relatÓrio de auditoria nº 001/2017/pnae · gerido pela prefeitura municipal de peixoto de...

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CONTROLADORIA MUNICIPAL Página 1 de 40 RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 001/2017/PNAE Assunto: Avaliação dos Controles Internos em nível de atividade Alimentação Escolar - Monitoramento das atividades das ações realizadas em face da Matriz de Riscos e Controles MRC aplicável aos processos de gestão dos programas de alimentação e nutrição escolar aprovada em atendimento a Resolução Normativa nº 034/2016/TCE/MT. UNIDADE AUDITADA PREFEITURA MUNICIPAL DE PEIXOTO DE AZEVEDO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO GESTOR DA UNIDADE MAURÍCIO FERREIRA DE SOUZA PREFEEITO MUNICIPAL MARIA DOS SANTOS LOPES SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO I. INTRODUÇÃO O presente instrumento apresenta os resultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos de gestão, ocorridos na Unidade Auditada, no período de 18/09/2017 a 18/12/2017, tendo por objetivo averiguar o funcionamento e a Avaliação dos Controles Internos em nível de atividade relativos ao PNAE Alimentação Escolar - inclusive o Monitoramento das atividades e das ações realizadas em face da Matriz de Riscos e Controles MRC aplicável aos processos de gestão dos programas de alimentação e nutrição escolar aprovada em atendimento a Resolução Normativa 034/2016/TCE/MT. A presente auditoria se deu em virtude de meta estabelecida pelo TCE/MT, que tem por objetivo “Garantir que 100% dos fiscalizados atendam a, no mínimo, 70% dos requisitos de maturidade do sistema de controle interno em nível de entidade e em, pelo menos, 5 atividades relevantes, até dezembro de 2021”, constante do Objetivo 4 do Plano Estratégico de Longo Prazo do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso para o período 2016-2021, aprovado pela Resolução Normativa nº 33/2015; Busca-se através desta, averiguar o nível de maturidade da gestão do PNAE, em face da Matriz de Riscos e Controles MCR, instituídas pelo TCE/MT, por meio da Resolução Normativa nº 034/2016/TCE/MT. O trabalho divide-se em 02 (duas) etapas, na primeira analisa-se o funcionamento geral do PNAE, gerido pela Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo-MT, demonstrando-se os pontos negativos e positivos detectados, na segunda, demonstra-se o nível de maturidade dos controles instituídos, os quais são analisados em face da MCR, instituída pelo TCE/MT, por meio da Resolução Normativa nº 034/2016/TCE/MT, a qual estabeleceu que é obrigação dos gestores implantarem/aprimorarem os controles apresentados no Anexo Único da referida IN, cabendo aos Controladores Internos, monitorarem e relatarem o nível de implementação alcançados pela entidade, em decorrência dos atos praticados pelos gestores.

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    RELATRIO DE AUDITORIA N 001/2017/PNAE

    Assunto: Avaliao dos Controles Internos em nvel de atividade Alimentao Escolar -

    Monitoramento das atividades das aes realizadas em face da Matriz de Riscos e Controles MRC aplicvel aos processos de gesto dos programas de alimentao e nutrio escolar aprovada em atendimento a Resoluo Normativa n 034/2016/TCE/MT.

    UNIDADE

    AUDITADA PREFEITURA MUNICIPAL DE PEIXOTO DE AZEVEDO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO

    GESTOR DA UNIDADE

    MAURCIO FERREIRA DE SOUZA PREFEEITO MUNICIPAL MARIA DOS SANTOS LOPES SECRETRIA DE EDUCAO

    I. INTRODUO

    O presente instrumento apresenta os resultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos

    de gesto, ocorridos na Unidade Auditada, no perodo de 18/09/2017 a 18/12/2017, tendo por objetivo

    averiguar o funcionamento e a Avaliao dos Controles Internos em nvel de atividade relativos ao

    PNAE Alimentao Escolar - inclusive o Monitoramento das atividades e das aes realizadas em

    face da Matriz de Riscos e Controles MRC aplicvel aos processos de gesto dos programas de

    alimentao e nutrio escolar aprovada em atendimento a Resoluo Normativa n

    034/2016/TCE/MT.

    A presente auditoria se deu em virtude de meta estabelecida pelo TCE/MT, que tem por objetivo

    Garantir que 100% dos fiscalizados atendam a, no mnimo, 70% dos requisitos de maturidade do

    sistema de controle interno em nvel de entidade e em, pelo menos, 5 atividades relevantes, at

    dezembro de 2021, constante do Objetivo 4 do Plano Estratgico de Longo Prazo do Tribunal de

    Contas do Estado de Mato Grosso para o perodo 2016-2021, aprovado pela Resoluo Normativa n

    33/2015;

    Busca-se atravs desta, averiguar o nvel de maturidade da gesto do PNAE, em face da Matriz de

    Riscos e Controles MCR, institudas pelo TCE/MT, por meio da Resoluo Normativa n

    034/2016/TCE/MT.

    O trabalho divide-se em 02 (duas) etapas, na primeira analisa-se o funcionamento geral do PNAE,

    gerido pela Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo-MT, demonstrando-se os pontos negativos e

    positivos detectados, na segunda, demonstra-se o nvel de maturidade dos controles institudos, os

    quais so analisados em face da MCR, instituda pelo TCE/MT, por meio da Resoluo Normativa n

    034/2016/TCE/MT, a qual estabeleceu que obrigao dos gestores implantarem/aprimorarem os

    controles apresentados no Anexo nico da referida IN, cabendo aos Controladores Internos,

    monitorarem e relatarem o nvel de implementao alcanados pela entidade, em decorrncia dos atos

    praticados pelos gestores.

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    Durante o exerccio de 2017, foram encaminhados aos atuais gestores, o relatrio tcnico da auditoria

    realizada anteriormente apontando as irregularidades detectadas, e solicitado a adoo das medidas

    saneadoras. Bem como expediu-se a Orientao Tcnica n 016/2017, orientando-se a adoo de

    medidas saneadoras das falhas elencadas naquele relatrio tcnico.

    II. ESCOPO

    Os trabalhos foram realizados na Sede da Unidade Auditada, no perodo de 18/09/2017 a 18/12/2017,

    em estrita observncia s normas de auditoria aplicveis ao servio pblico, objetivando o

    acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gesto ocorridos no perodo de abrangncia do

    trabalho.

    A ausncia de resposta dos Gestores Solicitao de informaes contidas na CI. n. 039/2017,

    prejudicou as atividades de auditoria, constituindo-se restrio realizao dos exames. Tal fato

    acarretou atraso na programao da auditoria, forando a Controladoria a lanar mo de outros

    expedientes para a obteno dos dados analisados.

    De acordo com o escopo definido, e em face dos nossos exames, realizados por amostragem, foram

    efetuadas as seguintes anlises:

    - Sistema de Controle Interno - Avaliao da estrutura de controles internos em nvel de atividade, qual

    seja, a rea de alimentao escolar, abordando aspectos essenciais relacionados s atividades de

    controle aplicadas sobre uma amostra de processos, abrangendo as categorias de objetivo operacionais

    e de conformidade da rea avaliada.

    III. RESULTADO DOS TRABALHOS

    Com base em elementos de conhecimento prvio sobre a unidade auditada e ainda, considerando o

    Planejamento Anual de Auditoria da Controladoria Municipal do Municpio, apresenta-se a seguir o

    resultado dos trabalhos de avaliao dos controles internos.

    1. ANLISE GERENCIAL

    A Administrao Pblica no desempenho de suas funes deve submeter-se a controles diversos,

    incluindo os controles que deve exercer sobre seus prprios atos, denominados controles internos. A

    existncia e efetivo funcionamento de sistemas de controles internos nos municpios uma obrigao

    estatuda pela Constituio Federal de 1988 (art. 31). A finalidade desses controles garantir que a

    administrao atue em consonncia com princpios constitucionais, como da legalidade e da eficincia,

    almejando com isso assegurar o melhor aproveitamento dos recursos pblicos e a boa qualidade dos

    servios prestados populao.

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    Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar os sistemas de controles internos do

    municpio de Peixoto de Azevedo/MT, na atividade de alimentao escolar (Pnae), bem como fornecer

    subsdios para estrutur-los e/ou aprimor-los, em busca da melhoria da governana na gesto

    municipal.

    O Programa Nacional de Alimentao Escolar (Pnae), popularmente conhecido como merenda escolar,

    gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE) e visa transferncia,

    em carter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios

    destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos de toda a educao bsica.

    Neste trabalho, foi utilizado o Questionrio de Avaliao de Controles Internos (QACI) para coleta de

    dados junto ao gestor municipal, no que se refere aos controles internos existentes na atividade de

    alimentao escolar. O QACI foi confeccionado com base nos conceitos e terminologias constantes

    nas Normas de Controle Interno do Escritrio Geral de Contabilidade dos Estados Unidos (GAO

    Ferramenta de Gesto e Avaliao de Controle Interno), que foi construdo com fundamento na

    metodologia delineada no modelo de referncia do Committee of Sponsoring Organizations of the

    Treadway Commission (Coso I Estrutura integrada de controles internos).

    Por relevante, cabe destacar que a responsabilidade por conceber, implantar, manter e

    monitorar controles internos para assegurar os objetivos acima mencionados da administrao

    do rgo ou entidade pblica, cabendo auditoria interna ou ao rgo de controle interno

    avaliar a qualidade desses controles.

    Ademais, a ausncia ou insuficincia dos controles internos representa a principal causa dos achados

    de auditoria presentes neste relatrio, demandando uma atuao preventiva do gestor municipal para

    implementao de controles adequados e efetivos atividade de alimentao escolar no Municpio de

    Peixoto de Azevedo/MT.

    Cada uma das constataes identificadas por meio da aplicao do Questionrio de Avaliao de

    Controles Internos (QACI) ser analisada especificamente na sequncia, considerando as fragilidades

    encontradas, as causas e suas consequncias.

    a) Deficincias na formalizao dos procedimentos (manuais, normas e procedimentos).

