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REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM EM UMA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE CARNES JESSE JAMES PRATES RATIER (UNESPAR ) [email protected] MARCIA DE FATIMA MORAIS (UNESPAR ) [email protected] Rony Peterson da Rocha (UNESPAR ) [email protected] Na indústria alimentícia, o alto valor agregado em termos de praticidade, tempo de prateleira, tendências de mercado, têm alterados os hábitos de compra dos consumidores. Inserido na segunda grande área de Engenharia de Produção, a Logística, o estudo aqui apresentado, que trata da atividade de armazenagem, teve como objetivo elaborar uma proposta de reestruturação do sistema de armazenagem de produtos semiacabados e acabados em uma indústria de processamento de carnes, aqui denominada, Indústria X. Sabe-se que o mau aproveitamento do espaço físico disponível para armazenagem acarreta aumento nos custos logísticos, quer seja por falta ou excesso de produtos, bem como prejuízos com a movimentação de materiais inadequada, tornando, portanto, relevante a execução de pesquisas orientadas a esta temática. No decorrer da pesquisa foi estabelecido um esquema para setorização dos produtos no armazém da Indústria X, que pode dinamizar a funcionalidade do setor de expedição e permitir que os produtos tenham maior tempo de prateleira (Shelf Life). Metodologicamente, a pesquisa aqui apresentada é classificada quando aos fins como descritiva, explicativa e exploratória, e quanto aos meios como bibliográfica e estudo de caso. Constatou-se que com a implantação da proposta de reestruturação do arranjo físico do armazém da Indústria X, será possível ampliar o número de vagas de 166 para 192, o que corresponde a um percentual de aumento de 22,5% na capacidade de armazenagem da Indústria X. Também será possível reduzir de 30 para 20 o número de vagas disponíveis para as sobras. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE

ARMAZENAGEM EM UMA INDÚSTRIA DE

PROCESSAMENTO DE CARNES

JESSE JAMES PRATES RATIER (UNESPAR )

[email protected]

MARCIA DE FATIMA MORAIS (UNESPAR )

[email protected]

Rony Peterson da Rocha (UNESPAR )

[email protected]

Na indústria alimentícia, o alto valor agregado em termos de praticidade,

tempo de prateleira, tendências de mercado, têm alterados os hábitos de

compra dos consumidores. Inserido na segunda grande área de Engenharia

de Produção, a Logística, o estudo aqui apresentado, que trata da atividade

de armazenagem, teve como objetivo elaborar uma proposta de

reestruturação do sistema de armazenagem de produtos semiacabados e

acabados em uma indústria de processamento de carnes, aqui denominada,

Indústria X. Sabe-se que o mau aproveitamento do espaço físico disponível

para armazenagem acarreta aumento nos custos logísticos, quer seja por

falta ou excesso de produtos, bem como prejuízos com a movimentação de

materiais inadequada, tornando, portanto, relevante a execução de

pesquisas orientadas a esta temática. No decorrer da pesquisa foi

estabelecido um esquema para setorização dos produtos no armazém da

Indústria X, que pode dinamizar a funcionalidade do setor de expedição e

permitir que os produtos tenham maior tempo de prateleira (Shelf Life).

Metodologicamente, a pesquisa aqui apresentada é classificada quando aos

fins como descritiva, explicativa e exploratória, e quanto aos meios como

bibliográfica e estudo de caso. Constatou-se que com a implantação da

proposta de reestruturação do arranjo físico do armazém da Indústria X, será

possível ampliar o número de vagas de 166 para 192, o que corresponde a

um percentual de aumento de 22,5% na capacidade de armazenagem da

Indústria X. Também será possível reduzir de 30 para 20 o número de vagas

disponíveis para as sobras.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

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Palavras-chaves: Arranjo físico, Setorização de produtos, produtos acabados

e semiacabados.

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1 Introdução

Na indústria de alimentos, o alto valor agregado em termos de praticidade, tempo de

prateleira, tendências de mercado, têm exercido forte influência nos de hábitos de compra dos

consumidores. Esta pesquisa tem como objeto de estudo uma indústria inserida no setor de

produtos cárneos.

