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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O HABITO ALIMENTAR DE ESCOLARES ADOLESCENTES POLIANA AZEVEDO SANTOS Cuiabá-MT, fevereiro de 2019

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Page 1: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO

ESCOLAR E O

HABITO ALIMENTAR DE ESCOLARES

ADOLESCENTES

POLIANA AZEVEDO SANTOS

Cuiabá-MT, fevereiro de 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO

ESCOLAR E O

HABITO ALIMENTAR DE ESCOLARES

ADOLESCENTES

POLIANA AZEVEDO SANTOS

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato

Grosso como parte dos requisitos exigidos para

obtenção do Título de Bacharel em Nutrição, sob

orientação da professora drª Shirley F. Pereira.

Cuiabá-MT, fevereiro de 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O

HABITO ALIMENTAR DE ESCOLARES ADOLESCENTES

POLIANA AZEVEDO SANTOS

Orientadora:

Profª Drª Shirley F. Pereira

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

Julgado em: 11/02/2019

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A994r Azevedo Santos, Poliana.

Relação entre a adesão à alimentação escolar e o hábito alimentar de escolares adolescentes / Poliana Azevedo Santos. -- 2019

45 f. ; 30 cm.

Orientador: Shirley F. Pereira. TCC (graduação em Nutrição) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Faculdade de Nutrição, Cuiabá, 2019. Inclui bibliografia.

1. adolescentes. 2. habitos alimentare. 3. escolares. 4. adesão. I. Título.

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu Deus que me possibilitou realizar o meu sonho de cursar a

faculdade, sempre realizando milagres em minha vida, me amparando nos momentos de

fraqueza e me dando forças para continuar a minha jornada.

À minha mãe que deu o seu melhor para cuidar de mim, me protegeu e me orientou em

todos os momentos difíceis da minha vida, sempre me incentivando a buscar o caminho da

dignidade.

Aos meus irmãos Paulo e Geycielle Azevedo que são meus alicerces e ao amor da

minha vida, o meu sobrinho Heitor que veio ao mundo para me dar mais um motivo para

sorrir.

Sou imensamente grata por todos meus amigos, que os considero como anjos que

foram colocados por Deus em meu caminho.

Aos alunos que se dispuseram a participar desta pesquisa, fornecendo as informações

necessárias e a coordenação escolar que apoiou o estudo, prestando toda assistência à nossa

equipe.

Agradeço às minhas professoras Gabriela Dalcin, Emanuele Batistela e Patricia

Nogueira que foram mais que mestres para mim.

À todos servidores da Faculdade de Nutrição pela dedicação e compromisso com

ensino.

Agradeço especialmente à minha orientadora por toda sua paciência, compreensão e

dedicação, me auxiliando com o seu exímio conhecimento.

E por fim, a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação acadêmica.

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“De nada vale o brilho da inteligência se o coração permanece às escuras”.

(Bezerra de Menezes)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8

2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 11

2.1.OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 11

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 11

3. POPULAÇÃO E MÉTODO ..................................................................................... 12

3.1. POPULAÇÃO ......................................................................................................... 12

3.2. MÉTODO ................................................................................................................ 12

3.3. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ACEITABILIDADE .................................................. 12

3.4. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ............... 13

3.5. AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR ....................................................... 13

3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS ................................................................ 13

3.7. ANÁLISE ÉTICA DOS DADOS ............................................................................. 14

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 15

4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS ESCOLARES .............................................................. 15

4.2. GRAU DE ADESÃO E ACEITABILIDADE DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR .... 16

4.3. CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS ADOLESCENTES

......................................................................................................................................... 18

4.4. RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O HÁBITO

ALIMENTAR DOS ADOLESCENTES ......................................................................... 24

5. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 29

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 30

APÊNDICE 1 – PLANILHA DE CONSUMO ALIMENTAR ........................................ 35

ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO DE ADESÃO À MERENDA ESCOLAR ..................... 37

ANEXO 2 – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ..................... 39

ANEXO 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................. 40

ANEXO 4 – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA ACADÊMICO CIENTÍFICA

(COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA) ............................................................................. 41

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RESUMO

Este trabalho é um estudo de abordagem quantitativa, descritivo e transversal realizado em 5 escolas

públicas dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande-MT, com o objetivo de avaliar a relação entre a adesão da

alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes

com idade entre 13 e 16 anos, de ambos os sexos cursando o 9º ano do ensino fundamental. Os dados do

consumo alimentar foram coletados através de questionário, estimando a ingestão das últimas 24 horas. Para

tabulação e análise dos dados foi utilizado o programa Epi-Info versão 3.5.4. Foi utilizado o Teste do Qui-

quadrado para comparação entre a prevalência das variáveis estudadas. Os resultados mostraram que 51,2% dos

alunos gostam da alimentação oferecida pela escola e somente 1,2% afirmaram não gostar. Entre as refeições,o

maior percentual dos escolares relatou consumir principalmente o almoço (95,8%) e o jantar (91,7%). Foram

analisados os alimentos saudáveis e não saudáveisconsumidos no dia anterior por todo grupo. Entre os alimentos

saudáveis, os mais consumidos foram arroz, feijão, carnes em geral e pão e entre os alimentos não saudáveis os

mais consumidos foram os biscoitos e bolos, pirulitos, balas, chicletes e bebidas adoçadas. Não foi observada

diferença na ingestão de alimentos não saudáveis entre os jovens que consumiam habitualmente a alimentação

escolar e os que não consumiam. Dentre os alimentos saudáveis observou-se uma tendência ao maior consumono

grupo que aderiu à alimentação escolar, sendo que o leite foi mais ingerido por este grupo.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescentes; hábitos alimentares; escolares; adesão.

