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Relançar o crescimento: Reforma 2+2+2 Abel M Mateus UCL, EBRD 26 de Março de 2017

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Relançar o crescimento: Reforma 2+2+2

Abel M Mateus

UCL, EBRD

26 de Março de 2017

Page 2: Relançar o crescimento: Reforma 2+2+2 · 2017. 4. 25. · Em finais de 2016 Portugal ainda estava 5 pp abaixo do nível de 2018-I, ... 2017 e 2,4% em 2018, (exc. CGD): 4/24/2017

Sintese

• A Conjuntura em 2017-2018: ajustamento com crescimento anémico

• Crescimento: Reforma 2+2+2

• Para uma regulação e concorrência mais ativa

• Condicionantes externas:

• As reformas do Euro e União Europeia: que futuro?

• Brexit e Portugal: negociação importante

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Conjuntura: ajustamentocom retoma

anémica

• Será a recuperação da economia portuguesa satisfatória? Estará em aceleração?

• Interpretação dos indicadores recentes e tendências: haverá aceleração do PIB?

• Irá Portugal sair do Procedimento dos Déficits Excessivos em Julho?

• O que é necessário para as Agências de Rating tirarem Portugal do “lixo”?

• Sustentabilidade da Dívida

• Crescimento

• Reformas estruturais

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Indicadores Actividade

Ind Coinc Ind Cons

Fonte: Banco de Portugal

Os indicadores coincidentes mostram uma certa aceleraçãono último trimestre de 2016, principalmente devida à recuperação do consumo que esteve em quedano 2º semester de 2015. PIB ainda está ainda a crescer abaixo de 2015

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Subida do peso das exportações sobre o PIB desde 2009desacelerou em 2014-2016 Será o objetivo dos 50% atingível em 2020?

Fonte: European Commission AMECO

O ajustamento fiscal quase estagnou desde 2014, mastambém não se confirmou a redução austeridade em 2016

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2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Exp G&S over GDP

IRE ESP PT GRE

4/24/2017 5

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

IRE -9.82 -7.57 -5.84 -3.57 -3.60 -1.76 -1.70 -1.03 -0.60

ESP -7.17 -6.47 -3.41 -2.03 -1.90 -2.78 -3.10 -2.50 -2.50

PT -8.47 -6.60 -3.50 -2.97 -1.86 -2.00 -1.70 -1.30 -1.90

GRE -9.88 -5.85 0.41 2.44 2.39 1.88 2.61 2.65 3.03

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Gov Structural Deficits

IRE ESP PT GRE

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A recuperação da economia portuguesa está muito abaixo dos outros países da crise do Euro:Depois de uma década e meia de quase estagnação!

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Spain

Ireland

Portugal

Greece

Euro-18

Em finais de 2016 Portugal ainda estava 5 pp abaixo do nível de 2018-I,Enquanto Espanha já tinha recuperado (descolou de PT a partir do inicio de 2015)E Irlanda estava 12 pp acima

Programa de ajustamentocom custos mais elevadosEm PT do que IRE e ESPPorquê?. Ajustamento com ênfasesubida de impostos. Reformas incompletas,adiadas ou adulterada

Mas o Programa de Ajustamento aindanão acabou:O PEC ainda tem maisajustamentos orçamentais

PIB, a preços constantes

Fonte: Contas Nacionais dos Institutos Estatistica

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A UE está a ter uma ligeira melhoria do PIB, que já está a ter impacto na procura externa, pelo que o PIB que cresceu1,4% em 2016 deve acelerar para 1,7-1,8 em 2017, desacelerando em 2018.Portugal tem beneficiado do boom turistico, com o Sul da Europa, por causa dos ataques do Daesh:Turismo tem crescido cerca de 10% ao ano nos últimos 3 anos. Forte impacto em Lisboa, Porto, Algarve e Madeira

2015 2016 2019

Pesos 2015 BP CE BP CE BP

Produto Interno Bruto 100.0 1.6 1.4 1.4 1.6 1.5 1.5 1.5

Consumo Privado 65.6 2.6 2.2 1.3 1.6 1.4 1.2 1.3

Consumo Publico 18.2 0.8 1,0 0.0 0.4 0.4 0.5 0.2

Formação Bruta Capital Fixo 15.3 4.5 -0.2 4.4 3.8 4.3 4.2 4.5

Procura Interna 99.3 2.5 1.8 1.5 1.7 1.7 1.6 1.6

Exportações bens e serviços 40.6 6.1 4.4 4.8 4.1 4.6 4.2 4.4

da qual Turismo 10.2 9.1 9.5

Importações bens e serviços 39.8 8.2 4.7 4.8 4.3 4.9 4.3 4.4

Contributo para cresc. PIB

Procura Interna 1.1 0.6 0.5 0.5 0.6 0.6 0.6

Exportações 0.5 0.8 0.9 0.9 0.8 0.8 0.9

Exportações bens 3.8 0.9 3.8 4.2

UE 72.9 6.5 3.0 4.5 4.7

Resto Mundo 27.1 -3.4 -11.5 2.0 3.0

PIB revisto 1.7 1.8 1.7 1.7 1.6

2017 2018

Forte impacto do boom turistico em Lisboa, Porto, Algarve e Madeira, onde deve representar 20-40% do PIB.Um crescimento de 10%, em 3 anos, significa um impacto de 6-12% no PIB destas regiões.Não admira que haja um certo efeito de euforia, embora os empregos sejam de baixos salários.

