referências sobre mediunidade

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REFERÊNCIAS SOBRE MEDIUNIDADE Autor: Thiago Ribeiro Alves Feira de Santana – BA, 01/08/2014 Vários conceitos da doutrina ou ciência espírita necessitam de um olhar atento aos detalhes para que melhor sejam compreendidos, de forma a apreender alguns conceitos relativamente complexos, apesar dos autores espíritas, principalmente o codificador, Allan Kardec, tentar transmitir esses conhecimentos da forma mais clara e lógica possível. Um desses conceitos que para muitas pessoas pode parecer complexo é o de mediunidade, do qual tanto Allan Kardec quanto todos os autores que lhe sucederam que tratam sobre esse assunto, são bem explícitos e claros em conceituar a mediunidade, a qual pode ser compreendida em dois sentidos: um sentido amplo, geral, genérico ou lato senso e outro específico, restrito ou stricto senso. Segundo Allan Kardec: 159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns (sentido geral ou lato senso). Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva (sentido específico ou stricto senso). (Livro dos Médiuns – Parte II – Capítulo XIV) Como fica bem claro das palavras do excelso codificador, no sentido amplo, “Todo aquele que sente, num

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Artigo sobre Mediunidade

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Page 1: Referências Sobre Mediunidade

REFERÊNCIAS SOBRE MEDIUNIDADE

Autor: Thiago Ribeiro AlvesFeira de Santana – BA, 01/08/2014

Vários conceitos da doutrina ou ciência espírita necessitam de um olhar atento aos detalhes para que melhor sejam compreendidos, de forma a apreender alguns conceitos relativamente complexos, apesar dos autores espíritas, principalmente o codificador, Allan Kardec, tentar transmitir esses conhecimentos da forma mais clara e lógica possível.

Um desses conceitos que para muitas pessoas pode parecer complexo é o de mediunidade, do qual tanto Allan Kardec quanto todos os autores que lhe sucederam que tratam sobre esse assunto, são bem explícitos e claros em conceituar a mediunidade, a qual pode ser compreendida em dois sentidos: um sentido amplo, geral, genérico ou lato senso e outro específico, restrito ou stricto senso.

Segundo Allan Kardec:

159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns (sentido geral ou lato senso).

Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva (sentido específico ou stricto senso). (Livro dos Médiuns – Parte II – Capítulo XIV)

Como fica bem claro das palavras do excelso codificador, no sentido amplo, “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium”, e para que não restem dúvidas, os espíritos superiores explicam na questão 459 de O Livro dos Espíritos onde Kardec pergunta se influem “os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?”, e eles respondem que influem muito “mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.”

Channing, também em O Livro dos Médiuns (parte II, capítulo XXXI - Dissertações Espíritas, mensagem X), explica que todas as pessoas sentem a influência dos espíritos, dizendo explicitamente que todos “os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo”. Quando não estamos em condições vibratórias de sermos orientados e dirigidos pelos bons espíritos, em especial nossos mentores, não

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deixamos por nossa vez de sermos influenciados, porém nesse caso seremos influenciados por espíritos inferiores aos quais nos sintonizamos, como pode ser observado a partir dos trechos a seguir que foram retirados do item VI da introdução de O Livro dos Espíritos:

“O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal”.

“Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo”.

“As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles”.

“As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos”.

O próprio Allan Kardec, ainda no mencionado item 159 de O Livro dos Médiuns, prossegue esclarecendo que essa “faculdade (a mediunidade) é inerente ao homem”, deixando ainda mais patente que não é simplesmente um dom e sim uma característica inerente a criatura humana, e ainda arremata que dessa forma ninguém deve se sentir privilegiado em possuí-la dizendo que essa faculdade “não constitui, portanto, um privilégio exclusivo”, tirando dessa forma qualquer pretensão de vaidade ou sentimento de achar-se uma pessoa iluminada ou predestinada.