    Dentre os controles preventivos inerentes s atividades de controle, destaca-se a formalizao de

    procedimentos, uma vez que todas as atividades importantes devem ser documentadas de forma

    completa e precisa, a fim de que seja fcil rastrear as informaes desde o momento de autorizao at

    a concluso.

    Os municpios devem, assim, elaborar normas e manuais com a descrio detalhada dos

    procedimentos, de forma a orientar seus servidores e empregados e uniformizar os procedimentos

    adotados na atividade de alimentao escolar, evitando falhas na execuo e prejuzos com retrabalho.

    Por meio do Questionrio de Avaliao de Controles Internos QACI aplicado no municpio de

    Peixoto de Azevedo/MT, foi possvel listar as seguintes fragilidades:

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    Quadro 1 Deficincia quanto formalizao dos procedimentos.

    Descrio

    1. Ausncia de normativo estabelecendo atribuies para movimentao de recursos financeiros, atesto, conferncia dos

    documentos de liquidao por servidores distintos, assim como o perodo de realizao da conciliao bancria das

    contas do Pnae por parte do responsvel.

    2. Inexistncia de manual de normas e procedimentos da atividade do Pnae dispondo sobre: (i) procedimento de

    conferncia no recebimento dos alimentos no depsito central e nas escolas; (ii) procedimento de devoluo para o

    fornecedor (no caso do depsito) e para o depsito central (no caso das escolas); (iii) controle de estoque; (iv) definio

    do papel do fiscal do contrato; (v) novas obrigaes da secretaria de controle interno (ou rgo equivalente); (iv)

    frequncia da visita da nutricionista s escolas; (v) obrigatoriedade da utilizao das fichas tcnicas de preparo e sua

    disponibilizao nas cozinhas; (vi) periodicidade e forma de atuao da vigilncia sanitria no controle de qualidade dos

    alimentos.

    3. Ausncia de rotina formalizada definindo critrios tnicos de acordo com as normas do TCE e TCU para a realizao

    de pesquisa de preos dos gneros alimentcios prvia a realizao das licitaes, dispensas e inexigibilidade.

    4. Inexistncia de normativo para conduo de processos administrativos de penalizao de fornecedores.

    5. No elaborao e consequente utilizao de editais-padro em suas licitaes para aquisio de gneros alimentcios

    (art. 115 da Lei n 8.666/93).

    6. Inexistncia de lista de verificao para garantir a adequada formalizao das atas e dos contratos celebrados e suas

    alteraes.

    7. Inexistncia de lista de verificao para garantir a adequada formalizao das prestaes de contas dos recursos do

    PNAE.

    Fonte: QACI Pnae

    A inexistncia de normas ou manuais detalhando os procedimentos a serem observados nas atividades

    do PNAE pode levar execuo errnea das atividades e retrabalhos e resultar em danos financeiros

    ou prtica de atos ilegais advindos de falhas nos procedimentos licitatrios para aquisio de gneros

    alimentcios,; alm do risco de aquisio de gneros alimentcios com preos acima do praticado no

    mercado, em razo da falta de definio de rotinas formalizadas para realizao de pesquisas de

    preos, entre outras.

    b) Deficincias na execuo dos controles legais.

    Os controles legais so instrumentos de controle preventivo, que, devido sua importncia na

    preveno de erros e falhas e desvios, foram inseridos na legislao. Trata-se de um conjunto de

    regras, descrito na lei ou em normativos infralegais, ou, ainda, em jurisprudncia consolidada do TCU

    ou dos tribunais superiores. Estas regras so essenciais para o controle, sendo obrigatrias para toda a

    administrao pblica. A sua inobservncia configura irregularidade, demandando correo imediata

    por parte da entidade.

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    Aps anlise do funcionamento do PNAE no Municpio, foram constatadas as seguintes deficincias

    na execuo dos controles legais:

    Quadro 2 Deficincias quanto execuo dos controles legais.

    Descrio

    1. Quandidade insuficiente de profissionais nutricionistas vinculado Entidade Executora, pois existem 3.797 alunos

    atendidos pela PNAE e apenas um profissional de nutruo, contrariando o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010, que

    estabelece que seriam necessrios no minimo 1 RT e 3 QT.

    2. Ausncia de atuao do nutricionista quanto aos seguintes aspectos: diagnstico e acompanhamento do estado

    nutricional dos alunos (fato que decorre da insuficincia da quantidade de nutricionista, pois existe apenas um

    profissional, que o responsvel tcnico, quando este deveria ser auxiliado por no mnimo mais 3 (trs) QT, de acordo

    com a Resoluo CFN 465/2010; b) No adoo de Fichas Tcnicas de Preparo dos alimentos pelas merendeiras; c)

    realizao de cursos com carga horria insuficiente, visto que foram verificadas diversas irregularidades; no realizao

    ou realizao de forma insuficiente de palestras e treinamentos para alunos, merendeiras e demais atores envolvidos no

    PNAE; d) realizao de testes de aceitabilidade em poucas uniadades escolares, Resoluo CD/FNDE n 26/2013; e)

    no designao formal de equipe tcnica para acompanhar os processos de aquisio de alimentos para o PNAE (em

    especial, na fase de habilitao de licitantes nos processos licitatrios para a realizao de inspeo de amostras dos

    alimentos ofertados; especificaes, elaborao de quantitativos, etc);

    3. Inexistncia de aes de educao alimentar e nutricional (cursos, palestras, oficinas culinrias, teatros, gincanas,

    incluso do tema alimentao saudvel no currculo escolar, etc) de forma abrangentes e sistematizadas no exerccio

    de 2017, as atividades desenvolvidas se limitaram s cozinheiras, devendo ser expandida para os demais atores

    alcanados pelo PNAE.

    4. No adoo de fichas tcnicas de preparo FTP, no preparo de alimentos, conforme exigido pelo inciso V do art. da

    Resoluo CFN n 465/2010 2010 e acrdo TCU n 2576/2009 Plenrio e a Resoluo CD/FNDE n 26/2013, art. 14,

    7.

    5. No utilizao de no mnimo 30% dos recursos transferidos pelo FNDE para a compra de gneros alimentcios da

    agricultura familiar, em desacordo com o art. 24 da Resoluo FNDE n 26/2013.

    6. Aquisio de gneros alimentcios com recursos do Pnae por meio de Prego Presencial, sem a devida justificativa

    para no utilizao do prego eletrnico, em desacordo com o Acrdo TCU n 2368/2013 Plenrio.

    7. No aplicao de Teste de Aceitabilidade ou aplicao em desacordo com o 6 do art. 17 da Resoluo n 26/2013,

    apesar de aplicado testes de aceitabilidade em 2017, o mesmo ficou restrito a poucas unidades escolares, devendo ser

    expandido.

    8. Condies de armazenamento das escolas e preparo dos alimentos na cozinha em desacordo com normas tcnicas e

    operacionais adequadas (Resoluo-RDC Anvisa n 216/2004)

    9. Ausncia de designao formal de equipe tcnica para auxiliar a CPL/pregoeiro na anlise da documentao de

    habilitao e propostas de preos nas licitaes para aquisio de gneros alimentcios.

    Fonte: QACI Pnae

    Os controles positivados pela lei, normativos infralegais, ou, ainda, em jurisprudncia consolidada do

    TCU ou dos tribunais superiores, foram criados para elevar a segurana de que os princpios da

    administrao pblica sejam observados na execuo das atividades do Pnae, incluindo suas aquisies

    e contrataes.

    Assim sendo, a inobservncia e o consequente desvirtuamento dos controles legais apontados neste

    relatrio de fiscalizao caracterizam-se como irregularidades que podem ocasionar a m prestao

    dos servios pblicos, especialmente em razo da carga horria semanal mnima da nutricionista em

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    desacordo com o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010; prejuzos sociais comunidade devido a no

    aquisio do percentual mnimo de produtos da agricultura familiar, a qual se v impedida de ter

    acesso a esse mercado e de desenvolver sua atividade agrcola de maneira sustentvel; possibilidade de

    prejuzos ao errio decorrente da perda ou desvio de gneros alimentcios em funo das condies

    inadequadas de armazenamento e preparo das refeies apontadas pela equipe de fiscalizao da CGM

    neste relatrio.

    c) Deficincias nos controles gerenciais/acompanhamento das atividades.

    O controle gerencial uma importante ferramenta que visa levar a organizao a atingir seus objetivos

    institucionais. Um controle gerencial eficaz tem por objetivos:

    a) produzir informaes que possibilitem aos gestores a tomada de decises, para que a organizao

    atinja os seus objetivos;

    b) avaliar o desempenho da organizao na execuo das suas atividades meio e fim, tomando como

    parmetros os conceitos de economicidade, eficincia, eficcia e efetividade, tendo em vista os seus

    objetivos;

    c) avaliar o desempenho dos setores administrativos tendo em vista as suas finalidades

    organizacionais;

    d) avaliar a execuo das aes planejadas e programadas para o perodo.

    Aps anlise das respostas encaminhadas pelo municpio, foram constatadas as seguintes deficincias

    na execuo dos controles gerenciais:

    Quadro 3 Fragilidades quanto aos controles gerenciais das atividades.

    Descrio

    1. Ausncia nas escolas de controle eletrnico ou manual de estoque de alimentos armazenados, o controle realizado

    apenas pela nutricionista.

    2. Inexistncia de controles acerca das fases do processo licitatrio, de modo a identificar o tempo mdio gasto em cada

    etapa do processo e iniciar o processo de aquisio tempestivamente.

    3. Ausncia de controle manual ou eletrnico das empresas penalizadas com declarao de suspenso, inidoneidade ou

    impedimento pelo municpio.

