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POLÍTICA-QUADRO DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DA SADC

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POLÍTICA-QUADRO DE DESENVOLVIMENTO

INDUSTRIAL DA SADC

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LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

AIDA Desenvolvimento Industrial Acelerado em África

UA União Africana

COMESA Mercado Comum da África Oriental e Austral

CMC Comité de Ministros do Comércio

IFD Instituição de Finanças para o Desenvolvimento

EAC Comunidade da África Oriental

IDE Investimento Directo Estrangeiro

PIF Protocolo de Finanças e Investimento (PIF)

ZCL Zona de Comércio Livre

PIB Produto Interno Bruto

IUMP Programa de Desenvolvimento e Modernização Industrial

IDF Fórum de Desenvolvimento Industrial

MVA Cadeia de Valores da Indústria Transformadora

ODA Ajuda Pública ao Desenvolvimento

RIDMP Plano Director Regional de Desenvolvimento de Infra-estruturas

RISDP Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional

SADC Comunidade de Desenvolvimento da África Austral

PME Pequenas e Médias Empresas

SQAM Normalização, Garantia da Qualidade, Acreditação e Metrologia

TBT Barreiras Técnicas ao Comércio

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Índice

LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS ................................................................. 1

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4

2. ANTECEDENTES E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ........................................................ 6

3. VISÃO, MISSÃO, PRINCÍPIOS E OBJECTIVOS DA POLÍTICA-QUADRO ........... 12

3.1 Visão ................................................................................................................ 12

3.2 Missão .............................................................................................................. 12

3.3 Princípios ......................................................................................................... 13

3.4 Objectivos ....................................................................................................... 13

4. PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERVENÇÃO ............................................................. 14

a) Formulação de Estratégias Específicas ao Sector .............................................. 15

b) Promoção do desenvolvimento industrial através da inovação, da transferência

de tecnologias e da investigação e desenvolvimento ................................................ 16

c) Aprimoramento das normas, regulamentos técnicos e infra-estruturas de

qualidade ................................................................................................................... 17

d) Desenvolvimento e actualização das competências para a industrialização....... 18

e) Criação de um mecanismo de financiamento industrial ...................................... 19

f) Melhoria da disponibilização de infra-estruturas para o desenvolvimento industrial

20

g) Reforço do apoio às pequenas e médias empresas ........................................... 20

h) Promoção do investimento directo estrangeiro e local e as exportações ............ 21

i) Formulação de estratégias regionais tendentes a explorar as oportunidades de

cooperação com outras regiões do mundo ................................................................ 22

5. NECESSIDADES EM TERMOS DE CAPACIDADE INSTITUCIONAL E DE

RECURSOS PARA IMPLEMENTAÇÃO ....................................................................... 22

a) Estruturas Institucionais de Implementação ........................................................ 22

b) Capacidade institucional para a implementação ................................................. 23

c) Monitorização e Avaliação ................................................................................... 24

Anexo 1: QUESTÕES TRANSVERSAIS .................................................................... 25

Estabilidade macroeconómica ................................................................................... 25

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Política de Concorrência ............................................................................................ 25

Contratação pública de empreitadas das obras públicas, prestação de serviços e

aquisição de bens ...................................................................................................... 26

Política sobre Trocas Comerciais .............................................................................. 26

Ambiente e Alterações Climáticas ............................................................................. 26

Perspectiva de Género .............................................................................................. 27

Luta contra o VIH/SIDA .............................................................................................. 27

Anexo 2: MATRIZ PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA-QUADRO DE

DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DA SADC - 2013-2018 ....................................... 28

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1 INTRODUÇÃO

1.1 O desenvolvimento industrial foi colocado no centro da agenda de integração para o desenvolvimento da SADC. Os Estados Membros da SADC reconhecem que o desenvolvimento industrial constitui o centro para a diversificação das suas economias, o desenvolvimento da capacidade produtiva e a criação do emprego com vista a reduzir a pobreza e lançar as suas economias numa trajectória de crescimento mais sustentável.

1.2 Todos os países em desenvolvimento que foram capazes de efectuar a transição

de um estado de rendimento baixo para uma estado de médio-alto e alto rendimento, fundamentalmente na Ásia, dependeram da indústria transformadora como principal fonte e motor de crescimento. Um desafio fundamental para a SADC, enquanto região, prende-se com a ultrapassagem de uma trajectória de crescimento económico assente no consumo e na exportação de produtos de base para uma trajectória de desenvolvimento sustentável baseado na industrialização. Associado à este fenómeno está a necessidade de se construir infra-estruturas económicas, aumentar a base tecnológica, as economias de escala e de âmbito e a competitividade das indústrias, aproveitando, entre outros elementos, o programa de infra-estruturas regionais.

1.3 A este respeito, a Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC

assume extrema importância. Define as áreas de cooperação a nível regional com vista a construir uma base industrial diversificada, inovadora e internacionalmente competitiva, que contribui para o crescimento sustentável e a criação de emprego em benefício mútuo da sua população. O quadro proporciona um ponto de referência e orientará a coordenação das políticas, actividades e processos complementares complexos que formarão parte do quadro de desenvolvimento industrial regional. O documento visa também divulgar as aspirações de industrialização da região e proporcionar uma direcção para o sector privado, tanto dentro como fora da região. O instrumento descreve uma visão e missão regionais para a economia industrial na SADC, bem como as principais intervenções para a implementação a curto, médio e longo prazo com vista a concretizar esta visão.

1.4 Este quadro reconhece que a formulação e implementação da política industrial é

essencialmente uma prerrogativa nacional. Reconhece ainda que a política industrial, por exemplo, a acção governamental, através de instrumentos e intervenções de políticas adequadas em apoio ao crescimento da indústria transformadora dinâmica, permanece o instrumento legítimo para o desenvolvimento. Portanto, a Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC encoraja os Estados Membros a continuarem a formular e a implementar

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políticas e estratégias nacionais destinadas a estimular e a aumentar as suas capacidades produtivas, pois estas políticas são importantes como base de informação e apoio ao quadro regional. Por isso, o quadro procura complementar e consolidar as oportunidades mutuamente vantajosas da SADC e superar os desafios comuns relativos à industrialização, através da formulação de estratégias ou actividades coordenadas a nível regional.

. 1.5 A Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC reconhece ainda que

não existe um modelo e uma abordagem “uniformizada” para um processo de industrialização da região. Adoptou-se o termo “quadro” para abarcar um conjunto de componentes e intervenções de políticas que influenciam directa e indirectamente a estrutura e o desempenho da estrutura industrial dentro dos distintos contextos nacionais e regionais. Contudo, um mercado regional integrado torna-se fundamental para a geração de economias de escala necessárias para desencadear o potencial industrial da região e aumentar a competitividade das firmas nacionais. Isto resultaria em economias de escala a providenciarem infra-estruturas de apoio e a prestarem os serviços necessários para o desenvolvimento do sector transformador regional, bem como a criação da competitividade industrial. Dentro deste contexto, a promoção de cadeias de valor e de ligações entre as redes de produção transfronteiras tem o potencial para estimular os ganhos da eficiência capazes de ser gerados através de mercados regionais integrados assentes em vantagens comparativas e competitivas.

1.6 O ponto de partida para a Política-Quadro Industrial da SADC é o Programa de

Desenvolvimento e Modernização Industrial (IUMP), adoptado pelo Comité de Ministros do Comércio (CMC) da SADC em Junho de 2009. O objectivo do IUMP consiste em aumentar a produtividade da capacidade industrial existente e promover o desenvolvimento de cadeias de valor regionais nos sectores seleccionados em toda a região. Foram identificados nove sectores prioritários inseridos no IUMP e o foco do programa recairia em desenvolver as capacidades existentes da indústria transformadora, modernizar as instalações produtivas, reforçar as infra-estruturas de apoio institucional e fortalecer as capacidades de investigação e inovação da região.

1.7 Portanto, a Política-Quadro Industrial da SADC facilita o aumento da cooperação

de modo a tirar-se partido das ligações ou sinergias retrógradas e progressistas, construindo gradualmente uma base industrial diversificada, inovadora e internacionalmente competitiva em toda a região. Descreve as seguintes intervenções específicas transversais e sectoriais amplas visando a implementação a nível regional:

(i) desenvolver e explorar oportunidades mutuamente benéficas para a SADC;

(ii) melhorar as normas, os regulamentos técnicos e infra-estruturas de

qualidade;

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(iii) promover a cooperação nos domínios da inovação, da transferência de tecnologias e das actividades de investigação e desenvolvimento;

(iv) conceber mecanismos tendentes a melhorar o acesso ao financiamento para os sectores transformadores e conexos;

(v) melhorar o apoio às pequenas e médias empresas (PME);

(vi) integrar as infra-estruturas e serviços na estratégia de industrialização regional;

(vii) atrair o Investimento Directo Estrangeiro (IDE), regional e local e promover as exportações;

(viii) formular estratégias destinadas a explorar as oportunidades emergentes da cooperação estratégica da região com os parceiros internacionais;

(ix) promover o alinhamento desta política com as políticas complementares existentes.

