redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

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ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA ROBERTO TAVARES FIGUEIREDO REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS NO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO: UMA NECESSIDADE Rio de Janeiro 2011

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Page 1: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA

ROBERTO TAVARES FIGUEIREDO

REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS NO CONTROLE

DO ESPAÇO AÉREO:

UMA NECESSIDADE

Rio de Janeiro

2011

Page 2: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS NO CONTROLE

DO ESPAÇO AÉREO:

UMA NECESSIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia

apresentada ao Departamento de Estudos da

Escola Superior de Guerra como requisito à

obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de

Política e Estratégia.

Orientador: Coronel Carlos Alberto Gonçalves de

Araújo.

Rio de Janeiro

2011

Page 3: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

C2011 ESG Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorias, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG.

__________________________________

Figueiredo, Roberto Tavares.

Redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo: uma necessidade/Roberto Tavares Figueiredo. Rio de Janeiro: ESG, 2011.

74 f.: Il.

Orientador: Cel R/1 Engenheiro Carlos Alberto Gonçalves de Araújo Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao Departamento

de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2011.

1. Redimensionamento 2. Engenheiros 3. Controle do Espaço Aéreo 4.Voo. I. Título.

Page 4: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

À minha querida esposa Katia Maria

Gomes, que está sempre ao meu lado

em todos os desafios.

A busca de novos conhecimentos e

amigos é importante para o

engrandecimento e relacionamento

pessoal e o êxito alcançado só se deu

devido ao apoio incondicional de

minha esposa.

Page 5: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

AGRADECIMENTOS

Aos meus companheiros de trabalho no DECEA, em especial aqueles que labutam

no Subdepartamento de Administração.

A Escola Superior de Guerra, que me permitiu estudar e conhecer o Brasil em uma

visão mais ampla.

Aos meus novos amigos, estagiários da melhor Turma do CAEPE (Segurança e

Desenvolvimento) que tornaram o curso mais agradável e interessante.

Ao Coronel Aviador Kisiolar, Suboficial Goes e Sargento Monteiro, da Divisão de

Planejamento de Recursos Humanos do DECEA, que contribuíram de forma

decisiva no desenvolvimento deste trabalho.

Ao meu orientador Cel Carlos Alberto, pela orientação e incentivo no

desenvolvimento deste trabalho.

Ao Cel Aviador Todesco e Ten Nívea pelo diálogo amigo e também orientação na

confecção desta monografia.

E, em especial, à minha esposa Katia, pela compreensão e incentivo durante o

período de realização do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.

Page 6: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

Toda organização existe, não para si

mesma, mas para alcançar objetivos e

produzir resultados. É em função dos

objetivos e resultados que a organização

deve ser dimensionada, estruturada e

orientada.

Idalberto Chiavenato

Page 7: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

RESUMO

Esta monografia aborda o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

(SISCEAB) com foco nos Recursos Humanos na área de Engenharia. Com o

aumento na demanda de tráfego aéreo e em face das novas tecnologias que são

inseridas no SISCEAB, torna-se necessária uma busca incessante pelo

redimensionamento de Engenheiros, tendo como objetivo principal a manutenção do

elevado nível de Segurança e Defesa do SISCEAB. O objetivo deste estudo é, a

partir da análise do processo de redimensionamento de Recursos Humanos, na área

de engenharia, fornecer subsídios para uma proposta capaz de atender às

demandas do SISCEAB, no tocante à fixação e a adequada quantificação de

Engenheiros. A abordagem escolhida para o desenvolvimento deste trabalho é a

pesquisa bibliográfica e a análise documental das normas oficiais do Comando da

Aeronáutica, referentes ao Controle do Espaço Aéreo. A pesquisa limitar-se-á as

necessidades do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro,

independentemente das demais áreas de expansão tecnológica no Brasil..

Inicialmente, será conceituado o Sistema de Controle do Espaço Aéreo e sua

atuação na evolução tecnológica imposta à navegação aérea. Em seguida, serão

estudados os Recursos Humanos, citando a forma de recrutamento, seleção e

formação de engenheiros no Brasil, no âmbito do DECEA (Departamento de Contole

do Espaço Aéreo. Por fim, serão descritas as principais dificuldades encontradas.

Para mitigar tais problemas e principalmente reter o Engenheiro no SISCEAB é

elaborada uma proposta de fluxo de carreira e de quantificação de Engenheiros

através de uma matriz Qualitativa versus uma matriz Quantitativa dos Recursos

Humanos.

Palavras chave: Redimensionamento. Engenheiros. Controle do Espaço Aéreo.

Recursos Humanos. Voo.

Page 8: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

ABSTRACT

The approach of this study is to analize the Brazilian Airspace Control System

(SISCEAB - Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) with a focus on the

Human Resources Engineering Area. In the face of new technologies and with the

increase of air traffic demand, it becomes extremely necessary to perform an

organizational resizing in the number of Engineer resources, maintaining the high

level of Security and Defence of SISCEAB. The purpose of this work is to analize the

Human Resources resizing process in the Engineering Area and provide data to be

able to develop a proposal to attend the SISCEAB demands related to determine the

appropriate number of engineers. The approach of this work is based on

bibliographic research and documentary analysis of Brazilian Air Force official

standards, related to Airspace Control. This research is limited to the Brazilian

Airspace Control System needs, regardless of the other Brazilian technological

expansion areas . First, this work presents the concept of the Brazilian Airspace

Control System, acting on technological developments imposed on air navigation.

Then, describes Human Resourses recruitment, selection and training process,

applicable to engineers in the Brazilian Airspace Control Department (DECEA -

Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Finally, refers the main problems

found. In order to mitigate these problems and mainly retain engineers in the

SISCEAB, a proposal is developed for career plan and quantification of engineers

through a Qualitative versus a Quantitative matrix of Human Resources.

Key words: Resizing, Engineers, Airspace Control System, Human Resourses, Flight.

Page 9: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACC Centro de Controle de Área

ADS AutomaticDependentSurveillance

AER Engenharia Aeronáutica

AFTN AeronauticalFixedTelecommunications Network

AGC Engenharia Agrícola

AGM Engenharia Agrimensura

AGR Engenharia Agrônoma

AIS Serviço de Informações Aeronáutica

APP Centro de Controle de Aproximação

ATC Controle de Tráfego Aéreo

ATM Gerenciamento de Tráfego Aéreo

ATN Rede de Telecomunicações Aeronáuticas

BRMCC Centro Brasileiro de Controle de Missão COPAS-SARSAT

CAG Circulação Aérea Geral

CCSIVAM Comissão para Coordenação do Projeto do Sistema de Vigilância da Amazônia

CERNAI Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional

CGNA Centro Geral de Navegação Aérea

CGR Engenharia Cartográfica

CIAAR Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica

CINDACTA Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo

CISCEA Comissão de Implantação do Controle do Espaço Aéreo

CIV Engenharia Civil

CLI Engenharia Clínica

CMA Centro Meteorológico de Aeródromo

CMM Centro Meteorológico Militar

CMP Engenharia de Computação

CMV Centro Meteorológico de Vigilância

CNMA Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica

CNS Comunicação, Navegaçãoe Vigilância

COM Circulação Operacional Militar

Page 10: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

COMAER Comando da Aeronáutica

COMDABRA Comando de Defesa Aéreo Brasileiro

COMGAP Comando Geral de Apoio

COMGAR Comando Geral do Ar

COMGEP Comando Geral do Pessoal

COPAS-SARSAT Sistema Internacional de Busca e Salvamento por Rastreamento de Satélites

COpM Centro de Operações Militar

CPDLC Controller Pilot Data-Link Communication

CTM Carreira de Tecnologia Militar

DACTA Carreira de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo

DCTA Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

DECEA Departamento de Controle do Espaço Aéreo

DEPENS Departamento de Ensino

DG Direção Geral

DS Direção Setorial

DTCEA Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo

EACEA Estações de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo

EAOEAR Estágio de Adaptação de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica

EAOT Estágio de Adaptação de Oficiais Temporários

ELN Engenharia Eletrônica

ELT Engenharia Elétrica

EMA Estações Meteorológicas de Altitude

EMAER Estado Maior da Aeronáutica

EMS Estações Meteorológicas de Superfície

END Estratégia Nacional de Defesa

ERM Estações de Radar Meteorológico

FAB ForçaAéreaBrasileira

FANS Future Air Navigation Systems

FIS Flight Information Service

GCC Grupo de Comunicações e Controle

GEIV Grupo Especial de Inspeção em Voo

GF Governo Federal

GNSS Sistema Global de Navegação por Satélite

Page 11: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

ICA Instituto de Cartografia Aeronáutica

ICEA Instituto do Controle do Espaço Aéreo

IFR Regras de Voo por Instrumento

IME Instituto Militar de Engenharia

ITA Instituto Tecnológico de Aeronáutica

MBA Master in Business Administration

MDQ Modelo de Dimensionamento de Quadro

MEC Engenharia Mecânica

MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

MQIE Matriz Quantitativa para o Ingresso de Engenheiros

MTL Engenharia Metalúrgica

OACI Organização de Aviação Civil Internacional

OCDE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

OM Organização Militar

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PACESP Programa Anual de Cursos Especiais

PAEAT Plano de Ensino e Atualização Técnica

PAME Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica

PBN Navegação Baseada em Performance

PLAMENS Plano de Ensino

PPFQE Padrão de Progressão, de Fixação e de Quantificação de Engenheiros

PRH Planejamento de Recursos Humanos

QCOA Quadro Complementar de Oficiais da Aeronáutica

QOCON Quadro de Oficiais Convocados

QOENG Quadro de Oficiais Engenheiros

QUI Engenharia Química

RCC RescueCoordination Center

REM Rede de Estações Meteorológicas

RH Recursos Humanos

RTLI Requisitos Técnicos Logísticos e Industriais

SEFA Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica

SFA Serviço Fixo Aeronáutico

SGQ Sistema de Garantia da Qualidade

Page 12: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

SISCEAB Sistema de Controle do Espaço Aéreo

SISDABRA Sistema de Defesa Aérea Brasileiro

SISDACTA Sistema de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo

SISFRON Sistema de Fronteiras

SISSAR Sistema de Busca e Salvamento

SIVAM Sistema de Vigilância da Amazônia

SMA Serviço Móvel Aeronáutico

SPV Sistema de Proteção ao Voo

SRPV-SP Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo

STB Engenharia de Segurança do Trabalho

STCA Sistema de Telecomunicações do Comando da Aeronáutica

TEL Engenharia de Telecomunicações

TMA Controle de Terminal

TWR Torre de controle

VFR Regras de Voo Visual

ZPA Zona de Proteção de Aeródromo

Page 13: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

INDICE DE FIGURAS

QUADRO 1 Organizações do Comando da Aeronáutica........................................16 QUADRO 2 Atrito Geral de Engenheiros.................................................................43 QUADRO 3 Quadro de remuneração de carreiras do COMAER............................44 QUADRO 4 Quadro de Remuneração de Servidores Públicos Federais...............45 QUADRO 5 Tabela quantitativa de funções............................................................57 QUADRO 6 Quantitativo Funções X Peso...............................................................58

Page 14: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

SUMÁRIO

ANEXO A – QUADRO DE SERVIDORES PÚBLICOS POR CARREIRA...............65 ANEXO B – ATRITO DE TENENTES ENGENHEIROS FORMADOS NO ITA.......66 ANEXO C – LISTA DE CURSOS DO SISCEAB......................................................67 ANEXO D – MODELO DE FLUXO DA PROGRESSÃO FUNCIONAL DE ENG.....71 ANEXO E - CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO......................72 ANEXO F – REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS – GERAL....................73 ANEXO G – EVOLUÇÃO DO REDIMENSIONAMENTO..........................................74

Page 15: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

14

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 2 O SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO ..................... 19

2.1 GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO AÉREO ....................................................... 21

2.2 A REDE METEOROLÓGICA .............................................................................. 23

2.3 CARTOGRAFIA AERONÁUTICA ........................................................................ 25

2.4 INFORMAÇÕES AERONÁUTICAS (AIS) ........................................................... 26

2.5 TELECOMUNICAÇÕES AERONÁUTICAS ......................................................... 27

2.6 SISTEMA DE BUSCA E SALVAMENTO............................................................. 29

2.7 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA (END) ............................................... 30

2.8 O CENÁRIO QUE SE APRESENTA ................................................................... 32 3 RECURSOS HUMANOS ........................................................................................ 34

3.1 A ORGANIZAÇÃO DO CORPO DE OFICIAIS ENGENHEIROS ........................ 34

3.2 AS FORMAS DE INGRESSO DE ENGENHEIROS ............................................ 36

3.2.1 A formação no Corpo de Engenheiros da Aeronáutica .............................. 36

3.2.2 A formação civil na Carreira CTM e DACTA ................................................. 39

3.2.2.1 A carreira CTM .............................................................................................. 39

3.2.2.2 A carreira DACTA .......................................................................................... 40

3.3 O EFETIVO DE ENGENHEIROS ........................................................................ 40

3.3.1 Formação de Engenheiros no Brasil ............................................................ 40

3.3.2 O problema encontrado ................................................................................. 42

3.3.3 Estrutura remuneratória e de quantidade de evasão .................................. 44 4 DIMENSIONAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS .......................................... 46

4.1 ESTRUTURA NORMATIVA ................................................................................ 48

4.2 IDENTIFICAÇÃO DA ESTRUTURA .................................................................... 50

4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES .................................................................. 50

4.4 PADRÃO DE PROGRESSÃO, DE FIXAÇÃO E DE QUANTIFICAÇÃO (PPFQE) ................................................................................................................... 52

4.4.1 Fase Inicial “A” (Adaptação) - 1º ano ........................................................... 53

4.4.2 Fase Inicial “B” (Especialização) - do 2º ao 5º ano ..................................... 53

4.4.3 Fase Intermediária - do 6º ao 14º ano ........................................................... 53

4.4.4 Fase Gerencial “A” - do 15º ao 19º ano ........................................................ 54

4.4.5 Fase Gerencial “B” - a partir do 20º ano ...................................................... 55 4.5 DEFINIÇÃO DE UMA MATRIZ QUANTITATIVA PARA O INGRESSO (MQIE) .. 56

4.5.1 Funções de Engenharia no DECEA .............................................................. 57

4.5.2 A Matriz MQIE ................................................................................................ 58 5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 60 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 62 ANEXO ....................................................................................................... 65

Page 16: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

15

1 INTRODUÇÃO

O Comando da Aeronáutica, desde a sua criação em janeiro de 1941,

cresce e se desenvolve a níveis de sofisticação cada vez mais elevados.

