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REDUÇÃO EM ESCALA DE UM CONVERSOR DE ENERGIA DAS ONDAS
Álvaro Braga Alves Pinto
Projeto de Graduação apresentado ao curso de
Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de
Engenheiro.
Orientador: Daniel Onofre de Almeida Cruz
Orientador: Eliab Ricarte Beserra
Rio de Janeiro
Agosto de 2019
iii
Alves Pinto, Alvaro Braga
Redução em escala de um conversor de energia das
ondas/ Alvaro Braga Alves Pinto: UFRJ/Escola Politécnica,
2018
IX, 97 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Eliab Ricarte Beserra/ Daniel Onofre
Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/Curso de
Engenharia Mecânica, 2019.
Referências Bibliográficas: p. 161-165
1. Introdução 2. Revisão Bibliográfica 3. Estudo de caso 4.
Redimensionamento do conversor 5. Projeto dispositivo 6.
Conclusão 7. Referências Bibliográficas
I. Beserra, Eliab Ricarte/ Onofre de Almeida Cruz, Daniel.
II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola
Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica.
III. Redução em escala de um conversor de energia das
ondas
iv
Agradecimentos:
Dedico este trabalho a todos que de alguma forma contribuíram para a minha
jornada, em especial aos meus pais, Álvaro e Liliane. Esses sempre foram grandes
exemplos para mim me incentivando em todas as minhas escolhas, comemorando e
sofrendo ao longo de toda a jornada acadêmica.
Agradeço aos meus amigos do Colégio São Bento e do curso de engenharia
mecânica por tornar o dia a dia na universidade mais agradável e a rotina diária de
estudos menos maçante.
Por fim, agradeço aos professores Eliab Ricarte e Daniel Onofre por toda a
disponibilidade, tempo e paciência para o desenvolvimento do trabalho de conclusão de
curso
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico
Redução em escala de um conversor de energia das ondas
Álvaro Braga Alves Pinto
Agosto/2019
Orientador: Daniel Onofre de Almeida Cruz
Orientador: Eliab Ricarte Beserra
Curso: Engenharia Mecânica
O projeto final realizado tem como objetivo reduzir em escala o conversor de energia
oceânica desenvolvido anteriormente pelo PPE, o projetando para um sitio de instalação
mais próximo de costa e dando mais visibilidade e publicidade a esse demonstrativo da
tecnologia. Diante de um sitio de menor batimetria, há diferentes parâmetros
climatológicos em relação aos incialmente utilizados para o desenvolvimento do
conversor. Dessa forma deve-se dimensionar flutuador, torre estrutural e sistema de
deslizamento devidamente adequados às novas limitações físicas e as novas forças
incidentes. Por estar em um sitio menos energético, o sistema de transmissão de
potência e o gerador devem ser redimensionados de acordo com os novos dados de
entrada. Por fim, estabelecendo-se as potencias operacionais do conversor de energia,
define-se um dispositivo nearshore o qual será alimentado exclusivamente pelo gerador
dimensionado no trabalho.
Palavras-chave: Conversor oceânico, Energia das ondas, Análise estrutural,
capacidade energética, Escala,
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as part of the fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
Downscale of a wave energy converter
Álvaro Braga Alves Pinto
August/2019
Advisor: Daniel Onofre de Almeida Cruz
Advisor: Eliab Ricarte Beserra
Course: Mechanical Engineering
This undergraduate Project aims to downscale the wave energy converter previously
developed by PPE, developing for a location closer to the onshore region attracting more
visibility and publicity to this model of the wave technology. In a site with a smaller
bathymetry, there are different climatological parameters in relation to those initially used
for the converter development. Thus, the float, structural tower and sliding system must
be properly sized to suit the new physical limitations and incident forces. Because it is in
a less energetic site, the power take-off system and generator must be readjusted to the
new input data. Finally, by establishing the operational powers of the power converter,
an nearshore device is defined which will be powered exclusively by the generator sized
at work.
Keywords: Wave energy Converter, Wave Energy, Structural Analysis, Energy
Capacity, Scale
vii
Sumário
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 Motivação ........................................................................................................................ 2
1.2 Objetivo ........................................................................................................................... 4
2.REVISÃO BIBLIOGRAFICA ...................................................................................................... 6
2.1 Sobre energia das ondas ................................................................................................ 6
2.2 Classificação por localização .......................................................................................... 8
2.3 Classificação segundo dimensão e tamanho de onda: .................................................. 9
2.3 Classificação pelo princípio de funcionamento: ............................................................ 12
3. ESTUDO DE CASO ................................................................................................................ 15
3.1 Contexto da energia das ondas no Brasil ..................................................................... 15
3.1 Protótipo PPE ................................................................................................................ 17
3.2 Metodologia ................................................................................................................... 19
3.3 Escolha do Sitio ............................................................................................................. 20
4. REDIMENSIONAMENTO DO CONVERSOR ......................................................................... 27
4.1 Flutuador ....................................................................................................................... 27
4.2 Sistema de Deslizamento .............................................................................................. 32
4.3 Torre estrutural .............................................................................................................. 35
4.3.1 Cargas ........................................................................................................................ 39
4.3.2 Força de vento............................................................................................................ 44
4.3.3 Condições de contorno .............................................................................................. 44
4.3.4 Material ....................................................................................................................... 45
4.3.5 Flambagem................................................................................................................. 46
4.3.6 Flexão ......................................................................................................................... 48
4.3.6 Nova geometria .......................................................................................................... 51
4.3.7 Força do Vento ........................................................................................................... 52
4.4 Transmissão de Potência .............................................................................................. 55
4.4.1 Sistema de Controle ................................................................................................... 56
4.4.2 Velocidade angular e potencia ................................................................................... 59
4.4.3 Definição Gerador e razão de transmissão: ............................................................... 63
4.4.4 Definição da razão de transmissão ............................................................................ 68
4.5 Pinhão cremalheira e multiplicador ............................................................................... 71
4.5.1 Dimensionamento de engrenagens ........................................................................... 73
4.5.2 Dimensionamento de eixos ........................................................................................ 85
4.5.3 Cremalheira .............................................................................................................. 110
4.5.4 Rolamentos .............................................................................................................. 119
viii
4.5.5 Mancais Cremalheira ............................................................................................... 127
4.5.6 Acoplamentos ........................................................................................................... 127
4.5.7 Volante de Inercia .................................................................................................... 130
4.6 Produção de energia ................................................................................................... 133
5. PROJETO DISPOSITIVO ..................................................................................................... 136
5.1 Projeto bomba ............................................................................................................. 137
5.2 Refletores e iluminação ............................................................................................... 154
5.3 Som ............................................................................................................................. 155
5.4 Sistema supervisório ................................................................................................... 155
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 159
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 162
APÊNDICE 1 – DESENHO TÉCNICO DOS COMPONENTES DIMENSIONADOS ............... 167
APÊNDICE 2 - RESUMO ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO ................................................ 168
ANEXO I – ESPECIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS COMERCIAIS DO SISTEMA DE
TRANSMISSÃO ........................................................................................................................ 170
ANEXO II – GRÁFICOS E TABELAS PARA DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA PTO ...... 176
ANEXO III – GRÁFICOS E TABELAS PARA DIMENSIONAMENTO DA BOMBA ................ 181
ix
Lista de Figuras:
Figura 1 -Previsão de Produção energética mundial até 2030 [1]
..................................................................................................................................... 2
Figura 2 - Distribuição de energia renovável e não renovável no Brasil e no mundo [1] 3
Figura 3 - Surgimento de ondas a partir dos ventos [9] ................................................. 6
Figura 4 – Distribuição energética de acordo com a localização do conversor [11] ....... 7
Figura 5 - Modificação da amplitude de onda [9] ........................................................... 8
Figura 6 -Relação de energia cinética e energia potencial de acordo com a localização
do conversor [11] .......................................................................................................... 9
Figura 7 - Classificação de conversores de acordo com tamanho de onda incidente [11]
..................................................................................................................................... 9
Figura 8 - Funcionamento máquina Pelamis [12] ........................................................ 10
Figura 9 - Princípio de operação do Powerbuoy [13]................................................... 11
Figura 10 - Principio de operação do Wave Dragon [14] ............................................. 12
Figura 11 - Princípio de Funcionamento dos conversores oceânicos (adaptado de [6])
................................................................................................................................... 13
Figura 12 - Estimativa do potencial anual das ondas em kW/m [15] ........................... 16
Figura 13 - Avaliação do COV (coeficiente de variação) ao redor do mundo [15] ....... 17
Figura 14 - Conversor oceânico desenvolvido pelo PPE [8] ........................................ 18
Figura 15 - Local de instalação do conversor dimensionado no trabalho .................... 22
Figura 16 - Batimetria da região do Poço da Draga .................................................... 23
Figura 17 - Ilustração das regiões definidas pelo GWS [20] ........................................ 24
Figura 18 - Altura de onda do sítio do Pecém [18] ...................................................... 25
Figura 19 - Periodo de onda do sitio do Pecém [18] ................................................... 25
Figura 20 - Distribuição de potência ao longo do sitio definido [18] ............................. 26
Figura 21 - Altura significativa média de onda para o sitio definido [18] ...................... 26
x
Figura 22 - Modelo em escala reduzido 1:40 flutuador com refletores em forma de
piramide invertida [22] ................................................................................................. 27
Figura 23 - Modelo flutuador sem chanfro desenvolvido no Rhinoceros [24] .............. 28
Figura 24 - RAO para modelos com 3 m de calado .................................................... 31
Figura 25 - Dimensões do flutuador definido para o conversor da região da Draga .... 32
Figura 26 - Sistema de deslizamento para um flutuador cônico [26] ........................... 33
Figura 27 - Sistema de suporte de rolete inferior e superior para um flutuador cônico [26]
................................................................................................................................... 34
Figura 28 - Modelo de rolete utilizado [26] .................................................................. 35
Figura 29 - Conector projetado para o sistema de roletes do conversor [26] .............. 35
Figura 30 - Torre estrutural definida para o projeto ..................................................... 37
Figura 31 - Vista direita da torre dimensionada ........................................................... 38
Figura 32 - Vista superior da torre dimensionada ........................................................ 38
Figura 33 - Força resultante da incidência direta de onda no vão central da torre ...... 40
Figura 34 - Gráfico para definição da teoria de onda utilizada [30].............................. 42
Figura 35 - Diagrama de forças atuantes no vão central da torre ................................ 45
Figura 36 - Flecha resultante da força de onda sobre o vão central [33] ..................... 49
Figura 37 - Flecha resultante da força aplicada por cada rolete sobre a estrutura [33] 51
Figura 38 - Novo modelo de torre para o conversor .................................................... 52
Figura 39 - Forças atuantes na nova geometria projetada .......................................... 53
Figura 40 - Deformação total sobre a nova geometria de torre proposta..................... 54
Figura 41 - Conjunto pinhão cremalheira junto ao multiplicador dimensionado para o
conversor [34] ............................................................................................................. 56
Figura 42 - subsistema elétrico e subsistema mecânico do conversor Manchester
Bobber [35] ................................................................................................................. 56
Figura 43 - Ilustração de uma curva de característica estática [35] ............................. 58
Figura 44 – Diagrama de blocos para interface elétrica do sistema [36] ..................... 59
Figura 45 - =amplitude de onda;𝒛𝒇=oscilação do flutuador;Wp=velocidade angular do
pinhão;Wm=velocidade angular após o acoplamento unidirecional [36] ..................... 60
xi
Figura 46 - Representação dos períodos de acoplamento e desacoplamento nos
gráficos de 𝑾𝒎 𝒆 𝑾𝒑 [35] .......................................................................................... 61
Figura 47 - Alternância das potencias operacionais extraídas pelo gerador ao longo do
tempo [34] ................................................................................................................... 61
Figura 48 - Potencia normalizada do gerador x período de incidência para geradores de
diferentes polos [36] ................................................................................................... 66
Figura 49 - Catálogo WEG para motores trifásicos de 8 polos [37] ............................. 67
Figura 50 - Desenho técnico gerador W22 IR2 225S/M 30 kW [37] ............................ 67
Figura 51 - Gradiente de rampa K para dados experimentas do conversor Manchester
Bobber [35] ................................................................................................................. 69
Figura 52 - curva de característica estática para o conversor projetado ..................... 70
Figura 53 - Conjunto pinhão cremalheira e multiplicador dimensionados para o conversor
do sitio do INACE ....................................................................................................... 71
Figura 54 - Esquemático geral da caixa de engrenagens [34] ..................................... 72
Figura 55 - Esquemático de força e torques ao longo da caixa de engrenagens
dimensionada [34] ...................................................................................................... 74
Figura 56 - Diagrama de força eixo Pinhão-Cremalheira ............................................ 89
Figura 57 - Diagrama de cortante para o eixo pinhão-cremalheira .............................. 90
Figura 58 - Momento fletor ao longo do eixo pinhão-cremalheira ................................ 90
Figura 59 - Chaveta e os parâmetros dimensionais utilizados para sua escolha ......... 92
Figura 60 - Diagrama de força eixo 1 .......................................................................... 94
Figura 61 - Diagrama de cortante ao longo do eixo 1.................................................. 94
Figura 62 - Momento fletor ao longo do eixo 1 ............................................................ 95
Figura 63 - Diagrama de forças eixo 2 ........................................................................ 98
Figura 64 - Cortante ao longo do eixo 2 ..................................................................... 98
Figura 65 - Momento fletor ao longo do eixo 2 ............................................................ 99
Figura 66 - Diagrama de forças eixo 3 ...................................................................... 102
Figura 67 - Cortante ao longo do eixo 3 .................................................................... 102
Figura 68 - Momento fletor ao longo do eixo 3 .......................................................... 103
xii
Figura 69 - Diagrama de forças eixo 4 ...................................................................... 106
Figura 70 - Cortante ao longo do eixo 4 .................................................................... 106
Figura 71 - Momento fletor ao longo do eixo 4 .......................................................... 107
Figura 72 - Definição das dimensões da cremalheira................................................ 110
Figura 73 - Diagrama de forças ao longo da cremalheira dimensionada [32] ............ 111
Figura 74 - Cortante ao longo da cremalheira ........................................................... 113
Figura 75 - Momento fletor ao longo da cremalheira ................................................. 114
Figura 76 - Rolamento autocompensador de rolo e rolamento de uma carreira de rolos
cilíndricos [39] ........................................................................................................... 120
Figura 77 - Desenho técnico e resumo de acoplamento unidirecional utilizado [41] .. 128
Figura 78 - Ilustração do acoplamento unidirecional [41] .......................................... 129
Figura 79 - Acoplamento elástico série D-TORQ [42] ............................................... 129
Figura 80 - Catalogo de seleção acoplamento elástico série D-TORQ do fabricante
Acoplast [42] ............................................................................................................. 130
Figura 81 - Relação entre a inercia do volante de inercia e a potência media [36] .... 131
Figura 82 - Relação entre a inércia do volante e a variação de torque eletromagnético
[36] ........................................................................................................................... 131
Figura 83 - Potências operacionais do conversor ..................................................... 135
Figura 84 - Modelo final do conversor desenvolvido ao longo do trabalho ................ 136
Figura 85 - Tubulação de sucção para a bomba do dispositivo ................................. 137
Figura 86 -Vista superior da tubulação dentro da caixa de maquinas do dispositivo . 138
Figura 87 - Bico Lance Jet III [43] ............................................................................. 139
Figura 88 - bico Lance Jet III [38] .............................................................................. 139
Figura 89 - PE-GE-005 para a definição do diâmetro da tubulação [44] ................... 140
Figura 90 - Simplificação de um sistema de bombeamento [45] ............................... 141
Figura 91 - Gráfico de rugosidades relativas [45] ...................................................... 143
Figura 92 - Ábaco de Moody [45] .............................................................................. 144
Figura 93 - Gráfico de perda de carga para filtro de cesto schedule 40 [46] ............. 147
Figura 94 - Curva do Head x Vazão do sistema dimensionado ................................. 150
xiii
Figura 95 - Interseção entre a curva do sistema proposta e a curva da bomba
dimensionada ........................................................................................................... 151
Figura 96 - Curvas características da bomba [47] ..................................................... 153
Figura 97 - Refletor Foco LED Ocean [43] ................................................................ 154
Figura 98 - Totens informativos sobre o projeto do conversor de energia das ondas 155
Figura 99 - Sistema de supervisão AD-X [48] ........................................................... 156
Figura 100 - Banco de resistores de 10 kW [ ] .......................................................... 158
xiv
Lista de Tabelas:
Tabela 1 - Avaliação de flutuadores piramidais sem chanfro de acordo com variação de
suas dimensões [24] ................................................................................................... 29
Tabela 2 - Resumo dos dados de entrada para o programa desenvolvido por John
Fenton ........................................................................................................................ 43
Tabela 3 - Especificação de dutos de perfuração [40] ................................................. 46
Tabela 4 - Velocidade e aceleração de onda para cada profundidade Z ..................... 49
Tabela 5 - Rendimento sistema PTO do conversor ..................................................... 63
Tabela 6 - Valores de rendimento e fato de potência para o gerador escolhido no
dimensionamento [34] ................................................................................................. 66
Tabela 7 - Informações gerais sobre o gerador trifásico W22 IR2 225S/M [34] ........... 67
Tabela 8 - Resumo das engrenagens dimensionadas ................................................ 73
Tabela 9 - Resumo da velocidade angulares, torques, forças e potencias ao longo da
caixa de engrenagens ................................................................................................. 76
Tabela 10 - Propriedades do aço 4140 Cr-Mo T e R a 260 ºC .................................... 76
Tabela 11 - Especificações do aço AISI 5140 T e R a 538°C...................................... 86
Tabela 12 - Especificações do aço 1045..................................................................... 86
Tabela 13 – Dimensões da chaveta para o eixo pinhão-cremalheira .......................... 92
Tabela 14- Dimensões da chaveta para o eixo 1 ........................................................ 96
Tabela 15 - Dimensões da chaveta para o eixo 2 ..................................................... 100
Tabela 16 - Dimensões da chaveta para o eixo 3 ..................................................... 104
Tabela 17 - Dimensões da chaveta para o eixo 4 ..................................................... 108
Tabela 18 - Resumo dimensão eixos ........................................................................ 109
Tabela 19 - Resumo dimensões chaveta .................................................................. 110
Tabela 20 - Resumo dimensões cremalheira ............................................................ 119
Tabela 21 - Resumo das forças atuantes para o dimensionamento dos rolamentos do
multiplicador ............................................................................................................. 119
xv
Tabela 22 - Especificações rolamento eixo pinhão-cremalheira ................................ 122
Tabela 23 - Especificações rolamento eixo 1 ............................................................ 123
Tabela 24 - Especificações rolamento eixo 2 ............................................................ 124
Tabela 25 - Especificações rolamento eixo 3 ............................................................ 125
Tabela 26 - Especificações rolamento eixo 4 ............................................................ 126
Tabela 27 - Resumo do momento de inercia de cada engrenagem do multiplicador. 133
Tabela 28 - Razão de rotação em cada engrenamento do multiplicador ................... 134
Tabela 29 - Propriedades fluido água do mar ........................................................... 138
Tabela 30 - Acessórios para a linha de sucção ......................................................... 146
Tabela 31 - Acessórios para a linha de descarga ..................................................... 147
Tabela 32 – Especificações das bombas D814-6X4X8F e D814-6X4X11F IND para as
condições definidas .................................................................................................. 151
Tabela 33 - Resumo do consumo de cada elemento da fonte projetada ................... 157
1
1. Introdução
Influenciado inicialmente pela crise do petróleo que assolou a economia mundial na
década de 70, o planeta, ao longo dos últimos anos, vem cada vez mais enfrentando
problemas de abastecimento energético. Durante as últimas décadas, os estoques de
petróleo apresentaram crescente diminuição acompanhada de uma demanda
energética global cada vez maior. Em um estudo realizado pela British Petroleum (EUA)
[1], foi elaborado um gráfico (Figura 1) com dados estatísticos desde a década de 90
para se estimar o comportamento do consumo mundial de energia e a parcela
energética representada pelos combustíveis fosseis. Seguindo o mesmo panorama da
matriz energética mundial atual, até o ano de 2030, haverá um considerável aumento
da demanda energética de energia, a qual será suprida por uma matriz ainda baseada
em combustíveis fosseis. Somado ao crescimento natural da população mundial, um
grande contribuinte para tal panorama, é a intensa industrialização e melhoria de
qualidade de vida nos países em desenvolvimento. Segundo HEIN (2005) [2], a
necessidade energética seria de 2,5 a 4 vezes maior que a atual se o padrão de vida
mundial fosse o mesmo do padrão da união europeia, e 6,5 a 8 vezes maior se o padrão
de energia per capita segue os padrões norte-americanos de consumo. Diante de uma
economia baseada no uso de recursos limitados, tal cenário futuro, uma vez confirmado,
agrava e antecipa o esgotamento dos combustíveis fósseis e desestrutura
drasticamente a oferta mundial de energia.
Outro aspecto importante que deve ser levado em conta é em relação a emissão
de gases responsáveis pelo efeito estufa, principalmente dos derivados de combustíveis
fosseis. Apesar de uma inicial preocupação nas últimas décadas resultando em acordos
como o protocolo de Kyoto e o acordo de Paris, segundo o mesmo estudo publicado
anteriormente, há uma previsão de crescimento de 26% em relação a esses gases. [1].
Dessa maneira, agrava-se seus efeitos nocivos em relação a saúde humana, a fauna e
a flora.
Diante de tais aspectos citados anteriormente, cria-se o cenário ideal para
intensificação de estudos para o aproveitamento da energia de fenômenos da natureza.
Essas apresentam como principal vantagem, a abundância de recursos de forma
ilimitada a fim de conciliar segurança de oferta e responsabilidade ambiental para os
próximos anos.
2
Figura 1 -Previsão de Produção energética mundial até 2030 [1]
Atualmente no cenário mundial, em relação as fontes alternativas, destaca-se a
energia solar e a energia eólica. Essas apresentaram um rápido crescimento nas últimas
décadas diante da possibilidade de geração de energia próxima aos grandes centros,
eliminando a necessidade de linhas de transmissão de alta voltagem para a distribuição
[3]. A energia eólica, por exemplo, já dispõe de uma tecnologia amadurecida no EUA e
em alguns pais da Europa (Dinamarca e norte da Alemanha) devido a uma forte política
de subsídios a qual permite a este tipo de energia renovável complementar a geração
elétrica convencional dos respectivos países citados. Contudo, ainda como a maior
parte das energias renováveis, ainda encontra desafios para se tornar mais competitiva
tais como o desenvolvimento de novos materiais os quais permitam a fabricação de
turbinas eólicas de maior porte. [4]
1.1 Motivação
Direcionando o foco para a questão energética no Brasil, esse dispõe de grande
potencial para a implementação de uma economia baseada na utilização de recursos
renováveis devido ao seu extenso território e abundância de recursos. A fim de
destacarmos a influência de fontes alternativas no território nacional, apresentamos uma
breve comparação da matriz energética brasileira com a matriz energética mundial.
(figura 2). Essa é constituída de um panorama energético de energias renováveis
diferente da média do resto do mundo, onde sua composição, segundo a Empresa de
Pesquisa Energética –EPE, é de 36,5% de petróleo e derivados, 12,5% de gás natural,
1,5% de energia nuclear, 12,6 de energia hidráulica, 17,5 % de derivados da cana, 8%
3
de lenha e carvão vegetal, 5,5% de carvão, 0,7% outras energias não renováveis e 5,4%
de outras energias renováveis. [5]
Figura 2 - Distribuição de energia renovável e não renovável no Brasil e no mundo [1]
No entanto, apesar da notável diversificação e claramente um direcionamento
maior a esse tipo de energia no território brasileiro comparado com o resto do mundo
ainda existem uma série de desafios a serem superados tais como a exploração de mais
recursos renováveis a fim de auxiliar na ampliação da capacidade da matriz energética
brasileira. Um exemplo de recurso, o qual será o foco do trabalho realizado, é a
utilização da energia das ondas para geração de energia elétrica.
Ainda pouca explorada em território brasileiro, a energia oceânica tem sua
origem no século XVII onde os chineses a utilizavam para a movimentação de moinhos.
No entanto só em 1910 que o francês Praceique-Boucheaux desenvolveu um dos
primeiros dispositivos capazes de aproveitar tal energia e converte-la em eletricidade a
fim de suprir as demandas de consumo em sua residência. [6]
Segundo Drew, Plummer e Sahinkaya [7], a geração oceânica apresenta como
principais vantagens: o fato de ser um fenômeno constante com energia disponível
durante 90% de sua utilização (energia eólica e solar apresentam porcentagens em
torno de 20% e 30%); propagar por grandes distâncias com pouca dissipação de energia
e ter baixo impacto ambiental. Outro aspecto importante é a ocupação de
aproximadamente dois terços da superfície terrestre por oceanos, ou seja, por corolário
pode-se supor um potencial energético maior do que as fontes energéticas
exclusivamente terrestres. A fim de justificar tal suposição segue exemplos do potencial
energético de alguns fenômenos oceânicos [8]
4
• Ondas geradas pelo vento, 10 TW;
• Marés, 3 TW;
• Corrente de maré, 5 TW
• Energia térmica dos oceanos (OTEC), 14 TW.
Em apenas quatro fenômenos oceânicos, nota-se fontes inesgotáveis de energia
ainda não exploradas em território brasileiro, as quais unicamente seriam suficientes
para suprir a demanda energética atual. Além destes existem outros fenômenos com
potencial energético global ainda não avaliado, mas que certamente contribuem
positivamente para que o mar possa ser visto como promissora fonte energética:
• Energia osmótica ou diferença de salinidade entre estuário e oceano;
• Biomassa marinha de algas e outros; a
• Energia eólica offshore com baixa rugosidade
• Energia solar acima do espelho d’agua. [8]
Voltando nossas atenções para os aspectos e condições climáticas brasileiras,
considera-se o país com grande potencial energético nessa área devido ao seu extenso
litoral de mais de 7400km, além de ondas regulares de potencial energético moderado.
Dessa maneira, o Programa de Planejamento Energético (PPE) da COPPE/UFRJ
tomou a iniciativa de desenvolver estudos e projetos na área de energia das ondas,
coordenados pelo pesquisador Eliab Ricarte Beserra. O principal trabalho em fase de
implementação pelo departamento, consiste em um protótipo do tipo “ponto
absorvedor”, o qual será explicado em mais detalhes ao longo do trabalho.
1.2 Objetivo
Apesar do grande potencial energético, a tecnologia para a extração de energia
das ondas ainda enfrenta algumas dificuldades. Com diversos dispositivos em
funcionamento ao redor do planeta, é necessário que tais equipamentos se tornem mais
eficientes na forma de extração da energia proveniente das ondas, além aumentar sua
confiabilidade na manutenção e operação. Com altos custos para a implementação dos
dispositivos, os quais elevam o seu custo de produção de energia associada, e
desconhecimento sobre o funcionamento de sua tecnologia, os conversores de energia
das ondas não são encarados de forma tão atrativa quanto outras fontes energéticas
por parte dos investidores.
5
Ao longo dos anos, desde o primeiro esboço de protótipo idealizado pelo PPE,
inúmeros estudos e trabalhos foram realizados a fim de otimizar e avaliar os diferentes
componentes do conversor, projetando-os da melhor forma possível e atendendo as
condições climáticas reais do provável sitio de instalação. Dessa maneira, este trabalho
tem como objetivo, através de estudos e conhecimentos previamente adquiridos,
redimensionar o conversor de energia das ondas para as condições do sitio da Região
do Poço da Draga. Diante de um dos principais polos turísticos de Fortaleza, a
implementação desse trabalho torna-se uma oportunidade de divulgação à população e
futuros investidores dos projetos voltados à energia das ondas desenvolvidos no Brasil.
Atualmente, o Brasil não tem em sua matriz energética nenhuma forma de geração de
energia dos oceanos, tornando esse protótipo uma possibilidade de aumentar a
diversificação energética brasileira tornando-a menos dependente da energia hídrica e
com maior estabilidade e confiabilidade.
6
2.Revisão Bibliografica
2.1 Sobre energia das ondas
A geração de energia oceânica está diretamente atrelada a energia solar. Sobre
a formação das ondas, principal fenômeno dos oceanos, essa é resultante da ação dos
ventos sobre a superfície do mar, os quais são decorrentes das diferenças de pressão
causadas pelo aquecimento solar desigual ao longo da Terra. Uma vez alterada a
superfície do mar por essas deformações, a matéria água eleva-se acima do nível do
mar sofre o efeito da gravidade e tenta retornar ao seu nível original e, por esse efeito,
recebe o nome de onda de gravidade.
Figura 3 - Surgimento de ondas a partir dos ventos [9]
Antes da instalação de um conversor em determinado sitio, é necessária uma
estimativa do potencial teórico da energia das ondas no local a partir de alguns
parâmetros definidos em literatura. Uma boa aproximação é o cálculo da energia media
armazenada por unidade de área em uma superfície do mar para uma situação de águas
profundas [10]:
𝐸 =
𝜌𝑔𝐻𝑆2
16= 𝜌𝑔 ∫ 𝑆(𝑓)𝑑𝑓
∞
0
𝑘𝐽
𝑚2
(2.1)
Onde 𝜌 é o peso específico da água do mar; 𝑔 é a aceleração da gravidade ao
nível do mar; e 𝐻𝑆 é a altura significativa de onda, a qual representa a média da terça
parte das ondas com maior altura registadas durante determinado tempo. Como
estamos lidando como uma situação de mar real, multiplicamos os demais termos por
7
𝑆(𝑓), o qual corresponde ao espectro de onda e descreve quantitativamente as
diferentes frequências de onda presentes.
Dessa forma, a partir da formula (2.1), podemos estimar o potencial da energia
das ondas para uma situação de águas profundas e avaliar a viabilidade de instalação
de um conversor em um determinado sitio [9]:
𝑃 =
𝜌𝑔2𝐻𝑆2𝑇
64𝜋= 0,49𝐻𝑆
2𝑇 (2.2)
Ainda sobre a questão da energética do recurso oceânico, é importante ressaltar
sua distribuição entre energia cinética e energia potencial durante o deslocamento da
onda. A parcela de energia cinética é resultado do movimento geralmente circular das
partículas de água e a energia potencial é decorrente da diferença de altura dessas
partículas na crista da onda. Conforme a onda avança em direção ao litoral, essa sofre
influência das irregularidades do leito marinho aumentando sua parcela de energia
cinética em relação a maior parcela de energia potencial presente em águas mais
profundas. Esse fenômeno é melhor percebido nas regiões pós arrebentação onda há
exclusivamente energia cinética, acarretando no transporte de massa. A parcela de
energia cinética e potencial de uma determinada região influencia diretamente na
capacidade de captura energética do conversor.
Figura 4 – Distribuição energética de acordo com a localização do conversor [11]
8
Figura 5 - Modificação da amplitude de onda [9]
A respeito da forma de captura da energia oceânica para geração de energia
elétrica, há uma variedade de diferentes dispositivos desenvolvidos ou em fase de
desenvolvimento ao redor do mundo. Diferentemente do que ocorre com outras fontes
renováveis como eólica e solar, não existe uma convergência para um único conceito
de conversor de energia das ondas. Atualmente, existem mais de mil protótipos de
conversores [6] deste tipo de energia, e os mesmos podem ser classificados de acordo
com três características: localidade, tamanho e princípio de funcionamento.
2.2 Classificação por localização
Shoreline:
São dispositivos caracterizados pela instalação em águas bem próximas a costa
(profundidades abaixo de 10m). Possuem a vantagem da proximidade com as linhas de
transmissão e uma menor preocupação com manutenção. Devido a interferência do leito
marinho, as ondas atuantes nesses dispositivos possuem menor energia potencial [6],
o que limita sua capacidade de absorção. Por estarem ancorados no leito marítimo, não
é possível uma produção em massa desse dispositivo, na medida em que deve se
adaptar as características do sitio de instalação.
