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Departamento de Engenharia Electrotécnica e Computadores
Implementação de um sistema de calculo para sistemas de energia solar
Autor: Hugo Emanuel Barreira e Oliveira Ribeiro
Supervisor: Professor Doutor João Abel Peças Lopes
Projecto, Seminário ou Trabalho de Final de Curso Software de cálculo para sistemas solares
Porto, Julho de 2006
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Faculdade de Engenharia
Universidade do Porto
Implementação de um sistema de calculo para sistemas de energia solar
Hugo Emanuel Barreira e Oliveira Ribeiro
Relatório realizado sob a supervisão de
Professor Doutor João Abel Peças Lopes, do Departamento de Engenharia Electrotécnica e Computadores da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto
Projecto, Seminário ou Trabalho de Final de Curso Software de cálculo para sistemas solares
Porto, Julho de 2006
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1. Resumo
Nos dias de hoje dá-se a devida importância às energias renováveis. Este tipo de
energias são consideradas limpas e inesgotáveis. Como energia renovável entende-se
energia que, utilizada de forma adequada, pode ser explorada ilimitadamente. Por outras
palavras a quantidade disponível não diminui à medida a que se aproveita.
Este projecto de final de curso, inserido na cadeira Projecto, Seminário ou Trabalho
Final do Curso do ramo de Energia, teve como principal objectivo a implementação de
uma ferramenta de trabalho credível e rápida para o projecto de sistemas solares.
O Projecto foi realizado numa empresa sediada em Vigo, Espanha. A empresa,
Formartec Formación S. L., tem nos seus quadros engenheiros que realizam projectos
de energia solar. A fim de realizar um bom trabalho foi sempre tido em conta a opinião
destes de modo a estarem integrados numa ferramenta que irão utilizar futuramente.
A ferramenta de cálculo foi efectuada em Excel por ser um software de fácil
utilização. A escolha do Excel também teve em conta o facto de ser possível a inserção
de novos dados, como painéis, elementos de estações, etc, de forma fácil por parte dos
trabalhadores da empresa, não sendo necessário nenhum tipo de conhecimento de
programação.
Durante o projecto foram efectuados diversos estudos que permitem uma maior
qualidade ao projecto efectuado. Foi também efectuada um tentativa de previsão da
radiação solar que chega ao colectores solares baseado em métodos numéricos para
séries temporais, no entanto esta previsão, que será explicada e documentada mais
adiante, não foi inserida na ferramenta de cálculo devido à incerteza que caracteriza os
fenómenos atmosféricos.
Deste modo, foram utilizados para este projecto métodos de cálculos já existentes e
conhecidos, um sistema de previsão da posição solar, tabelas necessárias tais como de
temperaturas e de coeficientes de reflexão, e um estudo estatístico de valores de
radiação solar lidos por diversas estações meteorológicas durante os últimos anos de
modo a ter um valor médio esperado para a radiação que existirá durante o ano.
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There is an increasing amount of interest in renewable energies, which are
considered to be a clean and endless source of energy, while reducing CO2 emissions.
Therefore, they should be perceived as a source of energy and power that when used
adequately presents no limits to its use. In other words, the available primary source of
energy does not decrease as it is being used.
This End of Course Project, developed for the Project, Seminar or End of Course
Work subject, aimed to develop a fast and reliable work tool which will aid the
development of solar energy projects. It place at company in Vigo, Spain. The
company, Formartec Formación S. L., employs several engineers responsible for several
solar energy projects. To ensure the quality and the usefulness of this tool, an effort was
made to make sure these engineers had the opportunity to share their input in the
developing of this tool, which they will be using in the future.
This work tool was developed using Excel, which, despite its great calculating
power is still intuitive and easy to use software. It was also chosen as it made possible
inserting new data, like panels, station elements, among others. As such, this procedure
can easily be done by company workers who have no previous programming training or
background.
During this project, several studies were made in order to guarantee the accuracy
and validity of the tool. It was also made an attempt to forecast the amount of solar
radiation that reaches the solar collectors using numerical analysis based in time series.
Nevertheless, this forecasting method, which will be explained in more detail further
ahead in this report, was not included in the final version of work tool, due to the
inherent uncertainty associated with atmospheric phenomenon in general. As such, this
project relies on existent and proven methods of calculations, and uses sun positioning
system, necessary data tables such as temperatures and reflection coefficients. It also
uses a statistic study of solar radiation values collected by several meteorological
stations throughout the years, in order to obtain an expected mean value for the solar
radiation for a given year.
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2. Prefácio
O Sol é considerado como um fornecedor de energia bastante importante, basta
reparar para o facto de ser um dos pilares da Vida na Terra. Quase toda a energia que
conhecemos vem do Sol, de um modo directo ou indirecto.
A energia transmitida pelo Sol é interceptada pela Terra no seu percurso sob a forma
de radiação solar, esta energia pode ser aproveitada de várias formas das quais se
destacam a directa, térmica e fotovoltaica.
Um exemplo de aproveitamento da energia solar directamente é o uso para a
iluminação e a secagem de roupa. Termicamente a energia proveniente do sol faz-se
sentir na forma de calor. Os sistemas fotovoltaicos têm a capacidade de aproveitar a
irradiação solar e a transformar em energia eléctrica, isto acontece sem passar por um
processo térmico.
A União Europeia apresentou nos seus objectivos estratégicos a energia como um
factor essencial para a competitividade e desenvolvimento económico Europeu.
Em 1997, durante a assinatura do Protocolo de Kioto, foi dado realce às mudanças
climáticas reforçando o desenvolvimento sustentável na política energética mundial.
A energia obtida a partir de fontes de energia renovável vem de encontro com este
desejos europeus. O aproveitamento deste tipo de fontes de energia provoca uma
diversificação de sistemas energéticos e ajuda na luta contra as alterações climáticas. O
plano de actuação comunitária e a estratégia esta referida no Livro Branco das Energias
Renováveis, indicando que temos de “Alcançar, em 2010, uma penetração mínima de
12% das fontes de energia renováveis na Europa”.
O aquecimento de locais e o aquecimento de águas sanitárias são um dos pontos
onde o uso da energia solar pode ser aproveitado. Este tipo de utilização está a ser
bastante incentivado pelos governos de modo a facilitar a sua implementação reduzindo
os seus custos.
Como se sabe os sistemas solares funcionam com a radiação solar, no entanto esta
radiação não é certa, é garantido que chega ao colectores mas não se sabe em que
quantidade. Isto acontece pelo facto dessa energia se perder na atmosfera e nos
elementos que a constituem, tendo principal influência a presença ou ausência de
nuvens. No entanto o aparecimento de nuvens na atmosfera terrestre é de difícil
previsão, se não for mesmo impossível. Como se verifica todos os dias as variáveis
climáticas são incertas e de previsão difícil. Durante este trabalho foram feitas algumas
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tentativas de prever a radiação solar mas não se obteve resultados satisfatórios por esse
motivo.
Para este trabalho foram importantes várias pessoas a vários níveis, pessoal,
profissional e em ambos os casos. Em primeiro lugar quero agradecer à minha família, a
minha mãe Maria Helena Pito Barreira Oliveira Ribeiro, ao meu pai Artur Manuel
Oliveira Ribeiro, à minha irmã Susana Maria Barreira e Oliveira Ribeiro, ao meu irmão
Miguel Artur Barreira e Oliveira Ribeiro, ao meu cunhado João Pedro Liça e ao meu
sobrinho Gonçalo Ribeiro Liça, por todo o apoio que me dispensaram nesta minha
primeiras experiência fora de casa. A minha namorada, Filipa Ribeiro Carneiro, também
merece um especial agradecimento pelo apoio diário e pela ajuda nos momentos mais
difíceis.
Ao meu supervisor, João Abel Peças Lopes, que me apoio e ajudou neste projecto.
Ao meu orientador Manuel Lopez Gallo pelo apoio profissional e pela recepção que me
proporcionou na empresa como a toda a empresa em geral.
Um agradecimento que não pode passar em claro vai para o Professor Cláudio
Monteiro pela ajuda que me deu a nível académico e pelos conselhos que me deu para o
projecto.
Ao Programa Operacional da Ciência e Inovação 2010 (POCI 2010) pelo apoio
financeiro.
Resta-me agradecer a todos os meus amigos e familiares não referidos pois todos
eles me apoiaram e ajudaram a passar esta experiência.
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3. Índice 1. Resumo ..................................................................................................................... 3 2. Prefácio..................................................................................................................... 5 3. Índice ........................................................................................................................ 7 4. Glossário................................................................................................................. 11 5. Introdução............................................................................................................... 12 6. Energia Solar .......................................................................................................... 14
6.1. Radiação solar extraterrestre .......................................................................... 15 7. Incidência Solar ...................................................................................................... 19
7.1. Processo de cálculo......................................................................................... 19 7.1.1. Ângulo diário.......................................................................................... 20 7.1.2. Declinação solar ..................................................................................... 20 7.1.3. Equação do tempo .................................................................................. 23 7.1.4. Ângulo horário........................................................................................ 25 7.1.5. Posição solar sobre uma superficie horizontal ....................................... 27 7.1.6. Posição solar sobre uma superficie inclinada e orientada ...................... 31
8. Historial da radiação nos últimos anos ................................................................... 33 8.1. Tratamento do dados ...................................................................................... 34
8.1.1. Médias horárias ...................................................................................... 34 8.1.2. Conclusão ............................................................................................... 36
9. Ferramenta de cálculo............................................................................................. 37 9.1. Informação pessoal ......................................................................................... 37 9.2. Dados de cálculo............................................................................................. 38
9.2.1. Dados do painel ...................................................................................... 38 9.2.2. Rendimento do sistema........................................................................... 39 9.2.3. Orientação e inclinação dos paineis........................................................ 39 9.2.4. Umbral de radiação................................................................................. 40 9.2.5. Estação meteorológica............................................................................ 40 9.2.6. Tipologia de consumo ............................................................................ 41
9.3. Cálculos .......................................................................................................... 41 9.3.1. Irradiação média ..................................................................................... 41 9.3.2. Irradiação corrigida com a inclinação .................................................... 42 9.3.3. Ângulo de incidência longitudinal e rendimento do paineis .................. 44 9.3.4. Ângulo de incidência longitudinal e rendimento do paineis .................. 46 9.3.5. Irradiação média corrigida com coeficientes longitudinais e transversais ............................................................................................................. 47 9.3.6. Energia global recolhida pela instalação ................................................ 48 9.3.7. Necessidades da instalação para água quente sanitária .......................... 49
9.3.7.1. Ocupação ........................................................................................ 49 9.3.7.2. Temperatura da água da capital ...................................................... 49 9.3.7.3. Temperatura da água na localidade ................................................ 50 9.3.7.4. Número de dias do mes .................................................................. 50 9.3.7.5. Consumo de água por mes.............................................................. 51 9.3.7.6. Energia necessária .......................................................................... 51
9.3.8. Poupança energética ............................................................................... 51 9.3.8.1. Energia recolhida............................................................................ 52 9.3.8.2. Temperatura exterior ...................................................................... 52 9.3.8.3. Rendimento do painel..................................................................... 53
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9.3.8.4. Energia útil ..................................................................................... 54 9.3.8.5. Energia para uso ............................................................................. 54 9.3.8.6. Poupança......................................................................................... 54 9.3.8.7. Energia não consumida................................................................... 55
9.3.9. Resumo de resultados para aquecimento de água sanitária.................... 55 10. Tratamento de séries temporais .......................................................................... 57
10.1. Introdução sobre séries temporais .............................................................. 57 10.2. Tratamento de dados................................................................................... 58 10.3. Valores utilizados ....................................................................................... 59 10.4. Analise de Séries Temporais ...................................................................... 60
10.4.1. Modelização por componentes ............................................................... 60 10.4.2. Box-Jenkins ............................................................................................ 61
10.4.2.1. Médias móveis................................................................................ 62 10.4.2.2. Autorregressivo .............................................................................. 63 10.4.2.3. ARMA ............................................................................................ 63
10.5. Modelização através de uma função trignométrica .................................... 64 10.6. Suavizado exponencial ............................................................................... 65
10.6.1. Escolha do coeficiente de ponderação.................................................... 67 10.8. Método utilizado......................................................................................... 70
10.8.1. Dados ...................................................................................................... 70 10.9. Conclusão ................................................................................................... 80
11. Conclusão ........................................................................................................... 81 12. Referências ......................................................................................................... 85 13. Bibliografia......................................................................................................... 86 Anexo A.......................................................................................................................... 87
Índice de figuras
Figura 1 - efeito estufa num colector (1) ........................................................................ 15 Figura 2 - distância da Terra ao Sol em unidade astronómica (AU) (2) ........................ 16 Figura 3 – rendimento vs ângulo de incidência (3) ........................................................ 19 Figura 4 – plano eliptico (4) ........................................................................................... 21 Figura 5 - movimento aparente do sol, esfera celeste e ângulo de declinação (2) ......... 22 Figura 6 – meridianos de fuso horário em função do meridiano de Greenwich ............ 27 Figura 7 – esfera celestial e coordenadas relativas a um observador, ponto O (2) ........ 28 Figura 8 – posição do sol sobre uma superficie horizontal (4)....................................... 29 Figura 9 – esquema no plano horizontal de uma superficie inclinada e orientada (4) ... 31 Figura 10 – localização das estações meteorológicas (5) ............................................... 33 Figura 11 – informação da empresa ............................................................................... 37 Figura 12 – informação do cliente.................................................................................. 37 Figura 13 – informação do projecto ............................................................................... 38 Figura 14 – dados do painel............................................................................................ 38 Figura 15 – rendimento do sistema ................................................................................ 39 Figura 16 – inclinação e orientação dos paineis ............................................................. 40 Figura 17 – tipologia de consumo .................................................................................. 41 Figura 18 – estação meteorológica ................................................................................. 42 Figura 19 – irradiação média para a estação Alto Rodicio............................................. 42
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Figura 20 – coeficientes a que acresce a radiação (6) .................................................... 43 Figura 21 – latitude do local e inclinação do painel ....................................................... 44 Figura 22 – valores de correcção.................................................................................... 44 Figura 23 – valores corrigidos para a inclinação e latitude ............................................ 44 Figura 24 – painel escolhido para exemplo, um painel .................................................. 45 Figura 25 – ângulo de incidência longitudinal ............................................................... 45 Figura 26 – factores de ângulo para o painel Vitosol 250 (3) ........................................ 46 Figura 27 – rendimento longitudinal do painel .............................................................. 46 Figura 28 – ângulo de incidência transversal ................................................................. 47 Figura 29 – rendimento transversal do painel ................................................................ 47 Figura 30 – irradiação média corrigida com os coeficiente de rendimento longitudinal e transversal....................................................................................................................... 48 Figura 31 – energia global recolhida pela instalação ..................................................... 48 Figura 32 – necessidades da instalação e dados necessários .......................................... 49 Figura 33 – temperatura média da água da rede (6) ....................................................... 50 Figura 34 – poupança energética .................................................................................... 52 Figura 35 – temperatura ambiente em horas de sol das capitais de provincia (6).......... 53 Figura 36 – resumo de resultados para aquecimento de água sanitária.......................... 56 Figura 37 – radiação extra terrestre, radiação da estação e diferença, dados diários ..... 72 Figura 38 – calculo das médias móveis através do add-in Forecasting.......................... 73 Figura 39 – tabela utilizada para o cálculo dos índices de estacionalidade.................... 74 Figura 40 – resultado da tabela dinâmica ....................................................................... 75 Figura 41 – resumo da regressão .................................................................................... 76 Figura 42 – tabela com tendência, Y modelizado e residuo........................................... 76 Figura 43 - radiação extra terrestre, valores da previsão, diferença entre ambos e média semanal ........................................................................................................................... 78 Figura 44 – valores da previsão...................................................................................... 79
Índice de gráficos
Gráfico 1 – Radiação extra terrestre ............................................................................... 18 Gráfico 2 – equação do tempo em minutos .................................................................... 24 Gráfico 3 – equação do tempo em horas ........................................................................ 25 Gráfico 4 – média horárias no mes de Março................................................................. 36 Gráfico 5 – médias semanais e aproximação a um coseno............................................. 58 Gráfico 6 - tendência ...................................................................................................... 59 Gráfico 7 - diferença entre radiação extra terrestre e valores medidos .......................... 71 Gráfico 8 – gráfico dos residuos, diferença entre a radiação extra terrestre e os dados. 72 Gráfico 9 – médias móveis ............................................................................................. 73 Gráfico 10 – índices de estacionalidade ......................................................................... 75 Gráfico 11 – valores dos dados e valores do modelo ..................................................... 77 Gráfico 12 – residuos obtidos na modelização............................................................... 77 Gráfico 13 – previsão anual............................................................................................ 80 Gráfico 14 – comparação da radiação prevista. Série temporal, média e valores medidos........................................................................................................................... 82 Gráfico 15 – modelização trigonométrica ...................................................................... 93
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Índice de tabelas
Tabela 1 – média horárias no mes de Março.................................................................. 35 Tabela 2 – valores do método de previsão, média anual e medidos pela estação .......... 83 Tabela 3 – valores da função coseno por unidade de tempo .......................................... 92
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4. Glossário Irradiação solar – energia incidente por unidade de superfície de um dado plano,
obtida pela integração da irradiancia durante um intervalo de tempo, normalmente uma hora ou um dia. A unidade é kWh/m2.
