relaÇÃo azevÉm anual (lolium multiflorum lam.)- … · anatomia e fisiologia digestória do...

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Arch. Zootec. 60 (R): 41-54. 2011. Recibido: 23-9-10. Aceptado: 13-4-11. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA RELAÇÃO AZEVÉM ANUAL (LOLIUM MULTIFLORUM LAM.)- RUMINANTE ANNUAL RYEGRASS (LOLIUM MULTIFLORUM LAM.)-RUMINANT RELATION De Conto, L. 1 , Sganzerla, D.C. 1 , Pedroso, C.E.S. 1 e Monks, P.L. 1 1 Departamento de Zootecnia. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas-RS. Brasil. [email protected] PALAVRAS CHAVE ADICIONAIS Bocado. Características estruturais. Desempenho animal. Morfogênese. Produção de forragem. Tempo de pastejo. ADDITIONAL KEYWORDS Animal performance. Bite. Forage production. Grazing time. Morphogenesis. Structural charac- teristics. RESUMO O azevém anual é a espécie forrageira de estação fria mais cultivada para pastejo no Sul do Brasil. Suas interessantes características forrageiras aliadas à reduzida produção da maior parte das espécies nativas durante o período de baixas temperaturas justificam a utilização em larga escala. Entretanto, o desconhecimento de suas características morfofisiológicas, bem como do hábito de pastejo dos animais, podem resultar em ganhos de produto animal e vegetal muito inferior ao potencial produtivo. Conforme a produção literária até o presente momento, o adequado manejo desta gramínea deve ter perío- dos entre desfolhas de 300 a 500 GD e ofertas de matéria seca entre 8 e 18% do peso corporal dos animais, as quais possibilitam maiores produções, tanto vegetal como animal. As ofertas próximas a 8% PV favorecem o desempenho animal por área; enquanto que, as ofertas próximas a 18% PV, o desempenho individual, independe do sistema de pastoreio adotado. Outros fatores de importante impacto nas características morfofisiológicas da pastagem e no comportamento dos animais em pastejo são abordados no presente artigo para de orientar o manejo dos animais em azevém anual e fornecer subsídios para futuras pesquisas. SUMMARY Italian ryegrass is the annual cool season forage species more cultivated for grazing in southern Brazil. Its interesting forage charac- teristics, in addition to the reduced production of native pasture species during low temperatures period (Autumn-Winter) justify its large scale utilization. However, the lack of knowledge of annual ryegrass morphophysiologic characteris- tics, as well as the grazing behavior of animals, may result in animal and vegetal production gain below the real productive potential. Research data results, up to the present time, show that the adequate management of this grass species suggests defoliation periods between 300 and 500 GD and dry matter availability between 8 and 18% of animal live weight, which allow greater animal and plant production. Dry matter offer near 8% of live weight (PV) favor animal performance per area, whereas forage offer close to 18% of animal live weight favor the individual animal per- formance, independently of the grazing system utilized. Other factors of important impact on morpho-physiologic characteristics of the pasture and animal grazing behavior are discussed in this paper, to serve as guideline for the management of animals, in Italian ryegrass pastures and furnish subsides to future research. INTRODUÇÃO A relação com a planta começa muito cedo na vida do ruminante O sabor da forragem é passado inicialmente através do útero. Logo esta relação é intensificada através da observação e reprodução do

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Page 1: RELAÇÃO AZEVÉM ANUAL (LOLIUM MULTIFLORUM LAM.)- … · anatomia e fisiologia digestória do animal. Além destas questões, ... fim de que o desembolso efetuado para a introdução

Arch. Zootec. 60 (R): 41-54. 2011.Recibido: 23-9-10. Aceptado: 13-4-11.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

RELAÇÃO AZEVÉM ANUAL (LOLIUM MULTIFLORUM LAM.)-RUMINANTE

ANNUAL RYEGRASS (LOLIUM MULTIFLORUM LAM.)-RUMINANT RELATION

De Conto, L.1, Sganzerla, D.C.1, Pedroso, C.E.S.1 e Monks, P.L.1

1Departamento de Zootecnia. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas.Pelotas-RS. Brasil. [email protected]

PALAVRAS CHAVE ADICIONAIS

Bocado. Características estruturais. Desempenhoanimal. Morfogênese. Produção de forragem.Tempo de pastejo.

ADDITIONAL KEYWORDS

Animal performance. Bite. Forage production.Grazing time. Morphogenesis. Structural charac-teristics.

RESUMO

O azevém anual é a espécie forrageira deestação fria mais cultivada para pastejo no Sul doBrasil. Suas interessantes característicasforrageiras aliadas à reduzida produção da maiorparte das espécies nativas durante o período debaixas temperaturas justificam a utilização emlarga escala. Entretanto, o desconhecimento desuas características morfofisiológicas, bem comodo hábito de pastejo dos animais, podem resultarem ganhos de produto animal e vegetal muitoinferior ao potencial produtivo. Conforme aprodução literária até o presente momento, oadequado manejo desta gramínea deve ter perío-dos entre desfolhas de 300 a 500 GD e ofertas dematéria seca entre 8 e 18% do peso corporal dosanimais, as quais possibilitam maiores produções,tanto vegetal como animal. As ofertas próximas a8% PV favorecem o desempenho animal por área;enquanto que, as ofertas próximas a 18% PV, odesempenho individual, independe do sistema depastoreio adotado. Outros fatores de importanteimpacto nas características morfofisiológicas dapastagem e no comportamento dos animais empastejo são abordados no presente artigo para deorientar o manejo dos animais em azevém anual efornecer subsídios para futuras pesquisas.

