regaleira mais do que um passeio cultural

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  • 8/7/2019 REGALEIRA Mais do que um passeio cultural

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    Mais do que um passeio cultural, a visita Quinta da Regaleira, em Sintra, uma viagema um universo de smbolos e metforas, presentes em toda a propriedade. Aqui nada apenas o que parece, mas sempre sinal de algo mais forte, transcendente e misterioso.

    Sintra foi desde sempre considerada pelos vrios povos como o fim do caminho, um ponto dechegada aprazvel, rico em gua e terras frteis e de clima ameno. Alm do mais, Sintrasempre transmitiu fortes sentimentos telricos. A forma serpenteante que entra pelo mar, a suaproximidade com os astros (o facto de nascer abruptamente de uma plancie f-la parecer maisalta do que ) e as rvores milenares to apreciadas pelas civilizaes drudicas conferiram serra o cariz sagrado que, na Antiguidade Clssica, serviu de inspirao para a designao dePromontrio da Lua.Neste contexto, a Quinta da Regaleira apresenta-se como o mais significativo e imponente dosmonumentos simblicos edificados em Sintra.

    Um percurso gloriosoA histria da Quinta da Regaleira, como ela se apresenta nos nossos dias, comea em 1892,altura em que adquirida por Antnio Au-gusto Carvalho Mon-teiro. O Monteiro dos Milhes,epteto que popularizou esta misteriosa personagem, nasceu no Rio de Janeiro em 1848, filho

    de pais portugueses. Herdeiro de uma grande fortuna familiar, multiplicada no Brasil com omonoplio do comrcio dos cafs e pedras preciosas, este homem rapidamente se tornouconhecido pela imprensa da poca graas ao carcter, simultaneamente altrusta e excntrico,que o levou a gastar uma verdadeira fortuna na realizao desta fantasia.

    Licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra, Carvalho Monteiro tinha como grandesinteresses os livros, a pera, os instrumentos musicais, os relgios, as conchas, as borboletase as antiguidades. Tinha tambm o desejo de construir um espao grandioso, em que vi-vesserodeado de todos os smbolos que espelhassem os seus interesses e as suas ideologias. Esseespao encontrou-o em Sintra, um local que Monteiro considerava representar a essncia dePortugal, uma espcie de baluarte da alma lusitana. Assim, decidiu comprar a Quinta daRegaleira (propriedade de uma rica famlia de comerciantes do Porto agraciados com o ttulode baro) por 25 contos de ris.

    Cinquenta anos mais tarde, j com as caractersticas actuais, a quinta foi vendida a WaldemarD'Orey que, sem ter desvirtualizado o que tinha sido concebido com tanto mtodo, procedeu apequenas obras que lhe permitissem acolher a grande famlia que tinha. Em 1987 a Quinta daRegaleira passa a ser propriedade da empresa japonesa Aoki Corporation, entrando num pe-rodo de dez anos de plena inactividade.

    Em 1997, dois anos depois de Sintra ter sido classificada Pa-trimnio Mundial, a CmaraMunicipal adquire este valioso patrimnio, iniciando pouco depois um exaustivo trabalho derecuperao do patrimnio edificado e dos jardins. Uma vez concludas as obras, a quinta foifinalmente aberta ao pblico como centro de actividades culturais.

    Artes, artfices e estilos

    Mas regressemos histria da Regaleira. O arquitecto escolhido por Carvalho Monteiro para aconcepo da Regaleira foi o italiano Luigi Manini, que trouxe para trabalhar consigo osmestres coimbros, formados na prestigiada Escola Livre das Artes e Desenho. Arquitecto,pintor e cengrafo, Manini veio para Portugal em 1876 para trabalhar no Real Teatro de SoCarlos. Tinha trabalhado no Scala de Milo e gozava de muito boa reputao no meio artstico.O seu trabalho na construo do Palcio-Hotel do Buaco agradou especialmente a CarvalhoMonteiro. Porm, no era s nas questes estticas que Monteiro e Manini estavam de acordo,ambos partilhavam as mesmas filosofias e estas afinidades foram determinantes para odesenvolvimento do projecto de concepo da Quinta da Regaleira.

    O incio das obras deu-se em 1898 com a adaptao da Casa da Renascena (actual sede daFundao CulturSintra) para residncia do casal Carvalho Monteiro. Seguiu-se a remodelaodas cocheiras, depois a construo da capela e, finalmente, a edificao do palcio. Durante

    todas estas obras, at 1910, o trabalho dos artfices de Coimbra foi exclusivamente dedicado aCarvalho Monteiro, sendo a maioria das peas artsticas trabalhada na oficina de JooMachado e depois enviada para Lisboa por comboio.

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    Da conjugao dos sonhos de Carvalho Monteiro com as artes de Manini e dos artesos dapedra, nasceu um edifcio arquitectonicamente muito rico num misto de estilos e de grandeoriginalidade. Traos manuelinos so visveis na utilizao de ornamentos como cordames,elementos vegetais, esferas armilares e colunelos torsos, sendo utilizados uma srie de novoselementos como animais e espcies antropomrficas, smbolos esotricos relacionados com a

    alquimia e a maonaria, revelando as ideias e convices de Carvalho Monteiro.

    O grande mentor da Regaleira era um homem conservador, monrquico e cristo gnstico e,como tal, adepto de uma arte simblica, com o objectivo de ressuscitar o passado. Apredominncia do estilo neomanuelino e a recorrncia a elementos do sobrenatural e dosagrado no mais do que o assumir a nostalgia dos tempos gloriosos e ricos dosdescobrimentos. Neste mesmo contexto, a Arte Gtica escolhida como a mais representativada Quinta. Baseada na repetio de linhas geomtricas e na forma ogival das abbadas e dosarcos, sugere, para alm dos objectos reais, os seres e animais estranhos que povoam osnossos sonhos e pesadelos. Castelos em runas, florestas sem sada, manses com alasdesertas e corredores escuros, criptas ocultas e subterrneos hmidos, passagens secretas eportas interditas atravs das quais se adivinha a presena dos espritos, so os ingredientesessenciais do cenrio gtico que to bem representado est na Quinta da Regaleira.

    O romantismo dos jardins e a magia do poo

    A Entrada dos Guardies e Terrao Celeste.

    BPoo inicitico, uma galeria subterrnea em espiral, por onde se descem nove patamares at sprofundezas da terra.

