referencial curricular nacional para educação infantil

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Curso de graduação em Pedagogia Professora orientadora: Aline Martins Graduandos: Evandro Gomes Rubia Passos Simone Belo São Paulo, novembro de 2014 EDUCAÇÃO INFANTIL REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A

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O presente trabalho acadêmico tem como objetivo apresentar os referenciais curriculares para a educação infantil (volume 1, 2 e 3). Utilizamos como base o próprio documento disponível em livro eletrônico no Portal do MEC. Diagramador do trabalho e autor das páginas 27 até 47 (referente ao Vol. 3).

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Page 1: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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Curso de graduação em Pedagogia

Professora orientadora: Aline Martins

Graduandos:

Evandro Gomes

Rubia Passos

Simone Belo

São Paulo, novembro de 2014

EDUCAÇÃO INFANTIL

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A

Page 2: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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VOLUME 1

Simone Belo

VOLUME 2

Rubia Passos

VOLUME 3

Evandro Gomes

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A

EDUCAÇÃO INFANTIL

Page 3: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 3 de 47

O presente trabalho acadêmico

tem como objetivo apresentar os

referenciais curriculares para a

educação infantil (volume 1, 2 e

3). Utilizamos como base o

próprio documento disponível em

livro eletrônico no Portal do

MEC.

Page 4: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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Imagem retirada do Volume 3 do Referencial curricular nacional para a Educação Infantil.

1998. Página 203.

Ninguém caminha

sem aprender a

caminhar, sem

aprender a fazer o

caminho

caminhando,

refazendo e

retocando o sonho

pelo qual se pôs a

caminhar

PAULO FREIRE, 1997, p. 155

Page 5: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 5 de 47

Sumário

VOLUME 1 .......................................................................................................................... 9

Introdução .............................................................................................................................. 9

Características do referencial curricular nacional para educação infantil ................................. 9

Algumas considerações sobre creches e pré-escolas ............................................................. 10

A criança ............................................................................................................................. 10

Educar ................................................................................................................................. 10

Cuidar .................................................................................................................................. 10

Brincar ................................................................................................................................. 11

Aprender em situações orientadas ........................................................................................ 11

Interação .............................................................................................................................. 11

Diversidade e individualidade .............................................................................................. 12

Aprendizagem significativa e conhecimentos prévios ........................................................... 12

Resolução de problemas ....................................................................................................... 12

Proximidade com as praticas sócias reais ............................................................................. 12

Educar crianças com necessidades especiais ......................................................................... 13

O professor de educação infantil .......................................................................................... 13

Perfil profissional ................................................................................................................. 14

Organização do referencial curricular nacional para a educação infantil ............................... 14

Organização por idade.......................................................................................................... 14

Organização em âmbitos e eixos .......................................................................................... 14

Componentes Curriculares ................................................................................................... 15

Objetivos .......................................................................................................................... 15

Conteudos ........................................................................................................................ 15

Organização dos conteúdos por blocos ................................................................................. 16

Seleção de conteúdos ........................................................................................................... 16

Integração dos conteúdos .................................................................................................. 16

Orientações Didáticas .......................................................................................................... 16

Organização do tempo ......................................................................................................... 16

Page 6: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 6 de 47

Atividades permanentes ....................................................................................................... 17

Sequência de atividades ....................................................................................................... 17

Projetos de trabalho.............................................................................................................. 17

Organização do espaço e seleção dos materiais .................................................................... 17

Observação, registro e avaliação formativa .......................................................................... 17

A instituição e o projeto educativo ....................................................................................... 18

Condições externas ........................................................................................................... 18

Condições internas ........................................................................................................... 18

Ambiente Institucional ..................................................................................................... 18

Formação do coletivo Institucional ................................................................................... 19

Espaço para formação continuada ..................................................................................... 19

Espaço físico e recursos materiais ..................................................................................... 19

Versatilidade do espaço .................................................................................................... 19

Os recursos materiais ........................................................................................................ 20

Acessibilidade dos materiais ............................................................................................. 20

Segurança do espaço e dos materiais ................................................................................ 20

Critérios para formação de grupos de crianças .................................................................. 20

Organização do tempo ...................................................................................................... 21

Ambiente de cuidado ........................................................................................................ 21

Parcerias com as famílias .................................................................................................. 21

Respeito aos vários tipos de estruturas familiares .............................................................. 21

Acolhimento das diferentes culturas, valores e crenças sobre educação de crianças .......... 21

Estabelecimento de canais de comunicação ...................................................................... 22

Inclusão do conhecimento familiar no trabalho educativo ................................................. 22

Acolhimento das famílias e das crianças na instituição ......................................................... 22

A entrada na instituição .................................................................................................... 22

Os primeiros dias .............................................................................................................. 22

Remanejamento entre os grupos de criança ....................................................................... 23

Substituição de professores ............................................................................................... 23

Passagem para a escola ..................................................................................................... 23

Acolhimento de famílias com necessidades especiais........................................................ 23

Page 7: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 7 de 47

VOLUME 2 ........................................................................................................................ 24

Independência e Autodomínio ............................................................................................. 24

Jogos e brincadeiras ............................................................................................................. 25

Cuidados pessoais ................................................................................................................ 25

VOLUME 3 ........................................................................................................................ 27

Introdução ............................................................................................................................ 27

1. Movimento ................................................................................................................... 27

O primeiro ano de vida ..................................................................................................... 27

Crianças de um a três anos ............................................................................................... 28

Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 28

Conteúdos ........................................................................................................................ 28

Expressividade .................................................................................................................. 29

Equilíbrio e coordenação .................................................................................................. 29

2. Música .......................................................................................................................... 30

Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 30

Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 30

O fazer musical ................................................................................................................. 30

Apreciação musical ........................................................................................................... 31

Oficinas ............................................................................................................................ 31

Jogos e brincadeiras ......................................................................................................... 32

Higiene e música .............................................................................................................. 33

3. Artes visuais .................................................................................................................. 34

Introdução ........................................................................................................................ 34

Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 34

Crianças de quarto a seis anos .......................................................................................... 34

Artes visuais e a linguagem ............................................................................................... 34

4. Linguagem oral e escrita ............................................................................................... 36

Introdução ........................................................................................................................ 36

A criança e a linguagem .................................................................................................... 36

Desenvolvimento da linguagem escrita ............................................................................ 37

Objetivos .......................................................................................................................... 37

Page 8: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 8 de 47

Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 37

Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 37

Orientações didáticas ....................................................................................................... 37

Produção de textos........................................................................................................... 38

Ambiente alfabetizador .................................................................................................... 38

Atividades permanentes ................................................................................................... 38

5. Natureza e sociedade .................................................................................................... 40

Introdução ........................................................................................................................ 40

A criança, a natureza e a sociedade .................................................................................. 40

Objetivos .......................................................................................................................... 40

Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 41

Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 41

Conteúdos ........................................................................................................................ 41

6. Matemática .................................................................................................................. 43

Introdução ........................................................................................................................ 43

Repetição, memorização e associação .............................................................................. 43

Jogos e aprendizagens de noções matemáticas ................................................................ 43

A criança e a matemática ................................................................................................. 44

Crianças de zero a três anos ............................................................................................. 44

Crianças de quatro a seis anos .......................................................................................... 44

Escrita numérica ............................................................................................................... 45

Operações ........................................................................................................................ 45

Bibliografia ........................................................................................................................... 47

Page 9: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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VOLUME 1

Introdução

O referencial é um guia de orientação que poderá servir de base para discussões entre

educadores de um mesmo sistema de ensino para elaboração de projetos educativos, O

RCNEI deve ser lido como mais um material como tantos outros versam o fazer pedagógico.

