referencial curricular nacional para educação infantil
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O presente trabalho acadêmico tem como objetivo apresentar os referenciais curriculares para a educação infantil (volume 1, 2 e 3). Utilizamos como base o próprio documento disponível em livro eletrônico no Portal do MEC. Diagramador do trabalho e autor das páginas 27 até 47 (referente ao Vol. 3).TRANSCRIPT
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Curso de graduação em Pedagogia
Professora orientadora: Aline Martins
Graduandos:
Evandro Gomes
Rubia Passos
Simone Belo
São Paulo, novembro de 2014
EDUCAÇÃO INFANTIL
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A
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VOLUME 1
Simone Belo
VOLUME 2
Rubia Passos
VOLUME 3
Evandro Gomes
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL
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O presente trabalho acadêmico
tem como objetivo apresentar os
referenciais curriculares para a
educação infantil (volume 1, 2 e
3). Utilizamos como base o
próprio documento disponível em
livro eletrônico no Portal do
MEC.
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Imagem retirada do Volume 3 do Referencial curricular nacional para a Educação Infantil.
1998. Página 203.
Ninguém caminha
sem aprender a
caminhar, sem
aprender a fazer o
caminho
caminhando,
refazendo e
retocando o sonho
pelo qual se pôs a
caminhar
PAULO FREIRE, 1997, p. 155
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Sumário
VOLUME 1 .......................................................................................................................... 9
Introdução .............................................................................................................................. 9
Características do referencial curricular nacional para educação infantil ................................. 9
Algumas considerações sobre creches e pré-escolas ............................................................. 10
A criança ............................................................................................................................. 10
Educar ................................................................................................................................. 10
Cuidar .................................................................................................................................. 10
Brincar ................................................................................................................................. 11
Aprender em situações orientadas ........................................................................................ 11
Interação .............................................................................................................................. 11
Diversidade e individualidade .............................................................................................. 12
Aprendizagem significativa e conhecimentos prévios ........................................................... 12
Resolução de problemas ....................................................................................................... 12
Proximidade com as praticas sócias reais ............................................................................. 12
Educar crianças com necessidades especiais ......................................................................... 13
O professor de educação infantil .......................................................................................... 13
Perfil profissional ................................................................................................................. 14
Organização do referencial curricular nacional para a educação infantil ............................... 14
Organização por idade.......................................................................................................... 14
Organização em âmbitos e eixos .......................................................................................... 14
Componentes Curriculares ................................................................................................... 15
Objetivos .......................................................................................................................... 15
Conteudos ........................................................................................................................ 15
Organização dos conteúdos por blocos ................................................................................. 16
Seleção de conteúdos ........................................................................................................... 16
Integração dos conteúdos .................................................................................................. 16
Orientações Didáticas .......................................................................................................... 16
Organização do tempo ......................................................................................................... 16
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Atividades permanentes ....................................................................................................... 17
Sequência de atividades ....................................................................................................... 17
Projetos de trabalho.............................................................................................................. 17
Organização do espaço e seleção dos materiais .................................................................... 17
Observação, registro e avaliação formativa .......................................................................... 17
A instituição e o projeto educativo ....................................................................................... 18
Condições externas ........................................................................................................... 18
Condições internas ........................................................................................................... 18
Ambiente Institucional ..................................................................................................... 18
Formação do coletivo Institucional ................................................................................... 19
Espaço para formação continuada ..................................................................................... 19
Espaço físico e recursos materiais ..................................................................................... 19
Versatilidade do espaço .................................................................................................... 19
Os recursos materiais ........................................................................................................ 20
Acessibilidade dos materiais ............................................................................................. 20
Segurança do espaço e dos materiais ................................................................................ 20
Critérios para formação de grupos de crianças .................................................................. 20
Organização do tempo ...................................................................................................... 21
Ambiente de cuidado ........................................................................................................ 21
Parcerias com as famílias .................................................................................................. 21
Respeito aos vários tipos de estruturas familiares .............................................................. 21
Acolhimento das diferentes culturas, valores e crenças sobre educação de crianças .......... 21
Estabelecimento de canais de comunicação ...................................................................... 22
Inclusão do conhecimento familiar no trabalho educativo ................................................. 22
Acolhimento das famílias e das crianças na instituição ......................................................... 22
A entrada na instituição .................................................................................................... 22
Os primeiros dias .............................................................................................................. 22
Remanejamento entre os grupos de criança ....................................................................... 23
Substituição de professores ............................................................................................... 23
Passagem para a escola ..................................................................................................... 23
Acolhimento de famílias com necessidades especiais........................................................ 23
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VOLUME 2 ........................................................................................................................ 24
Independência e Autodomínio ............................................................................................. 24
Jogos e brincadeiras ............................................................................................................. 25
Cuidados pessoais ................................................................................................................ 25
VOLUME 3 ........................................................................................................................ 27
Introdução ............................................................................................................................ 27
1. Movimento ................................................................................................................... 27
O primeiro ano de vida ..................................................................................................... 27
Crianças de um a três anos ............................................................................................... 28
Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 28
Conteúdos ........................................................................................................................ 28
Expressividade .................................................................................................................. 29
Equilíbrio e coordenação .................................................................................................. 29
2. Música .......................................................................................................................... 30
Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 30
Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 30
O fazer musical ................................................................................................................. 30
Apreciação musical ........................................................................................................... 31
Oficinas ............................................................................................................................ 31
Jogos e brincadeiras ......................................................................................................... 32
Higiene e música .............................................................................................................. 33
3. Artes visuais .................................................................................................................. 34
Introdução ........................................................................................................................ 34
Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 34
Crianças de quarto a seis anos .......................................................................................... 34
Artes visuais e a linguagem ............................................................................................... 34
4. Linguagem oral e escrita ............................................................................................... 36
Introdução ........................................................................................................................ 36
A criança e a linguagem .................................................................................................... 36
Desenvolvimento da linguagem escrita ............................................................................ 37
Objetivos .......................................................................................................................... 37
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Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 37
Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 37
Orientações didáticas ....................................................................................................... 37
Produção de textos........................................................................................................... 38
Ambiente alfabetizador .................................................................................................... 38
Atividades permanentes ................................................................................................... 38
5. Natureza e sociedade .................................................................................................... 40
Introdução ........................................................................................................................ 40
A criança, a natureza e a sociedade .................................................................................. 40
Objetivos .......................................................................................................................... 40
Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 41
Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 41
Conteúdos ........................................................................................................................ 41
6. Matemática .................................................................................................................. 43
Introdução ........................................................................................................................ 43
Repetição, memorização e associação .............................................................................. 43
Jogos e aprendizagens de noções matemáticas ................................................................ 43
A criança e a matemática ................................................................................................. 44
Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 44
Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 44
Escrita numérica ............................................................................................................... 45
Operações ........................................................................................................................ 45
Bibliografia ........................................................................................................................... 47
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VOLUME 1
Introdução
O referencial é um guia de orientação que poderá servir de base para discussões entre
educadores de um mesmo sistema de ensino para elaboração de projetos educativos, O
RCNEI deve ser lido como mais um material como tantos outros versam o fazer pedagógico.
A educação infantil vem crescendo de forma intensa tanto no Brasil como no mundo
devido à urbanização, a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, faz
aumentar a necessidade de instituições que atendam crianças de zero a seis anos.
A partir da Constituição Federal de 1988, a educação infantil em creches e pré-escolas
passou a ser um dever do Estado e um direito da criança (artigo 208, inciso IV). O Estatuto da
Criança e do Adolescente, de 1990, destaca também o direito da criança a este atendimento.
