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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 1 R E L A T Ó R I O A N U A L D O S E C T O R D A C O N S T R U Ç Ã O E M P O R T U G A L

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 1

RELATÓRIO ANUAL DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 2

InCI – Instituto da Construção e do Imobiliário, I. P.

Av. Júlio Dinis, 11 – 1069 010 LISBOA Tel.: 21 794 67 00 Fax: 217 946 799

RELATÓRIO DO SECTOR

DA CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL

EM 2007

LISBOA

Outubro de 2008

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 3

ÍÍnnddiiccee

1. Introdução ........................................................................................................ 6 1.1. Objectivo do Relatório ..................................................................................... 7 1.2. Âmbito .......................................................................................................... 7 1.3. Estrutura do documento................................................................................... 7

2. O Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P. (InCI)............................................ 8 2.1. Contextualização............................................................................................. 9 2.2. Natureza, Jurisdição, Órgãos e Missão ............................................................... 9 2.3. Estrutura Orgânica .......................................................................................... 9 2.4. Recursos Humanos........................................................................................ 10

3. Envolvente Macroeconómica.............................................................................. 11 3.1. Contextualização........................................................................................... 12 3.2. Variáveis Macroeconómicas ............................................................................ 12 3.2.1. O Produto Interno Bruto (PIB)................................................................... 12 3.2.2. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).................................................... 13 3.2.3. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) ............................................................. 15 3.2.4. O Consumo Privado ................................................................................. 16 3.2.5. O Índice de Preços no Consumidor............................................................. 16 3.2.6. O Emprego ............................................................................................. 16 3.2.7. O Desemprego ........................................................................................ 17

3.3. O Défice Orçamental ..................................................................................... 17 3.4. O peso do sector da Construção na Economia Nacional ...................................... 18

4. O Mercado em Portugal .................................................................................... 19 4.1. Contextualização........................................................................................... 20 4.2. Obras Particulares: Licenciadas e Concluídas .................................................... 20 4.2.1. Crédito à habitação.................................................................................. 22 4.2.2. Taxa de juro implícita............................................................................... 22 4.2.3. Valores médios de Avaliação Bancária ........................................................ 23

4.3. Obras Públicas: Concursos Abertos e Adjudicados ............................................. 24 4.3.1. Índices de produção na construção e obras públicas .................................... 25 4.3.2. Vendas de cimento para o mercado interno (milhares de ton) ....................... 25 4.3.3. Índices de custos de construção ................................................................ 26

5. O tecido empresarial ........................................................................................ 27 5.1. Contextualização........................................................................................... 28 5.2. Os títulos habilitantes da actividade da Construção ........................................... 28 5.3. Número de empresas com Alvará e Título de Registo......................................... 28 5.4. Análise da situação financeira das empresas no exercício de 2006....................... 30 5.6. Análise financeira comparativa entre as 20 empresas com maior volume de negócios em obra e o sector .............................................................................................. 38

6. O Emprego e a Segurança no Trabalho ............................................................... 41 6.1. O Emprego................................................................................................... 42 6.2. Segurança no Trabalho .................................................................................. 42

7. Macro-enquadramento para 2008 ...................................................................... 43 7.1. Tendências de Crescimento ............................................................................ 44 7.2. Perspectivas para o sector da construção ......................................................... 44

Anexo – Fontes Estatísticas................................................................................... 47

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 4

ÍÍnnddiiccee ddee QQuuaaddrrooss Quadro 1 – PIB em volume 12 Quadro 2 – O peso do sector da construção na economia nacional 18 Quadro 3 – Obras Licenciadas/Concluídas 21 Quadro 4 – Valores médios de avaliação bancária 23 Quadro 5 – Vendas de cimento para o mercado interno 25 Quadro 6 – Número de empresas por classes 30 Quadro 7 – Indicadores Económico-Financeiros em 2006 31 Quadro 8 – Liquidez Geral 32 Quadro 9 – Autonomia Financeira 32 Quadro 10 – Grau de Cobertura do Imobilizado 33 Quadro 11 – Solvabilidade 34 Quadro 12 – Rentabilidade dos capitais Próprios 35 Quadro 13 – Rentabilidade do Activo Total 36 Quadro 14 – Endividamento 36 Quadro 15 – Estrutura do Endividamento 37 Quadro 16 – Custos com Pessoal 37 Quadro 17 – Volume de Negócios em Obra 38 Quadro 18 – Indicadores financeiros das 20 empresas com maior volume

de negócios em obra 39 Quadro 19 – Edifícios Residenciais – variação da produção (%) 45 Quadro 20 – Edifícios não residenciais – variação da produção (%) 45 Quadro 21 – Engenharia Civil – variação da produção (%) 46

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 5

Índice de Figuras Figura 1 – PIB, taxa de variação homóloga (%) 13 Figura 2 – Formação Bruta de Capital Fixo em volume 14 Figura 3 – Peso da FBCF da construção na FBCF total (%) 14 Figura 4 – Valor Acrescentado Bruto 15 Figura 5 – Peso do VAB da construção no VAB total (%) 15 Figura 6 – Índice de Preços no Consumidor – variação média anual (%) 16 Figura 7 – Variação homóloga do IHPC (%) 16 Figura 8 – Obras Licenciadas/Concluídas 20 Figura 9 – Fogos licenciados e concluídos em 2007 21 Figura 10 – Número de contratos celebrados por trimestre 22 Figura 11 – Montante dos contratos celebrados 22 Figura 12 – Taxa de juro implícita 22 Figura 13 – Crédito à habitação por destino de financiamento 23 Figura 14 – Valor dos concursos abertos 24 Figura 15 – Valor dos concursos adjudicados 24 Figura 16 – Concursos abertos em 2007 por tipo de obra 24 Figura 17 – Concursos adjudicados em 2007 por tipo de obra 24 Figura 18 – Índices brutos de produção 25 Figura 19 – Índice de custos de construção de habitação nova

(variação anual homóloga) 26 Figura 20 – Índice de custos de construção de habitação nova

(por factor de produção) 26 Figura 21 – Títulos habilitantes válidos 28 Figura 22 – Distribuição das empresas por classe de alvará 29 Figura 23 – Distribuição de alvarás por regiões, 2007 29 Figura 24 – Distribuição de Títulos de Registo por região, 2007 30 Figura 25 – Liquidez por Classes 32 Figura 26 – Autonomia Financeira por classes 33 Figura 27 – Grau de Cobertura do Imobilizado por classes 34 Figura 28 – Solvabilidade por classes 35 Figura 29 – Rentabilidade dos Capitais Próprios por classes 35 Figura 30 – Rentabilidade do Activo Total por classes 36 Figura 31 – Estrutura do Endividamento por classes 37 Figura 32 – Volume de Negócios em Obra por classes 38 Figura 33 – Volume de Negócios em Obra e Custos com Pessoal 39 Figura 34 – Peso das 20 maiores empresas no sector 40 Figura 35 – Emprego na Construção/Emprego Total 42 Figura 36 – Número de acidentes de trabalho mortais 42

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 6

1. INTRODUÇÃO

1 Introdução

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 7

11..11.. OObbjjeeccttiivvoo ddoo RReellaattóórriioo

O InCI, I.P. é responsável pela regulação e fiscalização do sector da construção e do imobiliário, tendo, entre outras, as atribuições de qualificar as empresas de construção, de mediação imobiliária e de angariação imobiliária para o exercício da actividade.

Este relatório pretende ilustrar a evolução de um dos sectores regulados, o sector da Construção.

Por se tratar de uma actividade abrangente e que movimenta muitas outras, o presente documento tentou compilar diversos dados estatísticos relativos a este sector no seu todo. Para isso foi necessário o recurso a diversos dados estatísticos provenientes de variadas fontes, catalogadas em anexo.

Tratando-se de uma primeira edição não dispõe ainda da abrangência pretendida no futuro, no entanto foi realizado um esforço substancial para que a informação apresentada foque, os factos mais prementes da actividade do Instituto e do comportamento dos sectores durante o período em análise.

11..22.. ÂÂmmbbiittoo

O sector da Construção é considerado um dos motores da economia já que propicia a movimentação de diversas outras actividades a montante e a jusante da sua actuação. Dada a multiplicidade de actividades que se desenvolvem tendo como força motriz a construção tornava-se impossível analisar, neste documento, todos os sectores e actividades que contribuíram para a situação da Construção em Portugal no ano de 2007. Desta forma serão apenas focadas algumas destas actividades e serviços como a venda de cimento e a evolução dos créditos à habitação. Será ainda dado especial enfoque ao perfil das empresas de

construção detentoras de alvarás e títulos de registo.

11..33.. EEssttrruuttuurraa ddoo ddooccuummeennttoo

O presente relatório do sector da Construção está dividido nos 7 pontos abaixo descritos que pretendem elucidar o leitor acerca da situação económica da actividade da construção, bem como da actuação do Instituto no que concerne à qualificação das empresas do sector.

� Introdução – apresentação dos objectivos do relatório

� O Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P. (InCI) – apresentação do Instituto em termos de missão, jurisdição, estrutura orgânica e recursos humanos

� Envolvente Macroeconómica – análise da situação económica do país ao nível das diferentes variáveis macroeconómicas

� O mercado em Portugal – apresentação dos indicadores mais pertinentes relacionados com a actividade da construção

� O tecido empresarial – composição do tecido empresarial português, nomeadamente através da análise das empresas registadas no InCI, I.P.

� O emprego e a segurança no trabalho – análise da situação do emprego no sector e da sinistralidade

� Macro-enquadramento para 2008 – perspectivas futuras a nível económico no geral e relativamente à actividade da construção.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 8

2. O INSTITUTO DA CONSTRUÇÃO E DO IMOBILIÁRIO, I.P. (INCI)

2 O Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P. (InCI, I.P.)

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 9

22..11.. CCoonntteexxttuuaalliizzaaççããoo

O Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) ditou a reorganização interna dos serviços centrais do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC), sendo publicada a 27 de Outubro de 2006 a sua nova Lei Orgânica (Decreto-Lei n.º 210/2006, de 27 de Outubro).

Este acto legislativo trouxe alterações significativas no Instituto, não só ao nível da sua denominação social, passando de Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário (IMOPPI) para Instituto da Construção e do Imobiliário, I. P. (InCI, I.P.), como ao nível das suas atribuições.