    CCapela da Santicima Trindade, com uma magnifica fachada que aposta no revivalismo do gtico e domanuelino.

    D Lago dos Cisnes e Banco 515, na Gruta da Catedral.

    E A Torre da Regaleira, foi construida para dar a quem a sobe a iluso de se encontrar no eixo do mundo.

    A visita a todo este universo comea junto ao chamado Patamar dos Deuses, terrao ondeesttuas de vrios seres divinos esto alinhadas ao longo do caminho. Daqui parte-se parauma visita ao interior dos jardins onde a cada momento o visitante surpreendido por lagos,fontes, torres, terraos, grutas e muitos elementos simblicos.

    Romnticos de concepo, os Jardins da Regaleira so construdos sobre socalcos econstitudos por uma mistura de plantas e rvores, trazidas das mais variadas partes do globo,

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    que foram integradas de forma harmoniosa com a vegetao autctone. O passeio pelosjardins e pelo bosque faz-se por caminhos de ascenso, partindo das zonas delicadas esubindo at floresta espontnea, onde a vegetao plantada sem ordem aparente, to aogosto da sensibilidade romntica vigente durante o sculo XIX.

    A certa altura do percurso surge, num dos lugares mais bonitos da mata, um aglomerado de

    pedras que esconde uma disfarada porta de pedra. Essa porta transporta-nos para um doslocais mais impressionantes da quinta - o fantstico poo inicitico, que, como se fosse umatorre invertida, nos leva ao interior da terra. De quinze em quinze degraus descem-se os novepatamares circulares do poo, recriando o ritual em que se descia ao abismo da terra ou sesubia em direco ao cu, consoante a natureza do percurso inicitico escolhido. Os novepatamares aludem aos nove crculos do Inferno, s nove seces do Purgatrio e aos novecus do Paraso, que Dante consagrou na Divina Comdia. L no fundo, a carga dramticaacentua-se. Gravada em embutidos de mrmore em tons rosa, sobressai a grande cruz dosTemplrios, aliada a uma estrela de oito pontas, afinal o emblema herldico de CarvalhoMonteiro. neste ltimo patamar que entramos num conjunto de grutas que nos conduzem aoexterior, em autnticos labirintos, pelo mundo subterrneo, aqui e alm porventura povoado demorcegos. De construo artificial, na sua maioria, estas galerias aproveitam, no entanto, ascaractersticas geolgicas da mancha grantica da Serra de Sintra. Uma vez c fora, espera-

    nos a luz e um cenrio habitado por animais fantsticos, cascatas de gua e passagens depedra que parecem flutuar superfcie dos lagos.

    Depois da experincia marcante de atraves-sar caminhos to msticos, o passeio continua,cada vez mais deslumbrante at chegar Capela da Santssima Trindade. De nave nica, estetemplo segue a mesma linha decorativa que reveste o palcio, assentando, sobretudo, norevivalismo do gtico e do manuelino. Mas a Capela revela uma outra surpresa, escondida deolhares menos atentos. Umas escadas estreitas situadas entrada do lado direito descem emespiral at cripta. Trata-se, na verdade, de outro templo, de decorao despojada, compavimento revestido a mosaico em xadrez preto e branco, um local imerso na escurido,proprcio meditao e comunho com os mortos.

    Muito perto e um pouco mais acima, encontra-sefinalmente o palcio de onde se tem uma vista soberbado vale por onde se estendem os jardins, da Serra e doPalcio da Pena. O monograma de Carvalho Monteirodestaca-se na fachada do edifcio, todo ele ligado porcordas, ns, laadas e frisos, num manifesto recurso aoselementos tpicos do estilo manuelino.A arte gtica impele-nos a olhar para cima. O edifciodesafia as leis da gravidade e prolonga-se em direcoao cu, numa sucesso de capitis, grgulas e pinculosogivais, muitos deles quase imperceptveis.A visita termina no interior do palcio, onde se destaca olindssimo pavimento polcromo de mosaico veneziano.Riqus-simo nos seus ornamentos, o palcio albergaactualmente uma exposio dedicada coleco deobjectos manicos de Jos Eduardo Pisani Burnay, umdos mais importantes acervos mundiais do gnero,constitudo por mais de 600 peas.

    Os Templrios

    Criada no auge das Santas Cruzadas, a Ordem doTemplo era constituda por monges-soldados que tinhampor misso proteger os lugares santos da Palestina contra

    os infiis. Com o decorrer do tempo, estes cavaleirosforam adquirindo riquezas e poderes e,consequentemente, inimigos muito fortes. De tal forma

    Poo Inicitico: de quinze em quinzedegraus se descem os nove patamares

    desta imensa galeria subterrnea,construida em espiral.

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    que, em 1314, a Ordem foi perseguida e extinta pelo papa e pelo rei de Frana. Em Portugal,D. Dinis afectou os bens dos Templrios Ordem de Cristo. Mas o desaparecimento dostemplrios no significou o desaparecimento do templarismo, cujo esprito, resumido na defesados lugares sagrados e na luta contra o mal, renasceu em vrias correntes e organizaesiniciticas. A cruz templria no fundo do poo inicitico e a cruz da Ordem de Cristo nopavimento da Capela, testemunham, precisamente a influncia do templarismo em Carvalho

    Monteiro. H ainda, na Regaleira, referncias corrente esotrica iniciada no sculo XVII, detendncia crist, utilizando os smbolos conjuntos da rosa e da cruz. O movimento Rosa-Cruzpropunha reformas sociais e religiosas, exaltava a humildade, a justia, a verdade e acastidade, apelando cura de todas as doenas do corpo e da alma.

    Iniciao e MaonariaA Franco-Maonaria tem origem nas associaes profissionais de pedreiros-livres e deconstrutores de catedrais medievais, que se reuniam em lojas para debaterem questesprofissionais e questes de carcter filantropo, moral e religioso. Com o decorrer do tempo,estas sociedades secretas comearam a aceitar membros estranhos profisso, mas quepartilhavam dos mesmos ideais. Esta degenerao fez com que, em 1717, surgisse emInglaterra a Maonaria moderna, j desligada das prticas profissionais originais. Semprerejeitados pela Igreja Catlica, os ensinamentos manicos que defendiam a caridade, a

    imortalidade da alma e a existncia de um princpio espiritual superior (o Grande Arquitecto doUniverso), tinham tambm implcitos na sua simbologia, afinidades com correntes esotricascomo a Alquimia, o templarismo e o rosacrucianismo

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    Memria histricaA documentao histrica relativa Quinta da Regaleira escassa para os tempos anteriores sua compra porCarvalho Monteiro. Sabe-se todavia que, em 1697, Jos Leite adquiriu uma vasta propriedade no termo da vilade Sintra que corresponderia, aproximadamente, ao terreno que hoje integra a dita Quinta - a esta data parecemremontar, pois, as origens da quinta em questo.