SUMMARY

Italian ryegrass is the annual cool seasonforage species more cultivated for grazing insouthern Brazil. Its interesting forage charac-

teristics, in addition to the reduced production ofnative pasture species during low temperaturesperiod (Autumn-Winter) justify its large scaleutilization. However, the lack of knowledge ofannual ryegrass morphophysiologic characteris-tics, as well as the grazing behavior of animals,may result in animal and vegetal production gainbelow the real productive potential. Research dataresults, up to the present time, show that theadequate management of this grass speciessuggests defoliation periods between 300 and500 GD and dry matter availability between 8 and18% of animal live weight, which allow greateranimal and plant production. Dry matter offer near8% of live weight (PV) favor animal performanceper area, whereas forage offer close to 18% ofanimal live weight favor the individual animal per-formance, independently of the grazing systemutilized. Other factors of important impact onmorpho-physiologic characteristics of the pastureand animal grazing behavior are discussed in thispaper, to serve as guideline for the managementof animals, in Italian ryegrass pastures and furnishsubsides to future research.

INTRODUÇÃO

A relação com a planta começa muitocedo na vida do ruminante O sabor daforragem é passado inicialmente através doútero. Logo esta relação é intensificadaatravés da observação e reprodução do

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Archivos de zootecnia vol. 60 (R), p. 42.

DE CONTO, SGANZERLA, PEDROSO E MONKS

comportamento materno e, posteriormente,pela relação entre animais de idadessemelhantes (Halphs e Provenza, 1999).Deste modo, ao longo dos séculos, osruminantes vêm construindo, ajustando eaprimorando suas estratégias de forra-geamento e, por conseguinte, co-evoluindocom o ambiente de pastejo.

Neste sentido, a manutenção dos animaisem pastejo é um importante aspecto a serconsiderado para o sucesso da pecuáriacomercial. Isto porque, além da preservaçãode atividades essenciais, tais como:deslocamento para procura dos melhoreslocais de pastejo, de sombra, de água,também ocorre o fornecimento de um ali-mento de baixo custo e compatível com aanatomia e fisiologia digestória do animal.

Além destas questões, a ação de mantero ruminante no pasto para a expressão doseu comportamento natural transmite umaimagem positiva ao mercado consumidor oqual está disposto a um maior desembolsopelos diferentes produtos de origem animal(Osório et al., 2002). No entanto, apenasmanter os animais no pasto não é garantiade elevada produtividade e bem-estar. Nanatureza, muitas vezes a produção deforragem não está de acordo com anecessidade nutricional dos imensosrebanhos que, por exemplo, habitam assavanas africanas. Uma parte significativadestes animais é vítima de intenso sofri-mento, pois padece por inanição. Destemodo, na criação de animais domésticos, aescolha da pastagem de acordo com anecessidade nutricional dos animais e oajuste da taxa de lotação ao adequadocrescimento e consumo de forragem sãopráticas de manejo fundamentais para amelhoria do desempenho e do bem-estaranimal.

No Sul do Brasil, a pastagem nativacontribui com mais de 90% da alimentaçãode bovinos, ovinos e outros herbívorosdomésticos e selvagens que condicionam amanutenção da dinâmica deste agro-

ecossistema. Entretanto, a maior parte dasespécies forrageiras aí presentes, apesar daboa qualidade, tem seu crescimentopraticamente paralisado em função dasbaixas temperaturas nas estações de outonoe inverno, o que ocasiona importanterestrição alimentar aos rebanhos (Boldrini,1993). Deste modo, a adoção de pastagemcultivada de estação fria, como o azevémanual (Lolium multiflorum Lam.), é umaopção que visa manter altas produções dematéria seca com alta qualidade para aten-der a demanda nutricional dos animais a umbaixo custo.

O azevém anual está plenamente adapta-do às condições edafoclimáticas do Sul doBrasil, é bem aceito pelos animais, produzforragem de alto valor nutritivo, tolera opisoteio e apresenta boa capacidade de re-brote (Pedroso et al., 2004a). Contudo,variações dos fatores bióticos e abióticospodem resultar em significativas mudançasna produção e na qualidade da forragem.Dentre os itens que compõem estes fatores,os mais facilmente manejáveis e de impor-tante impacto na produção de forragem sãoa disponibilidade de nutrientes para as plan-tas e a condução dos animais em pastejo.Isto porque, uma planta bem nutridaapresenta atividade fotossintética mais efi-ciente pelo melhor aproveitamento dos re-cursos ambientais, especialmente da luz.Entretanto, este melhor aproveitamentodepende, fundamentalmente, do manejo dadesfolha, ou seja, do entendimento darelação planta-animal.

