apostila de estudo sobre mediunidade (ide-jf e c. e. luz eterna).pdf

Upload: maestroluciano

Post on 16-Oct-2015

79 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • Apostila de Estudos sobre

    Mediunidade

    Apresentao

    Colocamos disposio dos companheiros do Instituto de Difuso Esprita de Juiz de Fora, MG, a apostila com os Estudos sobre Mediunidade.

    Este trabalho no tem a pretenso de esgotar o assunto, mas sim apresentar as i-dias bsicas necessrias ao estudo da Mediunidade. No se trata de um livro esprita: as obras doutrinrias, em especial O Livro dos Mdiuns, so de leitura obrigatria!

    Este curso, baseado no COEM do Centro Esprita Luz Eterna (Paran), tem enri-quecido a formao esprita de trabalhadores da rea medinica, bem como de exposi-tores, doutrinadores, plantonistas, etc.

    Aps cada captulo, apresentamos uma breve bibliografia que deve ser consultada sempre que possvel.

    Esperamos que este trabalho seja proveitoso a todos.

    IDE-JF/CVDEE

    IDE-JF Instituto de Difuso Esprita de Juiz de Fora - MG

    Centro Esprita Luz Eterna (Paran)

    Divulgao

    AUTORES ESPRITAS CLSSICOS www.autoresespiritasclassicos.com

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    2

    ndice Captulo 1 A Mediunidade atravs dos tempos......................................................................3 Captulo 2 A Prece.................................................................................................................6 Captulo 3 Mdium: Conceito, Classificao e Desenvolvimento Medinico .......................8 Captulo 4 Classificao dos Fenmenos Medinicos segundo seus Efeitos .......................14 Captulo 5 Os Fluidos Espirituais ........................................................................................17 Captulo 6 O Perisprito .......................................................................................................20 Captulo 7 Os Centros de Fora e a Glndula Pineal ...........................................................23 Captulo 8 O Pensamento: Ideoplastia e Criaes Fludicas ................................................29 Captulo 9 Concentrao Noes Gerais...........................................................................34 Captulo 10 Fluidoterapia ....................................................................................................36 Captulo 11 Influncia Moral do Mdium e do Meio...........................................................40 Captulo 12 O Papel do Mdium nas Comunicaes ...........................................................48 Captulo 13 Mdiuns Escreventes e Falantes .......................................................................52 Captulo 14 Perigos e Inconvenientes, Perda e Suspenso da Faculdade Medinica ...........55 Captulo 15 As Manifestaes Visuais, Bicorporeidade e Transfigurao...........................61 Captulo 16 Mediunidade de Cura .......................................................................................65 Captulo 17 Desdobramento, Catalepsia e Letargia .............................................................68 Captulo 18 Obsesso: Conceito e Causas ...........................................................................71 Captulo 19 Obsesso: Classificao ...................................................................................74 Captulo 20 Obsesso: Tratamento, Prognstico e Profilaxia ..............................................77 Captulo 21 As Doenas Mentais.........................................................................................81 Captulo 22 As Comunicaes Medinicas..........................................................................84 Captulo 23 A Doutrinao ..................................................................................................93 Captulo 24 Parapsicologia e Espiritismo ............................................................................99 Captulo 25 A Disciplina como a Base da Caridade ..........................................................104

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    3

    Captulo 1 A Mediunidade atravs dos tempos

    Introduo

    Estudando as civilizaes da Terra, vamos observar que a mediunidade tem-se manifes-tado, em todos os tempos e em todos os lugares, desde as mais remotas pocas. A crena na imortalidade da alma e a possibilidade da comunicao entre os "vivos" e os "mortos" sempre existiu.

    Ao observarmos o passado, evocando a lembrana das religies desaparecidas, das cren-as mortas, veremos que todas elas tinham um ensinamento dplice: um exterior ou pblico, com suas cerimnias bizarras, rituais e mitos, e outro interior ou secreto revestido de um carter profundo e elevado. Os aspectos exteriores eram levados ao povo de um modo geral, enquanto que o aspecto interior era revelado apenas a indivduos especiais. Chamados "inici-ados" por algumas religies, estes eram preparados desde a infncia, s vezes por 20 a 30 anos.

    Julgar uma religio, apenas levando em considerao o seu aspecto exterior, ser o mes-mo que apreciar o valor moral de uma pessoa por suas vestes. Analisando o aspecto interior destas religies, observaremos que todos os ensinamentos esto ligados entre si como uma nica doutrina bsica, que os homens trazem intuitivamente, desde um passado longnquo. Vamos observar alguns aspectos interessantes das religies do passado.

    ndia

    Na ndia, bero de todas as religies da Humanidade, temos o Livro dos Vedas, datado de aproximadamente 1.500 a.C., que tem sido reconhecido como o mais antigo cdigo religioso da Humanidade; so quatro livros cujo contedo principal so cnticos de louvor. Os Brma-nes, seguidores dos Vedas, acreditam que este cdigo religioso foi ditado por Brahma. Nos Vedas encontramos afirmativas claras sobre imortalidade da alma e a recriao:

    "H uma parte imortal no Homem, o Agni, ela que preciso rescaldar com teus raios, inflamar com os teus fogos(...).

    (...) Assim como se deixam as vestes gastas, para usar novas vestes, tambm a al-ma deixa o corpo usado para recobrir novos corpos."

    Ainda na ndia, encontramos Krishna, educado por ascetas nas florestas do cume do Hi-malaia, inspirador de uma doutrina religiosa, na verdade um reformulador da Doutrina Vdi-ca. Deixa claro a idia da imortalidade da alma, as reencarnaes sucessivas, e a possibilidade de comunicao entre vivos e mortos:

    "O corpo envoltrio da alma, que nele faz sua morada, uma coisa finita, porm a alma que o habita invisvel, impondervel e eterna."

    "Todo renascimento feliz ou infeliz conseqncia das obras praticadas em vidas anteriores."

    Estes so alguns aspectos dos ensinamentos de Krishna, que podem ser encontrados nos livros sagrados, conservados nos santurios ao sul do Industo.

    Tambm na ndia, 600 a.C., vamos encontrar Siddartha Gautama, o Buda, filho de um rei da ndia, que certo dia saindo do castelo, onde at ento vivera, tem contato com o sofrimento humano e, sendo tomado de grande tristeza, refugia-se nas florestas frias do Himalaia e,

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    4

    depois de aproximadamente 15 anos de meditao, retorna trazendo para a Humanidade uma nova crena, toda baseada na caridade e no amor:

    "Enquanto no conquistar o progresso (Nirvana) o ser est condenado a cadeia das existncias terrestres."

    "Todos os Homens so destinados ao Nirvana."

    Buda e seus discpulos praticavam o Dhyana, ou seja, a contemplao aos mortos:

    "Durante este estado, o Esprito entra em comunicao com as almas que j deixa-ram a Terra."

    Egito

    No Egito, o culto aos mortos foi muito praticado. As Cincias psquicas atuais eram fami-liares aos sacerdotes da poca; o conhecimento das formas fludicas e do magnetismo eram comuns. O destino da alma, a comunicao com os mortos, a pluralidade das existncias da alma e dos mundos habitados eram, para eles, problemas solucionados e conhecidos. Egipt-logos modernos, estudando as pirmides, os tmulos dos faras, os papiros, deixam claro todos estes aspectos reconhecendo a grande sabedoria deste povo. Como em outras religies, apenas os iniciados conheciam as grandes verdades, o povo, por interesse de poder dos soberanos, praticamente mantinha-se ignorante a este respeito.

    China

    Na China, vamos encontrar Lao-Ts e Confcio, 600 a 400 a.C., que com os seus discpu-los (iniciados), mantinham no culto dos antepassados a base de sua f. Neste culto, a idia da imortalidade e a possibilidade da evocao dos mortos era clara.

    Israel

    Cerca de 15 sculos antes de Cristo, Moiss, o grande legislador hebreu, observando a ignorncia e o despreparo de seu povo, procura atravs de uma lei disciplinar, educar os hebreus com relao a evocao dos mortos. Se houve esta proibio, claro que a evocao dos mortos era comum entre este povo da Antiguidade. Moiss assim se referiu:

    "Que ningum use de sortilgio e de encantamentos, nem interrogue os mortos pa-ra saber a verdade."

    No havia chegado o momento para tais revelaes.

    Estudando a vida de Moiss, vemos que ele era possuidor de uma mediunidade fabulosa que possibilitou o recebimento dos "Dez Mandamentos", no Sinai, que at hoje representa a base dos cdigos de moral e tica no mundo.

    Grcia

    Na Grcia, a crena nas evocaes era geral. Vrios filsofos, desta progressista civiliza-o, se referem a estes fatos: Pitgoras (600 a.C.) Astfanes, Sfocles (400 a.C.) e a maravi-lhosa figura de Scrates (400 a.C.). A idia da unicidade de Deus, da pluralidade dos mundos habitados e da multiplicidade das existncias era por eles transmitidas a todos os seus inicia-dos. Scrates, o grande filsofo, aureolado por divinas claridades espirituais, tem uma exis-tncia que em algumas circunstncias, aproxima-se da exemplificao do prprio Cristo:

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    5

    "A alma quando despida do corpo, conserva evidentes, os traos de seu carter, de suas afeies e as marcas que lhe deixaram todos os atos de sua vida."

    Jesus

    Jesus, o Mdium de Deus, teve sua existncia assinalada por fenmenos medinicos di-versos. O Novo Testamento traz citaes claras e belas de mediunidade em suas mais diferen-tes modalidades.

    Idade Mdia

    A Idade Mdia foi uma poca em que o estudo mais profundo da religio era praticado apenas por sociedades ultra-secretas. Milhares de vidas foram sacrificadas sob a acusao de feitiaria, por evocarem os mortos.

    Nesta poca, to triste para a Humanidade, em vrios aspectos, podemos citar como uma grande figura, Joana D'arc, que guiando o povo francs, sob orientao de "suas vozes", deixou claro a possibilidade da comunicao entre os vivos e os mortos.

    O Espiritismo

    Foi no sculo XIX (1848), na pacata cidade de Hydesville, no estado de New York (EUA), na casa da famlia Fox, que o fenmeno medinico comearia a ser conhecido em todo o mundo.

    Chegara o momento em que todos as coisas deveriam ser restabelecidas. Foi quando sur-giu no cenrio terrestre, aquele que deu corpo Doutrina dos Espritos: Hippolyte Lon Denizard Rivail, ou Allan Kardec, como ficou conhecido.

    Em 1855, com a idade de 51 anos, Kardec iniciou um trabalho criterioso e cientfico so-bre o fenmeno medinico e aps alguns anos de estudos sistematizados lanou, em 18 de abril de 1857, O Livro dos Espritos; em 1859 - O Que o Espiritismo; em 1861 - O Livro dos Mdiuns; em 1864 - O Evangelho Segundo o Espiritismo; em 1865 - O Cu e o Inferno; e em 1868 - A Gnese.

    Graas ao sbio lions tivemos a Codificao da Doutrina Esprita reconhecida como a Terceira Revelao, o Consolador prometido por Jesus.