Irradiancia solar – potencia radiante incidente por unidade de superfície sobre um dado plano. A unidade é kW/m2.
Radiação solar – energia procedente do sol sob a forma de onda electromagnética.
Esfera celeste – globo fictício de raio indefinido cujo centro radial é o observador. Na esfera celeste os pontos das posições aparentes dos astros são marcados nesta superfície, independentemente da sua distância.
Nadir – ponto inferior da esfera celeste, segundo a perspectiva de um observador na superfície do planeta é a projecção do alinhamento vertical que está sob os seus pés à esfera celeste.
Zênite – ponto superior da esfera celeste, segundo a perspectiva de um observador na superfície do planeta é a projecção do alinhamento vertical que está acima da sua cabeça à esfera celeste.
Declinação solar – é o arco do meridiano do sol compreendido entre o plano equador da esfera celeste e o astro. Mede-se de 0º a 90º para Norte ou para Sul, sendo por vezes representado com valor entre + 90º e -90º, positivo para Norte e negativo para Sul.
Equação do tempo – forma de determinar a evolução anual da diferença entre a posição real a cada momento do Sol no firmamento e a posição que ocuparia nesse momento se o eixo da Terra fosse perpendicular à elíptica e à órbita terrestre circular.
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5. Introdução
A energia solar tem sido objecto de estudo de várias pessoas. Existem vários
documentos sobre a investigação neste campo, alguns incluem sistemas matemáticos e
outros recorrem à utilização de imagens de satélite, os satélites NOAA-AVHRR,
GOES, etc.
Sendo a empresa uma entidade que está acreditada para dar cursos de formação
foram estudados manuais de alguns cursos, do mesmo modo a experiência da empresa
foi importante durante o trabalho.
Durante o trabalho foram explorados métodos de previsão de séries temporais,
foram abordados vários livros sobre o tema como o recurso a programas de séries
temporais.
Durante o documento vão ser inseridos vários capítulos de modo a explicar o que foi
efectuado no trabalho como a focalizar os temas do trabalho de um modo detalhado
dando a hipótese de ser possível a consulta futura por parte de colegas e futuros colegas.
No capítulo 1 fala-se de uma forma geral sobre o projecto, pretende-se resumir de
forma clara de modo a cativar a leitura do documento.
No capítulo 2 enquadra-se o tema, aborda-se as dificuldades, a motivação que me
levou a aceitar este desafio. Pretende-se abordar os objectivos de estudo, do mesmo
modo é aproveitado este capítulo para realizar os agradecimentos a todas as pessoas que
me ajudaram e apoiaram.
No capítulo 3 está o índice, da mesma forma está o índice de tabelas e figuras de
modo a permitir uma orientação fácil no documento.
No capítulo 4 está um glossário com a explicação de termos utilizados durante o
trabalho.
No capítulo 5 temos uma apresentação do documento, nomeadamente de todos os
capítulos do relatório de modo a permitir ao leitor saber o que vai encontrar em cada um
e permitir que rapidamente escolha o capítulo que quer.
No capítulo 6 fala-se sobre a energia solar, a sua importância, o que a constitui. Do
mesmo apresenta-se uma introdução ao processo de cálculo. Aqui apresenta-se a
constante solar, a variação da radiação extra terrestre entre outras coisas.
No capítulo 7 está descrito o processo de cálculo que permite saber a incidência
solar, a posição solar a qualquer momento do ano. Destaca-se a importância deste ponto
no projecto pelo facto de o rendimento do painel variar conforme a posição do sol.
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No capítulo 8 mostra-se o método que é utilizado para a radiação solar, como foi
efectuada assim como os aspectos geográficos das estações utilizadas.
No capítulo 9 está presente a ferramenta projectada para a empresa, destaca-se a
investigação realizada e a importância da mesma para a ferramenta de cálculo.
No capítulo 10 pretende-se dotar o documento de uma parte sobre séries temporais,
este ponto foi estudado e investigado não sendo inserido no projecto devido à sua
incerteza, como se poderá verificar. Este ponto pretende abordar vários métodos e
mostrar o cálculo efectuado. Pretende ainda ser um capitulo didáctico para quem quiser
ter um conhecimento sobre séries temporais, serão efectuada referências livros que
poderão ser consultados, livros estes consultado por mim ou aconselhado pela Dra.
Leila Vespoli de Carvalho que é professora do Departamento de Ciências Atmosféricas
do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São
Paulo.
No capítulo 11 existe uma conclusão onde se reforça o trabalho e se faz um balanço
de todo o documento.
No capítulo 12 estão inseridas as referências utilizadas durante o trabalho.
No capítulo 13 está inserida a bibliografia utilizada.
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6. Energia Solar
O sol, denominado de astro-rei com toda a justiça, pode ser considerada a única
fonte de energia na Terra. Facilmente de percebe que toda a energia disponível está
directa ou indirectamente relacionada com o sol.
O petróleo, a fonte de energia que tanta discórdia tem provocado devido ao aumento
de preço e a poluição que causa, vem indirectamente do sol. De facto o petróleo que se
extrai do sub solo não é mais do que matéria orgânica pré-histórica que está sepultada
por baixo de camadas da crosta terrestre a uma pressão elevada. Esta matéria orgânica
viveu, cresceu e multiplicou-se devido ao processo de fotossíntese que está directamente
ligada ao sol (1).
A energia hidráulica está do mesmo modo relacionada com o sol, visto que este
acompanha o processo de evaporação e condensação da água que retorna aos rios
através de chuva.
A energia solar é irradiada pelo sol, esta é gerada por reacções nucleares que se
produzem no seu interior.
A intensidade da radiação solar não é constante, esta é menor no Inverno e maior no
verão, não está disponível durante a noite e é afectada pela presença de nuvens. Quando
se pensa na utilização da energia solar tem de se ter em conta estes factores, por vezes
não pode ser utilizada e tem de se procurar sempre a maneira mais racional para a sua
captação e utilização.
O aproveitamento desta energia em forma de calor leva a aplicação de um fenómeno
físico conhecido denominado de efeito estufa. Este efeito consiste no impedimento de
fuga para o exterior da energia resultante da reflexão na superfície de um objecto, um
colector no caso deste estudo. Isto consegue-se com aplicação de um cristal que permite
a passagem da energia solar mas impede a sua reflexão. Deste modo consegue-se um
melhor aproveitamento da energia solar através do aumento de temperatura na
superfície receptora, o colector.
Na figura 1 podemos perceber melhor a vantagem deste efeito
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Figura 1 – efeito estufa num colector (1)
6.1. Radiação solar extraterrestre
A radiação extra terrestre é a radiação lida acima da atmosfera terrestre, esta
radiação não é influenciada pelas nuvens existentes na atmosfera pelo que se facilmente
se pode calcular a radiação extra terrestre ao longo do ano (2).
Como é do conhecimento o movimento da Terra à volta do sol não é uma
circunferência mas sim uma elipse. Isto faz com que a radiação extra terrestre não seja
constante ao longo do ano, variando com as estações do ano.
Como mostra a figura 2 a terra está mais perto do sol no Inverno e mais afastada no
verão. Para o cálculo da radiação solar extra terrestre vão ser agora inseridos alguns
conceitos que serão explicados a tempo.
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Figura 2 – distância da Terra ao Sol em unidade astronómica (AU) (2)
A quantidade de radiação solar é inversamente proporcional ao quadrado da
distância. A unidade que mede a distância da Terra ao sol é chamada de unidade
astronómica (AU). A distância média corresponde a 1 AU que em km é igual a 1,498 *
108, verifica-se no equinócio da primavera e do Outono, altura em que o dia é igual à
noite.
Para a energia solar extra terrestre é necessário saber a distância actual, no caso
utilizado foi inserido um factor de correcção da distância da Terra-Sol. Este factor é
calculado através de dia do ano, dia esse expresso em dia juliano. O dia juliano é feito
em função do dia do ano, tem o valor de 1 para o dia 1 de Janeiro e de 365 para 31 de
Dezembro. A expressão utilizada foi formulada por Duffie e Beckman em 1980
1
2
365**2
cos*033,01−
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ Π+= d nρ
Onde dn corresponde ao dia juliano. A radiação solar extra terrestre pode ser
calculada pela seguinte expressão (2).
( ) )cos(**cos** 0 θρθ IrIG scsco r=⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=
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onde:
Isc = 1367 Wm-2 é a constante solar
Θ é o ângulo solar cenital
O valor da constante solar é conhecido e foi medido por satélites que se encontram
após a atmosfera.
Para os cálculos efectuados o ângulo solar cenital foi considerado nulo que indica
que se está a calcular a radiação extra terrestre que chega a uma superfície perpendicular
ao sol.
Vamos exemplificar a radiação que se obtém acima da atmosfera terrestre com o
recurso a três valores, dia 1 de Janeiro, 1 de Julho e 1 de Dezembro, respectivamente dia
1, 182 e 335 quando falamos em dia juliano.
Para o dia 1 de Janeiro os valores obtidos formam
968,0365
1**2cos*033,011
2=⎥
⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ Π
+=−
ρ
1344)0cos(*968,0*1367 ==Go Wm-2
Para o dia 1 de Julho os valores obtidos formam
034,1365
182**2cos*033,011
2=⎥
⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ Π
+=−
ρ
1389)0cos(*034,1*1367 ==Go Wm-2
Para o dia 1 de Dezembro os valores obtidos formam
972,0365
335**2cos*033,011
2=⎥
⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ Π
+=−
ρ
1347)0cos(*972,0*1367 ==Go Wm-2
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No total dos anos todos temos o gráfico que se apresenta a seguir correspondente a
todos os dias do ano.