Deste modo, o presente artigo tem porobjetivo investigar as técnicas mais eficazesdisponíveis na literatura para a conduçãodos animais em pastagem de azevém anuale, a partir destas informações, indicar omanejo que favoreça concomitantemente oanimal e a pastagem.

ESTABELECIMENTO DA PASTAGEM

O primeiro encontro da pastagem com oanimal por vezes é trágico. O atraso da

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RELAÇÃO AZEVÉM ANUAL-RUMINANTE

semeadura e o desespero do produtor paraa utilização da pastagem cultivada, pelaescassez de forragem nativa, resultam noingresso dos animais em uma área combaixíssima disponibilidade de biomassa aé-rea e radicular. Como consequência, grandeparte das plantas são removidas do solocom raiz, e as poucas que permanecem nãotêm reservas nutricionais suficientes para orebrote. Para que o primeiro encontropastagem-ruminante seja mais promissor, asemeadura deve ocorrer logo que a tem-peratura do solo esteja próxima de 20ºC ehaja umidade no solo suficiente para agerminação. Este evento normalmenteocorre em meados de março no Sul do Brasilquando a radiação e a temperatura estãomuito próximas do ideal para a cultura doazevém. Não havendo limitações de ordemnutricional para as plantas a pastagem podeestar disponível aos animais em 60 dias, ouseja, com desenvolvimento radicular eacúmulo de reservas (de carboidratos e denitrogênio) suficientes para tolerar opastejo. Neste período, a parte aéreaapresenta um crescimento diário entre 25 e30 kg de MS/ha. Ao multiplicar estes valo-res pelo período de estabelecimento (60dias) são obtidas massas de forragem entre1500 e 1800 kg de MS/ha o que resulta emuma altura do dossel entre 15 e 20 cm(Pedroso, 2002). Logo, em termos práticos,pode-se considerar que a pastagem estejaestabelecida quando a mesma atingir al-tura entre 15 e 20 cm. Testes bastante sim-ples podem auxiliar na confirmação doestabelecimento da pastagem. Um delesrefere-se à área foliar, onde esta, prati-camente, não permite a visualização do solo.Outra forma complementar de fazer talverificação é através da simulação de boca-dos (coleta manual), se o restante da plantanão coletado permanecer fixado ao solopode-se estimar um eficiente enraizamento(Carámbula, 2004).

Com semeaduras mais tardias, a tempe-ratura e a luminosidade diminuem e, por

conseguinte, são menos favoráveis aodesenvolvimento fenológico da planta. Comisso, a taxa de crescimento da pastagem éreduzida e o período para o adequadoestabelecimento do azevém pode se estenderpor até 90 dias. Como exemplo, se asemeadura ocorrer em meados de junho, éprovável que a pastagem esteja disponívelaos animais em meados de setembro. Nestesentido, a meta de elevar a disponibilidadede nutrientes com a utilização de azevémanual, no período em que a pastagem nativado Sul do Brasil praticamente paralisa oseu crescimento, não seria atingida. Asensibilidade ao fotoperíodo bem como astemperaturas acima do nível tolerável peloazevém, no mês de novembro, determina ofinal do ciclo produtivo da cultura. Destemodo, além da utilização tardia da pastagempelos animais, esta ocorrerá por um limitadoperíodo (meados de setembro a fins deoutubro).

Neste contexto, a semeadura no momen-to indicado torna possível, em um curtointervalo de tempo, a utilização da pastagemde azevém pelos animais e o melhoraproveitamento dos recursos naturais den-tro de um sistema de produção. No entanto,a eficiência de utilização da pastagem aolongo do seu ciclo de crescimento irá de-pender, entre outros fatores, de como a taxade lotação será conduzida neste extratoforrageiro.

EFEITO DA ADUBAÇÃONITROGENADA NA RELAÇÃO

PLANTA-ANIMAL

O nitrogênio é um elemento importanteao desenvolvimento de gramíneas, sendoo nutriente que mais influencia a produçãode forragem, já que causa efeitos notamanho e alongamento de folhas, númeroe permanência de perfilhos jovens, tanto emplantas individuais como naquelas emcomunidade (Lesama e Moojen, 1999).Assim, com a crescente preocupação do

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Archivos de zootecnia vol. 60 (R), p. 44.

