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ANEXO IX – RELATÓRIO DO CUMPRIMENTO DO OBJETO UNIDADE CONVENENTE: ARGONAUTAS AMBIENTALISTAS DA AMAZÔNIA CONVÊNIO Nº. 389/2007 MINC-FNC RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

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Page 1: Relatório de cumprimento do objeto

ANEXO IX – RELATÓRIO DO CUMPRIMENTO DO OBJETO

UNIDADE CONVENENTE: ARGONAUTAS AMBIENTALISTAS DA AMAZÔNIA

CONVÊNIO

Nº. 389/2007 MINC-FNC

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO

PROJETO PONTÃO DE CULTURA

REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

SUMÁRIO

Prolegômenos.....................................................................................................2

O Estado da Arte.................................................................................................3

Planejamento da Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil e I Fórum Paraense dos Pontos de Cultura......................................................................9

Articulação da Rede.........................................................................................16

Pólos e Facilitadores da Rede.........................................................................16

Portal................................................................................................................21

Vídeo Vozes Jovens da Amazônia..................................................................24

II Fórum Paraense dos Pontos de Cultura.....................................................25

Nivelamento em Desenvolvimento Local Amazônico para os Facilitadores do projeto................................................................................................................26

Fundamentos e Pressupostos.........................................................................26

Metodologia Passo a Passo............................................................................32

CNPdC e TEIA 2008..........................................................................................35

Oficina de Capacitação em Desenvolvimento Local Amazônico e Curso de Formação Sociopolítica da Juventude...........................................................36

Fórum Social Mundial 2009 em Belém...........................................................43

Oficinas de Comunicação Comunitária..........................................................47

Oficina nos Pólos.............................................................................................47

Ações Complementares..................................................................................47

Ampliação da Rede para Novos Parceiros.....................................................48

Desdobramentos da Capacitação...................................................................49

Informações Gerais.........................................................................................50

Dificuldades Encontradas................................................................................54

Síntese dos Objetivos Cumpridos..................................................................56

Síntese das Atividades Realizadas.................................................................60

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Eu mesmo, só por mim, já sou um ponto de cultura

Em mim, os vários eus se encontram

Uns dançam, outros cantam e outros fazem poesia

Uns em cena, teatram

Outros nas rodas, discutem

Outros circulam por aí tecendo, tecendo, tecendo redes de afetos

Outros defecam e me mostram onde a luz ainda não se propagou

Em mim mesmo, só dentro de mim já é suficiente para que meus sinônimos, antônimos e heterônimos, convirjam em pontos estratégicos de acupuntura social.

Zhumar Dantas, em poema declamado durante o Seminário de

Planejamento do Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil (15/05/2008).

1. PROLEGÔMENOS

Em julho de 2007, o Ministério da Cultura por meio do Programa Cultura Viva

anuncia edital de seleção para criação de Pontões de Cultura e Pontões de Cultura

Digital. A ong Argonautas Ambientalistas da Amazônia, a partir de sua vasta

experiência e do relacionamento com os demais Pontos de Cultura no Pará, resolve

empreender na elaboração de um projeto de pontão de articulação dos pontos de

cultura do Pará e Amapá.

Neste mesmo ano, nos dias 18 a 19 de agosto, véspera do prazo final para

envio de projetos, realizou-se em Belém o Encontro Regional Norte dos Pontos de

Cultura, promovido pela Representação Norte do Ministério da Cultura-MinC. O

Encontro, realizado no auditório do CEFET-PA, contou com a presença do secretário

Célio Turino, titular da então Secretaria de Programas e Projetos Culturais – SPPC

(atual SCC – Secretaria de Cidadania Cultural). Neste evento, os Argonautas

Ambientalistas da Amazônia apresentaram a minuta do projeto de pontão que

vinham articulando e ampliaram as ações de sensibilização junto a outros Pontos de

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Cultura e às entidades governamentais do Estado sobre a importância de serem

signatários deste projeto.

No dia 20 de agosto de 2007, ultimo dia para enviar o projeto ao Ministério da

Cultura, durante reunião realizada na Fundação Curro Velho, foi consolidada a

parceria com nove Pontos de Cultura e mais duas entidades governamentais

(Instituto de Artes do Pará e Fundação Curro Velho), onde assinaram a carta de

anuência de parceria com o Projeto Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil.

2. O ESTADO DA ARTE

Em 11 de Outubro de 2007, foi publicada no Diário Oficial da União, a Portaria

nº 9, com o resultado da seleção de pré-projetos para a criação de Pontões de

Cultura do Programa Cultura Viva - Ministério da Cultura, selecionando 22 projetos

enviados de todas as partes do Brasil, entre eles o de criação da Rede Amazônia de

Protagonismo Juvenil, cujo objetivo principal consistia, num primeiro momento,

interligar os 15 Pontos de Cultura do Pará e Amapá, promovendo oportunidades

para a juventude, a partir de um processo de gestão compartilhada. O projeto ficou

em sétima posição e obteve 9,5 pontos.

Em outubro de 2007, foi dado inicio um processo de sensibilização,

aproximação e comunicação com os parceiros da Rede, através de um blog

(http://pontaoredejuvenil.spaces.live.com) e no dia 24 de janeiro de 2008 foi criada a

lista de discussão Pontão Rede Juvenil ([email protected]), hoje um dos

principais instrumentos de comunicação, mobilização e interação entre os Pontos de

Cultura do Pará.

Nos dias 3 e 4 de janeiro de 2008, durante visita do Secretário da SPPC do

Ministério da Cultura, Célio Turino, para apresentação do Programa Mais Cultura

Pará e o anúncio do edital de criação dos novos sessenta Pontos de Cultura no

Pará, os Argonautas Ambientalistas da Amazônia foram convidados para apresentar

os objetivos e metas do projeto Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil aos participantes deste evento.

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Este foi um ano promissor, pois alguns pontos de cultura foram aprovados,

outros receberam sua primeira parcela de recursos, o que contribuiu para que a

meta de Pontos de Cultura na Rede, a priori, estabelecida em apenas 15 Pontos de

Cultura, aumentasse para 17. Assim, o projeto conseguiu cumprir, inclusive superar

sua meta inicial de articulação de pontos para a rede.

A missão da Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil foi de articular e

aproximar os Pontos de Cultura contribuindo, dessa forma, para que os mesmos

conseguissem desenvolver-se local e regionalmente, garantindo sua

sustentabilidade e reconhecimento. Como fruto dos avanços na aproximação desses

pontos de cultura, podemos citar a aprovação de dois projetos no Edital Ponto-a-

Ponto; a institucionalização da Comissão Paraense dos Pontos de Cultura, a

realização de dois encontros do Fórum Paraense dos Pontos de Cultura (FPPC)

com apoio da Rede; a grande circulação de informação através do portal Pontão de

Cultura Rede Juvenil (www.redejuvenil.com.br), atualmente com 311 colaboradores

no Pará e em outras regiões do Brasil; e da lista de discussão que possui

atualmente com 324 participantes (do Pará e também de outras regiões); e a

consolidação, em 2008, da maior delegação paraense em todas as edições da TEIA,

ação possível graças a parceria entre o Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil e a Comissão Paraense dos Pontos de Cultura-CPPC.

O uso da estratégia do desenvolvimento local na Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil constituiu a socialização de conhecimentos, uma nova visão

de sustentabilidade e novos laços democráticos, uma vez que traz em sua essência

a formação de redes e a construção de ambientes favoráveis para todos. A

metodologia DELA – Desenvolvimento Local Amazônico é capaz de ser incorporada

por qualquer organização – em especial nos Pontos de Cultura – e possui plenas

possibilidades de contribuir para o desenvolvimento cultural local, envolvendo todos

os atores governamentais, não-governamentais e empresariais, como parceiros em

iniciativas empreendedoras. Assim, a Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil não

apenas utilizou esta metodologia, como também a transferiu aos seus signatários e

demais parceiros.

De posse da tecnologia social DELA, os atores sociais possuem os mais

diversificados caminhos, no entanto, a partir do exercício da Comunicação

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Comunitária, que novas oportunidades e capacidades emergirão, pois além do

acesso à informação, a comunidade terá a possibilidade de informar e comunicar

suas realidades locais para a rede e para o mundo através da Internet. Nesta

perspectiva, foram executadas cinco oficinas de Comunicação Comunitária nos

Pólos Regionais, onde após capacitação técnica e dinâmica de convivência sócio-

culturais, foram produzidas mídias digitais nessas oficinas que passaram a constituir

o acervo colaborativo que alimentam o portal de conteúdo do projeto

(www.redejuvenil.com.br) e o portal de relacionamentos

http://redeamazoniajuvenil.ning.com.

O pontão Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, também contribuiu para

aproximar os Pontos de Cultura aos parceiros estratégicos do Governo do Pará,

como a Secretaria de Estado de Cultura (SECULT), a Fundação Curro Velho (FCV)

e o Instituto de Artes do Pará (IAP), assim como aos projetos e programas de

interesse para os Pontos de Cultura, a exemplo do programa de inclusão Digital

NAVEGAPARÁ, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia

(SEDECT) e a Rádio Nacional da Amazônia, através do programa Revista

Amazônica. Não podemos deixar de relatar, também, a parceria deste projeto com a

Representação Regional Norte do Ministério da Cultura, que foi de fundamental

importância para os resultados alcançados.

Fruto deste protagonismo, a coordenação do pontão Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil e a Comissão Paraense dos Pontos de Cultura, articulou

parceria junto ao programa de inclusão digital NAVEGAPARÁ para a instalação de

modernos infocentros conectados à Internet para todos os Pontos de Cultura do

Pará, o que tem representado uma ampliação das ações necessárias para a

concretização da política de cultura digital, um dos objetivos da Rede.

A articulação com as diversas redes sociais constitui um dos objetivos do

Projeto Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil. Assim

participamos das oficinas sobre o acesso à informação junto ao Fórum Brasileiro de

ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

Sustentável-FBOMS, cujo tema foi: “Fortalecer o Acesso à Informação Ambiental e à

Participação da Sociedade Civil em tomada de Decisões”, realizado no início de

2009, em Brasília/DF.

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

O estado da arte demonstra os canais eletrônicos de acesso à informação

ambiental e dos órgãos colegiados com participação social no Brasil, assim como

recomendações para fortalecer esse acesso e qualificar a incidência da sociedade

civil na definição das políticas ambientais. Reconhecemos que o acesso à

informação e a participação social em tomadas de decisão são dois fatores

fundamentais para a conquista da justiça social e ambiental. A informação é

necessária não apenas para a produção de novos conhecimentos, mas também

para que a participação social tenha qualidade e capacidade real de incidir sobre a

realidade, influenciar políticas públicas e avançar rumo a uma sociedade

democrática e sustentável.

A Agenda 21 é um dos resultados da Rio-92, quando a conferência da ONU

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento reuniu diretrizes, princípios, estratégias e

propostas de políticas, programas e ações para transformação do desenvolvimento

na direção apontada pelas idéias associadas à sustentabilidade ambiental do

planeta. Contribuíram para sua formulação milhares de pessoas e organizações em

um processo que reuniu governos, empresas e entidades da sociedade civil.

Documento composto de 40 capítulos e aceito por 179 países. Constitui-se como

uma tecnologia social capaz de impulsionar o processo de desenvolvimento gerando

ambientes favoráveis para melhoria da qualidade de vida da população local.

Cumprindo um dos objetivos do pontão, tivemos participação ativa na Rede

Brasileira de Agendas 21 Locais - REBAL, contribuindo para seu fortalecimento e,

também, para realização do encontro da Rede, em Fortaleza, onde tivemos a

oportunidade de apresentar o projeto e os Pontos de Cultura como instrumentos

para a promoção do desenvolvimento local através das expressões culturais.

Também participamos ativamente da conferência nacional de meio ambiente,

momento singular de participação da sociedade civil. A nível local, mapeamos e

articulamos as agendas 21 municipais, com o objetivo de fortalecimento da rede

regional, gerando sustentabilidade para as ações locais, em interface com o projeto,

esse será um desafio permanente para o Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil, levando em consideração o fomento ao desenvolvimento local

e sustentável.

O Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil sempre

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

interagiu muito bem com a Comissão Paraense dos Pontos de Cultura e, juntas, foi

possível gerar ambiente favorável para articular representantes para acompanhar as

discussões para formatação do edital estadual dos novos pontos de cultura no Pará,

bem como a participar do processo de avaliação do mérito dos pré-projetos para

novos Pontos de Cultura.

Ademais, o Pontão Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil articulou-se

com outros Pontões de Cultura do Brasil, como o Pontão de Cultura Digital do

Tapajós, o Pontão de Cultura Brasil Memória em Rede, o Pontão de Cultura CUCA

da UNE, o Pontão de Cultura de Convivência e Cultura de Paz, o Pontão de Cultura

Frutos do Brasil e o Pontão de Cultura Caravana Arco-íris, Pontão de Cultura

Instituto Paulo Freire, desenvolvendo ações colaborativas de interesse mútuo.

No dia 18 de outubro de 2008, das 8 as 11h no Instituto de Artes do Pará,

realizamos em parceria com o Pontão de Cultura de Convivência e cultura de Paz –

Instituto Pólis, a roda de conversa e ausculta sócio-cultural com jovens do coletivo

jovem dos Argonautas e de movimentos sociais parceiros, tais como movimento

negro, movimento de reggae, movimento feminista, skatistas, e de pontos de cultura

do Pará. A dinâmica contribui para o diálogo intercultural, a troca de experiências e

saberes, a compreensão, o respeito e a tolerância entre os jovens e a sociedade,

promovendo a convivência e a cultura de paz. Temas como sustentabilidade

ambiental, diversidade cultural, cidadania, direitos humanos, e tolerância social, com

foco na realidade amazônica, foram abordados. A água foi escolhida como símbolo

da roda de convivência.

Consolidamos a parceria com o Pontão de Cultura Brasil Memória em Rede e

a inserimos a temática sobre Patrimônio e Memória Social nas atividades do Pontão

Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil. As oficinas de memória foram

realizadas durantes as oficinas de Comunicação Comunitária realizadas nos pólos

da Rede.

Participamos em São Paulo, de 10 a 14 de agosto de 2008, do II Forum do

Brasil Memória em Rede, onde tivemos a oportunidade de interagir e trocar

experiências com outros Pontos de Cultura e movimentos socioculturais do Brasil

que atuam com as temáticas de memória com jovens e para o desenvolvimento

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

local, focos de atuação de nosso projeto. Também participamos de oficina de

formação na metodologia de coleta e registro de historias de vida, metodologia

difundida pelo Museu da Pessoa. A partir dessa capacitação, realizamos oficinas de

formação de Agentes de Memória e Desenvolvimento Local, onde de forma

inovadora, conciliamos a metodologia do Museu da Pessoa com a os principios da

metodologia DELA. Hoje, nas oficinas de Comunicação Comunitária do Pontão de

Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, os participantes aprendem a

fazer uma entrevista de historia de vida e como utilizar este registro para a

preservação do patrimônio imaterial e a memória social de suas comunidades, assim

como, utilizá-las em projetos de desenvolvimento sociocultural.

Recentemente, em abril de 2009, realizamos em Belém a exposição da

“Expedição do Redescobrimento”, projeto realizado pelo Brasil Memória em Rede –

BMR nos anos de 2007 e 2008, onde a parceria com o Pontão de Cultura Rede

Amazônica de Protagonismo Juvenil foi de suma importância para sua viabilidade,

assim como para a criação de um Pólo do BMR no Estado do Pará. Em agosto

participamos, em São Paulo, do III Forum do BMR, onde expusemos as ações

realizadas e os resultados alcançados pelos Pontos de Cultura advindo desta

parceria.

O Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil participa

também da rede de apoio estadual ao projeto Vidas Paralelas. Esta é uma proposta

de ação compartilhada nas áreas de saúde e cultura para o trabalhador e

trabalhadora realizada pelos Ministérios da Saúde e Ministério da Cultura, em

parceria com universidades publicas, centrais sindicais, educadores populares,

órgãos de assistência e saúde do trabalhador, e pontos de cultura. O Pontão Rede

Amazônica de Protagonismo Juvenil é responsável por capacitar e apoiar os

participantes do projeto no uso de multimídias para a produção de conteúdos digitais

que alimentará um site, visando contribuir para a reflexão critica das classes

trabalhadoras sobre sua realidade.

O Pontão de Cultura realizou, em parceria com a Escola de Cinema Darcy

Ribeiro (RJ), uma oficina de audiovisual, que possuiu como objetivo estimular o

debate sobre cinema e permitir àqueles que não são da área uma compreensão do

processo necessário para fazer um filme.

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Em resumo, pode-se concluir pelo relato das atividades acima, que o projeto,

por meio da cooperação e da gestão compartilhada, conseguiu atingir seus

principais objetivos e metas, tais como a articulação em rede, a ampliação do projeto

para outras organizações e iniciativas, a formação política dos pontos de cultura, a

capacitação em comunicação comunitária, o fomento ao desenvolvimento local, a

realização de encontros para intercâmbio e troca de experiências, a promoção de

ações integradas com outras ações governamentais e não-governamentais, o

fomento a criação de novos pontos de cultura e a criação de ambiente

webcolaborativo para circulação de informação e interação entre os Pontos de

Cultura.

3. PLANEJAMENTO DA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL E I FÓRUM PARAENSE DOS PONTOS DE CULTURA

No dia 15 de maio de 2008, de 9h até 21h, doze Pontos de Cultura do Pará

(Ponto Ananin; Música e Artesanato Marajoara; Mestre Cambota; Cultura de Ouro;

Galpão de Artes de Marabá; Ponto da OCA; Ponto de Cultura Ribeirinha; Ponto de

Cultura Reconquistanto a Arte, a Cultura e a Cidadania Marajoara; Ponto no Xingu;

Olhos de Ver Belém; IAÇÁ; e Ponto Amazônico), além da Representação Norte do

Ministério da Cultura, Secretaria de Estado de Cultura, Instituto de Artes do Pará,

Fundação Curro Velho, e organizações da sociedade civil como o Fórum Paraense

de Economia Solidária e o Instituto Cafuzo, reuniram-se no auditório Computer Hall,

em Belém, para o planejamento do Projeto Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil.

Este momento teve como objetivo apresentar o projeto, o plano de trabalho e

o orçamento aos membros da rede, bem como planejar, coletivamente, a realização

das ações durante o período de execução. Neste dia realizou-se, ainda, o I Fórum

Paraense dos Pontos de Cultura, que elegeu os representantes para a Comissão

Estadual e para a Comissão Nacional de Pontos de Cultura.

O planejamento foi importante para confirmar o objetivo de tornar a gestão do

projeto compartilhada e ainda contribuir para aproximar a relação entre os Pontos de

Cultura, fortalecendo a articulação entre os mesmos. Neste mesmo dia, os Pontos

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

de Cultura relataram os ativos (pontos fortes) e os passivos (pontos fracos) e as

necessidades dos seus projetos, constituindo-se um primeiro diagnóstico da rede,

que segue abaixo:

Ponto de Cultura Olhos de Ver-Belém (Belém)

O Ponto de Cultura Olhos de Ver Belém, é um projeto da Associação

Fotoativa (em convênio com o IPHAN) que desenvolve trabalho de registro

fotográfico no centro histórico de Belém. Faz um trabalho de sensibilização dos

agentes e atores sociais que interagem no centro histórico, para os problemas da

degradação no espaço. O público alvo é bastante eclético em termos geracionais,

todavia, desenvolvem e já desenvolveram dezenas de trabalhos com a juventude.

Possuem sede própria no centro histórico de Belém e por isso, estreitaram

relação com alguns atores sociais da área como taxistas, moradores, público do ver-

o-peso (pescadores, erveiras). A partir desta relação diagnosticou-se que este

público não visualiza os turistas com bons olhos, em especial os pescadores, pois

não há compra de mercadoria. Neste sentido, estudam um modo de garantir a

sustentabilidade desses pescadores, a partir da venda de aventais e camisetas com

estampas de fotografias estilizadas do mercado.

O ponto de cultura Olhos de Ver Belém, é um projeto cujo tempo de duração

do convênio é de apenas um ano. Tem como ponto forte o trabalho com a imagem,

fotografia e edição. O Ponto fraco identificado é a não experiência na gestão de

mercado, para aplicar com os vendedores do ver-o-peso, para a venda das peças

estilizadas que serão produzidas.

Ponto de Cultura Reconquistando a Arte, a Cultura e a Cidadania no Marajó (Soure)

A organização proponente deste Ponto de Cultura desenvolve trabalhos

desde 1995. A priori, iniciaram suas atividades a partir da doação de brinquedos

para as crianças carentes durante o natal. O assistencialismo social foi acumulando-

se e com isto conseguiram um carro estilo van para fazer o transporte de pessoas

enfermas até o hospital local.

O objetivo deste projeto Ponto de Cultura é promover a integração da

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

juventude através da arte e cultura, possibilitando a inclusão social. Para isto

desenvolveram, no plano de trabalho, quatro oficinas, quais sejam, inclusão digital,

onde foi instalado um telecentro e capacitaram 60 jovens; oficina de couro, levando

em consideração que o município hoje possui um milhão de cabeças de búfalos,

onde qualificaram 30 jovens; a realização da primeira feira de manifestações

artísticas e culturais; uma oficina de artesanato, a partir da arte da cerâmica

marajoara, onde identificaram a necessidade do resgate; e também oficina de

dança.

Considera como pontos fortes, a especialidade em artesanato em couro, a

cerâmica e a dança, e como ponto fraco a dependência do repasse de recursos da

parte do Ministério da Cultura, pois já realizaram a prestação de contas, no entanto,

até o presente momento não repassaram a última parcela.

Ponto de Cultura Museu do Marajó (Cachoeira do Ararí)

O foco deste Ponto de Cultura está centrado na música, na cerâmica

marajoara, nas manifestações religiosas, no folclore e nas folias do Marajó. Criaram

a Escolhinha de Música Giovanni Gallo e pretendem, através deste projeto, realizar

diversas oficinas de música em Cachoeira do Ararí.

Pondera como especialidade (ponto forte) do Ponto a música, as

manifestações culturais e religiosas do Marajó. Não identificaram nenhum ponto

fraco. Mas pela nossa observação, apontamos como ponto fraco a rotatividade dos

coordenadores dos ponto.

Ponto de Cultura no Xingu (Vitória do Xingu)

O projeto explora o trabalho com a cultura popular em consonância com a

educação ambiental. O projeto tem base no município de Vitória do Xingu, mas

desenvolve atividades ao longo da micro-região do Transxingu, no qual compõem

sete municípios e sua estratégia utilizada é a partir da educomunicação.

Assim, este ponto possui outros projetos integrados, como o Coletivo

Educadores Ambientais e a Sala Verde. O Ponto forte deste projeto é a educação

ambiental e suas dificuldades (ponto fraco) compreendem o acesso a internet no

município base, a ausência de qualificação profissional e a geração de renda.

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Ponto de Cultura Mestre Cambota (Abaetetuba)

Possuem como pontos fortes um ótimo espaço físico (ligado a igreja local)

para a realização de suas atividades e as pessoas que trabalham no centro

comercial que são aproveitadas para atuarem no ponto de cultura. Dentre as

dificuldades, a prestação de contas do projeto encontra-se em primeiro lugar, assim

como o atraso no repasse dos recursos. Como pontos fracos, apontam não saberem

o caminho para comercializar, expandir e escoar a produção dos jovens e senhoras

atendidos pelo Ponto de Cultura, assim como a descrença e a desvalorização da

cultura local por parte dos jovens do município na produção artesanato em miriti,

marca do município.

Ponto de Cultura IAÇÁ (Belém)

O Núcleo de Capacitação Popular – NUCAP, organização proponente do

projeto Ponto de Cultura IAÇÁ, tem ações voltadas à produção cultural artística,

principalmente no bairro da Pedreira e em alguns outros bairros vizinhos, com um

público-alvo de jovens de 15 a 28 anos.

Dentre as atividades, o Ponto de Cultura IAÇÁ desenvolve a dança, a música,

o teatro, as lendas e a poesia. Como fruto, este ponto produziu um cd a partir das

rodas de carimbó realizadas dentro do espaço do Ponto.

Dentre as metas a serem alcançadas por este projeto, podem ser destacadas

a formação em música, dança, teatro, produção artesanal, produção de shows

artísticos, produção e gravação de CDs e DVDs.

As dificuldades (pontos fracos) identificadas por este Ponto são referentes a

divulgação, edição de vídeo, ausência de segurança e a comunicação com o

Ministério da Cultura.

Ponto de Cultura Ribeirinha (Santarém)

O projeto abrange cinco comunidades e, através da mobilização social dessas

comunidades, construíram a sede própria. Realizaram um mapeamento histórico

que será divulgado em uma cartilha, com considerações a respeito das práticas de

educação ambiental e economia solidária.

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Este projeto possui algumas parcerias locais, especialmente com o Projeto

Saúde e Alegria. Como ponto forte consideram o artesanato em cuias e dentre as

dificuldades citam a ausência de energia elétrica, pois ainda não conseguiram um

sistema solar compatível com o kit multimídia. Outra dificuldade diz respeito à

sustentabilidade do projeto e a prestação de contas.

Ponto de Cultura da OCA (Santarém)

O Ponto de Cultura da OCA desenvolve, dentre suas atividades, oficinas de

artesanato e dança. Possuem uma biblioteca comunitária com um acervo bem

diversificado de livros e DVDs.

Identifica como pontos fortes a comunicação comunitária local, a partir da

publicação de um fanzine chamado ALÔ COMUNIDADE. Dentre seus pontos fracos,

apontam o preconceito da comunidade com a ONG, pois as pessoas que dirigem a

organização são de outros estados. Identificam, ainda, que os formandos não

valorizam o que aprendem e que a equipe do projeto é composta por voluntários.

Ponto de Cultura GAM (Marabá)

O GAM – Galpão de Artes de Marabá existe há dez anos e tem como

objetivo o fomento ao desenvolvimento de redes socioculturais para envolver em

ações na linha da formação e aperfeiçoamento artístico.

A sede possui uma galeria de artes onde são realizadas constantes

exposições e oficinas, por isto, há um sentimento coletivo de que o GAM é um

Pontão, pois conseguem agregar vários grupos locais, articulam os artistas

(associação dos artistas plásticos, fotógrafos, músicos e poetas, ambos sediados no

GAM), bem como possuem parceiros estratégicos para realizar atividades no âmbito

da cidadania, como o Ministério Público e o Conselho Tutelar.

As dificuldades apontadas por este ponto de cultura dizem respeito ao

número reduzido de pessoas que trabalham na organização comparada à demanda

da sociedade, a manutenção do espaço físico e os poucos recursos alocados para

despesas administrativas. No entanto, muitos dos jovens que iniciaram suas

atividades artísticas no Galpão estão expondo nos diversos salões do Brasil e do

Mundo.

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Page 15: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Ponto de Cultura “Cultura de Ouro” (Itaituba)

A Associação dos Grupos Folclóricos e Culturais de Itaituba –

ASGRUFOCITA, conveniou-se recentemente com o Ministério da Cultura para

execução das ações do Ponto Cultura de Ouro no município de Itaituba. Surge com

objetivo de organizar o festival cultural de dezembro, no município, pois agrega mais

de doze grupos folclóricos.

Assim, foi construído o Ateliê para dar suporte aos grupos da região e há um

interessante dado no que tange a violência e marginalização, pois, desde que foi

fundada a associação, os índices de violência no município reduziram

substancialmente.

Este Ponto tem interesse no registro histórico das pessoas que conhecem o

processo cultural e folclórico no município, porém, ainda não possuem um técnico

em audiovisual, para poderem captar imagens. O foco deste Ponto são os grupos

folclóricos e de dança e dentre as dificuldades, destacam a captação de recursos

para o desenvolvimento de ações e motivação para os brincantes.

Ponto de Cultura: Ananin (Ananindeua)

O Projeto Ponto de Cultura Ananin tem como foco a potencialização da

cultura local, o incentivo a prática do empreendedorismo e o protagonismo da

comunidade. Os objetivos são desenvolver processos de produção e disseminação

cultural; fazer inclusão social e digital; valorizar e resgatar expressões culturais

populares locais; promover educação ambiental e popular; defender a vida, a

cidadania e a preservação ambiental.

O projeto é executado por uma rede de entidades e instituições parceiras,

organizadas em formato de consórcio cultural. A estratégia para sua consolidação é

o desenvolvimento local integrado e sustentável, fundamentado no fazer da própria

comunidade. Este privilegia várias ações, formatadas em diversas oficinas e

eventos.

O projeto destaca como ponto forte a metodologia participativa de

desenvolvimento local, o que leva ao empoderamento dos parceiros. Entre os

pontos fracos, destaca a pouca experiência das organizações parceiras de atuarem

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Page 16: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

coletivamente em rede, o que gera alternância de momentos de grande participação

coletiva com momentos de esvaziamento.

O Ponto de Cultura Ananin já realizou as oficinas de Inclusão Digital;

Elaboração de Projetos e Captação de Recursos; Campanha e Ações Mobilizadoras;

e Comunicação Comunitária. O plano de trabalho prevê ainda a realização das

oficinas de Fundação e Gestão de OSCIP; Empreendedorismo Comunitário; Teatro;

Produção audiovisual; Serigrafia; Dança; Grafitagem; e Interpretação do patrimônio

artístico, cultural e natural.

Ainda no seminário de planejamento os participantes decidiram os critérios de

seleção dos pólos: 1) territorialidade regional (Marajó; Sul/Sudeste; Oeste/Tapajós;

Metropolitatano/Nordeste e estado do Amapá); 2) representatividade de pontos no

Pólo (adesão); 3) ampliação da rede para outros empreendimentos juvenis; 4)

projeto inovador; 5) empreendedorismo (articulação de novas parcerias e captação

de recursos, comprovação de capacidade de realização); 6) ter experiência

reconhecida em ação com a juventude; 7) articulação de áreas temáticas dentro da

rede; 8) estratégia de comunicação e mobilização em rede.

Ao final do planejamento, os participantes elegeram a Comissão Paraense

dos Pontos de Cultura, constituída pelos Pontos de Cultura Ananin, IAÇÁ, GAM,

Cultura de Ouro, Museu do Marajó e Ponto no Xingu. Foram eleitos, também, os

representantes do Pará na Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, sendo eleitos

Nilton Silva, do Ponto de Cultura Ananin (titular) e Jonilson Oliveira, do Ponto de

Cultura “Cultura de Ouro” (suplente).

4. ARTICULAÇÃO DA REDE

4.1 PÓLOS E FACILITADORES DA REDE

Com objetivo de dinamizar e descentralizar as ações da rede nas regiões

aonde estão os Pontos de Cultura, o projeto Rede Amazônica de Protagonismo

Juvenil implementou duas ações previstas no projeto: a contratação de facilitadores

e a instalação de pólos regionais.

Após uma seleção pública, os facilitadores do projeto – cuja atribuição

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

correspondia ao acompanhamento e auxílio das ações nos pólos – passaram a

desempenhar suas funções no mês de julho, mobilizando e contribuindo para

elaboração dos projetos dos pólos regionais.