Neste sentido foi publicada a Lei Orgânica do Instituto da Construção e do Imobiliário, I. P. (Decreto-Lei n.º 144/2007, de 27 de Abril), os respectivos Estatutos (Portaria n.º 542/2007, de 30 de Abril) e mantidas as comissões de serviço dos membros do conselho de administração do antigo IMOPPI, até ao final do respectivo mandato (2009), agora como membros do conselho directivo do InCI, I.P..

As novas atribuições definidas pela lei orgânica tornam o InCI, I.P. não apenas regulador mas principalmente dinamizador e potenciador de sinergias positivas que levem ao desenvolvimento económico e à competitividade e sustentabilidade das empresas dos sectores regulados, promovendo toda a sua cadeia de valor.

22..22.. NNaattuurreezzaa,, JJuurriissddiiççããoo,, ÓÓrrggããooss ee MMiissssããoo

O InCI, I.P. é um instituto público dotado de autonomia administrativa, financeira e de património próprio, integrado na Administração Indirecta do Estado e sob superintendência e tutela do ministro do MOPTC.

Com sede em Lisboa, a sua jurisdição abrange todo o território nacional e a sua estrutura e organização compreende os seguintes órgãos: Conselho Directivo; Conselho Consultivo; Fiscal Único e Comissões Técnicas Especializadas (Comissão de Classificação de Empresas de Construção - CCEC e Comissão de Índices e Fórmulas de Empreitadas - CIFE).

A nova lei orgânica impôs uma nova Missão, mais abrangente e ambiciosa que retrata fielmente a nova posição do Instituto no seio da economia nacional:

“O InCI, I.P. tem por missão regular e fiscalizar o sector da construção e do imobiliário, dinamizar, supervisionar e regulamentar as actividades desenvolvidas neste sector, produzir informação estatística e análises sectoriais e assegurar a actuação coordenada do Estado no sector.”

22..33.. EEssttrruuttuurraa OOrrggâânniiccaa

Face à nova Missão e estratégia pretendida para o InCI, I.P. foi redefinida e implementada uma nova organização, definida nos respectivos Estatutos publicados em anexo à Portaria n.º 542/2007, de 30 de Abril, assente numa estrutura menos hierarquizada, e em unidades orgânicas com funções de apoio estratégico ao Conselho Directivo, com funções directamente relacionadas com a actividade nuclear do InCI, I.P. e com funções de suporte.

As anteriores 25 unidades orgânicas do IMOPPI deram origem a apenas 10, 7 unidades orgânicas de nível I (3 Gabinetes e 4 Direcções) e 3 unidades orgânicas de nível II designadas por Departamentos. Poderão ainda, por deliberação do Conselho Directivo do InCI, I.P. vir a ser criadas até oito unidades flexíveis, de nível II

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 10

22..44.. RReeccuurrssooss HHuummaannooss

No final de 2007 o quadro de pessoal do InCI, I.P. era composto por 139 elementos, o Presidente e 2 vogais do Conselho Directivo, 42 Técnicos Superiores (4 deles com a categoria de Conselheiros), 13 Inspectores

Superiores, 9 Técnicos, 66 Assistentes e 6 Auxiliares de Apoio Geral. Tendo em conta o número de colaboradores integrados nas carreiras de Técnico Superior, Inspector Superior e Técnico, num total de 64 efectivos, o Índice de Tecnicidade atingiu, em 2007, os 47%.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 11

3. ENVOLVENTE MACROECONÓMICA

3 Envolvente Macroeconómica

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 12

33..11.. CCoonntteexxttuuaalliizzaaççããoo

Num contexto actual de globalização, onde se assiste, em larga escala, a um processo de integração global que induz ao crescimento da interdependência entre as nações, economias pequenas, como a portuguesa, abertas, totalmente integradas e dependentes da economia europeia e mundial, reagem de forma bastante explicita a factores de ordem externa.

Estes factores de ordem económica, politica e/ou social repercutem-se de forma bastante significativa na economia, condicionando o crescimento económico.

O segundo semestre de 2007 foi fecundo em acontecimentos mundiais que transformaram as relações económicas, levando vários países a entrar em crises económicas profundas. A frágil e dependente economia nacional foi assim abalada por três choques externos interligados entre si: a turbulência dos mercados financeiros internacionais associada à reavaliação do risco dos investidores; a subida significativa dos preços do petróleo e

das matérias-primas alimentares nos mercados internacionais; e a desaceleração da economia norte-americana motivada pela crise no mercado imobiliário. Estes factores condicionaram de forma significativa o desempenho nacional em termos económicos, repercutindo-se, em todos os agregados macroeconómicos.

33..22.. VVaarriiáávveeiiss MMaaccrrooeeccoonnóómmiiccaass

33..22..11.. OO PPrroodduuttoo IInntteerrnnoo BBrruuttoo ((PPIIBB))

Apesar dos choques externos referidos, de acordo com os dados divulgados pelo INE, em termos nominais, o PIB apresentou um crescimento em volume de 1,9%, ascendendo a cerca de 162,9 mil milhões de euros. Apesar de ser o mais elevado desde 2001, este crescimento continua ainda assim inferior ao da média europeia (2,9%) e ao da zona Euro (2,6%).

Para a evolução positiva do PIB foram fundamentais a manutenção dos processos de correcção dos desequilíbrios macroeconómicos da economia nacional, a consolidação orçamental e o crescimento moderado do consumo privado.

PIB em volume (preços de 2000) Taxas de variação anual em %

Fonte: INE Contas Nacionais Trimestrais – 4º Trimestre de 2007

2005

2006

2007

Despesas de Consumo Final

2,3

0,5

1,2

Formação Bruta de Cap ital - 1,5 -0,8 3,2

Procura Interna 1,5 0,3 1,6

Exportações

2

9,2 7,1

Importações 3,5 4,6 5,4

PIB 0 ,9 1,3 1 ,9

Quadro 1

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 13

A análise do quadro permite constatar um crescimento significativo, relativamente a 2006, na procura interna e uma expressiva recuperação do investimento (Formação Bruta de Capital Fixo - FBCF), componentes estas que foram as grandes responsáveis pela evolução positiva do PIB.

A Procura Externa Líquida (exportações líquidas de importações) tem vindo a diminuir o seu contributo para o crescimento do PIB, induzido pela diminuição do crescimento anual das Exportações a par da aceleração das Importações.

No entanto e apesar do decréscimo verificado em 2007, mercê da

deterioração dos termos de troca dada a valorização do Euro face ao Dólar, as exportações mantiveram-se como a componente mais dinâmica da procura global, nomeadamente ao nível das exportações de serviços, de onde se destacam os relacionados com o turismo. Em termos da variação homóloga do PIB nos últimos três anos, de referir o crescimento de 2%, em volume, no 4º trimestre de 2007, face ao mesmo período de 2006, que consubstancia uma das melhores prestações relativamente aos trimestres anteriores e a continuação da tendência crescente que se vem registando desde 2005.

Figura 1 – PIB taxa de variação homóloga (%)

Fonte: INE – Contas Nacionais Trimestrais e Anuais Preliminares (Base 2000) – 4º Trimestre de 2007

33..22..22.. AA FFoorrmmaaççããoo BBrruuttaa ddee CCaappiittaall FFiixxoo ((FFBBCCFF))

Em 2007, o Investimento (FBCF) foi a componente que registou a maior recuperação motivada pelo aumento da confiança dos empresários, que potenciou o acréscimo de investimento em máquinas e equipamentos. Tal facto ocorreu dado a turbulência dos mercados ainda não

se ter repercutido nas condições de financiamento dos privados. Os dados disponíveis revelam que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registou, no 4º trimestre de 2007, uma variação homóloga de 8,7%, em volume, face ao crescimento de 5,0% no trimestre anterior, indiciando uma inversão da tendência de decréscimo assistida nos últimos anos.

0,3

0,8 0,7

1,4 1,4

0,8

1,5 1,5

2 1,9 1,7

2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

1ºT 2ºT 3ºT 4ºT 1ºT 2ºT 3ºT 4ºT 1ºT 2ºT 3ºT 4ºT

2005 2006 2007

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 14

Figura 2 – Formação Bruta de Capital Fixo em volume

(taxas de variação homóloga %)

-8,0-6,0-4,0-2,00,02,04,06,08,0

10,0

1ºT 2ºT 3ºT 4ºT 1ºT 2ºT 3ºT 4ºT 1ºT 2ºT 3ºT 4ºT

2005 2006 2007

FBCF Total FBCF da Construção

Fonte: INE – Contas Nacionais Trimestrais e Anuais Preliminares (Base 2000) – 4º Trimestre de 2007 O investimento em construção acompanhou a variação positiva global registando, no final do ano, um crescimento homólogo de 6,5%, em volume, resultado que contraria as

diminuições sucessivas dos últimos 5 anos e que contribui para uma maior solidez na Formação Bruta de Capital Fixo.

Figura 3 – Peso da FBCF da construção na FBCF total (%)

48,9

46,8

45,3

42,0

44,0

46,0

48,0

50,0

2005 2006 2007

Contudo, os dados anuais disponíveis revelam que o contributo do sector da construção para a FCBF tem vindo a decrescer. De facto, entre 2005 e 2007 registou-se uma diminuição de cerca de 3 pontos percentuais no contributo do sector da construção para a FCBF. Esta situação é consequência do clima de incerteza

quanto à evolução da actividade económica e das restrições impostas pelas regras orçamentais, a que acresce o elevado grau de endividamento das famílias e o necessário ajustamento do investimento em habitação, após a fase de expansão que caracterizou a última década.

Fonte: INE - Contas Nacionais Trimestrais e Anuais Preliminares (Base 2000) - 4º Trimestre de 2007

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 15

33..22..33.. OO VVaalloorr AAccrreesscceennttaaddoo BBrruuttoo ((VVAABB))

A evolução favorável do comportamento da FBCF contribuiu para o acréscimo real homólogo de 2,1% do Valor

Acrescentado Bruto (VAB) no 4º trimestre de 2007, valor este superior ao registado no período homólogo anterior de 1,7%.