2. ANTECEDENTES E ANÁLISE DA SITUAÇÃO

2.1 Histórico e Contexto da Política 2.1.1 O Tratado da SADC e o Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento

Regional (RISDP) prevêm uma abordagem de integração para o desenvolvimento

na SADC, um instrumento que procura superar as barreiras ao crescimento e

desenvolvimento da região, em termos de produção, infra-estruturas e eficiência.

De um modo específico, a industrialização assumiu prioridade como um

instrumento fundamental para o crescimento sustentável, o desenvolvimento e a

erradicação da pobreza.

2.1.2 O Protocolo sobre Trocas Comerciais da SADC, que entrou em vigor em 2000,

apela particularmente para que uma estratégia de industrialização acompanhe a

implementação da Zona de Comércio Livre (ZCL) da SADC.

2.1.3 O RISDP reafirmou ainda o compromisso dos Estados Membros da SADC com

várias áreas de intervenção prioritárias, nomeadamente o desenvolvimento de

políticas deliberadas para a industrialização com o foco na promoção de ligações

industriais e do aproveitamento eficiente dos recursos da região mediante o

aumento do valor acrescentado. O Plano convida ainda os Estados Membros da

SADC a perseguir políticas e estratégias industriais nacionais de maneira a

fomentar a coerência regional e a reduzir as desigualdades regionais.

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2.1.4 A análise específica para o sector, incluindo a análise das cadeias de valor, foi

realizada com vista a servir de informação para a formulação de estratégias

específicas para o sector. Isto conduziu à adopção em 2009 de um programa

destinado a desenvolver e a modernizar as indústrias existentes, bem como a

reforçar as infra-estruturas de apoio institucional visando melhorar a produtividade

e a competitividade, ou seja, o IUMP. Na sua 23ª reunião, realizada em

Novembro de 2011, em Luanda, Angola, o CMC priorizou a conclusão da Política-

Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC e a implementação do IUMP.

Assim, há muito os formuladores de políticas da SADC reconheceram a

necessidade de se desenvolver o Quadro de Política de Desenvolvimento

Industrial da SADC.

2.1.5 A Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial reconhece as políticas,

protocolos e demais quadros regionais que estão previstos no Tratado da SADC e

no RISDP, conforme ilustra a Figura 1.

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2.1.1 A implementação desta Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial requererá o alinhamento de todas estas políticas a fim de complementar os esforços regionais tendentes a acelerar o ritmo do desenvolvimento industrial. Além disso, a operacionalização do Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC, conforme prevê o Tratado da SADC, servirá de mecanismo financeiro capaz de mobilizar recursos em apoio ao desenvolvimento regional e ao aprofundamento da integração, incluindo o desenvolvimento industrial. Os detalhes relativos às principais questões regionais estão mais desenvolvidos no Anexo 1.

2.1.2 Os Estados Membros da SADC, enquanto parte da União Africana (UA),

adoptaram o Plano de Acção para o Desenvolvimento Industrial Acelerado de África (AIDA) em Janeiro de 2008. A estratégia de implementação do AIDA está concentrada na criação de quadros de política industrial coerentes a nível nacional, regional e continental, que estejam focalizados nos dotes locais e sejam sensíveis a estes. Os Estados Membros da SADC, juntamente com os membros do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA) e a Comunidade Económica da África Oriental (EAC), adoptaram também o desenvolvimento industrial como um dos pilares sustentadores da cooperação regional ao abrigo do Mecanismo Tripartido. A Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC redobra as sinergias com todos estes processos.

2.2 Análise da situação

Sector Transformador

A estrutura de produção dos países da SADC é característica de uma região em desenvolvimento, na qual grandes parcelas do Produto Interno Bruto (PIB) provêm dos sectores de produção primária, fundamentalmente dos sectores agrícola e mineiro. A contribuição destes sectores para o PIB é relativamente elevada, chegando a atingir em média perto de 50 por cento do PIB. O sector pesqueiro conquistou também um lugar importante em vários países. Contudo, o valor acrescentado nestes sectores primários permanece baixo, permanece, em média, em 14 por cento do PIB em 2009 (Banco Mundial, 2011). À excepção da África do Sul e das Maurícias, que possuem sectores transformadores bastante vastos, o sector industrial da SADC permanece relativamente não diversificado.

Tabela 1: Contribuição do Sector Transformador para o Produto Interno Bruto (PIB),%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Angola 3 4 4 4 4 4 4 5 5 6 6 6

Botswana 5 4 4 4 4 4 3 4 4 4 4 4

RDC 5 5 5 5 6 7 6 6 6 5 N/A N/A

Lesoto 14 19 23 22 22 20 22 20 19 16 13 12

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* Relativamente ao período de 2010 e 2011, a média não contempla a RDC,

Madagáscar, Malawi e Seychelles dada a indisponibilidade de dados.

2.2.1 Conforme ilustra a Tabela 1, em todos os Estados Membros da SADC a contribuição do sector transformador para o PIB é inferior a 20 porcento, sendo mesmo inferior a 5 porcento nalguns casos. A intensidade da industrialização é relativamente baixa, estando a produção industrial fortemente concentrada em produtos de baixa tecnologia, tais como alimentares, bebidas, têxteis, vestuário e calçados. Na maioria dos países, a contribuição do sector transformador para o PIB manteve-se relativamente inalterada ao longo da última década, não obstante algumas ligeiras tendências ascendentes e descendentes em todos os países.

2.2.2 A Tabela 2 que se segue ilustra o Valor Acrescentado da Indústria

Transformadora (MVA) per capita1 nos países da SADC. No período compreendido entre 1990 e 2010, quatro países da SADC registaram uma redução no MVA per capita e apenas dois registaram uma taxa de crescimento acima de 5 porcento. O desempenho nacional por país demonstrou também níveis variados de desenvolvimento em termos de MVA, entre os países da SADC.

Tabela 2: Desempenho da Indústria Transformadora nos Países da SADC

(USD)

1 O sector de transformação refere-se às indústrias inseridas nas divisões 15-37 da Classificação Industrial de

Normas Internacionais (ISIC). O valor acrescentado corresponde ao produto líquido de um sector depois de

adicionados todos os produtos e subtraídos os factores de produção intermédios.

Madagáscar 12 12 13 14 14 14 14 14 14 14 N/A N/A

Malawi 13 12 11 12 10 9 11 10 10 10 N/A N/A

Maurícias 23 23 22 22 21 20 20 20 20 19 18 18

Moçambique 12 14 14 17 18 15 16 15 14 14 13 13

Namíbia 13 13 13 15 14 14 16 17 14 15 8 8

Seychelles 19 18 18 16 17 13 12 12 12 11 N/A N/A

África do Sul

19 19 19 19 19 18 17 17 17 15 15 13

Suazilândia 39 42 41 41 40 40 43 44 44 46 42 41

Tanzânia 9 9 9 9 9 9 9 9 9 10 10 10

Zâmbia 11 11 12 12 12 12 12 11 10 10 9 9

Zimbabwe SADC*

16

14,20

15

14,67

13

14,67

14

14,73

16

15,07

17

14,40

18

14,87

17

14,73

17

14,33

16

14,07

14

14,60

11

13,90

Fonte: Banco Mundial (2012)

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País MVA per capita (1990)

MVA per capita (2010)

MVA per capita (taxa de crescimento anual composta, 1990-2010)

Angola 26 66 4,8

Botswana 124 171 1,6

RDC 16 5 -5,7

Lesoto 44 103 4,3

Madagáscar 30 25 -0,8

Malawi 21 17 -1,0

Maurícias 522 801 2,2

Moçambique 15 52 6,2

Namíbia 92 348 6,9

Seychelles 692 1.193 2,8

África do Sul 551 581 0,3

Suazilândia 311 451 1,9

Tanzânia 19 29 2,2

Zâmbia 36 44 1,1

Zimbabwe 106 34 -5,5

Fonte: Base de dados da UNCTAD / UNIDO

2.2.3 A ausência da diversificação do sector industrial da região é talvez mais evidente na sua composição de exportação para o resto do mundo, em geral, e também, na incapacidade da região aumentar as exportações intra-SADC. Os dez principais produtos de exportação para o resto do mundo são dominados por produtos baseados em recursos e de valor não acrescentado. Embora se reconheça a necessidade de se fortalecer a permanência nos mercados mundiais, é improvável que as exportações de produtos de base sustentem o crescimento económico.

