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ISSN 1981-8874 9 771981 88700 3 4 7 1 0 0 Aves da Reserva Nacional de Paracas no Peru Marco Antonio de Freitas 1 e Daniella Pereira Fagundes de França 2 Morávamos no estado do Acre e isso facili- tava muitas viagens para os países andinos que fazem fronteira com o Brasil, principalmente a Bolívia, Peru e o Equador, para onde realizamos três viagens, sempre de carro próprio. Nesta terceira viagem, o objetivo final era o Equador. No entanto, ao subirmos o litoral do oceano Pacífico, sentido norte, fizemos uma vi- sita rápida no dia 23 de dezembro de 2011 à Re- serva Nacional de Paracas, numa parte de uma península que fica ao norte da região, a cerca de 270 km de Lima, na província de Ica. Esta unidade de conservação foi criada em 1975 com objetivo de proteger parte do patri- mônio natural e costeiro do Peru, sendo a única reserva marinha deste país a proteger a fauna, flora e sítios arqueológicos. Esta península possui importância estratégica para a conservação de aves, uma vez que suas águas possuem uma grande riqueza de nutrien- tes que propiciam farta alimentação para as aves que ali residem ou estão em fase migratória. A Reserva Nacional de Paracas possui 335 mil hectares, sendo cerca de 200 mil no oceano Pacífico. A unidade de conservação possui 216 espécies de aves entre migratórias e residentes (Mapa 1). No dia da visita nos surpreendemos com a quantidade e diversidade de aves marinhas e costeiras, além de belas praias, escarpas e falé- sias (Figuras 1 e 2). Embora a região tenha várias penínsulas, en- contramos aves típicas do interior do continente tais como: Vultur gryphus, avistado e fotogra- fado muito alto, o urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes aura, as pombinhas Columbina cru- ziana, Columbina buckleyi e Zenaida meloda. Além do gavião Phalcoboenus megalopterus. Mas o que predomina são as aves de ambientes marinhos e costei- ros tais como: Haematopus palliatus, Larus belcheri, Larus domi- nicanus, Larus pipixcan, Numenius phaeopus, Pelecanus thagus, Phalacrocorax bougainvillii, Phoenicopterus chilensis, Rynchops niger, Spheniscus humboldti, Sula variegata, Thalasseus elegans, Arenaria interpres e Aphriza virgata. A visitação desta unidade de conservação peruana é uma fantástica opção para quem quer conhecer as aves marinhas e costeiras do litoral peruano, pois tem estrutura que facilita a visitação turística, incluindo a segurança aos visitantes, bares, restaurantes e boa sinalização. 1 – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Rebio do Gurupi. BR 222, quilômetro 12, Pequiá, Açailândia, Maranhão, Brasil. CEP 65-930-000. E-mail: [email protected] 2 – Universidade Federal do Acre, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais, Campus Universitário, BR 364, quilômetro 04, Distrito industrial, Caixa Postal 500. CEP 69915-900. Rio Branco, AC, Brasil. E-mail: [email protected] Mapa 1. Reserva Nacional de Paracas. Fonte: http://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/b/bf/Reserva_Nacional_de_Paracas_topographic_map-es.png RELATO DE VIAGEM RELATO DE VIAGEM Atualidades Ornitológicas On-line Nº 174 - Julho/Agosto 2013 - www.ao.com.br 68

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ISSN 1981-8874

9 771981 887003 47100Aves da Reserva Nacional de Paracas no Peru

Marco Antonio de Freitas 1 e Daniella Pereira Fagundes de França 2

Morávamos no estado do Acre e isso facili-tava muitas viagens para os países andinos que fazem fronteira com o Brasil, principalmente a Bolívia, Peru e o Equador, para onde realizamos três viagens, sempre de carro próprio.

Nesta terceira viagem, o objetivo final era o Equador. No entanto, ao subirmos o litoral do oceano Pacífico, sentido norte, fizemos uma vi-sita rápida no dia 23 de dezembro de 2011 à Re-serva Nacional de Paracas, numa parte de uma península que fica ao norte da região, a cerca de 270 km de Lima, na província de Ica.

Esta unidade de conservação foi criada em 1975 com objetivo de proteger parte do patri-mônio natural e costeiro do Peru, sendo a única reserva marinha deste país a proteger a fauna, flora e sítios arqueológicos.