    Bibliografia

    1) Depois da Morte - Lon Denis 2) Histria do Espiritismo - Arthur Conan Doyle 3) Allan Kardec - Zeus Wantuil e Francisco Thiesen

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    6

    Captulo 2 A Prece

    Conceitos

    H quem conteste a eficcia da prece, com fundamento no princpio de que, co-nhecendo Deus as nossas necessidades, intil se torna exp-las.

    Este argumento no oferece muita lgica porque, independente de Deus conhecer as nos-sas necessidades, a prece proporciona, a quem ora, um bem-estar incalculvel j que aproxi-ma a criatura do seu Criador.

    A prece o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixes. Filha pri-mognita da f, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus.

    No existe qualquer frmula para orar.

    "O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de corao e no de lbios somente.

    A qualidade principal da prece ser clara, simples e concisa ".

    A prece Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificao. As pre-ces feitas a Deus escutam-nas os Espritos incumbidos da execuo de suas vontades.

    Objetivos da Prece

    Pedir

    Louvar

    Agradecer

    Pela prece, obtm o homem o concurso dos bons Espritos que acorrem a susten-t-lo em suas boas resolues e a inspirar-lhe idias ss. Ele adquire, desse modo, a fora moral necessria a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode tambm desviar de si os males que atrairia pelas suas pr-prias faltas.

    Quando Jesus nos disse: tudo o que pedirdes com f, em orao, vs o recebereis [Ma-teus-21:22], revelou-nos que o ato de orar algo muito profundo do que se pode observar primeira vista. Desta mxima: concedido vos ser o que quer que pedirdes pela prece, fora ilgico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providncia se no acede a toda splica que se lhe faa, uma vez que ela sabe, melhor do que ns, o que para o nosso bem. como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrrio aos seus interesses.

    Eficcia da Prece

    Devemos cultivar o hbito de orar, porque a prece, inegavelmente, tem sua eficcia.

    "O santurio domstico que encontre criaturas amantes da orao e dos sentimen-tos elevados, converte-se em campo sublime das mais belas floraes e colheitas espi-rituais "

    A prece no movimento mecnico de lbios, nem disco de fcil repetio no aparelho da mente. vibrao, energia, poder. A criatura que ora, mobilizando as pr-

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    7

    prias foras, realiza trabalhos de inexprimvel significao. Semelhante estado psquico descortina foras ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores

    Os raios divinos, expedidos pela orao santificadora, convertem-se em fatores adiantados de cooperao eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovao da alma e iluminao da conscincia.

    Toda prece elevada manancial de magnetismo criador e vivificante e toda criatu-ra que cultiva a orao, com o devido equilbrio do sentimento, transforma-se, gradati-vamente, em foco irradiante de energias da Divindade

    Compreende-se tambm que, alm da importncia do cultivo da orao, devemos apren-der a orar e a entender as respostas do Alto s nossas splicas.

    Exporemos em prece ao Senhor os nossos obstculos, pedindo as providncias que se nos faam necessrias paz e execuo dos encargos que a vida nos delegou; entretanto, suplicaremos tambm a Ele nos ilumine o entendimento, para que lhe sai-bamos receber dignamente as decises.

    Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com deciso e firmeza, para que se efetive o auxlio solicitado

    Confiemos em Deus e supliquemos o amparo de Deus, mas, se quisermos receber a Beno Divina, procuremos esvaziar o corao de tudo aquilo que discorde das nos-sas peties, a fim de oferecer Beno Divina clima de aceitao, base e lugar.

    Em verdade, todos ns podemos enderear a Deus, em qualquer parte e em qual-quer tempo, as mais variadas preces; no entanto, ns todos precisamos cultivar pacin-cia e humildade, para esperar e compreender as respostas de Deus.

    Caractersticas da Prece

    clara, simples, espontnea e breve;

    Est acompanhada de sentimento de humildade e sinceridade;

    Dispensa aparatos exteriores;

    Independe do local, hora, atitude fsica e gestos.

    Bibliografia

    1) O Livro dos Espritos - Allan Kardec 2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    8

    Captulo 3 Mdium: Conceito, Classificao e Desenvolvimento Medinico

    Conceito de Mdium e Mediunidade

    A palavra mdium uma expresso latina que significa "meio" ou "intermedirio". Allan Kardec apropriou-se dessa expresso para designar as pessoas que so portadoras da faculda-de medinica.

    Kardec [LM - cap 32] conceitua: Mdium - pessoa que pode servir de intermediria entre os Espritos e os homens. Mediunidade - a faculdade dos mdiuns, ou seja, a faculdade que possibilita a uma

    pessoa servir de intermediria entre os Espritos desencarnados e os homens.

    Assevera ainda Kardec [LM - it 159] que:

    "todo aquele que sente em qualquer grau a influncia dos Espritos mdium."

    Diante da assertiva do Codificador da Doutrina Esprita poder-se-ia indagar: Somos todos mdiuns?

    De forma generalizada poderamos afirmar que sim. Todos os indivduos possuem rudi-mentos da faculdade medinica, j que podem ser influenciados pelos Espritos. Atravs do pensamento, as entidades da esfera extrafsica, podem atuar sobre todos ns, de forma imper-ceptvel. Mostram os benfeitores espirituais da Codificao que esta influncia " maior do que supomos" [LE - qst 459]

    Todavia, de forma particular, na prtica esprita cotidiana, no a resposta. Orienta Allan Kardec que se deve reservar esta expresso apenas para as pessoas que permitem a produo de fenmenos patentes e de certa intensidade:

    "Pode-se dizer, que todos so mais ou menos mdiuns. Usualmente, porm, essa qualificao se aplica somente aos que possuem uma faculdade bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organizao mais ou nos sensitiva." [LM - it 159]

    Classificao geral dos Mdiuns

    A faculdade medinica no se revela em todos da mesma maneira. Os mdiuns tem ge-ralmente aptido especial para esta ou aquela ordem de fenmenos, o que os divide em tantas variedades quantas so as espcies de mediunidade, embora nada impea que um mdium venha a possuir mais do que uma aptido.

    Diversas so as classificaes propostas, mas de forma bem prtica, podemos classific-los de acordo com o tipo de mediunidade, nas seguintes categorias:

    a) Mdiuns de Efeitos Fsicos: so aqueles aptos produo de fenmenos que sensibi-lizam objetivamente os nossos sentidos, tais como: movimento de corpos inertes, rudos, etc. Trata-se de uma categoria de mdiuns bastante infreqente em nossos dias, mas que teve fundamental importncia na fase de implantao da Doutrina Esprita. Subcategorias:

    1) Tiptlogos: os que produzem rudos e pancadas. Mesmo sem que o mdium tome conhecimento, os Espritos podem se utilizar de certos recursos fludicos que eles possuem para produzir o fenmeno;

    2) Motores: os que produzem movimentos dos corpos inertes;

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    9

    3) De Translao e Suspenso: os que produzem a translao de objetos atravs do es-pao ou a sua suspenso, sem qualquer ponto de apoio. H tambm os que podem elevar-se a si mesmos (levitao);

    4) De Transporte: os que podem servir aos Espritos para o transporte de objetos mate-riais atravs de lugares fechados;

    5) Pneumatgrafos: os mdiuns que permitem a escrita direta (espcie de mediunidade onde os Espritos, utilizando-se do ectoplasma do mdium, escrevem sobre deter-minados objetos sem se utilizarem de lpis ou caneta);

    6) Pneumatofnicos: os mdiuns que permitem a voz direta (fenmeno medinico on-de os Espritos emitem sons e palavras atravs de uma "garganta ectoplsmica", sem a utilizao do aparelho vocal do medianeiro);

    7) De Materializao: so aqueles que doam recursos fludicos (ectoplasma) para a materializao do Esprito ou de parte do Esprito, ou, ainda, de certos objetos;

    8) De Bicorporeidade: so aqueles capazes de materializarem seu corpo perispirtico em local FORA do corpo fsico;

    9) De Transfigurao: so aqueles aptos a promoverem modificaes temporrias em seu corpo fsico, atravs da vontade e do pensamento.

    b) Mdiuns Sensitivos: so os mdiuns capazes de registrar a presena de Espritos por uma vaga impresso. Ora esta impresso boa ora ruim, dependendo da natureza da entida-de desencarnada. Esta variedade no apresenta carter bem definido, pois todos mdiuns so mais ou menos sensitivos;

    c) Mdiuns Intuitivos ou Inspirados: so aqueles que recebem comunicaes mentais entranhas s suas idias, vindas da esfera imaterial. Na realidade, todos ns somos mdiuns intuitivos, pois podemos assimilar inconscientemente o pensamento dos Espritos, mas em algumas pessoas, essa capacidade mais evidente. Os mdiuns de pressentimento so uma variedade dos intuitivos, onde h uma vaga impresso de acontecimentos futuros;

    d) Mdiuns Audientes: so os mdiuns que ouvem os Espritos. Em algumas vezes como se escutassem uma voz interna que lhes ressoasse no foro ntimo, doutras vezes, uma voz exterior, clara, distinta;

    e) Mdiuns Videntes: so aqueles aptos a verem os Espritos em estado de viglia. Kar-dec fazia referncia raridade desta faculdade e em nossos dias continua pouco comum;

    f) Mdiuns Falantes ou Psicofnicos: so aqueles que possibilitam aos Espritos a co-municao oral com outras pessoas encarnadas, utilizando dos recursos vocais do mdium. a variedade de mdiuns mais comum em nossos dias;

    g) Mdiuns Escreventes ou Psicgrafos: so os mdiuns aptos a receberem a comunica-o dos Espritos atravs da escrita. Foi pelos mdiuns escreventes que Allan Kardec montou os pilares bsicos da Codificao Esprita;

    h) Mdiuns Curadores: so aqueles aptos a curarem, atravs do toque, por um ato de vontade e pelo passe. Em realidade, todos somos capazes de curar enfermidades pela prece e pela transfuso fludica, mas, tambm aqui, esta designao deve ficar reservada para aquelas pessoas onde a capacidade de curar ou aliviar as doenas bem evidente;

    i) Mdiuns Psicmetras: so aqueles aptos a identificarem os fluidos presentes em de-terminados objetos e locais (Psicometria);

    j) Mdiuns Sonamblicos ou de Desdobramento: so aqueles capazes de emanciparem seu corpo espiritual deixando a organizao fsica num estado de sonolncia ou apatia. Se-gundo Kardec, estes mdiuns "vivem por antecipao a vida espiritual", pois so capazes de realizar inmeras tarefas no mundo dos Espritos.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    10

    Desenvolvimento Medinico

    Segundo Aurlio Buarque de Holanda Ferreira, no seu Pequeno Dicionrio Brasileiro da Lngua Portuguesa, desenvolver significa: tirar invlucro, expor minuciosamente, progredir, alargar, instruir-se. E desenvolvimento o ato ou efeito de desenvolver.

    Desenvolvimento Medinico o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicarem-se com os Espritos.

