regras básicas do iva na ue aplicáveis aos serviços ... · fornecimento de música, filmes e...
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Regras básicas do IVA na UE aplicáveis aos serviços prestados por via
eletrónica explicadas às microempresas
Desde 1 de janeiro de 2015, os serviços de telecomunicações, de radiodifusão e televisão e os
serviços prestados por via eletrónica são sempre tributados no país a que pertence o
destinatário1, independentemente de o destinatário ser uma empresa ou um consumidor. O
presente documento visa proporcionar uma explicação simples dos casos abrangidos por estas
disposições, tendo especialmente em conta os serviços prestados por via eletrónica por
microempresas com sede na UE.
Não abrange 1) o fornecimento de bens em que apenas as encomendas são efetuadas por via
de sistemas eletrónicos, e 2) a prestação de serviços que não de telecomunicações, de
radiodifusão e televisão e serviços prestados por via eletrónica.
Se alguma das explicações contidas neste documento continuar a ser pouco clara, encontram-
se disponíveis referências que remetem para as Notas explicativas (e outros documentos
relacionados), que permitem uma leitura mais aprofundada sobre a matéria. Se ainda
persistirem dúvidas, recomenda-se que seja contactada a administração fiscal local. (Ver no
final do documento como encontrar os pontos de contacto nacionais.)
Para determinar se as regras de 2015 se aplicam à sua empresa, deve considerar as
seguintes questões:
1. A definição de serviços fornecidos por via eletrónica aplica-se ao produto da sua
empresa?
2. Quem são e onde estão os destinatários do seu produto?
3. Como cumprir as suas obrigações em matéria de IVA?
1 Para mais explicações, consultar a página 3.
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Os serviços são prestados através da Internet ou de uma rede eletrónica
A prestação implica o seguinte:
É essencialmente automatizada
Requer uma intervenção humana mínima
Não tem qualquer viabilidade na ausência de tecnologia de informação
Ver também a página 8
A empresa exerce uma das seguintes atividades
(Nota: a lista de exemplos não é exaustiva):
Fornecimento de sítios informáticos, domiciliação de páginas Web, manutenção à distância de programas e equipamentos
Fornecimento de programas informáticos e respetivas atualizações
Fornecimento de imagens, textos e informações, e disponibilização de bases de dados
Fornecimento de música, filmes e jogos, incluindo jogos de azar e a dinheiro, e de emissões ou manifestações políticas, culturais, artísticas, desportivas, científicas ou de lazer
Prestação de serviços de ensino à distância
Clicar nas hiperligações supra ou consultar a página 9
para ver exemplos específicos.
1. O que são serviços prestados por via eletrónica?
Para
determinar se um serviço pode ser
considerado um serviço prestado por
via eletrónica, convém verificar:
Em primeiro lugar, se o serviço
é expressamente referido numa
das listas de exemplos que constam da Diretiva «IVA»2 e do Regulamento de
Execução do IVA3 (ver o quadro supra e os exemplos indicados nas páginas 8, 9 e 10)
Em segundo lugar, se o serviço não for referido nos exemplos, verificar se é indicado
como um serviço que não é abrangido pela definição (ver páginas 8 e 9)
Por último, se o serviço não constar de nenhuma destas listas, verificar se o mesmo
cumpre os critérios estabelecidos na definição geral (ver o quadro supra e a página 8)
Ao examinar a lista de exemplos, há que ter em atenção que as atividades enumeradas servem
sobretudo de exemplos dos principais tipos de serviços prestados por via eletrónica
conhecidos na altura em que foram elaborados os atos legislativos em matéria de IVA. Por
conseguinte, se o seu serviço não for expressamente referido, deverá ainda examinar a lista
que exclui expressamente a possibilidade de determinados serviços serem considerados e, em
seguida, deverá verificar também a possibilidade de o serviço em causa ser abrangido pela
definição geral.