Cada pólo regional necessitou elaborar um plano de ação com objetivos e

metas, correspondendo às macro-ações da rede, na região de abrangência dos

pontos de cultura. O principal objetivo desses pólos regionais era de articular, em

rede, os pontos de cultura e outros empreendimentos juvenis num dado território;

executar projetos sócioculturais, com base nas macro-ações do Pontão, que dessem

respostas aos desafios e necessidades sociais e culturais no local; bem como

desenvolver ações de protagonismo juvenil. Foram selecionados quatro projetos de

pólo regional: Pólo Trans-Xingu-Tapajós (Pontos de Cultura da OCA; Cultura

Ribeirinha; Cultura de Ouro; e Ponto no Xingu), Pólo Marajó (Pontos de Cultura

Música e Artesanato Marajoara; Reconquistando a Arte, a Cultura e a Cidadania no

Marajó; e Encantamento do Boi-Bumbá), Pólo Metropolitano (Pontos de Cultura

Ananin; Amazônico de Cultura Viva; Ampliarte; Mestre Cambota; IAÇÁ/NUCAP;

Olhos de Ver Belém; Arraial do Saber; e Sementes do Umari) e Pólo Sul-Sudeste do Pará (Pontos de Cultura COMVIDA; e Galpão de Artes de Marabá).

Os pólos regionais, cujos critérios de regionalização foram definidos no Seminário de

Planejamento Estratégico, tiveram papel preponderante nas atividades de

articulação da Rede, especialmente na mobilização e organização para o Fórum

Social Mundial, das Oficinas de Comunicação Comunitárias, Seminários de

Sensibilização em DELA e demais atividades realizadas nos quatro pólos da Rede.

O Pólo-Trans-Xingu-Tapajós realizou no dia 30 de junho de 2008, na vila de Alter

do Chão, em Santarém, a reunião de articulação e planejamento deste Pólo.

Estiveram presentes os pontos de cultura da OCA (Santarém), do Xingu (Vitória do

Xingu), Cultura Ribeirinha (Santarém) e Cultura de Ouro (Itaituba), além do

representante da coordenação do Projeto Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil, representante do Projeto Puraqué (Santarém) e algumas

lideranças e artistas da comunidade de Vila de Alter do Chão.

Alguns Pontos de Cultura, apesar da proximidade territorial, ainda não haviam se

encontrado e discutido presencialmente. Assim, os participantes avaliaram aquele

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Page 18: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

momento como um espaço importante para aproximações e articulação. O perfil das

entidades deste Pólo consiste eminentemente na educação ambiental, na cultura

popular e digital. Este perfil foi definido como o norte das ações a serem

desenvolvidas pelo Pólo, com base numa metodologia de trabalho fundamentada

nos princípios da gestão compartilhada, tendo o jovem como protagonista em todos

os aspectos da gestão. Como estratégia, o Pólo Trans-Xingu-Tapajós definiu os

encontros presenciais de formação, para os quais convergirão as reuniões de

planejamento e gestão, a articulação e mobilização, a rede virtual e os eventos de

compartilhamento comunitário.

Para que os jovens participantes possam aprofundar sua ação protagônica e

assim ampliar sua autonomia identitária, o Pólo Trans-Xingu-Tapajós estabeleceu

como ações quatro dimensões: gestão compartilhada, formação continuada,

encontros para troca de experiências, articulação em rede; presentes nas atividades

desenvolvidas pelo Pólo, de forma integrada e integradora dos aspectos envolvidos,

alinhadas à dinâmica das macro-ações do Pontão.

O Pólo Marajó, diante da realidade da ilha do Marajó, com suas grandes

distâncias, imensa precariedade em comunicação (telefonia e internet) e

praticamente ausência total de transporte intermunicipal, os três Pontos de Cultura

da ilha acordaram num projeto que proporcionasse o encontro e o diálogo entre

jovens atores culturais dos três municípios através de um circuito de mostras e

oficinas dos saberes e fazeres dos grupos participantes. Ao mesmo tempo, os

quatorze jovens protagonistas desta expedição tiveram a oportunidade de conhecer

municípios vizinhos, tão parecidos, porém desconhecidos até então para eles. O

calendário foi montado de acordo com horários de barcos, navios e lanchas, e

pretendia culminar com a realização da Oficina de Comunicação Comunitária do

Pontão na cidade de Soure, após o término do projeto do Pólo, com os participantes

das equipes e outros tantos jovens dos três municípios - dessa forma esperava-se

contribuir para a construção da Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil a partir

das relações interpessoais em construção nesses quinze dias intensos de viagens e

trabalho.

No entanto, com o rigor do inverno marajoara este ano – que deixou a estrada

para Cachoeira no fundo ainda no final de março – aliado à impossibilidade de

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Page 19: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

realização da oficina de comunicação comunitária em Soure, pela falta de telecentro

equipado com software livre, nossa meta não foi plenamente alcançada, embora

possamos calcular em mais de quinhentos os jovens envolvidos nas atividades do

projeto, entre instrutores, alunos e o público presente nas apresentações. Assim, se

a proposta do Pólo Marajó foi a de provocar o diálogo e integração entre jovens

atores culturais através dos Pontos de Cultura, em parceria com outras instituições

nos municípios envolvidos, podemos dizer que o resultado do projeto é positivo e

extremamente satisfatório para a coordenação. Para os participantes, instrutores e

alunos, a realização das ações projetadas pelos grupos durante esses quinze dias

irá mostrar o acerto, ou não, da premissa em que nos baseamos – o Marajó precisa

se conhecer, e isso será possível através de ações de uma juventude protagonista

de sua própria história, consciente de suas tradições e de sua cultura, e com o

conhecimento e domínio das novas tecnologias de comunicação.

Os Pontos de Cultura do Pólo Metropolitano não percebiam as

possibilidades de compartilharem suas experiências e de construir parcerias para

um melhor desempenho em suas atividades individuais. Mesmo com uma relativa

aproximação territorial, os encontros na formulação e na execução de novas

propostas entre esses projetos eram infreqüentes.

A partir da Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, o pólo decidiu adotar

como estratégia o compartilhamento de experiências e conhecimentos, com vistas a

gerar novas possibilidades e empreendimentos, além de aproximar os Pontos de

Cultura desta região. Diversos encontros foram realizados, com vistas no

aperfeiçoamento dos projetos e atividades culturais coletivas para potencializar e

difundir os produtos dos Pontos de Cultura.

Com o Pontão, abriram-se oportunidades de complementaridade e

aproximações de ações similares, até então desconhecidas, desconectadas. A

exemplo dos infocentros do NAVEGAPARÁ e as Oficinas de Comunicação

Comunitária, contribuindo para a expansão das riquezas culturais, antes isoladas

apenas nos Pontos de Cultura.

O Pólo Metropolitano, também coordenou as atividades na Maloca

Sociocultural da Juventude, durante o Fórum Social Mundial, que foi o ponto de

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Page 20: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

encontro entre todos os membros e parceiros do Projeto.

Apoiado no diagnóstico do Mapas da Rede, em que apontava como uma das

principais demandas dos Pontos de Cultura a necessidade de um maior

conhecimento na utilização de software livre para a produção em audiovisual, o Pólo

Metropolitano, em parceria com o Coletivo Puraqué, realizou duas atividades para

suprir essa demanda: A Jornada de Software Livre e a Oficina de Edição em

Cinelerra e Kino.

A disponibilidade da Agenda foi publicada nos meios de comunicação da

Rede (portal, lista, e-mail e telefonemas dirigidos), sendo demandado atividades por

dois pontos de cultura (Olhos de Ver-Belém e Ponto de Cultura Ampliarte (distrito de

Mosqueiro) e pela rede Mocambos.

No Ponto de Cultura Olhos de Ver-Belém, da Associação Fotoativa, foi feita

uma palestra de sensibilização e esclarecimentos sobre a filosofia e aplicabilidades

do software livre nos pontos de Cultura. Experimentalmente, um dos computadores

deste Ponto de Cultura foi formatado e instalado o sistema operacional Linux e o

pacote de aplicativos Ubuntu, ao mesmo tempo em que eram repassadas instruções

sobre como fazer instalação de software livre.

No dia seguinte a delegação deslocou-se para a ilha de Mosqueiro para

atender a demanda do Ponto de Cultura Ampliarte. Lá também foi feita palestra de

sensibilização e esclarecimentos sobre a filosofia e aplicabilidades do software livre

em pontos de Cultura. Lá foi ealizada uma oficina de Meta-reciclagem e instalado o

sistema operacional Linux e o pacote de aplicativos Ubuntu em alguns

computadores.

Seguindo a mesma metodologia, também foram repassadas instruções sobre

como fazer instalação de software livre. A jornada durou o dia inteiro e contou com a

participação, além dos coordenadores e oficineiros do Ponto de Cultura, dos

participantes das oficinas ministradas pelo ponto, composta por jovens e adultos.

Pólo Sul-Sudeste do Pará

O Pólo Sul-Sudeste, composta pelos Pontos de Cultura Galpão de Artes de

Marabá e pelo Ponto de Cultura COMVIDA, de Rondon do Pará, realizaram um

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Page 21: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

projeto apoiado em diálogos socioculturais tendo como tema as redes culturais e

sobre juventude que reuniram dezenas de grupos e instituições culturais da região,

articulados pelos dois pontos de cultura. Além de levantar o perfil, as experiências e

as expectativas futuras desses grupos, os diálogos serviram para articular parcerias

entre esses grupos. Um dos resultados mais visíveis foi a intensa colaboração

experimentada entre os bairros marabaenses do Cabelo Seco, Liberdade e São

Félix. Essa colaboração se estendeu para os municípios de Parauapebas, Eldorado

do Carajás e Canaã do Carajás, criando um corredor cultural que teve como uma

das suas expressões mais recentes a realização do projeto Rios de Encontros –

Fórum Carajás de Cultura Solidária. O projeto foi premiado pelo Edital Areté –

Eventos em Rede, apresentado pelo GAM com a anuência de vários parceiros da

Rede. A realização mobilizou milhares de pessoas e vários parceiros sociais e

institucionais, inclusive de outros municípios além dos quatro que se integram como

“corredor cultural”. Vários frutos já estão sendo colhidos, inclusive com a

apresentação e seleção de projetos em editais públicos. Sensibilizado com a

concepção de pontos de cultura, a Prefeitura de Parauapebas, através da Secretaria

de Cultura, está implantando mais 9 pontos de Cultura em um formato novo, em

parceria direta com comunidades dos bairros desse município.

A colaboração em Rede permitiu a realização da Oficina de Formação

Agentes de Memória Local (usando a metodologia do Museu da Pessoa/Brasil

Memória em Rede), uma importante articulação que ampliou as ações de memória

para Sul e Sudeste do Pará e também a capacitação de agentes culturais na região

para elaboração de projetos culturais, visando a elaboração de projetos para o edital

estadual de pontos de cultura.

Em Rondon do Pará, foi realizado uma campanha de sensibilização para

montagem dos fóruns juvenis voltados para a participação da juventude como

formuladora e beneficiária das políticas públicas. Essa campanha contou com um

spot de rádio veiculado na única rádio comunitária gerida por um ponto de cultura

no Pará, a Rádio FM COMVIDA de Rondon do Pará.

4.2 PORTAL

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Page 22: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Layout

O layout do portal foi desenvolvido com o propósito de transmitir a informação

de forma ágil e elegante, facilitando os elos de ligação com o usuário, numa

linguagem condizente com os objetivos do portal, em ser uma ferramenta de

comunicação em rede voltada para a juventude, seguindo os padrões dos grandes

portais: colaborativo, funcional e de fácil navegabilidade e usabilidade.

O layout foi pensado em cinco partes: cadastro e acesso a documentos;

conteúdos multimídia; produção da rede (projetos, rádio, tv e galeria de fotos);

Noticias e colaboradores; e relacionamentos da rede (fórum, chat, enquete, blog,

parceiros, etc).

Ao abrir o portal, o internauta visualiza, de imediato, campos para login ou

cadastro. A nevegação no portal é livre, mas algumas poucas funcionalidades, como

postagem de conteúdos, são exclusivas à usuários logados. São também

visualizadas as logomarcas da Rede Juvenil, dos Argonautas, a logo da rede de

Pontos de Cultura, do Fundo Nacional de Cultura, do Programa Cultura Viva e do

Ministério da Cultura. As abas “página inicial”, “eventos”, “capacitação”, “download” e

“fale conosco” aparecem de forma discreta, pois são destinadas para usuários mais

cativos. Cada usuário cadastrado no portal pode participar de fóruns, visualizar,

postar, comentar e votar em conteúdos, exercitando a característica colaborativa do

portal.

Logo de início tem uma área de destaque (Rede Juvenil – Destaque) com as

quatro funções mais utilizadas pelos usuários: foto, áudio, vídeo e texto. Essas

áreas são integradas com a rádio web e webtv e os spots e vídeos selecionados

pelos administradores são disponibilizados em podcasting para acesso e download.

A exibição destes conteúdos é feita de quatro maneiras: por destaque, +recentes,

+votados, +comentadas.

A produção da rede tem quatro áreas específicas: A Rádio e TV Juventude

são áreas moderadas pelos administradores da rede que selecionam os conteúdos

publicados nas áreas de livre postagem por usuários logados. O campo “Projetos

em Rede”, um importante banco de projetos da Rede que também pode ser

visualizado por destaque, +recentes, +votados, +comentados.

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Page 23: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

A área de notícia foi formatada para que os usuários possam para publicar

notícias no portal. A área de notícia é moderada pelos administradores da Rede que

elegem o que fica em destaque. Quem posta recebe uma mensagem de que a

notícia será analisada pelos administradores da rede. Enquanto não é liberado, o

post fica visível no perfil de cada usuário com o status “aguardando publicação”.

Logo abaixo da tarja de notícia fica a tarjeta de “colaboradores” com área

para acesso e cadastro. Os últimos colaboradores cadastrados aparecem em

destaque. No link +Colaboradores pode ser visualizados todos os colaboradores

cadastrados. Os conteúdos publicados ficam disponíveis no campo “Meu Perfil”,

área restrita de cada colaborador onde o mesmo pode fazer edição e exclusão de

conteúdos. Com base no número de comentários registrados por cada usuário, o

sistema é capaz de listar aqueles que são os mais participativos.

Na área de relacionamentos da rede são disponibilizados ferramentas de

fórum, chat e enquete onde os usuários podem se relacionar. As características

técnicas do fórum incluem a participação livre da sociedade, apesar de requerer o

registro dos participantes. A moderação orienta o debate dentro de regras pré-

estabelecidas e a administração trata da gestão dos usuários, sejam eles

moderadores ou não.

Os administradores podem criar webconferência, solução que permite o

contacto visual e sonoro entre pessoas que estão em lugares diferentes, dando a

sensação de que os interlocutores encontram-se no mesmo local. Permite não só a

comunicação entre um grupo, mas também a comunicação pessoa-a-pessoa.

Também pode ser acessada a lista completa de todos os blogues de usuários

e a lista completa dos pontos de cultura do Pará.

Administração e gerenciamento de conteúdo

O sistema de administração é composto por um conjunto de ferramentas e

recursos através dos quais pessoas autorizadas poderão administrar o conteúdo do

portal, bem como os módulos que o compõe.

Este sistema é restrito a usuários com perfil de administrador e somente é

acessado através de autenticação realizada por meio de senhas. As senhas são, por

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Page 24: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

razões de segurança, armazenadas e criptografadas no banco de dados. Mas a

inserção, alteração e remoção de conteúdo são realizadas de forma simples e ágil,

dispensando a necessidade de mão-de-obra especializada ou conhecimentos

técnicos de programação.

Módulo de informações institucionais

História: Relatos históricos, galeria de fotos, áudio e vídeos;

Documentos públicos: Notas oficiais, resoluções, notas públicas, relatórios

técnicos e demais documento de interesse público;

Documentos internos: Comunicados, convocações, ofícios, resoluções

orgânicas, planejamento estratégico, estatísticas e demais documento;

Material para download: Manuais, papéis de parede, vinhetas e aberturas

para produção de programas, programas produzidos, fotos em alta resolução para

uso em jornais, revistas, logomarcas, entre outros.