O “dom” da mediunidade é muito mais para tarefa de resgate de erros do passado, vindo com uma tarefa árdua, porém bela, como explica Cícero Pereira: “mediunidade no presente é débito do passado”, e Martins Peralva, apud Emmanuel (Mediunidade e Evolução, capítulo 2) diz que “os médiuns, em sua generalidade, são Espíritos que resgatam débitos do passado”. Porém como diz Emmanuel em O Consolador (capítulo 5) “a missão mediúnica, se tem os seus percalços e as suas lutas dolorosas, é uma das mais belas

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oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus filhos misérrimos”.

O codificador ainda deixa mais claro esse entendimento quando esclarece que “todos são, mais ou menos, médiuns”. Esse entendimento quer dizer que, se por mera comparação, atribuíssemos à mediunidade uma escala numérica (números naturais), por exemplo, de zero a cem, onde o zero seria a ausência total da mediunidade, e o intervalo de um a cem a existência de um grau qualquer de mediunidade, a ninguém seria atribuído o número zero, estando todas as pessoas na escala de um a cem.

Esse entendimento é corroborado por todos os autores, encarnados ou espirituais, que tratam sobre mediunidade, em especial quando tratam-na de modo mais amplo, como pode ser percebido nas citações que se seguem.

Inerente a todos os seres humanos, pode surgir tênue e sutil, ampliando-se, à medida que o exercício bem direcionado consegue desenvolver-lhe a área psíquica de captação das mensagens.

Espírito Manoel Philomeno, Mediunidade – Desafios e Bênçãos, cap. 6.

TODOS SOMOS MÉDIUNS — Nos centros de atividade referidos em nosso estudo, encontramos o reflexo condicionado e a sugestão como ingredientes indispensáveis na obra de educação e aprimoramento. (...)

Somos todos, assim, médiuns, a cada passo refletores das forças que assimilamos, por força de nossa vontade, na focalização da energia mental.

Espírito André Luiz, Mecanismos da Mediunidade, cap. 16.

- A mediunidade, indubitavelmente, é patrimônio comum a todos, entretanto, cada homem e cada grupo de homens no mundo registram-lhe a evidência a seu modo.

Espírito André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, cap. 29. Fala do mentor Áulus.

1 - O que é mediunidade?

Em sua expressão mais simples, trata-se da sensibilidade à influência do mundo espiritual. É o "sexto sentido", que nos coloca em contato com o mundo dos Espíritos, assim como o tato, o paladar, o olfato, a visão e a audição nos colocam em contato com o mundo dos homens.

 2 - Isso significa que todos somos médiuns?

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Todos temos sensibilidade que nos habilita a receber influências espirituais. Nem todos, entretanto, somos suficientemente sensíveis para produzir fenômenos mediúnicos.

Richard Simonetti, Mediunidade – Tudo que você precisa saber, cap. 1.

Acima de tudo, é indispensável entendamos na faculdade mediúnica a possibilidade de servir, compreendendo-se que semelhante faculdade é característica de todas as criaturas.

Espírito Emmanuel, Mediunidade e Sintonia, cap. 10.

383 – É justo considerarmos todos os homens como médiuns?

– Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do Espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos.

Espírito Emmanuel, O Consolador, cap. 5.

A mediunidade é registro paranormal que se encontra ínsito na criatura humana, à semelhança da inteligência, da razão.

Espírito Vianna de Carvalho, Médiuns e Mediunidade, cap. 7.

Porém no sentido específico, que Allan Kardec diz “daqueles que se traduzem em efeitos patentes”, sentido que ficou muito conhecido no meio espírita como mediunidade ostensiva, por tratado, em especial por diversos autores por esse termo, realmente não está presente em todos os indivíduos, apresentando-se em cada pessoa em graus e características diferentes, dependendo “de uma organização mais ou menos sensitiva”. Esse sentido ficou sendo o mais empregado para designar os médiuns como diz Kardec que “todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade”.

Usando o termo “ostensivo”, Manoel Philomeno de Miranda diz que a mediunidade:

Ostensiva em alguns indivíduos, prescinde das qualidades morais do seu portador, tornando o fenômeno cristalino, espontâneo, que irrompe, não raro, de maneira violenta, até que a educação necessária discipline o seu fluxo e exteriorização. (Espírito Manoel Philomeno, Mediunidade – Desafios e Bênçãos, cap. 6)