2.2.4 A análise em epígrafe evidencia os principais desafios com que o sector

transformador se confronta nos Estados Membros da SADC e a necessidade crítica da sua transformação estrutural. Estes desafios variam desde os mercados internos limitados, a insuficiência de capacidade produtiva e de diversificação, as ligações industriais transfronteiriças limitadas, a dependência excessiva da produção primária com limitado valor acrescentado e beneficiação, aos baixos níveis de investimento nas actividades da indústria transformadora e, por conseguinte, aos baixos níveis de comércio intra-SADC e externo de produtos diversificados. Além disso, a competitividade industrial continua a ser comprometida pela escassez de competências aos níveis empresarial e de formulação de políticas, pelo acesso desajustado ao capital, por tecnologias e métodos de produção ultrapassados, por normas menos exigentes e infra-estruturas de qualidade e conformidade deficientes e por infra-estruturas logísticas desajustadas. Embora estes desafios sejam fundamentais e abordados na presente Política-Quadro, os sectores dos transportes, de logística e de serviços

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são destacados nos números que se seguem, dada a sua peculiaridade e a sua contribuição transversal para a industrialização.

Infra-estruturas 2.2.5 As infra-estruturas eficientes, integradas e rentáveis permanecem um pré-requisito

para o desenvolvimento industrial regional. 2.2.6 A transformação estrutural do sector industrial da SADC sempre esteve minada

por infra-estruturas desajustadas e serviços de alto custo. A região não consegue fazer face às actuais exigências infra-estruturais, incluindo as relacionadas com a expansão da capacidade industrial, nomeadamente os serviços energéticos, de transporte e logísticos e as tecnologias de informação e comunicação. Um estudo diagnóstico destinado a determinar as actuais lacunas em matéria de infra-estruturas prevalecentes na região, realizada em 2011/12, revelou graves omissões na área de disponibilização de infra-estruturas, incluindo, entre outras, as seguintes:

insuficiência verificada no fornecimento de energia para responder à produção redobrada e alargar o acesso;

serviços de transporte e logísticos altamente dispendiosos e imprevisíveis, especialmente nos estados interiores;

falta de acesso às tecnologias de informação e comunicação de baixo custo;

serviços meteorológicos para o planeamento e gestão eficazes e eficientes dos serviços de água, da produção energética, dos serviços de transporte e dos demais sectores sensíveis ao clima desajustados.

2.2.7 A Cimeira da SADC de 2012 adoptou o Plano Director de Desenvolvimento de

Infra-estruturas Regionais da SADC (RIDMP). O RIDMP servirá de principal quadro estratégico que orientará a implementação de redes de infra-estruturas transfronteiriças eficientes, impecáveis e rentáveis de uma maneira integrada e coordenada e, entre outros aspectos, servir de instrumento catalisador do desenvolvimento industrial na região.

2.2.8 O RIDMP deve ser complementado a fim de se aumentar a capacidade da indústria transformadora da região, mediante a fixação de prioridades para a aquisição, a nível regional, de bens e serviços, durante a sua implementação. Sector de

Serviços

2.2.9 Todos os sectores de serviços possuem fortes ligações com a industrialização. Entretanto, os sectores de transporte, telecomunicações e energia, baseados em rede, mantêm uma relação simbiótica com as indústrias transformadoras. Estes

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sectores representam um contributo intermédio imprescindível para a indústria transformadora e afectam a sua competitividade. Na verdade, os serviços oferecem a principal fonte de competitividade ou de crescimento da produtividade para os vários sectores da economia. Além dos serviços financeiros e do turismo, os sectores do turismo, de transporte, de comunicações e de energia foram também priorizados como sendo imprescindíveis para a agenda do comércio de serviços da SADC. A nível internacional, torna-se evidente que, à medida que os serviços se tornam cada vez mais integrados em muitas esferas da economia, o contributo da indústria de serviços cresce em relação ao rendimento total e ao emprego num país. Este facto foi demonstrado na fase pós-industrialização dos países desenvolvidos, onde os serviços de serviços absorvem a maior proporção de postos de trabalho. O recente crescimento que se assiste em países como a Índia também respeita este padrão, onde o crescimento económico está a ser movido consideravelmente pelos serviços e pelas exportações de serviços. A experiência demonstrada pelas actuais crises económicas mundiais ilustra que os países com um sector transformador forte são mais resilientes em relação aos países detentores de um sector transformador fraco, cujo crescimento derivou essencialmente dos sectores de serviços. Portanto, isto evidencia a importância de se possuir um sector transformador sólido, suportado por um sector de serviços eficiente.

2.2.10 O objectivo da SADC de promover cadeias de valor regionais e redes de produção

só poderá materializar-se no contexto do desenvolvimento do sector de serviços eficientes, o que sugere a necessidade de se integrar os serviços de infra-estruturas na estratégia de desenvolvimento industrial da região.

3. VISÃO, MISSÃO, PRINCÍPIOS E OBJECTIVOS DA POLÍTICA-QUADRO

3.1 Visão

“Uma economia regional integrada, detentora de uma base industrial diversificada, inovadora e internacionalmente competitiva, que contribui para o crescimento sustentável e a criação de postos de trabalho”.

3.2 Missão

Proporcionar um quadro destinado a aumentar a cooperação e a exploração de sinergias entre os Estados Membros da SADC com vista a construir uma indústria diversificada, inovadora e internacionalmente competitiva, capaz de contribuir para o crescimento sustentável e para a criação de postos de trabalho.

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3.3 Princípios

A Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC baseia-se nos seguintes princípios orientadores:

(i) Carácter regional, que exige que as intervenções e medidas de política

tenham um foco regional e permitam um espaço em termos de política e a flexibilidade para políticas e estratégias industriais nacionais.

(ii) Adicionalidade, que requer que a cooperação industrial regional deva

acrescentar valor às políticas e estratégias industriais nacionais. (iii) A Diversidade dos Estados Membros proporciona uma oportunidade para o

reforço da integração industrial regional, do crescimento e da indústria transformadora de base alargada a nível regional.

(iv) Receptividade, que requer que as intervenções e medidas regionais devam ser alinhadas aos objectivos mais gerais da SADC de redução da pobreza, criação de postos de trabalho e de meios de sustento sustentáveis.

(v) Realismo e Implementabilidade, que exige que as intervenções e medidas

de intervenção regionais se baseiem num plano de acção realista com alvos comensuráveis à favor de intervenções a curto prazo e sujeita à monitorização baseada nos resultados.

(vi) Inclusividade, que requer o contacto com uma base ampla de

intervenientes, incluindo a participação do sector privado.

(vii) Complementariedade, que permite que os países transformem a vantagem comparativa em vantagem competitiva para a região.

3.4 Objectivos

3.4.1 O objectivo do Quadro de Política de Desenvolvimento Industrial da SADC

consiste em promover o desenvolvimento de uma base industrial integrada dentro da SADC, através da exploração de sinergias regionais na área de produção de valor acrescentado e de reforço da competitividade das exportações.

3.4.2 De modo particular, o quadro de política procura promover a colaboração no

domínio de desenvolvimento de cadeias valores regionais, com intervenções direccionadas, entre outros, para os sectores de prioridade identificados, a fim de proceder ao seguinte:

(i) incrementar o comércio intra-regional e a expansão dos mercados;

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(ii) diversificar a base da indústria transformadora da região mediante esforços tendentes a estimular e encorajar o valor acrescentado aos recursos primários locais;

(iii) estimular os fluxos de investimento para os sectores produtivos em que a

região oferece uma vantagem comparativa e como estratégia para a aquisição de tecnologia moderna em apoio ao valor acrescentado, à inovação e à transferência de tecnologias para a economia regional;

(iv) fortalecer os quadros e capacidades institucionais nacionais e regionais

visando a concepção e implementação de políticas industriais, com realce para o reforço de processos de procura baseados em evidências entre os sectores público e privado;

(v) fortalecer as capacidades e competências para a investigação e

desenvolvimento (I&D), tecnológicas e inovadoras a fim de facilitar a transformação estrutural do sector transformador;

(vi) facilitar o desenvolvimento das indústrias existentes, de modo particular as

PME, rumo a uma maior competitividade, incluindo melhorias nas infra-estruturas de qualidade e normalização necessárias para assegurar a competitividade internacional das mercadorias produzidas na região da SADC;

(vii) promover a diversificação da exportação de bens e serviços;

(viii) facilitar os investimentos públicos e privados em infra-estruturas e serviços a

fim de reduzir os recursos necessários para fazer negócios na região; (ix) posicionar a região de modo a explorar as oportunidades resultantes da

colaboração com outras partes do mundo.

4. PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERVENÇÃO

4.1 Uma abordagem regional coordenada, destinada a superar os desafios com que o

sector transformador dos Estados Membros da SADC se confronta, permanece um pilar importante para a integração regional. A colaboração regional dispõe do potencial para solucionar os problemas ligados à insuficiência de mercados internos, à uma estreita base da indústria transformadora, ao valor acrescentado e beneficiação limitados, aos obstáculos à competitividade e à insuficiência de infra-estruturas.

4.2 As principais áreas de intervenção para a implementação da política-quadro estão

detalhadas a seguir.

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a) Formulação de Estratégias Específicas ao Sector

4.3 O IUMP da SADC proporciona a base para a abordagem específica para o sector

à industrialização na região, com o foco no aprimoramento das capacidades existentes no sector transformador, na modernização das instalações produtivas, no reforço das infra-estruturas de apoio institucional e no fortalecimento das capacidades de investigação e inovação da região. O programa identificou nove (9) sectores prioritários, nomeadamente o processamento agro-alimentar, as pescas, a silvicultura (a madeira e os produtos de madeira), os têxteis e vestuário, o couro e produtos de couro, o processamento de produtos mineiros (metálicos e não metálicos) (beneficiação), fármacos e químicos, máquinas e equipamento e serviços. Estes sectores foram seleccionados após consultas exaustivas mantidas e o trabalho analítico que confirmou a vantagem comparativa e competitiva para o desenvolvimento de cadeiras de valor regionais e suas ligações às cadeias de oferta mundiais.

4.4 Tendo em vista a insuficiência de recursos para a implementação do programa na

íntegra, o CMC decidiu em Novembro de 2011 que seja elaborado e implementado um programa-piloto do IUMP, focalizado no processamento agro-alimentar, na beneficiação do minério e nos sectores farmacêuticos. As acções específicas inseridas nesta área de intervenção principal abrangerão o seguinte:

(i) elaborar o perfil dos sectores prioritários da região, a começar pela indústria

transformadora agro-alimentar, pela beneficiação do minério e pelas indústrias farmacêuticas, com vista a identificar o potencial de desenvolvimento regional, bem como os obstáculos e constrangimentos para o desenvolvimento da cadeia de valor regional;

(ii) identificar as principais intervenções tendentes a promover o

desenvolvimento de cadeias de valor regionais específicas, a começar pelos três sectores prioritários, aplicando uma abordagem participativa ampla e baseada em evidências;

(iii) identificar os instrumentos estratégicos capazes de serem utilizados pelos

Estados Membros para promover a beneficiação do minério e o desenvolvimento do sector farmacêutico nas cadeias de valor seleccionadas;

(iv) avaliar o potencial para a subcontratação interna regional através da

formulação de um quadro de contratação pública regional; (v) defender a aquisição a nível regional de bens e serviços por parte de

agências doadoras internacionais, particularmente na área de ajuda alimentar.

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b) Promoção do desenvolvimento industrial através da inovação, da

transferência de tecnologias e da investigação e desenvolvimento

4.5 Os Estados Membros da SADC devem investir cada vez mais nas capacidades de

inovação e tecnológicas a fim de permitir-lhes desenvolver e expandir a base da sua indústria transformadora. Os processos de inovação e tecnológicos são exigentes em termos de conhecimentos, competências e recursos e permanecem áreas críticas nas quais os fracassos do mercado são mais visíveis. O Protocolo sobre Ciência, Tecnologia e Inovação da SADC coloca ênfase à cooperação no domínio de desenvolvimento e transferência de ciência, tecnologia e inovação nos Estados Membros. É importante, por isso, que sejam tomadas medidas visando a implementação eficaz do presente Protocolo.

4.6 As actuais despesas públicas atribuídas à I&D permanecem muito reduzidas na maioria dos países da SADC e a região permanece atrasada no plano internacional no que concerne à investigação e desenvolvimento. Esta situação deu origem à incapacidade de se aprofundar as ligações tecnológicas dentro dos principais sectores da região, à perda de oportunidades para comercialização do conhecimento indígena noutras partes do mundo e à fraca participação da região nas cadeias de oferta internacionais. Portanto, a colaboração torna-se a chave para facilitar o desenvolvimento e a comercialização dos produtos dada a exiguidade de financiamento e de instalações. Isto promoverá ainda a exploração de sinergia a nível regional e a partilha das melhores práticas de modo a redobrar as capacidades regionais.

4.7 As acções específicas inseridas nesta área de intervenção principal abrangerão o

seguinte:

(i) desenvolver Centros de Excelência Regionais, tendo em conta os actuais focos de excelência existentes na região dentro dos nove factores prioritários, com vista a promover a inovação e o desenvolvimento e transferência de tecnologias na região;

(ii) conceber mecanismos destinados a facilitar a comercialização de

tecnologias, incluindo o fomento da colaboração entre as instituições relevantes da região;

(iii) conceber um mecanismo exclusivo junto do Fundo de Desenvolvimento

Regional da SADC dedicado a apoiar a inovação e a investigação industriais com aplicabilidade regional.

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c) Aprimoramento das normas, regulamentos técnicos e infra-estruturas de

qualidade

4.8 As infra-estruturas especializadas em Normas, Garantia da Qualidade,

Acreditação e Metrologia (SQAM) são críticas para o aumento das capacidades da indústria transformadora e da competitividade internacional, pelo que são parte integrante da estratégia de industrialização da SADC. Tendo em conta a insuficiência que se regista em termos de capacidades no domínio de infra-estruturas de qualidade da maioria dos Estados Membros da SADC, a cooperação regional destinada a fortalecer a capacidade das infra-estruturas técnicas é susceptível de acrescentar um grande valor aos esforços de industrialização da região.

4.9 Desde 2000, a SADC vem implementando um programa de SQAM que culminou com a formulação de um Anexo sobre as Barreiras Técnicas ao Comércio (BTC), adoptado pelo CMC, em Julho de 2008. O programa SQAM abarca a normalização, acreditação, avaliação da conformidade, metrologia, regulamentos técnicos e assuntos conexos. Os seus objectivos consistem em eliminar progressivamente as BTC entre os Estados Membros, promover infra-estruturas de qualidade nos Estados Membros da SADC e criar um ambiente propício para a produção de bens e serviços de qualidade na região. O fortalecimento de infra-estruturas regionais de SQAM dissuadem também o despejo nos mercados regionais de mercadorias transformadas baratas e de baixa qualidade no mercado regional, que são prejudiciais aos consumidores e comprometem o desenvolvimento das indústrias locais. As estruturas regionais de SQAM encontram-se em pleno estado de funcionamento.

4.10 As infra-estruturas de qualidade nacionais, incluindo os gabinetes de normalização, os institutos de metrologia, as organizações de metrologia legais e os organismos de avaliação e acreditação em conformidade, sairão fortalecidas e apoiadas para desempenharem um papel significativo em termos de assegurar a qualidade das mercadorias produzidas a nível regional, a começar pela indústria transformadora agro-alimentar, pela beneficiação do minério e pelas indústrias farmacêuticas. Será prestada uma atenção especial às PME, por estas enfrentarem desafios inerentes em termos de cumprimento dos requisitos relativos à qualidade e conformidade, de modo particular no caso de normas para produtos mandatados pelo importador. As acções específicas abarcarão o seguinte:

(i) acelerar o progresso sobre o trabalho a ser desencadeado no âmbito da

SQAM, com particular realce para os sectores prioritários;

(ii) avaliar as necessidades de infra-estruturas de SQAM regionais e nacionais nas cadeias de valor seleccionadas, com particular atenção à indústria

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transformadora agro-alimentar, à beneficiação do minério e aos sectores farmacêuticos;

(iii) fortalecer as instituições de SQAM para apoiar o desenvolvimento de

qualidade nas cadeias de valor prioritárias seleccionadas e aumentar a consciencialização em relação aos serviços acreditados de avaliação da conformidade, particularmente entre as PME.

