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Relatório de Atividades AEB Outubro de 2015 a Setembro de 2016 Assembleia Geral Ordinária – AGO, 19 de outubro de 2016 Novas instalações da AEB Avenida General Justo, 335 - 5º andar

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Relatório de Atividades AEBOutubro de 2015 a Setembro de 2016

Assembleia Geral Ordinária – AGO, 19 de outubro de 2016

Novas instalações da AEBAvenida General Justo, 335 - 5º andar

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I - MENSAGEM DO PRESIDENTE

  

Prezados Senhores

Membros do Conselho de Administração, da Diretoria, do Conselho Técnico e Associados da AEB

Conforme art. 14 do Estatuto Social da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), submeto à aprovação desta Assembleia Geral Ordinária (AGO), como manda o art. 15, alíneas V e VI: o Relatório de Atividades do período “Outubro-2015 a Setembro-2016”; a Prestação de Contas do Exercício 2015; a estimativa de resultados do Exercício 2016; o Orçamento para o Exercício 2017; o Plano de Trabalho para o período “Outubro-2016 a Setembro-2017”; mudanças de membros de Diretoria, Conselhos de Administração, Fiscal e Técnico; propostas de realizações das 8ª e 36ª Edições, respectivamente, do ENAServ e do ENAEX, em 2017; e o que mais constar da Ordem do Dia da AGO, inclusive, informes sobre o ENAEX-2016 prestes a ocorrer, nos dias 23 e 24 de novembro próximo.

Na mensagem introdutória à AGO de 21.10.2015, que elegeu o atual Conselho de Administração, a mim conferindo a honra de segundo mandato de Presidente da AEB, disse que o Plano de Trabalho que então submetia incluía ações em defesa da “previsibilidade”, traduzindo a necessidade de políticas públicas permanentes, ao invés de ações temporárias, mesmo estas, frequentemente, sequer mantidas nas condições e prazos de validades divulgados.

Dizia que, enquanto não se realizassem reformas estruturantes de que a economia precisava – e continua precisando - para crescer, se mantivessem mecanismos vigentes, como condição a que empresários, exportadores, importadores e demais agentes intervenientes no comércio externo moldassem estratégias comerciais estáveis, juridicamente seguras, dando-lhes chances de enfrentamento de fortes fornecedores estrangeiros, de bens e serviços, nos mercados internacionais e no nosso mercado interno.

Desde então, choques políticos agravaram incertezas, com o país afogado na crise político-econômica, no desgastante processo de impeachment, consolidando-se desconfianças, de investidores e consumidores, de modo que, em quase todo o exercício sob relato, nas atividades da AEB, assim como nas de todas as forças produtivas da economia, a “falta de previsibilidade” continuou a imperar, dificultando planejamento, sequer de curtíssimo prazo, que dirá de mais largo horizonte.

Imprevisibilidade de recursos para financiamentos de exportações, de bens e serviços, com intermitências nas autorizações de operações, o que já vinha ocorrendo, mas se agravando com o descortinado rombo das contas públicas, acarretando mudanças nas condições e procedimentos de acesso aos mecanismos de crédito, por vezes, sem prévio aviso, com descompassos nos fluxos de desembolsos de operações em curso.

Atribuídos tais desarranjos ao quadro fiscal do País, fato é que aprofundaram dificuldades de acesso a créditos do BNDES, do Banco do Brasil e de bancos privados, estes dispostos a financiar a exportação, com seus recursos, desde que previsíveis não mudanças nos percentuais e não atrasos nas emissões de NTN-I em pagamento da equalização, ou seja, sem percalços no curso da execução orçamentária do Programa de Financiamento das Exportações - PROEX, ainda que contidos nos limites aprovados no OGU, frustrando o uso de mecanismos de apoio, portanto, o aumento de exportações, alternativa a amenizar a recessão e o desemprego, seu mais perverso efeito.

Outro evento a certificar incertezas e imprevisibilidade foi mudança dos percentuais para cálculo de créditos de compensação, ao amparo do Reintegra – regime transformado em lei em 2014 - por resíduos tributários pagos pelas empresas ao longo das cadeias produtivas, em razão do nosso confuso sistema tributário.

Em outubro de 2015, o percentual de 1% - fixado em março de 2015 pelo decreto que regulamentou o Reintegra - para as exportações que se realizassem até dezembro de 2016 - foi

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reduzido a 0,1%, o mínimo previsto na lei, mantidos os percentuais de 2% e 3% para 2017 e 2018, novamente frustrando negociações de contratos com base em preços que contemplavam o recebimento de maior valor de crédito, anteriormente à lei, fixado em 3% das exportações.

A AEB não esmoreceu, tendo sido uma de suas atividades, no período que se finda, o preparo de participação em diversas audiências e o envio de correspondências ao Governo defendendo, além do retorno dos percentuais pagos a título de equalização, a regularização da emissão das NTN-I devidas aos bancos por desembolsos de operações financiadas, de modo a se manter atração das instituições financeiras privadas no financiamento das exportações.

Em setembro de 2016, em reforço do que, isoladamente, já vinha defendendo, a AEB, em conjunto com nove outras instituições, entregou aos senhores ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, estudo indicando ser de 7,2% das exportações o valor de resíduos tributários devido às empresas, não sendo a devolução desse valor confundida como subsídio fiscal ou renúncia fiscal, mas compensação por tributos pagos antecipadamente pelos exportadores, ficando solicitação de que o percentual do Reintegra seja fixado em 5%, máximo previsto na legislação, abrindo-se perspectivas de aumento de exportações, conveniente à retomada do crescimento, aumento da arrecadação e geração estimada de 780 mil novos empregos.

Na defesa do interesse maior das exportações e dos associados, também destaco a participação da AEB, em out/2015, em audiência pública relativa a processo, no âmbito do CADE, de denúncia de manipulação no mercado de taxas de câmbio, entre 2007 e 2013, tema antes objeto de apreciação no âmbito de reunião de Diretoria da AEB, cujos desdobramentos vêm sendo acompanhados pela entidade para tempestivas informações aos associados e eventuais decisões a respeito.

Há muito por fazer para mudar o quadro do comércio exterior brasileiro. O superávit comercial, sempre desejável, até setembro, foi de US$ 35,4 bilhões, mas é valor que convencionei chamar de “superávit negativo” por resultar mais da forte queda das importações (23%), freadas pela recessão, do que de jubiloso comportamento das exportações, também freadas, desde o fim do ciclo de alta das commodities e da falta de competitividade dos manufaturados brasileiros, em razão do elevado custo - Brasil.

Vitórias foram alcançadas, outras ainda terão que vir, com a AEB continuando presente nas discussões de temas centrais ao interesse do Comércio Exterior do Brasil, mantendo forte e isento diálogo com autoridades às quais nos associamos, recebendo e retribuindo apoio na realização de eventos, como o tradicional ENAEX e o ENAServ, postura estendida a uma enorme gama de parcerias com as quais dividimos objetivos, preocupações, propostas, êxitos e frustrações.

No Plano de Trabalho para o exercício que se inicia, agora sob as perspectivas de resultados de ações iniciadas pelo Governo Temer junto ao Congresso, com a reorganização estrutural nos órgãos incumbidos das estratégias e diretrizes de política de comércio exterior, com novo enfoque às negociações internacionais de acordos, inclusive no âmbito do MERCOSUL, a AEB continuará incluindo o tema das reformas, propugnando por medidas que incentivem a inovação, a redução de custos, o aumento da produtividade e da competitividade no comércio exterior, o aumento de participação das MPMEs na exportação e, além de que se mantenha a inestimável contribuição do setor de básicos, que evoluam as exportações de manufaturados, há duas décadas sofrendo com a desindustrialização.

Neste sentido, é imprescindível continuarmos a contar com os ASSOCIADOS, seja com suas pecuniárias contribuições de taxas associativas, seja com o incentivo de sugestões e críticas, e com parcerias, públicas e privadas, na tarefa de defesa e sugestões de soluções, por exemplo: para temas da logística, a cargo da Câmara de Logística Integrada; de exportações de serviços, objeto do Fórum de Exportação de Serviços de Engenharia; do Sistema de Financiamento e Garantia das Exportações, na coordenação de busca a fontes alternativas de recursos, inclusive, retomando a discussão da transformação do PROEX em Fundo de Financiamento à Exportação e/ou uso de instrumentos financeiros de captação. Assim, no presente, estaremos assegurando o futuro e honrando o passado de objetivos que inspiraram os criadores da AEB, há 46 anos.