A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica tendo como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade.
Características do referencial curricular nacional para educação infantil
Considerando as características afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças
de zero a seis anos, devemos oferecer experiências que contribuam para construção da
cidadania e que sigam os seguintes princípios:
O respeito á dignidade e direitos das crianças
O direto das crianças de brincar; o acesso aos bens socioculturais disponíveis
A socialização por meio de sua inserção nas mais diversificadas praticas sociais e o
atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento da sua
identidade.
Cabe ressaltar que a criança tem direito de viver experiências prazerosas nas
instituições sempre respeitando pluralidade e diversidade da sociedade brasileira, sendo que o
Referencial traz uma proposta aberta, flexível e não obrigatória, que poderá auxiliar na
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elaboração ou implementação de programas e currículos de acordo com a realidade de cada
grupo.
Algumas considerações sobre creches e pré-escolas
O atendimento em creche, nasceu com objetivo assistencialista para atender crianças
de baixa renda a fim de resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças. Atualmente
este conceito vem mudando e hoje percebemos a necessidade de educar com o objetivo de
desenvolver aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança.
As propostas educacionais para educação infantil tem seu foco no cuidar e educar, no
papel do afeto na relação pedagógica e sobre educar para o desenvolvimento.
A criança
A concepção de criança nasce de uma visão histórica construída, alterando de acordo
com cada grupo social e época, sendo marcada pelo meio social em que vive e também o
marcando.
Através das brincadeiras demonstram seus anseios e desejos e constroem seus
conhecimentos a partir de suas experiências. Compreender, conhecer e reconhecer o jeito
particular de cada uma é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais.
Educar
Educar significa, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens,
orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude
básica de aceitação, respeito e confiança. E o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais
amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação terá como desenvolvimento
as capacidades de apropriação e das potencialidades, corporais, afetivas, emocionais, estéticas
e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.
Cuidar
O cuidar tem um significado de valorizar e ajudar no desenvolvimento das
capacidades infantis.
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É preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser
solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção
de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado.
Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor possa
ajudar a criança identificar suas necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las de forma
adequada. Isto inclui interessar-se sobre o que a criança sente o que ela sabe sobre si e sobre o
mundo, visando à ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, que aos poucos a
tornarão mais independente e mais autônoma.
Brincar
As brincadeiras de faz de conta devem permear cotidianamente o universo
institucional tornando uma pratica para as crianças.
Dentro do referencial a brincadeira espontânea é um importante eixo de aprendizagem,
principalmente como elas interagem com o meio, as pessoas e absorvendo o conhecimento.
Em relação à figura do professor, o RCNEI, o tem caracterizado como aquele que
disponibiliza as condições para que as crianças organizem de forma independente suas
emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais, brincando de maneira espontânea e
prazerosa.
Aprender em situações orientadas
Situações organizadas e orientadas permite que as crianças trabalhem diversos
conhecimentos. A intervenção do professor é necessária para que as crianças dentro da
educação infantil possam, em situações de interações sociais ou sozinhas, ampliar suas
capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais.
Interação
É importante frisar que as crianças se desenvolvem em situações de interação social,
nas quais conflitos e negociação de sentimentos, idéias e soluções são elementos
indispensáveis. Cabendo ao professor propiciar situações de conversa, brincadeira, ou de
aprendizagem orientadas que garantam a troca entre as crianças.
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O âmbito social oferece, portanto, ocasiões únicas para elaborar estratégias de
pensamentos e ação.
Diversidade e individualidade
O professor tem a tarefa de individualizar as situações de aprendizagem às crianças, e
levar em consideração suas capacidades, afetivas, e mocionais, sociais e cognitivas assim
como seus conhecimentos socioculturais já adquiridos.
Propiciar uma educação baseada em condições diversas de aprendizagem e
desenvolvimento respeitando a cada uma em seu aspecto global.
Aprendizagem significativa e conhecimentos prévios
O professor tem que considerar como ponto de partida para sua ação educativa, os
conhecimentos que as criança já possuem.
Os gestos, movimentos corporais, sons produzidos, expressões faciais, as brincadeiras
e toda forma de expressão, representação e comunicação devem ser consideradas como fonte
de conhecimento para o professor sobre o que a criança já sabe.
Resolução de problemas
Nas situações de aprendizagem o problema adquire um sentido importante quando às
crianças buscam soluções e discutem. Não se tratando de situações que se permitam aplicar o
que se sabem, mas produzir novos conhecimentos a partir da interação com novos desafios,
nesse processo o professor deve aplicar diferentes situações e soluções para uma socialização
de resultados.
Proximidade com as praticas sócias reais
A prática educativa deve buscar situações de aprendizagens que reproduzam contextos
cotidianos, escreve-se para guardar uma informação, para enviar uma mensagem, contam-se
tampinhas para fazer uma coleção etc.
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Educar crianças com necessidades especiais
A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa
etária de zero a seis anos, durante a “educação infantil”.
A Educação Especial, termo para a educação dirigida aos portadores de deficiência, de
condutas típicas e de altas habilidades, é considerada pela Constituição brasileira, como parte
inseparável do direito à educação.
Tem se observado iniciativas no sentido da inclusão cada vez maior das crianças com
necessidades especiais nos mais diversos espaços sociais.
A qualidade do processo de integração depende da estrutura organizacional da
instituição.
O professor de educação infantil
Segundo a LDB dispõe, no título VI, art. 62 que: “A formação de docentes para atuar
na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena,
em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para
o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”. Considerando a
necessidade de um período de transição que permita incorporar os profissionais cuja
escolaridade ainda não é a exigida e buscando proporcionar um tempo para adaptação das
redes de ensino, esta mesma Lei dispõe no título IX, art. 87, § 4º que: “até o fim da década da
Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por
treinamento em serviço”.
De acordo com a LDB, o Referencial utiliza a denominação “professor de educação
infantil” para designar todos os/as profissionais responsáveis pela educação direta das
crianças de zero a seis anos.
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Perfil profissional
Para trabalhar com Educação Infantil é necessário que o professor tenha uma
competência polivalente, ou seja, trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que
abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das
diversas áreas do conhecimento.
É necessário professores comprometidos com as práticas educacionais, capazes de
responder às demandas familiares e das crianças, relacionadas com os cuidados e
aprendizagens infantis.
Organização do referencial curricular nacional para a educação infantil
Estabelece uma integração curricular na qual os objetivos gerais para a educação
infantil norteiam a definição de objetivos específicos para os diferentes eixos de trabalho.
Desses objetivos específicos decorrem os conteúdos que possibilitam concretizar as intenções
educativas. O tratamento didático que busca garantir a coerência entre objetivos e conteúdos
se explicita por meio das orientações didáticas.
Organização por idade
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, explicita no art. 30, capítulo
II, seção II que: “A educação infantil será oferecida em “:
I - creches ou entidades equivalentes para crianças de até três anos de idade
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos”.
Organização em âmbitos e eixos
O RCN para a Educação Infantil define dois âmbitos de experiências: Formação
Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo.
O âmbito de Formação Pessoal e Social refere-se às experiências que favorecem,
prioritariamente, a construção do sujeito.
Destacam-se os seguintes eixos de trabalho: Movimento, Artes visuais, Música,
Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade, Matemática.
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Estes eixos foram escolhidos por se constituírem em uma parcela significativa da
produção cultural humana que amplia e enriquece as condições de inserção das crianças na
sociedade.