Fonte: BPe Comissão (CE)

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Poderá Portugal sair dos Defices Excessivosem Julho de 2017? Porquê e consequências• Cumprimento da Decisão do Conselho de 2 Agosto de 2016.

• Estabelecia um deficit nominal de 2,5% do PIB para 2016, excluindo suportede bancos (a seguir a 4,4-3,0% em 2015). Cumprido: 2,1% do PIB (projetava-se a 2,3%, mas excl. medidas temporarias 2,6%, nas Previsões Outono de 2016 da Comissão). Porém note-se que toda a redução do deficit nominal foiconseguida por redução do investimento (0.9 pp)

• Déficit estrutural ligeiramente inferior ao de 2015: 1.7% contra 2%.

• Utilizar receitas excecionais para reduzir a dívida pública. Não usou as receitasdo PERES para esse fim.

• Trajetória do deficit nominal abaixo dos 3%: 2,2% (Comissão) 1,6% (OGE) em2017 e 2,4% em 2018, (exc. CGD):

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Que impacto no spread da dívida pública ou no rating das principais agências?

• Dos países em crise comparáveis temos Chipre

• Por exemplo, Chipre saiu de Défice Excessivo em Julho de 2016• Mas permance 4º país do Euro com dívida mais elevada (107% PIB)• Só em 2017 deve entrar em trajetória descendente• O impacto no spread foi de 0,8 pp• Permanece o 3º país com spread mais elevado

• O rating de Chipre subiu• Em Setembro de 2016 S&P subiu o rating de BB- para BB (positive)• Em Março de 2017 S&P voltou a subir para BB+ (stable)

• Portugal já tem BB+(stable) desde Setembro de 2015. Conseguirá sairdo lixo para BBB-?

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Government Debt

Fonte: Ameco, 2016

Portugal tem hoje o 3º nível mais elevado da Dívida Pública e o 2º mais elevado da Dívida Externa bruta

O PROBLEMA DA DÍVIDA

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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gov Debt 59.5 55.2 51.8 51.0 50.3 53.4 56.2 58.7 62.0 67.4 69.2 68.4 71.7 83.6 96.2 111.4 126.2 129.0 130.6 129.0 130.3

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Public Debt Levels

A explosão da dívida pública

Fonte: Ameco4/24/2017 11

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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

NIP 12.9 14.8 24.4 34.0 41.5 49.0 58.4 62.4 66.7 69.9 79.3 88.8 95.1 107.9104.3100.7116.5116.3114.9109.3103.1

External Debt 84.9 110.9132.5141.9167.1185.5192.6212.0222.1238.3255.0268.7 264.9297.3297.8 286.0310.8301.1 308.8293.7 285.6

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External Debt Levels

NIP

External Debt

E Dívida Externa

Fonte: Eurostat4/24/2017 12

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Fonte: ECB

Os spreads da dívida são hoje os mais elevados entre os países da crise do Euro, e subiram significativamentecom a entrada do novo governo

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Fonte: ECB

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Int Spread

PT tem o spread mais elevado entre as economias do Euro com acesso ao mercado … e ainda estamos sob a influência do QEDo BCE … que equivale a 1,5 pp (deviamos estar com taxas de 5,3!)

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O que é necessário para melhorar o rating?

• Sustentabilidade da dívida: a aritmética• Trajetória descendente da dívida

• Depende de taxas de juro reais baixas

• E de taxas de crescimento do PIB razoáveis

• Que determinam o Excedente Primário necessário (2 a 3% do PIB)

• Níveis toleráveis da dívida• Depende dos choques a que a economia está exposta

• E da resistência da economia a esses choques

• Limite máximo: 90 a 100% do PIB• Leva 15 anos (2032) a atingir, se cortarmos 2 pp ao ano

• Nível do PEC: 60% do PIB

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

PT 5.98 5.60 5.05 4.53 4.12 3.78 4.00 4.31 4.33 3.56 3.04 3.88 3.86 3.76 3.75 3.54 3.33 3.38

ESP 5.45 5.46 5.13 4.82 4.39 4.12 4.11 4.40 3.92 3.23 3.12 3.54 3.47 3.64 3.46 3.10 2.81 2.63

IRE 5.39 4.34 4.30 4.06 3.88 3.91 4.23 4.20 3.01 3.26 3.29 3.01 3.42 3.54 3.66 3.33 3.11 2.99

2.00

2.25

2.50

2.75

3.00

3.25

3.50

3.75

4.00

4.25

4.50

4.75

5.00

5.25

5.50

5.75

6.00

Interest on Public Debt

PT

ESP

IRE

Em Portugal a taxa de juro implicita na Dívida Pública encontra-se a níveis muito baixos, por causa da intervenção do BCEMesmo assim é a mais alta dos países da crise

Fonte: Ameco e cálculos do autor4/24/2017 16

A falência do BES e obail-in das obrigaçõesE as noticias sobrecorrupção tambémcontribuiram para o elevado spread

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

IntR-PIB nom -1.40 -0.13 0.04 2.06 -0.13 -0.34 -0.79 -1.24 2.39 5.47 0.49 5.97 8.27 2.65 2.10 -0.20 0.61 0.44 0.80 1.10 1.20

Pr Deficit -0.21 -1.80 -0.50 -1.76 -3.64 -3.64 -1.56 -0.06 -0.66 -6.83 -8.24 -3.07 -0.78 0.01 -2.26 0.21 2.00 2.22 1.84 2.20 2.20

