reforma lei arbitragem vetos grifados

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Altera a Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, e a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, para ampliar o âmbito de aplicação da arbitragem e dispor sobre a escolha dos árbitros quando as partes recorrem a órgão arbitral, a interrupção da prescrição pela instituição da arbitragem, a concessão de tutelas cautelares e de urgência nos casos de arbitragem, a carta arbitral e a sentença arbitral, e revoga dispositivos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Os arts. 1º, 2º, 4º, 13, 19, 23, 30, 32, 33, 35 e 39 da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, passam a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1º ...................................................................................... § 1º A administração pública direta e indireta poderá utilizar- se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. § 2º A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações.” (NR) “Art. 2º ...................................................................................... .................................................................................................... § 3º A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade.” (NR) “Art. 4º ...................................................................................... .................................................................................................... § 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se for redigida em negrito ou em documento apartado. § 3º Na relação de consumo estabelecida por meio de contrato de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar expressamente com a sua instituição. § 4º Desde que o empregado ocupe ou venha a ocupar cargo ou função de administrador ou de diretor estatutário, nos contratos individuais de trabalho poderá ser pactuada cláusula compromissória, que só terá eficácia se o empregado tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou se concordar expressamente com a sua instituição.” (NR) “Art. 13. ..................................................................................... ....................................................................................................

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Texto sancionado pela Presidenta da República sobre a Reforma da Lei de Arbitragem

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  • Altera a Lei n 9.307, de 23 de setembro de 1996, e a Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976, para ampliar o mbito de aplicao da arbitragem e dispor sobre a escolha dos rbitros quando as partes recorrem a rgo arbitral, a interrupo da prescrio pela instituio da arbitragem, a concesso de tutelas cautelares e de urgncia nos casos de arbitragem, a carta arbitral e a sentena arbitral, e revoga dispositivos da Lei n 9.307, de 23 de setembro de 1996.

    O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Os arts. 1, 2, 4, 13, 19, 23, 30, 32, 33, 35 e 39 da Lei n 9.307, de 23 de

    setembro de 1996, passam a vigorar com a seguinte redao: Art. 1 ...................................................................................... 1 A administrao pblica direta e indireta poder utilizar-

    se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponveis.

    2 A autoridade ou o rgo competente da administrao pblica direta para a celebrao de conveno de arbitragem a mesma para a realizao de acordos ou transaes. (NR)

    Art. 2 ...................................................................................... .................................................................................................... 3 A arbitragem que envolva a administrao pblica ser

    sempre de direito e respeitar o princpio da publicidade. (NR) Art. 4 ...................................................................................... .................................................................................................... 2 Nos contratos de adeso, a clusula compromissria s

    ter eficcia se for redigida em negrito ou em documento apartado. 3 Na relao de consumo estabelecida por meio de contrato

    de adeso, a clusula compromissria s ter eficcia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar expressamente com a sua instituio.

    4 Desde que o empregado ocupe ou venha a ocupar cargo ou funo de administrador ou de diretor estatutrio, nos contratos individuais de trabalho poder ser pactuada clusula compromissria, que s ter eficcia se o empregado tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou se concordar expressamente com a sua instituio. (NR)

    Art. 13. ..................................................................................... ....................................................................................................

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    4 As partes, de comum acordo, podero afastar a aplicao de dispositivo do regulamento do rgo arbitral institucional ou entidade especializada que limite a escolha do rbitro nico, corbitro ou presidente do tribunal respectiva lista de rbitros, autorizado o controle da escolha pelos rgos competentes da instituio, sendo que, nos casos de impasse e arbitragem multiparte, dever ser observado o que dispuser o regulamento aplicvel.

    ......................................................................................... (NR) Art. 19. ..................................................................................... 1 Instituda a arbitragem e entendendo o rbitro ou o

    tribunal arbitral que h necessidade de explicitar questo disposta na conveno de arbitragem, ser elaborado, juntamente com as partes, adendo firmado por todos, que passar a fazer parte integrante da conveno de arbitragem.

    2 A instituio da arbitragem interrompe a prescrio, retroagindo data do requerimento de sua instaurao, ainda que extinta a arbitragem por ausncia de jurisdio. (NR)

    Art. 23. ..................................................................................... 1 Os rbitros podero proferir sentenas parciais. 2 As partes e os rbitros, de comum acordo, podero

    prorrogar o prazo para proferir a sentena final. (NR) Art. 30. No prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento

    da notificao ou da cincia pessoal da sentena arbitral, salvo se outro prazo for acordado entre as partes, a parte interessada, mediante comunicao outra parte, poder solicitar ao rbitro ou ao tribunal arbitral que:

    .................................................................................................... Pargrafo nico. O rbitro ou o tribunal arbitral decidir no

    prazo de 10 (dez) dias ou em prazo acordado com as partes, aditar a sentena arbitral e notificar as partes na forma do art. 29. (NR)

    Art. 32. ..................................................................................... I for nula a conveno de arbitragem; ......................................................................................... (NR) Art. 33. A parte interessada poder pleitear ao rgo do

    Poder Judicirio competente a declarao de nulidade da sentena arbitral, nos casos previstos nesta Lei.