Componentes Curriculares
Objetivos
Os objetivos explicitam intenções educativas e estabelecem capacidades que as crianças
poderão desenvolver como consequência de ações intencionais do professor.
As capacidades de ordem cognitiva estão associadas ao desenvolvimento dos recursos
para pensar, representar, comunicar.
As capacidades de ordem afetiva estão associadas à construção da autoestima, às atitudes
no convívio social, à compreensão de si mesmo e dos outros.
As capacidades de ordem estética estão associadas à possibilidade de produção artística e
apreciação desta produção oriundas de diferentes culturas.
As capacidades de ordem ética estão associadas à possibilidade de construção de valores
que norteiam a ação das crianças.
As capacidades de relação interpessoal estão associadas à possibilidade de
estabelecimento de condições para o convívio social.
As capacidades de inserção social estão associadas à possibilidade de cada criança
perceber-se como membro participante de um grupo de uma comunidade e de uma
sociedade.
Conteudos
O RCNEI apresenta três aspectos de conteúdos:
Os conteúdos conceituais refere-se capacidades para operar com símbolos, ideias,
imagens e representações que permitem atribuir sentido à realidade.
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Os conteúdos procedimentais referem-se ao saber fazer. Diretamente relacionada à
possibilidade de a criança construir instrumentos e estabelecer caminhos que lhes
possibilitem a realização de suas ações.
Os conteúdos atitudinais tratam dos valores, das normas e das atitudes. Conceber valores,
normas e atitudes como conteúdos .
Organização dos conteúdos por blocos
São apresentados nos diversos eixos de trabalho, organizados por blocos. Cabe ao
professor organizar seu planejamento de forma a aproveitar as possibilidades que cada
conteúdo oferece, não restringindo o trabalho a um único eixo, em fragmentando o
conhecimento.
Seleção de conteúdos
Os conteúdos aqui elencados pretendem oferecer um repertório que possa auxiliar o
desenvolvimento das capacidades colocadas nos objetivos gerais.
Integração dos conteúdos
Os conteúdos são compreendidos, aqui, como instrumentos para analisar a realidade,
não se constituindo um fim em si mesmo. Para que as crianças possam compreender a
realidade
Orientações Didáticas
Os conteúdos estão relacionados com a forma como são trabalhados com as crianças.
As orientações didáticas são subsídios que remetem ao “como fazer”,
Cada documento de eixo contém orientações didáticas gerais
relativas à: princípios gerais do eixo; organização do tempo, do espaço e dos
Materiais; observação, registro e avaliação.
Organização do tempo
A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens
orientadas.
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Atividades permanentes
A escolha dos conteúdos que definem o tipo de atividades permanentes a serem
realizadas com frequência regular, diária ou semanal, em cada grupo de crianças, depende das
prioridades elencadas a partir da proposta curricular
Sequência de atividades
São planejadas e orientadas com objetivo de promover uma aprendizagem especifica e
definida.
Projetos de trabalho
São conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos específicos
construídos a partir de um dos eixos de trabalho
A realização de um projeto depende de várias etapas de trabalho que devem ser
planejadas e negociadas com as crianças para que elas possam se engajar e acompanhar o
percurso até o produto final.
Organização do espaço e seleção dos materiais
A organização dos espaços e dos materiais se constitui em um instrumento
fundamental para a prática educativa com crianças pequenas. Isso implica que, para cada
trabalho realizado com as crianças, deve-se planejar a forma mais adequada de organizar o
mobiliário dentro da sala, assim como introduzir materiais específicos para a montagem de
ambientes novos, ligado aos projetos em curso.
Observação, registro e avaliação formativa
A observação e o registro se constituem nos principais instrumentos de que o professor
dispõe para apoiar sua prática.
São várias as maneiras pelas quais a observação pode ser registrada pelos professores
.A escrita é, sem dúvida, a mais comum e acessível. O registro diário de suas observações,
impressões, idéias etc. pode compor um rico material de reflexão e ajuda para o planejamento
educativo.
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A avaliação também é um excelente instrumento para que a instituição possa
estabelecer suas prioridades para o trabalho educativo, identificar pontos que necessitam de
maior atenção e reorientar a prática, definindo o que avaliar, como e quando em consonância
com os princípios educativos que elege.
A instituição e o projeto educativo
O RCN propõe um diálogo com programas e projetos curriculares de instituições de
educação infantil, nos estados e municípios. Este diálogo supõe atentar para duas dimensões
complementares que possam garantir a efetividade das propostas: uma de natureza externa;
outra, interna às instituições.
Condições externas
As particularidades de cada proposta curricular devem estar vinculadas principalmente
às características socioculturais da comunidade na qual a instituição de educação infantil está
inserida e às necessidades e expectativas da população atendida
Condições internas
As creches e pré-escolas existentes no Brasil se constituíram de forma muito diversa
ao longo de sua história, se caracterizando por uma variedade de modalidades de atendimento.
Há creches funcionando em período integral entre 8 e 12 horas por dia, que atendem o ano
todo sem interrupção; outras fecham para férias; há creches de meio período; há creches que
atendem 24 horas por dia; há pré-escolas funcionando de 3 a 4 horas e há inclusive as que
atendem em período integral
Ambiente Institucional
O ambiente de cooperação e respeito entre os profissionais e entre esses e as famílias
favorece a busca de uma linha coerente de ação. Em se tratando de crianças tão pequenas, a
atmosfera criada pelos adultos precisa ter um forte componente afetivo. As crianças só se
desenvolverão bem, caso o clima institucional esteja em condições de proporcionar-lhes
segurança, tranquilidade e alegria. Os adultos devem respeitar o desenvolvimento das
crianças e encorajá-las em sua curiosidade, valorizando seus esforços.
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Formação do coletivo Institucional
Elaborar e implantar um projeto educativo requer das equipes de profissionais das
instituições um grande esforço conjunto. A direção da instituição tem um papel chave neste
processo quando auxilia a criação de um clima democrático e pluralista. Deve incentivar e
acolher as participações de todos de modo a possibilitar um projeto que contemple a
explicitação das divergências e das expectativas de crianças, pais, docentes e comunidade.
O coletivo de profissionais da instituição de educação infantil, entendido como
organismo vivo e dinâmico é o responsável pela construção do projeto educacional e do clima
institucional.
Espaço para formação continuada
O coletivo não pode prescindir da formação continuada que deve fazer parte da rotina
institucional e não pode ocorrer deforma esporádica. Hora e lugar especialmente destinado à
formação devem possibilitar o encontro entre os professores para a troca de idéias sobre a
prática, para supervisão, estudos sobre os mais diversos temas pertinentes ao trabalho,
organização e planejamento da rotina, do tempo e atividades e outras questões relativas ao
projeto educativo.
Espaço físico e recursos materiais
A estruturação do espaço, a forma como os materiais estão organizados, a qualidade e
adequação dos mesmos são elementos essenciais de um projeto educativo. Espaço físico,
materiais, brinquedos, instrumentos sonoros e mobiliários não devem ser vistos como
elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional que refletem a
concepção de educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliares da
aprendizagem.
Versatilidade do espaço
É preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito às modificações
propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas. Deve ser
pensado considerando as diferentes necessidades de cada faixa etária.
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Os recursos materiais
Recursos materiais entendidos como mobiliário, espelhos, brinquedos, livros, lápis,
papéis, tintas, pincéis, tesouras, cola, massa de modelar, argila, jogos os mais diversos, blocos
para construções, material de sucata, roupas e panos para brincar etc. devem ter presença
obrigatória nas instituições de educação infantil de forma cuidadosamente planejada.
