redução do consumo vira fonte de receita

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Eficiência Energética Brasil e Alemanha são parceiros estraté- gicos e vivem relações amplamente con- solidadas em temas políticos, econômicos, culturais e sociais. O Ministério Federal da Cooperação Econô- mica e do Desenvolvimento (BMZ) formula as linhas de atuação do governo alemão na área do desenvolvimento internacional, conduz o diálogo intergovernamental com os países parceiros e disponibiliza recursos do orçamento federal. Os primeiros acor- dos com o Brasil foram no ano de 1963. Encarregadas pelo BMZ, as agências executoras alemãs CIM, DED, DEG, GTZ, InWEnt e KfW oferecem diferentes servi- ços técnicos e financeiros da Cooperação Alemã e contribuem para a realização de projetos e programas brasileiros. A Cooperação Alemã A eficiência energética repre- senta um mercado com grande potencial para geração de em- pregos e aumento de renda, além de colaborar para a modernização de setores produtivos e de serviços. Empresas eficientes têm menores custos operacio- nais, maiores vantagens competitivas e permanecem mais fortes na concorrência de mercado. O Brasil é um país com uma enorme potencialidade em termos de produ- ção e consumo energético. De acor- do com o Relatório de Indicadores de De- senvolvimento Sustentável do IBGE (2008), de 1995 a 2006, o consumo de energia (37,7%) cresceu em maior proporção que o PIB nacional (31,46%). Há no território bra- sileiro recursos naturais abundantes e ca- pacidade técnica suficientes para ampliar sua matriz energética e dar condições para o país continuar a crescer e prosperar. Mas, no âmbito da política brasileira de um cres- cimento sustentável, a eficiência energética também tem um papel fundamental. Investir em eficiência energética contribui diretamente na segurança energética e di- minui o risco de impactos negativos sobre Iuri Fernandes Redução do consumo vira fonte de receita André Ahlert os setores industrial, residencial, comercial e público. Portanto, evitar desperdício de energia anda de mãos dadas com a insta- lação de novas centrais elétricas. De acordo com dados do Plano Nacional de Energia 30 (PN30), o potencial econô- mico de conservação de energia no setor industrial é de 10%, nos setores comercial e público é de 6% e no setor residencial é de 3%. No total de todos os setores, a Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (ABESCO) estima a potencialidade econômica em cerca de R$ 10 bilhões. Entretanto, por ser um tema relativamente novo, estimativas deste tipo e o levantamento de dados específicos me- recem ainda mais pesquisas e o desenvol- vimento de metodologias inovadoras.

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Page 1: Redução do consumo vira fonte de receita

Eficiência Energética

Brasil e Alemanha são parceiros estraté-gicos e vivem relações amplamente con-solidadas em temas políticos, econômicos, culturais e sociais.

O Ministério Federal da Cooperação Econô-mica e do Desenvolvimento (BMZ) formula as linhas de atuação do governo alemão na área do desenvolvimento internacional, conduz o diálogo intergovernamental com os países parceiros e disponibiliza recursos do orçamento federal. Os primeiros acor-dos com o Brasil foram no ano de 1963.

Encarregadas pelo BMZ, as agências executoras alemãs CIM, DED, DEG, GTZ, InWEnt e KfW oferecem diferentes servi-ços técnicos e financeiros da Cooperação Alemã e contribuem para a realização de projetos e programas brasileiros.

A Cooperação Alemã

A eficiência energética repre-senta um mercado com grande potencial para geração de em-pregos e aumento de renda, além de colaborar para a modernização de setores produtivos e de serviços. Empresas eficientes têm menores custos operacio-nais, maiores vantagens competitivas e permanecem mais fortes na concorrência de mercado.

O Brasil é um país com uma enorme potencialidade em termos de produ-ção e consumo energético. De acor-

do com o Relatório de Indicadores de De-senvolvimento Sustentável do IBGE (2008), de 1995 a 2006, o consumo de energia (37,7%) cresceu em maior proporção que o PIB nacional (31,46%). Há no território bra-sileiro recursos naturais abundantes e ca-pacidade técnica suficientes para ampliar sua matriz energética e dar condições para o país continuar a crescer e prosperar. Mas, no âmbito da política brasileira de um cres-cimento sustentável, a eficiência energética também tem um papel fundamental.

Investir em eficiência energética contribui diretamente na segurança energética e di-minui o risco de impactos negativos sobre

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os setores industrial, residencial, comercial e público. Portanto, evitar desperdício de energia anda de mãos dadas com a insta-lação de novas centrais elétricas.