DE CONTO, SGANZERLA, PEDROSO E MONKS

efeito do N sobre o meio ambiente e com ocusto de produção, é pertinente avaliar aprodutividade sob a ótica da eficiência deutilização do insumo aplicado. Freitas (2003)aplicou 25 kg de N/ha no estabelecimento everificou maior eficiência de utilização destemacro nutriente com 75 kg de N em cobertu-ra divididos em duas aplicações iguais. Estaeficiência foi 22 e 30% superior comparadaa aplicações de 150 e 300 kg de N/ha emcobertura, respectivamente. Em compara-ção ao tratamento testemunha, adubadosomente na base (25 kg/ha), cada quilo de N/ha aplicado em cobertura (do total de 75 kg)aumentou a produção em 23 kg de MS/ha.Neste trabalho, o autor também conclui quea primeira adubação em cobertura de 150 kg/ha (do total de 300 kg de N) já foi suficientepara atingir o potencial de crescimento daplanta para as condições trabalhadas, poisfoi o único tratamento em que não houvenovos acréscimos signif icat ivos deprodução após a segunda aplicação de N emcobertura. Entretanto, em grande parte dostrabalhos revisados, o acréscimo de N até300 kg/ha promove aumentos na ativaçãode gemas axilares, no conseqüente per-filhamento, na taxa de expansão e nocomprimento das folhas, porém, a taxa desenescência também aumenta (Freitas,2003). Neste sentido, é necessário exploraresta maior capacidade de suporte dapastagem com a elevação da carga animal, afim de que o desembolso efetuado para aintrodução do nutriente no sistema não sejaconvertido em folhas senescentes, uma vezque este aumento de carga não afeta odesempenho individual nem o compor-tamento dos animais em pastejo (Difante etal., 2006; Freitas, 2003). Freitas (2003)verificou que o acréscimo de 30 kg N/ha emcobertura permitiu acrescentar uma ovelhacom cria/ha até a dose de 325 kg de N/ha (y=0,0343x + 13,491; R2= 0,7105, p<0,0001).Extrapolando esta equação para bovinos decorte em terminação com 400 kg, com baseno peso metabólico (y= 0,0079x + 3,128), o

acréscimo de 126 kg de N/ha em coberturadeve ser acompanhado do acréscimo demais um animal de 400 kg/ha. Com isso, aoferta de forragem, a massa de forragem e aaltura da pastagem devem ser mantidas e,embora não haja melhoria no desempenhoindividual, provavelmente haverá um maiordesempenho por área. Logo, conforme ocusto de oportunidade da área, do preço doN e do produto animal a ser comercializado,pode-se assumir a estratégia de manejo queseja mais conveniente. Difante et al. (2005)verificaram renda líquida de R$142,00/hacom a utilização de 100 kg de N/ha, entretan-to, quando utilizaram 300 kg de N/ha esuplementação de 0,8% PV dos novilhos,observaram um prejuízo de R$ 18,71/ha.

Deste modo, além do conhecimento damorfofisiologia da planta e do compor-tamento de pastejo em resposta à adubaçãonitrogenada, o planejamento prévio consi-derando o preço histórico da área, dosinsumos e do produto animal a ser comercia-lizado são fundamentais para definir aestratégia de ação.

SISTEMAS DE PASTOREIO

A melhor utilização de qualquer siste-ma de pastoreio passa pelo melhoraproveitamento da energia luminosa. Istoporque o princípio básico para a produçãode forragem é a transformação da energialuminosa (energia solar) em energia química(compostos orgânicos) via fotossíntese. Éconveniente ressaltar que a energia solarestá disponível de forma gratuita e, destemodo, a sua captura pela planta é o principalinvestimento a ser feito em uma pastagem,pois os carboidratos correspondem, aproxi-madamente, a 95% da composição da plan-ta. Neste contexto, para que haja o consumoadequado e permaneça um resíduo de folhaspara a eficiente interceptação de luz énecessário utilizar uma oferta de forragemaproximadamente quatro vezes superior àsnecessidades de consumo do animal(Maraschin, 1998).

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RELAÇÃO AZEVÉM ANUAL-RUMINANTE

Briske et al. (2008) em revisão de litera-tura verificaram que tanto o sistema depastoreio rotativo como o contínuo, quandobem conduzidos, apresentam resultadossemelhantes para produção animal e vege-tal. Afirmativa esta compartilhada porCarvalho et al. (2007) os quais conduziramtrabalhos com azevém comparando os sis-temas de pastoreio contínuo e rotativo. Taistrabalhos não registraram importantesdiferenças em termos de produção animal evegetal quando foram comparados os dife-rentes sistemas, mas diferiram quando foramcomparadas diferentes ofertas. Estes auto-res concluíram que, mantendo uma oferta deforragem adequada, o produtor podeescolher o sistema de pastoreio que lhetraga maior segurança para atingir a ofertade forragem necessária aos animais. Noentanto, na maioria dos casos, os produtoresrurais, experimentando os dois sistemas depastoreio com a mesma taxa de lotação, semostram mais seguros e com maior nível desatisfação com a utilização do sistema depastoreio rotativo. Exemplos práticos destefato podem ser verificados no lançamentodo livro descrito por 25 produtores (Kruel etal., 2001), além de diversos livros sobrepastoreio rotativo racional que normalmen-te contam com depoimentos de produtoresmuito satisfeitos com o sistema adotado(Machado, 2004), não sendo comum estamanifestação por produtores que utilizam osistema de pastoreio contínuo. A pesquisa,de modo geral, demonstra uma tendência demelhores desempenhos por animal no siste-ma de pastoreio contínuo e melhores ganhospor área com a utilização do pastoreio rota-tivo.

Apesar da grande polêmica que envolveeste tema e das divergências existentes entreimportantes pesquisadores, especialmenteos do Sul do Brasil, é fundamental relatarcomo foram obtidos os melhores resultadosde produção para estes dois sistemas, coma utilização do azevém anual bem como asrespostas morfofisiológicas da planta.