Os brinquedos constituem-se, entre outros, em objetos privilegiados da educação das
crianças. As instituições devem integrá-los ao acervo de materiais existentes nas salas.
Acessibilidade dos materiais
Os brinquedos e demais materiais precisam estar dispostos de forma acessível às
crianças, permitindo seu uso autônomo, sua visibilidade, bem como uma organização que
possibilite identificar os critérios de ordenação.
Segurança do espaço e dos materiais
É necessário um bom planejamento que garanta as condições de segurança
necessárias. É imprescindível o uso de materiais resistentes, de boa qualidade e testados pelo
mercado, como vidros e espelhos resistentes, materiais elétricos e hidráulicos de comprovada
eficácia e durabilidade.
Critérios para formação de grupos de crianças
As diferenças que caracterizam cada fase de desenvolvimento são bastante grandes, o
que leva, muitas vezes, as instituições a justificar os agrupamentos homogêneos por faixa
etária.
Não há uma divisão rígida, mas é comum que bebês fiquem em um mesmo grupo até
conseguirem andar.
As crianças que já andam bem costumam ser concentradas em outro agrupamento.
Quando as crianças adquirem maior autonomia em relação aos cuidados e interagem
de forma mais independente com seus pares, entre 3 e 6 anos, é possível pensar em grupos
maiores, mas que não ultrapassem 25 crianças por professor.
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Organização do tempo
A rotina na educação infantil pode ser facilitadora. Rotinas rígidas e inflexíveis
desconsideram a criança, que precisa adaptar-se a ela e não o contrário, como deveria ser;
desconsideram também o adulto, tornando seu trabalho monótono, repetitivo e pouco
participativo.
Ambiente de cuidado
A organização dos momentos em que são previstos cuidados com o corpo, banho,
lavagem de mãos, higiene oral, uso dos sanitários, repouso e brincadeiras ao ar livre.
As atividades de cuidado das crianças se organizam em função de suas necessidades
nas 24 horas do dia. Isto exige uma programação conjunta com as famílias para divisão de
responsabilidades.
Parcerias com as famílias
Enfoques teóricos mais recentes procuram entender a família como uma criação
humana mutável, sujeita a determinações culturais e históricas que se constitui tanto em
espaço de solidariedade, afeto e segurança como em campo de conflitos, lutas e disputa.
Respeito aos vários tipos de estruturas familiares
Existem, as famílias que se reconstituíram por meio de novos casamentos e possuem
filhos advindos dessas relações. Há, também, as famílias extensas, comuns na história
brasileira, nas quais convivem na mesma casa várias gerações e/ou pessoas ligadas por
parentescos diversos. Enfim, parece não haver limites para os arranjos familiares na
atualidade.
Acolhimento das diferentes culturas, valores e crenças sobre educação de
crianças
A pluralidade cultural, isto é, a diversidade de etnias, crenças, costumes, valores etc.
que caracterizam a população brasileira marca, também, as instituições de educação infantil.
Assumir um trabalho de acolhimento às diferentes expressões e manifestações das crianças e
suas famílias significa valorizar e respeitar a diversidade.
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Estabelecimento de canais de comunicação
Para que o professor não fique sobrecarregado pela necessidade de dar atenção às
famílias e crianças ao mesmo tempo, o planejamento deste momento — em conjunto com os
pais e a ajuda de outros funcionários — é fundamental para o relacionamento de todos os
envolvidos.
As instituições de educação infantil precisam pensar em formas mais variadas de
participação de modo a atender necessidades e interesses também diversificados.
Inclusão do conhecimento familiar no trabalho educativo
É possível integrar o conhecimento das famílias nos projetos e demais atividades
pedagógicas as questões afetivas e motivações familiares podem fazer parte do cotidiano
pedagógico.
Acolhimento das famílias e das crianças na instituição
A entrada na instituição
Acolher os pais com suas dúvidas, angústias e ansiedades, oferecendo apoio e
tranquilidade, contribui para que a criança também se sinta menos insegura nos primeiros dias
na instituição. Os pais são as pessoas que mais conhecem as crianças e que entendem muito
sobre como cuidá-las pode facilitar o relacionamento. A instituição pode-se fazer uma reunião
com todos os pais novos para que se conheçam e discutam conjuntamente suas dúvidas e
preocupações.
Os primeiros dias
No primeiro dia da criança na instituição, a atenção do professor deve estar voltada
para ela de maneira especial. Este dia deve ser muito bem planejado para que a criança possa
ser bem acolhida. É recomendável receber poucas crianças por vez para que se possa atendê-
las de forma individualizada.
Neste caso, seria importante que pudessem estar presentes, ao menos no primeiro dia,
e que depois pudessem ser substituídos por alguém da confiança da criança.
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Remanejamento entre os grupos de criança
O remanejamento das crianças para outras turmas parece inevitável, principalmente
nas creches, em função da grande demanda por vagas. Havendo realmente necessidade de
enfrentar esta situação, todo cuidado é pouco.
Substituição de professores
Considerando-se a importância dos vínculos estabelecidos com os adultos nessa faixa
etária, a substituição dos professores deve ser pensada e planejada com atenção e
antecedência, preparando as crianças para essa situação.
Passagem para a escola
Com a saída das crianças, as famílias enfrentam novamente grandes mudanças. A
passagem da educação infantil para o ensino fundamental representa um marco significativo
para a criança podendo criar ansiedades e inseguranças.
É interessante fazer um ritual de despedida, marcando para as crianças este momento
de passagem com um evento significativo. Essas ações ajudam a desenvolver uma disposição
positiva frente às futuras mudanças demonstrando que, apesar das perdas, há também
crescimento.
Acolhimento de famílias com necessidades especiais
Algumas famílias enfrentam problemas sérios ligados ao alcoolismo, violência
familiar ou problemas de saúde e desnutrição que comprometem sua atuação junto às
crianças.
Apenas quando a sobrevivência física e mental está seriamente comprometida pela
conduta familiar, ou quando a criança sofre agressão sexual, é possível pensar em uma ação
mais enérgica para a interrupção imediata do comportamento agressor, admitindo-se, em
casos extremos, o encaminhamento de crianças para instituições especializadas longe do
convívio familiar.
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VOLUME 2
Independência e Autodomínio
Devemos desenvolver uma atenção permanente a questão da independência e
autonomia. O exercício da cidadania é um processo que se inicia desde a infância, quando se
oferecem as crianças oportunidades de escolhas.
Estimulamos a capacidade das crianças de fazerem escolhas, mediante a pratica de se
tomarem decisões,isso ocorre quando utilizamos materiais ou para as atividades a serem
realizadas. Podemos criar situações em que as crianças fazem suas escolhas, por
exemplo;locais ,brinquedos a serem usados e com isso podemos integrar as crianças de
diferentes idades.
Ao oferecermos condições para as crianças, conforme os recursos que tivermos
estaremos proporcionando a elas o desenvolvimento ou um senso de responsabilidade.
Muitas vezes ouvimos as instituições escolares associarem disciplina ao silêncio e a
conversa a bagunça ou indisciplina. Embora mais consolidada no ensino fundamental, essa
visão influencia também a prática na educação infantil, em que não raro o comportamento que
se espera da criança é o da simples obediência,o silêncio a mobilidade. Essa expectativa é
incompatível com um projeto educativo que valoriza a criança independente, que toma
iniciativas e que coordena sua ação com a dos outros.
