referenciação e encaminhamento de alunos com necessidades educativas especiais - decreto-lei...

47
Referenciação e Avaliação dos alunos com Necessidades Educativas Especiais Ana Alpuim Aplicação ao abrigo do Decreto-Lei nº3/2008

Upload: ana-alpuim

Post on 27-Jun-2015

290 views

Category:

Education


2 download

DESCRIPTION

Processos Legais referentes à Referenciação e Encaminhamento de alunos sinalizados com Necessidades Educativas Especiais

TRANSCRIPT

Page 1: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Referenciação e Avaliação dos alunos com Necessidades

Educativas Especiais

Ana Alpuim

Aplicação ao abrigo do Decreto-Lei nº3/2008

Page 2: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

1. Organização e Funcionamento da Educação Especial;

2. Fases inerentes ao processo de referenciação e avaliação;

3. Procedimentos de referenciação e avaliação;

4. Avaliação com recurso à CIF;

4.1 Contributos da CIF para a avaliação das NEE

5. Elaboração do Programa Educativo Individual;

5.1 Fases de elaboração e implementação do Programa

Educativo Individual;

Page 3: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Decreto-Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, tem como premissa a qualidade

do ensino orientado para o sucesso de todos os alunos. Um aspeto

determinante dessa qualidade é o desenvolvimento de uma escola

inclusiva, consagrando princípios, valores e instrumentos fundamentais

para a igualdade de oportunidades.

Um sistema de educação inclusivo deve estruturar-se e desenvolver-se

atendendo à diversidade de caraterísticas das crianças e jovens, às

diferentes necessidades ou problemas e, portanto, à diferenciação de

medidas.

Page 4: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

► Define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário dos setores público, particular, cooperativo ou solidário.

► Visa a criação de condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com deficiências ou incapacidades.

► Define como objetivos da educação especial a inclusão educativa e social,

o acesso e o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, bem como a promoção da igualdade de oportunidades, a preparação para o prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação para a vida pós-escolar ou profissional.

► Toda a informação resultante da intervenção técnica e educativa está sujeita aos limites constitucionais e legais.

► Define os direitos e deveres dos pais/encarregados de educação no exercício do poder paternal e introduz os procedimentos a ter no caso em que estes não exerçam o seu direito de participação.

Page 5: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Princípios orientadores

• Todos os alunos, nomeadamente os alunos com NEE, têm o direito

a ser educados em ambientes inclusivos;

• Todos os alunos com NEE poderão contribuir para a sociedade em

que estão inseridos;

• Todos os alunos com NEE deverão ter acesso a serviços de apoio

especializados, quando assim necessitem.

Page 6: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Princípios orientadores

• Todos os alunos deverão ser ensinados a aceitar e valorizar as

diferenças e semelhanças do ser humano;

• Todos os alunos devem ter acesso a um currículo diversificado;

• Todos os alunos com NEE deverão ter a oportunidade de trabalhar em

grupo, participar em atividades extra-curriculares e em eventos

sociais, comunitários e recreativos.

Page 7: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

As escolas ou agrupamentos de escolas devem contemplar nos seus Projetos

Educativos as adequações relativas ao processo de ensino e aprendizagem,

de caráter organizativo e de funcionamento, necessárias à resposta educativa

aos alunos que se enquadram na educação especial.

Nos Projetos Educativos da escola deverão estar registadas entre outras, as

ações e respostas específicas a implementar, as parcerias a estabelecer, as

acessibilidades físicas a efetuar, assegurando assim a participação dos alunos

com NEE de caráter permanente nas atividades de cada grupo/turma e da

comunidade educativa em geral.

Page 8: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Um número significativo de alunos com NEE de carater permanente

necessita de respostas educativas muito específicas, que exigem

equipamentos e especializações profissionais de díficil generalização. Nesse

sentido, podem concentrar-se num agrupamento de escolas de referência

alunos de escolas e agrupamentos limitrofes, possibilitando-lhes, desta

forma, o acesso a uma resposta educativa mais adequada.

Compete ao Conselho Executivo identificar os alunos que necessitam de

respostas específicas diferenciadas e caso o seu número se justifique deve,

depois de ouvido o conselho pedagógico, propor à respetiva Direção Regional

de Educação a criação de unidades especializadas.

Page 9: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Criação de escolas de referência para a educação bilingue de alunos

surdos e para a educação de alunos cegos e com baixa visão.

Criação de unidades de ensino estruturado para a educação de alunos com

perturbações do espetro do autismo.

Criação de unidades de apoio especializado para alunos com

multideficiência e surdocegueira congénita.