    Francisco Alberto Guimares de Castro comprou a propriedade - conhecida como Quinta da Torre ou do Castro- em 1715, em hasta pblica e, aps as licenas necessrias, canalizou a gua da serra a fim de alimentar umafonte ai existente.

    Em 1800, a quinta cedida a Joo Antnio Lopes Fernandes estando logo, em 1830, na posse de ManualBernardo, data em que tomou a designao que actualmente possui. Em 1840, a Quinta da Regaleira foi

    adquirida pela filha de uma grande negociante do Porto, Allen, que mais tarde foi agraciada com o ttulo deBaronesa da Regaleira. Data provavelmente deste perodo a construo de uma casa de campo que visvelem algumas representaes iconogrficas de finais do sculo XIX.

    A histria cia Regaleira actual principia, todavia, em 1892, alio em que os bares da Regaleira vendem apropriedade ao Dr. Antnio Augusto Carvalho Monteiro por 25 contos de ris (Anacleto, 1994: 241).

    O clebre "Monteiro dos Milhes" nasceu no Rio de Janeiro em 1848, filho de pais portugueses, que cedo otrouxeram para Portugal. Licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra, Monteiro foi um distintocoleccionador e biblifilo, detentor de uma das mais raras camonianas portuguesas, homem de cultura quedecerto influenciou, se no determinou mesmo, parte bastante razovel do misterioso programa iconogrfico dopalcio que construiu para si, nas faldas da serra de Sintra

    Maonaria e a Quinta da RegaleiraChama-se esotrico a um conhecimento oculto, seja doutrina ou tcnica de expresso simblica, reservado aosiniciados:. O esoterismo , pois, o conjunto de prticas e de ensinamentos esotricos, no contexto de uma

    tradio multifacetada que abrange diferentes pocas, lugares e culturas. A Alquimia, a Maonaria e osTemplrios, por exemplo, incorporam teorias, rituais e procedimentos hermticos que se integram no mbito do

    esoterismo:.

    Na tipologia do misticismo judaico, firmado na procura de Deus e na experincia da divindade, o esoterismobaseia-se, fundamentalmente, na lei das correspondncias, que visa encontrar, atravs do recurso analogia,relaes simblicas entre o divino e o terreno, entre o transcendente e o imanente, entre o visvel e o invisvel,entre o homem e o universo:. A passagem de uma a outra dimenso opera-se em cerimnias de iniciao, por

    meio de encenaes e rituais de carcter mgico, nos quais o nefito recebe o segredo da transmutao, aceitaa filiao no grupo de companheiros e acede a um nvel espiritual superior:.

    A Franco-Maonaria antiga, dita operativa, deriva das confrarias, das corporaes, dos agrupamentos

    profissionais de pedreiros livres e dos construtores das catedrais medievais:. defesa dos interessesprofissionais, juntavam os franco-maes preocupaes de carcter filantrpico, moral e religioso:. Os grupos

    manicos, organizados em sociedades secretas e reunindo em lojas, foram perdendo o carcter

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    exclusivamente operativo e comearam a aceitar membros estranhos profisso mas que perfilhavam osmesmos ideais iniciticos:.

    O declnio das confrarias origina, por filiao directa, o aparecimento em 1717, em Inglaterra, da Maonariamoderna, dita especulativa, uma vez que j no existe ligao prtica do oficio de construo, tendo utenslios

    como o esquadro e o compasso adquirido um valor eminentemente simblico:.

    A Maonaria provocou, praticamente desde o incio, a oposio da Igreja Catlica, embora muitos dosensinamentos manicos, de inspirao crist, preconizem a crena nas virtudes da caridade, na imortalidade

    da alma e na existncia de um princpio espiritual superior denominado Grande Arquitecto do Universo:. Grandeparte da simbologia manica, sobretudo a dos altos graus, inspira-se em correntes esotricas tais como a

    alquimia, o templarismo e o rosacrucianismo, inscritas em diversos locais da Regaleira:.

    Apesar da diversidade de percursos que a Quinta da Regaleira oferece, todos os caminhos podem conduzir aum aglomerado de pedras erguidas, com a aparncia de um menir, num dos locais mais belos da mata:. E eis

    que uma curiosa porta de pedra roda impulsionada por um mecanismo oculto e nos faculta a entrada para outromundo:. o monumental poo inicitico, espcie de torre invertida que mergulha nas profundezas da terra:. A

    terra o tero materno de onde provem a vida, mas tambm a sepultura para onde voltar:. Muitos ritos deiniciao aludem a aspectos do nascimento e morte ligados terra:.

    De quinze em quinze degraus se descem os nove patamares desta imensa galeria em espiral, sustentada por

    inmeras colunas de apurado trabalho, que vo marcando o ritmo e o aprumo das escadarias:. Os novepatamares circulares do poo, por onde se desce ao abismo da terra ou se sobe em direco ao cu, consoantea natureza do percurso inicitico escolhido, lembram os nove crculos do Inferno, as nove seces do Purgatrio

    e os nove cus do Paraso, que o gnio de Dante consagrou na Divina Comdia:.

    Os capitis dos colunelos enrolam longas folhas de acanto:. E l no fundo, a carga dramtica acentua-se:.Gravada em embutidos de mrmore, sobressai uma cruz templria, aliada a uma estrela de oito pontas, afinal o

    emblema herldico de Carvalho Monteiro:. As galerias conduzem-nos, em autnticos labirintos, pelo mundosubterrneo, aqui e alm porventura povoado de morcegos:. De construo artificial, na sua maioria, estasgalerias aproveitam, no entanto, as caractersticas geolgicas da mancha grantica da Serra de Sintra:. No

    interior, a abbada divide-se entre os macios de rocha me, de um granito granular mdio, geralmente de corrosada ou parda, e zonas preenchidas com pedra importada da orla martima da regio de Peniche:. estapedra, desgastada pelo mar e pelo tempo, que vai contribuir, sobremaneira, para a sugesto de um mundo

    submerso:.