Nearshore:
São dispositivos caracterizados pela instalação em águas relativamente rasas e
intermediárias (cerca de 10-25 metros de profundidade), os quais são geralmente
constituídos por uma base estacionária fixa leito marinho e um corpo oscilatório
trabalhando. Assim como os dispositivos instalados na região shoreline, as ondas em
águas rasas e intermediaria possuem menor energia disponível e maior parcela de
9
energia cinética diante da interferência do fundo do oceano, limitando seu potencial de
geração de energia [7]
Offshore:
São dispositivos caracterizados pela sua instalação em águas profundas (acima
de 40 m). Pela menor interferência do leito marinho, conseguem aproveitar melhor a
energia potencial do oceano, tornando esse aspecto sua principal vantagem em relação
as classificações anteriores. No entanto esbarra na dificuldade de transmissão de
energia e manutenção do protótipo, devido a grande distância da costa. Vale ressaltar
que, por estarem sujeitos a maiores cargas, necessitam de fixações e estruturas mais
robustas e confiáveis. [7]
Figura 6 -Relação de energia cinética e energia potencial de acordo com a localização do conversor [8]
2.3 Classificação segundo dimensão e tamanho de onda:
Figura 7 - Classificação de conversores de acordo com tamanho de onda incidente [11]
10
Atenuador
Os atenuadores são estruturas longas e com articulações flexíveis
caracterizadas por se posicionarem paralelas à direção de onda, “surfando-a”. Dessa
forma, atenuam a energia das ondas através do movimento relativo entre as suas
seções. O mais conhecido exemplo desse tipo de protótipo é o atenuador Pelamis,
desenvolvido pela empresa Pelamis Wave Power.
A máquina Pelamis, a qual opera em região offshore, é constituída por uma série
de seções cilíndricas semisubmersas, ligadas por juntas articuladas e fixadas ao leito
marinho. A passagem das ondas provoca um movimento relativo entre as seções, o qual
é absorvido por cilindros hidráulicos, que bombeiam óleo em alta pressão através de
motores hidráulico. Os motores hidráulicos movimentam geradores elétricos nas
junções, os quais estão interligados por um único cabo umbilical para o fundo do mar.
[6]
Figura 8 - Funcionamento máquina Pelamis [12]
Ponto absorvedor
Os conversores desse tipo são estruturas caracterizadas por uma pequena
dimensão em relação ao tamanho da onda, as quais captam energia de todas as
direções através do movimento relativo dos dispositivos projetados. Conforme citado
por Falnes e Lillebekken [10], é interessante que o comprimento característico de
dispositivos point absorber seja da ordem de 5 a 10% do comprimento de onda
predominante no sítio, de forma que a energia extraída seja maximizada em relação ao
custo de construção e operação do dispositivo. Sua estrutura pode ser flutuante com
11
oscilação em um ou mais graus de liberdade, ou submersa com oscilação por diferença
de pressão das ondas na superfície. Um exemplo desse tipo de protótipo é o Powerbuoy
desenvolvido pela empresa Ocean Power Technology’s.
Figura 9 - Princípio de operação do Powerbuoy [13]
O Powerbuoy, consiste em uma boia oscilando em torno de um de um pilar fixado
ao leito marinho através de um cabo. A partir do movimento relativo causado pelas
cristas e vales das ondas, é usado para acionar geradores eletromecânicos ou
conversores de energia hidráulica. Uma estação de energia PowerBuoy tem um perfil
de superfície baixo, sendo pouco visível a partir da costa. Além disso, são projetadas
para serem escaláveis, já que são estruturas esbeltas, propriedade muito importante
quando se projeta uma fazenda ou sítio de energia das ondas. [10]
Terminador
Os terminadores são estruturas as quais atuam com o seu principal eixo
perpendicular em relação a direção da onda, interceptando-a e gerando energia. Um
exemplo desse dispositivo é Wave Dragon.
12
Figura 10 - Principio de operação do Wave Dragon [14]
Esse constitui de um projeto com refletores que concentram as ondas em sua
direção e assim aumentam a altura efetiva da onda. O sistema é preso por cabos no
leito do mar, para que sua flutuação e funcionamento sejam garantidos. A eletricidade
é produzida por um conjunto de turbinas Kaplan de baixa pressão. [7] Os refletores
citados conduzem as ondas em direção à rampa, que contém um grande reservatório
central de água, o qual é mantido acima do nível do mar. Por fim, a água deixa o
reservatório através das turbinas após a passagem da onda, as quais estão ligadas em
geradores elétricos
2.3 Classificação pelo princípio de funcionamento:
Dentro das diversas classificações sobre o princípio de funcionamento de um
conversor de energia das ondas já encontradas em literatura, apresentaremos a seguir
as principais junto a exemplificação de dispositivos já em funcionamento [6]:
13
Figura 11 - Princípio de Funcionamento dos conversores oceânicos (adaptado de [6])
Diferenciais de pressão:
Segundo LOPÉZ, os dispositivos definidos como diferenciais de pressão podem
ser classificados como: conversor de Arquimedes e Coluna oscilante de água (OWC -
Oscilating Water Column). O primeiro consiste em um dispositivo do tipo ponto
absorvedor, onde a oscilação do elemento flutuante e responsável pela captação de
energia das ondas se dá pela variação da pressão induzida resultante da passagem das
cristas e vales da onda. Já os conversores OWC’s são comumente localizados na costa
ou na região nearshore e se baseiam no princípio de diferencial de pressão. Este tipo
de conversor utiliza uma câmara semisubmersa aberta no fundo onde, através do
movimento alternativo das ondas, exerce-se pressão sobre o ar contido na coluna de
ar. Esse fluxo de ar aciona uma turbina que sempre gira na mesma direção. A estrutura
do conversor pode ser classificada como fixa ou flutuante. [6]
Overtopping:
Os dispositivos classificados pelo princípio de sobreposição (overtopping) são
caracterizados pela atuação das forças de onda sobre a estrutura e concentração de
energia. Seu princípio é definido por forçar a passagem de água por cima da estrutura
acima do nível do mar, e devolve-la para o oceano através de turbinas. Um exemplo de
dispositivo o qual atua sob esse princípio, é o Wave Dragon, descrito no tópico anterior.
14
Corpos oscilantes:
Os conversores que atuam sob o princípio de corpos oscilantes, consistem em
estruturas flutuantes ou submersas, onde a captação da energia das ondas é dada por
movimento oscilação vertical, horizontal ou rotacional do conversor desenvolvido em
questão. A conversão destes movimentos em energia é realizada através de circuito
hidráulico ou geradores elétricos. Pelamis (Figura 8) e Powerbuoy (Figura 9) são
exemplos de dispositivos baseados nesta tecnologia
15
3. Estudo de caso
3.1 Contexto da energia das ondas no Brasil
No início do trabalho, já fora ressaltado que pela característica de dimensão
continental somada a uma grande densidade populacional litorânea, o Brasil se
apresenta atraente a avaliação do potencial energético resultante da energia das ondas.
Para avaliar tal potencial, é necessário a fundamentação em informações confiáveis as
quais apresentem uma previsão global do regime de ondas e sua estimativa teórica de
geração de energia.
Nesse aspecto, nos basearemos no estudo realizado por CORNNET [15] onde,
através de um modelo numérico cujos parâmetros são validados através de
comparações com estudos anteriores e estatísticas de medições com boias, apresenta-
se uma estimativa do potencial global de cada região do mundo e sua variação temporal.
Analisando a figura 12, observa-se que, em termos mundiais, as regiões com maior
capacidade energética estão localizadas entre as latitudes 40º e 60º de ambos os
hemisférios, alcançando valores de até 110 KW/m. Nos baseando nesse potencial, há
uma discrepância grande em relação a costa brasileira, a qual apresenta um potencial
energético moderado variando de 10 a 20KW/m de potência. [15]. Essa diferença é
demonstrada em termos continentais [6], quando apresenta-se o potencial energético
da américa do sul em relação as demais regiões do mundo. Com uma potência bruta de
200 GW, o continente representa 15 % da potência mundial disponível resultante do
fenômeno oceânico.
16
Figura 12 - Estimativa do potencial anual das ondas em kW/m [15]
Um outro fator importante a ser avaliado, além do potencial energético teórico, é
a variabilidade sazonal do recurso energético das ondas para cada região. Sítios com
fluxo de energia moderado e estáveis são mais apropriados quando comparamos com
outros locais de maior potencial energético e instabilidade. Dessa maneira, operar um
conversor em uma região com tais desvantagens acarreta em ineficiência da geração
de energia e exige uma maior robustez do equipamento a fim de resistir as maiores
alturas de onda. [6]
No intuito de avaliar tal característica, introduzimos o conceito do coeficiente de
variação (COV). Este parâmetro representa a razão do desvio padrão da série de
potência no tempo e o valor médio da série de potência no tempo. Conclui-se dessa
forma que, quanto menor o COV de uma determinada região, menos variação de
potência energética teremos sazonalmente.
Analisando a figura 13 , observa-se que o Brasil apresenta uma variação
temporal extremamente baixa, principalmente na região Nordeste. Dessa maneira,
somado ao potencial energético moderado da costa brasileira, torna-se um sitio
favorável à pesquisa e desenvolvimento de protótipos como o de autoria do Programa
de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ. A seguir, seu funcionamento e
componentes serão detalhadamente descritos.
17
Figura 13 - Avaliação do COV (coeficiente de variação) ao redor do mundo [15]
3.1 Protótipo PPE
O modelo desenvolvido pelo grupo de pesquisadores do PPE da COPPE,
consiste em um gerador de energia das ondas do tipo ponto absorvedor com
modificações para aplicação em regiões próximas da costa e intermediárias
(nearshore). O princípio de funcionamento consiste num corpo rígido flutuante o qual
tem sua maior parcela submersa e acompanha o movimento oscilatório das ondas. O
flutuador é guiado por uma estrutura que restringe e torna negligenciável os movimentos
em outras direções. Assume-se, portanto, que o movimento do conversor devido à ação
das ondas ocorre apenas em um único grau de liberdade.
18
Figura 14 - Conversor oceânico desenvolvido pelo PPE [8]
Iniciando a descrição dos componentes que compõe o conversor, a torre é
representada por uma estrutura treliçada e quadrada com quatro colunas verticais.
Definida em AMORIM, 2017 [16] como pórtico espacial devido as diversas solicitações
ambientais distintas e em diferentes direções as quais tornam-na suscetível a momentos
torsores, fletores e flambagem, tem dupla função: guiar o corpo rígido ao longo do eixo
vertical de acordo com o movimento ondulatório do mar e atuar como suporte para
equipamentos abrigados em uma espécie de topside.
A fim de proporcionar a instalação apropriada do conversor no leito marinho,
utilizamos uma Base composta por dutos ou tubos inundáveis. Essa também tem papel
fundamental na flutuabilidade durante o transporte do conjunto a fim de manter a
posição vertical do conversor e evitar a danificação dos demais componentes do
conjunto pelo contato com a água do mar.
Diante do fato do protótipo estar instalado em uma região nearshore, há grande
influência do leito marinho na passagem das ondas e consequentemente uma maior
19
parcela de energia cinética. No intuito de aproveitar tal energia, há quatros refletores
com a função de concentrador de ondas pelo princípio de tubo de Venturi.
Adicionalmente, tais componentes auxiliam no equilíbrio estrutural da torre combatendo
o momento fletor.
Um componente fundamental no funcionamento do conversor, o qual é alvo de
diversos estudos em busca da otimização de seu funcionamento, é o flutuador. Essa
estrutura é responsável pela captação direta das forças oriundas da energia das ondas.
Logo, deve-se buscar boa flutuabilidade ao componente, maximizar a absorção de
energia e garantir a transmissão de forças à casa de maquinas através de seu eixo
central.
No intuito de permitir o deslocamento do flutuador com o mínimo de atrito,
evitando maiores perdas de energia, o conversor é composto por um sistema de
deslizamentos. Composto por 8 estruturas compostas por roletes e em contato com as
pernas laterais da torre do conversor, esse sistema deve ser dimensionado a fim de
resistir as forças resultantes da energia das ondas.
Em forma de energia cinética ou energia potencial, a energia resultante das
ondas precisa ser convertida em energia elétrica. Desse modo utilizamos de um sistema
gerador localizado na região topside do protótipo, o qual é conhecido como power-take-
off system ou simplesmente PTO. Segundo Jochen Bard et al, 2013 [17], esse sistema
também deve fornecer meios para controle dinâmico do dispositivo de energia das
ondas.
Baseando-se nos modelos já empregados nos conversores de energia das
ondas já existentes, podemos classifica-los em: hidráulicos, pneumáticos, transmissão
mecânica e geradores elétricos lineares. Cabe ao projetista definir o melhor modelo que
se encaixa para cada situação.
3.2 Metodologia
O trabalho desenvolvido como projeto final de graduação, tem por objetivo
reduzir em escala o conversor desenvolvido pelo PPE. Ao longo dos anos, inúmeros
estudos foram realizados de acordo com a hipótese de que o sitio de funcionamento do
conversor seria o porto do Pecém no Ceará. Dessa forma, os demais componentes
descritos anteriormente foram dimensionados de acordo com as condições
20
climatológicas desse determinado sitio. (altura de onda, período de onda, batimetria,
variação de maré).
Para o caso estudado, um novo sitio para o funcionamento do conversor será
definido. Logo, há diferentes valores para os parâmetros já mencionados anteriormente
os quais definem as condições climatológicas de um sitio. Consequentemente, os
demais componentes que constituem o conversor de energia das ondas terão de ser
redimensionados e reajustados para as novas condições de contorno.
O processo de redução em escala começa pelo dimensionamento do flutuador
do conversor. Esse deve ser escolhido a fim de maximizar a extração da energia das
ondas e também tem de estar compatível com a limitação física do local de instalação
representada pela batimetria do sitio. Posteriormente, será definido o sistema de
deslizamento do flutuador assim como as dimensões da torre estrutural do conversor.
Esse último elemento deve ter suas dimensões projetadas a fim de dar segurança
estrutural ao conversor, e suportar outros elementos como a caixa de maquinas
localizada no topo da estrutura
Por fim, de acordo com a força resultante do movimento vertical do flutuador,
define-se as dimensões e a capacidade do sistema de geração de energia utilizado.
Junto ao método de controle utilizado, tem-se os potenciais operacionais do conversor
e seu potencial de geração energética. Posteriormente, após a definição da capacidade
do conversor, será definido um sistema a ser alimentado diretamente por essa energia
que esteja de acordo com os objetivos previamente definidos para o trabalho.
3.3 Escolha do Sitio
A escolha apropriada de um sítio é essencial para muitos projetos de engenharia
no mar, na medida em que influencia diretamente na eficiência do equipamento
instalado, tornando cada conversor singularmente definido pela amplitude,
direcionalidade, período de onda e batimetria do seu local de instalação. Dentro do
processo de seleção do sitio para a instalação do protótipo desenvolvido no trabalho, há
uma variedade de aspectos envolvidos. Dentre eles, deve-se levar em conta os
componentes batimétricos, geológicos, geofísicos e geotécnicos, além das questões
ambientais do local. [18].
Como já fora exposto anteriormente, o Brasil apresenta um considerável
potencial energético das ondas em seu vasto litoral, destacando a região nordeste como
21
área de ondas frequentes e regulares para a utilização de tal dispositivo. Dentro desse
aspecto, a maioria dos estudos já realizados para o protótipo envolvido nesse trabalho,
utilizaram os dados ambientais e batimétricos do porto de Pecém no Ceará, onde já fora
instalado um projeto piloto de um diferente dispositivo para a energia das ondas e há
registros de ondas de seis anos apresentado por Beserra. [18]. Sobre o mar do
Nordeste, sabe-se que parte do litoral da região Nordeste do Brasil, devido à sua
configuração geográfica, fica exposta diretamente aos ventos alísios ao norte e ao sul
da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical). Extensas e duradouras pistas produzem
agitação marítima caracterizada por ondas locais, definidas como vagas ou wind-sea,
propagando-se predominantemente de leste para o litoral. Outra parte da costa
nordestina fica voltada para o Hemisfério Norte, e é suscetível a receber ondas geradas
em áreas distantes do Atlântico Norte. Estas ondas são definidas por marulhos ou swell.
Entre os eventos meteorológicos no Atlântico Norte geradores de ondas que podem
atingir o litoral do Brasil estão os ciclones extratropicais e os distúrbios africanos de
leste. A distância aproximada entre o litoral nordestino e a região por onde ocorrem
estes distúrbios é de 3 a 5 mil km. [18]
No entanto, a instalação do protótipo desenvolvido pelo PPE no sitio de Pecém
apresenta alguns aspectos que não vão de encontro com o objetivo apresentado
previamente no trabalho. Por se tratar de um porto offshore, com uma distância de 3 km
da costa, e estar a 60 km da capital Fortaleza, um conversor de energia marítima nesse
sitio não se adequa a necessidade de divulgar e expor visualmente a tecnologia à
futuros investidores e, principalmente, para população. De acordo com Beserra [18], é
necessário que haja aceitação da população a respeito de determinado vetor de energia
para apoio político a fim de dar continuidade aos estudos na área. O mesmo autor ainda
afirma que não se pode presumir que, unicamente por ser uma energia de natureza
renovável, ela venha a ter aceitação ampla e irrestrita.
22
Figura 15 - Local de instalação do conversor dimensionado no trabalho
A fim de atender as motivações desse trabalho de conclusão de curso, optou-se
por uma nova escolha de sitio de funcionamento do conversor, o sitio da região do Poço
da Draga. Mais especificamente na região do INACE, estaleiro brasileiro fundado em
1969 responsável pela construção de navios de pequeno e médio porte dos mais
diversos tipos, o conversor irá se localizar em um dos principais polos turísticos de
Fortaleza.
Localizado na zona costeira leste/oeste de Fortaleza, o sitio escolhido para a
instalação do protótipo se caracteriza por elevada densidade habitacional, sendo
ocupada por segmentos de renda média e alta em alguns setores e por população de
baixa renda em outros. [19] Próximo a regiões de grande apelo turístico como a ponte
dos ingleses e a praia de Iracema, a qual conta com grande diversidade de hotéis, bares
e restaurantes de alto nível sobre a faixa de praia, a região da Draga se encaixa na
necessidade de expor à sociedade a tecnologia implementada na geração de energia
das ondas. O próprio local é o início do maior bairro popular de Fortaleza, o Pirambu, e
possui privatizações importantes do espaço público como o hotel Marina Park.[19]. Esse
23
estabelecimento em especifico, teve papel importante para escolha do sitio na medida
em que se localiza em frente ao local de funcionamento do conversor. Dessa maneira,
cria-se a possibilidade do projeto de um sistema alimentado diretamente com a energia
do conversor, funcionando como atração do hotel e eliminando os custos de transmissão
de energia.
Em relação as características ambientais do novo sitio, nota-se uma considerável
redução do nível batimétrico comparado ao antigo sitio de Pecém [18], o qual
apresentava 17 m de profundidade comparado aos 3 m da região do estaleiro do INACE.
(figura 16) Isso torna a influência do leito marinho nesse novo sitio consideravelmente
maior, aumentando a parcela de energia cinética presente nas ondas e tornando sua
captação menos eficiente. Consequentemente, tal aspecto reduz o potencial e a
capacidade de geração energética do conversor de ondas.
Figura 16 - Batimetria da região do Poço da Draga
No entanto, o sitio localizado na região da Draga, apresenta vantagens
principalmente em relação ao custo da máquina desenvolvida. Por estar em uma região
de menor profundidade, todos os componentes do conversor serão dimensionados em
uma escala menor, onde essa redução de material acarreta em um menor gasto para a
confecção do equipamento. Outro aspecto importante, é a possibilidade de utilização da
infraestrutura do estaleiro do INACE. Esse possui guindastes e outras ferramentas de
fabricação que tornam possível a confecção do equipamento no próprio estaleiro,
diminuindo os custos de transporte e facilitando a logística envolvida no processo de
montagem e instalação do conversor.
24
Para a definição dos dados de mar do novo sitio escolhido, utilizaremos como
referência o site GWS - Global Wave Statistics. [20] Esse subdivide o globo terrestre em
pequenos retângulos com informações de ondas e ventos médios de uma determinada
região a qual apresenta certa semelhança climatológica. Observa-se que tanto o sitio
de Pecém como o sitio da região do INACE, se encontram na área 66. Logo, conclui-se
que por estarem influenciadas pelos mesmos fenômenos climatológicos, há similaridade
entre os dois mares, tornando possível a utilização dos registros apresentados por
Beserra em relação ao sitio de Pecém. [18] Vale ressaltar que a obtenção de médias a
partir de técnicas convencionais, além de introduzir alguma tendenciosidade na
estimativa de direção principal de ondas, pode ainda impedir a detecção de eventos
marcantes ao longo do registro [21]. No entanto para uma estimativa da produção
energética do conversor e avaliação inicial de seus custos, a utilização de medias
climatológicas, baseada nos dados coletados no sitio de Pecém, se aplica ao caso do
trabalho desenvolvido.
Figura 17 - Ilustração das regiões definidas pelo GWS [20]
Os dados levantados apontados por Beserra [18] indicam a predominância em
torno de 90% de ondas de altura entre 1m e 2m. Ondas com alturas fora desse intervalo
são eventos raros onde a altura de onda nominal será definida com 1,5 m para futuros
dimensionamentos. Devido as características do sitio da região da Draga, adota-se
como onda máxima o valor de 4m característico de um fenômeno periódico no litoral de
Fortaleza.
25
Figura 18 - Altura de onda do sítio do Pecém [18]
Os períodos de ondas para o sitio escolhido são relativamente curtos e em sua
maioria se apresentam no intervalo de 5s até 9s. Para cálculos futuros, será adotado
como período médio do sitio, o valor de 7,5 s.
Figura 19 - Período de onda do sitio do Pecém [18]
A potência média mensal do sitio atingiu valores que variam em grande parte de
6 KW/m até 11 KW/m com uma média anual de 7,7 KW/m. Para uma costa de 573 km
de extensão, conclui-se que a região possui um potencial de 4,41 GW.
26
Figura 20 - Distribuição de potência ao longo do sitio definido [18]
Figura 21 - Altura significativa média de onda para o sitio definido [18]
27
4. Redimensionamento do Conversor
4.1 Flutuador
O flutuador do protótipo tem grande importância em seu funcionamento na
medida em que é responsável pela captação direta das forças oriundas da energia das
ondas. Nesse sentido, diversos estudos foram realizados a fim de garantir certas
características ao componente e otimizar a eficiência de captura pelo conversor. Dentro
dessas, busca-se boa flutuabilidade ao componente, maximizar a absorção de energia
e garantir a transmissão de forças à casa de maquinas através de seu eixo central.
Inicialmente o componente foi idealizado com geometria de pirâmide invertida e
submetido a testes em escala reduzida de 1:40 em Begni [22]. Os experimentos em
laboratório representam uma etapa importante do projeto na medida em que se permite
avaliar a complexa hidrodinâmica do flutuador quando exposto ao fluxo oceânico. Dessa
maneira, o deslocamento do flutuador foi simulado para diferentes condições de
operações no canal de ondas do instituto Nacional de Pesquisa Hidroviária a fim de
avaliar a relevância dos refletores adicionados à pirâmide invertida visando a
concentração do fluxo da onda. Segundo Frigaard & Kofoed [23], essa é a primeira etapa
para o desenvolvimento de um dispositivo WEC, onde há uma prova de conceito do
protótipo e uma estimativa bruta – de ± 20% – de produção de energia
Figura 22 - Modelo em escala reduzido 1:40 flutuador com refletores em forma de pirâmide invertida [22]
28
Posteriormente, KAHN [24] avaliou modificações em flutuadores de base
quadrada com e sem chanfro a fim de garantir a máxima geração energética para as
condições estabelecidas no sitio de Pecém. Para tal, manipulou-se a geometria através
do software Rhinoceros e, para avaliar seus parâmetros hidrodinâmicos e suas
respostas às simulações segundo a Teoria potencial linear, utilizou-se o software Ansys
Aqwa. Em relação a geometria para cada simulação, foi avaliado a influência do
comprimento característico (𝑳𝟎), representado pelo lado da base superior do flutuador,
e o comprimento do chanfro, representado como uma porcentagem do comprimento
característico. O calado do flutuador, representado por T, será uma variável dependente
definida em função dos outros parâmetros citados.
Figura 23 - Modelo flutuador sem chanfro desenvolvido no Rhinoceros [24]
Em relação as condições hidrodinâmicas definidas para as simulações, foram
utilizadas 8 direções de onda com variação de 45º entre elas, e períodos de 0 a 20
segundos, de acordo com o período de oscilação no sítio.
Em conversores oscilador-flutuantes o corpo deve interagir com o oceano a fim
de reduzir a quantidade de energia que estava antes presente no mar e transferi-la para
o seu sistema oscilatório. Segundo Falnes et al [10], o conversor deve primeiro ser um
bom gerador de onda a fim de que as ondas geradas interfiram de forma destrutiva com
as ondas do mar incidentes, resultando em maior oscilação do sistema. Dessa forma,
em um sistema oscilatório simples interagindo com uma onda senoidal, a fase ótima
ocorrerá na ressonância. Dessa forma, procura-se que o período nominal do flutuador,
coincida com a frequência natural de ressonância do elemento.
29
Tabela 1 - Avaliação de flutuadores piramidais sem chanfro de acordo com variação de suas
dimensões [24]
A tabela 1 apresenta os resultados referentes a flutuadores piramidais sem
chanfro. As três primeiras colunas são referentes a características dimensionais do
flutuador e o parâmetro ∆ [𝑡𝑜𝑛], representa a força vertical resultante do movimento
oscilatório de cada flutuador
Apesar do estudo ter utilizado uma referência de profundidade para água calmas
de 20𝑚, baseando-se na escolha inicial do sitio de Pecém, a região do INACE apresenta
um diferente limite batimétrico. Como já fora demonstrado anteriormente, para a
situação de profundidade mínima a qual é representada pela batimetria da região, o sitio
consta de uma profundidade de 3 𝑚. Logo, torna-se impossível a escolha inicial feita
por Kanh de um comprimento especifico 𝐿0 = 15𝑚 , ângulo de 𝛼 = 60° e sem chanfro.
Segundo a ideia de Falnes e Lillebekken [10], é necessário a maximização da
submersão do componente a fim de garantir a adequada captura e geração de energia
a partir das ondas.
Dessa forma, de acordo com a batimetria do sitio, o flutuador está limitado a um
calado máximo de 3 𝑚 e comprimento especifico de 3 𝑚. Analisando os três primeiros
flutuadores da tabela acima, o flutuador com angulação de 60 graus fornece a maior
força para condição de onda nominal ao sistema PTO desenvolvido para o equipamento.
No entanto, diante de um calado de 2,47 𝑚, há uma folga muito pequena de distância
para o leito marinho do sitio escolhido, possibilitando o risco do flutuador se prender às
30
irregularidades do fundo do oceano e prejudicar o seu movimento oscilatório e
consequentemente a geração de energia. Diante de tal aspecto, optou-se pelo flutuador
de comprimento especifico de 3 𝑚 e angulação de 45 graus.
Logo, fazendo a conversão necessária das unidades, tem-se o valor de força
nominal do flutuador:
𝐹𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 3,998 𝑡𝑜𝑛 = 39,84 𝑘𝑁
Em conversores oscilador-flutuantes o corpo deve interagir com o oceano a fim
de reduzir a quantidade de energia que estava antes presente no mar e transferi-la para
o seu sistema oscilatório. Segundo Falnes et al [10], o conversor deve primeiro ser um
bom gerador de onda a fim de que as ondas geradas interfiram de forma destrutiva com
as ondas do mar incidentes, resultando em maior oscilação do sistema. Dessa forma,
em um sistema oscilatório simples interagindo com uma onda senoidal, a fase ótima
ocorrerá na ressonância. Dessa forma, procura-se que o período nominal do flutuador,
coincida com a frequência natural de ressonância do elemento.
O parâmetro utilizado para a avaliação desse aspecto é conhecido com RAO
(Response Amplitude Operator), o qual é definido como a resposta de um corpo
flutuante à onda unitária incidente como função do período de onda e sua direção. Seu
cálculo é dado pela razão entra a amplitude de onda e a amplitude de flutuador. A figura
24 apresenta os valores dados para os flutuadores de 3 m de calado para cada período
de onda incidente.
31
Figura 24 - RAO para modelos com 3 m de calado [24]
Após a definição das dimensões do comprimento característico e calado do
flutuador, devemos nos atentar a qual geometria de base garantiremos a maximização
da extração da energia das ondas. Para tal, utilizaremos o trabalho de ISHIKAWA [25]
o qual se propôs a estudar a influência das bases triangular, quadrangular, pentagonal
e hexagonal na hidrodinâmica do flutuador.
Como em Kahn, a geometria do flutuador foi manipulada através do software
Rhinoceros e a simulação de seu funcionamento hidrodinâmico foi realizada com o
software Ansys Aqwa. Inicialmente, avalia-se a influência de alguns parâmetros
importantes a serem definidos na simulação tais como a profundidade e a direção de
onda. Através da análise das curvas de potência, RAO e fator de captura, nota-se que
tais parâmetros não influenciam significativamente na geração de energia e
funcionamento do flutuador. Dessa maneira, é adotado um ângulo de 0 ° de incidência
de onda e uma profundidade 30 m na instalação do conversor.
Em relação a escolha da geometria de base a qual maximiza o desempenho e
a geração de energia por parte do flutuador, utilizou-se a análise das curvas de potência
media extraída e de fator de captura. Concluiu-se que quanto maior o número de lados
na base do flutuador, melhor o desempenho deste em relação aos parâmetros citados
anteriormente. Logo, é fácil concluir que o aumento máximo do número de lados do
componente nos leva a um flutuador com seção transversal na forma de círculo. Dessa
forma, utilizaremos um flutuador semiesférico para o projeto.
32
Figura 25 - Dimensões do flutuador definido para o conversor da região da Draga
4.2 Sistema de Deslizamento
Definido como o elemento que possibilita o contato entre a torre de sustentação
e o flutuador, o sistema de rolamento do protótipo seguirá as orientações definidas pela
análise estrutural de TORRES [26]. Através do Software Ansys, o qual possibilita a
aplicação do método de elementos finitos, foram avaliadas principalmente a falha por
fadiga da estrutura considerando seus respectivos efeitos de concentrador de tensões
[20]. Para um projeto contra este tipo de falha, deve-se levar em conta o efeito de
tensões alternadas e médias, combinando as diferentes formas de atuação através das
tensões de Mises. Esse tipo de falha ganha destaque por não demonstrar antecipação
para a ruptura ou deformação plástica do material, na medida em que as
descontinuidades do material podem avançar internamente diferentemente de uma
falha puramente estática.
33
Em seu trabalho, TORRES, [26] tinha como objetivo desenvolver um dispositivo
de alta resistência mecânica para as situações mais críticas encontradas na costa
brasileira. Para tal, o sitio definido foi a ilha de Trindade com onda máxima de 11 𝑚 e
período de 8,5 𝑠. Através do Software WAMIT, variou-se o ângulo de incidência de onda
na estrutura (0,30, 45 graus) a fim de se definir a situação mais crítica para a análise
estrutural.
Voltando para as condições climáticas do sitio da região da Draga, sabe-se que
o valor máximo da altura de onda foi definido como 4 m para um período de 7,5. Dessa
forma, o mecanismo definido em [26], se mostra suficientemente dimensionado com
segurança para as forças ambientais atuantes desse trabalho. Uma nova análise
estrutural, acarretaria em uma estrutura mais leve e menos gasto de material. No
entanto, um redimensionamento do sistema de deslizamento do conversor foge do
escopo do trabalho.