Page 10: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Criação de agrupamentos de escolas de referência, no âmbito da

intervenção precoce, para a colocação de docentes.

Criação de instituições de educação especial.

No âmbito do serviço docente, os processos de referenciação e de

avaliação assumem um carácter prioritário e obrigatório, devendo os

docentes priorizar a sua execução sobre toda a atividade docente,

integrando-a na componente não letiva do seu horário de trabalho.

Page 11: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

FASES INERENTES AO PROCESSO

DE REFERENCIAÇÃO E AVALIAÇÃO

Referenciação

Avaliação

O aluno não necessita de

uma avaliação especializada

O aluno não necessita de

respostas educativas no âmbito da

educação especial

Outros apoios disponibilizados

pela escola

O aluno necessita de

uma avaliação especializada

por referência à CIF-CJ

O aluno necessita de respostas educativas

no âmbito da Educação Especial

Elaboração de um PEI

Page 12: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

1. Referenciação e Avaliação

Quem pode efetuar a referenciação?

A quem é feita a referenciação?

2. Processo de Avaliação

Como se planifica o processo de recolha de informação?

Page 13: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Consiste na comunicação/formalização de situações que possam indiciar a

existência de NEE de caráter permanente.

Num 1º momento, devem ser indicados quais os problemas detetados. Em

termos gerais, a referenciação deve espelhar o conjunto de preocupações

relativas à criança ou jovem referenciado.

Quem pode efetuar a referenciação?

Pais ou Encarregados de Educação

Serviços de Intervenção Precoce

Docentes

Serviços da comunidade, tais como:

Serviços de saúde

Serviços da Segurança Social

Serviços de Educação

Page 14: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

A quem é feita a referenciação?

É feita aos orgãos de gestão das escolas ou agrupamentos de escolas da

área de residência.

A formalização da referenciação é feita através do preenchimento de um

formulário no qual se regista o motivo da referenciação, informações

sumárias sobre a criança ou jovem e se anexa toda a documentação que se

considere importante para o processo de avaliação.

O Conselho Executivo do agrupamento de escolas ou da escola solicita ao

departamento de Educação Especial e aos serviços tecnico-pedagógicos de

apoio aos alunos a avaliação das crianças e jovens referenciados e a

elaboração do respetivo relatório tecnico-pedagógico.

Page 15: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

A avaliação tem como objetivo recolher informação que permita:

Verificar se se está perante uma situação de NEE de caráter

permanente;

Dar orientações para a elaboração do Programa Educativo Individual

e identificar os recursos adicionais a disponibilizar.

► Caso se considere a necessidade de uma avaliação especializada, o

Conselho Executivo poderá solicitar a intervenção de outros técnicos

especializados para que em conjunto se constitua uma equipa

pluridisciplinar que avalie as necessidades específicas de cada aluno.

Page 16: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Como se planifica o processo de recolha de informação?

Uma vez constituída a equipa, a primeira etapa consiste na análise da

informação disponível para posteriormente se decidir o que é preciso avaliar,

quem vai avaliar e como se avalia.

A avaliação, tendo a CIF-CJ como quadro de referência, deve contemplar

vários fatores (componentes da funcionalidade e da incapacidade e fatores

contextuais) e as interações que se estabelecem entre eles.

Deverão ser selecionadas as categorias relativas às quais se considere ser

necessário obter nova ou mais informação, de acordo com a condição

específica de cada criança/jovem.

Page 17: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Identificados os aspetos em que vai incidir a avaliação, é necessário definir

quem vai avaliar as diferentes categorias e que instrumentos vão ser

utilizados.

Depois de uma análise conjunta dos dados de avaliação, com a ajuda da

Checklist é elaborado um relatório técnico-pedagógico onde se identifica o

perfil de funcionalidade do aluno, tendo em conta a atividade e participação,

as funções e estruturas do corpo e a descrição dos facilitadores e barreiras

que a nível dos fatores ambientais influenciam essa mesma funcionalidade.

Page 18: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

O relatório deverá ainda explicar as razões que determinam as NEE e a sua

tipologia (intelectual, emocional, sensorial, comunicação…), bem como as

respostas e medidas educativas a adotar que servirão de base à elaboração

do PEI.

Confirmada a anuência do Encarregado de Educação, o relatório técnico-

pedagógico será homologado pelo Conselho Executivo. Este relatório fará

parte integrante do processo individual do aluno.

O processo de avaliação deverá ficar conhecido 60 dias após a

referenciação com a aprovação do Programa Educativo Individual pelo

Conselho Executivo.