    Ao chegarmos ao exterior, esperam-nos a luz e os cenrios minuciosamente construdos:. So animaisfantsticos, artifcios de gua em cascata, passagens de pedra que parecem flutuar superfcie dos lagos, ou

    nuvens silenciosas de vapor que dissimulam as entradas para este universo singular:.

    A simblica alqumica parece estar presente em vrios locais da Regaleira:. Desde logo, na Capela, na pinturada Coroao de Maria por Cristo, na qual a Virgem ostenta, para alm das trs cores da Obra alqumica - o azul

    ou negro, o branco, o vermelho ou rubro - uma faixa dourada que poder simbolizar o Ouro Alqumico:.

    Tambm num alto relevo existente nas traseiras da Capela, encontra-se representado um castelo com duastorres, separado por uma zona de labaredas, e uma goela infernal:. Trata-se de uma figurao da tri-unidade domundo e do homem: o mundo superior ou espiritual, o mundo intermdio da alma e o mundo inferior ("ad infero"

    ou do inferno) material:. A torre rubra o Atanor, ou forno alqumico:.

    Nas cocheiras, sinais de Alquimia voltam a estar presentes, em duas esculturas que formam smbolos clssicosda Arte de Hermes: a serpente que morde a cauda, simbolizando a Unidade, origem e fim da Obra, e a luta

    entre as duas naturezas, aqui representada por dois drages, cada um mordendo a cauda do outro. Igualmentesusceptvel de uma leitura alqumica a gruta ogival, onde Leda, segurando uma pomba na mo, aparece numa

    escultura beira de um pequeno lago, enquanto Zeus, disfarado de cisne, a fecunda bicando-a na perna:.Trata-se de uma alegoria pag ao mito, ou mistrio, da Imaculada Conceio, ou concepo, que decorre num

    lugar escuro e hmido:.

    A alquimia tem por objectivo a transmutao real ou simblica dos metais em ouro e por fim ltimo a salvaoda alma:. As operaes alqumicas so realizadas num Atanor, ou seja, num forno alqumico de combusto

    lenta, com um cadinho e um balo nos quais se pretende espiritualizar a matria e materializar o esprito:. Estepropsito essencial da Alquimia operativa, executada em laboratrio, a obteno da Pedra Filosofal, simbioseentre matria e esprito, da qual poderia resultar, segundo os alquimistas, alm da transmutao dos metais emouro, a realizao de um dos desejos ancestrais da humanidade: o elixir da longa vida, capaz de proporcionar

    sade e eterna juventude:. Neste sentido, h quem considere a procura alqumica como uma metfora da

    condio humana:. A Alquimia assumiu, depois do sculo XVIII, um carcter manifestamente religioso,dedicando-se sobretudo ao estudo das relaes espirituais e energticas entre o homem (microcosmo) e o

    universo (macrocosmo):. A partir de um trabalho erudito de equivalncias e analogias, aceita-se que o universo

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    nos engloba e nos interpela num s movimento existencial - ele ao mesmo tempo transcendncia (Outro) ens prprios:.

    Parece evidente que a concepo religiosa do mundo que preside Regaleira assenta no Cristianismo, masnum Cristianismo escatolgico, que tem a ver com o fim dos tempos:. Quer recorramos lio da escatologiacsmica, que prenuncia o fim do universo e da humanidade, quer nos atenhamos escatologia individual, queassenta na crena da sobrevivncia da alma depois da morte, a mesma ideia obsessiva que encontramos:.

    tambm um Cristianismo gnstico, apoiado em discursos mticos e em conhecimentos sagrados que prometema salvao dos fiis e o retorno dos espritos:. , enfim, um Cristianismo imbudo de ideais neo-templrios,associados ao Culto do Esprito Santo, que encontramos na tradio mtica portuguesa:.

    Os templrios foram monges-soldados, cuja ordem militar, fundada no perodo das Cruzadas em 1119, visavaproteger os lugares santos da Palestina contra o perigo dos infiis:. Os votos de pobreza e castidade no

    impediram os Cavaleiros da Milcia do Templo de enriquecer e de desempenhar um importante papel econmicoe poltico, tanto no Oriente como na Europa, a ponto de criarem poderosos inimigos, como o rei Fi lipe IV deFrana e o Papa Clemente V, que levaram perseguio e extino da ordem em 1314, sob acusaes,

    porventura falsas, de blasfmia e imoralidade:. Em 1317, D. Dinis de Portugal afectou os bens dos templrios Ordem de Cristo, que muitos aceitaram como sua sucessora:.

    Desaparecidos os templrios no desapareceu o templarismo, cujo esprito, resumido na defesa dos lugaressagrados e na luta contra o mal, renasceu em vrias correntes e organizaes iniciticas como sendo a

    afirmao simblica da sobrevivncia da Ordem do Templo:. A cruz templria no fundo do poo inicitico, a cruzda Ordem de Cristo no pavimento da Capela, bem como todas as outras cruzes dispostas na Capela,

    testemunham a influncia do templarismo no iderio sincrtico de Carvalho Monteiro:.

    H ainda, na Regaleira, referncias rosacrucianas, em aluso corrente esotrica iniciada no sc. XVII, detendncia crist, utilizando os smbolos conjuntos da rosa e da cruz:. O movimento Rosa-Cruz propunha

    reformas sociais e religiosas, exaltava a humildade, a justia, a verdade e a castidade, apelando cura de todasas doenas do corpo e da alma:. Tornou-se grau manico de vrias Ordens e, ainda hoje, existem escolas

    esotricas e sociedades secretas que pretendem assumir-se como reaparies do mito Rosa-Cruz:.

    Quinta da Regaleira, un Edn en el monte de la Luna

    Enmarcado en la paradisaca sierra de Sintra, este palacio es uno de los mejoresejemplos del revivalismo romntico luso. Un desafo para quien decida emprendersu viaje inicitico y desentraar los cdigos esotricos que surgen por doquier.

