ABRIL DE 2018

RELATÓRIO DE IMPACTOdas Empresas B da América Latina

Relatório preparado por

Relatório de impacto

A seguir apresentamos o primeiro relatório de impacto gerados pelas Empresas B na América Latina. Esta primeira versão se concentra na caracterização das Empresas B atualmente certificadas para saber como são, em que áreas apresentam melhor desempenho e quais são seus modelos de negócio de impacto.

O relatório começa com um panorama geral sobre as empresas, os setores em que atuam e seu tamanho. Em seguida, faz uma análise mais profunda de seu desempenho através da Avaliação de Impacto B. Finalmente, dedica um espaço especial ao desempenho dos países nos Modelos de Negócio de Impacto.

Este relatório representa um primeiro esforço para fortalecer nosso discurso em prol das Empresas B de nossa região. Esperamos complementar e refinar este trabalho nos próximos relatórios com base em suas opiniões, comentários e sugestões.

Todos os dados apresentados neste relatório correspondem às informações atualizadas até abril de 2018.

Em média, 15% das empresas que fazem a Avaliação de Impacto B (AIB) se certificam como Empresa B. A tendência é semelhante em todos os países da região.

Existem várias razões pelas quais apenas 15% das empresas obtêm a certificação. O que sabemos com certeza é que o número de empresas que fazem a AIB cresce exponencialmente, enquanto o número de empresas certificadas cresce linearmente (Relatório de Progresso, abril de 2018, slide 14)

Relatório de impacto

536

Hoje temos 369 Empresas B certificadas. Mais de 80% corresponde a empresas do setor de serviço com baixa pegada ambiental e do setor manufatureiro.

Por outro lado, 85% das Empresas B certificadas tem entre 0 (só o proprietário, sem mão de obra) e 49 trabalhadores.

Empresas B: setor e tamanho na região

Número de trabalhadores

Se analisarmos as pontuações obtidas na Avaliação de Impacto B (AIB) de acordo com o tamanho das Empresas B, observa-se uma distribuição relativamente homogênea em todos os tamanhos de empresas.

Uma em cada quatro empresas com 10 a 49 trabalhadores e uma em cada três empresas com 50 a 249 trabalhadores encontra-se entre as primeiras posições na pontuação da AIB.

Por outro lado, todas as faixas de tamanho, exceto a de 250-999 trabalhadores, possuem entre 19% e 34% de empresas entre as pontuações mais baixas na AIB (80-83 pontos) .

Empresas B: Pontuações por tamanho de empresa

Empresas B: Pontuações das Empresas B

A distribuição das pontuações obtidas na Avaliação de Impacto B (AIB) é geralmente homogênea em cada país.

Brasil e Chile são os países com maior número de empresas entre os melhores pontuadores na AIB.

O Paraguai lidera em termos de proporção, com 57% de suas Empresas B nas duas seções de maior pontuação. Logo em seguida vêm o Brasil com 53% e o México com 44%.

Outra forma de entender o desempenho das Empresas B é através da análise dos resultados de todas as empresas do país.

A Avaliação B considera cinco áreas: Governança, Trabalhadores, Comunidade, Meio Ambiente e Clientes. O gráfico a seguir mostra as pontuações por área para cada país na Avaliação de Impacto B. Elas foram calculadas, para cada área, como a média das pontuações de todas as empresas naquele país.

A área com maior pontuação na avaliação é Comunidade, uma tendência observada em toda a região. Em segundo lugar está a área de Meio Ambiente. Em terceiro lugar, dependendo do país, encontramos as áreas de Trabalhadores ou Clientes

Se houvesse uma fusão de todas as empresas de um país, qual seria o resultado da avaliação?

Embora seja útil ver o desempenho de um país nas cinco áreas de impacto, é necessário colocar esses resultados em perspectiva.

A seguinte seção compara os resultados de cada país em cada uma das áreas de impacto da avaliação: Governança, Trabalhadores, Comunidade, Meio Ambiente e Clientes.

Ao ver os resultados, é importante considerar a quantidade de Empresas B por país, pois esse número varia significativamente. Por exemplo, o Chile é o país com a maior quantidade de Empresas B certificadas atualmente, enquanto a Bolívia até agora só tem uma empresa certificada. Nesse sentido, e para fins de uma melhor comparação, a Bolívia não foi incluída nos gráficos apresentados nos próximos slides.