A estrutura projetada é apresentada a seguir com composição de 2 tubos
encurvados lado a lado com chapas de reforço. Os roletes que permitem o deslizamento
da estrutura flutuante, são projetados para um posicionamento paralelo aos tubos da
perna principal da torre e possuem um ângulo de abertura de 65 graus.
Figura 26 - Sistema de deslizamento para um flutuador cônico [26]
34
Figura 27 - Sistema de suporte de rolete inferior e superior para um flutuador cônico [26]
Em relação ao material utilizado no dimensionamento do sistema exposto,
adotou-se a proposta de reutilização de dutos de perfuração a fim de diminuir os custos
do projeto sem denegrir a integridade do componente. Os dutos são considerados de
aço AISI 4145H, mesmo material utilizado para as chapas de reforço pela resistência
mecânica, soldabilidade e mínima oxidação resultante do contato com a água do mar
No caso dos roletes, a melhor opção de material a ser utilizado são os
polietilenos de alto ou ultra alto peso molecular. Para a situação do polímero de alto
peso nuclear, o UHMPWE, pode-se melhorar suas propriedades como dureza,
resistência ao desgaste e coeficiente térmico com preenchimento de outros materiais
de reforço, como fibra de vidro ou grafita. A sua resistência aos raios UV também pode
ser melhorada com a adição de substancias absorvedoras de luz, como o negro de
fumo. [27]
Em relação ao conector, foi projetado um modelo especifico para a análise feita
por AMORIM (figura 28), na medida em que esse se diferencia dos roletes padronizados
oferecidos pelos fabricantes no mercado.
35
Figura 28 - Modelo de rolete utilizado [26]
Figura 29 - Conector projetado para o sistema de roletes do conversor [26]
O material considerado foi o mesmo utilizado pelas chapas laterais da estrutura,
o aço AISI 4145H. A posição e quantidade do conjunto parafuso sextavado, porca e
arruela utilizado foi pensado para facilitar a manutenção.
4.3 Torre estrutural
A torre estrutural, como já fora especificado anteriormente, é definida como
pórtico espacial segundo a classificação adotada por Gere e Weaver [28] pela ausência
de restrições nas posições dos nós e a incidência de cargas ambientais distintas nas
diferentes direções do sitio de funcionamento do equipamento. A fim de que a geração
de energia seja feita de forma adequada e segura, é desejável que a torre estrutural
atenda aos seguintes requisitos:
• A estrutura deve ser capaz de sustentar os demais componentes do
conversor responsáveis pela geração de energia, tais com o flutuador e
a casa de maquinas
• A estrutura deve ser projetada a fim de resistir aos diversos
carregamentos ambientais do sitio escolhido
36
Para darmos início ao projeto, utilizaremos como base o trabalho final de
GOMES [16], onde é realizada uma avaliação estrutural na torre de um conversor
desenvolvido para o sitio do Farol de Cabo Frio. Em seu trabalho, de acordo com as
normas API RP 2A-WSD e DNV 30.5 [29], buscou-se reduzir ao máximo a dimensão
externa dos tubos utilizados a fim de economizar material, facilitar a montagem e evitar
perdas de energia das ondas nas regiões subsequentes da estrutura.
Para definirmos as dimensões da estrutura do conversor desenvolvido pelo PPE,
é importante ressaltar sua dependência direta com o sitio de instalação escolhido. É
necessário se atentar aos valores de batimetria, altura de onda máxima e altura nominal
de onda a fim de garantir os seguintes aspectos ao equipamento:
• Garantia de submersão total do flutuador no intuito de permitir uma geração de
energia das ondas adequada com os parâmetros definidos em projeto
• Vão central suficientemente grande para comportar os deslocamentos do
flutuador segundo as alturas de onda do sitio escolhido
• Caixa de maquinas à uma altura suficiente para prevenir o contato dos
equipamentos abrigados com a água.
Dessa maneira, de acordo com os valores de 4 𝑚 de onda máxima, 3 𝑚 de variação
de maré e 3 𝑚 de nível batimétrico, todos apresentados anteriormente no capitulo
destinado a escola do sitio, define-se o primeiro esboço de torre:
37
Figura 30 - Torre estrutural definida para o projeto
A estrutura possuirá 12,5 𝑚 de altura e 3,1 𝑚 de largura, definida de acordo com
as dimensões do flutuador. A praça de maquinas terá 2 𝑚 de altura, a fim de abrigar os
equipamentos que retirarão energia do flutuador, e o vão central terá 7,5 𝑚 definido pela
altura de onda máxima e a variação de mares do sitio escolhido. A geometria da base
da torre será a quadrangular por se tratar de um protótipo do tipo ponto absorvedor cuja
finalidade é receber a maior frente de onda possível independente da direção. [16]
A fim de captar adequadamente a energia contida na onda através do flutuador
dimensionado, transmitida por intermédio de um eixo até o conversor localizado na
praça de máquinas, o flutuador não pode ter seu movimento prejudicado pela presença
de obstáculos diante do fluxo de corrente. Dessa maneira, a região central da torre,
segundo a configuração adotada, não contará com a presença de contraventamentos.
[16] Tal característica, torna essa região da torre– uns dos principais focos de estudo
em sua análise de flambagem
38
Figura 31 - Vista direita da torre dimensionada
Para mitigar o efeito de torção da estrutura, serão utilizados elementos
horizontais, dispostos na parte superior do pórtico, antes e depois do “convés” da torre,
conforme a vista superior. [16]
Figura 32 - Vista superior da torre dimensionada
Uma mudança no projeto da torre utilizada para o sítio da região da Draga em
relação ao primeiro esboço idealizado por GOMES [16], é a ausência de
contraventamentos na parte inferior ao vão central da torre. Para mitigar o efeito da
flexão nessa região, foi definido uma nova proposta de base onde as abas refletoras
39
atuarão com papel estrutural. Somada a esse aspecto, uma nova alteração é realizada
com a introdução de duas placas a fim de restringir o fluxo de água que passa pelo
conversor e concentrar seu escoamento incidente ao flutuador, permitindo um maior
aproveitamento da energia cinética resultante do movimento das ondas.
Sobre as abas refletoras, essas serão fabricadas a partir do empilhamento de
dutos. Em relação a definição do comprimento das abas refletoras, deve-se atentar a
pequena batimetria do sitio. Devido a uma grande influência do leito marinho, há uma
considerável parcela de energia cinética presente na onda incidente ao conversor. De
modo a aproveitar ao máximo a captação dessa energia, define-se um comprimento de
8 𝑚.
A seguir, adotando a mesma metodologia de GOMES [16], realizaremos a
analise estrutural da torre do conversor. Vale ressaltar que as condições ambientais
comparadas ao trabalho anterior são diferentes. O sitio da região da Draga consta de
ondas de período de 7,5 s e altura significativa de 1,5 m e o sitio do farol de Cabo Frio,
utilizado no trabalho de AMORIM, consta de altura de onda significativa de 2,5 m e
período de 9,5 s.
4.3.1 Cargas
As cargas consideradas no problema serão originarias da incidência das ondas
na torre e no flutuador, resultando na força de arrasto e na força de inércia que serão
transmitidas à estrutura, além da força resultante do vento sobre a região do conversor
não submersa. Há também a atuação de forças verticais definidas pela soma do peso
próprio dos dutos, do flutuador e da caixa de maquinas do conversor, os quais serão
utilizados para definir as condições críticas de flambagem no vão central da estrutura
devido à ausência de contraventamentos.
Força da onda
Para o cálculo da força resultante da ação de onda sobre o vão central da torre
projetada, utilizaremos como base a equação de Morrison, adequada para o projeto de
diversas estruturas de seção transversal circular sujeitas à esforços marítimos. Essa é
composta de um termo referente a força de arrasto e um termo referente a força de
inercia:
40
𝑑𝐹 (𝑧) = 𝐶𝑀 ∗ 𝜌 ∗𝜋
4∗ 𝐷2 ∗ �̇�𝑑𝑧 + 𝐶𝐷 ∗ 𝐷 ∗ 0,5 ∗ 𝜌�̇�|𝑢|𝑑𝑧̇ (4.1)
𝐹(𝑡) = ∫ 𝑑𝐹(𝑧, 𝑡)
𝑧=𝐿
𝑧=0
(4.2)
Onde, 𝐶𝐷 é o coeficiente de arrasto; 𝜌 é densidade da água (𝑁/𝑚3); 𝑔 é a
aceleração da gravidade (m/𝑠 2 ); 𝐷 é diâmetro efetivo do membro cilíndrico circular
incluindo crescimento marinho (incrustações); 𝑢 é componente do vetor de velocidade
(devido às ondas e /ou corrente) da água normal ao eixo do membro (m/s); |𝑢| é a
velocidade absoluta de 𝑢 (m/s); 𝐶𝑀 é o coeficiente de inércia; e 𝑑𝑢/𝑑𝑡 é o componente
do vetor de aceleração local da água normal ao eixo do membro (𝑚/𝑠2). Através da
integração da equação (4.2), obtemos a força resultante de onda sobre o vão central.
Figura 33 - Força resultante da incidência direta de onda no vão central da torre
Uma força de arrasto é a força de resistência causada pelo movimento de um
corpo através de um fluido, como a água ou o ar. Sua atuação é na direção oposta da
velocidade de fluxo que se aproxima e a velocidade é a relativa entre o corpo e o fluido.
41
A força de inércia é a propriedade comum a todos os corpos que permanecem no estado
de repouso ou em movimento, a menos que alguma causa externa seja introduzida para
fazê-los alterar este estado.
Na situação de mar real, devido a influência do leito marinho no deslocamento
da onda, cada partícula de onda, definida por uma determinada profundidade 𝑍, tem sua
respectiva velocidade e aceleração. Dessa forma, tem de se equacionar as funções de
velocidade e aceleração da onda ao longo de 𝑍 , e integra-las ao longo da altura
incidente na estrutura como na formula (4.2). Como a equação de Morrison será
utilizada para o cálculo da força incidente no vão central, a integração será feita de 𝑥 =
3 até 𝑥 = 10,5.
Para o cálculo da velocidade e aceleração de cada partícula de onda, deve-se
primeiramente definir a teoria de onda a qual mais se adequa as condições
climatológicas do sitio estudado. Essa influencia diretamente nos valores de velocidade
e aceleração da onda. Para tal deve-se levar em conta a altura de onda, batimetria e
período de onda previamente definidos para o projeto. Tratando-se de uma análise
estrutural, utiliza-se sempre o pior cenário de profundidade e altura de onda, os quais
representarão os parâmetros de entrada:
• Altura de onda máxima: 4 m
• Período de onda: 7,5 s
• Profundidade: 6 m
42
Figura 34 - Gráfico para definição da teoria de onda utilizada [30]
De acordo com a figura 33, avalia-se os parâmetros adimensionais 𝐻
𝑔𝜏2 e ℎ
𝑔𝜏2 para
definir a teoria de onda que mais se adequa as condições climatológicas do sitio. Na
análise, 𝜏 representa o período de onda definido; 𝑔 representa a aceleração da
gravidade; 𝐻 representa a altura de onda; e ℎ representa a profundida de sitio.
Dessa forma, de acordo com as condições ambientais previamente definidas,
escolheu-se a teoria de Stokes como a mais adequada para o caso. Por se tratar de
uma análise estrutural estática, cargas de segunda ordem e outros fenômenos como
difração foram ignorados na definição das forças atuantes dos tubos submersos.
Para o cálculo da velocidade e aceleração de cada partícula de onda em sua
respectiva profundidade, usou-se o programa desenvolvido por John Fenton. [30]
Nesse, utilizando os dados de input já definidos, é realizada uma aproximação por serie
de Fourier onde, através dos coeficientes calculados, tem-se os parâmetros de
velocidade e aceleração necessários para cada ponto em 𝑍. A tabela 2, apresenta
resumidamente a sequência de parâmetros inseridas no programa para a situação
definida no trabalho.
43
Tabela 2 - Resumo dos dados de entrada para o programa desenvolvido por John Fenton
Um outro parâmetro importante a ser definido na equação de Morrison para o
cálculo da força de onda, é o valor dos coeficientes de inercia e arrasto para cada
estrutura analisada na torre. Para as estruturas cilíndricas, adotaremos 𝐶𝑀 = 1,6 e 𝐶𝐷 =
0,65 de acordo com a referência para tubos lisos. [29]
Para o dimensionamento das abas refletoras, utilizaremos a equação de arrasto
para o cálculo da força incidente (4.3). Em relação aos parâmetros definidos, de forma
conservadora, utilizaremos a velocidade máxima na área das abas calculada pelo
programa de John Fenton. Já para a definição do coeficiente de arrasto da estrutura,
consideraremos a aba refletora como um longo cilindro de coeficiente de arrasto 𝐶𝐷 =
0,94 calculado através da referência de FOX [31]
𝐹𝐷 = 0,5 ∗ 𝐶𝐷 ∗ 𝑣2 ∗ 𝜌 ∗ 𝐴 (4.3)
Onde 𝜌 é a densidade do fluido; 𝐴 é a área da superfície exposta ao escoamento
e 𝑣 é a velocidade do escoamento sobre a superfície.
Um outro aspecto importante a ser avaliado sobre a incidência da força de onda
sobre os componentes que englobam a torre do conversor, é a força de arrasto
resultante da incidência de onda sobre o flutuador. Esta força acarreta em uma reação
dos roletes sobre a estrutura, parâmetro importante a ser avaliado na análise estrutural.
De forma semelhante a metodologia adotada para as abas, determina-se o coeficiente
de arrasto para o elemento de acordo com a geometria de semiesfera pré-definida para
o flutuador. Dessa forma, tem-se para o flutuador 𝐶𝐷 = 1,05 também calculado através
da referência para dada geometria em Fox. [30]
𝐻/𝐷 0,67 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖𝑑𝑎 (𝑡𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜) 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜
𝑇𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎: 𝜆/𝑑
𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜: 𝜏/√(𝑔/𝑑)
𝜏
√𝑔𝑑
= 4,58
𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖𝑑𝑜 𝑆𝑡𝑜𝑘𝑒𝑠 𝑀𝑎𝑔𝑛𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑡𝑖𝑜 (𝑚/𝑠) 1
44
4.3.2 Força de vento
A força do vento atuará sobre a superfície não submersa da estrutura da torre,
onde gerará uma força de arrasto sobre esses elementos. Desprezando sua influência
sobre os dutos da estrutura, o foco do cálculo se resumirá à incidência do vento sobre
a praça de maquinas. Essa trata-se de uma caixa fechada de aço cujas suas dimensões
são definidas no capitulo 5. Dessa forma, de acordo com a norma API [29], a força do
vento é dada pela seguinte equação:
𝐹 =𝜌
2∗ 𝜇2 ∗ 𝐶𝑠 ∗ 𝐴 (4.4)
Onde, 𝜌 é a densidade do ar, 𝜇 a velocidade do vento, 𝐶𝑠 o coeficiente de forma
e 𝐴 a área do objeto estudado.
4.3.3 Condições de contorno
A fim de avaliar a flecha e deflexão nos elementos expostos as cargas
ambientais, é necessário definir as condições de contorno da torre do conversor
estudado. Para o vão central, foco principal da análise estática, será considerado como
uma viga apoiada e engastada em suas extremidades. (figura 35). Para as condições
de flexão, será definido que essa região receberá um carregamento combinado da força
de onda incidente, calculada pela equação de Morrison, somada a reação dos roletes
responsáveis pelo movimento vertical do flutuador. Para a análise de flambagem, será
considerado o peso próprio da estrutura assim como o peso do flutuador e da casa de
maquinas como as cargas verticais atuantes.
Em relação a base da estrutura, considera-se essa engastada no leito marinho
e sua extensão livre de apoios externos. Em condições reais, na medida em que a
estrutura está apoiada no leito marinho, é necessária uma avaliação de sua estabilidade
diante das forças ambientais incidentes. É esperado que o peso próprio dos
componentes do conversor seja suficiente para criar um momento restaurador a fim de
manter a estrutura verticalmente durante todo o seu funcionamento.
45
Figura 35 - Diagrama de forças atuantes no vão central da torre
Onde 𝐹1 representa a força resultante da ação das ondas; e 𝐹2 e 𝐹3 representam
as reações dos roletes
4.3.4 Material
A fim de reduzir os custos para a fabricação da torre do equipamento, optou-se
por utilizar dutos de perfuração para as treliças e os tubos laterais. Esses são revendidos
por um preço menor após a sua utilização na indústria de óleo de gás e conseguem
manter uma integridade física suficiente para as funções estruturais da situação
ambiental do protótipo. Esses são considerados como aço AISI4145H, os quais
possuem alta resistência (limite de resistência a tração de 970Mpa), boa ductibilidade,
resistência a choques e desgaste. Possui uma porcentagem de carbono entre 0.42% e
0.49% além de outros elementos como o silício, manganês, cromo e molibdênio.
Através de uma tabela interativa a qual avalia dutos de perfuração com diâmetro
externo de 2 7/8 “até 6 5/8 “, define-se o diâmetro mínimo para resistir as solicitações
46
ambientais e dar confiabilidade estrutural ao elemento estudado nesse capitulo. Caso
haja necessidade, uma nova proposta de projeto poderá ser definida
Tabela 3 - Especificação de dutos de perfuração [32]
𝐷𝑢𝑡𝑜𝑠 𝐴𝑟𝑒𝑎 (𝑚𝑚2)
𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 (𝐼)
𝐷 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 (𝑚𝑚) 𝐷 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 (𝑚𝑚) 𝑃𝑒𝑠𝑜(𝐾𝑔/𝑚)
6 5/8 45,95 1,43 ∗ 107 168 149,89 45,95 6 43,28 1,11 ∗ 107 152,4 133,1 37,21
5 1/2 42,77 8,95 ∗ 106 139,7 118,7 36,76 5 45,6 7,54 ∗ 106 127 101,6 38,1
4 1/2 35,47 4,79 ∗ 106 114,3 92,46 29,76 4 24,55 2,69 ∗ 106 101,6 84,84 20,83
3 1/2 27,77 2,13 ∗ 106 88,9 66,09 23,07
2 7/8 18,44 9,56 ∗ 105 73 54,64 15,48
4.3.5 Flambagem
A partir dos dados utilizados segundo o catalogo de dutos de perfuração,
avaliaremos o menor diâmetro possível o qual atende as condições de flambagem e
flexão resultante da força da onda e da força do flutuador nos roletes, nas quatro vigas
principais do pórtico.
No cálculo de flambagem, de acordo com Shigley [33] encontraremos a carga
crítica de flambagem para o vão central onde o flutuador deve oscilar. Como fora
definido anteriormente, ele terá dimensão de 𝐿 = 7500 𝑚𝑚.
A análise da flambagem do vão central do pórtico, será dada pela equação (4.5):
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡
𝐴=
𝑐 ∗ 𝜋 ∗ 𝐸
(𝐿/𝐾)2 (4.5)
Onde 𝐴 representa a área da seção transversal do duto de perfuração escolhido;
𝐶 é uma constante definida pela condição de contorno da situação de flambagem; 𝐸 é
o módulo de elasticidade do material utilizado; e 𝐿/𝐾 é o coeficiente de esbeltez,
calculado através da geometria e espessura de parede do perfil estrutural utilizado.
Posteriormente, o fator de segurança é dado pela razão entre a força crítica de
flambagem e a força resultante do peso próprio dos demais componentes acima do vão
central. No caso, será considerado para o cálculo o peso do flutuador, da caixa de
maquinas e dos tubos acima do vão central. Para a condição de flambagem, será
definido um fator de segurança mínimo de 2,5:
47
𝐹𝑆 =
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡
𝑃𝑝𝑟𝑜𝑝
(4.6)
Onde,
𝑃𝑝𝑟𝑜𝑝 = 𝑃𝐹𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 + 𝑃𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 + 𝑃𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎𝑠
(4.7)
Na medida em que os demais componentes estão apoiados sobre as 4 pernas
da torre estrutural, o peso próprio será dividido pelo número de pernas definidas no
primeiro esboço de projeto.
Para uma primeira tentativa, escolheremos o duto de perfuração com maior
diâmetro nominal de 6 5/8 “, com á 𝐴 = 4595 𝑚𝑚2, momento de inercia 𝐼 =
14,3 ∗ 106 𝑚𝑚4 e 𝐸 = 209000 𝑀𝑝𝑎. A constante 𝐶 será definida como 0,25 de acordo
com as condições de contorno pré-definidas em GOMES [16]:
Encontrando 𝐾:
𝐾 = √𝐼
𝐴= √
14,3 ∗ 106
4595= 55,84
Dessa forma:
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡
4595=
0,25 ∗ 𝜋 ∗ 209000
(750055,84
)2
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 = 131,4 𝐾𝑁
Em relação as cargas verticais atuantes, há 38,4 𝑚 em comprimento de dutos
acima do vão central (𝐿𝑇𝑢𝑏𝑜𝑠) com peso especifico de 45,95 𝑘𝑔/𝑚. Soma-se o peso do
flutuador de 1800 𝐾𝑔 e o peso da caixa de maquinas, definida posteriormente ao longo
do trabalho, de 12000 𝐾𝑔. Dessa forma, tem-se:
𝑃𝑝𝑟𝑜𝑝 = 𝑃𝐹𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 + 𝑃𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 + 𝑃𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎𝑠
𝑃𝑝𝑟𝑜𝑝 = 𝑃𝐹𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 + 𝑃𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑜,𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 ∗ 𝐿𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠 + 𝑃𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎𝑠
𝑃𝑝𝑟𝑜𝑝 = 47,3 𝐾𝑁
48
Somada às cargas verticais estáticas mencionadas acima, será considerado
uma carga dinâmica critica resultante de um possível travamento do eixo do flutuador
durante seu movimento oscilatório. Dessa forma, será definido como carga dinâmica
vertical a força máxima de onda presente no sitio escolhido. Como estamos trabalhando
com os mesmos dados climatológicos do sitio de Pecém, será definido:[11]
𝐹𝑚á𝑥 = 445,7 𝑘𝑁
Esse parâmetro, definido em NETO [11], foi obtido através de simulações no
software WAMIT para as condições climatológicas do sitio do Pecém avaliando as forças
incidentes em um flutuador piramidal. Vale ressaltar que há um superdimensionamento
da força máxima definida pela diferença entre o flutuador utilizado por NETO (8 m de
diâmetro) e o flutuador definido nesse trabalho (3 m de diâmetro)
Logo, a carga total vertical sobre cada perna da torre será dada por:
𝑃𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 = 158,7 𝑘𝑁
Dessa forma, encontra-se um fator de segurança de:
𝐹𝑆 =𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡
𝑃𝑝𝑟𝑜𝑝= 0,82
Estipulando um fator de segurança mínimo de 2,5 , conclui-se que a estrutura
não está suficientemente dimensionada para os critérios de flambagem definidos.
4.3.6 Flexão
Para a análise de flexão, será avaliado a flecha máxima das forças incidentes e
conjugadas sobre o vão central. Iniciando o cálculo da força de onda pela equação de
Morrison, de acordo com o programa adotado para o tópico, define-se as velocidades e
acelerações das partículas de onda pela sua profundidade. Dessa forma, deve-se
integrar ao longo do trecho do vão central (𝑥 = 3 𝑒 𝑥 = 10,5) de forma a encontrar a
força resultante no trecho. A seguir são apresentados os valores de velocidade e
aceleração encontrados de acordo com a condições de contorno predefinidas
anteriormente:
49
Tabela 4 - Velocidade e aceleração de onda para cada profundidade Z
𝑷𝒓𝒐𝒇𝒖𝒏𝒅𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (𝒎) 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (𝒎/𝒔) 𝑨𝒄𝒆𝒍𝒆𝒓𝒂çã𝒐 (𝒎/𝒔𝟐) 3,2 2,28 0,17 3,6 2,37 0,19 4,1 2,46 0,22 4,5 2,57 0,26 4,9 2,70 0,29 5,4 2,84 0,33 5,9 3,01 0,37 6,4 3,18 0,42 6,8 3,39 0,48 7,3 3,62 0,57 7,7 3,93 0,78 8,2 4,39 1,34 8,6 5,19 2,02 9,1 5,43 2,76 9,8 5,81 3,02
Logo, para 𝜌 = 1000 𝑘𝑔/𝑚3 ; 𝐷 = 0,168 𝑚; e os coeficientes de arrasto e inercia
definidos anteriormente, obtém-se:
𝐹(𝑡) =, ∫ 𝑑𝐹(𝑧, 𝑡)𝑧=10,5
𝑧=3
𝐹(𝑡) = 1,636 𝐾𝑁
Como trata-se de uma viga apoiada em uma extremidade e engastada na outra,
segundo SHIGLEY [31], o carregamento é dado pela figura 35:
Figura 36 - Flecha resultante da força de onda sobre o vão central [33]
Dessa forma a flecha máxima obtida nessa situação é dada pela equação:
50
𝑦𝑚á𝑥 =7 ∗ 𝐹 ∗ 𝐿3
768 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 (4.8)
Substituindo os valores previamente definidos ao longo do capitulo, tem-se:
𝑦𝑚á𝑥 = 2,1 𝑚𝑚
Como mostrado na figura 29, somada a flecha resultante da ação das ondas,
ainda temos a reação dos roletes que conduzem o flutuador do conversor. Para, tal
consideraremos essa reação resultante da força de arrasto aplicada ao flutuador. Como
definido anteriormente, o coeficiente de arrasto será de 𝐶𝐷 = 1,05. Para o cálculo da
área, tratando-se de um flutuador semiesférico, essa é dada pela equação (5.9). Em
relação a velocidade utilizada utilizou-se a média de velocidade ao longo do calado de
1,5 𝑚 estipulado para o flutuador. Logo, 𝑣𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 = 3,5 𝑚/𝑠.
𝐴 =
𝜋 ∗ 𝐷2
8
(4.9)
Logo, 𝐴 = 3,54 𝑚2
Substituindo os valores predefinidos na equação (5.4), tem-se:
𝐹𝐷,𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 = 22,7 𝑘𝑁
Como estamos trabalhando com um flutuador com 8 roletes, 2 aplicados a cada
perna, a força resultante de cada rolete será:
𝐹𝑟𝑜𝑙𝑒𝑡𝑒 = 5,7 𝑘𝑁
A flecha da força resultante dos roletes será definida de acordo com a figura 36
e é dada pela formula [33] :
51
Figura 37 - Flecha resultante da força aplicada por cada rolete sobre a estrutura [33]
𝑦𝑚á𝑥 =
𝐹𝑟𝑜𝑙𝑒𝑡𝑒 ∗ 𝐿2
192 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼∗ (
7
2∗ 𝐿)
(4.10)
Substituindo os parâmetros já definidos ao longo do capitulo, encontra-se:
𝑦𝑚á𝑥 = 14,6 𝑚𝑚
Somada as flechas resultantes da superposição das forças, obtemos:
𝑦𝑚á𝑥 = 16,7 𝑚𝑚
Nota-se que a flecha não está aceitável para o dimensionamento estático
segundo as condições ambientais predefinidas. Dessa forma torna-se necessário a
definição de uma nova geometria que atenda essas solicitações
4.3.6 Nova geometria
A fim de solucionar o problema da flecha e da flambagem, propõe-se uma nova
geometria de torre para o conversor onde uma coluna externa é adicionada a cada perna
da estrutura. Consequentemente isso elimina o vão livre existente no modelo antigo e a
necessidade das analise de flambagem feitas anteriormente. De modo a não prejudicar
o deslizamento dos roletes ao longo das pernas da torre, a torre externa terá uma
angulação de 45º e será fixada junto as abas refletoras.
52
Figura 38 - Novo modelo de torre para o conversor
A fim de avaliar uma geometria mais complexa, optou-se pela utilização do
software Ansys, o qual permite uma análise estrutural por elementos finitos. Serão
utilizadas as mesmas condições de contorno previamente definidas. Será definido o
menor duto de perfuração suficientemente resistente as cargas incidentes sobre o novo
projeto desenvolvido.
De forma a simplificar o projeto, foi utilizado para toda estrutura o duto de
perfuração de 6 5/8 ". As forças calculadas para o projeto anterior serão também
utilizadas na a segunda tentativa de projeto de torre. Essas são ilustradas na figura 38.
Para o cálculo da força incidente nas abas estruturais, tem-se uma velocidade
máxima de 𝑣 = 2,2 𝑚/𝑠 calculada através do programa desenvolvido por John Fenton.
Dessa forma, utilizados o coeficiente de arrasto previamente definido para a estrutura,
tem-se:
𝐹𝐷,𝑎𝑏𝑎𝑠 = 63,7 𝑘𝑁
4.3.7 Força do Vento
Para a força do vento atuante na caixa de maquinas na parte superior da
estrutura, temos 𝐶𝑠 = 1,5 definido em [29]; 𝜌 = 1,2928 ; e uma velocidade máxima de
53
𝑣 = 14 𝑚/𝑠 de acordo com os dados fornecidos pelo instituto Nacional de Meteorologia
-INMET. Para a definição da área exposta, utiliza-se 𝐴 = 16 𝑚2.
Substituindo os dados predefinidos na equação (4.3), tem-se:
𝐹𝑣 = 3,04 𝑘𝑁
As demais forças calculadas para o primeiro esboço de torre continuarão com a
mesma magnitude apenas variando o local de sua incidência em alguns casos como a
força de onda. Essa atuará perpendicular a nova torre adicionada ao vão central da
estrutura. A figura 38 representa todas as forças consideradas para a análise estática
realizada.
Figura 39 - Forças atuantes na nova geometria projetada
54
Figura 40 - Deformação total sobre a nova geometria de torre proposta
Através da figura 40, verifica-se que a coluna externa do vão central fora a região
que mais sofrera deformação na análise estática realizada. Com uma deformação
máxima de 4,3 𝑚𝑚, define-se a nova estrutura suficientemente dimensionada para as
condições climatológicas predefinidas.
55
4.4 Transmissão de Potência
Nesse capitulo, será definido o PTO responsável pela transmissão e
transformação da energia das ondas em energia elétrica segundo os parâmetros de
altura e frequência de onda já definidos anteriormente. Inspirado no conversor do tipo
ponto absorvedor Manchester Bobber desenvolvido pela universidade de Manchester,
o sistema PTO para o projeto desenvolvido pelo PPE será dividido em um subsistema
elétrico e um subsistema mecânico. [32]
O subsistema elétrico é caracterizado por um sistema de controle e um sistema
de geração baseado na tecnologia de aerogeradores. [33] Através de um gerador de
velocidade variável, o qual é conectado à rede através de um sistema conversor com
inversor de frequência realizando o controle da rotação do gerador e de seu fluxo de
potência na rede, permite-se que o gerador se desconecte da rede de modo que sua
frequência acompanha as variações presentes no movimento oceânico, mantendo a
frequência da rede constante. O sistema conversor consiste de dois conversores de
fonte de tensão (VSCs) “back to back” baseados em IGBT (“Insulated Gate Bipolar
Transistor”), acoplados com uma ligação em corrente continua. Nesse subsistema, a
potência de geração precisa necessariamente atravessar o sistema de controle
Já o subsistema mecânico, é definido como um sistema pinhão cremalheira junto
a um multiplicador por engrenagens baseado no trabalho de TURCI [32]. Segundo o
autor, apesar dos mais variados tipos de conversores existentes, não há um consenso
entre os demais pesquisadores do PPE a respeito do tipo de tecnologia que melhor se
adequa a essa operação. A fim de chegar a uma definição, determinou-se como
princípios para a escolha, o modelo caracterizado por simplicidade, robustez, referência
de estudos anteriores e facilidade para compra de seus componentes. Há no mercado
conversores oceânicos com esse mesmo tipo de tecnologia como power buoy.