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Nos próximos dias 23 e 24 de novembro, a realização do 35º ENAEX será, mais uma vez, a caixa de ressonância para ampliar vozes dos setores dinâmicos do país que, mais do que nunca, gritam ser preciso EXPORTAR PARA CRESCER, tema do encontro deste ano, sendo, para tanto, urgente, preliminarmente, retirar obstáculos possíveis de serem removidos, em ação conjunta de atores públicos e privados, e, em horizonte próximo, começar a remoção de barreiras estruturais à redução do custo-Brasil.

Neste espaço não comporta nominar agradecimentos a cada um dos diversos parceiros que, sob mais variadas formas, contribuíram para que se tornassem efetivas as atividades da AEB, em mais um exercício, pelo que peço considerarem estendidas a todos aos quais sou reconhecido as referências de gratidão que aqui faço a selecionadas coletividades.

Um primeiro agradecimento endereço aos Associados da AEB e aos patrocinadores, sem os quais seria impossível levarmos à frente nossa missão. Sigo com a gratidão à mútua e continuada relação de respeito mantida com órgãos do Governo, aqui fazendo de porta-vozes o MDIC, a APEX-Brasil, o BNDES, o BB, a RFB, a CAIXA, a Secretaria dos Portos e a ANTAQ.

No elenco de parcerias privadas, que há anos acompanham a AEB na sua missão institucional, além do grupo da CLI, nomino a CNC, no incondicional suporte que sumarizo por nos abrigar em imóvel de sua propriedade, realocando-nos, este ano, no mesmo endereço, em espaço renovado, e o Grupo Aduaneiras, no apoio às produções gráficas no ENAEX e ENAServ, na edição do Informativo AEB de Comércio Exterior, em sua 141ª edição, desde 1999, e em outras atividades.

Finalmente, agradecimentos aos funcionários e aos membros da Diretoria que dividiram a tarefa de administrar a AEB, em especial àqueles que disponibilizaram tempo para comigo compartilharem a representação da associação em fóruns nos quais a entidade tem acento e em eventos convidada a participar no exercício que ora termina. MEU MUITO OBRIGADO A TODOS!

José Augusto de Castro

Presidente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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II. APRESENTAÇÃO

Parte 1 – Relatório de atividades relativo ao exercício Outubro de 2015 a Setembro de 2016.

Parte 2 – Programa de Trabalho para o período Outubro de 2016 a Setembro de 2017

Parte 3 – Orçamento para o exercício 2017

Parte 1

1.1 – Canais de interação exclusivos para associados e canais de acesso livre ao público em geral

Sites do AEB - Duas das principais páginas da AEB na web são dedicadas aos eventos ENAEX e ENASer, onde se expõem os eventos passados e o processo de programação dos eventos do ano aprovados em curso. Há espaços, também, para acesso a trabalhos, artigos, banco de dados sobre legislação recorrente ao comércio exterior e apresentação de pleitos por parte dos associados. Em títulos específicos, relativos aos encontros, estão relatadas as atividades envolvendo preparativos e finalizações de edições contidas no período sob relato.

AEB em Ação – Boletim eletrônico enviado aos associados, quando de participações de dirigentes da AEB em encontros versando sobre assuntos de comércio exterior. Desde o último relato de atividades, contabilizaram-se cerca de duas dezenas de boletins diários.

AEB Diário – Remessa diária de coletânea de novos, ou modificações introduzidas em existentes, regulamentos de comércio exterior contidos em Leis, Decretos, Medidas Provisórias, Portarias, Resoluções e outros documentos publicados no Diário oficial da União e dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo e no município do Rio de Janeiro, também incluídas informações pontuais, como audiências públicas abertas sobre temas de interesse de associados. Foi informado diariamente aos associados um total de 1316 novos atos, além de 31 Soluções de Consulta/Divergência, 41 projetos em tramitação no Congresso Nacional de interesse do comércio internacional, 81 consultas públicas (material usado e processo produtivo básico) e 156 Notícias Siscomex, com esclarecimentos sobre aspectos operacionais de exportações e importações.

AEB na Mídia – Clipe de notícias veiculadas nos principais jornais impressos em que são citados dirigentes da AEB expondo opiniões, críticas, sugestões e expectativas sobre assuntos de interesse da área de atuação da entidade.

AEB Consulta e Comunica – Canal de contado direto com os associados para, por exemplo, informar-lhes sobre “audiência pública” prevista ou para coletar dados demandados por órgãos de governo sobre temas diversos atinentes à exportação, importação ou outros envolvendo operações externas de comércio.

Sobre AEB na Mídia, cabe dizer que a respeitabilidade da marca AEB, firmada ao longo de 46 anos, induz a que o jornalismo dedicado às matérias econômicas, nos principais veículos da imprensa, escrita e falada, sobretudo em suas representações no Rio, São Paulo e Brasília, busque a avaliação da entidade sobre diferentes questões próprias ao segmento do comércio externo e às suas interseções com o panorama da balança comercial do País, de bens e serviços.

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Nos últimos 12 meses, desde outubro de 2015, na pessoa de seu presidente, José Augusto de Castro, e de alguns de seus vice-presidentes e diretores, a AEB esteve presente na mídia, pelo menos uma centena de vezes, expondo posições a respeito de variadas questões, aplaudindo ou criticando normas, verbalizando dificuldades das empresas no dia-a-dia de suas operações externas, externando preocupações de impactos na corrente de comércio do país, formulando ações proativas para retirada de obstáculos ao comércio exterior sustentável, com melhor qualidade, em última instância, defendendo o interesse maior da geração de empregos, renda e receitas.

Segue pequena mostra de manifestações da AEB recorrentes a consultas encaminhadas por repórteres e outros dos meios de comunicação: “exportadores enfrentam escassez de crédito”, referência às dificuldades de financiamento de exportações; “precisamos sair do nosso isolamento - uma das razões para o Brasil não ter acordos é o Mercosul”, alusão às dificuldades para fecharmos acordos e à lentidão nas negociações Mercosul-União Europeia; “importações caindo de forma mais acelerada, enquanto nas exportações o aumento é pontual”, prognóstico da balança-comercial ainda em 2015; “a produção da China se reduzirá e diminuirá a demanda por commodities”, alusivo a perspectivas de redução de nossas exportações; “Se este fechar, asfixiará o Brasil", relativo ao acordo TTIP (Parceria Transatlântica); “a urgência do acordo Mercosul-União Europeia visa evitar que o Brasil perca espaço no mercado internacional”, autoexplicativa; “a situação atual da logística e da infraestrutura de nossos portos é muito preocupante”, autoexplicativa; "Quando olhamos as vendas para os Estados Unidos...vemos que ...falta competitividade”; "Claro que há dados que sugerem, mas não se pode fazer afirmações conclusivas", alusão ao tema da manipulação cambial em estudo no CADE; “não só o governo não cumpriu a maior parte dos pagamentos e hoje temos milhões de reais represados, mas ainda reduziu [a alíquota] de 3% para 1% e, depois, para 0,1%”, referência às mudanças no Reintegra; ” enquanto não se fizerem as reformas estruturais nas áreas tributária, previdenciária, trabalhista e, principalmente, enquanto não se investir maciçamente em infraestrutura, o Brasil vai continuar tendo que exportar tributos ou custos elevados”, referência autoexplicativa; “as exportações brasileiras para o Irã podem ter crescimento expressivo, já em 2016”, quando da retirada de sanções ao país pelos Estados Unidos; “as exportações de serviços de engenharia, principalmente para grandes obras, alavancam a exportação de milhares de empresas de máquinas e equipamentos. O Brasil é grande demais para ficar fora desse mercado”, alusão à importância de apoio às exportações de serviços, em geral.

