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1 Relatório de Actividades 2008 Sub-Estação de Avisos da Guarda Joaquim Almeida Otilia Silva

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Relatório de Actividades

2008

Sub-Estação de Avisos da Guarda

Joaquim Almeida

Otilia Silva

Page 2: Relatório de Actividades 2008 - drapc.min-agricultura.pt · Em 22 de Março, após as 1ªs chuvas, foi observado o 1º ascósporo projectado no Capta-Esporos, tendo terminado a projecção

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INTRODUÇÃO

O trabalho desenvolvido pelo Serviço de Avisos , tem como primordial objectivo o

aconselhamento das intervenções fitossanitarias com oportunidade, visando o combate

racional dos inimigos - chave das principais culturas da região, nomeadamente das

Pomoideas, Vinha, Olival e Prunoideas, de modo a reduzir o consumo de pesticidas,

garantindo uma eficaz protecção fitossanitaria, maior protecção do ambiente(solo e

água), manter o equilíbrio dos ecossistemas agrários, permitindo ao agricultor inscrito

no serviço de avisos uma redução dos custos fitossanitarios de forma a manter a

actividade agrícola.

Estas actividades inserem-se nas metodologias desenvolvidas pela Sub-Estação de

Avisos da Guarda, com objectivo de informar da oportunidade dos tratamentos

fitossanitarios.

O acompanhamento das actividades da Sub-Estação de Avisos, nos postos biológicos e

fenologicos, recolha e tratamento de toda a informação foi efectuado pela Técnica Otília

Silva, a trabalhar no âmbito do Programa Agro, medida 8.2 da DRAPC.

O tratamento da informação recolhida do campo, foi apoiado pela rede de Estações

Meteorológicas Automáticas pertencentes á Estação de Avisos da Guarda.

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1 – POMOIDEAS – Macieiras e Pereiras As observações biológicas e fenologicas foram realizadas semanalmente nos postos

biológicos de Vela, Nabais, Moimentinha e Pinhel, relativamente aos seus principais

inimigos ,Pedrado, Bichado, Piolho de S.José e Ácaros.

1.1 - Pedrado (Venturia inaequalis) O Pedrado é doença-chave na região, representando cerca de 40 a 50% das

intervenções no pomar, onde na maioria dos anos por falta de oportunidade da aplicação

dos produtos fitofarmaceuticos ou de outros factores, que contribuem para uma

deficiente aplicação dos fitofarmacos, poderá resultar em níveis de estragos superiores a

10% de frutos atacados, inviabilizando a comercialização de parte da produção,

reduzindo a eficiência técnico económica da exploração agrícola.

Conscientes desta situação, tem procurado o serviço de Avisos da Guarda, efectuar uma

informação de qualidade dos avisos agrícolas aos agricultores inscritos no serviço de

Avisos.

Durante o ano de 2008, mantivemos a instalação do Capta – esporos no posto biológico

Qtª de Lamaçais, ao abrigo do Projecto Agro, Medida 8.2, afim de avaliarmos a

importância biológica do fungo.

Assim, resumidamente, as metodologias seguidas pelo serviço de Avisos da Guarda

foram:

1º-Maturação de peritecas 2º-Projecção de ascósporos 3º-Previsão das contaminações 4º-Aconselhamento de tratamentos

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1.1.1- Maturação de peritecas

Para avaliação do início do risco da doença, a partir do inicio de Março, procedeu-se

semanalmente à recolha de folhas portadoras de peritecas, dos postos de observação

biológicos, para observação à lupa binocular da evolução da maturação de peritecas.

Constatamos de modo geral que as peritecas encontravam-se na sua maioria maduras, a

partir da 2ªquinzena de Março quando as pomoideas apresentavam inicio da rebentação.

Em 14 de Março, foi emitido o 1º aviso, quando as macieiras se encontravam no estado

fenológico C3-D, para as variedades mais precoces. Pelo que, a partir desta data, se

ocorressem condições climáticas favoráveis, caso da chuva, poderiam ocorrer infecções

de pedrado.

1.1.2 – Projecção de ascósporos

Para avaliarmos a importância biológica do fungo ao longo do tempo instalou-se, a 11

de Março, o Capta-Esporos na estação Meteorológica da Qtª de Lamaçais.

Em 22 de Março, após as 1ªs chuvas, foi observado o 1º ascósporo projectado no

Capta-Esporos, tendo terminado a projecção de ascósporos a 9 de Junho.

A troca da fita do Capta – Esporos foi efectuada uma vez por semana, exceptuando

algumas situações de períodos de chuva, em que fomos retirar a fita já projectada, afim

de avaliarmos a importância das projecções dos ascósporos imediatamente, após chuva

contaminadora.

O quadro seguinte mostra os resultados da projecção de ascósporos / dia, na Qtª de

Lamaçais:

Quadro1 – Projecção de ascosporos

Precipitação(mm) N.º ascosporos

projectados T.Média(ºC) 19-03-2008 7,3 20-03-2008 7,9 21-03-2008 10,4 22-03-2008 1,2 3 8,7 23-03-2008 6,9 24-03-2008 8,3 25-03-2008 9,2 26-03-2008 10,1 27-03-2008 11,7 28-03-2008 11,9

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29-03-2008 13,2 (continuação)