MÉTODO DE PASTOREIO ROTATIVO

O rebrote da pastagem é afetadosignificativamente pela condição pós-pastejo, em especial pelo resíduo de folhasvivas. Crestani et al. (2008) verificaram asmelhores características morfogênicas eestruturais da pastagem quando no resíduopós-pastejo permaneceram duas folhas vi-vas expandidas por perfilho. A presença defolhas vivas expandidas confere à pastagemmaior capacidade fotossintética, pois este éo estágio da folha onde a fotossíntese émáxima. Os assimilados produzidos nestasfolhas são utilizados não apenas para suaprópria manutenção, como também para aten-der às necessidades do meristema apical, dosistema radicular e das folhas emergentes(Pedreira et al., 2001).

Confortin et al. (2009) verificaram umamelhor relação planta-animal com o desa-parecimento de 43% da forragem inicial.Durante o estágio vegetativo a condiçãopré-pastejo foi de 13,5 cm e pós-pastejo de6,9 cm de altura da pastagem. Entretanto,durante a fase de alongamento dos entrenós(setembro) este resíduo foi de 13,5 cmenquanto a condição pré-pastejo foi de35,3 cm. Com condições pós-pastejo (12,5cm) e pré-pastejo (30 cm) muito semelhantesàs anteriormente citadas durante a fase dealongamento dos entrenós, Ribeiro Filho etal. (2006) confirmam a excelente condiçãoda pastagem através da maior produção deleite (21,09 litros/vaca/dia) de vacas da raçaholandês em terço médio de lactação sobpastejo de azevém anual. Testes commaiores alturas do resíduo pós-pastejo (22cm) demonstram valores muito semelhantesaos anteriormente citados em termos deprodução animal (Ribeiro Filho et al., 2007).Por outro lado, quando a condição pós-pastejo foi inferior a altura de 6 cm ao longodo ciclo de crescimento da cultura, a baixaoferta de forragem foi o fator determinantepara a produção de leite abaixo do potencialprodutivo das vacas (Aires, 2008; tabelaI).

As condições pré e pós-pastejo são

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Archivos de zootecnia vol. 60 (R), p. 46.

DE CONTO, SGANZERLA, PEDROSO E MONKS

influenciadas pelo período de descanso(PD) entre pastejos. O tempo de vida dafolha (TVF) tem sido freqüentemente utili-zado para definir a duração do PD. Barbosaet al. (2007), trabalhando com animais empastejo de azevém anual, utilizaram estainformação para definir o tempo em que apastagem permaneceria diferida (vedada).Os autores basearam-se no estudo realiza-do por Pontes et al. (2003) e Freitas (2003)os quais determinaram esta duração em grausdias (de julho a agosto foi de 500 graus dia(GD) e de setembro a novembro de 410 GD).Estes valores transformados para diassignificaram 35, 34, 24 e 22 dias para osmeses de julho a novembro, ou seja, osanimais teriam que retornar ao potreiro an-tes da morte da primeira folha surgida du-rante o período de descanso. Os resultados

desta experiência mostraram uma importan-te produção, tanto vegetal (10 000 kg de MS/ha) quanto animal (673 kg PV/ha - Barbosaet al., 2007).

Outra técnica utilizada para predizer operíodo de descanso refere-se ao surgi-mento de folhas. Gramíneas de estaçãoquente têm a reposição das reservas a partirdo surgimento da terceira folha (Pedreira etal., 2001). Contudo, Glienke et al. (2008),em pesquisa de pastagem consorciada coma utilização de azevém, determinaram o pe-ríodo de descanso entre pastejos pelo temponecessário para o surgimento de duas folhasdo azevém. O período representou somatérmica de 300 GD o que resultou em umamassa pré-pastejo entre 1500 e 2000 kg deMS/ha. Todavia, mais recentemente,Confortin et al. (2009) utilizaram período de

Tabela I. Pastagem de azevém conduzida em pastoreio rotativo de vacas da raça holandêsem lactação. (Annual ryegrasss pasture managed in rotational grazing with Holstein-Friesian lactatingcows)

T1 T2 T3 T4 T5Período experimental 6 jun/30 out 8 ago/28 out 8 ago/28 out 15 jun/31 out ago/out

Pré-pastejoOferta MS (% PV) 9,8 8 6,5 3,1‡ -Massa (kg MS/ha) 1765,7 2638 3074 723* 1271*Altura (cm) - 30 29 -Lâminas (%) 58 - 42,62 59,7 -PB (%) 20 22,13 19,05 19,4 -FDN (%) 40 62,93 58,18 47,4 -

Pós-pastejoMassa 1095,1 - - - 583,5Altura - 12,5 22 3 5

Dados referentes aos animaisPeso (kg) 500 532 545 486 -Estágio de lactação - terço médio terço médio 5,5 meses 2,1 mesesProdução de leite (litros/vaca/dia) - 21,09 22,3 14,93 13,31

T1 Pastagem consorciada com aveia (Rocha et al., 2007).T2 Pastagem de azevém anual exclusiva (Ribeiro Filho et al., 2006).T3 Suplementação de 2kg de grão de milho moído/vaca/dia (Ribeiro Filho et al., 2007).T4 Pastagem consorciada com aveia (Aires, 2008).T5 Suplemento - 2,5 horas de pastejo em trevo branco por dia (Krolow, 2006).- dados não disponíveis.*amostragem: forragem cortada a 3 (T4) e a 5 cm (T5) acima do nível do solo. ‡: oferta de folhas.