2 Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre
o valor acrescentado. 3 Regulamento de Execução (UE) n.º 282/2011 do Conselho, de 15 de março de 2011, que estabelece medidas
de aplicação da Diretiva 2006/112/CE relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado.
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2. Quem são e onde estão os destinatários do seu produto?
No caso de todas as afirmações supramencionadas serem verdadeiras, a empresa do prestador
deverá declarar o IVA no outro Estado-Membro da UE. Na secção 3 do presente documento,
encontram-se disponíveis informações sobre o cumprimento das obrigações em matéria de
IVA.
Se, pelo menos, uma das afirmações não for verdadeira, as consequências serão diferentes.
Se os clientes da empresa se encontrarem apenas no Estado-Membro do prestador, este terá de
liquidar o IVA apenas no seu Estado-Membro (caso a empresa esteja ou tenha de estar
registada para efeitos de IVA).
Se os destinatários num outro Estado-Membro estiverem registados para efeitos de IVA (ou
seja, forneceram ao prestador o número de registo para efeitos de IVA), os próprios
destinatários declaram o IVA no respetivo Estado-Membro (mecanismo de autoliquidação).
Se os serviços forem prestados através de um mercado, considera-se que o prestador está a
prestar o serviço a um sujeito passivo para efeitos de IVA (ou seja, ao operador do mercado)
que, por sua vez, está ainda a fornecer o serviço ao destinatário final, a um sujeito não
passivo. O operador do mercado estará sujeito a obrigações em matéria de IVA nos Estados-
Membros onde estão estabelecidos os destinatários finais. Ver também as Notas explicativas
secção 3, páginas 22 a 44.
2.1. Determinação da localização do destinatário
Há duas regras, de caráter geral, para determinar a localização do destinatário.
Se o destinatário for uma empresa (sujeito passivo), será o país onde a mesma está
registada ou o país onde tem instalações estáveis que recebem o serviço.
Se o destinatário for um consumidor (sujeito não passivo) será o país onde o mesmo está
registado, tem domicílio permanente ou residência habitual.
Presta serviços por via eletrónica a destinatários em qualquer outro Estado-Membro da UE
Alguns dos destinatários num outro Estado-Membro da UE não são um sujeito passivo para efeitos de IVA, ou seja, não lhe comunicaram um número de IVA
Os seus serviços não são prestados através de um mercado
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Por vezes, as condições da vida real dificilmente permitem determinar com inteira certeza a
localização do destinatário. Por conseguinte, o Regulamento de Execução do IVA (artigos
24.º-A, 24.º-B, 24.º-D e 24.º-F) permite algumas presunções com vista a facilitar a aplicação
do IVA.
As informações seguintes são um resumo de explicações mais aprofundadas retiradas das
Notas explicativas, secções 7 a 9, páginas 54 a 73.
2.1.1 Presunções com base nas informações conhecidas sobre o consumidor - aplicam-se
apenas a prestações de serviços entre empresas e consumidores (B2C).
Sempre que não seja necessária a presença física do consumidor (isto é, um sujeito não
passivo) para beneficiar do serviço e não seja possível determinar o país onde o consumidor
está registado, tem domicílio permanente ou residência habitual, o prestador do serviço tem o
direito a presunção com base nos dados que lhe foram disponibilizados sobre o destinatário.
A presunção normalmente mais utilizada é a presunção geral que permite determinar a
localização do beneficiário com base nos dois elementos de prova não contraditórios
enumerados infra, na secção 2.1.3. Como presunção geral, é útil quando não é possível
recorrer a uma das presunções específicas apresentadas infra (incluindo as presunções com
base na localização física).
Outras presunções aplicáveis a B2C são as seguintes:
Prestação através de uma linha fixa: quando os serviços são prestados a um
destinatário através da sua linha fixa, presume-se que o destinatário está efetivamente
estabelecido nesse lugar, pelo que é possível confiar nessa presunção.