30-03-2008 9,3 31-03-2008 9,2 01-04-2008 12,8 02-04-2008 15,6 03-04-2008 17,4 04-04-2008 16,5 05-04-2008 14,3 06-04-2008 16,1 07-04-2008 16 1 10,7 08-04-2008 19,8 3 12 09-04-2008 18,6 5 13,3 10-04-2008 13,6 3 11,6 11-04-2008 0,6 9,7 12-04-2008 0 8,8 13-04-2008 0 9,1 14-04-2008 0 11,2 15-04-2008 0 10,9 16-04-2008 6,4 2 11,8 17-04-2008 21,4 1 10,7 18-04-2008 8,6 3 9,4 19-04-2008 19,4 5 9 20-04-2008 8 3 9,1 21-04-2008 0,8 2 10,9 22-04-2008 0 12,2 23-04-2008 0,6 14,9 24-04-2008 15,4 25-04-2008 17,2 26-04-2008 18,4 26-04-2008 18 27-04-2008 13,1 28-04-2008 9,2 29-04-2008 10,3 30-04-2008 0,2 10,2 01-05-2008 1 13,3 02-05-2008 16,7 03-05-2008 17,7 04-05-2008 17,7 05-05-2008 17,4 06-05-2008 14,1 07-05-2008 3,4 2 13,1 08-05-2008 4,4 3 11,8 09-05-2008 11,9 10-05-2008 14,8

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11-05-2008 14,7 (Continuação)

12-05-2008 12,8 13-05-2008 0,4 2 10 14-05-2008 1,8 3 12,5 15-05-2008 25,2 3 14,3 16-05-2008 13,2 17-05-2008 11,3 18-05-2008 2 4 13,7 19-05-2008 0,8 2 13,5 20-05-2008 15,5 21-05-2008 14,4 22-05-2008 11,8 3 14,8 23-05-2008 2 2 10,8 24-05-2008 0,2 11,6 25-05-2008 5,6 4 11,1 26-05-2008 1,8 3 12,5 27-05-2008 6,4 5 11,8 28-05-2008 0,4 13,9 29-05-2008 6,8 13,1 30-05-2008 9,4 2 13,7 31-05-2008 2,6 1 15,1 01-06-2008 0,2 14,5 02-06-2008 16,3 03-06-2008 17,1 04-06-2008 16 05-06-2008 17,8 06-06-2008 17,5 07-06-2008 15,8 08-06-2008 16,2 09-06-2008 4 1 16,2 10-06-2008 17,8 12-06-2008 19,5 16-06-2008 20,6

A maturação de peritecas na região ocorreu em princípios de Março . O inicio da

projecção de ascosporos foi a 22 de Março, atingindo o máximo acumulado das

projecções em 7 de Maio o estado fenologico era queda de pétalas /inicio de vingamento

verificando-se o final da projecção a 9 de Junho.

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A projecção dos ascosporos em natureza, verificou-se após a ocorrência de precipitação,

onde constatamos que o máximo acumulado de ascosporos projectados ocorreu na fase

fenologica de queda de pétalas , inicio de vingamento fase a que corresponde um risco

biologico elevado.

Grafico1- Precipitação e evolução do acumulado de capturas de ascósporos em 2008. 1.1.3 Previsão das contaminações A previsão das contaminações é realizada com a comparação das condições bioticas e

abioticas do fungo, tendo em atenção a fenologia sensível. O risco de contaminação do

Pedrado é determinado recorrendo ás Curvas de Mills, onde é verificado o n.º de horas

de humectação e a temperatura média do período correspondente.

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(mm)

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100(%)Precipitação Acumulados de ascósporos

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Gráfico 2 – Evolução das infecções de Pedrado 2008 Avisos emitidos: 14/03 – A maioria dos pomares da região encontravam-se no estado fenologico C3 – D (inicio do risco), aconselhávamos um tratamento com um fungicida de acção preventiva.

26/03 – As macieiras encontravam-se em inicio de botão rosa, a meteorologia indicava ocorrência de precipitação recomendamos a renovação do tratamento . 04/04 –Tinham sido observadas manchas de Pedrado em Pereiras. A previsão meteorológica indicava precipitação, recomendamos a realização de tratamento antes das chuvas. 09/04 – Dado o período de risco da doença ser elevado nesta altura, com elevada projecção de ascosporos, e de terem ocorrido precipitações que lavaram o produto em alguns locais, aconselhamos a renovação do tratamento com um produto de acção curativa.

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14-M

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ar

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ar

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T. Média(ºC)

precipitaçãoT.média

Avisos: 17/06

14/03

26/03 04/04 09/04 17/04 29/04 12/05 02/06

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17/04 – As condições climáticas continuavam favoráveis á evolução da doença, com a continuação da projecção de ascosporos, recomendamos um tratamento curativo, para os pomares que estavam desprotegidos. 29/04 –Verificávamos o aparecimento de manchas em pomares mal protegidos. Atendendo ao elevado crescimento vegetativo ,aconselhamos a renovação do tratamento. 12/05 –Recomendação da renovação do tratamento para pomares desprotegidos. 23/05 – As condições climáticas eram favoráveis ao desenvolvimento do inoculo da doença, recomendamos a renovação do tratamento com um fungicida de acção preventivo+curativo. 02/06 – Recomendação da renovação do tratamento, a maioria dos pomares apresentava elevado inoculo da doença. 17/06 - Recomendação da renovação do tratamento. 21/07 – Recomendação da realização de um tratamento preventivo.

1.1.4 Avaliação do Grau de Ataque Afim de avaliarmos o grau de ataque do Pedrado , efectuamos observações nos nossos

postos biologicos,em Junho, e á colheita.

Para a estimativa do risco foram observados em cada posto biologico 1000 frutos

(50arvoresx 20frutos),10 árvores na bordadura e 40 no interior do pomar (considerando

fruto afectado, pelo menos 1 mancha com mais de 1 cm2).

Verificamos que o posto biologico de Vascoveiro apresentou valores superiores ao

N.E.A (0,5-1%)

Nos restantes Pob´s os valores foram inferiores ao N.E.A referenciados.

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Gráfico 3-Percentagem de frutos afectados por V. inaequalis em Junho e à colheita 2008 1.1.5 Conclusões No presente ano verificaram-se condições climáticas favoráveis em Abril, Maio e

Junho, com ocorrência de precipitação durante vários dias seguidos e temperaturas

favoráveis ao desenvolvimento das infecções de Pedrado. Pela avaliação do grau de

ataque nos POB´S e outros pomares da região, constatamos que o Pedrado atingiu uma

incidência baixa, nos frutos, pelo que as metodologias funcionaram com eficiência.