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Archivos de zootecnia vol. 60 (R), p. 47.

RELAÇÃO AZEVÉM ANUAL-RUMINANTE

descanso necessário para o surgimento de2,5 folhas, o que representou soma térmicade 313 GD. Este estudo avaliou o fluxo detecidos do azevém manejado em três inten-sidades de pastejo, com desaparecimentode 21, 43 e 61% da forragem inicial (em kg deMS) em cada ciclo de pastejo. Os autoresrecomendam o rebaixamento (desapare-cimento) de 43% da forragem inicial (pré-pastejo) durante cada ciclo de pastejo, emfunção dos maiores valores de consumo deforragem, embora o crescimento e asenescência das lâminas foliares tenham semantido em níveis intermediários. Este re-sultado confirma a teoria de Blaser (1990)de que o rebaixamento não deve ultrapassar50% da massa de forragem inicial para aobtenção de elevados níveis de consumo.A partir deste instante, na busca dasescassas folhas que permanecem no resíduoda pastagem, os animais caminham mais ecoletam menos por bocado o que resulta eminsatisfatória produção animal além de au-mentar riscos de compactação do solo(Carvalho et al., 2007).

MÉTODO DE PASTOREIO CONTÍNUO

As melhores taxas de crescimento dapastagem e consumo de forragem pelosanimais ocorrem quando o estrato forrageiroé conduzido entre 10 e 20 cm de altura dapastagem em relação ao nível do solo (Ponteset al., 2003; Barbosa et al., 2007; Romanet al., 2007). Trabalhos de pesquisacomprovam que manter a pastagem a 5 cmdo solo favorece o balanço entre os fluxosde tecido, ou seja, a forragem que cresce ésemelhante à soma da forragem que é con-sumida com a que senesce (Pontes et al.,2004). No entanto, o crescimento da forragemé pequeno, principalmente a taxa de expansãode folhas (Pontes et al., 2003), o que acabalimitando o consumo por parte dos animais(figura 1).

Por outro lado, conduzindo a pastagemde azevém a uma altura próxima a 15 cm,observa-se um fluxo de crescimento e de

consumo cerca de três vezes superior aoobtido conduzindo os animais a uma alturada pastagem de 5 cm. Ressalta-se que,conduzindo a pastagem a uma altura de 15cm, a senescência foi bastante superior oque resultou em balanço negativo do fluxode tecidos. Com isso, a altura da pastagemdiminuiu com o avanço do período experi-mental, atingindo, nos momentos finais doexperimento, altura de 10 cm e uma média de11,6 cm (Pontes et al., 2004).

Os maiores fluxos de consumo deforragem entre 10 e 15 cm refletem a maiorpreferência dos animais por estas alturas.Ovelhas em terço final de gestação com livreacesso a duas alturas, 6 cm e 12 cm, dapastagem de azevém anual permaneceram70% do tempo de pastejo diurno na área demaior altura da pastagem. Esta fortepreferência deve-se, provavelmente, a maiorquantidade de folhas vivas coletadas porbocado e menor gasto de energia na buscada dieta (Pedroso et al., 2005).

Roman et al. (2007) pesquisaram a relaçãoentre borregas e a pastagem de azevémanual em diferentes massas de forragens.Com aumento da massa de forragem foiverificado aumento do consumo de forrageme do desempenho individual das borregas.Entretanto, para o aumento da massa deforragem, foi necessária a diminuição dataxa de lotação e, com isso, o ganho de pesopor área não variou. Deste modo, entremassas de 1137 e 1739 kg de MS/ha, alturasde 12 a 20 cm da pastagem e ofertas de MSde 12 a 18% do PV não foi verificada variaçãodo ganho de peso de borregas por hectare.

Por outro lado, Barbosa et al. (2007),estudando o desempenho de cordeiros empastagem de azevém anual sob pastoreiocontínuo em duas ofertas (9 e 18% PV) queresultaram em alturas médias de 12 e 18 cm,verificaram maior digestibilidade de MS,maior taxa de lotação e maior ganho de peso/ha dos cordeiros manejados na menor altu-ra. Nesta condição as característicasmorfogênicas, bem como a alta densidade

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Figura 1. Fluxo de tecidos de azevém anual manejado em diferentes alturas da pastagem deazevém anual (Pontes et al., 2004). (Annual ryegrass tissue flux, managed at different pastureheights).

Crescimento

Consumo

Senescência

Balanço 5 cm 5 cm

10 cm

15 cm

20 cm

- 80 - 60 - 40 - 20 0 20 40

Matéria seca (kg/ha.dia)Dry matter (kg/ha.dia)

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de perfilhos, o número máximo de folhasvivas e o comprimento intermediário dasfolhas permitem uma elevada produção econsumo de forragem (Pontes et al., 2003).