56
Figura 41 - Conjunto pinhão cremalheira junto ao multiplicador dimensionado para o conversor [34]
Figura 42 - subsistema elétrico e subsistema mecânico do conversor Manchester Bobber [35]
4.4.1 Sistema de Controle
Espellhado no trabalho de LOK [35], o metodo de controle do sistema pto
desenvolvido foi a aplicação do metodo de caracteristica estática. Esse metodo é
57
semelhante ao controle de curva maxima de potência utilizado em aerogeradores, o qual
opera no controle do torque eletromagnetico de referencia aplicado ao gerador (𝜏𝑟𝑒𝑓) e
,diferentemente de outras estrategias de controle, não atua no controle do corpo
flutuante.
A curva de característica estática é dividida em 3 regiões. A primeira região é
caracterizada por uma rampa linear dependente do gradiente de rampa K, o qual é
diretamente calculado pelo valor do torque de referência normalizado. Na expressão a
seguir, 𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒 e 𝜏𝑟𝑎𝑡𝑒 representam a velocidade nominal e o torque nominal do gerador,
e 𝑊𝑟 representa a velocidade angular do gerador [35]
𝜏𝑟𝑒𝑓 = 𝐾 ∗
𝑊𝑟
𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒∗ 𝜏𝑟𝑎𝑡𝑒
(4.11)
Onde 𝐾 é definido como:[35]
𝐾 =
∆𝜏𝑟𝑒𝑓
𝜏𝑟𝑎𝑡𝑒
∆𝑊𝑟𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒
=∆𝜏𝑟𝑒𝑓.𝑝.𝑢
∆𝑊𝑟.𝑝.𝑢
(4.12)
A segunda região é caracterizada por uma região plana onde, 𝜏𝑟𝑒𝑓 = 𝜏𝑟𝑎𝑡𝑒. Já a
terceira região é caracterizada pela extração de potência constante onde há o
decaimento do torque de referência do sistema. O sistema opera semelhante ao controle
de passo de uma turbina eólica: [35]
𝜏𝑟𝑒𝑓 =
𝑃𝑟𝑎𝑡𝑒
𝑊𝑟
(4.13)
Todas as 3 regiões são dependentes do coeficiente K, que controla a variação
do torque de referência na região 1, além das extensões da região 2 e 3.
58
Figura 43 - Ilustração de uma curva de característica estática [35]
O controle se dá através da medição da velocidade do gerador em tempo real e
sua substituição na curva característica estática para a definição do torque
eletromagnético para a situação. A diferença entre o torque mecânico e o torque
eletromagnético é dividia pela inercia do sistema para determinação a aceleração do
rotor do gerador. O integrador 1/𝑠 é utilizado para calcular a velocidade do gerador e a
potência de saída:
𝑃 = 𝜏𝑒 ∗ 𝑤𝑟 (4.14)
Dependendo do valor de 𝑘 escolhido para a curva de carcetristica estática, o
sistema pode estar submetido à grandes variações de torque eletromagnético, situação
a qual compromete a vida útil dos demais componentes do sistema. Dessa forma LOK
[28], argumenta para a utilização de controlador PI a fim de reduzir a variação do torque
eletromagnético sem afetar a produção energética do sistema.
59
Figura 44 – Diagrama de blocos para interface elétrica do sistema [36]
4.4.2 Velocidade angular e potencia
Iniciando o dimensionamento do sistema PTO e a definição do potencial
energético de geração, utiliza-se para o dimensionamento do gerador os denominados
parâmetros nominais, ou seja, o estado de mar com maior ocorrência no sitio escolhido.
Como já fora definido anteriormente, esse estado é caracterizado por uma altura de
onda de 1,5 𝑚 e período de 7,5 𝑠. Além desses parâmetros, utilizaremos uma força
nominal de 𝐹𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 39,84 𝑘𝑁 já definida no dimensionamento do flutuador utilizando
os dados apresentados em KANH [24] e uma velocidade nominal de 𝑣𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 =
0,533 𝑚/𝑠 extraída no projeto de TURCI [34]. Vale ressaltar que a velocidade foi
definida experimentalmente para um flutuador de diferentes dimensões e em uma
simulação sem ajuste de profundidade para diferentes batimetrias. Dessa forma, é
necessário futuramente realizar um novo estudo espelhado nas condições
climatológicas do sitio da região do poço da Draga a fim de dar maior ajuste ao
dimensionamento dos elementos que compõem o sistema.
Ao iniciarmos os cálculos a seguir, é de grande importância definir alguns
princípios do comportamento dinâmico e cinemático do sistema. Análogo ao conversor
60
Manchester Bobber, considera-se que o acoplamento do eixo do pinhão junto ao
multiplicador de dupla redução dimensionado, se dá apenas no momento de descida do
flutuador.[35] Dessa forma, evita-se que a oscilação do flutuador aconteça
excessivamente fora de fase em relação ao movimento da onda.[33]
Figura 45 - =amplitude de onda;𝒛𝒇=oscilação do flutuador;Wp=velocidade angular do
pinhão;Wm=velocidade angular após o acoplamento unidirecional [36]
Devido a alternância de momentos acoplados e desacoplados do eixo de entrada
do multiplicador (𝑊𝑚), é necessário definir o comportamento de sua velocidade ao longo
do funcionamento do dispositivo a fim de dimensionar corretamente o sistema. Devido
a uma condição de mar semelhante aos projetos de LOK e TURCI, a mesma hipótese
é feita para o projeto atual onde define-se como referência o conversor Manchester
Bobber. Dessa forma, tem-se que 𝑊𝑚 acelera linearmente quando acoplado e
desacelera linearmente quando desacoplado. Essa situação está definida na figura 45.
Os demais parâmetros presentes na figura 45 (∆𝑡1, ∆𝑡2 𝑒 𝑊𝑚), serão definidos ao
longo dos próximos capítulos. Antes, é necessário o cálculo da inercia do sistema
multiplicador o qual, a fim de manter a desaceleração durante o desacoplamento
constante, contará com a presença de um volante de inercia. Posteriormente, consegue-
se prever o comportamento da velocidade de saída do gerador (𝑊𝑟) e o potencial
energético do dispositivo, como definido na formula (4.14).
61
Figura 46 - Representação dos períodos de acoplamento e desacoplamento nos gráficos de
𝑾𝒎 𝒆 𝑾𝒑 [35]
Dessa forma, devido ao comportamento cinematico do sistema PTO descrtio
anteriormente, o grafico de potencia do conversor terá o seguinte comportamento:
Figura 47 - Alternância das potencias operacionais extraídas pelo gerador ao longo do tempo [34]
Após a definição do comportamento cinemático do dispositivo, define-se as
velocidades angulares ao longo da estrutura. Para o pinhão acoplado a cremalheira do
sistema, tem-se:
62
𝑊𝑃 =
𝑉
𝑟𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜
(4.15)
Durante o acoplamento com o conjunto multiplicador, a velocidade é dada como:
𝑊𝑃𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 =𝑉𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚
𝑟𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜
𝑊𝑃𝑚𝑖𝑛,𝑎𝑐𝑜𝑝 =
𝑊𝑃𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝 ∗ 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − |𝑎𝑑| ∗ ∆𝑡2
𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
(4.16)
Onde 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 representa a relação de transmissão do dispositivo; 𝑎𝑑 representa a
taxa de desaceleração; ∆𝑡2 é o intervalo de tempo que o sistema permanece
desacoplado. A taxa de desaceleração é dependente da inercia do sistema (𝑗𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)e
do torque aplicado pelo gerador 𝜏𝑒 junto a outros torques dissipativos 𝜏𝑚 + 𝜏𝑓𝑤:
𝑎𝑑 = −
𝜏𝑒 + 𝜏𝑚 + 𝜏𝑓𝑤
𝑗𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
(4.17)
Diante da não definição do gerador, da inercia do sistema e do tempo de
desacoplamento do multiplicador, a velocidade mínima durante o acoplamento será
calculada posteriormente para o cálculo da capacidade energética do dispositivo.
Devido à pouca quantidade de material cientifico e ausência de dados
experimentais relativos ao dispositivo estudado, é necessário estimar os demais
parâmetros envolvidos na equação. Seguindo o mesmo critério de TURCI [34], a
velocidade máxima durante o acoplamento será baseada na dinâmica do dispositivo
Manchester Bobber, o qual apresenta condições climatológicas semelhantes às
utilizadas nesse trabalho (altura de onda = 2m; período nominal = 8s). Nesse dispositivo,
foi observado uma redução de 30% da velocidade angular posteriormente o
acoplamento do sistema.
Para o trabalho atual, fora definido uma 𝑣𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,533 𝑚/𝑠 , a qual caracteriza
a velocidade tangencial do pinhão desacoplado. Logo, seguindo LOK [35], durante o
acoplamento, tem-se 𝑣𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝 = 0,373 𝑚/𝑠.
63
O raio de pinhão será definido em 𝑟𝑝𝑖𝑛ℎ𝑎𝑜 = 576 𝑚𝑚 . Esse valor foi calculado de
forma iterativa no dimensionamento do sistema mecânico do PTO do conversor a partir
das condições ambientais mais severas definidas para o sitio e será justificado ao longo
do trabalho.
Substituindo os valores nas equações anteriores, tem-se:
𝑊𝑃𝑚á𝑥,𝑑𝑒𝑠𝑎𝑐𝑜𝑝 =𝑉𝑚á𝑥,𝑑𝑒𝑠𝑎𝑐𝑜𝑝
𝑟𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜=
0,533
576/2= 1,85
𝑟𝑎𝑑
𝑠= 17,67 𝑅𝑃𝑀
𝑊𝑃𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 =𝑉𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚
𝑟𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜=
0,373
576/2= 1,30
𝑟𝑎𝑑
𝑠= 12,37𝑅𝑃𝑀
4.4.3 Definição Gerador e razão de transmissão:
Ao iniciarmos o dimensionamento do gerador utilizado no dispositivo, deve-se
calcular a máxima potência extraída pelo sistema (𝑃𝑜𝑡𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚). Essa é dada pela
seguinte equação:
𝑃𝑜𝑡𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 = 𝐹𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝑉𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 ∗
1
2∗ 𝜂 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
(4.18)
Onde 𝐹𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 é a força nominal definida anteriormente; 𝑉𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 é a
velocidade máxima do flutuador durante o acoplamento; 𝜂 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é a eficiência do sistema
definido para o conversor.
Baseado em TURCI [34], tem-se um sistema pinhão cremalheira acoplado a um
multiplicador de dupla redução. Somando-se o acoplamento unidirecional do sistema,
resume-se na tabela 5 as informações sobre a eficiência do sistema:
Tabela 5 - Rendimento sistema PTO do conversor
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑃𝑖𝑛ℎã𝑜 − 𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎
98%
𝜼 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟗𝟑% 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 99% 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 1 98% 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 2 98%
64
Dessa forma, substituindo os valores na equação (4.18) para uma 𝐹𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 =
39,84 𝑘𝑁 e 𝑉𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 = 0,373 𝑚/𝑠 tem-se:
𝑃𝑜𝑡𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 = 𝐹𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝑉𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 ∗1
2∗ 𝜂 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑜𝑡𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 = 9,88 𝑘𝑊
A definição da razão de transmissão do multiplicador assim como o
dimensionamento do gerador, são diretamente dependentes. Para a razão de
transmissão (𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙), usa-se a equação:
𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
𝑊𝑟,𝑚á𝑥
𝑊𝑃𝑚𝑎𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚
(4.19)
O parâmetro 𝑊𝑟,𝑚á𝑥 é definido como a velocidade angular no eixo de entrada do
gerador. Esse é dependente da potência extraída pelo sistema e por características do
gerador escolhido:
𝑊𝑟,𝑚á𝑥 =
𝑃𝑚á𝑥,𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎𝑖𝑑𝑎
𝜏𝑟𝑒𝑓
(4.20)
Onde 𝜏𝑟𝑒𝑓 é o torque de referência aplicado pelo gerador de acordo com a
rotação no seu eixo de entrada. A dinâmica da obtenção dos dados foi descrita no início
do capitulo pela definição do método de controle por característica estática. Para o
cálculo de 𝜏𝑟𝑒𝑓, utiliza-se:
𝜏𝑟𝑒𝑓 =
𝑃𝑛𝑜𝑚
𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒
(4.21)
Na equação 𝑃𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 representa a potencia nominal do gerador definida de
acordo com o catalogo do fabricante, e 𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒 representa a velocidade síncrona definida
através das características do gerador e da frequência da rede utilizada.
Na escolha do gerador utilizado para a conversão de energia do sistema, definiu-
se como melhor escolha o gerador de indução de gaiola. [34] Esse se destaca por ser
65
um produto de “prateleira”, sem escovas, robusto e utilizado em diversos ramos da
indústria.
Para o dimensionamento da capacidade do gerador, é necessário o cálculo de
sua potência nominal utilizando parâmetros do equipamento e o valor de potência
máxima extraída definido anteriormente:
𝑃𝑛𝑜𝑚 =
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎
𝑃𝑎𝑣,𝑝𝜇 ∗ 𝜂 50%
(4.22)
Onde Pav,pμ representa a potência normalizada do gerador e é diretamente
dependente do número de polos do equipamento escolhido; e 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎 representa a
potência media extraída pelo gerador.
Para o cálculo de 𝑃𝑎𝑣,𝑝𝜇 utiliza-se a referência de LOK [35], o qual sugere a
utilização de um gerador de 8 polos. Segundo o autor, esse apresenta um equilíbrio
satisfatório entre potência gerada e variação máxima de torque eletromagnético. Deve-
se atentar a esses dois parâmetros pois, apesar de um gerador com mais polos gerar
mais energia, sua variação maior de torque eletromagnético acarretaria em mau
funcionamento e redução da vida útil de outros componentes envolvidos na geração de
energia. [35]
Dessa forma, plotou-se os resultados de potência normalizada para geradores
com diferentes polos e sob diferentes frequências. A justificativa para a utilização de tais
valores se dá novamente pela semelhança climatológica do sitio do conversor
Manchester Bobber e do sitio referenciado no trabalho., apesar das diferenças de
dimensão em relação aos flutuadores de ambos os projetos. Dessa forma, para um
gerador de 8 polos e período de pico 𝑇𝑃 = 7,5, tem-se 𝑃𝑎𝑣,𝑝𝜇 = 0,45.
66
Figura 48 - Potencia normalizada do gerador x período de incidência para geradores de diferentes polos [36]
Em relação ao rendimento do gerador, quando operado a 50% de sua potência,
definiu-se um rendimento de aproximadamente 92% (tabela 6)
Tabela 6 - Valores de rendimento e fator de potência para o gerador escolhido no
dimensionamento [37]
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝟓𝟎% 𝟕𝟓% 𝟏𝟎𝟎% 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (%) 92,0 92,2 92,2
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 0,65 0,76 0,81
Define-se como potência media (𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎), a potência máxima extraída pelo
conversor. Essa aproximação é feita devido a pequena diferença em relação a potência
mínima extraída. Após o dimensionamento do conjunto multiplicador no próximo
capitulo, essa hipótese será justificada
Dessa forma, aplicando os valores na equação (5.12), tem-se:
𝑃𝑛𝑜𝑚 =𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎
𝑃𝑎𝑣,𝑝𝜇 ∗ 𝜂 50%=
9,88
0,45 ∗ 0,9= 24,4 𝑘𝑊
Nessa etapa, escolhe-se um gerador com potência nominal maior e mais
próxima da calculada anteriormente. Seguindo o catalogo do fabricante WEG, optamos
por um gerador de 30 𝑘𝑊. [37]
67
Tabela 7 - Informações gerais sobre o gerador trifásico W22 IR2 225S/M [37]
𝑮𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒊𝒏𝒅𝒖çã𝒐 𝒂𝒔𝒔í𝒏𝒄𝒓𝒐𝒏𝒐 𝒅𝒆 𝒈𝒂𝒊𝒐𝒍𝒂 𝑀𝑜𝑑𝑒𝑙𝑜 𝑇𝑟𝑖𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑜 𝑊22 𝐼𝑅2 225𝑆/𝑀
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝐾𝑤) 30 𝑃𝑜𝑙𝑜𝑠 8
𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎( 𝐾𝑔. 𝑚2) 0,7901 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝐾𝑔) 372
Figura 49 - Catálogo WEG para motores trifásicos de 8 polos [37]
Figura 50 - Desenho técnico gerador W22 IR2 225S/M 30 kW [37]
68
4.4.4 Definição da razão de transmissão
A fim de definirmos a razão de transmissão utilizado no projeto, tem de se
especificar o torque de referência 𝜏𝑟𝑒𝑓 e a velocidade angular máxima no eixo de entrada
do gerador (𝑊𝑟,𝑚á𝑥) pelas equações (4.20) e (4.21) respectivamente.
Como fora especificado na sessão anterior para um gerador de 8 polos, a
velocidade síncrona de um gerador conectado a uma rede de frequência de 60 𝐻𝑧 no
território brasileiro, é dada por [36]:
𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒 =
120 ∗ 𝑓𝑎
𝑝
(4.23)
Onde 𝑝 é o numero de polos e 𝑓𝑎 é a frequência da rede utilizada. Assume-se
que há aproximadamente 3% de escorregamento [33]. Logo:
𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒 =120 ∗ 60
8∗ 1,03 = 927 𝑅𝑃𝑀
Dessa forma, através da equação (4.21) define-se o torque de referência
utilizado na curva de característica estática no sistema de controle do conversor:
𝜏𝑟𝑒𝑓 =𝑃𝑛𝑜𝑚
𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒=
30
2𝜋60 ∗ 927
= 309 𝑁. 𝑚
Logo, a partir do valor do torque de referência calculado na equação (4.20),
obtemos a velocidade angular na entrada do gerador no momento de potência máxima
para os valores nominais previamente definidos:
𝑊𝑟,𝑚á𝑥 =𝑃𝑚á𝑥,𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎𝑖𝑑𝑎
𝜏𝑟𝑒𝑓=
9,88 ∗ 103
309= 305 𝑅𝑃𝑀
Logo, para 𝑊𝑃𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚 = 17,67 𝑅𝑃𝑀 , obtemos através da equação (4.19):
𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 24,66
69
Após a definição do gerador utilizado junto ao seu torque de referência, obtemos
os dados necessários para definir os limites de sua curva de característica estática. É
necessário pontuar que a região de operação do conversor deve estar contida dentro
da região plana do sistema de controle. Dessa forma, tanto a velocidade mínima na
entrada do gerador quanto a velocidade máxima na entrada do gerador devem estar
contidas nessa região. Na medida em que necessitamos do cálculo de 𝑃𝑚𝑖𝑛,𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎𝑖𝑑𝑎 para
o cálculo de 𝑊𝑅,𝑚𝑖𝑛 , essa questão será verificada após o dimensionamento do sistema
multiplicador.
Figura 51 - Gradiente de rampa K para dados experimentas do conversor Manchester Bobber [35]
O limite inferior da região plana, o qual determina a velocidade angular mínima
para geração de energia, tem sua definição pela equação (4.11). Para tal utiliza-se um
valor de 𝑘 = 5 de acordo com o projeto do conversor Manchester Bobber [33]. Tal
justificativa se dá pela mesma questão do número de polos do gerador, já que esse
valor de gradiente de rampa define um bom equilíbrio entre potência e variação máxima
do torque eletromagnético. Dessa forma, invertendo a ordem dos parâmetros da
equação (4.11), tem-se:
𝑊𝑟 = 𝑊𝑟,𝑚𝑖𝑛 =1 ∗ 𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒
𝑘= 185 𝑅𝑃𝑀
O limite superior da região plana da curva de característica estática é definido
por 𝑊𝑟𝑎𝑡𝑒 que é igual a 927 𝑅𝑃𝑀. Para velocidades angulares acima desse valor, a
potência estará limitada e será mantida como constante
70
Figura 52 - curva de característica estática para o conversor projetado
71
4.5 Pinhão cremalheira e multiplicador
Figura 53 - Conjunto pinhão cremalheira e multiplicador dimensionados para o conversor do sitio
do INACE
Definido anteriormente como um sistema de multiplicação por engrenagens junto
a um conjunto pinhão-cremalheira, opta-se pela utilização de engrenagens de dentes
retos em eixos paralelos devido a sua simplicidade de fabricação, montagem e
dimensionamento comparada a outros sistemas como as engrenagens helicoidais e
planetárias. [34] Definido através da força nominal e da velocidade deslocamento
resultante do movimento do flutuador, calculou-se uma redução de 24,66. De acordo
com SHIGLEY [33], utiliza-se uma redução de duplo estagio devido a orientação de
razão máxima de 10:1 para um determinado par de engrenagens.
A seguir apresenta-se um modelo esquemático dos eixos e engrenagens
envolvidos no projeto.
72
Figura 54 - Esquemático geral da caixa de engrenagens [34]
Seguindo a mesma metodologia adotada em [34], o sistema mecânico
responsável pela geração de energia do conversor deve ser dimensionado sobre o
pretexto de máxima vida útil e mínima manutenção. Dessa forma, a analise estrutural
será definida a partir das condições extrema do sitio escolhido (tempestades e mar
revolto), considerando fator de choque e de segurança severos para os componentes a
fim de dar confiabilidade à operação sob grandes esforços. Dessa forma, diferente dos
valores nominais definidos para escolha do gerador, utilizaremos a força máxima (𝐹𝑚á𝑥)
e a velocidade máxima (𝑣𝑚á𝑥) atuantes no flutuador previamente definido.
Diante da ausência de dados experimentais e prezando pela segurança do
projeto, utiliza-se os mesmos valores apresentados em TURCI [34]. Esses foram
experimentalmente definidos para a condição do sitio de Pecém. Apesar da semelhança
climatológica entre o sítio de Pecém e o sitio da região da Draga, os valores estão
superdimensionados na medida em que foram calculados para um flutuador cônico de
8 𝑚 de diâmetro. Dessa forma, futuramente, deve-se realizar novos experimentos de
acordo com as condições propostas no trabalho pra um flutuador semiesférico de 3 𝑚 de
diâmetro.
Logo, tem-se: 𝐹𝑚á𝑥 = 445,7 kN
𝑣𝑚á𝑥 = 2,373 m/s
73
4.5.1 Dimensionamento de engrenagens
O dimensionamento das engrenagens e do pinhão será feito de forma iterativa
através de uma rotina no Excel de modo a atender todos os critérios definidos para o
dimensionamento dos elementos. Serão utilizados os seguintes critérios:
• Falha estática por tensão de flexão
• Falha por fadiga devido a tensão de flexão
• Falha por fadiga devido a compressão superficial
Antecipando os resultados encontrados, apresenta-se os diâmetros definidos para
cada engrenamento (𝐷𝑝) assim como a razão de redução utilizada para o sistema
(𝑖𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙), a qual deve estar o mais próximo possível da redução ideal definida no tópico
anterior (valor da redução ideal). Posteriormente, a partir dos fatores de segurança
definidos para cada critério, justificaremos os cálculos para cada caso.
Tabela 8 - Resumo das engrenagens dimensionadas
𝑴𝒐𝒅𝒖𝒍𝒐 𝑵° 𝒅𝒆 𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 𝑫𝒑 (𝒎𝒎 𝒃(𝒎𝒎) 𝑰 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒈𝒊𝒐 𝑰 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑷𝒊𝒏𝒉ã𝒐 32 18 576 502,6
𝑪𝒓𝒆𝒎𝒂𝒍𝒉𝒆𝒊𝒓𝒂 32 𝑬𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏. 𝟏 22 72 1584 345,6
4,00 24,44
𝑬𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏. 𝟐 22 18 396 345,6 𝑬𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏. 𝟑 12 110 1320 188,5
6,11 𝑬𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏. 𝟒 12 18 216 188,5
Para o cálculo de 𝑏, o qual representa a largura do par de engrenagens, foi
utilizado a formula (4.24) onde 𝑝 é definido como o passo circular do engrenamento.
Recomenda-se que, diante da condição extrema a qual o sistema está sendo solicitado,
utiliza-se uma espessura b igual a 5 vezes o passo circular: [34]
𝑏 = 5 ∗ 𝑝 = 5 ∗ 𝑚𝜋
(4.24)
Para o cálculo de 𝐷𝑃, o qual representa o diâmetro primitivo de cada engrenagem
definida, utilizamos a seguinte formula
𝐷𝑝 = 𝑚 ∗ 𝑧
(4.25)
74
Onde 𝑚, representa o modulo do engrenamento e 𝑧, representa o número de dentes de
cada engrenagem.
Para a definição das demais especificações foram também utilizadas as
seguintes recomendações:
• Para todos os engrenamentos, foi utilizado um ângulo de pressão de 20º
• Número mínimo de 18 dentes por engrenagens a fim de evitar interferência
durante o engrenamento devido ao ângulo de pressão utilizado. Recomendação
definida pela AGMA (American Gear Manufacturers Association)
A partir da definição e dimensionamento de tais componentes, é possível agora
estabelecer as forças atuantes em cada par de engrenagens, sua velocidade angular,
potência e torque transmitido. Tais parâmetros serão utilizados para a definição dos
fatores de segurança dos critérios previamente definidos para o dimensionamento:
Figura 55 - Esquemático de força e torques ao longo da caixa de engrenagens dimensionada [34]
Velocidade angular em cada eixo:
𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜1 = 𝑉𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜
𝑟𝑃𝑖𝑛ℎã𝑜 ;
𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜2 = 𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜1 ∗ 𝑖1;
𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜3 = 𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜2 ∗ 𝑖2
Onde 𝑖1 e 𝑖2 representam a relação em cada etapa do multiplicador.
75
Potência em cada eixo:
𝑃𝑒 = 𝑇𝑒 ∗ 𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜1 ∗ 0,5 ;
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜1 = 𝑃𝑒 ∗ 𝜂𝑝𝑐 ∗ 𝜂𝑐 ;
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜2 = 𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜1 ∗ 𝜂12;
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜3 = 𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜2 ∗ 𝜂23
As eficiências foram previamente definidas durante o dimensionamento do
gerador.
Torque Transmitido em cada eixo:
𝑇𝑒 = 𝐹𝑚á𝑥 ∗ 𝑅𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 ;
𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜1 = 2 ∗𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜1
𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜1 ;
𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜2 = 2 ∗𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜2
𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜2 ;
𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜3 = 2 ∗𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜3
𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜3
Forças em cada eixo:
𝐹𝑡𝑖 =𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜𝑖
𝑟𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑖 ; (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑖 = 1,2,3,4)
𝐹𝑟𝑖 = 𝐹𝑡𝑖 ∗ 𝑡𝑔𝛼
No caso 𝛼 representa o ângulo do engrenamento previamente definido;
A seguir, apresenta-se os valores calculados:
76
Tabela 9 - Resumo da velocidade angulares, torques, forças e potencias ao longo da caixa de
engrenagens
𝑷𝒊𝒏𝒉ã𝒐 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟏 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟐 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟑 𝑾𝒆𝒊𝒙𝒐 (𝒓𝒂𝒅/𝒔) 8,24 8,24 32,96 201,41
𝑷𝒆𝒊𝒙𝒐 (𝒌𝑾) 528,82 513,06 502,80 492,75 𝑻𝒆𝒊𝒙𝒐 (𝒌𝑵. 𝒎) 128,36 124,54 30,51 4,89
𝑭𝒕𝒆𝒊𝒙𝒐(𝒌𝑵) 445,7 157,24 46,23 𝑭𝒓𝒆𝒊𝒙𝒐(𝒌𝑵) 162,22 57,23 16,83
O material escolhido para o dimensionamento da engrenagem foi o aço 4140 Cr-
Mo Temperado em óleo e revenido a 260°C. Sua escolha se deu pela sua ampla
utilização na indústria nesse tipo de situação e pela sua ampla disponibilidade no
mercado
Tabela 10 - Propriedades do aço 4140 Cr-Mo T e R a 260 ºC
𝐴ç𝑜 4140 𝐶𝑟 − 𝑀𝑜 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 ó𝑙𝑒𝑜 𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑖𝑑𝑜 𝑎 260°𝐶
𝑆𝑢𝑡 − 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑢𝑝𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑀𝑝𝑎) 1890 𝑆𝑦 − 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑀𝑝𝑎) 1685
𝐷𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 𝑑𝑒 𝐵𝑟𝑖𝑛𝑛𝑒𝑙 534 𝜌 − 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝐾𝑔/𝑚^3) 7850
𝐸 − 𝑀𝑜𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑀𝑝𝑎) 2 ∗ 105
Falha estática por tensão de flexão
Segundo a metodologia AGMA, a tensão de flexão atuante nos dentes das
engrenagens é dada pela seguinte equação:
𝜎 =
𝐹𝑡
𝐾𝑣 ∗ 𝑏 ∗ 𝑚 ∗ 𝑗
(4.26)
Na equação, 𝐹𝑡 representa a força tangencial atuante em cada dente; 𝑏 é definido
como a espessura do par de engrenagens; 𝑚 é o modulo; e 𝐽 representa o fator
geométrico AGMA definido em função do número de dentes e ângulo de pressão do
engrenamento.
Na equação 𝐾𝑣 representa o fator que leva em conta os efeitos dinâmicos
durante o contato entre duas engrenagens. Para o caso de engrenagens de dentes
retificados e de precisão, utilizamos:
77
𝐾𝑣 = √78
78 + √200 ∗ 𝑣
(4.27)
Onde 𝑣, representa a velocidade linear do par de engrenagens definida pela
equação (9.5), onde a velocidade angular do eixo se refere ao eixo ao qual a
engrenagem está acoplada:
𝑣𝑖 =
𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥 ∗ 𝐷𝑝 𝑖
2
(4.28)
Onde 𝑖 , varia de acordo com a engrenagem estudada.
A fim de verificar se o dimensionamento foi adequado, utiliza-se a seguinte
equação:
𝐹𝑆𝑒 <𝑆𝑦
𝜎 (4.29)
Onde 𝑆𝑦representa o limite de escoamento do material escolhido para o projeto
e 𝐹𝑆𝑒 representa o fator de segurança estático, o qual é dado pela equação:
𝐹𝑆𝑒 = 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚 ∗ 𝐹𝑆 (4.30)
Para o caso estudado, o fator de segurança adotado será de 2,5. Os Demais
parâmetros envolvidos na equação representam o fator de sobrecarga 𝐾𝑜 e o fator de
distribuição de carga 𝐾𝑚. Como o sistema multiplicador está dimensionado para
situações de sobrecarga imprevista e variação de torque, adotaremos para 𝐾𝑜 o valor
de 2,25 referente a impacto forte na máquina movida e impacto médio na força motriz.
Para o coeficiente 𝐾𝑚 , será definido para cada par de engrenagem na medida em que
seu valor é dependente da largura do dente de cada par.