-10.00

-8.00

-6.00

-4.00

-2.00

0.00

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Gap da Divida

IntR-PIB nom

Pr Deficit

Para que a dívida seja sustentável o Excedente Primário tem que ser superior aos encargos do juroO que só aconteceu desde 2016. Para se reduzir a dívida em 1 pp ao ano a diferença entre os dois tem que ser pelo menos 1 pp

Fonte: Ameco e cálculos do autor4/24/2017 17

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A Aritmética da Dívida, Défice e Crescimento

Taxa juro nominal PIB nominal Excedente Primário Dívida em 2030

3,5 3,1 2,8 100

4,0 3,1 2,0 117

4,5 2,9 3,6 100

4/24/2017 18

E se quizessemos atingir 100% em 2030, num cenário adverso, o Excedente Primário teria que ser 3,6% (o que a CE está a pedir da Grécia)Em termos históricos Portugal nunca conseguiu gerar Excedentes Primários consistentementeHouve países europeus como a Finlandia e Irlanda que conseguiram gerar estes excedentes durante mais de uma décadaPortugal terá que manter o esforço orçamental de 2017-2018, reforçado, durante pelo menos 10 anos! A NÂO SER QUE CONSIGA ACELERAR O CRESCIMENTO

Para a sustentabilidade da Dívida o Excedente Primário tem que ser superior à diferença entre a taxa de juroe a taxa de crescimento do PIB em termos nominaisO Quadro seguinte mostra que temos que gerar um Excedente de 2 a 2,8% do PIB para que A dívida comece a reduzir-se cerca de 1 pp ao anoO OGE para 2017 faz projeções muito otimistas, pelo menos para o período inicial, com continuação da intervençãodo BCE e um Excedente Primário de 2,8%, que ainda nunca se atingiu! Considerando um cenário mais realista, para 2030 só conseguimos um rácio da dívida de 117% (ainda acima dos 110% FMI)

Cenários

OGE 2017Mais realistaAdverso

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Detentores da Divida do Estado Detentores da Divida do Estado

Dez 2013 Dez 2014 Mar-15 Jun-15 Set 2015 Dez 2015 Mar-16 Jun-16 Set 2016 Dez 2016

Não residentes - outros 1,288.3 16,558.6 29,328.3 24,915.0 24,957.9 29,399.6 21,027.6 19,003.5 18,698.2 14,899.1

EFSM/EFSF 51,600.0 51,600.0 51,600.0 51,600.0 51,600.0 51,600.0 51,600.0 51,600.0 51,600.0 51,600.0

BCE 32,680.4 26,055.2 26,500.9 26,476.9 27,086.8 22,636.3 20,458.7 23,474.6 23,999.5 21,265.5

IMF 18,600.0 27,377.0 22,867.0 20,567.0 20,503.0 18,600.0 18,300.0 18,600.0 18,500.0 16,200.0

Não Residentes 104,168.7 121,590.8 130,296.2 123,559.0 124,147.7 122,235.9 111,386.3 112,678.1 112,797.7 103,964.5

Banco Portugal 2,042.5 2,171.3 4,416.8 8,825.6 15,800.6 20,372.6 25,005.1 32,864.4 35,999.3 40,168.1

Bancos Portugueses 31,210.0 30,072.0 29,666.0 29,344.0 31,324.0 29,087.0 31,438.0 30,571.0 29,798.0 29,336.0

Outras inst. Residentes 66,831.1 63,292.4 56,462.0 58,912.4 54,450.7 54,667.2 59,489.6 58,632.5 61,400.1 62,814.4

Residentes 100,083.6 95,535.6 90,544.8 97,082.0 101,575.4 104,126.9 115,932.7 122,067.9 127,197.4 132,318.5

Total 204,252.3 217,126.4 220,841.0 220,641.0 225,723.0 226,362.8 227,319.0 234,746.0 239,995.0 236,283.0

Fonte: IGCP boletins Mensais e Banco de Portugal

Em Percentagem do Total

Dez 2013 Dez 2014 Mar-15 Jun-15 Set 2015 Dez 2015 Mar-16 Jun-16 Set 2016 Dez 2016

Não residentes - outros 0.6 7.6 13.3 11.3 11.1 13.0 9.3 8.1 7.8 6.3

EFSM/EFSF 25.3 23.8 23.4 23.4 22.9 22.8 22.7 22.0 21.5 21.8

BCE 16.0 12.0 12.0 12.0 12.0 10.0 9.0 10.0 10.0 9.0

IMF 9.1 12.6 10.4 9.3 9.1 8.2 8.1 7.9 7.7 6.9

Não Residentes 51.0 56.0 59.0 56.0 55.0 54.0 49.0 48.0 47.0 44.0

Banco Portugal 1.0 1.0 2.0 4.0 7.0 9.0 11.0 14.0 15.0 17.0

Bancos Portugueses 15.3 13.8 13.4 13.3 13.9 12.8 13.8 13.0 12.4 12.4

Outras inst. Residentes 32.7 29.2 25.6 26.7 24.1 24.2 26.2 25.0 25.6 26.6

Residentes 49.0 44.0 41.0 44.0 45.0 46.0 51.0 52.0 53.0 56.0

Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

4/24/2017 19Inst. Financeiras oficiais detêm 53% da dívida e bancos nacionais 12%

Os estrangeiros privados cortaram a posição em DP portuguesa de 15 B em 2016!

