reembolso de despesa

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REEMBOLSO DE DESPESA C onsiderações Gerais ROTEIRO 1. CONCEITO 2. CONDIÇÕES PARA DEDUTIBILIDADE NO LUCRO REAL DO REEMBOLSO PAGO 3. REEMBOLSO DE DESPESA COBRADO EM NOTA FISCAL 4. REEMBOLSO COBRADO POR MEIO DE RELATÓRIO 4.1. Lucro Real 4.2. Lucro Presumido 1. CONCEITO Neste trabalho abordaremos os aspectos vinculados ao reembolso de despesas recebido nas operações realizadas entre pessoas jurídicas. Em regra os reembolsos de despesas ocorrem como parte de um acordo comercial que está amparado em contrato firmado entre as partes. 2. CONDIÇÕES PARA DEDUTIBILIDADE NO LUCRO REAL DO REEMBOLSO PAGO De acordo com o artigo 299 do RIR/1999, somente são dedutíveis, para fins de determinação do lucro real, as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora. Assim, entendidos os gastos necessários às transações ou operações da empresa, e que, além disso, sejam usuais e normais na atividade por esta desenvolvida, ou à manutenção de sua fonte produtiva, e ainda estejam intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços, conforme determina o art. 13 da Lei no 9.249, de 1995. Observados estes quesitos e considerando que os valores dos reembolsos de despesas estão amparados por documento hábil e idôneo a pessoa jurídica de Lucro Real poderá utilizar a dedução da despesa que foi paga na apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social 3. REEMBOLSO DE DESPESA COBRADO EM NOTA FISCAL Segundo o consta do art. 279 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), a receita bruta das vendas e serviços compreende “o produto da venda de bens nas operações de conta própria,o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia”. Dentro deste conceito quando a pessoa jurídica realiza a cobrança do reembolso de despesas através de documento fiscal ( observa-se que cada município ou Estado tem suas regras o para emissão de nota

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Considerações sobre reembolso de despesas

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Page 1: Reembolso de Despesa

REEMBOLSO DE DESPESA Considerações Gerais

ROTEIRO

1. CONCEITO2. CONDIÇÕES PARA DEDUTIBILIDADE NO LUCRO REAL DO REEMBOLSO PAGO3. REEMBOLSO DE DESPESA COBRADO EM NOTA FISCAL4. REEMBOLSO COBRADO POR MEIO DE RELATÓRIO    4.1. Lucro Real    4.2. Lucro Presumido

1. CONCEITO

Neste trabalho abordaremos os aspectos vinculados ao reembolso de despesas recebido nas operações realizadas entre pessoas jurídicas.

Em regra os reembolsos de despesas ocorrem como parte de um acordo comercial que está amparado em contrato firmado entre as partes.

2. CONDIÇÕES PARA DEDUTIBILIDADE NO LUCRO REAL DO REEMBOLSO PAGO

De acordo com o artigo 299 do RIR/1999, somente são dedutíveis, para fins de determinação do lucro real,  as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora.

Assim, entendidos os gastos necessários às transações ou operações da empresa, e que, além disso, sejam usuais e normais na atividade por esta desenvolvida, ou à manutenção de sua fonte produtiva, e ainda estejam intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços, conforme determina o art. 13 da Lei no 9.249, de 1995.

Observados estes quesitos e considerando que os valores dos reembolsos de despesas estão amparados por documento hábil e idôneo a pessoa jurídica de Lucro Real poderá utilizar a dedução da  despesa que foi paga  na apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social

3. REEMBOLSO DE DESPESA COBRADO EM NOTA FISCAL

Segundo o consta do art. 279 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), a receita bruta das vendas e serviços compreende “o produto da venda de bens nas operações de conta própria,o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia”.