    1 A demanda para a declarao de nulidade da sentena arbitral, parcial ou final, seguir as regras do procedimento comum, previstas na Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Cdigo de Processo Civil), e dever ser proposta no prazo de at 90 (noventa) dias aps o recebimento da notificao da respectiva sentena, parcial ou final, ou da deciso do pedido de esclarecimentos.

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    2 A sentena que julgar procedente o pedido declarar a nulidade da sentena arbitral, nos casos do art. 32, e determinar, se for o caso, que o rbitro ou o tribunal profira nova sentena arbitral.

    3 A declarao de nulidade da sentena arbitral tambm poder ser arguida mediante impugnao, conforme o art. 475-L e seguintes da Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Cdigo de Processo Civil), se houver execuo judicial.

    4 A parte interessada poder ingressar em juzo para requerer a prolao de sentena arbitral complementar, se o rbitro no decidir todos os pedidos submetidos arbitragem. (NR)

    Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentena arbitral estrangeira est sujeita, unicamente, homologao do Superior Tribunal de Justia. (NR)

    Art. 39. A homologao para o reconhecimento ou a execuo da sentena arbitral estrangeira tambm ser denegada se o Superior Tribunal de Justia constatar que:

    ......................................................................................... (NR) Art. 2 A Lei n 9.307, de 23 de setembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos

    seguintes arts. 22-A e 22-B, compondo o Captulo IV-A, e do seguinte art. 22-C, compondo o Captulo IV-B:

    CAPTULO IV-A DAS TUTELAS CAUTELARES E DE URGNCIA

    Art. 22-A. Antes de instituda a arbitragem, as partes podero

    recorrer ao Poder Judicirio para a concesso de medida cautelar ou de urgncia.

    Pargrafo nico. Cessa a eficcia da medida cautelar ou de urgncia se a parte interessada no requerer a instituio da arbitragem no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de efetivao da respectiva deciso.

    Art. 22-B. Instituda a arbitragem, caber aos rbitros manter, modificar ou revogar a medida cautelar ou de urgncia concedida pelo Poder Judicirio.

    Pargrafo nico. Estando j instituda a arbitragem, a medida cautelar ou de urgncia ser requerida diretamente aos rbitros.

    CAPTULO IV-B

    DA CARTA ARBITRAL

    Art. 22-C. O rbitro ou o tribunal arbitral poder expedir carta arbitral para que o rgo jurisdicional nacional pratique ou determine o cumprimento, na rea de sua competncia territorial, de ato solicitado pelo rbitro.

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    Pargrafo nico. No cumprimento da carta arbitral ser observado o segredo de justia, desde que comprovada a confidencialidade estipulada na arbitragem.

    Art. 3 A Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 136-A na Subseo Direito de Retirada da Seo III do Captulo XI:

    Art. 136-A. A aprovao da insero de conveno de arbitragem no estatuto social, observado o quorum do art. 136, obriga a todos os acionistas, assegurado ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia mediante o reembolso do valor de suas aes, nos termos do art. 45.

    1 A conveno somente ter eficcia aps o decurso do prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicao da ata da assembleia geral que a aprovou.

    2 O direito de retirada previsto no caput no ser aplicvel: I caso a incluso da conveno de arbitragem no estatuto

    social represente condio para que os valores mobilirios de emisso da companhia sejam admitidos negociao em segmento de listagem de bolsa de valores ou de mercado de balco organizado que exija disperso acionria mnima de 25% (vinte e cinco por cento) das aes de cada espcie ou classe;

    II caso a incluso da conveno de arbitragem seja efetuada no estatuto social de companhia aberta cujas aes sejam dotadas de liquidez e disperso no mercado, nos termos das alneas a e b do inciso II do art. 137 desta Lei.

    Art. 4 Revogam-se o 4 do art. 22, o art. 25 e o inciso V do art. 32 da Lei n 9.307, de 23 de setembro de 1996.

    Art. 5 Esta Lei entra em vigor aps decorridos 60 (sessenta) dias de sua publicao oficial.

    Senado Federal, em de de 2015.

    Senador Renan Calheiros Presidente do Senado Federal

    acf/pls13-406