A educação infantil vem crescendo de forma intensa tanto no Brasil como no mundo

devido à urbanização, a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, faz

aumentar a necessidade de instituições que atendam crianças de zero a seis anos.

A partir da Constituição Federal de 1988, a educação infantil em creches e pré-escolas

passou a ser um dever do Estado e um direito da criança (artigo 208, inciso IV). O Estatuto da

Criança e do Adolescente, de 1990, destaca também o direito da criança a este atendimento.

A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica tendo como

finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade.

Características do referencial curricular nacional para educação infantil

Considerando as características afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças

de zero a seis anos, devemos oferecer experiências que contribuam para construção da

cidadania e que sigam os seguintes princípios:

O respeito á dignidade e direitos das crianças

O direto das crianças de brincar; o acesso aos bens socioculturais disponíveis

A socialização por meio de sua inserção nas mais diversificadas praticas sociais e o

atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento da sua

identidade.

Cabe ressaltar que a criança tem direito de viver experiências prazerosas nas

instituições sempre respeitando pluralidade e diversidade da sociedade brasileira, sendo que o

Referencial traz uma proposta aberta, flexível e não obrigatória, que poderá auxiliar na

Page 10: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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elaboração ou implementação de programas e currículos de acordo com a realidade de cada

grupo.

Algumas considerações sobre creches e pré-escolas

O atendimento em creche, nasceu com objetivo assistencialista para atender crianças

de baixa renda a fim de resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças. Atualmente

este conceito vem mudando e hoje percebemos a necessidade de educar com o objetivo de

desenvolver aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança.

As propostas educacionais para educação infantil tem seu foco no cuidar e educar, no

papel do afeto na relação pedagógica e sobre educar para o desenvolvimento.

A criança

A concepção de criança nasce de uma visão histórica construída, alterando de acordo

com cada grupo social e época, sendo marcada pelo meio social em que vive e também o

marcando.

Através das brincadeiras demonstram seus anseios e desejos e constroem seus

conhecimentos a partir de suas experiências. Compreender, conhecer e reconhecer o jeito

particular de cada uma é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais.

Educar

Educar significa, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens,

orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das

capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude

básica de aceitação, respeito e confiança. E o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais

amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação terá como desenvolvimento

as capacidades de apropriação e das potencialidades, corporais, afetivas, emocionais, estéticas

e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.

Cuidar

O cuidar tem um significado de valorizar e ajudar no desenvolvimento das

capacidades infantis.

Page 11: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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É preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser

solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção

de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado.

Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor possa

ajudar a criança identificar suas necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las de forma

adequada. Isto inclui interessar-se sobre o que a criança sente o que ela sabe sobre si e sobre o

mundo, visando à ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, que aos poucos a

tornarão mais independente e mais autônoma.

Brincar

As brincadeiras de faz de conta devem permear cotidianamente o universo

institucional tornando uma pratica para as crianças.

Dentro do referencial a brincadeira espontânea é um importante eixo de aprendizagem,

principalmente como elas interagem com o meio, as pessoas e absorvendo o conhecimento.

Em relação à figura do professor, o RCNEI, o tem caracterizado como aquele que

disponibiliza as condições para que as crianças organizem de forma independente suas

emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais, brincando de maneira espontânea e

prazerosa.

Aprender em situações orientadas

Situações organizadas e orientadas permite que as crianças trabalhem diversos

conhecimentos. A intervenção do professor é necessária para que as crianças dentro da

educação infantil possam, em situações de interações sociais ou sozinhas, ampliar suas

capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais.

Interação

É importante frisar que as crianças se desenvolvem em situações de interação social,

nas quais conflitos e negociação de sentimentos, idéias e soluções são elementos

indispensáveis. Cabendo ao professor propiciar situações de conversa, brincadeira, ou de

aprendizagem orientadas que garantam a troca entre as crianças.

Page 12: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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O âmbito social oferece, portanto, ocasiões únicas para elaborar estratégias de

pensamentos e ação.

Diversidade e individualidade

O professor tem a tarefa de individualizar as situações de aprendizagem às crianças, e

levar em consideração suas capacidades, afetivas, e mocionais, sociais e cognitivas assim

como seus conhecimentos socioculturais já adquiridos.

Propiciar uma educação baseada em condições diversas de aprendizagem e

desenvolvimento respeitando a cada uma em seu aspecto global.

Aprendizagem significativa e conhecimentos prévios

O professor tem que considerar como ponto de partida para sua ação educativa, os

conhecimentos que as criança já possuem.

Os gestos, movimentos corporais, sons produzidos, expressões faciais, as brincadeiras

e toda forma de expressão, representação e comunicação devem ser consideradas como fonte

de conhecimento para o professor sobre o que a criança já sabe.

Resolução de problemas

Nas situações de aprendizagem o problema adquire um sentido importante quando às

crianças buscam soluções e discutem. Não se tratando de situações que se permitam aplicar o

que se sabem, mas produzir novos conhecimentos a partir da interação com novos desafios,

nesse processo o professor deve aplicar diferentes situações e soluções para uma socialização

de resultados.

Proximidade com as praticas sócias reais

A prática educativa deve buscar situações de aprendizagens que reproduzam contextos

cotidianos, escreve-se para guardar uma informação, para enviar uma mensagem, contam-se

tampinhas para fazer uma coleção etc.

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Educar crianças com necessidades especiais

A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa

etária de zero a seis anos, durante a “educação infantil”.

A Educação Especial, termo para a educação dirigida aos portadores de deficiência, de

condutas típicas e de altas habilidades, é considerada pela Constituição brasileira, como parte

inseparável do direito à educação.

Tem se observado iniciativas no sentido da inclusão cada vez maior das crianças com

necessidades especiais nos mais diversos espaços sociais.

A qualidade do processo de integração depende da estrutura organizacional da

instituição.

O professor de educação infantil

Segundo a LDB dispõe, no título VI, art. 62 que: “A formação de docentes para atuar

na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena,

em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para

o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino

fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”. Considerando a

necessidade de um período de transição que permita incorporar os profissionais cuja

escolaridade ainda não é a exigida e buscando proporcionar um tempo para adaptação das

redes de ensino, esta mesma Lei dispõe no título IX, art. 87, § 4º que: “até o fim da década da

Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por

treinamento em serviço”.

De acordo com a LDB, o Referencial utiliza a denominação “professor de educação

infantil” para designar todos os/as profissionais responsáveis pela educação direta das

crianças de zero a seis anos.

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Perfil profissional

Para trabalhar com Educação Infantil é necessário que o professor tenha uma

competência polivalente, ou seja, trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que

abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das

diversas áreas do conhecimento.

É necessário professores comprometidos com as práticas educacionais, capazes de

responder às demandas familiares e das crianças, relacionadas com os cuidados e

aprendizagens infantis.

Organização do referencial curricular nacional para a educação infantil

Estabelece uma integração curricular na qual os objetivos gerais para a educação

infantil norteiam a definição de objetivos específicos para os diferentes eixos de trabalho.

Desses objetivos específicos decorrem os conteúdos que possibilitam concretizar as intenções

educativas. O tratamento didático que busca garantir a coerência entre objetivos e conteúdos

se explicita por meio das orientações didáticas.

Organização por idade

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, explicita no art. 30, capítulo

II, seção II que: “A educação infantil será oferecida em “:

I - creches ou entidades equivalentes para crianças de até três anos de idade

II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos”.

Organização em âmbitos e eixos

O RCN para a Educação Infantil define dois âmbitos de experiências: Formação

Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo.