d) Desenvolvimento e actualização das competências para a

industrialização

4.11 A formulação e a implementação bem-sucedidas das iniciativas de desenvolvimento industrial requerem uma acção deliberada com vista a criar e reforçar a base de competências em toda a economia ao longo do tempo. Um dos constrangimentos estruturais críticos para a indústria transformadora da região da SADC prende-se com a gritante carência de competências necessárias. A formação profissional disponível na região está aquém da existente na maioria das outras regiões do mundo em desenvolvimento. Assiste-se também à coordenação e articulação desajustadas das acções em toda a região com vista a assegurar as sinergias transfronteiriças necessárias em matéria de desenvolvimento de competências em apoio à industrialização. As intervenções regionais destinadas ao desenvolvimento e à actualização de competências para a industrialização devem abranger uma ampla variedade de programas necessários para o desenvolvimento industrial, nomeadamente as competências de gestão, empresariais e técnicas, incluindo acções de aprendizagem e de estágios. Isto deve abarcar também o desenvolvimento de programas tendentes a reforçar a capacidade existente nos Estados Membros de elevar a sua capacidade de formular e implementar com êxito as actividades de desenvolvimento industrial. As acções específicas abarcarão o seguinte:

(i) conceber mecanismos de apoio regional tendentes a superar a carência das principais competências necessárias para a industrialização, de modo particular a formação artesanal;

(ii) estabelecer programas de formação no ramo da indústria transformadora ligeira (incluindo as indústrias alimentares, de couro, metalúrgicas, de vestuário/têxteis) que podem ser oferecidos em toda a região;

(iii) facilitar o desenvolvimento de acções de formação especializada nos

sectores prioritários, com particular ênfase à indústria transformadora mineira e à produção farmacêutica em instituições do ensino superior;

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(iv) facilitar o reforço de capacidades visando a formulação, análise e implementação da política industrial à favor dos formuladores de política a nível dos Estados Membros.

e) Criação de um mecanismo de financiamento industrial

4.12 Em todos os países da SADC, o acesso desajustado ao capital para as

actividades industriais representa um impedimento ao desenvolvimento industrial, particularmente ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas (PME). A maioria das Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFD) não está a canalizar os recursos aos sectores reais da economia. Além disso, a maioria das IFD nos Estados Membros tem um mandato expressamente limitado de operar apenas a nível nacional. Por outro lado, os fluxos de Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) são amplamente direccionados para os sectores sociais com apoio limitado direccionado para as actividades industriais. Portanto, há necessidade de intervenções regionais na área de financiamento industrial que favoreçam especialmente a promoção das ligações industriais transfronteiriças e correspondam às necessidades do sector de PME.

4.13 A SADC reconhece a importância da operacionalização do Fundo de

Desenvolvimento Regional da SADC para, entre outras acções, a disponibilização de recursos para o desenvolvimento industrial. A este respeito, a estrutura de financiamento do fundo prioriza a operacionalização das infra-estruturas e mecanismos de desenvolvimento industrial. A SADC deve explorar também a cooperação Sul-Sul como potencial fonte de financiamento de desenvolvimento e encorajar os doadores tradicionais a direccionar maior APD à promoção do desenvolvimento industrial em países beneficiários e na região. Uma estratégia multifacetada de financiamento industrial é susceptível de lançar as bases para o crescimento industrial sustentado e robusto na região. As acções específicas neste domínio abarcarão o seguinte: (i) facilitar a criação de um mecanismo de financiamento dentro do Fundo de

Desenvolvimento Regional da SADC em apoio ao desenvolvimento industrial dentro da Região, incluindo o desenvolvimento de critérios que priorizem projectos de carácter regional, de modo particular o desenvolvimento de cadeias de valores regionais;

(ii) facilitar a revisão de mandatos das IFD pelos Estados Membros a fim de

contemplar a ênfase específica ao apoio às actividades e operações de valor acrescentado em toda a região;

(iii) defender uma utilização mais estratégica dos recursos da Ajuda Pública ao

Desenvolvimento (APD) em apoio ao desenvolvimento da capacidade produtiva regional nos países beneficiários e a nível regional.

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f) Melhoria da disponibilização de infra-estruturas para o desenvolvimento

industrial

4.14 A cooperação regional no domínio das infra-estruturas foi reconhecida como uma

área principal de intervenção no processo de desenvolvimento da SADC. A construção de infra-estruturas deve ser encarada como uma oportunidade importante para diversificar ainda mais e construir a base de infra-estruturas regionais. Com efeito, a implementação do Plano Director de Desenvolvimento de Infra-estruturas Regionais da SADC deve priorizar o estímulo das actividades de produção e a aquisição a nível regional.

4.15 A implementação eficaz do Plano Director Regional de Desenvolvimento de Infra-estruturas superará ainda mais os constrangimentos do lado da oferta na região, incluindo a redução do custo de fazer negócios. Os principais sectores prioritários, designadamente o da beneficiação do minério, da indústria transformadora agro-alimentar e de capacidades para o valor acrescentado, serão estimulados por infra-estruturas eficientes, integradas e rentáveis na região. A subcontratação, a nível regional, de factores de produção para o sector de infra-estruturas deve induzir também o desenvolvimento das indústrias.

4.14 Uma acção específica inserida nesta área de intervenção consiste em assegurar

que o Plano Director Regional de Desenvolvimento de Infra-estruturas da SADC catalise o desenvolvimento industrial na Região, maximizando o impacto a curto, médio e longo prazo, através da contratação pública a nível regional.

g) Reforço do apoio às pequenas e médias empresas

4.17 As pequenas e médias empresas (PME) transformadoras constituem uma

componente substancial do sector industrial e são reconhecidas como uma espinha dorsal da maioria das economias da SADC. As PME desempenham um papel cada vez mais preponderante na criação de postos de trabalho e na geração de rendimentos. Elas produzem essencialmente para os mercados nacionais e, em certa medida, para os mercados regionais, numa altura em que continuam a enfrentar constrangimentos significativos em termos de expansão da sua base do lado da oferta, face aos desafios relacionados com o capital e demais apoio relacionado com os negócios, incluindo infra-estruturas de qualidade.

4.18 Uma abordagem regional do apoio e do desenvolvimento de PME constitui um

aspecto importante do quadro de política de desenvolvimento industrial da região. Os esforços tendentes a facilitar o acesso das PME ao mercado e à informação relacionada com o comércio e industrial, a participação em iniciativas de investimento conjunto e promoção da exportação, a melhoria do acesso aos serviços de SQAM, as melhorias em matéria de qualidade e cumprimento dos requisitos de conformidade são a chave para permitir que as PME participem no comércio regional e nas cadeias de oferta internacionais.

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4.19 As acções específicas inseridas nesta área de intervenção principal abrangerão o seguinte:

(i) criar um portal para as PME como instrumento destinado a providenciar o

acesso à informação sobre o comércio e industrial e a sua utilização como instrumento de marketing;

(ii) facilitar as iniciativas de investimento conjunto e promoção da exportação

para as PME; (iii) concluir a formulação de um componente de PME no programa-piloto do

IUMP, visando melhorar a competitividade industrial das PME nos sectores transformador agro-alimentar, de beneficiação do minério e farmacêuticos;

(iv) organizar uma série de encontros entre compradores e vendedores com o

objectivo de facilitar as ligações da cadeia de oferta entre as PME e as grandes empresas.

h) Promoção do investimento directo estrangeiro e local e as exportações

4.20 Inserido no seu esforço de industrialização, a SADC precisará de atrair

Investimento Directo Estrangeiro (IDE) significativo e o investimento regional na indústria transformadora. Um programa dirigido de promoção do investimento regional focalizado nos sectores prioritários específicos, particularmente nas indústrias transformadora agrícola, de beneficiação do minério, farmacêuticas e verdes, tais como a energia renovável e a produção de bio-combustíveis, entre outros, oferece o potencial para reforçar a base produtiva da região.

4.21 A cooperação regional que promova um ambiente de investimento flexível e

transparente e reduza os custos de regulação deve ser fortalecida. A operacionalização e implementação eficazes do Protocolo sobre Finanças e Investimento (PFI) da SADC pode constituir um estímulo importante para o reforço das perspectivas do desenvolvimento da indústria transformadora através de fluxos de investimento estrangeiro na região. De igual modo, a implementação eficaz do Protocolo sobre as Trocas Comerciais da SADC poderá viabilizar as perspectivas do comércio entre os Estados Membros e promover o comércio intra-SADC.

4.22 Com vista a aprofundar o desenvolvimento industrial, urge que se reforce as

capacidades de modo a diversificar e a alargar as exportações de mercadorias transformadas tanto na região, como fora dela. As negociações relativas ao comércio devem apoiar esta prioridade e estar em harmonia com ela.