    Se ns falamos somente em desenvolvimento medinico e no em criar mediunidade ou mdiuns, , certamente porque esta faculdade no se cria numa determinada pessoa que no a possua. A mediunidade uma faculdade to natural no homem quanto qualquer outro dos cinco sentidos habituais (viso, audio, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo. Ningum inventa faculdade inata, pronta para ser utilizada, como que programada por milnios e milnios de existncias anteriores, documentada na nossa memria espiritual. preciso, contudo, em cada existncia que se reinicia, reaprender a utiliz-lo adequadamente para selecionar alimentos, definir preferncias ou recusar substncias prejudiciais. Assim tambm a mediunidade um atributo fsico do homem. Os Espritos afirmam a Kardec [LM - it 226]:

    "A faculdade medinica se radica no organismo".

    O mdium j nasce mdium. Cabe-nos portanto, se possuidores da faculdade medinica, nos esforarmos por exerc-la com devotamento e humildade.

    Por que desenvolver a mediunidade

    De posse destes conceitos, forma-se uma nova dvida em nossa mente: Por que desen-volver a mediunidade? Presena de mediunidade significa necessidade de trabalho na Seara Esprita? Ns sabemos que na Terra estamos rodeados por Espritos desencarnados que a todo instante, atravs do pensamento, nos influenciam e so influenciados por ns. Sendo os mdiuns, por caractersticas prprias de seu corpo fsico, indivduos mais sensveis, captam com maior facilidade a influncia dos Espritos, podendo sofrer, s vezes, conseqncias desagradveis em decorrncia de possuir em uma faculdade que no conhecem e no domi-nam.

    Alm disso, ns sabemos que da faculdade medinica podem dispor-se bons e maus Es-pritos, podendo, no caso dos maus, levarem o mdium ao desequilbrio.

    O Esprito da Verdade afirma [LM - cap 31 it 15]:

    "...Todos os mdiuns so incontestavelmente chamados a servir causa do Espiri-tismo, na medida da sua faculdade..."

    Em [Nos Domnios da Mediunidade] ouvimos as seguintes afirmativas do Esprito Alb-rio (instrutor de Andr Luiz):

    "Mediunidade, por si s no basta. necessrio sabermos que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer a qualidade do nosso trabalho e julgar nossa direo. pe-rigoso possuir sem saber usar."

    Assim, a mediunidade uma faculdade inerente prpria vida, sendo semelhante ao dom da viso comum, peculiar a todas as criaturas, responsvel por tantas glrias e por tantos infortnios na Terra. Entretanto, ningum se lembrar de suprimir os olhos, porque milhes de pessoas, em face das circunstncias imponderveis da evoluo, tenham se servido dos olhos para perseguir e matar nas guerras de terror e destruio. necessrio ilumin-los, orient-los, esclarec-los.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    11

    Etapas do Desenvolvimento Medinico

    A mediunidade no requisitar desenvolvimento indiscriminado, mas, antes de tudo, a-primoramento da personalidade medinica e nobreza de fins, para que o mdium possa tornar-se um filtro leal das Esferas Superiores com vistas ascenso da Humanidade para o Progresso.

    Mas ento, como proceder ao desenvolvimento medinico? Allan Kardec e vrios benfei-tores espirituais nos orientam que, no desenvolvimento medinico, temos de vencer trs etapas: intelectual - material - moral.

    a) Etapa Intelectual: representada pela necessidade do estudo. Kardec afirma:

    "...O estudo preliminar da teoria indispensvel, se quisermos evitar inconvenien-tes inseparveis da inexperincia." [LM - it 211]

    O estudo da faculdade medinica e o conhecimento da Doutrina Esprita so bases essen-ciais e indispensveis.

    b) Etapa Material: o adestramento, uma forma de treinamento da faculdade medini-ca, uma familiarizao com as tcnicas envolvidas no processo da mediunidade.

    "Na verdade, at hoje, no existe sinal ou diagnstico infalvel para se chegar concluso que algum possua essa faculdade; os sinais fsicos nos quais algumas pes-soas julgam ver indcios, nada tem de infalveis. Ela se encontra, nas crianas e nos ve-lhos, entre homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de sa-de, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. No h seno um meio para lhes contatar a existncia que o experimentar." [LM - cap 17 it 200]

    Essa experimentao deve ser: PERSEVERANTE, ASSDUA, SRIA, EM GRUPO, LOCAL ADEQUADO, SOB ORIENTAO EXPERIENTE, DESPROVIDA DE CONDICIONAMENTOS.

    O candidato a mdium deve ter persistncia, exercitando-se para as comunicaes em di-as e horrios certos da semana, pr-estabelecidos, de preferncia em grupo. Kardec nos orienta [LM - it 207] que a reunio de pessoas com inteno semelhante forma um todo coletivo onde a fora e a sensibilidade se encontram aumentadas por uma espcie de influn-cia magntica que ajuda o desenvolvimento da faculdade.

    A reunio deste grupo deve ser sob a direo de pessoas experientes, conhecedoras da Doutrina Esprita e do fenmeno medinico.

    Essa reunio deve ser tambm feita, de preferncia em local apropriado, isto , no Centro Esprita, onde estaremos sob o amparo e a orientao de Espritos Bons, que so responsveis pelos trabalhos medinicos da Casa. Alm disto, todo Centro Esprita tem como que um isolamento magntico que nos protege espiritualmente durante os trabalhos medinicos. simples compreendermos, pois na Terra acontece o mesmo. Um acadmico de Medicina inicia seu treinamento aos doentes num Hospital e sob a superviso de um mdico experiente para evitar desastres. Se for uma cirurgia ser necessrio um cuidado ainda maior - um centro cirrgico.

    O candidato a mdium no deve desistir se, aps 2, 3 ou 10 tentativas de comunicao com os Espritos no obtiver qualquer resultado ou qualquer indcio de comunicao. Como vimos, existem obstculos decorrentes da prpria organizao medinica em desabrochamen-to, impedimentos materiais e psquicos que, s com o tempo e a dedicao sero contornados.

    Quanto ao mdium que j controla bem sua faculdade, que permite aos Espritos se co-municarem com facilidade, que seja, em uma palavra, um mdium feito, seria um erro de sua parte, nos assevera Kardec [LM - it 216] crer-se dispensado de qualquer outra instruo.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    12

    No venceu seno uma resistncia material, e agora que comea para ele o verdadeiro desafio, as verdadeiras dificuldades: vencer a terceira etapa - a moral.

    c) Etapa Moral: Allan Kardec define como esprita-cristo ou verdadeiro esprita, aquele que no se contenta em admirar a moral esprita, mas a pratica e aceita todas as suas conse-qncias. Convencido de que a existncia terrena uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avanar no caminho do Progresso, esforando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas a regra de sua conduta.

    Sob o ponto de vista esprita, a mediunidade uma iniciao religiosa das mais srias, um mandato que nos oferecido pela Espiritualidade Superior a fim de ser fielmente desem-penhada. Desta forma, o aspirante mediunidade - Luz da Doutrina Esprita - deve partir da conscientizao de seus ensinamentos e esforar-se, desde o incio de seu aprendizado, por ser um esprita-cristo. Isto significa trabalhar incessantemente por nossa reforma moral. Somente nossa evoluo moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem podero garantir-nos o assessoramento dos bons Espritos e o exerccio seguro da mediunidade, por nossa sintonia com o Bem. E esta no uma tarefa fcil, pois o que mais temos dentro de ns so sensaes e experincias negativas e deformadas trazidas do passado. Por isso para ns ainda mais fcil e cmodo, sintonizar com as atitudes negativas do que com as positivas.

    E como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferiores? Carregamos s-culos de erros e alguns anos de boas intenes. claro que no podemos mudar sem esforo, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que s ns saberemos identificar e sentir porque estar marcada em nosso ntimo. Trabalhemos com exerccios dirios e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o Mdium por Excelncia, sintonizava-se constante-mente com Deus, no entanto, aps a convivncia com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em silncio e solido.

    A diferena de um bom mdium e um mdium desajustado, no est na mediunidade, mas no carter de um e de outro; na formao moral est a base de todo desenvolvimento medinico.

    Alguns cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento medinico:

    Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovao do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar a usina maior de energia de que somos carentes, onde compensamos nossa vibraes psquicas em reajustamento.

    Culto de Assistncia: rompimento com o egosmo, interessando-nos pelo prximo, au-xiliando-o sempre em todas as ocasies, usando ao mximo nossa capacidade de servir desinteressadamente. Participao em atividades como: campanha do quilo, distribui-o de alimentos, visita aos enfermos, idosos e creches, grupos de costura, evangeliza-o, etc.

    Freqncia ao Centro Esprita: nas reunies pblicas e outras atividades oferecidas pe-las Casas Espritas. Aprenderemos a viver em grupos Humanos que nos permitiro o exerccio da humildade. Evitemos as sesses medinicas nos lares; organizao espiri-tual no se improvisa.

    Estudo Coletivo: reunidos aos companheiros para o estudo das obras espritas, evite-mos as falsas interpretaes. Assimilando as experincias de companheiros, estaremos alongando nossa viso e nossa percepo dos contedos espritas; o que se torna mais difcil numa leitura solitria.

    Reforma ntima: reviso e reconstruo de nossos atos e hbitos, permutando vcios por virtudes legitimamente crists que so as nicas que sobrevivero eternamente.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    13

    Como nos diz o instrutor Albrio:

    "... elevemos nosso padro de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apure-mos a qualidade de nossa emoo pelo exerccio constante das virtudes superiores..."

    Dentro destes critrios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma facul-dade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritual-mente e capacitando-nos para o exerccio da mediunidade com Jesus.

    Bibliografia

    1) Livro dos Espritos - Allan Kardec 2) Livro dos Mdiuns - Allan Kardec 3) Obras Pstumas - Allan Kardec 4) Mdium: Quem , Quem no ? - Demtrio Pavel 5) Diversidade dos Carismas - Hermnio Miranda 6) Missionrios da Luz - Andr Luiz / Chico Xavier 7) Nos Domnios da Mediunidade - Andr Luiz / Chico Xavier 8) Desenvolvimento Medinico - Roque Jacinto

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    14

    Captulo 4 Classificao dos Fenmenos Medinicos

    segundo seus Efeitos

    Introduo

    Segundo os efeitos que produzem, podemos classificar os fenmenos medinicos em: 1) Fenmenos de efeitos materiais, fsicos ou objetivos: so os que sensibilizam os

    nossos sentidos fsicos, podendo se apresentarem de variada forma. 2) Fenmenos de efeitos inteligentes ou subjetivos: so os que ocorrem na esfera sub-

    jetiva, no ferindo os cinco sentidos, seno a racionalidade e o intelecto.

    Fenmenos Objetivos

    a) Materializao: fenmeno em que ocorre a materializao ou formao de objetos e de Espritos, utilizando-se uma energia esbranquiada que o mdium emite atravs dos orif-cios de seu corpo, chamada ectoplasma. Esta denominao foi dada por Charles Richet, quando estudava este fenmeno.