Fonte: INE – Contas Nacionais Trimestrais e Anuais Preliminares (Base 2000) – 4º Trimestre de 2007 Esta evolução positiva está essencialmente relacionada com a evolução favorável do sector da construção, nomeadamente ao nível da componente de Obras Públicas, ao registar uma variação homóloga positiva

de 5,7%, o que já não acontecia desde 2002. Contudo, em termos de contributo do sector da construção para o VAB total verifica-se que o mesmo tem vindo a decrescer ligeiramente no triénio 2005-2007.

Figura 5 – Peso do VAB da construção no VAB total (%)

6,3

5,9

5,8

5,5

5,6

5,7

5,8

5,9

6,0

6,1

6,2

6,3

2005 2006 2007

Fonte: INE - Contas Nacionais Trimestrais e Anuais Preliminares (Base 2000) - 4º Trimestre de 2007

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

1 ºT / 05 2 ºT/05 3 ºT/05 4 ºT/05 1ºT / 06 2 ºT/06 3 ºT/06 4ºT / 06 1 ºT / 07 2ºT / 07 3 ºT / 07 4 ºT / 07

VAB Construção VAB Total

Figura 4 - Valor Acrescentado Bruto (Taxas de variação homóloga %)

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 16

33..22..44.. OO CCoonnssuummoo PPrriivvaaddoo

O consumo privado apresentou, em 2007, um crescimento, relativamente contido (cerca de 1,5%) mercê da conjuntura económica e social do país. A elevada taxa de desemprego e o aumento da carga fiscal e das taxas de juro condicionaram o Índice de Confiança dos Consumidores que atingiu, em 2007, os valores mais baixos desde 2003.

Para a contenção do consumo contribui igualmente a inflação, medida pela taxa de variação média anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) que nos últimos meses do ano registou um aumento significativo motivado pelo aumento dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares. Os sectores dos transportes e da indústria alimentar foram os primeiros a retrair-se com este aumento de preços, contudo, depressa os seus efeitos se repercutiram por toda a economia.

33..22..55.. OO ÍÍnnddiiccee ddee PPrreeççooss nnoo CCoonnssuummiiddoorr

O Índice de Preços no Consumidor (IPC), de acordo com os dados divulgados pelo INE, registou, em 2007, uma taxa de variação média anual de 2,5%, depois de ter atingido os 3,1% no ano anterior.

Figura 6 – Índice de preços no consumidor variação média anual (%)

2,3

3,1

2,5

0

1,5

3

4,5

2005 2006 2007

Fonte: INE – Índice de Preços no Consumidor – Janeiro de 2008

Figura 7 – Variação homóloga do IHPC (%)

00,51

1,52

2,5

33,54

4,5

Jan-05

Mar-05

Mai-05

Jul-05

Set-05

Nov-05

Jan-06

Mar-06

Mai-06

Jul-06

Set-06

Nov-06

Jan-07

Mar-07

Mai-07

Jul-07

Set-07

Nov-07

IHPC - Zona Euro IHPC - Portugal IHPC - Espanha

Fonte: INE – Índice de Preços no Consumidor – Janeiro de 2008

O índice harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) registou, em Dezembro de 2007, uma variação homóloga de 3,1%, para o conjunto dos países da Zona Euro, evidenciando uma tendência crescente a partir da segunda metade do ano.

33..22..66.. OO EEmmpprreeggoo

A situação do emprego em Portugal agravou-se em 2007 contribuindo para isso não só vários factores de ordem externa mas também a própria estrutura laboral nacional.

Com um tecido empresarial composto, na sua maioria, por pequenas empresas de estrutura familiar e dedicadas a indústrias de baixo índice de complexidade tecnológica, estas empresas são incapazes de sobreviver à concorrência externa, tendo-se verificado, no decurso de 2007, o encerramento de várias unidades produtivas, nomeadamente do sector têxtil, incapazes de sobreviver à competitividade dos produtos asiáticos. A esta situação estrutural acresce a rigidez da legislação laboral nacional que afasta o investimento estrangeiro para outros pólos mais atractivos, nomeadamente a Europa de Leste, situação que se verificou também ao longo do ano em análise. Estas ocorrências influenciaram de forma bastante significativa o emprego em Portugal.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 17

Assim, de acordo com as estatísticas de emprego do INE, em 2007 a população activa ascendia aos 5.618.000 elementos (52% da população total), sendo que, deste montante, cerca de 449.000 pessoas encontravam-se numa situação de desemprego.

No último triénio tem-se verificado uma alteração na composição da população activa, traduzida num aumento da população desempregada em detrimento da população empregada.

Os valores anuais apontam para o aumento da população activa de 0,6% (31 mil pessoas) em 2007, relativamente a 2006, e um crescimento de 0,2% da população empregada (10,2 mil pessoas). A população desempregada registou uma variação de 4,9%, ou seja, um acréscimo de 20,8 mil pessoas desempregadas.

33..22..77.. OO DDeesseemmpprreeggoo

Fruto do reduzido crescimento da actividade económica, o desemprego em Portugal foi um factor marcante ao longo do ano de 2007, tendo, no final do ano a taxa de desemprego atingido níveis historicamente elevados (8%) e acima da média da Zona Euro e da União Europeia no seu conjunto.

Segundo dados do IEFP, no final de 2007, cerca de 400.000 cidadãos encontravam-se em situação de

desemprego, sendo característica comum a muitos deles o facto de já terem ultrapassado os 45 anos de idade e a baixa qualificação profissional, situações, por si, potenciadoras de desemprego de longa duração (de um ano ou mais). De facto, o desemprego de longa duração manteve-se bastante elevado representando praticamente metade do total de desempregados do país.

A par do desemprego, aumentou em 2007 o trabalho precário, estimando-se que cerca de 16% da população activa estivesse, no final do ano, nesta situação. Este facto é constatável no aumento de cerca de 8% no número de contratos a termo em detrimento dos contratos sem termo que decresceram 2,2%. O trabalho precário tende a atingir essencialmente as camadas mais jovens e os novos empregos.

33..33.. OO DDééffiiccee OOrrççaammeennttaall

O peso do Défice Orçamental no PIB decresceu substancialmente em 2007, sendo que no final do ano este representava 2,6% do PIB, menos 1,3% do que em 2006. Para esta redução contribuíram os processos de consolidação das contas públicas e de contenção orçamental, demonstrando o claro cumprimento das directivas impostas pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 18

33..44.. OO ppeessoo ddoo sseeccttoorr ddaa CCoonnssttrruuççããoo nnaa EEccoonnoommiiaa NNaacciioonnaall

Quadro 2

Totais Nacionais Unidade 2005 2006 2007 FBCF (preços constantes 2000) 10 6 € 29.672,2 29.379,0 30.319,6

VAB (preços constantes 2000) 10 6 € 112.181,2 113.802,5 115.928,9 Emprego 10 3 5.122,6 5 159,5 5.169,7

Construção Unidade 2005 2006 2007

FBCF (preços constantes 2000) 10 6 € 14.523,7 13.740,7 13.724,8 VAB (preços constantes 2000) 10 6 € 7.062,6 6.727,8 6.737,1 Emprego 10 3 554,1 553,0 570,8 Peso da Construção na Economia Unidade 2005 2006 2007

FBCF % 48,9 46,8 45,3 VAB % 6,3 5,9 5,8 Emprego % 10,8 10,7 11,0

Fonte: INE – Contas Nacionais Trimestrais e Anuais Preliminares (base 2000) 4º trimestre de 2007 e Estatísticas do Emprego 4º trimestre de 2007

Atentos ao quadro anterior e apesar da performance menos boa que o sector tem revelado nos últimos anos, verifica-se que a construção continua a ser uma das actividades económicas mais representativas a nível nacional.

Esta constatação é bem visível ao nível das variáveis económicas da FBCF e do

Emprego. Apesar do peso da construção na FBCF ter decrescido no último triénio, esta actividade engloba, ainda assim, 45,3% do Investimento global do país e emprega cerca de 11% da população activa.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 19

4. O MERCADO EM PORTUGAL

4 O Mercado em Portugal

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 20

44..11.. CCoonntteexxttuuaalliizzaaççããoo

O sector da construção movimenta vários sectores a montante e a jusante da sua cadeia de produção, daí que seja considerado, desde sempre um dos sectores impulsionadores da economia nacional, não só pelo seu peso específico na criação de riqueza como também de emprego.

No entanto este sector económico vem evidenciando uma quebra de produção e consequente redução da actividade. A génese da crise focalizou-se essencialmente na redução simultânea da produção e do investimento em infra-estruturas, em ambos os segmentos, residencial e não residencial. Numa tentativa de adaptação face aos novos condicionalismos do mercado as empresas apostaram na inovação e na diversificação das actividades produtivas e mercados, assistindo-se, neste período, a um aumento de fusões e aquisições, a deslocações para mercados mais atractivos e à internacionalização da actividade.

No entanto, face ao cenário dos anos anteriores, o ano de 2007 apresentou-se como um ano de retoma, apesar de ténue da actividade devido a um ligeiro crescimento na reabilitação de edifícios.

44..22.. OObbrraass PPaarrttiiccuullaarreess:: LLiicceenncciiaaddaass ee CCoonncclluuííddaass

O clima de instabilidade económica, os níveis de desemprego e endividamento das famílias e a escalada das taxas de juro contribuíram para a diminuição da procura de habitação com consequentes reflexos ao nível do mercado de obras particulares que manteve a tendência decrescente dos últimos anos. Com base nos dados das Estatísticas da Construção e Habitação-2007, disponibilizados pelo INE em Julho de 2008, é possível concluir que em 2007, o número total de edifícios licenciados registou um decréscimo de aproximadamente 7,4% face a 2006. Ao nível das obras concluídas o decréscimo foi ainda mais significativo, cifrando-se nos 11%.

Figura 8 – Obras Licenciadas/Concluídas

Fonte: INE

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

2005 2006 2007

Edifícios Licenciados Fogos Licenciados Edifícios Concluídos Fogos Concluídos

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 21

Obras Licenciadas/Concluídas Quadro 3

1 Construções novas, ampliações, alterações, reconstruções e demolições de edifícios. 2 Construções novas, ampliações, alterações e reconstruções de edifícios

Fonte: INE (R) Dados Revistos Durante ao ano de 2007, foram licenciados em Portugal cerca de 45.000 edifícios, dos quais 62% corresponderam a edifícios residenciais.