    4. Ausncia de mapeamento, ou mapeamento ineficiente, dos produtos da agricultura familiar, com objetivo de facilitar

    sua incluso nos cardpios da alimentao escolar, no permitindo a aquisio de no mnimo 30% dos recursos

    transferidos pelo FNDE para a compra de gneros alimentcios da agricultura familiar, em desacordo com o art. 24 da

    Resoluo FNDE n 26/2013

    Fonte: QACI Pnae

    Por consequncia, a inexistncia desses controles pode resultar em falta de gneros alimentcios para o

    preparo e o fornecimento da merenda escolar. Somente com um controle gerencial eficaz poder a

    Prefeitura de Peixoto de Azevedo/MT se organizar de forma a estabelecer um cronograma adequado

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    de compras, completando os processos licitatrios tempestivamente, sem interrupes no fornecimento

    de gneros alimentcios nem atropelos de ltima hora.

    d) Deficincias/ausncia de controles preventivos de fraudes e conluios.

    Diversas atividades especficas do controle podem ser eficazes na preveno de fraudes e abusos, tais

    como a anlise circunstanciada dos licitantes, das propostas e das alteraes contratuais e a verificao

    das clusulas contidas nos editais, a fim de evitar direcionamento, fracionamento do objeto ou jogo de

    planilha, assim como consulta para verificar a ocorrncia de penalidades que impedem as empresas de

    licitar e contratar, especialmente o Cadastro Especfico de Empresas Inidneas e Suspensas - CEIS,

    Cadastro Nacional de Condenaes Cveis por Ato de Improbidade Administrativa do CNJ e Cadastro

    de Inidneos do TCU.

    Nesse contexto, a execuo dessas rotinas revela-se de extrema importncia, tendo em vista que a

    prtica de atos visando a frustrar os objetivos da licitao tipificada como crime pela Lei n 8.666/93

    (art. 82 e 89). Destaca-se, ainda, que o art. 97 da mesma Lei dispe que crime admitir licitao ou

    celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidneo, ensejando por parte da

    Administrao a adoo de procedimentos com vistas a evitar a participao dessas empresas ou

    profissionais inidneos no certame.

    Por meio QACI aplicado no municpio de Peixoto de Azevedo/MT, foi possvel listar as seguintes

    fragilidades:

    Quadro 4 Fragilidades quanto aos controles preventivos de fraudes e conluios.

    Descrio

    1. Ausncia de realizao de consultas durante o certame e anexadas ao processo para verificar a ocorrncia de registro

    de penalidades que impedem as empresas de licitar e contratar, tais como o Cadastro Nacional de Empresas Inidneas

    e Suspensas - CEIS, Cadastro Nacional de Condenaes Cveis por Atos de Improbidade Administrativa - CNJ e Lista

    de Inidneos do TCU.

    2. Inexistncia de rotinas para preveno de fraudes e conluios, a exemplo de anlise dos endereos das empresas,

    quadro societrio, data de constituio da empresa, anlise das propostas em relao ao formato, empresas de

    servidores do rgo ou Entidade Pblica.

    Fonte: QACI Pnae

    Por consequncia, a falta de uma anlise dos documentos de habilitao e propostas de preos das

    licitantes, das alteraes contratuais e dos cadastros de registro de penalidades pode levar ocorrncia

    de contratao de empresas inidneas ou impedidas; obteno de objeto que no atende plenamente s

    caractersticas desejadas; no obteno da proposta mais vantajosa; sobrepreo/superfaturamento;

    conluio de licitantes; fraude licitao ou outras atividades ilcitas com prejuzo ao errio.

    Por oportuno, adita-se que, por ocasio da prolao do Acrdo n 636/2012-Plenrio, o Tribunal de

    Contas da Unio elencou, como uma das causas significativas para os problemas identificados na rea

    de licitao e contratos, a precariedade ou mesmo ausncia de medidas tendentes a robustecer os

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    controles administrativos internos nos rgos pblicos, que terminam por propiciar um ambiente

    organizacional que oportuniza a ocorrncia de prticas inadequadas e que resulta em prejuzos

    financeiros, orientando s Unidades Jurisdicionadas que fortaleam seus controles internos, haja vista a

    relao inversamente proporcional entre estes e a ocorrncia das mais diversas irregularidades.

    e) Deficincia quanto s revises independentes.

    A atividade de reviso independente, controle tipicamente detectivo, consiste em leitura crtica de atos

    ou operaes por um terceiro no envolvido na realizao destas aes, com vistas a assegurar de

    maneira razovel a conformidade e eficincia na execuo desses atos, confrontando-os com a

    legislao aplicvel.

    Mediante aplicao do QACI, foi possvel listar as seguintes fragilidades em especfico:

    Quadro 5 Fragilidades quanto s revises independentes.

    Descrio

    1. Inexistncia de anlise peridica por responsvel diverso acerca da regularidade da movimentao dos recursos e

    conciliao bancria da conta especfica do PNAE.

    2. Falta de manifestao formal de responsvel diverso da rea de prestao de contas acerca da presena de todos os

    documentos obrigatrios na prestao de contas do PNAE.

    Fonte: QACI Pnae

    Nesse sentido, a ausncia de rotinas de reviso independente pode contribuir para a movimentao

    bancria dos recursos do Pnae sem a respectiva documentao comprobatria da despesa realizada.

    Em face do exposto, os achados de auditoria indicam que a atividade de gesto do Pnae no municpio

    de Peixoto de Azevedo/MT apresenta vulnerabilidades e deficincias significativas em seus sistemas

    de gesto de riscos e controles internos. Dessa forma, imperioso que o gestor municipal adote

    providncias, com base no diagnstico realizado, buscando implementar os controles inexistentes

    apresentados neste achado de auditoria, com objetivo de aprimorar a gesto da atividade e

    consequentemente, contribuir para a melhor aplicao dos recursos pblicos em benefcio da

    sociedade.

    2. ACHADOS DE AUDITORIA

    CONSTATAO 001

    DESCRIO SUMRIA

    Falta de condies adequadas do local de armazenamento e preparo das refeies nas escolas.

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    FATO

    O armazenamento caracterizado por um conjunto de procedimentos tcnicos e administrativos que

    envolvem as atividades:

    Estocagem ou guarda arrumao organizada, aproveitamento de espao; Segurana cuidados contra danos fsicos, furtos e roubos e as medidas relacionadas a sua

    segurana patrimonial;

    Conservao assegurar as caractersticas dos produtos; Controle de estoque monitoramento da movimentao fsica dos produtos; e Entrega entrega ao solicitante, transporte adequado e rastreabilidade dos produtos, mantendo

    sob seus cuidados a documentao administrativa relacionada a eles.

    Aps o recebimento dos alimentos adquiridos, importante observar as condies de armazenamento,

    que pode ser realizada tanto no depsito central do municpio (se houver) como nas escolas. O

    municpio dever possuir estrutura necessria para realizar o controle de estoque e o armazenamento

    dos gneros alimentcios.

    Nesse sentido, a Resoluo-RDC Anvisa n 216/2004 apresenta diversas Boas Prticas para servios

    de alimentao a fim de garantir as condies higinico-sanitrias do alimento preparado.

    Com base nessa perspectiva, foi realizada inspeo fsica no estoque de alimentos, cozinhas, refeitrios

    e reas afins, de Unidades Escolares da Prefeitura de Peixoto de Azevedo/MT, notadamente nas

    Escolas:

    1 Creche Escola Irm Dulce (vistoriado 22/09/2017)

    2 Creche Escola Criana Feliz (vistoriado 25/09/2017)

    3 Escola Municipal Dom Helder Cmara (vistoriado 27/09/2017)

    4 Escola Municipal Paulo Freire (vistoriado 27/09/2017 e 18/12/2017)

    Sendo constatado que as mesmas no possuem estrutura para o adequado armazenamento, preparo e

    distribuio, dos gneros alimentcios utilizados na merenda escolar, conforme apresentado a seguir:

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    ARMAZENAMENTO DE ALIMENTOS

    Creche Escola Irm Dulce - rea de Armazenagem

    Foto 01 - Prateleiras em pssimo estado de conservao, em desacordo com o item 4.7.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004). Data 22/09/2017

    Foto 02 - Produto aberto armazenado inadequadamente, possibilitando contaminao, contrariando o Item 4.8.1 da Resoluo-RDC Anvisa

    216/2004 - Data: 22/09/2017

    Foto 03 - Prateleiras em pssimo estado de conservao, apresenta ferrugem, em desacordo com o item 4.7.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004). - Data: 22/09/2017

    Foto 04 - Prateleiras em pssimo estado de conservao, apresenta ferrugem, em desacordo com o item 4.7.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004). - Data: 22/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Creche Escola Criana Feliz - rea de Armazenagem

    Foto 05 - Janela sem tela milimtrica de proteo Foto 06 - Espao muito reduzido e quente

    Apresenta vidro quebrado, contrariando o Item 4.1.4 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 25/09/2017

    Data 25/09/2017

    Escola Municipal Dom Helder Cmara - rea de Armazenagem

    Foto 07 - Ausncia de tela milimtrica de proteo,

    contrariando o Item 4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Foto 08 - Produtos Armazenados de Forma Incorreta por estar

    junto parede Data 27/09/2017 Data 27/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Escola Centro Educacional Paulo Freire - rea de Armazenagem

    Foto 09 - Armrio utilizado para armazenar alimentos, Foto 10 - Armazenamento inadequado de alimentos,

    no h circulao de ar, contraria o item 4.7.6 da Resoluo-

    RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

    no h circulao de ar , contraria o item 4.7.6 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

    Foto 11 - Armazenamento inadequado de alimentos Foto 12 - Produtos armazenados de forma inadequada,

    produtos misturados, contraria o item 4.7.6 da Resoluo-RDC

    Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

    no h circulao de ar, contraria o item 4.7.6 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data 27/09/2017

    Foto 13 - Leite Vencido no Refrigerador (Val. 18/09/2017),

    Data da Visita: 27/09/2017, contraria o item 4.7.4 e 4.7.5 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Foto 14 - Leite Vencido (Val. 18/09/2017), Data da Visita:

    27/09/2017, contraria o item 4.7.4 e 4.7.5 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    COZINHAS Creche Escola Irm Dulce - COZINHA

    Foto 15 - Abertura no piso permite entrada de insetos e acmulo de sujeira, contrariando o item 4.1.3 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 22/09/2017

    Foto 16 - O piso apresenta sujidade e molhado, contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Data: 22/09/2017

    Foto 17 - Botijes dentro da Cozinha em desacordo com Normas de Segurana (NBR/ABNT 13523) - Data: 22/09/2017

    Foto 18 - Exaustores com defeito - Barulho Excessivo, e sem

    Tela milimetrada contrariando os itens 4.1.4, 4.1.10 e 4.1.11 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017

    Foto 19 - Abertura no Forro, Permitindo a Entrada de Foto 20 - Portal com defeito, e cantos que permitem acumular

    insetos e roedores., acmulo de sujeira, contrariando o item

    4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 22/09/2017

    Sujeira, acmulo de sujeira, contrariando o item 4.1.3 e 4.1.4

    da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Foto 21 - Defeito no piso da cozinha e armazm possibilita

    acumular sujeira e acarretar acidente, acmulo de sujeira,

    contrariando o item 4.1.3 e 4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017

    Foto 22 - Portal com defeito, possibilitando acidentes, juntar

    sujeira, acmulo de sujeira, contrariando o item 4.1.3 e 4.1.4

    da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017

    Foto 23 - Ausncia de tela milimtrica de proteo na porta Foto 24- Janela sem tela milimtrica de proteo

    possibilitando a entrada de insetos e ausncia de sistema de

    fechamento automtico, contrariando o Item 4.1.4 da Resoluo-

    RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017

    possibilitando a entrada de insetos, contrariando o Item

    4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.