Page 19: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Contributos da CIF-CJ para a avaliação das NEE:

• Linguagem neutra da CIF conduz a maior aceitação de pais, professores

e alunos;

• Sistema de qualificação da CIF permite à equipa de avaliação especificar

o grau de capacidade, necessidades, barreiras e facilitadores, bem como

sua possibilidade de mudança;

• A CIF é integradora ao incorporar não só aspetos médicos, mas também

os fatores psicológicos e sociais da incapacidade;

• É um instrumento concebido para descrever as funcionalidades

humanas e não apenas as incapacidades.

Page 20: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Contributos da CIF-CJ para a avaliação das NEE:

• A CIF considera a incapacidade como um a “interação dinâmica entre a

pessoa e fatores contextuais”;

• A CIF é parte integrante de um sistema de classificação que inclui a

Classificação Internacional de Doenças, permitindo uma integração

entre o CID 10 e a CIF;

• A CIF permite sistematizar não só a capacidade funcional do aluno mas

também as suas limitações na realização de atividades.

Page 21: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

A CIF está dividida em duas partes, cada uma com duas componentes:

• Parte 1: Funcionalidade e Incapacidade

a) Funções e estruturas do corpo

b) Atividade e Participação

• Parte 2: Fatores Contextuais

a) Fatores ambientais

b) Fatores Pessoais (não quantificáveis)

Page 22: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

• Cada componente contém diferentes capítulos e domínios. Em cada

domínio existem várias categorias e subcategorias que constituem as

unidades de classificação.

A CIF utiliza o seguinte sistema alfa-numérico:

b – funções do corpo

s - estruturas do corpo

d – atividade e participação

e – fatores ambientais

Page 23: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

• Os 3 componentes classificados na CIF são quantificados através de

uma escala genérica. Um problema pode significar uma deficiência,

limitação, restrição ou barreira dependendo do construto.

xxx.0 – Não há problema (0 a 4%)

xxx.1 - Problema LIGEIRO (5-24%)

xxx.2 – Problema MODERADO (25-49%)

xxx.3 - Problema GRAVE (50-95%)

xxx.4 - Problema COMPLETO (96-100%)

xxx.8 – não especificado

xxx.9 - não aplicável

Page 24: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

• Funções do corpo:

• São funções fisiológicas dos sistemas orgânicos, incluíndo as

funções psicológicas. Esta componente possui 8 capítulos.

Funções do corpo

Capítulo 1 Funções mentais

Capítulo 2 Funções sensoriais e dor

Capítulo 3 Funções da voz e da fala

Capítulo 4 Funções do aparelho cardiovascular , dos

sistemas hematológicos e imunológicos e do

aparelho respiratório.

Page 25: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Funções do corpo (cont.).

Capítulo 5 Funções do aparelho digestivo e dos sistemas

metabólico e endócrino

Capítulo 6 Funções genitourinárias e reprodutivas

Capítulo 7 Funções neuromusculoesqueléticas e funções

relacionadas com o movimento

Capítulo 8 Funções da pele e estruturas relacionadas

• Para as deficiências que nem sempre podem ser observadas

diretamente (e.g., funções mentais), o utilizador pode inferir a

partir da observação do comportamento.

Page 26: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

• Atividade e Participação:

• Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo;

• Participação é o envolvimento numa situação de vida. Esta

componente está dividida em 9 capítulos.

Atividade e Participação

Capítulo 1 Aprendizagem e aplicação de

conhecimentos

Capítulo 2 Tarefas e exigências gerais

Capítulo 3 Comunicação

Capítulo 4 Mobilidade

Capítulo 5 Auto-cuidados

Page 27: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Atividade e Participação

Capítulo 6 Vida doméstica

Capítulo 7 Interacções e relacionamentos

interpessoais

Capítulo 8 Áreas principais de vida

Capítulo 9 Vida comunitária, social e cívica

Page 28: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Exemplo 1: d1661. 3

• Componente: d – atividade e participação

• Capítulo/domínio: capítulo 1 – aprendizagem e aplicação dos

conhecimentos

• Categoria: 66 – ler

• Subcategoria: 1 – Compreender a linguagem escrita

• Qualificador: 3 problema GRAVE

Page 29: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Exemplo 2: d7500.1

• Componente: d – atividade e participação

• Capítulo/domínio: Capítulo 7 – interacções e

relacionamentos interpessoais

• Categoria: 50 – relacionamentos sociais informais

• Subcategoria: 0 – relacionamentos informais com amigos

• Qualificador: 1 – problema LIGEIRO

Page 30: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

• Fatores Ambientais

• Constituem o ambiente físico, social e atitudinal no qual as pessoas

vivem e conduzem a sua vida. Esses fatores externos podem ter uma

influência positiva ou negativa sobre o desempenho social, sobre a sua

capacidade para executar ações ou tarefas, ou sobre as funções e

estruturas do corpo.