Tecnologias de ponta são empregadas e necessárias nas diversas organizações

que o compõem. A necessidade de desenvolvimento tecnológico imposto as Forças

Armadas advém da determinação descrita na Carta Magna nacional.

A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu artigo 142, estabelece

como destinação das Forças Armadas:

As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e disciplina, sob autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Deste artigo da Constituição Federal derivam a missão e as atribuições do

Comando da Aeronáutica.

A segurança da navegação aérea e o controle do espaço aéreo são

responsabilidades do Estado Brasileiro, delegadas ao Comando da Aeronáutica

(COMAER) por meio da Lei Complementar nº 97 e das Leis nº 7.565 e 11.182,

dentre outras legislações.

Nesse contexto, é atribuída ao Comando da Aeronáutica, a missão da

manutenção da soberania no espaço aéreo nacional com vistas à Defesa da Pátria e

como atribuição subsidiária geral, a cooperação com o Desenvolvimento Nacional e

a Defesa Civil, na forma determinada pelo Presidente da República. Em particular, a

Aeronáutica é organizada para ser reconhecida, nacional e internacionalmente, pela

sua prontidão e capacidade operacional para defender os interesses brasileiros em

estreita cooperação com as demais Forças.

O Comando da Aeronáutica é composto de uma organização de Direção

Geral (DG) e de sete organizações de Direção Setorial (DS).

Page 17: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

16

Direção Geral Estado Maior da Aeronáutica (EMAER),

Direção Setorial

Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR);

Comando-Geral de Apoio (COMGAP);

Comando-Geral do Pessoal (COMGEP);

Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA);

Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA);

Departamento de Ensino (DEPENS); e

Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA).

Quadro 1 – Organizações do Comando da Aeronáutica

Esta monografia trata de uma das organizações do Comando da

Aeronáutica: o Departamento do Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que detém a

responsabilidade pelo controle estratégico do espaço aéreo brasileiro.

Com o aumento do Tráfego Aéreo, fato observado nos últimos anos e

amplamente divulgado nos meios de comunicação1, e com a proximidade de

eventos mundiais que ocorrerão no Brasil em um futuro próximo, como a Copa do

Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, é imperioso que se produza um estudo

minucioso de uma área sensível: a engenharia que envolve o complexo Sistema de

Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, que utiliza cada vez mais tecnologia de ponta,

com a finalidade de prover mais Segurança ao Espaço Aéreo e proporcionar a

Defesa do território nacional.

Os encargos e responsabilidades aumentam em escala geométrica à

medida que a Aviação Civil, como reflexo do desenvolvimento do País, apresenta-se

como um dos pilares que suportam o aquecimento da economia. O crescimento da

Aviação Civil no Brasil tem exigido uma constante reavaliação das necessidades de

adequação qualitativa e quantitativa de recursos humanos para prover a segurança

da navegação e aérea.

1 A agência T1 descreve que o Brasil desponta entre países que mais contribuem ao aumento do

tráfego aéreo (www.agenciat1.com.br/11876-brasil-desponta-entre-paises-que-mais-contribuem-ao-

aumento-do-trafego-aereo/) e também no endereço www.aereo.jor.br/tag/departamento-de-controle-

do-espaco-aereo/

Page 18: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

17

O problema acaba sendo se o redimensionamento de Recursos Humanos

na área de engenharia, dentro das diversas especialidades, influencia no aspecto de

Segurança e de Defesa do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.

O objetivo do trabalho consiste em analisar o processo de

redimensionamento de Recursos Humanos, na área de engenharia, para o seu

emprego no DECEA e organizações subordinadas.

Entretanto, outros aspectos serão analisados, como:

Identificar a necessidade de constante capacitação e atualização

técnica dos Recursos Humanos na área de engenharia, em face das atuais

necessidades;

Analisar o fluxo de engenheiros temporários e permanentes no controle

do espaço aéreo;

Identificar a necessidade de planejar e redimensionar os Recursos

Humanos na área de engenharia em face das contínuas e crescentes demandas

com a entrada de novos equipamentos e de diferentes tecnologias.

Para o desenvolvimento do trabalho, algumas questões norteadoras

foram identificadas, tais como:

A atual quantidade de Recursos Humanos nas diversas áreas da

engenharia atende as necessidades do Controle do Espaço Aéreo?

O mercado de trabalho externo influi no ingresso e na permanência de

profissionais na área de engenharia do Controle do Espaço Aéreo?

Em face dos Recursos Humanos existentes, o DECEA está preparado

para manter e implantar novos equipamentos visando a Segurança e Defesa do

Controle do Espaço Aéreo?

Quais aspectos administrativos interferem na operacionalização dos

Recursos Humanos na área de Engenharia no Sistema de Controle do Espaço

Aéreo Brasileiro (SISCEAB)?

A abordagem escolhida para o desenvolvimento deste trabalho é a

pesquisa bibliográfica e a análise documental no que tange ao Controle do Espaço

Aéreo. A análise documental será baseada nas normas oficiais do Comando da

Aeronáutica.

A pesquisa limitar-se-á as necessidades de Engenheiros para o Sistema

de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e aos aspectos da Estratégia Nacional de

Page 19: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

18

Defesa no campo do Controle do Espaço Aéreo e da legislação federal sobre o tema

de Engenharia.

Inicialmente será descrito o Sistema de Controle do Espaço Aéreo e sua

atuação no cenário nacional e internacional. Será visto também a evolução

tecnológica dos conceitos impostos à navegação aérea e suas implicações no

contexto do Plano Estratégico Militar da Aeronáutica e da Estratégia Nacional de

Defesa (END), propiciando uma visão sobre o papel do Estado na prestação do

serviço, como base para o dimensionamento de pessoal.

Posteriormente será estudada a organização dos Recursos Humanos,

forma de recrutamento, seleção, progressão profissional, perfil e formação de

engenheiros no País.

A seguir, será estabelecida uma matriz Qualitativa versus uma matriz

Quantitativa dos Recursos Humanos, utilizando como base a previsão legal e suas

limitações. Serão observadas também a estrutura organizacional e a atuação nas

áreas de regulação e fiscalização para o Controle do Espaço Aéreo brasileiro que,

de forma coordenada, facilitarão a gestão e o planejamento de pessoal.

E, finalmente serão analisadas as questões norteadoras e propostas

algumas ações para minimizar o problema.

Mas, para que se compreenda o atual estágio de tecnologia empregada

no serviço de Controle e a Defesa do território nacional, de dimensões continentais,

mantendo a total soberania do país, é necessário que se descreva a estrutura do

Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e como funciona o Sistema

de Controle do Espaço Aéreo (SISCEAB)2.

2http://freepages.military.rootsweb.ancestry.com/~otranto/fab/sisceab.htm

Page 20: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

19

2 O SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO

O Controle do Espaço Aéreo brasileiro está a cargo do Comando da

Aeronáutica (COMAER), por intermédio do DECEA, e sua finalidade é prover os

meios de apoio necessários à circulação segura e eficiente do tráfego aéreo civil e

militar no espaço aéreo sob a jurisdição do País, dar suporte às operações da Força

Aérea Brasileira e apoiar o Comando da Aeronáutica na área de telecomunicações

aeronáuticas, contribuindo com as demais organizações da Aeronáutica para a

manutenção da Soberania do espaço aéreo, propiciando a segurança e o

desenvolvimento nacional.

O DECEA é o órgão central do SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço

Aéreo Brasileiro) que acumula outros três sistemas: o Sistema de Proteção ao Voo

(SPV), o Sistema de Telecomunicações do Comando da Aeronáutica (STCA), e o

Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR). Atua sistemicamente com o Sistema de

Defesa Aéreo Brasileiro (SISDABRA) através do Sistema de Defesa Aérea e

Controle do Espaço Aéreo (SISDACTA).

Uma particularidade inerente ao SISDACTA é a integração de sistemas e

meios, uma vez que um mesmo equipamento atende ao Controle do Espaço Aéreo

(atividade do DECEA através de suas organizações subordinadas) e a Defesa

Aérea, subordinada ao Comando de Defesa Aéreo Brasileiro (COMDABRA), outra

organização do Comando da Aeronáutica. A concepção desse sistema surgiu na

década de 70 com a Circulação Aérea Geral (CAG) e a Circulação Operacional

Militar (COM), providas por um mesmo equipamento e cujo objetivo é o de permitir

um efetivo Controle do Espaço Aéreo com a máxima segurança além da economia

de meios. Esse fato despertou a atenção mundial, pois a concepção integrada de

Controle de Tráfego Aéreo somado à Defesa Aérea é única no mundo e as

comunidades internacionais demonstram admiração ao modelo brasileiro. Durante o

sétimo simpósio de tráfego aéreo (7 SINTRAER) foi apresentado o tema: “O modelo

de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e sua integração com outros sistemas” 3 da

qual foi extraída a citação abaixo, segundo Eno Siewerdt da Fundação Aplicações

de Tecnologias Criticas (2008, p LX):

3 O trabalho completo pode ser encontrado no link: http://www.tgl.ufrj.br/viisitraer/pdf/p07.pdf

Page 21: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

20

2.1 Modelo integrado de defesa aérea e controle do tráfego aéreo

O modelo integrado de defesa aérea e controle do tráfego aéreo, não só veio como solução técnica encontrada pelo País para superar as enormes dificuldades para a implantação do serviço de proteção ao vôo, como tem sido apontado como exemplo para outros países e hoje é considerado, pelas agências internacionais ligadas à aviação civil, extremamente criativo e eficiente. Aliás, o melhor uso da infra-estrutura de aeroportos e do espaço aéreo exige uma perfeita coordenação entre os órgãos responsáveis pelo controle de tráfego aéreo militar e civil, numa dinâmica que só funciona sem problemas e riscos quando os Centros de Operações Militares (COpM) e Centros de Controle de Área (ACC) se complementam em suas respectivas funcionalidades.

O Brasil tem a responsabilidade de administrar o espaço aéreo territorial

(8.511.965 km²) e o espaço aéreo sobrejacente à área oceânica, que se estende até

o meridiano 10º W, perfazendo um total de 22 milhões de Km². Nesse espaço,

existem diversos eventos acontecendo ao mesmo tempo, tais como: voos

comerciais, voos militares, ensaio de voo, lançamentos de sondas e foguetes, voos

de asa delta, salto de paraquedas, treinamento de tiros antiaéreos, entre outros.

O controle do espaço aéreo é realizado através da detecção, identificação

de movimentos adentrando ou evoluindo no espaço aéreo brasileiro. Essa atividade

contribui para a preservação da soberania no espaço aéreo brasileiro e possibilita

assegurar a máxima segurança ao tráfego aéreo em geral.

Essa atividade é cumprida utilizando-se sensores de variados tipos, bem

como de meios de comunicações adequados, convergindo-se as informações para

Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA),

onde setorialmente é exercido o controle e são adotadas as decisões operacionais

em níveis previamente designados.

A unicidade de comando é obtida por meio da integração geral de todas

as informações disponíveis em um único Centro de Operações de Defesa

Aeroespacial, permitindo que as decisões de mais alto nível sejam tomadas com o

maior grau de segurança, no que diz respeito à preservação da soberania no espaço

aéreo nacional.

Page 22: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

21

Devido ao seu valor militar, a capacidade que essa atividade encerra,

representa a possibilidade de pronta resposta imediata para a interceptação de alvos

considerados suspeitos.

De maneira geral, os meios empregados são fisicamente muito

vulneráveis, e o espectro eletromagnético onde atuam está sujeito a todas as formas

de interferência inimiga. Essas vulnerabilidades impõem planejamentos minuciosos

de proteção, com previsões para degradação dos sistemas em todos os níveis. Em

conseqüência, redundâncias são recomendáveis, e a atividade necessita atuar

sinergicamente com as Atividades de Logística Aeroespacial e de Segurança e

Defesa.

Muitos países não entendem como o Brasil, país de dimensões

continentais e ao sul do equador, consegue ter um sistema integrado e com

tecnologia de ponta e para isso muitos perguntam: Como se faz o Gerenciamento de

Tráfego Aéreo no Brasil4?

2.1 GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO AÉREO

Para que se tenha uma melhor noção do Sistema de Proteção ao Voo se

faz necessário uma descrição de como é feito o Gerenciamento do Tráfego Aéreo.