35 B não negociavelCertificados aforro e outros

Não Há Margem para renegociar Dívida

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E os desequibrios macroeconómicos excessivos? Análisede Fevereiro da Comissão:

• Reforma do Estado e eliminação do Déficit Excessivo de forma duradoura(Programa de Revisão da Despesa Pública em Fev2017), reestruturaçãoempresas públicas

• Contenção do salário mínimo

• Ativação de programa para combate desemprego longa duração

• Limpar balanço dos bancos de CMP (Out2016) e redução do incentivo fiscal para endividamento das empresas

• Acelarar processo licenciamento, eficiência leilões e concessões públicas, reduzir barreiras regulatórias, acelerar litigios fiscais, melhorar cooperaçãouniversidades-empresas

• No progress; limited progress; some progress

4/24/2017 20O BCE pedia em Março 2017 para Comissão propor sanções contra Portugal por causa do fracocumprimento das reformas

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Croácia e Portugal considerados os piores casos

4/24/2017 21

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Competitividade e integração

4/24/2017 22

Temos uma baixa integração nas cadeias de valor globais

3.75

4

4.25

4.5

4.75

5

5.25

5.5

5.75

6

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Cyp

rus

Gre

ece

WEF-World Competitiveness Index

2017

2016

Portugal está na 46ª posição em 2017, tendo caido de 38 em 2016

Fonte: FMI

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-2,000,000

-1,000,000

0

1,000,000

2,000,000

3,000,000

4,000,000

5,000,000

IDE-fluxos

O Investimento Direto Estrangeiro em Portugal aumentou em 2016Mas Portugal foi ultrapassado por vários países da Europa de Leste

Fonte: Banco de Portugal e UNCTADNota. Os fluxos estão descontados das transações para efeitos fiscais

Se retirarmos as transações para efeitosfiscais, Portugal passa a 33% do PIB

4/24/2017 23

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Conclusões

• Depois de uma década de estagnação, Portugal está a ter uma recuperaçãomais fraca do que a Irlanda e Espanha. Porquê?• Não resolvemos ainda problemas de estabilidade dos bancos. O crédito mal parado

em PT é o mais elevado a seguir à Grécia• Ajustamento fiscal feito sobretudo via aumento de impostos (a mais alta carga fiscal

da OCDE)• Não conseguimos melhorar a t.c. do PIB potencial (problema do crescimento)

• Reformas timidas, incompletas e outras invertidas

• Já terminou o programa de ajustamento (austeridade)?• Não, para sair dos Deficits Excessivos tinhamos que atingir um deficit de 2,4% em

2016.• Segundo o OGE as medidas discricionárias foram corte de impostos de 0,3 pp e corte de

despesa de 0,2 pp! O resto foram cativações e PERES• Para 2017 preve-se um aumento de despesa de 0,2 pp e de redução de impostos de

0,1 pp, supondo-se que a melhoria virá do crescimento do PIB!

4/24/2017 24

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E o ajustamento que é necessário nos próximos anos

Déficits Estruturais Segundo os PECs

-3.00

-2.50

-2.00

-1.50

-1.00

-0.50

0.00

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

SGP: Structural Deficits

SGP 2015 COM

SGP 2015 Gov

SGP 2016 Gov

SGP 2016 COM

Só com o OGE de 2017Se prevê uma inversão da deterioraçãoDos déficits estruturais

Entre 2017 e 2020O deficit estrutural tem que Ser reduzido em 2 pp do PIB

Legenda: COM=ComissãoGov=Governo

4/24/2017 25

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Crescimento económico: desafios e políticas

Problema do Middle-income trap e as reformas da Suécia

1

Reforma do SetorPúblico e redução da carga fiscal

2

Reconversão do Sistema Financeiro e o financiamento da economia

3

Desendividamento e reestruturação das empresas: problemas de gestão

4

Inovação e qualificação dos recursos humanos

5

4/24/2017 26

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50

55

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1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Convergence Levels (EU-15=100)

PT

IRE

ESP

GRE

CZE

4/24/2017 27

Já vamos com quase2 décadas de estagnação

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4/24/2017 28

-20

-10

0

10

20

30

40

50

Convergence rates (2017-2000) (EU-15)

Top performer: IrlandaExcelente: Alemanha e AustriaTodos os países de Leste tiverammelhor performance que PT

Claramente piores só a Itália, RU e Grécia

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Teoria: Portugal enfrenta problemas típicosde um país de desenvolvimento intermédio• Como passar para um modelo de desenvolvimento baseado na inovação,

produtividade, flexibilidade e dinamismo empresarial?

• Menor importância do investimento em infraestruturas e mais em capital humano e “areas soft”

• Maior atenção aos problemas de governança e institucionais

• Grande importância do sistema de inovação: I&D empresarial

• Maior dinamismo empresarial: facilitar reafetação dos recursos àsempresas e setores mais produtivos e com maior dinamismo no mercadointernacional

• Maior concorrência no mercado dos produtos e serviços

• Maior flexibilidade do mercado de trabalho (flexi-segurança)

4/24/2017 29

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Experiência: Reformas nos países nórdicos (Suécia) nos últimos 30 anos (aproveitar a crise para reformar) • Reforma fiscal do século: taxas marginais de imposto são

drásticamente reduzidas (no IRS de 80 para 50%, no IRC de 50 para 30%) e alargamento da base de incidência. A carga de impostos e contribuições cai de 53 para 43% do PIB

• Redução drástica da despesa pública: corte no consumo público e transferências para famílias de 8 pp do PIB entre 1994 e 1998

• Desvalorização fiscal em 1992: corte nas contribuições sociais dos empregadores de 4 pp compensada por alargamento da base do IVA

• Introdução de uma regra fiscal: Excedente anual no orçamento de 2%

• Dívida Pública cai de 80% em 1994 para 30% em 2012

4/24/2017 30Na Suécia o PIB está hoje 25% acima de 2005, mais do que outras economias avançadasEUA, Alemanha e outros nórdicos