    La sierra de Sintra es un vergel que se adentra en el Atlntico a travs del cabo de Roca,apndice nasal del rostro europeo, extremo occidental del continente. De estas frtilestierras con rboles milenarios emanan propiedades telricas, un aura espiritual que elhombre ha percibido desde tiempos inmemoriales. Es sabido que en este monte de la Lunase realizaban cultos al astro nocturno en la prehistoria. Durante las noches de luna, su

    resplandor ilumina las retorcidas carreteras de la sierra, donde an parecen resonar loscoches de caballos de antao.Aqu, el escritor Luis de Cames presinti nyades escondidas en el rumor de las fuentes.Numerosas rdenes monsticas situaron sus cenobios a lo largo de los siglos en estepanorama concebido para la contemplacin: templarios, jernimos, trinitarios, carmelitas yfranciscanos. Los reyes y las familias ms notables de Portugal escogieron Sintra como sulugar favorito de veraneo. Tras una cierta decadencia que comenz a finales del siglo XVI,Sintra renaci en todo su esplendor a mediados del XVIII. Se mandaron entonces construir lasimpresionantes fincas de Seteais y Monserrate. Y en el XIX se levant el excntrico Palacio daPena. Cuando Lord Byron conoci Sintra, embriagado por su esencia, lo llam gloriosoEdn.Quien llega a la Quinta da Regaleira lo hace imbuido de la magia del lugar, despus de haberrecorrido los caminos arbolados de la sierra, de haber caminado entre la magnificencia de lasfincas decimonnicas y, probablemente, con la misma sensacin de incredulidad ante

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    tamaa maravilla que sacudi a insignes viajeros, como Richard Strauss, y que deleit aescritores de la talla de Gil Vicente, Ea de Queirs y Almeida Garrett.SuspenseIdeada por su propietario, Antnio Augusto Carvalho Monteiro, como una mansin filosofal, la

    Quinta posee multitud de cdigos simblicos que el visitante debe desentraar poco a poco,penetrando en la fragante espesura de un jardn repleto de misterios y profundizando en elautoconocimiento. El arquitecto, pintor y escengrafo italiano Luigi Manini realiz esta obra ala medida de Carvalho entre 1900 y 1912, participando de su contenido espiritual, bebiendode las fuentes de la masonera templaria, la alquimia y la mitologa lusa, para construir todauna visin cosmolgica en la que no ha de perderse de vista que Carvalho era catlico,monrquico y conservador. Manini utiliz recursos de varios estilos precedentes para fijar enpiedra creencias fundamentales de la civilizacin occidental, ya se escriban en romnico,gtico, renacentista o manuelino. De esta forma, la Quinta da Regaleira constituye uno de losmejores ejemplos del llamado revivalismo romntico. La condicin de escengrafo de Maninise hace patente en el aire teatral de gran parte de las construcciones, que somete alcaminante a un permanente suspense.Construida sobre la falda de la sierra, la Quinta se halla integrada en el entorno, a travs de

    un jardn que semeja un bosque, un paraso en el que reina un caos ordenado. En la parteinferior, existe una galera escultrica de dioses griegos; Hermes, el mensajero de los diosesy la divinidad por excelencia de la alquimia, es el ms cercano al palacio. Los miradores, losbancos y setos alineados, as como los rboles tropicales originarios de Brasil, hacen de estazona la ms clsica, la ms domesticada. Segn se asciende, la vegetacin se tornaaparentemente salvaje y la ornamentacin se funde con el paisaje natural.En la casa egipcia, destaca el mosaico de los ibis, aves sagradas de largos picos querepresentan al dios egipcio del tiempo, y de los libros Thot, que tambin simbolizan la luchacontra las fuerzas del mal en el lenguaje cifrado de la Quinta. Este significado est realzadopor una fuente prxima que presenta dos delfines con la cola entrelazada y una concha,alusin al bautismo, al nacimiento de Venus y al peregrino; en definitiva, al renacer en unavida nueva espiritual. Aqu se levanta la mesa del trono, con un conjunto de bancos depiedra, donde se podra sentar el captulo de un hipottico cnclave masnico, junto a varios

    jarrones con decoracin dionisaca: cabezas de machos cabros, stiros y racimos de uvas.Cerca, se alza una torre cilndrica, en cuya base se cre una gruta y un estanque, presididospor una dama con una paloma en la mano y un cisne a la altura de la pierna. Este conjuntoparece aunar el simbolismo catlico de la Virgen, fecundada por el Espritu Santo (paloma); yla referencia pagana al mito griego de Leda, fecundada por Zeus en forma de cisne.De la mano de DanteConforme ascendemos, la flora se vuelve ms intrincada. A las especies exticas sucedenahora las autctonas de la sierra, castaos, robles, encinas y alcornoques. Algunos ladrillosdevorados por la espesura constituyen la nica pista para distinguir la factura artificial deuna chimenea incineradora que se eleva como un gran tronco. En este retorno a lo natural,

    se nos aparece una especie de menhir, un conjunto de grandes piedras envueltas en musgoque sealan el principio del ms apasionante viaje interior. Al empujar una de las rocasverticales, sta gira sobre s misma, como una suerte de brete ssamo. Nos hallamos anteel pozo inicitico, una torre sumergida treinta metros en las entraas de la tierra, nuevetramos de escalinata que se desarrollan en forma de galera cilndrica con una preciosacolumnata, y que conducen al visitante a travs de la oscuridad y la humedad hasta el fondodel abismo.El pozo es una de las mayores joyas de Regaleira. Permite realizar un simblico descenso alos infiernos, para renacer despus a una vida espiritual, algo ya presente en la antiguacultura egipcia y en Grecia, y que los alquimistas exponen en la mxima visita el interior dela tierra, rectificando encontrars la Piedra oculta, verdadera medicina. En el fondo del pozoexiste una cruz de ocho puntas que ala el emblema herldico de los Carvalho Monteiro conla cruz templaria.