No ano de 2008 verificou-se uma grande incidência de pedrado, em alguns pomares na

região apesar do elevado n.º de tratamentos realizados pelos agricultores, dado que os

tratamentos não foram posicionados com oportunidade, registando-se prejuízos

económicos avultados em algumas parcelas.

0

1

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Nabais Moimentinha Vascoveiro Qtª Cruzinha

%

Junho Colheita

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1.2 BICHADO (Cydia pomonella) As metodologias para acompanhamento e monitorização deste inimigo, utilizadas pela

Sub - Estação de Avisos da Guarda, para a emissão dos Avisos Agrícolas foram a

seguintes:

Curvas de Voo, capturas em armadilhas sexuais. Avaliação do Somatório das temperaturas acumuladas, para validação do

Modelo para diferentes fases biológicas da praga.

Aconselhamento ao Agricultor. Estratégias a privilegiar. 1.2.1Curvas de Voo, em Armadilhas Sexuais Foram colocadas armadilhas sexuais, na semana de 11/04, nos postos biológicos de Qtª

Cruzinha, Moimentinha, Nabais e Vascoveiro.

As observações, foram efectuadas uma vez por semana, nos quatro postos de

observação biológica, com os seguintes resultados das capturas:

Curva de Voo Cydia pomonnella

010203040506070

10-A

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br

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22-M

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Vascoveiro Moimentinha Nabais Qtª Cruzinha

AVISOS 29/04 12/05 17/0602/06 21/07 11/08 28/08

Gráfico 4 – Curvas de Voo Cydia pomonella 2008

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Verificamos população elevada em todos os postos biológicos principalmente na 1ª

Geração, verificando-se que o N.E.A foi sempre superado (2/ 3 capturas/ha/semana).

Foram contabilizadas um total de 421 capturas no Pob de Qtª da Cruzinha, 409 capturas

no Pob de Nabais, 203 capturas no Pob de Moimentinha e 256 capturas no Pob de

Vascoveiro.

Esta situação foi acompanhada na generalidade dos pomares da região.

1.2.2 Validação da metodologia do Somatório das temperaturas acumuladas, através das E.M.A. Através do somatório das temperaturas acumuladas superiores a 10ºc a partir de Janeiro,

vai permitir aferir para a região o “modelo” que permita ao técnico dos Avisos, com

alguma antecipação aferir o grau de risco imediato, do inimigo nas diferentes zonas da

região, permitindo efectuar o aconselhamento e posicionamento correcto dos

Insecticidas aos agricultores do Serviço de Avisos, em tempo oportuno.

Assim, dando continuidade ao trabalho desenvolvido para a validação do modelo

proposto para o projecto Agro 8.2 estão descritas as datas em que, foram atingidos

parâmetros para os Pob´s em estudo, no respectivo modelo

Quadro 2 – Datas dos somatórios das temperaturas acumuladas superiores a 10ºc

de 1 Janeiro, nos postos biológicos.

Somatório de Temperaturas

Posição do Voo Vascoveiro Moimentinha Nabais Qtª

Cruzinha 80ºC Início de voo 05/05 04/05 18/04 22/04

130ºC Inicio de

posturas 17/05 16/05 02/05 07/05

220ºC Inicio de

penetrações 04/06 04/06 18/05 21/05

340ºC Máximo 1º voo 22/06 22/06 07/06 09/06

470ºC 1ªs Larvas

abandonando os frutos

07/07 08/07 27/06 28/06

700ºC Fim da 1ª

geração 30/07 01/08 21/07 21/07

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1.2.3– Avaliação do Risco Potencial Para avaliação do Risco Potencial, foram colocados 57 cartões canelados no posto

biológico de Qtª da Cruzinha em meados de Julho para capturar larvas da 2ª Geração,

tendo capturado 276 larvas, com média de cartão de larvas hibernantes 4,84 valores bem

acima do valor de referencia 0,5 larvas por cartão.

1.2.4- Aconselhamento

A estratégia do Serviço de Avisos, foi a de informar correctamente a oportunidade do

tratamento, sendo o aconselhamento feito com uma dupla estratégia; tratamentos de

acção Ovicida; ou tratamentos com produtos de acção Larvicida, nas diferentes gerações

da praga, possibilitando ao agricultor escolher a estratégia mais conveniente em função

da dinâmica populacional, do tipo de produtos utilizados nos últimos anos e do histórico

do pomar.

Os avisos emitidos foram: 29/04 – Inicio do voo da praga com intensidade, condições favoráveis para capturas em

armadilhas, acasalamento e posturas. Tratamento , com produtos de acção ovicida.

12/05 – Inicio das penetrações

Foi aconselhado o 1º tratamento para os fruticultores que utilizaram a estratégia com

produtos de acção Larvicida.

02/06 – Foi aconselhada a renovação do tratamento .

17/06 – o voo da 1ª geração ainda se mantinha com intensidade , aconselhamos a

renovação do tratamento .

21/07 – Inicio da 2ª geração.

Foi aconselhado aos fruticultores tratamento numa estratégia de posicionamento de

produtos de acção Ovicida.

Para a região de Pinhel e Vila Franca das Naves e Trancoso, aconselhava-se tratar uma

semana mais tarde.

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11/08 – As condições climáticas eram propicias ao desenvolvimento da praga (voo,

acasalamento e posturas), pelo que foi aconselhada a renovação do tratamento, dado o

período de risco que a praga apresentava.

28/08 – Mantinham-se as condições propicias ao desenvolvimento da praga, tendo sido

aconselhado renovar o tratamento.