O âmbito de Formação Pessoal e Social refere-se às experiências que favorecem,

prioritariamente, a construção do sujeito.

Destacam-se os seguintes eixos de trabalho: Movimento, Artes visuais, Música,

Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade, Matemática.

Page 15: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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Estes eixos foram escolhidos por se constituírem em uma parcela significativa da

produção cultural humana que amplia e enriquece as condições de inserção das crianças na

sociedade.

Componentes Curriculares

Objetivos

Os objetivos explicitam intenções educativas e estabelecem capacidades que as crianças

poderão desenvolver como consequência de ações intencionais do professor.

As capacidades de ordem cognitiva estão associadas ao desenvolvimento dos recursos

para pensar, representar, comunicar.

As capacidades de ordem afetiva estão associadas à construção da autoestima, às atitudes

no convívio social, à compreensão de si mesmo e dos outros.

As capacidades de ordem estética estão associadas à possibilidade de produção artística e

apreciação desta produção oriundas de diferentes culturas.

As capacidades de ordem ética estão associadas à possibilidade de construção de valores

que norteiam a ação das crianças.

As capacidades de relação interpessoal estão associadas à possibilidade de

estabelecimento de condições para o convívio social.

As capacidades de inserção social estão associadas à possibilidade de cada criança

perceber-se como membro participante de um grupo de uma comunidade e de uma

sociedade.

Conteudos

O RCNEI apresenta três aspectos de conteúdos:

Os conteúdos conceituais refere-se capacidades para operar com símbolos, ideias,

imagens e representações que permitem atribuir sentido à realidade.

Page 16: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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Os conteúdos procedimentais referem-se ao saber fazer. Diretamente relacionada à

possibilidade de a criança construir instrumentos e estabelecer caminhos que lhes

possibilitem a realização de suas ações.

Os conteúdos atitudinais tratam dos valores, das normas e das atitudes. Conceber valores,

normas e atitudes como conteúdos .

Organização dos conteúdos por blocos

São apresentados nos diversos eixos de trabalho, organizados por blocos. Cabe ao

professor organizar seu planejamento de forma a aproveitar as possibilidades que cada

conteúdo oferece, não restringindo o trabalho a um único eixo, em fragmentando o

conhecimento.

Seleção de conteúdos

Os conteúdos aqui elencados pretendem oferecer um repertório que possa auxiliar o

desenvolvimento das capacidades colocadas nos objetivos gerais.

Integração dos conteúdos

Os conteúdos são compreendidos, aqui, como instrumentos para analisar a realidade,

não se constituindo um fim em si mesmo. Para que as crianças possam compreender a

realidade

Orientações Didáticas

Os conteúdos estão relacionados com a forma como são trabalhados com as crianças.

As orientações didáticas são subsídios que remetem ao “como fazer”,

Cada documento de eixo contém orientações didáticas gerais

relativas à: princípios gerais do eixo; organização do tempo, do espaço e dos

Materiais; observação, registro e avaliação.

Organização do tempo

A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens

orientadas.

Page 17: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 17 de 47

Atividades permanentes

A escolha dos conteúdos que definem o tipo de atividades permanentes a serem

realizadas com frequência regular, diária ou semanal, em cada grupo de crianças, depende das

prioridades elencadas a partir da proposta curricular

Sequência de atividades

São planejadas e orientadas com objetivo de promover uma aprendizagem especifica e

definida.

Projetos de trabalho

São conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos específicos

construídos a partir de um dos eixos de trabalho

A realização de um projeto depende de várias etapas de trabalho que devem ser

planejadas e negociadas com as crianças para que elas possam se engajar e acompanhar o

percurso até o produto final.

Organização do espaço e seleção dos materiais

A organização dos espaços e dos materiais se constitui em um instrumento

fundamental para a prática educativa com crianças pequenas. Isso implica que, para cada

trabalho realizado com as crianças, deve-se planejar a forma mais adequada de organizar o

mobiliário dentro da sala, assim como introduzir materiais específicos para a montagem de

ambientes novos, ligado aos projetos em curso.

Observação, registro e avaliação formativa

A observação e o registro se constituem nos principais instrumentos de que o professor

dispõe para apoiar sua prática.

São várias as maneiras pelas quais a observação pode ser registrada pelos professores

.A escrita é, sem dúvida, a mais comum e acessível. O registro diário de suas observações,

impressões, idéias etc. pode compor um rico material de reflexão e ajuda para o planejamento

educativo.

Page 18: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 18 de 47

A avaliação também é um excelente instrumento para que a instituição possa

estabelecer suas prioridades para o trabalho educativo, identificar pontos que necessitam de

maior atenção e reorientar a prática, definindo o que avaliar, como e quando em consonância

com os princípios educativos que elege.

A instituição e o projeto educativo

O RCN propõe um diálogo com programas e projetos curriculares de instituições de

educação infantil, nos estados e municípios. Este diálogo supõe atentar para duas dimensões

complementares que possam garantir a efetividade das propostas: uma de natureza externa;

outra, interna às instituições.

Condições externas

As particularidades de cada proposta curricular devem estar vinculadas principalmente

às características socioculturais da comunidade na qual a instituição de educação infantil está

inserida e às necessidades e expectativas da população atendida

Condições internas

As creches e pré-escolas existentes no Brasil se constituíram de forma muito diversa

ao longo de sua história, se caracterizando por uma variedade de modalidades de atendimento.

Há creches funcionando em período integral entre 8 e 12 horas por dia, que atendem o ano

todo sem interrupção; outras fecham para férias; há creches de meio período; há creches que

atendem 24 horas por dia; há pré-escolas funcionando de 3 a 4 horas e há inclusive as que

atendem em período integral

Ambiente Institucional

O ambiente de cooperação e respeito entre os profissionais e entre esses e as famílias

favorece a busca de uma linha coerente de ação. Em se tratando de crianças tão pequenas, a

atmosfera criada pelos adultos precisa ter um forte componente afetivo. As crianças só se

desenvolverão bem, caso o clima institucional esteja em condições de proporcionar-lhes

segurança, tranquilidade e alegria. Os adultos devem respeitar o desenvolvimento das

crianças e encorajá-las em sua curiosidade, valorizando seus esforços.

Page 19: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 19 de 47

Formação do coletivo Institucional

Elaborar e implantar um projeto educativo requer das equipes de profissionais das

instituições um grande esforço conjunto. A direção da instituição tem um papel chave neste

processo quando auxilia a criação de um clima democrático e pluralista. Deve incentivar e

acolher as participações de todos de modo a possibilitar um projeto que contemple a

explicitação das divergências e das expectativas de crianças, pais, docentes e comunidade.

O coletivo de profissionais da instituição de educação infantil, entendido como

organismo vivo e dinâmico é o responsável pela construção do projeto educacional e do clima

institucional.

Espaço para formação continuada

O coletivo não pode prescindir da formação continuada que deve fazer parte da rotina

institucional e não pode ocorrer deforma esporádica. Hora e lugar especialmente destinado à

formação devem possibilitar o encontro entre os professores para a troca de idéias sobre a

prática, para supervisão, estudos sobre os mais diversos temas pertinentes ao trabalho,

organização e planejamento da rotina, do tempo e atividades e outras questões relativas ao

projeto educativo.

Espaço físico e recursos materiais

A estruturação do espaço, a forma como os materiais estão organizados, a qualidade e

adequação dos mesmos são elementos essenciais de um projeto educativo. Espaço físico,

materiais, brinquedos, instrumentos sonoros e mobiliários não devem ser vistos como

elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional que refletem a

concepção de educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliares da

aprendizagem.