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ABSTRACT

This work is a quantitative, descriptive and cross-sectional study carried out in 5 public schools in the

municipalities of Cuiabá and Várzea Grande-MT, in order to evaluate the relationship between school feeding

adherence and students' eating habits. The study population consisted of 120 students aged 13 to 16 years old, of

both sexes attending the 9th year of elementary school. Food intake data were collected through a questionnaire,

estimating the intake of the last 24 hours. Epi-Info version 3.5.4 was used to tabulate and analyze the data. The

Chi-square test was used to compare the prevalence of the studied variables. The results showed that 51.2% of

students enjoy the school's nutrition and only 1.2% said they did not like it. Among meals, the highest percentage

of schoolchildren reported consuming mainly lunch (95.8%) and dinner (91.7%). We analyzed the healthy and

unhealthy foods consumed the previous day by each group. Among the healthy foods, the most consumed were

rice, beans, meats in general and bread and among the unhealthy foods the most consumed were biscuits and

cakes, lollipops, candies, chewing gums and sweetened drinks. There was no difference in the intake of

unhealthy foods among young people who routinely consumed school meals and those who did not consume.

Among the healthy foods, there was a trend towards greater consumption in the group that adhered to school

feeding, and milk was more ingested by this group.

KEY WORDS: Adolescents; feeding habits; school; children; adhesion.

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1. INTRODUÇÃO

O perfil nutricional da população brasileira tem sofrido mudanças na qualidade e

quantidade de produtos que são disponíveis, gerando um importante aumento no consumo de

alimentos que possuem um alto valor calórico que, aliado ao sedentarismo, causam sobrepeso

na população (MORATOYA et al., 2013). Para Coutinho et al. (2008), o Brasil, assim como

outros países em desenvolvimento, vivencia essa transição, determinada pela má-alimentação

e consequentemente a ocorrência da deficiência de micronutrientes, sobrepeso, obesidade e

doenças crônicas não transmissíveis coexistindo em um mesmo grupo de indivíduos.

A transição nutricional é caracterizada pela alteração do padrão dietético concomitante

a prática do estilo de vida cada vez mais sedentário, refletindo no estado nutricional e perfil de

saúde da população. O início da mudança no padrão alimentar data das últimas décadas do

século XX, período em que as populações passaram a adotar dieta rica em gordura saturada e

carboidratos simples, com um baixo teor de fibras (MONDINI, GIMENO, 2011).

Hábitos alimentares como o baixo consumo de frutas e hortaliças e a elevada ingestão

de alimentos ultraprocessados associados ao estilo de vida sedentário potencializam o

desenvolvimento de alterações metabólicas imediatas e em longo prazo podem acarretar no

surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (PEDRAZA et al., 2017).

A alimentação saudável consiste na ingestão de alimentos que ofereçam qualidade,

variedade, quantidade suficiente e que se adequem aos aspectos culturais, sociais,

econômicos, climáticos e ecológicos de cada pessoa ou grupo (PINHEIRO, 2005). Uma

alimentação adequada desempenha papel fundamental na manutenção das necessidades

básicas do organismo durante todos os estágios da vida, principalmente durante a infância e

adolescência, por refletirem na saúde do indivíduo na vida adulta (LEVY et al., 2010).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência compreende o

período entre os 10 e 19 anos (BRASIL, 2018)e é caracterizada por inúmeras alterações

biológicas, fisiológicas, de personalidade, entre outras. Devido à velocidade no crescimento

estatural e maturação sexual, os adolescentes manifestam uma demanda energética elevada

devendo sua alimentação conter características adequadas às suas necessidades.

Algumas pesquisas têm identificado hábitos alimentares inadequados nesse grupo

etário, determinado pelo baixo consumo de laticínios, frutas, hortaliças e elevada ingestão de

alimentos ricos em carboidratos simples, gorduras e sódio (SILVA et al., 2008; SOUZA et al.

,2016).

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De acordo com um estudo epidemiológico liderado pela Imperial College London e pela

OMS, no qual foi avaliado o índice de massa corporal (IMC) de cerca de 130 milhões de

pessoas do mundo inteiro com mais de 5 anos de idade, se as tendências atuais continuarem,

em 2022 poderá haver mais crianças e adolescentes com obesidade do que com desnutrição

moderada e grave (BRASIL, 2017).

No Brasil, onde a desnutrição, a fome e o aumento dos casos de obesidade merecem

uma atenção especial, nota-se a importância da implantação de medidas eficazes com o intuito

de amenizar esse problema. A alimentação saudável é reconhecida como um fator

determinante para a promoção da saúde e proteção contra doenças na vida adulta (ACIOLLY,

2009). Partindo desse pressuposto, várias estratégias são utilizadas como o Programa

Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que foi implantado com o objetivo de atender as

necessidades nutricionais dos estudantes durante o período escolar, a formação de hábitos

alimentares saudáveis, contribuir para o seu desenvolvimento físico e intelectual e

consequentemente diminuir a evasão escolar (SANTOS et al., 2008).

A alimentação escolar é um artifício utilizado pelo fato de que as instituições

educacionais acompanham diversas fases do desenvolvimento dos indivíduos beneficiados

inclusive a construção dos bons hábitos alimentares que vão ser perpetuados por toda a vida

(CARVALHO et al., 2016).

O PNAE é o mais antigo programa de alimentação escolar do Brasil sendo reconhecido

como um dos maiores programas de acesso à alimentação escolar do mundo. O governo

federal repassa o recurso financeiro aos estados, municípios e escolas federais, com base no

censo escolar do ano anterior, para custear PNAE (BRASIL, 2018). Além disso, de acordo

com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% do valor repassado, deve ser investido na compra de

produtos originados da agricultura familiar, com o intuito de estimular o desenvolvimento

econômico e sustentável local (BRASIL, 2017).