Os tratamentos aconselhados pelo serviço de avisos e posicionados de forma correcta,

controlaram a população de forma eficiente nos Pob´s cobrindo o período de risco da

praga.

1.2.5 Conclusões Não se verificou relação capturas / grau de ataque, as condições climáticas

desfavoráveis verificadas na 1ª Geração (temperatura crepusculares e precipitação)

provocaram uma redução significativa dos estragos na 1ª Geração e consequentemente

na 2ª Geração.

As preocupações sentidas nos últimos anos com o aumento das populações e as

dificuldades no seu combate, com pomares a apresentarem elevadas intensidades de

ataque a ultrapassarem claramente os N.E.A, este ano devido ás condições abioticas

adversas, constatamos maioritariamente que os pomares na região apresentaram valores

normais de intensidade á colheita, situação idêntica á verificada no ano de 2007.

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1.3 PIOLHO de S.José (Quadraspidiotus perniciosus) Foi feito acompanhamento do ciclo biológico da praga e avaliação da utilização do

método do somatório das temperaturas na previsão da actividade da praga, tendo em

vista o correcto posicionamento dos produtos fitofarmaceuticos.

Sendo necessário a correcta identificação da época de ocorrência das diferentes fases de

desenvolvimento das praga, por forma a posicionar adequadamente os tratamentos,

propusemos continuar os trabalhos iniciados em 2005, estudando e avaliando as

possibilidades da utilização do método das temperaturas, na previsão das diferentes

fases de actividade do Piolho de S. José na região.

a) Método das médias com dois limites inferiores de temperatura diferentes, isto é

7,3ºc (Kozár, 1975;Angerilli&Logan, 1986) e 10,5ºC (Kyparissoudas , 1990) e soma

iniciada desde 1 de Janeiro;

b) Método do seno simples, quer com intercepção horizontal quer com intercepção

vertical (Wilson & Barnett, 1983 ; Anónimo , 1983), com limite superior de

temperatura de 10,5ºC e soma iniciada desde 1 de Janeiro (Jorgensen et al., 1991;

Rice et al., 1982 );

c) Método de Baskerville & Emin (1969) em duas modalidades, isto é limite inferior

de desenvolvimento de 10,5ºC e soma indicada desde 1 de Janeiro (Angerilli &

Logan ,1986) e limite inferior de 10.0ºC e soma desde 1 de Março (Mague &

Reissig , 1983b)

A determinação das fases de desenvolvimento da Cochonilha de S.José foi realizada

através de armadilhas sexuais, com o objectivo de determinação da evolução dos

machos; armadilhas de intercepção para determinar a evolução da saída das ninfas; para

determinação dos valores acumulados recorreu-se á estação meteorológica automática

de Pinhel .

1.3.1 Material e métodos O trabalho foi desenvolvido, na freguesia de Vascoveiro , concelho de Pinhel, pois foi

o posto biológico onde em anos anteriores encontramos mais população, sendo assim

possível este ano estudar as diferentes gerações da praga.

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16

Foi colocada a armadilha sexual ,em 13/04 com observações semanais á lupa binocular,

para determinação da curva de voo dos machos.

Para avaliação da evolução da saída das ninfas foram colocadas em 08/05 armadilhas

de intercepção para ninfas (2 cintas/árvore/5 árvores), num total de dez cintas colocada

a Norte e Sul.

As observações dos machos na armadilha e das ninfas em cintas adesivas, foram

realizadas á lupa binocular, uma vez por semana, decorrendo até final de Novembro.

1.3.2 Resultados

A armadilha sexual foi colocada em 13/04,obtendo-se as 1ªs capturas em 26/04, o vôo

dos machos da geração hibernante decorreu até 17/05. O vôo dos machos da 1ª geração

iniciou-se em 12 de Julho e terminou em 13 de Novembro.

Verificou-se clara separação do voo dos machos da geração hibernante e da 1ª geração.

Para a determinação da saída das ninfas da 1ª e 2º geração foram colocadas cintas

adesivas de ambos os lados para captura das ninfas.

A 1ª geração teve inicio com saída de ninfas em 11 de Maio e terminou em 19 de

Julho. A 2ª geração teve o seu inicio em 9 de Agosto terminando em 13 de

Novembro, verificando-se também que a saída das ninfas das duas gerações foram

claramente separadas.

Relativamente aos somatórios das temperaturas acumuladas para este inimigo, não

verificamos correspondência para a fase de actividade da saída de ninfas na 1ª e 2ª

geração.

1. Verificamos diferenças significativas dos valores encontrados nos últimos anos

referenciados ao nível da bibliografia , situação que poderá estar relacionada com as

temperaturas altas dos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, que poderão ter tido

alguma acção na saída antecipada das ninfas. Verificou-se que o máximo da saída

das ninfas aconteceu aos 536ºC valores acumulados.

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Relativamente ao posicionamento dos tratamentos químicos no combate á

Cochonilha de S.José em tratamentos de primavera, a estratégia do serviço de

avisos , deverá ser revista , dado as reduzidas substancias activas que se podem

aplicar e as medidas limitativas da sua utilização devido á toxicidade das mesmas,

os tratamentos deverão ser posicionados com oportunidade na medida que a

aplicação seja realizada com eficiência.

Assim em tratamento de Primavera alguns autores defendem o tratamento ao inicio

da saída das ninfas, e passados 15 dias repetir tratamento. Outros autores defendem

tratar passados 7 dias ao inicio da saída das ninfas e repetir 14 dias depois, o

tratamento.

A estratégia de tratar ao máximo de saída das ninfas parece-nos aquela que

melhor se adapta para combater com eficácia o maior n.º de indivíduos com um só

tratamento.

Contudo nesta situação deverá também ser avaliada a intensidade de ataque ao nível

da parcela, porque com populações muito altas um só tratamento pode não ser a

estratégia correcta, porque parte da população pode não ser combatida.