    Data: 22/09/2017

    Foto 25 - Caixa de amaciante contendo alimentos, possibilitando contaminao, contrariando os Itens 4.7.1 e 4.7.2 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017

    Foto 26 - Alimentos contidos em caixa de amaciante, contrariando os Itens 4.7.1 e 4.7.2 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Foto 27 - Ambiente localizado do lado da cozinha e de frente Foto 28 - Ambiente localizado do lado da cozinha e de frente

    para o refeitrio - Fonte de Contaminao, em desacordo com

    os itens 4.1.6 e 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Data: 22/09/2017

    para o refeitrio - Fonte de Contaminao, em desacordo

    com os itens 4.1.6 e 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Data: 22/09/2017

    Foto 29 - Extintor de incndios com defeito, a cozinha Foto 30 - No fornecimento de calados adequados para as

    estava sem extintor. Data: 22/09/2017 cozinheiras - contrariando o Item 4.6.3 da Resoluo-RDC

    Anvisa 216/2004. Data: 22/09/2017

    Creche Escola Criana Feliz - COZINHA

    Foto 31 - Porta e Janela sem telas milimtricas de proteo Foto 32 - Exaustor com defeito - Barulho Excessivo fato que

    possibilitando a entrada de insetos, contrariando o Item 4.1.4 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Data: 25/09/2017

    impossibilita o uso e ausncia de tela milmetrada, contrariando os

    os itens 4.1.4, 4.1.10 e 4.1.11 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 -

    Data 25/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Foto 33 - Botijo de Gs dentro da Cozinha Infringindo Foto 34 - Botijo de Gs Dentro da Cozinha - Infringindo

    Normas de Segurana (NBR/ABNT 13523)- Data: 25/09/2017 Normas de Segurana (NBR/ABNT 13523)- Data: 25/09/2017

    Foto 35 - No fornecimento de sapatos adequados para a Foto 36- Auxiliar de cozinha que manipula alimentos com

    Cozinheira contrariando o Item 4.6.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 25/09/2017

    unhas grandes - fonte de contaminao, contrariando o

    Item 4.6.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 25/09/2017

    Foto 37 - Freezer com marcas de sujidade, desgaste de uso -

    fonte de contaminao - contrariando o Item 4.1.5 e 4.2.1 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 25/09/2017

    Foto 38 - Restos de alimentos - pes - sem especificar a data de

    validade para consumo, contrariando o Item 4.8.6 da Resoluo-RDC

    Anvisa 216/2004 - Data 25/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Escola Municipal Dom Helder Cmara - COZINHA

    Foto 39 - Exaustores com defeito e ausncia de tela

    milmetrada, contrariando os itens 4.1.4, 4.1.10 e 4.1.11 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data 27/09/2017

    Foto 40 - Janela e Porta sem Tela de Proteo Milimtrica

    possibilitando a entrada de insetos, contrariando o item 4.1.4

    da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data 27/09/2017

    Foto 41 - Pia com acabamento inadequado, possibilitando juntar

    sujeira - fonte de Contaminao - contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

    Foto 42 - Pia e parede com defeitos - possibilitando juntar sujeira

    fonte de contaminao . contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

    Foto 43 - Manchas na parede indicando infiltrao, parede sem

    revestimento, contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

    Foto 44 - Sujeira no foro indicando possvel vazamento no telhado,

    contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Escola Municipal Paulo Freire - COZINHA

    Foto 45 - Manipulao de alimentos sem uso de toucas, contrariando o Item 4.6.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.

    Data: 27/09/2017

    Foto 46 - Porta da cozinha sem tela milimtrica de proteo possibilitando a entrada de inseto, e sem sistema de fechamento

    automtico, contrariando o item 4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data 27/09/2017

    Foto 47 - Janela da cozinha sem tela milimtrica de proteo Foto 48 - Bancada da pia sem acabamento adequado permitindo

    possibilitando a entrada de insetos , contrariando o item 4.1.4 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017

    acumular sujeira, contrariando o item 4.1.17 da Resoluo-RDC

    Anvisa 216/2004. Data 27/09/2017

    Foto 49 - Bancada da janela da cozinha acumula sujeira,

    contrariando o item 4.1.4 e 4.2.1 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Foto 50 - Forro de madeira apresenta frestas, no lavvel,

    contrariando o item 4.1.3, 4.1.4 e 4.2.1 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Data 27/09/2017 Data 27/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

    Pgina 19 de 40

    Foto 51 - Foto 50 - Forro de madeira apresenta frestas, no

    lavvel, contrariando o item 4.1.3, 4.1.4 e 4.2.1 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Foto 52 - No fornecimento de sapato fechado p/ a cozinheira contrariando o Item 4.6.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Data 27/09/2017 Data 27/09/2017

    REFEITRIOS

    Creche Escola Irm Dulce - REFEITRIO

    Foto 53 - Lixo e mato s margens do refeitrio permitindo

    Foto 54 - Lixo e mato s margens do refeitrio permitindo

    a proliferao de insetos. Data: 22/09/2017

    a proliferao de insetos. Data: 22/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Foto 55 - Bainheiro inativo na divisa do refeitrio

    Foto 56 - Bainheiro inativo na divisa do refeitrio

    apresentando agentes contaminantes. Data: 22/09/2017

    apresentando agentes contaminantes. Data: 22/09/2017

    Foto 57 - Presena de pombos na cobertura do refeitrio

    fonte de possveis contaminaes. Data: 22/09/2017

    Escola Dom Helder Cmara - REFEITRIO

    Foto 58 - Iluminao inadequada no refeitrio

    Foto 59 - Bebedores / Lavatrios em pssimo estado de

    Data: 27/09/2017

    conservao. Data: 27/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

    Pgina 21 de 40

    Foto 60 - Bebedores / Lavatrios em pssimo estado de

    Foto 61 - Piso do refeitrio em pssimo estado de conservao

    conservao. Data: 27/09/2017

    Data: 27/09/2017

    REFEITRIO Escola Municipal Paulo Freire - REFEITRIO

    Foto 62 - Pombos hospedados acima da janela da cozinha e

    dentro do refeitrio, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-

    RDC Anvisa 216/2004. - Data: 27/09/2017

    Foto 63 - Animais dentro do refeitrio, contrariando o

    Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004

    Data : 27/09/2017

    Foto 64 - Animais dentro do refeitrio, contrariando o Item

    4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.

    Data: 27/09/2017

    Foto 65 - Pssimo estado de conservao do forro do

    Refeitrio, contrariando o Item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa

    216/2004. - Data: 27/09/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

    Pgina 22 de 40

    Foto 66 - Pssimo estado de conservao do piso do refeitrio,

    sujeiras e sinais de vazamentos de chuva Data: 27/09/2017

    Foto 67 - Bombo presente acima da janela onde servida a

    a merenda, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa

    216/2004. - Data: 27/09/2017

    Foto 68 - Pombos na imediaes do refeitrio, a merenda,

    contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 27/09/2017

    Foto 69 - Animais nas imediaes do Refeitrio, a merenda,

    contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017

    Foto 70 - Animais transitando dentro do refeitrio, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC

    Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017

    Foto 71 - Animais dentro do refeitrio, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.

    Data: 18/12/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Foto 72 - Pombo hospedado acima da janela do refeito e da

    Cozinha, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC

    Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017

    Foto 73 - Fezes de bombo no piso do refeitrio, contrariando

    o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. Data: 18/12/2017

    Foto 74 - Fezes de pombos sobre a mesa onde servida a

    merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017

    Foto 75 - Fezes de pombos no piso do refeitrio, contrariando

    o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017

    Foto 76 - Fezes de pombos sobre a mesa onde servida a merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC

    Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2018

    Foto 76 - Estado de conservao do forro do refeitrio da contrariando o Item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.

    Data: 18/12/2017

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Foto 77 - Penas de pombos dentro do refeitrio da merenda

    escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa

    216/2004. - Data: 18/12/2018

    Foto 78 - Presena de pombos nas imediaes do refeitrio da

    merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2018

    Foto 81 - Pombos na imediaes do refeitrio da merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa

    216/2004. - Data: 18/12/2018

    Foto 82 - Pombos acima da janela da cozinha e do refeitrio da merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/ 2018

    Alm dessas situaes, foram constatadas as seguintes fragilidades no local de preparo das refeies:

    a) Falta de anotao diria do efetivo nmero de refeies servidas nas escolas (Acrdo TCU n 5593/2012 2a. Cmara);

    b) No implantao dos 4 POPs (Procedimento Operacional Padronizado) obrigatrios na escola, de acesso aos manipuladores de alimentos, quais sejam: 1) POP Higienizao de instalaes,

    equipamentos e mveis; 2) POP controle integrado de vetores e pragas urbanas; 3) POP

    Higienizao de Reservatrios; e 4) POP Higiene e Sade dos manipuladores (Item 4.11.4 da

    RDC ANVISA 216/2014).