O PNAE preconiza que a alimentação escolar, também conhecida como “merenda

escolar”, seja distribuída para os alunos de toda educação básica que estejam matriculados em

escolas públicas, filantrópicas e também de entidades comunitárias (BRASIL, 2010). O

cardápio fornecido aos beneficiários deve ser elaborado por nutricionista, de acordo com a

cultura e práticas alimentares locais, atendendo as necessidades nutricionais dos estudantes e

obedecendo às legislações vigentes (BELIK, CHAIM, 2009).

Segundo Basaglia et al. (2015) a alimentação escolar é um importante fator que

estimula os alunos a frequentarem as escolas públicas, devido a precariedade da alimentação

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na sua residência, inclusive em alguns casos, chegando a representar a única refeição diária

dos estudantes.

Apesar dos esforços do governo em suplementar os estudantes em até 20% das suas

necessidades nutricionais diárias de alunos das creches, pré-escolares e escolas do ensino

fundamental, através da distribuição da merenda escolar, esse propósito só será alcançado se

houver uma elevada aceitação das refeições pelos estudantes. Teo et al. (2009), em um estudo

realizado em 21 escolas públicas estaduais e municipais do município de Chapecó, SC,

analisaram a aceitação da merenda escolar, obtendo um resultado de 70,8% de aceitabilidade

entre os escolares.Um resultado diferente foi encontrado na pesquisa de Oliveira e Luz

(2009), onde a maioria dos alunos do ensino fundamental de uma escola pública na zona oeste

do município do Rio de Janeiro, não consumiam a merenda e mesmo quando consumiam,

selecionavam os alimentos, excluindo as frutas e verduras.

Outra vertente abordada é a distinção entre adesão e aceitação da merenda escolar, pois

apesar de muitos alunos consumirem frequentemente a alimentação escolar é possível que

isso não reflita a uma aceitação e sim uma falta de opção, sendo que esta última está associada

à satisfação, ou seja, a interação positiva entre o indivíduo e o alimento ingerido (BASAGLIA

et al., 2015).

Portanto, a simples distribuição das refeições aos escolares, não garante que as metas

estabelecidas pelo governo através do PNAE sejam atingidas, sendo necessária uma

investigação mais detalhada da aceitação da merenda escolar e se ela está de acordo com os

hábitos alimentares dos estudantes.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Avaliar a relação entre a adesão da alimentação escolar e o hábito alimentar de

estudantes do ensino fundamental de escolas públicas no município de Cuiabá e VG-MT

2.2.Objetivos específicos

Caracterizar os escolares;

Verificar o índice de adesão da merenda escolar;

Determinar o grau de satisfação dos alunos quanto às refeições servidas;

Caracterizar os hábitos alimentares dos escolares;

Identificar a frequência do consumo de alimentos marcadores de alimentação

saudável e não saudável pelos escolares;

Relacionar o consumo alimentar com a adesão à alimentação escolar.

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3. POPULAÇÃO E MÉTODO

Este estudo foi desenvolvido como parte do projeto “Avaliação da regularidade e da

qualidade do Programa Nacional de Alimentação Escolar em escolas da rede estadual de

Cuiabá e Várzea Grande, MT.” - Alimentação Digoreste desenvolvido por docentes e

discentes da Faculdade de Nutrição da UFMT e pela Ouvidoria Geral da União Regional

Mato Grosso e a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso. Foi realizado um estudo

de abordagem quantitativa descritiva e transversal, do qual participaram cinco escolas

públicas estaduais, três de Cuiabá e duas de Várzea Grande, durante o ano letivo de 2018.

3.1. POPULAÇÃO

As escolas foram selecionadas entre as com nível sócio econômico médio classificadas

pelo ENEM em 2017 sendo excluídas aquelas que não tinham turmas de 9ª série ou que a

direção não concordasse em participar do estudo.

A amostra do estudo foi composta por 120 alunos de ambos os sexos, cursando o 9º ano

do ensino fundamental, dos turnos matutino e vespertino de 5 escolas públicas estaduais, da

área urbana do município de Cuiabá e Várzea Grande-MT. Este foi um estudo transversal de

abordagem quantitativa.

Como critérios de inclusão, os alunos deveriam estar cursando o 9º ano do ensino

fundamental, possuírem idade entre 13 e 18 anos, aceitarem participar do estudo e entregarem

o Termo de Compromisso Livre e Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis.

3.2. MÉTODO

A coleta dos dados foi realizada nas escolas, pela pesquisadora e pela equipe de

docentes e discentes do Curso de Nutrição previamente treinada para a pesquisa, com horário

agendado.

Foram aplicados questionários contendo perguntas sobre dados de identificação pessoal,

de aceitabilidade e adesão à merenda, e consumo alimentar (Apêndice 1 e anexo 1).

3.3. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ACEITABILIDADE

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Os alunos foram questionados quanto à satisfação em relação à merenda escolar. Os que

referiram consumir a alimentação escolar podiam escolher entre a opção "gostei", "não

gostei" e "gostei de algumas". Para classificar o grau de aceitabilidade foi considerado o

critério do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE), sendo que quando a

amostra apresentar um percentual maior ou igual a 85% nas opções “gostei”, quando for

utilizada a escala hedônica, é considerada como alta aceitabilidade (BRASIL, 2017).