1.2 – Estatísticas de Comércio Exterior

Além de replicar cifras e comentários do MDIC, por ocasião da divulgação da evolução mensal do comércio externo do País, a AEB elabora radiografias e estatísticas comentadas, a partir dos dados oficiais, sobre o comércio exterior brasileiro, analisando, em especial, a balança comercial em meio e fim do ano em curso. No site da AEB, estão disponibilizadas as análises anuais feitas a partir de 2010, inclusive. Em jan/2016, a balança comercial 2015 foi avaliada sob o título “Positiva, mas encolhida”, enquanto a do 1º semestre do ano em curso foi sintetizada, em agosto último, sob o título “Superávit e incertezas em cenário de recessão”.

As tabelas abaixo resumem a balança comercial até setembro de 2016 e mostra o comércio brasileiro no exercício de atividades da AEB que ora se encerra, isto é, entre outubro de 2015 e setembro de 2016. Duas observações: a participação dos manufaturados no total das exportações brasileiras, em média, se mantém em 38%, contra 45% dos produtos básicos; no comparativo até setembro, houve quedas de 23% nas importações e 3,5% nas exportações, o que explica o aumento de 250% no superávit.

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Resumo do Comércio Exterior Brasileiro

Janeiro a Setembro-16/15

Bilhões de dólares e milhões de toneladas

2016

Expo Vr. mm de t Impo Vr. mm de t Saldo Vr.

Total 139,4 495,3 103,2 106,9 36,2

Básicos 62 412,6 10,5 46,1 51,5

Semimanuf. 20,6 40,3 4,3 8,2 16,3

Manufat. 53,5 38 88,4 51,5 -34,9

Trans.Espec 0,36 1,1 n/a n/a 0,36

Cons.bordo 1,2 4,4 n/a n/a 1,2

2015

Expo MM de t Impo MM de t Saldo Vr.

Total 144,5 464,1 134,2 109 10,3

Básicos 67,5 389,5 14,7 49,3 52,8

Seminanuf. 19,6 34,1 5,2 7,1 14.4

Manufat. 53,7 35,7 114,4 53,01 -60,7

Trans.Espec 0,46 3,8 n/a n/a 0,46

Cons.bordo 2,4 4,8 n/a n/a 2,4 Fonte: MDIC Elaboração: AEB

Outubro-15 a Setembro-16

US$ bilhões

Grupos Exportação Importação Saldos

Totais 186,1 140,4 45,7

Básicos 81,7 15,8 65,9

Semimanuf. 27,5 6,0 21,5

Manufaturados 72,6 118,7 -46,1

Fonte: MDIC Elaboração: AEB Fonte: MDIC Elaboração: AEB

1.3 - Legislação: Banco de Dados da AEB

A AEB disponibiliza aos associados banco de legislação de comércio exterior, hoje com acervo em torno de 19.500 títulos, resultado do trabalho de pesquisa e coleta de novos atos, revogações ou alterações publicados nos Diários Oficiais da União (seções 1, 2 e 3), dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro. O acesso à legislação de interesse pode ser feito por tipo ou número da norma, data ou palavra chave, mediante solicitação de senha, no site da AEB. No período de outubro/2015 a setembro/2016, foram registrados 1.316 novos atos relacionados ao comércio internacional.

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1.4 - Informativo AEB de Comércio Exterior

Órgão Oficial da AEB, o “Informativo de Comércio Exterior AEB” circula desde 1999, em versão impressa, e, desde 2010, também em versão eletrônica, esta última sendo de acesso exclusivo por associados da AEB. Editoração e Produção Gráfica do Grupo Aduaneiras, parceiro da AEB, desde a criação do informativo, com apoio também presente nos eventos e outras contribuições ligados às nossas atividades.

O “Informativo AEB de Comércio Exterior” é mais um canal de interação da entidade com seus associados e com público específico, entre órgãos de governo, federações, câmaras e outros selecionados.

De início com periodicidade mensal, há algum tempo passou a bimensal. Na sua 141ª edição, as 6 últimas, desde a 136ª, foram editadas ao longo do período de Atividades da AEB objeto do presente relatório.

Em suas páginas, o Informativo AEB, além de informar sobre discussões e decisões relativas a reuniões de diretoria e assembleias, relata resultados de eventos realizados, divulga palestras de convidados especiais às reuniões institucionais da AEB, em geral representantes de órgãos de Governo, assim como divulga textos sobre temas do comércio exterior, de autoria de membros da diretoria, conselho técnico, economistas, advogados e demais especialistas do segmento externo.

Desde a 136ª edição, foram 27 textos e artigos, dos quais, a título ilustrativo, citamos: TPP Coloca o Brasil em Cheque (Mauro Laviola, vice-presidente da AEB); Conselho de Autoridade Portuária – CAP (Carlos Eduardo Moreira Portella, ex-diretor e atual vice-presidente executivo da AEB); Ajustar, Exportar e Crescer (Roberto Giannetti da Fonseca, empresário e vice-presidente da AEB); O Trabalho da Câmara de Logística Integrada CLI/AEB (Jovelino Pires, professor e coordenador da CLI); A Internacionalização de Empresas Brasileiras: Casos de Sucesso: Eduardo Guerra (Giraffas), Mariana Simas e Andréa Willensens (Studio MK27) e Ailton Nascimento (Stefanini Informática e Tecnologia); Questões para o Futuro do Sistema Multilateral de Comércio (Paulo Ferracioli, professor da FGV e conselheiro técnico da AEB); A defesa Comercial e a Crise Brasileira (Josefina Guedes, Diretora da AEB e da GBI Consultoria Internacional); Cenários Políticos e Econômicos e Perspectivas para as Exportações Brasileiras (Luiz Felipe de Seixas Corrêa, presidente do CERI/FIRJAN)

1.5 - Reuniões Institucionais da AEB, encontros com órgãos públicos e entidades privadas, palestras e participações em audiências públicas Além de reuniões institucionais de Diretoria e Conselhos, integrou o rol de atividades da AEB extensa agenda de encontros e palestras em que se abordaram temas recorrentes ao comércio exterior brasileiro, com participações de membros da diretoria, como a seguir se resume: 1.5.1 - Reuniões Institucionais – AGO e Diretoria Outubro/2015 - AGO e Reunião de Diretoria, Conselho de Administração e Conselho Técnico – No encontro foram submetidas à aprovação as contas do exercício 2014, o relatório de atividades do período out/2014 a set/2015, o Plano de Trabalho para o período outubro/2015 a setembro/2016, o Orçamento para 2016, a realização da ENAServ 2016 (7ª edição) e do ENAEX 2016 (35ª edição) e, ainda, eleita (por aclamação) chapa única, liderada por José Augusto de Castro, para os Conselhos de Administração e Fiscal para o triênio out-2015 a set-2018. A reunião foi prestigiada por convidados especiais, do Governo, Daniel Godinho, (então) Secretário