    Como exemplo mais eloqente podemos citar as experincias de William Crookes com a mdium Florence Cook possibilitando a materializao do Esprito Katie King de 1870 a 1874;

    b) Transfigurao: modificao dos traos fisionmicos do mdium. O Esprito utiliza fluidos do mundo espiritual e os expelidos pelo prprio mdium e os manipula envolvendo o rosto do mdium com uma capa fludica sobre a qual modela sua fisionomia;

    c) Levitao: erguimento de objetos e pessoas contrariando a lei da gravidade. Crawford, que estudou estes fenmenos, classificou-os como resultantes de a sustentao sobre colunas de fluidos condensados erguidas para suportar o peso dos objetos e ergu-los. So conhecidos por "colunas de Crawford";

    d) Transporte: entrada e sada de objetos de recintos hermeticamente fechados;

    e) Bicorporeidade: aparecimento do Esprito do mdium em outro local de forma mate-rializada;

    f) Voz Direta: vozes de Espritos que soam no ambiente, independentemente do mdium, atravs de uma garganta ectoplsmica.

    g) Escrita Direta: palavras ou frases escritas diretamente pelos Espritos;

    h) Tiptologia: sinais ou pancadas formando palavras e frases inteligentes;

    i) Sematologia: movimento de objetos sem contato fsico, traduzindo um desejo, um sen-timento.

    Fenmenos Subjetivos

    a) Intuio: o mecanismo medinico mais evoludo da espcie humana. O mdium consegue captar contedos mentais da dimenso espiritual e de l retirar imagens, idias ou grupos de pensamentos;

    b) Vidncia: a percepo visual dos fatos que se passam na dimenso espiritual;

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    15

    c) Audincia: pode-se ouvir atravs dos rgo auditivos do corpo fsico vozes, mensa-gens bem caracterizadas ou dentro do crebro onde as vibraes atingem os centros nervosos ou, ainda, em alguma zona espiritual;

    d) Desdobramento: o Esprito do mdium desloca-se em desdobramento perispiritual s regies espirituais ou aqui mesmo na Terra, mas sem se materializar;

    e) Psicometria: a faculdade medinica onde o indivduo torna-se capaz de registrar e identificar os fluidos de objetos e locais;

    f) Psicografia: manifestao medinica atravs da escrita. Pode ser observada em graus e aspectos diversos:

    g) Psicofonia: a manifestao medinica atravs da fala.

    Teoria das manifestaes fsicas

    Se temos um efeito - o fenmeno fsico - ele deve ter uma causa.

    Vamos analisar os fenmenos medinicos produzidos pelos Espritos desencarnados bus-cando saber como se opera esta ao, qual o seu mecanismo.

    Notemos que estas teorias no nasceram de crebros humanos, mas foram eles prprios, os Espritos desencarnados, que as deram. Fizeram-nos conhecer primeiro a sua existncia, sua sobrevivncia, independentemente do corpo fsico ou carnal. Em segundo lugar, a exis-tncia de um invlucro semimaterial que lhes serve de corpo no mundo espiritual e que tem possibilidades de ao sobre a matria fsica. o perisprito, termo criado por Allan Kardec para designar o corpo perispiritual - a condensao do fluido (que tem origem no Fluido Csmico Universal - FCU) em torno de um foco de inteligncia que o Esprito. O perisprito um subproduto do FCU e varivel em sua maior ou menor condensao. O que lhe d propriedades especiais para agir sobre a matria.

    O perisprito o intermedirio entre o Esprito e corpo fsico, formando assim o comple-xo humano:

    1 - Esprito 2 - perisprito 3 - corpo fsico

    O fenmeno medinico de efeito fsico, isto , aquele que sensibiliza nossos sentidos fsi-cos, tem sua explicao na ao do perisprito. Para atuar sobre um objeto inanimado, o Esprito desencarnado combina o seu fluido perispiritual com o fluido que escapa do mdium, satura os espaos interatmicos e intermoleculares da matria e, com a fora do pensamento, agindo como deseja. Temos como exemplo a movimentao de objetos e a comunicao por pancadas.

    Manifestao Fsicas Espontneas

    Em alguns lugares, tal como aconteceu com as irms Fox, em Hydesville, em 1848, ob-servam-se fenmenos medinicos ostensivos, como batidas ou levantamento de objetos, sem que nenhuma pessoa tivesse inteno de consegui-lo. Ocorrem espontaneamente, e muitas vezes ao dar origem aquilo que se costuma denominar de "casa mal assombrada".

    Devemos analisar, primeiramente, se fenmenos como esses no so: frutos da imaginao ou alucinaes; de causa fsica conhecida; mistificaes, fraudes de pessoas inescrupulosas.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    16

    Excludas as causas acima, iremos analisar o motivo pelo qual os fenmenos ocorrem ou so provocados:

    perseguio de Espritos; desejo de comunicar-se com a finalidade de expor alguma preocupao ou inteno; brincadeiras para assustar; inteno de provar sua sobrevivncia e que o Esprito uma realidade.

    Como agir? 1) No dar ateno quando o fenmeno for produzido por Espritos brincalhes; 2) orientar, quando produzidos por Espritos perturbadores e vingativos; 3) atender s solicitaes, quando justas, daqueles Esprito dentro de nossas possibili-

    dades; 4) Orar. A prece sincera, originada do ntimo da alma, tocar-lhes- o corao e os aju-

    dar naturalmente.

    Bibliografia

    1) Livro dos Mdiuns - Allan Kardec 2) No Invisvel - Lon Denis 3) O Fenmeno Esprita - Gabriel Delanne 4) A Histria do Espiritismo - Arthur Conan Doyle 5) Nos Alicerces do Inconsciente - Jorge Andra

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    17

    Captulo 5 Os Fluidos Espirituais

    Introduo

    O estudo dos fenmenos espritas fez-nos conhecer estados de matria e condies de vi-da que a Cincia havia longo tempo ignorado.

    Ficamos sabendo que, alm do estado radiante, a matria, tornada invisvel e imponder-vel, se encontra sob formas cada vez mais sutis que se denominam fluidos. medida que se rarefaz, adquire novas propriedades e uma capacidade de irradiao sempre crescente; torna-se uma das formas da energia.

    Esta fora, gerada pelo prprio Esprito encarnado ou desencarnado, tem sido designada sob os nomes de fora dica, fludo magntico, fora eltrica, fora psquica e, mais recente-mente, de Bioenergia. atravs dessa energia especfica que os Espritos interagem uns com os outros e exercem a sua influncia no mundo corpreo.

    Conceitos Bsicos

    Em [LE - qst 27] dizem os benfeitores espirituais que todas as coisas que existem no U-niverso podem ser sistematizadas em trs elementos fundamentais denominados de Trindade Universal. Esses elementos so:

    Deus Esprito Matria

    Deus: a causa primria, a inteligncia suprema, cuja natureza no nos dada conhecer,

    agora; Esprito: o princpio inteligente, uma "energia pensante", com inteligncia e morali-

    dade prprias; Matria: que na definio esprita "tudo sobre o qual o Esprito exerce a sua ao."

    Observa-se, portanto, que o conceito esprita de matria transcende definio da fsica oficial (tudo que tem massa e ocupa lugar no espao). Se retirarmos do Universo os Espritos e Deus, tudo o que restar matria.

    Reconhece-se trs tipos de matria: Matria Pondervel: a matria do mundo fsico, que preenche o mundo dos encar-

    nados e d origem aos corpos fsicos; Matria Impondervel: a matria do mundo espiritual, num tnus vibratrio mais

    elevado que no nos dado perceber. Forma o perisprito, as construes do mundo espiritual e os fluidos espirituais.

    Fluido Csmico Universal (FCU): a matria elementar primitiva, dispersa por todo o Universo. Uma matria extremamente sutil, cujas modificaes e transformaes vo constituir a inumervel variedade dos corpos da natureza. nesse elemento primordial para a vida, que vibram e vivem todos os seres e todas as coisas: constelaes e sis, mundos e almas, como peixes no oceano. A manipulao desse fluido pelos Espritos atravs de seus pensamentos e sentimentos, vai dar origem aos fluidos espirituais.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    18

    Mecanismo de Formao

    O benfeitor Andr Luiz define Fluidos Espirituais como sendo

    "um fluido vivo e multiforme, estuante e inestancvel, a nascer-lhe da prpria al-ma, de vez que podemos defini-lo at certo ponto, por subproduto do fluido csmico, absorvido pela mente humana, em processo vitalista semelhante do Criador, esparsa em todo o cosmos, transubstanciando-a, sob a prpria responsabilidade, para influenci-ar na Criao, a partir de si mesma."

    Observa-se pela definio de Andr Luiz que todo um processo dinmico e complexo en-volve a formao dos Fluidos Espirituais. Ao ser absorvido pelo corpo espiritual, o Fluido Universal ser manipulado na mente. A mente humana, sediada no Centro Coronrio um brilhante laboratrio de foras sutis, onde o pensamento e a vontade esto aglutinando as partculas do Fluido Csmico Universal e dando a elas as suas prprias caractersticas. O Fluido Espiritual especfico da individualidade, ser distribudo por todos os centros de fora, ocupar as regies mais ntimas do perisprito e ao se exteriorizar para fora da organizao espiritual ir constituir a aura, distribuindo-se, logo aps, pelo ambiente, for-mando a atmosfera espiritual do local.

    A Aura

    A aura o resultado da difuso dos fluidos espirituais para alm da organizao perispiri-tual. Forma em torno do Esprito um envoltrio fludico, de cerca de 20 a 25 cm a partir da superfcie do corpo, segundo Hernani Guimares de Andrade, e vai se constituir no retrato de nosso mundo ntimo. O que somos, o que pensamos e o que sentimos ser fielmente retratado em nosso campo urico.

    Todos os elementos da natureza possuem a sua aura tpica, mas ser no homem, devido aos seus diversos estados de sensibilidade e afetividade, que as irradiaes uricas iro sofrer as mais profundas modificaes.

    No ano de 1939, o tcnico em Eletricidade Semyon Kirlian, coadjuvado por sua esposa Valentina, na Rssia, construiu uma cmara eltrica de alta freqncia na qual se pode obter fotografias das auras. Denomina-se Kirliangrafia a tcnica que hoje estuda e interpreta a aura humana. Nos dias atuais, existem muitos trabalhos de registro dessas irradiaes uricas, mostrando, muitos deles, as mudanas do campo urico relacionadas aos diversos estados emocionais, como tambm as mudanas relacionadas s condies de sade e enfermidade.

    Acredita-se que, no futuro, o estudo da aura, atravs da fotografia Kirlian, venha a ser de grande utilidade na Medicina, na Psicologia e em muitas outras reas da Cincia oficial, no entanto, no presente momento, apesar

    "De inmeras observaes ainda no se chegou a concluses precisas de como in-terpretar as modificaes desses campos e seus respectivos reflexos na zona fsica, principalmente em suas posies patolgicas.