3.4. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Os estudantes responderam questões referentes ao seu hábito de consumir a refeição

escolar. Para calcular o índice de adesão, foram desconsiderados os alunos que relataram não

consumir ou consumir a refeição escolar esporadicamente (de um a dois dias por semana).

Como critério de classificação foram utilizados os pontos de corte recomendados pelo

PNAE, que foram obtidos em um estudo realizado pela Faculdade de Engenharia de

Alimentos da Universidade de Campinas (VIEIRA, 1981). Este autor classificou a adesão dos

escolares em quatro categorias: alto (acima de 70% dos estudantes), médio (50 a 70%), baixo

(30 a 50%) e muito baixo (menor que 30%).

O número de estudantes que afirmaram consumir a alimentação regularmente (entre três

e cinco dias por semana) foi multiplicado por 100 e dividido pelo número total de

participantes.

3.5. AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR

Uma planilha de consumo alimentar (Apêndice 1), foi utilizada para estimar a ingestão

alimentar dos adolescentes nas últimas 24 horas. Essa planilha foi adaptada do modelo dos

Marcadores de Consumo Alimentar (BRASIL, 2015) utilizado em Unidades Básicas de Saúde

(UBS).

3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Para tabulação e análise dos dados foi utilizado o programa Epi-Info versão 3.5.4. Os

resultados foram apresentados sob a forma de frequências, e aplicado o Teste do Qui-

quadrado para comparação entre a prevalência das variáveis estudadas. Para significância

estatística foi considerado o nível de confiança de 95% (p <0,05).

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Os resultados com diferenças significativas foram destacados com *.

3.7. ASPECTOS ÉTIC0S

O presente estudo foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Área

de Saúde da UFMT (CEP-SAÚDE) sob o CAAE 87454918.9.0000.8124e aprovado em

04/06/2018 (Anexo 4).

Os estudantes foram convidados a participar da pesquisa através de um Termo de

Assentimento (Anexo 2) sendo esclarecidos previamente quanto aos objetivos e descrição da

mesma. Os escolares receberam duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Anexo 3), a fim de obter a autorização do responsável legal pelo aluno, sendo devolvidos

devidamente assinados pelos pais ou responsáveis, após o consentimento, uma via

permanecendo sob sua posse e a outra entregue e arquivada pelo entrevistador.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS ESCOLARES:

Participaram do estudo adolescentes cursando o 9ª ano do Ensino Fundamental, de 5

escolas públicas dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, sendo excluídos da pesquisa

aqueles que não responderam ao formulário de hábitos alimentares ou não apresentaram o

TCLE assinado pelos pais, totalizando 120 escolares analisados.

Observa-se na tabela 1 que 38,3% eram do sexo masculino e 61,7% do sexo feminino,

com idades entre 13 e 16 anos, sendo que a maioria (80,8%) possuía 14 anos no momento do

estudo.

Tabela 1: Caracterização dos adolescentes das escolas estaduais avaliadas

(Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):

Variável N %

Sexo

Masculino 46 38,3

Feminino 74 61,7

Idade

13 anos

14 anos

15 anos

16 anos

4

97

16

03

3,3

80,8

13,3

2,5

Escola

Dr Estevão Alves Correa

Prof João Crisóstomo de Figueiredo

Dep. Salim Nadaf

Profª Eliane Digigov Santana

Maria Leite Markoski

26

23

19

24

28

21,7

19,2

15,8

20,0

23,3

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16

4.2.GRAU DE ADESÃO E ACEITABILIDADE DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR:

Entre os participantes do estudo, 54,2% (n=65) afirmaram consumir habitualmente a

merenda escolar (de 3 a 5 dias por semana) e 45,8% (n=55) não. Resultado semelhante ao

encontrado foi observado por Nascimento et al. (2016), em seu estudo realizado em três

escolas do ensino fundamental do município de Itapetinga, BA, cujo percentual de adesão ao

programa em uma das escolas avaliadas,foi de57%, sendo que as demais atingiram um

percentual satisfatório (83% e 94%).

Ao observar os índices de adesão em cada unidade escolar (tabela 2), nota-se uma baixa

adesão à merenda escolar nas escolas Profª Eliane Digigov Santana, Prof João Crisóstomo de

Figueiredo e Dep. Salim Nadaf, respectivamente (42,1%, 47,8%, 48,0%) e média adesão nas

escolas Drº Estevão Alves Correa, Maria Leite Markoski. As escolas participantes eram todas

de áreas urbanas da grande Cuiabá, não apresentado grande diferença de adesão entre elas. A

localização em áreas de menor poder aquisitivo pode ser um determinante do aumento da

adesão por parte dos alunos.

Um resultado diferente foi encontrado no estudo de Flávio et al. (2004) que ao analisar

a adesão da merenda escolar por alunos do Ensino Fundamental de uma escola Estadual do

município de Lavras em Minas Gerais, verificaram uma adesão de 72%. Por outro lado, na

pesquisa de Oliveira e Luz (2009), a maioria dos alunos do Ensino Fundamental de uma

escola pública na zona oeste do município do Rio de Janeiro, não consumiam a merenda e

mesmo quando consumiam, selecionavam os alimentos, excluindo as frutas e verduras.

Valentim et al (2017), verificaram os fatores associados à adesão à alimentação escolar

entre adolescentes de escolas da rede pública estadual do município de Colombo no estado do

Paraná e constataram que a maior adesão estava entre os adolescentes com menor renda

familiar, ao menor consumo de alimentos que não os da alimentação escolar, entre os que

consideravam a alimentação escolar como saudável e entre os escolares que consideravam o

espaço do refeitório adequado.