Todos aqueles que utilizam o transporte aéreo, mesmo sem ter a exata noção do

planejamento do voo e da infraestrutura que suporta a atividade aérea, querem

segurança, na hora marcada e sobretudo com voos tranqüilos e esse é o objetivo do

Gerenciamento do Tráfego Aéreo.

Existe um organismo internacional denominado Organização de Aviação

Civil Internacional (OACI) que edita normas e recomendações e o Brasil é signatário

dessa convenção e todas as nossas normas são derivadas da OACI. A finalidade de

toda essa regulamentação não é outra se não a de manter elevada a segurança

para a navegação aérea e garantir um serviço eficiente a todas as aeronaves que

utilizam o nosso espaço aéreo.

Nos imensos céus do Brasil, está cada vez mais comum avistar aviões

voando em todas as direções e para prover o controle e a segurança tornou-se

4 Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/gerenciamento-de-trafego-

aereo/

Page 23: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

22

necessário uma coordenação cada vez mais precisa para garantir o trânsito desses

aviões. As áreas mais concorridas para a aviação foram estudadas e divididas em

zonas. Exemplificando-se, a área do voo de cruzeiro5 em grandes altitudes é

geralmente controlada pelos Centros de Controle de Área (ACC), estando em subida

para o voo de cruzeiro ou descendo para pouso, geralmente são controlados pelos

Centros de Controles de Aproximação (APP), e por fim, decolando ou próximo ao

pouso, é a área de Controle da Torre do Aeródromo (TWR).

A passagem segura de um Controle para outro gera diversos eventos e

regras de utilização do espaço aéreo. Uma espécie de “rodovias aéreas” são criadas

no espaço aéreo com seus sinais e cruzamentos, as quais são chamadas de

aerovias, alem da designação de procedimentos de como subir e como descer, os

chamados procedimentos de subida (Standard Instruments Departure - SID) ou de

descida (Standard Traffic Approach Radar - STAR).

Além disso, com a grande demanda atual de tráfego aéreo, foi criado

recentemente o Centro Geral de Navegação Aérea (CGNA), que analisa o fluxo de

tráfego aéreo nacional, supervisionando todos os Centros de Controle. O CGNA tem

como principal função regular o equilíbrio entre a capacidade e a demanda, sendo

que atua estrategicamente na análise de planejamento dos vôos regulares e

especificamente, durante as operações diárias, garantindo a segurança das

operações e a pontualidade dos voos.

Através da análise do Tráfego Aéreo atual e da demanda futura, surgirão

necessidades operacionais que indicarão necessidades de implantação de novos

órgãos de Controle do Tráfego Aéreo, os quais acarretarão acréscimo de

equipamentos como: radar, auxílios eletrônicos à navegação aérea, equipamentos

de telecomunicação. E como nenhuma organização criada e bem como seus

equipamentos não funcionam sem pessoas, é necessário dimensionar o pessoal

operacional, técnico e administrativo necessário.

No Brasil, existem quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle

do Espaço Aéreo (CINDACTA), localizados em Brasília, Curitiba, Recife e Manaus,

além do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP). Todos os

CINDACTA e o SRPV-SP possuem destacamentos, alguns em regiões remotas,

5 Voo de cruzeiro – Etapa do voo de uma aeronave compreendida entre o final da subida e o início da

sua descida, ao aeroporto de destino.

Page 24: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

23

contendo variados equipamentos incluindo de detecção de telecomunicações e

meteorológicos, cuja integração dos dados são disponibilizados aos Controladores

de Tráfego Aéreo e simultaneamente aos Controladores de Defesa Aérea provendo

coordenação e pronta resposta imediata.

O que foi apresentado é o presente, porém o DECEA acompanha o

desenvolvimento tecnológico para poder atender a crescente demanda do tráfego

aéreo, reduzindo com segurança a separação entre os aviões através do emprego

de novos conceitos. A implementação dessas tecnologias tornará possível que as

aeronaves encurtem caminhos com perfis de subidas, de voo e de descidas mais

efetivos, além da rota mais adequada ao voo.

Além do Gerenciamento de Tráfego Aéreo, para manter a eficiência e

segurança do Controle do Espaço Aéreo, há outra área específica que merece

destaque: A meteorologia6.

2.2 A REDE METEOROLÓGICA

No momento do planejamento do voo, verifica-se que as distâncias são

enormes e não é possível a realização de um vôo sem o conhecimento das

condições de meteorologia no local de decolagem, na rota e no local de destino, pois

a simples informação de direção e intensidade do vento já influi no planejamento do

voo.

Para que se faça o Gerenciamento do Fluxo de Tráfego Aéreo, é

necessário que se observe as condições meteorológicas. A meteorologia é de vital

importância para a segurança das operações aéreas, contribuindo para o conforto

dos passageiros.

Atualmente com os avanços da tecnologia aeronáutica, criando aviões

mais robustos e equipamentos eletrônicos mais precisos, tem aumentado as

possibilidades de utilização de aeródromos em condições meteorológicas adversas,

a meteorologia continua a ser essencial para a eficiência das operações de voo. É

obrigatório o conhecimento das condições meteorológicas reinantes nos aeródromos

de partida e de destino para que o comandante decida se é possível a realização ou

6 Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/meteorologia-aeronautica/

Page 25: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

24

não do voo em face das possibilidades dos equipamentos embarcados e da

infraestrutura presente nos aeródromos. Informações precisas relativas ao teto, à

visibilidade, ao tempo presente, ao vento, bem como a que horas deverão ocorrer

essas mudanças e por quanto tempo prevalecerão além das condições em rota:

direção e velocidade do vento ao longo da mesma, ocorrência de formação de gelo,

de turbulência e tempestades de trovoadas associadas a nuvens cúmulus-nimbus,

que possam acarretar desvios de rota.

A infraestrutura da rede de meteorologia do DECEA é de Alta Tecnologia

e bastante complexa, pois com o aumento do fluxo de tráfego aéreo, a necessidade

de se obter informações precisas e atualizadas sobre as condições meteorológicas

locais nos aeródromos e ao longo das rotas aéreas tornou-se uma ferramenta

indispensável para todos aqueles que necessitam destas informações. Desse modo,

instrumentos e equipamentos de observação meteorológicos modernos e

atualizados, foram instalados em diversos locais.

No DECEA, a rede de meteorologia é composta pelo Centro Nacional de

Meteorologia Aeronáutica (CNMA), Centro Meteorológico de Vigilância (CMV),

Centro Meteorológico de Aeródromo (CMA), Centro Meteorológico Militar (CMM),

além de possuir um banco de dados meteorológicos e equipamentos variados de

coletas de informações constantes da Rede de Estações Meteorológicas (REM). As

informações coletadas pelas Redes de Estações Meteorológicas constituem a base

de todo o serviço meteorológico a ser prestado à navegação aérea.

As estações meteorológicas que integram essa rede são classificadas,

conforme suas características, em Estações Meteorológicas de Superfície (EMS) -

classes I, II e III; Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) e Estações de Radar

Meteorológico (ERM).

Complementando as informações meteorológicas, como a direção e

intensidade do vento, torna-se necessário que se visualize o aeródromo e para tal

recorre-se à cartografia aeronáutica7.

7 Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/cartografia-aeronautica/

Page 26: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

25

2.3 CARTOGRAFIA AERONÁUTICA

O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), subordinado ao DECEA,

desenvolve dois tipos de cartas: Cartas de Navegação Visual (VFR), própria para a

utilização em voo sob as regras do voo visual e as cartas de navegação por

instrumentos (IFR).

Entre as atividades realizadas pelo ICA, destacam-se os Levantamentos

Topográficos e Geodésicos que se destinam a gerar dados necessários ao

desenvolvimento das atividades cartográficas do ICA. É em função da análise

realizada pelo ICA, incluindo o levantamento de obstáculos, que são feitas a escolha

de locais para a instalação de auxílios à navegação aérea e a orientação geodésica

dos equipamentos a serem instalados.

Outra função importante realizada pelo ICA é a Zona de Proteção de

Aeródromo (ZPA), que nada mais é que a necessidade de garantir o máximo de

segurança para as aeronaves em operação de voo. Foi criada uma legislação

específica para as áreas próximas aos aeródromos que tem por finalidade evitar que

a malha urbana avance desordenadamente em direção ao aeroporto,

comprometendo a segurança das operações dos aeródromos. A referida legislação

gera um plano que é remetido às diversas autoridades públicas para o seu

cumprimento.

A cartografia Aeronáutica está em plena evolução e espera-se que em

curto período de tempo sejam disponibilizadas cartas eletrônicas através da

tecnologia digital utilizando imagens de satélites e com isso o vôo será apenas de

acompanhamento, pois o piloto receberá no equipamento de bordo, na tela do

equipamento, todas as cartas de navegação necessárias para o vôo. Uma grande

vantagem desse tipo de serviço é que a informação aeronáutica, antes impressa e

distribuída para aqueles que necessitam da informação, passará a ser divulgada

muito mais rapidamente. As atualizações serão feitas em tempo real e exigirá maior

demanda desse setor.

Complementando a Cartografia Aeronáutica e com ela muito relacionada,

ver-se-á adiante como funciona o setor de informações aeronáuticas8.

8 Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/informacoes-aeronauticas-ais/

Page 27: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

26

2.4 INFORMAÇÕES AERONÁUTICAS (AIS)

As informações são fundamentais para todos que fazem uso do espaço

aéreo. Na grande maioria dos aeroportos existe um local padronizado onde

trabalham profissionais especializados no Serviço de Informações Aeronáuticas, que

na maioria das vezes é o primeiro contato do usuário com o Sistema de Controle do

Espaço Aéreo. É através do serviço AIS que os aeronavegantes têm acesso às

diversas informações aeronáuticas necessárias para um voo seguro.

A maioria da documentação encontrada nas salas AIS presentes nos

aeroportos pode ser consultada pela INTERNET no endereço

http://www.aisweb.aer.mil.br, porém é obrigatória a coletânea original impressa no

avião.

O Serviço de Informações Aeronáuticas, a Cartografia Aeronáutica, a

Meteorologia e o Gerenciamento de Tráfego Aéreo se interligam e um não existe

sem o outro. Como exemplo pode-se citar que um avião pode pousar em um

aeroporto se as condições de meteorologia, como o teto, estiverem acima de 500

pés. Essa informação está descrita em uma carta de pouso ou de decolagem bem

como a direção e o comprimento da pista e inúmeras outras informações.

Com o aumento da demanda do tráfego aéreo no Brasil e no mundo, a

demanda por informações cresce em proporção ainda maior e, para permitir esse

crescimento, está em desenvolvimento e sendo implantado gradativamente o

sistema de Comunicação, Navegação, Vigilância e Gerenciamento de Tráfego Aéreo

(CNS/ATM) com a finalidade de revolucionar o atual sistema ATC (Air Traffic

Control), tendo como principal meta a otimização da utilização do espaço aéreo,

ocupando espaços ociosos, reduzindo percursos e separação entre aeronaves,

agilizando processos e aprimorando as comunicações, com precisão e segurança9.

Com o advento do conceito CNS/ATM todos os setores serão

beneficiados, permitindo maior dinamismo no fornecimento das informações.

O futuro Serviço de Informações Aeronáuticas, baseado na Cartografia

com base de dados exata e sem inconsistências, disponibilizará todas as coletâneas

de documentações necessárias para o estudo e planejamento do voo.

9 http://www.dcabr.org.br/download/publicacoes-tecnicas/principais-iniciativas-para-aumento-da-

seguranca-operacional-no-transporte-aereo.pdf

Page 28: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

27

Como pode ser visto até agora, o sistema não é estanque e exige um

sistema de telecomunicações10 também complexo.

2.5 TELECOMUNICAÇÕES AERONÁUTICAS

Existem equipamentos mínimos obrigatórios a bordo das aeronaves e o

equipamento rádio é primordial, pois não existe voo sem comunicação. Como é

conhecido informalmente no meio aeronáutico, o “papo rádio” entre controladores de

tráfego Aéreo e o piloto tem que ser claro e objetivo. Esse tipo de comunicação faz

parte do Serviço Móvel Aeronáutico (SMA). Também é necessária a comunicação

entre os próprios órgãos de controle, porque quando uma aeronave cruza o espaço

aéreo ela atravessa várias regiões de controle que são situadas fisicamente em

lugares distintos. Os órgãos de controle adjacentes recebem as informações do

tráfego que irá ingressar em sua área de responsabilidade e essa comunicação se

dá através do Serviço Fixo Aeronáutico (SFA). De uma forma ainda mais

abrangente, quando o voo advém de fora do território nacional ou está de saída, as

informações são providas através do Aeronautical Fixed Telecommunications

Network (AFTN) que nada mais é que uma rede internacional de comunicação.

A infraestrutura para prover a Telecomunicação Aeronáutica em todo o

território nacional é bastante complexa, constituída de estações terrestres e

satelitais, sendo que o DECEA é o responsável pela implantação, operação e

manutenção de toda a infraestrutura do Serviço Móvel e Fixo com abrangência em

todo o país. Fazem parte da infraestrutura: equipamentos de telefonia;

equipamentos de comunicação via rádio, satélite e fibras ópticas; roteadores e redes

de computadores; canais de comunicação alugados junto às concessionárias de

telecomunicações espalhados por todo o território nacional, inclusive nas localidades

mais remotas. Todos esses equipamentos são mantidos pelo DECEA, através de

inspeções de forma regular, de modo a manter o sistema sem falhas que possam

afetar a segurança de voo.

