relatório de inflação • iv trimestre de 2016 -...
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Relatório de Inflação - IV Trimestre de 2016Banco Nacional de Angola | Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola | Caixa Postal 1243Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125
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Edição: Departamento de Estudos EconómicosDesign e impressão: Gabinete de Comunicação InstitucionalTiragem: 250 exemplares e Versão Digital
Objectivo do Relatório de Inflação
O Relatório de Inflação é uma publicação trimestral do Banco Nacional de Angola que tem como principais objectivos avaliar a inter-relação entre as variáveis do Sector Real, Fiscal, Monetário e Externo, analisar o comportamento do Índice Geral de Preços, bem como disponibilizar informação aos agentes económicos, instituições académicas e outros operadores da Economia Nacional. O documento constitui um meio de comunicação sobre a conjuntura económica nacional e internacional e sobre a fundamentação das decisões de política monetária do BNA.
Esta edição examina o IV trimestre de 2016.
Índice Geral
Lista de Abreviaturas ..................................................................................................................................................7
Sumário Executivo .......................................................................................................................................................8
1. Economia Internacional .......................................................................................................................................111.1. Crescimento Económico Mundial ..........................................................................................................111.2. Inflação ........................................................................................................................................................121.3. Mercado Monetário .................................................................................................................................131.4. Mercado das Commodities .....................................................................................................................141.5. Mercado Cambial Internacional .............................................................................................................16
2. Economia Nacional ...............................................................................................................................................192.1. Comércio Externo e Reservas Internacionais .......................................................................................192.2. Políticas Macroeconómicas ....................................................................................................................20
2.2.1. Política Cambial ..............................................................................................................................202.2.2. Política e Situação fiscal ...............................................................................................................212.2.3. Política Monetária e Desenvolvimentos Monetários e Financeiros ....................................26
2.3. Actividade Económica Nacional .............................................................................................................352.3.1. Indicadores da Actividade Económica .......................................................................................35Produto Interno Bruto ...............................................................................................................................35
3. Inflação ....................................................................................................................................................................40
Anexo Estatístico .......................................................................................................................................................46Anexo 1 – Contas Externas .....................................................................................................................................46Anexo 2 – Bens e serviços constituintes das Classes do IPC ...........................................................................48
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Índice de Tabelas
Índice de Gráficos
Índice de Painéis
Tabela 1 – Principais Projecções Económicas do FMI (em %)................................................................11Tabela 2 - Oferta e Procura Mundial de Petróleo (em Milhões de barris/dia) .....................................15Tabela 3 - Principais Rubricas Fiscais, em Kz Milhões (Informação Preliminar) ..................................22Tabela 4 - Principais Indicadores da Síntese do BNA (Kz Mil Milhões) ................................................29Tabela 5 - Principais Indicadores da Síntese Monetária (em Kz Mil Milhões) ....................................30Tabela 6 - Agregados Monetários (em Kz Mil Milhões) ..........................................................................32Tabela 7 - Taxas de Crescimento do PIB Real por Sectores de Actividade (em %) ............................36
Gráfico 1 - IPC dos Principais Parceiros Comerciais de Angola ..............................................................13Gráfico 2 – Vendas de Divisas do BNA aos Bancos Comerciais ...........................................................20Gráfico 3 - Saldos Fiscais (Executados), em Kz Milhões ..........................................................................25Gráfico 4 – Evolução da Base Monetária restrita em MN e suas componentes ...............................30Gráfico 5 - Contribuição das Classes na Inflação Homóloga (em p.p.) ..................................................42Gráfico 6 - Variação de Preços por Província (%).......................................................................................42Gráfico 7 - Variação Trimestral de Preços da Cesta Básica por Província .............................................43
Painel 1 - Taxas de Juro de Referência .......................................................................................................14Painel 2 - Preços de Referência das Commodities Energéticas e Alimentares ..................................16Painel 3 - Comportamento das principais taxas de câmbio internacionais .........................................17Painel 4 – Conta de Bens e Reservas Internacionais ...............................................................................19Painel 5 - Taxas de Câmbio USD/KZ nos Mercados Cambiais ..............................................................21Painel 6 - Composição dos Fluxos de Recursos, em Kz Milhões ...........................................................23Painel 7 - Distribuição da Receita Não-petrolífera ....................................................................................24Painel 8 – Composição dos Fluxos de Despesa, em Kz Milhões ...........................................................24Painel 9 - Dívida Interna Titulada e Taxas de Juro dos Títulos, em Kz Milhões ..................................26Painel 10 - Taxas de Juro Directoras e Taxas do Mercado Monetário Interbancário (MMI) ............27Painel 11 - MMI e Factores Condicionantes da Base Monetária ..........................................................28Painel 12 - Crédito ao Sector Privado e Distribuição por Sectores de Actividade ..............................31Painel 13 - Depósitos Totais e Créditos e Depósitos em ME ..................................................................33Painel 14 - Taxas de Juro do Crédito Empresarial e a Particulares em MN (em f.d.p.) ......................34Painel 15 – Taxas de Juro dos Depósitos a Prazo em MN e ME (em f.d.p.) ........................................35Painel 16 - Indicadores de Clima Económico e de Confiança (s.r.e.) ......................................................35Painel 17 -Tx. Crescimento Real do PIB e respectivos contributos dos Sectores de Actividade .....37Painel 18 - Índice de Preços no Consumidor (Taxas de Variação, em %) .............................................40Painel 19 - Índice de Preços no Consumidor de Bens e Serviços (em t.v.h.) .........................................41Painel 20 - Índice de Preços no Grossista (Taxas de Variação, em %) ..................................................44
Lista de Abreviaturas
BADBCEBM
BNABoEBoJ
BRICBT
EUAFAOFCOFedFMIICEINEIPCME
MINFINMMI
MNMPDTOCDE
OGEOPEP
OTPIBRIBRIL
SADCWEO
Banco Africano de DesenvolvimentoBanco Central EuropeuBanco MundialBanco Nacional de AngolaBanco de InglaterraBanco do JapãoBrasil, Rússia, Índia e ChinaBilhetes do TesouroEstados Unidos da AméricaOrganização das Nações Unidas para Alimentação e AgriculturaFacilidade de Cedência Overnight Reserva Federal Norte-americana Fundo Monetário InternacionalIndicador de Clima Económico Instituto Nacional de EstatísticaÍndice de Preços do ConsumidorMoeda ExternaMinistério das FinançasMercado Monetário InterbancárioMoeda NacionalMinistério do Planeamento e Desenvolvimento TerritorialOrganização para a Cooperação e Desenvolvimento EconómicoOrçamento Geral do EstadoOrganização dos Países Exportadores de PetróleoObrigações do TesouroProduto Interno BrutoReservas Internacionais BrutasReservas Internacionais LíquidasComunidade para o Desenvolvimento da África Austral World Economic Outlook
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Sumário Executivo
O Relatório de Inflação é publicado trimestralmente pelo Banco Nacional de Angola (BNA), tendo como principal objectivo analisar os desenvolvimentos económicos e financeiros a nível internacional, assim como a conjuntura e a política macroeconómica nacional, em particular a política cambial, fiscal e monetária, bem como o seu impacto sobre a evolução da inflação. Este relatório pretende ser um meio de comunicação entre o BNA e os agentes económicos, para a partilha de informação económica e financeira mais recente sobre a economia nacional e internacional.
Segundo os dados económicos do World Economic Outlook (WEO) de Janeiro de 2017 do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2016 registou-se um crescimento económico mundial de 3,1%, estando este em linha com a projecção feita no WEO de Outubro de 2016, mas inferior ao valor registado em 2015 (3,2%). Este crescimento foi sustentado pelo desempenho positivo de algumas economias emergentes, uma vez que as economias avançadas desaceleraram, influenciadas pelos efeitos negativos dos preços do petrólio no sector de energia. Realça-se, entre os emergentes, a melhoria da actividade económica da Rússia, cuja contração passou de 3,70 para 0,60% e o crescimento inesperado da China de 6,70%, acima do previsto anteriormente (6,60%).
No que se refere ao preço médio das commodities energéticas, no quarto trimestre do ano, os preços do Brent e WTI registaram aumentos face ao trimestre anterior de 3,99% e 4,77%, tendo atingido 51,57 USD/bbl e 49,20 USD/bbl, respectivamente. Em termos hómologos, a evolução dos preços do petróleo foi mais significativa, tendo registado um aumento de 16,72% para o Brent e 15,21% para o WTI. As ramas angolanas foram transaccionadas ao preço médio de 48,27 USD/bbl, o que corresponde a um aumento de 8,79% face ao preço médio registado no trimestre anterior. De igual modo, o preço das commodities alimentares aumentou no último trimestre de 2016, tendo registado um aumento de mais de 10% face ao ano anterior.
No período em análise, registou-se um excedente de USD 4.107,39 milhões da Conta de Bens, o que representou um declínio de 4,47% em termos trimestrais e um aumento de 48,31% em termos homólogos. Esta redução deve-se, essencialmente, a um aumento das importações totais em 13,50% face ao trimestre anterior, devido ao aumento da importação de Combustíveis e Outros. Porém, observou-se um aumento do valor das exportações petrolíferas (3,48%), levando a um aumento do peso das exportações petrolíferas sobre as exportações totais de bens de 1,40 p.p. face ao mesmo período de 2015, apresentando um peso de 94,88% do total das exportações de bens. Contudo, comparativamente ao quarto trimestre de 2015 observou-se um aumento do saldo da Conta de Bens, devido ao aumento das exportações em 10,44% combinado com o efeito da redução das importações em 16,06%.
As reservas internacionais aumentaram, tanto em termos trimestrais, como em termos homólogos, sendo que o rácio de cobertura das importações atingiu 10,47 meses de importações de bens e serviços em Dezembro de 2016, contra 7,67 meses em Setembro de 2016, situando-se acima da meta estabelecida pela SADC de 6 meses e do mínimo recomendável pelo FMI, de 3 meses.
No quarto trimestre do ano de 2016, segundo os dados do balanço da programação financeira do Tesouro, o preço médio do barril de petróleo (indicador que mais contribuiu para as receitas fiscais e externas do País) apresentou uma ligeira recuperação relativamente ao trimestre anterior e ao período homólogo, apesar da contínua tendência de baixa na produção. Estes comportamentos, em parte, contribuiram para uma Receita Petrolífera de Kz 163.770,47
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milhões, o que corresponde a uma redução de 45,30% face ao trimestre anterior e a uma redução de 54,47% em relação ao trimestre homólogo devido à fraca execução da Concessionária Nacional. A política fiscal implementada manteve-se em linha com a dos trimestres anteriores, dando continuidade à potenciação da Receita não Petrolífera, através do processo de reforma tributária em curso e focando-se na contenção de determinadas despesas do exercício. As Receitas de Financiamento no quarto trimestre registaram uma diminuição de 22,73% face ao período anterior e um aumento de 84,57% face ao período homólogo. O Saldo de Caixa final do período, após a utilização de Saldos de períodos anteriores foi nulo.
Em termos de política monetária, o BNA decidiu, durante o quarto trimestre, manter as taxas de referência. A taxa de juro de referência manteve-se em 16,00%, a taxa de juro de facilidade de cedência de liquidez overnight em 20,00% e a taxa de juro da facilidade de absorção de liquidez com maturidade de 7 dias em 7,25%, ao ano. Pretendeu-se com essa orientação de política, em coordenação com a política fiscal, controlar a expansão monetária de modo a aliviar as pressões inflaccionistas sobre a economia. Assim, no trimestre em análise, a Base Monetária restrita em MN diminuiu em 9,40% passando de Kz 1.470.612,4 milhões para Kz 1.332.324,9 milhões. A contracção da BMMN fez-se reflectir na redução dos depósitos livres dos bancos comerciais, durante o mesmo período.
A venda regular de divisas ao longo do período em análise, foi o instrumento de política cambial adoptado pelo BNA para assegurar a estabilidade da moeda nacional procurando-se anular o efeito das principais fontes de inflação, nomeadamente as rupturas de stocks e de matérias-primas e a perda do valor do Kwanza, mantendo o custo das importações.
Sendo a economia nacional muito dependente do sector petrolífero, um dos seus grandes desafios é a criação de condições favoráveis ao crescimento do sector não petrolífero, de modo a grangear fontes alternativas para a obtenção de divisas. Deste modo, é necessário prosseguir com o processo de diversificação da economia rumo à consolidação da estabilidade económica. Com a diversificação de fontes alternativas de divisas, uma queda das importações por via da desvalorização da moeda não seria tão acentuada, e a melhoria da oferta interna contribuiria para uma menor queda das reservas internacionais.
No culminar das opções de políticas levadas a cabo pelo BNA, registou-se pelo terceiro trimestre consecutivo, uma descida da taxa de inflação trimestral; dando consistência à inversão do comportamento de sucessivos aumentos desde o segundo Trimestre de 2014. Em termos homólogos, esta segue o seu curso de crescimento, observando-se uma variação de 41,95% em Dezembro, o que corresponde a um acréscimo de 2,51 p.p. face ao trimestre anterior e de 27,68 p.p. face ao trimestre homólogo. Para além da dificuldade na obtenção de cambiais, um outro factor que tem contribuído para o agravamento deste comportamento tem sido os sucessivos cortes dos subsídios ao combustível, que se traduziram num aumento efectivo dos custos para famílias e empresas, o que por conseguinte, terá contribuído para o aumento dos preços dos serviços de transporte bem como de energia eléctrica. São estes os factores que acabaram por exercer uma certa pressão sobre o nível geral de preços (sem minimizar o impacto do crescimento da massa monetária) sobre a referida variável. No entanto, é importante acrescentar que a taxa de inflação mensal tem vindo a diminuir desde o passado mês de Julho, justificando o comportamento trimestral acima referido.
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1. Economia Internacional
1.1. Crescimento Económico Mundial
Segundo o WEO de Janeiro de 2017, em 2016 registou-se uma desaceleração da economia global face a 2015. Este recuo deveu-se principalmente ao menor crescimento das economias avançadas e das economias da África a Sul do Sahara que têm sido afectadas pelo baixo preço do barril de petróleo.