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Continuação

• Limpeza do crédito mal-parado dos bancos para uma agência especializada, que recuperou em 9 anos o crédito (saldou-se por lucro)

• Reforma da Segurança Social: passa de sistema pay-as-you-go para umaparte de capitalização, com contas individuais e liberdade de investimentoem fundos regulados

• Reformas nos mercados dos produtos: nova lei da concorrência –unbundling da eletricidade, ligação aos mercados externos; liberalizaçãonos media; liberalização nos transportes

• Reformas no Mercado do trabalho: negociações salariais acessoradas porgabinetes técnicos de economistas, acordos em linha com a produtividade

• E … a Suécia e os nórdicos estão no topo da Inovação, Competitividade e nacauda da Corrupção

4/24/2017 31

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Reforma do Setor Público e redução da carga fiscal

• A Tax Foundation considera que Portugal está em 33º lugar na OCDE em termosde competitividade fiscal: só a França tem um regime pior.

• A taxa marginal do imposto sobre o rendimento pessoal é a mais elevada da OCDE. Apesar do corte nas taxas estatutárias do IRC, como os outros paísestambém baixaram, continuamos, em termos relativos, em má posição, sobretudoem relação à Europa de Leste.

• Temos assim um peso do Setor Público em relação ao PIB muito elevado: 4 p.p. em relação ao que seria de esperar dentro da UE

• A UE, em média, tem também um peso excessivo do Setor Público (cerca de 4 pp) comparada por normas internacionais e estudos empíricos

• Chega-se à mesma conclusão com a metodologia da OCDE, que utiliza a eficiênciada despesa (20 a 30% de grau de ineficiência), e redistribuição mais eficaz

• Reformas necessárias: reforma fiscal profunda (a última foi em 1987!) e reformassetoriais da despesa – educação, saúde, administração pública e transferências(pensões)

4/24/2017 32

Investigação recente mostra que um aumento de 10 pp no peso do Setor Publico estáassociada a uma diminuição da taxa de crescimento do PIB de .5 a 1%

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Em Portugal, a taxa de Investimento continua deprimida, sobretudo a de bens de equipamento,e a poupança nacional parou de recuperar em 2014

-10.0

-5.0

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18

Portugal: Savings and Investment

GFCF

GNS

GDP gr

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6.0

8.0

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12.0

14.0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Investment Equipment % GDP

Portugal Spain Ireland Sweden4/24/2017 33

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Reforma Pró-crescimento (2+2+2) para 2017-2020• PEC requer ajustamento adicional da despesa em 2 p.p. do PIB mais redução da carga fiscal em 2

p.p= redução do peso do SP em 4 p.p.

• Como implementar? Fixar um teto ao crescimento da Despesa Primária de 0,5% ao ano, compreendendo• Continuação da regra atual de 1 admissão por 2 saidas de pessoal• Limitar o crescimento global dos salários a 0,6% ao ano, mas com ajustamentos por nível da escala salarial

mark-to-market• Iniciar estudos micro de melhoria eficiência no ensino primário, secundário e vocacional; e saúde: grandes

hospitais e rede de cuidados primários

• Redução da carga fiscal em 2 pp do PIB• Simplificação e redução do IRS, com corte nas taxas marginais• Dedução imediata do investimento novo realizado pelas empresas do IRC• Crédito fiscal para criação de emprego• Harmonização do IVA

• Reforma da Segurança Social (neutral na receita)• Criar um pilar de capitalização por contas individuais, à Sueca (perc. Pensões: 10% a 20% nos 4 anos)• Permitir dedução nas contribuições das empresas e dos trabalhadores para constituição de fundos de pensões

das empresas até 10% das receitas das contribuições totais

4/24/2017 35

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Estabilização do Sistema Financeiro e o financiamento da economia

• É urgente completar a recapitalização e estabilização do Sistema bancário.

• Mas falta resolver o problema dos créditos mal-parados que continuam a afetar o Sistema financeiro: dispersão dos “bad banks”, continua a existir uma elevada percentagem de NPLs nos bancos (20% dos ativos, o mais elevado dos 3 países da crise)

• O crédito bancário continua a cair, embora tenha desacelerado (-2 contra -4% nos 3 anos anteriores)

• Continua a haver dificuldades no financiamento da economia e emespecial para as PMEs

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Portugal é hoje o Segundo país entre os 4 países da crisecom maior peso de crédito mal-parado, e foi dos que mais crecseu desde 2013

Os principais setores com maior peso de NPLs são as PMEs, grupos imobiliários e de propriedades comerciais,Seguidos por empréstimos para consumo4/24/2017 37

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Os elevados spreadsda banca e Estadocontinuam a ser umentrave à recuperação

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O setor financeiro continua frágil

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Mínimo Regulamentar Tier 1 Regulamentar

Rácio entre o capital próprio e os activos ponderados pelo risco

4/24/2017 39Fonte: Fundo Monetário Internacional, Banco de Portugal e Banco Central Europeu.

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Problema da solução do crédito mal-parado e recapitalização da banca• Absorção dos elevados prejuizos passados (BPI: 2B na dívida grega, BES na Oi, Montepio-

aquisição Finibanco,Crise imobiliária, etc.)

• Regulação tem que criar (exigir) incentivos à resolução mal-parado (programas especificoscalendarizados); provisionamento

• Porém existem dois segmentos importantes: os grandes credores que em PT representam30 a 40% do mal-parado; e as PMEs. Estes dois grupos exigem soluções diferentes.