Radiação extra terrestre
1320
1330
1340
1350
1360
1370
1380
1390
1400
1 20 39 58 77 96 115 134 153 172 191 210 229 248 267 286 305 324 343 362
dia juliano
radi
ação
ext
ra te
rres
Gráfico 1 – Radiação extra terrestre
Como se vai ter oportunidade de verificar estes valores foram utilizado para o
tratamento das séries temporais que serão explicadas no capítulo 9.
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19
7. Incidência Solar
Neste ponto do projecto foi realizado o cálculo da incidência solar, este ponto é
essencial num projecto de energia solar. O rendimento de um painel é bastante diferente
consoante o ângulo de incidência no painel. Este conhecimento do ângulo de incidência
permite saber que orientação devemos dar ao painel assim como a inclinação.
Com o recurso aos teste efectuados pelo instituto suíço SPF Solartechnik Prϋfung
Forschung que estão documentados na sua página de Internet
http://www.solarenergy.ch/spf.php?lang=es&fam=1&tab=1 (3) foram recolhidos todos
os dados dos painéis disponíveis de modo a serem inseridos na ferramenta projectada
para a realização dos projectos.
A título de exemplo podemos verificar na figura 3, referente ao colector solar
VitoSol 100 S25 da empresa Viessmann Werke GmbH & Co que a eficiência de um
painel é diferente consoante o ângulo de incidência.
Figura 3 – rendimento vs ângulo de incidência (3)
Para o projecto foram retirados os valores para um ângulo de incidência de 0º,
perpendicular ao colector, 10º, 20º, 30º, 40º, 50º, 60º, 70º, 80º e 90º.
7.1. Processo de cálculo
Como já foi referido anteriormente a irradiação solar que atinge uma superfície não
é constante variando consoante a estação do ano e o dia. Além destes factores que
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20
alteram a radiação transmitida pelo sol, temos também de considerar factores como a
hora e a posição do local em termos geográficos, latitude e longitude.
Ao longo da explicação do cálculo efectuado vão sendo explicados os dados que
forem utilizados e a forma como são utilizados.
7.1.1. Ângulo diário
O ângulo diário é um ângulo utilizado para nos indicar a posição da terra no plano
elíptico, este valor vai de 0º para o dia 1 de Janeiro, dia juliano número 1, e de 360º para
o dia 31 de Dezembro, dia juliano número 365.
Este ângulo é fácil de calcular partindo dos princípios atrás descritos, a seguinte
fórmula encontrada em (2) dá esse valor.
( )13652
−= d nA π (rad)
Onde dn é o dia juliano, conceito já introduzido no capitulo 5.
7.1.2. Declinação solar
O movimento da Terra em torno do sol segue uma trajectória elíptica, tal como já foi
referido, este movimento dá origem às estações do ano, tal como se pode ver na figura
4.
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21
Figura 4 – plano elíptico (4)
Na imagem está representado o eixo polar, este eixo é medido entre a linha
imaginária que atravessa os pólos e uma outra linha normal ao plano elíptico.
Para além da rotação da terra no plano elíptico, existe também uma rotação em volta
do eixo polar. Esta rotação provoca as alterações diárias da incidência solar. Do mesmo
modo este eixo é o responsável pelas diferenças que se verificam nas estações do ano.
Como foi descrito no capítulo 5 secção 5.1, a terra está mais próxima do sol no
Inverno que no verão, quando estamos a falar de uma posição no hemisfério norte. Com
esta afirmação surgem algumas questões devido a estas distâncias, tais como “Se está
mais perto no Inverno porque é que no Inverno é mais frio do que no verão?” ou ainda
“A duração do dia no verão é maior mesmo estando mais longe do sol? Como é que isso
é possível?”
A resposta a estas questões está no eixo polar. A inclinação deste eixo, que é sempre
constante e igual a 23,45 como indica a figura 4, faz com que no Inverno a radiação que
atinge a Terra seja mais obliquoa atravessando mais atmosfera, o que faz com que
tenhamos Invernos frios e verões quentes. Mais tarde vamos perceber o porquê das
diferenças na duração do dia ao longo do ano.
Tal como a inclinação do eixo polar é constante o mesmo se pode dizer se
considerarmos um eixo equatorial. No entanto o ângulo formado entre o plano
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22
equatorial e a linha que une o centro do sol ao centro da terra varia de dia para dia,
sendo este ângulo denominado de declinação solar.
Esta definição de declinação solar é um pouco confusa quando explicada em texto,
de modo que se vai proceder a uma explicação mais visual.
Para uma explicação mais gráfica vamos colocar a Terra no centro, estando o sol a
girar à volta da Terra, desenhando a esfera celeste. Com estas posições podemos
desenhar dois planos que poderão ser vistos na figura 5.
Figura 5 – movimento aparente do sol, esfera celeste e ângulo de declinação (2)
Os pólos da esfera celeste correspondem aos pontos de intercepção entre a linha que
une os pólos terrestres com a esfera celeste. A partir desta linha é possível desenhar o
plano equatorial celeste. Inserido na imagem está o plano equatorial do sol, de relembrar
que é o plano que corresponde ao movimento aparente do sol. O plano equatorial do sol
demora um ano a ser percorrido pelo sol, deste modo podemos reparar que a cada dia
que passa o ângulo formado entre a união do centro da Terra ao centro do Sol com a
linha entre o centro da Terra e o plano equador celeste varia ao longo do ano. A este
ângulo denomina-se declinação solar.
Como se verifica na figura 6.3 a declinação solar varia entre -23,5º, no solstício de
Inverno e 23,5º, no solstício de verão.
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23
Os valores da declinação solar podem ser consultados em efemérides, no entanto é
possível o seu cálculo através de equações simples. Para o projecto foi utilizada a
equação de Spencer, reportada como a mais utilizada na literatura solar.
)(*070257,0)cos(*399912,0006918,0 AsenA +−=δ
)2(*000907,0)2cos(*006758,0 AsenA +−
)3(*00148,0)3cos(*002697,0 AsenA +− (rad)
Para um melhor entendimento da inclinação solar existem equações que nos dão o
valor em graus, este é mais compreensível para a maioria das pessoas pelo habito que
existe em classificar os ângulos por graus. Apesar de se colocar aqui uma equação que
nos dá o valor em graus (4) há que ter em atenção que o para o processo de cálculo da
posição solar é necessário utilizar os valores em radianos por imposição do Excel.
)(*070257,0)cos(*399912,0006918,0(*2958,57 AsenA +−=δ
)2(*000907,0)2cos(*006758,0 AsenA +−
))3(*00148,0)3cos(*002697,0 AsenA +−
7.1.3. Equação do tempo
A rotação da terra sobre o seu eixo polar, que se recorda está inclinado de 23,45º
sobre a normal elíptica, e o movimento de translação da Terra à volta do sol dá origem
ao tempo solar verdadeiro. Quando temos um observador estático num ponto da terra
podemos considerar o dia solar como o tempo que o Sol demora a dar a volta sobre esse
observador, este tempo não é constante de 24 horas estando relacionado com a normal
elíptica e o movimento de rotação. Se considerarmos a volta da Terra ao longo da
normal elíptica temos a verificação da lei das áreas, que dá origem a que a velocidade
de translação da Terra não seja constante, facto que resulta num dia solar não uniforme.
Este ultimo ponto, de o dia solar não ser uniforme resulta na impossibilidade de o
adoptar como unidade de tempo.
De modo a superar esta dificuldade vamos proceder ao recurso de uma esfera celeste
que possui um movimento de rotação uniforme à volta do Sol. Com um movimento
uniforme a esfera fictícia demora o mesmo tempo a dar uma volta completa igual ao
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24
tempo que a Terra demora a percorrer o seu ciclo à volta do Sol, dando origem ao seu
tempo solar médio, 24 horas.
A equação do tempo descreve a diferença entre este tempo solar médio e o tempo
solar verdadeiro que varia consoante o lugar e o dia do ano. Recorrendo novamente às
equações de Spencer (1971).
)(*032077,0)cos(*001868,0000075,0(*)18,229( AsenAEt ++−=
)2sin(*04089,0)2cos(*014615,0 AA −− (minutos)
A fim de se passar o valor para horas, que é necessário para prosseguir o cálculo da
posição solar, é necessário dividir este valor por 60.
60
minEEutoss
thorast = (horas)
Apresentamos o gráfico para os valores da equação do tempo em minutos, gráfico 2,
e em horas, gráfico 3.
Equação do tempo
-20,00
-15,00
-10,00
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
1 31 61 91 121 151 181 211 241 271 301 331 361
dia juliano
min
utos
Gráfico 2 – equação do tempo em minutos
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25
Equação do Tempo
-0,3
-0,2
-0,1
0
0,1
0,2
0,3
1 31 61 91 121 151 181 211 241 271 301 331 361
dia juliano
hora
Gráfico 3 – equação do tempo em horas
Para a necessidade de um valor pouco rigoroso para a equação do tempo pode ser
retirado de um destes gráfico, no entanto para um cálculo mais rigoroso é aconselhável
a utilização da fórmula proposta por Spencer.
7.1.4. Ângulo horário
Como se sabe o planeta Terra está dividido em 24 meridianos, com origem no
meridiano Greenwich. Estes meridianos dão origem aos fusos horários existente na
Terra.
O ângulo horário é o ângulo medido entre o meridiano da hora local e a posição do
observador.
Para o cálculo deste ângulo é necessário saber qual a hora solar verdadeira, isso
consegue-se sabendo a hora solar verdadeira a que está o observador. Para este valor da
hora solar verdadeira temos de ter conhecimento de vários factores, um deles já foi
explicado que é a equação do tempo.
Um dos pontos que necessitamos de saber é a hora local, para este ponto não
necessitamos mais do que um relógio com a hora local certa, ou então escrever um valor
qualquer para a hora pois esta vai ser corrigida consoante os factores que se vão a
apresentar. Para ter um raciocínio mais visual vamos desde já escrever a equação que
nos permite saber a hora solar verdadeira (Hsol) (4).
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26
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −
+−+=15
LHLLAOETTOHsol
Na expressão temos TO, que corresponde ao que foi explicado no parágrafo
anterior, a hora local. O elemento ET corresponde à equação do tempo, valor explicado
e calculado na subsecção anterior, este valor tem de estar colocado em horas, motivo
pelo qual anteriormente se escreveu a expressão para passar a equação de tempo de
minutos para horas. AO é a hora de adianto ou atraso, caso aconteça, em função ao fuso
horário. Esta hora de adianto é decretada pelos governos em função de motivos
diversos, entre os quais se encontra a poupança de electricidade. Este é um valor que
muda durante o ano uma vez que temos dois tipos de hora durante o ano, hora de verão
e hora de Inverno. Em Portugal estes valores são de 0 horas para o horário de Inverno e
1 hora para o horário de verão, em Espanha é de 1 hora e 2 horas, para horário de
Inverno e de verão respectivamente.
Encontramos na expressão um factor que relaciona a longitude local, LL, com a
longitude do meridiano de origem da hora local em relação ao meridiano de Greenwich,
LH. De fazer notar que este ultimo valor é positivo para este de Greenwich e negativo
para oeste e é múltiplo de 15.
Esta designação de sinais vem em conformidade com os dados definido pelas
NASA que estão descritos na figura 6.
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27
Figura 6 – meridianos de fuso horário em função do meridiano de Greenwich
O cálculo do ângulo horário é agora fácil de calcular se relembrarmos que cada hora
corresponde a 15º e que este ângulo é negativo da parte da manhã, antes da 12 horas e
positivo da parte da tarde em função do meio-dia.
Não falta nada a não ser escrever a expressão para o ângulo horário que se apresenta
a seguir.
( ) 15*12−= Hsolω (º)
Mais uma vez por motivos referentes ao Excel este valor tem de ser alterado para
radianos, isto consegue-se com a utilização da função Radians.
7.1.5. Posição solar sobre uma superfície horizontal
A quantidade de radiação que atinge um ponto na Terra depende muito da posição
solar, como já foi dito esta posição depende no dia e da hora.
O sistema mais utilizado para a posição do Sol relativamente a um observador na
Terra é o sistema horizontal, sistema esse que vai ser introduzido neste trabalho. Este
sistema horizontal baseia-se numa esfera celeste em que no centro dessa esfera
encontra-se o observador, figura 7.
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28
Figura 7 – esfera celestial e coordenadas relativas a um observador, ponto O (2)
A posição do observador sobre a esfera celestial é chamada de cenith local, este
ponto encontra-se traçando uma linha normal à Terra na posição do observador, do
outro lado dessa linha temos o nadir local. O horizonte do observador, horizonte
celestial do observador é desenhado tendo como centro a Terra e com o auxílio do eixo
celestial da Terra, linha que une o cenith ao nadir, que é normal ao plano do horizonte
celestial. Na esfera celestial é possível fazer o desenho do equador celeste, este equador
é traçado pela linha do equador da Terra, ou então a colocação do pólo norte e pólo sul
celestial que dá origem a linha eixo celestial da Terra normal a esse equador. A ter em
atenção que a Terra encontra-se no centro do equador celeste. A partir destes pontos
podemos facilmente explicar os seguintes, deste modo temos:
- Latitude Φ, ângulo entre o cenith local e o equador celeste;
- Altura solar α, ângulo entre o horizonte celestial do observador e a posição
do sol;
- Ângulo cenithal θz, ângulo entre o cenith local e a linha que une o
observador ao sol;
- Declinação solar δ; ângulo entre a posição do sol e o equador celeste;
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29
- Ângulo horário ω; ângulo entre a posição do sol e o meio-dia solar;
- Azimute solar ψ; ângulo entre a projecção do sol no horizonte celestial do
observador e o sul do observador
Visto sobre uma superfície horizontal é mais fácil compreender este sistema, figura
8, no entanto é necessário fazer o esquema anterior antes de passar para um plano
horizontal. De fazer notar que este sistema não igual para todas as posições do
observador, muito pelo contrário já que cada posição do observador dá lugar a uma
esfera celestial diferente.