Módulo de Links

Seção de divulgação de sites relacionados às suas atividades, produtos e

serviços de interesse da Rede.

Relatórios

Relatórios mensais, ou quando solicitado, com informações detalhadas sobre

o tráfego do portal e as iniciativas de marketing através de gráficos.

4.3 VÍDEO VOZES JOVENS DA AMAZÔNIA

O vídeo Vozes jovens da Amazônia tem por objetivo registrar e documentar a

vida e o cotidiano de jovens de diferentes realidades nesse grande e diverso

território que é a Amazônia. A partir da fala e da história de vida de cada jovem

entrevistado, tenta desvelar os anseios, desejos, medos, tristezas, alegrias, conflitos,

particularidades, significados e resignificados da juventude amazônica. Conversa-se

com jovens ribeirinhos, quilombolas, indígenas, do campo, da cidade, trabalhadores,

estudantes, missionários, infratores, rapers, rockeiros, bregueiros ... onde o fio

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Page 25: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

condutor dessa conversa é um entrelaçados de memórias e oralidades que

convergem para uma interrogação: O que precisa mudar na minha cidade para a

vida melhorar de verdade?

Com este documentário pretende-se mostrar a força de vontade e a

sagacidade da juventude em sempre buscar um futuro melhor para você e sua

família. Também traz a tona para o Brasil traços marcantes da identidade e da

diversidade cultural amazônica. O vídeo foi realizado por jovens paraenses através

de oficinas de Comunicação Comunitária (COMCOM) ministrada pelo Pontão de

Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil (ou Rede Juvenil), onde os

mesmos participaram de todo o processo de produção do vídeo, entrevistando

outros jovens de diferentes regiões do Pará e da Amazônia.

O documentário mostra cenas da vida e do cotidiano de jovens que vivem na

região amazônica. Estes relatos e oralidades, coletados através de entrevistas e/ou

dinâmicas de grupo realizadas nas oficinas de COMCOM conhecidas como Círculos

de Histórias de Vidas, nos permite ter uma visão sobre a grande diversidade cultural

que compõe a chamada identidade regional amazônica. Foram registradas histórias

de luta, de vitórias, de derrotas, de busca da liberdade, de ostracismo social, de

violência, de paz, de abusos, de justiça, de omissões, de atitude, de protagonismo.

As diversas formas de falar, de se expressar artística e politicamente, de crenças, de

preferências, de ideologias de vida serão mostradas a todo o país e ao mundo. Não

emitimos juízos de valores, ou mesmo julgamos atitudes como certo ou o errado,

evitando qualquer concepção maniqueísta, e sim trazer a tona a discussão sobre a

situação de exclusão social que a maior parte da população jovem da Amazônia se

encontra hoje, que não é muito diferente do contexto nacional, todavia, existe algo

que é inerente ao “espírito jovem” que precisa ser mostrado, que é força de vontade

e o desejo de mudança. Assim, buscamos relatos de atitude, participação e

protagonismo juvenil que nos tragam alguma reflexão social, pois acreditamos que

uma história de vida pode mudar sua forma de ver o mundo.

Dessa forma, o vídeo interage com princípios de Memória e Identidade

Cultural, Protagonismo e Empreendedorismo Social, Comunicação, Inclusão Digital

e Novas Mídias, Liberdade e Expressão Artística, Articulação em Rede, Participação

e Desenvolvimento Local.

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Page 26: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

O processo de distribuição e exibição do vídeo se dará principalmente através

da parceria com vários Pontos de Cultura espalhados pelo Estado do Pará e do

Brasil, movimentos e entidades estudantis e juvenis (como UNE, CUCA’s, DCE’s,

Grêmios estudantis ,cine-clubes, etc), e de festivais de cinema e vídeo nacionais e

internacionais.

5. II FÓRUM PARAENSE DOS PONTOS DE CULTURA

Nos dias 17 e 18 de outubro de 2008, os 17 Pontos de Cultura do Pará se

reuniram em Belém, no II Fórum Paraense dos Pontos de Cultura, que foi

coordenado pela Comissão Paraense dos Pontos de Cultura e pelo Pontão Rede

Amazônica de Protagonismo Juvenil, contou com o apoio do Ministério da Cultura e

da Secretaria de Cultura do Pará.Este Fórum possuiu como objetivo, subsidiar as

discussões do Pará na TEIA 2008 e teve como resoluções.

Um dos assuntos que teve bastante destaque foi o da ESTADUALIZAÇÃO

DOS PONTOS DE CULTURA. Foi discutido que estado e os municípios precisam

viabilizar a execução do censo das manifestações culturais, através dos Agentes de

Saúde, Pontos de Cultura, Associações, Igrejas e Entidades públicas para se fazer a

distribuição mais justa de Pontos de Cultura nas regiões; Buscar parcerias e

comunicações entre governos e ministérios para operacionalizações mais eficazes;

Maior assessoramento para a prestação de contas dos Pontos; Incluir os pontos

conveniados ao MinC na rede de Pontos do Pará, gerida pela SECULT; Discussão

sobre a criação da lei estadual para o Cultura Viva e os Pontos de Cultura;

Acrescentar na proposta de reformulação do edital, garantir no mínimo 6 (seis)

vagas cativas para população quilombolas e indígena; Maior envolvimento dos

Pontos e outras organizações sociais na mobilização de grupos e iniciativas culturais

para participarem do processo de seleção para Editais e Controle Social dos

recursos; Criação e distribuição de Cartilha para orientação na construção do projeto

e definição das diretrizes do Cultura Viva/Mais Cultura pela SECULT no novo edital

à exemplo do que o MinC fez; Criação da Associação dos Pontos de Cultura do

Estado do Pará; Aumento do orçamento para a cultura no estado e nação; Garantir a

Gestão Compartilhada na pactuação federativa (União/Estado/Municípios) e

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Page 27: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Sociedade; Campanha permanente de sensibilização ao governo e sociedade civil à

transversalidade da Cultura nas várias dimensões da vida e da atividade humana.

Ao final do II Fórum Paraense de Pontos de Cultura, os presentes votaram

pela continuação dos representantes Nilton Silva (Ponto Ananin) e Jonilson Oliveira

(Cultura de Ouro) na Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, assim como a Carta

de Belém para a TEIA 2008.

6. NIVELAMENTO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL AMAZÔNICO PARA OS FACILITADORES

Fundamentos e Pressupostos:

No dia 20 de outubro de 2008, na Sede dos Argonautas Ambientalistas da

Amazônia, foi realizado a oficina de Nivelamento dos facilitadores da Rede

Amazônica de Protagonismo Juvenil, para que estes desenvolvessem as atividades

nos pólos estabelecidos da Rede Juvenil. Inicialmente abordamos os fundamentos e

pressupostos da metodologia do Desenvolvimento Local Amazônico-DELA,

enfocando os seguintes aspectos:

Ter uma visão geral sobre as teorias do desenvolvimento, tendo os objetivos

da capacitação voltados para a uma nova formação política focada na participação e

na consolidação da democracia.

O uso dessa estratégia do desenvolvimento local na Rede Juvenil constitui a

socialização de conhecimentos, uma nova visão de sustentabilidade, novos laços

democráticos, uma vez que traz em sua essência a formação de redes sua

ampliação para boa convivência e construção de ambientes favoráveis para todos.

O resultado do protagonismo da Rede Juvenil a partir da estratégia

desenvolvimento local amazônico será de uma nova arquitetura capaz de construir

um novo paradigma de políticas públicas para região, gerado pelo sistema de

convivência entre pessoas livres e iguais num processo de conversação permanente

a partir de projetos em comum, instituído pela trama dessa rede.

COOPERAÇÃO-Capital Social: A essência da cooperação para o

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Page 28: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

desenvolvimento

Aplicada ao desenvolvimento, a cooperação é a ação conjunta de agentes

autônomos para atingir objetivos convergentes. Sua essência é a valorização do

outro como complementar. Abrir-se para o diferente é que possibilita a comunhão

desveladora das complementaridades, que agregam ao outro o que falta a cada um.

Exercitando a pluralidade, a cooperação mobiliza os tesouros da diversidade.

Por outro lado, a comunhão com outro pressupõe autonomia de cada um. Em

vez de dissolver a identidade das partes, a cooperação a reforça. Ela requer

identidades potentes, que só existem se baseadas na autonomia de cada agente.

Portanto autonomia é requisito para a cooperação. Autonomia capaz de

resistir a todas as investidas heteronômicas, externas ou internas, sejam elas

advindas dos poderes, das ideologias ou das próprias ilusões.

Cooperar significa respeito a si e ao outro; ver-se e ver o outro, ter auto e

heteroestima. Neste sentido, a cooperação se dá em relações entre pessoas e/ou

grupos diferentes, que tenham autonomia e interesses convergentes. Só ocorre se

estas condições forem sentidas, compreendidas e respeitadas permanentemente

por todos os envolvidos em seu processo.

Os cooperantes não tem que ter necessariamente todos os seus interesses

em comum. Vários deles podem ser divergentes. Basta que seja percebida a

convergência de alguns interesses para que se crie a base sobre a qual se dará a

cooperação. Neste tipo de relação não é indispensável o consenso; o consenso é

suficiente.

Na cooperação para o desenvolvimento, a horizontalidade é requisito,

independentemente dos graus diversos de poder que os cooperantes possam ter

fora dela. Se, por qualquer razão, a verticalidade se intromete na relação, a

cooperação se interrompe ou se deforma.

Por ocorrer apenas nas interfaces e interseções dos agentes, a cooperação

para o desenvolvimento não viola suas identidades. É isso que a torna possível, por

exemplo, entre adversários políticos, concorrentes políticos e países soberanos.

Cooperação para o desenvolvimento não é o mesmo que colaboração,

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Page 29: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

solidariedade ou fraternidade. Pode contê-las, mas as transcende.

Enfim a cooperação para o desenvolvimento é uma relação que se estabelece

entre agentes individuais e/ou coletivos, de identidades diferentes, com interesses

próprios, alguns divergentes e outros convergentes, cujas ações beneficiam todas as

partes que cooperam e o todo no qual estão inseridos os cooperantes. Além de

colágeno social, a cooperação é também energético econômico.

Cooperação na concepção de desenvolvimento

A cooperação interage com a democracia, o empreendedorismo e atuação

em redes em uma dinâmica que se assemelha à que mantém e desenvolve os seres

vivos: gera e é gerada, nutre e é nutrida, organiza e é organizada, regula e é

regulada.

A cooperação promove e requer modos de regulação democráticos nas

relações que estabelece entre diferentes; horizontalidade de seu funcionamento cria

padrões de organização redes e é fortalecida por eles e, na ação, potencializada

pelo espírito empreendedor de agentes conscientes de sua autonomia.

Esta dinâmica pode gerar as energias alimentadoras de uma nova cultura,

capaz de promover a transformação sistêmica que leve ao desenvolvimento

humano, social e sustentável.

EMPREENDEDORISMO-Capital Humano

A cada dia que passa mais e mais pessoas se convencem de que o capital

humano é dos principais fatores do desenvolvimento. E que um dos principais

elementos do capital humano é a capacidade das pessoas de fazer coisas novas,

exercitando a sua imaginação criadora – o seu desejo, o sonho e visão- e se

mobilizando para adquirir os conhecimentos necessários, capazes de permitir a

materialização do desejo, a realização do sonho e a viabilização da visão. Isso tem

um nome chama-se empreendedorismo. Empreendedorismo está sempre ligado a

inovação e depende da liberdade das pessoas para criar e da sua ousadia de

inventar.

Empreendedorismo é uma noção que nasceu no meio empresarial. Mas hoje

já estão sendo tratados outros tipos de empreendedorismo, como o governamental e

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Page 30: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

o social. Também já é considerado o intra empreendedorismo, aquele tipo

exercitado por membros da organização no sentido de renová-las ou reinventá-las.

Fala-se também de empreendedorismo cívico, como aquele que articula sinergias

entre as três esferas da realidade social – o Mercado, o Estado e a Sociedade Civil –

atuando nas interseções entre as esferas, promovendo articulações, parcerias e, às

vezes, até simbioses entre iniciativas oriundas de setores distintos.

Até agora, entretanto, faltava considerar um outro tipo de empreendedorismo

sem o qual, a rigor, nenhuma mudança pode ser feita em sistemas complexos

composta por agentes diversos, com opiniões e interesses diferentes, que interagem

em termos de competição e colaboração – sistemas que tanto podem ser

organizações quanto sociedades.

Esse novo tipo de empreendedorismo, que se refere ao modo como as

pessoas se organizam e regulam os conflitos decorrentes do entrechoques de

opiniões e interesses, podemos chamar de empreendedorismo político. O

empreendedorismo político diz respeito ao poder, mas não se realiza como ação

instrumental para conquistar e manter o poder. Uma vez que o empreendedorismo

tem a ver com inovação, ele não se presta a conservação do status quo e sim sua

mudança. Inovação política é sempre uma mudança no padrão de organização e no

modo de regulação.

Sem empreendedorismo político não pode haver desenvolvimento, porque

desenvolvimento implica sempre mudança nas relações entre pessoas de uma

organização ou de uma sociedade.

O empreendedorismo político é um movimento para criar condições

favoráveis à realização de um projeto. Mas o projeto que resulta desse movimento

nunca é, exatamente aquele que estava na cabeça do empreendedor político e sim

o resultado de múltiplas interações do seu projeto com os demais projetos dos

outros agente do sistema.

O desafio do empreendedor político é fazer com que a resultante da interação

de todas as opiniões e interesses presentes no sistema aponte para uma direção

que se aproxime daquela para o qual aponta o seu projeto- fruto do seu desejo, do

seu sonho e da sua visão.

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Page 31: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

REDES-Padrão de Organização

O Brasil, muito recentemente, tem descoberto a potencialidade da rede como

forma ou estrutura de organização capaz de reunir pessoas instituições em torno de

objetivos comuns. A rede é um padrão de organização que prima pela flexibilidade e

pelo dinamismo de sua estrutura; pela democracia e descentralização na tomada de

decisão; pelo alto grau de autonomia de seus membros; pela horizontalidade das

relações entre seus elementos. Ao contrário dos tipos tradicionais de organização

social ( cujo organograma é sempre uma variação da forma da pirâmide) nos quais o

poder está sempre concentrado em apenas um ou alguns poucos pontos, a rede

opera por um processo de radical desconcentração do poder. “A morfologia da rede

(...) é uma fonte de drástica reorganização das relações de poder”, afirma Manuel

Castells.

O binômio desconcentração do poder/rede tem implicações diretas no debate

sobre desenvolvimento local integrado e sustentável, uma vez que não se acredita

que um processo de desenvolvimento possa ser sustentável no longo prazo se não

houver horizontalidade no processo e empoderamento dos atores responsáveis por

conduzi-lo. A idéia do “empoderamento” é a base do conceito de capital social. Este

pressupõe a capacidade dos atores de agenciar processos de autonomia individual

e coletiva e de estabelecer articulações de natureza política. Certamente de nada

adianta – para fins de desenvolvimento humano e social, de caráter includente e

emancipatório – se essa capacidade estiver concentrada nas mãos de um só

agente. Para ser includente e emancipatório, um processo de desenvolvimento

necessita disseminar a capacidade de fazer política, quer precisa democratizar a

política e o poder. É preciso, assim, ampliar a base dos agentes decisores,

multiplicar o número de agentes capazes de poder e manter essa base em ritmo

contínuo de expansão.