Prestação através de redes móveis: quando os serviços são prestados a um destinatário
através de redes móveis, presume-se que o destinatário está estabelecido no país
identificado pelo indicativo da rede móvel do cartão SIM utilizado para receber os
serviços.
Prestação utilizando um descodificador: quando é necessário um descodificador ou
dispositivo similar ou um cartão de visualização para receber os serviços, presume-se
que o destinatário pertence ao lugar onde está situado o dispositivo ou ao lugar para
onde é enviado o cartão de visualização para aí ser utilizado. Aplica-se apenas se não
for utilizada uma linha fixa.
2.1.2 Presunções relativas às prestações de serviços na localização física do prestador e a
bordo de meios de transporte - aplica-se aos serviços prestados por uma empresa a outra
empresa (B2B) e aos serviços prestados por uma empresa a um consumidor (B2C).
Com a presunção relativa a prestações de serviços na localização física de um prestador, este
pode partir do princípio de que o destinatário está estabelecido, tem domicílio permanente ou
residência habitual no lugar onde o serviço é prestado por ele e o destinatário está presente,
porque a sua presença física do destinatário é necessária para a receção desse serviço. Esse
seria então o lugar onde o serviço prestado por esse prestador seria tributado. Refira-se, a
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título de exemplo, lugares como uma cabine telefónica, um quiosque telefónico, uma zona wi-
fi, um cibercafé, um restaurante ou o átrio de um hotel, mas não só.
Caso a localização física do lugar onde são prestados os serviços seja a bordo de uma
embarcação, de uma aeronave ou de um comboio que efetue o transporte de passageiros no
território da UE, o país da localização é o país de partida do transporte de passageiros.
2.1.3 Elementos de prova para a identificação da localização do destinatário
Há uma lista não exaustiva de elementos de prova para determinar a localização de um
destinatário nos casos em que o prestador aplica uma presunção geral (dois elementos de
prova não contraditórios) ou quando o prestador pretende ou necessita de ilidir uma
presunção.
A lista de elementos de prova é a seguinte:
Endereço de faturação do destinatário;
O endereço do Protocolo Internet (IP) do dispositivo utilizado pelo destinatário ou
qualquer meio de geolocalização;
Dados bancários, tais como o lugar onde está situada a conta bancária utilizada para o
pagamento ou o endereço de faturação do destinatário de que esse banco dispõe;
Indicativo móvel do país (MCC) da identidade internacional de assinante móvel
(IMSI) armazenado no cartão SIM (módulo de identidade do assinante) utilizado pelo
destinatário;
Localização da linha fixa do destinatário através da qual o serviço lhe é prestado;
Outras informações comerciais pertinentes.
2.1.4 Ilisão das presunções
O prestador pode optar por ilidir uma presunção no caso de ter três elementos de prova não
contraditórios (enumerados supra) que fundamentam que o lugar da prestação do serviço, o
país de localização do destinatário, é diferente do país considerado no âmbito da presunção.
Um prestador não é obrigado a ilidir uma presunção. Ainda que possa haver provas em
contrário, o prestador pode, com vista a determinar o lugar a que o destinatário pertence,
decidir basear-se na presunção aplicada.
Uma autoridade fiscal pode ilidir qualquer uma das presunções apenas nos casos em que há
indícios de utilização indevida ou abusiva por parte do prestador.
3. Cumprimento das obrigações em matéria de IVA
No caso de um prestador de serviços considerados serviços prestados por via eletrónica a
destinatários que não são sujeitos passivos para efeitos de IVA, pertencentes a Estados-
Membros que não o do prestador, e que recebem a prestação do serviço diretamente desse
prestador (e não por via de um mercado), este terá de cobrar e liquidar o IVA dos Estados-
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Membros em questão. Isso implica que o prestador terá de cobrar o IVA a esses destinatários
à taxa aplicável no Estado-Membro a que pertencem.