Figura 8 – posição do sol sobre uma superfície horizontal (4)
Com base nesta figura é possível calcular a posição do sol a partir da posição de um
observador com latitude Φ, e com ângulo horário ω. Deste modo temos as seguintes
expressões (2).
))cos(*)cos(*)cos()(*)(( ωφδφδα += sensenarcsen (º) (6.1)
αωφδφδθ −=+= 90))cos(*)cos(*)cos()(*)(cos( sensenarz
(º)
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −=
)cos(*)cos()()(*)(cos
φαδφαψ sensensenar (º)
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30
Pela convenção de sinais utilizados anteriormente temos que durante a manha, ω <0,
ψ=-ψ.
A partir destes dados é possível realizar o cálculo do ângulo de saída do sol, da
duração do dia, a hora do amanhecer e a hora o ocaso, valores que são importantes pois
indicam o tempo em que existe exposição solar.
O ângulo de saída do sol, ωs, é facilmente calculada já que nesse momento a
elevação solar é 0. Deste modo, utilizando a expressão 6.1 temos (4)
))(*)(cos( φδω tgtgars −= (º)
Este valor é sempre negativo uma vez que o amanhecer é sempre de manhã e tal
como foi dito, o ângulo horário é sempre negativo da manha e positivo de tarde.
A partir do ângulo de saída do sol facilmente de percebe que o sol quando se põe a
sua elevação é novamente 0, nesse caso o ângulo de posta do sol é simplesmente –ωs.
A partir destes valores e sabendo que quando ωs é 0 o sol está no seu meio-dia solar,
ou seja a meio do seu percurso facilmente se cálculo a amplitude do dia, So, sendo essa
amplitude
)(*2 ω soS −= (º)
Com estes três valores é possível, em hora solar, saber a hora do nascer do sol,
Hnascer, do por do sol, Hpor, e o tempo em horas que o sol demora desde que nasce até
que se põe. Para isso temos de transformar os ângulos em horas do seguinte modo.
1512 ω s
nascerH +=
1512 ω s
porH −=
O dia solar tem a duração de
15)(*2 ω s
nascerporo HHS−
=−=
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31
7.1.6. Posição solar sobre uma superfície inclinada e orientada
Após o cálculo efectuado facilmente se consegue calcular a posição do sol numa
superfície inclina e orientada, para tal temos de inserir dois ângulos novos, o ângulo de
inclinação da superfície β, e o ângulo de orientação ε.
Na figura 9 podemos ver um esquema no plano horizontal de uma superfície
inclinada e orientada.
Figura 9 – esquema no plano horizontal de uma superfície inclinada e orientada (4)
Para este cálculo é necessário em primeiro lugar traçar a normal à superfície, o
ângulo de incidência e o azimute vão ser calculados a partir dessa normal. A partir dessa
normal temos as seguintes equações para os ângulos em causa.
Primeiro para o ângulo de incidência, θs (4).
)cos(*)(*)cos(*)()cos(*)(*)(cos( εβφδβφδθ sensensensenars
−=
)cos(*)cos(*)(*)(*)cos()cos(*)cos(*)cos(*)cos( ωεβφδωβφδ sensen++
))(*)(*)(*)cos( βωεδ sensensen+ (º)
Para o azimute começa-se por calcular o azimute para uma superfície inclinada
orientada a sul, após isso adicionamos ou subtraímos o azimute do painel, se estiver
orientado a oeste subtraímos e se estiver orientado para este somamos.
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32
Para a superfície orientada a sul o seu azimute é o azimute solar, tal como foi
calculado para uma superfície horizontal. Após esse valor temos apenas de efectuar a
soma ou subtracção tal como foi escrito acima.
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33
8. Historial da radiação nos últimos anos
Para este trabalho foram utilizados dados de radiação solar medidos por 12 estação
meteorológicas espalhadas pela Galiza (5). As estações meteorológicas medem a
radiação solar em espaço de 10 em 10 minutos durante 24 horas. Para a ferramenta de
cálculo foram calculadas as médias horárias desde as 7 da manhã até às 23 horas.
A posição das estações estão apresentadas na figura 10. Como se pode verificar
estas posições abrangem a zona da Galiza, local onde a empresa onde o estágio foi
realizado trabalha.
Figura 10 – localização das estações meteorológicas (5)
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34
Após a consulta com a empresa, na pessoa do Director do Departamento de
Engenharia, foi indicado que os dados destas estações, pela localização, satisfaziam os
objectivos da empresa.
8.1. Tratamento de dados
O tratamento dos dados baseou-se na média dos dados históricos. Para teste
tratamento foram utilizadas a técnicas que serão expostas a seguir, tal como a ordem em
que foram utilizadas.
8.1.1. Médias horárias
Os dados estão disponíveis na Internet, estes podem ser consultados em
http://www.meteogalicia.es/galego/observacion/estacions/estacionsHistorico.asp?Nest=
10124&red=102 e podem ser descarregados para utilização.
Com a dispersão com que os dados são medidos das estações, de 10 em 10 minutos,
foi procedida a uma média por horas, para este ponto não se fez mais do que realizar a
soma das radiações no espaço de uma hora dividindo pelo número de medidas.
Para esta etapa foi tido em conta que, como espaço de tempo utilizado tem vários
anos, por exemplo para a estação de Alto Rodicio o espaço é de 4 anos de 2002 a 2005
foi efectuada a média horária para cada mes. Para exemplificar aqui fica uma tabela,
tabela 1, com os dados para cada ano no mes de Março e a média do mes de Março para
essa estação. O gráfico pretende mostrar que esta aproximação resulta num cálculo com
um erro pequeno.
Projecto, Seminário ou Trabalho de Final de Curso Software de cálculo para sistemas solares
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35
Mar-02 Mar-03 Mar-04 Mar-05 Media 00h-01h 0 0 0 0 0,00 01h-02h 0 0 0 0 0,00 02h-03h 0 0 0 0 0,00 03h-04h 0 0 0,012348 0 0,00 04h-05h 0 0 0,014817 0 0,00 05h-06h 0 5,963925 0 0 1,49 06h-07h 11,92785 40,15462 0,177806 0,867241 13,28 07h-08h 91,34806 119,9082 29,38171 46,82362 71,87 08h-09h 208,3299 228,9628 115,6475 164,7975 179,43 09h-10h 330,4607 316,977 220,9484 282,5285 287,73 10h-11h 437,8484 392,8411 301,5017 386,2555 379,61 11h-12h 468,0384 444,7384 379,8875 436,9288 432,40 12h-13h 489,7456 444,5902 418,9606 465,4266 454,68 13h-14h 494,6353 429,8841 404,7705 453,8607 445,79 14h-15h 397,2863 311,791 365,1478 377,8413 363,02 15h-16h 288,9355 219,7021 277,8885 330,3607 279,22 16h-17h 170,5831 128,5022 165,8082 227,6548 173,14 17h-18h 61,60253 30,70866 76,63083 110,8737 69,95 18h-19h 0,333387 0,333387 5,871301 13,89483 5,11 19h-20h 0 0 0 0 0,00 20h-21h 0 0 0 0 0,00 21h-22h 0 0 0 0 0,00 22h-23h 0 0 0 0 0,00 23h-00h 0 0 0,012348 0 0,00
Tabela 1 – média horárias no mes de Março
A tabela 1 dá origem ao gráfico 4 que permite uma visualização dos valores,
mostrando a boa aproximação neste mes. No entanto não é de esperar que todos os
meses tenham esta aproximação. Num ou outro mes verifica-se que a média não é assim
tão correcta pelas discrepâncias que existem para o mesmo mes de ano para ano. A
utilização destas médias verifica-se nas ferramentas de cálculo existentes assim como
em sites que auxiliam o cálculo destes sistemas. Deste modo o erro esperado por este
método é semelhante ao esperado noutros sistemas de cálculo. Mais tarde irá ser
descrito as mais valias que esta ferramenta de cálculo tem, para além de um sistema de
previsão da incidência solar, em relação aos outros sistemas existentes.
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36
valores e média mes Março
0
100
200
300
400
500
600
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
hora
radi
ação
Mar-02 Mar-03 Mar-04 Mar-05 Média
Gráfico 4 – média horárias no mes de Março
8.1.2. Conclusão
Neste ponto não se dá ênfase a nenhum aspecto de cálculo em concreto pois a
sua implementação é muito simples. Como já foi dito não se fez mais do que
realizar a médias de medições, este ponto do trabalho apenas se realça pela
importância que existe na radiação medida uma vez que se sabe que existem pontos
na história que se repetem.
Projecto, Seminário ou Trabalho de Final de Curso Software de cálculo para sistemas solares
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37
9. Ferramenta de cálculo
Este ponto do trabalho e do relatório junta tudo o que foi dito atrás, vamos explicar
onde cada ponto anterior entra no trabalho, como entra e em alguns casos lembrar ou
relembrar a sua importância.
Este capitulo vai ser organizado tal como está na ferramenta de trabalho, deste modo
é possível seguir a explicação e ao mesmo tempo que comprova na ferramenta de
cálculo.
9.1. Informação pessoal
Esta é a primeira página do projecto, neste ponto insere-se tanto a informação da
empresa de forma a identificar o projecto, tal como se mostra na figura 11, como a
informação do cliente necessária para o projecto, localidade, província, latitude
longitude, como mostra a figura 12. É neste ponto onde se insere o pedido do projecto,
águas sanitárias ou aquecimento, como está demonstrado na figura 13.
Figura 11 – informação da empresa
Figura 12 – informação do cliente
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Figura 13 – informação do projecto
Na informação do cliente é pedido para inserir o nome, a localização e a localidade
de modo a identificar o projecto. Neste ponto é imprescindível indicar qual a província,
a latitude e longitude do local onde se vai realizar a instalação e a altitude da localidade.
A província poderia ser um ponto desnecessário mas não o é pelo facto de ser
necessário saber a altura da capital da província, como se vai ver mais à frente.
O serviço de aquecimento de águas sanitárias, ACS, ou aquecimento, calefacción, é
independente, não é obrigatório que se façam as duas instalações, no entanto para o
sistema de aquecimento é necessário indicar o número de locais a aquecer, plantas
calefactadas, a superfície e a altura, de modo a realizar um projecto correcto.
9.2. Dados de cálculo
Nos dados do projecto começa-se a inserir os dados para efectuar os cálculos, dentro
destes estão o painel, número de painéis, rendimento do sistema, orientação e inclinação
do painel, etc. Vamos proceder a uma explicação mais pormenorizada deste ponto.
9.2.1. Dados do painel
Nos dados do painel temos de especificar qual o painel a utilizar e a quantidade de
painéis que se vão utilizar, figura 14.
Figura 14 – dados do painel
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39
Neste ponto o rendimento óptimo tal como os factores de rendimento k, k’ e a
superfície são inseridos automaticamente pela ferramenta, consoante a escolha do
painel. Como já foi referido na ferramenta estou inseridos os painéis testados pela
empresa SPF Solartechnik Prϋfung Forschung, dito no capítulo 6.
9.2.2. Rendimento do sistema
É da responsabilidade do projectista escolher o sistema que vai interligar aos
painéis. Como escolha pessoal do projectista é necessário, e já que após a escolha está
dotado dos dados de rendimentos, que insira os rendimentos do acumulador e do
circuito de distribuição, figura 15.
Figura 15 – rendimento do sistema
Estes valores são em percentagem, logo irão de 0% a 100%, sendo que estes dois
não devem ser colocados. Não existem sistemas que não têm rendimento, ou caso
existissem não seriam colocadas e estariam nas invenções mais inúteis de sempre. O
mesmo acontece para 100%, isto indicava que seria um sistema sem perdas.
No entanto este projecto é capaz de realizar os cálculos com a gama compreendida
entre 0% e 100%.
9.2.3. Orientação e inclinação dos painéis
Como já foi explicado anteriormente o rendimento de um painel varia consoante a
sua inclinação ou orientação. Neste ponto pede-se para escolher ambos os casos, figura
16.
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Figura 16 – inclinação e orientação dos painéis
A inclinação de um painel altera o rendimento consoante o dia, ou mes, do ano, uma
vez que o sol vai tendo um elevação maior no verão e menor no Inverno. Este valor de
inclinação está limitado entre 0º, horizontal, e 90º, vertical. Como é de fácil
compreensão não tem sentido colocar um painel a mais de 90º, neste caso a normal ao
painel estaria a apontar para o solo, e não para o sol.
O azimute, orientação, do painel altera o rendimento em função da hora do dia. O
sol nasce a este e põe-se a oeste. Neste caso o painel pode estar inclinado para este,
recebendo maior radiação da parte de manha, ou para oeste, recebendo maior radiação
da parte de tarde. Caso não se insira uma orientação é indicado por defeito que o painel
está orientado a sul.