Tabela 1 – Principais Projecções Económicas do FMI (em %)
FMI (Out’16) FMI(Jan´17)Diferenciais WEO entre Outubro
2016 e Janeiro de 2017
Países/Região 2016 2017 2014 2015 2016 2017 2015 2016 2017
Economia Mundial 3,10 3,40 3,40 3,20 3,10 3,40 0,00 0,00 0,00
Economias Avançadas 1,60 1,80 1,80 2,10 1,60 1,90 0,00 0,00 0,10
EUA 1,60 2,20 2,40 2,60 1,60 2,30 0,00 0,00 0,10
Reino Unido 1,80 1,10 2,90 2,20 2,00 1,50 0,00 0,20 0,40
Zona Euro 1,70 1,50 0,90 2,00 1,70 1,60 0,00 0,00 0,10
Japão 0,50 0,60 0,00 1,20 0,90 0,80 0,70 0,40 0,20
Economias Emergentes e em
Desenvolvimento4,20 4,60 4,60 4,10 4,10 4,50 0,10 -0,10 -0,10
China 6,60 6,20 7,30 6,90 6,70 6,50 0,00 0,10 0,30
Índia 7,60 7,60 7,30 7,60 6,60 7,20 0,00 -1,00 -0,40
Brasil -3,30 0,50 0,10 -3,80 -3,50 0,20 0,00 -0,20 -0,30
Rússia -0,80 1,10 0,60 -3,70 -0,60 1,10 0,00 0,20 0,00
África Subsariana 1,40 2,90 5,00 3,40 1,60 2,80 0,00 0,20 -0,10
África do Sul 0,10 0,80 1,60 1,30 0,30 0,80 0,00 0,20 0,00
Nigéria -1,70 0,60 6,30 2,70 -1,50 0,80 0,00 0,20 0,20
Fonte: Actualização do WEO, FMI, Janeiro de 2017
Em 2016 estimou-se um menor crescimento para as economias avançadas (1,60%), relativamente ao ano de 2015 (2,1%), influenciado maioritariamente pelo crescimento da Zona Euro e dos EUA de 1,70% e 1,60%, respectivamente. A desaceleração da Zona Euro poderá ser explicada pela queda do investimento fixo que foi compensada pelo aumento do consumo das famílias e dos gastos públicos. A desaceleração económica nos EUA em 2016 foi reflexo de uma queda das exportações e um crescimento lento da produtividade, além da redução do consumo das famílias e do abrandamento das despesas do Governo Federal; que foram parcialmente compensadas por uma recuperação dos investimentos privados e dos gastos dos Governos Estaduais e Locais. Quanto a 2017, a previsão do crescimento das economias avançadas foi revista em alta em 0,10 p.p. para 1,90%, relativamente a previsão de Outubro de 2016.
Em relação a 2017, foram realizadas revisões em alta da taxa de crescimento do PIB apenas da China, em 0,30 p.p. para 6,50% e sendo a taxa de crescimento da Rússia deverá manter-se em 1,10% e revisões em baixa para o Brasil e India para 0,2% e 7,2% respectivamente. A revisão da taxa de crescimento económico da China sustenta-se num aumento da procura agregada e forte crescimento do investimento em infra-estrutura e no sector imobiliário, enquanto a saída da recessão russa resultará da recuperação dos preços das matérias-primas, assim como da recapitalização dos Bancos com fundos públicos. No que toca à África Subsariana, as estimativas de crescimento foram revistas em alta para 1,6% em 2016, mas a
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previsão para 2017 foi revista em baixa para 2,8%. Na Nigéria, estima-se que a actividade económica contraiu em 2016 para 1,5%, relativamente ao crescimento de 2,70% em 2015, diante do ajustamento da economia à escassez de divisas, como resultado de receitas petrolíferas mais baixas, baixa produção de energia e baixo nível de confiança dos investidores. No entanto, perspectiva-se uma melhoria em 2017 para 0,80%. Na África do Sul, o crescimento do PIB foi estimado para 0,30% em 2016, comparativamente aos 1,30% em 2015, perspectivando-se uma modesta recuperação em 2017 (0,80%), devido às incertezas políticas que dificultam o ajustamento dos termos de troca.
1.2. Inflação
Na Zona Euro, a taxa de inflação continuou a aumentar atinguindo 1,10% em Dezembro de 2016, resultado em grande medida das políticas expansionistas do BCE e da melhoria dos preços das commodities. No trimestre em análise, registaram-se variações superiores tanto em relação ao trimestre anterior (0,70 p.p) como ao trimestre homólogo (0,90 p.p.), derivadas do aumento dos preços dos serviços de restauração e energia. No entanto, a inflação continua a registar valores inferiores ao objectivo do BCE (de aproximadamente 2,00%).
Nos EUA, registou-se um aumento dos preços ao longo do trimestre, terminando em Dezembro com uma inflação de 2,10% (mais 0,60 p.p do que no trimestre anterior), derivado da subida dos preços de habitação e da energia. As melhorias registadas a nível dos preços do petróleo no mercado internacional e da actividade da economia norte-americana, repercurtiram-se no nível geral dos preços. Importa ainda realçar que o aumento de 1,40 p.p. da inflação em Dezembro face ao período homólogo, pertimiu que a inflação ficasse em linha com objectivo da Reserva Federal norte americana de 2,00%.
A taxa de inflação homóloga na China fixou-se em 2,10% em Dezembro (mais 0,20 p.p em relação a Setembro de 2016) e mais de 0,50 p.p. face ao mês homólogo, permanecendo, no entanto, abaixo da meta de inflação do governo para 2016 que se situa em 3,00%, influenciada pelo lento crescimento dos preços dos alimentos e dos serviços.
No Brasil, a taxa de inflação homóloga foi de 6,29% em Dezembro, uma redução de 4,38 p.p. face ao mês homólogo e de 2,19 p.p. face a Setembro de 2016, tendo sido a inflação mais reduzida dos últimos 18 meses. A contribuir para a redução da inflação estiveram a desaceleração dos preços dos alimentos e bebidas, dos transportes e dos bens utilitários de habitações.
Já na África do Sul, a taxa de inflação homóloga foi de 6,80% em Dezembro de 2016, o que representa um aumento de 1,60 p.p. em relação ao período homólogo e um aumento de 0,70 p.p. face a Setembro de 2016, fruto do aumento dos preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas, da habitação e serviços públicos que está a ocorrer desde Fevereiro de 2016. A meta de inflação para a África do Sul situa-se no intervalo de 3% a 6%.
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Para as economias da SADC, excepto a África do Sul, tanto em termos homólogos como trimestrais, a inflação registou, na generalidade, uma variação heterogénea. Em Moçambique, a inflação homóloga situou-se em 25,27%, representando um aumento de 14,72 p.p. em relação ao mês homólogo, mais 0,37 p.p. em termos trimestrais, demostrando assim o efeito da depreciação do Metical, do aumento dos preços dos produtos administrados (electricidade e água), bem como das condições climatéricas adversas que limitiram a oferta de produtos alimentares frescos.
No Malawi, apesar da elevada taxa de inflação homóloga (20,00%), representando uma variação negativa de 4,90 p.p. face ao mês homólogo e de 1,2 p.p. face a Setembro de 2016, reflectindo uma clara inversão do processo inflacionista. No que respeita a Zâmbia, a inflação homóloga fixou-se em 7,5% em Dezembro, uma redução de 13,60 p.p. face ao mês homólogo, fruto da apreciação do Kwacha nos últimos trimestres de 2016. Comparativamente a Setembro de 2016, observou-se uma diminuição da inflação de 11,4 p.p.
Em sentido inverso, tanto no Zimbabwe (-0,93%) como nas Ilhas Seychelles (-0,20%) continuou a registar-se deflação de 1,54% e 3,4%, respectivamente, em relação ao período homólogo, no entanto em relação ao trimestre anterior registaram-se acelerações (0,40% e 0,80%, respectivamente).
Na Namíbia, Botswana e Tanzânia a inflação homóloga em Dezembro foi de 7,30%, 3,00% e 5,00%, comparativamente a 6,90%, 2,80% e 4,50% em Setembro de 2016, respectivamente. Em termos homólogos, observou-se um aumento na Namíbia em 3,6 p.p. e uma diminuição no Botswana em 0,10 p.p. e na Tânzania em 1,8 p.p.
A inflação da República Democrática do Congo foi de 11,30% em Dezembro, correspondendo a uma tendência de subida da inflação homóloga de 4,57 p.p. em relação ao mês de Setembro de 2016 e 9,11 p.p. em relação ao mês de Dezembro de 2015. A aceleração da taxa de inflação está associada à desvalorização da moeda nacional ocorrida no trimestre em análise.
1.3. Mercado Monetário
Os principais Bancos Centrais das economias avançadas, Banco Central Europeu (BCE), Banco Central do Japão (BoJ) e Banco da Inglaterra (BoE), mantiveram as suas taxas de juro directoras ao longo do quarto trimestre de 2016. Por seu turno, a Reserva Federal Norte Americana (Fed), aumentou a sua taxa em 0,25 p.p. para 0,75% em Dezembro de 2016, diante do fortalecimento do mercado de trabalho e da expansão da actividade económica a um ritmo moderado desde meados do ano.
Gráfico 1 – IPC dos Principais Parceiros Comerciais de Angola
Fonte: Trading Economics
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IV Trimestre 2015 I Trimestre 2016 II Trimestre 2016 III Trimestre 2016 IV Trimestre 2016
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EUA Zona Euro China Brasil África do Sul
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Contrariamente, o BCE manteve a taxa de juro de referência em 0,00% e a sua política de estímulos monetários acomodatícia, quer através da compra de títulos de dívida como pelas operações de refinanciamento de longo prazo.
A victória do Brexit no referendo levou a que o BoE mantivesse o seu programa de estímulos, uma vez que as perspectivas de crescimento económico inglês se tornaram mais incertas, o que levou à manutenção da taxa em 0,25%; valor que permanece desde Agosto de 2016.
O BoJ, não alterou a taxa de juro directora, mas sim o seu programa de estímulos à economia, fixando a taxa de juro de financiamento ao Governo a 10 anos em -0,10%.
Em relação aos países da SADC, no quarto trimestre de 2016, os Bancos Centrais mantiveram as suas taxas de juro de referência, com excepção de três Bancos nomeadamente: o Banco de Moçambique, que aumentou a mesma no mês de Outubro de 2016 em 6 p.p. para 23,25%; o Banco Central do Malawi, que decidiu em Novembro reduzir a sua taxa de juro de referência em 3 p.p. para 24,00% e o Banco Central da República Democrática do Congo, que em Novembro optou pela subida da taxa de juro de referência de 2,00% para 7,00%.
1.4. Mercado das Commodities
O quarto trimestre deste ano foi marcado pelo aumento dos preços dos produtos energéticos. Esta tendência que se iniciou em Novembro, esteve associada sobretudo à assinatura do acordo celebrado entre os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) com a colaboração de países potenciais produtores não – OPEP, o que se traduz numa tentativa de reequilíbrio da oferta e procura no sector petrolifero.
Commodities energéticas
A produção petrolífera da OPEP aumentou 0,96 mb/d em 2016.
Segundo a OPEP, a procura mundial por petróleo foi de 95,35 Mb/d no quarto trimestre de 2016, tendo caído 0,06 Mb/d em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano e em termos anuais, e aumentado 1,24 Mb/d em relação a 2015. Para
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IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016 IV Trim 2016
Perc
enta
gem
Principais Economias Avançadas
EUA Zona Euro Reino Unido Japão
Painel 1 – Taxas de Juro de Referência
Fonte: Autoridades Monetárias Nacionais
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
15
o primeiro trimestre de 2017, espera-se que o crescimento da procura por petróleo continue; atingindo 95,59 Mb/d em termos médios no ano de 2017. Os factores-chave na base desse comportamento poderão ser:
i) O consumo de combustível durante o inverno no Hemisfério Norte, sobretudo na Europa e nos EUA;
ii) A expectativa de continuidade do aumento da procura por via do crescimento económico na Índia e manutenção de altos níveis do crescimento na China.
Do lado da oferta mundial, registou-se um aumento de 1,50 Mb/d em termos trimestrais e 0,50 Mb/d em termos anuais. Este comportamento resultou do aumento da oferta dos países fora da OPEP em 0,89 Mb/d para 57,61 Mb/d devido ao maior crescimento na Noruega, Rússia e EUA no quarto trimestre de 2016. Nos países da OPEP, a produção aumentou 0,57 Mb/d para 33,14 Mb/d, devido ao acordo estabelecido pelo cartel; houve um incremento da produção do Irão, Iraque, Kuwait e Arábia Saudita, apesar de se ter observado reduções da oferta na Venezuela e Nigéria. No destes últimos dois países, as causas das interrupções foram associadas a factores económicos (Venezuela), técnicos e ataques às instalações petrolíferas por grupos rebeldes (Nigéria).
Tabela 2 – Oferta e Procura Mundial de Petróleo (em Milhões de barris/dia)
Realizado/
ExecutadoRealizado/Executado Previsão
IV Tr. 15 Anual'15 I Tr. 16 II Tr. 16 III Tr. 16 IV Tr. 16 Anual'16 I Tr. 17 II Tr. 17 III Tr. 17 IV Tr. 17 Anual'17
Países da OCDE 46,30 46,20 46,80 46,20 47,30 46,70 46,74 46,93 46,34 47,50 46,86 46,91
Países Fora da OCDE 47,70 47,00 46,62 47,35 48,11 48,65 47,70 47,66 48,27 49,13 49,66 48,69
Procura Global 94,00 93,20 93,42 93,55 95,41 95,35 94,44 94,59 94,61 96,63 96,52 95,60
Países da OPEP 32,20 32,10 31,89 32,15 32,57 33,14 32,46 n.d n.d n.d n.d n.d
Países Fora da OPEP 57,48 56,91 57,86 56,37 56,72 57,61 57,14 57,34 56,92 57,09 57,67 57,26
OPEP Gás Natural 6,30 6,10 6,05 6,08 6,11 6,15 6,10 6,20 6,20 6,30 6,30 6,24
Oferta Global 96,00 95,20 95,80 94,60 95,40 96,90 95,70 n.d n.d n.d n.d n.d
Fonte: OPEP, Monthly Oil Market Report, Outubro de 2016
No quarto trimestre de 2016, os preços médios do Brent e WTI subiram 3,99% e 4,77%, respectivamente. Deste modo, o preço médio do barril do petróleo no mercado internacional foi de 51,57 USD/bbl para o Brent e 49,20 USD/bbl para o WTI, no período em análise. Em termos homólogos, o aumento foi de 16,72% para o Brent e 15,21% para o WTI. Em termos médios, no trimestre, as ramas angolanas foram transaccionadas a 48,27 USD/bbl (mais 18,00% em termos de 12 meses), acompanhando a tendência do preço do Brent.
