regulação financeira: desafios e evolução na era digital · •associações de p&e...
TRANSCRIPT
Fabiano Jantalia
Núcleo de Direito Setorial e Regulatório – FD-UnB | 24/8/2018
Regulação financeira:
desafios e evolução na era digital
Roteiro da apresentação
SFN: visão geral
Infraestruturas do Mercado Financeiro
Transferências eletrônicas: o SPB
Moeda e contas eletrônicas
Intermediação financeira na era digital
Conclusões
2NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Sistema Financeiro Nacional: visão geral
3NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Mercado FinanceiroMercado de Valores
Mobiliários
Mercados de Seguros Privados, Capitalização e PC
Aberta
Mercado de PC Fechada
Órgão normativo Conselho Monetário NacionalConselho Nacional
de Seguros PrivadosConselho Nacional
de PC
Entidade supervisora
Banco CentralComissão de Valores
MobiliáriosSuperintendência de
Seguros PrivadosSuperintendência Nacional de PC
Instituições supervisionadas
• Bancos • Caixas Econômicas• Cooperativas de crédito• Bancos cooperativos• Associações de P&E• Sociedades de C,F & I • SC Microemprendedor• SC Direito• SE Pessoas• Agências de fomento
• Emissores de VM
• Bolsas de Valores
• Bolsas de Mercadorias e Futuros
• Corretoras de TVM
• Distribuidoras de TVM
• Agentes autônomos de investimento
• Fundos Mútuos de Investimento
• Clubes de Investimento
• Câmaras e PS de C/Lde VM
• Seguradoras
• Resseguradoras
• Soc. capitalização
• Entidades abertas PC
• Soc. Corretoras
• Corretores PF
Entidades fechadas dePrevidência Complementar (“fundos de pensão”)
• Adm. Consórcios• Soc. Arrend. Mercantil• Soc. corretoras• Câmaras e PS de C/L • Instituições de
pagamento
IMF: princípios norteadores
5
• IMF é definido como um
sistema multilateral entre
instituições participantes,
incluindo o operador do
sistema, utilizadas para fins
de compensação, liquidação
ou registro de pagamentos,
títulos, derivativos ou outras
transações
• Atualmente, há 24 princípios
consolidados para orientar
legisladores e supervisores
nacionais em matéria de IMF
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
• Recomendações internacionais
IMF no Brasil: transferências e pagamentos
6
• Consolidadas no “Sistema de Pagamentos Brasileiro”
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: estruturação e evolução
7
• Fase inicial: até anos 1990
• Durante muito tempo não era tão visível para população
• Até meados dos anos 1990, desenvolvimento estava focado na
melhoria da velocidade das operações
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
8
• Fase 2: anos 2000
• Desenvolvimento com foco estrutural: preocupação com a
solidez e com a prevenção de riscos para o sistema
• Marco: Lei nº 10.214, de 2001
▪ Elevação do patamar de normatização
▪ Consolidação das regras e criação de mecanismos de proteção e
salvaguarda
• Criação do Sistema de Transferência de Reservas no BCB
• Grande hub das infraestruturas de mercados financeiros no País
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: estruturação e evolução
9
• Fase 2: anos 2000
2002: BCB cria “Programa de Modernização dos IP de Varejo”
2005: BCB publica o “Diagnóstico do SP de Varejo do Brasil”, com
importantes conclusões
• Permanência o uso em grande escala de pagamentos em papel
• Arranjo fragmentado da C/L dos pagamentos de varejo, que
não aproveita as economias de escala e prejudica a inovação
• Baixa interoperabilidade da IF dos canais de distribuição dos
instrumentos de pagamento (ATM e POS)
• “As forças de mercado, para alcançar os objetivos de eficiência de