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    En este recorrido se hace referencia a Dante, pues los nueve tramos podran relacionarse conlos nueve crculos en que se divide el Infierno de la 'Divina Comedia'. Asimismo, el pozoconduce a varias galeras subterrneas labernticas, Purgatorio?, que desembocan en laterraza Celeste, o celestial (Paraso), una sorprendente construccin arquitectnica en la quedos grandes lagartos sostienen una concha que contiene otra concha dentro y protegen ladesembocadura del pozo, coronada por un mirador. Frente a ella se alza una torre como unzigurat mesopotmico, referencia a la vida celeste, lugar elevado desde el que se entra en

    contacto con la divinidad.Pero hay otra salida desde las galeras enterradas a un lago majestuoso, que, como el Leteoclsico y dantesco, permite a los que han muerto en el mundo profano olvidar lo que dejanatrs. Ms all del lago, un jardn paradisaco con bancos esculpidos en los que tambinexisten enigmticas referencias a Dante y a su espiritual Beatriz ofrece luz y sosiego alviajero. As, el iniciado realiza su viaje a las tinieblas para profundizar en el conocimiento,rechazar su vida anterior y renacer en sabidura y espritu.El TempleMuy cerca del Palacio se yergue la muy bella capilla de la Santsima Trinidad. En derredor,lucen flores de distintas especies, pero todas ellas de tonos violetas y morados, colores de

    renovacin. La fachada es apuntada, de filigrana ptrea, un homenaje revivalista al gtico yal manuelino. Un relieve de la Anunciacin corona el prtico, flanqueado por las esculturas deSan Antonio y Santa Teresa. A la entrada, en el techo sobresale uno de los emblemasmasnicos ms representativos, el delta luminoso o tringulo flameante con el ojo de Dios,sobre una cruz templaria. El interior es reducido, policromo y acogedor. Llama la atencin elimpresionante pavimento, un mosaico veneciano que representa varias estrellas y cruces,entre las que resplandece la templaria central, dispuesta sobre una esfera armilar.En el altar hay una pintura de la Coronacin de la Virgen por Cristo resucitado, obra conabundantes alusiones, como los colores de la Virgen, que son los de la Obra alqumica, azul,blanco y rojo; la faja dorada de la cintura podra hacer referencia al oro alqumico. Y unasescaleras conducen a la zona ms misteriosa de la capilla, la cripta austera en la que slo sehalla un desnudo altar de piedra; el pavimento es de losetas blancas y negras, como el de lasermitas templarias. El silencio, la penumbra y el recogimiento de la cripta facilitaran la

    espiritualidad ms ferviente. En la parte trasera de la capilla, un relieve representa el atanoru horno alqumico, y la consiguiente tri-unidad del mundo, mediante un palacio con dostorres (mundo superior o espiritual), una zona de llamas (el mundo intermedio del fuegosecreto o del alma) y una garganta infernal (mundo inferior o material).Epopeya martimaLa fachada del palacio de Regaleira integra de nuevo el recuerdo del gtico, en su ascensohacia el cielo, en las agujas, pinculos y grgolas fantsticas; la ornamentacin renacentistade medallones y vegetacin estilizada; y el manuelino portugus, caracterizado por lascuerdas, nudos, boyas, esferas armilares y dems elementos que aluden a la epopeyamartima lusa. Entre los relieves simblicos, se distingue un pelcano que se infiere unaherida para alimentar a sus cras con su propia sangre, smbolo de Cristo muy utilizado por la

    masonera.La que fue vivienda de Carvalho Monteiro -tambin conocido como Monteiro de los Millonesdebido a su fortuna, procedente del monopolio del comercio del caf y las piedras preciosasen Brasil- est concebida a escala humana. Las estancias, pequeas y confortables, tienenelegantes mosaicos venecianos y se enriquecen con la calidez de las maderas nobles.Sobresalen la sala de la Caza, con alusiones al apellido Monteiro, y la del Renacimiento. Parapenetrar en la sala del Billar o de los Reyes, hay que golpear las aldabas con cabeza de len,smbolo solar y de la realeza. Desde lo alto, nos saludan los monarcas portugueses msrepresentativos de la identidad nacional, excluidos por tanto los espaoles. En el pisosuperior, las habitaciones privadas son ms reducidas y la decoracin, ms sobria. En eltecho de la sala de las Tres Virtudes, estn retratadas las tres hijas de Carvalho Monteiro,que representan las tres virtudes masnicas, la Fuerza, la Sabidura y la Belleza. A travs delos balcones, escalinatas que conducen a miradores y ventanas, el microcosmos interior de la

    casa se integra plenamente en el macrocosmos del jardn exterior, propicindose elencuentro entre el hombre y la naturaleza.

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    El palacio acoge tambin una exposicin sobre costumbres, documentos, objetos yemblemas masones que fueron recopilados por Jos Eduardo Pisani Burnay. Y la FundacinCultursintra promueve todo tipo de actividades culturales: recitales, conciertos, muestras yespectculos. Durante el pasado verano, la compaa TapaFuros convirti los jardinesfrondosos de Regaleira en el bosque shakesperiano del Sueo de una noche de verano. Losvisitantes pudieron descubrir hadas entre los rboles, y creyeron ver o soaron duendesdescolgndose por las altas torres, entre las nubes bajas de una noche de verano en Sintra.

    Los niveles del pozo aluden a los nueve crculos del Infierno, alas nueve secciones del purgatorios y a los nueve cielos delparaso que Dante consagr en su divina comedia. Haymuchas ms sorpresas en esta quinta pero no me exceder endescripciones porque hay que reservarse para la visita.Ahoramismo la quinta da Regaleira contiene una exposicin deobjetos de la masonera.

    Palcio da Regaleira

    El Palcio da Regaleira es el edificio principal y el nombre ms comn de la Quinta daRegaleira. Tambin llamado Palcio do Monteiro dos Milhes (Palacio de Monteiro el de losMillones) por el apellido de su primer propietario, Antnio Augusto Carvalho Monteiro. Elpalacio est situado en pleno Centro Histrico de Sintra y est clasificado como PatrimonioMundial por laUNESCO. Carvalho Monteiro, ayudado por el arquitecto italianoLuigi Manini,da a la Quinta de cuatro hectreas el palacio, jardines lujuriantes, lagos, grutas y edificiosenigmticos, lugares que esconden significados relacionados con la alquimia, la masonera,

    los templarios y larosacruz. Modela la quinta con construcciones que evocan lasarquitecturasromnica, Arte gtico|gtica, renacentista y Manuelino|manuelina.

    Localizacin

    Situado en la Estrada Nova da Rainha, en pleno Centro Histrico de Sintra y muy cerca delPalcio de Seteais, la quinta se beneficia del microclima de la sierra de Sintra, quecontribuye en gran medida con sus nieblas constantes al aura de misterio de los lujuriantesjardines.