É importante ter em conta que, mesmo que a empresa do prestador do serviço não esteja
registada como sujeito passivo para efeitos de IVA no respetivo Estado-Membro, terá de
liquidar o IVA nos outros Estados-Membros onde os destinatários dos seus serviços estão
estabelecidos.
Para cumprir as suas obrigações, o prestador tem duas opções:
Registar-se para efeitos de IVA em cada Estado-Membro onde os destinatários
dos seus serviços estão estabelecidos
Registar-se no minibalcão único do IVA apenas no seu Estado-Membro
A primeira opção, ou seja, registar-se para efeitos de IVA noutros Estados-Membros, não é
matéria do presente documento.
Como as microempresas quererão, em geral, evitar registar-se para efeitos de IVA noutros
Estados-Membros, a informação seguinte centra-se apenas na medida de simplificação
prevista pela segunda opção: o minibalcão único do IVA.
O minibalcão único do IVA é um sistema informático que permite às empresas que
prestam serviços de telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou serviços
eletrónicos a destinatários estabelecidos num outro Estado-Membro liquidar o IVA
devido sobre as prestações efetuadas através de um portal Web no seu próprio Estado-
Membro.
Caso já esteja registado para efeitos de IVA no seu Estado-Membro, o prestador pode
registar-se ainda no minibalcão único do VAT com o mesmo número de identificação
individual para efeitos de IVA que utiliza nas declarações do IVA nacionais.
Caso não esteja registado para efeitos de IVA no seu Estado-Membro (por exemplo,
por não ter sido alcançado o limiar de registo nacional), pode proceder ao registo
apenas no minibalcão único do IVA. As vendas efetuadas no seu Estado-Membro
continuarão a beneficiar de isenção da aplicação de IVA enquanto o volume de
negócios se mantiver abaixo do limiar nacional.
O prestador deve apresentar trimestralmente por via eletrónica uma declaração do IVA
ao minibalcão único do IVA do seu Estado-Membro no prazo de 20 dias a contar do
fim do período abrangido pela declaração (por exemplo, a declaração referente ao
primeiro trimestre do ano deve ser apresentada até 20 de abril).
Nesta declaração de IVA, terá de declarar o total do volume de negócios, líquido de
IVA, as taxas de IVA aplicáveis e o montante total de IVA cobrado aos seus clientes,
discriminado por Estado-Membro de consumo das prestações efetuadas.
Terá de pagar o montante total de IVA devido após apresentação da declaração de
IVA à sua administração fiscal até ao fim do prazo de apresentação da referida
declaração de IVA (por exemplo, até 20 de abril no que respeita ao primeiro trimestre
do ano).
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O Estado-Membro do prestador transmite as informações relativas às declarações de
IVA a todos os Estados-Membros nos quais foram efetuadas as prestações e distribui
as receitas do IVA pelos respetivos Estados-Membros em conformidade.
Prazo de registo no minibalcão único do IVA4
Provavelmente, o prestador do serviço saberá com antecedência que vai começar a prestar
serviços por via eletrónica destinados a outro Estado-Membro da UE. Nesse caso, terá de
informar a administração fiscal do seu Estado-Membro de que pretende começar a utilizar o
regime de minibalcão único do IVA. O registo produz efeitos a partir do primeiro dia do
trimestre civil seguinte àquele em que o prestador informe a administração fiscal de que
pretende começar a utilizar o regime.
No entanto, pode acontecer que o prestador tenha tido um destinatário de outro Estado-
Membro antes de ter decidido começar a utilizar o regime de minibalcão único do IVA. Nesse
caso, terá de informar o seu Estado-Membro, até ao décimo dia do mês seguinte, de que
efetuou essa prestação e o registo produzirá efeitos a partir da data da prestação em causa.