Também deverá ser bem combatida a 1º geração das ninfas, para reduzir as

populações na 2ª geração, que é coincidente com a colheita, e se estiverem

indivíduos presentes nos frutos , estes são desvalorizados comercialmente.

Gráfico 5 –Dinâmica populacional Cochonilha de S.José 1ª e 2ª Ger. no Pob de Pinhel

Dinâmica Populacional 1ª e 2ª Geração 2008

0100200300400500600

24-A

br

30-A

br

5-M

ai

16-M

ai

21-M

ai

27-M

ai

4-Ju

n

12-J

un

18-J

un

25-J

un

2-Ju

l

9-Ju

l

17-J

ul

24-J

ul

31-J

ul

6-Ag

o

12-A

go

20-A

go

27-A

go

3-Se

t

9-Se

t

18-S

et

24-S

et

30-S

et

15-O

ut

29-O

ut

nº n

infa

s/ci

nta/

sem

ana

0

10

20

30

40

50

nº c

aptu

ras

mac

hos/

sem

ana

Cinta A Cinta B nº capturas machos/semana

AVISOS:

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Quadro 4 –Somatório de Temperaturas Fase de actividade 7,3ºc 1 janeiro 10,5ºC 1 janeiro 10ºC 1 Março 2008 2007 2008 2007 2008 2007

Inicio voo machos

geração hibernante

174,1

192,1

30,9

53,7 42,9

57,9

Inicio saída ninfas

1ª G.

366,5

275,2

123,3

93,1 149,3

105,2

Máximo saída das

ninfas

Inicio voo machos 1ª G.

536

895,1

536

853,3

495,3

472,3

545,9

516,1

Inicio saída ninfas

2ª G.

1196,8

1094,7

794,9

656,9 855,5

706

Intervalo entre

inicio voo machos da Ger. hiber. e

ninfas 1ª G.

192,4 83,1 92,4 39,4 106,4 47,3

Intervalo entre

inicio do voo dos machos da 1ªGer. e

ninfas da 2ª G.

301,7 240,7 299,6 184,6 309,6 189,9

Avisos Emitidos: A Sub –Estação de avisos emitiu os avisos em função da evolução biológica da

Cochonilha S.José tendo em consideração também os valores dos somatórios das

temperaturas para este inimigo.

14/03- informação aos agricultores, para tratarem, caso detectassem a presença da

praga, no pomar, visando a redução da população, dado que nesta fase o óleo de verão

tem boa eficácia, uma vez que nesta fase já temos evolução larvar de N1 para N2,

podendo usar a substancia activa óleo de verão. O tratamento nesta fase revela-se com

eficácia, por outro lado a fauna auxiliar no pomar é reduzida nesta data fenologica.

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02/06 – observamos nesta data, o inicio da saída das ninfas da 1º Geração,

recomendamos tratamento para os pomares com a presença deste inimigo, salientando a

importância de combater bem a 1ª geração para reduzir a população para a 2ª geração.

11/08 – recomendamos tratamento para a saída das ninfas da 2ª Geração, situação que

se verificou em boa parte dos pomares da região.

1.3.3 Conclusões

A saída das ninfas da 1ª e 2ª Geração foram observadas 3-4 semanas após o inicio do

voo dos machos hibernantes e de machos de 1ª geração.

Após o Inicio da saída de ninfas da 1ª e 2ª Geração, foi atingido o seu máximo após 4

semanas.

O máximo da saída das ninfas da 1ª Geração verificou-se quando foi atingido 536,1ºC,

somatório temperatura acumulado para 7,3ºC .

O somatório das temperaturas são importantes para a modelização, contudo é necessário

o acompanhamento biológico da praga.

O projecto Agro 8.2 permitiu de certo modo conhecer biologicamente melhor este

inimigo na região, associando os trabalhos dos valores das temperaturas acumuladas

estudadas para esta praga. Ajudaram estas ferramentas para um maior conhecimento do

inimigo, tomando-se a decisão com maior rigor, resultando em beneficio dos

agricultores.

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1.4 Aranhiço Vermelho (Panonychus ulmi Koch) Este inimigo, foi acompanhado em três postos biológicos localizados em Qtª da

Cruzinha, Nabais e Moimentinha.

As metodologias seguidas para acompanhamento da praga, foram as seguintes:

- Estudo da eclosão das larvas provenientes dos ovos de Inverno.

- Avaliação da taxa de ocupação das formas moveis

Para o estudo da eclosão das larvas, foi utilizado o método das tabuinhas.

Foram contabilizados os ovos de Inverno em ramos com 20 cm e foram colocadas 2

tábuas por cada posto biológico, as contagens das eclosões das larvas foram efectuadas

uma vez por semana. As eclosões dos ovos de Inverno, tiveram início em 11 de Março,

atingindo-se o máximo das eclosões a 6-8 de Abril .

Eclosões das Larvas Panonychus ulmi

0102030405060708090

11-M

ar

15-M

ar

19-M

ar

23-M

ar

27-M

ar

31-M

ar

4-A

br

8-A

br

12-A

br

16-A

br

20-A

br

24-A

br

28-A

br

2-M

ai

6-M

ai

Nº d

e ec

losõ

es

Qtª cruzinha Moimentinha Nabais

1ºaviso,Inicio das eclosões

Gráfico 6 – Eclosão das Larvas de Panonychus ulmi

A Sub-Estação de Avisos da Guarda, aconselhou 4 avisos contra este inimigo:

14/03 –Aconselhou-se intervenção para o combate, dado o inicio das eclosões das

larvas, aconselhamos tratamento com produtos de acção ovicida.

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21/07 – Registávamos nesta data temperaturas favoráveis ao desenvolvimento da praga

e recomendávamos a vigilância das parcelas, chamando a atenção dos agricultores para

efectuarem estimativa do risco nos pomares.