Propiciar a ajuda às crianças é também um recurso a ser explorado. As crianças
possuem conhecimento e competências distintas. Criar situações para que prestem ajuda umas
as outras,possibilita trocas muito interessantes,nas quais as crianças vivenciam essa diferença
de saberes que é própria ao ser humano em qualquer idade.
Outro aspecto que contribui para o desenvolvimento da autonomia é que a criança
tinha referencias para situar-se na rotina da instituição,quando se esta num ambiente
conhecido e em que se pode antecipar a seqüencia doas conhecimentos,tem-se mais segurança
para arriscar e ousar agir com independência.
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E para favorecer o desenvolvimento da autonomia é necessário que o professor
compreenda os modos próprios de as crianças se relacionarem, agirem, sentirem, pensarem e
construírem conhecimento.
Jogos e brincadeiras
Podemos promover atividades que
sustentam a interação entre as
crianças,jogos e brincadeiras que
desenvolvam a criatividade, brincadeiras
como reconhecimento de sinais vitais e de
sua alteração,como a respiração ,os
batimentos cardíacos, como também as
sensações de prazer ou desprazer que
qualquer atividade física pode proporcionar.
Pedir as crianças que registrem essa
idéia utilizando desenhos ou outras
linguagens pode garantir que continuem a
entender e se expressar pelo movimento de
forma harmoniosa.
Cuidados pessoais
As crianças na maioria das vezes estão mais independentes em relação ao controle de
suas eliminações, mas no entanto ainda precisam de ajuda e orientação para desenvolver
habilidades e manter atitudes de higiene consigo mesmas e com o ambiente durante e após o
uso de sanitários.
A maioria das crianças nesta fase pode fazer suas refeições com independência. É
aconselhável que elas possam servir-se sozinhas e utilizar os talheres para comer. A
aprendizagem dos movimentos para uma correta escovação dos dentes e da língua, usar
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corretamente fio dental,é constituída pela observação orientação do adulto e pela própria
experiência da criança ao ter a oportunidade de manusear estes materiais e a água.
Estar próximo as crianças,amparando-as,orientando-as e sugerindo formas de lidar
com desafios corporais,tais como subir e descer de arvores e obstáculos,percorrer circuitos
com dificuldades diversas,são atitudes necessárias ao professor.Oferecer oportunidades
diárias de se exercitarem ao ar livre e com brinquedos como;escorregador,gangorra,etc.,
valoriza a crescente psicomotora das crianças. Para que elas desenvolvam a confiança em suas
capacidades motoras.
Podemos conversar com as crianças sobre acidentes que ocorrem,onde,quando e por
que ocorreram e o que podem fazer juntos para evitarem que aconteçam novamente,são
praticas educativas que vão gradativamente construindo com as crianças atitudes de respeito,
cuidado e proteção com sua segurança e com a dos companheirinhos.
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VOLUME 3
Introdução
O Volume 3 do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil apresenta
metodologias para conhecer o mundo, separados em 6 ramificações de trabalhos, cada uma
com seus objetivos próprios de desenvolvimento infantil, essas ramificações são
respectivamente: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e
Sociedade e Matemática.
1. Movimento
O movimento é o principal meio pelo qual a criança usa para se comunicar com o
mundo, desde o nascimento, gradativamente vai aumentando seu controle do seu corpo,
ganhando mais movimento, que por sua vez é usado para interagir cada vez mais com o meio
social que estão inseridas.
A maneira das crianças em se expressar, demonstrar interesses, vontades, todas essas
possibilidades corporais humanas podem ser exploradas por meio de jogos, brincadeiras,
esporte e outros, criando um repertório mais amplo de movimentos, que por sua vez
possibilitará maior interação com o meio.
O movimento é o principal meio para desenvolver habilidades motoras na criança,
desde que bem explorado por meio de atividades que estimulem esse desenvolvimento, se mal
utilizado pode causar desordem, dispersão, é necessário compreender o caráter lúdico e
expressivo das manifestações infantis.
O primeiro ano de vida
O primeiro de vida da criança predomina o período de descoberta do mundo,
descoberta dos seus próprios movimentos, essas descobertas são o principal meio para
interagir com adultos e expressar necessidades, nesse primeiro ano o diálogo afetivo com seus
pais são a fonte de aprendizado inicial, as expressões, tons de voz, toque corporal entre outros.
Enquanto bebê o período de descoberta do próprio corpo é constante, movimentando
partes do próprio corpo e observando os resultados, pegando os pés, mãos, começando a
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controlar seus próprios movimentos, de maneira gradativamente mais elaborada, até atingir
habilidades como segurar objetos ou locomover-se.
Crianças de um a três anos
Após desenvolver algumas habilidades a criança cria curiosidades sobre o meio, ao
aprender a andar por exemplo, diverte-se bastante com mover-se simplesmente de um lado
para o outro, esse exercício contínuo, somado ao desenvolvimento natural de suas habilidades
motoras estimula cada vez mais a evolução desses movimento, aperfeiçoando seus próprios
movimentos.
Conforme se desenvolve naturalmente, a criança nesse período começa a compreender
gradualmente a adequar gestos para expressar suas próprias intenções e vontades, também a
variar um mesmo gesto, como brincar com algo de diferentes formas.
Nessa idade a criança também desenvolve capacidade de associar movimentos a
significados, que são passados por adultos ou desenvolvidos pela própria criança, como dar
tchau, se zangar, apontar para objetos e outros.
Crianças de quatro a seis anos
Nesta faixa etária a criança aprimora bastante o uso de movimentos e gestos,
adquirindo progressiva precisão, como encaixar peças pequenas de brinquedos, pintar
desenhos dentro das áreas delimitadas para colorir, recortar formas com tesoura, colar etc.
Gradativamente alguns movimentos deixam de ser parcialmente involuntários para totalmente
voluntários, isto é, ganha controle total de gestos e movimentos, também desenvolve
capacidade de planejar seus movimentos, criando percepções do meio antecipadamente, como
pensar antecipadamente como realizar uma determinada ação, considerando, claro, suas
experiências passadas.
Conteúdos
A organização do conteúdo a ser explorado pelo professor relacionado ao movimento
deverá respeitar as limitações motoras em cada faixa etária de desenvolvimento: primeiro ano
de vida, de 1 a 3 anos e de 4 a 6 anos de idade, também é necessário objetivar as intenções
dessa prática, planejar corretamente as pretensões de aprendizado, além de organizar
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antecipadamente os espaços para essa prática, como brinquedos, danças, atividades esportivas
entre outras práticas envolvendo movimento.
Expressividade
O desenvolvimento dos movimentos da criança influencia diretamente sua
expressividade no dia-a-dia, comunicação e interação com o meio, a expressividade está
intimamente ligada à música, uma das ramificações do trabalho de conhecimento do mundo
pela criança.
Equilíbrio e coordenação
As ações que compõem as brincadeiras envolvem também o desenvolvimento do
equilíbrio corporal e coordenação dos próprios movimentos, por exemplo, ao saltar sobre
obstáculos, a criança ganha capacidade de calcular previamente espaço, altura, considerando
suas capacidades físicas, além de flexibilidade e força.
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2. Música
A música é forma de desenvolver não apenas habilidades motoras, mas expressividade
e comunicação e está ligada diretamente ao desenvolvimento de movimentos da criança
através da dança, a música está presente em diversas culturas e muitas vezes é uma importante
forma de expressão sonora, a música é um amplo meio de expressar sentimentos,
pensamentos e opiniões.