• As influências positivas são consideradas facilitadores, as influências

negativas constituem barreiras. Um coeficiente (0 a 4) separado por um

ponto (.) indica uma barreira, enquanto que se estiver separado do

código por um sinal (+) indica um facilitador.

Page 31: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Fatores Ambientais

Capítulo 1 Produtos e tecnologia

Capítulo 2 Ambiente natural e mudanças ambientais

feitas pelo homem

Capítulo 3 Apoio e relacionamentos

Capitulo 4 Atitudes

Capítulo 5 Serviços, sistemas e políticas

Page 32: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Exemplo 3: e1250+2

• Componente: e – fatores ambientais

• Capítulo/domínio: capítulo 1 – produtos e tecnologias

• Categoria: 25 – produtos e tecnologias para a comunicação

• Subcategoria: 0 – produtos e tecnologias gerais para a comunicação

• Qualificador: + 2 Facilitador MODERADO

Page 33: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Programa Educativo Individual

► Constitui um documento que assume a maior importância para os alunos

com NEE de carater permanente, bem como para todos os intervenientes no

seu processo educativo;

► Trata-se de um instrumento fundamental no que se refere à

operacionalização e eficácia da adequação do processo de ensino e de

aprendizagem.

Um PEI é:

► Um documento formal que garante o direito à equidade educativa

dos alunos com NEE de carater permanente;

Page 34: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Um PEI é:

Um instrumento de trabalho que descreve o perfil de funcionalidade por

referência à CIF-CJ do aluno e estabelece as respostas educativas específicas

requeridas por cada aluno em particular.

Um documento que responsabiliza a escola e os Encarregados de Educação

pela implementação de medidas educativas que promovam a aprendizagem e

a participação dos alunos com NEE de carater permanente.

Um instrumento dinâmico que deve ser regularmente revisto e reformulado,

uma vez que se fundamenta numa avaliação compreensiva e integrada do

funcionamento do aluno, passível de sofrer alterações.

Page 35: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Recolher informações

Reformular o PEI

Implementar o PEI

Monitorizar o

processo Estabelecer o PEI

Page 36: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

O modelo de PEI deve incluir os seguintes dados:

Identificação do aluno;

Resumo da história escolar e outros antecedentes relevantes;

Indicadores de funcionalidade e fatores ambientais que funcionam como

facilitadores ou como barreiras à participação e á aprendizagem;

Definição das medidas educativas a implementar;

Descriminação dos conteúdos, dos objetivos gerais e específicos a atingir

e das estratégias e recursos humanos e materiais a utilizar;

Nível de participação do aluno nas atividades educativas da escola;

Distribuição horária das diferentes atividades previstas;

Definição do processo de avaliação da implementação do PEI;

Data e assinatura dos participantes envolvidos na sua elaboração e dos

responsáveis pelas respostas educativas a aplicar.

Page 37: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

► O PEI é elaborado, conjunta e obrigatoriamente pelo docente responsável

pelo grupo ou turma ou pelo Diretor de Turma, pelo docente de Educação

Especial e pelo Encarregado de Educação, ou seja, por quem melhor

conhece o aluno e por quem trabalha diretamente com ele.

A elaboração do PEI no âmbito de um trabalho em equipa permite:

Partilha de informação relativa ao funcionamento do aluno em

vários contextos;

Uma compreensão comum, por parte de todos os

intervenientes, dos facilitadores e barreiras no desempenho do

aluno;

Uma implicação mais ativa e responsável, por parte de todos,

incluindo os Pais ou Encarregados de Educação.

Uma intervenção contextualizada e concertada.

Page 38: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Medidas educativas previstas no Decreto-Lei n.º 3/2008:

a) Apoio Pedagógico Personalizado

b) Adequações Curriculares Individuais

c) Adequações no Processo de Matrícula

d) Adequações no Processo de Avaliação

e) Currículo Específico Individual

f) Tecnologias de Apoio

Page 39: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:

Apoio Pedagógico Personalizado

i. Reforço de estratégias ao nível da organização, do espaço e das

atividades;

ii. Estímulo e reforço de determinadas competências e aptidões

necessárias à aprendizagem;

iii. Antecipação e reforço da aprendizagem de conteúdos lecionados no

âmbito do grupo ou da turma;

iv. Reforço e desenvolvimento de competências específicas.