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de Comércio Exterior do MDIC, e, do setor privado, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, Chefe da Divisão Econômica da CNC. Fevereiro/2016 - Reunião conjunta de Diretoria, Conselhos de Administração e Técnico e Câmara de Logística Integrada (CLI) – Conforme agenda do encontro, foram tratados: cartel do câmbio, em apuração no âmbito do CADE, com a AEB acompanhando, na condição de “terceiro interessado” para fins de informação aos associados e futuras ações eventuais; projeto de conversão da MPV694 (IR sobre remessa ao exterior), do Senador Romero Jucá, ocasião em que se decidiu o apoio da AEB ao pleito de redução de 25% para 6% do imposto; exigência de algumas alfândegas de estender fiscalização não invasiva à totalidade de carga/contêineres de exportação; dada a conhecer a nomeação de Carlos Eduardo Moreira Portella, no cargo de vice-presidente executivo, em substituição a Fábio Martins Faria, desligado a pedido, por razões pessoais; designação de novos diretores, membros dos Conselhos de administração e Técnico para cargos vagos; informe sobre a realização do 7º ENAServ 2016, agendado para 9 de abril e preparativos para o 35º ENAEX 2016, agendado para 23 e 24 de novembro, no Rio de Janeiro; informes sobre reuniões no MDIC, CAMEX, ANTAQ, ANTT, Apex-Brasil e SEP onde se discutiram assuntos da CLI, indicações de conselheiros titulares no CAP para o período 2016-2018, conjuntura econômica e preocupação sobre volta à trajetória de apreciação do real; preocupação com medidas protecionistas, como a compensatória contra exportações brasileira de aço aplicada pelos Estados Unidos; reconhecimento da China como economia de mercado, prevista para dezembro de 2016; medidas de defesa comercial com destaque para a questão de o GTIP - Grupo Técnico de Avaliação do Interesse Público - ter sido criado no âmbito da CAMEX, mas secretariado pela SEAE/Ministério da Fazenda, defendendo a AEB que a secretaria fosse assumida pela CAMEX. 1.5.2 - Participações da AEB em reuniões, de instituições em que tem acento e/ou na condição de convidada Setembro/2015 - APEX-Brasil - Reunião do Conselho Deliberativo – José Augusto de Castro, presidente da AEB, palestrando sobre “Avaliação de ações e resultados no 1º semestre/2015”; FUNCEX – Reunião do Conselho Superior, quando o presidente da AEB expôs as perspectivas da balança comercial brasileira; ABIMAQ - 1º Congresso Brasileiro da Indústria de Máquinas e Equipamentos, quando José Augusto participou do painel “A Inserção do Brasil nas Cadeias Globais de Valor”. Outubro/2015 - FIRJAN - Evento comemorativo dos 20 anos do Centro Internacional de Negócios – CIN, tendo participado o presidente e o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro e Mauro Laviola; DELEGAÇÃO DA MALÁSIA – Recebida na Sede da AEB, ocasião em que foram discutidos, sob a coordenação do (então) vice-presidente executivo, Fábio Faria, oportunidades comerciais com o Brasil e preparo da vinda de delegação empresarial malaia para participar do Rio Oil & Gás; FIEP – Curitiba - II Seminário “O Comércio Exterior e a Indústria - vice-presidente executivo da AEB, Fábio Faria, proferiu palestra “Exportações como alavanca para o crescimento sustentável da economia brasileira; 2º Encontro ATP/ATTPP (Associação de Terminais Portuários Privados), Brasília - palestra de José Augusto de Castro sob título “Eficiência e Produtividade dos Terminais Privados”.

Novembro/2015 - Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (RS) - 14º Seminário de Negócios Internacionais - vice-presidente da AEB, Mauro Laviola, proferindo palestra “Relações entre EUA X Cuba e os impactos no Brasil”; CECIEx - VII Encontro Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras, São Paulo - Vice-presidente da AEB, Roberto Giannetti da Fonseca, participou falando sobre “O Novo Plano Nacional de Exportações”; ACRJ – Mesa de abertura do XI Seminário Exportação teve a presença de Mauro Laviola discorrendo sobre a “Visão Operacional da Exportação para a Micro e Pequena Empresa”; FIRJAN - 1º Encontro de Análise de Performance Aduaneira – ENAPA – O (então) vice-presidente executivo da AEB, Fábio Martins Faria, palestrou sobre “Visão dos Exportadores e Importadores”, No mesmo evento, a diretora da AEB, Josefina Guedes, mediou painel em que palestraram representantes da COANA ,da ANVISA e do MAPA; IRICE – Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior – Lançamento da entidade, inspirada e presidida pelo Embaixador Rubens Barbosa, contando com a presença do Governo de SP - Vice-Presidente da

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AEB palestrou sobre a “A Política Comercial do Brasil para Argentina, China e Estados Unidos”; XXVIII Fórum Nacional – Palestra do Presidente da AEB "Não podemos depender apenas de câmbio para exportar"; Banco Crédit Suisse – Castro, em São Paulo, falou de "Cenários econômicos e perspectivas para as exportações brasileiras",evento realizado em São Paulo; AMCHAM-SP - Presidente da AEB proferiu palestra "Objetivos e metas do Governo Temer para o comércio exterior"; ACMG – José Augusto de Castro, em Belo Horizonte, sobre "Caminhos para o crescimento das exportações brasileiras".

1.5.3 - Participações da AEB em encontros e audiências com autoridades MDIC, Brasília - Presidente da AEB, na ocasião, também com presidente em exercício da Comissão dos Portos, liderando comitiva em audiência com o ministro da pasta em que foi defendida a manutenção do REPORTO, o que veio a ocorrer; CAMEX – Presidente da AEB - Participou e coordenou reunião do GT de Financiamento do Conselho Consultivo do Setor Privado – CONEX, na sede do MDIC, em Brasília, abordando CCR e PROEX; DPR/MRE - Presidente da AEB participou de Seminário Comemorativo dos 50 Anos do DPR, proferindo palestra no painel “Formação de Redes e Políticas Públicas e Privadas de Coordenação entre Entidades de Promoção Comercial e Atração de Investimentos”; CRE do Senado - vice-presidente da AEB, Mauro Laviola, participou de audiência pública convocada pelo senador Ricardo Ferraço para debater efeitos do Acordo Multilateral Pacto do Pacífico, firmado no último dia 5 de outubro, tendo a AEB manifestado preocupação dos exportadores com a falta de previsibilidade da economia brasileira, com o isolamento internacional do país em termos comerciais e das dificuldades no âmbito do Mercosull; CAE do Senado - presidente da AEB participou de audiência pública (out-2015) convocada pelo senador Ricardo Ferraço, com participações do BACEN e da FEBRABAN, quando foi discutida denúncia de suposta formação de cartel para manipulação das taxas de câmbio (entre 2007 e 2013), sob investigação do CADE, ocasião em que o representante da AEB falou que, se confirmada a manipulação do câmbio, efeitos negativos para a economia brasileira teriam ocorrido, como o indevido incentivo à importação, a aceleração do processo de desindustrialização, o estímulo à fuga de capital produtivo, a redução da quantidade de empresas exportadoras e a diminuição da entrada de investimento produtivo no Brasil, entre outros; CRE do Senado – Representaram a AEB, em audiência pública alusiva aos 25 anos do Mercosul, o vice-presidente Roberto Giannetti da Fonseca, o conselheiro técnico, embaixador Regis Arslanian, e o embaixador Rubens Barbosa, do Conselho de Administração, também representando a FIESP; Advocacia Geral da União (AGU) – Reunião, em Brasília. Do vice-presidente da AEB, Portella ...., com o Dr. Fábio Medina Osório e equipe, esclarecendo sobre aspectos relativos ao processo de financiamento à exportação; MDIC/MRE - Membros do Conselho de Administrado e Presidente da AEB se reuniram em Brasília com os Ministros Marcos Pereira e José Serra expondo: preocupações como o panorama da balança comercial; falta de previsibilidade; riscos das fortes oscilações da taxa cambial, com viés de valorização; importância do retorno do Reintegra à alíquota de 3%; sugerindo criação de seguro em financiamentos a empresas exportadoras com débitos tributários; discutindo a adoção de marcos regulatórios transparentes e sem amarras para atrair investimentos privados, especialmente em infraestrutura; ÓRGÃOS DE GOVERNO - Vice-presidente Executivo da AEB e o Coordenador da CLI reuniram-se, em Brasília, com Mário Povia e Fernando Fonseca, Diretores da ANTAQ, Edna Cesetti, Diretora de Competitividade Internacional em Comércio e Serviços do MDIC, Marcos Mesquita Mendes, Chefe de Gabinete da Secretaria Executiva da SEP, e Patrizia Gonçalves Lira, Chefe de Gabinete do Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, discutindo temas diversos do comércio exterior de interesse dos associados da AEB; ÓRGÃOS DE GOVERNO - Presidente da AEB e dirigentes de mais nove entidades tratando de assunto relativo ao Reintegra (informações já contidas na Mensagem do Presidente)

1.5.4 - Eventos apoiados pela AEB, mediante autorização de inclusão do logo no material de marketing

ACRJ - XI Seminário de Exportação, voltado para MPMEs; EXPO SCALA – 17ª Expo Scala – Feira de Negócios do Comércio Exterior e Logística (novembro de 2015); MDIC e Governo do Rio de Janeiro – Seminário sobre Plano Nacional de Cultura Exportadora; ABCE – Seminário