De modo geral, a música é uma maneira muito usada para brincadeiras lúdicas com
crianças, pois possui características afetivas, estéticas, apresenta ritmo, rimas etc, a forma
mais efetiva de expressão humana, principalmente na educação infantil.
Crianças de zero a três anos
Nesta faixa etária o trabalho com música pode desenvolver capacidades de ouvir,
perceber sons, suas fontes, identificar diferenças sonoras e associar sons a sentimentos ou
vontades, a música também pode ser usada em brincadeiras de imitar, inventar e dançar, ou
ainda meios de controlar outras brincadeiras.
Crianças de quatro a seis anos
Nesta faixa etária as brincadeiras envolvendo música devem aprofundar o
desenvolvimento de habilidades na criança, dentre essas habilidades algumas são: explorar a
música para gerar movimentos e associar ritmos ou determinados toques aos movimentos,
aumentar a expressividade da criança por meio de movimentos resultados a partir de ritmos
musicais, interagir com outras crianças através da música, ritmar em conjunto, perceber e
expressar sensações por meio da letra da música, sentimentos, pensamentos, desenvolver
capacidade de improvisar e interpretar composições musicais.
O fazer musical
O fazer musical é a forma de gerar música, ritmos por meios de improvisação,
improvisar é criar instantaneamente ações que resultam, em música, ritmos completos, ou ter
capacidade de controlar períodos musicais.
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Apreciação musical
A apreciação musical faz referência a audição e interação com diferentes estilos
musicais, para crianças de zero a três anos é importante participar de atividades que integrem
músicas, canções, danças, movimentos corporais em geral envolvendo ritmos.
Para crianças de quatro a seis anos, é importante ter contato com diferentes obras
musicais, diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, explorando a diversidade musical, esse
contato faz-se necessário para conhecimento variado dos estilos musicais, outros povos e
países, reconhecer elementos musicais simples, como frases, refrão, elementos que se
repetem, além de informações sobre as obras ouvidas e seus compositores.
É importante citar que o professor não pode se deixar influenciar por gostos musicais
próprios, é necessário ter imparcialidade na escolha dos ritmos e adequar a atividade a todos
os alunos, independente de suas características sociais, pessoais ou outras.
Oficinas
A criação de espaços destinados à música é bastante importante para concepção da
criança sobre estilos musicais, pode ser usado para viabilizar e estimular o desenvolvimento
de habilidades que podem ser estimuladas com o uso da música e movimento.
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Foto: Teca Alencar de Brito (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, Volume 3, Página 70).
Jogos e brincadeiras
A música na educação infantil está intimamente ligada ao brincar e principalmente ao
movimento, em várias culturas as crianças brincam com a música, jogos e brincadeiras
musicais são transmitidas de diversas maneiras, por cultura, passada de gerações, pelos pais,
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avós etc, por veículos de transmissão de informação em massa, como a televisão, jogos
envolvendo músicas são bastante aceitas pelas crianças, algumas brincadeiras envolvendo
música são:
Dança da cadeira
Ciranda
Pular corda
Amarelinha
Pular elástico
Algumas sugestões de algumas obras que podem ser usadas em atividades infantis
envolvendo música:
Adivinha quem é? MPB, Ariola, 1981
As mais belas cantigas de roda. M. Viana/Nave dos sonhos
Bandeira de são joão. Antônio José Madureira. Solo Eldorado, 1987.
RÁ-TIM-BUM. TV CULTURA/Fiesp/Sesi, Eldorado.
Higiene e música
O uso de músicas também pode ser usado para transmitir educação sobre cuidados
pessoais, higiene, entre outros, existem muitas possibilidades no uso de música e educação,
alguns exemplos de músicas que passam ensinamentos sobre higiene, são: Hora do banho e
Uma mão lava a outra, ambas do Castelo RÁ-TIM-BUM.
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3. Artes visuais
Introdução
As artes visuais transmitem sentimentos, sensações e pensamentos por meios visuais,
abusam de cores, formas, tamanhos, volume, luz e efeitos para passar tais informações, as
artes visuais estão presentes no cotidiano infantil, crianças gostam de desenhar, pintar, adoram
cores, brincam com materiais diversos, formando suas próprias artes visuais, desenham com
ferramentas não destinadas a desenho.
É interessante propor as crianças que façam desenhos de situações, cenas, pessoas,
objetos, o professor pode pedir para que desenhem o que já viram ou coisas imaginárias.
Crianças de zero a três anos
A apreciação de artes visuais pode ser iniciado nesta faixa etária, onde as criação
podem observar e identificar imagens diversas.
Crianças de quarto a seis anos
A apreciação de artes visuais nesta idade possibilita o conhecimento da diversidade de
produções artísticas, desenhos pinturas, construções, esculturas, fotos, vídeos etc, apreciação
de suas próprias produções e das dos outros por meio da observação, interpretação de diversas
formas de representação artística, apreciação de obras e estabelecimentos, além de relacionar
com experiências próprias.
Para crianças nessa faixa etária é importante aplicar atividades que enriqueçam o
desenvolvimento, conhecimento e habilidades, como jogos de percepção do próprio corpo ou
do corpo dos outros colegas, atividade que desafiam o aluno a desenhar a partir de outras
imagens, parciais ou completas, observação de outras obras, figuras, montagens e colagens,
pesquisa em revistas, observação de corpos em movimento, representação figurativa, por
meio de compreensão própria da figura etc.
Artes visuais e a linguagem
A relação de imagens está intimamente associada a linguagem, crianças representam
de maneira própria informações através de desenhos, quando, por exemplo, desenham um
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risco pequeno na folha, para representar sua mãe que é baixa, ou um risco grande,
representando seu pai, que é alto, essas representações são únicas e na idade dos quatro aos
seis anos, a criança incorpora em si, vários símbolos, como super heróis, logotipos de
ambientes conhecidos.
A apresentação das letras juntamente com representações artísticas ou figuras,
possibilita associação da criança de letras com imagens, como mostrar letras ao lado de
objetos que comecem ou contenham essa letra.
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4. Linguagem oral e escrita
Introdução
A aprendizagem da linguagem oral e escrita constitui um dos eixos básicos da
educação infantil, pois seu aprendizado é de suma importância para a formação do sujeito,
interação com outros indivíduos, seu aprendizado está diretamente ligado também ao
desenvolvimento do pensamento, crítica e outras habilidade humanas.
A linguagem oral está presente no cotidiano da criança, através da manifestação oral a
criança representa suas ideias, vontades, etc, a intervenção direta com adultos influencia o
aprendizado de palavras, a criança aprende por meio de imitação.
A linguagem escrita relaciona-se diretamente com a oral, as crianças aprendem a
escrita a partir do que associam as palavras conhecidas, em uma outra perspectiva, crianças
aprendem leitura e escrita por meio de cópias de vogais e consoantes, posteriormente sílabas
até chegar na composição de palavras.
Em atividades envolvendo o aprendizado, é importante trabalhar a precisão do uso do
lápis, com atividades para transcrever formas simples, traças linhas, curvas, depois trabalhar o
desenho das letras, passando por cima de imagens, ou ainda desenhando em areia ou tinta.
A concepção completa de leitura e escrita envolve a compreensão de um sistema de
representação de ideias por meio de símbolos, construção de conhecimento por meio de
práticas e tem como ponto de partida o uso da linguagem e prática da escrita.