RELAÇÃO PLANTA-ANIMAL EMDIFERENTES ESTÁGIOS

FENOLÓGICOS DA PASTAGEM

As plantas de ciclo anual, como o azevém,permanecem na área com o passar dos anosvia banco de sementes. Para tanto, alongamos entrenós e, assim, elevam a inflorescênciapara otimizar a dispersão das sementes (Maiae Maia, 2008). Este processo se intensificacom o avanço dos estágios fenológicosocasionando diminuição de qualidade napastagem. O declínio da concentração decompostos nitrogenados se dá principal-mente em função da diminuição do númerode folhas e da relação folha/caule (Pedrosoet al., 2004b). Estudos feitos por Akin eRobinson (1982) igualmente constatarameste fenômeno e, associado a ele, a reduçãonos percentuais de digestibilidade credi-tada, também, pela presença de materialenvelhecido no resíduo da pastagem. Poroutro lado, a estrutura da pastagem é damesma forma bastante afetada. O maiorespaçamento entre as folhas em função doalongamento dos entrenós e a imposiçãofísica dos colmos frente ao ruminante deter-mina uma menor coleta de forragem porbocado e, com isso, a queda no desempenhoanimal.

Pedroso et al. (2004c) buscaram definiros estágios fenológicos do azevém anual apartir da detecção dos nós palpáveis nosperfilhos principais diretamente no campo,através da metodologia descrita por Mooreet al. (1991). As evidências de alongamentodos entrenós foram verificadas no dia 22 desetembro (soma térmica de 2144 GD) quandoo segundo nó palpável foi detectado. Destemomento até o dia 7 de outubro (2441 GD),quando os perfilhos apresentaram o núme-ro máximo de nós palpáveis, foi considera-do o estágio de pré-florescimento, o que

coincidiu com o aparecimento das primeirasinflorescências. A partir daí até o final dociclo (18 de dezembro) foi considerado oestágio de florescimento pleno. Estes auto-res verificaram que até o estágio de pré-florescimento as estratégias de forra-geamento utilizadas pelas ovelhas lactantesforam suficientes para compensar a pequenaqueda de qualidade e mudança na estruturada pastagem. Para isso, os animais aumen-taram o tempo de pastejo de 9,61 h/dia para10,97 h/dia (tabela II).

Deste modo, o desempenho do conjuntoovelha-cordeiro se manteve semelhantepara os estágios vegetativo e de pré-florescimento. Ao atingir o estágio deflorescimento pleno, os animais nãocompensaram a queda ainda maior naqualidade da pastagem com o aumento dotempo de pastejo que se limitou a 10,68 h/dia, provavelmente, devido a fatores deordem comportamentais e morfofisioló-gicos. Neste estágio, tanto a taxa de bocadocomo o tamanho de bocado foram menorescomparados aos estágios anteriores,provavelmente, pela tentativa do animal deevitar ao máximo a apreensão de estruturasda planta de baixa qualidade, tais como:colmos e material morto, presentes em gran-des proporções. Assim, como conseqüênciadeste comportamento, houve uma impor-tante redução no consumo de forragemdurante o estágio de florescimento queresultou em ganhos de peso insatisfatórios,tanto para as ovelhas (-112g/dia) comopara os cordeiros (89 g/dia). Esta mesmatendência foi verificada na terminação decordeiros. Apesar da tentativa de manter amesma oferta de folhas vivas durante todoo ciclo de crescimento da pastagem, o lotede animais que ingressou na pastagem du-rante a fase de florescimento pleno mantevedesempenho insatisfatório o que permitiuque apenas 57% do lote atingissem acondição de abate (condição corporal= 3)enquanto que 100% dos lotes queingressaram durante os estágios vegetativo

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e de pré-florescimento atingiram a condiçãode abate (Pedroso et al., 2006).

A partir destes resultados pode-se veri-ficar que, mesmo quando é ofertada aquantidade de forragem recomendada deuma espécie de alta qualidade, como é ocaso do azevém anual, as estratégiasadaptativas utilizadas pelos animais nãosão suficientes para manter um adequadoconsumo de forragem durante a fasereprodutiva da cultura. Logo, áreas depastagem de azevém anual em florescimentodevem ser destinadas para outros fins. Destaforma, além de evitar perdas por parte dosanimais, pode-se favorecer uma adequadaressemeadura natural e/ou disponibilizar aárea para a semeadura de culturas de verão.Maia e Maia (2008) relatam a necessidade deque haja ressemeadura natural anualmentepara o azevém, uma vez que o banco desemente no solo desta espécie é transitório.Praticamente todas as sementes viáveisgerminam até maio do ano seguinte.

Carvalho et al. (2007) acrescentam que autilização de animais sob pastejo de azevémnão afeta negativamente a produção degrãos da lavoura subseqüente de soja, es-pecialmente com ofertas de forragem cincovezes superior as necessidades dos animais.

INTERFERÊNCIA DASUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL NA

RELAÇÃO PLANTA-ANIMAL

A atividade de pastejo é bastante inten-sa no início e final do período diurno. Osprincipais picos de pastejo de ovelhaslactantes em azevém anual ocorrem das 7 has 8 h e das 17 h as 19 h. Por outro lado, osmenores picos de pastejo ocorrem próximoàs 9 h e ao meio-dia, quando os animaisreduzem em 50% o peso do bocado e elevamem 11% a qualidade do ingerido, comparadoaos horários de maior atividade de pastejo(Medeiros et al., 2007).