Inserido na segunda grande área de Engenharia de Produção, a Logística, que segundo a

ABEPRO (2008) é a área que trata das principais questões envolvendo o transporte, a

movimentação, o estoque e o armazenamento de insumos e produtos, visando a redução de

custos, a garantia da disponibilidade do produto, bem como o atendimento dos níveis de

exigências dos clientes.

Para Ballou (1993) a logística é responsável pelo processo de planificar, implementar e

controlar o fluxo e armazenagem de matérias-primas, dos produtos em processo e acabados e

também de informações desde os fornecedores até o cliente de forma eficiente e efetiva. O

estudo aqui apresentado trata da atividade de armazenagem, que se refere à administração do

espaço necessário para manter estoques (BALLOU, 1993), e que segundo Amaral (2000)

assume grande importância na obtenção de maiores lucros para uma empresa.

Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de

reestruturação do sistema de armazenagem de produtos semiacabados e acabados na Câmara

de Estocagem 06 (CE06), no Corredor de Acesso (CA) e na Plataforma de Carregamento e

Expedição (PCE) em uma indústria de processamento de carnes, aqui denominada Indústria

X, uma vez que o mau aproveitamento do espaço acarreta aumento nos custos logísticos, quer

seja por falta ou excesso de produtos, bem como prejuízos com a movimentação de materiais

inadequada.

Este artigo encontra-se estruturado em sete seções. A primeira, a introdução traz uma breve

contextualização do estudo, bem como seus objetivos. O referencial teórico e a metodologia,

são apresentados na segunda e terceira seção, respectivamente. Na quarta seção, o atual

sistema de armazenagem na CE06, no CA e na PCE da Indústria X é caracteriza e analisado.

Uma proposta para reestruturação do sistema armazenagem na CE06, no CA e na PCE da

Indústria X é apresentada na quinta seção. Os resultados da proposta de reestruturação do

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sistema de armazenagem são discutidos na sexta seção. As considerações do estudo são

expostas na sétima seção.

2 Referencial teórico

2.1 Armazenagem

A armazenagem executa um papel chave para aumentar a eficiência do transporte de

mercadorias, reduzir os custos de estocagem, aumentar e melhorar o nível de serviço, de

modo satisfazer as necessidades dos consumidores. A armazenagem é a atividade da logística

que engloba o planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento das operações

destinadas a manter adequadamente estocados matérias-primas e produtos finais, em

condições de uso, além de executar a expedição no momento certo (BALLOU, 1993).

2.2 Planejamento da armazenagem

As atividades envolvidas no planejamento da armazenagem, de acordo com Bowersox; Closs;

Cooper (2006) e Ballou (2006) são: Escolha do local; Projeto das Instalações; Analise do Mix

de Produtos; Localização do Estoque; Configuração das Instalações; e Projeto do Sistema de

Manuseio de Materiais.

2.2.1 Escolha do local

Na hora de escolher o local para a construção de um armazém, deve-se definir em que região

o armazém deverá estar localizado, levando em consideração as limitações urbanas, em

particular relativas à altura máximas e edificáveis (MOURA, 1989; BALLOU,1993).

2.2.2 Projeto das instalações

Um armazém deve ser projetado para facilitar o fluxo de produtos, visando também redução

de tempos. A elaboração de um projeto de armazém deve levar em conta muitas variáveis,

tais como as especificações e dimensões, o arranjo físico e o traçado fixado para o

equipamento de manuseio de materiais, conforme salientam Bowersox; Closs; Cooper (2006).

De acordo com Moura (1989) a metodologia geral, para projetar o arranjo físico de um

armazém, consiste em cinco passos:

a) Definir a localização de todos os obstáculos;

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b) Localizar as áreas de recebimento e expedição;

c) Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de estocagem;

d) Definir o sistema de localização do estoque; e

e) Avaliar as alternativas de arranjo físico do armazém.

Para Ballou (1993) o planejamento do arranjo físico geral é mais vantajoso quando realizado

antes da construção do edifício, pois ambos afetam os custos construtivos e manuseio.