Este aumento foi influenciado pelos seguintes factores: (i) a notícia da histórica cooperação entre a OPEP e não-OPEP; (ii) a redução da produção do petróleo norte-americano e queda dos stocks de reserva durante o trimestre nos Estados Unidos, numa altura em que a procura mundial e o crescimento dos EUA foram revistos em alta; (iii) a victória do candidato republicano nos Estados Unidos, Donald Trump. Inicialmente os mercados reagiram receosos tornando-se gradualmente mais optimistas, depois do presidente eleito ter frisado que tem como um dos seus objectivos o fomento do crescimento da América.
As previsões de 10 de Janeiro de 2017 da Agência de Informação de Energia dos EUA (US EIA) indicam que o preço médio do Brent situar-se-á em 53,50 USD/bbl em 2016 e 52,50 USD/bbl em 2017.
16
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IV Trim. 2015 I Trim. 2016 II Trim. 2016 III Trim. 2016 IV Trim. 2016
Spreads USD
USD
/Bar
ril
Preços de Petróleo
Ramas Angolanas Brent
WTI Spread Brent/Ramas Angolanas
Spread Brent/WTI
120
160
200
240
280
320
360
140
160
180
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nov/
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IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016
Índices de Preços dos Bens Alimentares da FAO
Bens Alimentares Carne (ELD) Lacticínios (ELD)
Vegetais (ELD) Açúcar (ELD) Cereais (ELD)
Painel 2 – Preços das Commodities Energéticas e Alimentares
Fonte: Bloomberg (Brent e WTI), DES/BNA (Ramas angolanas) e Food and Agriculture Organization (FAO)
Commodities alimentares
O índice de preços dos alimentos da FAO atingiu, em média, 171,80 pontos em Dezembro de 2016 e 171,97 no trimestre em análise, mais 3,32% face ao trimestre anterior e mais 10,52% face ao período homólogo do ano anterior. Este aumento resultou da subida generalizada de preços de todos os seus sub-índices, à excepção dos cereais.
Da evolução acima, destaca-se o efeito do aumento do preço dos lacticínios (18,82%) sobre o comportamento do índice geral, no trimestre, influenciado pela diminuição dos stocks na União Europeia e pelas expectativas de redução da produção mundial de leite, bem como de um ligeiro aumento na procura mundial.
1.5. Mercado Cambial Internacional
Relativamente ao mercado cambial, o Dólar norte-americano, no geral, apreciou-se face às outras moedas devido à melhoria da economia desde a segunda metade do ano. Entre 30 de Setembro e Dezembro de 2016, observou-se uma depreciação do Dólar norte-americano de 0,22% em relação ao Real, mas uma apreciação de 0,13%, face ao Rand de 6,80% face ao Euro e 4,09% face ao Renminbi. Em termos homólogos, o Dólar norte-americano apreciou 20% face a libra esterlina, 3,29% face ao Euro, 6,95% face ao Renminbi e depreciou 17,81% face ao Real e 11,26% face ao Rand.
A apreciação do Dólar norte-americano em relação a libra esterlina deveu-se ao impacto do Brexit, em relação ao Euro, sobretudo, à manutenção da política acomodatícia na Zona Euro, à subida da taxa de Juro da Reserva Federal norte-americana, ao crescimento resiliente da economia dos EUA e ao optimismo em relação à gestão da nova presidência dos EUA. No que se refere à sua depreciação face ao Real, esta pode ser explicada pela melhoria dos preços das commodities no último trimestre, elevando-se a confiança nas economias emergentes e a redução das incertezas políticas no Brasil dando lugar a uma maior procura por activos com maior nível de risco por parte dos investidores.
Já a moeda Sul-africana, que não obstante a ligeira depreciação no trimestre em análise de 0,13%, apreciou-se significativamente face ao Dólar em termos homólogos. Esta apreciação está associada ao aumento do saldo da balança comercial na África do Sul.
No entanto, o Dólar norte-americano apreciou-se face à moeda chinesa após o Banco Popular da China ter desvalorizado a moeda local, de forma a estimular as exportações e o crescimento económico, bem como a taxa de inflação.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
17
Painel 3 – Comportamento das principais taxas de câmbio internacionais
Fonte: Bloomberg
O mercado cambial dos países da SADC, no período em análise, apresentou-se heterogéneo. Destacando-se a apreciação do Metical em 8,58%, após subidas das taxas de juro de referência e alteração do coeficiente de reserva obrigatória para 15,50%, em Outubro de 2016, contribuindo para a redução da liquidez.
Registou-se também uma depreciação do Franco congolês em 19,00%, da Rúpia das Ilhas Seychelles em 0,92%, do Kwacha do Malawi em 0,89%, da Rúpia das Ilhas Maurícias em 1,38%, do Ariary de Madagáscar em 7,56% e do Pula do Botswana em 2,08%. Em sentido oposto, observou-se a apreciação do Kwacha da Zâmbia em 1,11% e do Shilling da Tanzânia em 0,05%.
Em termos homólogos, as moedas dos países membros desta organização regional apresentaram variações diversas comparativamente ao Dólar norte-americano. Destaca-se a depreciação de 48,71% do Metical moçambicano devido ao periodo de incerteza quanto à garantia da solvabilidade externa do país, vivenciada no segundo e terceiro trimestres e a desvalorização de 25,95% do Franco congolês.
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
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nov/
15
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15
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USD
/EUR U
SD/R
EAL
USD/REAL USD/EUR
6
6,2
6,4
6,6
6,8
7
7,2
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11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
17,00
18,00
out/
15
nov/
15
dez/
15
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mar
/16
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16
mai
/16
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16
jul/1
6
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set/
16
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16
nov/
16
dez/
16
IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016 IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016
USD
/Renminbi
USD
/ZA
R
USD/ZAR USD/Renminbi
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
19
2. Economia Nacional
2.1. Comércio Externo e Reservas Internacionais
No quarto trimestre de 2016, registou-se um excedente de USD 4.107,39 milhões da Conta de Bens, o que representou uma diminuição em termos trimestrais de 4,47% e um aumento de 48,31% em termos homólogos do ano anterior. O principal motivo dessa redução foi um aumento das importações em maior magnitude do que redução das exportações em relação trimestre homólogo, e um aumento das exportações e uma diminuição das importações em termos homólogos.
As exportações no período em análise atingiram o valor de USD 7.430,07 milhões e as importações cerca de USD 3.322,68 milhões. Portanto, o valor das importações aumentou 13,50% face ao trimestre anterior devido ao aumento das importações de alimentos, de outros bens e de combustiveis em 37,87%, 7,88%, e 5,62%, respectivamente. Em termos homólogos, houve uma redução de 16,06% face ao mesmo período do ano anterior, explicada pela queda de 28,09% e 18,55% nas importações de combustíveis e de outros bens, respectativamente, tendo somente as importações de alimentos aumentado em 0,21%.
Adicionalmente, registou-se o aumento do valor das exportações de 2,81%,explicado pela expansão do valor das exportações petrolíferas em 3,46% face à recuperação do preço das ramas angolanas, bem como pelas exportações dos outros bens em 15,37%, sendo que as exportações diamantíferas contraíram em 21,67%, no quarto trimestre de 2016.
Em termos homólogos, registou-se o aumento do valor das exportações de 10,44%, explicado pela expansão do valor das exportações petrolíferas em 12,02% face à recuperação do preço das ramas angolanas, sendo que houve uma contração das exportações dos outros bens em 26,73% e diamantíferas em 16,38%. Salienta-se que, no quarto trimestre de 2016, o peso das exportações petrolíferas sobre as exportações totais de bens aumentou 1,34 p.p. face ao mesmo período de 2015, apresentando um peso de 94,84% do total das exportações de bens.
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
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8.000
IV Trim 15 I Trim 16 II Trim 16 III Trim 16 IV Trim 16
USD
Milh
ões
Saldo da Conta de Bens
Exportações Importações Conta de Bens
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
20.000
21.000
22.000
23.000
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25.000
26.000
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IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016
Mes
es d
e Im
port
ação
USD
Milh
ões
Rácio de Cobertura das Importações
Reservas Brutas Rácio de Cobertura das Importações
Painel 4 – Conta de Bens e Reservas Internacionais
Fonte: BNA
20
Portugal e China estiveram no topo dos países de origem das importações angolanas no trimestre com 17,00% e 11,57% do total das importações, respectivamente. Em termos trimestrais as importações aumentaram na maior parte dos principais parceiros comerciais de Angola, dos quais se destacam o Brasil, Portugal, e África do Sul com aumentos de 53,14%, 35,10% e 37,18%, respectivamente.
As Reservas Internacionais Brutas (RIB), registaram um stock de USD 24.438,09 milhões1, em finais de Dezembro de 2016, representando um aumento de 6,38% em termos trimestrais e de 0,08% em termos homólogos. De forma díspar, o stock das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) registou uma diminuição de 2,40% em termos trimestrais e de 11,81% em termos homólogos, situando-se em USD 21.399,32 milhões, em Dezembro de 2016.
Em linha com o aumento das RIB, o rácio de cobertura das importações aumentou, atingindo 10,47 meses de importações de bens e serviços em Dezembro de 2016 contra 7,67 meses em Setembro de 2016, (valor acima da meta da SADC de 6 meses).
2.2. Políticas Macroeconómicas
2.2.1. Política Cambial
No quarto trimestre de 2016, o BNA disponibilizou aos bancos comerciais, por meio de leilões e venda directa, recursos cambiais no montante de USD 3.627,16 milhões, resultando num aumento de 2,01% em relação ao terceiro trimestre de 2016 e uma queda de 3,92% face ao período homólogo. Por sua vez, os bancos comerciais adquiriram USD 832,72 milhões aos seus clientes, contra os USD 475,04 milhões no trimestre anterior, representando um aumento de 75,29% e de 45,82% face ao período homólogo. Em termos totais, as divisas vendidas aos bancos comerciais aumentaram 10,65% no quarto trimestre de 2016 passando de USD 4.030,58 milhões no terceiro trimestre para USD 4.459,88 milhões e 2,61% face ao quarto trimestre de 2015.
No que diz respeito ao mercado cambial interbancário, os bancos comerciais transaccionaram um montante de USD 5,0 milhões no trimestre em análise contra USD 4,0 milhões no terceiro trimestre resultando num aumento de 25,06% contra USD 0,5 milhões no quarto trimestre de 2015.
A execução das divisas vendidas aos bancos comerciais aumentou 15,06% no quarto trimestre de 2016 para os USD 3.276,07 milhões, dos quais 56,71% destinados a operações de mercadorias; 36,22% aos invisíveis; 4,27% à reposição cambial; 2,02% às operações de capitais e 0,78% às casas de câmbio. Esta evolução representou uma diminuição de 21,72% face ao período homólogo.
1 Dados preliminares da Balança de Pagamentos.
1.55
1,00
1.04
8,22
1.17
6,03
493,
22
741,
91
550,
49
687,
01
611,
61
692,
65 99
4,03
1.31
9,50
1.24
2,00
1.09
2,80
1.04
8,49
1.48
5,87
out/
15
nov/
15
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15
jan/
16
fev/
16
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/16
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16
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/16
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6
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16
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16
nov/
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16
IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016
USD
Milh
ões
Gráfico 2 – Vendas de Divisas do BNA aos Bancos Comerciais
Fonte: BNA
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
21
No mercado primário, o Kwanza manteve a sua cotação face ao Euro em termos trimestrais de 185,379 Kwanzas. Em termos homólogos a moeda nacional registou uma depreciação de 25,40% face ao Dólar norte-americano.
2.2.2. Política e Situação fiscal Em conformidadade com o Balanço de Execução da Programação Financeira do Tesouro (BEPFT)3 do quarto trimestre de 2016, as Receitas Fiscais registaram uma queda tanto face ao trimestre anterior como ao ano anterior, motivada pela não ocorrência de pagamentos de receitas por parte da Concessionária Nacional na Conta Única do Tesouro (CUT).
Entre Outubro e Dezembro de 2016, o valor do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano manteve-se praticamente estável no mercado primário (0,01%), depreciou-se em 0,12% no mercado secundário de divisas, 0,48% no secundário de notas, tendo-se apreciado 17,18% nas casas de câmbio.
Em termos homólogos, o Kwanza depreciou-se face ao Dólar norte-americano em 22,60% no mercado primário, 22,72% no mercado secundário de divisas, 34,12% no mercado secundário de notas e 71,16% nas casas de câmbio.
2 Para informações mais detalhadas ver Anexo Estatístico no final deste Relatório.3 Óptica de Caixa
Painel 5 – Taxas de Câmbio USD/KZ nos Mercados Cambiais2
Fonte: BNA
100 140 180 220 260 300 340 380 420 460 500
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nov/
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IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IVTrim 2016
USD
/Kz
Taxas de Câmbio nos vários mercados
Mercado Primário Bancos (Divisas)
Bancos (Notas) Casas de Câmbio
0
50
100
150
200
250
60
100
140
180
220
260
300
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16
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/16
abr/
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mai
/16
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jul/1
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out/
16
nov/
16
dez/
16
IV Trim 2015 I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016
USD
/Kz
Taxas de Câmbio Reais
Diferencial (ELD) Taxa de Câmbio Real (Oficial)
Taxa de Câmbio Real (Informal)
22
Tabela 3 – Principais Rubricas Fiscais, em Kz Milhões (Informação Preliminar)
IV Trimestre
2015 (Exec)
III Trimestre
2016 (Prel.)
IV Trimestre
2016 (Prog)
IV Trimestre
2016 (Prel.)
Var.
Trimestral
Var.