Versatilidade do espaço

É preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito às modificações

propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas. Deve ser

pensado considerando as diferentes necessidades de cada faixa etária.

Page 20: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 20 de 47

Os recursos materiais

Recursos materiais entendidos como mobiliário, espelhos, brinquedos, livros, lápis,

papéis, tintas, pincéis, tesouras, cola, massa de modelar, argila, jogos os mais diversos, blocos

para construções, material de sucata, roupas e panos para brincar etc. devem ter presença

obrigatória nas instituições de educação infantil de forma cuidadosamente planejada.

Os brinquedos constituem-se, entre outros, em objetos privilegiados da educação das

crianças. As instituições devem integrá-los ao acervo de materiais existentes nas salas.

Acessibilidade dos materiais

Os brinquedos e demais materiais precisam estar dispostos de forma acessível às

crianças, permitindo seu uso autônomo, sua visibilidade, bem como uma organização que

possibilite identificar os critérios de ordenação.

Segurança do espaço e dos materiais

É necessário um bom planejamento que garanta as condições de segurança

necessárias. É imprescindível o uso de materiais resistentes, de boa qualidade e testados pelo

mercado, como vidros e espelhos resistentes, materiais elétricos e hidráulicos de comprovada

eficácia e durabilidade.

Critérios para formação de grupos de crianças

As diferenças que caracterizam cada fase de desenvolvimento são bastante grandes, o

que leva, muitas vezes, as instituições a justificar os agrupamentos homogêneos por faixa

etária.

Não há uma divisão rígida, mas é comum que bebês fiquem em um mesmo grupo até

conseguirem andar.

As crianças que já andam bem costumam ser concentradas em outro agrupamento.

Quando as crianças adquirem maior autonomia em relação aos cuidados e interagem

de forma mais independente com seus pares, entre 3 e 6 anos, é possível pensar em grupos

maiores, mas que não ultrapassem 25 crianças por professor.

Page 21: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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Organização do tempo

A rotina na educação infantil pode ser facilitadora. Rotinas rígidas e inflexíveis

desconsideram a criança, que precisa adaptar-se a ela e não o contrário, como deveria ser;

desconsideram também o adulto, tornando seu trabalho monótono, repetitivo e pouco

participativo.

Ambiente de cuidado

A organização dos momentos em que são previstos cuidados com o corpo, banho,

lavagem de mãos, higiene oral, uso dos sanitários, repouso e brincadeiras ao ar livre.

As atividades de cuidado das crianças se organizam em função de suas necessidades

nas 24 horas do dia. Isto exige uma programação conjunta com as famílias para divisão de

responsabilidades.

Parcerias com as famílias

Enfoques teóricos mais recentes procuram entender a família como uma criação

humana mutável, sujeita a determinações culturais e históricas que se constitui tanto em

espaço de solidariedade, afeto e segurança como em campo de conflitos, lutas e disputa.

Respeito aos vários tipos de estruturas familiares

Existem, as famílias que se reconstituíram por meio de novos casamentos e possuem

filhos advindos dessas relações. Há, também, as famílias extensas, comuns na história

brasileira, nas quais convivem na mesma casa várias gerações e/ou pessoas ligadas por

parentescos diversos. Enfim, parece não haver limites para os arranjos familiares na

atualidade.

Acolhimento das diferentes culturas, valores e crenças sobre educação de

crianças

A pluralidade cultural, isto é, a diversidade de etnias, crenças, costumes, valores etc.

que caracterizam a população brasileira marca, também, as instituições de educação infantil.

Assumir um trabalho de acolhimento às diferentes expressões e manifestações das crianças e

suas famílias significa valorizar e respeitar a diversidade.

Page 22: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Página 22 de 47

Estabelecimento de canais de comunicação

Para que o professor não fique sobrecarregado pela necessidade de dar atenção às

famílias e crianças ao mesmo tempo, o planejamento deste momento — em conjunto com os

pais e a ajuda de outros funcionários — é fundamental para o relacionamento de todos os

envolvidos.

As instituições de educação infantil precisam pensar em formas mais variadas de

participação de modo a atender necessidades e interesses também diversificados.

Inclusão do conhecimento familiar no trabalho educativo

É possível integrar o conhecimento das famílias nos projetos e demais atividades

pedagógicas as questões afetivas e motivações familiares podem fazer parte do cotidiano

pedagógico.

Acolhimento das famílias e das crianças na instituição

A entrada na instituição

Acolher os pais com suas dúvidas, angústias e ansiedades, oferecendo apoio e

tranquilidade, contribui para que a criança também se sinta menos insegura nos primeiros dias

na instituição. Os pais são as pessoas que mais conhecem as crianças e que entendem muito

sobre como cuidá-las pode facilitar o relacionamento. A instituição pode-se fazer uma reunião

com todos os pais novos para que se conheçam e discutam conjuntamente suas dúvidas e

preocupações.

Os primeiros dias

No primeiro dia da criança na instituição, a atenção do professor deve estar voltada

para ela de maneira especial. Este dia deve ser muito bem planejado para que a criança possa

ser bem acolhida. É recomendável receber poucas crianças por vez para que se possa atendê-

las de forma individualizada.

Neste caso, seria importante que pudessem estar presentes, ao menos no primeiro dia,

e que depois pudessem ser substituídos por alguém da confiança da criança.

Page 23: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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Remanejamento entre os grupos de criança

O remanejamento das crianças para outras turmas parece inevitável, principalmente

nas creches, em função da grande demanda por vagas. Havendo realmente necessidade de

enfrentar esta situação, todo cuidado é pouco.

Substituição de professores

Considerando-se a importância dos vínculos estabelecidos com os adultos nessa faixa

etária, a substituição dos professores deve ser pensada e planejada com atenção e

antecedência, preparando as crianças para essa situação.

Passagem para a escola

Com a saída das crianças, as famílias enfrentam novamente grandes mudanças. A

passagem da educação infantil para o ensino fundamental representa um marco significativo

para a criança podendo criar ansiedades e inseguranças.

É interessante fazer um ritual de despedida, marcando para as crianças este momento

de passagem com um evento significativo. Essas ações ajudam a desenvolver uma disposição

positiva frente às futuras mudanças demonstrando que, apesar das perdas, há também

crescimento.

Acolhimento de famílias com necessidades especiais

Algumas famílias enfrentam problemas sérios ligados ao alcoolismo, violência

familiar ou problemas de saúde e desnutrição que comprometem sua atuação junto às

crianças.

Apenas quando a sobrevivência física e mental está seriamente comprometida pela

conduta familiar, ou quando a criança sofre agressão sexual, é possível pensar em uma ação

mais enérgica para a interrupção imediata do comportamento agressor, admitindo-se, em

casos extremos, o encaminhamento de crianças para instituições especializadas longe do

convívio familiar.

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VOLUME 2

Independência e Autodomínio

Devemos desenvolver uma atenção permanente a questão da independência e

autonomia. O exercício da cidadania é um processo que se inicia desde a infância, quando se

oferecem as crianças oportunidades de escolhas.

Estimulamos a capacidade das crianças de fazerem escolhas, mediante a pratica de se

tomarem decisões,isso ocorre quando utilizamos materiais ou para as atividades a serem

realizadas. Podemos criar situações em que as crianças fazem suas escolhas, por

exemplo;locais ,brinquedos a serem usados e com isso podemos integrar as crianças de

diferentes idades.

Ao oferecermos condições para as crianças, conforme os recursos que tivermos

estaremos proporcionando a elas o desenvolvimento ou um senso de responsabilidade.