O que faz da arquitetura de rede uma rede é seu modo de funcionamento. No

caso nos importa aqui: um modo de operar que contemple, pressuponha e atualize a

autonomia dos membros da rede; que faça da horizontalidade, da descentralização,

do “empoderamento” e da democracia uma ética de operação.

Redes são uma forma de organização que implica um conteúdo de natureza

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Page 32: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

emancipatória e não outro. Redes são a tradução, na forma de desenho

organizacional, de uma política de emancipação. Não pode haver distinção entre os

fins dessa política e os meios para empreendê-la.

DEMOCRACIA- Padrão de Regulação:

A Democracia é um conceito historicamente construído, quer dizer, vem

acumulando, ao longo dos tempos, diversas significações. O conceito

contemporâneo de Democracia deriva de três grandes tradições do pensamento

político:

• O pensamento grego, onde tem origem a teoria clássica das formas de

governo, distinguindo a Democracia (governo do povo, da maioria) da

Aristocracia (governo de poucos) e da Monarquia (governo de um);

• O pensamento romano, onde tem origem a teoria da soberania popular,

estabelecendo a premissa de que todo poder emana do povo e em seu

nome é exercido;

• O pensamento político moderno do ocidente, inaugurado por Maquiavel,

que distingue as formas de governo entre Monarquia (ou principado) e

República, associando o conceito de Democracia à concepção de

República Popular

A Democracia é imprescindível para distribuição do conhecimento e do poder,

que, por sua vez, são fatores constitutivos do processo de desenvolvimento. Sem

Democracia, prevalece a cultura adversarial, onde a política é uma arena de

competição permanente pela derrota e eliminação definitiva do “outro”. Sem

Democracia, não existe a possibilidade de convivência entre diferentes, não existe

tolerância, não existe respeito ao pluralismo e à diversidade. Sem Democracia, não

existe a possibilidade de concertamento entre interesses, da construção de

consensos, da negociação de acordos, pactos e alianças. Tudo isso resulta em

elevados custos de transação, em baixos níveis de confiança e cooperação. Sem

Democracia, não existe a possibilidade de crescimento do Capital Humano e do

Capital Social. Portanto, sem Democracia, não pode haver Desenvolvimento

Humano, Social e Sustentável.

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Page 33: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

METODOLOGIA PASSO A PASSO:

• 1º PASSO: SENSIBILIZAR PARA CONQUISTAR

O processo de mobilização dos diversos protagonistas começa com a

sensibilização das lideranças locais, especialmente aqueles que lideram

organizações sociais (associações, sindicatos, cooperativas, grupos culturais,

juvenis, igrejas etc), os agentes públicos (coordenadores de programas ou

políticas públicas, gestores de secretarias municipais, vereadores, prefeito e

vice-prefeito, diretores e coordenadores escolares etc) e os formadores de

opinião (líderes informais, produtores culturais, antigos moradores, jovens que

se destacam etc).

• 2º PASSO: OFICINA DE PACTUAÇÃO DA “VISÃO DE FUTURO”

O primeiro desafio da Rede de Protagonismo Local será realizar a

Oficina para pactuação de uma “Visão de Futuro”, coordenada pelo grupo de

facilitação. Nessa oficina os participantes serão estimulados a sonhar um

futuro desejado para a localidade tendo como horizonte estratégico o prazo

de 10 anos.

Essa Oficina tem grande relevância para nosso objetivo de fazer da

Rede de Protagonismo Local uma “comunidade de projeto”, ou seja, num

grupo que incide diretamente sobre a transformação da comunidade.

Nenhuma comunidade se forma sem recontar (ou reinterpretar) o seu

passado. A leitura que uma coletividade qualquer faz do seu passado é

determinante para indicar se essa coletividade atingiu ou não o status de uma

“comunidade de projeto”. Em outras palavras, o passado deve ser (re)visto de

uma determinada forma para produzir o futuro almejado (um futuro alternativo

à repetição do passado no presente). Nele devem ser plantadas as sementes

da alternativa que queremos ver florescer no futuro.

• 3º PASSO: REALIZAR O DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO LOCAL

A realização do Diagnóstico Participativo Local é um momento muito

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Page 34: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

rico para o processo de promoção do protagonismo, pois permite o

(re)conhecimento das potencialidades e das dificuldades para o

desenvolvimento da comunidade.

O momento de realização do Diagnóstico Participativo Local é também

o momento de romper com a visão de muitos que acreditam que um

diagnóstico é dado pela colagem de um grande número de dados e

informações obtidos de forma pontual por um pequeno grupo de pessoas, ou

então por aqueles que acreditam que o diagnóstico deve ser feito por uma

equipe técnica de especialistas.

• 4º PASSO: ELABORAR O PLANO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

A escolha da Vocação ou Eixo orientador do Plano

Esse é um momento decisivo para a comunidade, pois aqui estarão

sendo definidos os passos para concretização do futuro, ou seja, as ações a

serem implementadas para superação dos obstáculos e aproveitamento das

oportunidades identificadas no Diagnóstico. Tais ações devem ser baseadas,

fundamentalmente, na utilização dos próprios ativos, ou seja, aquelas que a

comunidade poderá executar com recursos próprios ou buscando parcerias

com outros atores com quem se relaciona. O objetivo estratégico será atingir

a Visão de Futuro da comunidade e o horizonte temporal para o Plano será

de 10 anos.

• 5º PASSO: PACTUAÇÃO DE UMA AGENDA DE PRIORIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

A implementação do Plano de Desenvolvimento Local deve ser

buscada permanentemente, mas é necessário garantir os passos iniciais para

isso. A Agenda de Prioridades é um instrumento de hierarquização das ações

do Plano e de sistematização de mecanismos para sua execução a partir de

um pacto entre os diversos atores integrantes da Rede de Protagonismo

Local.

• 6º PASSO: ANDANDO COM AS PRÓPRIAS PERNAS

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Page 35: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Para que o Plano de Desenvolvimento Local não seja um documento

meramente referencial, que termine na gaveta ou no rol de boas idéias das

instituições e das pessoas, mas para que seja factível e mobilize de fato a

comunidade para sua implementação, a Rede de Protagonismo Local deve

executar a primeira ação do Plano.

Essa ação deverá ser escolhida dentre as “prioritárias” pactuadas

anteriormente e deve ser possível sua implementação com recursos próprios

da comunidade através dos diversos parceiros e membros da Rede. Ou seja,

não deve ser uma ação para a qual se necessita da ajuda de atores externos.

Com a formação estabelecida em dois eixos norteadores: fundamentos e

pressupostos e a metodologia passo a passo, os facilitadores tiveram a iniciação

com a estratégia do desenvolvimento local amazônico, na qual puderam desenvolver

melhor suas aptidões ao decorrer do projeto Rede Juvenil.

7. CNPdC E TEIA 2008

O Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, através dos

Argonautas, sempre foi protagonista no apoio à organização da representação dos

pontos de cultura do Pará junto aos órgãos colegiados da rede de pontos de cultura,

como na Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC) e no Fórum Nacional de

Pontos de Cultura, que se reúne durante a Teia.

Por dois mandatos consecutivos, representamos o Pará na CNPdC através

do gestor Institucional dos Argonautas, Nilton Silva. Na Teia 2008, realizada de 12 a

16 de novembro de 2008, a primeira que foi organizada pelos pontos de cultura,

através da Comissão, tivemos um ação decisiva na organização da delegação do

Pará. Organizamos, em conjunto com a Comissão Paraense de Pontos de Cultura

(CPPC), o II Fórum dos Pontos de Cultura do Pará; mobilizamos e orientamos a

inscrição dos pontos e validamos a lista de delegados. Pela primeira vez todos os

pontos e pontões de cultura garantiram inscrição na Teia, superando as repetidas

desarticulações das teias anteriores e que deixavam muitos pontos de cultura de

fora da Teia por falta de informação e passagens.

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Page 36: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Na Teia2008 participamos dos debates dos GTs e tivemos mais dois

representantes de pontos de cultura do Pará eleitos para a CNPdC (os efetivos nos

GT Rádio Comunitárias e GT Pontões e Redes, sendo neste representado pelo

Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil), além da reeleição

dos dois representantes que já tínhamis na CNPdC (representação do Pará GT

Amazônico), totalizando três membros do Pará ligados ao Pontão Rede Juvenil.

Acompanhamos a elaboração do edital e a seleção dos novos pontos de

cultura do Pará. A CPPC indicou um representante e o representante do Pará na

CNPC também foi convidado para participar da Comissão de Seleção do Mérito que

selecionou mais 60 pontos de cultura.

8. OFICINA DE CAPACITAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL AMAZÔNICO E CURSO DE FORMAÇÃO SOCIOPOLÍTICA DA JUVENTUDE

No período de 14 a 16 de janeiro de 2009, os Pontos de Cultura, entidades

governamentais e parceiros, foram convocados à participarem de duas atividades do

Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, sendo a Oficina de

capacitação na metodologia DELA – Desenvolvimento Local Amazônico, que

possuía como objetivo a transferência desta tecnologia para aplicação nas ações

dos Pontos de Cultura e, também, o curso de formação sociopolítica da juventude,

levando em consideração que o projeto tem como principal objetivo articular os

Pontos de Cultura.

Na abertura oficial do dia 14 de janeiro de 2009, participaram da mesa as

seguintes autoridades: Delson Cruz (Representação Norte do Ministério da Cultura),

Carlos Henrique (Secretaria Estadual de Cultura – SECULT), Margareth Godin

(Fundação de Cultura Curro Velho), João Cláudio Arroyo (Fórum Paraense de

Economia Solidária) e Nilton Silva (Argonautas Ambientalistas da Amazônia).

Após solenidade de abertura, dentro da programação do curso de formação

sociopolítica da juventude, os convidados assistiram à palestra do cientista político

Dr. Edir Veiga, que expôs a formação do Estado, do sistema democrático, do poder

do voto, da representação, desde a Grécia antiga, tudo para ilustrar o momento

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Page 37: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

contemporâneo e onde as organizações não-governamentais e os Pontos de Cultura

encontram-se. O debate contribuiu para enfatizar a posição destas organizações

frente à sociedade e como é necessária a articulação entre esses grupos

organizados para a construção de uma nova sociedade. Entendendo que os Pontos

de Cultura são instrumentos para a efetivação do processo de reconstrução do

sistema democrático brasileiro, neste sentido, faz-se de extrema importância a

formação do diálogo entre estes atores sobre esses temas.

Durante esses dias de atividade, o especialista em dinâmicas de grupo Abel

Lins, contribuiu para sensibilizar os participantes, de forma lúdica, sobre os assuntos

tratados após as exposições.

A parte da tarde do primeiro dia de curso e oficina teve com ponto de

destaque a apresentação do Estado da Arte da Rede Amazônica de Protagonismo

Juvenil, entendendo o Estado da Arte como a contextualização da rede em suas

mais variadas formas de expressão e integração.

Para o expositor Luã Gabriel, o objetivo final da rede é articular, em rede, os

17 Pontos de Cultura do Pará a partir de ações de protagonismo juvenil e

empreendedorismo social, visando desenvolvimento local. Essas ações estratégicas

devem se dar através de quatro pólos regionais. (Metropolitano, Sul-Sudeste,

Marajó, Transxingu-Tapajós). Uma ação estratégica é o empoderamento de jovens

para que sejam protagonistas de processos sócio-políticos e construam o

desenvolvimento sustentável em sua localidade, contando com parcerias pública

e/ou privadas, mas, principalmente, com entidades e movimentos sociais

organizados no ambiente social.

A rede tem como metodologia norteadora a tecnologia DELA -

Desenvolvimento Local Amazônico, onde a rede é a grande fomentadora da

formação e informação dos jovens protagonistas da Amazônia.

Nesses 8 meses de atuação a rede consolidou algumas ações entre as quais:

a articulação da rede em si; a construção de uma relação institucional com parceiros

estratégicos da sociedade civil e do governo; criação e consolidação dos pólos:

Metropolitano, Transxingu-Tapajós, Sul-Sudeste e Marajó; a realização do I e II

Fórum Paraense dos Pontos de Cultura, a participação na TEIA 2008, a instauração

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Page 38: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

do Portal e a criação da lista de comunicação virtual da rede e ainda há a

preparação da participação dos Pontos de Cultura no Fórum Social Mundial 2009,

onde se pretende utilizar um ambiente próprio para as manifestações dos pontos do

Pará e de outros estados.

Para este primeiro semestre foram previstas as Oficinas de Comunicação

Comunitária, entre fevereiro e abril de 2009, a conclusão do diagnóstico dos

movimentos, redes, pontos, grupos e empreendimentos de juventude nos pólos de

atuação dos pontos de cultura e a realização do curso avançado em Software Livre.

Exposto o Estado da Arte da rede, os agentes participaram com perguntas e

informações com a finalidade de tornar mais claro o norte da rede. As expectativas

se mostraram muito positivas diante do desafio de se fortalecer a rede amazônica de

protagonismo juvenil em direção ao desenvolvimento local, sustentável e amazônico.

No segundo dia de atividades, o especialista em Desenvolvimento Local,

Carlos Eduardo de Souza Siqueira, expôs palestra com o título Uma Nova

Concepção de Desenvolvimento, onde muitos conceitos inovadores e com um novo

escopo paradigmático foram apresentados, entre eles o da construção de “redes

sociais”, redes onde pessoas a pessoas se animam e promovem a sua realidade

social.

Mostrou que as raízes do capital social estão claras no pensamento do

francês Alex Touqueville (1827). Outra autora que sistematizou claramente essa

tese e expôs no livro “Morte e vida nas Grandes Cidades Americanas”, foi Jane

Jacobs (1861). A mesma ótica de desenvolvimento teve maior profundidade em

Robert Putman (1996), que levou para os círculos acadêmicos a discussão sobre

poder civil e a capacidade existirem em redes pessoa/pessoa cujas realizações se

equiparam ao poder local de transformar a sociedade.

A teoria ganhou terreno fértil no Brasil a partir do arcabouço paradigmático de

Augusto de Franco, que também aprofundou conceitos importantes para uma nova

concepção de desenvolvimento, o desenvolvimento humano, social e sustentável.

Ele formulou as bases dessa nova concepção a partir de três pilares:

• Capital social (grupo com potencialidades locais para mudar sua realidade)

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Page 39: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

• Democracia participativa, onde se aceita a legitimidade do outro.

• Redes – modo de organização horizontal, sem que ninguém mandar em

alguém, sem hierarquia. Mas que influencia a partir das idéias e formulações

em conjunto.

Após exposição de Carlos Siqueira, o também especialista em Desenvolvimento

Local, Fidelis Paixão, tratou de apresentar o passo a passo da metodologia de

Desenvolvimento Local Amazônico.

Considerando os Pontos de Cultura um agente de desenvolvimento local,

Fidélis fez uma comparação com um jogo de futebol, onde existem vários jogadores

em busca do gol, ou seja o desenvolvimento, mas que o ator social (jogador) precisa

tocar a bola com outros parceiros para atingir seus objetivos.

Os Pontos de Cultura podem ajudar a organizar o jogo na busca do

desenvolvimento a partir de um plano tático e estratégico. O plano é o mapa do

caminho para o desenvolvimento, sendo a metodologia o caminho que se deve

percorrer para atender o outro.

Fidelis Paixão falou da preparação da oficina DELA, e explicou que o início do

ano foi escolhido o momento propício para reunir os Pontos de Cultura. O ano

anterior foi eleitoral e dificilmente teria a mobilização esperada. Em janeiro/2009 as

prefeituras já estão com seus gestores renovados ou reeleitos, e potencialmente são

parceiras dos Pontos de Cultura, podendo firmar convênios e interagir de forma mais

consolidada no processo de construção do desenvolvimento.

Fidelis Paixão resgatou a história dos Argonautas enquanto protagonistas do

processo de desenvolvimento local sustentável, quando em 1992 fundaram a Ong

numa universidade pública com o objetivo de unir conhecimento técnico + práticas

sociais.

