolher o seu fornecedor.

O ano de 2005 será, por isso, um ano de dedicação e adaptação às

novas condições do mercado.

No sentido de garantir a uniformidade e eficácia da estratégia e

execução comercial da EDP, bem como uma cada vez maior

racionalização dos custos, a referida actividade passará em 2005 a ser

apoiada pela nova empresa EDP Outsourcing Comercial. Esta empresa

passará a ser responsável pela gestão de canais presenciais e remotos

(lojas e call center), por todas as operações comerciais, pela gestão de

fornecedores de serviços associados e ainda pelos sistemas de

informação da área comercial.

Continuará a ser fundamental o empenho e dedicação dos

colaboradores, a continuação do esforço para a melhoria da qualidade

do serviço prestado e a redução de custos operacionais nas actividades

reguladas, de modo a contribuir para manter a base de clientes, permitir

a criação de mais valor e tornar a Empresa ainda mais competitiva.

Proposta de Aplicação de Resultados

Nos termos do artigo 66º do Código das Sociedades Comerciais e do

artigo 27º dos Estatutos da EDP Distribuição – Energia, o Conselho de

Administração propõe que o resultado líquido do exercício de 2004, no

valor de 142 032 250,37 euros, tenha a seguinte aplicação:

64

Reserva legal 7 101 613,00

Dividendos 115 000 000,00

Bónus aos Corpos Sociais 100 000,00

Bónus aos Colaboradores 15 068 424,61

Resultados Transitados 4 762 212,76

Resultado Líquido de 2004 142 032 250,37

Nota Final

O Conselho de Administração agradece a todos os colaboradores da

Empresa que, com grande empenho, permitiram que esta tivesse

enfrentado com sucesso os desafios que o mercado lhe tem colocado.

O Conselho manifesta particular apreço ao Revisor Oficial de Contas

pela inteira disponibilidade demonstrada.

Lisboa, 28 de Fevereiro de 2005

O Conselho de Administração

João Luís Ramalho de Carvalho Talone

Arnaldo Pedro Figueirôa Navarro Machado

Jorge Manuel de Oliveira Godinho

Pedro Manuel Bastos Mendes Rezende

Rui Miguel de Oliveira Horta e Costa

Manuel Luís Machado Norton Brandão

José Alberto Marcos da Silva

65

Anexos

Anexo ao Relatório de Gestão

Demonstrações Financeiras

Balanço em 31 de Dezembro de 2004

Demonstração dos Resultados do Exercício de 2004

Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados

Demonstração dos Resultados por Funções

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Documentos de Apreciação e Certificação

Certificação Legal de Contas

Relatório e Parecer do Fiscal Único

Extracto da Acta da Assembleia Geral de Accionistas

Anexo Estatístico

Principais Elementos Estatísticos

Balanço de Energia Eléctrica

Nº de Clientes e Energia Fornecida Directamente ao Consumidor Final

(SEP+SENV)

Resumo das Instalações e Equipamentos em Serviço em 31/12/2004

Resumo das Instalações e Equipamentos Concluídos em 31/12/2004