2.2.3 Análise do mix de produtos

“O projeto e as operações de um armazém estão diretamente relacionados ao composto de

produtos armazenados. É conveniente determinar o tamanho total, a cubagem e o peso do

pedido médio que será processado pelo armazém.” (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006,

p. 328).

A determinação dos espaços no armazém, o seu projeto do armazém e seu arranjo físico, bem

como os equipamentos de manuseio, os procedimentos operacionais e as formas de controle,

são decisões baseadas no mix de produtos produzidos/ofertados por uma empresa.

2.2.4 Localização do Estoque

“A localização do estoque relaciona-se com a localização de itens individuais no armazém.

Não existe um único sistema de localização de estoque para todas as ocasiões e sim vários

sistemas básicos que podem ser utilizados juntos” (ARNOLD, 1999, p.357). Desta forma,

Arnold (1999) cita como exemplo os seguintes sistemas básicos de localização de estoques:

(a) Agrupar itens funcionalmente relacionados; (b) Agrupar os itens de giro rápido e; (c)

Agrupar itens fisicamente semelhantes.

2.2.5 Configuração das instalações

A configuração da instalação de armazenagem engloba o dimensionado e o arranjo físico.

Para o dimensionamento da instalação é necessário conhecer a relação entre estoque, espaço e

tempo, bem como a relação entre nível de estoque e o projeto da instalação, uma vez que o

nível máximo de estoque deve ser convertido em espaço ocupado (MOURA, 1989). De

acordo com Moura (1989) o dimensionamento do espaço e a quantificação de ocupação das

necessidades, engloba as seguintes etapas:

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a) Determinar o que será feito;

b) Determinar como fazer;

c) Documentar as necessidades de espaço de cada; e

d) Determinar as necessidades totais de espaço.

O arranjo físico de um armazém depende do sistema de manuseio de materiais escolhido e

exige um plano de área útil, tudo isso com o objetivo de facilitar a movimentação de produtos,

não se deve generalizar quando fala-se sobre arranjo físico de armazéns, pois devem atender a

requisitos específicos (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Bowersox; Closs; Cooper

(2006) e Ballou (1993) propõe que a realização de uma operação eficiente e efetiva de

armazenagem depende muito da existência de um bom arranjo físico.

Para Moura (1989) os objetivos do arranjo físico de um armazém devem ser:

a) Assegurar a utilização máxima do espaço;

b) Propiciar a mais eficiente movimentação de materiais;

c) Propiciar a estocagem mais econômica, em relação ás despesas de equipamento,

espaço, danos de material e mão de – obra do armazém;

d) Propiciar flexibilidade máxima para satisfazer as necessidades de mudança de

estocagem; e

e) Fazer do armazém um modelo de boa organização.

2.2.6 Projeto de manuseio de materiais

O manuseio de materiais está associado com a armazenagem e também apóia a manutenção

dos estoques, é uma atividade que diz respeito à movimentação do produto no local de

estocagem. O manuseio de materiais significa transportar pequenas quantidades de produtos

por distâncias relativamente pequenas (BALLOU, 1993).

Para a realização de um bom projeto de manuseio de materiais, existem algumas diretrizes nas

quais Bowersox; Closs; Cooper (2006) citam que:

a) Os equipamentos de manuseio e armazenagem devem ser os mais padronizados

possíveis;

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b) O sistema deve ser projetado para proporcionar fluxo de produtos mais contínuo

possível;

c) Os investimentos devem ser feitos em equipamentos de manuseio, de preferência a

equipamentos estáticos;

d) Os equipamentos de manuseio de materiais devem ser usados o mais intensamente

possível;

e) Os equipamentos de manuseio a serem escolhidos devem ter a menor relação possível

entre peso e carga útil; e

f) Sempre que possível, a força da gravidade deve ser aproveitada em projetos de

sistemas de manuseio.

Ainda de acordo com Bowersox; Closs; Cooper (2006) os sistemas de manuseio de matérias

classificam-se em: mecanizados; semi-automatizados; automatizados; e baseados em

informação.