Logo definindo-se genericamente para todos os pares:
𝐹𝑆𝑒 = 𝐾𝑚 ∗ 2,5 ∗ 2,25 = 5,625 ∗ 𝐾𝑚 (4.31)
78
Falha por fadiga devido a tensão de flexão:
O limite de resistência a fadiga de um dente de uma engrenagem é dado pela
seguinte formula:
𝑆𝑒 = 𝑆′𝑒 ∗ 𝑘𝑎 ∗ 𝑘𝑏 ∗ 𝑘𝑐 ∗ 𝑘𝑑 ∗ 𝑘𝑒 ∗ 𝑘𝑓 (4.32)
Na equação 𝑆′𝑒 representa o limite de resistência a fadiga do corpo de prova em
um teste de flexão rotativa. Esse valor é dependente do limite de ruptura do material
escolhido. Para o caso estudado, utilizaremos:
𝑆′𝑒 = 700 𝑀𝑝𝑎, 𝑠𝑒 𝑆𝑢𝑡 ≥ 1400𝑀𝑝𝑎
Para o fator de acabamento superficial 𝑘𝑎, utiliza-se como referência o limite de
ruptura do material somado ao tipo de fabricação utilizado para confecção das
engrenagens. Obtemos tal coeficiente a partir da formula:
𝑘𝑎 = 𝑎 ∗ 𝑆𝑢𝑡𝑏
Para um acabamento superficial de um elemento usinado com os coeficientes
𝑎 = 4,51 e 𝑏 = −0,265 , obtemos:
𝑘𝑎 = 0,62
O fator de forma 𝑘𝑏 é dependente do modulo utilizado em cada par de
engrenagens e será definido para cada engrenamento do multiplicador
O fator de confiabilidade 𝑘𝑐 será definido pela tabela A.4. Para uma
confiabilidade de 95%, teremos:
𝑘𝑐 = 0,868
O fator de temperatura 𝑘𝑑 é dependente da temperatura a qual o sistema
projetado está exposto. Na medida em que a temperatura não ultrapassará 350º,
utilizaremos:
𝑘𝑑 = 1
O fator de concentrações 𝑘𝑒 já está incluído no fator forma 𝐽 utilizado na análise
de flexão estática. Dessa forma, utilizaremos:
𝑘𝑒 = 1
79
O fator de concentrações 𝑘𝑓 é dependente do coeficiente 𝑆′𝑒 calculado
anteriormente e do limite de ruptura do material. É dado pela seguinte formula:
𝑘𝑓 =2
1 +𝑆′
𝑒 𝑆𝑢𝑡
Substituindo os valores dos parâmetros na equação, obtemos:
𝑘𝑓 = 1,47
Dessa forma, generalizando para todos os engrenamentos do conjunto:
𝑆𝑒 = 700 ∗ 0,62 ∗ 𝑘𝑏 ∗ 0,868 ∗ 1 ∗ 1 ∗ 1,47 = 553,77 ∗ 𝑘𝑏 (4.33)
O critério de resistência utilizado para o dimensionamento da resistência de
dente da engrenagem à fadiga será o critério de Goodman. Os fatores de concentração
𝐾𝑜 e 𝐾𝑚, terão o mesmo valor adotado para a análise de falha estática por flexão:
𝐹𝑆𝑑𝑖𝑛 <2 ∗ 𝑆𝑒 ∗ 𝑆𝑢𝑡
(𝑆𝑒+𝑆𝑢𝑡) ∗ 𝜎 ∗ 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚
(4.34)
Para a situação definiu-se 𝐹𝑆𝑑𝑖𝑛 = 2,5
2,5 <
2 ∗ 𝑆𝑒 ∗ 1890
(𝑆𝑒 + 1890) ∗ 𝜎 ∗ 5,625
(4.35)
Falha por fadiga devido a tensão superficial:
O citerio de desgaste, baseado na teoria de hertz aplicado a engrenagens, tem
sua tensão superficial dada pela seguinte equação:
𝜎𝐻 = 𝐶𝑝 ∗ √𝐹𝑡
𝐾𝑣 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑𝑝 ∗ 𝐼
(4.36)
Onde 𝑑𝑝 representa o menor diametro primitivo no par de engrenagens estudado
; 𝐹𝑡, a força tangencial envolvida no par de engrenagens; e b represneta a espessura da
engrenagem; e 𝐾𝑣 é o mesmo fator calculado para a falha estatica
Em relação aos demais termos envolvidos na equação, 𝐶𝑝 é designado como
coeficiente elastico dependente exclusivamente do material utiizado da coroa e do
80
pinhão de um determinado par. Na medida em que ambos são fabricados em aço,
temos:
𝐶𝑝 = 191
O fator geometrico 𝐼, é definido a partir da relaçao de transmissão de
engrenamento e é dado pela seguinte equação:
𝐼 =
𝑐𝑜𝑠𝛼 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼
2∗
𝑖
𝑖 + 1
(4.37)
O cálculo da tensão superficial de resisstencia a fadiga é dado pela seguinte
equação:
𝑆𝐻 = 𝑆𝐶 ∗𝐶𝐿 ∗ 𝐶𝐻
𝐶𝑇 ∗ 𝐶𝑅
(4.38)
Para essa equação, os termos presentes são definidos como:
• 𝐶𝐿, fator de vida, dependente do numero de ciclos de vida o qual o sistema foi
projetado. Para um ciclo maior que 108, tem-se 𝐶𝐿 = 1
• 𝐶𝐻, fator de relação de durezas, o qual é dpendente do tipo de engrenamento.
Paraengrenagens de dentes retos, temos 𝐶𝐻 = 1
• 𝐶𝑇 , fator de temperatura, é dependente da temperatura a qual o projeto esta
exposto. Na medida em que não ultrapassa a temperatura de 120°C, temos 𝐶𝑇 =
1.
• 𝐶𝑅, fator de confiabilidade, para uma confiabilidade entre 0,99 e 0,999, tem-se
𝐶𝑅 = 1.
O termo 𝑆𝐶, é definido como resistencia ao desgaste superficial para a vida de ate
108 ciclos. Logo, tem-se:
𝑆𝐶 = 2,76 ∗ 𝐻𝐵 − 70 = 1403,8 𝑀𝑝𝑎
Logo, substituindo os termos na equação, obtemos:
𝑆𝐻 = 1754,8 𝑀𝑝𝑎
Para a validação dos elemntos sob esse criterio, segue-se a seguinte relação:
81
𝑆𝐻
𝜎𝐻> 𝐹𝑆
(4.39)
Para o criterio de desgaste superficial, cosniderou-se como adequado um fator
de segurança igual a 2,5.
Pinhão- Cremalheira
Falha estatica por flexão
Definido anteriormente ao longo desse tópico, o conjunto pinhão cremalheira
apresenta 𝐹𝑡 = 445,7 𝑘𝑁 ; 𝑏 = 502,65 𝑚𝑚; 𝑚 = 32
Para uma velocidade tangencial de 2,373 m/s, tem-se 𝐾𝑣 = 0,88 calculada
através da substituição dos parâmetros na equação (4.27). Por fim, O fator de forma
será definido pela tabela A.1 com valor de 𝐽 = 0,4725. Substituindo todos os termos na
equação de tensão de flexão para o conjunto pinhão cremalheira, tem-se:
𝜎 = 66,73 𝑀𝑝𝑎
Definindo 𝐾𝑚 = 1,8 , calcula-se o fator de segurança estático:
𝐹𝑆𝑒 = 10,125
Para validação do sistema pinhão cremalheira, temos:
𝐹𝑆𝑒 <𝑆𝑦
𝜎= 28,49
Conclui-se dessa forma que não haverá falha estática por flexão no conjunto.
Falha por fadiga:
Para um conjunto de modulo igual a 32, tem-se 𝑘𝑏 = 0,76 segundo a tabela A.8.
Substituindo esse parâmetro na equação (4.33), tem-se:
𝑆𝑒 = 420,86
Para o conjunto tem-se 𝜎 = 66,73 𝑀𝑝𝑎. Logo substituindo os demais termos na
equação (4.35), tem-se:
82
𝐹𝑆𝑑𝑖𝑛 = 2,563 > 2,5
Conclui-se que o conjunto não falhará por fadiga.
Falha por compressão superficial:
Definido anteriormente, o conjunto pinhão cremalheira apresenta os seguintes
valores para a equação (4.36): 𝐹𝑡 = 445,7 𝑘𝑁 ; 𝑏 = 502,65 𝑚𝑚 ; 𝑑𝑝 = 576 𝑚𝑚 ; 𝐾𝑣 =
0,88.
Para o cálculo do fator geometrico 𝐼, segundo um ângulo de engrenamento de
20º e considerando a cremalheira com infinitos dentes para o calculo da relação de
transmissão, tem-se:
𝐼 = 0,34
Dessa forma, substituindo os parâmetros na equação (4.36), tem-se:
𝜎𝐻 = 435,44 𝑀𝑝𝑎
Logo, pode-se calcular o fator de segurança sob o aspecto analisado:
𝐹𝑆 <𝑆𝐻
𝜎𝐻= 4,03 > 2,5
Conclui-se que o conjunto não falhara por compressão superficial.
Engrenagens 1-2
Falha estatica por flexão
Definido anteriormente ao longo desse tópico, o conjunto pinhão cremalheira
apresenta 𝐹𝑡 = 157,24 𝑘𝑁 ; 𝑏 = 345,58 𝑚𝑚; 𝑚 = 22
Para uma velocidade tangencial de 6,525 m/s, tem-se 𝐾𝑣 = 0,826 calculada
através da substituição dos parâmetros na equação (4.27). Por fim, O fator de forma
será definido pela tabela A.1 com valor de 𝐽 = 0,348. Substituindo todos os termos na
equação de tensão de flexão para o conjunto pinhão cremalheira, tem-se:
𝜎 = 71,89 𝑀𝑝𝑎
83
Definindo 𝐾𝑚 = 1,7 , calcula-se o fator de segurança estático:
𝐹𝑆𝑒 = 9,563
Para validação do sistema pinhão cremalheira, temos:
𝐹𝑆𝑒 <𝑆𝑦
𝜎= 25,45 > 9,563
Conclui-se dessa forma que não haverá falha estática por flexão no conjunto.
Falha por fadiga:
Para um conjunto de modulo igual a 22, tem-se 𝑘𝑏 = 0,788 segundo a tabela A.8
Substituindo esse parâmetro na equação (4.33), tem-se:
𝑆𝑒 = 436,37 𝑀𝑝𝑎
Para o conjunto tem-se 𝜎 = 71,89 𝑀𝑝𝑎. Logo substituindo os demais termos na
equação (4.35), tem-se:
𝐹𝑆𝑑𝑖𝑛 = 3,223 > 2,5
Conclui-Se que o conjunto não falhara por fadiga.
Falha por compressão superficial:
Definido anteriormente, o conjunto pinhão cremalheira apresenta os seguintes
valores para a equação (4.36): 𝐹𝑡 = 157,24 𝑘𝑁 ; 𝑏 = 345,58 𝑚𝑚 ; 𝑑𝑝 = 396 𝑚𝑚 ; 𝐾𝑣 =
0,826
Para o cálculo do fator geometrico 𝐼, segundo um ângulo de engrenamento de
20º e considerando um relação de transmissão igual a 4 para o conjunto, tem-se:
𝐼 = 0,128
Dessa forma, substituindo os parâmetros na equação (4.36), tem-se:
𝜎𝐻 = 628,03 𝑀𝑝𝑎
84
Logo, pode-se calcular o fator de segurança sob o aspecto analisado:
𝐹𝑆 <𝑆𝐻
𝜎𝐻= 2,79 > 2,5
Conclui-se que o conjunto não falhara por compressão superficial.
Engrenagens 3-4
Falha estatica por flexão
Definido anteriormente ao longo desse tópico, o conjunto pinhão cremalheira
apresenta 𝐹𝑡 = 46,23 𝑘𝑁 ; 𝑏 = 188,5 𝑚𝑚; 𝑚 = 12
Para uma velocidade tangencial de 21,752 m/s, tem-se 𝐾𝑣 = 0,736 calculada
através da substituição dos parâmetros na equação (4.27). Por fim, O fator de forma
será definido pela tabela A.1 com valor de 𝐽 = 0,352. Substituindo todos os termos na
equação de tensão de flexão para o conjunto pinhão cremalheira, tem-se:
𝜎 = 78,88 𝑀𝑝𝑎
Definindo 𝐾𝑚 = 1,45 , calcula-se o fator de segurança estático:
𝐹𝑆𝑒 = 8,156
Para validação do sistema pinhão cremalheira, temos:
𝐹𝑆𝑒 <𝑆𝑦
𝜎= 23,20 > 8,156
Conclui-Se dessa forma que não haverá falha estática por flexão no conjunto.
Falha por fadiga:
Para um conjunto de modulo igual a 12, tem-se 𝑘𝑏 = 0,836 segundo a tabela A.8
Substituindo esse parâmetro na equação (4.33), tem-se:
𝑆𝑒 = 462,95 𝑀𝑝𝑎
Para o conjunto tem-se 𝜎 = 78,88 𝑀𝑝𝑎. Logo substituindo os demais termos na
equação (4.35), tem-se:
85
𝐹𝑆𝑑𝑖𝑛 = 2,889 > 2,5
Conclui-se que o conjunto não falhará por fadiga.
Falha por compressão superficial:
Definido anteriormente, o conjunto pinhão cremalheira apresenta os seguintes
valores para a equação (4.36): 𝐹𝑡 = 46,23 𝑘𝑁 ; 𝑏 = 188,5 𝑚𝑚 ; 𝑑𝑝 = 216 𝑚𝑚 ; 𝐾𝑣 =
0,736
Para o cálculo do fator geometrico 𝐼, segundo um ângulo de engrenamento de
20º e considerando um relação de transmissão igual a 6,11 para o conjunto, tem-se:
𝐼 = 0,138
Dessa forma, substituindo os parâmetros na equação (4.36), tem-se:
𝜎𝐻 = 638,35 𝑀𝑝𝑎
Logo, pode-se calcular o fator de segurança sob o aspecto analisado:
𝐹𝑆 <𝑆𝐻
𝜎𝐻= 2,75 > 2,5
Conclui-se que o conjunto não falhara por compressão superficial.
4.5.2 Dimensionamento de eixos
Para o dimensionamento dos eixos do multiplicador, utilizaremos os criterios de falha
por fadiga e falha estatica. Para tal é necessario definir as cargas atuantes em cada um
dos elementos em análise, as quais são genericamente definidas:
• Força resultante dada por cada engrenamento e calculada através da formula
(4.40)
• Torque resultante de cada engrenamento do sistema
A partir das forças atuantes e do diagram de esforçoes realizado, consegue-se
definir o momento torsor ao longo da barra, a reação nos mancais e o momento fletor
maximo ao longo da estrutra Como já fora enunciado no inicio do capitulo,
86
trabalharemos sempre utilizando o pior cenario de cargas atuantes. Dessa forma,
determina-se o dimensionamento do eixo a partir da seção sujeita aos maiores esforços
de flexão e torsão.
𝐹𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = √𝐹𝑇
2+ 𝐹𝑅2
(4.40)
Material escolhido
O material escolhido para a fabricação dos eixos do multiplicador foi o aço AISI
5140 Temperado e revenido a 538°C. Esse foi escolhido devido sua ampla utilização
para esse tipo de projeto.
Tabela 11 - Especificações do aço AISI 5140 T e R a 538°C
𝐴ç𝑜 𝐴𝐼𝑆𝐼 5140 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑖𝑑𝑜 𝑎 538°𝐶
𝑆𝑢𝑡 − 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑢𝑝𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑀𝑝𝑎) 1050 𝑆𝑦 − 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑀𝑝𝑎) 900
𝐷𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 𝑑𝑒 𝐵𝑟𝑖𝑛𝑛𝑒𝑙 300 𝜌 − 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝐾𝑔/𝑚^3) 7850
𝐸 − 𝑀𝑜𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑀𝑝𝑎) 2 ∗ 105
Para as chavetas, será utilizado o aço 1045.
Tabela 12 - Especificações do aço 1045
𝐴ç𝑜 1045
𝑆𝑢𝑡 − 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑢𝑝𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑀𝑝𝑎) 1050 𝜏𝑒 − 𝑅𝑒𝑠. 𝑎𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑜 𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑀𝑝𝑎) 410
𝜌 − 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝐾𝑔/𝑚^3) 7850 𝐸 − 𝑀𝑜𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑀𝑝𝑎) 2 ∗ 105
Analise de falha por fadiga:
Para a análise de fadiga do eixo, serão consideradas as tensões flutuantes e o
critério de Goodman a partir dos esforços calculados para cada eixo. O eixo está sujeito
à tensão normal devido ao Momento fletor e a tensão de cisalhamento resultante do
torque máximo atuante nas engrenagens de cada eixo. Ambos são calculados através
das seguintes formulas para eixos cilíndricos rotativos:
87
𝜎𝑥
𝑀𝑎,𝑚
= ±32 ∗ 𝑀
𝜋 ∗ 𝑑3
(4.41)
e
𝜏𝑥𝑦𝑎,𝑚
= ±16 ∗ 𝑇
𝜋 ∗ 𝑑3
(4.42)
Onde 𝑇 e 𝑀 representam o momento torsor e o momento fletor da seção mais
solicitada, e 𝑑 representa o diâmetro definido no dimensionamento do eixo.
Devido ao movimento rotativo do eixo, as tensões apresentam duas
componentes. 𝜎𝑎, que representa a componente de amplitude da tensão e 𝜎𝑚, que
representa a componente média de tensão
A partir dos valores das equações (4.41) e (4.42), encontramos as tensões de
Von Mises para 𝜎𝑎 e 𝜎𝑚:
𝜎𝑎 = √𝜎𝑥𝑎
2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦𝑎2
(4.43)
𝜎𝑚 = √𝜎𝑥𝑚2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦𝑚
2 (4.44)
A aplicação das tensões calculadas a partir das formulas (4.43) e (4.44), sob o
critério de Goodman nos permitirão definir o diâmetro do eixo estudado. Iterativamente
através de uma tabela no Excel, o diâmetro é calculado no intuito de resistir os esforços
de acordo com cada critério escolhido estando o mais próximo do fator de segurança
definido anteriormente. É necessário também que o elemento esteja adequado com os
diâmetros de engrenagens, rolamentos e chavetas muitas vezes padronizados.
De forma semelhante ao que já fora feito na análise por falha por fadiga das
engrenagens, o cálculo do limite de resistência a fadiga 𝑆𝑒, é dado também pela
equação (4.33). Dessa forma, a fim de facilitarmos nossos cálculos, definiremos os
fatores que possuem valores comuns para todos os eixos presentes no multiplicador
projetado.
Para o fator de acabamento superficial 𝐾𝑎, utilizamos como referência a equação
também utilizada para o dimensionamento das engrenagens. Dessa forma, para um
eixo usinado e fabricado em AISI 5140, obtemos:
𝑘𝑎 = 0,862
88
Como trabalhamos apenas com um carregamento de flexão, o fator 𝑘𝑏 é
diretamente dependente do diâmetro do eixo e é dado pela equação:
𝐾𝑏𝑀 = 1,51 ∗ 𝑑−0,157 𝑝𝑎𝑟𝑎 51 < 𝑑 < 254
(4.45)
Dessa forma, definiremos 𝐾𝑏𝑀 de forma iterativa para cada eixo do sistema
O fator de confiabilidade 𝑘𝑐 será definido pela tabela A.4. Para uma
confiabilidade de 95%, teremos:
𝑘𝑐 = 0,868
O fator de temperatura 𝑘𝑑 é dependente da temperatura a qual o sistema
projetado está exposto. Na medida em que o sistema não terá alterações relevantes sob
esse aspecto, adotaremos o valor unitário.
𝑘𝑑 = 1
O fator 𝑘𝑓, destinado a efeito combinados também não terá influência para a
situação a qual o mecanismo será projetado. Logo:
𝑘𝑓 = 1
Para o cálculo do fator 𝑘𝑒 , referente aos concentradores de tensão, utiliza-se a
equação (4.46). Esse é diretamente dependente do fator de sensibilidade 𝑞, o qual é
definido pela figura A.10, e do fator teórico de concentrador de tensões 𝐾𝑡, definido pela
figura A.7. Adotaremos para todos os eixos do projeto, 𝑞 = 0,9 e 𝐾𝑡 = 1,6. Dessa forma,
obtém-se:
𝑘𝑒 =
1
1 + 𝑞(𝐾𝑡 − 1)
(4.46)
𝑘𝑒 = 0,649
Na equação 𝑆′𝑒 representa o limite de resistência a fadiga do corpo de prova em
um teste de flexão rotativa. Esse valor é dependente do limite de ruptura do material
escolhido. Para o caso estudado, utilizaremos:
𝑆′𝑒 = 525 𝑀𝑝𝑎, 𝑠𝑒 𝑆𝑢𝑡 ≥ 1400𝑀𝑝𝑎
89
Substituindo os termos na equação:
𝑆𝑒 = 525 ∗ 0,862 ∗ 𝑘𝑏 ∗ 0,868 ∗ 1 ∗ 1 ∗ 0,649 = 254,94 ∗ 𝑘𝑏 (4.47)
Por fim, o fator de segurança de fadiga adotado será 𝐹𝑆𝑓 = 2. Esse será
substituído na equação de Goodman para dimensionamento do diâmetro mínimo do
eixo:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡≤
1
𝐹𝑆
(4.48)
Eixo Pinhão-Cremalheira:
Segundo a equação de Goodman (4.48) e o fator de segurança estipulado para
o projeto, o diâmetro do eixo pinhão-cremalheira será de:
𝑑𝑝𝑐 = 290 𝑚𝑚
Definindo as dimensões do eixo a fim de demonstrar os diagramas de esforços
para o elemento, teremos:
𝐿1 = 700 𝑚𝑚
𝐿2 = 700 𝑚𝑚
Na figura, 𝑇𝑝𝑐, representa o resultante do engrenamento entre o pinhão e a
cremalheira. Como definido no dimensionamento das engrenagens, esse será igual a
𝑇𝑝𝑐 = 𝑇𝑚á𝑥 = 128,4 𝑘𝑁. 𝑚
Figura 56 - Diagrama de força eixo Pinhão-Cremalheira
90
A partir do programa MD Solids, será demonstrado o diagrama de momento fletor
e o diagrama de cortante segundo as condições anteriormente definidas:
Figura 57 - Diagrama de cortante para o eixo pinhão-cremalheira
Segundo o diagrama de cortante, podemos definir as reações em cada apoio a
fim de dimensionar os mancais utilizados futuramente
𝑅1 = 𝑅2 = 237,15 𝑘𝑁
Figura 58 - Momento fletor ao longo do eixo pinhão-cremalheira
Dessa forma, o momento fletor máximo é definido em:
𝑀𝑚á𝑥 = 1,67 ∗ 105 𝑘𝑁. 𝑚𝑚
A fim de demonstrar que o diâmetro escolhido condiz com os critérios adotados,
inicia-se a análise de falha por fadiga pelo cálculo das tensões alternadas incidentes no
eixo. Tem-se que o eixo rotaciona em ambas os sentidos (horário e anti-horário), porem
transmite potência em apenas um deles. Dessa forma, tem-se:
𝜎𝑥𝑎𝑀 =
32 ∗ 𝑀𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 69,33 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑥𝑚𝑀 = 0
91
𝜏𝑥𝑦𝑚 = 𝜏𝑥𝑦𝑎 =16 ∗ 𝑇𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 13,4 𝑀𝑝𝑎
Substituindo os valores encontrados na equação de Von Mises, tem-se:
𝜎𝑎 = 73,11 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑚 = 23,21
Para o cálculo do limite de resistência a fadiga, define-se pela equação (4.45)
para 𝑑 = 290 𝑚𝑚 :
𝑘𝑏 = 0,619
Substituindo o valor na equação (4.47), tem-se
𝑆𝑒 = 160,53 𝑀𝑝𝑎
Para tal, na equação de Goodman:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡= 0,477 <
1
𝐹𝑆𝑓= 0,5
Dessa forma, o eixo não estará sujeito a falha por fadiga.
Para a análise estática, tem-se a seguinte equação:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 ≤𝑆𝑦
𝐹𝑆𝑒
Onde 𝑆𝑦 é o limite de escoamento do material. Considerou-se um fator de
segurança estático 𝐹𝑆𝑒 = 4:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 = 96,325 𝑀𝑝𝑎 ≤ 225 𝑀𝑝𝑎
Conclui-se que o eixo não falhará estaticamente.
92
Chaveta eixo pinhão-cremalheira:
A fim de dimensionarmos as chavetas presentes no projeto estudado,
utilizaremos a norma DIN 6885, com dimensões e tolerâncias definidas a partir da tabela
A.9
Tabela 13 – Dimensões da chaveta para o eixo pinhão-cremalheira
𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 − 𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 (𝑚𝑚) 290 ℎ − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 36
𝑏 − 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 22 𝑡1 − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑎𝑠𝑔𝑜 (𝑚𝑚) 7
Figura 59 - Chaveta e os parâmetros dimensionais utilizados para sua escolha
Para o cálculo da tensão de Von Mises a qual definirá o fator de segurança para
a chaveta dimensionada, deve-se calcular os esforções de cisalhamento, 𝜏𝑥𝑦, e os
esforções de flexão, 𝜎𝑥, atuantes no elemento.
Para tal define-se 𝜏𝑥𝑦, pela equação (9.29), onde 𝜏𝑒 é definido como a resistência
ao escoamento por cisalhamento (tabela 11). Para a situação proposta define-se a
chaveta com fator de segurança em 2,5. Nota-se um valor abaixo do fator de segurança
estático definido para eixo, devido ao fato da chaveta atuar também para manter a
integridade dos demais elementos do conjunto. Diante de um custo barato de
fabricação, com um fator de segurança menor, em caso de sobrecarga terá sua falha
antecipada a fim de proteger elementos como eixo e engrenagens.
𝜏𝑥𝑦 =𝜏𝑒
2,5= 94,64 𝑀𝑝𝑎 (4.49)
93
A partir desse valor, pode-se definir o comprimento necessário para a chaveta
através da formula (9.30). De maneira conservadora, considera-se sempre a situação
de torque máximo. Dessa forma, com 𝑇 = 𝑇𝑃𝐶 e 𝑑 = 𝑑𝑝𝑐:
𝐿 =
2 ∗ 𝑇
𝜏𝑥𝑦 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑= 133,63 𝑚𝑚
(4.50)
Para avaliar se a chaveta também está suficientemente dimensionada para os
esforções de flexão, utilizaremos a equação:
𝜎𝑥 =
12 ∗ 𝑇𝑚á𝑧 ∗ 𝑙1
𝑑 ∗ 𝑏2 ∗ 𝐿 (4.51)
Onde,
𝑙1 =ℎ − 𝑡1
2
(4.52)
Substituindo os valores na equação de Von Mises, obtém-se:
𝜎𝑉𝑀 = √𝜎𝑥2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦
2 = 173,48 𝑀𝑝𝑎
Para verificar se a chaveta dimensionada atende o fator de segurança definido
anteriormente, utiliza-se:
𝑆𝑌
𝜎𝑉𝑀= 2,4
Dessa forma, conclui-se que o dimensionamento da chaveta está correto.
Eixo 1:
Segundo a equação de Goodman (4.48) e o fator de segurança estipulado para
o projeto, o diâmetro do eixo 1 será de:
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜1 = 190 𝑚𝑚
Definindo as dimensões do eixo a fim de demonstrar os diagramas de esforços
para o elemento, teremos:
94
𝐿3 = 252,8 𝑚𝑚
𝐿4 = 591,3 𝑚𝑚
Na figura, 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜1, representa o torque resultante do engrenamento 1-2. Como
definido no dimensionamento das engrenagens, esse será igual a 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜 = 𝑇𝑚á𝑥 =
124,5 𝑘𝑁. 𝑚
Figura 60 - Diagrama de força eixo 1
A partir do programa MD Solids, será demonstrado o diagrama de momento fletor
e o diagrama de cortante segundo as condições anteriormente definidas:
Figura 61 - Diagrama de cortante ao longo do eixo 1
Segundo o diagrama de cortante, podemos definir as reações em cada apoio a
fim de dimensionar os mancais utilizados futuramente:
𝑅1 = 117,18 𝑘𝑁
𝑅2 = 50,15 𝑘𝑁
95
Figura 62 - Momento fletor ao longo do eixo 1
Dessa forma, o momento fletor máximo é definido em:
𝑀𝑚á𝑥 = 2,96 ∗ 104 𝑘𝑁. 𝑚𝑚
Para o cálculo das tensões alternadas, define-se a utilização de um torque
máximo constante ao longo do tempo supondo uma operação crítica de funcionamento
(𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜1). Preza-se pela segurança no dimensionamento na medida em que tanto o
torque de aceleração como o torque de desaceleração variam no tempo e dependem
de paramentos de outros componentes do sistema de potência. [32] Dessa forma, tem-
se:
𝜎𝑥𝑎𝑀 =
32 ∗ 𝑀𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 44,03 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑥𝑚𝑀 = 𝜏𝑥𝑦𝑎 = 0
𝜏𝑥𝑦𝑚 =16 ∗ 𝑇𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 92,47 𝑀𝑝𝑎
Substituindo os valores encontrados na equação de Von Mises, tem-se:
𝜎𝑎 = 44,03 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑚 = 160,16 𝑀𝑝𝑎
Para o cálculo do limite de resistência a fadiga, define-se pela equação (4.45)
para 𝑑 = 190 𝑚𝑚 :
96
𝑘𝑏 = 0,668
Substituindo o valor na equação (4.47), tem-se
𝑆𝑒 = 171,54 𝑀𝑝𝑎
Para tal, na equação de Goodman:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡= 0,409 <
1
𝐹𝑆𝑓= 0,5
Dessa forma, o eixo não estará sujeito a falha por fadiga.
Para a análise estática, tem-se a seguinte equação:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 ≤𝑆𝑦
𝐹𝑆𝑒
Onde 𝑆𝑦 é o limite de escoamento do material. Considerou-se um fator de
segurança estático 𝐹𝑆𝑒 = 4:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 = 204,19 𝑀𝑝𝑎 ≤ 225 𝑀𝑝𝑎
Conclui-se que o eixo não falhara estaticamente.
Chaveta eixo 1:
A fim de dimensionarmos as chavetas presentes no projeto estudado,
utilizaremos a norma DIN 6885, com dimensões e tolerâncias definidas a partir da tabela
A.9:
Tabela 14- Dimensões da chaveta para o eixo 1
𝐸𝑖𝑥𝑜 1 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 (𝑚𝑚) 190 𝑚𝑚
ℎ − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 25 𝑚𝑚 𝑏 − 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 45 𝑚𝑚
𝑡1 − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑎𝑠𝑔𝑜 (𝑚𝑚) 15 𝑚𝑚
97
O dimensionamento da chaveta para o Eixo 1 será realizado de forma
semelhante a metodologia adotado para o eixo pinhão-cremalheira. Dessa forma, deve-
se calcular os esforções de cisalhamento, 𝜏𝑥𝑦, e os esforções de flexão, 𝜎𝑥, atuantes no
elemento.
A partir desse valor, pode-se definir o comprimento necessário para a chaveta
através da formula (4.50) De maneira conservadora, considera-se sempre a situação de
torque máximo. Dessa forma, com 𝑇 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜1 , 𝑑 = 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜1 e utilizando o mesmo valor de
𝜏𝑥𝑦 dado para o dimensionamento do eixo anterior:
𝐿 =2 ∗ 𝑇
𝜏𝑥𝑦 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑= 307,81 𝑚𝑚
Para avaliar se a chaveta também está suficientemente dimensionada para os
esforções de flexão, utilizaremos as equações (4.51) e (4.52) e obtemos:
𝜎𝑥 = 63,09 𝑀𝑝𝑎
Onde,
𝑙1 = 5 𝑚𝑚
Substituindo os valores na equação de Von Mises, obtém-se:
𝜎𝑉𝑀 = √𝜎𝑥2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦
2 = 175,64 𝑀𝑝𝑎
Para verificar se a chaveta dimensionada atende o fator de segurança definido
anteriormente, utiliza-se:
𝑆𝑌
𝜎𝑉𝑀= 2,3
Dessa forma, conclui-se que o dimensionamento da chaveta está correto.