4.23 O foco inserido nesta área de intervenção recairá no seguinte:

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i) identificar oportunidades de investimento, através das quais se possa atrair o

investimento directo regional e estrangeiro; ii) elaborar um programa dirigido de promoção de investimento regional

concentrado nos sectores prioritários, a começar pelos sectores transformador agrícola, de beneficiação do minério e farmacêuticos, bem como nas prioridades identificadas.

i) Formulação de estratégias regionais tendentes a explorar as

oportunidades de cooperação com outras regiões do mundo

4.24 A SADC deve tirar partido das novas oportunidades derivadas da cooperação com

outras regiões do mundo para, entre outras questões, promover a agenda de industrialização da região.

4.25 A este respeito, uma acção específica consistirá na formulação de uma estratégia

regional destinada a facilitar a participação das empresas regionais nas cadeias de valor internacionais através do acesso ao financiamento, à tecnologia e aos mercados em relação à cooperação Sul-Sul e na cooperação com outras regiões do mundo, incluindo uma avaliação dos custos e benefícios associados.

5. NECESSIDADES EM TERMOS DE CAPACIDADE INSTITUCIONAL E DE

RECURSOS PARA IMPLEMENTAÇÃO

5.1 A Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC parte da premissa de que a acção do estado, através de instrumentos e intervenções de políticas adequadas em apoio ao crescimento dinâmico da indústria transformadora, permanece um instrumento legítimo para o desenvolvimento da região.

5.2 A implementação com êxito de qualquer instrumento de política requererá a

disponibilização adequada da capacidade necessária, incluindo a capacidade institucional dentro das estruturas de implementação. Portanto, os Estados Membros da SADC devem assegurar a disponibilização de capacidades e de recursos necessários, tanto a nível nacional como regional, para a implementação eficaz da Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC.

a) Estruturas Institucionais de Implementação

5.3 Prevêem-se as seguintes estruturas institucionais:

(i) o Fórum sobre a Industrialização dos Intervenientes da SADC, a decorrer a

nível de uma política estratégica, com o envolvimento do Comité de Ministros responsáveis pelas questões de carácter industrial, capitães da

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indústria e técnicos industriais da região, destinado a examinar as opções para fazer avançar o desenvolvimento industrial, superar os constrangimentos à competitividade e identificar possíveis soluções. O Fórum reunir-se-á pelo menos bienalmente;

(ii) o Comité de Ministros responsáveis pelas questões de carácter industrial da

SADC encarregar-se-á de fiscalizar a implementação e providenciar orientação em termos de políticas. O Comité deverá reunir-se pelo menos uma vez por ano;

(iii) o Comité de Altos Funcionários responsáveis pelas questões de carácter

industrial, responsável por prestar apoio técnico em termos de política ao Comité de Ministros responsáveis pela indústria na área de formulação e implementação de políticas, incluindo a intervenção estratégica e planos de acção sobre o desenvolvimento industrial a nível regional;

(iv) o Fórum de Desenvolvimento Industrial (FDI), responsável perante o Comité

de Altos Funcionários para os assuntos industriais, será o órgão tecnicamente responsável pela elaboração de estratégias e planos de acção para o desenvolvimento industrial a nível regional;

(v) o Secretariado da SADC deverá coordenar e apoiar o funcionamento eficaz

de todos os órgãos supracitados, tendo em vista a implementação bem-sucedida das áreas de intervenção estratégica e dos planos de acção acordados.

b) Capacidade institucional para a implementação

5.4 Ao reconhecer a relevância e a importância crítica da indústria para o

desenvolvimento e crescimento económicos da região da SADC, e em apoio à implementação da Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC, há necessidade de se garantir a satisfação das seguintes necessidades em termos de capacidade institucional: (i) um programa deliberado destinado ao reforço da capacidade em matéria de

formulação e implementação de políticas industriais a nível nacional e regional. Essa intervenção deve estimular também a partilha das melhores práticas no domínio de formulação de políticas industriais, tanto provenientes da região como fora dela;

(ii) haverá necessidade de se melhorar a capacidade do Secretariado,

particularmente a nível regional, com vista a implementar a Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC. Neste particular, há necessidade de se criar uma Direcção independente responsável pelas questões de carácter industrial, cujo programa de trabalho será dedicado à implementação deste quadro e à fiscalização da sua avaliação periódica. O

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trabalho dessa Direcção contemplará a facilitação da concepção e implementação de políticas, estratégias e programas tendentes a aprofundar o desenvolvimento industrial a nível da região. Trabalhando em colaboração com os Estados Membros, a Direcção conceberá e coordenará a implementação de medidas regionais destinadas a melhorar os investimentos, a competitividade, a criação de postos de trabalho e o valor acrescentado na região. A Direcção deverá ainda estabelecer parcerias estratégicas destinadas a explorar oportunidades de cooperação com outras regiões no domínio da implementação da agenda industrial regional. A criação desta Direcção deverá ser ponderada no contexto da revisão do RISDP.

c) Monitorização e Avaliação

5.5 A Monitorização e Avaliação é indispensável para garantir que a implementação

da Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC permaneça focalizada no sentido de manter os resultados desejados e verificar se os resultados alcançaram algum impacto. A essência da monitorização está na disponibilização da investigação com base em evidências e dos conhecimentos necessários para uma gestão mais eficaz do desempenho, enquanto a avaliação reside na tomada de decisões e na acção. O Secretariado da SADC vai coordenar a monitorização e a avaliação do processo de implementação, devendo garantir que todas as estruturas institucionais criadas no contexto da presente Política-Quadro estejam munidas da informação necessária para acompanhar as principais metas relativas ao desempenho e concretizar os objectivos estratégicos.

5.6 Em Março de 2012, o Conselho aprovou a Política da SADC relativa à

Formulação, Planeamento, Monitorização e Avaliação de Estratégias. Esta Política permanecerá o instrumento orientador para a implementação, monitorização e avaliação da Política-Quadro de Desenvolvimento Industrial da SADC. Os principais indicadores a ser avaliados abarcam a diversificação industrial e a criação de postos de trabalho.

5.7 Serão elaborados planos de implementação da Política, cobrindo um período de

cinco anos de implementação. Os Planos deverão definir as metas, prazos e recursos necessários para a sua implementação. Será essencial uma avaliação intercalar dos Planos de Implementação a fim de se avaliar o progresso alcançado na implementação, enquanto o Comité de Ministros responsáveis para os assuntos industriais receberá anualmente um relatório descrevendo o progresso alcançado e os desafios enfrentados. A Política-Quadro será revista quinquenalmente a fim de se avaliar se o mesmo corresponde à visão, à missão, aos princípios e aos objectivos nela definidos, bem como a orientação estratégica geral da SADC.

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Anexo 1: QUESTÕES TRANSVERSAIS

Estabilidade macroeconómica

A estabilidade macroeconómica constitui um pré-requisito essencial para a industrialização. A instabilidade macroeconómica compromete as decisões relativas à afectação de recursos, ao investimento e ao crescimento. A estabilidade das condições macroeconómicas cria a previsibilidade e constitui uma pré-condição fundamental para o reforço do investimento e do crescimento económico. A economia de base industrial a nível regional estará comprometida se houver uma discrepância acentuada entre as condições macroeconómicas. Este pré-requisito é reconhecido pelo Protocolo sobre Finanças e Investimento (PFI) da SADC. O programa de Convergência Macroeconómica (MEC) da SADC envolve um compromisso assumido pelos Estados Membros com vista a cumprir um conjunto de critérios de convergência macroeconómica, que abrange a manutenção da inflação a níveis baixos e estáveis, a manutenção da condição fiscal prudente, que evita défices fiscais enormes, e rácios de serviço da dívida altos, a fim de facilitar e manter um ambiente macroeconómico regional estável. Portanto, os Estados Membros devem continuar a envidar esforços no sentido de manter a estabilidade macroeconómica e melhorar a convergência em relação à todos os indicadores acordados, como condição necessária para o reforço da capacidade produtiva diversificada da região.

Política de Concorrência

A política de concorrência está relacionada especificamente com a resposta à conduta anti-concorrencial das empresas, incluindo as entidades públicas. Um sector industrial regional dinâmico requer resultados práticos competitivos. Situações de práticas anti-concorrenciais, incluindo o exercício do poder do Mercado em vários sectores de participação concentrada, tanto na esfera privada como pública, são comuns em muitos Estados Membros da SADC. O movimento do comércio livre resultante do sistema de comercialização multilateral e dos mecanismos comerciais regionais implica que os produtos nacionais de qualquer Estado Membro estejam expostos à competição no estrangeiro. Torna-se importante, portanto, que os Estados Membros disponham de políticas e leis sobre a concorrência a fim de se criar uma igualdade de condições no mercado, apoiando, deste modo, as indústrias. Essas políticas podem proteger também as pequenas e médias empresas de serem excluídas do mercado na sequência de práticas anti-concorrenciais. Os Estados Membros devem continuar a trabalhar em prol da concretização da Declaração sobre a Concorrência da SADC que apoia a cooperação neste domínio.