11/08 – Verificávamos nesta data infestações elevadas em alguns pomares,

recomendávamos vigilância nas parcelas, com realização da estimativa do risco

22/08 - Recomendávamos vigilância nas parcelas, com realização da estimativa do risco

Em conclusão os tratamentos aconselhados ,nas fases biológicas sensíveis da praga,

controlaram de forma eficaz a praga na região, apenas se registando sintomatologia da

praga em pomares desequilibrados.

Verifica-se um aumento populacional dos Ácaros (aranhiço vermelho e aranhiço

amarelo)nos pomares da região, chegando alguns deles a verificar-se bronzeamento das

folhas, com redução da fotossintese e consequentemente uma redução significativa do

calibre dos frutos.

1.5 Mosca da Fruta (Ceratitis capitata) Este inimigo, foi acompanhado em 4 postos biológicos localizados em Qtª da Cruzinha,

Pinhel, Nabais e Moimentinha, através da colocação de armadilhas alimentares.

Data Nabais V.F.Naves Pinhel Qtª Cruzinha

07-08-2008 0 0 0 0

12-08-2008 12 0 0 2

20-08-2008 25 4 0 3

27-08-2008 138 0 2 4

03-09-2008 734 14 0 8

09-09-2008 4 0 0 3

17-09-2008 22 0 3 4

24-09-2008 12 10 0 2

30-09-2008 42 0 0 0

Avisos emitidos:

28/08 – Registávamos nesta altura elevadas capturas em alguns dos nossos postos

biológicos, tendo sido aconselhado o tratamento para combate deste inimigo.

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11/09 – As populações desta praga continuavam elevadas, e dado o aproximar da

colheita verificava-se um aumento do n.º de picadas em frutos. Recomendamos

renovação do tratamento.

Conclusões No presente ano a Mosca da Fruta Ceratitis capitata , atingiu níveis populacionais

elevados na região, provocando estragos em pomares onde o posicionamento dos

tratamentos não foi realizado com oportunidade.

Os dois tratamentos aconselhados pela Sub-Estação de Avisos da Guarda, controlaram a

praga com eficiência.

2 – OLIVEIRA

O Serviço de Avisos da Guarda acompanhou durante o ano 2008, os principais inimigos

desta cultura: Mosca da azeitona, Traça da Oliveira Gafa e Olho de Pavão.

As observações da fenologia, leituras das armadilhas sexuais foram efectuadas

semanalmente, nos postos biológicos de Pinhel, Carvalheda, Gouveia.

2.1 - Mosca da Azeitona (Bactrocera oleae) A monitorização desta praga foi efectuada pela observação e contabilização das

capturas em armadilhas cromotrópicas com feromona, em dois postos biológicos

(Pinhel e Amendoeira) e a determinação do grau de ataque, foi efectuada em cinco

postos biológicos. Foram colhidos semanalmente 100 frutos em cada posto biológico

(10 frutos x 10 árvores), que depois foram observados à lupa binocular, para

contabilização dos frutos picados, ovos viáveis e larvas vivas.

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23

2.1.1 Evolução Larvar da Mosca da Azeitona Em finais de Agosto, procedemos á colheita dos frutos de azeitona nos Pob´s para

observação da evolução larvar, nomeadamente posturas e larvas. As condições climáticas foram propicias para o desenvolvimento precoce da praga

atingindo o N.E.A, logo no principio do mês de Setembro

Dinamica Populacional Mosca da Azeitona CARVALHEDA

02468

1012

31-J

ul

6-A

go 12-

Ago 20

-A

go 27-

Ago

3-S

et

9-S

et 17-

Set 24-

Set 30-

Set

15-

Out

020406080100120140

nºlarvas Nºcapturas adultos11/09 16/10

Dinâmica Populacional Mosca da AzeitonaPINHEL

0

2

4

6

8

10

12

31-J

ul

6-A

go

12-A

go

20-A

go

27-A

go

3-S

et

9-S

et

17-S

et

24-S

et

30-S

et

15-O

ut

020406080100120140

nºlarvas Nºcapturas adultos11/09 16/10AVISOS:

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24

Avisos emitidos para a Mosca da Azeitona:

11/09 – Verificávamos elevadas capturas de adultos nas armadilhas sexuais e em

observações nos frutos, tinha sido atingido o NEA (8-12% de Frutos c/ larvas vivas),

aconselhamos a realização de tratamento.

16/10 – Continuávamos a registar nesta altura elevadas capturas de adultos nos postos

biológicos , ultrapassando os N.E.A da mosca da azeitona, pelo que recomendámos a

renovação do tratamento.

2.2 Traça da Oliveira (Prays oleae)

As armadilhas sexuais para monitorização desta praga, foram colocadas nos Pob´s de

Pinhel e Carvalheda. As observações foram efectuadas semanalmente, verificamos um

número de capturas sempre abaixo do NEA, pelo que não recomendou a Sub-Estação de

Avisos nenhum tratamento contra este inimigo.

Curva de Voo Prays oleae

0102030405060

11-A

br

18-A

br

25-A

br

2-M

ai

9-M

ai

16-M

ai

23-M

ai

30-M

ai

6-Ju

n

13-J

un

20-J

un

27-J

un

4-Ju

l

11-J

ul

18-J

ul

25-J

ul

1-Ag

o

8-Ag

o

15-A

go

Nº c

aptu

ras/

sem

ana

Pinhel Carvalheda

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25

2.3 - Gafa (Gloeosporium olivarum) e Olho de Pavão (Spilocaea oleagina)

A metodologia seguida pela Estação de Avisos relativamente a estas doenças, resulta da

previsão do risco, fazendo o acompanhamento do ciclo biológico das doenças e da

monitorização das condições ambientais favoráveis ás mesmas, para determinação dos

períodos e risco .

As observações para o Olho de Pavão decorreram nos meses de Março e Abril, e nos

meses de Agosto, Setembro e Outubro, com uma periodicidade semanal.