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Internacional: Destravando os Investimentos no Brasil e na América Latina em 2016: a Visão da Engenharia (março de 2016); Câmara Espanhola de Comércio: Seminário de Exportação e Importação (junho de 2016) 1.5.5 – Participação da AEB na Associação Latino-americana de Exportadores de Serviços (ALES) Com apoio da Secretaria de Comércio e Serviços do MDIC, a Associação de Comércio Exterior do Brasil tornou-se membro da Associação Latino-Americana de Exportadores de Serviço (ALES), passando a integrar organismo internacional, criado em 2008, atualmente reunindo 37 instituições públicas e privadas de 17 países: além do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. A formalização da AEB como membro da ALES – passando a representar o segmento empresarial brasileiro no organismo - ocorreu durante recém encontro anual realizado em Santiago, no Chile, representada por Mauro Laviola, um de seus vice-presidentes. A decisão da AEB em participar da ALES segue o objetivo de impulso ao dinamismo do comércio externo de serviços do Brasil, participando de fórum que aproxima oportunidades de exportações de serviços, no caso, em especial, em mercados da América Latina – que movimenta globalmente algo como US$ 500 bilhões por ano - em consonância com outras ações que desenvolve no Brasil, via Fórum Permanente de Exportação de Serviços de Engenharia e ENAServ - Encontro Nacional de Comércio Exterior e Serviços.. De acordo com Diretora de Competitividade Internacional em Comércio e Serviços da Secretária de Comércio e Serviços do MDIC, Edna Cesetti, a participação do Brasil na ALES fortalece o papel da AEB como stakeholder no comércio exterior de bens e serviços, facilitando estratégia de posicionar o Brasil e a região como plataformas de serviços globais, com maior presença de ambos no mercado internacional. 1.6 - Propostas e/ou solicitações de providências encaminhadas ao Governo

As atividades pontuais subsidiárias às ações de caráter constitucional da AEB na missão de propugnar pela ampla melhoria do ambiente de negócio do comércio exterior, envolvendo variáveis macro-estruturais, se voltaram, no exercício sob relato, em especial, a questões e aspectos relacionados com o quadrilátero aduana, tributos, financiamento e logística.

As ações no campo da logística voltadas a sanar dificuldades e reduzir custos na movimentação de produtos, desde as fábricas ou recintos alfandegados até os portos, na exportação, e dos portos até os destinos das cargas no território nacional, na importação, estão contidas no relato do trabalho desenvolvido no âmbito da CLI, em item próprio do presente Relatório de Atividades AEB.

No geral, aqui se exemplificam:

Fiscalização Invasiva – Correspondência encaminhada à Secretaria da RFB reiterando providências para revisão da Portaria n.º 26, de 2014, da Alfândega do Rio Grande, no sentido de que a inspeção não invasiva determinada pelo normativo para todos os contêineres de exportação seja feita por amostragem, a exemplo de como ocorre nas cargas de importação, quando é preconizado que “somente serão objeto de inspeção as cargas vinculadas à DI parametrizadas e selecionada para os canais amarelo ou vermelho. A medida visa reduzir custos e imprimir maior agilidade aos fluxos de exportação de arroz e tabaco, dois dos principais produtos que escoam pelo porto do Rio Grande.

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Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA (novas redações dos artigos 17-B, 17-D e 17-G da Lei nº 6.938. DCE 31.08.1981, dadas pela Lei nº 13.196, de 01.12.2015 – A primeira questão sobre o TCFA envolve o aumento da taxa de controle, da ordem de 150%, em razão da revisão de seus preços determinada pela variação acumulada do IPCA de dezembro de 2000 até 2015, com amparo, reconhece-se, no art. 17-B da lei de 1981. A AEB apoiou (em Ofício PRESI nº 48/2016, ao IBAMA) pedido de associados de que o valor de correção acumulada para o período de 15 anos seja diluído para cobrança ao longo de 5 anos, período de adaptação das empresas à nova estrutura de custos, que, se de imediato, somará grande impacto aos já negativos efeitos sobre os negócios da recessão da economia.

TCFA – Faixas de Valores para fins de enquadramento – Os enquadramentos, com base nos balanços patrimoniais, das PJ como MPMEs e Grande Porte (art.17-G), para fins de definição do valor da TCFA – A AEB endossou pedido de associados (contido em ofício acima), no sentido de que seja alterada a Legislação Ambiental (Lei nº 10.165, de 27.12.2000), de modo a permitir que a empresa sujeita ao pagamento da TCFA possa mudar de categoria de enquadramento no decorrer do ano civil ou, como alternativa, restituição, no ano seguinte, de valor eventualmente pago a maior, por mudança havia no seu balanço patrimonial no decorrer do ano civil.

Mecanismos Oficiais de Financiamentos das Exportações Brasileiras, de bens e serviços (BNDES, PROEX-Financiamento e PROEX-Equalização) – Dada a importância desses mecanismos para a competitividade das exportações de serviços e, também, de produtos a elas incorporados, relevantes, sobretudo, quando a economia passa por severa recessão, a AEB buscou: (a) Envio de ofícios, em março e junho de 2016, ao MDIC, MRE e FEBRAN abordando dificuldades no normal fluxo de operações amparadas nos ditos mecanismos, defendendo, em resumo, a pronta emissão de NTN-I (então, em atraso), títulos representativos de pagamentos aos bancos de operações por eles financiadas sob o regime de equalização; manutenção pontual dessas emissões, como incentivo ao prosseguimento do financiamento das exportações por bancos privados; não interrupção de aprovação de operações sob o PROEX, com lastro em recursos previamente aprovados em dotações orçamentárias incluídas no Orçamento Geral da União; (b) Ofício, em junho de 2016, à PGFN externando preocupação sobre o resultado das exportações brasileiras dependentes de apoio de financiamentos oficiais, impacto nos processos de desembolsos, no BNDES, do ambiente de investigações da Lava-Jato, envolvendo empresas e dirigentes com atividades no segmento exportador, sobretudo no caso de projetos contratados com órgãos públicos estrangeiros, e ponderando sobre a necessidade de resposta ao BNDES de parecer solicitado sobre a continuidade de funcionamento do sistema de crédito à exportação brasileira, de modo a assegurar o prosseguimento e conclusão das operações e continuidade de pagamento de valores relativos ao serviço da dívida por financiamentos concedidos, dos quais o Brasil é credor, constituindo, assim, receitas para o País.

Homologação dos créditos do Reintegra pelo Sistema PER/DCOMP - Além de defender pagamento de percentual maior, 5% sobre o valor das exportações, de créditos como restituição de resíduos de impostos (não devidos, em razão da imunidade tributária da exportação) pagos pelos exportadores ao longo das cadeias produtivas, como destacado na Mensagem do Presidente, em março de 2016, a AEB oficiou ao MDIC pedindo providências para que não se atrasasse – sugerindo-se prazo máximo de 90 dias contatos do protocolo eletrônico do PER/DCOMP – a tarefa de análise dos documentos de exportação apresentados para homologação do valor de crédito (calculado na base do percentual então vigente) para ressarcimento em espécie e/ou compensação tributária com outros tributos federais. Na ocasião, se alongava a mais de 12 meses decisão sobre homologação de créditos devidos, em razão de sucessivas mudanças no operacional PER/DCOMP.

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RFB – Instrução Normativa n.º 1.611, de 25.01.2016 – Imposto de Renda na fonte sobre remessas – O normativo sob referência determinou que, a partir de 1º de janeiro de 2016, estariam sujeitos à retenção de IR na fonte, à alíquota de 25%, os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para o exterior, destinados ao pagamento de prestação de serviços decorrentes de viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais: até 31.12.2015, tais remessas estavam isentas do imposto na fonte. A AEB, argumentando que a medida imporia mais custos a atividades ligadas ao comércio exterior e ao turismo, encaminhou Ofício nº 08, de 05.02.2016, ao Senador Romero Jucá, no qual, manifestando entendimento sobre as dificuldades fiscais do País, pelo menos fosse a alíquota do imposto reduzida a 6%, apoiando, assim, pedido que também faziam outras entidades. A sugestão foi acatada, para vigência até dezembro de 2018.