    De acordo com o 4, do art. 33 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, cabe Entidade Executora ou

    Unidade Executora adotar medidas que garantam a aquisio de gneros alimentcios de qualidade,

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    bem como transporte, estocagem e preparo/manuseio com adequadas condies higinicas e sanitrias

    at o seu consumo pelos alunos atendidos pelo Programa.

    Ademais, a falta de condies adequadas de armazenamento e preparo das refeies nas escolas pode

    resultar em desperdcio de alimentos por perda de validade; entrada de animais e insetos nos locais dos

    alimentos; comprometimento da quantidade (desperdcio), e qualidade da merenda ofertada,

    prejudicando os alunos e os objetivos do programa de alimentao escolar.

    Por fim, o Tribunal de Contas da Unio tem recomendado s Unidades Jurisdicionadas que "melhore

    as condies fsicas de estocagem dos gneros, tanto do almoxarifado central, quanto das escolas,

    tendo em vista as falhas detectadas na presente auditoria, como infiltraes nos locais de

    armazenamento nas escolas, locais inadequados para armazenamento dos produtos alimentcios e

    deficincias de segurana das instalaes" (Acrdo n 2207/2012 - 1 Cmara) e ainda, regularize

    os problemas do estoque da merenda escolar e da cozinha, por estarem em desacordo com a

    Resoluo RDC Anvisa 216/2004 (Acrdo TCU n 1521/2015 Plenrio).

    CAUSA

    No implantao de Procedimento Operacional Padro definindo as condies de estocagem e

    conservao dos alimentos e seu preparo na cozinha escolar, em conformidade com orientaes da

    Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.

    CONSTATAO 002

    DESCRIO SUMRIA

    Profissional nutricionista vinculado Entidade Executora em nmero inferior ao parmetro numrico

    de nutricionistas, contrariando o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010. Insuficincia de atuao da

    nutricionista em atividades do Pnae.

    FATO

    A Coordenao das aes de alimentao escolar ser realizada por nutricionista habilitado, o qual

    dever estar vinculado ao setor de alimentao escolar da Secretaria de Educao da Entidade

    Executora (EEx.), devendo assumir a responsabilidade tcnica pelo programa e estar cadastrado no

    Sistema de Cadastro de Nutricionistas do Programa de Alimentao Escolar (SINUTRI). A presena

    do nutricionista no contexto do programa de alimentao escolar, portanto, imprescindvel.

    Nesse contexto, o 2 do art. 12 da CD/FNDE n 26/2013 e o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010

    definem o parmetro numrico mnimo de nutricionistas para a educao bsica, por entidade

    executora, conforme apresentado a seguir:

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    N de Alunos N de Nutricionistas Carga horria tcnica mnima

    semanal recomendada

    At 500 1 Responsvel Tcnico - RT 30 horas

    501 a 1000 1 RT + 1 Quadro Tcnico - QT 30 horas

    1001 a 2500 1 RT + 2 QT 30 horas

    2501 a 5000 1 RT + 3 QT 30 horas

    Acima de 5000 1 RT + 3 QT e + 01 QT a cada

    frao de 2500 alunos 30 horas

    Fonte: Art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010

    Em anlise do nmero de alunos matriculados na rede pblica do municpio de Peixoto de

    Azevedo/MT (3.974), deveria existir no mnimo 1 nutricionista responsvel tcnico e 3 nutricionista

    do quadro tcnico, porm, constatou-se apenas 1 nutricionista, contrariando o 2 do art. 12 da

    Resoluo CD/FNDE n 26/2013 e art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010.

    Por consequncia, em razo do no cumprimento do parmetro numrico de nutricionista, foi

    constatada ausncia de atuao eficaz quanto aos seguintes aspectos no mbito do PNAE no municpio

    de Peixoto de Azevedo/MT, apresentando, dentre outras as seguintes falhas: no h diagnstico e

    acompanhamento do estado nutricional dos alunos; a) no utilizao de Fichas Tcnicas de Preparo; b)

    no realizao de cursos, palestras e treinamentos para todos os atores do PNAE, ou realizao

    abrangendo apenas parcela dos atores, e em carga horria insuficiente); c) realizao de testes de

    aceitabilidade do cardpio (Resoluo CD/FNDE n 26/2013) em parcela pequena da quantia de

    alunos; d) no mapeamento eficiente da produo da agricultura familiar em parceria com a Secretaria

    de Agricultura, EMPAER local ou com as organizaes da agricultura familiar do municpio; f) no

    nomeao de equipe tcnica para participao nos processos de aquisio de alimentos para o PNAE

    (em especial, na fase de habilitao de licitantes nos processos licitatrios para a realizao de

    inspeo de amostras dos alimentos ofertados; especificaes, elaborao de quantitativos, etc); g) No

    Implantao de Manual de Boas Prticas para Servios de Alimentao;

    CAUSA

    Quantidade de Nutricionistas inferior ao estabelecido no artigo 12 da Resoluo CFN n 465/2010.

    CONSTATAO 003

    DESCRIO SUMRIA

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Preparo de alimentao sem observar as Fichas Tcnicas de Preparo FTP, do Cardpio, contrariando

    a Resoluo CFN n 465/2010 e Resoluo CD/FNDE n 26/2013).

    FATO

    Nos termos da Resoluo CFN n 465/2010 do Conselho Federal de Nutricionistas, cardpio uma

    ferramenta operacional que relaciona os alimentos destinados a suprir as necessidades nutricionais

    individuais ou coletivas, discriminando os alimentos, por preparao, quantitativo per capita, para

    energia, carboidratos, protenas, lipdios, fibras, vitaminas e minerais.

    O nutricionista tem papel fundamental no planejamento do cardpio da alimentao escolar, avaliando

    a qualidade dos gneros a serem utilizados, alm de coordenar o diagnstico e o monitoramento do

    perfil nutricional dos estudantes, o perfil epidemiolgico da populao atendida e acompanhar a

    vocao agrcola da regio.

    Em anlise das sistemtica de preparo da alimentao prevista no cardpio elaborado pela Prefeitura de

    Peixoto de Azevedo/MT para atender aos alunos do PNAE, foi constatada as seguintes no-

    conformidades:

    a) No observncia da utilizao de Fichas Tcnicas de Preparo (FTP), no preparao preparo da

    alimentao prevista no cardpio, contrariando o acrdo TCU n 2576/2009 Plenrio e a Resoluo

    CD/FNDE n 26/2013, art. 14, 7. A Ficha Tcnica de Preparo (FTP) um instrumento que permite a

    padronizao e reprodutibilidade das preparaes, pois especifica os ingredientes, seus per capitas e

    tcnicas culinrias utilizadas, alm de fazer o clculo de nutrientes e o controle de custos;

    b) Cardpios no adaptados para atender aos alunos com necessidades nutricionais especficas (5 do

    art. 14 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013), visto que no h o mapeamento desses alunos;

    c) No aplicao de no mnimo 30% do valor recebido do FNDE em aquisio da agricultura familiar,

    decorrente do no mapeamento eficiente, da falta de articulao entre Secretaria de Educao,

    Secretaria de Agricultura, EMPAER local ou nas organizaes da agricultura familiar, com vistas a

    subsidiar a elaborao dos cardpios; e

    d) Ausncia de treinamento cor carga horria adequada, ou falta de monitoramento das merendeiras

    para utilizar a ficha tcnica de preparo, a fim de padronizar a preparao da merenda, diminuir o

    desperdcio e facilitar o controle do estoque (Acrdo n 1521/2015 Plenrio).

    O no monitoramento de aplicao do Cardpio em desacordo com a Resoluo CFN n 465/2010 e

    Resoluo CD/FNDE n 26/2013 pode gerar como consequncia o comprometimento do crescimento e

    desenvolvimento fsico e mental dos alunos e dificuldade no planejamento da logstica (compra e

    requisio) dos alimentos para o programa.

    CAUSA

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    No implantao de ficha tcnica de preparo; no levantamento das necessidades nutricionais

    especficas dos alunos; mapeamento inadequado dos produtos da agricultura familiar; morosidade na

    elaborao dos processos de despesas de aquisio de produtos da agricultura familiar; no

    demonstrao do atendimento das necessidades nutricionais dirias dos alunos, com vistas a subsidiar

    o planejamento e a elaborao dos cardpios, em conformidade com a Resoluo CFN n 465/2010 e

    Resoluo CD/FNDE n 26/2013.

    CONSTATAO 004

    DESCRIO SUMRIA

    Inexistncia de aes de educao alimentar e nutricional de forma abrangente e sistematizada, no

    exerccio de 2017.

    FATO

    O Programa de Alimentao Escolar possui como uma de suas diretrizes a Educao Alimentar e

    Nutricional (EAN), que objetiva estimular a adoo voluntria de prticas e escolhas alimentares

    saudveis que colaborem para a aprendizagem, a boa sade do escolar e a qualidade de vida do

    indivduo (Art. 13 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013).

    Podem ser citadas como exemplos de aes de educao alimentar e nutricional as seguintes

    atividades:

    Oferta de alimentos variados e seguros adaptados cultura, regionalizao, sociobiodiversidade e que estejam em conformidade com a faixa etria e o estado de sade dos escolares, inclusive

    dos que necessitam de ateno especfica; Cursos, palestras e oficinas direcionadas s merendeiras, nutricionistas, gestores, diretores de

    escolas, agricultores, enfim, todos os atores envolvidos na alimentao escolar que abranjam as

    temticas da alimentao e nutrio; Teatros, oficinas culinrias, gincanas, jogos e palestras, rodas de conversa e outras atividades

    educativas que propiciem maior envolvimento dos alunos;

    Hortas escolares pedaggicas;

    Incluso do tema alimentao saudvel no currculo escolar; e

    Abordagem do tema em datas especficas de acordo com o contexto local.