9.2.4. Umbral de radiação
Este valor indica apenas o ponto inicial de radiação a partir do qual os painéis
entram em funcionamento. A título de exemplo, se colocarmos o valor 100 no umbral
de radiação, significa que o painel só tem rendimento com valores de radiação
superiores a 100.
9.2.5. Estação meteorológica
Neste ponto procede-se à escolha da estão meteorológica mais próxima do local.
Este é um ponto importante porque através desta escolha a ferramenta de cálculo vai
automaticamente indicar qual a radiação esperada, e a temperatura mínima esperada.
Este ultimo ponto da temperatura mínima vai ser explicado quando for utilizado no
cálculo para uma melhor compreensão.
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9.2.6. Tipologia de consumo
O consumo de água quente é diferente de local para local, seja vivenda unifamiliar,
escola, hospital, etc. Neste ponto o projectista tem de indicar qual o tipo de consumo
para o qual o projecto está a ser dimensionado. É do mesmo modo necessário indicar o
número de utilizadores da instalação.
Estes consumos estão pré estabelecidos em regulamento (6), neste caso com a
inserção do tipo de consumo e número de utilizadores a informação fica completa,
figura 17
Figura 17 – tipologia de consumo
9.3. Cálculos
O sistema de cálculo da instalação solar tem vários passos, deste modo vamos
continuar como se tem feito até aqui por partes e imagens para melhor compreender o
que se pretende explicar.
9.3.1. Irradiação média
A irradiação média é um dado que se insere automaticamente, isto acontece pelos
dados inseridos. Para este ponto o cálculo explicado no capítulo 7, mais precisamente na
subsecção 7.1.1, tem importância fundamental.
Os dados de irradiação média estão inseridos por estação meteorológica, deste modo
quando se escolhe a estação mais próxima, figura 18, do local a tabela representada na
figura 19 fica automaticamente preenchida.
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Figura 18 – estação meteorológica
Figura 19 – irradiação média para a estação Alto Rodicio
De ter em atenção que a escolha da estação meteorológica é realizada na altura em
que se insere os dados para o cálculo, como explicado na subsecção 8.2.5.
9.3.2. Irradiação corrigida com a inclinação
Neste ponto é necessário ter em conta o albedo. Para este ponto a norma espanhola
tem valores referentes ao coeficiente de albedo, isto é, após saber-se a radiação média
utilizam-se coeficientes tabelados que nos dão a radiação média mais o que é absorvido
pelo painel através do albedo.
Como a empresa está sediada e trabalha na Galiza, apenas é necessário saber os
coeficientes para duas latitudes, 42º e 43º, figura 20.
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Figura 20 – coeficientes a que acresce a radiação (6)
Com estes factores apenas é necessário realizar uma interpolação através de uma
recta para saber qual o valor para a latitude do local, latitude essa indicada na
informação pessoal do projecto, e para a inclinação do painel, indicada nos dados para o
cálculo.
Primeiro passo da interpolação é encontrar automaticamente os valores que são
necessários para interpolar, os valores maior e menor, mais próximo da inclinação do
painel. Após isso teremos de interpolar para a latitude do local, para este ponto os
valores de 42º e 43º são fixos.
A multiplicação de cada valor, cada valor da figura 8.9, com os valores encontrados
pela interpolação para cada mes dá a irradiação corrigida.
Um exemplo do cálculo será mostrado com o recurso a figuras retiradas da
ferramenta de Excel. Com a latitude e inclinação do painel como mostra a figura 21
temos os valores de correcção indicados na figura 22, após a interpolação indicada
acima. Com estes valores mensais multiplicamos pelos valores indicados na figura 8.9,
e temos o resultado indicado na figura 23.
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Figura 21 – latitude do local e inclinação do painel
Figura 22 – valores de correcção
Figura 23 – valores corrigidos para a inclinação e latitude
9.3.3. Ângulo de incidência longitudinal e rendimento dos painéis
O ângulo de incidência, que está explicado no capítulo 6, é agora necessária de
modo a corrigir a irradiação absorvida pelo painel. Neste momento tem de estar
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escolhido o painel que se pretende testar. Para a representação de cálculos vamos
escolher o painel da Viessmann Vitosol 250, como mostra a figura 24, apenas um
painel.
Figura 24 – painel escolhido para exemplo, um painel
A latitude e longitude do local estão escolhidas na figura 21. Deste modo para cada
hora do dia, e utilizando um valor médio para cada mes, de dia 15 de cada mes, para se
calcular a posição solar temos a figura 25 que mostra os ângulos de incidência.
Figura 25 – ângulo de incidência longitudinal
O painel da Viessmann escolhido tem a seguinte curva de rendimento em função do
ângulo de incidência (3), figura 26.
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Figura 26 – factores de ângulo para o painel Vitosol 250 (3)
Como os valores que se conseguem ler do gráfico são de 10 em 10 graus é
necessário proceder a um interpolação através de uma recta que passa pelos valores
mais próximo, valor maior e valor menor. Deste modo temos uma aproximação para o
valor dos ângulos que se apresenta na figura 25.
Os valores que se encontram para o rendimento estão representados na figura 27.
Figura 27 – rendimento longitudinal do painel
9.3.4. Ângulo de incidência longitudinal e rendimento dos painéis
Este cálculo é em tudo semelhante ao anterior, a diferença está na utilização dos
valores de rendimento do painel e o ângulo de incidência que se passa a utilizar o
ângulo de azimute para o painel.
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Deste modo não se pretende estar a repetir o que foi dito passamos a apresentar
apenas o ângulo de incidência transversal, figura 28, e o respectivo rendimento do
painel, figura 29.
Figura 28 – ângulo de incidência transversal
Figura 29 – rendimento transversal do painel
9.3.5. Irradiação média corrigida com coeficientes longitudinais e transversais
Este é um ponto bastante simples, após termos os rendimentos longitudinais e
transversais actualizam-se os valores de irradiação recolhida pelo painel. Isto consegue-
se multiplicando o valor de cada célula da figura 23 com os de cada célula das figuras
27 e 29.
Com esta operação ficamos com os valores mostrados na figura 30.
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Figura 30 – irradiação média corrigida com os coeficientes de rendimento longitudinal e
transversal
Na última linha temos a irradiação média corrigida que se espera por mes. Estes
valores serão necessário e como tal ficam desde já calculados, no entanto quando estes
forem utilizados explica-se como se utilizam.
9.3.6. Energia global recolhida pela instalação
Estamos agora em condições de calcular a energia recolhida pela instalação, para
isso é necessário multiplicar a irradiação média corrigida, figura 30, e a superfície total
dos painéis da instalação, figura 24, célula onde está o total.
Este é um cálculo bastante simples de se efectuar, ficando os resultados, com os
valores que temos dado, descritos na figura 31
Figura 31 – energia global recolhida pela instalação
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Este ponto mostra, para além da energia por hora, a energia recolhida por dia,
Wh/dia, por mes, kWh/mes, e por ano, a soma de todos os meses.
9.3.7. Necessidades da instalação para água quente sanitária
A instalação pode servir para um uso total ou parcial, é neste ponto que é necessário
saber e indicar qual vai ser a ocupação do sistema. Na figura 32 temos um resumo das
necessidades que serão explicadas uma a uma.
Figura 32 – necessidades da instalação e dados necessários
9.3.7.1. Ocupação
Este é o único ponto onde o projectista pode alterar, a ocupação do sistema pode não
ser total, inferior a 100%. Como tal o projectista na altura de recolher os dados do
cliente tem de saber se o cliente quer a ocupação a 100% ou menos.
9.3.7.2. Temperatura da água da capital
A temperatura média da água da capital de província está tabelada nas normas
espanhola (6). Deste modo a ferramenta de cálculo faz a busca da temperatura da água
da capital de província. A figura 33 mostra os valores da tabela de regulamento.
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Figura 33 – temperatura média da água da rede (6)
Como se pode verificar, no nosso caso escolhemos a capital de província
Pontevedra, temos os dados correctos.
9.3.7.3. Temperatura da água na localidade
As tabelas existentes na norma apenas se aplicam às capitais de província, no
entanto a norma tem um fórmula para uma localidade que não seja capital de província
(6), essa formula contempla as altitudes, motivo pelo qual elas têm de ser inseridas no
inicio, figura 8.2.
zBTT capitallocalidade ∆−= *
- ∆z, corresponde à diferença de altitude entre a localidade e a capital de
província,
- B, é uma constante que nos meses de Abril a Setembro toma o valor de
0,0033 e de 0,0066 nos restantes meses.
9.3.7.4. Número de dias do mes
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Neste ponto estão os dias que cada mes tem. Como se pode reparar o mes de
Fevereiro tem o valor fixo de 28 dias, isto deve-se ao facto de o sistema estar a
funcionar com a radiação sempre para 28 dias ignorando deste modo os anos bissextos.
9.3.7.5. Consumo de água por mes
O consumo de água por mes esperado não é mais do que o cálculo do consumo da
instalação a multiplicar pelo numero de meses e a taxa de ocupação.
9.3.7.6. Energia necessária
Os dois últimos pontos são a energia necessária para satisfazer o consumo, este
calcula-se primeiro em kilocalorias e depois passa-se para kilowatt-hora.
O cálculo em kilocalorias é encontrado aplicando a fórmula
)45(*/ TE localidademeskcal aconsumoágu −=
O número 45 da fórmula é a temperatura a que queremos utilizar a agua, esta
temperatura é aconselhada a 45º.
A passagem para kilowatt não é mais do que dividir este valor por 860, constante
que realiza a passagem entre unidades.
9.3.8. Poupança energética
Neste instante, com tudo o que foi efectuado anteriormente podemos verificar a
poupança energética que conseguimos com os painéis escolhidos para a instalação. Na
figura 34, temos o quadro da poupança energéticas, tal como foi feito anteriormente
explicaremos ponto a ponto posteriormente.
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Figura 34 – poupança energética
9.3.8.1. Energia recolhida
A energia recolhida já foi calculada na subsecção 8.3.6, aqui apenas temos os
valores mensais reorganizados para uma melhor percepção de cálculo.
9.3.8.2. Temperatura exterior
Aqui temos as temperaturas exteriores em hora de sol, estes valores são conseguidos
pela pesquisa por capital de província, na figura 35 temos as temperaturas exteriores
numa tabela de normas espanholas (6).
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Figura 35 – temperatura ambiente em horas de sol das capitais de província (6)
9.3.8.3. Rendimento do painel
O rendimento de um painel não é óptimo, este é calculado em função do seu
rendimento óptimo, a diferença de temperatura e a irradiação. A fórmula seguinte
apresenta como se calcula o rendimento do painel.
IItk tk ∆−
∆−=
2'
0**ηη
Os factores representados por η0, k e k’ são dados do painel, estes estão disponíveis
automaticamente quando se escolhe o painel. Estes valores podem ser vistos na figura
8.4.
O factor ∆t, é a diferença entre a temperatura a que o sistema vai funcionar, valor
aconselhado de 45º, e a temperatura exterior.
A irradiação, I, já foi calculada e está disponível na figura 8.20 em médias.
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9.3.8.4. Energia útil
A energia recolhida pelo painel não é toda utilizada, isso apenas aconteceria se o
rendimento do painel fosse óptimo. Para se saber a energia que realmente é recolhida
pelo painel, temo de multiplicar a energia recolhida pelo rendimento do painel.
η*EEutil =
9.3.8.5. Energia para uso
Após existirem perdas no painel temos que a energia útil do painel não vai estar toda
disponível para uso, existirão perdas no sistema, perdas essas já declaradas na subsecção
8.2.2. A energia disponível para uso será calculada com a energia útil e o rendimento do
sistema.
ηη ãodistribuiçacumuladosutiluso EE **=
9.3.8.6. Poupança
A poupança que se consegue é calculada primeiro em termos virtuais, isto deve-se
ao facto de existirem poupanças acima dos 100%. Quando temos um energia disponível
para uso superior à energia necessária, vamos ter poupanças acima de 100%, esta
poupança não é a mais correcta visto que o excedente não é utilizado, existe a poupança
real, a energia realmente coberta pelo sistema, e o excedente, em casos que se tenham
energias disponíveis superiores à necessária.
EEpoupançanecessário
usovirtual
=%
%100%% −= poupançaexcedente virtual
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No cálculo da percentagem excedente não existem valores negativos, isto é, se o
sistema tiver uma poupança virtual inferior a 100% o excedente é nulo.
excedentepoupançapoupança virtualreal
%%%−=
Este cálculo acontece para existir maior sinceridade na poupança, não é honesto
dizer que se vai poupar de energia 150% quando apenas se vai utilizar 100%, os outros
50% são desperdiçados ou reaproveitados. O aproveitamento do excedente vai ser
utilizado, no entanto até ao término do prazo para entrega deste documento não foi
ainda adicionado à ferramenta apresentada.
9.3.8.7. Energia não consumida
Este valor da energia não consumida refere-se à energia que não se vai consumir
através de electricidade, combustíveis, etc, mas sim através do sistema solar. Esta
energia é fácil de calcular, uma vez que utilizamos a energia para uso, quando esta é
menor que a energia que necessitamos, ou a energia que necessitamos, quando esta é
menor que a energia para uso.
9.3.9. Resumo de resultados para aquecimento de água sanitária
Antes de mostrar os resumos do resultado para o aquecimento de água sanitária
convém explicar que o cálculo é efectuado, em primeiro lugar, tendo em vista a
utilização para este aquecimento.