    (Jorge Andra)

    Caractersticas dos Fluidos

    Os fluidos espirituais no possuem qualidade sui generis, mas sim, qualidades do indiv-duo que os elaborou. Em decorrncia ento da evoluo espiritual e das peculiaridades parti-culares de cada pessoa, os fluidos iro assumir caractersticas diversas:

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    19

    a) Pureza: varia ao infinito e depende do grau de evoluo moral que a criatura j alcan-ou. Os fluidos menos puros, densos, grosseiros, formam a atmosfera espiritual do planeta, em decorrncia do atraso espiritual que ainda caracteriza a populao de Espritos vinculados ao orbe terrestre. Os fluidos espirituais vo se eterizando e se sutilizando medida que se afastam da crosta, assumindo um grau de pureza sempre crescentes. As esferas espirituais mais afastadas da superfcie da Terra so formadas dos fluidos mais puros em virtude de serem habitadas por entidades moralmente mais elevadas.

    b) Propriedades Fsicas: os fluidos espirituais apresentam caractersticas fsicas como: odor, colorao, temperatura, etc. Pessoas portadoras de sensibilidade medinica podem perceber essas caractersticas.

    c) Qualidade dos Fluidos: tm conseqncias de importncia capital a qualidade dos fluidos espirituais. Sendo esses fluidos formados a partir do pensamento e, podendo este modificar-lhes as propriedades, evidente que eles devem achar-se impregnados das qualida-des boas ou ms dos pensamentos que os fazem vibrar.

    Ser, portanto, a soma dos sentimentos da individualidade, o "raio da emoo", na ex-presso de Andr Luiz, que ir qualificar o fluido, dando a ele potencialidades superiores ou inferiores.

    Nesse sentido, os fluidos vo trazer o cunho dos sentimentos de dio, inveja, cime, hi-pocrisia, de bondade, de paz, etc. A qualidade dos fluidos ser, em sntese, o reflexo de todas as paixes, das virtudes e dos vcios da humanidade.

    Assim sendo, encontrar-se- fluidos balsamizantes, alimentcios, vivificadores, estimu-lantes, anestesiantes, curativos, sonferos, enfermios, etc.

    Fluidos e Perisprito

    Sendo o perisprito dos encarnados de natureza idntica a dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um lquido. Esses fluidos exercem sobre o perisprito uma ao tanto mais direta, quanto por sua expanso e sua irradiao com eles se confunde.Atuando esses fluidos sobre o perisprito, este, a seu turno reage sobre o organismos materiais com que se acha em contato ntimo.

    Se os eflvios so de boa natureza, o corpo ressente uma impresso salutar; se so maus, a impresso penosa. Se so permanentes e enrgicos, os eflvios maus podem ocasionar desordens fsicas e mentais das mais srias. Muitas enfermidades tm sua gnese nesta absor-o de natureza infeliz.

    Bibliografia

    1) A Gnese - Allan Kardec 2) No Invisvel - Lon Denis 3) Evoluo em Dois Mundos - Andr Luiz / Chico Xavier

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    20

    Captulo 6 O Perisprito

    A Viso do Perisprito Antes do Espiritismo

    Atravs das pocas mais remotas, as religies e as filosofias procuraram um elemento flu-dico ou semimaterial que pudesse servir de trao de unio entre o corpo fsico - material, e o Esprito - quintessenciado e sutil, donde resultou, para o perisprito, uma variada e complexa sinonmia.

    No Egito, a mais antiga crena, a dos comeos (5.000 a.C.) j acreditava na existncia de um corpo para o Esprito, denominado "kha", que quer dizer o duplo. Na ndia, o livro sagrado dos Vedas refere em seus cnticos ao "Linga Sharira". Na China, Confcio falava sobre "corpo aeriforme". Para os antigos hebreus era o "Nephesch", que levava no seu ntimo o sopro Divino. Na Grcia, os filsofos adotavam variada nomenclatura para designarem o envoltrio do Esprito; Pitgoras - "carne sutil da alma"; Aristteles - "corpo sutil ou corpo etreo"; Hipcrates - "Eidolon".

    Paracelso, precursor da Qumica moderna, deu-lhe o nome de "corpo astral", baseado na sua cor prateada e luminosidade prpria. Para os pensadores da Escola de Alexandria, era denominado, "Astroid", "corpo areo" e "veculo da alma".

    Paulo em uma epstola [I Corntios - cap 15 v.42,44] refere-se ao "corpo espiritual" ou "corpo incorruptvel". Tertuliano chama-lhe de "corpo vital da alma". Santo Agostinho, So Bernardo, Santo Hilrio e So Baslio, identificaram-no como invlucro da alma, "Pneuma".

    A Viso Esprita do Perisprito

    O termo perisprito foi criado por Allan Kardec:

    "Envolvendo o grmen do fruto, h o perisperma; do mesmo modo, um substncia que, por comparao, se pode chamar de perisprito, serve de envoltrio ao Esprito" [Le - qst 93]

    Allan Kardec que explica ser o perisprito lao de unio entre a alma e o corpo fsico, lao este semimaterial, ou seja, de natureza intermediria entre o Esprito e o corpo fsico.

    Assim, podemos dizer que o homem formado de trs partes essenciais: o corpo fsico, ou seja, corpo material, anlogo ao dos animais; a alma, o Esprito encarnado, que tem no corpo sua habitao, o princpio inteligente,

    em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral; o perisprito, substncia semimaterial que serve de envoltrio ao Esprito, ligando a

    alma ao corpo fsico.

    A morte a destruio do invlucro mais grosseiro, o Esprito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etreo, invisvel para ns no estado normal, mas que pode tornar-se visvel e mesmo tangvel, como sucedem nos fenmenos das aparies.

    O Dr. Encause, escritor neo-espiritualista, que foi mdico e professor da Escola de Paris, sugere em [Alma Humana] uma engenhosa comparao, prpria para a sua poca, mas muito explicativa: o homem encarnado comparado a uma carroa puxada por um animal. O carro da carroa, que por sua natureza grosseiramente material e por sua inrcia, corresponde bem ao nosso corpo fsico. O cavalo seria nosso perisprito, que unido por tirantes ao carro e por rdeas ao cocheiro, move todo o sistema, sem participar da resoluo da direo. O cocheiro

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    21

    o Esprito, que dirige e orienta a direo e a velocidade. O Esprito quer, o perisprito transmi-te, e o corpo fsico executa a ordem na matria.

    O perisprito, ou corpo fludico do Esprito, um dos mais importantes produtos do Flui-do Csmico Universal; uma "condensao" desse fluido em torno de um foco inteligente. Sabemos que o corpo fsico tem o seu princpio de origem nesse mesmo fluido, condensado e transformado em matria tangvel. No perisprito, a "transformao molecular" se opera diferentemente, porquanto, o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etreas. O corpo perispiritual e o corpo carnal tem, pois, origem no mesmo elemento primiti-vo - ambos so matria - ainda que em dois estados diferentes.

    Do meio onde se encontra, que o Esprito extrai do Fluido Csmico Universal o seu pe-risprito, dos fluidos do ambiente. Resulta da que os elementos constitutivos do perisprito, naturalmente variam conforme o mundo.

    A natureza do envoltrio fludico, est em relao com o grau de adiantamento moral do Esprito: nos Espritos puros ser belo e etreo; nos Espritos infelizes materializado e gros-seiro. O Esprito forma o seu perisprito das partes mais puras ou mais grosseiras do FCU peculiar ao mundo onde vive. Da deduzirmos que a constituio ntima do perisprito no a mesma em todos os Espritos encarnados ou desencarnados que formam a humanidade terres-tre. Como afirma Allan Kardec:

    "O perisprito passa por transformaes sucessivas, tornado-se cada mais etreo, at a depurao completa, que a condio dos Espritos puros."

    O perisprito no est absolutamente preso ao corpo do encarnado, irradia mais ou menos fora dele, segundo a sua pureza, com dimetros variveis de indivduo para indivduo, em cores e aspectos diferentes, constituindo a "aura do homem encarnado".

    Toda a sensao que abala a massa nervosa do corpo fsico, desprende uma energia, uma vibrao, qual se deu muitos nomes: fluido nervoso, fluido magntico, fora psquica, etc. Esta energia age sobre o perisprito, para comunicar-lhe o movimento vibratrio particular, segundo o territrio cerebral excitado, de maneira que a ateno da alma seja acordada e que se produza o fenmeno de percepo; o Esprito emite ento a ordem da resposta, que, atravs do perisprito atinge o corpo e efetuar a manifestao material da resposta.

    A vibrao causada no perisprito pelo fluido nervoso ficar armazenada durante algum tempo a nvel consciente, para posteriormente passar a nvel inconsciente. Temos assim, no perisprito, um arquivo de todas as experincias do corpo fsico, desde o momento da concep-o at a desencarnao.

    Durante o processo reencarnatrio, medida que o novo corpo vai se formando, a unio com o perisprito ocorre molcula a molcula, clula a clula. Assim, o perisprito vai mol-dando o corpo fsico que se forma, funcionando, segundo Emmanuel, como o

    "Mantenedor de unio molecular que organiza as configuraes tpicas de cada espcie."

    Outra funo importante do perisprito na mediunidade. Um Esprito s consegue se manifestar em nosso meio, atravs da combinao de seus fluidos perispirituais com os fluidos perispirituais do mdium, que passam a formar uma espcie de "atmosfera fludico-espiritual" comum s suas individualidades, atmosfera esta que torna possvel os fenmenos medinicos nos seus diferentes tipos.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    22

    Resumindo, as principais funes do perisprito so: servir de veculo de unio do corpo fsico com o Esprito; arquivar nas suas camadas sutis e permanentes, os conhecimentos adquiridos atravs

    de nossa evoluo individual; irradiar-se em volta do corpo fsico, interpenetrando-o, constituindo um dos compo-

    nentes da aura humana; servir de molde para a formao do corpo fsico; permitir a ocorrncia dos fenmenos medinicos.

    "To arrojada a tentativa de transmitir informes sobre a questo aos companhei-ros encarnados, quo difcil se faria esclarecer lagarta com respeito ao que ser ela depois de vencer a inrcia da crislida colocado no cho, arrastando-se pesadamente, o inseto no desconfia que transporta consigo os germes das prprias asas." (Emmanuel)

    Bibliografia

    1) O Livro dos Espritos - Allan Kardec 2) A Gnese - Allan Kardec 3) Obras Pstumas - Allan Kardec 4) Antologia do Perisprito - Jos Jorge 5) Correnteza de Luz - Jos Raul Teixeira 6) Alma Humana - Antnio Freire

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    23

    Captulo 7 Os Centros de Fora e a Glndula Pineal

    Introduo

    Sabemos que os Espritos encarnados e desencarnados so dotados de um corpo fludico, semimaterial, isto , composto de fluidos em diferentes estados de condensao. Esse corpo fludico o perisprito ou corpo espiritual.

    O perisprito est intimamente regido por vrios centros de fora que trabalham vibrando uns em sintonia com os outros, sob o poder diretor da mente. A mente que determina o funcionamento mais ou menos equilibrado destes centros de fora e so eles que do condi-es para que o perisprito desempenhe as suas vrias funes.