Homóloga
Receitas do Período 1 507 565,51 1 370 964,47 1 460 099,54 1 290 531,32 -5,87% -14,40%
Receitas Fiscais (Correntes) 675 959,09 666 647,50 700 264,00 503 724,52 -24,44% -25,48%
Receitas petrolíferas 376 261,59 299 396,16 375 698,55 163 770,47 -45,30% -56,47%
Receitas não petrolíferas 299 697,49 367 251,34 324 565,45 339 954,05 -7,43% 13,43%
OUTROS PROVEITOS 0,00 0,00 - 144 214,23
Receitas de Financiamento 831 606,42 704 316,97 759 835,54 642 592,56 -8,76% -22,73%
Desmobilização de Recursos 279 191,22 181 514,69 - 0,00
Outros Fluxos do Período 0,00 0,00 - 144 214,23
Receitas Consignadas 384 014,61 181 514,69 1 426 281,89 145 573,82 -19,80% -62,09%
Disponibilidades líquidas 1 402 742,12 1 189 449,79 1 421 281,08 1 144 957,49 -3,74% -18,38%
Despesas do Período 1 193 713,90 1 143 554,32 1 421 281,08 1 309 291,25 14,49% 9,68%
Despesas Correntes 698 955,02 512 035,15 533 979,22 507 925,10 -0,80% -27,33%
Despesas com pessoal 406 529,76 350 644,27 384 758,22 375 566,52 7,11% -7,62%
Despesas em bens e serviços 157 804,49 88 239,34 53 257,30 58 019,21 -34,25% -63,23%
Em actividades permanentes 30 207,42 41 860,19 42 485,30 38 341,49 -8,41% 26,93%
Em programas e projectos específicos 127 597,07 46 379,14 10 772,00 19 677,73 -57,57% -84,58%
Transferências Correntes 91 945,10 64 198,30 53 149,92 63 013,08 -1,85% -31,47%
dq: Pensões de Reforma 56 454,25 42 240,92 33 747,75 38 328,63 -9,26% -32,11%
Subsídios 42 675,68 8 953,24 42 813,78 11 326,29 26,50% -73,46%
Despesas de Capital 49 378,04 150 737,15 104 892,24 49 992,55 -66,83% 1,24%
Investimentos Públicos 30 319,08 146 226,60 103 842,24 37 585,03 -74,30% 23,96%
Serviço da Dívida 445 380,84 480 782,02 782 409,62 751 373,60 56,28% 68,70%
Juros da Dívida 63 896,58 54 599,90 135 561,20 121 980,13 123,41% 90,90%
Saldo do Período 209 028,21 -48 900,74 5 000,81 -351 461,49
Saldo Transitado -1 697,62 -156 130,20 - 351 461,49
Receitas Transitadas 0,00 0,00 - 351 461,49
Despesas Transitadas 1 697,62 156 130,20 - 0,00
Utilização de Saldos de Períodos Anteriores e Recursos
Consignados0,00 49 184,33 - 0,00
Saldo de Caixa Final 207 330,60 283,60 5 000,81 0,00
Saldo Corrente -22 995,93 154 612,35 166 284,78 -4 200,58
Saldo Primário não Petrolífero 1 486,59 -17 386,11 -201 318,89 -60 550,27
Pressupostos:
Exportações de Petróleo Bruto (Milhões de barris) 159,91 161,37 160,08 158,12 -2,01% -1,12%
Preço médio de petróleo (USD/barril) 44,73 43,15 44,80 46,93 8,76% 4,92%
Taxa de câmbio (USD/Kz) 139,00 166,78 166,72 166,72 -0,04% 19,94%
Fonte: MINFIN (BEPFT III e IV trimestres de 2015 e 2016)
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
23
Receitas do Período
Em conformidadade com o BEPFT do quarto trimestre de 2016, as Receitas do Período4 situaram-se em Kz 1.290.531,32 milhões, representando um grau de execução de 88,39% face ao valor programado, correspondendo a uma diminuição de 5,87% face ao trimestre anterior e de 14,40% face ao período homólogo. Por sua vez, as Disponibilidades Líquidas situaram-se em Kz 1.144.957,49 milhões apresentando uma diminuição de 3,74% face ao trimestre anterior e 18,38% face ao período homólogo.
As Receitas Fiscais situaram-se em Kz 503.724,52 milhões o que corresponde a uma dimuição de 24,44% face ao trimestre anterior motivada essencialmente pela redução das Receitas Petrolíferas por força de uma menor contribuição das Receitas da Sonangol. Assim, as Receitas Fiscais diminuíram 24,48% face ao período homólogo.
As Receitas Petrolíferas situaram-se em Kz 163.770,47 milhões, o que corresponde a uma diminuição de 45,30% face ao trimestre anterior e de 56,47% face ao trimestre homólogo.
Relativamente à Receita Não Petrolífera, no período em análise atingiu o valor de Kz 339.954,05 milhões (com um grau de execução de 104,74% do valor programado), representando uma diminuição de 7,43% em termos trimestrais resultante da redução das Outras Receitas Não Petrolíferas e da Receita Diamantífera. Em termos homólogos, aquela esta registou um aumento de 13,43%.
Entre as componentes da Receita Não Petrolífera (Painel 7), o peso do Imposto Aduaneiro sobre o total da referida aumentou. O Imposto Industrial foi o que mais peso teve na categoria, ao passo que as Outras Receitas tributárias e as Receitas de Serviços foram as que menor peso tiveram.
4 Compostas por Receitas Fiscais, Receitas de Financiamento e Outros Fluxos de Entrada.
-100.000,00
400.000,00
900.000,00
1.400.000,00
1.900.000,00
IV Trim.15 I Trim.16 II Trim.16 III Trim.16 IV Trim.16
Kz M
ilhõe
s
Componentes de Fluxos de Recursos Líquidos
Receitas consignadas
Receita Transitada
Desembolsos de Financiamentos
Receita Fiscal do Período
Fluxos de Recursos Líquidos no Exercício
0,00
100.000,00
200.000,00
300.000,00
400.000,00
500.000,00
600.000,00
700.000,00
800.000,00
IV Trim. 15 I Trim. 16 II Trim.16 III Trim.16 IV Trim.16
Kz M
ilhõe
s
Receitas Correntes
Receitas Petrolíferas Receitas Não Petrolíferas
X
X
X
X
X X
Painel 6 – Composição dos Fluxos de Recursos, em Kz Milhões
Fonte: BNA
24
19%
12%
12%
8%
0%
16%
21%
6% 1%
IV Trim. 2015
24%
28%
8%
15%
8%
5%
4% 7%
1%
III Trim. 2016
21%
19%
14%
13%
0%
19%
3%
1% 2%
IV Trim.2016
Imposto Industrial
Imposto sobre Rendimento de Trabalho Imposto sobre o consumo
Imposto Selo
Receita Diamantífera
Impostos Aduaneiros
Outras Receitas Tributarias
Imposto sobre o Patrimonio
Imposto sobre Aplicação de Capital
Seguindo a mesma tendência, as Receitas de Financiamento atingiram, no quarto trimestre de 2016, um montante de Kz 642.592,56 milhões, representando um grau de execução de 84,57% do valor programado, correspondendo a uma diminuição de 8,76% face ao trimestre anterior e 22,73% face ao trimestre homólogo. Destas receitas, Kz 434.137,95 milhões dizem respeito à emissão de BT e Kz 159.878,35 milhões à emissão de OT em moeda nacional, enquanto os restantes Kz 48.576,27 milhões dizem respeito a desembolsos de capital externo na forma de linhas de crédito, associadas ao programa de investimento público.
É de realçar que estas receitas continuam a deter um peso expressivo no total dos recursos disponíveis - cerca de 56,12% das disponibilidades do período - o que poderá seguir pressionando a despesa pública, quer em termos de juros a pagar, quer em termos de serviço da dívida, ceteris paribus.
Despesas do Período
Do lado da despesa, verifica-se que, em termos globais, a execução situou-se em Kz 1.309.291,26 milhões, resultando num aumento em 14,49% face ao trimestre anterior e 9,68% face ao período homólogo.
Painel 7 – Distribuição da Receita Não-petrolífera
Painel 8 – Composição dos Fluxos de Despesa, em Kz Milhões
Fonte: MINFIN
Fonte: MINFIN
0,00 200.000,00 400.000,00 600.000,00 800.000,00
1.000.000,00 1.200.000,00 1.400.000,00 1.600.000,00 1.800.000,00
IV Trim. 15 I Trim. 16 II Trim. 16 III Trim. 16 IV Trim.16
Kz M
ilhõe
s
Componentes dos Fluxos da Despesa no Exercício
Despesa Corrente Despesa de Capital
Despesa de Serviço da Dívida Despesa Transitada
Fluxo total de Saídas
0,00
100.000,00
200.000,00
300.000,00
400.000,00
500.000,00
600.000,00
700.000,00
800.000,00
IV Trim. 15 I Trim. 16 II Trim. 16 III Trim. 16 IV Trim.16
Kz M
ilhõe
s
Composição da Despesa Corrente
Despesas com Pessoal Despesas com Bens e Serviços
Transf. Correntes Subsídios
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
25
O Saldo Corrente foi negativo em Kz 4.200,58 milhões, enquanto o Saldo Primário Não Petrolífero5 foi negativo em Kz 60.550,28 milhões.
As Despesas Correntes registaram uma redução de 0,80% face ao trimestre anterior e de 27,33% face ao trimestre homólogo. As Despesas com o Pessoal aumentaram 7,11% face ao trimestre anterior e diminuíram em 7,62% face ao período homólogo. Por outro lado, as Despesas de Bens e Serviços foram executadas em cerca de 9,00 p.p. acima do programado, tendo sido 34,25% inferiores face ao trimestre anterior e 63,23% face ao trimestre homólogo.
De igual modo, as Transferências Correntes tiveram um grau de execução de 118,56%, com destaque para as pensões de reforma com cerca de 61% do total. O seu grau de execução no trimestre esteve em 9,26% abaixo do observado no período anterior e 32,11% no período homólogo. Os Subsídios programados em Kz 42.813,78 milhões registaram um grau de execução de 26,45% (Kz 11.326,29 milhões). Este montante corresponde a um aumento de 26,50% face ao período anterior e uma considerável redução de 73,46% face ao período homólogo, tendo sido influenciado essencialmente pela redução dos subsídios ao preço e operacionais.
Por outro lado, as Despesas de Capital registaram uma execução de Kz 49.992,55 milhões (47,66% do valor programado), representando uma redução de 66,83% face ao trimestre anterior e um aumento de 1,24% face ao trimestre homólogo. As Despesas com o Serviço de Dívida totalizaram Kz 751.373,60 milhões (96,03% do valor programado), um aumento de 56,28% face ao trimestre anterior e de 68,70% face ao trimestre homólogo.
As Despesas com Juros registaram um aumento de Kz 751.373,60 milhões (89,98% do valor programado), representando 123,41% face ao trimestre anterior e 90,90% face ao trimestre homólogo. De referir que os Juros da Dívida Interna tiveram maior peso, devido ao aumento das taxas de juro dos títulos públicos. Note-se que as Despesas com Juros representaram 16,23% do total do serviço da dívida.
No período em análise registou-se um saldo deficitário de Kz 351.461,49 milhões, cuja cobertura foi feita com a desmobilização de saldos de períodos anteriores, tendo-se alcançado assim um Saldo de Caixa Final do período nulo.
Gráfico 3 – Saldos Fiscais (Executados), em Kz Milhões
Fonte: MINFIN
-150.000,00
-100.000,00
-50.000,00
0,00
50.000,00
100.000,00
150.000,00
200.000,00
250.000,00
IV Trim. 15 I Trim. 16 II Trim. 16 III Trim. 16 IV Trim.16
Kz M
ilhõe
s
Saldo de Caixa Final Saldo Corrente Saldo Primário Não petrolífero
5 Exclui Receitas Petrolíferas.
26
Financiamento ao Tesouro
No período em análise, o Tesouro recorreu em grande parte ao Financiamento Interno (emissão de BT e OT), cujo montante foi de Kz 594.016,30 milhões perfazendo 46,03% do total dos Fluxos de Entrada do período. O Financiamento Externo (linhas de crédito) resultou num valor acumulado de Kz 48.576,27 milhões, com apenas 3,6% dos fluxos totais.
A emissão de BT e OT resultou num aumento da receita de 6,41% face ao trimestre anterior e de 11,55% relativamente ao trimestre homólogo. A emissão de BT representou 73,09% do total de emissões e uma execução de 154,46% do montante programado, reflectindo uma preferência do mercado por títulos de curto prazo em detrimento dos de mais longo prazo. A emissão de OT foi de 26,91% do total de emissões prefazendo um grau de execução de 42,25% do montante programado.
Entretanto, no quarto trimestre de 2016, foram efectuados resgates de BT e OT no montante de Kz 586.273,89 milhões, apresentando um aumento de 44,82% relativamente ao trimestre anterior e de 72,62% face ao trimestre homólogo. Desta forma, o Stock da Dívida Interna titulada aumentou em 19,13% face ao período anterior e 65,96% face ao período homólogo, situando-se em Kz 4.884.911,99 milhões, dos quais 19,27% em BT e 80,73% em OT.
Entre Dezembro de 2015 e Dezembro de 2016 foi observado um aumento das taxas de juro dos Títulos Públicos de curto prazo, tal facto pode ser associado à necessidade cada vez maior de financiamento do Tesouro. No entanto, apesar do aumento verificado nas taxas de juro nominais, estas continuam abaixo da taxa de inflação homóloga.
2.2.3. Política Monetária e Desenvolvimentos Monetários e Financeiros
Política Monetária
De forma a mitigar o impacto que a queda do preço do petróleo teve em meados de 2015 e que ainda hoje se faz repercutir, o BNA adoptou um conjunto de medidas de política monetária e cambial com o objectivo de corrigir os desiquilibrios presentes na economia.
Nesta direcção, no exercício da política monetária ao longo do quarto trimestre de 2016, as taxas de juro directoras mantiveram-se inalteradas, depois de terem sido ajustadas no final do segundo trimestre. Assim, no final do trimestre
Painel 9 – Dívida Interna Titulada e Taxas de Juro dos Títulos, em Kz Milhões
Fonte: MINFIN
*Às taxas de juro das Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio acresce ainda uma cobertura adicional que compensa a variação cambial ocorrida durante a
detenção do título em carteira.
0,00
1.000.000,00
2.000.000,00
3.000.000,00
4.000.000,00
5.000.000,00
6.000.000,00
0,00
200.000,00
400.000,00
600.000,00
800.000,00
IV Trim.15
I Trim16
II Trim.16
III Trim.16
IV Trim.16
Kz Milhões Kz
Milh
ões
Dívida Interna Titulada
Emissão de BT e OT Resgate de BT e OT
Stock de Dívida (ELD)
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
63 dias 91 dias 182 dias 364 dias 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos
BT OT-TXC*
Yield Curves dos Títulos do Tesouro
nov/16 dez/16
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
27
em análise, o BNA manteve, a taxa de juro de referência em 16,00%, ao ano a taxa de juro de facilidade de cedência de liquidez overnight em 20,00%, ao ano e a taxa de juro da facilidade de absorção de liquidez com maturidade de 7 dias em 7,25% ao ano, depois do seu aumento em Junho. Os Coeficientes de Reservas Obrigatórias em MN e em ME também se mantiveram inalterados, a 30% e 15%, respectivamente.