Neste mesmo ano foram concluídos cerca de 38.000 edifícios, 65% dos quais residenciais e com cerca de 59.000 fogos concluídos.

Figura 9 - Fogos licenciados e concluídos em 2007

16.057

13.519

9.672

4.745

6.697

2.011

1.394

2.674

1.233

4.930

4.160

9.003

12.103

14.139

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

11.000

12.000

13.000

14.000

15.000

16.000

17.000

Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

Fogos Licenciados Fogos Concluídos

Fonte: INE

O Norte do país é a região com maior número de obras licenciadas e concluídas, seguida da região Centro e da Grande Lisboa. Juntas, estas três

regiões representam mais de 70% dos licenciamentos e conclusões de obras verificadas no território português.

Obras Licenciadas1 em 2007

Obras Concluídas2 em 2007

1º T 2º T 3º T

4º T(R) Total

1º T

2º T 3º T

4º T(R) Total

Edifícios Residenciais e não Residenciais 11.587

11.359 11.083

10.677 44.706

10.137

9.680

9.671

9.148

38.636

Edifícios Residenciais 7.439

7.045 6.843

6.544 27.871

6.634

6.295

6.290

5.842

25.061

Fogos 17.118

15.217 15.933

15.560 63.828

15.693

14.931

15.191

13.209

59.024

Page 22: RELATÓRIO ANUAL DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO EM … · Figura 8 – Obras Licenciadas/Concluídas 20 Figura ... com funções directamente relacionadas com a actividade nuclear do InCI,

Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 22

44..22..11.. CCrrééddiittoo àà hhaabbiittaaççããoo

O aumento das taxas de juro contribuiu para uma diminuição da procura de habitação com consequentes reflexos na celebração de contratos de crédito à habitação. Em termos homólogos 2007, teve uma ligeira quebra de cerca de 0,5% na celebração de contratos. No entanto a análise trimestral permite observar uma trajectória crescente durante o ano de 2007. Figura 10 – Número de contratos celebrados por trimestre

30.000

32.000

34.000

36.000

38.000

40.000

42.000

1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T

2005 2006 2007

Segundo os dados estatísticos da Direcção Geral do Tesouro, em 2007, foram celebrados 148.235 contratos de crédito à habitação num montante global de 13.894 milhões de euros. Figura 11 – Montante dos contratos celebrados

No que se refere ao montante dos contratos celebrados, verificou-se em 2007, um decréscimo de 1,03% face ao ano anterior.

44..22..22.. TTaaxxaa ddee jjuurroo iimmppllíícciittaa

A taxa de juro implícita1 no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se no mês de Dezembro de 2007 em 5,5%, e prolongando a tendência de subida iniciada em Dezembro de 2005.

Figura 12 – Taxa de juro implícita

1 A taxa de juro implícita no crédito à habitação reflecte entre os juros totais vencidos num determinado período e o correspondente Capital em divida no início do período

Fonte: INE

em milhões de euros

2.800

2.900

3.000

3.100

3.2003.300

3.400

3.500

3.600

3.700

1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T

2005 2006

2.800

2.900

3.000

3.100

3.2003.300

3.400

3.500

3.600

3.700

1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T

2005 2006

Fonte: DGT

3 ,0%

3,5%

4,0%

4,5%

5,0%

5,5%

6,0%

6,5%

Jan-05

Fev-05

Mar-05

Abr-05

Mai-05

Jun-05

Jul-05

Ago-05

Set-05

Out-05

Nov-05

Dez-05

Jan-06

Fev-06

Mar-06

Abr-06

Mai-06

Jun-06

Jul-06

Ago-06

Set-06

Out-06

Nov-06

Dez-06

Jan-07

Fev-07

Mar-07

Abr-07

Mai-07

Jun-07

Jul-07

Ago-07

Set-07

Out-07

Nov-07

Dez-07

Tota l Reg im e Ge ra l Bon if. Tota l

Bon if. Jo vem Bon if. Não Jovem

Fonte: DGT

2007

em milhões de euros

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 23

Segundo dados do INE, os contratos de crédito à habitação celebrados nos últimos 3 e 6 meses fixaram-se com o

montante médio do capital em divida em 86.192 euros e 97.541 euros, respectivamente.

Figura 13 - Crédito à habitação por destino de financiamento

3 ,0%

3,5%

4,0%

4,5%

5,0%

5,5%

6,0%

6,5%

Jan-05

Mar-05

Mai-05

Jul-05

Set-05

Nov-05

Jan-06

Mar-06

Mai-06

Jul-06

Set-06

Nov-06

Jan-07

Mar-07

Mai-07

Jul-07

Set-07

Nov-07

Aq u is iç ão d e Te rre n o p ara Co n st ru çã o de H ab it aç ãoCo n st ru çã o de H ab it aç ãoAq u is iç ão d e Ha b ita ç ãoT ot al

Fonte: INE

Em Dezembro de 2007, a subida da taxa de juro implícita no conjunto dos contratos em vigor abrangeu todos os destinos de financiamento: aquisição de terreno para construção de habitação

(0,159 p.p.), construção de habitação (0,068 p.p.) e aquisição de habitação (0,060 p.p.), situando-se as respectivas taxas em 5,432%, 5,512% e 5,519%.

44..22..33.. VVaalloorreess mmééddiiooss ddee AAvvaalliiaaççããoo BBaannccáárriiaa

Habitação

Valores unitários (euros/m2) Quadro 4

Fonte: INE Nota: Valores que correspondem à média de todos os valores de avaliação bancária de habitação. Em 2007, o valor médio de avaliação bancária de habitação no Continente registou um aumento de 0,7% face a 2006. Relativamente ao 4º trimestre de 2007, o valor médio de avaliação bancária de habitação no continente ascendeu a 1.230 euros/m2 o que corresponde a

um ligeiro acréscimo trimestral de 0,6%.

1ºT 05

2ºT 05

3ºT 05

4ºT 05

1ºT 06

2ºT 06

3ºT 06

4ºT 06

1ºT 07

2ºT 07

3ºT 07

4ºT 07

Var. Trim

Var. Homóloga (07/06)

Continente 1199 1237 1225 1237 1225 1224 1217 1245 1239 1243 1223 1230 0,6 0,7

Norte 1050 1076 1060 1076 1060 1051 1043 1073 1074 1088 1067 1070 0,3 1,7

Centro 1056 1116 1117 1116 1117 1104 1084 1105 1079 1068 1060 1057 -0,3 -3,2

LVT 1407 1433 1409 1433 1409 1400 1416 1439 1422 1410 1394 1392 -0,1 0,2

Alentejo 1164 1217 1208 1217 1208 1236 1210 1174 1193 1197 1182 1140 -3,5 -2,7

Algarve 1446 1487 1481 1487 1481 1519 1468 1575 1562 1562 1540 1577 2,4 3,6

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 24

44..33.. OObbrraass PPúúbblliiccaass:: CCoonnccuurrssooss AAbbeerrttooss ee AAddjjuuddiiccaaddooss

Os dados disponíveis ilustram um comportamento mais favorável do mercado de obras públicas no ano de 2007, motivado, em parte, pelo início do Quadro de Referência Estratégica Nacional 2007-2010 em paralelo com a realização de projectos ainda financiados pelo Quadro Comunitário de Apoio 2000-2006.

Em 2007 foram abertos 2.210 concursos públicos, o que corresponde a um acréscimo de cerca de 8,5% relativamente ao ano anterior. Cerca de 60% (1.330) das aberturas de concursos públicos foi promovida pelas Autarquias, 21% (479) por Outras Entidades Donos de Obra Pública e 18% (401) pelo Estado.

Figura 14 – Valor dos concursos abertos

Valor dos Concursos Abertos

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

Valor total Estado Autarquias OutrasEntidades

Mil milhões de €

2005

2006

2007

Apesar do acréscimo no número de concursos públicos abertos, o valor global dos mesmos, que ascendeu aos 2.690 mil milhões de euros, decresceu cerca de 10%.

É de realçar que, apesar de serem as Autarquias a abrir a maioria dos concursos públicos, é ao nível das Outras Entidades Donos de Obra Pública que o valor global é maior.

No ano em análise foram registadas 2.017 adjudicações de obras públicas, num valor global de 3.011 mil milhões de euros, verificando-se, assim, um acréscimo de cerca de 2,4% no número

de adjudicações e de 29% no valor global, relativamente ao ano anterior.

Figura 15 – Valor dos concursos adjudicados

Fonte: Bolin

No que respeita ao tipo de obra verifica-se a predominância do segmento da Engenharia Civil, já que cerca de 46% dos concursos abertos e 57% das adjudicações em 2007 referem-se a Obras de Urbanização e Vias de Comunicação.

Figura 16 – Concursos abertos em 2007

por tipo de obra

Vias de Comunicação

26%

Edifícios30%

Obras de Urbanização

20%

Obras hidráulicas

5%

Inst. Eléctricas e Mecânicas

2%

Outros17%

Fonte: Bolin

Figura 17 – Concursos adjudicados em 2007

por tipo de obra

Vias de Comunicação

36%

Edifícios18%

Outros8%

Obras de Urbanização

21%Inst.

Eléctricas e Mecânicas

10%

Obras hidráulicas

7%

Fonte: Bolin

0,00

0,50

1,00

2,00

2,50

3,00

3,50

Valor total de

obras

adjudicadas

Estado Autarquias Outras

Entidades

Mil milhões de Euros

2005

2006

2007

Fonte: Bolin

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 25

2005 2006 2007 2005 2006 2007

Valor (em milhões de euros)

3.013,6 2.985,7 2.690,6 3.038,3 2.332,8 3.011,1

Número 3.119 2.037 2.210 3.006 1.969 2.017

CONCURSOS ADJUDICADOSCONCURSOS ABERTOS

Fonte: Bolin

44..33..11.. ÍÍnnddiicceess ddee pprroodduuççããoo nnaa ccoonnssttrruuççããoo ee oobbrraass ppúúbblliiccaass

Figura 18 – Índices brutos de produção

%

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

Jan-05

Mar-05

Mai-05

Jul-05

Set-05

Nov

-05

Jan-06

Mar-06

Mai-06

Jul-06

Set-06

Nov-06

Jan-07

Mar-07

Mai-07

Jul-07

Set-07

Nov-07

Total Construção de Edifícios Obras de Engenharia

Fonte: INE

A produção na construção e obras públicas apresenta uma tendência decrescente ao longo do período de referência 2005-2007 e os dois segmentos existentes (Construção de edifícios e Obras de engenharia) registaram andamentos no mesmo sentido.