forma satisfatória, precisam de estímulos adequados para atuar de
forma cooperativa”
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: estruturação e evolução
10
• Fase 3: anos 2010
2010: Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos
(BCB, SDE/MJ e Seae/MJ)
• Mercado de cartões como “mercado de 2 lados” (M2L)
• Necessidade de correção da dinâmica de operação
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: estruturação e evolução
11
• Fase 3: anos 2010
▪ MP 589 -> Lei nº 12.810, de 2013
✓ Arts. 22-31: Depósito centralizado de ativos financeiros e VM
✓ Compreende “a guarda centralizada de ativos financeiros e de
valores mobiliários, fungíveis e infungíveis, o controle de sua
titularidade efetiva e o tratamento de seus eventos”
▪ MP 615 -> Lei nº 12.865, de 2013
▪ Arts. 6º-15: Criação de novos paradigmas jurídicos
✓ Arranjos de pagamento e instituições de pagamento, que
passaram a fazer parte do Sistema de Pagamentos Brasileiro
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: estruturação e evolução
12
Firmado por proposta da
parte –Sigilosa e não
suspende o PAS
Principais normas de regência do
SPB
Lei nº 10.214, de 2001
•Estrutura e regras gerais de funcionamento do SPB
•Dispõe sobre as Câmaras e PS de compensação
Lei nº 12.865, de 2013
•Regras específicas sobre arranjos de pagamento
•Dispõe sobre as figuras jurídicas que operam com os arranjos: instituidores de arranjos e instituições de pagamento
Lei nº 12.810, de 2013
•Regras específicas sobre aatividade de depósitocentralizado e de registro deativos financeiros e VM
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: base jurídica
13
• Lei nº 10.214, de 2001
• Abrangência
▪ Art. 2º - SPB compreende as entidades, os sistemas e os
procedimentos relacionados com:
✓ Transferência de fundos e de outros ativos financeiros
✓ Processamento, a compensação e a liquidação de pagamentos em
qualquer de suas formas
SPB: regras gerais
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
14
• Lei nº 10.214, de 2001
• Abrangência
▪ Art. 2º, Parágrafo único –> Integram o SPB
✓ Serviços de compensação de cheques
✓ Transferência de fundos e de outros ativos financeiros, ou
✓ Compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito
✓ Transferência de fundos e de outros ativos financeiros
✓ Compensação e de liquidação de operações com títulos e valores mobiliários
✓ Compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de
mercadorias e de futuros
✓ Outros, inclusive envolvendo operações com derivativos financeiros, cujas
câmaras ou prestadores de serviços tenham sido autorizados
SPB: regras gerais
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
15
• Lei nº 10.214, de 2001
• Dinâmica de funcionamento
▪ Art. 2º –> Atuação segregada dos operadores: “cameralização”
✓ Busca reduzir o risco sistêmico a partir do efeito-contágio do default
▪ Art. 3º -> Permite a compensação multilateral no âmbito de uma
mesma câmara ou prestador
✓ Procedimento destinado à apuração da soma dos resultados bilaterais
devedores e credores de cada participante em relação aos demais
✓ Cria melhores condições para a atuação cameralizada
SPB: regras gerais
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
16
• Lei nº 10.214, de 2001
• Regras de proteção
▪ Art. 4º –> Nos sistemas relevantes, a Câmara ou prestador de
serviço assume a posição de contraparte central
✓ Necessidade de mecanismos e salvaguardas que permitam às
câmaras e aos prestadores de serviços assegurar a certeza da
liquidação das operações neles compensadas (art. 4º, §2º)