1.7 - Câmara de Logística Integrada – CLI

No período de outubro 2015 a setembro 2016 ocorreram 20 reuniões da CLI, divididas em Reuniões Técnicas, Preparatórias, Plenas e dos Grupos de Trabalho classificados em temas : GT 1- Importância do comércio exterior brasileiro; GT 2- Equidade fiscal com o mercado internacional; GT 3- Agregação de valor às exportações; GT 4- Definição de um único plano nacional de logística; GT 5- Prioridade de investimento nos acessos terrestres e marítimos aos portos; GT 6- Sociedade na gestão portuária; GT 7- Modelo de gestão empresarial para portos públicos e regime trabalhista portuário; GT 8-Transporte aéreo; GT 9- Transporte terrestre e multimodal. Foram realizadas Reuniões Plenas e Grupos de Trabalho onde foram discutidos os temas abaixo. O resultado disto, além de orientação aos colegas que operam na área de logística, resultou referendar-se Propostas, submetidas às autoridades públicas, após aprovação da Presidência da AEB: - Atrasos nas licenças de importação (permisos) argentinas. - Exclusão do ISS nas exportações. - Multas e fiscalização decorrentes da Lei 10.833/2003, que trata da Legislação Aduaneira. - CONAPORTOS - Cobrança de Demurrage – Parâmetros - Desoneração tributária às exportações - Sociedade na gestão portuária - Transporte rodoviário - Gestor Corporativo dos portos, na forma de Lei nº 8630 de 1993. - Reduzir despesas portuárias, inclusive vinculadas a conteineres. - Construção de novo acesso rodoviário para o Porto do Açú - Concessão do Arco Metropolitano - Manutenção da bacia de evolução do Porto de Itaguaí - Construção da Ferrovia EF-118, ligando São Paulo e Rio de Janeiro à Vitória

Visitas e Reuniões da Coordenação – Reuniões fora do Rio: - Foram desenvolvidos contatos regionais no Rio Grande do Sul (FecomercioRS) e São Paulo (NTC e CODESP). A coordenação da CLI esteve, também, em Brasília, onde contatou inclusive autoridades do MDIC, CAMEX, SEP e ANTAQ, buscando aproximação cordial e pertinente para solução de problemas operacionais.

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A Coordenação da CLI participou de reuniões em outros órgãos de classe como GAP do SINDAERJ, RFB, ACRJ, FCCE, Comissão Portos, bem como de entidades governamentais, como a Secretaria de Transportes do RJ, da ALERJ, do MTE, MTPAC, MDIC. Durante o Enaex de 2015, a CLI teve ativa participação no Salão 2, sendo : no dia 19, das 16h às 18h, o Encontro Portugal-Portal da Europa, e do dia 20, das 14h às 16h, a Reunião CLI e dos Conselheiros do CAP, com a presença do Diretor Geral da ANTAQ, Mário Povia, e do Assessor Representante da SEP, Leonardo Lanna Guillen. Foram objeto de destaque para a programação da CLI, os seguintes pontos: 1- Promoção / Divulgação: A CLI é integrada também pela CAMEX, ANTT e ANTAQ, cuja aderência ocorreu por assinatura de seus dirigentes. Cabe à CLI dar ciência ampla aos três órgãos oficiais do Governo de sua ação, de acordo com a Direção da AEB. 2- A programação para o próximo período outubro/2015 a setembro/2016 deve considerar: 2.1 - Construção de “Portais de Comércio” em portos nacionais e estrangeiros. 2.2 - Europa: Porto de Sines e Porto de Hamburgo 2.3 - USA: Porto de Houston O levantamento de cargas/portos brasileiros vem sendo efetuado por Comitê a cargo de João Emilio, Arlindo Catoia, Carlos Portella, Monica Romero, para os Portos de Sines e Hamburgo. Para o Porto de Houston, os dados estão a cargo de João Emilio, Paulo De Lello, Monica Romero. O objetivo é estabelecer informes aos CAPs, em seguida, sobre as oportunidades naqueles portos para produtos brasileiros. 3- Foi reiterado o empenho aos membros da CLI para apresentarem trabalhos sobre temas “Logística no Comércio Exterior” para divulgação na mídia, principalmente no Boletim da AEB, após aprovação pela direção AEB. 4- Formação de Núcleos de Logística, com base nos CAPs da AEB. 4.1 - Em andamento das tratativas, via Conselheiros da AEB, de informações aos exportadores e importadores de cada porto (onde exercem a representação da AEB) de forma a encontrar soluções que possam agilizar, porto a porto, o comércio exterior. 4.2 - Foi explicitado o entendimento mantido com a Comissão Portos, no sentido de integrar, também regionalmente, a ação das duas respectivas associações, na busca de soluções operacionais, considerando, inclusive, as contidas na “Pesquisa de Satisfação dos usuários dos Serviços Portuários” elaborada pela ANTAQ. Esta matéria está sendo constantemente observada com o fito de formação de GTs, em rede, por região e produtos, objetos do comércio exterior, incluídas associações comerciais. 5- Interrelação com os órgãos do Governo partícipes da CLI: ANTT, ANTAQ e CAMEX. Ficou elaborada agenda para entrevistas em Brasília, priorizando-se os segmentos governamentais que fazem parte da CLI em prol do desempenho logístico do comércio externo, destacando-se participação, em agosto, do Vice-Presidente Executivo, Carlos Eduardo Moreira Portella, a Brasília, com o coordenador da CLI, em reuniões com o MDIC, MTPAC e Camex, sobre diversos temas de logística.

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Dia 28 de outubro, está prevista viagem a Belém, com reuniões no Porto e na Associação comercial do Estado do Pará, cujos entendimentos estão a cargo de conselheiro do CAP no Porto de Belém. Nas atividades inerentes aos Conselhos de Autoridades Portuárias (CAP), podem ser destacadas a referência elogiosa à CLI, pelo o atendimento da ANTAQ, as solicitações da CLI/AEB, reforçando pleitos do nosso representante do CAP e por parte da Vale, sobre melhoras no acesso ao Porto por terra. A CLI tem monitorado as ações que ocorrem, porto a porto público, através dos representantes da AEB. Para tanto, mantém comunicação com todos Conselheiros dos CAPs da AEB. Segue, abaixo, a agenda de reuniões da CLI e o respectivo temário para o fim de 2016:

28 outubro -Visita Porto de Belém - Reuniões

AC do Pará –Belém CAP Porto de Belém

11 novembro 11:00 horas

Reunião Preparatória para o ENAEX 2016 AEB

23/24 novembro - ENAEX 2016 Centro de Convenções SulAmerica

1.8 - Fórum Permanente de Exportação de Serviços de Engenharia - FPESEng O FPESEng, criação da AEB, se dedica a discutir e a coordenar, pelo setor privado, junto ao Governo, ações visando ao aumento das exportações de serviços de engenharia, incluindo estudos de viabilidade, preparo de projetos e execução de obras no exterior. Estas atividades, além de ensejarem ingresso de divisas, geram empregos e renda, no país, não apenas dos serviços em si, mas por conta de exportações que os empreendimentos no exterior demandam (estradas, hidroelétricas, aeroportos, etc). O Brasil, desde as três últimas décadas no século passado, se insere num pequeno grupo de países desenvolvidos, como Espanha, Itália, Canadá e Estados Unidos, com a China, desde ascensão de sua economia, forte neste comércio, em condições de participar no mercado internacional de obras de infraestrutura. A partir do seminário voltado ao comércio externo de serviços, ocasião em que o FPESEng foi lançado, em agosto de 2003, em parceria com o MDIC, na sede do BNDES, no Rio, a AEB iniciou a estruturação de eventos anuais do gênero, dando origem ao ENAServ, encontro organizado exclusivamente para o debate da comercialização externa de serviços, abrangendo turismo e demais serviços exportáveis, à semelhança de como foi pensado o ENAEX, na ocasião apenas objetivando o comércio externo de produtos. Realçando, ainda, a importância da comercialização externa de serviços, com propósito aderente aos objetivos do FPESEng, sob inspiração e demanda da AEB, em 2011, foram criados o SISCOSERV e a Nomenclatura Brasileira de Serviços, objetivando a coleta de estatísticas mais amplas, passo inicial para identificar potencialidades e formularem-se políticas públicas específicas de apoio à maior participação do país no mercado internacional de serviços, com ênfase no aumento e diversificação das exportações do gênero, também visando à redução do tradicional déficit na conta de serviços do Balanço de Pagamentos: no 1º semestre de 2016 o resultado negativo da balança de serviços com o exterior foi de US$ 14,8 bilhões, contra negativo pouco superior a US$ 20 bilhões em igual período de 2015, ano em que o déficit total foi de US$ 37 bilhões. Apesar de, no cômputo geral, a conta de serviços ter apresentado, até junho-2016, saldo negativo, no item “outros serviços, inclusive serviços de arquitetura e engenharia” o saldo foi positivo em US$ 4,8 bilhões, o que reforça a importância favorável do comércio de serviços, em geral, para as contas externas.