    Conforme entrevista realizada com a nutricionista do municpio, merendeiras e coordenadoras foi

    constatado que no houve de forma sistematizada aes de educao alimentar e nutricional nos

    exerccios de 2017, contrariando o art. 13 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, houveram apenas

    capacitaes espordicas com as merendeiras.

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    A falta de aes de educao alimentar e nutricional de forma sistematizada pode resultar em formao

    de hbitos alimentares inadequados nos alunos; aumento da prevalncia de obesidade infantil e

    doenas ligadas alimentao incorreta (infeces, hipertenso arterial, diabetes, etc).

    Em situaes similares, o TCU tem determinado s Entidades Executoras que a ausncia de aes de

    educao alimentar e nutricional de forma sistematizada afronta o disposto no art. 13 da Resoluo

    CD/FNDE n 26/2013 (Acrdo TCU n 2873/2015 Plenrio).

    CAUSA

    Quantidade de Nutricionistas inferior ao recomendado, acarretando sobrecarga de servios ao nico

    profissional que coordena as atividades da alimentao escolar, em desacordo com a Resoluo CFN

    n 465/2010.

    CONSTATAO 005

    DESCRIO SUMRIA

    Teste de Aceitabilidade aplicado em desacordo com o 6 do art. 17 da Resoluo n 26/2103

    FATO

    O Teste de Aceitabilidade uma importante ferramenta para determinar o ndice de aceitabilidade da

    alimentao oferecida aos escolares. Uma alimentao aceita e saudvel promove a formao de bons

    hbitos alimentares e melhora o rendimento escolar. A EEx. ser responsvel pela aplicao do

    Teste de Aceitabilidade, o qual dever ser planejado e coordenado pelo nutricionista responsvel

    tcnico do Programa de Alimentao Escolar.

    Assim, o teste de aceitabilidade aos alunos ser realizado sempre que ocorrer, no cardpio, a

    introduo de alimento novo ou quaisquer outras alteraes inovadoras, no que diz respeito ao preparo,

    ou para avaliar a aceitao dos cardpios praticados frequentemente (Art. 17 da Resoluo CD/FNDE

    n 26/2013).

    Por meio de questionamento verbal junto a nutricionista, foi solicitada informao acerca da aplicao

    dos testes de aceitabilidade. Em resposta, afirmou que em 2017 foram realizados testes de

    aceitabilidade, tendo apresentado o extrato e resultado dos mesmos, que foram aplicados em apenas

    duas unidades escolares, tendo sido adotado o mtodo apenas de restos de Resto Ingesto. Nos termos

    do 4 do art. 17 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, o nutricionista ser responsvel pela elaborao

    de relatrio, no qual constar todas as etapas da aplicao do teste de aceitabilidade, desde o

    planejamento at o resultado alcanado e dever arquivar essas informaes por, no mnimo, cinco

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    anos (Grifei). Verificou-se que a aplicao dos testes de aceitabilidade abrangeu uma parcela muito

    pequena de alunos, devendo a atividade ser estendida para as demais unidades escolares.

    A aplicao de testes de aceitabilidade em desacordo com o disposto na Resoluo CD/FNDE no

    26/2013 pode resultar em desestmulo dos alunos para consumir a merenda escolar, prejudicando a

    aprendizagem e o desempenho escolar e ainda, desperdcio de recursos financeiros na compra de

    gneros alimentcios rejeitados pelos alunos.

    Por fim, importante lembrar que o TCU tem considerado impropriedade a no aplicao do teste de

    aceitabilidade dos produtos oferecidos aos alunos, contrariando o artigo 17 da Resoluo CD/FNDE no

    26/2013 (Acrdo n 1480/2014 Plenrio), assim como a baixa frequncia na aplicao de testes de

    aceitabilidade (Acrdo n 1316/2015 TCU Plenrio).

    CAUSA

    Quantidade de Nutricionista inferior ao indicado na Resoluo CFN n 465/2010

    CONSTATAO 006

    DESCRIO SUMRIA

    Ausncia de controle de qualidade dos produtos adquiridos para a alimentao escolar, atravs de

    aes da inspeo da vigilncia sanitria municipal.

    FATO

    As Entidades Executoras (EEx.) ou s Unidades Executoras (UEx.) devem adotar medidas que

    garantam a aquisio, o transporte, a estocagem e o manuseio/preparo de alimentos com adequadas

    condies higinico-sanitrias at o seu consumo final pelo aluno do Programa de Alimentao

    Escolar. Deste modo, os produtos adquiridos para os alunos do Programa de Alimentao Escolar

    devero ser previamente submetidos ao controle de qualidade, conforme dispe o Termo de

    Compromisso para o controle de qualidade da alimentao escolar (art. 33 da Resoluo FNDE

    26/2013).

    Neste Termo, o prefeito se compromete especificamente a (Anexo V da Resoluo FNDE 26/2013):

    I - determinar que a Secretaria ou Departamento de Sade, ou rgo similar, e Secretaria de

    Agricultura desse Municpio exeram a inspeo sanitria dos alimentos utilizados no Programa

    Nacional de Alimentao Escolar.

    II - autorizar que a Secretaria ou Departamento de Sade, ou rgo similar, e Secretaria de Agricultura

    desse Municpio estabeleam parceria com a Secretaria de Sade e Secretaria de Agricultura do

    Estado, ou rgo similar, para auxiliar no cumprimento dessa atribuio.

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    O Termo de Compromisso deve ser renovado a cada incio de mandato dos gestores municipais,

    estaduais e do Distrito Federal, devendo ser encaminhado o documento original ao FNDE, com cpia

    para o CAE, a Secretaria de Sade e a Secretaria de Agricultura. As aes nele previstas devero ser

    normatizadas e implementadas imediatamente pelas EEx. Assim, a escola poder solicitar vigilncia

    sanitria local que verifique as condies dos alimentos no momento em que os produtos so

    entregues.

    Por meio da Solicitao verbal foi solicitado cpia do termo de Compromisso assinado pelo prefeito o

    qual foi prontamente apresentado pela nutricionista.

    considerado irregularidade e deve ser objeto de regularizao a ausncia de anlise quanto

    qualidade dos produtos ofertados ao aluno no mbito do Programa de Alimentao Escolar, o que

    afronta o disposto no art. 33, 2o, da Resoluo CD/FNDE n 26/2013 (Acrdo n 1521/2015

    Plenrio).

    Ademais, a falta de controle da qualidade dos alimentos fere as disposies do art. 67 da Lei 8.666/93

    e da Resoluo CD/FNDE n 26/2013 (Acrdo TCU n 5593/2012 2a. Cmara).

    CAUSA

    Falta de coordenao entre a reas (Secretaria de Educao, Agricultura e Sade) para realizao do

    controle de qualidade.

    CONSTATAO 007

    DESCRIO SUMRIA

    Deficincia no recebimento dos gneros alimentcios nas escolas

    FATO

    O ato de receber implica conferir se os gneros alimentcios entregues esto em conformidade com os

    requisitos estabelecidos quanto s especificaes tcnicas, quantidade contratada e em condies

    apropriadas. Nesta etapa, os fornecedores devem realizar a entrega dos alimentos, conforme

    estabelecido no contrato e no edital de licitao.

    No procedimento de recebimento dos alimentos na escola e na creche municipal de Peixoto de

    Azevedo/MT, verificou-se a ausncia de:

    a) evidncia de que h conferncia dos alimentos que chegam;

    b) procedimento formal para a devoluo de alimentos aos fornecedores;

    c) balanas para pesagem dos alimentos, especialmente da agricultura familiar;

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    d) pessoa designada formalmente para o recebimento; e

    e) norma de conferncia e armazenamento detalhada e efetiva.

    Nesse sentido, a ausncia e/ou deficincia na conferncia dos alimentos recebidos na escola e na

    creche municipal gera um risco de recebimento de gneros alimentcios em desacordo com o

    registrado na ata de registro de preos; qualidade ruim dos gneros alimentcios recebidos;

    fornecimento e oferta de refeies s crianas em desacordo com os padres mnimos de qualidade e

    higiene, afetando negativamente a nutrio e a sade dos alunos; desvio de alimentos e falta de

    merenda para os alunos.

    Em situaes similares, o TCU tem recomendado s Unidades Jurisdicionadas a disponibilizar

    balanas para as escolas que recebem um maior volume de alimentos, de forma que elas tenham

    condies de conferir as frutas e verduras e designao formal de funcionrios nas escolas (e

    substitutos) para o recebimento dos alimentos, de forma a evitar que pessoas no autorizadas ou

    despreparadas recebam os alimentos (Acrdo 1521/2015 Plenrio).

    Verificou-se durante as inspees o recebimento de produtos em desacordo com as normas da

    vigilncia sanitria, dado que na Escola Creche Irm Dulce, houve a entrega de gneros alimentcios

    (manteiga) em caixa de produto qumico (amaciante) proporcionando a contaminao do produto.

    CAUSA

    No implantao de norma operacional que exija um adequado sistema de recebimento e

    armazenamento; ausncia de controle de estoque na escola e creche; ausncia de procedimento formal

    para devoluo de produtos ao fornecedor; falta de equipamentos necessrios para o recebimento de

    produtos da agricultura familiar (balanas).

    CONSTATAO 008

    DESCRIO SUMRIA

    No utilizao de no mnimo 30% dos recursos para a compra de gneros alimentcios da agricultura

    familiar.

    FATO

    De acordo com o art. 24 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, do total dos recursos financeiros

    repassados pelo FNDE, no mbito do Pnae, no mnimo 30% deve ser utilizado na compra de gneros

    alimentcios diretamente do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou de suas

    organizaes, priorizando os assentamentos de reforma agrria e as comunidades tradicionais

    indgenas e quilombolas, conforme o artigo 14, da Lei n 11.947/2009.

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    Entretanto, no municpio de Peixoto de Azevedo/MT, esta regra no est sendo cumprida, pois os

    fornecedores no conseguem entregar gneros alimentcios na quantidade solicitada, para a merenda

    escolar procedente da agricultura familiar.