Dentro deste conceito quando a pessoa jurídica realiza a cobrança  do reembolso de despesas através de documento fiscal ( observa-se que cada município ou Estado tem suas regras o para emissão de nota fiscal),  o valor do reembolso passa a integrar o valor da mercadoria ou serviços prestados sendo tributado como receita de serviços ou venda de mercadoria,  pelo Imposto de renda, Contribuição Social, Pis e Cofins no regime tributário adotado pela pessoa jurídica.

O Exemplo mais comum deste fato é o caso do reembolso da despesa com transporte de mercadoria destacado na própria nota fiscal.

4. REEMBOLSO COBRADO POR MEIO DE RELATÓRIO

Perante a Receita Federal do Brasil o entendimento é de que o reembolso integra a receita e portanto deve ser tributado.

Page 2: Reembolso de Despesa

Neste sentido temos as soluções de Consulta:

MINISTÉRIO DA FAZENDA

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 141 de 06 de Junho de 2001

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ

EMENTA: Integra a receita bruta, para fins de cálculo do IRPJ , o valor percebido a título de reembolso de despesa.

Quanto ao tratamento tributário, os valores cobrados como reembolso de despesas através dos chamados " relatórios de Reembolso" não podem ser tratados como receitas da venda de mercadorias ou serviços, pelo fato de que estes valores não tem previsão no contrato social, não sendo portanto uma receita da atividade da empresa. Tributariamente deverão ser tratados como Demais Receitas.

4.1. Lucro Real

Os valores do reembolso de despesa integrarão o Lucro Real trimestral e por estimativa mensal.

Em relação ao Lucro Real por estimativa para efeitos da determinação do Imposto de Renda o valor do reembolso será considerado mensalmente para efeitos da composição da base de cálculo. Conforme cita o caput do Art. 4º Instrução Normativa SRF Nº 093, de 24 de Dezembro de 1997.

Neste sentido ainda temos a consulta 34 divulgada pela Disit 06 em  26/03/2007:

MINISTÉRIO DA FAZENDA

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 34 de 26 de Marco de 2007

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL 

EMENTA: ESTIMATIVA. BASE DE CÁLCULO. As demais receitas não compreendidas no conceito de receita bruta, tais como as financeiras ou o reembolso de despesas, integrarão, pelo todo, o valor da base de cálculo do imposto/contribuição mensal por

estimativa.Em relação a Contribuição Social aplica-se o mesmo critério, conforme o Art. 18 da Instrução Normativa SRF nº 390, de 30 de janeiro de 2  004.

Quanto ao Pis e Cofins na modalidade não cumulativa o valor o valor do reembolso de despesa ( Demais Receitas ) será acrescido ao faturamento, como cita a Solução 382 da Disit 07 de  22/09/2005 :

MINISTÉRIO DA FAZENDA

Page 3: Reembolso de Despesa

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 382 de 22 de Setembro de 2005

ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep/Cofins

EMENTA: Integra a receita bruta, para fins de cálculo das contribuições para PIS/Pasep/Cofins, o valor percebido a título de reembolso de despesa.

Confirmando está inclusão pode-se citar a determinação que consta na LEI  10.833, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2003 e LEI  10.637, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002 de que a Contribuição do Pis e da COFINS, com a incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.

Segundo o Art 1º § 1º das citadas Leis:

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.

4.2. Lucro Presumido

No lucro Presumidos as receitas auferidas que não estão previstas no contrato social serão acrescidos à base de cálculo do Imposto de Renda , para efeito de incidência do imposto de renda ( 15%) e do adicional (10% quando houver), e também da Contribuição Social ( 9%) . Conforme RIR/99 Art. 521 e INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 390/2004 - Art. 88. III

Não são tributadas pelo Pis e Cofins na modalidade cumulativa desde que a LEI Nº 11.941, de 27 de maio de 2009 (DOU de 28.05.2009), em seu artigo 79, XII, revogou o § 1º do artigo 3º da Lei Nº 9.718, que considerava o faturamento como toda e qualquer receita auferida pela pessoa jurídica.

Autor: Andréia Silva

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