relatorio de t-butila
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA ORGÂNICA II - EXPERIMENTAL
PROF. DR. ODAIR DOS SANTOS MONTEIRO
ALDILENE SANTOS FRANÇA
PAULO AFONSO FREITAS DINIZ
PREPARAÇÃO DO CLORETO DE t-BUTILA
SÃO LUÍS
2013
SUMÁRIO
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LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................................................... 03
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................................... 04
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 05
2 OBJETIVOS ................................................................................................................................................. 05
2.1 GERAL.................................................................................................................................................. 05
2.2 ESPECÍFICO ........................................................................................................................................ 05
3 PARTE EXPERIMENTAL ............................................................................................................................ 05
3.1 REAGENTES E VIDRARIAS ............................................................................................................... 05
3.2 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 06
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................... 07
5 CONCLUSÃO .............................................................................................................................................. 09
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................... 09
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Substituição Nucleofílica Unimolecular .......................................................................................... 05
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Figura 2 - Liberação do gás da reação t-butanol + HCl ................................................................................. 06
Figura 3 - Separação das fases aquosas e orgânicas na síntese do cloreto de t-butila ................................ 06
Figura 4 - Lavagem da fase orgânica ............................................................................................................. 07
Figura 5 - Mecanismo da reação .................................................................................................................... 07
Figura 6 - Mecanismo de Eliminação de 1ª ordem do t-butanol ..................................................................... 08
Figura 7 - Mecanismo da reação de síntese do cloreto de t-butila ................................................................. 09
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela de Reagentes e Vidrarias .................................................................................................. 05
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1 INTRODUÇÃO
Através de reações orgânicas é possível obter um grande número de produtos orgânicos, desde
os mais simples até os mais complexos, no qual muitos fazem parte de nosso cotidiano, seja na natureza
ou de forma controlada em escala industrial. Essas reações podem basicamente ser divididas em três
tipos: Adição, Substituição e Eliminação. Sendo o enfoque desta prática uma Reação de Substituição
Nucleofílica Unimolecular.
Nesse tipo de reação, uma espécie com um par de elétrons não ligantes (o nucleófilo), reage
com um halogeno-alcano (chamado de substrato) pela reposição do halogênio substituinte. Acontece uma
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reação de substituição, e o halogênio substituinte, chamado de grupo abandonador, se afasta como um
íon haleto.
A substituição nucleofílica unimolecular (Figura 1) indica que apenas uma molécula, o halogeno-
alcano, participa da etapa controladora da velocidade, ou seja, a velocidade de reação não depende da
concentração do nucleófilo.
Figura 1
A Sn1 acontece basicamente em três etapas: dissociação do halogeno-alcano, para a formação
de um carbocátion (que tem que ser estável); ataque nucleofílico do solvente ao carbono deficiente em
elétrons; produto final.
Sendo assim, objetivou-se nesta prática a síntese do cloreto de t-butila através de uma reação
de substituição nucleofílica unimolecular.
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Sintetizar o cloreto de t-butila a partir do álcool t-butílico.
2.2 ESPECÍFICO
Estudar os principais conceitos de reações de substituição nucleofílica unimolecular e
bimolecular;
Demonstrar o mecanismo de reação de síntese do cloreto de t-butila;
Identificar o produto obtido a partir da reação com nitrato de prata;
Calcular o rendimento do produto obtido.
3 PARTE EXPERIMENTAL
3.1 REAGENTES E VIDRARIAS
REAGENTES VIDRARIAS
ÁCIDO CLORÍDRICO CONCENTRADO FUNIL DE SEPARAÇÃO
ÁLCOOL t-BUTÍLICO SUPORTE COM GARRAS
SOLUÇÃO DE BICARBONATO DE SÓDIO 5% ERLENMEYER
CLORETO DE CÁLCIO ANIDRO SISTEMA PARA FILTRAÇÃO À VÁCUO
PROVETAS
Tabela 1
3.2 METODOLOGIA
Misturamos em um funil de separação 15 mL de álcool t-butílico e 35 mL de ácido clorídrico
concentrado. Sem tampá-lo agitamos cuidadosamente o funil durante um minuto. Em seguida, tampamos
o funil, invertendo-o e agitando-o, abrimos a torneira para liberar pressão, como mostra a Figura 2.
C XH
HH
CH
HH
X+ -
C
HH
H
+ + X- SN1
C XH
HH
Nu- C
HH
H
Nu X+ -
CNuH
HH
X-
+ SN2
Intermediário
Intermediário
carbocátion
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Figura 2
Repetimos este processo várias vezes durante dois a três minutos. Logo após, deixamos o funil
em repouso até completa separação das fases. A fase inferior do funil foi então coletada em um béquer e
em seguida descartada, como mostra a Figura 3.