Eixo 2:
Segundo a equação de Goodman (4.48) e o fator de segurança estipulado para
o projeto, o diâmetro do eixo 1 será de:
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜1 = 160 𝑚𝑚
98
Definindo as dimensões do eixo a fim de demonstrar os diagramas de esforços para o elemento, teremos:
𝐿5 = 252,8 𝑚𝑚
𝐿6 = 417,1 𝑚𝑚 𝐿7 = 174,3 𝑚𝑚
Na figura, 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜2 , representa o torque resultante do engrenamento. Como
definido no dimensionamento das engrenagens, esse será igual a 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜2 = 𝑇𝑚á𝑥 =
30,5 𝑘𝑁. 𝑚
Figura 63 - Diagrama de forças eixo 2
A partir do programa MD Solids, será demonstrado o diagrama de momento fletor
e o diagrama de cortante segundo as condições anteriormente definidas:
Figura 64 - Cortante ao longo do eixo 2
Segundo o diagrama de cortante, podemos definir as reações em cada apoio a
fim de dimensionar os mancais utilizados futuramente:
𝑅1 = 127,38 𝑘𝑁
99
𝑅2 = 89,15 𝑘𝑁
Figura 65 - Momento fletor ao longo do eixo 2
Dessa forma, o momento fletor máximo é definido em:
𝑀𝑚á𝑥 = 3,2 ∗ 104 𝑘𝑁. 𝑚𝑚
Para o cálculo das tensões alternadas, utiliza-se a mesma definição de operação
crítica de funcionamento dada para o eixo 1 de tal forma que 𝑇𝑚á𝑥 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜2. Dessa forma,
tem-se:
𝜎𝑥𝑎𝑀 =
32 ∗ 𝑀𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 80,07 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑥𝑚𝑀 = 𝜏𝑥𝑦𝑎 = 0
𝜏𝑥𝑦𝑚 =16 ∗ 𝑇𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 18,97𝑀𝑝𝑎
Substituindo os valores encontrados na equação de Von Mises, tem-se:
𝜎𝑎 = 80,07 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑚 = 32,86 𝑀𝑝𝑎
Para o cálculo do limite de resistência a fadiga, define-se pela equação (4.45)
para 𝑑 = 160 𝑚𝑚 :
𝑘𝑏 = 0,680
100
Substituindo o valor na equação (4.47), tem-se
𝑆𝑒 = 176,23 𝑀𝑝𝑎
Para tal, na equação de Goodman:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡= 0,485 <
1
𝐹𝑆𝑓= 0,5
Dessa forma, o eixo não estará sujeito a falha por fadiga.
Para a análise estática, tem-se a seguinte equação:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 ≤𝑆𝑦
𝐹𝑆𝑒
Onde 𝑆𝑦 é o limite de escoamento do material. Considerou-se um fator de
segurança estático 𝐹𝑆𝑒 = 4:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 = 112,93 𝑀𝑝𝑎 ≤ 225 𝑀𝑝𝑎
Conclui-se que o eixo não falhara estaticamente.
Chaveta eixo 2:
A fim de dimensionarmos as chavetas presentes no projeto estudado, utilizaremos a
norma DIN 6885, com dimensões e tolerâncias definidas a partir da tabela A.9:
Tabela 15 - Dimensões da chaveta para o eixo 2
𝐸𝑖𝑥𝑜 2 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 (𝑚𝑚) 190 𝑚𝑚
ℎ − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 22 𝑚𝑚 𝑏 − 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 40 𝑚𝑚
𝑡1 − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑎𝑠𝑔𝑜 (𝑚𝑚) 13 𝑚𝑚
O dimensionamento da chaveta para o Eixo 2 será realizado de forma
semelhante a metodologia adotado para o eixo 1. Dessa forma, deve-se calcular os
esforções de cisalhamento, 𝜏𝑥𝑦, e os esforções de flexão, 𝜎𝑥, atuantes no elemento.
101
A partir desse valor, pode-se definir o comprimento necessário para a chaveta
através da formula (4.50). De maneira conservadora, considera-se sempre a situação
de torque máximo. Dessa forma, com 𝑇 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜2 , 𝑑 = 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜2 e utilizando o mesmo valor
de 𝜏𝑥𝑦 dado para o dimensionamento do eixo anterior:
𝐿 =2 ∗ 𝑇
𝜏𝑥𝑦 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑= 100,74 𝑚𝑚
Para avaliar se a chaveta também está suficientemente dimensionada para os
esforções de flexão, utilizaremos as equações (4.51) e (4.52) e obtemos:
𝜎𝑥 = 63,83 𝑀𝑝𝑎
Onde,
𝑙1 = 4,5 𝑚𝑚
Substituindo os valores na equação de Von Mises, obtém-se:
𝜎𝑉𝑀 = √𝜎𝑥2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦
2 = 175,93 𝑀𝑝𝑎
Para verificar se a chaveta dimensionada atende o fator de segurança definido
anteriormente, utiliza-se:
𝑆𝑌
𝜎𝑉𝑀= 2,3
Dessa forma, conclui-se que o dimensionamento da chaveta está correto.
Eixo 3:
Segundo a equação de Goodman (4.48) e o fator de segurança estipulado para
o projeto, o diâmetro do eixo 3 será de:
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜1 = 95 𝑚𝑚
Definindo as dimensões do eixo a fim de demonstrar os diagramas de esforços para o elemento, teremos:
𝐿8 = 669,8 𝑚𝑚 𝐿9 = 174,3 𝑚𝑚
𝐿𝑎𝑐𝑜𝑝 = 150 𝑚𝑚
102
Na figura, 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜3 , representa o torque resultante do engrenamento. Como definido no
dimensionamento das engrenagens, esse será igual a 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜3 = 𝑇𝑚á𝑥 = 4,9 𝑘𝑁. 𝑚
Figura 66 - Diagrama de forças eixo 3
A partir do programa MD Solids, será demonstrado o diagrama de momento fletor
e o diagrama de cortante segundo as condições anteriormente definidas:
Figura 67 - Cortante ao longo do eixo 3
Segundo o diagrama de cortante, podemos definir as reações em cada apoio a
fim de dimensionar os mancais utilizados futuramente:
𝑅1 = 10,16 𝑘𝑁
𝑅2 = 39,04 𝑘𝑁
103
Figura 68 - Momento fletor ao longo do eixo 3
Dessa forma, o momento fletor máximo é definido em:
𝑀𝑚á𝑥 = 6,8 ∗ 103 𝑘𝑁. 𝑚𝑚
Para o cálculo das tensões alternadas, utiliza-se a mesma definição de operação
crítica de funcionamento dada para o eixo 2 de tal forma que 𝑇𝑚á𝑥 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜3. Dessa forma,
tem-
𝜎𝑥𝑎𝑀 =
32 ∗ 𝑀𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 80,83 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑥𝑚𝑀 = 𝜏𝑥𝑦𝑎 = 0
𝜏𝑥𝑦𝑚 =16 ∗ 𝑇𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 29,06𝑀𝑝𝑎
Substituindo os valores encontrados na equação de Von Mises, tem-se:
𝜎𝑎 = 80,84 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑚 = 50,34 𝑀𝑝𝑎
Para o cálculo do limite de resistência a fadiga, define-se pela equação (4.45)
para 𝑑 = 95 𝑚𝑚 :
𝑘𝑏 = 0,738
Substituindo o valor na equação (4.47), tem-se
𝑆𝑒 = 191,27 𝑀𝑝𝑎
104
Para tal, na equação de Goodman:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡= 0,470 <
1
𝐹𝑆𝑓= 0,5
Dessa forma, o eixo não estará sujeito a falha por fadiga.
Para a análise estática, tem-se a seguinte equação:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 ≤𝑆𝑦
𝐹𝑆𝑒
Onde 𝑆𝑦 é o limite de escoamento do material. Considerou-se um fator de
segurança estático 𝐹𝑆𝑒 = 4:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 = 131,17 𝑀𝑝𝑎 ≤ 225 𝑀𝑝𝑎
Conclui-se que o eixo não falhara estaticamente.
Chaveta eixo 3:
A fim de dimensionarmos as chavetas presentes no projeto estudado,
utilizaremos a norma DIN 6885, com dimensões e tolerâncias definidas a partir da tabela
A.9:
Tabela 16 - Dimensões da chaveta para o eixo 3
𝐸𝑖𝑥𝑜 3 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 95 𝑚𝑚
ℎ − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 16 𝑚𝑚 𝑏 − 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 28 𝑚𝑚
𝑡1 − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑎𝑠𝑔𝑜 (𝑚𝑚) 10 𝑚𝑚
O dimensionamento da chaveta para o Eixo 3 será realizado de forma
semelhante a metodologia adotado para o eixo 2. Dessa forma, deve-se calcular os
esforções de cisalhamento, 𝜏𝑥𝑦, e os esforções de flexão, 𝜎𝑥, atuantes no elemento.
A partir desse valor, pode-se definir o comprimento necessário para a chaveta
através da formula (4.50). De maneira conservadora, considera-se sempre a situação
de torque máximo. Dessa forma, com 𝑇 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜2 , 𝑑 = 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜2 e utilizando o mesmo valor
de 𝜏𝑥𝑦 dado para o dimensionamento do eixo anterior:
105
𝐿 =2 ∗ 𝑇
𝜏𝑥𝑦 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑= 38,87 𝑚𝑚
Para avaliar se a chaveta também está suficientemente dimensionada para os esforções
de flexão, utilizaremos as equações (4.51) e (4.52) e obtemos:
𝜎𝑥 = 60,84 𝑀𝑝𝑎
Onde,
𝑙1 = 3 𝑚𝑚
Substituindo os valores na equação de Von Mises, obtém-se:
𝜎𝑉𝑀 = √𝜎𝑥2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦
2 = 174,84 𝑀𝑝𝑎
Para verificar se a chaveta dimensionada atende o fator de segurança definido
anteriormente, utiliza-se:
𝑆𝑌
𝜎𝑉𝑀= 2,4
Dessa forma, conclui-se que o dimensionamento da chaveta está correto.
Eixo 4:
Segundo a equação de Goodman (4.48) e o fator de segurança estipulado para
o projeto, o diâmetro do eixo 1 será de:
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜1 = 65 𝑚𝑚
O eixo 4 está sendo submetido a força resultante do volante de inercia do
sistema, o qual será dimensionado no tópico 4.67. Adiantando os cálculos para o
dimensionamento do eixo, consideraremos uma força resultante 𝐹𝑟 = 18,6 𝐾𝑁
Definindo as dimensões do eixo a fim de demonstrar os diagramas de esforços
para o elemento, teremos:
𝐿𝑎𝑐𝑜𝑝 = 150 𝑚𝑚
𝐿10 = 250 𝑚𝑚 𝐿11 = 250 𝑚𝑚
106
𝐿𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑 = 150 𝑚𝑚
Na figura, 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜4 , representa o torque resultante do engrenamento. Como
definido no dimensionamento das engrenagens, esse será igual a 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜4 = 𝑇𝑚á𝑥 =
4,9 𝑘𝑁. 𝑚
Figura 69 - Diagrama de forças eixo 4
A partir do programa MD Solids, será demonstrado o diagrama de momento fletor
e o diagrama de cortante segundo as condições anteriormente definidas:
Figura 70 - Cortante ao longo do eixo 4
Segundo o diagrama de cortante, podemos definir as reações em cada apoio a
fim de dimensionar os mancais utilizados futuramente:
𝑅1 = 𝑅2 = 93𝑘𝑁
107
Figura 71 - Momento fletor ao longo do eixo 4
Dessa forma, o momento fletor máximo é definido em:
𝑀𝑚á𝑥 = 2,3 ∗ 104 𝑘𝑁. 𝑚𝑚
Para o cálculo das tensões alternadas, utiliza-se a mesma definição de operação
crítica de funcionamento dada para o eixo 3 de tal forma que 𝑇𝑚á𝑥 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜4. Dessa forma,
tem-se:
𝜎𝑥𝑎𝑀 =
32 ∗ 𝑀𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 109,87 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑥𝑚𝑀 = 𝜏𝑥𝑦𝑎 = 0
𝜏𝑥𝑦𝑚 =16 ∗ 𝑇𝑚á𝑥
𝜋 ∗ 𝑑3= 57,68 𝑀𝑝𝑎
Substituindo os valores encontrados na equação de Von Mises, tem-se:
𝜎𝑎 = 65 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑚 = 99,91 𝑀𝑝𝑎
Para o cálculo do limite de resistência a fadiga, define-se pela equação (4.45)
para 𝑑 = 65 𝑚𝑚 :
𝑘𝑏 = 0,794
Substituindo o valor na equação (4.47), tem-se
𝑆𝑒 = 205,57 𝑀𝑝𝑎
108
Para tal, na equação de Goodman:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡= 0,411 <
1
𝐹𝑆𝑓= 0,5
Dessa forma, o eixo não estará sujeito a falha por fadiga.
Para a análise estática, tem-se a seguinte equação:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 ≤𝑆𝑦
𝐹𝑆𝑒
Onde 𝑆𝑦 é o limite de escoamento do material. Considerou-se um fator de
segurança estático 𝐹𝑆𝑒 = 4:
𝜎𝑎 + 𝜎𝑚 = 164,91 𝑀𝑝𝑎 ≤ 225 𝑀𝑝𝑎
Conclui-se que o eixo não falhara estaticamente.
Chaveta eixo 4:
A fim de dimensionarmos as chavetas presentes no projeto estudado,
utilizaremos a norma DIN 6885, com dimensões e tolerâncias definidas a partir da tabela
A.9:
Tabela 17 - Dimensões da chaveta para o eixo 4
𝐸𝑖𝑥𝑜 4 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 (𝑚𝑚) 65
ℎ − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 11 𝑏 − 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑚) 18
𝑡1 − 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑎𝑠𝑔𝑜 (𝑚𝑚) 7
O dimensionamento da chaveta para o Eixo 4 será realizado de forma
semelhante a metodologia adotado para o eixo 3. Dessa forma, deve-se calcular os
esforções de cisalhamento, 𝜏𝑥𝑦, e os esforções de flexão, 𝜎𝑥, atuantes no elemento.
A partir desse valor, pode-se definir o comprimento necessário para a chaveta
através da formula (4.50). De maneira conservadora, considera-se sempre a situação
109
de torque máximo. Dessa forma, com 𝑇 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜2 , 𝑑 = 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜2 e utilizando o mesmo valor
de 𝜏𝑥𝑦 dado para o dimensionamento do eixo anterior:
𝐿 =2 ∗ 𝑇
𝜏𝑥𝑦 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑= 38,87 𝑚𝑚
Para avaliar se a chaveta também está suficientemente dimensionada para os
esforções de flexão, utilizaremos as equações (4.51) e (4.52) e obtemos:
𝜎𝑥 = 60,84 𝑀𝑝𝑎
Onde,
𝑙1 = 3 𝑚𝑚
Substituindo os valores na equação de Von Mises, obtém-se:
𝜎𝑉𝑀 = √𝜎𝑥2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦
2 = 174,84 𝑀𝑝𝑎
Para verificar se a chaveta dimensionada atende o fator de segurança definido
anteriormente, utiliza-se:
𝑆𝑌
𝜎𝑉𝑀= 2,4
Dessa forma, conclui-se que o dimensionamento da chaveta está correto.
Tabela 18 - Resumo dimensão eixos
𝑫𝒊â𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 (𝒎𝒎) 𝑪𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍(𝒎𝒎) 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝒑𝒊𝒏𝒉ã𝒐− 𝒄𝒓𝒆𝒎𝒂𝒍𝒉𝒆𝒊𝒓𝒂
290 1400
𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟏 190 1094,1 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟐 160 844,2 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟑 95 994,1 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟒 65 800
+
110
Tabela 19 - Resumo dimensões chaveta
𝐛 (𝒎𝒎) 𝐡 (𝒎𝒎) 𝒕𝟏 (𝒎𝒎) 𝑳 (𝒎𝒎) 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝒑𝒊𝒏𝒉ã𝒐− 𝒄𝒓𝒆𝒎𝒂𝒍𝒉𝒆𝒊𝒓𝒂
70 36 22 134
𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟏 45 25 15 325 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟐 40 22 13 101 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟑 28 16 10 39 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟒 70 18 11 23
4.5.3 Cremalheira
Para o projeto da cremalheira presente no projeto, é necessário primeiramente
definir as dimensões do elemento. Devido as diferenças na dimensão das torres, não
será possível utilizar o elemento seguindo as mesmas dimensões definida em BESSO
[38]. Dessa forma, atentando-se as dimensões do vão central da torre e altura da caixa
de maquinas, definimos uma cremalheira com 10 𝑚 de comprimento total:
Figura 72 - Definição das dimensões da cremalheira
Na figura 𝑣, representa a velocidade do flutuador; 𝑃, é a força peso; 𝐹𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 é a
força do vento ; 𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 é a força vertical do flutuador ; 𝐹𝑎𝑡 é a fora resultante do atrito
no mancal
111
Figura 73 - Diagrama de forças ao longo da cremalheira dimensionada [32]
A fim de simplificar o dimensionamento, algumas hipóteses serão feitas em
relação as forças atuantes no elemento: considera os mancais como ideais,
desprezando a força de atrito; flutuador com força resultante apenas na vertical devido
ao comportamento dos roletes; força do vento desprezada. [38]
Diagrama de forças
Dessa forma, o diagrama de forças simplificado é dado por:
Figura 69 - Diagrama de forças da cremalheira
112
Seguindo a mesma metodologia de todos os outros componentes já definidos. A
cremalheira será dimensionada seguindo o cenário de pior caso, ou seja 𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 =
𝐹𝑚á𝑥. Dessa forma, tem-se:
𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 = 445,7 𝑘𝑁
As demais forças atuantes na cremalheira são representas pelas forças
resultante do engrenamento com o pinhão. Como esse já fora definido no início do
capitulo, sabe-se que:
𝐹𝑇𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 445,7 𝑘𝑁
𝐹𝑅𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 152,2 𝑘𝑁
Ao longo dessa seção, os critérios avaliados no dimensionamento serão:
• Analise de falha estática
• Analise de falha por fadiga
• Analise de falha por flambagem
Em relação ao material utilizado para a fabricação do componente, também será
utilizado aço AISI 4140 Cr-Mo Temperado e revenido a 260°C [38]
Falha estática
Utilizando o trabalho de BESSO [38], a seção transversal da cremalheira será
definida como transversal. A largura do dente da cremalheira será a mesma largura do
dente do pinhão previamente dimensionado e depende do modulo definido para o
elemento. A altura do dente da cremalheira segue a seguinte formula:
ℎ′ = 𝑚 + 1,25𝑚
(4.53)
Para 𝑚 = 32 , obtém-se ℎ′ = 72 𝑚𝑚
Um outro parâmetro importante a ser definido em nossos cálculos, é a área de
resistência da cremalheira. Essa determinará diretamente as condições de falha
estática e flambagem da estrutura analisada. Tomando como base o trabalho de
BESSO, [38] define-se ℎ = 105𝑚𝑚
113
Em relação as tensões atuantes na cremalheira, as quais definirão o fator de
segurança do elemento, temos uma tensão normal de flexão resultante do momento
fletor máximo; uma tensão máxima resultante da força normal sobre a cremalheira; e
uma tensão de cisalhamento resultante da cortante sobre a mesma seção. Essas são
demonstradas na sequência:
𝜎𝑥𝑀 =
𝑀𝑚á𝑥 ∗ 𝑦𝑚á𝑥
𝐼𝑧𝑧, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐼𝑧𝑧 =
𝑏 ∗ ℎ3
12
(4.54)
Onde 𝑀𝑚á𝑥 representa o momento máximo ao qual a viga está solicitada; 𝐼𝑧𝑧,
representa o momento de inercia da área de resistência; 𝑦𝑚á𝑥 representa a distância até
a linha neutra da seção.
𝜎𝑥
𝑁 =𝑁𝑚á𝑥
𝐴=
𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟
𝑏 ∗ ℎ
(4.55)
Onde 𝐴, representa a área de resistência da viga e 𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟, a força máxima
resultante do movimento oscilatório do flutuador.
𝜎𝑥
𝑁 =𝑁𝑚á𝑥
𝐴=
𝐹𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟
𝑏 ∗ ℎ
(4.56)
Onde 𝑄𝑥𝑦, representa a cortante atuante na viga e 𝐴, representa a área de
resistência da viga
Através do programa MD Solids, define-se o diagrama de esforços da mesma
forma como fora para o dimensionamento dos eixos do multiplicador:
Figura 74 - Cortante ao longo da cremalheira
Dessa forma, a reação nos mancais é definida como:
114
𝑅1 = 89,21 𝑘𝑁
𝑅2 = 72,34 𝑘𝑁
Figura 75 - Momento fletor ao longo da cremalheira
Logo, o momento fletor máximo é:
𝑀𝑚á𝑥 = 80,15 ∗ 103 𝑁. 𝑚𝑚
Substituindo os valores nas equações (4.54), (4.55) e (4.56):
𝜎𝑥𝑀 = 86,93 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑥𝑁 = 8,45 𝑀𝑝𝑎
𝜏𝑥𝑦 = 1, 69 𝑀𝑝𝑎
Utilizando como critério de falha estática, o critério de Von Mises, tem-se:
𝜎𝑉𝑀 = √(𝜎𝑥𝑀 + 𝜎𝑥
𝑁)2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦2
Logo, segundo a equação de Von Mises:
𝜎𝑉𝑀 = 95,39 𝑀𝑝𝑎
Para o cálculo do fator de segurança, utilizamos a formula abaixo. Para a
situação de falha estática, definiu-se como aceitável um fator de segurança mínimo de
3:
𝐹𝑆 =𝑆𝑦
𝜎𝑉𝑀= 17,66
115
Dessa forma, conclui-se que a cremalheira não estará sujeira a falha estática
Analise de fadiga
Devido ao movimento oscilatório vertical da cremalheira, as tensões atuantes no
elemento sofrem variações ao longo do tempo. Dessa forma para a análise da falha por
fadiga do conjunto, é introduzido os mesmos termos para o dimensionamento dos eixos
do multiplicador:
• 𝜎𝑎, que representa a componente de amplitude da tensão
• 𝜎𝑚, que representa a componente média de tensão
Dessa forma, na falha por fadiga, deve-se avaliar cada tensão já estudada na falha
estática da cremalheira sob esses dois novos conceitos e aplica-los na equação do
critério de Goodman:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡≤
1
𝐹𝑆
Logo, tem-se:
𝜎𝑎𝑀 = 𝜎𝑚
𝑀 =𝜎𝑥
𝑀𝑚á𝑥
2= 43, 46 𝑀𝑝𝑎
Para a tensão relativa à solicitação imposta pela força normal, tem-se:
𝜎𝑎𝑁 = 𝜎𝑥
𝑁 = 8,45 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑚𝑁 = 0
Para as tensões cisalhantes, calculamos segundo a figura xx:
𝜏𝑥𝑦𝑎 =𝑄𝑚á𝑥 − 𝑄𝑚𝑖𝑛
2 ∗ 𝐴= 1,54 𝑀𝑝𝑎
𝜏𝑥𝑦𝑚 =𝑄𝑚á𝑥 + 𝑄𝑚𝑖𝑛
2 ∗ 𝐴= −0,15 𝑀𝑝𝑎
Para o cálculo da tensão de Von Mises sob a análise de uma falha por fadiga,
acrescentamos ao termo 𝜎𝑎, alguns fatores de concentração:
116
• 𝐾𝑒𝑀, fator de concentrador de tensão devido ao momento
• 𝐾𝑒𝑁, fator de concentrador de tensão devido a força normal
• 𝐾𝑏𝑀, fator de tamanho devido ao momento
• 𝐾𝑏𝑁, fator de tamanho devido a força normal
Logo, esses são aplicados na formula da seguinte maneira:
𝜎𝑉𝑀𝑎= √(
𝜎𝑥𝑎𝑀
(𝐾𝑒𝑀 ∗ 𝐾𝑏
𝑀)+
𝜎𝑥𝑎𝑁
(𝐾𝑒𝑁 ∗ 𝐾𝑏
𝑁))2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦
2
(4.57)
𝜎𝑉𝑀𝑚
= √(𝜎𝑥𝑚𝑀 + 𝜎𝑥𝑚
𝑁 )2 + 3 ∗ 𝜏𝑥𝑦2
(4.58)
Para os cálculos dos fatores de concentrador de tensões, utilizamos a formula
abaixo. Essa é diretamente dependente do fator de sensibilidade 𝑞 e e do fator teórico
de concentrador de tensões 𝐾𝑡, definido pelas figuras A.8 e A.9
𝑘𝑒 =1
1 + 𝑞(𝐾𝑡 − 1)
Dessa forma, utilizando 𝑞 = 0,9, 𝐾𝑡𝑀 = 1,8, E 𝐾𝑡
𝑁 = 2,2, , obtemos:
𝐾𝑒𝑀 = 0,581
𝐾𝑒𝑁 = 0,481
Iniciando-se os cálculos dos fatores de tamanho, sabe-se que para um
carregamento axial, obtém-se:
𝐾𝑏𝑁 = 1
Para o cálculo do fator de tamanho relativo ao momento presente na cremalheira.
Utilizamos a seguinte formula:
𝐾𝑏𝑀 = 1,51 ∗ 𝑑−0,157 𝑝𝑎𝑟𝑎 51 < 𝑑 < 254
Tratando-se de uma estrutura com seção retangular, utilizamos a seguinte
relação para o cálculo do diâmetro:
117
𝐴𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 =𝜋 ∗ 𝑑2
4
Dessa forma, obtém-se 𝑑 =, e o valor de 𝐾𝑏𝑀 = 0,6
Substituindo todos os parâmetros nas equações (4.57) e (4.58), tem-se:
𝜎𝑉𝑀𝑎= 142,19 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝑉𝑀𝑚= 43,47 𝑀𝑝𝑎
De forma semelhante ao que já fora feito para o dimensionamento das
engrenagens, resta o cálculo do limite de resistência a fadiga que é dado pela formula:
𝑆𝑒 = 𝑆′𝑒 ∗ 𝑘𝑎 ∗ 𝑘𝑏 ∗ 𝑘𝑐 ∗ 𝑘𝑑 ∗ 𝑘𝑒 ∗ 𝑘𝑓
Para o fator de acabamento superficial Ka, utiliza-se como referência o limite de
ruptura do material somado ao tipo de fabricação utilizado para confecção das
engrenagens. Obtemos tal coeficiente a partir da formula:
𝑘𝑎 = 𝑎 ∗ 𝑆𝑢𝑡𝑏
Para um acabamento superficial de um elemento usinado com os coeficientes
a=0,82 e b= -0,72 , obtemos:
𝑘𝑎 = 0,862
O fator de confiabilidade 𝑘𝑐 será definido pela tabela A.4. Para uma
confiabilidade de 95%, teremos:
𝑘𝑐 = 0,868
O fator de temperatura 𝑘𝑑 é dependente da temperatura a qual o sistema
projetado está exposto. Na medida em que a temperatura não ultrapassará 350º,
utilizaremos:
𝑘𝑑 = 1
118
O fator 𝑘𝑓, destinado a fatores ambientais também não terá influencia para a
situação para o qual o mecanismo será projetado. Logo:
𝑘𝑓 = 1
Vale lembrar que como os fatores𝑘𝑏 e 𝑘𝑒, já estão presentes no calculo de 𝜎𝑎,
nesse caso receberam o valor unitário.
Lembrando que para o material escolhido temos 𝑆′𝑒 = 700 𝑀𝑝𝑎, tem-se:
𝑆𝑒 = 505,52 𝑀𝑝𝑎
Sabendo que 𝑆𝑢𝑡 = , para o aço xs, substitui-se os valores na equação de
Goodman:
𝜎𝑎
𝑆𝑒+
𝜎𝑚
𝑆𝑢𝑡≤
1
𝐹𝑆
Analise de flambagem:
A análise de flambagem, da estrutura é de grande importância a fim de evitar um
eventual travamento do flutuador ou pinhão durante seu movimento oscilatório.
Para o cálculo da força crítica de flambagem 𝐹𝑐𝑟, utilizamos a formula de Euller
para coluna esbelta:
𝑙𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎
𝑘=
𝑙𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎
√𝐼𝐴
> 120 (4.59)
Onde 𝑙𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎 é o comprimento total da cremalheira; 𝑘 é o raio de giração; e
𝐼 é o momento de inercia dado pela formula 𝑏∗ℎ3
12.
Dessa forma, substitui-se a relação para a definição da força crítica:
119
𝐹𝑐𝑟 =
𝑐 ∗ 𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐴
(𝑙𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎
𝑘)
2
(4.60)
Onde 𝐸, é o modulo de elasticidade do material e 𝑐 é uma constante definida
segundo as condições de flambagem definidas. Para o caso estudado, adotaremos 𝑐 =
2. [11]
Substituindo os valores na equação (4.60), encontramos o valor da força crítica:
𝐹𝑐𝑟 = 2000,5 𝑘𝑁
O cálculo para o fator de segurança segundo esse analise será dado pela
equação abaixo, onde 𝐹𝑚á𝑥 é dada pela força vertical máxima no flutuador. Será
estabelecido um fator de segurança mínimo de 2,5. Dessa forma, tem-se:
𝐹𝑆 =𝐹𝑚á𝑥
𝐹𝑐𝑟=
445,7 𝑘𝑁
1814,49 𝑘𝑁= 4,07 > 2,5
Dessa forma, sabe-se que o elemento não falhará por flambagem.
Tabela 20 - Resumo dimensões cremalheira
𝑩 − 𝑳𝒂𝒓𝒈𝒖𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆 (𝒎𝒎) 502,7 𝑨𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒅𝒂 á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 (𝒎𝒎) 105,0 𝑪𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒄𝒓𝒆𝒎𝒂𝒍𝒉𝒆𝒊𝒓𝒂 (𝒎) 10
𝑴𝒐𝒅𝒖𝒍𝒐 (𝒎𝒎) 32
Â𝒏𝒈𝒖𝒍𝒐 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐 20°
𝑨𝒅𝒆𝒏𝒅𝒐 (𝒎𝒎) 32 𝑫𝒆𝒅𝒆𝒏𝒅𝒐 (𝒎𝒎) 40
𝑨𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆 (𝒎𝒎) 72
4.5.4 Rolamentos
Antes de definirmos o dimensionamnto dos rolamentos e mancais presentes em
todos os eixos do multiplicador, deve-se primeiramente relembrar as forças atuantes
nos apoios de cada elemento. Essas foram antecipadamente calculadas pelo diagrama
de esforços de cada eixo do multiplicador:
Tabela 21 - Resumo das forças atuantes para o dimensionamento dos rolamentos do multiplicador
𝑅𝑒𝑎çã𝑜 𝑛𝑜𝑠 𝑀𝑎𝑛𝑐𝑎𝑖𝑠 [𝒌𝑵] 𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑃𝑖𝑛ℎã𝑜 𝐶𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑹𝟏 = 𝟐𝟑𝟕, 𝟏𝟓 𝑹𝟐 = 𝟐𝟑𝟕, 𝟏𝟓
120
𝐸𝑖𝑥𝑜 1 𝑹𝟏 = 𝟏𝟏𝟕, 𝟏𝟖 𝑹𝟐 = 𝟓𝟎, 𝟏𝟓 𝐸𝑖𝑥𝑜 2 𝑹𝟏 = 𝟏𝟐𝟕, 𝟑𝟖 𝑹𝟐 = 𝟖𝟗, 𝟏𝟓 𝐸𝑖𝑥𝑜 3 𝑹𝟏 = 𝟏𝟎, 𝟏𝟔 𝑹𝟐 = 𝟑𝟗, 𝟎𝟒 𝐸𝑖𝑥𝑜 4 𝑹𝟏 = 𝟗, 𝟑 𝑹𝟐 = 𝟗, 𝟑
𝐶𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑹𝟏 = 𝟖𝟗, 𝟖𝟔 𝑹𝟐 = 𝟕𝟐, 𝟑𝟒
Baseando-se no trabalho de TURCI [34], será utilizado um rolamento
autocompensador de rolo para o eixo pinhão cremalheira e rolamento de uma carreira
de rolos cilindricos para os demais eixos do multiplicador.
Figura 76 - Rolamento autocompensador de rolo e rolamento de uma carreira de rolos cilíndricos [39]
O rolamento autocompensador de rolo possui duas carreiras de rolo simetricas
com uma pista esferica comum no anel externo, e duas pistas internas inclinadas em
um ângulo em relaçao ao eixo do rolamento. Essa escolha se deu para o eixo pinhao-
cremalheira pelo fato desse tipo de rolamento possui uma alta capacidade de cargas.
[34]. Já os roamentos de rolos cilindricos conseguem aliar o suporte a cargas pesadas
junto a resistnecia a acelerações e velocidades rapidas.