Foi assim que pontuou algumas ações da Ong, como em 1996, quando

Belém teve sua primeira agenda 21 local com a contribuição dos Argonautas.

Em 2001, em parceria com o Governo Federal/AED, o DLIS –

Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável – os Argonautas se transformaram

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Page 40: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

em agentes de desenvolvimento, realizando oficinas e capacitações em 17

municípios do interior do Pará.

Pontuou ainda que o Ponto de Cultura de Rondon do Pará (COMVIDA) já

nasceu com o olhar de ator protagonista de desenvolvimento local, integrado em

uma agenda de prioridades, a partir da qual já implementou algumas ações.

O animador de Rede Abel Lins exercitou através de uma rápida dinâmica a

Visão de Futuro dos agentes a partir das realidades de seus pontos de cultura.

Após fazer algumas comparações e metáforas de com deve ser uma visão de

futuro, o animador exercitou a participação dos agentes, que se reuniram em grupos

e falaram das possibilidades do futuro nos próximos 10 anos.

Foram divididos em grupos por pólos e cada agente contribuiu para construir

uma visão de futuro onde o desenvolvimento sustentável estava presente em ações

e realizações.

Os grupos foram orientados no sentido de sonhar acordados com coisas que

podem ser reais, que possam ser construídas a partir de intervenções e ações dos

Pontos de Cultura.

Dando seqüência nas atividades do dia, o expositor Fidelis Paixão apresentou

a missão da rede amazônica, segundo o qual é contribuir com o desenvolvimento da

comunidade, utilizando a cultura local como instrumento de transformação e criando

oportunidades para a participação da juventude nas políticas públicas.

A meta da rede é criar uma Rede de Protagonismo Local, integrada pelos

diversos protagonistas da comunidade que se disponham a executar ações de

empreendedorismo comunitário e que envolva pelo menos 1% da população, no

horizonte de 1 ano após a constituição da Rede.

A partir dessa delimitação, o expositor passou a apresentar o passo a passo

da metodologia, de maneira detalhada, a fim de que os agentes de desenvolvimento

absorvessem a metodologia, de forma que pudessem replicar em seus locais de

atuação, agora em conjunto com os demais pólos parceiros da rede.

O expositor abordou os seguintes passos: 1º passo: sensibilizar para

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

conquistar; 2º passo: oficina de pactuação da visão de futuro; 3º passo: realizar o

diagnostico participativo local; 4º passo: elaborar o plano de desenvolvimento local;

5º passo: pactuação para uma agenda prioridades; 6º passo: andando com as

próprias pernas.

Para que o Plano de Desenvolvimento Local não seja um documento

meramente referencial, que termine na gaveta ou no rol de boas idéias das

instituições e das pessoas, mas para que seja factível e mobilize de fato a

comunidade para sua implementação, a Rede de Protagonismo Local deve executar

a primeira ação do Plano, demonstrando que é possível e que a comunidade pode

perceber e entender a possibilidade do fazer.

Essa ação deverá ser escolhida dentre as “prioritárias” pactuadas

anteriormente e deve ser possível sua implementação com recursos próprios da

comunidade através dos diversos parceiros e membros da Rede. Ou seja, não deve

ser uma ação para a qual se necessita da ajuda de atores externos.

A Rede deve planejar previamente, prevendo as atividades, responsáveis,

prazos e origem dos recursos para sua execução. E essa execução deve ser

“sumária”, ou seja, realizada rapidamente, como demonstração de que a

comunidade é capaz, com seus próprios esforços, protagonizar a transformação de

que necessidade para se tornar um lugar desenvolvimento e feliz para se viver.

Os participantes deram suas contribuições falando de experiências, de

aspectos negativos que podem influir no processo, identificando erros, como o de

buscar o desenvolvimento com interesse econômico financeiro somente. Assim, é

necessário colocar valores, idealismo, estórias de vida, para que o fórum possa ter

pernas próprias e caminhe seguro de seus princípios.

Carlos Eduardo faz uma reflexão do conteúdo abordado durante a oficina e o

curso de formação política. Ele falou da necessidade de se continuar o processo de

preparação e capacitação, da socialização das informações e da necessidade de

aplicação da tecnologia social nas localidades dos pontos.

O terceiro dia começou com uma atividade integrativa, uma vivência para

explorar o potencial do grupo, pondo em destaque as fraquezas e potencialidades,

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

serviu para mostrar com o grupo pode e deve agir em diversos momentos.

A atividade consistia em uma formação de roda, onde os participantes

deveriam passar o bambolê na roda (passar o corpo por dentro), sem soltar as mãos

e sem perder a sintonia, de forma rápida e integrativa. Com o avançar da

velocidade do grupo foi proposto um novo desafio: ao invés do bambolê, foi

colocado um fio em forma de círculo, como um bambolê flexível, onde as

dificuldades eram muito maiores.

A dinâmica explorou a capacidade do grupo de se relacionar, interagir e

cooperar, deixando claro que para cada situação poderá haver um rearranjo e uma

nova forma de enfrentar os desafios e prosseguir em busca das metas e objetivos

traçados. A vivência serviu para harmonizar o grupo e estabeleceu novos

paradigmas de com agir melhor conjuntamente.

O terceiro e último dia serviu para tirar alguma dúvida remanescente sobre os

assuntos tratados durante dos dois primeiros dias e também para a reunião dos

Pólos Regionais, com o objetivo de tratarem sobre os resultados das ações

desenvolvidas individualmente por cada Ponto de Cultura, bem como daquelas

ações que ainda seriam desenvolvidas.

Cada representante de ponto de cultura expôs o estado de arte de seu ponto

e também trocaram informações com outros pontos por pólo. Falaram Das

possibilidades e ações estratégicas que estão sendo planejadas e gestionadas junto

com os pontos. Cada pólo, a partir de seus representantes de Pontos, falou de suas

dificuldades e avanços. Durante os três dias de encontro foram feitas reuniões dos

pólos da Redes com a participação dos cordenadores e representantes dee pontos

de cultura, potencializando assim os recursos de passagens e hospedagem.

As atividades foram encerradas, com todos os participantes satisfeitos, pois

uma avaliação coletiva foi feita, onde foram elogiados os esforços da ONG

Argonautas em contribuir para a articulação e aproximação de todos os Pontos de

Cultura do Pará. A oficina de capacitação em agentes multiplicadores em DELA

formou 33 pessoas da 40 previstas no,Plano de Trabalho, pois os recursos previstos

impediram a participação de mais pessoas. Diante dessa dificuldade, foi priorizado a

participação dos representantes de Pontos de Cultura. Entretanto, entendendo esta

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

ser uma formação continuada de fundamental importância para a Rede, ficou

pactuado que durante as Oficinas de Comunicação Comunitária seriam realizados

os Seminários de Nivelamento em Desenvolvimento Local Amazônico. Essa ação foi

realizada e formou mais 122 pessoas na metodologia DELA.

9. FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2009 EM BELÉM

O Fórum Social Mundial (27 de janeiro a 01 de fevereiro de 2009) representou

um marco para todos os povos da Amazônia, seus movimentos e organizações. Os

Pontos de Cultura do Pará foram protagonistas nesta construção, a partir da Rede

Amazônica de Protagonismo Juvenil, que compôs a coordenação da Comissão

Organizadora do Acampamento Intercontinental da Juventude e o Grupo Facilitador

do FSM. O ponto de partida para esta missão deu-se durante a TEIA 2008, quando

os Pontos de Cultura do Pará assumiram o compromisso de organizar, mobilizar e

receber seus pares em Belém. A Rede articulou, também, a apresentação dos

Pontos de Cultura na programação cultural do FSM e do Acampamento da

Juventude.

No dia 9 de janeiro de 2009, houve uma reunião virtual no portal do Pontão de

Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, com a participação de sete

pontos de cultura e outros parceiros da rede, com objetivo de aprofundar de que

forma seria a intervenção do Pontão no Fórum Social Mundial. Nesta reunião

definiu-se que o espaço onde o Pontão deveria realizar suas intervenções seria no

Acampamento Intercontinental da Juventude.

Nesta reunião os coordenadores do projeto apresentaram um panorama geral

e ratificado que uma reunião presencial anterior a esta havia ocorrido durante o

Seminário do Plano Nacional de Cultura, no Hotel Beira Rio, com a presença de

alguns Pontos de Cultura e parceiros como a Fundação Curro Velho. Nesta reunião

fora definido que os Pontos deveriam organizar uma agenda de atividades dentro do

Fórum, no entanto, por conta do tempo não seria possível organizar as mesmas

dentro do território onde concentram-se as atividades do Fórum Social Mundial, ou

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Page 44: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

seja, dentro da UFPA. A solução, então, para este problema foi o território do

Acampamento Intercontinental da Juventude, que será na UFRA.

Feito este relato, então fora explicado aos participantes da reunião virtual

como estava sendo articulado a intervenção dos membros da rede no Acampamento

da Juventude. Atualmente os Argonautas Ambientalistas da Amazônia, organização

proponente e coordenadora do projeto Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil,

compõe a coordenação da COA – Comissão Organizadora do Acampamento

Intercontinental da Juventude e está contribuindo na organização deste

acampamento. Dessa forma, torna-se mais fácil de articular o espaço da rede e seus

parceiros neste território.

Nesta reunião foi informado de que forma o acampamento se organizaria e de

que maneira poder-se-ia organizar um espaço dos pontos de cultura, onde, por meio

de uma tenda de 10x5m, concentrariam atividades políticas e artístico-culturais auto-

gestionadas dos membros da rede e seus parceiros locais, nacionais e

internacionais, sendo outros pontos de cultura, organizações que possuem algum

vínculo com a rede ou os pontos de cultura.

Desta forma, por meio da lista de discussão e do portal do Pontão de Cultura

Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, os diversos pontos de cultura do Pará e

de outras partes do Brasil puderam inscrever atividades diversas na Maloca

Sociocultural da Juventude.

Assim, no Acampamento da Juventude, o Pontão de Cultura Rede Amazônica

de Protagonismo Juvenil construiu, dentro da Aldeia da Paz (Pontão de Cultura

Caravana Arco-íris), a Maloca Sociocultural da Juventude, espaço destinado para

realização de atividades políticas e apresentações culturais dos membros da rede.

Ao todo foram inscritas 21 atividades na programação desta maloca.

Ao todo foram inscritas 22 atividades auto-gestionadas das organizações:

Projeto Software Livre Brasil; Caravana de Comunição e Juventudes; Sitio

Refazenda; Fotoativa - Ponto de Cultura Olhos de Ver Belem; Associação Grupo de

Cultura Regional IAÇÁ – Ponto de Cultura IAÇÁ; Movimento de Olho na Justiça e

Argonautas; Alquimia da Luz; Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas;

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Page 45: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Associação Grupo de Cultura Regional IAÇÁ; Grupo de Educadores em defesa do

Software Livre; Escola de Redes; MESCLE; Fundação Tocaia - Ponto no Xingu;

Associação Pau e Lata Ponto de Cultura; Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil, Argonautas e ComVida; Enthusiasmo Cultural; Instituto

intercidadania, Arganautas, Caravana Arcoiris Pela Paz, Ministério da Cutura;

Associação Projeto Cultural Ananin Dance; Instituto Arraial do Pavulagem - Ponto de

Cultura Arraial do Saber; ABRA, IDEA, GAM; GT de Cultura do AIJ/2009

Na tarde de 31 de janeiro de 2009, os pontos de cultura presentes no FSM

encontraram-se na Maloca Sociocultura da Juventude, para atividade Pontos de Cultura na construção de outro mundo possível, que reuniu cerca de 20 pontos e

10 pontões. Esta atividade foi importante para a troca de experiências sobre as

dificuldades encontradas na gestão dos Pontos. Este encontro ainda serviu para

aproximar cada vez mais os pontos, contribuindo para o fortalecimento da tessitura

de articulações locais e nacionais, bem como para discutirem estratégias de

sustentabilidade para a continuação dos projetos.

A Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil apoiou, ainda, o lançamento do

livro-documentário “João Batista martir da luta pela Reforma Agrária", que denuncia

o assassinato do deputado João Carlos Batista, há 20 anos, crime que continua

impune. O livro denuncia que o latifúndio, acostumado com a proteção do regime

militar, aplica sua tática histórica: a violência para proteger seu capital e o roubo de

terras públicas com balas e corrupção. Para os trabalhadores e seus líderes, a

violência física das armas. Para se proteger da lei e do estado, a corrupção. E com

seu dinheiro sujo tratam de comprar autoridades de todo tipo: juízes,

desembargadores, policiais, políticos, e também colunistas de jornais.

O livro foi lançado no Parque da Residência, antiga residência do governador,

há poucos metros do local do assassinato, e onde aconteceu uma festa poucas

horas depois do assassinato do deputado com a presença de políticos ligados aos

mandantes do crime.

O lançamento do livro aconteceu no dia 28 de janeiro de 2009. No dia 30 de

janeiro de 2009 o livro serviu de base para o debate “Os desafios do

desenvolvimento agrário na Amazônia”, no campus da UFPA. As duas atividades

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Page 46: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

fizeram parte do Fórum Social Mundial – FSM 2009, evento que faz parte do plano

de trabalho do projeto Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil. Um dos

desdobramento dessas atividades foi a posterior organização do MUJOS-PA

(Movimento de Olho na Justiça), núcleo estadual do MOJUS nacional.

PROGRAMAÇÃO DA MALOCA SOCIOCULTURAL DA JUVENTUDE

NOME DA ATIVIDADE NOME DA ORGANIZAÇÃO

CIDADE, ESTADO, PAÍS DATA HORARIO

Porque querem controlar a internet?

Projeto Software Livre Brasil 28/01/2009 08:30 - 11:30

Protagonismo Juvenil Caravana de Comunição e Juventudes - PE - BA 28/01/2009 12:00 - 15:00

Roda Permacultural Sitio Refazenda Santa Isabel, Pará, Brasil 28/01/2009 15:30 - 18:30

Caixa MágicaFotoativa - Ponto de Cultura Olhos de Ver Belem

Belem, Para, Brasil 28/01/2009 19:00 - 20:30

Show Musical LATINO AMAZÔNICO - Déia Palheta vai cantar com banda, músicas de todos os rítmos que formam a história da américa latina.O show mostra também uma retrospectiva da musicalidade da autora, que também é instrumentista e arranjadora.

Associação Grupo de Cultura Regional IAÇÁ

Belém, Pará, Brasil 28/01/2009 20:30 - 22:00

Revolução no campo e os mártires da luta

Movimento de Olho na Justiça e Argonautas

Belém, Pará, Brasil 29/01/2009 08:30 - 11:30

Divulgação do Forno Solar Aproveitamento da luz solar para o preparo de alimentos

Alquimia da Luz Fortaleza, Ceará, Brasil 29/01/2009 12:00 - 15:00

Participação juvenil e a construção do espaço p˙publico na América do Sul: contribuições e olhares

Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

29/01/2009 15:30 - 18:30

Show Despertar das Lendas Associação Grupo de Cultura Regional IAÇÁ

Belém, Pará, Brasil 29/01/2009 19:00 - 20:30

O uso do Software Livre na educação.

Grupo de Educadores em defesa do Software Livre.

30/01/2009 08:30 - 11:30

Encontro Presencial do Nodo Pará da Escola de Redes no FSM Escola de Redes Belém, Pará,

Brasil 30/01/2009 12:00 - 15:00

Capoeira para Todos MESCLE 30/01/2009 15:30 - 18:30Cia Papo Show com o espetaculo cantos encantos e desencantos da transxingu.8 componentes

Fundação Tocaia Altamira, Pará, Brasil 30/01/2009 19:00 - 20:30

SINFERIA EM TRÊS MOVIMENTOS Associação Pau e Lata Natal, Rio Grande

do Norte, Brasil 30/01/2009 20:30 - 22:00

Oficina de capacitação em estratégia de Desenvolvimento Local Amazônico (DELA).

Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, Argonautas e ComVida

Belém, Pará, Brasil 31/01/2009 8:30 - 11:30

Crie Futuro: Criando Futuros Desejaveis Enthusiasmo Cultural 31/01/2009 12:00 - 15:00

Pontos de Cultura na Construção de Um Outro Mundo Possível

Instituto intercidadania, Arganautas, Caravana Arcoiris Pela Paz, Ministério da Cutura

31/01/2009 15:30 - 18:30

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Page 47: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Fazer uma apresentação do nosso corpo coreográfico.

Associação Projeto Cultural Ananin Dance

Belém, Pará, Brasil 31/01/2009 19:00 - 20:30

Exposição do Arraial do Pavulagem Instituto Arraial do

PavulagemBelém, Pará, Brasil 01/02/2009 08:30 - 11:30

Viva a diversidade viva - Abraçando as artes de transformação

ABRA, IDEA, GAM Marabá, Pará, Brasil 01/02/2009 15:30 - 18:30

Homenagem ao Mestre Verequete

GT de Cultura do AIJ/2009

Belém, Pará, Brasil 01/02/2009 19:00 - 20:30

10. OFICINAS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA

As Oficinas de Comunicação Comunitária – ComCom tem entre seus

objetivos capacitar jovens, colaboradores de pontos de cultura e de movimentos e

organizações juvenis a usar software livre para produzir conteúdos audiovisuais

para publicação na internet e outras mídias digitais; promover a comunicação

comunitária como iniciativa de mídia livre em oposição ao monopólio da

comunicação; construir uma nova imagem da comunidade tendo como foco o

envolvimento de cidadãos e comunidade no reconhecimento de si mesmos e do

seu mundo como agentes de um processo permanente de comunicação; e

fortalecer vínculos comunitários.

Oficinas nos Pólos

As oficinas de ComCom foram realizadas nos quatro pólos da Rede

Amazônica de Protagonismo Juvenil. Os municípios-sedes foram Marituba (Pólo

Metropolitano); Santarém (Pólo Trans-Xingu-Tapajós); Soure/Belém (Pólo Marajó);

Marabá e Rondon (Pólo Sul-Sudeste). Parcerias locais foram feitas pelos pontos de

cultura coordenadores dos pólos da Rede, o que viabilizou a realização das oficinas

com os poucos recursos previstos no projeto. Uma das diretrizes das oficinas foi que

as mesmas fossem realizadas em telecentros públicos do GESAC ou Infocentros do

Navegapará (programa de inclusão digital do Governo do Estado). Essa diretriz foi

cumprida em quatro das cinco oficinas realizadas, com exceção do Marajó, região

que ainda não tem esse tipo de equipamento público. Por isso a oficina foi

deslocada pra Belém, sendo realizada na sede do Pontão.

Ações Complementares

Articuladas com as oficinas de ComCom foram realizadas outras atividades

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Page 48: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

complementares ao plano de ação da Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil

como: As Oficinas de Nivelamento Metodológico em Desenvolvimento Local

Amazônico – DELA, a capacitação na metodologia de memória social através do

relato oral de história, inclusive com uma oficina específica de dois dias em Marabá,

a jornada de “Caravana Digital: Juventude Conectada pela Cidadania” e a Oficina

“Linguagem e Processos de criação em Cinema”.

Também foram coletados depoimentos para o videodocumentário “Vozes

Jovens da Amazônia”, uma das atividades da Rede. Um dos objetivos desta ação é

estimular os jovens a fazer narrativas de vida usando a plataforma virtual do Museu

da Pessoa www.museudapessoa.net/facaparte/

Ampliação da Rede para Novos Parceiros

Parceria em Audiovisual: A capacitação da Rede Amazônica de

protagonismo juvenil foi ampliada para mais duas outras iniciativas em audiovisual

que fotaleceram a rede: o projeto “Caravana Digital: Juventude Conectada pela

Cidadania” e a Oficina “Linguagem e Processos de criação em Cinema”.

O projeto “Caravana Digital: Juventude Conectada pela Cidadania” tem como

objetivo capacitar 160 jovens através de uma Oficina de Inclusão Digital e três

Oficinas de Comunicação Comunitária, utilizando a rede de Infocentros do programa

Navegapará para produção de peças de comunicação e produtos culturais pautados

na realidade dos jovens com foco na comunidade, nas seis escolas e três

movimentos envolvidos no projeto. Os jovens capacitados passam a integrar uma

rede de comunicadores comunitários, usando como suporte de divulgação o portal

da Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil e outros portais da rede de cultura

digital ligadas aos pontos.

A oficina “Linguagem e Processos de criação em Cinema: produção, roteiro,

direção, montagem e pós-produção” foi feita em parceria com a Escola de Cinema

Darcy Ribeiro – RJ. A parceria objetiva articular em rede pontos de cultura,

organizações não-governamentais, governamentais e movimentos socioculturais do

Pará que tenham interesse em audiovisual com vistas à formulação de projetos e

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Page 49: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

políticas públicas para este setor. A iniciativa foi apoiada pela Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil e pelo Instituto de Artes do Pará, um dos parceiros da Rede.

A rede é atualmente composta por mais de 60 parceiros, entre eles os 17

pontos de cultura e os dois outros pontões de cultura do Pará.

Desdobramentos da Capacitação

No geral foram capacitados 136 pessoas, 16 além da meta prevista no projeto

de 120 pessoas. As inscrições foram feitas através dos pontos de cultura e

organizações parceiras da Rede, tendo como suporte o portal da Rede que

disponibilizou informações, links e formulários eletrônicos para inscrição para cada

oficina. O número de inscritos foi muito maior que o número previsto de vagas.

O portal www.redejuvenil.com.br serviu como laboratório de experimentação e

suporte para a publicação dos áudios, vídeos, fotos, gráficos e textos produzidos

pelos participantes durante as oficinas.

Uma das metas é que as pessoas capacitadas continuem alimentando o

portal com novos conteúdos. Um desdobramento de sustentabilidade dessa ação é

articulação de uma rede de comunicadores comunitários (Redecom), agora

ampliada para os participantes do projeto “Caravana Digital: Juventude Conectada

pela Cidadania”. A Redecom está sendo animada pelas organizações e grupos que

participaram das oficinas na lógica do empreendedorismo e protagonismo local nos

moldes da metodologia de Desenvolvimento Local Amazônico - DELA.

Formação de Agentes de Memória e Desenvolvimento Local

Durante as oficinas de Formação de Agentes de Memória Local e de

Desenvolvimento Local Amazônico, capacitamos pessoas (jovens e adultos) a

realizarem o registro de historias de vidas, buscando nas memórias da comunidade

formas singulares de entender e refletir sobre questões e problemáticas locais,

buscando com isso, facilitar um processo de planejamento e pactuação de

demandas sociais, que se tornarão projetos e ações que subsidiarão a realização de

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Page 50: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

políticas públicas com o foco no desenvolvimento local.

Esta metodologia surge da integração da metodologia de registro de historia

de vida difundida pelo Museu da Pessoa com a os valores e princípios do

Desenvolvimento Local utilizados pela metodologia do Pontão Rede Juvenil.

Iniciamos com a proposta do Brasil Memória em Rede – BMR, em seguida a

apresentação e comentários sobre a metodologia mostrando a proposta do vídeo-

doc “Vozes Jovens da Amazônia” como um primeiro resultado desse processo.

Foram realizadas, ao longo da oficina, entrevistas individuais de coleta de

historias de vidas e círculos de histórias onde são pontuadas, a partir da memória

social, problemáticas sócio-ambientais que afligem as comunidades amazônicas.

Posteriormente, em rodas de conversas iniciamos um processo de reflexão sobre as

causas desses problemas e as possibilidades de articulação para as resoluções.

Uma pergunta é norteadora durante o dialogo: O que precisa mudar na minha

cidade para a vida melhorar de verdade ?

As problemáticas socioambientais mais levantadas durantes as oficinas

foram: desmatamento da floresta amazônica, conflitos agrários, desrespeito as

direitos humanos, intolerância sociocultural, insegurança pública, falta de

saneamento básico, etc.

Como potencialidades para as resoluções de tais problemas, foram citadas a

diversidade cultural amazônica, organização em rede dos movimentos sociais da

região, gestão compartilhada de políticas publicas, o protagonismo e o

empreendedorismo social das ongs, centros comunitários e pontos de cultura nesse

processo.

Informações Gerais

Público-alvo prioritário: jovem de 16 a 24 com iniciação básica em informática

Tempo Previsto: 3 dias (12 horas dia x 3 dias = 36 horas). Como as oficinas se

desdobram em oficinas realizadas simultaneamente, isso eleva a carga horária das

oficinas para 60 (sessenta) horas-aulas.

Quantidade de participantes por oficina: 30 a 40 pessoas.

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Page 51: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Horário de atividades: 8 às 20h com intervalo para almoço.

Local Indicado: Infocentro, telecentro ou laboratório de informática conectado à

Internet banda larga com plataforma Linux rodando pacotes de aplicativos em

software livre.

CONTEÚDO E PROGRAMA DAS OFICINAS DE COMCOM

MÓDULO 1 – Abertura e nivelamento teórico e metodológico

Atividades: Acolhimento e credenciamento de participantes da oficina; mesa de

abertura composta por parceiros convidados; dinâmica de apresentação dos

participantes.

Duração: 1,5 horas

Dinâmica: Palestras de 15 minutos por cada tema seguidas de debate com os

presentes.

1) Monopólio das comunicações x comunicação comunitária;

2) Cultura digital e mídias livres como ferramenta de transformação social;

3) Comunicação Comunitária e Desenvolvimento Local;

Duração: 1,5 horas

Seminário de Nivelamento na Metodologia de Desenvolvimento Local Amazônico –

DELA

Duração: 2 horas

MÓDULO 2 – Introdução à Comunicação Comunitária e Planejamento Editorial

1) Cadastro de participantes: checagem da listagem dos participantes na oficina:

ficha de cadastro online na oficina e cadastro no portal www.redejuvenil.com.br para

viabilizar a postagem de conteúdos.

2) Noções gerais da comunicação comunitária: carro-som como rádio volante; boca-

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Page 52: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

ferro; webradio; webtv; blog; jornal mural; tv de rua; reuniões na comunidade;

3) Planejamento editorial e definição de funções nas equipes da oficina;

4) Roteiro, pautas e script na comunicação comunitária;

5) Cronogramas de execução;

6) Definição das equipes da oficina (em plenário); reunião separada das equipes

para definir funções e planejar o conteúdo editorial do produto de cada oficina.

Duração: 4 horas

Duração: 1 hora de uso livre do Infocentro/telecentro pela equipe para pesquisa e

atividades das oficinas.

MÓDULO 3 – Gráficos

Conteúdo: Panfleto, jornalzinho e folheto.

Atividades: Ensaio prático sobre a linguagem visual; planejamento da publicação

visual gráfica; escolha de formatos e de meios de publicação; noções de projeto

visual gráfico; estrutura do texto na comunicação comunitária impressa; usando

software livre para edição de impressos; publicando impressos na internet através

do portal www.redejuvenil.com.br

Duração: 10 horas (simultâneas as outras oficinas)

Duração: 2 horas de uso livre do Infocentro/telecentro pela equipe para pesquisa e

atividades das oficinas.

MÓDULO 4 – Criando Blogs em web 2.0 – a Internet Colaborativa

Conteúdo: noções básicas de blog como ferramenta de comunicação de web 2.0;

wordpress como ferramenta livre colaborativa; criando blog individuais e um blog

coletivo.

Atividades: visitas a blogs já publicados na Internet; teste do wordpress criando

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Page 53: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

blogs individuais; planejamento do blog coletivo da equipe; coleta de dados, edição e

publicação do blog no portal www.redejuvenil.com.br

Duração: 10 horas (simultâneas as outras oficinas)

Duração: 2 horas de uso livre do Infocentro pela equipe para pesquisa e atividades

das oficinas.

MÓDULO 5 – Criando áudios e programas de rádio

Conteúdo: Linguagem de rádio; texto para rádio; boletim falado de radiojornalismo

comunitário; radioweb; publicação de áudios na internet e mídias digitais.

Atividades: ensaio prático sobre a linguagem do rádio; montando um script de

radiojornalismo comunitário; planejando e executando um boletim falado no rádio;

editando áudios usando software livre; publicando áudios na internet e na radioweb

do portal www.redejuvenil.com.br.

Duração: 10 horas (simultâneas as outras oficinas)

Duração: 2 horas de uso livre do Infocentro pela equipe para pesquisa e atividades

das oficinas.

MÓDULO 6 – Criando vídeos

Conteúdo: Noções básicas de vídeo e videodocumentário; noticiário de TV; roteiro

básico de vídeo.

Atividades: ensaio prático sobre a linguagem da TV; montagem de um roteiro de

videojornalismo comunitário; captura de imagens; edição e finalização de vídeo;

postando vídeo na Internet e na webtv do portal www.redejuvenil.com.br.

Produzindo um programa de vídeotv: 16 horas (simultâneas as outras oficinas)

Encerramento: apresentação dos trabalhos da equipe e avaliação coletiva. Todas as

equipes apresentam e comentam os trabalhos produzidos. Ao final é feita uma

avaliação coletiva.

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Page 54: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Duração: 2 horas.

Duração: 2 horas de uso livre do Infocentro pelas equipes para pesquisa e

atividades das oficinas.

MÓDULO 7 – Narrando histórias de vida como metodologia de memória

Narrando Histórias de Vidas: Palestra e exercício prático de registro de memória.

Após o exercício, os jovens são orientados a fazer cada um a sua narrativa de

histórias de vida na plataforma virtual do Museu da Pessoa.

Duração: 4 horas

Duração: 2 horas de uso livre do Infocentro/telecentro pela equipe para pesquisa e

atividades das oficinas.

MÓDULO 8 – Pondo em prática o aprendizado para fazer jus ao certificado

Conteúdo: Trabalho de Conclusão de Oficina - TCO

Atividades: Cada participante terá que publicar no prazo de 30 dias no portal www.redejuvenil.com.br

(obrigatoriamente) ou em outros sites (opcionalmente) pelo menos um conteúdo de

um dos quatro módulos centrais da oficina para poder receber o certificado de

conclusão da oficina.

11. DIFICULDADES ENCONTRADAS

O projeto Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, ao

longo de suas atividades neste período de doze meses, conseguiu alcançar

excelentes resultados de difusão, articulação e capacitação. Contudo, algumas

dificuldades foram encontradas, conforme relataremos neste momento.

A Amazônia ocupa 60% do território nacional, onde o estado do Pará, em

termos territoriais, é o segundo maior do Brasil. Esta é uma região plural em

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Page 55: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

aspectos culturais, étnicos e ambientais. São índios, ribeirinhos, quilombolas,

caboclos, camponeses, urbanos, que se misturam às características dos diversos

ecossistemas desta região.

Desta forma, avalia-se que as dimensões continentais do Pará, aliado ao

montante de recursos disponíveis para a execução deste projeto foi uma dificuldade.

Levando em consideração que existem pontos de cultura em regiões diversas e

afastadas da capital, para a efetivação de algumas atividades tornava-se necessário

o deslocamento dos representantes destes Pontos de Cultura até a capital, todavia,

por conta da geografia natural de nosso estado, formada por imensos rios, a única

forma de garantir a participação desses representantes era por meio de

deslocamento aéreo.

Desta maneira, consideramos como dificuldade, em razão dos problemas de

deslocamento por conta das dimensões territoriais do Pará e do montante de

recursos disponíveis que se tornaram insuficientes diante das especificidades da

região amazônica.