A criança e a linguagem
A linguagem está presente no desenvolvimento das crianças desde cedo, no primeiro
ano de vida da criança ela aprende a representar por meios próprios interesses, por sons,
ruídos, essas tentativas de comunicação, até os três anos de idade, possibilita o aprendizado de
diversas palavras, as palavras são adaptadas ao repertório, muitas vezes eliminando sílabas ou
combinações de sílabas mais complexas, deixando a fala infantil bastante peculiar.
A linguagem infantil usa também movimentos, gestos, sinais, através dessa linguagem
corporal, que dão significado e apoiam a linguagem oral dos bebês.
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Desenvolvimento da linguagem escrita
Desde muito cedo, as crianças estão em permanente contato com a linguagem escrita,
é por meio deste contato em seu ambiente social que as crianças descobrem o aspecto
funcional da linguagem escrita, diante do ambiente totalmente letrado as crianças a partir dos
dois anos começam a desenvolver uma curiosidade sobre “o que está escrito”, indicando que
elas sabem que letras representam algo.
Objetivos
Crianças de zero a três anos
O aprendizado infantil nesta faixa etária deve desenvolver a capacidade das crianças
em participar de variadas situações de comunicação oral, para se interagir com outras crianças
e adultos, expressar desejos, sentimentos, necessidades, interessar-se pela leitura de histórias e
familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação de situações que se faz
necessário o contato com livros, revistas, histórias etc.
Crianças de quatro a seis anos
Nesta fase de aprendizado, os objetivos a serem atingidos na faixa etária de zero a três
anos devem ser aprimoradas e ampliadas, promovendo ainda a ampliação da possibilidade de
comunicação e expressão, interessar em conhecer diferentes formas de linguagem escrita,
participar de diversas situações sociais, contribuindo para aumentar o vocabulário da criança,
familiarizar a escrita e vivência prática, escutar histórias e identificar seu próprio nome
escrito.
Orientações didáticas
É importante que o professor e os pais conversem com bebes e crianças, para estimular
o uso de comunicação oral, ajudando a criança a expressar o que desejam, sentem ou pensam.
Além de conversar, o professor deve abusar do uso do canto, da música, leitura de histórias,
propiciando assim o desenvolvimento da oralidade da criança.
Sendo assim é necessário elaborar o máximo possível de situações comunicativas, ou
ainda que envolvam decisão da criança e expressividade, desenvolvendo capacidades
linguísticas da criança.
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Cabe ao professor, auxiliar na construção do repertório de palavras da criança, para
tornar mais completo e complexo, ouvir atentamente o que diz as crianças para ter certeza do
que foi expressado.
Produção de textos
O trabalho com produção de textos deve
ser uma metodologia continuada, isto é, constante,
no qual se reproduz contextos cotidianos, é dever
do professor buscar atividades com maior
similaridade possível com as práticas de uso
social, como escrever para não esquecer, bilhetes,
recados e afins.
As habilidades a serem desenvolvidas nas
atividades envolvendo produção textual envolvem
capacitar os alunos a repetir palavras ou
expressões do texto original, controlar o ritmo do
que esta sendo ditado, diferenciar atividades de
contar uma história, retomar o texto escrito pelo
professor, considerar o destinatário ausente e a necessidade da clareza na expressão e realizar
várias versões do texto, produzindo alterações que podem afetar o próprio conteúdo.
Imagem retirada do Volume 3 do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, página 147.
Ambiente alfabetizador
Um ambiente pode ser alfabetizador quando promove um conjunto de situações de
usos reais de leitura e escrita e as crianças tem possibilidade de participar. Na educação
infantil devem ser variadas as situações de comunicação que necessitam de mediação pela
escrita.
Atividades permanentes
Algumas atividades são base para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita das
crianças, contar histórias costuma ser uma prática diária nas instituições de educação infantil,
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porém é necessário diversificar as atividades permanentes, destacando a importância da
leitura, jogos de escrita, faz-de-conta.
A leitura precisa estar organizada de forma atraente, de modo a aconchegar o aluno, o
ambiente precisa diversificar os gêneros literários, conter revistas, histórias em quadrinhos,
jornais e trabalhos de outras crianças.
Jogos de escrita necessita de um ambiente com mesas disponíveis, usado geralmente
para jogos de mesa, onde pode ser oferecido novos jogos gráficos envolvendo palavras, como
caça-palavras, forca, cruzadinha etc, no caso desse ambiente, é necessário deixar disponível
para as crianças cartelas com letras ou em decoração no próprio local, nos móveis, paredes e
outros.
O faz-de-conta pode ser uma atividade desenvolvida em ambiente interno e externo da
escola, pois possibilita ampla contextualização da história explorada, trazendo para o
cotidiano da criança novas formas de interação com a linguagem. O espaço de brincadeiras de
faz-de-conta pode ser preparado previamente pelo professor com elementos que
posteriormente podem ser usados na história, como caixas, cordas, e outros recursos.
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5. Natureza e sociedade
Introdução
O ambiente social onde a criança está inserido pode e deve ser usado em atividades
lúdicas para desenvolver habilidade humanas, é necessário passar conhecimentos relativos a
natureza, fenômenos e sociedade.
É relativamente fácil atrair a atenção das crianças para esse tema, pois é bastante
comum elas terem interesses em algo relacionado ao tema, sem nem ser dar conta, como
pequenos animais, bichos, dinossauros, entre outros, essa ramificação de trabalho tem como
objetivo destacar temas relacionados ao ambiente natural e social, com a intenção de educar
de maneira integrada, respeitando especificidades desses ambientes.
A criança, a natureza e a sociedade
O tema é bastante comum em eventos extracurriculares desenvolvidos pela escola,
como dia das mães, dia do índio, páscoa, independência, além de passagens como inverno,
primavera, ano novo etc.
Movidas pelo interesse e curiosidade as crianças interessam-se por determinados
temas e acabam formando conhecimentos prévios de maneira própria, por meio de veículos de
transmissão de informação em massa, como a tv, rádio, notícias etc.
Essa ramificação tem como grande aliado o brincar de faz-de-conta, que por sua vez,
possibilita que as crianças reflitam sobre o meio ambiente. Ao brincar, as crianças
reconstroem elementos do mundo que as cerca com novos significados, tecer novas relações,
desvincular-se dos significados imediatamente perceptíveis e materiais para atribuir-lhes
novos significados.
Objetivos
Entre 4 e 5 anos as crianças são capazes de dar explicações mais elaboradas e menos
fantasiosas (mesmo que ainda distantes da explicação formal) dos fenômenos naturais, são
capazes de explicar diferenças entre o dia e a noite, por exemplo, atividades de exploração dos
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espaços, do ambiente e as investigações sobre diferentes temas da natureza e da cultura são
imprescindíveis para que os pequenos sejam educados para a curiosidade.
A partir dos quatro anos, as crianças começam a refletir a partir de evidências, isto é,
algumas experiências do cotidiano levam os pequenos perceber várias situações da rotina. Aos
poucos, a criança começa a identificar o uso de alguns objetos e sua sequencia de uso, como
por exemplo encontrar a escova de dente no banheiro e colocar a pasta na escova antes de
começar a escovação.
Por isso, na rotina da educação infantil é importante estimular as crianças vivenciar, e
interagir com os espaços e os objetos. Atividades de misturas e análise de objetos são muito
bem vindas, assim como a convivência em diferentes espaços, observando as características
de plantas e de animais, também é no eixo natureza e sociedade que se desenvolvem noções
de respeito da diversidade étnica e cultural.