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Contratação pública de empreitadas das obras públicas, prestação de serviços e

aquisição de bens

A contratação pública de empreitadas das obras públicas, prestação de serviços e aquisição de bens é uma outra área em que medidas de colaboração regionais podem ser idealizadas em apoio ao esforço da região rumo a industrialização. Até à data, esta é uma questão de política nacional exclusiva, e a SADC não se engajou em actividades relativas com a cooperação no âmbito de contratação pública de empreitadas de obras públicas, prestação de serviços e aquisição de bens. Na verdade, assiste-se à uma tendência de se excluir os fornecedores regionais de participar em concursos públicos em perseguição dos objectivos de desenvolvimento nacionais e locais. Se o objectivo da política-quadro de desenvolvimento industrial da SADC consiste em promover cadeias de valor regionais, afigura-se importante que se chegue a acordo sobre uma estratégia relativamente a como é que a contratação pública por parte do governo pode facilitar a concretização deste objectivo. Existem opções que podem pressupor a permissão da concorrência regional em matéria de contratação pública ou formulação de uma política de contratação pública regional como saída para complementar a capacidade produtiva reforçada na região. A contratação pública pode servir ainda de instrumento impulsionador da inovação, especialmente no que toca à aceitação de tecnologias e à facilitação da criação de mercados para estas inovações.

Política sobre Trocas Comerciais

A política sobre trocas descreve um conjunto de políticas do governo que regem a troca de mercadorias e serviços através das fronteiras, incluindo toda a estrutura de incentivos para produzir e consumir e, por conseguinte, para importar ou exportar mercadorias e serviços comercializáveis. O crescimento das indústrias foi sempre movido por incentivos, tais como a expansão da procura interna e o aumento das exportações. Portanto, a coordenação e harmonização mais estreitas da política sobre trocas comerciais com as intervenções da política industrial são fundamentais para a promoção do desenvolvimento industrial.

Ambiente e Alterações Climáticas

Uma outra área de política complementar diz respeito ao ambiente e às alterações climáticas. As economias de muitos países da SADC baseiam-se fundamentalmente nos recursos, dependendo maioritariamente dos recursos agrícolas, pesqueiros, mineiros, petrolíferos e de gás. Portanto, a região deve consagrar o princípio de desenvolvimento sustentável na exploração dos recursos e assegurar a governação adequada e os quadros institucionais, bem como a responsabilidade social corporativa. O ambiente e o desenvolvimento sustentável

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constitui uma das principais áreas de intervenção previstas no RISDP e um elemento fundamental na luta contra a pobreza e a insegurança alimentar. Vários Protocolos e Quadros de Políticas sobre o ambiente e o desenvolvimento sustentável foram formulados para fomentar a cooperação regional, devendo a sua implementação eficaz superar ainda mais os desafios ligados ao desenvolvimento industrial sustentável. As crescentes preocupações ligadas às alterações climáticas colocam desafios para o desenvolvimento industrial, sendo importante a cooperação regional rumo ao desenvolvimento de um ambiente industrial mais limpo e eficiente em termos de recursos. O debate internacional emergente sugere que as pressões sobre o corte de emissões de gases com efeito de estufa irão acelerar e o respeito pelo ambiente é susceptível de emergir como outra componente de competitividade industrial. As intervenções verdes são cada vez mais necessárias e isto pode proporcionar uma oportunidade para a SADC assentar a sua trajectória industrial nas tecnologias de baixa energia, baixa intensidade, baixas emissões de carbono e limpas.

Perspectiva de Género

A SADC reconhece que as desigualdades de género têm um impacto negativo sobre o crescimento económico, exacerbam a pobreza e negam aos desfavorecidos o pleno acesso aos direitos humanos fundamentais. Por esta razão, um dos objectivos do Protocolo sobre o Género e Desenvolvimento da SADC consiste na promoção do acesso pela mulher aos recursos produtivos, e o seu controlo, a fim de reduzir o nível de pobreza entre as mulheres. Há necessidade de se integrar a perspectiva de género na estratégia de industrialização da região, através de acções deliberadas tendentes a potenciar as mulheres a participar no sector produtivo. Intervenções regionais, tais como o financiamento industrial, a modernização industrial o desenvolvimento de competências e o apoio às PME, devem responder às políticas e estratégias do género da SADC.

Luta contra o VIH/SIDA

A região da SADC possui uma elevada prevalência do VIH e SIDA. A população dos Estados Membros da SADC representa apenas perto de 3,5% da população mundial, embora seja responsável por mais de 37% da população mundial atingida pelo VIH e SIDA. O VIH e SIDA têm um impacto em todos os sectores, incluindo o sector industrial, na maioria dos Estados Membros da SADC. Na área da indústria, o sector mineiro, um sector-chave da maioria das economias nacionais na região da SADC, em termos de emprego e geração de moeda externa, é dos mais afectados pela epidemia do VIH/SIDA. Os efeitos da epidemia são as perdas substanciais da sua força de trabalho, reduzindo, deste modo, a já diminuta base de competências e produzindo reduções na produtividade.

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1 O BAD está actualmente a trabalhar com o Secretariado, por intermédio da Direcção para o Desenvolvimento Humano e Social e Programas Especiais

(SHD&SP), visando implementar um plano de acção cujo objectivo consiste, entre outros, em facilitar a produção e o acesso aos medicamentos e produtos de base para o combate à Tuberculose, à Malária e ao VIH e SIDA. Está em vias de ser encomendado um estudo destinado a examinar as actuais capacidades e o potencial para a produção e acessibilidade.

Anexo 2: MATRIZ PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA-QUADRO DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DA

SADC - 2013-2018

Principal Área de Intervenção 1 - Formulação de estratégias específicas ao sector

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

i) Perfil dos sectores prioritários da região, a começar pela indústria transformadora agro-alimentar, pela beneficiação do minério e pelas indústrias farmacêuticas, com vista a identificar o potencial de desenvolvimento regional, bem como os obstáculos e constrangimentos para o desenvolvimento da cadeia de valor regional.

ii) Identificar as principais

intervenções tendentes a promover o desenvolvimento de cadeias de valor regionais específicas,

Secretariado - Estados Membros

817.000

817.000

544.000* 2013 2014

a) 3 estudos abrangentes nos seguinte domínios:

i) transformação agro-alimentar

ii) sector farmacêutico

e

iii) beneficiação do minério

- Efectuar o perfil de cada sector; identificando as principais intervenções destinadas a promoção das cadeias de valor regionais; instrumentos estratégicos visando a promoção da beneficiação do minério e o desenvolvimento do sector farmacêutico; e avaliar o potencial da região em termos de aquisição interna através do quadro de contratação publica regional.

b) 3 Workshops de validação

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29

Principal Área de Intervenção 1 - Formulação de estratégias específicas ao sector

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

a começar pelos três sectores prioritários, aplicando uma abordagem participativa ampla e baseada em evidências.

iii) Identificar os

instrumentos estratégicos capazes de ser utilizados pelos Estados Membros para promover a beneficiação do minério e o desenvolvimento do sector farmacêutico nas cadeias de valor seleccionadas.

iv) Avaliar o potencial

para a terceirização interna regional através do desenvolvimento de um quadro de contratação pública regional.

organizados.

v) Defender a aquisição a nível regional de bens e serviços por

Estados Membros

20.000 20.000 20.000 2014 Estratégia regional destinada à promoção da aquisição de bens e serviços regionais por parte das

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30

Principal Área de Intervenção 1 - Formulação de estratégias específicas ao sector

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

agências doadoras internacionais, particularmente na área de ajuda alimentar.

Secretariado agências doadoras formulada.

Principal Área de Intervenção 2- Promoção do desenvolvimento industrial através da inovação, da transferência de tecnologia e da investigação e desenvolvimento

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para 2013/2014

i) Desenvolver Centros de Excelência Regionais, tendo em consideração os actuais focos de excelência existentes na região dentro dos nove factores prioritários, com vista a promover a inovação e o desenvolvimento e transferência de tecnologias na região.

Secretariado

30.000

30.000

2013

i) Documento destinado a facilitar a formulação de directrizes para a identificação e reconhecimento de Centros de Excelência Regionais elaborado.

Estados Membros

n/a

2014 ii) Estados Membros propõem potenciais Centros de Excelência regionais.

Secretariado

TBE 2014

iii) Pelo menos dois Centros de Excelência regionais reconhecidos.

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31

ii) Formular um mecanismo destinado a facilitar a comercialização de tecnologias, incluindo o fomento da colaboração entre as instituições relevantes da região.