3 Metodologia

Esta pesquisa é classificada quando aos fins como descritiva, explicativa e exploratória. A

pesquisa descritiva e explicativa foi utilizada para a compreensão do sistema de cada família

de produtos armazenados (Curados, Fatiados e Cozidos) na CE06 e na PCE. A pesquisa

exploratória foi utilizada para evidenciar o motivo pelo qual o arranjo físico existente não se

adequava ao nível de estocagem necessário a Indústria X.

Quanto aos meios, a pesquisa é classificada como bibliográfica e estudo de caso. A pesquisa

bibliográfica fez-se necessário para a elaboração do referencial teórico. A pesquisa é

caracterizada como estudo de caso, pois teve-se o intuito de estudar o processo de

armazenagem de produtos acabados e semiacabados na Indústria X, visando a reestruturação

do sistema de armazenagem através da proposição de um arranjo adequado às reais

necessidades da unidade em questão.

A coleta de dados foi realizada por meio de observações diretas e entrevistas abertas, além de

medições da área total disponível para a armazenagem e da capacidade de arqueamento dos

produtos semiacabados, queconsiste na atividade de revisão do vácuo das embalagens dos

produtos cozidos, após período de descanso de até 8 horas. As medições forneceram dados

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para se identificar o arranjo do espaço físico e o tempo necessário para o arqueamento dos

produtos semiacabados.

Foram utilizados para o desenvolvimento deste trabalho equipamentos para a medição do

tempo e volume de capacidade de armazenagem tais como: cronômetro e trena. Os softwares

como Microsoft Excel e AutoCAD 2010 foram utilizados no estudo.

4 O sistema de armazenagem na Câmara de Estocagem 06 (CE06), no Corredor de

Acesso (CA) e na Plataforma de Carregamento e Expedição (PCE) da Indústria X

Na CE06, no CA e na PCE são acondicionados produtos das famílias de fatiados, cozidos e

curados. A família dos fatiados é composta pelos produtos Bacon, Mortadela Bologna

Premium, Presunto Premium, Apresuntado Premium, Lombo Premium, Linguiça Calabresa

Fina, Linguiça Calabresa, Mortadela Defumada, Salame, Pontas de Salame, Copa, Mortadela

de Frango, Peito de Frango Light. A família dos cozidos é composta pelos produtos Linguiça

Portuguesa, Linguiça Paio, Linguiça Calabresa T01, Linguiça Calabresa T02, Lombo Cozido,

Linguiça Calabresa Fina, Linguiça Calabresa Reta. A família curados é composta pelos

produtos Salame Italiano 10 kg, Salame Italiano 5 kg e Copa à vácuo.

Do total produzido, cerca de 80.000 kg/dia são acondicionados na CE06 e na PCE. Um fluxo

médio adicional de 50.000 kg/dia de produtos para arqueamento também deve ser

acondicionado na CE06 e na PCE. Os produtos acabados são acondicionados em paletes de

1,00m x 1,20m entre (624 e 1000) kg, de acordo com o produto em questão. A produção

diária é separada em três turnos: 37% turno A; 37% turno B; e 26% turno C.

A Indústria X não tem disponibilidade para ampliar seu espaço físico, porém, o

comportamento da demanda e adaptações realizadas no setor produtivo, permitiu o aumento

nos níveis de produção, levando a necessidade de mais espaço para a armazenagem de

produtos acabados e semiacabados.

A CE06 constitui o principal espaço físico disponível para armazenagem da produção da

Indústria X, e conta com uma área utilizável de 277,88 m2, a mesma vem sendo utilizada

diariamente para o armazenamento de em média 100 paletes, podendo chegar a 130 no início

da semana, uma vez que são utilizados cerca 30 paletes para armazenagem de sobras (paletes

incompletos).

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Outra área que é destinada para armazenagem é a PCE e o CA, que conta com espaço físico

utilizável de 359,08 m2 divididos entre os setores de arqueamento, unitização de produtos

acabados, e embarque e desembarque. A CE06 conta com uma capacidade máxima de 120

vagas e o CA e a PCE tem capacidade máxima de 45 vagas, o que totaliza 165 vagas.

Na CE06, no CA e na PCE são armazenados diariamente cerca de 50 paletes adicionais,

divididos entre produtos acabados e produtos semiacabados (não arqueados). Os produtos

semiacabados, que aguardam o arqueamento, são armazenados aleatoriamente dentre as vagas

dispostas nestes setores.