Avalia-se, também, como obstáculo o fator temporalidade, onde os doze

meses para cumprimento de objeto, considerando o tamanho do projeto e das

realidades amazônicas, acabaram tornando-se demasiado curto. O recomendável

para o melhor desenvolvimento de um projeto como este seria de no mínimo três

anos e com maior aporte de recursos.

Foram encontradas dificuldades em articular, mobilizar e comunicar com os

dois Pontos de Cultura do Amapá. Não houve retorno dos Pontos do Amapá

demonstrando interesse em fazer parte deste projeto. Posteriormente, em reunião

com Otizete Alencar (ponto e pontão Navegar Amazônia e represente do Amapá na

Comissão Nacional de Pontos de Cultura), tivemos conhecimento que os projetos

foram desarticulados com o encerramento das atividades, no estado do Amapá, da

entidade proponente legal dos projetos.

Mesmo com a ausência dos dois Pontos de Cultura do Amapá, o projeto

conseguiu cumprir, inclusive superar sua meta em número de Pontos de Cultura.

Onde antes eram previstos no plano de trabalho 15 (quinze) Pontos de Cultura do

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Page 56: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Pará e Amapá, o número de pontos que participaram do projeto foi de 17

(dezessete), em razão da aprovação de alguns novos Pontos no Pará.

Por conta de o projeto ter iniciado em meados de 2008, algumas ações do

projeto foram interrompidas por causa das eleições municipais, pois alguns parceiros

estratégicos, inclusive Pontos de Cultura, encontravam-se impossibilitados de

articular e mobilizar ações locais. Por este motivo, a aprovação dos projetos dos

pólos regionais deu-se apenas no dia 25 de novembro de 2008. Mas a sua

articulação já vinha sendo gestada através das ações de sensibilização e

mobilização promovidas pela coordenação do projeto e pelos facilitadores.

12. SÍNTESE DOS OBJETIVOS CUMPRIDOS

12.1. ARTICULAÇÃO

12.1.1 - Articular os 16 pontos de cultura dos estados do Pará e Amapá em ações de protagonismo juvenil e empreendedorismo social na perspectiva do Desenvolvimento Local.

O objetivo, definido anteriormente em 16 Pontos de Cultura do Pará e Amapá foi

alcançado. Foram articulados 17 Pontos de Cultura do Pará, pois os dois Pontos de

Cultura do Amapá encontravam-se com problemas. Neste sentido, apesar do déficit

dos dois Pontos de Cultura do Amapá, o projeto conseguiu superar numericamente a

meta articulação dos Pontos de Cultura.

12.1.2 - Levantar as redes, entidades e iniciativas culturais da juventude no Pará e Amapá, a fim de estimular a sua participação nos diversos pontos de cultura da região.

O Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil procurou em todas

as atividades inserir as mais diversas redes, organizações, grupos e movimentos de

juventude, para que essas organizações pudessem atuar conjuntamente, nos pólos

regionais, com os Pontos de Cultura realizando ações afins. A rede é composta

atualmente por mais de 50 parceiros entre entidades, movimentos, grupos e

instituições culturais que tem interagidos com os 17 pontos de cultura da Rede.

Muitos desses grupos apresentaram projetos e foram aprovados no edital estadual

de pontos de cultura.

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Page 57: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

12.1.3 - Realizar encontros regionais para o intercâmbio e troca de experiências das ações desenvolvidas por parte dos pontos de cultura para os jovens.

Os encontros regionais foram realizados com sucesso durante as oficinas de

Comunicação Comunitária, encontro de planejamento e reuniões dos pólos

regionais. Também foram realizados encontros reunindo os pontos de cultura em

diversas ocasiões (Foruns Paraense de Pontos de Cultura, Conferências de Cultura

e de Comunicação, Fórum Social Mundial, entre outros).

12.1.4 - Promover ações integradas através da rede do GESAC, Escolas, Programas Governamentais, Telecentros apoiados pelo SEBRAE e ações em execução por organizações da sociedade civil, voltados para juventude, envolvendo os governos estaduais, municipais e empresas como parceiros do Pontão para a sustentabilidade futura do projeto.

Considerando a importância da participação das organizações estatais no

desenvolvimento deste projeto, o Pontão de Cultura Rede Amazônica de

Protagonismo Juvenil fez questão de aproximar em todos os seus momentos o

Estado e Sociedade Civil. Nesta perspectiva de aproximação foi estabelecido

parcerias estratégicas para os Pontos de Cultura, como a implementação dos

Infocentros NAVEGAPARÁ em todos os Pontos do Pará, programa gerido pelo

SEDECT – Secretaria de Desenvolvimento, Cinência e Tecnologia do Pará;

Secretaria de Cultura do Pará; Fundação Cultural Curro Velho, Instituto de Artes do

Pará; Fundação Cultural de Ananinindeua e várias escolas estaduais e programas

governamentais no plano municipal e estadual que contribuiram para a realização do

projeto.

12.1.5 - Fomentar a implantação de 40 novos Pontos de Cultura, a partir de pactuação com ações em execução pelo MinC e pelo Governo do Estado.

A partir desta aproximação com os órgãos governamentais e o engajamento do

Pontão de Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, juntamente com a

Comissão Paraense dos Pontos de Cultura, pôde fomentar a implantação de 60

novos Pontos para o estado do Pará. Apresentamos propostas na formulação do

edital, muitas delas acatadas pela Secretaria de Cultura, em especial a

regionalização do edital que garantiu uma quantidade mínima pontos de cultura para

cada uma das 12 regiões de integração do Pará. Os coordenadores do projeto

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Page 58: Relatório de cumprimento do objeto

RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

atuaram na mobilização e capacitação em elaboração de projetos para parceiros da

rede e entidades da sociedade civil, muitos dos quais foram aprovados.

12.2. DIFUSÃO

12.2.1 - Construir o Diagnóstico dos Pontos de Cultura do Pará e Amapá com foco nas ações voltadas e realizadas por jovens, com o intuito de identificar os diversos projetos desenvolvidos para o público juvenil com vistas à integração dos mesmos.

O diagnóstico foi feito com base na situação sociopolítica dos jovens na

Amazônia e suas vulnerabilidades, levando em consideração a atuação dos

Pontos de Cultura como potencializadores do desenvolvimento local e do

protagonismo juvenil.

12.2.2 - Publicar o Relatório da situação sociopolítica e cultural "das Juventudes", apoiadas nos pontos de cultura, redes e grupos de Jovens nos estados participantes da Rede.

O relatório foi publicado conforme descrito no item acima, revelando a

situação sociopolítica da juventude na Amazônia.

12.2.3 - Realizar o vídeodocumentário "Vozes Jovens da Amazônia", tendo como base o Relatório da situação sociopolítica e cultural "das Juventudes", a história de vida e a memória social de vários jovens de diferentes localidades, construído por eles mesmos em oficinas ministradas pelo Pontão da Juventude nos pólos.

A partir de todos os momentos presenciais do Pontão de Cultura Rede

Amazônica de Protagonismo Juvenil, buscou-se registrar relatos orais de

histórias de vida dos jovens em vídeo, que contribuíram para a construção do

vídeodocumentário Vozes Jovens da Amazônia.

12.2.4 - Criar o Portal em ambiente web colaborativo, garantido aos Pontos de Cultura e parceiros da Rede, a publicação de informações, notícias, relatos de experiências, produções culturais locais, criação de chats, fóruns, blogs,

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

enquetes e espaço para web-conferências. O portal será atualizado pelos jovens participantes do Pontão.

O Portal foi criado (www.redejuvenil.com.br) em ambiente web colaborativo,

onde todos os atores tem oportunidade de publicar textos, notícias, vídeos,

áudios e fotos e demais funcionalidades acima descritos como estratégia de

difusão dos produtos dos Pontos de Cultura, das diversas organizações que

compõem o projeto e das atividades do Pontão de Cultura Rede Amazônica

de Protagonismo Juvenil. O portal registra atualmente mais de 300

colaboradores e um rico acervo de conteúdos produzidos pelos pontos de

cultura e parceiros da rede.

12.2.5 - Criar e gerenciar um banco de projeto culturais da juventude e das melhores práticas, acessível a todos os pontos de através do Portal.

O banco de projetos culturais está disponível no portal do projeto Pontão de

Cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, onde pode ser visualizado

pelos colaboradores e visitantes deste portal, contribuindo para a colaboração

em rede.

12.3. CAPACITAÇÃO

12.3.1 - Promover a formação sociopolítica e cultural da juventude dos pontos da Rede, com enfoque especial nos aspectos étnico-raciais (negros, indígenas e quilombolas).

A formação sociopolítica e cultural da juventude foi realizada em curso no

período de 14 a 16 de janeiro de 2009, em Belém e teve continuidade através

de uma cartilha que foi impressa e distribuida aos pontos de cultura. Essa

cartilha serve de orientação para o debate do desevolvimento local numa

pespectiva do protagonismo dos jovens.

12.3.2 - Promover a capacitação dos membros da Rede em Comunicação Comunitária Multimídia pautados em texto, imagem, som e mídias alternativas.

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Foram realizadas cinco oficinas de Comunicação Comunitária em todos os

pólos regionais em oito módulos, capacitando ao todo 184 pessoas, 64 a mais

da meta prevista.

12.3.3 - Promover a formação de especialistas em Software Livre (níveis intermediário e avançado), visando disseminar o uso de plataforma livres.

Foram realizadas jornadas de software livre visando capacitar jovens dos

pontos de cultura e parceiros da rede no uso das plataformas livres. Foi iniciado um

curso avançado em software livre de 100 horas-aulas que está capacitando jovens a

dar suporte aos telecentros e infocentros dos pontos de cultura.

12.3.4 - Fomentar o Desenvolvimento Sustentável Local com foco no protagonismo juvenil, através da metodologia da Agenda 21.

O Desenvolvimento Sustentável Local, que representa para este projeto a

metodologia base, foi fomentado em todos os momentos, especialmente nas

capacitações na metodologia do projeto, DELA – Desenvolvimento Local

Amazônico e nas oficinas de Comunicação Comunitária.

12.3.5 - Promover a capacitação pedagógica destinada à tutores e coordenadores dos Pontos de Cultura, visando aprimorar a gestão da Rede.

Esta capacitação foi realizada no mesmo período da capacitação em

Desenvolvimento Local Amazônico, no período de 14 a 16 de janeiro de 2009,

em Belém.

APLICAÇÃO DA CONTRAPARTIDA

A contrapartida foi feita em forma de serviços, tendo como instrumentos que de comprovação declarações de cessão de serviços e relatórios. Convem ressaltar que todos os itens citados no projeto têm como natureza de despesa somente custeio.

DIVULGAÇÃO

O projeto foi divulgado através de midias livres, listas de e-mail, cartas,

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

comunicados, oficinas, plenárias e reuniões e das peças de comunicação elencadas

no projeto (camisa, banner, cartilhas, vídeos, spot, relatórios, manuais, apostilas,

cartaz, folder e DVD). O portal do projeto www.redejuvenil.com.br é também um ótimo

espaço de divulgação do projeto, sendo muito acessado pelos pontos de cultura,

somando atualmente quase 11.000 acessos e 311 colaboradores individuais e

institucionais cadastrados. Em todos esses meios foi efetivado crédito ao Ministério

da Cultura sob a chancela patrocínio ou apoio. Também foi feita divulgação através

de entrevistas em rádios e televisões. Os entrevistados sempre foram orientados e

citaram o apoio/patrocínio ao projeto pelo Ministério da Cultura. Nos jornais a

chancela de apoio/patrocínio não é controlável, mas houve também citações.

RECURSOS RECEBIDOS

O Ministério da Cultura repassou R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) e os

Argonautas Ambientalistas da Amazônia ofereceram contrapartida de R$ 100.000,00

(cem mil reais) ao projeto em forma de serviços de custeio. Apesar das ações terem

sido plenamente realizadas, não foram aplicados todos os recursos, havendo saldo

de recursos a devolver ao Ministério da Cultura referentes a custeio e também a

bens de capital, assim como de rendimentos de aplicação. As contrapartidas foram

todas executadas. Assim, tecnicamente falando, o projeto foi parcialmente cumprido.

PROCEDIMENTOS ANÁLOGOS À LICITAÇÃO

Foram adotados procedimentos análogos a licitação, sendo que as compras foram

realizadas através de carta-convite, consultas de preços e somente em poucos

casos foram feitas dispensa de licitação. Os processos de compras estão

devidamente fundamentados , em conformidade com a Lei Federal nº. 8.666/93 e suas

alterações e regulamentações.

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RELATÓRIO DE CUMPRIMENTO DO OBJETO - PROJETO PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

13. TABELA SÍNTESE DAS ATIVIDADES REALIZADAS

Atividade realizada Data/Período Carga-horária

Público atingidoDireto Indireto

Planejamento da Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil e I Fórum Paraense dos Pontos de Cultura 15/05/2008 12h 32

II Fórum Paraense dos Pontos de Cultura 17 e 18/10/2008 20h 32

ASCULTA SOCIOCULTURAL ARGONAUTAS 18 de outubro de 2009

05 15

Nivelamento em DELA Desenvolvimento Local Amazônico (facilitadores coordenadores do Pontão) 20/10/2008 8h 10

TEIA 2008 12 a 16/11/2008 50h 25Oficina de capacitação em Desenvolvimento Local Amazônico/Curso de formação Sociopolítica da Juventude

14 a 16/01/2009 30h 34

Fórum Social Mundial 27/01 a 01/02/2009 60h 40Oficina de Comunicação Comunitária Pólo Metropolitano

6 a 8 de março de 2009 60h 32

Oficina de ComCom Pólo Trans-Xingu-Tapajós 20 a 22 de março de 2009

60h 47

Oficina de Comunicação Comunitária Pólo Marajó10 a 12 de abril de

2009 60h 09

Oficina de Comunicação Comunitária Pólo Sul-Sudeste (Marabá)

20 a 23 de abril de 2009

60h 36

Oficina de Comunicação Comunitária Pólo Sul-Sudeste (Parauapebas, Eldorado e Marabá)

22 a 25 de setembro 2009 60h 59

Nivelamento em DELA Pólo Metropolitano 6 de março 2009 04h 32Nivelamento em DELA Pólo Transxingutapajós 20 de março 2009 04h 47Nivelamento em DELA Pólo Marajó 10 de abril 2009 04h 10Nivelamento em DELA Pólo Sul-Sudeste 20 de abril 2009 04h 33Reunião Pólo Transxingutapajós 19 de março 2009 03h 09Seminário Planej. Estratégico “Caravana Digital” 26 de março 2009 10h 20Diálogo Público “Cultura Marabá Hoje” 17 de abril 2009 05h 33Oficina de Formação de Agentes de Memória Local 18 de abril 2009 20h 30Oficina de Inclusão Digital "Caravana Digital" 7 e 8 de maio de

2009 20h 16

Diálogo Público "Culturas Juvenis e Espaços Alternativos" 22 de maio 2009 05h 15

Conferência Municipal de Educação de Marituba 4 e 5 de junho 2009 20h 26Roda de Conversa "Caravana Digital" 25 de junho 2009 04h 05

Diálogos Cineclubistas 17 a 19 de agosto 2009 30h 13

Jornada de Edição em Software Livre 20 de setembro 2009 10h 07

Reunião de Avaliação do Pontão 25 de setembro 2009 04h 10

TOTAL 632 h/a 677

Belém, 04 de dezembro de 2009

UNIDADE CONVENENTE

Antonio Nilton Rodrigues Silva – Gestor Institucional dos ArgonautasArt. 40 Decreto 93.872/86

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO

Luã Gabriel dos Santos – Coordenador Geral do ProjetoArt. 40 Decreto 93.872/86

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