• O crédito mal-parado distribui-se entre duas grandes categorias• Grandes credores (problema de governança - a ligação passada entre grupos económicos, politica e

banca)• BES (mau): 5B, PT (farol) (362ME), ES-concessões (346), Opway (190), Lena (229), outros grupos imobiliarios (2-3

B)• Novo Banco (5B): Grupo GES (Fundos imobiliarios – 262), outros• CGD (6B): La Seda, Artlant, Selenis (1B), Val-do-Lobo (194), grupos imobiliários, Berardo, Ongoing, etc. para

compra BCP e OPA PT (1-2B)• BCP: Lena e outros grupos imobiliarios (1-2B)• BANIF: Octante• Montepio: Finibanco (350)• BNP (grupos construção), BPP

• PMEs: construção, metalomecânicas, têxteis, comércio a retalho, etc. (problema de análise de risco)4/24/2017 40

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Desendividamento e reestruturação das empresas: problemas de gestão

• Criar mecanismos de mercado para resolução das dívidas: plataformas europeias: mercados secundários (KKR, etc.)

• Mas não basta retirar o mal-parado dos bancos. Estes são débitos das empresas ou famílias (em menor volume) que têm que serrecuperados. Só assim os contribuintes ou os bancos são ressarcidos.

• O cerne da recuperação macro está na recuperação das empresas: encerrar as que não têm viabilidade e reestruturar a dívida e as operações das que são viáveis. Problema: haverá gestores suficientese capazes de fazer esta recuperação?

• Criar mecanismos que incentivem à resolução das dívidas e insolvências: foram feitas as reformas mas falta uma implementaçãomais celere (faltam gestores de insolvência, tribunais sem meios)

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Fonte: Banco de PortugalAs empresas já reduziram o endividamento em 29 ppe famílias em 19 pp desde pico de fim de 2013

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Os processos de insolvência sãodemasiado morosos

Anos necessários para resolver um processo de insolvência, 2015

4/24/2017 43Fonte: Banco Mundial (2016), Doing Business 2016: Measuring Regulatory Quality and Efficiency (database) and APAJ (2015), “Processo Especial de Revitalização”, Turn Analysis, No. 7, segundo trimestre, Associação Portuguesa dos Administradores Judiciais.

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As competências de gestão são fracasA profissionalisação da gestão de empresas é insuficiente

Índice de competitividade global, mínimo 0 (não-professional), máximo 7 (gestão profissional), 2014-15

4/24/2017 44Fonte: World Economic Forum (2015), The Global Competitiveness Index Historical Dataset 2006-2015.

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São essenciais mais reformas no sistema judicial

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Dias necessários para resolver processos civis, comerciais, administrativos e outros casos

em primeira instância

4/24/2017 45Fonte: Comissão Europeia (2016), The 2016 EU Justice Scoreboard e Direcção-Geral da Política de Justiça.

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Mecanismos para recapitalização empresas e dinamização do investimento• Instituição para o Desenvolvimento como entidade a nível grossista que

intermediasse através dos bancos• Fundo de Fundos para Private Equity e outros Fundos de recapitalização• Desenvolvimento do Venture Capital (capital de risco)• Financiamento via reembolsos dos Fundos Comunitários pelas empresas

• Reorientação dos Fundos Estruturais para financiamento da industria e serviços tradables

• Utilizar cursos de MBAs para apoios à re-estruturação empresarial• Apoiar agrupamentos setoriais de empresas com consultores e

investigadores para upgrading tecnológico• Reorientação de parte dos fundos distribuidos a governos locais para apoio

a PMEs locais• Programa de twining com empresarios de países mais avançados (Suécia,

Alemanha, etc.) 4/24/2017 46

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Inovação e qualificação dos recursos humanos

• Falta criar um Sistema moderno de inovação• 30 mil doutorados nas últimas duas décadas, mas maioria não é das

especialidades requeridas pelo país: faltam ciências exatas, engenharias e matemática

• Laboratórios estatais anquilosados• Universidades: financiamento de I&D como complemento de salário, sem

eficácia• Falta de doutorados integrados nas empresas

• Sistema de ensino vocacional ainda insuficiente

• Falta de cooperação entre Ensino e Empresas

• Elevada percentagem de alunos que ainda abandona o secundário

• Emigração elevada de jovens, e fuga de cérebros!

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É prioritário aumentar as qualificações

Percentagem da população ativa1 que concluiu pelo menos o ensino secundário 2015

4/24/2017 481. População ativa: 25-64 anos.Fonte: OCDE (2016), Education at a Glance 2016: OECD Indicators.

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As despesas em I&D são baixas% of PIB, dados mais recentes

4/24/2017 49Fonte: OCDE, Main Science and Technology Indicators database.

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A cooperação entre PMEs e instituições académicas/I&D é

reduzidaEm percentagem das PME inovadoras em produtos ou processos, 2010-12

4/24/2017 50Fonte: OCDE (2015), OECD Science, Technology and Industry Scoreboard 2015: Innovation for growth and society.