Muitas vezes ouvimos as instituições escolares associarem disciplina ao silêncio e a

conversa a bagunça ou indisciplina. Embora mais consolidada no ensino fundamental, essa

visão influencia também a prática na educação infantil, em que não raro o comportamento que

se espera da criança é o da simples obediência,o silêncio a mobilidade. Essa expectativa é

incompatível com um projeto educativo que valoriza a criança independente, que toma

iniciativas e que coordena sua ação com a dos outros.

Propiciar a ajuda às crianças é também um recurso a ser explorado. As crianças

possuem conhecimento e competências distintas. Criar situações para que prestem ajuda umas

as outras,possibilita trocas muito interessantes,nas quais as crianças vivenciam essa diferença

de saberes que é própria ao ser humano em qualquer idade.

Outro aspecto que contribui para o desenvolvimento da autonomia é que a criança

tinha referencias para situar-se na rotina da instituição,quando se esta num ambiente

conhecido e em que se pode antecipar a seqüencia doas conhecimentos,tem-se mais segurança

para arriscar e ousar agir com independência.

Page 25: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

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E para favorecer o desenvolvimento da autonomia é necessário que o professor

compreenda os modos próprios de as crianças se relacionarem, agirem, sentirem, pensarem e

construírem conhecimento.

Jogos e brincadeiras

Podemos promover atividades que

sustentam a interação entre as

crianças,jogos e brincadeiras que

desenvolvam a criatividade, brincadeiras

como reconhecimento de sinais vitais e de

sua alteração,como a respiração ,os

batimentos cardíacos, como também as

sensações de prazer ou desprazer que

qualquer atividade física pode proporcionar.

Pedir as crianças que registrem essa

idéia utilizando desenhos ou outras

linguagens pode garantir que continuem a

entender e se expressar pelo movimento de

forma harmoniosa.

Cuidados pessoais

As crianças na maioria das vezes estão mais independentes em relação ao controle de

suas eliminações, mas no entanto ainda precisam de ajuda e orientação para desenvolver

habilidades e manter atitudes de higiene consigo mesmas e com o ambiente durante e após o

uso de sanitários.

A maioria das crianças nesta fase pode fazer suas refeições com independência. É

aconselhável que elas possam servir-se sozinhas e utilizar os talheres para comer. A

aprendizagem dos movimentos para uma correta escovação dos dentes e da língua, usar

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corretamente fio dental,é constituída pela observação orientação do adulto e pela própria

experiência da criança ao ter a oportunidade de manusear estes materiais e a água.

Estar próximo as crianças,amparando-as,orientando-as e sugerindo formas de lidar

com desafios corporais,tais como subir e descer de arvores e obstáculos,percorrer circuitos

com dificuldades diversas,são atitudes necessárias ao professor.Oferecer oportunidades

diárias de se exercitarem ao ar livre e com brinquedos como;escorregador,gangorra,etc.,

valoriza a crescente psicomotora das crianças. Para que elas desenvolvam a confiança em suas

capacidades motoras.

Podemos conversar com as crianças sobre acidentes que ocorrem,onde,quando e por

que ocorreram e o que podem fazer juntos para evitarem que aconteçam novamente,são

praticas educativas que vão gradativamente construindo com as crianças atitudes de respeito,

cuidado e proteção com sua segurança e com a dos companheirinhos.

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VOLUME 3

Introdução

O Volume 3 do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil apresenta

metodologias para conhecer o mundo, separados em 6 ramificações de trabalhos, cada uma

com seus objetivos próprios de desenvolvimento infantil, essas ramificações são

respectivamente: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e

Sociedade e Matemática.

1. Movimento

O movimento é o principal meio pelo qual a criança usa para se comunicar com o

mundo, desde o nascimento, gradativamente vai aumentando seu controle do seu corpo,

ganhando mais movimento, que por sua vez é usado para interagir cada vez mais com o meio

social que estão inseridas.

A maneira das crianças em se expressar, demonstrar interesses, vontades, todas essas

possibilidades corporais humanas podem ser exploradas por meio de jogos, brincadeiras,

esporte e outros, criando um repertório mais amplo de movimentos, que por sua vez

possibilitará maior interação com o meio.

O movimento é o principal meio para desenvolver habilidades motoras na criança,

desde que bem explorado por meio de atividades que estimulem esse desenvolvimento, se mal

utilizado pode causar desordem, dispersão, é necessário compreender o caráter lúdico e

expressivo das manifestações infantis.

O primeiro ano de vida

O primeiro de vida da criança predomina o período de descoberta do mundo,

descoberta dos seus próprios movimentos, essas descobertas são o principal meio para

interagir com adultos e expressar necessidades, nesse primeiro ano o diálogo afetivo com seus

pais são a fonte de aprendizado inicial, as expressões, tons de voz, toque corporal entre outros.

Enquanto bebê o período de descoberta do próprio corpo é constante, movimentando

partes do próprio corpo e observando os resultados, pegando os pés, mãos, começando a

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controlar seus próprios movimentos, de maneira gradativamente mais elaborada, até atingir

habilidades como segurar objetos ou locomover-se.

Crianças de um a três anos

Após desenvolver algumas habilidades a criança cria curiosidades sobre o meio, ao

aprender a andar por exemplo, diverte-se bastante com mover-se simplesmente de um lado

para o outro, esse exercício contínuo, somado ao desenvolvimento natural de suas habilidades

motoras estimula cada vez mais a evolução desses movimento, aperfeiçoando seus próprios

movimentos.

Conforme se desenvolve naturalmente, a criança nesse período começa a compreender

gradualmente a adequar gestos para expressar suas próprias intenções e vontades, também a

variar um mesmo gesto, como brincar com algo de diferentes formas.

Nessa idade a criança também desenvolve capacidade de associar movimentos a

significados, que são passados por adultos ou desenvolvidos pela própria criança, como dar

tchau, se zangar, apontar para objetos e outros.

Crianças de quatro a seis anos

Nesta faixa etária a criança aprimora bastante o uso de movimentos e gestos,

adquirindo progressiva precisão, como encaixar peças pequenas de brinquedos, pintar

desenhos dentro das áreas delimitadas para colorir, recortar formas com tesoura, colar etc.

Gradativamente alguns movimentos deixam de ser parcialmente involuntários para totalmente

voluntários, isto é, ganha controle total de gestos e movimentos, também desenvolve

capacidade de planejar seus movimentos, criando percepções do meio antecipadamente, como

pensar antecipadamente como realizar uma determinada ação, considerando, claro, suas

experiências passadas.

Conteúdos

A organização do conteúdo a ser explorado pelo professor relacionado ao movimento

deverá respeitar as limitações motoras em cada faixa etária de desenvolvimento: primeiro ano

de vida, de 1 a 3 anos e de 4 a 6 anos de idade, também é necessário objetivar as intenções

dessa prática, planejar corretamente as pretensões de aprendizado, além de organizar

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antecipadamente os espaços para essa prática, como brinquedos, danças, atividades esportivas

entre outras práticas envolvendo movimento.

Expressividade

O desenvolvimento dos movimentos da criança influencia diretamente sua

expressividade no dia-a-dia, comunicação e interação com o meio, a expressividade está

intimamente ligada à música, uma das ramificações do trabalho de conhecimento do mundo

pela criança.

Equilíbrio e coordenação

As ações que compõem as brincadeiras envolvem também o desenvolvimento do

equilíbrio corporal e coordenação dos próprios movimentos, por exemplo, ao saltar sobre

obstáculos, a criança ganha capacidade de calcular previamente espaço, altura, considerando

suas capacidades físicas, além de flexibilidade e força.