Secretariado & Estados Membros

2016 Mecanismo destinado a facilitar a comercialização de tecnologias formulado.

iii) Conceber uma rubrica exclusiva junto do Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC dedicada a apoiar a inovação e a investigação industriais com aplicabilidade regional.

Secretariado Estados Membros

20.000*** 20.000

20.000

2013

Comissão Técnica criada para facilitar a operacionalização da rubrica de desenvolvimento industrial (directrizes operacionais e critérios de selecção dos projectos industriais para financiamento formulados).

Principal Área de Intervenção 3 - Aprimoramento das normas, regulamentos técnicos e infra-estruturas de qualidade

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

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i) Acelerar o progresso sobre o trabalho a ser desencadeado no âmbito da SQAM, com particular realce para os sectores prioritários

ii) Avaliar as necessidades de infra-estruturas de SQAM regionais e nacionais nas cadeias de valor seleccionadas, com particular atenção à indústria transformadora agro-alimentar, à beneficiação do minério e aos sectores farmacêuticos.

Secretariado & Estados Membros

987.000**** 987.000 382.200 2013-2017

i) Campanhas destinadas a despertar a consciência sobre a disponibilização e utilização das SQAM realizadas.

ii) Avaliação da prontidão dos

Organismos de Avaliação da Conformidade (CAB) para a acreditação efectuada.

iii) Estratégia regional destinada a

preparar a acreditação dos CAB formulada.

iii) Fortalecer as instituições de SQAM para apoiar o desenvolvimento de qualidade nas cadeias de valor prioritárias seleccionadas e despertar a consciência em relação aos serviços acreditados de avaliação da conformidade, particularmente entre as PME.

1.057.000**** 1.057.000 254.800 2013-2017

i) Vários CAB candidatam-se à admissão ao programa de Assistência Técnica (TA).

ii) Implementação da estratégia

(formação e orientação)

iii) Estudo dedicado à identificação dos Regulamentos Técnicos que impeçam o fluxo livre de bens realizado.

iv) Vários regulamentos técnicos e

normas que requerem harmonização identificados e harmonizados.

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Principal Área de Intervenção 4- Desenvolvimento e actualização das competências para a industrialização

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

i) Desenvolver mecanismos de apoio regional tendentes a superar a carência das principais competências necessárias para a industrialização, de modo particular a formação artesanal

ii) Estabelecer programas de formação no ramo da indústria transformadora ligeira (incluindo as indústrias alimentares, de couro, metalúrgicas, de vestuário/têxteis) que podem ser oferecidos em toda a região.

iii) Facilitar o desenvolvimento de acções de formação especializada nos sectores prioritários, com particular ênfase à indústria transformadora mineira e à produção farmacêutica em instituições do ensino superior.

Secretariado e Estados Membros

325.000

325.000 2016 i) Estudo destinado a avaliar as necessidades em termos de competências e as potenciais instituições de formação destinadas a providenciar acções de formação no ramo artesanal e da industrial transformadora ligeira e competências especializadas para os sectores mineiro e farmacêutico realizado.

Secretariado e Estados Membros

TBE** 2017

ii) Programas de formação

formulados e institucionalizados nas instituições de formação/centros de excelência regionais da SADC.

iv) Facilitar o reforço de capacidades visando o

Estados Membros

2014-2015

Programas de reforço de capacidades para os formuladores de

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desenvolvimento, análise e implementação da política industrial à favor dos formuladores de política a nível dos Estados Membros.

políticas industriais formulados em parceria com organizações especializadas e institucionalizadas.

Principal Área de Intervenção 5- Criação de um mecanismo de financiamento industrial

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

i) Facilitar a criação de uma rubrica de financiamento dentro do Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC em apoio ao desenvolvimento industrial dentro da região, incluindo o desenvolvimento de critérios que priorizem projectos de carácter regional.

Secretariado & Estados Membros

Indicadores O mesmo que o ponto iii) do número 2 acima

ii) Facilitar a revisão de mandatos das IFD pelos Estados Membros a fim de contemplar a ênfase específica ao apoio às actividades e operações de valor acrescentado em toda a região.

Estados Membros DFRC da SADC Secretariado

100.000 n/a

100.000 2014 2015-2018

Trabalhar com o DFRC com vista a avaliar o nível de financiamento orientado para as actividades de valor acrescentado e propôr mecanismos destinados a direccionar o financiamento incrementado para estas actividades de valor acrescentado.

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iii) Defender uma utilização mais estratégica dos recursos da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) em apoio ao desenvolvimento da capacidade produtiva regional nos países beneficiários e a nível regional.

Secretariado e Estados Membros

n/a 2013-2018

Identificar e envolver as organizações estratégicas e doadores na defesa de uma afectação reforçada de recursos da APD para a agenda de desenvolvimento industrial regional.

Principal Área de Intervenção 6- Melhoria da disponibilização de infra-estruturas para o desenvolvimento industrial

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

i) Implementar o Plano Director Regional de Desenvolvimento da SADC, de modo a maximizar o impacto a curto e médio prazo através da contratação pública regional.

Estados Membros e Secretariado

n/a 2013-2018

i) Potenciais fornecedores dos Estados Membros registados na base de dados de fornecedores autorizados da SADC.

ii) Várias firmas da SADC envolvidas nos mecanismos de PPP com vista a implementação de projectos infra-estruturais.

iii) Número de firmas participantes nos mecanismos de fornecimento relacionados com os projectos infra-estruturais.

Principal Área de Intervenção 7- Reforço do apoio às pequenas e médias empresas

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Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

i) Criar um portal para as PME como instrumento destinado a providenciar o acesso à informação sobre o comércio e as indústrias e a sua utilização como instrumento de marketing

Secretariado e Estados Membros

100.000 100.000

100.000

100.000

2013 2014-2018

i) Portal das PME criada e operacionalizada no Website da SADC

ii) Portal actualizado

anualmente.

ii) Facilitar as iniciativas conjuntas de investimento e promoção das exportações a favor das PME

Estados Membros Secretariado

60.000 80.000***

80.000

60.000 2014 2014-2018

i) Estratégia para as iniciativas de investimento conjunto e promoção da exportação para as PME formulada;

ii) Uma reunião entre compradores e

vendedores organizada anualmente para facilitar as ligações entre as PME e as grandes empresas.

iii) Facilitar a implementação de uma componente de PME no programa-piloto do IUMP, visando melhorar a competitividade industrial das PME nos sectores transformador agro-alimentar, de

Estados Membros – Secretariado

4.650.000 4.650.000 450.000**** 2013-2017

Pelo menos 200 PME apoiadas no sentido de melhorar a competitividade industrial ao cabo de 5 anos.

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beneficiação do minério e farmacêuticos.

Principal Área de Intervenção 8- Promoção do investimento directo estrangeiro e local e das exportações

Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

i) Identificar as oportunidades de investimento, nas quais se deverá atrair o investimento directo regional e estrangeiro e promover o comércio intra e extra-SADC

Estados Membros – Secretariado

100.000 100.000 2014 Estratégia regional de promoção do investimento que identifica as oportunidades de investimento desenvolvida.

ii) Formular um programa regional de promoção do investimento direccionado focalizado nos nove sectores prioritários, a começar da transformação agro-alimentar, da beneficiação do minério e dos sectores farmacêuticos.

Estados Membros – Secretariado

100.000*** 100.000 2015 Missões de promoção do investimento a 2 países visados fora da região.

Principal Área de Intervenção 9- Formulação de estratégias regionais tendentes a explorar as oportunidades de cooperação Sul-Sul

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Acções Específicas Agência Responsável

Estimativa Orçamental (USD)

Prazo Indicadores Comensuráveis

Orçamento Total

Contribuição dos EM

Contribuição dos ICP

Necessidades para

2013/2014

i) Formular uma estratégia regional destinada a facilitar a participação de firmas da SADC nas cadeias de valor internacionais através da cooperação Sul-Sul e da cooperação com outras regiões do mundo, incluindo uma avaliação dos custos e benefícios associados.

Estados Membros – Secretariado

60.000 60.000 2016 Estratégia regional destinada a facilitar a cooperação Sul-Sul formulada.

OBSERVAÇÕES:

i) * significa que os fundos estão parcialmente disponíveis

ii) ** significa que as despesas afins a serem suportadas pelo Estado Anfitrião

iii) *** significa que os fundos orçados destinam-se a facilitar unicamente o trabalho do Secretariado

iv) **** significa que os fundos estão disponíveis

v) LT: significa a Longo Prazo. As actividades serão desencadeadas depois dos primeiros dois anos de implementação.

vi) TBE: significa que Orçamento por Determinar