De acordo com os dados divulgados pelo Euroconstruct, no segmento Obras de Engenharia, a produção nacional, em 2007, deverá ter registado um decréscimo de 4,7%, em termos globais, sendo as estruturas rodoviárias aquelas onde se reflectiu mais esta tendência (ver Quadro 21).

44..33..22.. VVeennddaass ddee cciimmeennttoo ppaarraa oo mmeerrccaaddoo iinntteerrnnoo ((mmiillhhaarreess ddee ttoonn)) Quadro 5

2005 2006 2007 Var.

Homóloga

1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T Total 1º T 2º T 3º T 4º T Total 2007/2006 1.914 2.090 1.894 1.739 1.822 1.847 1.700 1.585 6.954 1.767 1.836 1.811 1.820 7.234 4,0

2005 2006 2007

1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T Var. Trimestral 9,7 9,2 -9,3 -8,2 4,7 1,4 -8 -6,8 11,5 3,9 -1,4 0,5

Var. Homóloga 0,1 4,5 -3,8 -0,4 -4,8 -11,6 -10,3 -8,9 -3 -0,6 6,5 14,8

Fonte: Dados cedidos ao InCI pelas principais empresas portuguesas no sector

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 26

Os dados disponibilizados permitem-nos analisar o quadro de vendas de cimento para o mercado interno, verificando-se uma ligeira subida de 4% em 2007 face a 2006, podendo justificar-se que em 2007, alterou-se a tendência de cenário de anos consecutivos de queda

acentuada no sector, e por outro lado verificou-se um crescimento do PIB de 1,3% para 1,9% e de um crescimento do subsegmento da renovação de edifícios, de acordo com os dados do Euroconstruct (ver Quadro 19).

44..33..33.. ÍÍnnddiicceess ddee ccuussttooss ddee ccoonnssttrruuççããoo

Figura 19 – Índice de custos de construção de habitação nova

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Jan-05

Mar-05

Mai-05

Jul-05

Set-05

Nov-05

Jan-06

Mar-06

Mai-06

Jul-06

Set-06

Nov-06

Jan-07

Mar-07

Mai-07

Jul-07

Set-07

Nov-07

%

Total Apartamentos Moradias

Fonte: INE O índice de custos de construção de habitação nova registou em Dezembro um crescimento de 3,5%, face ao mesmo período de 2006.

Este comportamento foi determinado pela aceleração da componente materiais e pela estabilização na componente mão-de-obra.

Figura 20 – Índice de custos de construção de habitação nova em 2007

por factor de produção

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

%

Mão-de-Obra MateriaisFonte: INE

Variação Anual Homóloga

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 27

5. O TECIDO EMPRESARIAL

5 O tecido empresarial

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 28

55..11.. CCoonntteexxttuuaalliizzaaççããoo

A actividade da construção é regulamentada por lei, sendo que para o seu exercício, as empresas/empresários têm necessariamente de possuir um título habilitante (alvará ou título de registo) emitido pelo InCI, I.P.. O diploma legal que regulamenta o ingresso e permanência na actividade da construção é o Decreto-Lei n.º 12/2004 de 9 de Janeiro e as suas portarias regulamentares que estabelecem não só os requisitos a que os agentes económicos devem obedecer para ingressar e permanecer nesta actividade mas também os deveres e as sanções para penalizar os incumprimentos.

Para a verificação no terreno do cumprimento dos critérios estabelecidos no diploma legal referido, o InCI, I.P. tem, desde 2002, uma equipa de inspectores, que vem desde aquela data palmilhando Portugal em busca de ilícitos no sentido de salvaguardar a livre concorrência no mercado e os direitos dos consumidores. 55..22.. OOss ttííttuullooss hhaabbiilliittaanntteess ddaa aaccttiivviiddaaddee ddaa CCoonnssttrruuççããoo

O InCI, I.P. é responsável, entre outras atribuições, pela emissão de alvarás e títulos de registo.

Um Alvará é um documento, pessoal e intransmissível que relaciona todo o conjunto de subcategorias (trabalhos especializados na área da construção que determinada empresa/empresário pode executar), evidenciando para cada uma delas o escalão máximo (classe) até ao qual a empresa está autorizada a executar os trabalhos inseridos nas subcategorias detidas. Existem 9 classes de alvarás, sendo que o seu valor máximo é actualizado anualmente através de portaria. Para obter um alvará os agentes têm de comprovar

uma série de requisitos relacionadas com critérios de idoneidade, capacidade técnica e capacidade económica e financeira. O alvará é válido por 12 meses tendo de ser anualmente revalidado.

O título de registo é um documento, geralmente dirigido a micro-empresas e empresários em nome individual, que habilita o seu detentor a executar determinado tipo de trabalhos, predefinidos em portaria, num montante máximo de 10% do valor estabelecido para a classe 1 dos alvarás. Como facilmente se depreende, a obtenção deste título habilitante obedece a critérios bem menos rigorosos do que os exigidos para o alvará, até porque as subcategorias envolvidas são, do conjunto de todas as possíveis, as menos exigentes em termos técnicos. Este documento tem uma validade de 5 anos sendo revalidado por iguais períodos.

55..33.. NNúúmmeerroo ddee eemmpprreessaass ccoomm AAllvvaarráá ee TTííttuulloo ddee RReeggiissttoo

No final de 2007, existiam no sector da construção 23.829 empresas habilitadas com Alvará e 31.141 com Título de Registo. Figura 21 – Títulos habilitantes válidos

Fonte: InCI, I.P.

Títulos habilitantes válidos (31 Dezembro)

24.985 24.40323.829

31.141

05.000

10.00015.00020.00025.00030.00035.000

Alvarás Títulos de Registo2006 2007

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 29

Assistiu-se a um decréscimo, entre 2006 e 2007, de cerca de 4,6%, no número de empresas detentoras de Alvará e a um acréscimo de cerca de 28% no número de empresas com título de registo, denotando elevado número de Empresários em Nome Individual e micro empresas no sector da construção.

Para a diminuição do número de alvarás contribuiu, essencialmente, a verificação, aquando da revalidação anual destes títulos habilitantes, do incumprimento das condições mínimas de permanência na actividade por parte de diversas empresas. Esta redução sentiu-se, na generalidade das classes de alvará, sendo contudo a classe 8 a mais

afectada já que perdeu 15 empresas, o equivalente a uma redução de 28,3%. Assim, no que respeita à distribuição dos alvarás por classes verifica-se que, no final de 2007, cerca de 64% (15229) das empresas registadas, era detentora deste título habilitante em classe 1, sendo a classe com menor número de empresas classificadas a 8 (0,16%).

Fonte: InCI, I.P Relativamente à distribuição geográfica, verifica-se que é a região de Lisboa e Vale do Tejo, que abarca os distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal, e o Centro que engloba Aveiro, Coimbra, Viseu, Guarda, Castelo Branco e Leiria, que detêm um maior número de empresas

com alvará, respectivamente 35% e 26%. Em termos de distritos, Lisboa detém a maior parcela de empresas detentoras de alvará, cerca de 21% do total de agentes económicos detentores do país, logo seguida do Porto (12%).

Fonte: InCI, I.P – NUTS II

0 2.000 4.000 6.000 8.000

10.000 12.000 14.000 16.000 18.000

Figura 22 - Distribuição das Empresas por classe de Alvará

2006 2007

2006 16.354 2.486 2.990 1.652 886 354 122 53 88

2007 15.229 2.706 2.808 1.615 945 290 115 38 83

Cl. 1 Cl. 2 Cl. 3 Cl. 4 Cl. 5 Cl. 6 Cl. 7 Cl. 8 Cl. 9

Figura 23 - Distribuição de Alvarás por Regiões 2007

24%

26% 35%

4% 7% 2% 2%

Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Madeira Açores

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 30

Fonte: InCI, I.P – NUTS II

Conforme referido e no seguimento da tendência verificada nos últimos anos, o número de empresas habilitadas com Título de Registo aumentou, em 2007, cerca de 28%. À semelhança do que se

verifica ao nível dos alvarás, Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Norte são as zonas onde se concentram a maioria dos agentes detentores deste título habilitante.

55..44.. AAnnáálliissee ddaa ssiittuuaaççããoo ffiinnaanncceeiirraa ddaass eemmpprreessaass nnoo eexxeerrccíícciioo ddee 22000066

O Decreto-Lei 12/2004 de 9 de Janeiro define como um dos requisitos de ingresso e permanência na actividade da construção a capacidade económica e financeira das empresas de construção, avaliada, segundo o n.º1 do art. 10º do mesmo diploma, pelo valor do capital próprio, do volume de negócios global e em obra e pelos indicadores liquidez geral e autonomia financeira.

Muitas das características do tecido empresarial de determinada actividade são evidenciadas pela análise da situação económica e financeira das empresas nela inseridas. Neste sentido, analisou-se a documentação fiscal (Balanço e Demonstração de Resultados) de uma amostra de 18.593 empresas, distribuídas por dimensão, segundo a classe (vide quadro 6). A documentação em causa reporta-se ao ano fiscal de 2006 e foi entregue ao INCI no âmbito do processo de revalidação anual de alvarás para 2008.