Adicionalmente verifica-se que, comparando o quarto trimestre de 2016 com o trimestre anterior, registou-se um aumento das taxas LUIBOR em todas as maturidades, destacando-se a taxa de juro LUIBOR Overnight com um aumento de 9,97 p.p. fixando-se em 24,02%. Nas restantes maturidades, nomeadamente a de 1, 3, 6, 9 e 12 meses registaram aumentos de 1,21 p.p., 0,96 p.p., 0,07 p.p., 1,64 p.p e 1,50 p.p., fixando-se em 16,20%, 17,09%, 17,06%, 18,73% e 19,24%, respectivamente.
Apesar, do aumento das taxas de juro, no trimestre em análise registaram-se aumentos dos montantes transaccionados no MMI, o que poderá ser explicado não só pelo aperto de alguns bancos em termos de necessidade de liquidez imediata como pela maior dinâmica de mercado. O aumento dos montantes transaccionados no MMI foi de Kz 445.140,00 Milhões correspondentes a 180,55% face ao trimestre anterior e uma redução de 53,45% face ao mesmo período do ano anterior. De salientar que os bancos comerciais recorreram às operações de FCO no montante de Kz 49.035,79 Milhões, o que representa uma redução de 87,69% face ao trimestre anterior, e um aumento de 221,40% em relação ao terceiro trimestre de 2015.
O aumento dos montantes transaccionados no mercado monetário interbancário face ao trimestre anterior, paralelo à diminuição dos montantes transaccionados nas operações de FCO que reflectirá em parte as limitações no acesso às FCO em termos de número de vezes e de montante de acordo com o definido na Directiva Nº 03/DRO/DMA/16 de 29 de Setembro, visando a dinamização das operações no MMI.
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
dez/1
5
mar/16
jun/16
set/1
6
dez/1
6
Taxas de Juro Directoras
Taxa BNA FAO FCO
FAL 7 Dias
2,00%
7,00%
12,00%
17,00%
22,00%
27,00%
dez/1
5
mar/16
jun/16
set/1
6
dez/1
6
Taxas LUIBOR
Luibor Overnight Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses
Luibor 6 Meses Luibor 9 Meses
Painel 10 – Taxas de Juro Directoras e Taxas do Mercado Monetário Interbancário (MMI)
Fonte: BNA
28
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
0,00
100.000,00
200.000,00
300.000,00
400.000,00
500.000,00
out/
15
nov/
15
dez/
15
jan/
16
fev/
16
mar
/16
abr/
16
mai
/16
jun/
16
jul/1
6 ag
o/16
se
t/16
ou
t/16
no
v/16
de
z/16
Kz M
ilhõe
s
Operações no MMI e FCO
Montante Transaccionado F.C.O.
Luibor Overnight
-150000
-100000
-50000
0
50000
100000
150000
Outubro Novembro Dezembro
Kz M
ilhõe
s
Factores Condicionantes da BM
Operações fiscais Operações monetárias
Operações cambiais Outras operações
Variação da Base Monetária
Painel 11 – MMI e Factores Condicionantes da Base Monetária
Fonte: BNA
O BNA, no exercício de suas funções, para além das FCO, fez recurso a outros instrumentos de política monetária e cambial, sendo que as operações monetárias no quarto trimestre foram expansionistas em Kz 124.993,46 milhões contra uma contracção de Kz 23.258,90 milhões no trimestre homólogo. As operações cambiais resultaram na venda total de USD 3.697,53 milhões, no trimestre em análise, um aumento de 4,16% face ao período anterior e uma redução de 1,82% face ao período homólogo. O efeito da expansão das operações Monetárias e Outras operações do BNA foi compensado pelo efeito contraccionista das operações fiscais e cambiais, o que contribuiu para a contracção da Base Monetária em MN no período.
Desenvolvimentos Monetários e Financeiros
A Base Montária Ampla, no período em análise contraiu em 8,25%, situando-se em Kz 1.568.726,8 milhões como reflexo da contração da Base Monetária Restrita (6,90%) e das Outras Obrigações face às Outras Instituições Financeiras Monetárias (30,23%). Em particular, a Base Monetária Restrita registou uma contracção de 6,90% no trimestre, situando-se em Kz 1.499.530,77,4 milhões. A trajectória da Base Monetária Restrita fez-se reflectir na diminuição da Reserva Bancária em 11,87%, moderada pela expansão das Notas e Moedas em Circulação em 5,07%.
A diminuição da Reserva Bancária reflectiu a queda dos Depósitos Obrigatórias em 21,16%, situando-se em Kz 821.230,1 milhões apesar do aumento significativo dos Depósitos Livres em 88,22%, situando-se em Kz 181.921,8 milhões. Em termos homólogos, a base monetária restrita contraiu 8,08%. Esta contracção monetária fez-se reflectir na diminuição, em termos homólogos, da Reserva Bancária em 9,77% e das Notas e Moedas em Circulação em 4,47%.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
29
No trimestre em análise, a Base Monetária Restrita em MN diminuiu 9,40%, situando-se em Kz 1.332.324,9 milhões, influenciada pelas operações fiscais e operações no mercado cambial. A contracção da Base Monetária Restrita em MN fez-se reflectir na redução dos depósitos dos bancos comerciais em MN de 16,25%.
Realça-se, contudo, a expansão dos Depósitos Livres (83,62%) face a contracção dos Depósitos Obrigatórios (25,39%). Em termos homólogos, a Base Monetária Restrita em Moeda Nacional contraiu 11,15%. Esta contracção fez-se reflectir na diminuição da Reserva Obrigatória (10,88%) e da Reserva Livre (28,33%).
Tabela 4 – Principais Indicadores da Síntese do BNA (Kz Milhões)
IV Trim.
2015
I Trim.
2016
II Trim.
2016
III Trim.
2016
IV Trim.
2016
Var.
Trimestral
Var.
Homóloga
Activos Externos líquidos 3 361 049,7 3 978 732,1 4 057 994,0 3 711 124,0 3 518 264,8 -5,20% 4,68%
Reservas internacionais líquidas 3 283 521,5 3 903 713,2 3 977 453,1 3 637 289,5 3 438 250,8 -5,47% 4,71%
Outros Activos externos líquidos 77 528,2 75 018,9 80 540,9 73 834,5 80 014,0 8,37% 3,21%
Activos Internos Líquidos -1 685 691,3 -2 063 046,8 -2 200 298,2 -2 001 251,7 -2 051 077,9 2,49% 21,68%
Crédito Interno líquido -909 948,8 -817 194,7 -858 275,1 -653 431,3 -727 142,5 11,28% -20,09%
Crédito à administração central (líquido) -1 137 776,6 -1 066 590,1 -1 137 550,9 -1 025 634,8 -1 147 586,1 11,89% 0,86%
Crédito às OIFM 222 978,3 245 549,9 275 206,6 365 931,2 412 305,2 12,67% 84,91%
Crédito a Outros sectores residentes 4 849,5 3 845,5 4 069,2 6 272,2 8 138,4 29,75% 67,82%
Outros Activos líquidos -775 742,5 -1 245 852,1 -1 342 023,1 -1 347 820,4 -1 323 935,3 -1,77% 70,67%
Base Monetária Ampla 1 675 358,4 1 915 685,3 1 857 695,8 1 709 872,3 1 568 726,8 -8,25% -6,36%
Base Monetária restrita 1 631 306,3 1 717 326,6 1 689 912,7 1 610 697,0 1 499 530,8 -6,90% -8,08%
dq: Base Monetária Restrita em Moeda
Nacional1 499 575,3 1 577 930,2 1 556 386,8 1 470 612,4 1 332 324,9 -9,40% -11,15%
Notas e moedas em circulação 519 587,9 509 700,1 452 131,8 472 432,2 496 378,8 5,07% -4,47%
Reserva bancária 1 111 718,4 1 207 626,5 1 237 781,0 1 138 264,8 1 003 152,0 -11,87% -9,77%
Depósitos obrigatórios 885 213,0 998 978,6 1 063 382,2 1 041 611,2 821 230,1 -21,16% -7,23%
Em moeda nacional 765 593,7 872 490,3 942 220,7 914 498,5 682 291,7 -25,39% -10,88%
Em moeda estrangeira 119 619,3 126 488,3 121 161,5 127 112,7 138 938,5 9,30% 16,15%
Depósitos livres 226 505,5 208 647,9 174 398,8 96 653,6 181 921,8 88,22% -19,68%
Em moeda nacional 214 393,7 195 739,8 162 034,3 83 681,8 153 654,4 83,62% -28,33%
Em moeda estrangeira 12 111,7 12 908,1 12 364,5 12 971,8 28 267,4 117,91% 133,39%
Outros obrigações face às OIFM 44 052,1 198 358,7 167 783,0 99 175,3 69 196,0 -30,23% 57,08%
Fonte: BNA
30
Gráfico 4 – Evolução da Base Monetária restrita em MN e suas componentes
Fonte: BNA
Analisando a Síntese Monetária, realça-se uma diminuição de 2,67% dos Activos Externos Líquidos expressos em moeda nacional, sendo que as Reservas Internacionais Líquidas diminuíram 5,47% em relação ao trimestre anterior, como resultado dos fluxos de saída de divisas. Em termos homólogos, os Activos Externos Líquidos expandiram 7,96%, resultado da depreciação cambial ocorrida.
Considerando as Reservas Internacionais Líquidas em Dólares norte-americanos, estas reduziram cerca de 5,48% em termos trimestrais e 14,59% em termos homólogos, situando-se em USD 20.724.777,84 milhões, em finais de 2016.
Tabela 5 – Principais Indicadores da Síntese Monetária (Kz Mil Milhões)
IV Trim. 2015 I Trim. 2016 II Trim. 2016 III Trim. 2016 IVTrim. 2016Var.
Trimestral
Var.
Homóloga
Activos Externos Líquidos 3 570 441,2 4 103 300,3 4 275 297,0 3 960 245,2 3 854 686,7 -2,67% 7,96%
BNA 3 361 049,7 3 978 732,1 4 057 994,0 3 711 124,0 3 518 264,8 -5,20% 4,68%
Reservas Internacionais Líquidas 3 283 521,5 3 903 713,2 3 977 453,1 3 637 289,5 3 438 250,8 -5,47% 4,71%
Reservas Internacionais Líquidas ME 24 265,8 24 296,7 23 977,1 21 925,6 20 724,8 -5,48% -14,59%
Bancos Comerciais 209 391,5 124 568,3 217 303,0 249 121,2 336 421,9 35,04% 60,67%
Activos Internos Líquidos 2 141 458,0 2 210 724,2 2 301 616,5 2 578 718,6 2 665 090,0 3,35% 24,45%
Crédito Interno Líquido 3 821 200,5 4 504 007,4 4 739 553,7 5 143 012,2 4 519 269,2 -12,13% 18,27%
Crédito à Administração Central
(líquido)351 751,1 792 459,8 940 032,5 1 209 821,3 1 082 560,6 -10,52% 207,76%
Credito à Administração Central 2 582 171,9 3 190 635,1 3 451 486,8 3 628 273,9 3 756 544,6 3,54% 45,48%
Responsabilidades face à
Administração Central2 230 420,8 2 398 175,3 2 511 454,2 2 418 452,6 2 673 984,0 10,57% 19,89%
Crédito a Outros Sectores Residentes 3 469 449,4 3 711 547,6 3 799 521,2 3 933 190,8 3 436 708,6 -12,62% -0,94%
Outros activos e passivos (líquidos) -1 679 742,5 -2 293 283,3 -2 437 937,2 -2 564 293,6 -1 854 179,2 -27,69% 10,38%
M3 5 711 899,2 6 314 024,5 6 576 913,5 6 538 963,7 6 519 776,7 -0,29% 14,14%
M2 5 703 744,6 6 304 532,5 6 567 360,1 6 534 722,6 6 515 972,9 -0,29% 14,24%
Base Monetária Restrita 1 631 306,3 1 717 326,6 1 689 912,7 1 610 697,0 1 499 530,8 -6,90% -8,08%
dq: Base Monetária Restrita em Moeda
Nacional1 499 575,3 1 577 930,2 1 556 386,8 1 470 612,4 1 332 324,9 -9,40% -11,15%
Fonte: BNA
0,00200.000,00400.000,00600.000,00800.000,00
1.000.000,001.200.000,001.400.000,001.600.000,001.800.000,00
dez/
15
mar
/16
jun/
16
set/
16
dez/
16
Kz M
il M
ilhõe
s
Notas e moedas em circulação Depósitos obrigatórios MN Depósitos livres MN
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
31
Painel 12 – Crédito ao Sector Privado e Distribuição por Sectores de Actividade
Fonte: BNA
Do lado dos Activos Internos Líquidos, registou-se uma diminuição do Crédito Interno Líquido (12,13%) depois de se ter registado um aumento proporcionalmente maior das responsabilidades do BNA face à Administração Central (10,57%), comparativamente ao aumento do Crédito à Administração Central (3,54%). No mesmo trimestre, o Crédito a Outros Sectores Residentes, em particular o Crédito ao Sector Privado (que representa 91,09% do total do crédito concedido), contraiu (12,62%), determinando a contracção do Crédito à Administrção Central Líquido face a Setembro de 2016 (10,52%) após o aumento do Crédito à Administração Central atrás referido. Esta evolução resultou num aumento do Activo Interno Líquido de 3,35%, quando os Outros Activos e Passivos Líquidos registavam uma contração de 27,69% no trimestre.
Em termos homólogos, registou-se um aumento do Activo Interno Líquido de 24,45% face a Dezembro de 2015. Esta evolução deveu-se tanto ao aumento do Crédito Interno Líquido em 18,21% como dos Outros Activos e Passivos Líquidos em 10,38%. Na mesma direcção, o Crédito Líquido à Administração Central cresceu 207,76% face ao período homólogo, tendo passado de Kz 351.751,1 milhões em Dezembro de 2015 para Kz 1.082.560,6 milhões em Dezembro de 2016, apesar da ligeira contracção do Crédito a Outros Sectores Residentes de 0,94%. Este comportamento reflecte-se tanto no aumento do Crédito à Administração Central (45,48%) como no das Responsabilidades do BNA (19,89%).