4. Outras informações úteis
A página Web da Comissão Europeia relativa às regras do IVA aplicáveis
aos serviços eletrónicos
Na página Web destinada às informações sobre as regras do IVA aplicáveis aos serviços de
telecomunicações, de radiodifusão e televisão e de serviços eletrónicos, publicada pela DG
TAXUD, importa chamar a atenção para as «Notas explicativas sobre as alterações relativas
ao IVA na UE no que diz respeito ao lugar das prestações de serviços de telecomunicações, de
radiodifusão e televisão e de serviços eletrónicos que entram em vigor em 2015» (também
referidas supra, com hiperligação direta para a versão em língua portuguesa
http://ec.europa.eu/taxation_customs/resources/documents/taxation/vat/how_vat_works/teleco
m/explanatory_notes_2015_pt.pdf), bem como para o «Guia do minibalcão único do IVA»
(hiperligação direta para a versão em língua portuguesa
http://ec.europa.eu/taxation_customs/resources/documents/taxation/vat/how_vat_works/teleco
m/one-stop-shop-guidelines_pt.pdf).
Ambos os documentos foram traduzidos para várias línguas. Clicar no balão de diálogo
junto do PDF e na hiperligação do texto na página Web para aceder a todas as versões nas
línguas disponíveis.
Fontes de informações específicas sobre alguns Estados-Membros
Taxas de IVA aplicáveis e regras de faturação
4 Ver também o «Guia do minibalcão único do IVA», «5) A partir de quando é que o registo produz efeitos?», na
página 8.
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A base de dados para a comunicação de informações fiscais (Tax Information Communication
database, TIC) (em inglês) permite a pesquisa, por Estado-Membro da UE, das taxas de IVA,
regras de faturação e requisitos de informação para reembolso do IVA.
As informações sobre as taxas de IVA aplicáveis nos Estados-Membros podem ser
consultadas na secção relativa às taxas de IVA da base de dados TIC.
As informações sobre a forma como os Estados-Membros impõem às empresas a obrigação
de emitirem uma fatura relativamente à prestação de serviços de uma empresa para um
consumidor final podem ser consultadas na secção relativa às regras de faturação da base de
dados TIC.
Ambos os tipos de informações podem ser consultados no quadro apresentado nas páginas 4 e
5 do documento disponível nesta hiperligação. No caso das taxas, o documento refere-se,
especificamente, às taxas de IVA relativas aos serviços de telecomunicações, de radiodifusão
e televisão e aos serviços eletrónicos prestados em Estados-Membros da UE.
Pontos de contacto dos Estados-Membros para as regras em matéria de IVA
aplicáveis desde 2015
Os Estados-Membros designaram pontos de contacto tendo em vista as regras que entraram
em vigor em 2015 no que diz respeito ao lugar das prestações de serviços de
telecomunicações, de radiodifusão e televisão e de serviços prestados por via eletrónica. Estes
pontos são criados apenas para facilitar os contactos com as administrações nacionais sobre
questões relacionadas com as alterações introduzidas a partir de 2015. As informações podem
ser consultadas na página Web da Comissão Europeia dedicada aos «Serviços de
telecomunicações, de radiodifusão e televisão e serviços eletrónicos» na rubrica «Informações
sobre uma seleção de regras nacionais em matéria de IVA, incluindo as taxas de IVA e os
pontos de contacto», subsecção «Relatórios nacionais». Em cada relatório, estão disponíveis
informações relativas aos pontos de contacto na secção «Acesso ao portal Web e contactos
das autoridades locais em matéria de IVA».
Informações sobre as regras nacionais em matéria de IVA no minibalcão único
do IVA
As informações sobre a legislação nacional aplicável nos Estados-Membros necessárias para
uma aplicação correta das regras sobre as prestações de serviços de telecomunicações, de
radiodifusão e televisão e de serviços eletrónicos, que entraram em vigor em 2015, também
podem ser consultadas no relatório disponibilizado através da seguinte hiperligação. As
informações são apresentadas num documento MS Excel e é necessário ativar as macros para
permitir o funcionamento da função «pesquisa».