O arqueamento da produção é realizado de segunda-feira à sexta-feira, e tem capacidade

média de 50 toneladas/dia. No entanto, a produção de produtos que necessitam de

arqueamento ocorre de segunda-feira à sábado, o que gerando sobrecarga no setor de

arqueamento na segunda-feira, uma vez que devem ser arqueada a produção do sábado e da

segunda-feira.

Os produtos acabados não são setorizados no armazém, o que provoca a mistura dos

diferentes produtos, além de produtos acabados com produtos para arqueamento

(semiacabados). Por não haver uma padronização, as sobras oriundas de cada setor de

produção são armazenados de maneira desorganizada fazendo com que pequenos volumes

ocupem em média 30 vagas no estoque.

Os paletes oriundos da produção de sábado são armazenados desalinhados e às vezes nos

corredores, já que não há espaço no armazém, devido à desorganização oriunda da falta de

arqueamento neste dia. Tal fato faz com que produtos estocados no fundo do armazém tenham

seus tempos de vida na prateleira (Shelf Life) defasados, já que os mesmos só poderão ser

carregados e expedidos depois dos produtos que necessitam de arqueamento.

O manuseio de materiais fica impossibilitado de ser realizado corretamente, já que as ruas,

que já são estreitas, ficam com produtos alocados, fazendo com que paleteiras não possam ser

deslocadas adequadamente.

A PCE e o setor de arqueamento não estão demarcados, o que ocasiona maior demanda de

tempo para a organização da carga necessária para o despacho de veículos.

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5 Reestruturação do sistema de armazenagem na Câmara de Estocagem 06 (CE06), no

Corredor de Acesso (CA) e na Plataforma de Carregamento e Expedição (PCE) da

Indústria X

Para a reestruturação do sistema de armazenagem na CE06, no CA e na PCE foi necessário

identificar a área disponível para Armazenagem, a capacidade necessária de armazenagem, a

quantidade necessária de arqueamento e o tempo diário necessário para o arqueamento.

A Tabela 1 apresenta as áreas disponíveis para armazenagem na CE06, no CA e na PCE.

Tabela 1 – Área total disponível para armazenagem

Camara de Estocagem 06

Área Total Utilizável (m2)

81,2

169,35

277,88

Total 528,43

Setor

Corredor de Acesso

Plataforma de Embarque e Expedição

As quantidades de paletes necessários por dia, para cada família de produtos, de acordo com

plano diário de produção, são apresentadas nas Tabelas 2, 3 e 4.

Tabela 2 – Total de paletes/dia: Família de fatiados

Produto kg/Palete Quantidade (Kg) Número de Paletes

Bacon 700 1615 3

Bologna Premium 844,8 1734 3

Presunto Premium 998,4 2307 3

Apresuntado Premium 998,4 2307 3

Lombro Premium 844,8 606 1

Linguiça Calabresa Fina 792 827 2

Linguiça Calabresa 800 1250 2

Mortadela Defumada 844,8 577 1

Salame 630 1534 3

Pontas de Salame Variável 47 1

Copa 630 202 1

Mortadela de Frango 844,8 1442 2

Peito de Frango Light 844,8 577 1

14755 26Total

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Tabela 3 – Total de paletes/dia: Família de cozidos

Produto kg/Palete Quantidade (Kg) Número de Paletes

LinguiçaPortuguesa 1000 2444 3

Linguiça Paio 1000 4400 5

Linguiça Calabresa T01 1000 29447 30

Linguiça Calabresa T02 1000 6667 7

Lombo Cozido 825 3911 5

Linguiça Fina 1000 8889 9

Linguiça Calabresa Reta 945 3597 4

59355 63Total

Tabela 4 – Total de paletes/dia: Família de curados

Produto kg/Palete Quantidade (Kg) Número de Paletes

Salame Italiano 10Kg 720 3635 6

Salame Italiano 5Kg 825 1239 2

Copa à vácuo 825 718 1

5592 9Total

Diariamente são necessários 98 paletes de produtos acabados, além de aproximadamente 50

paletes adicionais, divididos entre sobras (paletes incompletos) e produtos semiacabados (não

arqueados), totalizando 148 paletes/dia.