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Outras Reformas institucionais

• Parlamento com papel mais ativo na criação de leis e no controle da execução das políticas do Executivo (reforma da arquiteturaorçamental); proibição dos grandes escritórios fazerem leis e lobbing

• Criação de think-tanks nos grandes partidos, com capacidade técnica, para aconselhamento permanente sobre as políticas a propor

• Universidades: mobilização de centros de investigação aplicada para apoiar a sociedade civil nos grandes problemas de politica económica, industrial e social

• Submeter a certificação de qualidade as empresas de consultadoriaque podem apresentar projetos para financiamento de FundosEstruturais

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Regulação e concorrência:

arquiteturainstitucional e

prioridades

• A questão da regulação financeira

• Principios básicos da arquitetura

• Regras do jogo da supervisão

• A promoção da concorrência

• Não basta a concorrência económica: sociedade aberta e mobilidade social

• Elevados custos energéticos

• Barreiras à entrada nas profissões liberais e regulatórias em setores protegidos

• Politica de concorrência e regulatória maisexigente

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Regulação financeira: arquitetura

• Finalmente resolveu-se o problema da supervisão financeira centralizadanuma autoridade comunitária para os bancos com impacto sistémico, emcolaboração com as instituições nacionais

• Falta criar uma entidade de resolução a nivel comunitário com maior poder(o que aconteceria se um grande banco sistémico a nível da UE fosse à falência?)

• A nível nacional somos a favor do reforço de uma autoridade integradapara o sistema financeiro, mas sem reduzir a capacidade de supervisão e acompanhamento da resolução do BP (temos que respeitar o SEBC). Embora a decisão de resolução e venda possa ser confiada ou ao Governoou à entidade integrada

• Não se pode retirar a supervisão macro do BP

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Supervisão financeira: regras básicas

• Infelizmente as Comissões Paralamentares não retiraram as conclusões devidas da análise das crises dos bancos (faltou acessoriatécnica)

• Há muito deveriam ser proibidas estruturas piramidais (holdings) e muito menos sediadas em off-shores (falta de transparência)

• O “ring fencing” dos bancos em relação a sociedades não financeirasdeveria ser mais profundo

• A avaliação da idoneidade e competência das administraçõesnecessita ainda de ser mais estrita

• Papel dos administradores independentes reforçado

4/24/2017 54Israel teve exito na eliminação das estruturas piramidais, como medida de concorrência ePara melhorar o funcionamento da banca

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Supervisão financeira micro

• Um largo corpo de investigação conclui que por trás da crise financeira nospaíses do Euro esteve uma enorme “misallocation of resources”

• O enorme fluxo de crédito que afluiu aos países do Sul foi canalizado para empresas de baixa produtividade e para setores de baixa produtividade.

• Porquê? Uma grande parte da razão foram orientações de política: a forma como os incentivos e fundos eram canalizados; as decisões políticasimplementadas pelos bancos; a colusão entre bancos nas grandes decisões

• Outra tem a ver com a exigência de colateral (imóveis), ou as relaçõespessoais, independentemente da rentabilidade

• Outra parte foi a fraca análise de risco das operações (p.ex. Simulações de risco dos clientes se as taxas de juro subirem, ou os preços das casas baixarem; teto para o loan-value ratio de 75%)

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Concorrência: necessidade de uma políticamais ativa• Problemas sérios nos leilões e compras públicas

• Casos de colusão• Desadequação do Sistema de leilões• Sistema de compras públicas que não promove a concorrência

• Demasiado peso das adjudicações diretas• Continuam a verificar-se problemas sérios em setores fundamentais das

infraestruturas• Rendas excessivas e preços elevados na energia (eletricidade, gás e combustíveis)• Barreiras à entrada e custos excessivos nos transportes• Melhoria nas telecomunicações (separação das redes); mas faltam ainda operadores

virtuais

• Autoridade da concorrência mais ativa e tribunais com a necessáriacompetência

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O MoU tinha 485 reformas. Tiveram impacto?

• Um inquérito do FMI às empresas portuguesas mostrou

• A única reforma considerada com impacto por todas as empresas foi a reduçãodos custos na administração fiscal, seguindo-se os incentivos ao investimento(não para não exportadoras)

• Esta também foi a única reforma com impacto do Estado (Elevada Urgência)

• As exportadoras e PMEs consideraram a maior flexibilidade no mercado do trabalho, mas em geral as outras reformas deste mercado também tiveramalguma apreciação pela generalidade das empresas

• Nas do setor financeiro e insolvências houve alguma apreciação por canaisalternativos de financiamento, mas quase nada sobre insolvências (MédiaUrgência)

• Mas o pior foram as medidas do Mercado dos produtos, que tinham a ver com maior concorrência e redução de custos (energia, portos, etc.): consideradasneglegenciáveis

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Regulação: tímida e insuficiente

• A maioria dos reguladores necessita de fazer maior pressão sobre o aumento da produtividade das entidades reguladas• Por exemplo, na regulação pelo preço, em geral segue-se a regra de ter um ínidice de

preços menos X. O que é o X é a produtividade a alcançar – esquecemo-nos do X

• Necessidade de maior escrutíneo do Parlamento sobre a eficiência e efetividade destas entidades (necessita de competências técnicasespecializada): maior responsabilização pelos objetivos a atingir, que devem ser claramente especificados

• Necessidade de preserver a independência destas entidades: e de terconselhos de elevada competência (somos a favor de mandato único e emgeral com uma elevada exigência de experiência professional específica). Mas deve haver maior accountability: especificar circunstâncias de destituição dos reguladores – não basta “causa maior”

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As barreiras anti-concorrenciais nossetores dos transportes são elevadas

Índice. Escala 0-6 de regulamentação menos restritiva à mais restritiva no setor dos transportes, dados mais recentes

4/24/2017 59Fonte: OCDE (2016), OECD Product Market Regulation Statistics (base de dados).