Para a Gafa, e uma vez que o período de maior risco corresponde ao momento em que

os frutos se encontram em fase de maturação , e quando ocorrem as 1ªs chuvas as

observações tiveram um a periodicidade semanal e decorreram nos meses de Setembro

Outubro e Novembro, onde fizemos a observação de 100 órgãos (folhas, frutos e ramos)

ao acaso na parcela

Os tratamentos aconselhados , foram emitidos numa estratégia de protecção

preventiva.

Condições climáticas Gafa Carvalheda

05

1015202530

1-A

go

6-A

go

11-A

go

16-A

go

21-A

go

26-A

go

1-S

et

6-S

et

11-S

et

16-S

et

21-S

et

26-S

et

2-O

ut

7-O

ut

12-O

ut

17-O

ut

0

20

40

60

80

100 precipitaçãoT médiahr

AVISOS16/1011/09

Avisos emitidos:

Olho de pavão

26/03 – O estado fenológico era susceptível à doença, e as condições

climáticas eram também favoráveis á sua evolução, recomendamos a

realização de tratamento.

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11/09 – A previsão meteorológica, previa tempo instável com ocorrência de

períodos de chuva, aconselhamos a realização de tratamento com um produto

cúprico.

16/10 – Os frutos estavam na fase de mudança de cor, pelo que

recomendávamos nesta altura a renovação do tratamento.

Gafa

11/09 – A previsão meteorológica, previa tempo instável com ocorrência de

períodos de chuva, aconselhamos a realização de tratamento com um produto

cúprico.

16/10 – Recomendámos a renovação do tratamento.

3 –VINHA Efectuamos o acompanhamento dos principais inimigos da cultura da Vinha nesta

região: Oídio, Míldio, Escoriose e Traça da Uva.

3.1 Oídio (Uncinula necator) A recomendação de tratamento no combate a esta doença, é feita com base na

monitorização da doença, atendendo aos estados fenologicos sensíveis, condições

meteorológicas verificadas e observação da intensidade de ataque em parcelas de

referencia.

As observações para esta doença chave na região, foram realizadas nos postos

biológicos de Pinhel, Vila Franca das Naves, e Qtª da Cruzinha, Nabais com a

periodicidade semanal.

Foram recomendados 6 tratamentos:

29/04 – A maioria das vinhas da região(Seia, Gouveia e Meda) estavam nesta altura nos

estado fenologico cachos visíveis (F), estados fenologico muito sensível á doença,

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aconselhávamos a realização de tratamento nesta fase, dando preferencia ao enxofre em

pó.

12/05 – As condições climáticas, eram nesta altura favoráveis ao desenvolvimento da

doença ,o estado fenologico cachos visíveis/cachos separados, pelo que se alertava para

o facto de ser importante manter a vinha protegida.

02/06 – A maioria das vinhas encontravam-se na fase fenologica botões florais

separados, recomendamos uma renovação do tratamento.

17/06 –Recomendamos efectuar tratamento ao estado fenologico inicio da floração.

21/07 – Aconselhamos intervenção nesta data, em que a fase fenologica era fecho do

cacho.

11/08- As condições climáticas mantinham-se favoráveis ao desenvolvimento da

doença.

Conclusões O oídio, doença –chave na região obriga os Viticultores a efectuarem tratamentos

sistemáticos para o seu controlo.

Quando a estratégia é mal delineada, verifica-se que apesar da utilização química (4 a 6

tratamentos)por campanha, os estragos aparecem no final provocando prejuízos

quantitativos e qualitativos.

Os tratamentos aconselhados pelo Serviço de Avisos, nas épocas fenologicas mais

susceptíveis e quando as condições climáticas eram mais propicias, conduziram a

resultados positivos, do ponto de vista fitossanitario, com ausência da doença nos Pob´s.

Parece-nos haver uma correlação interessante entre o fungo e o vigor da planta. Assim,

á medida que o vigor da arborescência aumenta, o fungo acompanha e manifesta-se com

intensidade.

Em plantas mais equilibradas e quando a parte vegetativa permite um bom arejamento

das plantas , verificamos ausência da doença.

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De salientar no presente ano que as chuvas ocorridas em finais de Julho provocaram

novas infecções, cujos estragos foram significativos reflectindo-se na quebra de

produção, entre 10 a 20% na região de Pinhel, Vila Franca das Naves e Figueira de

Castelo Rodrigo. A maioria dos Viticultores já tinham cumprido o programa

fitossanitario para esta doença pelo que descuraram estas infecções, as quais se vieram a

repercutir em prejuízos significativos.

3.2 Míldio (Plasmopora viticola) O acompanhamento desta doença, foi efectuado através de observações fenologicas,

biológicas e de parâmetros climáticos, com periodicidade semanal, afim de avaliarmos

os períodos de risco da doença, nomeadamente as condições de contaminação das

infecções primárias.

Evolução das infecções de Mildio

05

101520253035

1-M

ai

7-M

ai

13-M

ai

19-M

ai

25-M

ai

31-M

ai

6-Ju

n

12-J

un

18-J

un

24-J

un

30-J

un

6-Ju

l

12-J

ul

18-J

ul

24-J

ul

30-J

ul

6-Ag

o

12-A

go

18-A

go

24-A

go

30-A

go

Prec

ipita

ção(

mm

)

05101520253035

T.M

édia

(ºC

)

Precipitação T.média

12/05 23/05 02/06 17/06 21/07

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29

A Sub-Estação de Avisos da Guarda emitiu , 5 avisos para esta doença:

12/05 – Alertávamos para a possibilidade da ocorrência de infecções primarias do

fungo. Recomendamos a realização de tratamento com um produto sistémico, devido

aos elevados crescimentos vegetativos.

23/05-As chuvas ocorridas na semana anterior tinham provocado em alguns locais

infecções primárias ,aconselhou-se a realização de tratamento com um produto de acção

preventiva+curativa.