    Historia

    La documentacin histrica relativa a la Quinta da Regaleira es escasa para los tiemposanteriores a su compra por Carvalho Monteiro. Se sabe que, en 1697, Jos Leite era elpropietario de una vasta propiedad en los alrededores de la villa de Sintra, que hoy integra laQuinta. Francisco Alberto Guimares de Castro compr la propiedad (conocida como Quintada Torre o Quinta do Castro en 1715), en subasta pblica, canaliz el agua de la sierra con elfin de alimentar una fuente. En 1830 pertenece a Manual Bernardo, y toma el nombre queposee actualmente. En 1840, la Quinta da Regaleira es adquirida por la hija de unacomerciante de Oporto, Allen, que ms tarde recibi el ttulo de Barones da Regaleira|baronesa da Regaleira. Data de este perodo la construccin de una casa de campo, visible enalgunas representaciones iconogrficas de finales del siglo XIX. La historia de la Regaleira

    http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Sintrahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Sintrahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=UNESCOhttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=UNESCOhttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=UNESCOhttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Italiahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Italiahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Luigi+Maninihttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=alquimiahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=masoner%C3%ADahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=templarioshttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=templarioshttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=rosacruzhttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Arte+rom%C3%A1nicohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Arte+rom%C3%A1nicohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Renacimientohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Pal%C3%A1cio+de+Seteaishttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=microclimahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1697http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1715http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1830http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1840http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Oportohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Oportohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=siglo+XIXhttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Sintrahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=UNESCOhttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Italiahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Luigi+Maninihttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=alquimiahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=masoner%C3%ADahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=templarioshttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=rosacruzhttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Arte+rom%C3%A1nicohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Renacimientohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Pal%C3%A1cio+de+Seteaishttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=microclimahttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1697http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1715http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1830http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1840http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=Oportohttp://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=siglo+XIX
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    actual comienza en 1892, ano en el que los barones da Regaleira venden la propiedad al Dr.Antnio Augusto Carvalho Monteiro por veinticinco contos de ris. La mayor parte de laconstruccin actual de la quinta estaba terminada en1910. La quinta fue vendida a WaldemarD'Orey en 1942, quien, sin desvirtuar la concepcin original del lugar, realiz pequeas obraspara acoger a su gran familia. En 1987 la Quinta da Regaleira es adquirida por la empresa

    japonesa Aoki Corporation y deja de servir como alojamiento; fue entregada al cuidado deguardeses y permaneci cerrada al pblico. En 1997, el ayuntamiento de Sintra adquiri estevalioso patrimonio; poco despus inici un exhaustivo trabajo de recuperacin del patrimonioedificado y de los jardines. Desde entonces, la Quinta da Regaleira est abierta al pblico yalberga diversas actividades culturales.

    La masonera y la Quinta da Regaleira

    Parece evidente que la concepcin religiosa del mundo que preside la Regaleira se asienta enel cristianismo, pero en un cristianismo escatolgico, relacionado con el fin de los tiempos.

    Quiere recordarnos la leccin de la escatologa csmica, que anuncia el fin del universo y de lahumanidad, y al mismo tiempo que nos atengamos a la escatologa individual, asentada en lacreencia de la supervivencia del alma despus de la muerte. Es tambin un cristianismognstico, apoyado en discursos mticos y en conocimientos sagrados que prometen lasalvacin de los fieles y el retorno de los espritus. Es, en fin, un cristianismo imbuido deideales neotemplarios, asociados al culto del Espritu Santo, que encontramos en la tradicinmtica portuguesa. La cruz templaria en el fondo del pozo inicitico, la cruz de la Orden deCristo en el pavimento de la capilla, as como todas las otras cruces dispuestas en la misma,testimonian la influencia del templarismo en el ideario sincrtico de Carvalho Monteiro.

    La QuintaCarvalho Monteiro tena el deseo de construir un espacio grandioso, en el que vivir rodeado detodos los smbolos que reflejaran sus intereses e ideologas. Conservador, monrquico ycristiano gnstico, Carvalho Monteiro quiere resucitar el pasado ms glorioso de Portugal, deah el predominio del estilo neomanuelino, relacionado con la poca de los grandesdescubrimientos geogrficos; esta evocacin del pasado incluye tambin el gtico y algunoselementos neoclasicismo|neoclsicos. La diversidad de la quinta est enriquecida consimbolismos de esoterismo|temas esotricos relacionados com la alquimia, la masonera, lostemplarios y la Rosacruz.

    Lugares de inters

    Bosque

    El bosque, que ocupa la mayor parte del espacio de la Quinta, no est dispuesto al azar.Comienza ms ordenado y cuidado en la parte ms baja da quinta, pero se va haciendoprogresivamente ms salvaje a medida que se asciende hasta la parte alta. Esta disposicinrefleja la creencia en el primitivismo de Carvalho Monteiro.

    Patamar dos deuses (Rellano de los dioses)

    http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1892http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1892http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1910http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1910http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1892http://www.dimelo.com/GS/SeeTheme.aspx?String=1910
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    A la entrada de este rellano, una estatua de Hermes, el mensajero de los dioses y lapersonificacin de la revelacin de la sabidura, parece anunciar los otros dioses que bordeaneste rellano. En el centro hay dos estatuas de Quimera (mitologa)|quimeras, smbolos deilusin y utopa.

    Entrada dos Guardies y Terrao Celeste

    Pozo inicitico

    Una galera subterrnea con una escalera en espiral, sustentada por columnas esculpidas,desciende hasta el fondo del pozo a travs de nueve rellanos. Los nueve rellanos circulares delpozo, separados entre s por quince peldaos, evocan referencias a La Divina Comedia deDante, y pueden representar los nueve crculos del infierno, los del paraso, o los delpurgatorio. Segn los reputados ocultismo|ocultistas Albert Pike, Ren Gunon y Manly PalmerHall, es en 'La Divina Comedia' donde se encuentra por primera vez expuesta la Orden

    Rosacruz. En el fondo del pozo est, embutida en mrmol, una rosa de los vientos sobre unacruz templaria, el emblema herldico de Carvalho Monteiro y, simultneamente, indicativo de laOrden Rosacruz. El pozo se denomina inicitico porque se sabe que era usado en ritualesMasonera|masnicos de iniciacin; se dice que la explicacin del simbolismo de los nuevepeldaos se encuentra en la obra ''Conceito Rosacruz do Cosmos''. La simbologa del lugarest relacionada con la creencia de que la tierra es el tero|tero materno de donde proviene lavida, pero tambin la sepultura a donde volver. Muchos ritos de iniciacin aluden a aspectosdel nacimiento y de la muerte ligados a la terra, o al renacimiento. El pozo est comunicadomediante varias galeras o tneles con otros puntos de la quinta: la entrada dos guardies(entrada de los guardianes), el lago de la cascada y el pozo imperfecto. Estos tneles, otrorahabitados por murcilagos, hoy en da alejados por los muchos turismo|turistas que visitan el

    lugar, estn recubiertos con piedra importada de la costa martima de la regin de Peniche,para sugerir un mundo sumergido.