Se alguma das explicações contidas neste documento continuarem a ser pouco claras,
encontram-se disponíveis referências que remetem para as Notas explicativas (e outros
9
documentos conexos), que permitem uma leitura mais aprofundada sobre a matéria. Se
persistirem dúvidas, recomenda-se que seja contactada a administração fiscal local.
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Anexo Descrição pormenorizada das regras: Definição e exemplos de
serviços prestados por via eletrónica
A definição de «serviços prestados por via eletrónica» consta do artigo 7.º, n.º 1, do
Regulamento de Execução em matéria de IVA:
Entende-se por «serviços prestados por via eletrónica» os serviços que são prestados através
da Internet ou de uma rede eletrónica e cuja natureza torna a sua prestação essencialmente
automatizada, requerendo uma intervenção humana mínima, e que são impossíveis de
assegurar na ausência de tecnologias da informação.
Os números seguintes do artigo 7.º enumeram listas indefinidas de serviços que são
abrangidos e que não são abrangidos por esta definição.
A definição abrange, em especial A definição não abrange, em especial
a) Fornecimento de produtos digitalizados em
geral, nomeadamente os programas
informáticos e respetivas alterações e
atualizações;
b) Serviços de criação ou de apoio à presença
de empresas ou de particulares numa rede
eletrónica, tais como um sítio ou uma página
Internet;
c) Serviços gerados automaticamente por
computador através da Internet ou de uma
rede eletrónica, em resposta a dados
específicos introduzidos pelo destinatário;
d) Concessão, a título oneroso, do direito de
colocar um bem ou um serviço à venda num
sítio Internet que funciona como mercado em
linha, em que os compradores potenciais
fazem as suas ofertas através de um processo
automatizado e em que as partes são
prevenidas da realização de uma venda
através de um correio eletrónico gerado
automaticamente por computador;
e) Pacotes de fornecimento de serviços
internet (ISP) em que a componente
telecomunicações constitui um elemento
auxiliar e secundário (ou seja, pacotes que
vão além do mero acesso à Internet e que
compreendem outros elementos, tais como
páginas de conteúdo que dão acesso a
notícias e a informações meteorológicas ou
turísticas; espaços de jogo; alojamento de
sítios; acesso a debates em linha, etc.);
a) Serviços de radiodifusão e televisão;
b) Serviços de telecomunicações;
c) Bens cuja encomenda e respetivo
processamento sejam efetuados por via
eletrónica;
d) CD-ROM, disquetes e suportes materiais
similares;
e) Material impresso, tal como livros,
boletins, jornais ou revistas;
f) CD e cassetes áudio;
g) Cassetes vídeo e DVD;
h) Jogos em CD-ROM;
i) Serviços de profissionais, tais como juristas
ou consultores financeiros, que aconselham
os seus clientes por correio eletrónico;
j) Serviços de ensino, em que o conteúdo do
curso é fornecido pelo docente através da
Internet ou de uma rede eletrónica (ou seja,
por conexão remota);
k) Serviços de reparação física fora de linha
de equipamento informático;
l) Serviços de armazenamento de dados fora
de linha;
m) Serviços de publicidade, nomeadamente
em jornais, em cartazes ou na televisão;
n) Serviços de assistência por telefone;
o) Serviços de ensino exclusivamente
11
f) Serviços enumerados no anexo I [do
Regulamento de Execução em matéria de
IVA, e apresentados infra na secção
Exemplos].
prestados por correspondência,
nomeadamente utilizando os serviços postais;
p) Serviços tradicionais de vendas em leilão,
assentes na intervenção humana direta,
independentemente do modo como são feitas
as ofertas de compra;
t) Bilhetes para manifestações culturais,
artísticas, desportivas, científicas, educativas,
recreativas e similares reservados pela
Internet;
u) Alojamento, aluguer de automóveis,
serviços de restauração, de transporte de
passageiros ou similares reservados pela
Internet.