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2. Música

A música é forma de desenvolver não apenas habilidades motoras, mas expressividade

e comunicação e está ligada diretamente ao desenvolvimento de movimentos da criança

através da dança, a música está presente em diversas culturas e muitas vezes é uma importante

forma de expressão sonora, a música é um amplo meio de expressar sentimentos,

pensamentos e opiniões.

De modo geral, a música é uma maneira muito usada para brincadeiras lúdicas com

crianças, pois possui características afetivas, estéticas, apresenta ritmo, rimas etc, a forma

mais efetiva de expressão humana, principalmente na educação infantil.

Crianças de zero a três anos

Nesta faixa etária o trabalho com música pode desenvolver capacidades de ouvir,

perceber sons, suas fontes, identificar diferenças sonoras e associar sons a sentimentos ou

vontades, a música também pode ser usada em brincadeiras de imitar, inventar e dançar, ou

ainda meios de controlar outras brincadeiras.

Crianças de quatro a seis anos

Nesta faixa etária as brincadeiras envolvendo música devem aprofundar o

desenvolvimento de habilidades na criança, dentre essas habilidades algumas são: explorar a

música para gerar movimentos e associar ritmos ou determinados toques aos movimentos,

aumentar a expressividade da criança por meio de movimentos resultados a partir de ritmos

musicais, interagir com outras crianças através da música, ritmar em conjunto, perceber e

expressar sensações por meio da letra da música, sentimentos, pensamentos, desenvolver

capacidade de improvisar e interpretar composições musicais.

O fazer musical

O fazer musical é a forma de gerar música, ritmos por meios de improvisação,

improvisar é criar instantaneamente ações que resultam, em música, ritmos completos, ou ter

capacidade de controlar períodos musicais.

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Apreciação musical

A apreciação musical faz referência a audição e interação com diferentes estilos

musicais, para crianças de zero a três anos é importante participar de atividades que integrem

músicas, canções, danças, movimentos corporais em geral envolvendo ritmos.

Para crianças de quatro a seis anos, é importante ter contato com diferentes obras

musicais, diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, explorando a diversidade musical, esse

contato faz-se necessário para conhecimento variado dos estilos musicais, outros povos e

países, reconhecer elementos musicais simples, como frases, refrão, elementos que se

repetem, além de informações sobre as obras ouvidas e seus compositores.

É importante citar que o professor não pode se deixar influenciar por gostos musicais

próprios, é necessário ter imparcialidade na escolha dos ritmos e adequar a atividade a todos

os alunos, independente de suas características sociais, pessoais ou outras.

Oficinas

A criação de espaços destinados à música é bastante importante para concepção da

criança sobre estilos musicais, pode ser usado para viabilizar e estimular o desenvolvimento

de habilidades que podem ser estimuladas com o uso da música e movimento.

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Foto: Teca Alencar de Brito (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, Volume 3, Página 70).

Jogos e brincadeiras

A música na educação infantil está intimamente ligada ao brincar e principalmente ao

movimento, em várias culturas as crianças brincam com a música, jogos e brincadeiras

musicais são transmitidas de diversas maneiras, por cultura, passada de gerações, pelos pais,

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avós etc, por veículos de transmissão de informação em massa, como a televisão, jogos

envolvendo músicas são bastante aceitas pelas crianças, algumas brincadeiras envolvendo

música são:

Dança da cadeira

Ciranda

Pular corda

Amarelinha

Pular elástico

Algumas sugestões de algumas obras que podem ser usadas em atividades infantis

envolvendo música:

Adivinha quem é? MPB, Ariola, 1981

As mais belas cantigas de roda. M. Viana/Nave dos sonhos

Bandeira de são joão. Antônio José Madureira. Solo Eldorado, 1987.

RÁ-TIM-BUM. TV CULTURA/Fiesp/Sesi, Eldorado.

Higiene e música

O uso de músicas também pode ser usado para transmitir educação sobre cuidados

pessoais, higiene, entre outros, existem muitas possibilidades no uso de música e educação,

alguns exemplos de músicas que passam ensinamentos sobre higiene, são: Hora do banho e

Uma mão lava a outra, ambas do Castelo RÁ-TIM-BUM.

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3. Artes visuais

Introdução

As artes visuais transmitem sentimentos, sensações e pensamentos por meios visuais,

abusam de cores, formas, tamanhos, volume, luz e efeitos para passar tais informações, as

artes visuais estão presentes no cotidiano infantil, crianças gostam de desenhar, pintar, adoram

cores, brincam com materiais diversos, formando suas próprias artes visuais, desenham com

ferramentas não destinadas a desenho.

É interessante propor as crianças que façam desenhos de situações, cenas, pessoas,

objetos, o professor pode pedir para que desenhem o que já viram ou coisas imaginárias.

Crianças de zero a três anos

A apreciação de artes visuais pode ser iniciado nesta faixa etária, onde as criação

podem observar e identificar imagens diversas.

Crianças de quarto a seis anos

A apreciação de artes visuais nesta idade possibilita o conhecimento da diversidade de

produções artísticas, desenhos pinturas, construções, esculturas, fotos, vídeos etc, apreciação

de suas próprias produções e das dos outros por meio da observação, interpretação de diversas

formas de representação artística, apreciação de obras e estabelecimentos, além de relacionar

com experiências próprias.

Para crianças nessa faixa etária é importante aplicar atividades que enriqueçam o

desenvolvimento, conhecimento e habilidades, como jogos de percepção do próprio corpo ou

do corpo dos outros colegas, atividade que desafiam o aluno a desenhar a partir de outras

imagens, parciais ou completas, observação de outras obras, figuras, montagens e colagens,

pesquisa em revistas, observação de corpos em movimento, representação figurativa, por

meio de compreensão própria da figura etc.

Artes visuais e a linguagem

A relação de imagens está intimamente associada a linguagem, crianças representam

de maneira própria informações através de desenhos, quando, por exemplo, desenham um

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risco pequeno na folha, para representar sua mãe que é baixa, ou um risco grande,

representando seu pai, que é alto, essas representações são únicas e na idade dos quatro aos

seis anos, a criança incorpora em si, vários símbolos, como super heróis, logotipos de

ambientes conhecidos.

A apresentação das letras juntamente com representações artísticas ou figuras,

possibilita associação da criança de letras com imagens, como mostrar letras ao lado de

objetos que comecem ou contenham essa letra.

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4. Linguagem oral e escrita

Introdução

A aprendizagem da linguagem oral e escrita constitui um dos eixos básicos da

educação infantil, pois seu aprendizado é de suma importância para a formação do sujeito,

interação com outros indivíduos, seu aprendizado está diretamente ligado também ao

desenvolvimento do pensamento, crítica e outras habilidade humanas.

A linguagem oral está presente no cotidiano da criança, através da manifestação oral a

criança representa suas ideias, vontades, etc, a intervenção direta com adultos influencia o

aprendizado de palavras, a criança aprende por meio de imitação.

A linguagem escrita relaciona-se diretamente com a oral, as crianças aprendem a

escrita a partir do que associam as palavras conhecidas, em uma outra perspectiva, crianças

aprendem leitura e escrita por meio de cópias de vogais e consoantes, posteriormente sílabas

até chegar na composição de palavras.

Em atividades envolvendo o aprendizado, é importante trabalhar a precisão do uso do

lápis, com atividades para transcrever formas simples, traças linhas, curvas, depois trabalhar o

desenho das letras, passando por cima de imagens, ou ainda desenhando em areia ou tinta.