✓ Tais mecanismos compreendem dispositivos de segurança, regras de
controle de risco e de compartilhamento de perdas, dentre outros
(art. 4º,§3)
SPB: regras gerais
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
17
• Lei nº 10.214, de 2001
• Regras de proteção
▪ Art. 5º –> Câmaras e PS sistemicamente relevantes devem separar
patrimônio especial
✓ PE não se confunde com o patrimônio da Câmara -> patrimônio de
afetação
✓ Tais bens são impenhoráveis e insuscetíveis de constrições ou
regimes especiais
SPB: regras gerais
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
18
• Lei nº 12.865, de 2013
• Principais aspectos
▪ Trouxe novos paradigmas
✓ Reformatação do conceito do próprio modelo de negócios
✓ Novas figuras de agentes operadores e de modo de operação
▪ Limitou-se às regras gerais – normatização a cargo de CMN-BCB
✓ Resolução nº 4.282, de 2013 - Diretrizes do CMN para regulamentação,
vigilância e supervisão de AP/IP
✓ Circular nº 3.682, de 2013 – Regulamento da prestação de serviço da
pagamento no âmbito do SPB
✓ Circular nº 3.885, de 2018 – Requisitos e procedimentos para autorizações
pelo BCB para instituições de pagamento
SPB: regras especiais de meios de pagamento
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
19
• Lei nº 12.865, de 2013
• Eixo central: conceito de arranjo de pagamento
• Regras e procedimentos que disciplina a prestação de determinadoserviço de pagamento ao público aceito por mais de um recebedor,mediante acesso direto pelos usuários finais, pagadores e recebedores;
• Instituidor de arranjo de pagamento
• Pessoa jurídica responsável pelo arranjo de pagamento e, quando for ocaso, pelo uso da marca associada ao arranjo de pagamento;
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: regras especiais de meios de pagamento
20
• Lei nº 12.865, de 2013
• Instituição de pagamento – PJ que adere a um ou mais AP, tenha
como atividade principal ou acessória:
▪ disponibilizar serviço de aporte ou saque de recursos em conta de pgto
▪ executar ou facilitar serviço de pagamento, inclusive transferência
de/para conta de pagamento;
▪ gerir conta de pagamento;
▪ emitir instrumento de pagamento;
▪ credenciar a aceitação de instrumento de pagamento;
▪ executar remessa de fundos;
▪ converter moeda física ou escritural em moeda eletrônica, ou vice-versa,
credenciar a aceitação ou gerir o uso de moeda eletrônica; e
▪ outras atividades relacionadas à prestação de serviço de pagamento,
designadas pelo Banco Central do Brasil.
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: regras especiais de meios de pagamento
21
• Lei nº 12.865, de 2013
• Instituição de pagamento
• Espécies de IPs:
• Emissor de moeda eletrônica –> gerencia conta de pgto de
usuário final do tipo pré-paga
• Emissor de instrumento de pagamento pós-pago
• Credenciador – habilita recebedores OU participa do
processo de liquidação das transações como credor
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: regras especiais de meios de pagamento
22
• Lei nº 12.865, de 2013
• Instrumento de pagamento
✓ Dispositivo ou conjunto de procedimentos acordado entre o usuáriofinal e seu prestador de serviço de pagamento utilizado para iniciaruma transação de pagamento
• Conta de pagamento
✓ Conta de registro detida em nome de usuário final de serviços depagamento utilizada para a execução de transações de pagamento;=
• Moeda eletrônica
✓ Recursos armazenados em dispositivo ou sistema eletrônico quepermitem ao usuário final efetuar transação de pagamento.