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Tabela2: Adesão à alimentação escolar dos adolescentes por escola

participante (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):

Escola N %

Drº Estevão Alves Correa

Profº João Crisóstomo de Figueiredo

Profª Eliane Digigov Santana

Maria Leite Markoski

Dep. Salim Nadaf

17

11

08

17

12

68,0

47,8

42,1

60,7

48,0

Total 65 54,2

Apesar da adesão média encontrada quando considerados todos os alunos, é notável a

adoção de hábitos alimentares inadequados, pois 72,5% dos escolares (n=87) afirmaram

comprar lanche na cantina da escola (tabela 3).Entre os adolescentes que consumiam

regularmente a merenda escolar, 73,8% compravam lanche na cantina da escola, enquanto que

67,2% dos que não consumiam a merenda regularmente, compravam alimentos na cantina.

Carlini et al. (2015) observaram um resultado semelhante em seu estudo realizado com

alunos do ensino médio integrado aos cursos técnicos do Instituto Federal do Sertão

Pernambucano no qual 76,79% dos escolares entrevistados consumiam o lanche adquirido na

cantina mesmo havendo um alto índice de adesão da merenda escolar (98,21%). Os autores

ainda observaram que os alunos ao consumirem alimentos da cantina optavam pelos não

saudáveis, destacando a necessidade da realização de atividades de educação alimentar e

nutricional.

Carvalho et al. (2016)destacam que o alto consumo de alimentos industrializados

oriundos de casa ou de cantinas escolares que geralmente são pobres em nutrientes deve

receber uma atenção especial por estarem associados ao surgimento da obesidade entre os

escolares.

Em um estudo sobre o comportamento alimentar dos estudantes, realizado em 6

instituições públicas do município de Campinas, SP, ao observar a influência do convívio do

PNAE e das cantinas, foi possível perceber que conforme crescia a frequência de adesão ao

programa, havia uma redução na frequência de adesão à cantina (DANELON et al., 2008),

realidade não encontrada em nosso estudo.

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Tabela3: Distribuição das respostas dos alunos quanto à compra de lanches

nas cantinasdas escolas estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea

Grande, MT, 2018):

Compram lanche N %

Sim 87 72,5

Não 33 27,5

Total 120 100

Entre os alunos que habitualmente utilizam a alimentação escolar, foi analisado o grau

de satisfação em relação às preparações servidas. Pode-se notar na tabela 4, que a maior parte

dos adolescentes gosta de todas as refeições servidas (51,2%), sendo que apenas uma minoria

(1,2%) afirma não gostar da alimentação escolar.Entre as refeições mais citadas pelos

escolares que menos os agradavam estava a farofa, que era julgada como seca ou que não

tinha nenhuma bebida para acompanhar, a polenta, o biscoito servido juntamente com o suco,

leite ou iogurte e o pão que é servido com ou sem bebida como acompanhamento. De acordo

com o critério estabelecido pelo FNDE para a aceitabilidade do PNAE, quando o percentual

mínimo atinge 85% é considerada uma alta aceitabilidade da alimentação escolar, por parte

dos alunos (BRASIL, 2017). Assim, o resultado encontrado nas escolas investigadas,

demonstra que a aceitabilidade da merenda presente no cardápio está abaixo do índice

determinado pelo FNDE.

Tabela4: Grau de satisfação da refeição dos adolescentes das escolas

estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):

Alimentação escolar N %

Gosta

Não gosta

Gosta de algumas

43

01

40

51,2

1,2

47,6

4.3.CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS ADOLESCENTES:

Page 21: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

19

Ao observar a tabela 5, nota-se que apenas 24,2% dos adolescentes costumam realizar

as 6 refeições diárias, enquanto que a maioria deles (29,2%) costumam fazer 4 refeições

durante o dia, sendo que o almoço é a mais comum (95,8%), seguida do jantar (91,7%),

enquanto que a colação (45,8%) e a ceia (40,8%) respectivamente, são as refeições que eles

afirmaram menos realizar (tabela 6).

Esse resultado foi divergente do resultado obtido por Araki et al. (2011), ao avaliarem o

padrão de refeições realizadas por adolescentes que frequentavam escolas técnicas na cidade

de São Paulo, onde apenas 49% dos estudantes relataram realizar todos os dias o café da

manhã, 65% o almoço e 51% o jantar.

Alguns estudos afirmam que existe uma relação entre o consumo do café da manhã e a

faixa etária, sendo que há um aumento no consumo dessa refeição entre os adultos e em

contrapartida, diminui o consumo entre crianças e adolescentes (TRANCOSO et al., 2010).

Após um estudo de revisão de artigos, Rampersaud et al. (2005) constataram que

mesmo variando a qualidade do café da manhã entre os estudos, as crianças que relataram

consumir essa refeição, expressaram perfis nutricionais superiores aos colegas que não

consumiam, o que torna preocupante observarmos que somente 62,5% dos nossos avaliados

consumiam esta refeição.

Levy et al. (2010), ao analisarem os hábitos alimentares de adolescentes que cursavam o

9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas das 26 capitais de estados

brasileiros e do Distrito Federal no ano de 2009, uma característica encontrada foi a omissão

das refeições como o desjejum e almoço ou mesmo a sua substituição por lanches rápidos e de

baixo valor nutricional, apenas com o objetivo de sanar a fome ou mesmo por compulsão.