    A localizao desses centro de fora no perisprito corresponde a dos plexos no corpo f-sico, com exceo dos que esto no crnio perispiritual, o coronrio e o frontal, que se ligam aos centros enceflicos.

    Plexos so feixes nervosos do corpo fsico onde h maior concentrao de nervos.

    Os centros de fora so tambm denominados de discos energticos e centros vitais, mas so vulgarmente conhecidos pelo nome de chacras, por causa das filosofias orientais.

    Chacra palavra snscrita que significa roda, pois eles tm forma circular com mais ou menos 5 cm de dimetro, possuem vrios raios de ao que giram, incessantemente, com a passagem da energia, lembrando um ventilador em movimento.

    Cada um tem as suas cores prprias, caractersticas. Quanto mais evoluda a pessoa, mais brilhantes so essas cores, alcanam maior dimetro e os seus raios giram com maior desen-voltura.

    So eles que distribuem, controlam e dosam as energias que o nosso corpo fsico necessi-ta, como tambm regulam e sustentam os sentimentos, as emoes, e alimentam as clulas do pensamento.

    atravs dos centros de fora que so levadas as sensaes do corpo fsico para o Espri-to, pois so eles que captam as energias e as influncias exteriores.

    O Fluido Csmico Universal ao ser absorvido metabolizado pelo centro coronrio, em fluido espiritual - uma energia vitalizadora - imprescindvel para a dinmica do nosso corpo fsico, sentimentos, emoes e pensamentos.

    Aps a metabolizao, essa energia circula pelos outros centros de fora e canalizada atravs da rede nervosa para todo o organismo com maior ou menor intensidade de acordo com o estado emocional da criatura, porque eles esto subordinados a impulsos da mente, irradiando-se, posteriormente, em seu derredor, formando a nossa aura, que uma espcie de espelho fludico capaz de refletir o que se passa no campo psquico. Ela reflete o nosso estado de Esprito.

    Hbitos, conduta e aes nocivas, todos os atos contrrios s Leis Divinas, tornam os chacras desequilibrados e comprometem o funcionamento harmonioso do conjunto.

    Tal seja a viciao do pensamento, tal ser a desarmonia no centro de fora correspon-dente que reagir sobre o corpo fsico.

    Exemplo: maledicncia, calnia => desequilibra o centro de fora larngeo; sentimentos inferiores (inveja, cime, egosmo, vaidade, mgoa) => desequilibram o

    centro de fora cardaco;

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    24

    sexo sem amor, sem respeito ou sem responsabilidade => desequilibra o centro de for-a gensico.

    Quanto mais equilibrados e harmnicos entre si, mais sade fsica e psquica para a cria-tura e maior carga de energias ou foras vitalizadoras teremos para doar no processo de irradiao.

    O equilbrio para os nossos chacras conseguiremos atravs da reforma ntima, pela re-forma moral, atravs do burilamento das nossas facetas negativas, procurando desfazer-nos das imperfeies que ainda trazemos dentro de ns.

    So em nmero de sete os principais centros de fora:

    a) Centro Coronrio: o mais importante pelo seu alto potencial de radiaes.

    Nele se assenta a ligao com a mente. Relaciona-se materialmente com a epfise ou glndula pineal, ligando os planos espiritual e material.

    Recebe, em primeiro lugar, os estmulos do Esprito comandando os demais, vibrando, porm, com eles em regime de interdependncia, isto , so ligados entre si, obedecem ao comando do coronrio, mas cada um tem a sua funo prpria. como se todos formassem uma orquestra e o coronrio fosse o regente.

    Dele emanam as energias de sustentao de todo o sistema nervoso. o grande assimila-dor das energias solares e captador dos raios que a espiritualidade superior envia para a Terra, capazes de favorecer a sublimao das almas. Esse centro de fora desenvolve-se na propor-o da evoluo espiritual.

    b) Frontal ou Cerebral: tem grande influncia sobre os demais.

    Relaciona-se materialmente com o crtex cerebral. Trabalha em movimentos sincrnicos e de sintonia com o centro coronrio, do qual recolhe os estmulos mentais, transmitindo impulsos e anseios, ordens e sugestes aos rgos e tecidos, clulas e implementos do corpo por que se expressa.

    responsvel pelo funcionamento dos centros da inteligncia. Comanda os 5 sentidos: viso, audio, tato, olfato e paladar.

    Comanda atravs da hipfise todo o sistema glandular interno, com exceo do timo, ti-reide e paratireides.

    Administra todo o sistema nervoso. O coronrio fornece as energias e ele administra.

    por este centro de fora que podemos, segundo a nossa vontade, irradiar calma, alvio, equilbrio, conforto a quem esteja necessitando, bastando usar a fora do pensamento. responsvel pelos poderes mentais.

    c) Larngeo: controla os rgos da respirao, da fala e as atividades do timo, da tireide e paratireides. Relaciona-se com o plexo cervical. um centro de fora muito desenvolvido nos grandes cantores e oradores.

    d) Cardaco: controla, regula as emoes. Comanda os sentimento. responsvel pelo funcionamento do corao e do aparelho circulatrio. Relaciona-se materialmente com o plexo cardaco.

    e) Esplnico: responsvel pelo funcionamento do bao, pela formao e reposio das defesas orgnicas atravs do sangue. Relaciona-se materialmente com o plexo mesentrico e bao.

    f) Gstrico ou Umbilical: responsvel pelos aparelhos digestivos. Relaciona-se com o plexo solar. Responsvel pela absoro dos alimentos.

    g) Gensico ou Bsico: relaciona-se com os plexos sacro e lombar. Responsvel pelos rgos reprodutores e das emoes da advindas. Como diz Andr Luiz, nele se assenta o

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    25

    santurio do sexo. responsvel no s pela modelagem de novos corpos fsicos como pelos estmulos criadores com vistas ao trabalho, associao e a realizao entre as almas. So essas energias sexuais, quando equilibradas, que levam os homens a pesquisar no campo da Cincia, da tecnologia com vistas a descobrir remdios, vacinas, inventar aparelhos, mquinas que visem a melhorar a qualidade de vida dos homens.

    Levam tambm as pessoas a criarem no ramo das Artes, da Literatura ou em qualquer ou-tro ramo cultural ou educacional. Quando equilibradas, levam as pessoas a se dedicarem a obras benemritas, a se associarem para promover os homens socialmente, para estabelecerem a paz e a concrdia entre a humanidade, defenderem a natureza, etc.

    Quanto mais evoluda a pessoa, mais ampliao ter das foras sexuais em inmeras ati-vidades para o bem. Vai havendo maior diversificao na canalizao dessas energias. Elas deixam de ser canalizadas somente para o erotismo, como acontece nas pessoas menos evolu-das. As que j conseguem viver em regime de castidade sem tormento mental podem canali-zar estas energias para o trabalho em benefcio do prximo, para o campo da Cincia, da Cultura, da Mediunidade.

    A Glndula Pineal

    Jorge Andra, mdico psiquiatra, expositor e escritor esprita, que h muitos anos tem se dedicado aos estudos da mediunidade e das obsesses, afirma-nos em [Nos Alicerces do Inconsciente]:

    "A trade por excelncia, da mais alta expresso no mecanismo medinico, seria representada:

    a) pela glndula pineal; b) pelos centros de energia vital ou chacras; c) pelo sistema neuro-vegetativo."

    Como podemos notar, a glndula pineal e o sistema neuro-vegetativo so rgos do corpo fsico e os centros de energia vital so rgos do corpo perispiritual.

    A glndula pineal foi bastante conhecida dos antigos, fato observado atravs de descri-es existentes. A escola de Alexandria participou ativamente dos estudos da pineal que achavam-se ligados a questes religiosas. Os gregos conheciam-na como conarium, e os latinos como pinealis, semelhante uma pinha. Estes povos, em suas dissertaes, localiza-vam na pineal o centro da vida. Mais tarde, os trabalhos sobre a glndula pineal se enriquece-ram com estudos de De Graff, Stenon e Descartes que, em 1677, fez uma minuciosa descrio da glndula, atribuindo-lhe papel relevante que se tornou conhecida at os nossos dias. Para ele:

    "A alma o misterioso hspede da glndula pineal."

    No incio do sc. XIX, embriologistas relacionaram a pineal ao terceiro olho de alguns rpteis lacertdeos da Nova Zelndia e passaram a consider-la como um rgo vestigial, abandonado pela natureza, o que atrasou, em muito, os estudos sobre a pineal. Porm, em 1954, vrios estudiosos publicaram um livro como o somatrio crtico de toda a literatura existente sobre a glndula pineal, chegando a algumas concluses que foram comprovadas em trabalhos subseqentes. Dentre estas:

    que a glndula pineal passou de um rgo sensorial a uma glndula de secreo end-crina, entretanto, permanece sofrendo influncia da luz, ou seja: a luz inativa a pineal e a ausncia de luz, ativa a pineal;

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    26

    a pineal teria influncia sobre o amadurecimento das glndulas sexuais - ovrios e tes-tculos; quando atuante, a pineal inibiria o desenvolvimento destas glndulas, e a inati-vidade da pineal permitiria o seu desenvolvimento ocorrendo assim o aflorar da sexua-lidade;

    seus hormnios favoreceriam o sono, diminuiriam crises convulsivas, sendo por isso conhecida como glndula da tranqilidade;

    atuaria ainda como reguladora das funes da tireide, pncreas e supra-renais; seria ainda uma reguladora global do sistema nervoso central.

    Temos, at aqui, um ligeiro resumo do que a Cincia oficial conhece hoje sobre a glndu-

    la pineal Busquemos agora, algumas consideraes espritas. Allan Kardec [LM - it 226] questiona aos Espritos:

    O desenvolvimento da mediunidade guarda relao como o desenvolvimento mo-ral do mdium?

    No, a faculdade propriamente dita se radica no organismo no depende da moral.

    Tecem a seguir valiosos comentrios quanto ao problema do uso da faculdade. Interessa-nos, porm, a expresso textual dos Espritos: a faculdade propriamente dita se radica no organismo, esta afirmao agua-nos a s curiosidade de pesquisar em torno da sede da mediunidade. Qual seria o rgo responsvel por tal aquisio fundamental do Esprito encarnado? Na poca em que Kardec codificou o Espiritismo pouco se conhecia da anatomia e estrutura microscpica da pineal e muito menos ainda de suas funes. Com o avano da Cincia, porm, houve condies de recebermos informaes mais amplas dos Espritos atravs das obras complementares da codificao. Andr Luiz, , sem dvida alguma, o autor espiritual que mais amplas elucidaes nos faz sobre o assunto.

    Em [Missionrios da Luz - cap I e II] Andr Luiz estudando um mdium psicgrafo com o instrutor Alexandre, observa a epfise - ou pineal - do mdium que est a emitir intensa luminosidade azulada, e o instrutor Alexandre esclarece:

    "No exerccio medinico de qualquer modalidade, a pineal desempenha o papel mais importante.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    27

    Andr Luiz observa: - Reconheci que a glndula pineal do mdium expedia lumi-nosidade cada vez mais intensa... A glndula minscula transformara-se em ncleo ra-diante e ao redor, seus raios formavam um ltus de ptalas sublimes.