Figura 3
Lavamos a fase orgânica com 25 mL de água o mais rapidamente possível, pois o cloreto de t-
butila é instável em água; separamos as fases e descartamos a fase aquosa. Em seguida, lavamos
novamente a fase orgânica com uma porção de 25 mL de bicarbonato de sódio a 5% rapidamente.
Agitamos o funil (sem tampa) até completa mistura do conteúdo. Tampamos o funil e retiramos a pressão.
Tampando-o novamente, agitamos o funil vigorosamente durante um minuto. Deixamos separar as fases
e retiramos a do bicarbonato. Lavamos a fase orgânica com 25 mL de água e novamente retiramos a fase
aquosa, como mostra a Figura 4.
Figura 4
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Transferimos a fase orgânica para um Erlenmeyer seco e adicionamos cloreto de cálcio anidro.
Agitar ocasionalmente o haleto de alquila com o agente dessecante e posteriormente filtrar em funil de
Buchner. Pesamos na balança analítica e calculamos o rendimento.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A reação do álcool t-butílico com HCl concentrado produziu cloreto de t-butila, por mecanismo de
substituição nucleofílica, no caso Sn1. Porém, também ocorreu o mecanismo de eliminação E1, o qual
gerou isobutileno. A substituição foi favorecida porque o íon cloreto era um nucleófilo eficaz.
As duas reações estão mostradas abaixo:
Figura 5
Sendo a hidroxila uma base forte e um nucleófilo eficiente, é necessário torná-la protonada para
diminuir sua basicidade e assim o íon cloreto poder reagir com o carbocátion produzido.
As lavagens com água serviram apenas para solubilizar o t-butanol, não havendo qualquer
reação com este, separando o cloreto de t-butila, insolúvel em água, do álcool terciário.
O bicarbonato de sódio foi utilizado para neutralizar o pH da solução retirando o excesso de íons cloreto.
Cálculo do rendimento
Considerando a fórmula da densidade foi possível descobrir a massa bruta produzida de cloreto
de t-butila através da densidade e do volume utilizados de t-butanol.
m = d x V
Densidade do t-butanol: 0,78 g.cm-3
Volume utilizado de t-butanol: 15 cm3
mt-butanol = dt-butanol x Vt-butanol
mt-butanol = 0,78 g.cm-3 x 15 cm3
mt-butanol = 11,7 g
No entanto, a pureza do t-butanol era igual a 99,9%. Desse modo, a massa real do álcool que
reage para formar o cloreto de t-butila valia:
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11,7 g → 100 %mt-butanol rea → 99,9 %
mt-butanol real = 11,68 g
Por uma regra de 3 descobriu-se a massa de cloreto de t-butila produzida.
Mt-butanol → Mcloreto de t-butila
mt-butanol → x
74,12 g/mol → 92,567260 g/mol
11,68 g → x
x = 14,59 g
O rendimento bruto foi calculado por outra regra de 3. x → 100%
massa obtida na prática → y
14,59 g → 100% g → y
y =
Questão sobre o tipo de mecanismo:
O álcool t-butílico pode sofrer reações do tipo E1 ou Sn1, dependendo das condições. Em ambas as reações, a formação do carbocátion é determinante na velocidade da reação. Se o ânion ataca o carbocátion na próxima etapa, como no caso da reação com ácido clorídrico, a reação de substituição nucleofílica ocorre. Entretanto, se o solvente age como uma base e retira um dos átomos de hidrogênio de um carbono β, a reação é de eliminação de acordo com o mecanismo mostrado na Figura 6.
Figura 6
5 CONCLUSÃO
A síntese de t-butila foi satisfatória devido a substituição nucleofílica do tipo SN1 do álcool t-
butílico, conforme a Figura 6 ilustra.
Figura 7
Primeiro o álcool terciário é protonado (5a), formando um bom grupo abandonador. Em seguida
a água deixa o t-butanol protonado (5b), formando-se um carbocátion terciário relativamente estável.
Finalmente o íon cloreto (5c) ataca o carbocátion, dando origem ao cloreto de t-butila.
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A reação é de primeira ordem e depende apenas da concentração do álcool. A adição, nesse
caso, de um ácido de Lewis para favorecer a ionização inicial é dispensada, uma vez que o carbocátion
formado é relativamente estável.
REFERÊNCIAS
Tert-butyl chloride. Disponível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/T-butyl_chloride .
Acesso em: 11 de fevereiro de 2013
Reações de Substituição Nucleofílica em Haletos de Alquila. Disponível
em:
http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/157/aulasteoricas/
Aula.Teorica.13-Reacoes.de.Substituicao.e.Eliminacao.Nucleofilica.pdf
Acesso em: 11 de fevereiro de 2013