Estes resultados sugerem que práticas

Tabela II. Desempenho e comportamento de ovinos em pastagem de azevém anual emdiferentes estágios fenológicos (Pedroso et al., 2004a,b e c). (Performance and behavior of sheepin annual ryegrass pasture in different phenologic stadiums)

Variáveis Estágios fenológicosVegetativo Pré-florescimento Florescimento

Altura do dossel (cm) 8,57a 9,86a 16,11b

Oferta de folhas verdes (PV%) 9,6a 6,56a 5,46a

Massa de forragem (kg MS/ha) 1610a 2235b 3408c

Folha verde (%) 68a 48b 22c

Colmo (%) 18a 34b 38b

Material morto (%) 13a 18b 40c

Proteína bruta (%) 23,7a 21,2ab 19,4b

Digestibilidade da matéria orgânica (%) 80,55a 71,4b 60,7c

Carga ovelha/cordeiro (kg/ha) 848/110 868/282 642/269Ganho de peso-ovelha/cordeiro (g/dia) 103a/289a 87a/279a -112b/89b

Ganho de peso vivo (kg/ha) 225,1a 144,86b 1,16c

Tempo de pastejo-(h/dia) 9,61a 10,97b 10,68b

Taxa de bocados-(boc/min) 52,65a 51,93a 40,63b

Tamanho de bocado-(g/boc) 0,064a 0,050b 0,048c

Consumo de forragem-(%PV) 4,48a 3,91b 2,72c

Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem significativamente pelo teste de DMS a 5%.

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de manejo como a suplementação alimentara campo devem ser feitas em horários próxi-mos ao meio-dia. Assim, seriam respeitadosos principais horários de pastejo, em termosquantitativos (início da manhã e final detarde), e os animais receberiam suplementoalimentar de melhor qualidade e de maiorcusto, justamente nos horários em que sãomais seletivos e consomem menos. Emboratambém haja uma baixa atividade de pastejodas 8 h as 9 h, a suplementação não deveriaser disponibilizada neste momento porque,provavelmente, os animais deixariam deexecutar um intenso pastejo no início damanhã para ficar a espera do suplemento.Em reunião do CITE 41 (Clube de Integraçãoe Troca de Experiências), no município dePiratini/RS, o produtor Hugo Lobatorelatou desempenhos individuais insa-tisfatórios de novilhos em pastejo de azevémanual os quais recebiam suplementonutricional aproximadamente às 9 h. Foisugerido ao produtor que trocasse o horáriode fornecimento da ração para horários próxi-mos ao meio-dia pelos motivos acima des-critos. Como resultado, os ganhos médiosdiários passaram de, aproximadamente,400 g para 1200 g. Apesar de não ter ocorridouma avaliação científica detalhada sobreeste evento, os resultados motivam novaspesquisas para que seja definido de formaprecisa e detalhada o momento maisadequado para disponibilizar o suplementonutricional. De modo geral, os trabalhosque registraram o horário do fornecimentodo nutriente suplementar, praticamente to-dos entre 12 e 14 horas, foram os queapresentaram os melhores desempenhoscom a utilização do suplemento (Bremm etal., 2008; Roso et al., 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sucesso da relação azevém-ruminantedepende do adequado estabelecimento dapastagem o qual ocorre com massa deforragem entre 1500 e 1800 kg de MS/ha.

Sob pastoreio rotativo o rebaixamento

da pastagem não deve ultrapassar 50% dacondição pré-pastejo. Durante o estágiovegetativo a condição pós-pastejo deve serpróxima a 6 cm e após o alongamento dosentrenós esta altura deve ser o dobro. Osperíodos de descanso entre pastejos maisutilizados estão entre 300 e 500 GDenquanto a condição pré-pastejo é deaproximadamente 12 cm durante o estágiovegetativo e 30 cm durante o estágio de pré-florescimento.

Em pastoreio contínuo, na maior partedos trabalhos, os melhores resultadosforam verificados quando a pastagem foiconduzida em alturas próximas a 12 cm.

Ofertas de matéria seca entre 8 e 18%do peso vivo dos animais possibilitammaiores produções, tanto vegetal comoanimal. Nas ofertas próximas a 8% PVfavorecem um maior desempenho animalpor área; enquanto que, as ofertas próximasa 18% PV um maior desempenho individual,independente do sistema de pastoreioadotado.

O aumento da adubação nitrogenada(até 325 kg/ha) não altera o comportamentode pastejo dos animais nem o desempenhoindividual; no entanto, permite o incremen-to de carga animal e, por conseqüência,melhor desempenho animal por área.

No estágio de florescimento pleno,mesmo com a tentativa de manter a ade-quada oferta de folhas verdes com o aumen-to da massa de forragem, as estratégiasadaptativas dos animais não são suficien-tes para manter o adequado consumo.

Evidências demonstram que a su-plementação deva ser disponibilizada próxi-ma ao meio-dia pela menor interferêncianos momentos de maior intensidade depastejo, início e final do período diurno.Neste sentido, sugerem-se novas inves-tigações com o intuito de verificar anecessidade da utilização do suplementonutricional em diferentes horários, com oobjetivo de obter o melhor aproveitamentoda pastagem.

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