    Andr Luiz prossegue narrando o que v: - Examinei atentamente os demais en-carnados, em todos eles a pineal apresentava notas de luminosidade, mas em nenhum brilhava como no mdium em servio.

    Alexandre esclarece: pode reconhecer agora que todo centro glandular uma po-tncia eltrica. Atravs de suas foras equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emisso e recepo de raios peculiares nossa esfera espiritual, na pineal que re-side o sentido novo dos homens, entretanto, na grande maioria, a potncia divina dor-me embrionria."

    Em [Evoluo em Dois Mundos - cap IX], que fala da Evoluo do crebro, Andr Luiz explica a evoluo da pineal, que deixou de ser um olho exterior, como era nos lacertdeos da Nova Zelndia, para fazer parte do crebro em seu interior na zona mais nobre o tlamo, relacionando s emoes mais sutis. Em [Missionrios da Luz], o instrutor Alexandre fornece ainda outras informaes a Andr Luiz:

    "No se trata de um rgo morto segundo as velhas suposies, a glndula da vi-da mental. Ela acorda no organismos do homem na puberdade, as foras criadoras, e em seguida continua a funcionar como o mais avanado laboratrio de elementos ps-quicos da criatura terrestre. Aos 14 anos aproximadamente, a glndula reajusta-se ao concerto orgnico e reabre seus maravilhosos mundos de sensaes e impresses da esfera emocional. Entrega-se a criatura recapitulao da sexualidade, examinando o inventrio de suas paixes vividas em outras pocas, que reaparecem sob fortes impul-sos. Ela preside aos fenmenos nervosos da emotividade, como rgo de elevada ex-presso no corpo etreo. Desata de certo modo os laos divinos da natureza, os quais ligam as existncias umas s outras, na seqncia de lutas pelo aprimoramento da alma e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investi-da."

    Vemos ento atribudas glndula pineal funes que s agora esto sendo esclarecidas pela Cincia oficial. Segundo revelaes dos instrutores espirituais, ela domina o campo da sexualidade e estabelece contato com o mundo extracorpreo.

    Continuando as elucidaes doutrinrias, voltemos a [Missionrios da Luz] e vamos en-contrar Andr Luiz surpreso com a amplitude de funes da pineal, e, a certa altura, interroga a Alexandre sobre o papel das gnadas (testculos e ovrios) no desencadeamento e preserva-o das energias sexuais. Alexandre esclarece:

    "As glndulas genitais so demasiadamente mecnicas para guardarem os princ-pios sutis e quase imponderveis da gerao. Acham-se absolutamente controladas pe-lo potencial magntico de que a pineal a fonte fundamental. As glndulas genitais se-gregam hormnios psquicos ou unidades-fora que vo atuar nas energias geradoras. Os cromossomas da bolsa seminal no lhe escapam influenciao absoluta e deter-minada".

    Alexandre prossegue fornecendo valiosas informaes sobe a influncia do nosso estado emocional, sobre as gnadas - via glndula pineal, o que de grande importncia para os padres de conduta ntima que devem vigorar em cada um de ns.

    Bibliografia

    1) Livro dos Mdiuns - Allan Kardec

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    28

    2) Missionrios da Luz - Andr Luiz / Chico Xavier 3) Evoluo em Dois Mundos - Andr Luiz / Chico Xavier 4) Grilhes Partidos - Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco 5) Entre a Terra e o Cu - Andr Luiz / Chico Xavier 6) Foras Sexuais da Alma - Jorge Andra 7) Nos Alicerces do Inconsciente - Jorge Andra

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    29

    Captulo 8 O Pensamento: Ideoplastia e Criaes Fludicas

    Introduo

    O Princpio Inteligente (P.I.), atravs de sua longa viagem pelos Reinos da Natureza, foi desenvolvendo caractersticas e aptides importantes e indispensveis para a sua evoluo. Funes rudimentares e simples, se transformaram, com o passar do tempo, em funes cada vez mais especializadas e complexas. Da funo desenvolvida por uma nica organela celular tivemos o aparecimento de maravilhosos e competentes aparelhos e sistemas orgnicos. Tudo isso exigiu um controle eficiente e preciso; assim o P.I. foi desenvolvendo simultaneamente o sistema nervoso, para desempenhar esta tarefa. Aps milnios, de evoluo estava pronto o espetacular rgo do corpo humano, o crebro, que passou a ser o dirigente e o gerente de cada repartio do corpo fsico do homem.

    O Crebro

    Ao nascimento, o crebro humano pesa aproximadamente 500 gramas e possui cerca de 100 milhes de neurnios (clulas nervosas). No adulto o crebro pesa aproximadamente 1500 gramas e tem tambm cerca de 100 milhes de neurnios. Sabemos, que a partir do nascimento, o homem vai desenvolvendo cada vez mais as suas aptides, e este desenvolvi-mento, como vimos, no decorre da multiplicao das clulas nervosas. Hoje sabemos que este fato se d pelo aumento crescente da unio entre estas clulas, ou seja, de sinapses nervosas (nome que a Cincia d unio entre as clulas nervosas).

    Assim, o que diferencia o crebro de uma criana do crebro de um adulto o nmero de sinapses nervosas. A Cincia atual aceita que a maior ou menor aptido cerebral, se deve ao maior ou menor nmero de sinapses nervosas. Podemos tambm estender estes conhecimen-tos aos animais, diferenciando-os em aptides de acordo com o nmero de sinapses nervosas.

    O que muito interessante, que o fator determinante para termos mais ou menos sinap-ses diretamente proporcional ao exerccio e ao estmulo constante ao sistema nervoso, e tambm, que essa capacidade de formar sinapses, ao contrrio que muitos pensam, a mesma do nascimento ao tmulo, ou seja independe da idade do indivduo demonstrando cientifica-mente que, realmente, nunca tarde para estudar e aprender.

    Qualquer atividade nossa comandada pelo crebro, desde as mais simples, como o pis-car dos olhos, at as mais complexas como escrever, falar, etc.

    Se acompanharmos a evoluo do P.I., vamos observar que as aptides aps serem con-quistadas, so armazenadas como patrimnio eterno do ser. medida que aptides mais complexas se desenvolvem, as mais simples passam ao controle do inconsciente (automatis-mo). Podemos assim dizer que: o crebro comanda o nosso corpo fsico utilizando-se de ordens conscientes (falar, escrever, andar, etc.) e ordens inconscientes (piscar os olhos, bater o corao, respirar, etc.).

    A Cincia da Terra consegue explicar como ocorrem as alteraes cerebrais diante de um estmulo, qual a rea do crebro responsvel pelo controle de certa funo orgnica, explica como a ordem, partindo do crebro, atinge o rgo efetor. A Cincia terrena se perde quando no consegue entender o motivo pelo qual, a um mesmo estmulo, duas pessoas respondem de forma to diferente em certas circunstncias. Por que duas pessoas ao ouvirem uma mensa-gem ou uma msica, uma chega s lgrimas, enquanto a outra mostra-se indiferente.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    30

    Para entendermos este aspecto, temos de recorrer cincia no convencional. O Espiri-tismo nos explica este fato com clareza.

    Ns espritas sabemos a diferena entre um Esprito encarnado e outro Esprito desencar-nado, e entre outras coisas, que o encarnado por precisar atuar sobre a matria densa, necessi-ta do corpo fsico. A Doutrina Esprita, nos ensina que o corpo fsico desde o momento da concepo formado tendo como molde o perisprito. Nosso corpo fsico uma cpia de nosso corpo perispiritual (rplica rudimentar). Guardando certos limites, podemos afirmar que o crebro humano uma rplica do crebro perispiritual, e que este crebro fsico seria rudimentar quando comparado ao crebro perispiritual, pois nem todas as caractersticas so passadas ao corpo fsico, mas apenas as possveis e necessrias a cada reencarnao. Seriam dois computadores de geraes diferentes.

    O Pensamento

    A cincia esprita nos ensina que a ordem realmente nasce na vontade do Esprito que, por uma "vibrao nervosa", faz vibrar certa regio de nosso crebro perispiritual e este emite uma outra "vibrao nervosa" que faz a rea correspondente no crebro fsico emitir uma ordem ao rgo efetor do corpo fsico.

    Ou seja, quem realmente responde ao estmulo do meio o Esprito, e a resposta ganha o corpo fsico atravs do perisprito. O Esprito pensa e manda, o perisprito transmite e o corpo fsico materialmente responde. No exemplo que citamos, o Esprito, ao ouvir a mensagem ou a msica, responde ao estmulo, aps julg-lo utilizando-se de todo seu patrimnio moral e intelectual, adquirido em reencarnao sucessivas, explicando assim a resposta diferente de dois Espritos ao mesmo estmulo. Ou seja, ocorre na matria a exteriorizao de tudo aquilo que existe no Esprito como um todo. Albert Einstein afirmava que todos ns vivemos em um Universo de energias, que a matria , na verdade, a apresentao momentnea da energia, como a gua, pode apresentar-se em seus trs estados (slido, lquido e gasoso).

    O sbio cientista nos ensinou que toda fonte de energia propaga sua influncia no Univer-so atravs de ondas (ex.: fonte de calor com ondas de calor, fonte sonora com ondas sonoras, fonte luminosa como ondas de luz, etc.), e que esta influncia vai at ao infinito. Ao campo de influncia, existente ao redor de toda fonte de energia (matria), a Cincia deu o nome de "Campo de Influncia de Einstein". Se analisarmos o campo de influncia de uma fonte de energia, vamos conseguir deduzir aspectos importantes desta fonte, mesmo sem conhec-la diretamente (o estudo feito pelos astrnomos com a irradiao emitida das estrelas). Cada fonte de energia tem o seu campo de influncia prprio.

    Quando o Esprito pensa, estando encarnado ou no, pois como vimos, quem pensa o Esprito e no o crebro fsico, ele funciona como uma fonte de energia, criando as ondas mentais (partculas mentais) gerando em torno de si o Campo de Influncia da Mente Humana, conhecido com o nome de hlito mental, como nos ensina o autor espiritual Andr Luiz. Como cada um de ns pensa de acordo com o seu patrimnio intelecto-moral, emitimos ondas mentais diferentes, ou seja, cada um de ns tem o seu Hlito Mental prprio - Hlito Mental Individual. Projetamos constantemente uma vibrao nas partculas que compem nosso perisprito de acordo com a nossa evoluo (cor, cheiro, sensao agradvel ou desa-gradvel e algum que se aproxima de ns, etc.).

    A espiritualidade nos ensina que um grupo de Espritos (encarnados ou desencarnados) que pensa da mesma forma (evoluo semelhante) formam um Hlito Mental de um Grupo, Hlito Mental de uma Coletividade.