Exemplos
É apresentada infra uma relação das atividades enumeradas no anexo II da Diretiva «IVA» e
dos respetivos exemplos que constam do anexo I do Regulamento de Execução em matéria de
IVA.
1) Fornecimento de sítios informáticos, domiciliação de páginas Web, manutenção à distância
de programas e equipamentos:
a) Alojamento de sítios e de páginas web;
b) Manutenção automatizada de programas em linha e à distância;
c) Administração remota de sistemas;
d) Armazenamento de dados em linha que permita o armazenamento e a extração de
dados específicos por via eletrónica;
e) Fornecimento em linha de espaço de disco encomendado.
2) Fornecimento de programas e respetiva atualização:
a) Acesso ou descarregamento de programas informáticos (incluindo programas para
aquisições/contabilidade e programas informáticos antivírus) e respetivas atualizações;
b) Programas informáticos para bloquear a visualização de faixas publicitárias,
conhecidos por bloqueadores de anúncios;
c) Descarregamento de programas de gestão (drivers), tais como programas
informáticos de interface entre computadores e equipamento periférico (por exemplo,
impressoras);
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d) Instalação automatizada em linha de filtros em sítios web;
e) Instalação automatizada em linha de corta-fogos (firewalls).
3) Fornecimento de imagens, textos e informações, e disponibilização de bases de dados:
a) Acesso ou descarregamento de temas para a área de trabalho (desktop);
b) Acesso ou descarregamento de fotos, imagens ou protetores de ecrã (screensavers);
c) Conteúdo digitalizado de livros e outras publicações eletrónicas;
d) Assinatura de jornais e revistas em linha;
e) Diários web (weblogs) e estatísticas de consulta de sítios web;
f) Notícias, informações de trânsito e boletins meteorológicos em linha;
g) Informações em linha geradas automaticamente por programas informáticos a partir
de dados específicos introduzidos pelo adquirente ou destinatário, tais como dados
jurídicos e financeiros (incluindo cotações das bolsas de valores continuamente
atualizadas);
h) Oferta de espaços publicitários, nomeadamente de faixas publicitárias em
páginas/sítios web;
i) Utilização de motores de busca e de diretórios da Internet.
4) Fornecimento de música, filmes e jogos, incluindo jogos de azar e a dinheiro, e de emissões
ou manifestações políticas, culturais, artísticas, desportivas, científicas ou de lazer:
a) Acesso ou descarregamento de música para computadores e telemóveis;
b) Acesso ou descarregamento de temas (jingles) ou excertos musicais, tons de toque
ou outros sons;
c) Acesso ou descarregamento de filmes;
d) Descarregamento de jogos para computadores e telemóveis;
e) Acesso a jogos automatizados em linha dependentes da Internet ou de outras redes
eletrónicas semelhantes, em que os jogadores se encontram geograficamente distantes
uns dos outros.
f) Receção de programas de radiodifusão ou de televisão distribuídos através de uma
rede de radiodifusão ou televisão, Internet ou rede eletrónica similar para ouvir ou ver
programas no momento escolhido pelo utilizador e a pedido deste, com base num
catálogo de programas selecionado pelo fornecedor dos serviços de comunicação
social, tais como televisão ou vídeo a pedido;
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g) Receção de programas de radiodifusão ou de televisão através da Internet ou redes
eletrónicas semelhantes (IP streaming), salvo se difundidos em direto ou em
simultâneo através das redes tradicionais de radiodifusão ou televisão.
5) Prestação de serviços de ensino à distância:
a) Ensino automatizado à distância cujo funcionamento depende da Internet ou de uma
rede eletrónica semelhante e cuja prestação exige uma intervenção humana limitada,
ou mesmo nula, incluindo salas de aula virtuais, exceto no caso de a Internet ou rede
eletrónica semelhante ser usada apenas como simples meio de comunicação entre o
professor e o aluno;
b) Cadernos de exercícios preenchidos em linha pelos alunos, e corrigidos e
classificados automaticamente sem qualquer intervenção humana.