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: regras especiais de meios de pagamento
23
• Lei nº 12.865, de 2013
• IF podem aderir a arranjos de pagamento na forma estabelecida peloBanco Central do Brasil e CMN
• Mas é vedado às instituições de pagamento a realização de atividadesprivativas de instituições financeiras
• Exceções previstas na própria lei
▪ Não se caracteriza como AP instrumento de pagamento emitido porsociedade empresária destinado à aquisição de bens ou serviços por elaofertados (private label)
▪ Afirma que não são alcançados pela Lei os arranjos de pagamento emque o volume, a abrangência e a natureza dos negócios, a seremdefinidos pelo BCB, conforme parâmetros do CMN, não forem capazes deoferecer risco ao normal funcionamento das transações de pagamentosde varejo
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: regras especiais de meios de pagamento
24
• Lei nº 12.865, de 2013
• Importante: nem todas as PJ que tem meios de pagamento são
fiscalizadas pelo BCB
• Circular nº 3.682, de 2013 -> Não integram o SPB os arranjos:
▪ De propósito limitado (ex: aceitos em um estabelecimento, pgto de
serviços públicos)
▪ Volume reduzido de transações: menos de R$ 500 milhões de volume
financeiro ou menos de 25 milhões de transações nos últimos 12 meses
▪ Benefícios de rel. trabalho ou prestação de serviços -> ex: vale-
alimentação, vale-refeição, vale-cultura
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: regras especiais de meios de pagamento
25
• Lei nº 12.865, de 2013
▪ Princípios norteadores (art. 7º)
✓ Interoperabilidade ao AP e entre AP distintos;
✓ Solidez e eficiência dos AP e das IP, promoção da competição e previsão de transferência de saldos em moeda eletrônica, quando couber, para outros arranjos ou instituições de pagamento;
✓ Acesso não discriminatório aos serviços e às infraestruturas necessários ao funcionamento dos arranjos de pagamento;
✓ Atendimento às necessidades dos usuários finais, em especial liberdade de escolha, segurança, proteção de seus interesses econômicos, tratamento não discriminatório, privacidade e proteção de dados pessoais, transparência e acesso a informações claras e completas sobre as condições de prestação de serviços;
✓ Confiabilidade, qualidade e segurança dos serviços de pagamento; e
✓ Inclusão financeira, observados os padrões de qualidade, segurança e transparência equivalentes em todos os arranjos de pagamento
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
SPB: regras especiais de meios de pagamento
26
• Características
• São ativos baseados em tecnologias, protocolos e criptografia
▪ Mais conhecido: blockchain
• Vantagens associadas à sua descentralização e transparência
• Emitidas por pessoas ou empresas privadas e não por governos soberanos
• Não contam com garantia de autoridades monetárias
Moedas virtuais ou criptomoedas
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
27
• Enquadramento jurídico
• Pela legislação brasileira, não são considerados como moedas, por não atenderem a alguns requisitos essenciais
▪ Não possuem curso forçado
▪ Seu poder liberatório de obrigações é muito limitado
▪ Sua aptidão para servir de intermediário de trocas é também muito reduzida
• A depender do caso concreto, podem ser considerados como valores
mobiliários ou meros ativos financeiros comuns
Moedas virtuais ou criptomoedas
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
28
• Enquadramento jurídico
• Também não se confunde com “moeda eletrônica”:
▪ Segundo a Lei nº 12.865, de 2013, moeda eletrônica consiste “nos
recursos em reais armazenados em dispositivo ou sistema eletrônico que
permitem ao usuário final efetuar transação de pagamento”.
✓ Ou seja, é um modo de expressão de créditos denominados em
reais.
• Por essas razões, BCB não regula essas moedas
▪ Comunicado nº 31.379, de 16 de novembro de 2017
• Já há países conferindo ou estudando tratamento jurídico específico
às criptomoedas
▪ Alguns exemplos: Alemanha, Rússia, Estados Unidos, Japão e até Irã
Moedas virtuais ou criptomoedas
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
29
• Negociação
• Mercado primário
• Initial Coin Offer (ICO)
• Mercado secundário
• Exchanges de ativos virtuais
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Moedas virtuais ou criptomoedas
30
• Negociação
• Initial Coin Offer (ICO)
• Captações públicas de recursos, tendo como contrapartida a emissão deativos virtuais, também conhecidos como tokens ou coins, em favor dopúblico investidor.