02/06 – Os focos de míldio na região eram em número bastante reduzido.

Prevíamos o aparecimento de manchas para o dia 10/06.

Os agricultores que tinham efectuado o tratamento recomendado na ultima circular, e

cujo produto não tinha sido arrastado pelas ultimas chuvas, não precisavam tratar. Nos

locais onde o produto tivesse sido lavado, aconselhávamos nova intervenção com

produto de acção sistémica.

17/06 – Renovação do tratamento.

21/07 – Verificávamos a existência de focos de míldio em cachos e folhas, em vinhas

mal protegidas. Aconselhamos a realização de tratamento com produto á base de cobre. Conclusões No presente ano, as condições bióticas e abioticas do fungo, foram desfavoráveis ao seu

desenvolvimento. Por outro lado verificou-se por parte dos viticultores maior

preocupação nos tratamentos de forma preventiva ,dado os ataques da doença no ultimo

ano (2007).

A doença manifestou-se em vinhas localizadas em zonas baixas e mal protegidas.

As quebras de produção foram praticamente nulas no presente ano.

Page 30: Relatório de Actividades 2008 - drapc.min-agricultura.pt · Em 22 de Março, após as 1ªs chuvas, foi observado o 1º ascósporo projectado no Capta-Esporos, tendo terminado a projecção

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3.3 Escoriose (Phomopsis viticola) Tem-se verificado nos últimos anos, um incremento do inoculo desta doença na região,

em vinhas novas e algumas castas mais susceptíveis.

O Serviço de Avisos tem efectuado acompanhamento da evolução da doença, com

estimativas para avaliação do risco imediato e potencial da doença nos Pob´s.

O Serviço de Avisos, através das circulares de aviso e no contacto com os viticultores

tem aconselhado as estratégias para a protecção da doença, nomeadamente as medidas

profilácticas, períodos de maior risco da doença e luta química a adoptar.

A acção informativa do serviço de avisos, relativamente ás medidas a tomar e á

oportunidade das intervenções fitossanitarias para a doença, tem conduzido a resultados

positivos, traduzindo em redução significativa a doença em algumas vinhas que vinham

a efectuar a monitorização da doença.

30/01 – Circular informativa da sintomatologia desta doença e aconselhamento de

medidas profilácticas tendo por objectivo a redução do inoculo da doença.

26/03 - alertávamos nesta circular, para a importância de se avaliarem as parcelas, no

sentido de se verificar a presença da doença.

Aconselhávamos tratamento aos estados fenologicos mais sensíveis, saída das folhas

(D) e folhas livres (E).

04/04 – Chamada de atenção, há medida que se atingiam os estados fenologicos

sensíveis, para a realização dos tratamentos.

3.4 Cigarrinha Verde (Empoasca vitis)

A monitorização da praga, foi efectuada através de observações semanais nos postos de

Pinhel , Vila Franca das Naves e Nabais, tendo sido feita a avaliação da população de

adultos , através de armadilhas cromotropicas e pela evolução das ninfas.

Nas observações realizadas, nunca foi atingido o N.E.A nas diferentes zonas, pelo que o

Serviço de Avisos não aconselhou qualquer tratamento, apenas que os viticultores

efectuassem a vigilância nas suas parcelas.

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O gráfico abaixo mostra a taxa de ocupação verificada, ao longo do ano, sendo que o

N.E.A de 50 ninfas/100 folhas nunca foi atingido.

Taxa de ocupação Empoasca vitis

01020304050

23-J

ul

30-J

ul

6-Ag

o

13-A

go

20-A

go

27-A

go

3-Se

t

10-S

et

17-S

et

24-S

etNº n

infa

s/10

0 fo

lhas

Pinhel Moimentinha Qtª Cruzinha

Gráfico – Taxa de ocupação Empoasca vitis

3.5 Traça da Uva (Lobesia botrana)

Para a monitorização deste inimigo, foram colocadas armadilhas sexuais nos postos de

Pinhel e Qtª da Cruzinha, para acompanhamento da curva de voo dos adultos.

Apesar da pouca importância que a praga têm na região, foram colocadas armadilhas

sexuais, para avaliação de população, em castas recentemente introduzidas para

avaliação da susceptibilidade das mesmas á praga.

Nas observações realizadas, constatamos sempre uma população baixíssima, quer no

voo de adultos capturados em armadilha, quer ao nível de cachos perfurados, pelo que

não foi emitido quaisquer avisos agrícolas para este inimigo.

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4- PRUNÓIDEAS

Pessegueiros

Apesar da pouca representatividade desta cultura, no concelho da Guarda, efectuou a

Sub-Estação de Avisos, observações fenológicas e biológicas para os principais

inimigos.

Relativamente às doenças Lepra, Oídio e Fusicocum, foi efectuado acompanhamento

da evolução destas doenças, por observação visual, tendo sido aconselhados tratamentos

nos estados fenológicos sensíveis.

Pessegueiros -

Avisos emitidos: 25/02, 26/03,04/04,17/04, 11/08 e 16/10. Mosca da Fruta – em 11/08 as condições climáticas eram propicias ao

desenvolvimento da praga, tendo sido registadas capturas de adultos, com significado.

Cochonilha de S.José – aviso emitido a 25/02, para os pomares onde o agricultor tinha

verificado a presença da praga, aconselhávamos tratar.

Afideo verde – aviso emitido a 04/04, o serviço de avisos tinha verificado a presença

da praga, aconselhava-se o agricultor a efectuar estimativa do risco e tratar se

ultrapassado o N.E.A

Cerejeiras –Moniliose Aconselhou-se tratar para esta doença nos estados fenológicos sensíveis, dado que esta

doença é responsável por quebras de produção elevadas, tendo sido emitidos os avisos

em 26/03 , 04/04 e 17/04.