Iniciando o dimensionamento, utiliza-se as normas do fabricante SKF [39] em
nossos calculos. Dessa forma, deve-se avaliar as cargas estaticas e dinamicas para
cada elemento para uma vida util definida de 20 anos.
Segundo o fabricante e a norma ISO 281, a vida nominal de um determinado
rolamento é dada pela segunte experessão:
𝐿10 = (
𝐶
𝑃)
𝑝
(4.61)
Na formula 𝐶, representa a capacidade de carga duamica do rolamento; 𝑃, é a
carga dinamica equivalente; e 𝑝, é o expoente dependente do tipo de rolamento utilizado
no projeto.
121
De forma semelhante a vida nominal de um rolamento também pode ser
calculada por uma diferente expressão:
𝐿10 =
𝑅𝑃𝑀 ∗ 𝑇𝑎𝑛𝑜𝑠
106
(4.62)
Como estiuplamos uma vida util de 20 anos, a formula pode ser simplificada
para:
𝐿10 = 10,51 ∗ 𝑅𝑃𝑀
(4.63)
Eixo Pinhão
Seguindo as especificações do fabricante SKF [39] ,a carga dinamica
equivalente 𝑃 é dependente da força axial 𝐹𝑎 e da forca radial 𝐹𝑟 atuantes nos
rolamentos. Isso é demonstrado nas equações:
𝑃 = 𝐹𝑟 + 𝑌1 ∗ 𝐹𝑎 , 𝑠𝑒
𝐹𝑎 ,
𝐹𝑟,≤ 𝑒
(4.64)
𝑃 = 0,67 ∗ 𝐹𝑟 + 𝑌2 ∗ 𝐹𝑎 , 𝑠𝑒
𝐹𝑎 ,
𝐹𝑟 ,> 𝑒
(4.65)
Nas equações, 𝑌1 e 𝑌2 são parametros definidos no proprio catalogo do
fabricante.
Para o calulo da carga estatica 𝑃𝑜 do rolamento, tem-se uma equação dad pelo
fabrincate:
𝑃𝑜 = 𝐹𝑟 + 𝑌𝑜 ∗ 𝐹𝑎
Como o eixo em questão está sujeito apenas à cargas axiais, podemos resumir
as cargas dinamicas e estaticas em:
𝑃 = 𝑃𝑜 = 237,15 𝑘𝑁
Para o dimensionamento das engrenagens do conjunto, foi especificado uma
velocidade angular de 𝑊𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 8,24 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Dessa forma, tem-se uma rotação de:
122
𝑅𝑃𝑀 = 78,36 𝑟𝑝𝑚
Substituindo os valoes encontrados na equação xx:
𝐿10 = 823,64 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
Como trata-se de um rolamento autocompensador de rolo, o expoente 𝑝 será
igual a 10/3. Dessa forma, subistituindo os valores ecnontrados na equação xx, tem-se
o valor da carga dinâmica do rolamento:
𝐶 = 1777,23 𝑘𝑁
Seguindo as especificações do fabricante, é necessario a esolha de um
rolamento que atenda minimamente as caracteristicas a seguir:
• Diametro do furo: 300 𝑚𝑚
• Carga dinamica basica:𝐶 ≥ 1777,23 𝑘𝑁
• Carga estatica basica:𝑃 ≥ 237,15 𝑘𝑁
Dessa forma, utilizando os modelos disponiveis no catalogo do fabricante SKF,
define-se:
Tabela 22 - Especificações rolamento eixo pinhão-cremalheira
𝑹𝒐𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑬𝒊𝒙𝒐𝒑𝒄
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒 23060 𝐶𝐶𝐾/𝑊33 𝐶 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 2219 𝑃 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 3450
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 (𝑅𝑃𝑀) 1500
Eixo 1:
Tratando-se de um rolamento com uma carreia de rolos cilindricos, seguindo as
especificações do fabricante SKF, as equações para o dimensionamento do rolamento
serão as mesmas utilizadas para o eixo anterior
Como o eixo em questão esta sujeito apenas a cargas axiais, podemos resumir
as cargas dinamicas e estaticas em:
123
𝑃 = 𝑃𝑜 = 117,18 𝑘𝑁
Para o dimensionamento das engrenagens do conjunto, foi especificado uma
velocidade angular de 𝑤𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 8,24 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Dessa forma, tem-se uma rotação de:
𝑅𝑃𝑀 = 78,36 𝑟𝑝𝑚
Substituindo os valoes encontrados na equação xx:
𝐿10 = 823,64 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
Como trata-se de um rolamento autocompensador de rolo, o expoente 𝑝 será
igual a 1/3. Dessa forma, subistituindo os valores ecnontrados na equação (4.61), tem-
se o valor da carga dinamica do rolamento:
𝐶 = 1098,41 𝑘𝑁
Seguindo as especificações do fabricante, é necessario a esolha de um
rolamento que atenda minimamente as caracteristicas a seguir:
• Diametro do furo: 180 𝑚𝑚
• Carga dinamica basica:𝐶 ≥ 1098,41 𝑘𝑁
• Carga estatica basica:𝑃 ≥ 237,15 𝑘𝑁
Dessa forma, utilizando os modelos disponiveis no catalogo do fabricante SKF,
define-se:
Tabela 23 - Especificações rolamento eixo 1 [40]
𝑹𝒐𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟏 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑁𝑈 2236 𝐸𝐶𝑀𝐿
𝐶 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 1100 𝐶_𝑜 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 1430
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 (𝑅𝑃𝑀) 3600
Eixo 2:
Tratando-se de um rolamento com uma carreia de rolos cilindricos, seguindo as
especificações do fabricante SKF, as equações para o dimensionamento do rolamento
serão as mesmas utilizadas para o eixo anterior
124
Como o eixo em questão esta sujeito apenas a cargas axiais, podemos resumir
as cargas dinamicas e estaticas em:
𝑃 = 𝑃𝑜 = 127,38 𝑘𝑁
Para o dimensionamento das engrenagens do conjunto, foi especificado uma
velocidade angular de 𝑊𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 32,95 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Dessa forma, tem-se uma rotação de:
𝑅𝑃𝑀 = 313,47 𝑟𝑝𝑚
Substituindo os valoes encontrados na equação:
𝐿10 = 3294,535 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
Como trata-se de um rolamento autocompensador de rolo, o expoente 𝑝 será
igual a 1/3. Dessa forma, subistituindo os valores ecnontrados na equação (4.61), tem-
se o valor da carga dinamica do rolamento:
𝐶 = 1234 𝑘𝑁
Seguindo as especificações do fabricante, é necessario a esolha de um
rolamento que atenda minimamente as caracteristicas a seguir:
• Diametro do furo: 160 𝑚𝑚
• Carga dinamica basica:𝐶 ≥ 1234 𝑘𝑁
• Carga estatica basica:𝑃 ≥ 127,38 𝑘𝑁
Dessa forma, utilizando os modelos disponiveis no catalogo do fabricante SKF,
define-se:
Tabela 24 - Especificações rolamento eixo 2 [40]
𝑹𝒐𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟐 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑁𝑈 2332 𝐸𝐶𝑀𝐿
𝐶 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 1260 𝐶_𝑜 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 1739
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 (𝑅𝑃𝑀) 3600
Eixo 3
125
Tratando-se de um rolamento com uma carreia de rolos cilindricos, seguindo as
especificações do fabricante SKF, as equações para o dimensionamento do rolamento
serão as mesmas utilizadas para o eixo anterior
Como o eixo em questão esta sujeito apenas a cargas axiais, podemos resumir
as cargas dinamicas e estaticas em:
𝑃 = 𝑃𝑜 = 39,4 𝑘𝑁
Para o dimensionamento das engrenagens do conjunto, foi especificado uma
velocidade angular de 𝑊𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 201,41 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Dessa forma, tem-se uma rotação de:
𝑅𝑃𝑀 = 1915,63 𝑟𝑝𝑚
Substituindo os valoes encontrados na equação:
𝐿10 = 8133,23 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
Como trata-se de um rolamento autocompensador de rolo, o expoente 𝑝 será
igual a 10/3. Dessa forma, subistituindo os valores ecnontrados na equação (4.61), tem-
se o valor da carga dinamica do rolamento:
𝐶 = 510,3 𝑘𝑁
Seguindo as especificações do fabricante, é necessario a esolha de um
rolamento que atenda minimamente as caracteristicas a seguir:
• Diametro do furo: 95 𝑚𝑚
• Carga dinamica basica:𝐶 ≥ 510,3 𝑘𝑁
• Carga estatica basica:𝑃 ≥ 39,4𝑘𝑁
Dessa forma, utilizando os modelos disponiveis no catalogo do fabricante SKF, define-
se:
Tabela 25 - Especificações rolamento eixo 3 [40]
𝑹𝒐𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟑
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑁𝑈 2319 𝐸𝐶𝐽 𝐶 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 530
𝐶_𝑜 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 585 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 (𝑅𝑃𝑀) 4300
126
EIXO 4
Tratando-se de um rolamento com uma carreia de rolos cilindricos, seguindo as
especificações do fabricante SKF, as equações para o dimensionamento do rolamento
serão as mesmas utilizadas para o eixo anterior
Como o eixo em questão esta sujeito apenas a cargas axiais, podemos resumir
as cargas dinamicas e estaticas em:
𝑃 = 𝑃𝑜 = 9,3 𝑘𝑁
Para o dimensionamento das engrenagens do conjunto, foi especificado uma
velocidade angular de 𝑊𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 201,41 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Dessa forma, tem-se uma rotação de:
𝑅𝑃𝑀 = 1915,62 𝑟𝑝𝑚
Substituindo os valoes encontrados na equação:
𝐿10 = 20133,23 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠
Como trata-se de um rolamento autocompensador de rolo, o expoente 𝑝 será
igual a 3. Dessa forma, subistituindo os valores ecnontrados na equação (4.61), tem-se
o valor da carga dinamica do rolamento:
𝐶 = 253 𝑘𝑁
Seguindo as especificações do fabricante, é necessario a esolha de um
rolamento que atenda minimamente as caracteristicas a seguir:
• Diametro do furo: 60 𝑚𝑚
• Carga dinamica basica:𝐶 ≥ 253 𝑘𝑁
• Carga estatica basica:𝑃 ≥ 9,3 𝑘𝑁
Dessa forma, utilizando os modelos disponiveis no catalogo do fabricante SKF,
define-se:
Tabela 26 - Especificações rolamento eixo 4 [40]
𝑹𝒐𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑬𝒊𝒙𝒐 𝟒
127
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑁𝑈 2312 𝐸𝐶𝑀 𝐶 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 260
𝐶_𝑜 − 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑁) 34,5 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 (𝑅𝑃𝑀) 5600
4.5.5 Mancais Cremalheira
Para o dimensionamento dos mancais da cremalheira, utiliza-se mancais de
deslizamento com buchas de material bi metálico. Esses podem suportar cargas
pesadas e condições severas de choque. Ainda possuem boa resistência a corrosão e
facilidade de instalação.
No entanto, deve-se realizar um estudo mais aprofundado para o
dimensionamento desse componente, a fim de identificar maneiras de restringir os graus
de liberdade sem provocar grandes atritos e a entrada de sujeira e umidade nos demais
componentes da caixa de máquina do sistema.
4.5.6 Acoplamentos
Como já fora definido anteriormente, em todo o sistema PTO dimensionado,
haverá 3 acoplamentos:
• Acoplamento responsavel por concetar o 𝐸𝑖𝑥𝑜𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜,𝑐𝑟𝑒𝑚 ao eixo de entrada do
multiplicador
• Acoplamento responsavel por concetar o eixo de saida do multiplicador (𝐸𝑖𝑥𝑜3)
ao eixo de suporte do volante de inercia (𝐸𝑖𝑥𝑜4)
• Acoplamento responsavel por concetar o eixo de suporte do volante de inercia
(𝐸𝑖𝑥𝑜4) ao eixo de entrada do gerador.
Para o primeiro acoplamento, sabe-se que o 𝐸𝑖𝑥𝑜𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜,𝑐𝑟𝑒𝑚 rotaciona em ambos os
sentidos e o eixo de entrada do multiplicador (𝐸𝑖𝑥𝑜1) rotaciona apenas em um. Dessa
forma define-se um acoplamento unidirecional para a conexão desses elementos.
Com funcionamento analogo de um catraca, esse dispositivo é conhecido como
“freewehell clutch” ou “Backstop clutch”, e é utilizado comumente em maquinario de
agricultura, guindastes e guichos, esteiras rolantes e outras aplicações.
128
Para o sistema PTO definido em [34], foi utilizado as recomendações do fabricante
Tsubaki. Esse tem seu torque de projeto definido pela seguinte equação (TSUBAKI,
2014):
𝑇𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 = 𝑆𝐹 ∗ 𝑇𝑝𝑐
(4.66)
Onde 𝑆𝐹 é um fator de serviço definido de acrodo com os paramtros dados pelo
fabricante.
Devio a semelhança climatologica entre os sitios, será utilizado o mesmo 𝑇𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜
definido em TURCI. Dessa, forma tem-se o segunte acoplamento unidirecional:
Figura 77 - Desenho técnico e resumo de acoplamento unidirecional utilizado [41]
129
Figura 78 - Ilustração do acoplamento unidirecional [41]
Acoplamentos elasticos
Para a conexão do 𝑒𝑖𝑥𝑜3 com o 𝑒𝑖𝑥𝑜4 e do 𝑒𝑖𝑥𝑜4 com o eixo do gerador. Deve-
se portanto definir o torque maximo para o dimensionamento desse elemento.
Figura 79 - Acoplamento elástico série D-TORQ [42]
Segundo o dimensionamento de engranegens nesse mesmo capitulo, sabe-se
que 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜3 = 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑜4 = 4,9 𝑘𝑁. Utilizando o catalogo do fabricante Acoplast – serie D-
TORQ, seleciona-se os seguintes acoplamentos:
• Acoplamento tamanho “D-13” com furo de 95 𝑚𝑚 para o eixo 3
• Acoplamento tamanho “D-13” com furo de 65 𝑚𝑚 para o eixo 4
130
Figura 80 - Catalogo de seleção acoplamento elástico série D-TORQ do fabricante Acoplast [42]
4.5.7 Volante de Inercia
Como já fora ilustrado anteriormente, durante a descrição da dinâmica do
funcionamento do multiplicador, é necessario definir a desacerelação do sistema
dunrate o desacoplamento do 𝐸𝑖𝑥𝑜𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜,𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎 . Essa é dependente da inércia do
conjunto multiplicador dimensionado e influenciará diretamente a geração de energia do
conversor dimensionado. Dessa forma, é necessario o dimensionamento de um volante
de inercia. Esse terá a função de armazenar a energia cinetica do sistema a curto prazo,
diminuindo a desaceleração natural do sistema multiplicador desacoplado.
Seleção volante de inercia
De acordo com LOKI [36], segundo um estudo realizado para o conversor
Manchester Bobber, quanto maior a inercia do volante, maior a geração média de
energia e menor a variação de torque eletromagnético.
131
Figura 81 - Relação entre a inercia do volante de inercia e a potência media [36]
Figura 82 - Relação entre a inércia do volante e a variação de torque eletromagnético [36]
Em seu trabalho, foram comparados os resultados de volantes de inercia de
100 𝐾𝑔. 𝑚2 até 750 𝐾𝑔. 𝑚2. Dessa forma, fora concluído que a melhor escolha seria a
de um volante de inercia de 500 𝐾𝑔. 𝑚2 dentre as opções avaliadas. Apesar dos
melhores resultados do volante de inercia de 750 𝐾𝑔. 𝑚2 , sua diferença nos parâmetros
132
estudados para o volante de inercia de 500 𝐾𝑔. 𝑚2 , não é suficiente para justificar sua
escolha. Vale ressaltar que quanto maior um volante de inercia, maior será o gasto com
material em sua fabricação e maior será necessária a robustez dos elementos
envolvidos em sua fixação a fim suportar a carga de seu peso próprio.
Figura 79 - Volante de inercia do conversor [36]
133
4.6 Produção de energia
A fim de dimensionar o sistema o qual será alimentado pela energia produzida
pelo conversor de energia das ondas, é necessário calcular a oscilação da produção
energética do sistema. Para tal, deve-se definir a velocidade angular mínima na entrada
do gerador (𝑊𝑟,𝑚𝑖𝑛) e consequentemente a Potência mínima gerada pelo dispositivo.
Inicialmente, deve-se calcular a inercia do sistema multiplicador utilizado. Essa
é dada pela seguinte formula:
𝐽𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝐽𝑚 + 𝐽𝑓𝑤 + 𝐽1 ∗ (𝑁1
𝑁𝑚)2 + 𝐽2(
𝑁2
𝑁𝑚)2 + 𝐽3(
𝑁3
𝑁𝑚)2 + 𝐽4(
𝑁4
𝑁𝑚)2
(4.67)
Na equação, 𝐽𝑓𝑤 representa a inercia do volante de inercia dimensionado; 𝐽𝑚 ,
representa a inercia do gerador escolhido; 𝑁𝑚 representa a rotação do gerador utilizado;
e 𝑁𝑖 e 𝐽𝑖 representam respectivamente a rotação e a inercia das engrenagens
dimensionadas para 𝑖 = 1,2,3,4 .
Considerando a engrenagem como um cilindro, temos sua inercia definida como:
𝐽𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 =
1
8∗ 𝑚 ∗ 𝑑𝑝
2 (4.68)
Tabela 27 - Resumo do momento de inercia de cada engrenagem do multiplicador
𝐼𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝐾𝑔) 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 (𝐾𝑔. 𝑚2) 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 1 5352,61 1678,75 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 2 334,54 6,56 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 3 2027,51 441,59 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 4 54,29 0,31
Anteriormente já fora definido 𝐽𝑓𝑤 = 500 𝐾𝑔. 𝑚2 e 𝐽𝑚 = 0,7901 𝐾𝑔. 𝑚2 . Através
da tabela xx no dimensionamento de engrenagens, define-se a razão de rotação entre
as engrenagens e o gerador:
134
Tabela 28 - Razão de rotação em cada engrenamento do multiplicador
𝑅𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜
(𝑁1
𝑁𝑚)
2
0,001674
(𝑁2
𝑁𝑚)
2
0,026777
(𝑁3
𝑁𝑚)
2
0,026777
(𝑁4
𝑁𝑚)
2
1
Substituindo os valores na equação (4.67), tem-se:
𝐽𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 515,91 𝐾𝑔. 𝑚2
Para a definição a desaceleração do sistema desacoplado, despreza-se os
torques de atrito de volante de inercia 𝜏𝑓𝑤 e os torques de atrito mecânico 𝜏𝑚. Dessa
forma, tem-se:
𝑎𝑑 = −𝜏𝑒 + 𝜏𝑚 + 𝜏𝑓𝑤
𝑗𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎= −
𝜏𝑒
𝑗𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎= − 0,6 𝑟𝑎𝑑/𝑠
Para o cálculo de 𝑊𝑃𝑚𝑖𝑛,𝑎𝑐𝑜𝑝, deve-se primeiramente estimar, estimar o tempo o
qual o sistema fica acoplado e desacoplado. Devido a semelhança climatológica entre
os sítios da região da Draga e o sítio de Pecém utilizado no trabalho de TURCI [34],
utilizaremos a mesma suposição feita pelo autor. Diante de um período nominal 𝑇 =
7,5 𝑠 , define-se o período acoplado ∆𝑡1 = 3𝑠 e o período desacoplado ∆𝑡2 = 4,5. Dessa
forma, calcula-se a velocidade angular mínima do pinhão durante o acoplamento:
𝑊𝑃𝑚𝑖𝑛,𝑎𝑐𝑜𝑝 =𝑊𝑃𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝 ∗ 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − |𝑎𝑑| ∗ ∆𝑡2
𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙= 11,33 𝑅𝑃𝑀
Após o cálculo da velocidade mínima e máxima do pinhão durante a situação de
acoplamento, consegue-se o cálculo das velocidades angulares no eixo de entrada do
gerador:
𝑊𝑅𝑚𝑖𝑛 = 𝑊𝑃𝑚𝑖𝑛,𝑎𝑐𝑜𝑝 ∗ 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 279,39 𝑅𝑃𝑀
𝑊𝑅𝑚𝑎𝑥 = 𝑊𝑃𝑚á𝑥,𝑎𝑐𝑜𝑝 ∗ 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 305,14 𝑅𝑃𝑀
135
Nota-se que ambas estão dentro das condições de controle propostas no projeto
onde a velocidades extremas do gerador em condições nominais de sitio, estão contidas
na região plana da curva característica do sistema.
Potencias operacionais
Dessa forma, pode-se definir os potenciais operacionais do gerador e ilustra-las
graficamente com sua oscilação através do tempo:
𝑃𝑂𝑃,𝑚𝑖𝑛 = 𝜏𝑟𝑒𝑓 ∗ 𝑊𝑅𝑚𝑖𝑛 = 8,93 𝑘𝑊
𝑃𝑂𝑃,𝑚á𝑥 = 𝜏𝑟𝑒𝑓 ∗ 𝑊𝑅𝑚á𝑥 = 9,04 𝑘𝑊
Figura 83 - Potências operacionais do conversor
136
5. Projeto do dispositivo
Devido aos grandes custos de transmissão de energia característicos de
conversores oceânicos, esse trabalho tem por objetivo utilizar a energia gerada pelo
dispositivo na própria região nearshore onde esse está localizado. Dessa forma, será
desenvolvido um dispositivo alimentado diretamente pelo gerador dimensionado no
capítulo anterior.
Figura 84 - Modelo final do conversor desenvolvido ao longo do trabalho
Diante da necessidade de tornar o projeto do conversor oceânico da região do
INACE um chamariz para novos investidores e demonstrar o potencial da energia
oceânica para a sociedade tornando-a efetivamente presente na matriz energética
brasileira, o dispositivo alimentado pela energia do conversor deverá ter um caráter de
atração turística. Dessa forma, a inspiração para o desenvolvimento do projeto será as
diversas fontes aquáticas presentes ao redor do mundo, onde toda sua tubulação e
demais elementos estarão posicionados sobre a estrutura do dispositivo conversor de
energia das ondas.
A fonte desenvolvida nesse trabalho, contará com uma bomba, um sistema de
iluminação e um sistema de som dimensionados de acordo com os potenciais
operacionais calculados anteriormente. Também será utilizado um sistema supervisório
137
alimentado com a energia gerada pelo conversor a fim de controlar e certificar o bom
funcionamento do dispositivo do PPE.
5.1 Projeto bomba
Para o dimensionamento da bomba que fará parte do dispositivo proposto, é
necessário definir as características do sistema a fim de calcular a quantidade de
energia demandada. Dessa forma, primeiramente, será definido e ilustrado o sistema
desde a sua sucção até a descarga da água.
Figura 85 - Tubulação de sucção para a bomba do dispositivo
Utilizando a própria água do mar como fluido a ser bombeado, o sistema é
dimensionado para o pior cenário possível. Esse é caracterizado pela batimetria mais
baixa definida para sitio, 3 𝑚. Dessa forma, dimensiona-se a entrada da tubulação de
sucção à 2 𝑚 do leito marinho a fim de garantir a entrada de água durante o nível
batimétrico mais baixo. A fim de evitar a sucção de muitos sedimentos presentes no leito
marinho, esse também deve estar suficientemente distante do fundo do mar, mesmo
com a utilização de filtros na entrada da tubulação.
138
Figura 86 -Vista superior da tubulação dentro da caixa de maquinas do dispositivo
A bomba dimensionada estará abrigada dentro da casa de maquinas do
conversor. Essa distribuirá igualmente a vazão ao longo dos bicos de fonte selecionados
para o dispositivo. Iterativamente deve-se definir o número de bicos presentes no
sistema através dos dados de altura de jato e vazão necessárias apresentados pelo
fabricante. Esses devem estar dentro dos limites de geração energética do conversor
de energia das ondas.
Propriedades do fluido
A bomba dimensionada para a fonte projetada será alimentada diretamente com
a água do mar. Dessa forma, serão pontuadas as propriedades do fluido utilizadas para
o cálculo dos demais parâmetros do sistema:
Tabela 29 - Propriedades fluido água do mar
𝐹𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 Á𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑜 𝑀𝑎𝑟 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (°𝐶) 25
𝜇 − 𝑉𝑖𝑎𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 (𝑃𝑎. 𝑠) 0.000890 𝜌 − 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎 (𝑘𝑔/𝑚^3) 997,0476 𝑃𝑣 − 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 (𝑁/𝑚^2) 3169,9
𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑎𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑎 1,101 ∗ 105 𝑣 − 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑛𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑚/𝑠^2) 8.9266 ∗ 107
139
Calculo da vazão
A vazão da bomba será definida pelo número de bicos presentes no projeto
desenvolvido. Essa é dada pela seguinte formula:
𝑄𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 𝑁º 𝑏𝑖𝑐𝑜𝑠 ∗ 𝑄𝑏𝑖𝑐𝑜𝑠 (5.1)
Figura 87 - Bico Lance Jet III [43]
Onde 𝑄𝑏𝑖𝑐𝑜𝑠 é a vazão direcionada para cada bico da fonte projetada. Esse valor
é definido pelo fabricante SafeRain e varia de acordo com a altura de jato e diâmetro de
jato definidos. (figura 84) [43]
Figura 88 - bico Lance Jet III [38]
Para o projeto desenvolvido nesse trabalho, foi estipulado uma altura de jato de
15 𝑚 e um diâmetro de jato de 25 𝑚𝑚. Dessa forma utilizaremos o bico Lance Jet III
140
com 𝑄𝑏𝑖𝑐𝑜𝑠 = 553 𝑙/𝑚𝑖𝑛 . Para um total de 4 bicos dimensionados para o sistema, a
vazão da bomba dimensionada será:
𝑄𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 2223𝑙
𝑚𝑖𝑛= 133 𝑚3/ℎ
Definição da tubulação
Para o bom funcionamento do processo, deve-se primeiro definir o material da
tubulação. A especificação Ba da Norma Técnica N-76 da Petrobras (Anexo III) indica
que tubulações que operam com água salgada devem ser feitas em aço com
revestimento interno de concreto. A vazão de operação desejada para o sistema é de
no mínimo 133 m³/h (pior caso). Para a definição do diâmetro e do schedule da
tubulação, foi consultado o PE-GE-005, procedimento de engenharia da distribuidora
“B”. A figura 88 mostra parte da tabela deste procedimento que confronta os diâmetros
e as vazões: [44]
Figura 89 - PE-GE-005 para a definição do diâmetro da tubulação [44]
Para a vazão de 135 𝑚3/ℎ há 3 opções. No entanto, deve-se seguir a
recomendação de que a velocidade sucção seja menor que 2 𝑚/𝑠 e a velocidade de
descarga seja menor que 2,5 𝑚/𝑠. Dessa forma, opta-se pelo diâmetro 8" .
141
A.M.T. do sistema
Para o dimensionamento da bomba para o sistema proposto, é necessário
quantificar a quantidade energia demandada pelo sistema. Portanto, para selecionar a
bomba ideal, é necessário entender que ela precisará dar carga suficiente para se
compensar a altura geométrica, as diferenças de pressões na sucção e na descarga,
caso existam, e as perdas de carga na sucção e na descarga. Dessa forma, a energia
desejada e fornecida pela bomba, é dada pela formula da Altura manométrica total: [45]
𝐻 =𝑃𝑑
𝛾+ 𝑧𝑑 + ℎ𝑓𝑑 − (
𝑃𝑠
𝛾+ 𝑧𝑠 + ℎ𝑓𝑠)
(5.2)
Onde 𝑃𝑑 e 𝑃𝑠 representam a pressão de descarga e a pressão de sucção em
ambos os reservatórios; 𝑧𝑑 e 𝑧𝑠 representam a altura geométrica de descarga e a altura
geométrica de sucção ; e ℎ𝑓𝑑 e ℎ𝑓𝑠 representam a perda de carga na descarga e na
sucção.
Figura 90 - Simplificação de um sistema de bombeamento [45]
Perda de carga
A perda de carga de um sistema hidráulico pode ser classificada da seguinte
forma: perdas de carga normais ou perdas de carga localizadas, de forma que a junção
das duas formas as perdas de carga totais do sistema são dadas como:
142
ℎ𝑓 = ℎ𝑓𝑛 + ℎ𝑓𝑙
(5.3)
A perda de carga normal é definida como a perda de carga ao longo do trecho
reto de tubulação, por atrito. Já a perda de carga localizada é a perda de energia
causada por equipamentos ou conexões como válvulas, filtros, curvas, etc.
Para a perda de carga normal, tem-se a seguinte formula:
ℎ𝑓𝑛 = 𝑓 ∗
𝐿
𝐷∗
𝑣2
2 ∗ 𝑔
(5.4)
Onde 𝑓 representa o fator de atrito; 𝐿 é comprimento da tubulação; 𝐷 é o
diâmetro da tubulação; 𝑣 é a velocidade do escoamento; 𝑔 é a aceleração gravitacional
Para a definição do fator de atrito 𝑓, deve-se primeiramente encontrar a
rugosidade relativa 𝜀
𝐷 dependente do diâmetro da tubulação e do material da tubulação
através da figura 90. Posteriormente, através do ábaco de Moody, define-se o número
de Reynolds do escoamento e consequente o fator de atrito do sistema. O número de
Reynolds é dado pela formula:
𝑅𝑒 =
𝑉 ∗ 𝐷
𝑣
(5.5)
Onde 𝑉 representa a velocidade do escoamento; 𝐷 representa o diâmetro da
tubulação; e 𝑣 representa a viscosidade cinemática do fluido
143
Figura 91 - Gráfico de rugosidades relativas [45]
144
Figura 92 - Ábaco de Moody [45]
Para as perdas de carga localizadas, o método de cálculo utilizado no projeto foi
o método do comprimento equivalente. Ele consiste em definir um comprimento reto de
tubulação que possua a perda de carga equivalente à perda de carga do equipamento
em questão. Esses valores são tabelados, e para o estudo de caso foram utilizados os
valores encontrados em [45].
Como agora as perdas de carga localizadas foram transformadas em
comprimentos retos de tubulação equivalente, esses valores podem ser utilizados no
cálculo das perdas de carga normal, bastando somar com o comprimento reto da
tubulação e usar na fórmula (5.6), para encontrar a perda de carga total do sistema.
𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐿𝑟𝑒𝑡𝑜 + ∑ 𝐿𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
(5.6)
Dessa forma, a perda de carga total do sistema é dada por:
145
ℎ𝑓𝑛 = 𝑓 ∗
𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐷∗
𝑣2
2 ∗ 𝑔
(5.7)
Cavitação
Ao se dimensionar um sistema hidráulico e selecionar a bomba que mais se
adequa a situação, deve-se atentar ao fenômeno de cavitação. Esse é definido como a
vaporização do liquido devido a uma redução de pressão durante o seu bombeamento
ao longo da linha do sistema. Devido a formação de bolhas durante o escoamento, há
o colapso dessas acarretando em um vazio o qual o liquido será jateado para ocupar.
Dessa forma, há o surgimento de ondas de choques prejudiciais. Essas ocasionam
barulhos, vibrações excessivas sobrecarregando os mancais, danificação dos materiais
devido aos jatos de líquido de alta pressão, além de perda de performance.
Para avaliar se tal fenômeno ocorrerá no sistema, deve-se avaliar os termos
denominados NPSH (Net Positive Suction Head).
NPSH requerido
Se trata de um termo dependente apenas das características da bomba. É obtido
a partir através de testes de cavitação ou análises teórico-experimentais. É uma
informação que varia com a vazão e é comumente fornecida pelo fabricante como curva
característica da bomba
NPSH disponível
É um termo que depende apenas das características do sistema, mais
especificamente da altura manométrica de sucção. Esse é obtido a partir da seguinte
formula:
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 𝐻𝑆 +
𝑃𝑎 − 𝑃𝑣
𝛾
(5.8)
Onde 𝐻𝑠 =𝑃𝑠
𝛾+ 𝑧𝑠 + ℎ𝑓𝑠
Onde 𝐻𝑠 representa a altura manométrica de sucção; 𝑃𝑎 representa a pressão
atmosférica; 𝑃𝑣 representa a pressão de vapor; e 𝛾 representa o peso especifico do fluido
146
Para que se possa evitar a cavitação, é necessário que o sistema forneça um
NPSH maior do que o que a bomba necessita, pois caso contrário a pressão se reduzirá
a ponto de cavitar a bomba.