Crianças de zero a três anos
Nesta faixa etária o objetivo é desenvolver na criança habilidade de explorar o
ambiente, se relacionar com pessoas e outras crianças, animais, plantas e objetos diversos,
manifestando sua curiosidade e interesse.
Crianças de quatro a seis anos
Nesta fase os objetivos desenvolvidos em crianças de zero a três anos são aprimorados
além de desenvolver novas habilidades, como o interesse e curiosidade pelo mundo social e
natural, perguntando e imaginando soluções, estabelecer relações entre o modo de vida de seu
grupo social e de outros grupos e estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e sua
importância para preservação das espécies.
Conteúdos
Os conteúdos devem ser organizados e definidos em função das realidades e
necessidades dos alunos, pois cada aluno está inserido em um contexto social e natural
diferente, os critérios para seleção são:
relevância social e vínculo com as práticas sociais significativas;
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grau de significado para a criança;
possibilidade que oferecem de construção de uma visão de mundo integrada e
relacional;
possibilidade de ampliação do repertório de conhecimentos a respeito do mundo
social e natural.
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6. Matemática
Introdução
Desde muito cedo as crianças estão inseridas em um universo onde conhecimentos
matemáticos são fundamentais para integração do indivíduo. As crianças participam de várias
situações envolvendo números, quantidades, noções sobre espaço entre outros, as crianças
usam recursos e conhecimento próprios, pouco convencionais, recorrendo a contagem para
resolver problemas do dia a dia.
Essa experiências inicial favorece a elaboração de conhecimentos matemáticos para
por fim tomar decisões, agindo como produtoras de conhecimento e não apenas executoras de
instruções, o trabalho com a Matemática pode contribuir para a formação de cidadãos capazes
de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas.
Repetição, memorização e associação
Repetição e memorização de resultados nas aulas de matemática pode não ser a
melhor opção didática, a memorização, foi, por muito tempo relacionada a repetição, mas não
significa não ser um recurso importante na hora de fazer contas.
São comuns situações de aprendizado gradativo, primeiro ensina-se o número 1,
depois o 2, assim por diante, propondo junto, geralmente, exercícios de desenho dos números,
porém a melhor forma de ensinar números para crianças é através da associação, quantidade
de objetos, e associar a referências comuns para a criança, como 5 dedos, 2 olhos, etc.
Jogos e aprendizagens de noções matemáticas
A utilização de jogos educativos no ensino de matemática tornou-se de interesse de
professor, psicólogos e pesquisadores, pois é uma prática que auxilia o desenvolvimento
infantil e a construção do conhecimento. Aprender matemática brincando é além de divertido,
fundamental para associação dos números, o uso de jogos pode tornar-se uma estratégia
didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade
de aprendizagem, devidamente mediadas e orientadas pelo professor.
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A criança e a matemática
As experiências relacionadas a matemática são desenvolvidas naturalmente pela
criança através de sua interação com o meio onde vivem, essas noções, como contagem,
relação de quantidade, espaço e tempo são aprimoradas na escola através da intervenção do
professor, as crianças podem possuir diversas experiências em matemática, por tanto não é
possível estipular um ponto de partida único norteador da didática do professor, contudo é
possível definir sequencia de aprendizado, relação numérica, claro que a continuidade desse
aprendizado não dispensa planejamento.
As crianças possuem uma maneira particular de contagem, muitas vezes identificando
quanto é “muito” ou “pouco” sem ter noções numéricas, sabem identificar referências orais
numéricas, tudo por meio de suas experiências particulares, dias da semana, como quarta ou
quinta, ou ainda canal de televisão, como canal 7.
Diversos são os modos de trabalhar essas relações, como realizar contagens
sequenciais, sempre associando a objetos ou referências visuais para crianças, essas ações são
desenvolvidas naturalmente com o convívio social da criança e em contagens de histórias,
músicas, jogos, brincadeiras entre outros.
Crianças de zero a três anos
Nesta fase o objetivo do professor é estabelecer aproximação de noções matemáticas
por meio da aproximação do cotidiano, como contagem de brinquedos, presentes, dias da
semana, referências comuns, como quantidade de cadeiras, almofadas, etc.
Crianças de quatro a seis anos
Os objetivos nesta faixa etária é desenvolver as habilidades de associação da criança
desenvolvidas de zero a três anos além de desenvolver a capacidade de reconhecer e valorizar
números, operações numéricas, como contagens simples, subtrações, relação de espaço,
tamanho, associação de quantidades, identificação de maior e menor número e capacidade de
lidar com situações numéricas diversas.
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Escrita numérica
A capacidade da criança em representar em algarismos quantidades e valores é
imprescindível para seu desenvolvimento crítico, além de ler números arábicos, compará-los,
ordená-los e saber identificar os números em diversas situações. A escrita numérica deve ser
usada para ensinar também que nem sempre o mesmo número representa a mesma coisa, sua
ordem influencia o valor, por exemplo, para representar três balas, é possível usar 03, mas 30
representa trinta, um valor bem maior, para um aprendizado da escrita numérica correta, é
necessário que a criança compreenda o uso dos algarismos em posição de unidade, dezena,
centena etc.
Atividades interessantes à crianças pode envolver números e devem ser exploradas
pelos educadores, como a numeração de página de um álbum de figurinhas, a numeração da
própria figurinha, quantidade de figurinhas repetidas. Ou ainda trabalhar com associações
entre as próprias crianças, como “quantos alunos estão com camiseta branca”, ou “quantos
lápis tem sobre a mesa”, “qual a idade do colega” entre outros.
Jogos de cartas também oferecem inúmeras possibilidades didáticas, desenvolvendo
capacidade crítica de associação numérica, número maior ou menor, quantidade etc.
Operações
As operações são desenvolvidas naturalmente pela criança, quando contam de 2 em 2,
ou dez em dez, trocam quantidades iguais de figurinhas, isto é, agregam contagem de
elementos a partir de outros. Em diversas situações as crianças operam utilizando como
referência os próprios dedos, papeis, lápis ou outros materiais disponíveis fisicamente pela
criança, porém é necessário desenvolver capacidade da criança em apoiar mentalmente sobre
valores, sem a necessidade de se referenciar fisicamente em algo. Crianças pequenas também
utilizam-se de meios próprios para comparar quantidades, já sabendo quanto é muito e pouco,
ou quando tem quantidades diferentes, menor ou maior.
Pode-se propor para as crianças de cinco e seis anos situações do cotidiano, situações
reais para que tentem resolver problemas matemáticos e não contas isoladas, isso contribui
significativamente para que a criança desenvolva estratégias próprias de resolução de
problemas, com procedimentos próprios e originais.
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Assim, cada situação de cálculo constitui-se em um problema único e aberto que pode
ser solucionado de formas diversas, essas formas devem ser propostas pela própria criança
durante a resolução, pois existem diferentes sentidos da adição e da subtração, porém os
problemas possuem estruturas diferentes, as dificuldades variam em função do contexto e
formulação das atividades.
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Bibliografia
Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil VOLUME 1, disponível online no
Portal do Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf> Acesso em: 23/10/2014.
Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil VOLUME 2, disponível online no
Portal do Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf> Acesso em: 7/11/2014.
Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil VOLUME 3 disponível online no Portal
do Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:
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ANDRADE, Mariza. Portal Educação Infoco. Síntese dos referenciais curriculares nacionais
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<http://infoco.amplaeducacao.com.br/_arquivos_aulas/1085/65857_principios_e_RCN_curric
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