    Destaca-se, que em situaes similares, o Tribunal de Contas da Unio tem determinados s Unidades

    Jurisdicionadas que empreenda esforos no sentido de adquirir gneros alimentcios custeados com

    recursos do Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE) diretamente da agricultura familiar

    e do empreendedor familiar rural ou de suas organizaes, priorizando os assentamentos da reforma

    agrria, as comunidades tradicionais indgenas e comunidades quilombolas, no mnimo de 30%,

    conforme art. 14 da Lei n. 11.947, de 2009, adotando as medidas de incentivo organizao e

    legalizao desses agricultores (Acrdo 11907/2011 2 Cmara).

    CAUSA

    Falta de articulao entre os atores sociais (prefeitura, controle social, secretaria de agricultura e

    educao, etc); ausncia de mapeamento ou mapeamento ineficiente, dos produtos da agricultura

    familiar, morosidade na realizao do processo de aquisio de produtos da agricultura familiar.

    CONSTATAO 009

    DESCRIO SUMRIA

    A Prestao de Contas do PNAE do Exerccio de 2016 foi realizada e enviada ao FNDE, porm

    no h instrumento norteador da sua elaborao e reviso.

    FATO

    A prestao de contas dos recursos pblicos uma obrigao estatuda no pargrafo nico do art. 70

    art. Constituio Federal de 1988, a saber:

    Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que

    utilize e arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores

    pblicos ou pelos quais a Unio responda.

    A prestao de contas dos recursos financeiros recebidos do Programa de Alimentao Escolar deve

    ser apresentada pela EEx ao FNDE anualmente, por meio do Sistema de Gesto de Prestao de

    Contas (SiGPC) Contas Online.

    As prestaes de contas enviadas pelos gestores por meio do SiGPC devem ser analisadas pelo

    Conselho de Alimentao Escolar (CAE), o qual, a partir de 2013, passa a utilizar o Sistema de Gesto

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    de Conselhos (SIGECON) para a emisso do parecer conclusivo, nos seguintes prazos:

    Prazo Final SiGPC: 15 de fevereiro do ano subsequente ao ano do repasse;

    Prazo Final SIGECON: 31 de maro do ano subsequente ao ano do repasse.

    Em anlise da prestao de contas dos exerccios de 2016, constatou-se que a emisso do Parecer do

    CAE sobre a prestao de contas de 2016, dentro do prazo estabelecido pelo FNDE.

    A prestao de contas no foi elaborada seguindo checklist e no passou por avaliao formal de

    servidor independente diverso daquele responsvel por elabora-la.

    CAUSA

    Ausncia de normatizao fixando instituindo o uso de check-list ou fluxo definindo os atos

    necessrios elaborao completa e tempestiva da prestao de contas no Sistema de Gesto de

    Prestao de Contas (SiGPC - Online) e estabelecendo a obrigatoriedade de reviso por servidor

    diverso do responsvel por elabora-la.

    CONSTATAO 010

    DESCRIO SUMRIA

    Falha na capacitao do CAE.

    FATO

    O controle social representa o exerccio da democracia participativa e representativa, no qual a

    comunidade local atua, direta ou indiretamente, no controle da execuo descentralizada pelos

    municpios da poltica pblica federal, para garantir a implementao das aes do programa e a

    regular aplicao dos recursos pblicos.

    Nesse sentido, o Conselho de Alimentao Escolar (CAE) um rgo colegiado institudo pelos

    estados, Distrito Federal e municpios, em suas respectivas jurisdies administrativas. O CAE possui

    carter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento.

    O exerccio do controle social favorece o acompanhamento e o controle da execuo do programa e,

    desta forma, o CAE compe parte fundamental do Programa de Alimentao Escolar, especialmente

    por zelar pela qualidade dos alimentos oferecidos e acompanhar a aceitao dos cardpios pelos

    escolares.

    Dentre as atribuies do CAE previstas no art. 35 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, destacam-se as

    seguintes:

  • CONTROLADORIA MUNICIPAL

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    ITEM DESCRIO

    1. Monitorar e fiscalizar a aplicao dos recursos e o cumprimento das

    diretrizes e objetivos do Programa de Alimentao Escolar;

    2. Analisar a prestao de contas do gestor e emitir Parecer Conclusivo acerca

    da execuo do SIGECON Online;

    3.

    Comunicar ao FNDE, aos Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da

    Unio ao Ministrio Pblico e aos demais rgos de controle qualquer

    irregularidade identificada na execuo do Programa de Alimentao

    Escolar, inclusive em relao ao apoio para funcionamento do CAE, sob

    pena de responsabilidade solidria de seus membros;

    4. Fornecer informaes e apresentar relatrios acerca do acompanhamento da

    execuo do programa, sempre que solicitado;

    5. Realizar reunio especfica para apreciao da prestao de contas com a

    participao de, no mnimo, 2/3 (dois teros) dos conselheiros titulares;

    6. Elaborar o Regimento Interno; e

    7.

    Elaborar o Plano de Ao do ano em curso e/ou subsequente a fim de

    acompanhar a execuo do Programa de Alimentao Escolar, contendo

    previso de despesas necessrias para o exerccio de suas atribuies e

    encaminh-lo EEx. antes do incio do ano letivo.

    As falhas verificadas na execuo do PNAE, podem ser consideradas indcios de atuao ineficiente do

    CAE no monitoramento das atividades do programa de alimentao escolar, evidenciando que o Poder

    Executivo Municipal deve dar maior suporte ao Conselho, principalmente quanto ao acesso de

    capacitaes a totalidade de seus membros, de modo que os conselheiros possam exercer efetivamente

    as atribuies previstas no art. 35 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013.

    CAUSA

    Ausncia de treinamento/capacitao em para os conselheiros do CAE; Ausncia de instrumentos

    (check-list, procedimentos, roteiro de verificao, extrato de entrevista, etc) para subsidiar a atuao do

    CAE; desconhecimento dos mesmos do CAE quanto a legislao do PNAE.

    CONSTATAO 012

    DESCRIO SUMRIA

    Infraestrutura inadequada de cozinhas, armazns e refeitrios, possibilitando a proliferao de agentes

    contaminantes, pondo em risco a sade de cozinheiras; zeladores e alunos, pela produo de

    alimentao em ambiente em desacordo com a Resoluo-RDC N 216, de 15 de setembro de 2004,

    que Dispe sobre Regulamento Tcnico de Boas Prticas para Servios de Alimentao.

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    FATO

    De acordo com o item 4.1.7 da Resoluo-RDC n 216, de 15 de setembro de 2004, as instalaes as

    reas internas e externas do estabelecimento devem estar livres de objetos em desuso ou estranhos ao

    ambiente, no sendo permitida a presena de animais; As instalaes fsicas como piso, parede e teto

    devem possuir revestimento liso, impermevel e lavvel. Devem ser mantidos ntegros, conservados,

    livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltraes, bolores, descascamentos, dentre outros

    e no devem transmitir contaminantes aos alimentos; As portas e as janelas devem ser mantidas

    ajustadas aos batentes. As portas da rea de preparao e armazenamento de alimentos devem ser

    dotadas de fechamento automtico. As aberturas externas das reas de armazenamento e preparao de

    alimentos, inclusive o sistema de exausto, devem ser providas de telas milimetradas para impedir o

    acesso de vetores e pragas urbanas. As telas devem ser removveis para facilitar a limpeza peridica;

    Entretanto, no municpio de Peixoto de Azevedo/MT, esta regra no est sendo cumprida, pois as

    unidades auditada apresentam as mais diversas inconformidades, tais como:

    1 Foi contadas a presena de animais dentro de refeitrio, tais como: cachorro, gato e pombos;

    2 Foi constatado fezes de pombos em refeitrio, inclusive sobre as mesas em que so servidas as

    refeies;

    3 As cozinhas e refeitrios apresentam falhas em seus pisos e tetos;

    4 As cozinhas no obedecem normas de segurana, uma vez que h botijes em seus interiores;

    podendo acarretar acidentais, como por exemplo exploses;

    5 As cozinhas no dispem de exaustores em funcionamento adequado;

    6 As cozinhas no dispem de fechamento automtico das portas;

    7 As cozinhas no dispem de telas milimetradas nas portas, janelas e nos exaustores, permitindo a

    entrada de insetos;

    8 Os armazns no dispe de infraestrutura adequada, constatou-se que os ambientes so quentes,

    sem correta circulao de ar, contam com mveis em pssimo estado de conservao, no h

    metodologia de controle dos estoques; tendo sido constato inclusive produtos vencidos estocados.

    CAUSA

    So diversas as causam que culminaram no estado catico, constatado principalmente na Escola

    Municipal Paulo Freire, quais sejam:

    1 Longos perodos em sem manuteno na escola ocasionando o acmulo de sujeiras nos forros, que

    foram transformados em ninhos de pombos;

    2 Presena de cachorro e gato no refeitrio por falta de muro (Escola Paulo Freire) e portal de acesso

    a escola constantemente aberto, por falta de conserto do motor do porto e ausncia de guarda;

    3 Falha na atuao da vigilncia sanitria municipal e morosidade administrativa na resoluo dos

    problemas que se arrastam desde a gesto anterior;

    4 No adoo de todas as medidas recomendada no relatrio de auditoria anteriormente

    encaminhado;

    5 No adoo das medidas recomendadas na Orientao Tcnica n 016/2017 emitida pela

    Controladoria Municipal.

    IV MELHORAS DETECTADAS EM RELAO A AUDITORIA ANTERIOR

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    1 A Secretaria de Educao, iniciou a elaborao de normas e manuais contendo regras relacionadas

    higiene da cozinha e do local de armazenamento; regras relacionadas ao armazenamento correto dos

    alimentos;

    2 A Prefeitura procedeu o mapeamento da produo da agricultura familiar em parceria com a

    Secretaria de Agricultura, EMPAER local ou com as organizaes da agricultura familiar do

    municpio;

    3 Foram realizados exames mdicos das cozinheiras;

    4 Foi elaborado Plano de Trabalho Anual do CAE, art. 3 Resoluo CFN n 465/2010.

    5 Foi solucionado o problema de presena de pombos dentro do refeitrio da Creche Escola

    Municipal Irm Dulce, pela instalao de telas protetoras, necessitando implementar a ao de modo a

    expelir tais animais das imediaes;

    Detalhe de grades instaladas no refeitrio impedindo a entrada de pombos

    V - BOAS PRTICAS

    A Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo-MT aportou recursos prprios na execuo do PNAE,

    garantindo o funcionamento ininterrupto do programa, no tendo faltado alimentos nas unidades

    escolares.