Para a obtenção do tempo necessário para o arqueamento diário da produção foram tomados

15 tempos para cada produto, e calculada uma média simples. Somou-se aos tempos médios o

tempo de ociosidade da atividade, que é de 9,67 minutos. Esta ociosidade foi obtida através da

subtração de 1 hora de trabalho pela soma dos tempos de arqueamento de paletes em 1 hora.

A Tabela 5 apresenta os parâmetros utilizados para o cálculo do tempo necessário para

arqueamento, bem como o tempo médio diário para arqueamento.

Tabela 5 – Tempo diário necessário para arqueamento

Número Paletes Tempo Médio por Tempo Médio por Tempo Total de

Arqueados Produto (min.) Produto + ociosidade (min.) Arqueamento (min.)

Linguiça Portuguesa 2 7,41 8,505 17,01

Linguiça Paio 4 6,91 8,275 33,10

Linguiça Calabresa T01 6 7,19 8,555 51,33

Linguiça Calabresa T02 29 6,99 8,355 242,30

Linguiça Calabresa Fina 8 7,51 8,875 71,00

Linguiça Calabresa Reta 3 6,86 8,225 24,68

Total 52 439,41

7,32

Produto

Tempo Médio Diário (horas)

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Para a armazenagem dos produtos na Indústria X, propõe-se que os mesmos sejam dispostos

em três famílias de produtos e setorizados em 8 áreas de armazenagem, divididas por cinco

Ruas, visando facilitar a localização dos produtos e a aplicação da regra de despacho PEPS

(Primeiro que Entra Primeiro que Sai). O Quadro 1 sintetiza o esquema de setorização dos

produtos.

Quadro 1 – Setorização dos produtos na CE06, no CA e na PCE

Quantidade Área de

Reservada Armazenagem

LinguiçaPortuguesa 5 C W LARANJA

Linguiça Paio 8 C K VERDE

Linguiça Calabresa T01 32 E K,Y VERDE, AZUL

Linguiça Calabresa T02 27 H * LARANJA

Lombo Cozido 4 E W LARANJA

Linguiça Fina 8 E W LARANJA

Linguiça Calabresa Reta 5 C Y AZUL

Diversos Produtos - Arqueamento 44 B, D * AMARELO

Bacon 2 A K VERDE

Bologna Premium 2 A K VERDE

Presunto Premium 2 A K VERDE

Apresuntado Premium 2 A K VERDE

Lombro Premium 1 A H AZUL

Linguiça Calabresa Fina 2 A W LARANJA

Linguiça Calabresa 2 A W LARANJA

Mortadela Defumada 1 A Y AZUL

Salame 2 A K VERDE

Pontas de Salame 1 A Y AZUL

Copa 1 A Y AZUL

Mortadela de Frango 2 A W LARANJA

Peito de Frango Light 1 A Y AZUL

Salame Italiano 10Kg 6 F * AZUL

Salame Italiano 5Kg 2 F * AZUL

Copa à vácuo 2 F * AZUL

Todos Produtos - Sobras 20 A, B, C, D * VERMELHO

Outros 8 G * VERDE

Demais áreas em comum * * * BRANCO

192Total de Vagas

Família Produto Subárea Cor

Cozi

dos

Fati

ad

os

Curados

Demais

No arranjo físico proposto, a CE06 terá uma capacidade de armazenagem de até 147 vagas,

sendo dividido em cinco áreas de armazenagem (A, B, C, D, E) e três ruas (R1, R2, R3).

Para a familia dos fatiados, no setor A, serão disponiilizadas 31 vagas, dividades em três

subáreas (K, W, Y). Os setores B, C, D e E serão disponibilizados para a família dos cozidos,

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sendo disponibilizadas 23, 21, 28 e 44 vagas respectivamente, totalizando 116 vagas. Os

setores B e D, com 51 vagas será destinado a armazenagem dos podutos não arqueados. O

Setor C, com 21 vagas será disponibilizado para armazenagem de Linguiça Portuguesa,

Linguiça Paio e Linguiça Calabresa Reta, que tem menor giro e deverão ter o Shelf Life

cuidadosamente administrado. Os demais produtos cozidos acabados serão armazenados no

setor E, que dispõe de 44 vagas.