Page 22: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

20

Tabela5: Número de refeições consumidas diariamente pelos adolescentes

das escolas estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT,

2018):

Nº de refeições N %

1

2

3

4

5

6

05

13

17

35

21

29

4,2

10,8

14,2

29,2

17,5

24,1

Total 120 100

Tabela6: Refeições consumidas diariamente pelos adolescentes das escolas

estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):

Refeições consumidas N %

Desjejum

Colação

Almoço

Lanche

Jantar

Ceia

75

55

115

93

110

49

62,5

45,8

95,8

77,5

91,7

40,8

Com base nos dados de consumo de alimentos marcadores de alimentação saudável

analisados na tabela 7, observa-se um alto consumo de arroz (97,5%), carne em geral (83,3%),

feijão (79,2%) e pão (74,2%). Em relação ao consumo de frutas, apenas 35,0% referiram

consumir nas últimas 24 horas, sendo que o resultado encontrado ainda foi ainda menor em

relação ao consumo de legumes (23,3%). Entre os alimentos que são importantes fontes de

proteína, o leite foi o segundo mais consumido (51,7%) sendo que o primeiro foi a carne.

Page 23: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

21

Algumas pesquisas têm identificado hábitos alimentares inadequados nesse grupo

etário, determinado pelo baixo consumo de laticínios, frutas e hortaliças e elevada ingestão de

alimentos ricos em carboidratos simples, gorduras e sódio (SILVA et al., 2008; SOUZA et al.,

2016), em concordância com os nossos dados.

Pegolo e Silva (2010) apontam para um baixo índice de consumo de leite e derivados

entre os adolescentes, podendo ser explicado pela substituição do leite por bebidas de baixo

valor nutritivo, a omissão do café da manhã, além do custo dos alimentos que são fontes de

cálcio. Entretanto, Leal et al. (2010) verificaram em uma escola pública do município de

Ilhabela, SP, que dentre os alimentos mais consumidos em substituição às refeições

principais, encontrava-se o leite e o achocolatado.

O baixo consumo de alimentos como legumes, frutas e verduras, implica na ingestão

insuficiente de fibras, sendo a sua ingestão adequada associada à manutenção da saúde e a

prevenção de doenças (MAICHAKI et al., 2014). De acordo com alguns estudos o consumo

adequado das fibras ainda parece reduzir o risco de desenvolvimento de algumas doenças

crônicas e de desordens gastrointestinais, além de auxiliar na melhora dos níveis de lipídeos

séricos, redução dos níveis da pressão arterial, atua no controle da glicemia em pacientes

diabéticos, auxilia na redução do peso corporal e ainda atua na melhora do sistema

imunológico (BERNAUD e RODRIGUES, 2013).

Page 24: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

22

Tabela7: Frequência no consumo de alimentos marcadores de alimentação

saudável dos adolescentes das escolas estaduais avaliadas (Cuiabá e

Várzea Grande, MT, 2018):

Alimentos N %

Arroz 117 97,5

Feijão 95 79,2

Frutas 42 35,0

Legumes 28 23,3

Verduras 52 43,3

Mandioca, batata 37 30,8

Farinha/farofa 30 25,0

Macarrão 41 34,2

Pão 89 74,2

Leite 62 51,7

Queijos 23 19,2

Ovos 42 35,0

Carnes em geral 100 83,3

Fígado, moela 07 6,7

Café 66 55,0

Chás 23 19,2

Sucos naturais 51 42,5

Iogurte/beb. Láctea 36 30,0

Vitaminas 19 15,8

Oleaginosas (castanhas, nozes,

amendoim)

11 9,2

LEVY et al.(2010), ao realizarem uma análise dos dados de uma pesquisa

epidemiológica no qual o público alvo eram adolescentes de 14 a 19 anos regularmente

matriculados no sistema de ensino público, constataram que houve uma variação de 31,3% a

57,4% de alunos que consumiam regularmente alimentos marcadores de alimentação

saudável, sendo que a proporção daqueles que consumiam feijão e leite era maior do que

Page 25: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

23

aqueles que consumiam hortaliças e frutas e dentre estes, 20% relataram não haver consumido

leite, frutas ou hortaliças na semana anterior à pesquisa.

Na tabela 8 nota-se que entre os alimentos marcadores de alimentação não saudável,

os mais consumidos são os biscoitos e bolos (68,3%), pirulitos, balas e chicletes (67,5%) e as

bebidas adoçadas (65,0%). Os menos consumidos foram os enlatados (16,7%), sobremesas

(20,8%) e batata frita (20,0%).

Tabela8: Frequência no consumo de alimentos marcadores de alimentação

não saudável dos adolescentes das escolas estaduais avaliadas

(Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):

Alimentos N %

Macarrão instantâneo 29 24,2

Margarina 74 61,7

Bebidas adoçadas 78 65,0

Pirulitos, balas, chicletes 81 67,5

Sorvete, sacolé, cremosinho 30 25,0

Chocolates 45 37,5

Biscoitos salgados e doces, bolos 82 68,3

Salgados, salgadinho 54 45,0

Fast-food (lanche) 39 32,5

Batata frita 24 20,0

Enlatados (milho, ervilha) 20 16,7

Sobremesa (pudim, mousse) 25 20,8

Zanini et al. (2013), ao analisarem o consumo geral de refrigerantes e doces entre

adolescentes da rede pública estadual de Caruaru em Pernambuco no ano de 2007,

observaram um consumo elevado destes alimentos (90,9% e 95,4% respectivamente). O Guia

Alimentar para a População Brasileira recomenda que os alimentos denominados

ultraprocessados como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes e macarrão

instantâneo, sejam evitados por serem nutricionalmente desbalanceados. Orienta ainda para a

substituição das sobremesas industrializadas pelas caseiras, dos refrigerantes, bebidas lácteas

Page 26: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

24

e biscoitos recheados pela água, leite e frutas, e a substituição de produtos que não necessitam

de preparação culinária por comidas preparadas na hora (BRASIL, 2014).