    VI - CONCLUSO

    A avaliao realizada abrangeu aspectos essenciais do componente atividade de controle da rea de

    alimentao escolar. As concluses da equipe restringem-se aos elementos avaliados das atividades de

    controle relacionadas aos processos examinados e inspees fsicas realizadas.

    Face ao exposto, somos de opinio que a Unidade Examinada deve adotar medidas corretivas com vistas

    a elidirem os pontos ressalvados neste relatrio, implementando as seguintes

    De acordo com o percentual de pontos obtidos frente ao total de pontos possveis, foi atribudo, para fins

    de definio do nvel de maturidade dos sistemas controles internos do municpio de Peixoto de

    Azevedo MT, o conceito da escala j utilizado pelo Tribunal de Contas da Unio e Controladoria-Geral

    da Unio em trabalhos similares, conforme apresentado a seguir:

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    1. Grfico 1 Nvel de maturidade dos controles internos

    Fonte: Acordo TCU n. 568/2014 - Plenrio

    Nesse sentido, a Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo MT, no obteve alterao em seu nvel de

    maturidade, tendo obtido apenas 34 pontos de 75 desejveis, ficando enquadrada no nvel de maturidade

    de controles intermedirio, com 45,33% dos pontos possveis, fato que coloca a atividade em mdia

    probabilidade de ocorrncia de impropriedades e/ou irregularidades capazes de impactar negativamente

    os objetivos almejados quando da execuo das aes do PNAE. Ou seja, quanto maior for o nvel de

    maturidade alcanado, menor ser o seu risco residual de erros ou irregularidades na execuo do

    programa, haja vista a relao inversamente proporcional entre controles internos e a ocorrncia das mais

    diversas irregularidades. Face ao exposto, a anlise em nvel de atividades demonstra a necessidade de

    aperfeioamento dos sistemas de gesto do municpio de Peixoto de Azevedo MT na execuo do

    PNAE, o que pode ser alcanado com o comprometimento dos gestores em implementar medidas

    tendentes a robustecer os controles internos administrativos, como forma de contribuir para o

    aprimoramento da gesto e o desempenho da administrao municipal na execuo do programa em

    anlise.

    VI - RECOMENDAES Face as impropriedades apontadas no relatrio e ante a obrigao dos gestores pblicos em sane-las,

    esta Controladoria Municipal recomenda sejam adotada as seguintes medidas:

    a) Elabore, em regime de urgncia, plano de ao visando sanear as falhas, detalhando prazos, aes e responsveis por sua execuo, encaminhando cpia do mesmo ao TCE/MT via APLIC e

    Controladoria Municipal para fins de monitoramento das aes, inclusive implante todos os

    Controles estabelecidos na Resoluo Normativa n 034/2016 do TCE/MT.

    b) Implante e monitore o uso de Fichas Tcnicas de Preparo FTP, exigindo seu uso efetivo no preparo das refeies do PNAE, de moto a padronizar a alimentao servida.

    c) Elabore diagnstico da situao nutricional dos alunos atendidos, identificando aqueles com obesidade, desnutrio, diabetes, hipertenso, etc; e elaborar cardpio prprio para atender aos casos

    eventualmente identificados;

    d) Admita por meio de concurso pblico, no mnimo mais 03 (trs) nutricionista, de modo a cumprir com o parmetro numrico estabelecido na resoluo FNDE n. 26/2013;

    e) Realize cursos, palestras, oficinas culinrias, teatros, gincanas, jogos relativo a alimentao saudvel, envolvendo a todos os atores da alimentao escolar;

    f) Aplique teste de aceitabilidade do cardpio, planejado e coordenado pelo nutricionista da Entidade Executor, em todas as unidades escolares;

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    g) Elabore e implante manuais com normas e procedimentos prevendo perodo de realizao da conciliao bancria, formas de movimentao financeira, responsveis por movimentao dos

    recursos, atesto, conferncia dos documentos da liquidao.

    h) Normatize a Padronizao das especificaes dos gneros alimentcios, com apoio das diversas Unidades do Municpio, para uso da equipe de planejamento da contratao nas licitaes do PNAE;

    i) Normatize a pauta, lista ou relao de compras por nutricionistas, com demonstrao do clculo efetuado para estimar as quantidades do gneros alimentcios a serem adquiridos;

    j) Elabore normativo estabelecendo procedimento consistente, de acordo com as diretrizes do TCE/MT e TCU, para elaborao de estimativas de preo, a fim de orientar as equipes de planejamento das

    contrataes da Unidade, inclusive nos casos de contrataes diretas e adeses a atas de registro de

    preo;

    k) Formule e normatizar a adoo de modelos de editais de licitao, check-list, atas de registro de preos e contratos de aquisio com elementos mnimos necessrios ao cumprimento das normas

    aplicveis ao processo de seleo e contratao das empresas, podendo utilizar os editais-padro da

    AGU como referncia;

    l) Designe formalmente equipe tcnica para auxiliar a CPL ou Pregoeiro na anlise da documentao de habilitao e propostas de preos nas licitaes para contratao de gneros alimentcios;

    m) Passe a exigir dos licitantes a apresentao de declarao formal informando que a proposta foi elaborada de forma independente (declarao de independncia de propostas);

    n) Normatize a obrigatoriedade de verificao, durante habilitao, de registros impeditivos da contratao;

    o) Normatize a obrigatoriedade de instaurao de processo administrativo para aplicao de penalidades por conduta irregular de fornecedores em processos licitatrios e contrataes;

    p) Promover Articulao entre os atores sociais (EEx, controle social, secretaria de agricultura, etc) para fomentar aquisies de no mnimo 30% da agricultura familiar pela EEx.;

    q) Aprimore os fluxos dos processos administrativos de modo a dar celeridade na elaborao dos processos de aquisio de produtos da agricultura familiar, visando cumprir com a obrigatoriedade de

    aplicar no mnimo 30% dos recursos do PNAE em produtos oriundos da agricultura familiar ;

    r) Nomeie representantes com capacidade tcnica para atuar na fiscalizao dos contratos de aquisio, assim como seus substitutos eventuais.;

    s) Designe Comisso/servidor com formao tcnica para recebimento dos alimentos, apoiada em instrumentos adequados para recebimento do objeto, objetivando avaliar as especificaes, prazos de

    validade, data de entrega, etc.;

    t) Estruture o local de armazenamento (Estoque) em conformidade com boas prticas para servios de alimentao (RDC Anvisa n 216/2004);

    u) Estruture o local de preparo das refeies (cozinha) em conformidade com boas prticas para servios de alimentao (RDC Anvisa n 216/2004);

    v) Utilize sistema informatizado de controle de estoque dos gneros alimentcios ou controle manual; w) Elabore / implante manual de normas definindo os procedimentos a serem adotados na execuo das

    principais atividades relacionadas ao PNAE na Unidade, com especial destaque para: (i)

    procedimento de conferncia no recebimento dos alimentos no depsito central e nas escolas; (ii)

    procedimento de devoluo para o fornecedor (no caso do depsito) e para o depsito central (no

    caso das escolas); (iii) controle de estoque; (iv) definio do papel do fiscal do contrato; (v) novas

    obrigaes da secretaria de controle interno (ou rgo equivalente); (vi) regras relacionadas higiene

    da cozinha e do local de armazenamento; (vii) regras relacionadas ao armazenamento correto dos

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    alimentos; (viii) frequncia da visita da nutricionista s escolas; (ix) obrigatoriedade da utilizao das

    fichas tcnicas de preparo e sua disponibilizao nas cozinhas; (x) periodicidade e forma de atuao

    da vigilncia sanitria no controle de qualidade dos alimentos;

    x) Normatize a obrigatoriedade e os procedimento de levantamento perodo de inventrios de acordo com cada situao especfica, com vista a fornecer subsdios para a avaliao e controle gerencial dos

    gneros alimentcios;

    y) Elabore, normatize e implante check-list ou fluxo definindo os atos necessrios elaborao completa e tempestiva da prestao de contas no Sistema de Gesto de Prestao de Contas (SiGPC -

    Online);

    z) Adote todas as medidas cabveis visando sanear as demais falhas apontadas no relatrio de auditoria; aa) Substitua, em regime de urgncia, todas as mesas utilizadas no refeitrio da Escola Municipal Paulo

    Freire, posto a situao precria em que se encontram, havendo forte indcios de contaminao por

    agentes patgenos, bem como providencie para que a presena de pombos e outros animais no se

    repita naquele refeitrio;

    bb) Promova reforma nas estruturas fsicas da unidades escolares, de modo a adequ-las s Resoluo RDC Anvisa n 216/2004;

    cc) Determine vigilncia sanitria municipal que inclua em sua programao anual de fiscalizao as unidades escolares, de modo a garantir a qualidade dos produtos ofertados e sanidade das instalaes,

    dos ambientes de preparo, dos refeitrio e afins;

    dd) Promova as melhorias nas demais unidades escolares, ainda que no tenham sido objeto de auditoria nesta etapa.

    o Relatrio que se submete considerao superior.

    Peixoto de Azevedo MT, 10 de janeiro de 2018.

    Ao

    Ilmo. Sr. MAURCIO FERREIRA DE SOUZA

    MD. Prefeito Municipal de Peixoto de Azevedo

    Ilma. Sra. MARIA DOS SANTOS LOPES

    Secretria Municipal de Educao

    Nesta

    c/Cpia

    Ao

    Ilmo. Sr. Dr. MOISS MACIEL

    MD. Conselheiro Relator do Tribunal de Contas do

    Estado de Mato Grosso