As áreas deverão ser demarcadas com as faixas de 10 cm de largura, pintadas ao chão em

cores diferentes para cada subárea, conforme o Quadro 01. A Planta Baixa da CE06 é

apresentada na Figura 1.

No Arranjo Físico proposto para o CE06 e a PEC serão demarcados 18 vagas divididas em

dois setores, F (10 vagas) para produtos curados e G (8 vagas) para demais materiais

colocados no armazém. A PCE receberá a denominação H e terá disponibilidade para 27

paletes, que geralmente são utilizados para Linguiça Calabresa.

O setor de arqueamento será composto uma área de 6m2 no CA com uma Arqueadeira

específica para a Linguiça Calabresa Reta e outra área de 50m2 na PCE, contendo duas

Arqueadeiras. A balança, a strechadeira, os microcomputadores, o bebedouro e os contentores

para a acomodação dos produtos para reprocesso serão mantidos nos lugares em que se

encontram atualmente.

No sistema de armazenagem proposto, a atividade de arqueamento será realizada em turno

único (A) de 8 horas de segunda-feira a sexta-feira, e de 4 horas aos sábados, e demandará 4

funcionários para o arqueamento e 1 funcionário da expedição para finalizar a unitização dos

produtos acabados. A expedição deverá ser realizada pela regra de despacho PEPS.

Quanto as demarcações, as faixas terão 10 cm de largura e serão pintadas ao chão em cores

diferentes para cada subárea (Quadro 1). Planta Baixa para o CA e a PCE é apresentada na

Figura 2.

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Figura 1 – Planta Baixa para a CE06

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Figura 2 – Planta Baixa para o CA e a PCE

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6 Discussão dos resultados

Após a análise da proposta de reestruturação do sistema de armazenagem para produtos

acabados e semiacabados na CE06, no CA e na PCE da Indústria X, constatou-se que a

utilização do espaço do armazém não estava otimizada, pois com a reestruturação do arranjo

físico, o número de geral de vagas aumentará de 166 para 192, correspondendo a um

percentual de aumento de 22,5%. Também será possível reduzir de 30 para 20 o número de

vagas disponíveis para as sobras, já que a proposta prevê a existência de apenas uma vaga

para sobras de cada produto. As estatísticas da proposta de reestruturação do sistema de

armazenagem são apresentadas nas Tabelas 7 e 8.

Tabela 7 – Número de vagas no armazém

Setor Sistema Atual Sistema Reestruturado Variação Percentual

Corredor de Acesso 120 147 22.5

Plataforma de Embarque e Expedição 45 45 0.00

Camara de Estocagem 06 165 192 16.36

Números de Vagas Disponíveis

Tabela 8 – Número de vagas ocupadas por sobras

Setor Sistema Atual Sistema Reestruturado Variação Percentual

Corredor de Acesso 25 20 -20.00

Plataforma de Embarque e Expedição 5 0 -100.00

Camara de Estocagem 06 30 20 -33.33

Números de Vagas Ocupadas por Sobras

Para melhorar o manuseio de materiais, a proposta aqui apresentada, também sugere que a

largura das ruas seja ampliada para que as paleteiras trafeguem com maior segurança,

evitando acidentes e a deterioração de produtos unitizados. A Tabela 9 apresenta as variações

nas larguras das ruas do armazém.

Tabela 8 – Largura das ruas no armazém

Rua Sistema Atual Sistema Reestruturado Variação Percentual

R1 1,75m 1,75m 0.00

R2 1,77m 2,00m 12.99

R3 1,55m 1,61m 3.87

R4 1,56m 1,91m 22.44

R5 1,85m 2,00m 8.11

Com a reestruturação do sistema de armazenagem se poderá setorizar os produtos

adequadamente, separando-os em acabados e semiacabados (não arqueados) facilitando a

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aplicação da regra de despacho PEPS, o que conferirá ao produto um maior Shelf Life. Outra

vantagem que se obterá com a setorização será o fato de se localizar facilmente o produto

desejado, evitando que o mesmo não seja localizado dentro do armazém no momento do

despacho da carga.