O aquecimento de água sanitária é necessário durante todo o ano para um sem
número de aplicações, por outro lado o aquecimento climático nem sempre é necessário,
durante os meses de maior calor este é dispensado sendo utilizado máquinas de
arrefecimento.
Como o investimento no sistema ainda é considerado elevado não faz sentido estar a
investir para se utilizar a energia gerada apenas alguns meses.
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Podemos após este parêntesis apresentar o resumo dos resultados a que se chegam
para o aquecimento de água sanitária. Este quadro de resumo está disponível na folha de
dados de modo a ser entregue ao cliente. Na figura 36 temos o resumo apresentado.
Figura 36 – resumo de resultados para aquecimento de água sanitária
Este resumo não é mais do que a selecção de alguns resultados do ponto anterior
para melhor compreensão do cliente.
No resumo que se apresenta ao cliente está ainda disponível o rendimento global do
sistema, assim como a poupança que se consegue por painel.
O rendimento global do sistema é a energia que se poupa noutras fontes de energia,
a energia fornecida pelos painéis, total da figura 36, em relação à energia total recolhida
pela instalação, total anual da figura 31.
A poupança por painel é a energia fornecida pelos painéis a dividir pela superfície
total, isto dá-nos quanto poupamos em cada painel.
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10. Tratamento de séries temporais
Este é um ponto que ficou um pouco aquém do esperado. Isto acontece pelo facto de
a previsão climática ser muito incerta, não se sabendo a longo prazo o que irá acontecer.
Para o projecto o objectivo era encontrar a previsão para um ano, o que se verificou
impossível, no entanto acredito que o método seguido nos permite calcular a previsão a
curto prazo, inferior a um dia, o que poderá ser interessante no aspecto informativo.
Este prazo de previsão não serve os interesses da empresa pelo facto de ser necessário
um ano de previsão para realizar o projecto.
Apesar dos resultados não serem os melhores irão ser apresentados aqui alguns
métodos de previsão de séries temporais de modo a ser possível o recurso deste
documento para outros fins.
10.1. Introdução sobre séries temporais
Uma série temporal é um conjunto de observações feitas ao longo do tempo. O
objectivo destas análises é ter o conhecimento de um comportamento padrão de modo a
prever a sua evolução futura. Na generalidade as séries temporais estão associadas a
fenómenos aleatórios, o que implica que temos de associar à série temporal um modelo
probabilístico, é costume aplicar a frase cujo autor é desconhecido e que explica muito
bem a dificuldade e a incerteza que rege as séries temporais e a previsão da evolução
futura “forecasting is the art of saying what will happen, and then explaining why it
didn't”.
Existem dois tipos de séries temporais, contínuas e discretas. Como facilmente se
percebe uma série temporal contínua é realizada ao longo do tempo, por outro lado
numa série discreta as medidas são efectuadas em intervalos de tempo, regularmente
esses espaços temporais são igualmente espaçados.
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10.2. Tratamento de dados
Os dados disponíveis estão medidos de 10 em 10 minutos, o que provocava um
conflito no Excel em termos de número de dados, já que os valores correspondem a 4
anos, o que dariam 210240 dados.
Para se resolver este problema foram calculadas as médias semanais, isto acontece
devido ao facto de a ferramenta de cálculo ter sido pensada em primeiro lugar para
resultados em semanas em vez de meses, ideia essa que posteriormente foi abandonada
mas poderá vir a ser realizada no período de Agosto, uma vez que o contrato apenas
termina no fim desse mes.
As médias semanais foram calculadas do seguinte modo. Tendo os dados o espaço
de 10 em 10 minutos e alguns valores faltante e outros pouco credíveis foi realizada a
média espaçada a fim de filtrar os erros.
Primeiro foram aproveitados os dados já calculados anteriormente, de hora a hora,
isto permitiu que as noites tivessem menos peso, após isso foram calculadas as médias
de duas em duas horas, de três em três até chegar à média diária. Com as médias diárias
calcularam-se finalmente as médias semanais.
Com estes valores e após o estudo gráfico da série, que se assemelha a um co-seno,
foi possível encontrar uma função que serviu posteriormente para encontrar a radiação
para um ano. O gráfico 5 mostra os valores da série, valores semanais, e a função co-
seno à qual se pretendeu associar a série.
médias e coseno
0100200300400500600700800900
1 14 27 40 53 66 79 92 105118131 144157 170183196
semana
radi
açã
valores semanaisfunção coseno
Gráfico 5 – médias semanais e aproximação a um co-seno
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Esta aproximação a um co-seno foi considerada razoável, no entanto não satisfaz o
desejado neste momento, mais tarde voltou a ser utilizado como se vai ter oportunidade
de verificar. Esta função foi calculada com base em apontamentos de Métodos
Observacionais em Climatologia e Meteorologia de Mesoescala, no curso ministrado
pela Dra. Leila M. Véspoli de Carvalho. Na secção 9.4 vamos explicar como se fez esta
aproximação.
10.3. Valores utilizados
Apesar destes valores terem sido calculados não foram utilizados desta maneira, esta
é uma série que apresenta sazonalidade e tendência. Foi efectuada uma tentativa de
modo a eliminar ou controlar estes fenómenos.
Sazonalidade é caracterizada pela variação anual que existe na radiação, como já foi
explicado esta é maior no verão e menor no Inverno, e percebe-se perfeitamente pelo
gráfico 9.1.
A tendência é mais complicado de se observar, esta é caracterizada por uma
mudança do nível médio ao longo do tempo. Isto pode-se verificar pelos segmentos de
recta presentes no gráfico 6 que correspondem à média de cada “ciclo”.
tendencia
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1 12 23 34 45 56 67 78 89 100 111 122 133 144 155 166 177 188 199
semana
radi
ação
Gráfico 6 – tendência
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Para evitar estes fenómenos foram calculadas as diferenças entre a radiação extra
terrestre, já calculada no capítulo 5, e os dados.
10.4. Analise de Séries Temporais
O primeiro passo para a análise de uma série temporal é realizar o estudo gráfico da
série em questão. A observação gráfica permite conhecer o aspecto evolutivo da mesma.
O estudo comportamental de uma série temporal implica a utilização de
metodologias diversas. Deste modo poderá ser possível prever a evolução futura da
série.
Dos métodos existentes para o estudo de séries temporais que se vão expor utilizar-
se-ão duas terminologias, modelização por componente e Box-Jenkins.
10.4.1. Modelização por componentes
A modelização por componentes permite identificar quatro componentes teóricas,
não sendo obrigatório a existência de todas. Estas componentes denominam-se de
tendência, Tt, estacionalidade, Et, ciclos, Ct, e resíduos, Rt.
Cada uma das componentes acima descritas é uma função do tempo. A análise por
componentes consiste na separação de cada componente e verificar como elas se
conjugam para formar a série inicial.
A tendência pode ser definida como variação a longo tempo do nível médio. A
dificuldade que se pode encontra na modelização da tendência está ligado aos dados,
Como a definição indica, variação a longo tempo, pode tornar complicado descobrir a
tendência, por exemplo se um série sofre uma alteração do valor médio num espaço de
20 anos, é complicado verificar a tendência correcta se os dados se reportarem a um
período inferior a esses 20 anos.
A estacionalidade representa a variação que se repete em curto períodos de tempo.
Este componente está habitualmente ligado ao ciclo das estações do ano.
Como ciclos percebe-se outras alterações cíclicas que não se inserem na
estacionalidade.
Projecto, Seminário ou Trabalho de Final de Curso Software de cálculo para sistemas solares
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61
Os resíduos de uma série temporal é o ultimo componente de uma série temporal,
após a remoção do ciclo, da tendência e da estacionalidade, surgem por vezes sinais
aleatórios.
Para os vários componentes da série são utilizados modelos tais como linear, medias
móveis, diferenças finitas, etc.
Os modelos que são usualmente propostos neste tipo de modelização são
denominados de aditivos e multiplicativos.
Yt = Tt + Et + Ct + Rt, modelo aditivo
Yt = Tt * Et * Ct + Rt, modelo multiplicativo
Um modelo aditivo pode ser interpretado como um modelo em que a
estacionalidade modifica a ordenada na origem da tendência, no modelo multiplicativo a
tendência, para além de alterar a ordenada da estacionalidade na origem muda a
pendente.
10.4.2. Box-Jenkins
O método Box-Jenkins foca o esforço da análise de séries temporais para determinar
o modelo probabilístico que rege a série ao longo do tempo. Este método parte do
princípio que não se consegue identificar todos os componentes da série, focando o
estudo no resíduo.
Este método baseia-se na identificação do modelo, a estimação dos parâmetros e a
validação do modelo.
Para este tipo de abordagem é necessário estudar em primeiro lugar os modelos de
comportamento que abordem o maior número de processos estocasticos. Os modelos de
comportamento que mais se destacam estão o processo de medias móveis (MA),
autorregressivos (AR), integrados (I), e a conjunções destes três últimos (ARMA e
ARIMA).
Em geral assume-se que o componente aleatório, o resíduo, segue uma distribuição
normal com média 0 e variância σ2.
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62
10.4.2.1. Médias móveis
Um modelo de média móvel, que se representa por MA(q), tem uma estrutura do
tipo, Xt = µ +α0Zt + α1Zt-1 + ... + αqZt-q. O valor presente, Xt, é uma função linear dos
valores passados dos erros. Para este método os valores de {αi} são constantes e os
valores de Z são escalados de modo a que α0 seja 1.
No método de média móvel o maior problema que se tem de enfrentar é o da
estimação dos parâmetros. Os erros são funções não lineares devido parâmetros, α0, α1,
... αq, por este motivo é necessário o recurso a sistema de cálculo numérico, uma vez
que não é possível obter uma solução analítica. Os parâmetros são calculados através de
métodos iterativos de modo a minimizar a soma dos quadrados residuais. Dado o
modelo de média móvel
Xt = µ +α0Zt + α1Zt-1 + ... + αqZt-q
E tendo os dados da série, x1, x2, ..., xn o procedimento consiste em fixar os valores
µ, α0, α1, ... αq e calcular os resíduos
xt- µ - α0Zt - α1Zt-1 - ... - αqZt-q
De um modo sequencial para t = 1, 2, ..., n assumindo que Z0=Z-1=...=Z-q+1=0.
Dados os resíduos é possível calcular a soma dos quadrados residual. É necessário
repetir este processo para valores diferentes de µ, α0, α1, ... αq de modo a escolher os
valores que minimizem a soma dos quadrados. Apesar deste processo ser efectuado por
métodos numéricos de algoritmos eficientes não é seguro que exista convergência para
um mínimo global.
Existem regras práticas que se devem ter presentes na utilização deste método. Por
vezes são necessárias muitas iterações para existir convergência ou até a convergência
ser impossível de alcançar. Neste caso deve-se para o método de modo a pensar em
alguma solução. Uma das primeiras coisas a ter em vista para resolver este problema é
verificar as estimativas, estas podem ser instáveis. Por vezes é mais vantajoso ajustar
um modelo autorregressivo aos dados mesmo que isto resulte num aumento de
parâmetros do que o modelo de médias móveis.
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63
10.4.2.2. Autorregressivo
Um processo autorregressivo, que se representa por AR(p), acontece quando o valor
actual é dependente dos valores anteriores mais o resíduo. A estrutura do processo
autorregressivo é Xt = µ + β1Xt-1 + ... + βpXt-p + εt.
Igualmente ao método de média móvel, este é um método em que se torna
necessário a estimação dos parâmetros β1, β2, ..., βp. Dado um processo autorregressivo
com média µ
Xt – µ = β1(Xt-1 - µ) + ... + βp(Xt-p - µ) + εt
E dadas n dados da série, x1, x2, ..., xn os parâmetros µ, β1, β2, ..., βp podem ser
estimados pelo método de mínimos quadrados, ou seja minimizar a soma dos
quadrados.
( ) ( ) ( )[ ]2
111 ....∑
+=−− −−−−−−=
n
ptqtptt xxxS µβµβµ
Alternativamente a este método de estimação de parâmetros existem dois métodos
aproximados.
10.4.2.3. ARMA
Um processo ARMA é quando os valores de Xt são funções lineares dos valores
passados de Yt e dos erros temos um processo ARMA, este processo é representado por
ARMA (p,q).
Para estes processos a ordem de autorregressão é o valor mais antigo dos elementos
da série, p, e do erro, q. O método tem a seguinte expressão
Xt = β1Xt-1 + ... + βpXt-p + α0Zt + α1Zt-1 + ... + αqZt-q + εt
A estimação dos parâmetros enfrenta problemas semelhantes aos verificados para o
método de médias móveis. Também neste método é necessário recorrer a processos
iterativos. Este problema aparece porque os erros {εt} são na mesma funções não
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64
lineares mas neste método são complicadas por todos os parâmetro, β1, ..., βp, α0, ..., αq.
Neste método é necessário ter em atenção o que foi dito no final de 10.4.2.1 no que
respeita a um número elevado de iterações para convergir.
O cálculo dos parâmetros pode ser conseguido pelo método dos mínimos quadrados
para os resíduos através de uma tabela de valores para os parâmetros. A escolha recai
uma vez mais no que der um valor menor. No entanto é possível outro tipo de
abordagem para o cálculo de parâmetros. Vamos considerar um processo ARMA (1,1),
cuja função de autocorrelação decai exponencialmente.