4.4. RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O HÁBITO

ALIMENTAR DOS ADOLESCENTES:

Ao relacionar a adesão da merenda escolar com o consumo de alimentos marcadores de

alimentação saudável, observa-se que em geral os adolescentes que aderem à alimentação

escolar apresentam um consumo semelhante ou superior dos alimentos considerados

saudáveis, do que os alunos que não aderiram à alimentação ofertada pela escola, entretanto

apenas em relação ao leite foi observada diferença significativa entre os dois grupos. Os

alimentos que apresentaram maior diferença foram os legumes, as verduras, leite, queijos, pão

e vitaminas.

Dentre os alimentos marcadores de alimentação saudável, os sucos naturais seguidos do

iogurte foram os alimentos que apresentaram maior consumo entre os escolares que não

consumiam regularmente a merenda escolar, em comparação aos que consumiam. Destaca-se

que apesar de serem considerados saudáveis, são alimentos que sofrem algum tipo de

processamento na sua fabricação.

Page 27: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

25

Tabela9: Relação entre a adesão à alimentação escolar e o hábito de consumo

de alimentos saudáveis dos adolescentes das escolas estaduais

avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):

Alimentos Adesão à alimentação escolar p valor

M.A.S. Sim (n=65) Não (n=55)

N % N %

Arroz 64 98,5 53 96,4 0,463

Feijão 53 81,5 42 76,4 0,486

Frutas 23 35,4 19 34,5 0,923

Legumes 18 27,7 10 18,2 0,219

Verduras 32 49,2 20 36,4 0,156

Mandioca, batata 20 30,8 17 30,9 0,986

Farinha/farofa 20 24,6 14 25,5 0,915

Macarrão 22 33,8 19 34,5 0,935

Pão 52 80,0 37 67,3 0,112

Leite 39 60,0 23 41,8 0,047*

Queijos 15 23,1 8 14,5 0,236

Ovos 22 33,8 20 36,4 0,773

Carnes em geral 55 84,6 45 81,8 0,682

Fígado, moela 5 7,7 3 5,5 0,624

Café 35 53,8 31 56,4 0,782

Chás 13 20,0 10 18,2 0,800

Sucos naturais 23 35,4 28 50,9 0,086

Iogurte/beb. Láctea 16 24,6 20 36,4 0,161

Vitaminas 13 20,0 6 10,9 0,174

Oleaginosas (castanha,

nozes, amendoim)

6 9,2 5 9,1 0,978

Com base nos dados apresentados na tabela 10, observa-se que, entre os alimentos

marcadores de alimentação não saudável, o consumo foi semelhante entre os dois grupos

sendo que o macarrão instantâneo e os doces (pirulitos, balas e chicletes) foram os que

apresentaram maior percentual de consumo entre os escolares que consomem frequentemente

a alimentação escolar do que entre os que não consomem ou consomem esporadicamente.

Page 28: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

26

Nota-se que o hábito de ingestão de alimentos não saudáveis foi maior em quase todos os

itens entre os que consomem a alimentação escolar. Entretanto, os alimentos que obtiveram

percentual superior mesmo não havendo diferença estatisticamente significativa entre os

alunos que relataram não consumirem frequentemente a alimentação escolar em relação aos

que aderem à merenda, foram os salgados e salgadinhos e a batata frita. Esse resultado pode

ser explicado pela substituição das refeições principais, por lanches industrializados e que

muitas vezes possuem um alto teor de gordura, açúcares e sódio.

Teixeira et al. (2012), ao avaliarem a prevalência da substituição do almoço e do jantar

por lanches entre adolescentes do ensino médio de uma escola técnica do município de São

Paulo, constataram que um terço dos avaliados substituíram o almoço e metade deles

substituíram o jantar por lanches, sendo que os sanduíches, salgados, pizzas e hambúrgueres

estavam entre os principais substitutos das refeições.

Nascimento et al. (2015) observaram em seu estudo que entre os alimentos mais aceitos

pelos alunos se destacaram o bolo, suco e cachorro quente, tendo em vista que essas

preparações apresentavam características que se assemelhavam com lanche. Os autores ainda

justificam o resultado encontrado pela tendência dos alunos em associarem a merenda escolar

a um lanche e não a uma refeição, ressaltando a necessidade de adequação do cardápio às

preferências dos escolares.

Page 29: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

27

Tabela10: Relação adesão à alimentação escolar e o hábito de consumo de

alimentos não saudáveis dos adolescentes das escolas estaduais

avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):

Alimentos Adesão à alimentação escolar p valor

M.A.N.S. Sim (n=65) Não (n=55)

N % N %

Macarrão instantâneo 20 30,8 9 16,4 0,066

Margarina 43 66,2 31 56,4 0,271

Bebidas adoçadas 45 69,2 33 60,0 0,316

Pirulitos, balas,

chicletes

49 75,4 32 58,2 0,044*

Sorvete, sacolé,

cremosinho

16 24,6 14 25,5 0,915

Chocolates 23 35,4 22 40,0 0,602

Biscoitos salgados e

doces, bolos

45 69,2 37 67,3 0,818

Salgados, salgadinhos 27 41,5 27 49,1 0,407

Fast-food (lanche) 22 33,8 17 30,9 0,732

Batata frita 12 18,5 12 21,8 0,646

Enlatados (milho,

ervilha)

13 20,0 7 12,7 0,286

Sobremesa (pudim,

mousse)

16 24,6 9 16,4 0,267

Page 30: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

28

A partir dos dados obtidos observamos que são poucas as diferenças entre os hábitos

dos adolescentes que consomem a alimentação escolar e dos que não consomem, inclusive em

relação ao uso das cantinas. Estes resultados permitem algumas considerações sobre os

objetivos do PNAE como a realização da educação alimentar e nutricional ea adaptação da

refeição servida de acordo com os hábitos alimentares dos alunos, sendo este último, um

importante aspecto que irá influenciar na adesão e aceitabilidade da refeição escolar pelos

estudantes.