    Como vimos, a energia de uma fonte se propaga atravs de ondas. A Fsica nos ensina que o que diferencia uma onda de outra, so suas caractersticas fsicas como: amplitude,

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    31

    freqncia, comprimento, etc. Assim, uma onda seria luminosa, outra de calor, outra sonora, outra mental, segundo estas caractersticas fsicas. Para simplificarmos a anlise, utilizaremos apenas a freqncia de uma onda, ou seja, o nmero de ciclos em determinado tempo (ciclos por segundo). Assim teramos ondas de alta, mdia e baixa freqncia por exemplo. A fsica nos ensina que o campo de influncia das ondas que esta fonte emite (ex.: emissoras de rdio que emitem ondas de mais elevada freqncia atingem maior distncia de seu sinal). A espiri-tualidade nos ensina que esta lei obedecida na Cincia espiritual, ou seja, quanto mais evoludo moralmente o Esprito (encarnado ou desencarnado) mais alta a freqncia de suas ondas mentais. Assim Espritos muito evoludos emitem ondas de altssima freqncia (maior o seu campo de influncia) e Espritos pouco evoludos ondas de baixa freqncia (menor o campo de influncia). Assim, obedecendo a uma lei fsica, podemos afirmar que o poder de influncia do Bem muito maior do que do Mal.

    A Fsica da Terra nos ensina que fontes que emitem ondas de freqncias iguais se atra-em e fontes que emitem ondas de freqncia deferentes se repelem. Assim tambm ocorre com o Esprito, esteja ele encarnado ou no. O local (dimenso) do Universo onde Espritos que emitem o mesmo tipo de HLITO MENTAL se encontram recebe o nome de FAIXA VIBRATRIA, ou FAIXA DE PENSAMENTO, ou FAIXA DE INFLUNCIA. Quando se acha em uma faixa vibratria, o Esprito que a est atrai e atrado para esta faixa, ou seja, alimenta e alimentado dos sentimentos dessa faixa de pensamentos ou de sentimentos. Devemos nos burilar, no sentido de sempre estarmos em faixas vibratrias mais evoludas; tudo depende dos sentimentos (ondas) que criamos diuturnamente.

    Ideoplastia

    Ideoplastia - palavra de origem grega que trata do estudo das formas atravs do pensa-mento. Na literatura esprita, tambm podemos encontrar outras designaes com o mesmo significado: criaes fludicas, formas-pensamento, imagens fludicas, ou, ainda, construes mentais. Sendo os fluidos espirituais a atmosfera dos seres espirituais, os Espritos tiram desse elemento os materiais sobre os quais operam; nesse meio que ocorrem os fenmenos perceptveis a sua viso e a sua audio.

    Mecanismo e Durao

    Os Espritos atuam sobre os fluidos espirituais empregando o pensamento e a vontade, seus principais instrumentos de ao. Por este mecanismo, eles podem imprimir aos fluidos, direo, pode lhes aglomerar, combinar, dispersar, organizar, podendo tambm, mudar-lhes as propriedades. dessa forma que as guas podem ser fluidificadas, adquirindo certas qualida-des curadoras.

    O pensamento reflete-se no perisprito, que sua base e meio de ao; ele reproduz todos os movimentos e matizes. Na medida em que o pensamento se faz, instantaneamente o corpo fludico retrata as formas criadas, deixando de existir to logo o mesmo pensamento cesse de agir naquele sentido.

    Para o Esprito que , tambm ele, fludico, todas as criaes mentais so to reais como eram no estado material quando encarnado; mas, pela razo de serem fruto do pensamento, sua existncia to fugidia quanto a deste. O pensamento pode materializar-se criando formas de longa durao conforme a persistncia da onda em que se expressa.

    Classificao

    As construes mentais podem resultar de uma inteno (voluntria) ou de um pensamen-to inconsciente (involuntria). Basta que o Esprito pense numa coisa para que esta se repro-

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    32

    duza. Tenha um homem, por exemplo, a idia de matar a outro, embora o corpo material se lhe conserve impassvel, seu corpo fludico posto em ao pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste ltimo; executa fluidicamente o gesto. A imagem da vtima criada e a cena toda pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola na mente.

    Isto permite entender por que todo e qualquer pensamento pode tornar-se conhecido: por evidenciar-se no corpo fludico, pode ser percebido por outros Espritos, encarnados ou desencarnados, que estejam vibrando em sintonia. Mas, importante considerar que o que realmente visto pelo observador a inteno. Sua execuo, todavia, vai depender da persistncia de propsitos, de circunstncias que a favoream. Modificadas as intenes, os planos tambm sofrero mudanas.

    As criaes fludicas inconscientes retratam as preocupaes habituais do indivduo, seus desejos, seus projetos, seus anseios, desgnios bom ou maus. Elas surgem e se desfazem alternadamente. As idias, as lembranas vividas, em nvel inconsciente, tambm gravitam em torno de quem as elabora.

    As criaes fludicas, que so fruto de uma inteno, so programadas com um objetivo especfico. Podem ser promovidas por mentores espirituais ou obsessores. A tcnica utilizada, tanto por Espritos bons quanto por Espritos inferiores, a mesma.

    Os mentores espirituais atiram as lembranas construtivas e plasmam quadros superiores que iro gerar renovao e fora, equilbrio, serenidade e confiana em Deus. Durante o passe, enquanto a pessoa se encontra predisposta, mais eficazmente as construes superiores so registradas.

    Licantropia (Zooantropia)

    Alguns Espritos podem mostrar-se com a forma semelhante a de determinados animais. So chamados fenmenos de zooantropia. Nestes casos, utilizado o poder hipnti-co/magntico de uma mente mais poderosa sobre a outra. A gnese de tais fenmenos encon-tra-se na conscincia culpada da vtima e, a base de ao, nos elementos plsticos do seu perisprito. Os obsessores aproveitam sempre a idia traumatizante, o sentimento de culpa ou o rebaixamento moral voluntrio, explorando deslizes presentes ou passados, bem como a ignorncia dos incautos.

    Recursos Ideoplsticos nas Reunies Medinicas

    Em cada reunio esprita, orientada com segurana, existem Espritos prestativos e ope-rantes, eficientes e unidos que manipulam a matria mental necessria formao de quadros educativos. So recursos imprescindveis criao de formas-pensamento, com vistas transformao dos companheiros em sofrimento e desequilbrio que se manifestam.

    Para se recuperarem, indispensvel que recebam o concurso de imagens vivas sobre as impresses vagas e descontnuas a que se recolhem. Esses operadores agem com precedncia, consultando-lhes as reminiscncias, observando-lhes o pretrito e anotando-lhes os labirintos psicolgicos, a fim de que nos santurios medinicos, sejam conduzidos a metamorfoses mentais, imprescindveis vitria do bem.

    Assim, formam-se jardins, templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os Espritos comunicantes sintam-se como que tornando realidade pregressa, atravs da qual pem-se mais facilmente ao encontro da realidade espiritual, sensibilizando-os nas fileiras mais ntimas. Pelo mesmo processo so-lhes revitalizadas a viso, a audio, a memria e o tato.

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    33

    Importante: pelos mesmos recursos ideoplsticos so criados quadros para ajudar a men-te dos encarnados que operam na obra assistencial dentro do Evangelho de Jesus. Para isso, necessrio oferecer o melhor material dos nossos pensamentos, palavras e atitudes. Toda cautela recomendvel no esforo preparatrio de uma reunio esprita para socorro a desen-carnados menos felizes, mesmo quando no sejamos portadores de maiores possibilidades; atravs da orao convertamo-nos em canais de auxlio, apesar da precariedade dos nossos recursos. imprescindvel tranqilidade, carinho, compreenso e amor para que a programa-o dos companheiros espirituais encontrem em ns base segura na sua realizao.

    O homem a sua vida mental. Aquele que se compraz na aceitao da prpria decadncia acaba na posio de excelente incubador de bactrias e sintomas mrbidos. Quanto mais largo o vo, mais radiosas as claridades, mais inebriantes as alegrias sentidas, mais poderosas as foras adquiridas, maiores possibilidades de ajuda.

    Bibliografia

    1) O Livro dos Espritos - Allan Kardec 2) O Livro dos Mdiuns - Allan Kardec 3) A Gnese - Allan Kardec 4) Mecanismos da Mediunidade - Andr Luiz / Chico Xavier 5) Correnteza de Luz - Jos Raul Teixeira 6) Antologia do Perisprito - Jos Jorge 7) Mecanismos da Mediunidade - Andr Luiz / Chico Xavier 8) Libertao - Andr Luiz / Chico Xavier 9) Sexo e Destino - Andr Luiz / Chico Xavier

  • Apostila de Estudos sobre Mediunidade IDE-JF

    34

    Captulo 9 Concentrao Noes Gerais

    Introduo

    Em [Nos Domnios da Mediunidade] o Instrutor Albrio esclarece Andr Luiz: Preci-samos considerar que a mente permanece na base de todos os fenmenos medinicos.... atravs da mente que se manifestam os valores adquiridos pelo Esprito, as experincias acumuladas, as virtudes, os conhecimentos, os defeitos, os dramas vividos, as afeies, o rancor, a bondade, o ressentimento, a compreenso, a vingana, a alegria, a tristeza, o amor e o dio. Todas estas caractersticas intrnsecas do Esprito exteriorizam-se atravs da mente, definindo o grau de evoluo em que nos encontramos e a faixa vibratria em que vivemos.

    Deus fez o homem para viver em sociedade. Nenhum homem possui faculdades comple-tas - somente pela unio social que elas se completam, umas s outras. Dependemos dos nossos semelhantes, e constantemente agimos e reagimos uns sobre os outros. Estabelecemos laos, formamos grupos e nos influenciamos mutuamente. A natureza dos nossos pensamen-tos, as nossas aspiraes, o nosso sistema de vida, a se expressarem atravs de atos, palavras e pensamentos, determinam a qualidade dos Espritos que, pela lei de afinidades, sero compe-lidos a sintonizarem conosco nas tarefas cotidianas e, especificamente, nas prticas medini-cas.

    No [LM - it 232] somos alertados: Fora erro acreditar algum que precisa ser mdium para atrair a si os seres do mundo invisvel. Eles povoam o espao; temo-los incessantemente em torno de ns, intervindo em nossas reunies, seguindo-nos ou evitando-nos, conforme os atramos ou repelimos, A faculdade medinica em nada influi para isto: ela mais no do que um meio de comunicao. Por isso a afirmativa: Mediunidade no basta s por si. O importante a utilizao que fazemos da faculdade.

    Concentrao

    Existe um estado da mente em que ela se atm quilo que a atrai naturalmente ou para o que ela se prope a fazer, estado este que chamamos concentrao. Este estado mental alcanado de duas formas:

    a) espontnea - inconsciente, involuntria; b) programada - fruto de esforo e de exerccio continuado, tendo em vista um objeti-

    vo (adaptao psquica).

    No caso do mdium, o conhecimento deste mecanismo fundamental. atravs desta ati-tude mental que se abriro as portas que permitem o trnsito do plano fsico para o espiritual e vice-versa, ou seja, um estado mental de predisposio perceptiva de outras condies vibracionais que no sejam as do sentidos fsicos.

    Podemos utilizar alguns mtodos que facilitam alcanar este estado. Atravs de exerc-cios respiratrios, de msica