Número de empresas por classes Quadro 6

Classes 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Nº Empresas 11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76

Figura 24 - Distribuição de Títulos de Registo por Região em 2007

28%

28%

29%

4% 7% 2% 2%

Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Madeira Açores

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 31

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior 299,49 278,75 295,51 313,40 321,59 253,01 241,58 194,59 195,54 295,75

Mediana 148,07 161,29 167,25 180,66 180,19 170,98 165,55 147,01 154,33 158,22

Quartil Inferior 105,41 120,69 126,50 130,89 135,17 126,45 129,76 119,28 128,89 115,05

Quartil Superior 55,06 49,13 45,46 42,86 40,67 41,09 34,83 39,56 37,51 49,87

Mediana 28,00 30,63 29,06 27,81 28,23 26,83 25,37 27,63 29,53 28,46

Quartil Inferior 12,81 17,81 18,79 17,84 19,09 18,72 19,50 21,19 23,20 15,83

Quartil Superior 960,98 961,30 1.585,28 1.810,86 1.381,41 592,56 536,18 412,81 356,33 1.105,80

Mediana 284,96 346,60 462,41 544,26 481,73 267,78 250,59 258,54 211,75 332,62

Quartil Inferior 118,48 167,31 195,67 217,61 216,65 166,64 157,10 169,23 150,30 146,25

Quartil Superior 119,31 96,35 83,24 75,03 68,54 69,76 53,46 78,68 60,02 98,60

Mediana 38,51 44,11 40,90 38,54 39,34 36,66 34,00 53,91 41,90 39,61

Quartil Inferior 14,60 21,66 23,09 21,73 23,60 23,04 24,22 35,67 30,22 18,76

Quartil Superior 23,98 16,44 11,98 11,16 11,34 12,20 10,48 16,40 15,85 19,23

Mediana 10,36 7,09 4,92 4,51 4,19 4,76 4,49 4,34 9,07 7,88

Quartil Inferior 2,67 2,01 0,99 0,86 0,67 0,94 0,17 0,46 4,27 1,79

Quartil Superior 7,06 5,22 3,81 3,50 3,21 3,54 2,87 8,63 4,76 5,64

Mediana 2,52 2,05 1,37 1,30 1,18 1,25 1,36 1,75 2,64 2,02

Quartil Inferior 0,49 0,48 0,26 0,20 0,17 0,24 0,04 0,70 1,24 0,38

Quartil Superior 171,55 155,45 124,99 114,35 110,01 122,31 126,36 130,93 134,65 153,45

Mediana 109,10 101,35 80,61 72,88 70,96 85,58 95,05 112,87 104,35 98,42

Quartil Inferior 65,72 59,48 43,34 35,11 35,98 57,01 65,22 80,37 83,42 57,05

Quartil Superior 616,96 451,13 427,08 455,94 423,81 434,12 412,92 287,04 331,32 510,04

Mediana 235,37 219,78 239,02 252,34 254,19 272,75 294,32 195,71 238,65 237,85

Quartil Inferior 71,54 99,36 117,08 130,90 145,90 143,35 187,16 136,50 166,62 92,29

Quartil Superior 100,00 99,10 97,32 95,43 89,07 82,13 75,93 80,15 73,83 99,86

Mediana 94,13 87,26 81,80 73,94 65,54 67,30 63,03 68,74 61,56 89,17

Quartil Inferior 68,93 57,75 52,58 45,97 40,06 48,25 47,18 60,26 51,78 59,96

Quartil Superior 100.510,33 150.032,78 237.982,81 367.537,08 678.822,81 1.629.210,21 2.763.042,51 3.646.850,06 16.009.013,55

Mediana 55.457,70 82.354,91 122.614,33 195.056,77 368.434,78 929.578,30 1.699.904,76 2.444.380,61 9.797.191,20

Quartil Inferior 32.654,77 47.831,34 68.405,30 110.034,62 209.132,42 543.205,19 1.162.698,16 2.014.558,58 5.600.941,58

Quartil Superior 366.786,85 633.022,88 1.257.375,19 2.229.678,22 4.356.520,73 9.265.914,30 18.431.250,71 26.231.566,07 99.617.276,39

Mediana 174.887,32 329.938,12 653.128,88 1.236.562,22 2.422.134,19 5.739.079,61 9.953.409,44 19.002.769,90 62.538.052,98

Quartil Inferior 89.239,25 170.461,47 333.214,38 683.036,37 1.398.701,41 3.168.580,92 5.890.149,78 14.088.349,78 42.936.668,50

Autonomia Financeira (%)

Rentabilidade dos Capitais Próprios

Grau de Cobertura do Imobilizado

Solvabilidade

Liquidez Geral

Classes

Nº Empresas

Estrutura do Endividamento

Volume de Negócios em obra

Custos com Pessoal

Indicadores

Rentabilidade do Activo Total

Estrutura

Endividamento

Nesta análise e no que concerne às variáveis financeiras, foram utilizadas não apenas as definidas pelo n.º1 do art. 10º do Decreto-Lei 12/2004 de 9 de Janeiro, mas também outras necessárias para uma análise mais detalhada, designadamente:

� Liquidez Geral � Autonomia Financeira � Grau de Cobertura do Imobilizado � Solvabilidade � Rentabilidade dos Capitais Próprios

� Rentabilidade do Activo Total � Endividamento � Estrutura do Endividamento � Custos com o Pessoal � Volume de Negócios em Obra

Assim, foram calculados os quartis Superior e Inferior e a Mediana, para os indicadores acima descritos, cuja representação gráfica e respectiva análise se apresenta:

Indicadores Económico-Financeiros 2006 Quadro 7

Liquidez Geral:

A Liquidez Geral é um dos indicadores cujo cumprimento é exigido pelo DL 12/2004 de 9 de Janeiro, não podendo as empresas detentoras de alvará de

classe máxima superior à 1, deter menos de 110% neste rácio.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 32

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

299,49 278,75 295,51 313,40 321,59 253,01 241,58 194,59 195,54 295,75

Mediana 148,07 161,29 167,25 180,66 180,19 170,98 165,55 147,01 154,33 158,22

Quartil Inferior

105,41 120,69 126,50 130,89 135,17 126,45 129,76 119,28 128,89 115,05

Liquidez Geral

Classes

Nº Empresas

Indicadores

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

55,06 49,13 45,46 42,86 40,67 41,09 34,83 39,56 37,51 49,87

Mediana 28,00 30,63 29,06 27,81 28,23 26,83 25,37 27,63 29,53 28,46

Quartil Inferior

12,81 17,81 18,79 17,84 19,09 18,72 19,50 21,19 23,20 15,83

Classes

Nº Empresas

Indicadores

Autonomia Financeira (%)

Quadro 8

Liquidez Geral = Existências + Dívidas de Terceiros de Curto Prazo + Disponibilidades

Dívidas a Terceiros de Curto Prazo

0

100

200

300

400

%

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Classes Máximas Detidas

Figura 25 - Liquidez por Classes

Quartil Superior

Mediana

Quartil Inferior

,

Fonte: InCI, I.P.

O valor da mediana neste indicador, para o conjunto de todas as empresas situa-se nos 158,22%.

Este indicador mede a capacidade de uma empresa satisfazer e assumir compromissos no C/P, pelo que deverá ser sempre superior a 100%, sendo de realçar que cerca de 20% das empresas detentoras de alvará de classe máxima 1 apresentam uma Liquidez geral inferior a 100%, para o que contribui o facto de

não ser um requisito de permanência na actividade. Constatou-se em todas as classes máximas (dados não publicados), que as Existências têm um peso importante neste indicador e como o normal num ciclo de produção do sector da Construção é o prazo de rotação de existências ser superior ao prazo de pagamento a fornecedores, é importante que as empresas fixem prazos médios de recebimento mais céleres.

Autonomia Financeira:

A Autonomia Financeira (AF) é outro indicador exigido para efeitos de

permanência na actividade, para as empresas de classe superior a 1.

Quadro 9

Capital PróprioActivo Líquido Total

Autonomia Financeira =

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 33

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

960,98 961,30 1.585,28 1.810,86 1.381,41 592,56 536,18 412,81 356,33 1.105,80

Mediana 284,96 346,60 462,41 544,26 481,73 267,78 250,59 258,54 211,75 332,62Quartil Inferior

118,48 167,31 195,67 217,61 216,65 166,64 157,10 169,23 150,30 146,25

Grau de Cobertura do Imobilizado

Classes

Nº Empresas

Indicadores

Figura 26 - Autonomia Financeira por classes

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Classes Máximas Detidas

%

Quartil Superior

Mediana

Quartil Inferior

Fonte: InCI, I.P.

À semelhança do que se verifica em relação à liquidez geral, cerca de 22% das empresas detentoras de alvará de classe máxima 1, apresentam um valor de AF inferior a 15%.

Os valores deste indicador não diferem muito de classe para classe, embora se

verifique menor discrepância entre cada quartil nas classes mais elevadas.

É, ainda, de realçar que a Mediana e quartil superior apresentam, em todas as classes, valores superiores ao mínimo exigido para projectos de financiamento (25%).

Grau de Cobertura do Imobilizado:

Este é um indicador que analisa o grau de cobertura das aplicações em imobilizado pelos capitais próprios e

pelos capitais alheios de médio e longo prazo.

Quadro 10

Capitais Próprios + Passivos de MLP

Imobilizado LíquidoGrau de Cobertura do Imobilizado =

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 34

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

119,31 96,35 83,24 75,03 68,54 69,76 53,46 78,68 60,02 98,60

Mediana 38,51 44,11 40,90 38,54 39,34 36,66 34,00 53,91 41,90 39,61Quartil Inferior

14,60 21,66 23,09 21,73 23,60 23,04 24,22 35,67 30,22 18,76

Classes

Nº Empresas

Indicadores

Solvabilidade

Figura 27 - Grau de Cobertura do Imobilizado por classes

0

500

1.000

1.500

2.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Classes Máximas Detidas

%

Quartil Superior

Mediana

Quartil Inferior

Fonte: InCI, I.P.

Observa-se que este indicador apresenta um valor mais elevado nas pequenas e médias empresas (PME’s), o que, no sector em causa, pode indiciar quer um baixo investimento inicial em

equipamento (explicado, por exemplo, por recurso ao aluguer), quer um reduzido reinvestimento no mesmo por parte das PME’s.

Solvabilidade:

Quadro 11

Solvabilidade =Capitais PrópriosPassivo Total

Este indicador mede a capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no Médio e Longo Prazo.