É imprescindível também que as cantinas escolares disponham de opções mais

saudáveis de lanches, contribuindo com as necessidades apresentadas por esse público,

facilitando e estimulando escolhas alimentares mais benéficas para a saúde dos alunos.

A amostra estudada foi limitada para maiores conclusões e muitos estudos ainda devem

ser realizados em relação à efetiva melhora do hábito alimentar desses adolescentes, mas já

pode ser um indicativo das intervenções que os gestores do PNAE deverão enfrentar em

futuro próximo.

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5. CONCLUSÕES

A partir dos resultados obtidos em nosso estudo, podemos concluir que:

- Os jovens estudados eram na maioria do sexo feminino, com 14 anos, distribuídos de

forma semelhante entre as cinco escolas pesquisadas.

- A adesão dos estudantes à alimentação escolar foi considerada média, de acordo com

os valores de referência recomendado pelo FNDE. Contudo, três escolas tiveram uma baixa

adesão quando se observou isoladamente os resultados, enquanto que as demais mantiveram a

média adesão.

- A maioria dos alunos referiu gostar das refeições servidas pelas escolas. Entre eles,

apenas 1,2% afirmaram não gostar das preparações servidas.

- Em relação ao número de refeições diárias realizadas pelos alunos, as quantidades

mais referidas foram 4 e 6. Entre as refeições diárias, os escolares relataram consumir

principalmente o almoço e jantar e menos consumir a ceia e colação.

- Dentre os alimentos marcadores de alimentação saudável os mais consumidos pelos

alunos foram o arroz, carnes em geral, feijão e pão. Entretanto, os resultados apontaram para

um abaixo consumo de frutas, legumes e verduras. Entre os alimentos marcadores de

alimentação não saudável houve um alto consumo de biscoitos doces e salgados, bolos,

pirulitos, balas e chicletes e bebidas adoçadas.

- Quando relacionamos os alimentos marcadores de alimentação saudável com a adesão

à merenda escolar, observamos que estes eram mais consumidos pelos que ingeriam

habitualmente a merenda, sendo esta diferença significativa em relaçãoà ingestão do leite.

- A ingestão dos alimentos marcadores de alimentação não saudável foi semelhante entre

os dois grupos, sendo muitas vezes mais consumidos pelos adolescentes que aderiam à

alimentação escolar.

Page 32: RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ......alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes A população estudada

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Velho, Rondônia. Rev. Saber Científ., Porto Velho, v. 1, n. 2, p. 100 - 11, 2008.

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SOUZA,A. M. et al.ERICA: ingestão de macro e micronutrientes em adolescentes brasileiros.

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Pediatr., v. 30, n. 3, p. 330-7,2012.

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de escolas públicas estaduais de Colombo, Paraná, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 33, n. 10,

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VIEIRA, I. C. Métodos de aceitação em merenda escolar. 1981. Dissertação (Mestrado) –

Faculdade de Engenharia de Alimentos e Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, São

Paulo, 1981.

ZANINI, R. V. et al. Consumo diário de refrigerantes, doces e frituras em adolescentes do

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APÊNDICE 1 –PLANILHA DE CONSUMO ALIMENTAR

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO

Unidade Educativa:

Turno: matutino Série: Turma:

Data da coleta de dados:

Nome do aluno:

Data de Nascimento: Idade:

Sexo: ( )Feminino ( )Masculino

PLANILHA DE CONSUMO ALIMENTAR

1.Quais refeições você faz ao longo do dia?

( ) Café da manhã ( ) Lanche da manhã ( ) Almoço ( )Lanche da tarde ( ) Jantar ( )Ceia

2.Você tem costume de realizar suas refeições assistindo TV, mexendo no

computador ou celular?

( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

3.Ontem você consumiu:

Arroz ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Feijão ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Frutas frescas (Banana, Laranja, Maçã, Uva, Caju, Manga, Mamão, abacate, abacaxi,

goiaba, maracujá, melancia, ameixa, acerola, morango, cajá-manga, jaca, pêssego, pêra,

caqui, coco, amora, framboesa, tangerina)

( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Legumes? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Verduras? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Mandioca, Batata? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Farinha de mandioca/ farofa? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Macarrão? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Pão?( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

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Leite integral? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Queijo? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Ovo? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Carne bovina, frango ou peixe? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Fígado/moela? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Café ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Chá ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Suco natural ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Iogurte/bebida láctea ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Vitamina ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Oleaginosas(castanha, nozes, amendoim) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Macarrão Instantâneo (miojo) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Margarina? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Bebidas adoçadas (refrigerante, suco de caixinha, suco de pó, água de coco de caixinha,

xaropes de guaraná/groselha)

( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Pirulitos, balas, chicletes? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Sorvete, sacolé, cremosinho? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Chocolate? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Biscoito Salgado, doce, bolos ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Salgados, Salgadinhos ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Fast-food (lanches) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Batata frita ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Enlatados (milho, ervilha) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Sobremesas (pudim, mousse) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Cachorro quente ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

Pizza ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe

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ANEXO 1 –QUESTIONÁRIO DE ADESÃO À MERENDA ESCOLAR

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ANEXO 2– TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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ANEXO 3– TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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ANEXO 4–AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA ACADÊMICO CIENTÍFICA

(COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA)

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