Com o passar do tempo, e como já se previa, os meios de comunicação

iriam se saturar nas regiões de maior densidade de tráfego aéreo, porém com a

10

Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/telecomunicacoes-

aeronauticas/

Page 29: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

28

explosão tecnológica foram surgindo outras soluções. Inicialmente criou-se o comitê

FANS (Future Air Navigation Systems), sendo sua mais importante contribuição a

criação do conceito CNS/ATM (Comunications, Navigation and Survellance / Air

Traffic Management). Dos seus estudos e amparado principalmente no

desenvolvimento tecnológico, chegou-se à conclusão que uma das soluções para

esse problema seria o uso intensivo e prioritário de comunicação de dados em vez

de voz que se mostrou um sistema limitado e o emprego de sistemas baseados em

satélites.

Dando continuidade a esse novo conceito, em 1993 deu-se início a

criação de uma grande rede mundial de computadores, a Rede de

Telecomunicações Aeronáuticas (Aeronautical Telecommunication Network – ATN),

específica para prover os serviços necessários ao Controle de Tráfego Aéreo.

Dentre os novos serviços, destacam-se:

Aplicativo FIS (Flight Information Service) - O piloto tem acesso a

variadas informações de interesse e segurança do voo por via digital.

Aplicativo CPDLC (Controller Pilot Data-Link Communication)- O piloto e

controladores de voo utilizam dados para se comunicar através de uma plataforma

tipo computador. Esse método apresenta a excepcional vantagem de tornar a

comunicação mais precisa, pois acaba com erros de interpretação e entendimento

da mensagem, principalmente quando a comunicação não é feita na língua nativa.

No Brasil este sistema está sendo usado no ACC-AO para comunicação com os

aviões que estão sobrevoando o oceano Atlântico onde as comunicações por voz se

mostram deficitárias.

Aplicativo ADS (Automatic Dependent Surveillance) - Os órgãos de

controle recebem das aeronaves sinais que são emitidos e transmitidos por satélites

ou estações em terra, as informações de posicionamento que permitirão a

visualização gráfica do movimento de aeronaves em regiões onde não há cobertura

radar.

A amplitude das Telecomunicações Aeronáuticas é muito abrangente.

Também é utilizada em momentos de situação anormal como nas situações em que

o piloto aciona um determinado código no equipamento transponder que pode

Page 30: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

29

indicar falha de comunicação, interferência ilícita ou situação de emergência,

permitindo que o controlador, ciente da situação anormal possa tomar as devidas

providências. Também em caso de acidente onde ocorra colisão com o solo,

geralmente o avião aciona automaticamente um equipamento que emite um sinal

com a localização do sinistro, que será tratado pelo Sistema de Busca e

Salvamento11.

2.6 SISTEMA DE BUSCA E SALVAMENTO

O Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR) tem como principais

atribuições localizar ocupantes de aeronaves ou embarcações em situação de

perigo, resgatar tripulantes e vítimas de acidentes aeronáuticos ou marítimos e

interceptar e escoltar aeronaves em emergência em todo o território nacional e em

grande parte do Oceano Atlântico, totalizando uma área de 22 milhões de Km2,

estando em consonância com os compromissos e normas internacionais.

O surgimento do setor de Busca e Salvamento no mundo deu-se logo

após o surgimento da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) com a

criação de variados mecanismos com a finalidade de proporcionar maior apoio e

segurança para a navegação aérea internacional e o Brasil como signatário da

OACI, adotou suas diretrizes.

Desde a sua criação, inicialmente atuando de forma muito precária por

deficiência tecnológica e no momento auxiliado pelo avanço da eletrônica nas

telecomunicações e na informática, tornou a missão de Busca e Salvamento mais

rápida e eficiente.

No Brasil os Centros de Coordenação e Salvamento (RCC - Rescue

Coordination Center) também conhecidos por SALVAERO, são em número de cinco.

Localizados em Curitiba, Brasília, Recife, Manaus e na área sobre o oceano

Atlântico, o SALVAERO Atlântico. Todos eles são guarnecidos 7 dias por semana,

365 dias por ano, por militares especializados.

O coração do sistema, integrado ao Sistema Internacional de Busca e

Salvamento por Rastreamento de Satélites (COPAS-SARSAT) é coordenado no

11

Informações extraídas do sítio http://www.decea.gov.br/espaco-aereo/busca-e-salvamento/

Page 31: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

30

Brasil através do Centro Brasileiro de Controle de Missão COPAS-SARSAT

(BRMCC), cobrindo toda a área de responsabilidade brasileira. O sistema detecta o

sinal emergencial de rádio-baliza emitido pelas aeronaves (ELT), sendo as

informações passadas para o RCC encarregado da região do sinistro.

Nesse contexto, o DECEA atua na manutenção da Segurança e Defesa

do País e está integrado na Estratégia Nacional de Defesa como descrito a seguir.

2.7 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA (END)

Antecedendo a criação da END, na contínua luta para impedir o

recrudescimento da inflação, minimizar a vulnerabilidade externa e os desequilíbrios

das contas públicas, deu-se a ampliação de políticas de inclusão social através de

programas de transferência de renda, sendo o principal objetivo a expansão do

mercado interno. No entanto para dar continuidade ao crescimento sustentado, a

partir de 2006 passou-se a incentivar as áreas ligadas ao fortalecimento da indústria

nacional, ao desenvolvimento tecnológico e melhoria da infraestrutura nacional.

Surgiu o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e em dezembro de 2008

foi aprovada a Estratégia Nacional de Defesa (END), em continuidade ao programa

de governo.

Dentre as variadas prioridades da Estratégia Nacional de Defesa e para

que a mesma consiga atingir seus objetivos, estão o SISCEAB e o SISDABRA, pois

esses sistemas estão inseridos no binômio Segurança e Desenvolvimento, conceito

que a END define como inseparáveis conforme citado no III Seminário de Estudos:

Poder Aeroespacial & Estudos de Defesa em seu artigo o Modelo Brasileiro de

Controle Do Espaço Aéreo realizado na Universidade da Força Aérea12 no ano de

2010, na página 332.

Desde então a área de Defesa começou a atrair variadas empresas

nacionais e estrangeiras, fato que pode ser comprovado por ocasião da LAAD

Defense & Security 2011, que é uma feira voltada para o setor de Defesa e

Segurança da América Latina, que nesta edição mais que dobrou o número de

expositores. Durante a LAAD Defense & Security 2011 a Orbsat, adquirida pela

12

http://www.unifa.aer.mil.br/seminario3_pgrad/trabalhos/flavio-neri-hadmann-jasper.pdf

Page 32: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

31

Embraer, se comprometeu com a Força Aérea Brasileira (FAB) para a venda de

quatro radares Saber M-60, que integra as funções de busca e vigilância a baixa

altura13.

A Atech, desenvolvedora de tecnologias críticas com larga experiência na

integração de sistemas para o Programa de Vigilância da Amazônia (SIVAM),

responsável pelo desenvolvimento e manutenção desse sistema no CINDACTA IV,

foi incumbida de desenvolver o projeto de concepção operacional e configuração do

SISFRON (Sistema de Vigilância de Fronteiras) para o Exército Brasileiro. Cabe

destacar que a Atech é uma empresa nacional que é a responsável pela criação do

sistema que é utilizado no Controle do Espaço Aéreo, produto inclusive já exportado

para a América Latina. Recentemente a empresa foi incorporada pela Embraer14.

Sempre fez parte do Plano Estratégico Militar da Aeronáutica o fomento

da indústria nacional e, com o advento da Estratégia Nacional de Defesa, essa

missão adquiriu mais visibilidade, permitindo maior apoio da sociedade brasileira.

Assim sendo, o DECEA, que é órgão responsável pelo Estado Brasileiro

para efetuar o Controle do Espaço Aéreo, participa desde os primórdios da aviação

do principal grupo que normatiza e principalmente vela pela segurança da aviação

mundial que é a OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) com sede em

Montreal no Canadá.

O Estado tem um papel importantíssimo na manutenção do país no

principal grupo da OACI. Como já foi citado, para que se efetue o Controle do

Espaço Aéreo, são necessários inúmeros equipamentos em diversas regiões do

país comportando variados setores interligados. Os Recursos Humanos empregados

geralmente são especializados, necessitando de cursos e reciclagens freqüentes

para poderem trabalhar. Esses Recursos Humanos além de manterem o sistema em

funcionamento também participam do conceito CNS/ATM, desenvolvendo o futuro

do Controle do Espaço Aéreo com o emprego de novas tecnologias.

No DECEA, o presente e o futuro convivem de forma intensa. Diversos

planejamentos são feitos para a substituição de equipamentos e a implantação de

outros. Algumas são substituições por um equipamento mais novo dando

13

http://www.valor.com.br/arquivo/883245/programa-brasileiro-de-defesa-atrai-o-interesse-das-multis 14

http://www.valor.com.br/arquivo/183687/embraer-compra-50-de-empresa-de-tecnologia-de-defesa-por-r36-milhoes

Page 33: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

32

continuidade a certa tecnologia, outras são implantações de sistemas totalmente

novos que envolvem outros conceitos tecnológicos. Ao analisar o passado com o

presente, é fácil prever que muitas mudanças virão e a formação dos engenheiros

se mostra cada vez mais complexa.

2.8 O CENÁRIO QUE SE APRESENTA

Com o aprimoramento dos meios técnicos, bem como dos processos de

manutenção e de treinamento dos Recursos Humanos, o novo cenário que se

apresenta deverá ser acompanhado de estímulo para a progressiva diminuição da

dependência externa, mediante a nacionalização de equipamentos e sistemas.

A complexidade desses sistemas e a necessidade de manter uma

disponibilidade próxima de 100% demandam exigências diferenciadas, que vão

desde manutenção e desenvolvimento de projetos complexos, como a

modernização de Sistemas Radar e de Centros de Processamento de Dados, até

intervenções simples, como manutenções preventivas de retificadores e de banco de

baterias de no-break.

Outro aspecto a ser considerado é a localização dos Destacamentos de

Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) e das Estações de Apoio ao Controle do

Espaço Aéreo (EACEA), as quais abrangem praticamente todo o território nacional,

e apresentam difíceis condições de acesso para a instalação e manutenção de

radares e estações de comunicações.

Acrescenta-se, ainda, que a impossibilidade de transportar em parte, ou

todo esse sistema para os Parques de Manutenção, obriga a que muitas das

manutenções preventivas e corretivas sejam realizadas in loco, fato que demanda

significativa energia, pois as equipes têm de se deslocar até as unidades, muitas

delas distantes de pistas de pouso, levando todo o material e ferramental necessário

à manutenção.

Tudo isso implica uma robusta estrutura técnica que abrange desde os

níveis de execução até os níveis de engenharia de produção e de desenvolvimento,

sendo que parcela do efetivo técnico fica alocada nos Destacamentos para

intervenções imediatas, e a outra parcela, igualmente significativa, fica alocada nos

Page 34: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

33

Centros Regionais e nos Parques de Manutenção, para intervenções de nível mais

complexo. Nesse segundo nível se concentram os engenheiros.

A existência de sistemas de monitoramento remoto e a duplicidade na

maioria dos equipamentos garantem a continuidade dos serviços. Entretanto, a

interferência técnica não tem como prescindir da presença humana.

A presença in loco do engenheiro não é necessária na maioria das

intervenções nos Destacamentos; entretanto, sua presença é imprescindível para o

planejamento e o gerenciamento das ações de caráter técnico e o acompanhamento

dessas equipes.

Para que se possa conhecer o perfil das pessoas que irão trabalhar com

os meios materiais e equipamentos existentes, é necessário que se dimensione os

Recursos Humanos.

Page 35: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

34

3 RECURSOS HUMANOS

A atividade de gerenciamento de Recursos Humanos (RH) em uma

grande organização destina-se a alocar pessoas capacitadas para desempenhar

funções nas diferentes organizações subordinadas, distribuindo-as de forma que se

obtenha o melhor rendimento profissional e pessoal.

A organização dos Recursos Humanos, forma de recrutamento, seleção,

progressão profissional, quantidade e perfil estão vinculados a diversas

necessidades do Comando da Aeronáutica, sendo gerenciado no nível mais alto

pelo Comando Geral do Pessoal (COMGEP).

Nos últimos anos, com aumento expressivo no movimento de Tráfego

Aéreo, tornou-se necessário adequar a infraestrutura que atende ao Controle do

Espaço Aéreo, demandando um aumento na quantidade de engenheiros no DECEA.

No entanto, ocorreu uma necessidade de aumento generalizado de RH

em todas as organizações do Comando da Aeronáutica. Através da lei n° 12.243 de

24 de maio de 2010 foi aprovado um acréscimo no efetivo em todas as

especialidades, porém esse aumento não se processará de imediato devido a

questões financeiras e logística.

Para se entender como está distribuído o Quadro de Oficiais Engenheiros

no Comando da Aeronáutica é necessário que se entenda como o mesmo está

organizado.