A concepção completa de leitura e escrita envolve a compreensão de um sistema de

representação de ideias por meio de símbolos, construção de conhecimento por meio de

práticas e tem como ponto de partida o uso da linguagem e prática da escrita.

A criança e a linguagem

A linguagem está presente no desenvolvimento das crianças desde cedo, no primeiro

ano de vida da criança ela aprende a representar por meios próprios interesses, por sons,

ruídos, essas tentativas de comunicação, até os três anos de idade, possibilita o aprendizado de

diversas palavras, as palavras são adaptadas ao repertório, muitas vezes eliminando sílabas ou

combinações de sílabas mais complexas, deixando a fala infantil bastante peculiar.

A linguagem infantil usa também movimentos, gestos, sinais, através dessa linguagem

corporal, que dão significado e apoiam a linguagem oral dos bebês.

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Desenvolvimento da linguagem escrita

Desde muito cedo, as crianças estão em permanente contato com a linguagem escrita,

é por meio deste contato em seu ambiente social que as crianças descobrem o aspecto

funcional da linguagem escrita, diante do ambiente totalmente letrado as crianças a partir dos

dois anos começam a desenvolver uma curiosidade sobre “o que está escrito”, indicando que

elas sabem que letras representam algo.

Objetivos

Crianças de zero a três anos

O aprendizado infantil nesta faixa etária deve desenvolver a capacidade das crianças

em participar de variadas situações de comunicação oral, para se interagir com outras crianças

e adultos, expressar desejos, sentimentos, necessidades, interessar-se pela leitura de histórias e

familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação de situações que se faz

necessário o contato com livros, revistas, histórias etc.

Crianças de quatro a seis anos

Nesta fase de aprendizado, os objetivos a serem atingidos na faixa etária de zero a três

anos devem ser aprimoradas e ampliadas, promovendo ainda a ampliação da possibilidade de

comunicação e expressão, interessar em conhecer diferentes formas de linguagem escrita,

participar de diversas situações sociais, contribuindo para aumentar o vocabulário da criança,

familiarizar a escrita e vivência prática, escutar histórias e identificar seu próprio nome

escrito.

Orientações didáticas

É importante que o professor e os pais conversem com bebes e crianças, para estimular

o uso de comunicação oral, ajudando a criança a expressar o que desejam, sentem ou pensam.

Além de conversar, o professor deve abusar do uso do canto, da música, leitura de histórias,

propiciando assim o desenvolvimento da oralidade da criança.

Sendo assim é necessário elaborar o máximo possível de situações comunicativas, ou

ainda que envolvam decisão da criança e expressividade, desenvolvendo capacidades

linguísticas da criança.

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Cabe ao professor, auxiliar na construção do repertório de palavras da criança, para

tornar mais completo e complexo, ouvir atentamente o que diz as crianças para ter certeza do

que foi expressado.

Produção de textos

O trabalho com produção de textos deve

ser uma metodologia continuada, isto é, constante,

no qual se reproduz contextos cotidianos, é dever

do professor buscar atividades com maior

similaridade possível com as práticas de uso

social, como escrever para não esquecer, bilhetes,

recados e afins.

As habilidades a serem desenvolvidas nas

atividades envolvendo produção textual envolvem

capacitar os alunos a repetir palavras ou

expressões do texto original, controlar o ritmo do

que esta sendo ditado, diferenciar atividades de

contar uma história, retomar o texto escrito pelo

professor, considerar o destinatário ausente e a necessidade da clareza na expressão e realizar

várias versões do texto, produzindo alterações que podem afetar o próprio conteúdo.

Imagem retirada do Volume 3 do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, página 147.

Ambiente alfabetizador

Um ambiente pode ser alfabetizador quando promove um conjunto de situações de

usos reais de leitura e escrita e as crianças tem possibilidade de participar. Na educação

infantil devem ser variadas as situações de comunicação que necessitam de mediação pela

escrita.

Atividades permanentes

Algumas atividades são base para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita das

crianças, contar histórias costuma ser uma prática diária nas instituições de educação infantil,

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porém é necessário diversificar as atividades permanentes, destacando a importância da

leitura, jogos de escrita, faz-de-conta.

A leitura precisa estar organizada de forma atraente, de modo a aconchegar o aluno, o

ambiente precisa diversificar os gêneros literários, conter revistas, histórias em quadrinhos,

jornais e trabalhos de outras crianças.

Jogos de escrita necessita de um ambiente com mesas disponíveis, usado geralmente

para jogos de mesa, onde pode ser oferecido novos jogos gráficos envolvendo palavras, como

caça-palavras, forca, cruzadinha etc, no caso desse ambiente, é necessário deixar disponível

para as crianças cartelas com letras ou em decoração no próprio local, nos móveis, paredes e

outros.

O faz-de-conta pode ser uma atividade desenvolvida em ambiente interno e externo da

escola, pois possibilita ampla contextualização da história explorada, trazendo para o

cotidiano da criança novas formas de interação com a linguagem. O espaço de brincadeiras de

faz-de-conta pode ser preparado previamente pelo professor com elementos que

posteriormente podem ser usados na história, como caixas, cordas, e outros recursos.

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5. Natureza e sociedade

Introdução

O ambiente social onde a criança está inserido pode e deve ser usado em atividades

lúdicas para desenvolver habilidade humanas, é necessário passar conhecimentos relativos a

natureza, fenômenos e sociedade.

É relativamente fácil atrair a atenção das crianças para esse tema, pois é bastante

comum elas terem interesses em algo relacionado ao tema, sem nem ser dar conta, como

pequenos animais, bichos, dinossauros, entre outros, essa ramificação de trabalho tem como

objetivo destacar temas relacionados ao ambiente natural e social, com a intenção de educar

de maneira integrada, respeitando especificidades desses ambientes.

A criança, a natureza e a sociedade

O tema é bastante comum em eventos extracurriculares desenvolvidos pela escola,

como dia das mães, dia do índio, páscoa, independência, além de passagens como inverno,

primavera, ano novo etc.

Movidas pelo interesse e curiosidade as crianças interessam-se por determinados

temas e acabam formando conhecimentos prévios de maneira própria, por meio de veículos de

transmissão de informação em massa, como a tv, rádio, notícias etc.

Essa ramificação tem como grande aliado o brincar de faz-de-conta, que por sua vez,

possibilita que as crianças reflitam sobre o meio ambiente. Ao brincar, as crianças

reconstroem elementos do mundo que as cerca com novos significados, tecer novas relações,

desvincular-se dos significados imediatamente perceptíveis e materiais para atribuir-lhes

novos significados.

Objetivos

Entre 4 e 5 anos as crianças são capazes de dar explicações mais elaboradas e menos

fantasiosas (mesmo que ainda distantes da explicação formal) dos fenômenos naturais, são

capazes de explicar diferenças entre o dia e a noite, por exemplo, atividades de exploração dos

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espaços, do ambiente e as investigações sobre diferentes temas da natureza e da cultura são

imprescindíveis para que os pequenos sejam educados para a curiosidade.

A partir dos quatro anos, as crianças começam a refletir a partir de evidências, isto é,

algumas experiências do cotidiano levam os pequenos perceber várias situações da rotina. Aos

poucos, a criança começa a identificar o uso de alguns objetos e sua sequencia de uso, como

por exemplo encontrar a escova de dente no banheiro e colocar a pasta na escova antes de

começar a escovação.

Por isso, na rotina da educação infantil é importante estimular as crianças vivenciar, e

interagir com os espaços e os objetos. Atividades de misturas e análise de objetos são muito

bem vindas, assim como a convivência em diferentes espaços, observando as características

de plantas e de animais, também é no eixo natureza e sociedade que se desenvolvem noções

de respeito da diversidade étnica e cultural.