De acordo com dados do Plano Nacional de Energia 30 (PN30), o potencial econô-mico de conservação de energia no setor industrial é de 10%, nos setores comercial e público é de 6% e no setor residencial é de 3%. No total de todos os setores, a Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (ABESCO) estima a potencialidade econômica em cerca de R$ 10 bilhões. Entretanto, por ser um tema relativamente novo, estimativas deste tipo e o levantamento de dados específicos me-recem ainda mais pesquisas e o desenvol-vimento de metodologias inovadoras.

Page 2: Redução do consumo vira fonte de receita

Redação: Catharina Vale, Jaime Gesisky / Projeto Gráfico: Luiz Daré / Fevereiro 2009

Eficiência Energética

Embaixadada República Federal da AlemanhaBrasília

www.brasilia.diplo.de [email protected]

(61) 3442-7000

Gestão de conhecimentos e formação de multiplicadores em eficiência energéticaA proteção do meio ambiente é atualmente um fator que qualifica qualquer empreen-dimento para melhorar a sua posição no mercado. Para se diferenciarem, as empre-sas devem apropriar-se de tecnologias que diminuem os resíduos do processo produtivo, tratar os efluentes, promover a reciclagem e a racionalização energética.

O SEBRAE (SP) desenvolveu o Programa de Gestão Ambiental para auxiliar as Micro e Pequenas Empresas (MPE) a integrarem os conceitos das tecnologias sustentáveis. O programa ajuda a definir as metas da política ambiental das empresas, incluindo medidas de eficiência energética, além de ações que visam reduzir emissões de gases do efeito estufa.

No âmbito desse programa do SEBRAE, as ações realizadas em parceria entre Eletro-brás/ PROCEL, SEBRAE e a Cooperação Ale-mã visam a:

• Formação de Empresas Multiplicadorasno uso de eficiência energética;

• Integraçãodemetodologiaseinstrumen-tos de eficiência energética e proteção ao clima no currículo do programa Gestão Ambiental Empresarial do SEBRAE;

• Diagnósticosenergéticose implementa-ção de medidas de eficiência energética nas empresas de setores produtivos, tais como cerâmica vermelha e movelaria;

• Reduçãodecustosparaenergiaelétrica,minimização de desperdícios e aumento da produtividade;

• Envolvimentodosdiversosatoresnopro-cesso de melhorias de gerenciamento de gestão;

• Maioreficáciadagestãoambientalem-presarial;

• Ações que ajudem a mitigar os efeitosdas mudanças climáticas.

programas nacionais de fomento à eficiência energética são, entre outros:

• Eletrobrás-PROCEL (Programa deConservação de Energia Elétrica da Eletrobrás);

• ABESCO (Associação Brasileira dasEmpresas de Conservação de Ener-gia);

• ANEEL (Agência Nacional de EnergiaElétrica);

• BNDES (Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social) com PROESCO (linha de financiamento para eficiência energética);

• SEBRAE(ServiçoBrasileirodeApoioaMicro e Pequenas Empresas);

• SENAI(ServiçoNacionaldeAprendiza-gem Industrial);

• Governosdeestadoeprefeituras.

A Cooperação também apoiará estudos pro-missores que serão disseminados no país para melhorar as bases para a toma de de-cisão das autoridades brasileiras. Parcerias com o setor privado por meio das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e linhas de finan-ciamento com condições favoráveis são importantes elementos do programa da Co-operação. Para complementar as linhas de atuação, serão estabelecidas formas de coo-peração científica com entidades e organiza-ções alemãs que permitam a transferência e o desenvolvimento conjunto de tecnologia específica para o Brasil.

O uso racional de energia é um im-portante passo para gerenciar os recursos naturais e energéticos de forma mais sustentável. Cada R$ 1 investido em eficiência energética corresponde a R$ 40 de economia no setor de geração. Uma simples troca de geladeira, por exemplo, por um aparelho mais moderno pode diminuir até 40% o consumo residencial. Estima-se ainda que o setor relacionado aos serviços de eficiência energética deverá gerar no país oito milhões de novos em-pregos até 2020.

Além de ser fator de segurança, as medidas para tornar o país mais eficiente do ponto de vista ener-gético contribuem para diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Assim, também pro-voca impactos positivos no clima.

Todos estes aspectos são motivos para que a política brasileira estimule

investimentos em eficiência energética. A Cooperação Alemã apoia o Brasil neste desa-fio no âmbito do Acordo Bilateral de Energia (Maio 2008).

A Cooperação atuará principalmente em nível intermediário, em parceria com empresas de geração e distribuição de energia, bancos de desenvolvimento, representações do setor empresarial e comercial, bem como associa-ções do setor. Instituições que conduzem os

GTZ

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