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As atividades de grandes projetos de construção, freadas pela recessão da economia e decorrentes de insuficiência de investimentos, além de incertezas políticas, inclusive as derivadas da operação Lava-Jato, também atingiram o desenvolvimento das operações de comércio externo. Este quadro esteve presente, naturalmente, na agenda de reuniões do FPESEng durante o período sob relato, delas constando, em síntese: reflexos comuns ao todo das exportações brasileiras; discussões sobre o processo em andamento no CADE sobre suposta manipulação das taxas de câmbio, fato que, se confirmado, teria causado prejuízos às receitas, em reais, dos exportadores que, no período a que se refere a denúncia, embarcaram produtos ou efetivaram serviços; projeto de realização do ENAServ-2016; dificuldades à consecução de novas operações envolvendo a prestação de serviços de engenharia e de serviços, de modo geral; interrupções de desembolsos em contratos de financiamentos em curso, ante interpretações de aspectos jurídicos ligados a financiamentos do BNDES envolvendo órgãos públicos no exterior tomadores do crédito; impacto da recessão da economia na produção de bens manufaturados, sobretudo em setores cujas alternativas de exportações e geração de empregos dependem da exportação de projetos de serviços de engenharia; busca de ações focando “agenda positiva alternativa” para o setor serviços (bens, inclusos), via melhor ambiente de negócios; levantamento/pesquisa, em ação conjunta da AEB/SINDICON/ABDIB, de dados, perspectivas e estratégias voltados à eliminação de obstáculos às exportações de bens conjugadas a exportações de serviços, e vice-versa, tema objeto de atenção na OMC; ações para se evitar que se descontinuem, à vista da conjuntura de dificuldades, o esforço de instituições brasileiras devotado ao aumento da participação do país nas exportações, seja de serviços propriamente ditos, seja nas exportações de bens que ancoram. 1.9 – Eventos: ENAServ e ENAEX

1.9.1 - Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços ENAServ 2016 - 7ª Edição (realizado em 19 de abril)

“É preciso consolidar consciência de que o comércio de serviços,, incluindo o turismo, os serviços de engenharia e arquitetura, os projetos de consultoria, as soluções de tecnologia e demais serviços da extensa gama passíveis de serem exportados, além de elevar status, eleva empregos, rendas e absorção de tecnologia, gerando sinergias propícias ao aumento das exportações de bens” (José Augusto de Castro na abertura do ENAServ-2016). A 7ª edição do ENAServ ratificou o propósito da AEB de continuar em cooperação com agentes, públicos e privados, no convencimento da importância de retirada de barreiras às atividades do comércio externo brasileiro de serviços, visando ao aumento das exportações de serviços passíveis de comercialização no mercado internacional, assim como a maior internacionalização de marcas nacionais ativas no dinâmico segmento de serviços para ampliar o horizonte de “Perspectivas para as Exportações Brasileiras de Serviços”, tema do evento, em consonância com a convicção exposta na fala do presidente da entidade, conforme trecho acima destacado. Mesmo realizado em clima de incertezas - em abril ainda estávamos sob expectativas de andamento e desfecho do processo de impeachment – o evento não deixou de angariar perspectivas positivas, antevendo ações que orientem a retomada do crescimento, tendo as exportações importância estratégica na política econômica, na qual não deverá faltar atenção ao setor de serviços, visando à melhor participação do Brasil, hoje com 0,8% dos US$ 5 trilhões comercializados globalmente.

O encontro, mais uma vez, teve os prestigiosos patrocínios da ApexBrasil, do BNDES e de empresas do FPESEng, também destacando-se a parceria com Edições Aduaneiras e apoio das entidades Associação Comercial de SP, Brasscom, Sindicomis, Guia Marítimo, CEBRASSE, CECIEx, FUNCEX, CBAM e FIESP.

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Foram revistos temas e avaliado potencial do setor serviços, com a programação se materializando via palestras de experientes representantes dos setores público e privado, do comércio e da academia, distribuída nos painéis: “A inserção do Brasil no Mercado Externo de Serviços”; “O Papel Estratégico dos Serviços no Comércio Internacional”; “A Internacionalização de Empresas de Serviços: Casos de Sucesso “Negócios Internacionais de Serviços: Perspectivas e Desafios “Perspectivas para as Exportações Brasileiras de Serviços; Destaque-se que o terceiro dos citados painéis renova certeza de que se pode avançar, a partir de políticas públicas estáveis, em iniciativas privadas que conduzam ao aumento das exportações brasileiras de serviços, considerados os exemplos trazidos nas exposições de “casos de sucessos” das empresas Giraffas (rede de restaurantes), Studio MK 27 Arquitetos e Stefanini Informática e Tecnologia.

Como já é tradição, o ENAServ-2016 teve atendimentos de técnicos da Secretaria de Comércio e Serviços do MDIC e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, os quais ficaram à disposição dos inscritos para o esclarecimento de dúvidas sobre o Siscoserv.

1.9.2 - Encontro Nacional de Comércio Exterior - ENAEX 2016 - 35ª Edição (a ocorrer em 23 e 24 de novembro)

O ENAEX-2016, 35ª edição do evento, ocorrerá nos dias 23 e 24 de novembro, no mesmo local das três edições anteriores, Centro de Convenção SulAmerica, no Rio de Janeiro, assim, aqui apenas cabendo resumir atividades que a AEB vem promovendo, próximo a concluir a organização do evento.

A agenda do encontro ainda está em elaboração, mas sua estrutura se adequará ao tema escolhido - EXPORTAR PARA CRESCER – portanto, nela prevendo-se plenárias afinadas com o objetivo de diminuir custos diretos e indiretos do comércio exterior, seja na produção e na comercialização de produtos básicos e da indústria de transformação, seja no contexto da indústria de bens de consumo e de capital, nesta, em especial, soerguendo a produtividade e a competitividade de modo. Neste sentido, serão abertos espaços para discussões em torno da logística, dos financiamentos e de inadiáveis reformas estruturais.

Como tradição que antecipa o ENAEX, dois eventos de lançamento foram realizados, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com objetivo de discutir projeto de realização, ampliar sua divulgação, debater e colher propostas de temas afins com o tema do evento, as quais, conforme dinâmica prevista para o encontro do ano, certamente, estarão em questão no ambiente das plenárias que se desenvolverão ao longo dos dois dias do evento.

Evento de Lançamento do ENAEX 2016 no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a prévia aconteceu em 26 de julho, nas dependências da CNC, uma dentre as tradicionais entidades apoiadoras do encontro, quando, além de apresentada a programação preliminar do ENAEX 2016, duas exposições foram conduzidas por Luiz Felipe Seixas Corrêa, presidente do Conselho Empresarial de Relações Internacionais (Ceri), da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), e Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da CNC: Seixas Corrêa discorrendo sobre perspectivas, do ponto de vista do Governo e do empresariado, das negociações de acordos internacionais de comércio; Carlos Thadeu falando sobre estimado comportamento da taxa de câmbio e seus efeitos sobre a taxa de juros da economia.

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Evento de Lançamento do ENAEX 2016 em São Paulo

O encontro de São Paulo, que aconteceu no auditório de Edições Aduaneiras, outra tradicional parceira da AEB, contou com participações da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT).

O representante da ABIT, Fernando Pimentel, falou da relação Brasil-Argentina, de oportunidades, desafios e expectativas no âmbito da indústria têxtil e de confecção, destacando que, em 2015, a Argentina representou 23% das exportações do setor para o mundo e que a queda da participação brasileira nas importações argentinas não se deveu, apenas, às dificuldades econômicas do país, mas também a que os argentinos substituíram fornecedores brasileiros por chineses.

O representante da APEX-Brasil, André Fávero, opinou que a chegada do presidente Macri e as mudanças na economia brasileira abrem perspectivas favoráveis a que se fortaleçam o comércio bilateral e os investimentos, mas que ainda há desafios por serem enfrentados, como definição de uma estratégia conjunta, recuperação do diálogo político e construção de posições comuns em fóruns internacionais, como OMC e G20.