3.1 A ORGANIZAÇÃO DO CORPO DE OFICIAIS ENGENHEIROS

Os Oficiais engenheiros estão divididos em três grupos: o Quadro de

Oficiais Engenheiros da Aeronáutica (QOENG), o Quadro Complementar de Oficiais

da Aeronáutica (QCOA) e o Quadro de Oficiais da Reserva Não-Remunerada

Convocados, na área de Engenharia (QOCON Eng) descritos a seguir:

Quadro de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica (QOENG) - criado

pelo Decreto-Lei nº 313, de 07 de março de 1967, alterado pela Lei

nº 5.343, de 28 de outubro de 1967 e regulamentado pelo Decreto

nº 62.219, de 02 de fevereiro de 1968, cujas diretrizes básicas

Page 36: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

35

encontram-se discriminadas na Instrução Reguladora do Quadro

de Oficiais Engenheiros, aprovada pela Portaria nº 799/GC3, de 11

de novembro de 2002 - destina-se a suprir as necessidades do

Comando da Aeronáutica de Oficiais Engenheiros para o exercício

de funções técnicas e administrativas, nas especialidades

profissionais de seu interesse, em suas Organizações Militares

(OM).

Quadro Complementar de Oficiais da Aeronáutica (QCOA) -

estabelecido no Regulamento para o Quadro de Oficiais

Temporários da Aeronáutica, aprovado pelo Decreto nº 85.866, de

1º de abril de 1981, com alterações aprovadas pelos Decretos nº

99.228, de 27 de abril de 1990, nº 865, de 9 de julho de 1993, e nº

1.367, de 12 de janeiro de 1995, e cujas diretrizes básicas

encontram-se discriminadas na Instrução Reguladora do Quadro

Complementar de Oficiais da Aeronáutica, aprovada pela Portaria

nº 158/GC3, de 25 de março de 2008 - destina-se a suprir,

temporariamente, o COMAER com oficiais para o exercício de

funções técnicas, de docência e administrativas, nas

especialidades profissionais de seu interesse, inclusive engenharia,

para suas Organizações Militares (OM).

Quadro de Oficiais da Reserva Não-Remunerada Convocados, na

área de Engenharia (QOCON Eng) - estabelecido no Regulamento

para o Quadro de Oficiais Temporários da Aeronáutica, aprovado

pelo Decreto nº 85.866, de 1º de abril de 1981, com alterações

aprovadas pelos Decretos nº 99.228, de 27 de abril de 1990, nº

865, de 9 de julho de 1993, e nº 1.367, de 12 de janeiro de 1995, e

cujas diretrizes básicas encontram-se discriminadas na Instrução

Específica para a Convocação de Oficiais e Aspirantes-a-Oficial da

Reserva Não-Remunerada (R/2) para o Serviço Ativo na

Aeronáutica, na área de Engenharia, aprovada pela Portaria nº

3/5EM, de 21 de janeiro de 2005 - destina-se a suprir as

Page 37: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

36

necessidades de pessoal de nível superior, para o preenchimento

de cargos e o exercício de funções nas Organizações Militares

(OM) do Comando da Aeronáutica (COMAER).

Compostos os Quadros, se faz necessário a definição das maneiras de

ingresso de Oficiais no Corpo de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica, bem como a

admissão de engenheiros na Carreira de Tecnologia Militar (CTM) e Defesa Aérea e

Controle do Tráfego Aéreo (DACTA).

3.2 AS FORMAS DE INGRESSO DE ENGENHEIROS

Os Engenheiros que atuam na Aeronáutica são oriundos de cursos

militares ou pertencentes à Carreira civil CTM e DACTA.

3.2.1 A formação no Corpo de Engenheiros da Aeronáutica

A grande maioria dos Engenheiros da Aeronáutica são militares, sendo o

Corpo de Engenheiros da Aeronáutica composto por Oficiais com graduação e pós-

graduação em Engenharia nos postos de Primeiro-Tenente a Major-Brigadeiro, e o

ingresso no COMAER acontece por meio das seguintes formas:

a) Quadro de Oficiais Engenheiros da Ativa (QOENG)

Concurso para o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) nas

seguintes especialidades:

Engenharia Aeronáutica (AER);

Engenharia Civil (CIV);

Engenharia de Computação (CMP);

Engenharia Eletrônica (ELN); e

Engenharia Mecânica (MEC);

Page 38: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

37

Concurso do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR)

nas seguintes especialidades:

Engenharia Cartográfica (CGR);

Engenharia Civil (CIV);

Engenharia Elétrica (ELT);

Engenharia Eletrônica (ELN);

Engenharia Mecânica (MEC);

Engenharia de Telecomunicações (TEL);

b) Quadro de Oficiais Temporários (QCOA)

Concurso do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR)

para o quadro de oficiais temporários (QCOA) nas seguintes

especialidades:

Engenharia Cartográfica (CGR);

Engenharia Civil (CIV);

Engenharia Clínica (CLI);

Engenharia Elétrica (ELT);

Engenharia Eletrônica (ELN);

Engenharia Mecânica (MEC);

Engenharia Metalúrgica (MTL);

Engenharia Química (QUI);

Engenharia de Segurança do Trabalho (STB); e

Engenharia de Telecomunicações (TEL);

c) Quadro de Oficiais Convocados (QOCON):

Convocação de oficiais e Aspirantes-a-Oficial engenheiros da reserva

remunerada (R/2) nas seguintes especialidades:

Engenharia Agrícola (AGC);

Page 39: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

38

Engenharia Agrimensura (AGM);

Engenharia Agrônoma (AGR);

Engenharia Cartográfica (CGR);

Engenharia Civil (CIV);

Engenharia Clínica (CLI);

Engenharia da Computação (CMP);

Engenharia Elétrica (ELT);

Engenharia Eletrônica (ELN);

Engenharia Mecânica (MEC);

Engenharia Metalúrgica (MTL);

Engenharia Química (QUI); e

Engenharia de Telecomunicações (TEL).

A forma de ingresso primária para o preenchimento do quadro de oficiais

engenheiros da ativa, conforme prevê a Lei nº 6.165, de 09 de dezembro de 1974,

ocorre através do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Quando essa formação

é quantitativamente insuficiente, são incluídos, por meio de concurso ao Estágio de

Adaptação de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica (EAOEAR) do CIAAR,

engenheiros formados por instituições de ensino de engenharia plena, oficialmente

reconhecidas. Essa situação ocorre rotineiramente, não só por questões

quantitativas, mas principalmente pelo fato de o ITA não formar todas as

especialidades necessárias ao COMAER (Cartografia, Telecomunicações, Civil,

Química, Metalurgia, Clínica, Elétrica e Segurança no Trabalho).

Para a complementação da demanda de mão-de-obra técnica de todas as

áreas da Engenharia, mas sem interferir no modelo de dimensionamento de quadro

(MDQ) e no fluxo de promoções, existe a modalidade de ingresso através do quadro

de oficiais temporários, por meio de concurso ao Estágio de Adaptação de Oficiais

Temporários (EAOT) do CIAAR. Nessa condição, o postulante poderá ficar no

serviço ativo por um período de 08 (oito) anos, excepcionalmente 09 (nove) anos, ao

fim do qual é desligado das fileiras do COMAER.

Como uma última possibilidade de ingresso como militar, que pode ser

considerada eventual, existe a partir de 2004 a convocação de engenheiros que

sejam Oficiais e Aspirantes-a-Oficial da reserva não-remunerada (R/2) para serem

Page 40: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

39

incluídos no quadro de oficiais convocados (QOCON) nas especialidades descritas

anteriormente. Essa forma tem se mostrado uma ferramenta útil, principalmente para

situações emergenciais.

3.2.2 A formação civil na Carreira CTM e DACTA

É previsto no âmbito das Forças Armadas a atuação de Servidores Civis

Engenheiros, integrantes da Carreira de Tecnologia Militar (CTM) e Carreira de

Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo (DACTA). A administração dos

Servidores Civis, em termos globais, não é realizada pelo COMAER, tendo em vista

que cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) a gestão das

carreiras do pessoal civil do Governo Federal (GF).

O Quadro de servidores públicos nas carreiras DACTA e CTM estão

quantificados no ANEXO A.

3.2.2.1 A carreira CTM

O último concurso realizado pelo GF para a captação de recursos

humanos para aplicação em atividades de Engenharia foi realizado em 1993. A CTM

foi criada em 1998, pela Lei nº 9.657, de 3 de junho de 1998 (de início,

contemplando apenas engenheiros) e complementada posteriormente pela Lei nº

11.355, de 19 outubro 2006, tendo sido inteiramente regulamentada recentemente,

quando também foram incluídos servidores de nível intermediário e auxiliar. Todas

as OM que lotam servidores da CTM vêm observando, nos últimos anos, constante

redução em seus efetivos, notadamente decorrente de aposentadorias sem

recompletamento, tendo em vista que a política em vigor, praticada pelo Governo

Federal nos últimos anos, não priorizou a admissão de servidores dessa área.

Em decorrência, todas as Organizações Militares subordinadas ao

DECEA, em maior ou menor grau, apresentam problemas para a manutenção dos

seus quadros de civis. Para cumprirem suas missões a contento, são obrigadas a

recorrer à alocação de Oficiais da ativa para funções que usualmente seriam

destinadas aos Engenheiros da CTM.

Page 41: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

40

3.2.2.2 A carreira DACTA

O Grupo - Defesa Aérea e Tráfego Aéreo, designado pelo código DACTA-

1.300, compreende atividades, de nível superior e médio, referente a estudos,

projetos e operações concernentes à Defesa Aérea e ao Controle do Tráfego Aéreo

(DACTA), tendo sido criado pelo Decreto nº 75.399, de 19 de fevereiro de 1975.

O ingresso de servidores públicos apresenta grande desuniformidade, em

que após 1985, só há registro de dois concursos, em 2006 e 2009.

De posse da composição dos quadros de Engenheiros militares e civis,

restam equacionar a questão da quantidade necessária ao cumprimento das

atividades necessárias à manutenção e desenvolvimento do Controle do Espaço

Aéreo.

3.3 O EFETIVO DE ENGENHEIROS

Conforme descrito anteriormente, foram criadas diversas formas de

captação de Engenheiros, porém diante das atuais necessidades de manutenção do

Sistema de Controle do Espaço Aéreo e os avanços necessários com a

incorporação de novas tecnologias, tornou-se complexo o dimensionamento de RH.

Com esse enfoque, a atual quantidade de RH nas diversas áreas da Engenharia

atende às necessidades do controle do Espaço Aéreo?

Diante da informação prestada a respeito da estrutura organizacional dos

Engenheiros no DECEA, e com o propósito de se obter uma analise da atual

situação de atuação destes profissionais em base ao cenário nacional, com as

circunstâncias específicas do controle do espaço aéreo brasileiro, será analisada, de

forma sucinta, a formação dos profissionais de engenharia que se propõem a atuar

nessa área, os problemas decorrentes da aplicação prática desse labor e a sua

conseqüente estrutura remuneratória.

3.3.1 Formação de Engenheiros no Brasil

Os números divulgados no relatório da Organização para a Cooperação e

o Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que o Brasil forma quase três

vezes menos engenheiros do que os países desenvolvidos. De 36 países analisados

Page 42: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

41

o Brasil tem o menor percentual de formandos em Engenharia, Indústria e

Construção: 4,6%, enquanto a média dos países da OCDE é de 12%. Como

exemplo a Coréia do Sul e Japão possuem 23,2% e 19% respectivamente, o Chile

forma 13,7% nessa área15.

A Engenharia está diretamente ligada ao crescimento do país. Está

ocorrendo um avanço na formação de engenheiros no Brasil, porém pouco significa

quando se avalia a necessidade desses profissionais. O governo, sabedor do

problema, prevê uma série de parcerias com diversos institutos tecnológicos, porém

o resultado não é imediato. Calcula-se que seja necessária a formação de 90.000

engenheiros por ano quando a formação atual está em cerca de 30.000 e que para a

concretização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão necessários

500.000 engenheiros16.

Outra grande empresa, a Embraer, que apresenta uma grande demanda

por Engenheiros e temendo a falta de especialistas no setor aeronáutico, criou o

Programa de Especialização em Engenharia em parceria com o Instituto

Tecnológico de Aeronáutica com a finalidade de dotar Engenheiros de outras áreas

com conhecimentos aeronáuticos17.

O Brasil convive com uma grande deficiência de engenheiros. Para

contribuir com a formação de Engenheiros e suprir as necessidades, as Forças

Armadas criaram escolas de formação como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica

(ITA) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) que preparam o Engenheiro Militar

sendo considerados centros de excelência.

O ITA tem como missão ministrar o ensino e a educação necessários à

formação de profissionais de nível superior, nas especializações de interesse do

campo Aeroespacial, em geral, e do COMAER, em particular; manter atividades de

graduação, de pós-graduação stricto sensu, de pós-graduação lato sensu e de

extensão e de promover, através da educação, do ensino e da pesquisa, o

progresso das ciências e das tecnologias relacionadas com as atividades

aeroespaciais18.

15

http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/04/10/brasil-forma-quase-tres-vezes-menos-engenheiros-do-que-paises-da-ocde-924199997.asp 16

http://www.valor.com.br/carreiras/977832/pais-convive-com-falta-cronica-de-engenheiros 17

http://aconvap.com.br/noticias.php?id=3080&chave=noticias 18

http://www.ita.br/

Page 43: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

42

Uma particularidade que ocorre no ITA é que nem todos os futuros

graduados nos cursos ministrados seguirão a carreira militar. O COMAER oferece

anualmente cerca de 30 vagas para os alunos que quiserem seguir a carreira e essa

opção é feita no segundo ano letivo. O aluno que optar pela carreira militar tem o

incentivo de receber salário como Oficial da FAB ainda durante o curso e em

contrapartida assume o compromisso de permanecer na ativa por cinco anos depois

de formado.