Empresas B na região

Pontuação por área: Governança

A área de Governança é a área que tem as pontuações mais semelhantes em todos os países. Isso se explica porque a mudança de estatuto da empresa é um fato comum em muitos países e isso lhes permite obter em média mais de sete pontos nesse quesito.

Na área de Trabalhadores pode-se ver uma diferença maior entre os países com mais e menos pontos.

Embora esta área seja liderada pela Colômbia, Brasil e México, é importante notar que o Paraguai, apesar de ter um pequeno número de Empresas B, apresenta um ótimo desempenho.

O Chile, sendo o país com o maior número de Empresas B na região, também se destaca com uma pontuação alta nessa área, apenas três pontos atrás da pontuação mais alta.

Pontuação por área: Trabalhadores

As áreas de Comunidade e Meio Ambiente são as que apresentam maior variedade de Modelos de Negócio de Impacto na Avaliação de Impacto B (AIB). Isso permite que as empresas possam obter pontuações mais altas em comparação com as duas áreas anteriores.

A área de Comunidade é liderada por três países com um baixo número de Empresas B certificadas, mas que claramente enfatizam os impactos positivos na sociedade.

Pontuação por área: Comunidade

Assim como na área da Comunidade, a América Central novamente se destaca, desta vez liderando a pontuação em Meio Ambiente.

Meio Ambiente é a área onde as Empresas B do Uruguai têm melhor desempenho. Observamos a Argentina também dentro dos países com as pontuações mais altas. Meio Ambiente, junto com Comunidade, são as áreas onde as Empresas B argentinas mais se destacam.

Pontuação por área: Meio Ambiente

A área de Clientes avalia apenas os modelos de negócio das empresas, e é a área que identifica como os produtos ou serviços da empresa geram impactos positivos para os consumidores.

As Empresas B do México lideram essa área, sinal da prioridade das empresas mexicanas. Junto com Trabalhadores, Clientes é a área de maior destaque do país.

Para países com uma quantidade maior de Empresas B, vemos um desempenho similar nessa área.

Argentina, América Central e Peru têm pontuações abaixo da média, sendo a área mais fraca desses três países.

Pontuação por área: Clientes

* Empresas B com 10 ou mais pontos em um Modelo de Negócio de Impacto.

64Empresas B com pontuação máxima

em um modelo de negócio de impacto**

A Avaliação de Impacto B mede as empresas nas cinco áreas já revisadas e, ao mesmo tempo, aprofunda em dois níveis diferentes em cada área: Políticas e Práticas Operacionais e Modelos de Negócios de Impacto (MNI).

As Políticas e Práticas Operacionais permitem que a empresa estabeleça uma linha de base própria sobre seu desempenho socioambiental. No entanto, os Modelos de Negócios de Impacto demonstram como os produtos e serviços da empresa geram um impacto social ou ambiental e como eles se integram nos seus negócios.

Em seguida, abordaremos a seção de Modelos de Negócios de Impacto, observando o desempenho dos países em cada modelo avaliado na Avaliação de Impacto B.

Modelos de negócio de impacto369

Empresas B certificadas

311Empresas B com modelos de

negócio de impacto significativo*

** Empresas B com 30 ou mais pontos em um Modelo de Negócio de Impacto.

Modelos de negócio de impactoPara conhecer o desempenho dos países em cada um dos modelos de negócio de impacto, seguiu-se a mesma lógica de cálculo das médias de desempenho por país, mas considerando cada um dos MNIs, em cada uma das cinco áreas de impacto.

Para dar uma noção tanto do desempenho médio da pontuação obtida quanto do número de Empresas B que contribuem para essa média, foram gerados os seguintes gráficos.

Estes gráficos estão na seção de Anexos (slide 23), e destacam principalmente o desempenho das empresas nos diferentes países em termos dos diferentes MNIs.

Menor número de Empresas B

Maior número de Empresas B

Maiorpontuação média

Menorpontuaçãomédia

Modelos de negócio de impacto

ClientesComunidade Meio ambienteTrabalhadores

Estes são os modelos de negócio de impacto (MNI) para quatro das cinco áreas da Avaliação de Impacto B.

A área de Governança não foi incluída por ser a única seção associada ao MNI que não está relacionada ao impacto de um produto ou serviço da empresa, mas à mudança da missão ou dos estatutos.

85%Para 21 dos 24 modelos de negócio de impacto, há pelo menos uma Empresa B que o implementou.