Pela análise do quadro 11, observa-se que as empresas situadas no quartil inferior e mediana apresentam um valor

de solvabilidade inferior a 50%, ou seja a capacidade de financiamento destas empresas depende essencialmente do crédito, como é visível pela análise do indicador endividamento.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

23,98 16,44 11,98 11,16 11,34 12,20 10,48 16,40 15,85 19,23

Mediana 10,36 7,09 4,92 4,51 4,19 4,76 4,49 4,34 9,07 7,88

Quartil Inferior

2,67 2,01 0,99 0,86 0,67 0,94 0,17 0,46 4,27 1,79

Nº Empresas

Indicadores

Rentabilidade dos Capitais Próprios

Classes

Figura 28 - Solvabilidade por classes

0

20

40

60

80

100

120

140

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Classes Máximas Detidas

%

Quartil Superior

Mediana

Quartil Inferior

Fonte: InCI, I.P.

Rentabilidade dos Capitais Próprios:

Quadro 12

Rentabilidade dos Capitais Próprios =Resultado Líquido do Exercício

Capitais Próprios

0

5

10

15

20

25

%

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Classes Máximas Detidas

Figura 29 - Rentabilidade dos Capitais Próprios por classes

Quartil Superior

Mediana

Quartil Inferior

Fonte: InCI, I.P.

Este é um indicador importante para orientar o investidor nas suas decisões de investimento.

Como se depreende pela leitura do gráfico, existe uma grande discrepância entre quartis em todas as classes, o que pode dever-se a diferenças entre as políticas financeiras e fiscais adoptadas pelas empresas.

Page 36: RELATÓRIO ANUAL DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO EM … · Figura 8 – Obras Licenciadas/Concluídas 20 Figura ... com funções directamente relacionadas com a actividade nuclear do InCI,

Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 36

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

7,06 5,22 3,81 3,50 3,21 3,54 2,87 8,63 4,76 5,64

Mediana 2,52 2,05 1,37 1,30 1,18 1,25 1,36 1,75 2,64 2,02

Quartil Inferior

0,49 0,48 0,26 0,20 0,17 0,24 0,04 0,70 1,24 0,38

Rentabilidade do Activo Total

Classes

Nº Empresas

Indicadores

Rentabilidade dos Activo Líquido =Resultado Líquido do Exercício

Activo Líquido Total

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

616,96 451,13 427,08 455,94 423,81 434,12 412,92 287,04 331,32 510,04

Mediana 235,37 219,78 239,02 252,34 254,19 272,75 294,32 195,71 238,65 237,85

Quartil Inferior

71,54 99,36 117,08 130,90 145,90 143,35 187,16 136,50 166,62 92,29

Endividamento

Classes

Nº Empresas

Indicadores

Rentabilidade do Activo Total: Quadro 13

Fonte: InCI, I.P. Pela análise do gráfico, verifica-se que as empresas situadas no quartil inferior têm

uma reduzida capacidade de remunerar capitais investidos, o que se poderá dever a um baixo valor de resultados líquidos no exercício em análise.

Endividamento

Quadro 14

Passivo Total

Capitais PrópriosEndividamento =

O conceito é inverso ao da solvabilidade e, portanto exprime o grau das responsabilidades assumidas para com terceiros, relativamente ao montante dos capitais próprios. Assim, tal como já foi

referido, cerca de 50% das empresas (as que se situam no quartil inferior e mediana) recorre ao crédito como principal forma de financiamento.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9%

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Classes Máximas Detidas

Figura 30 - Rentabilidade do Activo Total por classes

Quartil Inferior

Mediana

Quartil Superior

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 37

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

100,00 99,10 97,32 95,43 89,07 82,13 75,93 80,15 73,83 99,86

Mediana 94,13 87,26 81,80 73,94 65,54 67,30 63,03 68,74 61,56 89,17

Quartil Inferior

68,93 57,75 52,58 45,97 40,06 48,25 47,18 60,26 51,78 59,96

Classes

Nº Empresas

Estrutura do Endividamento

Indicadores

Estrutura do Endividamento Quadro 15

Divídas a Terceiros de curto prazoPassivo Total

Estrutura do Endividamento =

Figura 31 - Estrutura do Endividamento por classes

0

20

40

60

80

100

120

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Classes Máximas Detidas

%

Quartil Superior

Mediana

Quartil Inferior

Fonte: InCI, I.P.

Este indicador dá-nos a parcela do passivo exigível a curto prazo relativamente ao endividamento total e como poderá ser observado no quadro 15, a maioria das empresas recorre ao crédito de curto prazo. Como já havia

sido referido, é normal o ciclo de produção do sector da construção conduzir a um elevado prazo médio de rotação de existências, pelo que se aconselha a alteração para o recurso ao crédito de médio e longo prazo.

Custos com o Pessoal

Quadro 16 1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

100.510,33 150.032,78 237.982,81 367.537,08 678.822,81 1.629.210,21 2.763.042,51 3.646.850,06 16.009.013,55

Mediana 55.457,70 82.354,91 122.614,33 195.056,77 368.434,78 929.578,30 1.699.904,76 2.444.380,61 9.797.191,20

Quartil Inferior

32.654,77 47.831,34 68.405,30 110.034,62 209.132,42 543.205,19 1.162.698,16 2.014.558,58 5.600.941,58

Custos com Pessoal

Indicadores

Classes

Nº Empresas

Pelo quadro 16, observa-se uma correlação directa entre a classe máxima detida e o valor deste indicador, o que

permite a utilização do mesmo para aferir a dimensão das empresas de construção.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 38

1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL

11.107 2.192 2.448 1.475 868 276 116 35 76 18.593

Quartil Superior

366.786,85 633.022,88 1.257.375,19 2.229.678,22 4.356.520,73 9.265.914,30 18.431.250,71 26.231.566,07 99.617.276,39

Mediana 174.887,32 329.938,12 653.128,88 1.236.562,22 2.422.134,19 5.739.079,61 9.953.409,44 19.002.769,90 62.538.052,98

Quartil Inferior

89.239,25 170.461,47 333.214,38 683.036,37 1.398.701,41 3.168.580,92 5.890.149,78 14.088.349,78 42.936.668,50

Volume de Negócios em obra

Classes

Nº Empresas

Indicadores

Volume de Negócios em Obra

Quadro 17

Volume de Negócios em Obra = Venda de Produtos + Prestação de Serviços + Variação da Produção + Trabalhos para a própria Empresa

Figura 32 - Volume de Negócios em Obra por classes

80.000 €

20.080.000 €

40.080.000 €

60.080.000 €

80.080.000 €

100.080.000 €

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Classes Máximas Detidas

Quartil Superior

Mediana

Quartil Inferior

Fonte: InCI, I.P.

O Volume de Negócios em Obra aumenta proporcionalmente à classe máxima detida e representa para cerca de 80% das empresas a totalidade da sua facturação.

Refira-se, ainda, que as 20 maiores empresas apresentam um volume de negócios em obra que representa cerca de 18% da facturação do sector.

55..66.. AAnnáálliissee ffiinnaanncceeiirraa ccoommppaarraattiivvaa eennttrree aass 2200 eemmpprreessaass ccoomm mmaaiioorr vvoolluummee ddee nneeggóócciiooss eemm oobbrraa ee oo sseeccttoorr

Seleccionaram-se as 20 maiores empresas, de acordo com o Volume de Negócios em Obra, e procedeu-se à comparação entre os indicadores destas empresas e os do sector da construção. Constata-se que de uma forma geral, e como já era esperado, estas, como se

pode observar no quadro seguinte, apresentam valores para os principais indicadores financeiros que demonstram uma saúde financeira sólida. Verifica-se ainda menor discrepância entre os vários quartis.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 39

Indicadores Financeiros das 20 empresas com maior volume de negócios em obra

Quadro 18 Maiores empresas TOTAL

20 18.593

Quartil Superior 227,40 295,75

Mediana 149,93 158,22

Quartil Inferior 131,70 115,05

Quartil Superior 36,60 49,87

Mediana 26,37 28,46

Quartil Inferior 21,84 15,83

Quartil Superior 244,63 1.105,80

Mediana 165,55 332,62

Quartil Inferior 136,18 146,25

Quartil Superior 57,73 98,60

Mediana 35,81 39,61

Quartil Inferior 27,95 18,76

Quartil Superior 15,03 19,23

Mediana 11,51 7,88

Quartil Inferior 6,14 1,79

Quartil Superior 4,90 5,64

Mediana 3,17 2,02

Quartil Inferior 1,76 0,38

Quartil Superior 357,84 510,04

Mediana 279,37 237,85

Quartil Inferior 173,24 92,29

Quartil Superior 66,42 99,86

Mediana 54,65 89,17

Quartil Inferior 51,28 59,96

Rentabilidade do Activo Total

Endividamento

Estrutura do Endividamento

Autonomia Financeira (%)

Rentabilidade dos Capitais Próprios

Grau de Cobertura do Imobilizado

Solvabilidade

Empresas

Nº Empresas

Indicadores

Liquidez Geral

Figura 33 – Volume de Negócios em Obra e Custos com Pessoal

Fonte: InCI, I.P.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

20 Maiores Total

em milhões €

Volume de Negócios em Obra

Custos com o Pessoal

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 40

Figura 34 - Peso das 20 maiores empresas no sector

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00

%

Custos com o Pessoal

Volume de Negócios emObra

Fonte: InCI, I.P.

Como se pode observar nos gráficos anteriores, em termos de Volume de Negócios em Obra e Custos com Pessoal, o peso representado por estas empresas no total do sector é de 18,61% e 13,55%, respectivamente, o que se revela pouco significativo.

Esta situação indicia uma reduzida concentração de grandes empresas no mercado, comparado por exemplo com as empresas espanholas.

A manter-se a tendência verificada em 2004 de um estudo da revista francesa “Le Moniteur” que compara o volume de negócios das maiores empresas portuguesas e espanholas, em termos médios, o volume de facturação das empresas espanholas é 5,8 vezes superior às empresas portuguesas, pelo que poderá ser útil que estas últimas procedam a fusões entre si, para criarem maiores empresas, mais competitivas a todos os níveis, económico, financeiro e

técnico e fazer face aos grandes investimentos em obras públicas que irão acontecer no próximo decénio, nomeadamente nas infra-estruturas aeroportuários, ferroviárias e rodoviárias.