Voltando ao DECEA, será descrito a seguir os principais óbices

enfrentados.

3.3.2 O problema encontrado

Um dos fatores para a evasão é que muitos dos Engenheiros militares

formandos no ITA e no IME não permanecem na carreira militar, pois as empresas

privadas buscam Engenheiros de elite nas Forças Armadas19, existindo uma

declarada caça de talentos. Outro fator é o desestímulo de continuar nas Forças

Armadas por diversos motivos e entre eles está a busca por melhores salários em

outras carreiras da administração pública como será demonstrado mais adiante.

Como observado até o presente momento, a quantidade insuficiente de

Engenheiros formada nas universidades brasileiras aliado aos melhores salários

pagos pela iniciativa privada ou outras carreiras públicas do Estado pode-se verificar

que o mercado de trabalho externo influi sobremaneira no ingresso e na

permanência de profissionais na área de engenharia do Controle do Espaço Aéreo.

Com relação à carreira de Oficiais Temporários (QCOA e QOCON)

prevista para complementar o QOENG acaba por ser insuficiente, pois a evasão de

engenheiros formados pelo ITA nos primeiros sete anos de carreira no DECEA está

em 31,8% como visualizado no quadro abaixo, acarretando uma busca constante

pelo recompletamento. A tabela completa com a evasão de Engenheiros do ITA

encontra-se no ANEXO B.

19http://app.crea-rj.org.br/portalcreav3/CMS?idMateria=845B64BB-E1B3-064D-15D6-

837BF54816C6&idSecao=FA4B9D3E-40FB-570F-2407-CBAE81E54915

Page 44: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

43

ATRITO TOTAL

ENTRADAS SAÍDAS ATRITO

66 21 31,8%

Quadro 2 – Atrito geral de Engenheiros

O fato da elevada rotatividade de Engenheiros torna mais trabalhoso

manter e implantar novos projetos e equipamentos, pois além de causar um esforço

extra para o completamento da vaga do Engenheiro o mesmo terá que ser

atualizado tecnicamente antes de iniciar seu trabalho.

A equipe do setor de Recursos Humanos do DECEA, composta de

Oficiais, Graduados e Civis estão atentas para planejar constantemente a

quantidade de RH em face da evasão e surgimento de novas tecnologias de modo

que o SISDACTA tenha condição de evoluir no conceito CNS/ATM e de manter o

Brasil no grupo principal de países que atuam na Organização de Aviação Civil

Internacional (OACI).

Não obstante a elevada rotatividade de profissionais é prioridade em

todas as atividades do DECEA a segurança no Sistema de Controle do Espaço

Aéreo e Defesa Aérea (SISDACTA), onde Sistemas de Garantia da Qualidade

(SGQ) são implementados e submetidos a auditorias. Todos os Engenheiros que

trabalham no SISDACTA são submetidos a cursos específicos dos equipamentos

que mantêm ou implantam e são realizadas reciclagens constantemente. No ANEXO

C, constam os cursos disponíveis para os Engenheiros. Não está previsto no

programa de formação cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Outro obstáculo administrativo é que as diversas carreiras do Comando

da Aeronáutica estão sujeitas a variadas regulamentações (Civil e Militar). Para

facilitar o entendimento pode-se dizer que o militar está disponível durante todas às

24 horas, podendo ser acionado a qualquer momento e o servidor civil trabalha 40

horas semanais e não está provisionado o pagamento de horas extras. Também

existe diferença salarial entre as carreiras e o concurso público, como já citado

anteriormente, não é freqüente o que gera descontentamento e desestímulo.

Apesar de se contar com diversas entradas de Recursos Humanos para o

SISDACTA, não é possível fazer um planejamento de entrada para Engenheiros da

carreira DACTA e CTM, pois depende de autorização do Ministério de Planejamento

Orçamento e Gestão (MPOG).

Page 45: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

44

Além dessas duas carreiras (DACTA e CTM), foi criada no Ministério da

Defesa a carreira da DEFESA, que com certeza terá outra base salarial e aumentará

a complexidade da administração.

Outra dificuldade é que a diversidade de carreiras bem como a

diversificação de especialidades dificultam o gerenciamento e sua quantificação em

face das necessidades.

O fluxo das carreiras temporárias, com entradas de forma regular e anual,

permite flexibilidade na busca de se completar as vagas do Quadro de Oficiais

Engenheiros e permite que se atinja a quantidade mínima de Engenheiros para o

atendimento quanto às necessidades de segurança Controle do Espaço Aéreo. Para

uma melhor equalização deve-se buscar um percentual ideal de entrada de

Engenheiros sendo 40% do ITA, 40% do EAOEAR e 20% temporário.

Para aumentar a segurança do SISDACTA, além de contar com seus

engenheiros, o DECEA busca na iniciativa privada sob sua supervisão, contratos de

terceirização com diversas empresas para a manutenção de variados equipamentos.

Como foi comentado, um dos motivos da evasão é a estrutura

remuneratória das diversas carreiras que será descrita a seguir:

3.3.3 Estrutura remuneratória e de quantidade de evasão

Os diversos quadros que permitem a incorporação de Engenheiros da

Aeronáutica proporcionam diferentes níveis remuneratórios.

Quadro

Remuneração

(Remuneração Bruta R$) Tempo de Serviço

Remuneração Final

(Anos) Inicial Final

Militar (Permanente) 7.030,62 12.960,00 27

Militar (Temporário) 6.196,00 7.030,62 2

Civil (DACTA) 7.193,22 9.960,00 15

Civil (CTM) 7.808,66 13.155,13 15

Quadro 3 – Quadro de remuneração de carreiras do COMAER

Fonte: - Militar: Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001 (www.planalto.gov.br).

- Civil: Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais – 57 (www.servidor.gov.br)

Page 46: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

45

Os dados a seguir permitem uma comparação com as principais carreiras

de nível superior na Administração Pública.

Quadro

Remuneração

(Remuneração Bruta R$) Tempo de Serviço

Remuneração Final

(Anos) Inicial Final

Advogado da União 14.970,60 19.451,00 15

Auditor Federal 13.600,00 19.451,00 15

Polícia Federal 13.368,00 19.699,82 15

Quadro 4: Quadro de Remuneração de Servidores Públicos Federais

Fonte: Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais – 57 (www.servidor.gov.br)

Problemas ocorrem em todas as áreas, porém dada a importância e

necessidades de Segurança do SISCEAB, o dimensionamento de Recursos

Humanos na área de Engenharia é dinâmico e deve ser estruturado de acordo com

uma estruturação adequada, como será visto a seguir.

Page 47: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

46

4 DIMENSIONAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS

Quando se defronta com o problema de dimensionamento de mão-de-

obra em tempos de empowerment20, profissionais polivalentes, cargos

multifuncionais e outros avanços na área da Administração de Recursos Humanos,

se pensa que apenas uma rápida incursão nos manuais de RH ofereceria não uma,

mas algumas alternativas metodológicas para resolver a questão. Entretanto, para

surpresa de todos, foram identificadas a necessidade de aprimorar as técnicas

existentes para o (re) dimensionamento do quadro de pessoal. Isso é, no mínimo,

intrigante, ao se relembrar de todo o processo de downsizing21 pelo qual as

organizações vêm passando há algum tempo.

O Planejamento de Recursos Humanos (PRH) deve ser conceituado

como o processo organizacional que, ao envolver as atividades de previsão,

20O termo empowerment parte da idéia de dar às pessoas o poder, a liberdade e a informação que

lhes permitem tomar decisões e participar ativamente da organização. A utilização de equipes

autodirigidas e a adoção de sistemas orgânicos de administração e culturas participativas e abertas

nas organizações significam que estas estão tentando difundir e compartilhar o poder com todos os

seus membros, abrindo mão do controle centralizado, e isto parece ser a solução viável que promove

rapidez, flexibilidade e capacidade de decisão da organização. O empowerment se assenta em

quatro bases principais: Poder, Motivação, Desenvolvimento e liderança.

21O termo Downsizing significa em português achatamento e é uma das técnicas

da Administração contemporânea, que tem por objetivo a eliminação da burocracia corporativa

desnecessária, pois ela é focada no centro da pirâmide hierárquica, isto é, na área de recursos

humanos (RH). Trata-se de um projeto de racionalização planejado em todas as suas etapas, que

deve estar consistente com o Planejamento estratégico do negócio e cuja meta global é construir uma

organização o mais eficiente e capaz possível, privilegiando práticas que mantenham a organização

mais enxuta possível. No curto prazo envolve demissões, achatamento da estrutura organizacional,

reestruturação, redução de custos, e racionalização. A longo prazo revitaliza a empresa com a

expansão do seu mercado, desenvolve melhores produtos e serviços, melhora a moral dos

funcionários, moderniza a empresa e principalmente, a mantêm enxuta, de forma que a burocracia

não venha a se instalar novamente, uma vez amenizadas as pressões.

Page 48: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

47

desenvolvimento, implantação e controle, objetiva garantir à empresa o tipo e o

número de funcionários adequados às suas reais necessidades.

Trata, pois, o PRH, da definição qualitativa e quantitativa da mão-de-obra

necessária à Organização. Objetiva alocar o tipo certo de funcionário no lugar certo,

na hora certa, executando as atividades para as quais está mais bem qualificado e

preparado, e onde é economicamente viável. Entretanto, deve-se ressaltar que o

processo de PRH é um processo dinâmico que deve garantir o provimento

permanente dos Recursos Humanos na Organização. Para tanto, o PRH não deve

focar apenas os processos e as pessoas, mas também, entre outros fatores, as

condições de trabalho, as relações interpessoais, o desenvolvimento pessoal e

organizacional, a evolução tecnológica.

Chiavenato (1999) afirma que a atividade de determinar quantitativa e

qualitativamente os recursos humanos necessários a uma empresa faz parte do

planejamento estratégico de RH, que deve ser elaborado em conjunto com o

planejamento estratégico da empresa.

A importância da gestão estratégica de recursos humanos é ressaltada

por Chiavenato (1999), apresentando alguns modelos de planejamento de recursos

humanos mais freqüentemente utilizados. Dentre eles, podem-se citar os modelos

baseados em:

a) procura estimada do produto ou serviço;

b) segmentos de cargos;

c) substituição de postos-chave;

d) fluxo de pessoal; e

e) planejamento integrado.

Segundo o mesmo autor, o planejamento pode ser afetado por três

variáveis que devem ser consideradas durante o planejamento:

a) rotatividade de pessoal da empresa;

b) índice de absenteísmo dos funcionários; e

c) mudança na necessidade de mão-de-obra, decorrente de mudança na

política da empresa, em seus produtos e/ou em suas estratégias.

Nota-se que nos tempos atuais, com a globalização atuando em todos os

setores, a administração de Recursos Humanos tornou-se vital para todas as

organizações, pois se criou necessidades de inovação e maior velocidade no

Page 49: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

48

tratamento de processos. Segundo Klein (2002), as organizações competem com

base em seus ativos intelectuais, isto é, “funções que requerem habilidade são

desempenhadas por trabalhadores do conhecimento e empresas que melhoram com

a experiência adquirida são organizações que aprendem.” (p1)

É necessária a criação de uma cultura para incentivar o investimento em

novas tecnologias e na capacitação e com isso criar políticas de retenção do Oficial

Engenheiro, pois a rotatividade em um setor que aplica tecnologia de ponta é

extremamente prejudicial para a manutenção do Capital Intelectual e

consequentemente do Sistema do Controle do Espaço Aéreo.

O PRH do DECEA estuda, acompanha e atualiza diariamente a situação

quantitativa e qualitativa dos RH de todas as Organizações subordinadas obtendo,

de forma atualizada, a real situação do efetivo.

Para que se chegue ao modelo desejado será necessária uma análise da

estrutura normativa existente. A seguir será apresentada uma breve descrição de tal

estrutura.

4.1 ESTRUTURA NORMATIVA

Duas publicações, no Comando da Aeronáutica, norteiam o planejamento

de recursos humanos, aplicáveis a área de engenharia, sendo uma mais abrangente

a todas as organizações e uma específica à área de atuação do DECEA:

a) PCA 30-1 “Plano Plurianual de Pessoal com dois pontos focais:

- “planejamento de recursos humanos como sendo o processo de

decisão a respeito do quantitativo e do qualitativo de pessoas

necessárias para atingir os objetivos organizacionais, dentro de

determinado período de tempo”.

- “entendido como um processo cíclico e prático das determinações,

garantindo a continuidade, havendo de se considerar uma constante

realimentação de situações, propostas, solicitações, resultados e

soluções, conferindo-lhe assim dinamismo, baseado na

Page 50: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

49

multidisciplinaridade e interatividade, num processo contínuo de

tomada de decisões.

b) PCA 30-2 “Plano Estratégico de Recursos Humanos do DECEA”

- “tem por finalidade orientar as ações necessárias à adequação dos

recursos humanos de cada órgão/OM, tanto nos aspectos

quantitativos quanto qualitativos.”

- “determinação das necessidades, regidas por considerações sobre os

critérios a serem levados em conta quando da criação, modificação

e extinção de qualquer órgão/OM e, ainda, a procedência dos

recursos humanos a serem empregados e foco no esforço anual na

busca de atualização e completamento do efetivo”.