Portanto, fica claro, que para se evitar a cavitação da bomba é preciso que o
NPSH disponível seja maior que o requerido, para a vazão de projeto. Porém deve se
considerar imperfeições nas medidas fornecidas, impurezas presentes no
funcionamento, sendo necessário então o estabelecimento de uma margem de
segurança. Um valor usado de modo geral para tal é de 2 pés ou 0,6 metros. Sendo
assim, define-se que para se evitar a cavitação da bomba durante o funcionamento
basta que:
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 ≥ 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 + 0,6
(5.9)
Acessórios
Para a definição das perdas de cargas na sucção e na descarga do sistema
proposto anteriormente, deve-se definir quais acessórios e suas respectivas
quantidades ao longo da tubulação.
Para a linha de sucção do sistema, definimos os seguintes acessórios e seus
respectivos comprimentos equivalentes (𝑙𝑒𝑞): [45]
Tabela 30 - Acessórios para a linha de sucção
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑒𝑞 (𝑚)
𝐽𝑜𝑒𝑙ℎ𝑜 90° 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑒 8” 1 4,27 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 8” 1 7,22
𝐹𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜 1 𝑥𝑥 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜 1 12,5
𝑉á𝑙𝑣𝑢𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑒𝑛çã𝑜 1 27,44
Como a entrada da linha de sucção estar próxima ao leito marinho devido à baixa
profundidade do sitio, deve-se utilizar um filtro de cesto simplex mesh 40 da empresa
Pro Mach. (Anexo IV) A obtenção da perda de carga é exibida na figura 85:
147
Figura 93 - Gráfico de perda de carga para filtro de cesto schedule 40 [46]
Para a definição de sua perda de carga, utilizamos a seguinte formula:
ℎ𝑓 =∆𝑝
𝛾
Logo, para ∆𝑝 = 6 𝑘𝑃𝑎 e 𝛾 = 9810N
m3 , a perda de carga resultante do filtro é
dada por ℎ𝑓 = 0,76 𝑚
Para a linha de descarga, utilizamos como referência a figura 78. Dessa forma,
tem-se os seguintes acessórios [39]:
Tabela 31 - Acessórios para a linha de descarga
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑒𝑞 (𝑚)
𝐽𝑜𝑒𝑙ℎ𝑜 90° 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑒 8” 2 4,27 𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 8” 𝑝𝑎𝑟𝑎 4” 4 1,52 𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 4” 𝑝𝑎𝑟𝑎 2” 4 0,98
𝑆𝑎𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 2” 4 2,74 𝐽𝑜𝑒𝑙ℎ𝑜 90° 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑒 2” 4 1,07
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑒 2” 4 1 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑒 8” 1 14
𝑉á𝑙𝑣𝑢𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑜 4 9,15 𝑉á𝑙𝑣𝑢𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑔𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 2 1,37
“𝑇ê” 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑏𝑖𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 4 13
148
A partir da definição dos acessórios presentes na linha de sucção e descarga do
sistema, tem-se o cálculo da perda de carga na tubulação
Perda de carga sucção:
Para uma tubulação de diâmetro igual a 8 ", tem-se uma velocidade de
escoamento 𝑣 = 1,16 𝑚/𝑠. Através da figura 83 e tratando-se de uma tubulação
fabricada em concreto, tem-se 𝜀
𝐷= 0,0015 . Logo, para 𝑅𝑒 = 2 ∗ 105, tem-se um fator de
atrito 𝑓 = 0,03.
A partir da tubulação reta e os demais acessórios presentes na linha de sucção,
é definido
𝑙𝑒𝑞 = 51,53 𝑚
Logo, substituindo na formula (5.7) , calcula-se a perda de carga na linha se
sucção:
ℎ𝑓.𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 0,62
Somando a perda de carga do filtro definido, tem-se:
ℎ𝑓.𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 1,12
Perda de carga descarga:
Como não há variação do diâmetro da tubulação de descarga principal em
relação ao diâmetro da tubulação de sucção, adota-se o mesmo valor para o fator de
atrito utilizado anteriormente.
A partir da tubulação reta e os demais acessórios presentes na linha de descarga
principal é definido:
𝑙𝑒𝑞 = 45,21
Logo, substituindo na formula (5.7), calcula-se a perda de carga na linha se
sucção para a tubulação de 8":
ℎ𝑓.𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 0,45 𝑚
149
Para a tubulação conectada diretamente aos bicos da fonte, tem-se um diâmetro
igual a 2 " e velocidade de escoamento 𝑣 = 0,04 𝑚/𝑠. Através da figura 83 e tratando-
se de uma tubulação fabricada em concreto, tem-se 𝜀
𝐷= 0,006 . Logo, para 𝑅𝑒 =1720,
tem-se um fator de atrito 𝑓 = 0,04.
A partir da tubulação reta e os demais acessórios presentes na linha de descarga
secundaria é definido:
𝑙𝑒𝑞 = 28,12
Logo, substituindo na formula (5.7), calcula-se a perda de carga na linha se
sucção:
ℎ𝑓.𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 0,002
Calcula da A.M.T.
Para a definição da Altura manométrica Total do sistema, define-se os demais
parâmetros da formula (5.2). De acordo com a figura 77, tem-se uma altura de sucção
𝑧𝑠 = −12,5 𝑚 e uma altura de descarga 𝑧𝑑 = 0 𝑚. Define-se também 𝑃𝑑 = 101325 e
𝑃𝑠 =111135
. Para o peso especifico da água 𝛾 = 9810, tem-se:
𝐻 =𝑃𝑑
𝛾+ 𝑧𝑑 + ℎ𝑓𝑑 − (
𝑃𝑠
𝛾+ 𝑧𝑠 + ℎ𝑓𝑠)
Logo, para uma vazão 𝑄 = 133𝑚3
ℎ , tem-se uma altura manométrica total de:
𝐻 = 13,1 𝑚
Dessa forma, pode-se definir a curva característica do sistema. Essa representa
a relação 𝐴. 𝑀. 𝑇 𝑥 𝑄 de acordo com as definições de projeto previamente definidas.
150
Figura 94 - Curva do Head x Vazão do sistema dimensionado
Para avaliar o fenômeno da cavitação do sistema, avalia-se o 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 de acordo
com os parâmetros previamente definidos. Para 𝐻𝑠 = −2,3 𝑚, 𝑝𝑎 = 101325 e 𝑝𝑣 = 400,
substitui-se na formula (5.8):
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 8 𝑚
A partir dos parâmetros de vazão, Altura manométrica total e 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 podemos
definir a bomba a ser utilizada para a fonte projetada.
Seleção da bomba
Nesta etapa, será selecionada uma bomba centrifuga a qual atenda as condições
definidas anteriormente no dimensionamento do sistema hidráulico. Para isso, foi
utilizado o catalogo do fabricante Flowserve [47] o qual fornece uma ferramenta online
para o dimensionamento de bombas. A partir dos parâmetros de entradas definidos pelo
usurário, o fabricante retorna todas as opções possíveis para a vazão e A.M.T definidos.
Nesse trabalho, visando um menor consumo energético, os critérios adotados para
a definição de bomba serão:
• maior eficiência
• maior proximidade do BEP (Best Efficiency Point), caracterizado como ponto
ótimo de funcionamento da bomba
11,4
11,6
11,8
12
12,2
12,4
12,6
12,8
13
13,2
13,4
0 20 40 60 80 100 120 140 160
A.M
.T (
m)
Vazão (m^3/h)
Curva do sistema
151
• Custo da bomba: o dispositivo dimensionado não é fundamental ao
funcionamento do conversor. Logo, busca-se o menor gasto possível na compra
dos elementos que o compõem.
Dentre os critérios de escolha definidos, foram selecionadas as bombas D814-
6X4X8F e a bomba D814-6X4X11F IND, ambas atendendo os critérios para o sistema
previamente definido. Apesar da segunda bomba apresentar uma eficiência maior e
consequentemente um melhor aproveitamento da potência operacional calculada no
capitulo 4.7, seu melhor desempenho não justifica a escolha de um componente mais
caro. Dessa forma, optando por um custo menor, a bomba D814-6X4X8F é escolhida
.
Tabela 32 – Especificações das bombas D814-6X4X8F e 𝑫𝟖𝟏𝟒 − 𝟔𝑿𝟒𝑿𝟏𝟏𝑭 𝑰𝑵𝑫 para as condições
definidas [47]
𝐼𝑑𝑒𝑛𝑡𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝐷814 − 6𝑋4𝑋8𝐹 𝐷814 − 6𝑋4𝑋11𝐹 𝐼𝑁𝐷 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑟𝑝𝑚) 1769 1175
𝐻𝑒𝑎𝑑 (𝑚) 13,5 13,5 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐼𝑚𝑝𝑒𝑙𝑖𝑑𝑜𝑟 (𝑚) 0,128 0,249
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 (𝑚) 4 1,6 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 (%) 0,79 0,81
𝐵𝐸𝑃 112,8 86,8 𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑔 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜(𝑜𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒) 1000 4024
Figura 95 - Interseção entre a curva do sistema proposta e a curva da bomba dimensionada
10
11
12
13
14
15
16
0 20 40 60 80 100 120 140 160
A.M
.T (
m)
Vazão (m^3/h)
Curva do sistema x Curva caracteristica da bomba
Curva do sistema Curva da bomba
152
Através da interseção da curva característica da bomba e da curva do sistema,
define-se o ponto de operação da bomba. Os pontos para a curva característica da
bomba são dados pela ferramenta online do fabricante Flowserve. Dessa forma, define-
se um 𝐴. 𝑀. 𝑇 = 13,4 𝑚 para uma vazão 𝑄𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 137,1 𝑚3/ℎ. A figura 94 indica o
ponto de operação definido para a bomba.
Para o ponto de trabalho definido há NPSH requerido de 4,1 𝑚 segundo o
catalogo do fabricante. A fim de verificar se haverá ou não cavitação durante o processo
de bombeamento do fluido, utilizamos:
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 ≥ 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 + 0,6
Como já fora calculado anteriormente, para o pior caso tem-se:
8 𝑚 ≥ 4,1 𝑚 + 0,6 𝑚
8 𝑚 ≥ 4,7 𝑚 (𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜)
153
Figura 96 - Curvas características da bomba [47]
A potência útil cedida ao fluido é dada pela seguinte equação:
𝑃𝑜𝑡𝑐 = 𝛾 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻
Dessa forma, para os valores de Head e Vazão definidos anteriormente:
𝑃𝑜𝑡𝑐 = 9810 ∗137,1
3600
𝑚3
ℎ∗ 13,4𝑚 = 4855 𝑊 = 4,855 𝑘𝑊
A potência absorvida pela bomba é a potência que é efetivamente consumida
pela bomba para a operação desejada e, por isso, é a potência representada em curva
pelos catálogos. O cálculo é feito pela seguinte fórmula:
𝑃𝑜𝑡𝑎𝑏𝑠 =𝑃𝑜𝑡
η
154
Onde 𝜂 representa o rendimento da bomba para o ponto de operação definido
anteriormente.
Dessa forma, para 𝜂 =0,78, tem-se:
𝑃𝑜𝑡𝑎𝑏𝑠 = 6,3 𝑘𝑊
5.2 Refletores e iluminação
Para a iluminação da fonte de água dimensionada para esse capitulo, serão
utilizados refletores do fabricante Safe Rain designados especificamente para fontes de
água. Optou-se pelo modelo Foco ocean dentre os apresentados no catalogo do
fabricante Safe Rain. Esse apresentou um alcance maior do feixe luminoso com a
presença de 12 LEDs e consumo de 120 𝑊. Fabricado em aço inoxidável AISI-304, será
posicionado em baixo dos jatos de água de forma a iluminar a trajetória resultante do
bombeamento pelos bicos escolhidos anteriormente.
Figura 97 - Refletor Foco LED Ocean [43]
Diante da potência nominal calculada para o projeto e pela quantidade de bicos
selecionados, definiu-se um total de 10 refletores de 120 𝑊. Foi idealizado que cada
bico da fonte projetada seria acompanhado de uma unidade de refletor. Dessa forma, a
potência total consumida por esses elementos será de 1,08 𝑘𝑊.
Como trata-se de uma estrutura posicionada em região off-shore, essa deve
obedecer às normas de sinalização marítima. Dessa forma, há também iluminação
destinada a sinalizar adequadamente a estrutura. Para esse elemento, define-se um
consumo de 0,1 𝑘𝑊. Totaliza-se um consumo total de 1,4 𝑘𝑊 para iluminação.
155
5.3 Som
Como o conversor de energia oceânica está localizada em frente ao hotel Marina
Park, as saídas do som transmitido serão posicionadas em frente a sua entrada
principal. Os autofalantes serão embutidos a totens informativos representados na figura
xx. Esses terão papel importante na divulgação e descrição a respeito de todo o projeto
acerca de energia das ondas assim como a divulgação da empresa responsável pelo
financiamento do dispositivo. Para o sistema que definirá a sequência e o comando das
músicas tocadas nos totens ilustrados, será definido um consumo de 100 𝑊.
Figura 98 - Totens informativos sobre o projeto do conversor de energia das ondas
5.4 Sistema supervisório
O sistema de monitoração escolhido será o AD-X (Acompanhamento dinâmico
versão X) [48] desenvolvido através de uma parceria entre a COPPE/UFRJ e a
PETROBRAS. Esse consiste de um sistema para acompanhamento dinâmico de
equipamentos de grande porte instalado em plantas industriais, tais como refinarias,
plataformas, termelétricas, fabricas de fertilizantes e usinas de álcool. Dessa forma, tem-
se a avaliação da vibração do equipamento em analise assim como a certificação de
seus parâmetros operacionais.
156
Figura 99 - Sistema de supervisão AD-X [48]
O ADX é constituído de 4 programas implementados em duas modalidades:
• AD-X off-line: programa para auxiliar no acompanhamento dinâmico permitindo
a análise gráfica dos sinais, auxiliando o diagnóstico a ser executado pelos
especialistas. O processamento de sinais é feito de forma off-line
• AD-X on-line: programa que realiza o acompanhamento dinâmico
automaticamente, ou seja, as maquinas são continuamente monitoradas. Esse
monitoramento é realizado comparando os níveis de vibração e os parâmetros
operacionais com os níveis de alarme predefinidos
• AD-X acesso remoto: programa para permitir o acesso as informações
disponibilizadas pelo AD-X on-line
• AD-X monitor: programa para disponibilizar janelas com informações de alarmes
na tela do computador sempre que um alarme é enviado pelo AD-X on-line.
Para o conversor dimensionado nesse trabalho, esse sistema de supervisão é
importante a fim de certificar o bom funcionamento do equipamento e determinar
qualquer necessidade de manutenção. Esse também será alimentado com a energia
do gerador dimensionado e terá um consumo definido em 100 𝑊.
157
A partir do dimensionamento de todos os elementos constituintes do dispositivo
projetado, resume-se:
Tabela 33 - Resumo do consumo de cada elemento da fonte projetada
𝑷𝒐𝒕𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 𝑩𝒐𝒎𝒃𝒂 (𝒌𝑾) 6,3 𝑷𝒐𝒕𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒓𝒆𝒇𝒍𝒆𝒕𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒆 𝒊𝒍𝒖𝒎𝒊𝒏𝒂çã𝒐 (𝒌𝑾) 1,4
𝑷𝒐𝒕𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 𝑺𝒐𝒎 (𝒌𝑾) 0,1 𝑷𝒐𝒕𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒔𝒊𝒔𝒕𝒆𝒎𝒂 𝒅𝒆 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒗𝒊𝒔ã𝒐 (𝒌𝑾) 0,1
𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 (𝒌𝑾) 7,9
Dessa forma, para uma potência operacional mínima de 8,93 𝑘𝑊 há a garantia
de que o sistema está dimensionado de acordo com as limitações do potencial de
geração energética do conversor.
Como definido no capitulo 4, as potências operacionais são dadas a partir dos
valores nominais de frequência e altura de onda do sitio escolhido. No entanto, apesar
dos parâmetros nominais representarem 40 % de todos os demais valores já registrados
por Beserra [18], é conhecido que um dispositivo de conversão da energia oceânica está
sujeito a diferente alturas e frequências de onda resultando em variadas forças
incidentes sobre o flutuador dimensionado. Dessa forma, devido a diferentes
parâmetros de entrada no sistema, há variação da energia gerada pelo gerador
A fim de adequar o dispositivo dimensionado nessa capitulo para essa situação
característica de um conversor de energia das ondas, deve-se definir soluções para
situações onde a energia gerada é maior que o consumo predefinido para a fonte, e
para situações onde a energia gerada é insuficiente para alimentar integralmente a fonte
dimensionada.
Para o caso onde a energia gerada é maior que o consumo total do dispositivo,
deve-se utilizar um banco de resistores para queimar o excesso de produção energética.
Baseando-se na onda máxima de 4 𝑚 definida no capitulo 3, esse banco de resistores
terá capacidade 10 𝑘𝑊.
158
Figura 100 - Banco de resistores de 10 kW [ ]
Para a situação onde a energia gerada é insuficiente para alimentar
integralmente o dispositivo, deve-se utilizar um sistema controlador a fim de estabelecer
prioridades de funcionamento entre os elementos que compõe a fonte projetada. Para
a manutenção do bom funcionamento do conversor, os sistemas supervisórios assim
como o sistema de sinalização náutica devem estar no topo da prioridade para
alimentação da energia gerada, com garantia de funcionamento em tempo integral.
A respeito da bomba dimensionada, do sistema de refletores e do sistema de
som, deve-se realizar ponderações a respeito de qual momento cada elemento é
primordial à visibilidade da fonte projetada. Por exemplo, durante o dia não há
necessidade de estabelecer uma prioridade para o sistema de refletores na medida em
que seu efeito se torna pouco visível aos demais expectadores. Assim como, o sistema
de som deve obedecer às normas de ruído mínimo durante a noite, tornando-o ultimo
prioridade ou definitivamente inativo para esse período.
.
159
6. Conclusão
Primeiramente, esse trabalho contextualizou a energia oceânica dentro do
cenário mundial e seus desafios para que todo o potencial oceânico seja efetivamente
mais utilizado em comparação com as já conhecidas fontes energéticas renováveis e
não renováveis. A partir daí, foram ilustrados e detalhados os mais variados tipos de
conversores de energia oceânica presentes ao redor do mundo. Esses têm sua
classificação dividida de acordo com seu local de instalação, dimensão e princípio de
funcionamento.
Posteriormente, foi apresentado o cenário de energia renováveis no Brasil assim
como o potencial energético da costa brasileira para a geração de energia oceânica.
Foi definido que devido a uma boa regularidade onda de tamanho médio, o litoral
brasileiro se apresenta com boas perspectivas para o desenvolvimento de pesquisas
relacionadas a essa área, como o conversor do tipo ponto absorvedor em
desenvolvimento pelo PPE. Esse foi detalhado ao longo do trabalho, descrevendo todos
os componentes que compõe o projeto.
A seguir, diante da proposto do trabalho de reduzir em escala o conversor
ilustrado anteriormente, foi definido um novo sitio de instalação para o conversor com
diferentes dados climatológicos em relação ao sitio inicial de desenvolvimento do
modelo. Dessa forma, para diferentes valores de batimetria, altura de onda e período de
onda, ajustes serão necessários para os demais componentes definidos ao longo do
capitulo 3.1.
O redimensionamento se inicia pelo flutuador do conversor, o responsável pela
captura da energia potencial e energia cinética de onda. De acordo com o trabalho
realizado por [24], define-se o flutuador de máxima absorção de energia e que ao
mesmo tempo está compatível com as limitações físicas do novo sitio. Posteriormente,
de acordo com [25], define-se uma geometria semiesférica de acordo com a análise das
curvas de potência, RAO e fator de captura. Para o dimensionamento do sistema de
deslizamento do flutuador, o trabalho de [26] foi utilizado como base sem mais
adaptações devido à complexidade do estudo de uma nova geometria para o
mecanismo de roletes proposto.
Para a torre do conversor, a qual abriga e se ajusta aos demais componentes
listados, adaptações foram feitas em relação ao trabalho de GOMES [16] para as
160
diferentes condições climatológicas encontradas no sitio. Pela utilização de dutos de
perfuração para a confecção da estrutura, foi necessário um novo projeto de torre para
se adequar as condições de flambagem e flexão atuantes no vão livre do primeiro
projeto de torre. Diante da inserção de uma nova coluna em cada uma das pernas
principais da torre, foi definido através do software Ansys que a nova geometria está
suficientemente dimensionada para as forças ambientais incidentes.
Para o sistema PTO do conversor, foi utilizado como base o projeto
desenvolvido por Turci [32], o qual define um sistema pinhão cremalheira acoplado a
um multiplicador por engrenagens de dentes retos. Esse, em seu último eixo, está
acoplado a um gerador que definirá as potencias operacionais do conversor de energia
desenvolvido. Diante de novas alturas de onda e de uma nova dimensão de flutuador,
há diferentes parâmetros de entrada em relação ao projeto desenvolvido por Turci.
Dessa forma, é necessário o redimensionamento de toda a caixa de engrenagens assim
como a escolha de um gerador compatível com a força nominal de onda definida na
escolha do flutuador. Logo, de acordo com o controle de curva de característica estática
definido, tem-se potencias operacionais oscilando entre 8,93 𝑘𝑊 e 9,04 𝑘𝑊.
A partir da definição das potências operacionais do conversor, dimensiona-se
um sistema alimentado diretamente pelo gerador dimensionado no capítulo anterior. No
intuito de desenvolver uma fonte de água, define-se a escolha de uma bomba, refletores,
som e um sistema supervisório dentro das limitações energéticas definidas pelas
potencias operacionais. Devido a característica oscilatório de um conversor de energia
oceânica, define-se também um controle em momentos onda a energia excede a
potência operacional calculada e em momentos onde a energia gerada é menor que a
potência operacional calculada.
Trabalhos futuros
Esse trabalho pode ser considerado como o inicio de projeto de
redimensionamento de um conversor para a região do poço da Draga. Para uma
avaliação e redimensionamento mais criterioso, são necessários trabalhos futuros
acerca do conversor desenvolvido pelo PPE:
• Definição de dados climatológicos específicos para o sitio do INACE: para
uma aproximação inicial de geração de energia e analise estrutural do conversor,
os dados climatológicos do sitio de Pecém são justificáveis. No entanto, diante
161
de uma batimetria menor do sitio do INACE, esses dados não levam em conta a
influência do leito marinho durante a propagação da onda
• Analise dinâmica da torre estrutural: esse trabalho realizou apenas uma
análise estática estrutural da torre estrutural. É necessário avaliar o
comportamento dinâmico do conversor assim como sua análise vibracional.
• Avaliação financeira: Avaliar os custos de implementação, fabricação e
manutenção do conversor
• Simulação e experimentos em tanque para as dimensões definidas pelo
conversor: avaliar as forças incidentes no flutuador de acordo com as
dimensões definidas para o mesmo durante o trabalho
• Redimensionamento do sistema de roletes: o sistema de deslizamento
utilizado no trabalho foi dimensionado para um sitio mais energético que a região
do poço da draga. Dessa forma, um redimensionamento do sistema é necessário
a fim de diminuir o peso do conjunto
• Projeto detalhado dos mancais da cremalheira: é necessário avaliar formas
de fixar a cremalheira a casa de maquinas e garantir a estanqueidade do
sistema.
• Avaliação de comportamento experimental: para certificar o funcionamento
do sistema de acordo com os parâmetros definidos, é importante a analise
experimental.
162
7. Referência Bibliográfica
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167
Apêndice 1 – Desenho técnico dos
componentes dimensionados
300
0 7
500
200
0
168,00
5
2
4
1
3
16
8,00
700
8000
16
8,00
3100
6
7
16
8,00
168,00
168,00
Torre estrutral do conversor de
energiaData 01/08/2019
Orientadores: Daniel Onofree
Elaib Ricarte
Redução em escala de um conversor de energia das ondas
Aluno: Álvaro Braga UFRJ Escala 1:200 Cotas em mm
Quantidade Nome Especificação
1 4 Pernas principais 168,00 mmx
12500 mm -AISI4145H,
2 4 Coluna externa 168,00 mm x
7500 mm - AISI4145H,
3 4 Abas refletoras 168,00 mm x
8000 mm - AISI4145H,
4 4 Diagonais do convés 168,00 mm x
3606 mm - AISI4145H,
5 44 Diagonais coluna externa 168,00 x 990 mm - AISI4145H,
6 2 Diagonais das mesas 168,00 x 4242 mm - AISI4145H,
7 4 Pernas da base 168,00 x 1414 mm - AISI4145H,
2 3 4 6 5 748
9 8 1 11 10 1214 15 13 18 20 16 1917
Sistema mecânico para extração de energia das ondas
Data 01/08/2019Orientadores: Daniel Onofre Eliab Ricarte
Redução em escala de um conversor de
energia das ondas
Aluno: Álvaro Braga UFRJ Escala Cotas em mm
Quantidade Nome Esspecificação1 2 Mancal eixo
pinhão SKF SNL 3060 G
2 1 Acoplamento unidirecional Tsubaki BS300HS
3 1 Caixa multiplicaodor ferro fundido
4 2 Acoplamento elástico
Acoplast DTORQ D13
5 1 Volante de inércia Chumbo6 2 Mancal eixo 4 SKF SNL 5177 1 Gerador elétrico WEG IR22 225S/M8 1 Eixo pinhão 290 mm x 1400
mm
9 1 Pinhão 576 mm x 502,7 mm
10 2 Rolamento eixo 1 SKF NU 2236 ECML11 1 Engrenagem 1 1584 mm x 345,6
mm12 1 eixo 1 190 mm x 1094,113 2 Rolamento eixo 2 SKF NU 2332 ECML14 1 Engrenagem 2 396mm x 345,6
mm15 1 Eixo 2 160 mm x 844,216 2 Rolamento eixo 3 NU 2319 ECJ17 1 Engrenagem 3 1320 mm x 188,5
mm
18 1 Eixo 3 95 mm x 944,1 mm
19 1 Eixo 4 65 mm x 800 mm
20 1 Engrenagem 4 216 mm x 188,5 mm
21 1 Cremalheira Aço AISI 4140 Cr- Mo, 10 m
168
Apêndice 2 - Resumo especificações do
projeto
𝑭𝒍𝒖𝒕𝒖𝒂𝒅𝒐𝒓 𝑺𝒆𝒎𝒊 𝒆𝒔𝒇é𝒓𝒊𝒄𝒐 𝐷𝑖𝑎𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 (𝑚) 3
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑘𝑔) 800 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝐹𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑚) 1,5
𝑻𝒐𝒓𝒓𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒓𝒖𝒕𝒖𝒓𝒂𝒍 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚) 12,5
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 (𝑚) 3,1 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑡𝑜𝑛) 143,17
𝑪𝒐𝒏𝒅𝒊çõ𝒆𝒔 𝒄𝒍𝒊𝒎𝒂𝒕𝒐𝒍ó𝒈𝒊𝒄𝒂𝒔 𝒅𝒐 𝒔𝒊𝒕𝒊𝒐 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑠) 7,5
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝑚) 1,5 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 (𝑚) 4
𝐵𝑎𝑡𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 (𝑚) 1,5
𝑷𝒂𝒓𝒂𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 𝑷𝑻𝑶 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑚/𝑠) 2,373
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑘𝑁) 445,7 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑘𝑁) 39,83
𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 (𝑘𝑁. 𝑚𝑚) 128,37
𝐺𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓 𝒆 𝒔𝒊𝒔𝒕𝒆𝒎𝒂 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒐𝒍𝒆 𝑇𝑖𝑝𝑜 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝐼𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒
𝑔𝑎𝑖𝑜𝑙𝑎 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝑘𝑊) 30
𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝐻𝑧) 60 𝑁° 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠 8
𝐶𝑎𝑟𝑎𝑐𝑡𝑒𝑟𝑖𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑐𝑡𝑒𝑟𝑖𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑐𝑖𝑐𝑎 𝑐𝑜𝑚
𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙𝑒 𝑃𝐼 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑁. 𝑚) 309
𝐺𝑟𝑎𝑑𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑎𝑚𝑝𝑎 (𝑘) 5 𝐹𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 (𝑟𝑝𝑚) 185 − 927 𝐹𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑟𝑝𝑚) 185 − 2292
𝑪𝒂𝒓𝒂𝒄𝒕𝒆𝒓𝒊𝒔𝒕𝒊𝒄𝒂𝒔 𝒇í𝒔𝒊𝒄𝒂𝒔 𝑷𝑻𝑶 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 − 𝑐𝑟𝑒𝑚𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑟𝑎 (𝑚𝑚) 576 𝑥 502,6
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 1 (𝑚𝑚) 1584 𝑥 345,5 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 2 (𝑚𝑚) 396 𝑥 345,5 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 3 (𝑚𝑚) 1320 𝑥 188,4 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝐸𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 4 (𝑚𝑚) 216 𝑥 188,4 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 (𝑚𝑚) 290 𝑥 1400,0
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 1 (𝑚𝑚) 190 𝑥 1094,1 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 2 (𝑚𝑚) 160 𝑥 844,2 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 3 (𝑚𝑚) 95 𝑥 994,1 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 4 (𝑚𝑚) 65 𝑥 800,0
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 (𝑚𝑚) 1455,8 𝑥 100 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 (𝐾𝑔. 𝑚2) 515,91
169
𝐼𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 (𝐾𝑔. 𝑚2) 500
𝑮𝒆𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎í𝑑𝑎 (𝑘𝑊) 9,87 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 (%) 93
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠
𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 (𝑟𝑝𝑚) 279,39 − 315,14
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑚á𝑥 (𝑘𝑊) 9,04 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 min (𝑘𝑊) 8,92
170
Anexo I – Especificações dos equipamentos
comerciais do Sistema de transmissão
Figura A.1 – Especificação técnica do elétrico WEG [37]
171
Figura A.2 - Rolamento eixo pinhão-cremalheira [40]
172
Figura A.3 - Rolamento eixo 1 [40]
173
Figura A.4 - Rolamento eixo 2 [40]
174
Figura A.5 - Rolamento eixo 3 [40]
175
Figura A.6 - Rolamento eixo 4 [40]
176
Anexo II – Gráficos e tabelas para
dimensionamento do sistema PTO
Tabela A.1 - Fator geométrico J da AGMA para dentes com angulo de pressão de 20° [49]
Tabela A.2 - Fator de choque Ko [49]
Tabela A.3 - Fator de distribuição de carga Km [49]
177
Tabela A.4 - Fator de confiabilidade Kc [49]
Tabela A.5 - Coeficiente Cp para engrenagens de dentes retos [49]
Tabela A.6 - Fator de vida Cl [49]
Tabela A.7 - Fator de confiabilidade Cr [49]
178
Tabela A.8 - Fator Kb[49]
Figura A.7 - Fator Kt devido ao momento fletor atuante nos eixos [33]
179
Figura A.8 - Fator 𝑲𝒕𝒏 devido a tensão normal atuante nos eixos [33]
Figura A.9 - Fator teórico 𝑲𝒕𝑴 devido ao momento fletor atuante no eixo [33]
180
Figura A.10 - Gráfico de sensitividade ao entalhe [33]
Tabela A.9 - Tabela para dimensionamento de chavetas [49]
181
Anexo III – Gráficos e tabelas para
dimensionamento da bomba
- Especificação Ba, Norma técnica N-76 Da PETROBRAS
182
183
184
- Filtro tipo cesto Simplex PRO MACH
185
186
- Curva caracteristica da bomba flowserve