    Capilla de la Santsima Trinidad

    Con una magnfica fachada neogtico|neogtica y neomanuelina.

    Lago de los Cisnes y Banco 515

    Torre da Regaleira

    Fue construida para dar a quien la sube la ilusin de encontrarse en el eje del mundo.

    Palacio

    El edificio principal de la quinta est marcado por la presencia de una torre octogonal. Toda laexuberante decoracin estuvo a cargo del escultor Jos da Fonseca.

    La historia actual de la Quinta de Regaleira comienza en el ao 1892, cuando es adquirida por AntonioAugusto Carvalho Monteiro por 25.000 reales. Poco despus encarga la realizacin de la urbanizacin delterreno al arquitecto y escenogrfo italiano Luigi Manini (1848-1936), que haba realizado varias obrasen Portugal desde su llegada en el ao 1876. Como sucedi en Barcelona con la colaboracin entre

    Gaud y Gell para la construccin del Parque Gell, tambin en Sintra la actuacin conjunta delpromotor de la obra con el arquitecto va a producir la realizacin de una obra maestra, en la que se

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    mezclan el revival manuelino con el culto a la naturaleza y la creacin de una mensaje crptico,esotrico e inicitico, emparentado con antiguas sociedades secretas, algunas de las cuales habantenido su implantacin en Sintra en plena Edad Media, como es el caso de la masonera templaria. Nosabemos si Carvalho estuvo afiliado a alguna de esas sociedades secretas imperantes en la Europa delsiglo XIX como la Masonera o los Rosacruces, aunque s debi conocerlas, ya que el propio monarcalusitano Fernando II, constructor del Palacio de Pena, fue candidato al puesto de Gran Maestre de laObediencia Masnica Gran Oriente Lusitano Unido. Tambin se ha sealado la inspiracin cristiana de

    Regaleira, aunque se trata de un cristianismo escatolgico, relacionado con el fin del mundo.El estilo utilizado en algunas de las construcciones ms importantes, el palacio y la capilla, tienentambin su modelo ms prximo en el Palacio Real de Pena, construido a partir de 1838 por DonFernando.Luigi Manini cont con la colaboracin del maestro Antonio Gonalves, fundador de la Escuela libre deArtes y Diseo de Coimbra, junto con los escultores Joo Machado, Rodrigo de Castro, Costa Mota yAntonio Gomes, que ya haban trabajado con anterioridad en el Palacio Hotel de Buaco en Coimbra.Junto a ellos colaboraron tambin los escultores Jos da Fonseca y sus hermanos Lus y Julio. Laenvergadura de la obra, que supona no solo la construccin del Palacio y la capilla, sino latransformacin de toda la montaa, que fue incluso horadada para construir cuevas y lagos artificiales.El Palacio es una grandiosa construccin realizada en piedra dentro de una esttica neomanuelinapredominante, donde se mezclan los muros almohadillados con una profusa decoracin figurada,predominando los animales fantsticos junto con los temas propios del estilo: las cuerdas, los nudos, laslazadas, los capiteles, las grgolas, los pinculos y la vegetacin neorrenacentista, destacando el gran

    relieve de la Nia de las Palomas, situada bajo el gran balcn de la fachada oriental.Junto al palacio se halla la Capilla, consagrada a la Santsima Trinidad, que se halla cargada deesculturas religiosas y de smbolos. Orientada de este a oeste, en su fachada occidental destacan lasesculturas de Santa Teresa y San Antonio de Padua en dos hornacinas situadas junto a la portadacentral, adornada con el tema de la Anunciacin bajo la bendicin del Padre Eterno. En su interiordestacan la decoracin con mosaicos polcromos provenientes de Venecia y las vidrieras traidas deMiln. La capilla cuenta tambin con una cripta, realizada con una gran austeridad inspirada en lasermitas de la orden del Temple. El pavimento est recubierto con mosaico ajedrezado en blanco ynegro.Pero sin duda es el bosque circundante la verdadera maravilla de Regaleira, que llev a la UNESCO adeclararla Patrimnomio de la Humanidad. La quinta fue visitada por Gil Vicente, que la llam ParasoTerrenal, y por Lord Byron, que la define como Glorioso Edn.Inspirado en el bosque sagrado del mundo clsico, que influy poderosamente en la creacin del sacrobosque de Bomarzo, se construye sobre una montaa cubierta por una tupida vegetacin boscosa, que

    es necesario recorrer por caminos sinuosos ascendentes. El bosque se concibe como un museo oescenario al aire libre, donde se suceden los caminos sinuosos, las terrazas, los miradores, las escaleras,los bancos, las grutas,y las construcciones acastilladas. El recorrido presenta una gran unidad y tieneuna clara intencin inicitica.Dentro de los elementos paganos pueden destacarse en la zona inferior la terraza de los dioses, dondese alinean una serie de esculturas clasicistas de dioses del mundo antiguo, la Casa Egipcia con los ibis, yel Lago Mayor con la Fuente de la Abundancia y la Gruta de Leda.La segunda etapa, de naturaleza cristiana, empieza en el Pozo Mayor, una especie de torre construidaen las entraas de la tierra, adornada con una gran galera en espiral, al final de la cual se halla la cruztemplaria junto a una estrella de ocho puntas, emblema herldico de Carvalho Monteiro, y que continuahasta lo alto hasta llegar a la Luz, terminando en la cripta y en la capilla de inspiracin masnica-templaria, dedicada a la Santsima Trinidad. Ms adelante se hallan la Torre de Regaleira, smbolo de lavigilancia y de la meditacin, la Terrraza Celeste, construidas ambas dentro de la esttica del castillomedieval, la Gruta de Oriente, la Fuente de la Abundancia, el Portal de los Guardianes, inspirado en losmonstruos guardianes de puertas y de accesos a cuevas y jardines, la Terraza de los Mundos Celestes, yla Gruta de la Virgen.Una vez que hemos llegado al final, situado en lo alto de la montaa, una vez que hemos logrado elconocimiento de lo oculto y estamos ya iniciados, ya podemos bajar y salir al mundo exterior.

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    Patamar dos deuses

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