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Aéreos Rodoviários Ferroviários

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Os preços da energia elétrica são elevados, o que prejudica a competitividade

EUR por mil quilowatt-hora pagos pelas PME industriais, 2015

4/24/2017 60Fonte: Eurostat (2016), “Electricity prices by type of user”, Tables by Themes.

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O poder da regulação evitar grandes erros!

• “Limitação do investimento for a das jurisdições que servem dos monopólios de infraestruturas” a exemplo do RU. Teria evitado aventurasno Brazil da PT

• Limitação mais estrita da tomada de posições acionistas em setores não-financeiros pelas instituições financeiras (teria evitado participação cruzadaPT-BES)

• Proibição de holdings de instituições financeiras em off-shores e limitaçãode estruturas piramidais (teria evitado colapso do BES e Banif)

• Controle apertado do risco (com parametros prudenciais) a nível micro (por exemplo, do crédito hipotecário) limitaria o endividamento galopante

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Desafios externos: Brexit

e Portugal;O Euro e a

União Europeia: que

future?

• Bexit e Portugal• Necessidade de Portugal estudar e definir uma

estratégia• Portugueses: a segunda maior comunidade no RU• Se o RU não mantiver pagamentos PT perde 10% dos

fundos• Relações históricas: políticas e económicas• Livro branco e perspetivas de negociação: falência

das negociações a 27• Futuro do Euro

• União bancária: importantes progressos• União fiscal: propostas e perspetivas

• Futuro da União Europeia• Que cenários do Livro Branco serão mais realistas e

favoráveis a Portugal• A questão da União a duas velocidades: onde

Portugal se situará?• Migrações e envelhecimento da população

portuguesa• Política externa e segurança

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Brexit e Portugal

• Wake-up call para a União• União politica atrazada em relção à união económica. Qual delas ajustar?

• O livro branco do RU e a estratégia da UE• Propõe um arranjo tipo Canadá plus• O Canadá não tem fronteiras próximas com UE (problema das migrações)• Irreconciliável com interesses da City• UE deve lutar por acordo próximo da Noruega e Suiça

• Necessidade de Portugal estudar e definir uma estratégia• Portugueses: a segunda maior comunidade no RU• Se o RU não mantiver pagamentos PT perde 10% dos fundos• Relações históricas: políticas e económicas• Livro branco e perspetivas de negociação: falência das negociações a 27

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Futuro do Euro

• União bancária: importantes progressos• Criou-se supervisor unico• Mecanismo de resolução unico• Seguros de depósitos: falta criar um backstop da União

• União fiscal: propostas e perspetivas• Orientações globais para a União• Mecanismo do PECs e défices excessivos aprofundado• Mecanismo dos Desequilibrios Excessivos• Fundo Monetário Europeu (falta aperfeiçoar)• Obrigações europeias: que tipo?• Reforçar orçamento da UE?

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Futuro da União Europeia• Os cinco cenários distinguem-se por União a duas velocidades, e• Aprofundamento ou retrocesso dos dois tipos de União• Que cenários do Livro Branco serão mais realistas e favoráveis a

Portugal. A questão da União a duas velocidades: onde Portugal se situará?• Hoje estamos no pelotão de trás, por causa do nível institucional• Crise económica de quase duas décadas (perda de peso económico)• Reduzida capacidade de representação política

• Como aprofundar a União política?• Criação de um apolítica externa e de segurança comum• Terminar a União bancária e dar passos para a União Fiscal e Social

• Tomar em conta os interesses específicos de Portugal• Fundamental acesso aos mercados e IDE da UE• Importância dos fluxos turisticos e relocalização (Portugal Florida da Europa)• Continuamos a depender dos mecanismos financeiros de ajuda• Problema da emigração, brain drain e envelhecimento da população portuguesa• Necessidade de maior cooperação empresarial e de intercâmbio de experiência a nível

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A globalização, Trump e a União Europeia

• A globalização teve um efeito fortemente positive a nível mundial• PIB mundial cresceu a 4,5% ao ano nas últimas 2 décadas, bastante acima do

histórico do século

• Acompanhado por um crescimento de cerca de 6% do comércio internacional

• A pobreza a nível mundial reduziu-se em quase meio bilião de pessoas

• Deslocalização da manufatura dos países desenvolvidos para a China e Asia do Leste

• Porém, os países desenvolvidos registaram uma maior desigualdade: curvada distribuição dos acréscimos de rendimento em forma de elefante com tromba para cima• Efeito da tecnologia que poupa mão-de-obra não qualificada

• Concorrência dos países em desenvolvimento com mão-de-obra menos qualificada

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Políticas para resolver estes problemas

• Trump propõe: elevar barreiras aduaneiras contra os países com quem osEUA têm maior deficit commercial (China, Alemanha, Mexico)- resultariaem repetição de erros dos anos 1930; restringir emigração sobretudo de não qualificados – as econ. desenvolvidas também necessitam desta mão-de-obra, pois a sua restrição levaria a uma perda de competitividade aindamaior; militarismo crescente – o que se tem que resolver são os conflitosregionais mais ajuda ao desenvolvimento mais eficaz

• Soluções apropriadas para os países desenvolvidos:• Politicas de qualificação da mão-de-obra e de mercado de trabalho mais ativas• Politicas de imigração adequadas ao envelhecimento e mercado de trabalho da UE• Intervenção mais ativa para pacificar zonas regionais de conflito• Politicas fiscais mais equitativas e pró-crescimento

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Obrigado pela atenção

• You can access my papers on the Social Science Research Network (SSRN) at: http://ssrn.com/author=1223260

• My blog associated with the book "The Portuguese Economy" is www.economiaportuguesa.com

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