• Estratégia inovadora de captação de recursos por parte de empresas ouprojetos em estado nascente ou de crescimento, muitos ainda em estadopré-operacional
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Moedas virtuais ou criptomoedas
31
• Negociação
• Initial Coin Offer (ICO): visão regulatória
▪ Desde 2017, a CVM tem alertado para o fato de que esse processo deemissão, a depender das circunstâncias, está sujeito a registro ecomporta vários riscos
✓ Está sujeito a registro porque, a rigor, enquadra-se no conceito de valormobiliário
• Art. 2º, IX da Lei nº 6.385/76 – São VM sujeitos a esta lei, “quando ofertadospublicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, quegerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusiveresultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço doempreendedor ou de terceiros”
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Moedas virtuais ou criptomoedas
32
• Initial Coin Offer (ICO): visão regulatória
• Riscos identificados pela CVM:
• Risco de fraudes e pirâmides financeiras;
• Inexistência de processos formais de suitability;
• Risco de operações de lavagem de dinheiro e evasão fiscal/divisas;
• Material publicitário de oferta em desconformidade com regras da CVM;
• Riscos operacionais em ambientes de negociação não monitorados p/CVM;
• Risco operacional associado a ativos virtuais e seus sistemas;
• Riscos cibernéticos associados à gestão e custódia dos ativos virtuais;
• Volatilidade associada a ativos virtuais;
• Risco de liquidez associado a ativos virtuais; e
• Desafios jurídicos e operacionais em casos de litígio com emissores, inerentes ao caráter multijurisdicional das operações com ativos virtuais.
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Moedas virtuais ou criptomoedas
33
• Exchanges de ativos virtuais
• Empresas prestadoras de serviços não regulamentadas pela CVM, queoferecem os serviços de negociação, pós-negociação e custódia deativos virtuais
• Em regra, não são autorizadas pela CVM nem pelo BCB para prestarquaisquer serviços relativos a ativos financeiros.
• Quando o ativo financeiro envolvido for um valor mobiliário, taisempresas devem buscar registro na CVM
• Há países em que essas exchanges já foram devidamenteregulamentadas
• Ex: Japão
Curso Sistema Financeiro Nacional - TV Justiça
Moedas virtuais ou criptomoedas
34
• Panorama anterior (“tradicional”)
• Conta de depósito
• Conta-corrente e conta de poupança
• Resolução nº 2.205, de 1993 e 3.695, de 2009
• Contas salário
• Destinação única: receber unicamente salário, aposentadoria, pensão, soldo e vencimento
• Resolução nº 3.402/2006
Contas e meios eletrônicos
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
35
• Evolução por conta da inovação tecnológica
• Conta eletrônica ou digital (Resolução nº 3.919, de 2010)
• Conta normal, mas que é movimentável exclusivamente por meioseletrônicos, sem cobrança de tarifa
• Abertura de conta por meio eletrônico (Resolução nº 4.480, de 2016)
• Pode ser qualquer conta -> cliente não vai à agência • Pessoas físicas e de MEI
Importante diferença:
Conta eletrônica -> Refere-se à movimentação. Pode ser aberta por meio presencial
Conta aberta por meio eletrônico -> Qualquer conta. Mera facilidade para o cliente
Contas e meios eletrônicos
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
36
• Evolução por conta da inovação tecnológica
• Criação da Conta de pagamento
• Criada com a Lei nº 12.865/2013
• Disciplinada pela Circular BCB nº 3.680/2013
• Não se confunde com conta corrente
• Registro individualizado das transações -> pode ser pre-paga ou pós-paga
Contas e meios eletrônicos
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
37
• Instrumentos mais recentes:
• Homebroker
• Fintechs
Intermediação financeira digital
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
38
• Home broker
• Ferramenta de negociação online onde você envia a ordem diretamente pela internet, através do site da sua corretora
• É um instrumento de facilitação de algo que já existe e não propriamente um novo modelo de negócios
• É portanto fruto de inovação
• Está sujeito à supervisão da CVM
▪ Instrução Normativa nº 380, de 2002
✓ Normas e procedimentos a serem observados nas operações realizadas em bolsas e mercados de balcão organizado por meio da rede mundial de computadores
▪ Instrução Normativa nº 461, de 2007