As normas se assemelham ao que se propõe: planejar seus recursos

humanos, habilitando-se a perenizar a eficiência na qualidade do serviço prestado e

o alcance com eficácia de objetivos cada vez mais complexos, sendo o PCA 30-1

com foco mais abrangente quanto ao aspecto comportamental, em que se utiliza a

projeção na carreira como fator motivador.

Comportamento gera comportamento, o trabalhador respeitado passa a

respeitar e assimilar o planejamento e a coletividade grupal.

O foco do planejamento de pessoal, no entanto, não amplia a uma política

sólida de recompensas, seja, por exemplo, a prática salarial, donde se tem a

remuneração como um propósito básico de recompensa dos colaboradores pelo

dispêndio de tempo e força de trabalho empreendido.

Dessa forma, o planejamento impõe fatos objetivos numéricos, não

abordando aspectos da teoria comportamental.

Outro aspecto precedente nas publicações consiste no conflito entre a

autoridade do especialista (conhecimento) e a autoridade administrativa (hierarquia).

Chiavenatto (Teoria Estruturalista da Administração, p 285) classifica as situações

típicas como a tensão imposta à organização pela utilização do conhecimento,

Page 51: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

50

sendo este o instrumental subsidiário para o alcance dos objetivos, enquanto a

gestão exercida pelo administrador se identifica com os objetivos globais.

Observa-se, assim, uma implicação dinâmica restritiva aos fatores

motivacionais para o crescimento profissional que gera índices elevados de evasão

de engenheiros na carreira militar.

A estrutura normativa é aplicada nas várias OM, conforme estruturadas

abaixo.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DA ESTRUTURA

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), além da sede,

tem subordinadas as seguintes Organizações Militares: CERNAI; CISCEA;

CCSIVAM; CINDACTA I, II, III e IV, SRPV-SP, PAME, ICA, ICEA, 1ºGCC, cinco

Esquadrões GCC; GEIV; CGNA e setenta e sete Destacamentos, onde a presença

de engenheiros torna-se necessária para a manutenção, o planejamento, a

instrução, a elaboração de projetos e de documentação cartográfica, o

assessoramento e a gerência das diversas atividades de engenharia.

As ações do DECEA impõem que a ampliação da capacidade de

gerenciamento e controle do tráfego aéreo nas áreas de maior movimento do País

será alcançada com a reestruturação do sistema de rotas ATS nacionais e

internacionais, bem como com as modificações da circulação aérea nas principais

áreas de controle de terminal (TMA), com a aplicação da Navegação Baseada em

Performance (PBN), de maneira a adequar a capacidade à demanda de tráfego

aéreo que terá aprimorada a integridade, precisão e desempenho, principalmente

por meio do emprego do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS).

4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES

As atividades de Controle do Espaço Aéreo estão concentradas no

DECEA (normas, supervisão e gerenciamento) e nas suas OM subordinadas

(execução), sendo realizadas por oficiais engenheiros das especialidades de

Telecomunicações (TEL), Elétrica (ELT), Eletrônica (ELN), Computação (CMP),

Page 52: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

51

Mecânica Aeronáutica (MEC), Civil (CIV) e Cartografia (CGR), e contemplam as

seguintes atribuições:

a) condução, fiscalização ou inspeção de todas as fases afetas ao suporte

logístico de radares, auxílios à navegação aérea, equipamentos de comunicação

aeronáutica, sistemas informatizados, de energia e de outros equipamentos;

b) participação na elaboração, negociação e fiscalização de contratos e

nas Comissões de Fiscalização de Recebimento no decorrer dos processos de

aquisição de radares, auxílios à navegação aérea, equipamentos de comunicação

aeronáutica e sistemas informatizados (de energia e demais materiais ou serviços);

c) participação em Grupos de Estudos instituídos para elaborar projetos

dos equipamentos e sistemas afetos à área de atuação do Controle do Espaço

Aéreo;

d) elaboração de pareceres técnicos ou de requisitos para compor os

Requisitos Técnicos Logísticos e Industriais (RTLI);

e) participação no processo de evolução técnica relacionado às atividades

de gerenciamento do espaço aéreo;

f) participação, junto à OACI, para o desenvolvimento de novos

equipamentos e sistemas, em consonância com os compromissos assumidos no

âmbito da comunidade internacional de aviação civil;

g) participação nas atividades de pesquisa e desenvolvimento

concernentes ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro - SISCEAB;

h) atualização dos processos inerentes às atividades de cartografia,

informações aeronáuticas, meteorologia aeronáutica e de comunicações;

i) implantação, coordenação e fiscalização das atividades relativas à

Tecnologia da Informação, bem como a sua integração aos diversos sistemas no

âmbito do SISCEAB;

j) elaboração de requisitos técnicos objetivando a aquisição e operação

de meios de detecção e de telecomunicações para a Defesa Aeroespacial; e

k) participação no levantamento dos índices/indicadores relacionados

com a demanda do tráfego aéreo e a qualidade da infraestrutura do SISCEAB.

De posse das atividades, é necessária a organização, acompanhamento,

formalização e distribuição dos Engenheiros nos locais de trabalho, segundo um

padrão de progressão.

Page 53: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

52

Como foi visto, a estrutura que compõe o DECEA é complexa, com muitas

organizações, as quais abrangem todo o território nacional.

As responsabilidades, inerentes às atividades de cada uma das

organizações do DECEA, perfazem um rol de importância vital para o correto

funcionamento do Tráfego Aéreo (nacional e internacional) na área de jurisdição do

DECEA, no Brasil.

Os problemas, já apresentados nos capítulos anteriores, bem como a

estrutura e a filosofia de concepção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo

podem ser afetados de maneira substancial caso a falta de Recursos Humanos com

alta capacitação tecnológica venha a existir.

Para obter uma solução que venha a se contrapor ao problema exposto e

que responda às questões resultantes desta situação, é apresentada uma proposta

que: otimizará os Recursos Humanos existentes; buscará maneiras de fixar o RH ao

SISCEAB e renovará os quadros desses técnicos altamente especializados. Será

proposto também um fluxo de ingresso que venha a atender as necessidades a

curto (até 3 anos) e médio prazo (até 8 anos).

A proposta, inicialmente, abordará a estruturação de uma sistemática que

vise fixar o Engenheiro ao SISCEAB, desde o seu ingresso na Força Aérea

Brasileira até a sua saída, em visão de ótima expectativa, do serviço ativo, aos trinta

anos de serviço.

Em sequência, será apresentado um modelo matricial que resultará, em

números anuais para o ingresso de Engenheiros, com vistas ao médio prazo, de

modo que o SISCEAB opere de maneira satisfatória.

Segue a proposta:

4.4 PADRÃO DE PROGRESSÃO, DE FIXAÇÃO E DE QUANTIFICAÇÃO (PPFQE)

De modo a se buscar uma “visão de carreira” para o Engenheiro (DACTA,

CTM e/ou militar) que ingressa no serviço ativo da FAB, é apresentado um

faseamento que vise à progressão profissional, de maneira econômica eficiente para

a FAB.

Page 54: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

53

4.4.1 Fase Inicial “A” (Adaptação) - 1º ano

Compreende o estágio de adaptação no PAME-RJ, destinado aos

Engenheiros recém transferidos, com duração de três semanas, visando adaptação

às atividades e ao conhecimento do vocabulário técnico utilizado no âmbito do

SISCEAB. No restante do período, esses Engenheiros continuarão a receber

orientações técnicas que complementem seu conhecimento profissional.

4.4.2 Fase Inicial “B” (Especialização) - do 2º ao 5º ano

No exercício de atividades específicas (radar, telecomunicações, auxílios

à navegação, eletricidade, computação, cartografia e mecânica) e quando

pertencendo ao efetivo dos CINDACTA, SRPV-SP, ICA, GEIV, PAME-RJ, 1º GCC e

DTCEA é compulsório que todos os Engenheiros incluídos nesta fase sejam

matriculados em cursos de especialização, principalmente, os proporcionados pela

CISCEA, ICEA e PAME-RJ.

Estes cursos estão previstos no Plano de Ensino e Atualização Técnica

(PAEAT) e são voltados para determinados tipos de equipamento, permitindo que o

Engenheiro tenha condições de entender o seu funcionamento, atuar na

manutenção e, principalmente, chefiar equipes de manutenção.

Os Engenheiros desta Fase poderão realizar na OM em que esteja

classificado ou no setor técnico a que pertença, e de acordo com a sua

especialidade, alguns dos cursos constantes deste Plano.

Nos projetos de implantação ou substituição de sistemas ou de

equipamentos, a CISCEA poderá adquirir cursos no país ou no exterior, visando à

disseminação do conhecimento entre os engenheiros e técnicos do SISCEAB.

4.4.3 Fase Intermediária - do 6º ao 14º ano

Serão propiciados cursos de especialização (MBA) específicos ou

mestrados profissionais voltados para as atividades técnicas de alto nível, citando,

por exemplo, entre outros, Mestrado em Sistemas Elétricos de Potência, MBA em

Logística ou MBA em Segurança da Informação. Esses cursos são acionados por

Page 55: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

54

intermédio do PLAMENS, atendendo aos requisitos incluídos nas Instruções que

regulam esses Planos, após criteriosa avaliação realizada pela área técnica do

DECEA e verificação da sua necessidade para o SISCEAB.

Quando ocorrer a necessidade imediata de capacitação do profissional

em um determinado sistema ou equipamento, será utilizado o Programa Anual de

Cursos Especiais (PACESP / DECEA).

Para a realização dos cursos de pós-graduação ou de especialização, se

prevê a indicação de até 70% dos engenheiros dos postos de tenente e capitão e

dos civis equiparados a estes postos, que se encontrem na faixa de seis a onze

anos após ingresso no QOEng e nas carreiras DACTA e CTM, citando-se como

exemplo, dentre outros, os cursos voltados para as seguintes áreas: Sistemas de

Telecomunicações; Redes de Computadores; Sistemas de Energia; Controle e

Planejamento Financeiro da Manutenção; e Logística.

Ainda nesta fase, limitando-se a 20% do efetivo, capitães e/ou civis

equivalentes, preferencialmente entre doze e catorze anos após ingresso no

SISCEAB e sem prejuízo do serviço, poderão realizar Cursos de Mestrado

profissional de acordo com o exclusivo e imediato interesse do Sistema. Podem ser

citados como exemplo, dentre outros, os cursos nas seguintes áreas: Sistemas

Elétricos de Potência; Engenharia Elétrica – Telecomunicações, com ênfase em

Sistemas de Telecomunicações, Propagação ou Processamento de Sinais; Sistemas

CNS, com ênfase em Comunicações e Navegação e Vigilância baseados em

Sistemas Satelitais.

4.4.4 Fase Gerencial “A” - do 15º ao 19º ano

É a fase da carreira em que tem início a mudança do conceito funcional

do Engenheiro, conciliando a sua experiência técnica com as atividades gerenciais,

mediante a participação em cursos compatíveis com essas atividades.

Considera-se, ainda, a possibilidade da realização de cursos,

especialmente de MBA Gerencial e Doutorado, em caráter excepcional, para atender

às necessidades do Sistema. Nesta fase, tem-se o retorno do investimento realizado

durante a carreira e o integrante do QOEng e do correspondente civil passa a ser

alocado em funções gerenciais, tanto no DECEA quanto nas OM subordinadas. Os

Page 56: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

55

limites de participação, após alcançar o efetivo adequado no posto de major e/ou

civil equivalente são: até 30% para o MBA Gerencial e até 10% para o Doutorado.

Para esta fase, são especificados cursos de MBA Gerencial nas seguintes

áreas: Gerência de Projetos; Gerência de Logística; Administração; Gerência de

Telecomunicações; Gestão de Manutenção; Gestão da Qualidade e Gestão de

Processos, dentre outras. Após a sua conclusão, é altamente recomendável que o

Engenheiro retorne ao Sistema, para dar continuidade ao desenvolvimento dos

projetos que ensejaram sua designação para os respectivos cursos ou estágios.

Por meio da observação da experiência acumulada e dos perfis

individuais, os Engenheiros poderão ser designados, conforme a especialidade, para

atuar nos seguintes cargos, observando-se as especificações de função

estritamente militar e função civil ou militar:

a) Chefe de Seções do Subdepartamento Técnico do DECEA; e

b) Chefe das Subdivisões Técnicas das OM subordinadas (CISCEA,

PAME-RJ, ICEA, CINDACTA, SRPV-SP e ICA).

4.4.5 Fase Gerencial “B” - a partir do 20º ano

Nesta fase, o oficial Engenheiro passa a atuar, primordialmente, como

gerente no âmbito dos diversos processos do SISCEAB, com reduzida possibilidade

de realização de cursos, encerrando-se os investimentos em qualificação, haja vista

que já deve ter ocorrido a consolidação da experiência e da capacitação técnico-

profissional adquirida durante a carreira.

A administração identificará aqueles que apresentarem destacados

índices de desempenho profissional e de aproveitamento nos cursos realizados

(discente e/ou docente), para alocá-los, preferencialmente, em órgãos normativos ou

de decisão.

Os tenentes-coronéis e/ou civis equivalentes poderão ser designados

para exercer, independentemente da sua especialidade, as seguintes funções,

observando se civil ou militar:

a) Adjunto dos Chefes de Divisões Técnicas do DECEA ou da CISCEA;

b) Chefe de Divisões Técnicas dos CINDACTA ou do SRPV;

Page 57: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

56

c) Chefe da Divisão Técnica do Parque de Material Eletrônico da

Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ);

d) Chefe de Seções do Subdepartamento Técnico do DECEA; e

e) Assessor da Gestão de Qualidade da CISCEA.