Nos últimos 5 anos, o número de empresas com capacidade para realizar obras de valor ilimitado tem-se mantido inalterado (cerca de 80 empresas), não tendo havido fusões significativas, o que se afigura estar relacionado com o facto do crescimento do mercado nacional ter sido pouco significativo. Esta constatação é reforçada com o aumento da procura de mercados internacionais (Angola, Magreb e países que aderiram ultimamente à União Europeia) por parte destas empresas, visível no acréscimo substancial no Volume de Negócios em Obra.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 41

6. O EMPREGO E A SEGURANÇA NO TRABALHO

6 O Emprego e a Segurança no Trabalho

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 42

66..11.. OO EEmmpprreeggoo

10,8

10,7

11,0

10,4

10,6

10,8

11,0

11,2

2005 2006 2007

%

Figura 35 - Emprego na Construção/Emprego Total

Fonte: INE O sector da construção empregava, no final de 2007, cerca de 11% da população activa em Portugal, o equivalente a aproximadamente 570.800 pessoas.

Tal como se verificou ao nível da população activa global, também o sector da construção sofreu um aumento em termos de população empregue relativamente aos anos anteriores.

66..22.. SSeegguurraannççaa nnoo TTrraabbaallhhoo

Sempre que se ouve falar de sinistralidade laboral é referido o sector da construção. De facto, este sector

continua a ser aquele onde se registam maiores índices de sinistralidade, sendo, em 2007 responsável por mais de metade das mortes ocorridas em consequência de acidentes de trabalho.

Em 2007 e segundo dados da Autoridade para as Condições do Trabalho, que sucedeu aos extintos Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho e Inspecção-Geral do Trabalho, verificaram-se 82 acidentes de trabalho mortais, mais 11 do que em 2006, sendo as quedas em altura e a electrocussão os acidentes mortais mais comuns.

Figura 36 – Número de acidentes de trabalho mortais

169

86

157

71

163

82

0 50 100 150 200 250

Total

Const.

Total

Const.

Total

Const.

2005

2006

2007

Fonte: ACT

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 43

7. MACRO-ENQUADRAMENTO PARA 2008

7 Macro-enquadramento para 2008

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 44

77..11.. TTeennddêênncciiaass ddee CCrreesscciimmeennttoo

O ano de 2008 tem sido palco de acontecimentos marcantes para as condições económicas mundiais, constituindo desafios crescentes para a economia portuguesa. O comportamento dos preços dos produtos alimentares e petrolíferos, a crise imobiliária americana e a crescente turbulência nos mercados financeiros internacionais, constituem factores de instabilidade, com impacto inevitável em variáveis (como a inflação, a taxa de juro de referência no mercado europeu e a taxa de câmbio do euro face ao dólar, entre outras) determinantes para a economia em geral e para o sector da construção em particular. As previsões elaboradas pelo Banco Central Europeu (BCE) e divulgadas em Setembro de 2008, apontaram no sentido da desaceleração da actividade na Área do Euro (AE), ilustrada pela taxa de variação prevista para o PIB (real), que passou de 2,6% em 2007, para um valor situado entre 1,1% e 1,7%. Esta perspectiva surge no contexto de um menor crescimento das exportações e da procura interna, motivadas pela elevada taxa de câmbio do euro e pelo aumento dos preços das matérias-primas. Em Portugal, as Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo INE, indicam uma diminuição do crescimento real do PIB no 2º trimestre de 2008 (variação homóloga de 0,7%) face aos dois trimestres anteriores (0,9% no 1º. trimestre de 2008 e 1,9% no 4º. trimestre de 2007), motivada essencialmente pelo abrandamento da procura interna

77..22.. PPeerrssppeeccttiivvaass ppaarraa oo sseeccttoorr ddaa ccoonnssttrruuççããoo

Para 2008, as previsões para Portugal, apresentadas na Conferência do Euroconstruct realizada em Novembro de 2007, apontaram para um crescimento global do sector de 0,4% a nível nacional, assente na recuperação dos segmentos não residencial e engenharia civil.

Edifícios Residenciais

Relativamente aos edifícios residenciais em Portugal, o segmento da renovação é o que apresenta perspectivas mais favoráveis. A evolução económica e social e as transformações que se têm verificado nas grandes cidades ao nível da localização dos habitantes e dos serviços, geram um conjunto de necessidades às quais a renovação urbana pode responder, contribuindo para a organização de uma estrutura urbana mais equilibrada e favorável ao ambiente. Já a construção nova apresenta um cenário menos positivo, cujas recentes variações da taxa de juro de referência no mercado europeu não parecem obstar. Os agregados de crédito bancário divulgados pelo Banco de Portugal corroboram esta conjuntura, evidenciando um abrandamento dos empréstimos concedidos ao sector privado não financeiro. As taxas de variação anual dos empréstimos a sociedades não financeiras apresentam valores tendencialmente decrescentes, assim como a taxa de variação anual dos empréstimos para aquisição de habitação que decresceu de 7,1% em Junho para 6,8% em Julho de 2008.

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 45

Edifícios Residenciais Variação da produção (%) Quadro 19

Portugal 2006 2007 (Est)

2008 (Fcst)

2009 (Fcst)

2010 (Fcst)

Construção Nova -8,0 -3,0 -2,5 -0,5 1,0 Renovação 0,5 2,0 2,5 3,0 3,0 Total residencial -5,3 -1,3 -0,7 0,8 1,8

Países do Euroconstruct2 2006 2007

(Est) 2008 (Fcst)

2009 (Fcst)

2010 (Fcst)

Construção Nova 6,1 -1,6 -3,2 -1,9 -0,2 Renovação 2,2 1,6 1,7 1,9 1,8 Total residencial 4,2 -0,1 -0,8 0 0,8

Fonte: Euroconstruct – Summary Report Nov 2007

2 Áustria, Bélgica, Republica Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polónia, Portugal, Eslovénia, Espanha, Suécia, Suíça e Inglaterra

Ao nível dos países europeus, as previsões indicam um abrandamento da produção dos edifícios residenciais, com excepção da renovação. As razões para este abrandamento apresentado pela Europa passam pela crise do mercado residencial Espanhol.

Edifícios não Residenciais

O segmento da construção não residencial apresentou-se, em 2007, limitado pelas medidas de contenção orçamental que marcaram o ano. A

previsão mais favorável para 2008 prendeu-se com os investimentos no âmbito do “Portugal Logístico”, dada a necessidade da construção de parques logísticos modernos e competitivos para colocar o país nas rotas logísticas da Europa. A construção de novos hospitais e o desenvolvimento do turismo foram também considerados como potenciadores da performance futura deste segmento de actividade.

Edifícios não Residenciais Variação da produção (%) Quadro 20

Portugal 2006 2007 (Est)

2008 (Fcst)

2009 (Fcst)

2010 (Fcst)

Construção Nova -10,0 -3,5 3,5 5,0 4,0 Renovação -2,5 -5,0 2,0 2,0 2,5 Total não residencial -8,6 -3,8 3,2 4,4 3,7

Países do Euroconstruct 2006 2007

(Est) 2008 (Fcst)

2009 (Fcst)

2010 (Fcst)

Construção Nova 4,7 5,9 3,7 2,3 2,2 Renovação 1,8 2,2 2,1 2,0 1,7 Total não residencial 3,4 4,4 3,1 2,2 2,2

Fonte: Euroconstruct – Summary Report Nov 2007

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Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 46

As previsões para a Europa mantiveram- -se favoráveis, embora com um abrandamento no ritmo de crescimento. Engenharia Civil

Apesar deste segmento apresentar um desempenho negativo nos últimos 3 anos, as previsões apontadas indicam um crescimento global de 0,2% e 2,1% respectivamente para 2008 e 2009. Esta

inversão nas previsões relativamente aos anos anteriores deve-se em parte aos investimentos público - privados estruturantes previstos na área das novas infra-estruturas, quer aeroportuárias quer ferroviárias e energéticas, que fazem prever um novo ciclo de recuperação deste segmento de actividade.

Engenharia Civil – Variação da produção (%) Quadro 21

Portugal 2006 2007 (Est)

2008 (Fcst)

2009 (Fcst)

2010 (Fcst)

Infra-estruturas de Transporte:

Estradas -7,0 -7,5 2,0 -1,5 0,0 Caminhos de ferro -4,0 -4,0 2,0 6,0 3,0 Outros 1,0 -2,0 1,5 10,0 6,0 Total -5,1 -5,9 1,9 2,0 1,8

Total da Engenharia Civil -4,2 -4,7 0,2 2,1 1,7

Países do Euroconstruct 2006 2007

(Est) 2008 (Fcst)

2009 (Fcst)

2010 (Fcst)

Total da Engenharia Civil 3,2 3,2 3,9 4,0 3,0

Fonte: Euroconstruct – Summary Report Nov 2007

Sabendo-se que o desenvolvimento económico nacional passa cada vez mais por uma rede de infra-estruturas de qualidade e virada para a Europa, esta área assume uma importância

estratégica para Portugal, sendo relevante a captação dos fundos europeus inseridos no Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Page 47: RELATÓRIO ANUAL DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO EM … · Figura 8 – Obras Licenciadas/Concluídas 20 Figura ... com funções directamente relacionadas com a actividade nuclear do InCI,

Relatório Anual do Sector da Construção em Portugal – 2007 47

ANEXO – FONTES ESTATÍSTICAS

Variáveis e fontes

Nível Variável Fonte

PIB

FBCF

VAB

Índice de Preços no Consumidor

INE

Emprego e Desemprego INE, IEFP

Envolvente Macroeconómica

Défice Orçamental Banco de Portugal

Obras Particulares: Licenciadas e Concluídas INE

Obras Públicas: Concursos Abertos e Adjudicados

Bolin

Índice de Produção na Construção e Obras Públicas

INE

Vendas de Cimento para o mercado externo Cimpor, Secil

Índice de Custo de Construção de Habitação Nova

INE

Crédito à Habitação DGT

Taxa de Juro implícita no crédito à habitação

Mercado em Portugal

Valores de avaliação bancária

INE

Alvarás e Títulos de Registo

Indicadores económico-financeiros das empresas inscritas no InCI, I.P.

InCI

Emprego INE Tecido Empresarial

Acidentes de Trabalho ACT

Variação da Produção de Edifícios Residenciais e Não Residenciais

Variação da Produção de Obras de "Engenharia Civil"

Euroconstruct

Sector da Construção

Macro-enquadramento para 2008

Taxas de variação anual dos empréstimos Banco de Portugal