Em termos trimestrais, os sectores de actividade que registaram um maior crescimento do crédito foram: Famílias com Empregados Domésticos (4.138,49%), Produção e Distribuição de Electricidade, de Gás e de Àgua (69,6%), Educação (58,28%), Actividades Financeiras, Seguros e Fundos de Pensões (20,73%) e Indústria Extrativa (19,19%).
Em termos homólogos, destaca-se o aumento do crédito às Famílias com Empregados Domésticos (1.271,54%), Educação (90,88%), Transportes, Armazenagem e Comunicações (62,35%) Produção e Distribuição de Electricidade, de Gás e de Àgua (49,00%) e Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura (29,81%).
O crédito em ME, que representa 19,54% do total do crédito, tal como previsto diminuiu o seu peso sobre o crédito total em 10,02 p.p. no quarto trimestre de 2016, diminuindo 7,83 p.p. em termos homólogos.
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Agricultura, Produção Animal, Caça e
Indústria Extrativa
Indústrias Transformadoras
Construção
Comércio por Grosso e a Retalho
Alojamento e Restauração (Restaur. e Similares)
Transportes, Armazenagem e Comunicações
Actividades Financeiras, Seguros e Fundos de
Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas
Serviços sociais
Particulares
Outros
Distribuição do Crédito Total por sector (% do Créd. Total)
IV Trim. 2016
IV Trim. 2015
-10,0
10,0
30,0
50,0
IV Trim. 2015 I Trim. 2016 II Trim. 2016 III Trim. 2016 IVTrim. 2016
%
Crédito ao Sector Privado (em t.v.h.)
Sociedades não financeiras
Outros sectores residentes Sector privado
32
No que toca ao peso sobre o total do crédito concedido à economia no trimestre em análise, realça-se que este teve como principal destino as empresas ligadas ao sector do Comércio por Grosso e a Retalho com um peso de 23,37% (20,25% no trimestre homólogo), seguido dos Particulares com 14,75% (17,96% no trimestre homólogo) e as Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais com 14,23% (14,07% no trimestre homólogo). Notou-se, sobretudo no período, um aumento do peso do crédito concedido às empresas ligadas ao Comércio por Grosso e a Retalho (2,18 p.p.) e à Contrução (3,11 p.p. relativamente ao período homólogo) e uma redução do peso do crédito concedido aos Serviços Sociais em 4,10 p.p.
O quarto trimestre de 2016 foi caracterizado por uma contracção monetária, resultante da actuação rigorosa da política monetária. Com efeito, a oferta de moeda em sentido mais lato, representada pelo agregado monetário M3, contraiu 0,29%, tendo o agregado monetário M2 reduzido na mesma proporção. Em termos homólogos, estes cresceram 14,14% e 14,24%, respectivamente.
Tabela 6 – Agregados Monetários (em Kz Mil Milhões)
IV Trim. 2015 I Trim. 2016 II Trim. 2016 III Trim. 2016 IVTrim. 2016Var.
Trimestral
Var.
Homóloga
M3 5 711 899,2 6 314 024,5 6 576 913,5 6 538 963,7 6 519 776,7 -0,29% 14,14%
M2 5 703 744,6 6 304 532,5 6 567 360,1 6 534 722,6 6 515 972,9 -0,29% 14,24%
M1 3 419 821,1 3 872 059,9 3 989 594,1 3 886 645,3 3 844 723,0 -1,08% 12,42%
Notas e Moedas em poder do
público380 701,5 399 491,7 346 892,0 376 735,7 386 203,3 2,51% 1,45%
Depósitos Transferíveis- MN 2 263 765,5 2 524 654,5 2 698 186,4 2 633 944,9 2 575 548,0 -2,22% 13,77%
Depósitos Transferíveis - ME 775 354,1 947 913,7 944 515,7 875 964,8 882 971,7 0,80% 13,88%
Quase-Moeda 2 283 923,5 2 432 472,6 2 577 766,0 2 648 077,3 2 671 249,9 0,88% 16,96%
Outros Depósitos - MN 1 258 270,0 1 305 656,5 1 429 471,3 1 450 039,9 1 553 707,1 7,15% 23,48%
Outros Depósitos - ME 1 025 653,6 1 126 816,1 1 148 294,7 1 198 037,4 1 117 542,8 -6,72% 8,96%
Outros Instrumentos Equiparáveis
a Depósitos8 154,6 9 492,0 9 553,4 4 241,1 3 803,9 -10,31% -53,35%
Fonte: BNA
O agregado monetário M2 totalizou Kz 6.515.972,9 milhões no quarto trimestre de 2016, representando uma redução de 0,29% face ao trimestre anterior. Esta variação negativa reflectiu-se na queda em 1,08% do agregado monetário M1, verificando-se um aumento em 0,88% da Quase Moeda. Realça-se, em particular, a diminuição em 2,22% dos depósitos transferíveis em MN e o aumento de 0,80% em ME. As notas e moedas em poder do público expandiram 2,51% no trimestre.
Em termos homólogos, o M2 apresentou um aumento de 14,24%, em resultado da evolução positiva tanto do M1 (12,42%) como da Quase-Moeda (16,96%). O crescimento das notas e moedas em poder do público (1,45%) e dos depósitos transferíveis em MN e ME (13,77% e 13,88%, respectivamente), explicam o comportamento do M1, enquanto o aumento dos outros depósitos em MN e ME (23,48% e 8,96%, respectivamente) explicam o comportamento da Quase-Moeda.
A componente em ME do M2, quando denominada em MN, situou-se em Kz 2.000.514,5 milhões, correspondendo a uma contracção trimestral de 3,54% e a um aumento homólogo de 11,08%. A expansão verificada ao nível dos depósitos transferíveis e dos outros depósitos em ME em termos homólogos está relacionada com a desvalorização cambial ocorrida desde 2015; sendo que, ao expurgar o efeito cambial, esta mesma componente apresenta uma contracção de 9,40% face ao período homólogo anterior. Em termos de MN, a componente M2, fixou-se em Kz 4.515.458,39 milhões, o que representa um aumento de 1,23%, no período, e 15,70% em termos homólogos.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
33
O peso dos depósitos em moeda nacional sobre os depósitos totais aumentou 1,04 p.p., representando 67,36% do total dos depósitos no trimestre, enquanto o peso dos depósitos em moeda estrangeira diminuiu 1,04 p.p., representando 32,64% do total dos depósitos no período em análise. Comparativamente ao período homólogo do ano anterior, o peso dos depósitos em moeda nacional aumentou 1,20 p.p. e o peso dos depósitos em moeda estrangeira, diminuiu em 1,20%.
Relativamente às condições de financiamento no sector bancário realça-se que, no quarto trimestre de 2016, as taxas de juro praticadas nas operações activas ao sector empresarial em moeda nacional registaram aumentos na maturidade de 181 dias a 1 ano, redução nas maturidades de até 180 dias e mais de 1 ano MN. Enquanto em moeda estrangeira, as taxas de juro praticadas nas operações activas ao sector empresarial, aumentaram nas maturidades até 180 dias e mais de 1 ano e reduziram na maturidade de 181 dias a 1 ano, enquanto as taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em moeda nacional evidenciaram um aumento na maturidade de mais de 1 ano em MN e ME, redução nas maturidades até 180 dias, de 181 dias a 1 ano em MN.
Em termos homólogos, as taxas de juro praticadas nas operações activas ao sector empresarial em moeda nacional registaram aumentos em todas as maturidades, sendo que em moeda estrangeira, as mesmas diminuíram em todas as maturidades. De igual modo, as taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em moeda nacional registaram aumentos em todas as suas maturidades; já para as taxas em moeda estrangeira, estas registaram dimuição
Em termos agregados, os depósitos no sistema bancário situaram-se em Kz 6.129.769,59 milhões, o que corresponde a uma diminuição trimestral de 0,46%, com os depósitos das outras instituições financeiras não monetátias a determinar este movimento (com uma queda de 69,00%), uma vez que os depósitos do sector público (excluindo administração central) aumentaram 8,30% e os do sector privado em 0,75%.
Os depósitos do sistema bancário apresentaram um aumento no ritmo do seu crescimento em termos homólogos, passando de uma taxa de crescimento de 11,74% no quarto trimestre de 2015 para 15,16% no trimestre em análise. Esta evolução deveu-se, essencialmente, à aceleração dos depósitos do sector privado (16,21%). Relativamente aos depósitos das outras instituições financeiras não monetárias, estes registaram um aumento de 40,66% e os depósitos do sector público (excluindo a Administração Central) 0,07%. Em termos homólogos, os depósitos do sector privado cresceram 13,35% e os depósitos das outras instituições financeiras diminuíram 52,23%. Já os depósitos do sector público (excluindo a Administração Central) registaram uma contracção de 2,77%.
-60,00
-10,00
40,00
90,00
140,00
190,00
IV Trim. 2015 I Trim. 2016 II Trim. 2016 III Trim. 2016 IV Trim. 2016
Depósitos Totais (t.v.h., em %)
Sector público, excl. administração central
Outras Instituições Financeiras não Monetárias
Sector privado
Total
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
IV Trim. 2015
I Trim. 2016
II Trim. 2016
III Trim. 2016
IV Trim. 2016
Dep
osito
s T
otai
s
Depósitos em MN e ME
Depósitos MN Depósitos ME
Painel 13 – Depósitos Totais e Depósitos em MN e ME
Fonte: BNA
34
na maturidade até 180 dias e aumento nas restantes maturidades. As taxas de juro do crédito empresarial oscilaram entre 15,19% e 19,71% em moeda nacional, enquanto em moeda estrangeira estiveram no intervalo de 0,00% a 8,71%. As taxas de juro do crédito a particulares oscilaram entre 13,02% e 20,16% em moeda nacional e entre 7,51% e 9,08% em moeda estrangeira, durante o quarto trimestre de 2016.
Painel 14 – Taxas de Juro do Crédito Empresarial e a Particulares em MN (em f.d.p.) 6
Fonte: BNA
7,00%
9,00%
11,00%
13,00%
15,00%
17,00%
19,00%
21,00%
IV Trim. 2015
I Trim. 2016
II Trim. 2016
III Trim. 2016
IV Trim. 2016
Crédito Empresarial
Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN
Até 180 dias ME De 181 dias a 1 ano ME Mais de 1 ano ME
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
IV Trim. 2015
I Trim. 2016
II Trim. 2016
III Trim. 2016
IV Trim. 2016
Crédito a Particulares
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
IV Trim. 2015
I Trim. 2016
II Trim. 2016
III Trim. 2016
IV Trim. 2016
Crédito Empresarial
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
IV Trim. 2015
I Trim. 2016
II Trim. 2016
III Trim. 2016
IV Trim. 2016
Crédito a Particulares
6 Dados indisponíveis para o Crédito Empresarial em ME na maturidade de 181 dias a 1 ano para o primeiro e segundo trimestre.
Em termos trimestrais, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda nacional registaram aumentos nas maturidades até 90 dias e de 91 a 180 dias e diminuições nas maturidades de 181 dias a 1 ano e a mais de 1 ano. As taxas de juro praticadas nas operações passivas em ME, por sua vez, apresentaram acréscimos na maturidade de até 90 dias e decréscimos nas maturidades de 91 a 180 dias, de 181 dias a 1 ano e de mais de 1 ano.
As taxas de juro praticadas nas operações passivas em MN registaram em termos homólogos diminuição na maturidade de 91 a 180 dias e aumentos nas restantes maturidades. Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em ME registaram diminuições em todas as maturidades, com excepção da maturidade a mais de 1 ano. As taxas de juro passivas em moeda nacional oscilaram entre 3,90% e 6,79% enquanto em moeda estrangeira oscilaram entre 1,99% e 4,83%.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
35
Painel 15 – Taxas de Juro dos Depósitos a Prazo em MN e ME (em f.d.p.)
Painel 16 – Indicadores de Clima Económico e de Confiança (s.r.e.)
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Por último, realça-se que durante o próximo semestre, é expectável que a política monetária permaneça cautelosa num contexto internacional que se espera permanecer adverso dada a necessidade de se conter a procura agregada e suster o aumento da inflação. Nota-se, em particular, que a contracção da Base Monetária Restrita em Moeda Nacional foi sobretudo influenciada pela actuação do BNA no mercado cambial, cujo efeito serviu para atenuar o efeito expansionista das operações Monetárias e Recebimentos/Pagamentos do BNA, no trimestre em análise.
2.3. Actividade Económica Nacional
2.3.1. Indicadores da Actividade Económica
Os dados relativos ao Indicador de Clima Económico (ICE) 7 sugerem uma inversão, no terceiro trimestre de 2016 8, face à tendência negativa que se registava desde o primeiro trimestre de 2015. Destacam-se no período os sectores da Indústria Transformadora, Transportes e Comunicação com evoluções favoráveis acentuadas do Indicador de confiança. No entanto, todos os sectores, excepto o sector de Comunicação, continuaram a apresentar um saldo de respostas extremas negativo.
2,50%
3,50%
4,50%
5,50%
6,50%
7,50%
IV Trim. 2015
I Trim. 2016
II Trim. 2016
III Trim. 2016
IV Trim. 2016
Taxas de Juro dos DP em MN
Até 90 dias MN 91 a 180 dias MN
De 181 dias - 1 ano MN Mais de 1 ano MN
1,00%
2,00%
3,00%
4,00%
5,00%
6,00%
IV Trim. 2015
I Trim. 2016
II Trim. 2016
III Trim. 2016
IV Trim. 2016
Taxas de Juro dos DP em ME
Até 90 dias ME 91 a 180 dias ME
De 181 dias - 1 ano ME Mais de 1 ano ME
7 O Indicador de Clima Económico é calculado e disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estatística.8 Os dados do Indicador do Clima Económico utilizados na elaboração do relatório são referentes ao terceiro trimestre por serem
os mais recentes à data da elaboração do documento
-40 -30 -20 -10
0 10 20 30
2012
- TR
IM I
2012
- TR
IM II
20
12 -
TRIM
III
2012
- TR
IM IV
20
13 -
TRIM
I 20
13 -
TRIM
II
2013
- TR
IM II
I 20
13 -
TRIM
IV
2014
- TR
IM I
2014
- TR
IM II
20
14 -
TRIM
III
2014
- TR
IM IV
20
15 -
TRIM
I 20
15 -
TRIM
II
2015
- TR
IM II
I 20
15 -
TRIM
IV
2016
- TR
IM I
2016
- TR
IM II
20
16 -
TRIM
III
Clima Económico (s.r.e.)