E para a atividade de Arqueamento, percebe-se que a mesma terá uma meta diária constante

de 52 paletes de segunda a sexta e de 26 paletes no sábado, o que não acontece até o

momento, pelo fato desta atividade não ser realizada aos sábados, ocasionando acúmulo de

produtos semiacabados que deveria ser diminuído durante a semana, havendo dias

sobrecarregados e dias ociosos.

Quanto à sobrecarga no arqueamento, se propõe que a função seja exercida de segunda-feira a

sábado, em um turno com 8 horas diárias e um turno de 4 horas aos sábados, fazendo assim

com que o nível de produto acabado para Arqueamento seja sempre mantido dentre os limites

de capacidade diária da equipe que realiza a função, ou seja 52 paletes de segunda a sexta e 26

paletes aos sábados.

Com o arqueamento diário da produção (de segunda a sábado), a produção paletizada no dia

deverá constar no sistema comercial da empresa, de modo que a mesma possa ser expedida no

dia seguinte, reduzindo deste modo, os níveis de estoque e o fluxo de produtos.

Através da diminuição de tempo de estocagem e de fluxo de produtos acabados se poderão

dar início as organizações do estoque setorizando a Câmara de Estocagem 06 e a Plataforma

de Carregamento e Expedição. Esta setorização seria no âmbito de aplicar o Arranjo Físico

apresentado neste estudo de caso.

Na reestruturação do sistema de estocagem na Câmara 06 propõe-se demarcar espaços

destinados às Sobras (paletes incompletos), conscientizando os responsáveis pelo transporte

da produção até a câmara a colocar estes paletes incompletos sempre no espaço demarcado,

além de levá-los de volta ao setor de produção para serem completados no momento em que

vierem trazer um novo palete à câmara de estocagem.

Quanto à PCE, propõe-se setoriza esta em uma área de armazenagem para 18 vagas no

Corredor de Acesso, demarcar um setor exclusivo para a atividade de Arqueamento, que

compreenderá 50m2 da área disponível total (demonstrada na planta baixa), além de um

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espaço equivalente a 27 paletes para o carregamento de veículos, já que a frota comporta no

máximo 28 paletes.

Quanto às ruas, com a melhor utilização do espaço físico, as mesmas terão a possibilidade se

serem mais largas, facilitando o manuseio de materiais e evitando até mesmo acidentes de

trabalho.

6 Considerações finais

Com a realização deste estudo, pode-se constatar a influência que um sistema de

armazenagem adequado tem no desempenho da empresa, isto é, no aumento dos lucros, dos

níveis de produção, dos níveis de atendimento aos clientes, uma vez que com a reestruturação

do sistema de armazenagem na Indústria X, poderão ser obtidos aumentos em 22,5% no

número de vagas disponíveis para paletes, o que permite um aumento de até 22,5

toneladas/dia nos níveis de produção.

Também foi possível verificar com a realização deste estudo, que a organização de um

armazém melhora a funcionalidade do setor de expedição da Indústria X, possibilitando que a

regra de despacho PEPS seja efetivamente aplicada no despacho das cargas, o que permite

que os produtos tenham maior tempo de prateleira.

Destaca-se também que o aumento da largura das ruas, proposta neste estudo, proporciona

uma melhor segurança e qualidade, isto é, evita acidentes e deterioração de produtos

unitizados.

REFERÊNCIAS

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Empreendedor – SEBRAE, 2000. Disponível em: http://www.bte.com.br. Acesso em 21 de

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<http://www.abepro.org.br/interna.asp?p=399&m=424&s=1&c=362>. Acesso em: 15 de abril

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BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.

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organização e logística empresarial. 5ª. Edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BOWERSOX, D.; CLOSS, D.; COOPER, M. Gestão da Cadeia de Suprimentos e

Logística. Porto Alegre: Bookman, 2006.

MOURA, R. A. Logística: Suprimentos, Armazenagem e Distribuição Física. São Paulo:

IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. N.; ALVARENGA, A. C. Logística Aplicada: suprimento e distribuição

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