Xt - µ = β1(Xt-1 – µ) + Zt + α1Zt-1
Dados n dados, x1, x2, ..., xn escolhemos valores para µ, β1, α1, fazendo z0=0 e x0=µ e
calculamos recursivamente os resíduos.
z1=x1 + µ
z2=x2- µ - β1(Xt-1 – µ) - α1Zt-1
.....................
zN=xN- µ - β1(XN-1 – µ) - α1ZN-1
A soma dos quadrados dos resíduos pode agora ser calculada ∑=
N
ttz
1
2 . Após isto outros
valores de µ, β1, α1, podem ser testados até se conseguir um mínimo para a soma dos
quadrados dos resíduos.
10.5. Modelização através de uma função trigonométrica
Como este relatório pretende estar disponível para o público em geral vamos antes
de modelizar a série por um função trigonométrica apresentar algumas considerações
importante sobre estas funções (7).
Estas funções são funções que se estendem de -∞ a +∞, repetindo o seu valores
periodicamente de 360º em 360º, correspondem a 2π. Estas funções têm um máximo de
valor 1 e um mínimo de -1, o seu valor médio está centrado em 0.
De modo a aproximar a série a um co-seno foram ultrapassado três problemas,
alterar o argumento da função trigonométrica que é um ângulo e nós temos uma série
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65
em função de tempo, alterar os limites da função de -1 e +1 para valores que desejamos
e alterar a altura em que acontecem os máximos e mínimos para os nossos máximos e
mínimos.
O primeiro problema é ultrapassado alterando o ciclo fundamental, α, Como
sabemos que o ciclo de um co-seno é de 2π é fácil alterar a escala, isso faz-se do
seguinte modo,
tnπα 2
= , n – unidades de tempo
Para se resolver o segundo problema é necessário alterar o valor médio e os limites,
como o valor médio de uma função trigonométrica é zero apenas necessitamos de
colocar o nosso valor médio somando à série esse valor, ū. A alteração dos limites é
realizada alterando a amplitude da função trigonométrica, como a função tem valor
unitário de amplitude colocamos uma amplitude que se adapte aos nossos dados, C. A
expressão fica com o seguinte aspecto.
)2cos(*_
tn
Cuyt
π+=
O terceiro problema consiste em atrasar ou adiantar a função, isso consegue-se com
a adição ou subtracção do desfasamento que queremos. No fim temos a expressão
seguinte.
)2cos(*_
φπ−+= t
nCuyt
O nosso caso vai estar explicado no anexo A de modo a ter continuamente todo o
processo de cálculo.
10.6. Suavizado exponencial
O suavizado exponencial é uma técnica destinada a estabilizar uma série, por outras
palavras, remover o componente aleatório (8). Esta técnica consiste na construção de
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66
outra série, uma série suavizada St, partindo dos dados iniciais, Yt. Esta nova série tem a
seguinte expressão.
SYS ttt 1)1(−
−+= λλ
De um modo recursivo, temos que St-1 é
SYS ttt 211)1(
−−−−+= λλ
Continuando a construção da série vamos encontrar um problema com o valor S0,
este valor toma o valor Y1.
No final a nova série suavizada tem a seguinte expressão.
...)1()1( 22
1 +−+−+=−− YYYS tttt
λλλλλ
=−+−++−+ −− SYY tt
iti
011 )1()1(...)1( λλλλλλ
SY tt
iit
i0
1
0)1()1( λλλλ −+−= ∑
−
=−
Deste modo a previsão corresponde ao valor St, que é como quem diz Yt+1.
Da expressão anterior podemos concluir que o valor a prever, St, é resultado de uma
média ponderada dos valores do histórico. Este tipo de previsão atribui que o erro entre
o valor previsto e o valor real é devido à componente aleatória, isto não nos leva a
concluir algo que não saibamos. Aqui se verifica que o autor anónimo que construiu a
frase apresentada no início do capítulo tinha razão no que dizia.
Continuando este processo de explicação do suavizado exponencial temos de
explicar o factor λ que aparece na série suavizada. Este valor, chamado de coeficiente
de ponderação indica se estamos a dar preferência aos valores mais antigos ou mais
recentes da série, λ maior ou menor respectivamente. Este coeficiente de ponderação
tem valores no intervalo de 0 a 1.
A titulo de explicação mais intuitiva temos que se a série se mantém estável
devemos dar preferência a um valor pequeno para λ, uma vez que um valor pequeno
amortece bastante a oscilação aleatória da série. Caso a série tenha oscilações muito
grandes devemos escolher um coeficiente elevado.
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67
A suavização exponencial aparece como alternativa ao método de médias móveis.
Não obstante este método de suavizado exponencial não elimina o uso de médias
móveis, uma vez que como todos os métodos tem vantagens e desvantagens.
Entre as vantagens existentes no suavizado exponencial está o facto de não existir
perda de informação, todos os valores do histórico são considerados neste método.
Outra vantagem importante neste método é o facto de ser possível seguir séries com
tendências que oscilem muito.
Nas desvantagens deste método, está entre outras, uma que tem em causa a
estacionalidade, o método não é capaz de remover a estacionalidade o que implica que
não consiga suavizar a oscilação. Para combater estas desvantagens foram
desenvolvidos métodos que não foram considerados no trabalho mas que são citados
aqui para caso o leitor queira ir mais longe neste capítulo de séries temporais, estes
métodos foram desenvolvidos por Brown e Winter.
10.6.1. Escolha do coeficiente de ponderação
Como já foi dito este coeficiente indica se pretendemos dar relevo aos valores mais
antigos ou mais recentes da série, no entanto continua a duvida de qual o melhor valor
para este coeficiente. A escolha consegue-se já que queremos minimizar os erros de
ponderação, destes erros destacam-se os mais importantes.
Um dos erros mais importantes é o erro quadrático médio, este erro é a média dos
quadrados dos erros da previsão, pela fórmula seguinte percebe-se melhor o que se quer
dizer.
( )1
2
2
−
−= ∑ =
nMSE
n
t tt SY
Outro erro importante é o erro médio absoluto, este é a média da soma dos valores
absolutos dos erros da previsão. Mais uma vez a compreensão é mais simples pela
exposição da fórmula.
12
−
−=
∑ =
nMAE
n
t tt SY
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68
10.7. Método de Brown
O método de Brown é baseado no método de suavizado exponencial, este método
surgiu pelo facto de o suavizado exponencial não conseguir seguir séries que
apresentam tendência. Para ultrapassar este problema Brown elaborou uma metodologia
que combina o suavizado exponencial com a estimação de tendência. Vamos supor uma
tendência linear de modo a clarificar o método.
Yt = a + bt + ε
Esta equação pode ser interpretada como uma componente aleatória, ε, unida a um
modelo de previsão, a + bt. Utilizando a expressão do modelo de previsão atrás descrito,
a + bt, e relembrando que a série de suavizado exponencial tem a expressão
SYS tt
iit
it 0
1
0)1()1( λλλλ −+−= ∑
−
=−
podemos substituir a tendência Yt-i pela sua expressão Yt-i = a + b(t-i) obtemos para a
série de previsão
( )[ ] =−+−+−= ∑−
=SS t
t
i
it
itba0
1
0
)1()1( λλλλ
=−+−−−+= ∑∑−
=
−
=St
t
i
it
i
i ibbta 0
1
0
1
0)1()1()1()( λλλλλ
A partir deste ponto temos de ter dados suficientes para se considerar que a série é
grande. Com a consideração anterior, t grande, verificamos a convergência das séries
anteriores.
λλ 1)1(
1
0→−∑
−
=
t
i
i
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2
1
0
1)1(λ
λλ −→−∑
−
=
t
i
ii
0)1( →− tλ
Em consequência das convergências a série fica
bYbbtaS tt λλ
λλλ −
−=−
−+=11)(
~
2
Observamos que a série ponderada dos dados cronológicos com tendência linear é uma
recta paralela aos dados com espaçamento de bλ
λ−−
1 .
Se voltarmos a suavizar a nova série do modo descrito na secção 10.6, termos uma nova
série que é dada por
( ) '1
' 1 −−+= ttt SSS λλ
e desenvolvendo como se desenvolve desde o inicio desta secção chegamos a
bYbSS ttt λλ
λλ −
−=−
−=121 ~
'
Subtraindo St com St’ temos
( )'^^
'
11
tttttt SSbbSS −−
=⇔−
=−λ
λλ
λ
Se dispusermos do valor da série para um tempo t, podemos dizer o incremento do valor
da série por unidade de tempo, tb^
. A partir desse valor é possível a previsão para um
período de tempo igual a t + T, isto consegue-se fazendo
TbYY ttTt *^~~
+=+
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70
De relembrar que para a explicação deste método a tendência foi modelizada por um
recta.
10.8. Método utilizado
O método utilizado foi baseado em médias móveis, para este método foi seguido um
exemplo que se adopta, de certa maneira, ao caso em estudo (8). Como o caso de estudo
é dotado de bastantes dados, este exemplo vai ser feito com pequenos exemplos e partes
de imagens de tabelas e gráficos. Penso a explicação que se segue é elucidativa, mas
caso o leitor ache complicado pode solicitar os ficheiros Excel que estarão disponíveis
na minha página pessoal, pagina essa que pode aceder pelo link no endereço
https://www.fe.up.pt/si/alunos_geral.formview?P_COD=980503023.
10.8.1. Dados
Como já foi dito os dados utilizados foram tratados de modo a ser eliminado a
sazonalidade, isto pensa-se ter sido conseguido ao subtrairmos à radiação extra terrestre
os valores que temos dos dados, na figura 37 podem ver o início deste cálculo. Estes
dados foram calculados pelas médias diárias. Como já foi dito, a radiação extra terrestre
é constante, já calculada na secção 6.1. Esta radiação é atenuada na atmosfera pelos
componentes existentes. Os factores que atenuam a radiação são vários dos quais
destacamos a presença de nuvens, a pressão atmosférica, a temperatura, etc. Apesar
destes dados estarem disponíveis em algumas estações meteorológicas não foram
considerados por não serem todos dados pela mesma estação, deste modo não era
possível fazer a previsão por este método. A diferença entre a radiação extra terrestre e a
radiação medida pela estação considerada foi realizada de modo a modelizar os factores
que influenciam a radiação.
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diferença entre radiação extra terrestre e valores medido
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1 29 57 85 113 141 169 197 225 253 281 309 337 365
tempo
radi
ação
Gráfico 7 – diferença entre radiação extra terrestre e valores medidos
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72
Figura 37 – radiação extra terrestre, radiação da estação e diferença, dados diários
Estes dados são origem ao gráfico 8, relembro que por motivos de espaço não se
encontra o gráfico completo.
Gráfico 8 – gráfico dos resíduos, diferença entre a radiação extra terrestre e os dados
Com o auxílio do add-in Forecasting para o Excel foram calculadas as médias
móveis, isso consegue-se facilmente através dos comandos disponíveis. A tabela vem
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com o aspecto que apresenta a figura 38 o gráfico 8 apresenta as médias móveis em
aspecto gráfico.
Figura 38 – calculo das médias móveis através do add-in Forecasting
Gráfico 9 – médias móveis
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74
Com estes valores foi calculada a estacionalidade, isto é feito do seguinte modo.
Primeiro é necessário calcular a diferença entre os dados e as médias móveis, Y-
Ymóvel. Após essa diferença o melhor a fazer é recorrer do assistente de tabelas
dinâmicas do Excel escolhendo como campo a média. Os campos que se adicionam são,
diferença e dia para dados e fila, na figura 39 temos parte da disposição da tabela e na
figura 40 temos os valores da média da tabela dinâmica e os índices de estabilidade.
Figura 39 – tabela utilizada para o cálculo dos índices de estacionalidade
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75
Figura 40 – resultado da tabela dinâmica
No gráfico 9 temos os valores dos índices de estacionalidade.
Gráfico 10 – índices de estacionalidade
De seguida partimos para o cálculo da tendência, para isto recorremos novamente a
ferramentas do Excel para se fazer uma regressão, isto está disponível em análise de
gráficos. Para a regressão temos a necessidade de ter a coluna tempo, tempo ao
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76
quadrado e médias móveis. Nos dados de entrada da regressão os valores de dia e dia ao
quadrado ficam em X e as médias móveis em Y. O quadro de resumo está na figura 41.
Figura 41 – resumo da regressão
Através da expressão abaixo escrita, foi calculada a tendência, esta está expressa na
figura 42. Na figura está representado o Y modelizado e o resíduo que serão explicados
mais tarde.
2
21* tempotempoatendencia bb ++=
Onde a, b1 e b2 são os coeficientes da regressão. Este método devia parar por aqui,
uma vez que R2 é muito baixo, no entanto prossegue-se o estudo a fim de o concluir
caso se queira utilizar este exemplo para outras séries.
Figura 42 – tabela com tendência, Y modelizado e resíduo
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77
O Y modelizado não é mais do que o índice de estacionalidade mais a tendência. Por
seu lado o resíduo é o Y subtraído de Y modelizado.
Apresenta-se no gráfico 10 o Y modelizado, a rosa, e os valores recolhidos, a azul.
Por seu lado no gráfico 11 estão os resíduos.
Gráfico 11 – valores dos dados e valores do modelo
Gráfico 12 – resíduos obtidos na modelização
Por seu lado a previsão é efectuada somando o índice de estacionalidade e a
tendência.
Uma vez tendo as previsões podemos fazer um raciocínio inverso ao que fizemos
até agora, isto é, temos a diferença entre a radiação extra terrestre e temos também os
valores da radiação extra terrestre, deste modo calcula-se a diferença entre estes dois
valores e a média semanal figura 43. Tendo também a modelização por uma função
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78
trigonométrica pode calcular uma previsão do ano seguinte. A figura 44 mostra essa
tabela.