ICE Soma de Média ICE
-100
-50
0
50
100
2012
- TR
IM I
2012
- TR
IM II
20
12 -
TRIM
III
2012
- TR
IM IV
20
13 -
TRIM
I 20
13 -
TRIM
II
2013
- TR
IM II
I 20
13 -
TRIM
IV
2014
- TR
IM I
2014
- TR
IM II
20
14 -
TRIM
III
2014
- TR
IM IV
20
15 -
TRIM
I 20
15 -
TRIM
II
2015
- TR
IM II
I 20
15 -
TRIM
IV
2016
- TR
IM I
2016
- TR
IM II
20
16 -
TRIM
III
Indicadores de Confiança
IC-IND TRANSF IC-CONSTR IC-COMERCIO IC-TRANSPORTES IC-TURISMO IC-IND EXTRAC IC-COMUNICACAO
36
As limitações à actividade, comparando com o período homólogo, também aumentaram em quase todos os sectores, com excepção do Comércio e Transportes. As limitações frequentemente identificadas e transversais a todos os sectores dizem respeito às dificuldades financeiras, constrangimentos ao nível da ruptura de stock e matérias-primas, excesso de burocracia e regulamentação e insuficiência da procura.
Produto Interno Bruto
De acordo com as mais recentes projecções do Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, estimou-se uma desaceleração no ritmo de crescimento do PIB para 2016 de 2,9 p.p. face a 2015, passando de 3,0% para 0,1% em termos reais. A revisão em causa assenta fundamentalmente na forte queda da produção petrolífera cuja taxa de crescimento passou de 6,5% em 2015 para uma contracção de 2,3% em 2016, impactada pelo ligeiro abrandamento da parcela Não Petrolífera do PIB, cujo crescimento passou de 1,5% em 2015 para 1,2% em 2016.
Tabela 7 – Taxas de Crescimento do PIB Real por Sectores de Actividade (em %)
Sectores de Actividade 2012 2013 2014 2015 (e) 2016 (p) 2017 (p)
Agricultura -22,5 42,3 11,9 0,8 6,7 7,3
Pescas e derivados 9,7 2,4 19,1 8,1 1,7 2,3
Diamantes e outros 0,3 3,3 1,0 2,2 -0,6 0,5
Petróleo 4,3 -0,9 -2,6 6,5 -2,3 3,2
Indústria Transformadora 14,0 8,6 8,1 -2,1 -3,9 4,0
Construção 11,7 8,1 8,0 3,5 3,2 2,3
Energia 10,4 34,4 17,3 2,5 19,9 40,2
Serviços mercantis 13,4 7,0 8,0 2,2 0,0 0,0
Outros 8,3 0,7 6,0 1,1 0,0 0,0
PIB a preços de mercado 5,2 6,8 4,8 3,0 0,1 2,6
PIB Petrolífero 4,3 -0,9 -2,6 6,5 -2,3 3,2
PIB Não Petrolífero 5,6 10,9 8,2 1,5 1,2 2,3
Fonte: MPDT
Nota: (e) – estimativas; (p) - projecções
Para as projecções do PIB do Sector Petrolífero prossupõe-se uma produção média de 1.738,0 mil barris/dia em 2016, inferior em 41,5 mil barris/dia às estimativas do ano anterior. Os factores que poderão estar na base deste desempenho são as restrições de produção, observadas no segundo e terceiro trimestre de 2016, devido às necessidades de manutenção e reparação de problemas mecânico-operacionais, o que levou à paralisação temporária de alguns poços em blocos específicos. Desta forma, a redução da produção contribuiu ainda mais para o impacto negativo das receitas petrolíferas.
Por sua vez, o abrandamento de cerca de 0,31 p.p. do PIB Não Petrolífero face a 2015 foi explicado sobretudo pela contribuição negativa dos sectores da Indústria Transformadora e dos Diamantes em 0,31 p.p. e 0,01 p.p., uma vez que esperava-se uma contracção em ambos de 3,90% e 0,61%, respectivamente.
De referir que entre os sectores do PIB não petrolífero, para além dos atrás referidos, as actividades de Pesca e Derivados e Serviços Mercantis destacam-se com as maiores desacelerações. A desaceleração de 6,43 p.p. esperada para o primeiro sector, foi influenciada pelos períodos de veda 9 e a diminuição da capacidade produtiva por falta de recursos cambiais, esperando-se um crescimento de 1,7% e uma contribuição positiva de 0,01 p.p., enquanto para
9 O período de veda diz respeito ao período de interdição (que pode durar alguns meses) de captura de pescado, normalmente carapau.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
37
o segundo sector o abrandamento de 2,20 p.p., cuja contribuição esperada na variação do PIB é nula, após ter-se estimado uma estagnação deste sector, cujo crescimento ainda depende muito da melhoria das infraestruturas, tais como vias de transporte e centros de logística. Por fim, surgem as actividades confinadas ao sector Outros, cuja desaceleração esperada é de 1,14 p.p. com uma contribuição no PIB igualmente nula.
Em sentido oposto encontra-se o comportamento dos sectores da Energia e da Agricultura constituindo assim o conjunto de actividades que melhor desempenho deverão ter em 2016, com taxas de crescimento de 19,9% e 6,7% e 0,77 p.p. e 0,04 p.p. de contribuição para o PIB Global, respectivamente.
Dada a relevância da diversificação da economia, focar-se-á a análise a evolução dos sectores da Agricultura e Indústria Transformadora.
Sector da Agricultura
A concretização do crescimento no sector depende de um conjunto de políticas essenciais, tais como a execução da Campanha Agrícola programada para este ano, com especial enfoque no incremento da mecanização da actividade, na disponibilização de divisas para a aquisição de insumos produtivos (sementes, fertilizantes, peças de reposição e outros instrumentos agrícolas), bem como a operacionalização de mecanismos de financiamento para projectos privados através de linhas de crédito para o investimento.
Sector da Indústria Transformadora
A contracção esperada neste sector advém sobretudo de dificuldades na importação de matérias-primas e redução da força de trabalho estrangeira. Estes constrangimentos são resultado da actual conjuntura económica e, consequentemente, da dificuldade acrescida de acesso ao mercado cambial.
Painel 17 – Taxas de Crescimento Real do PIB e respectivos contributos dos Sectores de Actividade
Fonte: MPDT
9,7
5,6
10,9
8,2
1,5
1,2
2,3
- 5,6
4,3
- 0,9 - 2,6
6,5
- 2,3
3,2 5,2
6,8
4,8
3,0
0,1
2,6
2012 2013 2014 2015 2016 (e)
2017 (p)
Taxa de Crescimento Real do PIB (em %)
PIB não petrolífero PIB petrolífero PIB pm
- 2,5
3,5
1,3 0,1
0,8 0,9
0,1
1,5 - 0,3 - 0,8
1,9
- 0,7
0,91,0
0,7
0,7
- 0,2 - 0,3
0,31,1
0,8
0,8 0,4 0,3
0,3
0,1
3,2 1,8
2,1
0,6
0,7 0,1
0,5
0,1
2012 2013 2014 2015 2016 (e) 2017 (p)
Contributos dos Sectores para o Crescimento do PIB (em p.p.)
Agricultura Pescas e derivados Diamantes e outros Petróleo Indústria transformadora Construção Energia Serviços mercantis Outros
3,9
38
Ao contrário do que ocorreu em 2015, prevê-se que o crescimento da economia em 2016 seja potenciado principalmente pelo sector não petrolífero, com um contributo positivo para o crescimento real do PIB de 0,8 p.p., já o sector petrolífero deverá contribuir negativamente com 0,7 p.p.
No panorama internacional, o Banco Mundial (BM) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia Angolana para o ano em análise de 0,9% para 0,4%, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) na sua revisão do mês de Outubro de 2016 projectava um crescimento real do PIB total de 0,0% face aos 2,5% anteriores. Ambos justificam as suas projecções para 2016 com o facto de a economia angolana estar a ser afectada em vários sectores pela diminuição do preço do petróleo nos mercados internacionais.
Por fim, as projecções divulgadas pelo MPDT para 2017 contemplam um crescimento agregado do PIB de 2,6% com expansão quer do PIB Petrolífero como do PIB Não Petrolífero em 3,2% e 2,3%, respectivamente. A previsão do FMI é mais conservadora, apresentando um crescimento de 1,5% enquanto o BM aponta para uma variação do PIB mais optimista, de 3,1%.
40
3. InflaçãoÍndice de Preços do Consumidor (IPC)
No quarto trimestre de 2016, conforme informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o IPC de Luanda registou uma taxa de variação de 6,21%, descendo 3,56 p.p. relativamente ao trimestre anterior. Comparando com o trimestre homólogo, verificou-se um acréscimo de 1,88 p.p. e em termos acumulados desde o início de 2016, a variação atingiu os 41,95%.
Pelo terceiro trimestre consecutivo, registou-se uma descida da variação trimestral, dando consistência à inversão de comportamento após sucessivos aumentos desde o segundo trimestre de 2014 (Painel 18). Em termos homólogos, a inflação continua a reflectir um comportamento crescente, cuja variação de 41,95% em Dezembro, corresponde a um acréscimo de 2,51 p.p. face ao trimestre anterior e de 27,68 p.p. face ao trimestre homólogo.
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
0,00
5,00
10,00
15,00
Iv T
rim
2015
I Trim
20
16
Ii Tr
im
2016
Iii T
rim
2016
Iv T
rim
2016
IPC (Taxas de Variação, em %)
Variação IPC Acumulada (Eixo Direito)
Variação IPC Trimestral
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
out-1
4 de
z-14
fe
v-15
ab
r-15
jun-
15
ago-
15
out-1
5 de
z-15
fe
v-16
ab
r-16
jun-
16
ago-
16
out-1
6 de
z-16
IPC (Taxas de Variação, em %)
Variação IPC (12 Meses)
Variação IPC Mensal (Eixo Direito)
Painel 18 – Índice de Preços no Consumidor (Taxas de Variação, em %)
Fonte: INE
Índice de Preços no Consumidor por Categorias
Considerando as categorias que compõem o IPC, destaca-se a redução registada na variação trimestral dos preços na categoria dos Bens em 5,31 p.p., para 6,75%.
Relativamente à categoria Bens, os produtos que mais variaram foram os Chinelos, as sapatilhas e as Sandálias com 56,50%, 49,65% e 42,06%, respectivamente. A variação da subcategoria Outros Bens foi de 10,82%, na qual os produtos que registaram maior variação coincidem com os já mencionados na categoria de Bens. A subcategoria dos Bens Alimentares registou uma variação no trimestre em análise de 4,20%, apresentando uma redução de 8,96 p.p. face ao trimestre anterior, o que a torna num dos grandes impulcionadores da redução da categoria Bens. Os Bens Alimentares Não Processados obtiveram a maior variação, com 6,64% contra 3,35% dos Bens Alimentares Processados, destacando-se, de entre os primeiros, a Ginguba com 27,13%, o Bacalhau Seco com 26,19% e o Feijão Catarino com 23,42%. Nos Bens Alimentares Processados, o Leite Condensado, a Salsicha e o Sal foram os produtos com maiores variações, 24,49%, 16,42% e 14,80%, respectivamente.
Por fim, na categoria dos Serviços observou-se um aumento de 0,84 p.p. face ao trimestre anterior, atingindo 4,73% no quarto trimestre. Nesta categoria, os bens a nível de serviços de Restauração, tais como, Sumos de fruta, Mufete e Gasosa, foram os que registaram maiores variações com 22,97%, 13,61% e 10,25%, respectivamente.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
41
Painel 19 – Índice de Preços no Consumidor de Bens e Serviços (em t.v.h.)
Fonte: INE
Índice de Preços no Consumidor por Classes
No quarto trimestre, as classes de Comunicações (Classe 8), Vestuário e Calçado (Classe 3) e Mobiliário, Equipamento Domestico e Manutenção (Classe 5), foram as que registaram maiores variações, com 36,55%, 11,44% e 11,10%, respectivamente, o que corresponde a acréscimos face ao trimestre anterior de 36,17 p.p., 2,13 p.p. e 3,58 p.p., respectivamente.
Nas Comunicações, as despesas com os cartões de recarga, nomeadamente o preço da Compra de Cartões para Móveis Pre-pago foi o que mais subiu; para o Vestuário e Calçado, foi a parcela dos Calçados, com especial destaque para os Chinelos, Sapatilhas e Sandálias; por fim, para a classe de Mobiliário, Equipamento Domestico e Manutenção, os preços com artigos de uso no domícilio, nomeadamente Fósforo, Toalha de Banho e Ventoinha. Maiores contribuições advieram, como é habitual, da classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (2,05 p.p.), influenciada pela subida dos preços da Alimentação, em particular das Carnes e Derivados, seguida da classe Bens e Serviços Diversos (0,87 p.p.), por via sobretudo das despesas com a Higiene e Cuidado Pessoal, nomeadamente com os artigos e produtos de cuidado pessoal, e da classe Vestuário e Calçado (0,77 p.p.), com vestuário e tecidos.
Em termos de variação homóloga, o cenário é adverso, com as classes de Saúde (75,57%), Bens e Serviços Diversos (64,87%) e de Bebidas Alcoólicas e Tabaco (53,84%) a registarem as maiores variações; enquanto as que tiveram maior contribuição foram novamente as classes de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (19,83 p.p.), de Bens e Serviços Diversos (4,70 p.p.) e Vestuário e Calçado (2,77 p.p.).
0,00 5,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
out-1
5
nov-
15
dez-
15
jan-
16
fev-
16
mar
-16
abr-1
6
mai
-16
jun-
16
jul-1
6
ago-
16
set-1
6
out-1
6
nov-
16
dez-
16
IPC de Bens e Serviços (T.v.h, em %)
Variação IPC Bens Variação IPC Serviços
Variação IPC
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
out-1
5
nov-
15
dez-
15
jan-
16
fev-
16
mar
-16
abr-1
6
mai
-16
jun-
16
jul-1
6
ago-
16
set-1
6
out-1
6
nov-
16
dez-
16
Categorias do IPC (T.v.h.)