✓ Art. 80 - Define o direito do consumidor de pleitear indenização perante o “mecanismo de ressarcimento de prejuízos” da Bovespa – 18 meses, até R$ 70 mil
Intermediação financeira digital
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
39
• Fintechs:
• Empresas que usam tecnologia intensiva para oferecer produtos eserviços financeiros
• São frutos de disrupção e não mera inovação tecnológica
• Usam a tecnologia para serviços de forma simples, inovadora eadaptada às necessidades do consumidor
• Buscam prover serviços financeiros com maior praticidade emenor custo para o consumidor
Intermediação financeira digital
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
40
• Fintechs: principais espécies
Fonte: Deep dive 2018 (ABFintech)
Intermediação financeira digital
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
41
• “Fintechs de crédito”: a recente normatização
• Resolução nº 4.656/2018
• Art. 8º - Disciplinou operações de empréstimo e financiamento entre pessoas por meio de plataformas eletrônicas
• Define expressamente como operação de intermediação financeira
• Recursos coletados dos credores que são direcionados aos devedores após negociação em plataforma eletrônica
• Criou duas novas espécies de IF, especificamente voltadas para esse mercado
• Sociedade de Crédito Direto (SCD)
• Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP)
• Objetivo: contribuir para a inclusão financeira -> intermediação SEM BANCOS
Intermediação financeira digital
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
42
• “Fintechs de crédito”: a recente normatização
• Sociedade de Crédito Direto (SCD)
• Objeto (art. 3º) -> 1) operações de empréstimo, 2) definanciamento e 3) aquisição de direitos creditóriosexclusivamente por meio de plataforma eletrônica, comutilização de rec. financeiros com origem capital próprio.
• Serviços adicionais (art. 3º, §1º) -> pode também prestar
• análise de crédito para terceiros;
• cobrança de crédito de terceiros;
• representante de seguros na distribuição de seguro relacionado comas operações mencionadas no caput por meio de plataformaeletrônica, CNSP; e
• emissão de moeda eletrônica.
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Intermediação financeira digital
43
• “Fintechs de crédito”: a recente normatização
• Sociedade de Crédito Direto (SCD)
• Vedações (art. 5º)
• Captar recursos do público, exceto mediante emissão deações;
• Participar do capital de instituições financeiras
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Intermediação financeira digital
44
• “Fintechs de crédito”: a recente normatização
• Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP)
• Objeto (art. 7º) -> operações de empréstimo e de financiamento entrepessoas exclusivamente por meio de plataforma eletrônica.
• Serviços adicionais (art. 7º,§1º) -> Podem atuar tb apenas:• análise de crédito para clientes e terceiros;
• cobrança de crédito de clientes e de terceiros;
• atuação como representante de seguros na distribuição de segurorelacionado com as operações mencionadas no caput por meio deplataforma eletrônica, nos termos do CNSP; e
• emissão de moeda eletrônica.
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Intermediação financeira digital
45
• “Fintechs de crédito”: a recente normatização
• Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP)
• Vedações (art. 14) -> Não podem:
• realizar operações de crédito com recursos próprios;
• participar do capital de instituições financeiras;
• coobrigar-se ou prestar qualquer tipo de garantia nas operações deempréstimo e de financiamento, exceto na hipótese do art. 10, parágrafoúnico;
• remunerar ou utilizar em seu benefício os recursos relativos às operações deempréstimo e de financiamento;
• transferir recursos a dev antes de sua disponibilização pelos credores;
• transferir recursos aos credores antes do pgto pelos devedores;
• manter recursos dos credores e dos devedores em conta de sua titularidadenão vinculados às operações de crédito
• vincular o adimplemento da operação de crédito a esforço de terceiros oudo devedor, na qualidade de empreendedor.
NDSR – FD/UnB | Regulação Financeira na era digital
Intermediação financeira digital
Setor de Autarquias Sul, Quadra 1, Bloco N,
Ed. Terra Brasilis, sala 805
Cep 70070-010 Brasília (DF)
+55 (61) 3225-9887
www.jvalaw.com.br
OBRIGADO!