Sobre o Mercosul, falou que a agenda de atuação do bloco demanda mudança na forma de relacionamento e maior flexibilização, porque temas da integração econômico-comercial não avançaram, com consequente perda de oportunidades, além de crise institucional.

1.10 - AEB e o Mercosul

A AEB representa o setor empresarial brasileiro no Conselho de Comércio Exterior do Mercosul – Mercoex - do qual participam entidades privadas análogas da Argentina, Paraguai e Uruguai. Reúne-se, anualmente, em cada um dos países-membros. Mauro Laviola, vice-presidente da AEB, coordena a participação da entidade no Mercoex, e, de hábito, participa de outros eventos em que se discutem assuntos pertinentes ao Bloco.

Através de seu representante, a AEB, no exercício sob relato, esxteriorizou, inclusive na imprensa, preocupação quanto à necessidade de que se reduza o peso que, nos últimos anos, vem prevalecendo nas reuniões de cúpula do Bloco, enfatizando-se, nas discussões, questões político-ideológicas, com a expectativa de que, com os novos mandatários argentino e brasileiro, sejam priorizados temas de interesse da integração e do comércio, com fundamento nos objetivos do Tratado de Assunção e no Protocolo de Ouro Preto ou, na reavaliação de seus conceitos. Preocupações também vêm sendo manifestadas com relação ao fato de o Brasil pouco se empenhar no alargamento de negociações de acordos comerciais, escudado na condicionante de as negociações se darem, em Bloco, com adesão de todos os membros.

No Brasil, a reunião anual do Mercoex se insere na programação do ENAEX, prevendo-se a participação em um dos painéis desenvolvidos na plenária e realização, paralela, de Reunião Técnica entre as entidades que compõem o Conselho, em cujas agendas se incluem assuntos como: avanço de objetivos do Bloco; panorama geral sobre a internalização dos atos normativos do Mercosul nos respectivos ordenamentos jurídicos dos países membros; cumprimento dos protocolos de cooperação, dentre outros.

Em 20.09.2016, Mauro Laviola participou do “Dia de La Exportación” e da reunião do Mercoex, em Buenos Aires, organizada pela Câmara de Exportadores da República Argentina (CERA). De sua palestra, em que traçou situação atual e perspectivas do Mercosul, pinçamos algumas colocações: (na origem) pressa em se querer União Aduaneira, sem coordenação de políticas econômicas, fiscais, aduaneiras e cambiais; influência bolivariana na condução de políticas

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internas e de relacionamento externo do Bloco; postergação, até 2023, das exceções à TEC, tácito reconhecimento da impossibilidade de consolidar União Aduaneira nos próximos 8 anos; situação político-econômica difícil na Venezuela, com indícios de não observância da cláusula democrática do Mercosul, do que resultou estar a condução do Bloco (no segundo semestre de 2016) entregue à junta colegiada dos demais países; crescimento geométrico das correntes comerciais devido, sobretudo, ao acordo automobilístico AR-BR que não é regido pelo Mercosul, mas sim pelo ACE 14 da ALADI; PARLASUL que não exerce qualquer influência no processo e gera despesas inúteis; FOCEM com carência de recursos devido às crises financeiras argentina e brasileira; atraso na negociação de acordo sobre compras governamentais no Mercosul; alternativas que (parecem) não estar nos planos, como a de contornar a rigidez da Decisão 32/00, com estabelecimento de “waiver” para viabilizar negociações individuais dos países-membro com parceiros não regionais; alternativa de suspensão temporária da TEC que permitiria aos países membros assumirem apenas compromissos de Área de Livre Comércio com liberdade de negociações com terceiros mercados; ausência do Mercosul do cenário de negociações de mega-acordos de comércio; conclusão de ser difícil alcançar União Aduaneira e mercado comum sem bases iniciais sólidas, com fundamentos político-econômicos díspares e impossível adoção do conceito da supranacionalidade.

Parte 2

Programa de Trabalho – Outubro de 2016 a Setembro de 2017

O programa de trabalho da AEB, para o exercício que se inicia em outubro de 2016, abrangerá atividades voltadas ao universo das políticas públicas, pari passu com a agenda do Novo Governo e do Congresso Nacional em prol da retomada do crescimento da economia, com ênfase, naturalmente, naquelas relacionadas com o comércio exterior.

2.1 Reforma Tributária - No campo macro, a AEB continuará insistindo na realização de reformas estruturais há muito esperadas pela economia do País, em particular, do específico interesse do comércio exterior, das reformas, tanto do regime quanto do sistema tributário, de modo que se reduzam carga de impostos e custos de conformidade, condição essencial para que se cumpra o mandamento de desoneração total da tributação de produtos e serviços nacionais destinados aos mercados internacionais, garantido isonomia de tratamento aos empresários brasileiros vis-à-vis o que competidores estrangeiros recebem de seus governos.

2.2 Financiamentos à Exportação – Outro pilar a continuar recebendo atenção da AEB, mormente no que respeita ao aumento da disponibilidade de recursos, sejam públicos, sejam privados, com mecanismos de incentivo à maior participação da banca privada em financiamentos de comércio exterior e fontes alternativas de mercado. No particular, a AEB insistirá no mais amplo funcionamento de mecanismos de crédito específico para o segmento de micro, pequena e média empresas, com apoio de garantia da União.

2.3 Logística – No contexto da Câmara de Logística Integrada, as atividades coordenadas pela AEB, em síntese, se voltarão ao insistente acompanhamento e contínua apresentação de sugestões em apoio a medidas que contribuam para adequada implementação da desburocratização, agilização e redução dos custos portuários, de transporte, em todos os seus modais, além da retirada de amarras a que se tornem realidades os programas de investimos em infraestrutura.

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2.4 Medidas Pontuais - Em termos de medidas pontuais, que não necessitem de instrumentações legais, mesmo infra legais, o Plano de Trabalho da AEB buscará como objetivos:

Intensificar a interação com os associados, valorizando suas participações, mediante uso dos veículos de comunicação institucional, a este propósito, mantidos pela AEB;

Manter objetivo central de fortalecer o corpo de associados da AEB, focando, quer em segmentos já representados, quer naqueles ainda com potencial de incorporação, tanto no setor de bens, quanto no setor de serviços.

Priorizar a participação da AEB e seus representantes nos órgãos relacionados à autoridade portuária, especialmente os CAPs e demais instituições em que tem acento;

Cumprir agenda de participações de autoridades e de associados na apresentação de temas de interesse do comércio exterior nas Reuniões Institucionais da AEB, de Diretoria, Conselhos e CLI, aproveitando encontros do gênero como fóruns de debates de interesse dos associados, como um todo.

Priorizar a distribuição eletrônica do Informativo de Comércio Exterior AEB no intuito de reduzir gastos com remessas postais junto da contribuição com a causa ambiental.

2.5 – Eventos

2.5.1 ENAServ 2017 – Realizar a 8ª Edição do evento, no primeiro semestre, em data a ser definida.

2.5.2 ENAEX 2017 – Realizar a 36ª Edição do evento, no segundo semestre, em data a ser definida.

2.5.3 Outros Eventos, em Perspectiva - Cogita-se da realização de um segundo ENAServ, no qual, além das participações de órgãos federais, dar-se-ia espaço a órgãos estaduais. Para 2017, está sob análise a realização de um ENAServ (pensa-se em Curitiba) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio. O mesmo com relação a um congênere do ENAEX, de amplitude regional, pensando-se em nova modelagem e eventual realização em Porto Alegre, o que já conta com manifesto interesse de organizações do estado, inclusive a FIERS e a FECOMÉRCIO.

2.6 Cursos – Previsto, no Plano de Trabalho sob apreciação, estudo para a realização de cursos rápidos, nas dependências da AEB, sobre aspectos operacionais de atividades do comércio exterior - câmbio, financiamento, processos de defesa comercial etc - em parcerias com o IBMEC e a FGV-RJ, por exemplo.

2.7 Congresso Nacional – Além de participações de consultas públicas, procurar-se-á intensificar interação da AEB com as duas casas do legislativo, via participações em eventuais grupos de trabalho e ou comissões relativas a temas convergentes com o interesse do comércio externo do país, verbalizando interesses dos associados e demais agentes do setor empresarial no desenvolvimento de medidas que apontem para o objetivo maior de se aumentar, com sustentabilidade, a participação do Brasil no comércio internacional.