24Modelos de negócio de impacto distribuídos nas quatro áreas revisadas

1 Empresa B com modelo de

negócio de impacto de Trabalhadores

Modelos de negócio de impacto

33 Empresas B com

modelos de negócio de impacto de Meio Ambiente

60 Empresas B com

modelos de negócio de impacto de Comunidade

46 Empresas B com

modelos de negócio de impacto de Clientes

Em resumo, destacamos alguns dados específicos dos modelos de negócio de impacto das Empresas B atualmente certificadas nas quatro áreas abordadas: Clientes, Comunidade, Meio Ambiente e Trabalhadores

Para cada um dos 24 modelos de negócio de impacto existentes, há pelo menos uma Empresa B que o tenha implementado até certo ponto.

➔ Temos um baixo percentual de empresas que se certificam comparado ao número total de empresas que usam a Avaliação de Impacto B. A média é de aproximadamente 15% em todos os países da região onde há Empresas B certificadas.

➔ As Empresas B da região são geralmente pequenas. 85% têm menos de 50 trabalhadores.

➔ As pontuações obtidas pelas Empresas B são distribuídas homogeneamente quando comparamos as diferentes faixas de tamanhos de empresa. Nenhuma tendência é identificada.

➔ Brasil e Chile são os países com maior número de Empresas B com pontuações gerais altas na avaliação (acima de 107 pontos).

➔ Em nível regional, e observando o comportamento das empresas por país, identifica-se que a maior parte da pontuação final obtida pelas Empresas B na avaliação vem da área de Comunidade. Ou seja, Comunidade é a área mais desenvolvida na região em termos de pontuação.

➔ A área de Governança é a área com as pontuações mais homogêneas da Avaliação de Impacto B. Todas as empresas em todos os países apresentam um desempenho semelhante nessa área.

➔ Os países que apresentam, em média, melhor desempenho na área de Trabalhadores são Colômbia, Brasil e México. Coincidentemente, são os três países com a maior população da região. Cabe a pergunta de se existe uma relação entre o tamanho do país, o desenvolvimento de suas indústrias e as práticas trabalhistas exigidas nesse país.

Resumo e reflexões finais

Resumo e reflexões finais

➔ As Empresas B da América Central apresentam um forte desenvolvimento das áreas de Comunidade e Meio Ambiente. Suas pontuações, tanto no nível nacional quanto individual das empresas, estão acima da média regional para essas áreas.

➔ 85% das Empresas B certificadas tem um modelo de negócios de impacto significativamente desenvolvido (+10 pontos em um modelo). Isso reafirma a ênfase dada pela certificação de empresas nos modelos de negócios com impactos socioambientais positivos. A AIB também dá a oportunidade, embora com um nível de exigência maior, de certificar empresas com políticas e práticas operacionais boas mas sem modelos de negócio. Esses casos são minoria na região.

➔ Por outro lado, apenas 15% das empresas certificadas atingem a pontuação máxima disponível em cada modelo de negócio de impacto. Isso realça a complexidade da avaliação e a dificuldade de obter uma pontuação.

➔ Em termos dos tipos de impacto gerados pelas empresas, vemos uma grande variedade na região. A Avaliação de Impacto B reconhece 24 modelos de negócios diferentes com impacto social ou ambiental. Na região, temos 21 modelos de negócios implementados entre as Empresas B atualmente certificadas.

➔ Entre as empresas que possuem um modelo de negócio de impacto implementado, a maior parte (42%) apresenta modelos associados à área de Comunidade. Em segundo lugar está a área de Clientes (32%) e em terceiro lugar Meio Ambiente (23%).

Este primeiro relatório representa uma primeira caracterização das Empresas B da América Latina. Embora haja a possibilidade de investigar vários indicadores medidos na Avaliação de Impacto B,

optamos por mostrar um panorama geral das empresas, identificar as principais áreas de desenvolvimento e o comportamento das Empresas B de cada país.

Para concluir, e com base nesta primeira caracterização das Empresas B na região, queremos convidá-los a refletir sobre como podemos dar o próximo passo e começar a descrever as Empresas B

com base em suas avaliações e no conhecimento acumulado pelas equipes que convivem com elas para dessa forma saber quais são os impactos reais que elas vêm gerando na região.

Palavras finais

ANEXOS

Desempenho por modelo de negócio de impacto

Comunidade

Desempenho por modelo de negócio de impactoTrabalhadores Meio Ambiente

Desempenho por modelo de negócio de impactoMeio Ambiente

Desempenho por modelo de negócio de impactoClientes

Desempenho por modelo de negócio de impactoClientes

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