Page 40: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:

Adequações Curriculares Individuais

i. Traduz-se em adequações de âmbito curricular, que não colocam

em causa o currículo comum;

ii. Poderão ser introduzidas disciplinas ou áreas currículares

específicas, designadamente Língua Gestual Portuguesa (L1) e

Língua Portuguesa/Português segunda língua, para alunos surdos

(LP2), leitura e escrita em braille, orientação e mobilidade, treino

de visão e atividade motora adaptada;

iii. Introdução de objetivos e conteúdos intermédios ou na dispensa

de atividades sempre que o nível de funcionalidade do aluno

dificulte acentuadamente, ou impossibilite , a sua execução.

Page 41: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:

Adequações no Processo de Matrícula

i. Alunos surdos, cegos, ou com baixa visão, têm prioridade na

matrícula em escolas de referência;

ii. Alunos com perturbações do espetro do autismo, multideficência,

ou surdocegeuira congénita, podem matricular-se e frequentar

escolas com unidades de ensino especializado

independentemente da sua área de residência;

iii. Aos alunos com NEE de carater permanente pode ser concedido o

adiamento da matrícula no 1.º ano de escolaridade apenas por um

ano, não sendo possível a renovação.

Page 42: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:

Adequações no Processo de Avaliação

i. Tipo de prova;

ii. Instrumentos de avaliação e certificação;

iii. Condições de avaliação (formas e meios de comunicação,

periodicidade, duração e local da mesma);

Currículo Específico Individual

i. Prevê alterações significativas no currículo comum ;

ii. Priorização de áreas curriculares ou determinados conteúdos em

detrimento de outros;

iii. Eliminação de objetivos e conteúdos;

iv. Introdução de conteúdos e objetivos complementares referentes a

aspetos bastante específicos;

v. Eliminação de áreas curriculares.

Page 43: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Pretende-se que estes currículos:

i. Tenham um cariz funcional, ou seja, as atividades propostas têm

que ser úteis para a vida presente e futura (pós escolar) do aluno;

ii. A seleção das competências a desenvolver deve ter como critério

a sua aplicabilidade nos diferentes contextos de vida do aluno;

iii. A aprendizagem das competências definidas deve ser, sempre

que possível, realizada nos contextos reais por forma a dar-lhes

significado;

iv. As atividades devem estar relacionadas, na medida do possível,

com a idade cronológica e com os interesses do aluno.

Page 44: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:

Tecnologias de Apoio

i. Conjunto de dispositivos e equipamentos que têm por objetivo

compensar uma limitação funcional e facilitar um modo de vida

independente;

ii. Elementos facilitadores do desempenho de atividades e da

participação dos alunos com NEE em diferentes domínios

(aprendizagem, vida social e profissional);

iii. Podem ser utilizadas em diferentes áreas como:

a) Cuidados pessoais e de higiene;

b) Mobilidade;

c) Adaptações para mobiliário e espaço físico;

d) Comunicação, informação e sinalização;

e) Recreação.

Page 45: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Acompanhamento do Programa Educativo Individual

i. O PEI deve ser revisto a qualquer momento e, obrigatoriamente, no

final de cada nível de educação e ensino e no fim de cada ciclo do

ensino básico;

ii. A avaliação da implementação das medidas educativas deve assumir

um caráter de continuidade, sendo obrigatória pelo menos em cada

um dos momentos de avaliação interna da escola;

iii. No final do ano deve ser elaborado um Relatório Circunstanciado

relativo às medidas aplicadas e aos resultados obtidos;

Page 46: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

Acompanhamento do Programa Educativo Individual

iv. O relatório explicita a existência da necessidade de o aluno continuar a

beneficiar de adequações no processo de ensino e de aprendizagem,

propõe as alterações necessárias ao programa educativo individual e

constitui parte integrante do processo individual do aluno;

v. O Relatório referido nos números anteriores, ao qual é anexo o programa

educativo individual, é obrigatoriamente comunicado ao estabelecimento

que receba o aluno, para prosseguimento de estudos ou em resultado de

processo de transferência.

Page 47: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008

• Correia, L. M. (2003). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto:Porto

Editora.

• Correia, L. M. (2008). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais, um Guia

para Educadores e Professores. Porto: Porto Editora.

• DGIDC (s/d). Avaliação e Intervenção na Área das NEE. Ministério da Educação.

• DGIDC (2008). Educação Especial, Manual de Apoio à Prática. Lisboa: Ministério

da Educação.

• OMS (2001). Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e

Saúde (CIF). Lisboa: DirecçãoGeral de Saúde.

• Madureira, I. & Leite, T. (2003). Necessidades Educativas de Educação. Lisboa:

Universidade Aberta.