Figura 43 – radiação extra terrestre, valores da previsão, diferença entre ambos e média semanal
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79
Figura 44 – valores da previsão
Estes valores de previsão são conseguidos fazendo
amplitudeenomédiaY previsão −+= cos
O resultado final está no gráfico 12.
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80
Gráfico 13 – previsão anual
10.9. Conclusão
Como se pode verificar a previsão não é a mais correcta, uma vez que as variáveis
meteorológicas são muito difíceis de prever, no entanto é considerado possível fazer
uma previsão para um curto espaço de tempo.
Realça-se que este ponto do relatório não está inserido na ferramenta projectada pelo
erro que implica. Durante todo o projecto foi tido em conta a honestidade e qualidade
motivo pelo qual não faria sentido colocar esta previsão.
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81
11. Conclusão
Com os problemas que se enfrentam nos dias de hoje em relação ao gasto energético
são discutidas e criadas soluções para combater este problema. A utilização de energias
renováveis está sempre presente nas soluções encontradas.
A energia solar pode ser utilizada para aquecimento, climático ou águas sanitárias
entre outros. Para se proceder a um projecto credível e rápido são necessários
conhecimentos e experiência a nível de projecto como também uma ferramenta de
cálculo que facilite o projectista.
Durante este trabalho foi efectuada uma ferramenta que garanta a qualidade do
projecto tanto quanto possível mas também que os projectistas tenham um cálculo mais
simples. Isso pensa-se ter sido conseguido com esta ferramenta, uma vez que utiliza
valores medidos pelas estações na zona da Galiza e diz a posição solar em qualquer
instante do ano. Da mesma forma os projectistas da empresa estiveram sempre em
contacto com a implementação do programa de cálculo de modo a que não acusassem
nenhum tipo de desconforto aquando da utilização do mesmo.
Os passos mais complicados no projecto tiveram em questão a posição solar e os
métodos de previsão.
A posição solar foi um problema que se conseguiu ultrapassar pelas boas relações e
explicações que existem, no entanto enfrentar questões novas levantam sempre algumas
dificuldades.
Os métodos de previsão não só foram um problema como não foi possível encontrar
a solução. No entanto como se pode ver no gráfico 14 acompanhado pela tabela 2 os
valores têm uma tendência semelhante.
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Comparação de radiação
0,00100,00200,00300,00400,00500,00600,00700,00800,00900,00
1000,00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
semana
radi
ação
previsão valores medidos média
Gráfico 14 – comparação da radiação prevista. Série temporal, média e valores medidos
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83
Semana Previsão Média Radiação Medida
1 52,50 164,7842 73,307329972 50,62 151,8939 156,41240273 80,73 183,0413 296,6542184 91,64 214,3705 264,53664535 100,49 209,925 157,31449476 164,61 264,4131 139,76744977 208,21 369,0426 191,27450388 178,65 290,481 215,8809159 258,46 235,84 286,9470988
10 293,43 392,228 253,134721411 350,77 331,8157 168,505285412 393,38 383,123 180,697003413 432,53 307,5582 221,173358314 538,41 483,8477 146,080825415 503,31 451,7702 16 602,46 348,7119 17 685,97 428,8427 18 642,72 458,9412 19 727,10 491,8063 20 772,56 493,483 21 726,96 532,3413 22 786,92 584,3255 23 861,98 607,0537 24 873,96 674,2785 25 831,25 594,9085 26 883,75 566,1015 27 863,51 607,7898 28 847,84 618,0822 29 839,21 631,6307 30 827,23 585,2313 31 787,94 622,7099 32 773,73 517,2701 33 737,41 566,5534 34 681,15 556,5046 35 640,85 499,3314 36 562,25 364,9876 37 607,44 495,1305 38 498,14 457,6269 39 447,04 445,8941 40 405,12 383,2103 41 312,41 205,1687 42 318,77 198,3827 43 258,20 181,7008 44 237,91 151,5726 45 189,27 223,5916 46 163,75 208,7167 47 101,85 190,3636 48 61,58 66,44545 49 119,19 166,9154 50 58,61 190,5042 51 65,82 175,4241 52 25,38191 110,7159
Tabela 2 – valores do método de previsão, média anual e medidos pela estação
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84
Pensa-se a titulo pessoal que um dos métodos para resolver o problema das séries
temporais não é a realização da previsão da radiação solar propriamente dita, mas sim
dos factores que a fazem reduzir na atmosfera. Outra solução possível será a diminuição
do tempo de previsão para menos de um dia.
Aconselha-se do mesmo modo a utilização de outros métodos de previsão, estes
métodos podem ser encontrados em vários livros, nomeadamente os livros consultados
para este trabalho.
Projecto, Seminário ou Trabalho de Final de Curso Software de cálculo para sistemas solares
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85
12. Referências
[1] Manuel Lopez Gallo, ”Curso de Energía Solar Térmica”, Formatec Formarción S.L. [2] Nelson Vera Mella, ”Atlas climático de irradiación solar a partir de imágenes del satélite NOAA. Aplicación a la Península Ibérica”, Universidad Politécnica de Cataluña [3] Catalogo, ”SPF Solartechnik Prϋfung Forschung” [4] Rodolfo Dufo López e José Luis Bernal Agustín, “Energía Solar Fotovoltaica”, Universidad de Zaragoza [5] Xunta Galicia, “Anuario Climatolóxico de Galicia” [6] Norma Española, “Asociación Española de Normalización y Certificación” [7] Leila M. Véspoli de Carvalho, ”Apontamento do curso de Métodos Observacionais em Climatologia e Meteorologia de Mesoescala”, Universidade de São Paulo [8] Montserrat Pepió Viñals, “Series Temporales”, Universidad Politécnica de Cataluña
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13. Bibliografia
Chris Chatfield, “The Analysis of Time Series, An Introduction”, Chapman &
Hall/CRC.
Ricardo S. Ehlers, “Análise de Séries Temporais”, Universidade Federal do Paraná
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Anexo A Modelo Trigonométrico
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Tal como descrito anteriormente vamos começar por resolver os problemas que
foram descritos em 9.4.
A fórmula final da modelização pela função trigonométrica tem o seguinte aspecto.
)2cos(*_
φπ−+= t
nCuyt
O primeiro ponto a ser tratado é o argumento, este é
12083,052*2*2
==ππ
n
Onde n corresponde ao número de unidade de tempo por ciclo, temos 4 ciclos de 52
semanas cada, como tal 52 é o valor que lhe corresponde.
O segundo problema a ser tratado era a deslocação do valor médio, ū, e a amplitude
da função, C. Este problema foi resolvido do seguinte modo.
66,4102
4972,27834,7932
minmax_
=+
=+
=u
17,3835972,2766,410min_
=−=−= uC
Por fim o desfasamento que se pretende dar à função foi feito por aproximação, esse
valor corresponde a π/2.
Finalmente a função é
)252
2cos(*17,38366,410)2cos(*_ ππφπ
−+=−+= ttn
Cuyt
Na tabela 2 mostra-se os resultados para todos os valores de tempo.
Tempo Dados 410,66+383,17*cos(2*πT/52-π/2)1 188,5315 30,290982662 188,2478 38,63143042
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89
3 166,6828 52,396974554 140,3901 71,386882435 140,6978 95,324238436 171,0625 123,8599827 415,806 156,57799788 330,4533 193,00118349 260,9572 232,5984067
10 374,825 274,792251111 132,9772 318,967435412 570,2758 364,479785813 488,7517 410,665629914 338,2282 456,851473915 399,3089 502,363824316 627,8476 546,539008617 629,6019 588,73285318 495,3006 628,330076419 260,1226 664,75326220 510,6418 697,471277721 268,2607 726,007021322 532,75 749,944377323 280,2765 768,934285224 731,6556 782,699829325 649,5599 791,040277126 609,6314 793,834005927 582,8047 791,040277128 559,0191 782,699829329 629,5802 768,934285230 728,7854 749,944377331 606,3018 726,007021332 561,7603 697,471277733 663,4968 664,75326234 538,2251 628,330076435 612,2546 588,73285336 333,3408 546,539008637 441,3032 502,363824338 265,2851 456,851473939 420,0507 410,665629940 295,2401 364,479785841 153,3 318,967435442 217,1691 274,792251143 149,3008 232,598406744 165,0108 193,001183445 178,6905 156,577997846 48,368 123,85998247 100,0117 95,3242384348 38,48224 71,3868824349 157,6675 52,3969745550 84,69186 38,6314304251 125,9501 30,2909826652 50,56117 27,4972537953 46,29316 30,2909826654 236,3007 38,6314304255 110,1365 52,3969745556 284,0798 71,3868824357 133,1059 95,32423843
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90
58 218,15 123,85998259 363,051 156,577997860 184,0714 193,001183461 156,0179 232,598406762 454,5685 274,792251163 426,0182 318,967435464 354,1855 364,479785865 278,5588 410,665629966 621,7093 456,851473967 240,0528 502,363824368 287,1386 546,539008669 216,0646 588,73285370 493,7945 628,330076471 686,3952 664,75326272 509,8772 697,471277773 692,5064 726,007021374 441,3924 749,944377375 635,5045 768,934285276 630,3396 782,699829377 566,6408 791,040277178 363,8646 793,834005979 610,0254 791,040277180 479,4349 782,699829381 660,723 768,934285282 539,9576 749,944377383 580,9181 726,007021384 589,2409 697,471277785 539,5978 664,75326286 415,1661 628,330076487 266,3801 588,73285388 392,0258 546,539008689 581,2151 502,363824390 439,6669 456,851473991 284,197 410,665629992 329,1054 364,479785893 342,8484 318,967435494 206,4444 274,792251195 112,6257 232,598406796 101,9517 193,001183497 177,3632 156,577997898 195,2889 123,85998299 142,6813 95,32423843
100 33,87109 71,38688243101 72,03832 52,39697455102 178,7155 38,63143042103 103,1716 30,29098266104 85,47779 27,49725379105 149,5253 30,29098266106 27,49725 38,63143042107 211,5926 52,39697455108 94,02643 71,38688243109 184,8394 95,32423843110 346,5565 123,859982111 357,9269 156,5779978112 361,5675 193,0011834
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91
113 290,545 232,5984067114 240,9661 274,7922511115 436,4516 318,9674354116 385,868 364,4797858117 203,1897 410,6656299118 529,2427 456,8514739119 630,7455 502,3638243120 546,5390086121 588,732853122 302,4895 628,3300764123 599,4549 664,753262124 697,4712777125 478,608 726,0070213126 650,8234 749,9443773127 743,3067 768,9342852128 793,834 782,6998293129 453,7738 791,0402771130 757,1476 793,8340059131 507,5863 791,0402771132 690,7468 782,6998293133 604,2792 768,9342852134 720,2944 749,9443773135 555,544 726,0070213136 339,686 697,4712777137 391,9678 664,753262138 632,6351 628,3300764139 529,4528 588,732853140 341,6691 546,5390086141 456,6555 502,3638243142 555,6241 456,8514739143 559,1974 410,6656299144 373,5051 364,4797858145 125,5025 318,9674354146 145,5627 274,7922511147 231,2587 232,5984067148 246,7172 193,0011834149 320,1659 156,5779978150 367,943 123,859982151 330,4466 95,32423843152 111,0782 71,38688243153 302,0164 52,39697455154 206,7284 38,63143042155 169,906 30,29098266156 198,3204 27,49725379157 274,787 30,29098266158 155,53 38,63143042159 243,7534 52,39697455160 338,9856 71,38688243161 381,0571 95,32423843162 321,8834 123,859982163 339,3865 156,5779978164 285,8319 193,0011834165 232,5984067166 498,5524 274,7922511167 318,9674354
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Porto, Julho de 2006
92
168 222,1625 364,4797858169 259,7325 410,6656299170 446,2103 456,8514739171 536,9737 502,3638243172 131,1496 546,5390086173 440,8616 588,732853174 544,1801 628,3300764175 421,2525 664,753262176 459,9301 697,4712777177 689,99 726,0070213178 712,3362 749,9443773179 769,1272 768,9342852180 541,2847 782,6998293181 709,6597 791,0402771182 533,7624 793,8340059183 730,7428 791,0402771184 743,1278 782,6998293185 631,9403 768,9342852186 351,8877 749,9443773187 748,0756 726,0070213188 578,3931 697,4712777189 671,151 664,753262190 639,9923 628,3300764191 589,238 588,732853192 392,9149 546,5390086193 501,3483 502,3638243194 569,9313 456,8514739195 520,1314 410,6656299196 534,9905 364,4797858197 199,0239 318,9674354198 224,3544 274,7922511199 233,618 232,5984067200 92,61074 193,0011834201 218,1466 156,5779978202 223,2668 123,859982203 188,3149 95,32423843204 82,35028 71,38688243205 135,9394 52,39697455206 291,8811 38,63143042207 302,6686 30,29098266208 108,5042 27,49725379
Tabela 3 – valores da função co-seno por unidade de tempo
Esta tabela dá origem ao seguinte gráfico 13
Projecto, Seminário ou Trabalho de Final de Curso Software de cálculo para sistemas solares
Porto, Julho de 2006
93
Modelo trignométrico
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1 12 23 34 45 56 67 78 89 100 111 122 133 144 155 166 177 188 199
tempo
radi
ação
Gráfico 15 – modelização trigonométrica