Esta península possui importância estratégica para a conservação de aves, uma vez que suas águas possuem uma grande riqueza de nutrien-tes que propiciam farta alimentação para as aves que ali residem ou estão em fase migratória.

A Reserva Nacional de Paracas possui 335 mil hectares, sendo cerca de 200 mil no oceano Pacífico. A unidade de conservação possui 216 espécies de aves entre migratórias e residentes (Mapa 1).

No dia da visita nos surpreendemos com a quantidade e diversidade de aves marinhas e costeiras, além de belas praias, escarpas e falé-sias (Figuras 1 e 2).

Embora a região tenha várias penínsulas, en-contramos aves típicas do interior do continente tais como: Vultur gryphus, avistado e fotogra-fado muito alto, o urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes aura, as pombinhas Columbina cru-ziana, Columbina buckleyi e Zenaida meloda. Além do gavião Phalcoboenus megalopterus.

Mas o que predomina são as aves de ambientes marinhos e costei-ros tais como: Haematopus palliatus, Larus belcheri, Larus domi-nicanus, Larus pipixcan, Numenius phaeopus, Pelecanus thagus, Phalacrocorax bougainvillii, Phoenicopterus chilensis, Rynchops niger, Spheniscus humboldti, Sula variegata, Thalasseus elegans, Arenaria interpres e Aphriza virgata.

A visitação desta unidade de conservação peruana é uma fantástica opção para quem quer conhecer as aves marinhas e costeiras do litoral peruano, pois tem estrutura que facilita a visitação turística, incluindo a segurança aos visitantes, bares, restaurantes e boa sinalização.

1 – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Rebio do Gurupi. BR 222,

quilômetro 12, Pequiá, Açailândia, Maranhão, Brasil. CEP 65-930-000. E-mail: [email protected]

2 – Universidade Federal do Acre, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Manejo de Recursos

Naturais, Campus Universitário, BR 364, quilômetro 04, Distrito industrial, Caixa Postal 500. CEP 69915-900.

Rio Branco, AC, Brasil. E-mail: [email protected]

Mapa 1. Reserva Nacional de Paracas. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bf/Reserva_Nacional_de_Paracas_topographic_map-es.png

RELATO DE VIAGEMRELATO DE VIAGEM

Atualidades Ornitológicas On-line Nº 174 - Julho/Agosto 2013 - www.ao.com.br68

Figura 1. Praia Vermelha (Foto: Marco Freitas)

Figura 3. Vultur gryphus (Foto: Marco Freitas)

Figura 5. Columbina cruziana (Foto: Marco Freitas)

Figura 7. Zenaida meloda (Foto: Daniella França)

Figura 2. Falésias (Foto: Marco Freitas)

Figura 4. Cathartes aura (Foto: Daniella França)

Figura 6. Columbina buckleyi (Foto: Marco Freitas)

Figura 8. Phalcoboenus megalopterus (Foto: Daniella França)

Atualidades Ornitológicas On-line Nº 174 - Julho/Agosto 2013 - www.ao.com.br 69

Figura 9. Haematopus palliatus (Foto: Daniella França)

Figura 11. Larus dominicanus (Foto: Daniella França)

Figura 13. Numenius phaeopus (Foto: Marco Freitas)

Figura 15. Phalacrocorax bougainvillii (Foto: Daniella França)

Figura 10. Larus belcheri (Foto: Daniella França)

Figura 12. Larus pipixcan (Foto: Daniella França)

Figura 14. Pelecanus thagus (Foto: Daniella França)

Figura 16. Phoenicopterus chilensis (Foto: Marco Freitas)

Atualidades Ornitológicas On-line Nº 174 - Julho/Agosto 2013 - www.ao.com.br70

Figura 17. Rynchops niger e outras espécies (Foto: Marco Freitas)

Figura 19. Sula variegata (Foto: Daniella França)

Figura 20. Sula variegata (Foto: Marco Freitas)

Figura 22. Arenaria interpres (Foto: Marco Freitas) Figura 23. Aphriza virgata (Foto: Marco Freitas)

Figura 18. Spheniscus humboldti (Foto: Daniella França)

Figura 21. Thalasseus elegans (Foto: Marco Freitas)

Atualidades Ornitológicas On-line Nº 174 - Julho/Agosto 2013 - www.ao.com.br 71