Crianças de zero a três anos

Nesta faixa etária o objetivo é desenvolver na criança habilidade de explorar o

ambiente, se relacionar com pessoas e outras crianças, animais, plantas e objetos diversos,

manifestando sua curiosidade e interesse.

Crianças de quatro a seis anos

Nesta fase os objetivos desenvolvidos em crianças de zero a três anos são aprimorados

além de desenvolver novas habilidades, como o interesse e curiosidade pelo mundo social e

natural, perguntando e imaginando soluções, estabelecer relações entre o modo de vida de seu

grupo social e de outros grupos e estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e sua

importância para preservação das espécies.

Conteúdos

Os conteúdos devem ser organizados e definidos em função das realidades e

necessidades dos alunos, pois cada aluno está inserido em um contexto social e natural

diferente, os critérios para seleção são:

relevância social e vínculo com as práticas sociais significativas;

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grau de significado para a criança;

possibilidade que oferecem de construção de uma visão de mundo integrada e

relacional;

possibilidade de ampliação do repertório de conhecimentos a respeito do mundo

social e natural.

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6. Matemática

Introdução

Desde muito cedo as crianças estão inseridas em um universo onde conhecimentos

matemáticos são fundamentais para integração do indivíduo. As crianças participam de várias

situações envolvendo números, quantidades, noções sobre espaço entre outros, as crianças

usam recursos e conhecimento próprios, pouco convencionais, recorrendo a contagem para

resolver problemas do dia a dia.

Essa experiências inicial favorece a elaboração de conhecimentos matemáticos para

por fim tomar decisões, agindo como produtoras de conhecimento e não apenas executoras de

instruções, o trabalho com a Matemática pode contribuir para a formação de cidadãos capazes

de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas.

Repetição, memorização e associação

Repetição e memorização de resultados nas aulas de matemática pode não ser a

melhor opção didática, a memorização, foi, por muito tempo relacionada a repetição, mas não

significa não ser um recurso importante na hora de fazer contas.

São comuns situações de aprendizado gradativo, primeiro ensina-se o número 1,

depois o 2, assim por diante, propondo junto, geralmente, exercícios de desenho dos números,

porém a melhor forma de ensinar números para crianças é através da associação, quantidade

de objetos, e associar a referências comuns para a criança, como 5 dedos, 2 olhos, etc.

Jogos e aprendizagens de noções matemáticas

A utilização de jogos educativos no ensino de matemática tornou-se de interesse de

professor, psicólogos e pesquisadores, pois é uma prática que auxilia o desenvolvimento

infantil e a construção do conhecimento. Aprender matemática brincando é além de divertido,

fundamental para associação dos números, o uso de jogos pode tornar-se uma estratégia

didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade

de aprendizagem, devidamente mediadas e orientadas pelo professor.

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A criança e a matemática

As experiências relacionadas a matemática são desenvolvidas naturalmente pela

criança através de sua interação com o meio onde vivem, essas noções, como contagem,

relação de quantidade, espaço e tempo são aprimoradas na escola através da intervenção do

professor, as crianças podem possuir diversas experiências em matemática, por tanto não é

possível estipular um ponto de partida único norteador da didática do professor, contudo é

possível definir sequencia de aprendizado, relação numérica, claro que a continuidade desse

aprendizado não dispensa planejamento.

As crianças possuem uma maneira particular de contagem, muitas vezes identificando

quanto é “muito” ou “pouco” sem ter noções numéricas, sabem identificar referências orais

numéricas, tudo por meio de suas experiências particulares, dias da semana, como quarta ou

quinta, ou ainda canal de televisão, como canal 7.

Diversos são os modos de trabalhar essas relações, como realizar contagens

sequenciais, sempre associando a objetos ou referências visuais para crianças, essas ações são

desenvolvidas naturalmente com o convívio social da criança e em contagens de histórias,

músicas, jogos, brincadeiras entre outros.

Crianças de zero a três anos

Nesta fase o objetivo do professor é estabelecer aproximação de noções matemáticas

por meio da aproximação do cotidiano, como contagem de brinquedos, presentes, dias da

semana, referências comuns, como quantidade de cadeiras, almofadas, etc.

Crianças de quatro a seis anos

Os objetivos nesta faixa etária é desenvolver as habilidades de associação da criança

desenvolvidas de zero a três anos além de desenvolver a capacidade de reconhecer e valorizar

números, operações numéricas, como contagens simples, subtrações, relação de espaço,

tamanho, associação de quantidades, identificação de maior e menor número e capacidade de

lidar com situações numéricas diversas.

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Escrita numérica

A capacidade da criança em representar em algarismos quantidades e valores é

imprescindível para seu desenvolvimento crítico, além de ler números arábicos, compará-los,

ordená-los e saber identificar os números em diversas situações. A escrita numérica deve ser

usada para ensinar também que nem sempre o mesmo número representa a mesma coisa, sua

ordem influencia o valor, por exemplo, para representar três balas, é possível usar 03, mas 30

representa trinta, um valor bem maior, para um aprendizado da escrita numérica correta, é

necessário que a criança compreenda o uso dos algarismos em posição de unidade, dezena,

centena etc.

Atividades interessantes à crianças pode envolver números e devem ser exploradas

pelos educadores, como a numeração de página de um álbum de figurinhas, a numeração da

própria figurinha, quantidade de figurinhas repetidas. Ou ainda trabalhar com associações

entre as próprias crianças, como “quantos alunos estão com camiseta branca”, ou “quantos

lápis tem sobre a mesa”, “qual a idade do colega” entre outros.

Jogos de cartas também oferecem inúmeras possibilidades didáticas, desenvolvendo

capacidade crítica de associação numérica, número maior ou menor, quantidade etc.

Operações

As operações são desenvolvidas naturalmente pela criança, quando contam de 2 em 2,

ou dez em dez, trocam quantidades iguais de figurinhas, isto é, agregam contagem de

elementos a partir de outros. Em diversas situações as crianças operam utilizando como

referência os próprios dedos, papeis, lápis ou outros materiais disponíveis fisicamente pela

criança, porém é necessário desenvolver capacidade da criança em apoiar mentalmente sobre

valores, sem a necessidade de se referenciar fisicamente em algo. Crianças pequenas também

utilizam-se de meios próprios para comparar quantidades, já sabendo quanto é muito e pouco,

ou quando tem quantidades diferentes, menor ou maior.

Pode-se propor para as crianças de cinco e seis anos situações do cotidiano, situações

reais para que tentem resolver problemas matemáticos e não contas isoladas, isso contribui

significativamente para que a criança desenvolva estratégias próprias de resolução de

problemas, com procedimentos próprios e originais.

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Assim, cada situação de cálculo constitui-se em um problema único e aberto que pode

ser solucionado de formas diversas, essas formas devem ser propostas pela própria criança

durante a resolução, pois existem diferentes sentidos da adição e da subtração, porém os

problemas possuem estruturas diferentes, as dificuldades variam em função do contexto e

formulação das atividades.

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Bibliografia

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Portal do Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf> Acesso em: 23/10/2014.

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Portal do Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf> Acesso em: 7/11/2014.

Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil VOLUME 3 disponível online no Portal

do Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf> Acesso em: 3/10/2014.

ANDRADE, Mariza. Portal Educação Infoco. Síntese dos referenciais curriculares nacionais

para a educação infantil. Disponível em

<http://infoco.amplaeducacao.com.br/_arquivos_aulas/1085/65857_principios_e_RCN_curric

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