IPC Bens Alimentares
IPC Bens Industriais
IPC Bens Alimentares Processados
IPC Bens Alimentares Não Processados
42
Gráfico 5 – Contribuição das Classes na Inflação Homóloga (em p.p.)
Gráfico 6 – Variação de Preços por Província (%)
Fonte: INE/BNA
Fonte: INE
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
out/
15
nov/
15
dez/
15
jan/
16
fev/
16
mar
/16
abr/
16
mai
/16
jun/
16
jul/1
6
ago/
16
set/
16
out/
16
nov/
16
dez/
16
(%)
Classe 01 Classe 02 Classe 03 Classe 04 Classe 05 Classe 06
Classe 07 Classe 08 Classe 09 Classe 10 Classe 11 Classe 12
Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN)
No trimestre em análise, a variação do IPCN foi de 5,96%, o que correspondeu a uma subida de 4,06 p.p. face ao trimestre anterior. Em termos homólogos, o IPCN registou uma variação de 41,12%.
A Classe das Comunicações (36,43%) foi a que mais variou a nível nacional no quarto trimestre, seguida da Classe de Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manuntenção (11,80%) e da Classe de Bens e Serviços Diversos (10,20%).
Em termos desagregados, no trimestre em análise, a província da Lunda Sul foi a que registou a maior variação de preços (7,50%), seguida da província do Moxico (7,13%) e Cunene (7,13%). Por outro lado, a província do Bié foi a que registou a menor variação de preços (3,94%). Em termos de variação homóloga, a província da Lunda Norte esteve no topo, com 46,32%, seguida das províncias do Moxico (43,62%) e Cabinda (42,26%). Nas províncias da Lunda Norte, Moxico e Cabinda, o acréscimo nos preços deveu-se sobretudo à classe das Comunicações, cujas variações foram de 36,43%, 31,52% e 36,61%, e contribuições de 0,50 p.p., 0,63 p.p. e 0,81 p.p., respectivamente.
0,00%
1,00%
2,00%
3,00%
4,00%
5,00%
6,00%
7,00%
8,00%
Lund
a Su
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Mox
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Cune
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Lund
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Mal
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Cuan
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Cuan
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Cuan
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Nam
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Huam
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Huíla
Beng
uela
Bié
Variação Trimestral por Província
Variação Trimestral por Província Variação Trimestral Nacional
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
43
Cesta Básica
Dada a elevada contribuição da classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas na variacção da taxa de inflação, no quarto trimestre do corrente ano, observou-se uma desaceleração do preço médio agregado da cesta básica de 4,93 p.p. face ao trimestre anterior, situando-se em 10,91%. No entanto, esta evolução contribuiu para um aumento do preço médio de 50,86 p.p., em termos homólogos de 2016, fixando-se em 61,72%. A província de Luanda foi a que observou a maior variação no período em análise com 12,91%, seguida das províncias da Huíla (8,46%) e de Benguela (8,03%).
Índice de Preços no Grossista (IPG) 10
O IPG registou uma variação de 5,99% em termos trimestrais, o que corresponde a um decréscimo de 5,57 p.p. comparativamente ao trimestre anterior. No que toca ao trimestre homólogo, ocorreu uma subida de 3,43 p.p. para 29,85%.
A desaceleração do IPG face ao trimestre anterior foi suportada pela desaceleração dos preços registados tanto a nível dos produtos importados (6,02%) como dos produtos nacionais (5,89%), cuja redução no ritmo de variação foi de 6,49 p.p. e 2,25 p.p., respectivamente. O sector da Indústria Transformadora foi o que mais se destacou, tanto com os Produtos Importados como os Nacionais, cuja desaceleração de preços registou variações de 6,00% e 6,55%, respectivamente.
A variação homóloga de 2016 do IPG atingiu 29,85%, dando continuidade ao cenário de subidas na generalidade dos meses desde o início do ano de 2016.
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00%
10,00% 12,00% 14,00% 16,00% 18,00% 20,00%
IV T
rim 1
5
I Trim
16
II Tr
im 1
6
III T
rim 1
6
IV T
rim 1
6
Luanda Benguela Cabinda
Huambo Huila Malange
Gráfico 7 – Variação Trimestral de Preços da Cesta Básica por Província (%)
Fonte: INE
10 Índice só referente a Luanda.
44
Painel 20 – Índice de Preços no Grossista (Taxas de Variação, em %)
Fonte: INE
0,00 5,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
IV T
RIM
201
5
I TRI
M 2
016
II TR
IM 2
016
III T
RIM
201
6
IV T
RIM
201
6
IPG (Variação Trimestral, em %)
Variação IPG (Acumulada)
Variação IPG (Trimestral)
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
out-1
5 no
v-15
de
z-15
ja
n-16
fe
v-16
m
ar-1
6 ab
r-16
mai
-16
jun-
16
jul-1
6 ag
o-16
se
t-16
out-1
6 no
v-16
de
z-16
IPG (Taxas de Variação, em %)
Variação Homóloga
Variação Mensal (Eixo Direito)
46
Anexo EstatísticoAnexo 1 - Contas Externas
Saldo da Conta de Bens, USD Milhões (Exportações vs. Importações)Unidades: em USD milhões Var.
Trimestral
Var.
Acumulada
Var. 12
MesesI Trim II Trim III Trim Out Nov Dez IV Trim
2015
Exportações 8 217,55 10 045,41 8 190,24 2 505,98 2 307,62 1 914,33 6 727,93 … … …
Importações 7 259,23 5 061,57 4 413,20 1 476,98 1 240,82 1 240,74 3 958,54 … … …
Conta de Bens 958,33 4 983,84 3 777,04 1 028,99 1 066,80 673,59 2 769,38 … … …
2016
Exportações 5 361,08 7 074,37 7 226,78 2 509,32 2 166,29 2 754,45 7 430,07 2,81% -18,35% 10,44%
Importações 3 310,28 2 954,22 2 927,42 1 062,48 1 114,37 1 145,83 3 322,68 13,50% -39,52% -16,06%
Conta de Bens 2 050,80 4 120,15 4 299,36 1 446,85 1 051,92 1 608,62 4 107,39 -4,47% 16,73% 48,31%
Fonte: DES/BNA
Peso das importações angolanas por países de origemPaíses Portugal Bélgica China EUA Brasil África do Sul Singapura
I Trim 2015 9,94% 4,45% 15,14% 5,04% 2,86% 2,42% 8,86%
II Trim 2015 13,68% 7,34% 11,85% 6,48% 3,10% 3,89% 12,02%
III Trim 2015 14,13% 8,03% 13,92% 7,44% 5,02% 4,83% 9,94%
IV Trim 2015 14,90% 6,29% 13,86% 7,21% 5,02% 4,43% 4,78%
I Trim 2016 12,31% 6,44% 12,25% 14,69% 4,11% 2,55% 3,65%
II Trim 2016 11,67% 7,88% 9,75% 12,09% 3,98% 2,77% 4,41%
IIITrim 2016 14,28% 7,24% 12,14% 11,18% 4,60% 4,42% 4,29%
IV Trim 2016 17,00% 7,63% 11,57% 6,88% 6,20% 5,34% 0,82%
Fonte: DES/BNA
Principais Rúbricas dos Activos Externos, USD MilhõesIV Trimestre 2016
Var. IV Trim 2016out/16 nov/16 dez/16
Reservas Brutas 22 017,65 22 330,98 24 438,09 6,38%
Reservas Internacionais Líquidas 20 969,57 20 297,56 21 399,32 -2,40%
Ouro 125 287,60 115 569,71 115 571,80 -10,70%
Haveres em DSE 52 017,52 51 235,32 50 879,35 1,05%
Moeda Estrangeira (3) 14 711,79 14 537,59 14 336,79 -5,06%
Depósitos (3) 1 464 631,33 1 527 927,95 1 764 759,02 10,16%
Títulos 1 270 116,39 1 273 247,86 1 392 145,18 8,05%
Posição De Reserva no FMI 25 893,66 25 515,47 25 338,20 0,00%
Acções e outras participações 699 996,46 696 666,69 691 313,38 -1,16%
2. Outros activos externos (3) 197 446,23 195 823,23 189 135,07 -3,09%
B. Passivos externos 294 209,32 453 427,48 606 473,32 105,54%
1. Relacionado com reservas 173 874,14 337 342,69 504 141,12 190,18%
2. Outros 120 335,18 116 084,79 102 332,21 -15,66%
Fonte: DES/BNA
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
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Comportamento da taxa de câmbio do Euro e Rand no Mercado Primário (Taxas de Referência)I Trim 2016 II Trim 2016 III Trim 2016 IV Trim 2016 Variações
jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 Trim. 12 Meses
EURAOA 169,870 177,607 179,532 185,357 185,359 185,361 185,364 185,365 185,368 185,373 185,376 185,379 0,01% 25,40%
Compra 169,056 176,739 178,655 184,452 184,454 184,456 184,459 184,461 184,464 184,469 184,472 184,475 0,01% 25,40%
Venda 170,684 178,474 180,408 186,261 186,263 186,265 186,268 186,269 186,272 186,276 186,279 186,282 0,01% 25,40%
ZARAOA 14,206 10,122 10,780 11,696 10,421 11,092 11,883 11,456 11,964 11,964 11,851 12,167 1,70% -14,35%
Compra 14,162 10,067 10,734 11,642 10,421 11,056 11,832 11,407 11,907 11,911 11,797 12,111 1,72% -14,48%
Venda 14,250 10,177 10,826 11,750 10,421 11,129 11,934 11,506 12,021 12,017 11,904 12,223 1,68% -14,22%
Fonte: DES/BNA
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Anexo 2 - Bens e serviços constituintes das Classes do IPC
Classe 1 - Alimentação e Beb. Não alcoólicas Classe 2 - Bebidas Alcoólicas e Tabaco Classe 6 - Saúde
Pão carcaça Whisky Diclofenaco
Pão cacete Amarula Paracetamol
Pão bola Vinho tinto Ampicilina
Bolachas de água e sal Cerveja nacional Amociclina
Bolo Cerveja importada Penicilina
Farinha de trigo Cigarro importado Coarten
Fuba de milho Classe 3 - Vestuário e Calçado Fansidar
Arroz agulha Calças para homem Bissolvon
Arroz corrente Camisa Soro antidiftérico
Milho grão Camisola Multivitaminas
Massa alimentícia Fato para homem Consulta Médica
Esparguete Roupa interior para homem Análises
Carne de primeira Uniforme escolar para homem Radiografía
Carne de segunda Blusa Despesas em Clínicas privadas
Miudezas de vaca Calças para mulher Classe 7 - Transportes
Costeleta de porco Fato para senhora Automóvel
Chispe de porco Pano superwax Motorizada
Carne de Cabrito Roupa interior para senhora Pneu
Frango congelado Saias Gasolina
Coxas de frango Vestido Gasóleo
Galinha Uniforme escolar Reparação de automóveis
Chouriço Blusão de tecido Mulher Bilhete de autocarro público
Salsicha Calças para criança Táxi colectivo
Carne em conserva Fato para criança Passagem interurbano e interprovincial
Carne seca de vaca Vestido para criança Transp. aéreo doméstico de passageiros
Cachucho fresco Camisola para criança Classe 8 - Comunicações
Carapau fresco Cintos Telemóvel
Corvina fresco Lavagem de fato Assinatura do serviço
Cacuço fresco Calçado para homem Cartão móvel pré-pago
Espada fresco Calçado para mulher Classe 9 - Lazer, Recreação e Cultura
Sardinha fresca Sandálias TV a cores
Madionga Chinelos Rádio
Carapau seco Sapatilhas Computador pessoal
Corvina seca Sapatos para criança CD de Áudio gravado
Bacalhau seco Classe 4 - Habitação, Água, Electr. e Combustíveis DVD gravado
Bagre fumado Renda de casa Brinquedos
Conserva de atum Tintas Entrada em Estádio de futebol
Conserva de sardinha Serviços de Reparação de janelas Cinemas
Leite em pó Pagamento água (m3) Assinatura mensal da TV cabo e outros
Leite fresco Água em tambor Livro escolar
Leite condensado Electricidade Jornal de Angola
Iogurte Gás (botija de 12kg) Caderno
Queijo Petróleo iluminante Esferográfica
Ovos de galinha Carvão Classe 10 - Serviço de Educação
Óleo de palma Classe 5 - Mobiliário, Equip. Dom. e Manutenção Ensino Pré-Escolar particular
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2016
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Óleo de soja Mobília de sala de visita Pagamento de Inscriçöes
Azeite de oliveira Mobília de sala de jantar Propinas Escolares
Manteiga Mobília de quarto (conjunto) Pagamento Mensalidade
Margarina Cama Pagamento Ensino Superior
Abacate Colchão Classe 11 - Hóteis, Cafés e Restaurantes
Banana Cadeira de plástico
Laranja Estante Bife com batatas fritas
Maçã Cortinas Churrasco
Banana pão Colchas Funge com carne
Ginguba Cobertor Funge com peixe
Alho Lençóis Sopa de feijão
Cebola Toalha de banho Mufete
Cenoura Arca, congelador Pequeno almoço
Couve Geleira Bolos
Jimboa Fogão a gás Sanduíche de Fiambre
Kisaca Ar condicionado Água Mineral
Pimento Ventoinha Sumo de frutas
Quiabo Gerador Gasosa
Repolho Máquina lavar roupa Cerveja branca
Tomate Louças Vinho
Beringela Copo Wisky
Fumbua Panelas Classe 12-Bens e Serviços Diversos
Feijão castanho Detergente em pó Corte de barba
Feijão catarino Sabão Corte de cabelo Homem
Feijão amarelo Lixívia Serviço de cabelereiro Senhora
Batata rena Insecticidas Escova de Dentes
Batata doce Fósforo Máq. Para barbear (Lâminas)
Mandioca fresca Vassoura Água de Colónia e Perfumes
Massa de tomate Vela Creme de Beleza
Ervilhas em lata Serviço de Lavadeira Champô
Fuba de bombó Serviço de Governanta Desodorizante
Farinha fina de mandioca Serviço de Jardineiro Pasta Dentífrica
Açúcar branco Fraldas descartáveis
Sal Papel higiénico
Folha de louro Sabonete
Vinagre Colares, fios, brincos, pulseiras
Café instantâneo Relógio de pulso
Chá Preto Malas
Água Mineral Despesas por baptismo
Gasosas Despesas de Serviço matrimonial
Sumo de frutas Serviços funerários e similares