Concomitantemente, o Engenheiro deve demonstrar potencial, durante

esta fase, para gerir a aplicação de novas tecnologias existentes no SISCEAB e

contribuir para o alcance de todos os objetivos traçados para os elos desse Sistema.

Os Coronéis e/ou civis assemelhados poderão ser designados para

exercerem, independentemente da especialidade de origem, os seguintes cargos

respeitando se civil ou militar:

a) Chefe de Divisões do Subdepartamento Técnico do DECEA;

b) Adjunto do Chefe do Subdepartamento Técnico do DECEA;

c) Diretor do Parque de Material Eletrônico da Aeronáutica do Rio de

Janeiro (PAME-RJ); e

d) Diretor do Instituto de Cartografia da Aeronáutica (ICA).

Para uma melhor visualização o modelo de fluxo da progressão funcional

de Engenheiro é apresentado no ANEXO D.

Dessa maneira, entende-se que este faseamento para a progressão

profissional permitirá a fixação do Engenheiro ao SISCEAB e de posse de todos os

dados e necessidades, poder-se-á visualizar uma matriz quantitativa de

Engenheiros.

4.5 DEFINIÇÃO DE UMA MATRIZ QUANTITATIVA PARA O INGRESSO (MQIE)

A matriz MQIE estará dividida em áreas administrativas e técnico-

operacional.

Na área administrativa, são considerados os cargos de Direção. Esta

característica visa atender ao aspecto administrativo e consistirá na gestão

organizacional, estando o Engenheiro na condição de tomada de decisão.

Page 58: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

57

Na área técnico-operacional, as atividades se relacionarão aos cargos

setoriais, subentendidos os níveis estratégicos para a condução das atividades das

organizações, com macroprocessos que estão vinculados às atividades-fim,

definidas em Regimento Interno de cada organização do SISCEAB e que atuam na

manutenção de mais de 5.000 equipamentos e de uma área de jurisdição superior a

8.200.000 km2 do território nacional, assim considerados:

a) Auxílios à Navegação;

b) Infraestrutura;

c) Radar;

d) Tecnologia da Informação; e

e) Telecomunicações.

Esse modelo mapeará o fluxo das pessoas para o ingresso, a prestação

do serviço ativo e a retirada do serviço ativo da organização (com visão de ótima

expectativa de permanência – 30 anos).

O ingresso de Engenheiros entre as carreiras militares deverão manter

certas características de cada tipo de formação como descrito no ANEXO E.

A análise histórica do movimento de entradas, de saídas, de promoções e

de transferências internas permitirá uma predição de curto prazo das necessidades

de pessoal da organização, antecipando as conseqüências de contingências, como

a política de promoções da organização, o aumento da rotatividade ou as

dificuldades de recrutamento.

4.5.1 Funções de Engenharia no DECEA

Atualmente existem as seguintes funções no DECEA.

Cargos de Diretor de Organizações 03

Divisões 12

Assessorias 03

Subdivisões 45

Seções 188

Total de funções 251

Quadro 5 – Tabela quantitativa de funções

Page 59: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

58

4.5.2 A Matriz MQIE

A matriz MQIE utiliza um modelo de Planejamento de Gestão de Pessoas

(PGP) para a determinação da força de trabalho de uma unidade organizacional,

tendo interferência nos seguintes aspectos:

a) Entradas:

- Admissão;

- Transferências e promoções de outras unidades; e

- Retorno de afastamentos.

b) Saídas:

- Desligamentos;

- Aposentadorias;

- Transferência e promoções para outras unidades;

- Afastamentos.

Macroprocesso

Peso

(Nível22)

Quantitativo

(Funções23 x

Peso) Parque Base Orgânico

Auxílios à Navegação 3 2 1 90

Infraestrutura 1 1 1 45

Radar 3 2 1 90

Tecnologia da Informação 1 1 1 45

Telecomunicações 2 2 1 75

Total de Engenheiros 10 7 5 345

Quadro 6 – Quantitativo Funções X Peso

22

Os níveis se referem às complexidades para as soluções de problemas técnicos, onde em nível de “Parque” ter-se-á grandes reparos de equipamentos (maior complexidade) e em nível “Orgânico”, serão realizadas as manutenções previstas para o funcionamento do equipamento (mais simples). O nível “Base” é o nível intermediário entre os níveis “Parque” e “Orgânico”. 23

É o somatório dos cargos de Chefia de Divisões e de Assessorias Técnicas.

Page 60: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

59

Como todo cálculo matemático, a matriz MQIE redundará em tabelas que,

com base nos dados de entrada, efetuam a proposição ideal para que o cálculo

matemático apresente uma solução exata para a necessidade requerida.

Em face do estipulado até agora, pode-se definir o redimensionamento

atual que está demonstrado no ANEXO F.

As necessidades de RH estão em constante evolução como já foi

comentado anteriormente e a tendência verificada é a de aumento no número de

Engenheiros principalmente nos posto de Tenente e Capitão como está

demonstrado no ANEXO G.

Com base no apresentado, é necessário se efetuar um repasse de todo o

tema, de modo a se concluir o trabalho.

Page 61: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

60

5 CONCLUSÃO

Pode-se constatar, na introdução ao trabalho monográfico, que foi

necessária uma elucidação da execução de responsabilidades no Controle do

Espaço Aéreo brasileiro para que o posicionamento do DECEA dentro do Comando

da Aeronáutica fosse entendido de maneira ampla e didática, onde o DECEA atua

em atenção às devidas responsabilidades do Estado Brasileiro para o cumprimento

dessa missão, respaldado pela Carta Magna brasileira, em seu artigo 142.

Constatou-se que a segurança da Navegação Aérea e do Controle do

Espaço Aéreo possuem influência direta em relação ao aumento do Tráfego Aéreo,

observado e divulgado nos meios de comunicações, tornando-se necessário um

estudo envolvendo a engenharia no SISCEAB, bem como uma adequação

qualitativa e quantitativa dos Recursos Humanos para prover a segurança da

Navegação Aérea, ou seja, uma análise do processo de redimensionamento de RH.

Posteriormente, foi descrita a estrutura do Departamento de Controle do

Espaço Aéreo e como funciona o Sistema de Controle do Espaço Aéreo. Ressaltou-

se a importância da integração de sistemas e de meios que atendem ao Sistema de

Controle do Espaço Aéreo e a Defesa Aérea (SISDACTA). Foi descrito também

como é produzido o Gerenciamento de Tráfego Aéreo, a Rede Meteorológica, a

Cartografia Aeronáutica, as Informações Aeronáuticas, as Telecomunicações

Aeronáuticas, e o Sistema de Busca e Salvamento. Destacou-se na Estratégia

Nacional de Defesa que o binômio Segurança e Desenvolvimento, inseparáveis,

incluem o SISCEAB e o SISDABRA nos seus projetos e por fim, vislumbrou-se o

cenário que se apresenta, interno ao Brasil, com seus pormenores e características.

A seguir, tratou dos Recursos Humanos. Foi descrita a organização do

corpo de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica, as formas de ingresso e como é

conduzida a formação civil e militar.

Como uma das dificuldades, foi demonstrada a quantidade insuficiente de

Engenheiros formados no país e a evasão de muitos militares formados no ITA. Para

suprir esta deficiência é utilizado o Quadro Complementar de Oficiais da Aeronáutica

(Temporário).

Foi citada também a estrutura remuneratória como fator de desestímulo,

tanto na carreira militar como na civil, sendo comparada com outras carreiras da

administração pública.

Page 62: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

61

Após analisar o processo de redimensionamento de Recursos Humanos,

na área de Engenharia, conclui-se que a elevada rotatividade, em virtude

principalmente da evasão de Engenheiros, exerce forte influencia no atendimento do

quantitativo ideal de Engenheiros nas diversas especialidades. É também utilizado o

recurso de terceirização de alguns serviços, priorizando o efetivo existente,

principalmente para a supervisão do SISCEAB, tendo como principal objetivo o

aspecto de Segurança e Defesa do Controle do Espaço Aéreo.

Para minimizar o problema, foi elaborada uma proposta de fixação e de

quantificação de Engenheiros no SISCEAB. Para que se desenvolvesse tal modelo,

foi observada a documentação existente, interna ao COMAER, o PCA 30-1 e o PCA

30-2. Foi identificada a estrutura organizacional e as atividades a serem realizadas

em uma visão de 3 a 8 anos, buscando uma “visão de carreira” para o engenheiro e

apresentado um faseamento que vise à progressão profissional dos engenheiros

que trabalham no Sistema de Controle do Espaço Aéreo. Como proposta para a

solução do problema apresentado, foi apresentado o Padrão de Progressão, de

Fixação e de Quantificação de Engenheiros (PPFQE) para o SISCEAB.

Uma vez definido o faseamento para a progressão profissional, foi

apresentada a Matriz Quantitativa para o Ingresso de Engenheiros (MQIE) que

visem laborar no SISDACTA.

Desta maneira, o oficial engenheiro receberá a motivação necessária para

a sua permanência no SISCEAB, contribuindo para a segurança e eficiência do

controle do tráfego aéreo do Brasil.

A antevisão de problemas é uma característica que o ser humano possui

em sua natureza, sendo que a inteligência é o meio pelo qual o homem se utiliza

para se antecipar aos eventos futuros. Nesse sentido toda Organização para se

manter e progredir não pode ficar estacionada, pois deve buscar uma solução para

seus problemas organizacionais. Essa antevisão pode ser caracterizada por muitos

textos, mas a reflexão a respeito do tema pode muito bem ser observada na

seguinte frase de Idalberto Chiavenato, em seu livro. Teoria Geral da Administração

na página 246:

Toda organização existe, não para si mesma, mas para

alcançar objetivos e produzir resultados. É em função

dos objetivos e resultados que a organização deve ser

dimensionada, estruturada e orientada.

Page 63: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

62

REFERÊNCIAS

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______, Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica. Comando Geral do Pessoal. Plano Plurianual de Pessoal - PCA 30-1. [Brasília – DF], 2011.

______, Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica. Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Plano Estratégico de Recursos Humanos do Comando da Aeronáutica – PCA 30-2. [Rio de Janeiro], 2009.

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CREA. Empresas Buscam Engenheiros de Elite no Exército. Rio de Janeiro, 05 jan 2011. Disponível em: <http://app.crea-rj.org.br/portalcreav3/CMS?idMateria=845B64BB-E1B3-064D-15D6-837BF54816C6&idSecao=FA4B9D3E-40FB-570F-2407-CBAE81E54915>. Acesso em: 25 set 2011.

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Page 64: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

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Page 65: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

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SILVEIRA, Virgínia. Programa brasileiro de defesa atrai o interesse das múltis. Valor Econômico, Rio de Janeiro, 18 abr. 2011. Disponível em: <http://www.valor.com.br/arquivo/883245/programa-brasileiro-de-defesa-atrai-o-interesse-das-multis>. Acesso em: 25 set 2011.

Page 66: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

65

ANEXO A – QUADRO DE SERVIDORES PÚBLICOS POR CARREIRA

ENGENHARIA

ANEXO A – Quadro de servidores públicos por carreira

(*) - Civil removido da DIRINT e não houve transposição para a Carreira de Tecnologia Militar.

DACTA

301 CTM PGPE (*) TOTAL

DECEA 15 3 1 19

ICA 1 1 0 2

PAME 14 3 0 17

SRPV-SP 11 0 0 11

CINDACTA 1 22 0 0 22

CINDACTA 2 8 0 0 8

CINDACTA 3 7 0 0 7

CINDACTA 4 7 0 0 7

TOTAL 85 7 1 93

Page 67: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

66

ANEXO B – ATRITO DE TENENTES ENGENHEIROS FORMADOS NO ITA

ATRITO DE TEN QOENG DO DECEA FORMADOS PELO ITA

ANO ELN CMP MEC

ENT SAI ATRITO ENT SAI ATRITO ENT SAI ATRITO

2010 0 0

50%

1 0

19%

1 0

27%

2009 1 1 4 0 2 0

2008 6 3 3 1 2 0

2007 3 0 7 0 3 1

2006 2 2 4 0 1 0

2005 3 2 0 0 0 0

2004 2 1 3 1 0 0

2003 3 0 2 0 0 0

2002 1 0 4 1 1 1

2001 0 0 2 2 0 0

2000 3 3 0 0 0 0

1999 0 0 1 1 1 1

TOTAL 24 11 31 6 11 3

ANEXO B- Atrito de Tenentes Engenheiros formados no ITA

Obs: A saída de Tenente Engenheiro refere-as apenas aos pedidos de demissão. ENT – Entradas SAI – Saídas

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ANEXO C – LISTA DE CURSOS DO SISCEAB

Auxílios à Navegação e Meteorológicos

Básico de manutenção de ILS

Manutenção de VOR – básico

Manutenção de DME – básico

Manutenção básica de UPS - sistema SATURNIA

Manutenção USCA STEMAC - sistema SATURNIA

Manutenção de auxílios luminosos de aproximação (VASIS/PAPI/ALS)

Manutenção de ILS MARK II

Manutenção de instrumentos meteorológicos

Manutenção de gerador de hidrogênio STUART

Manutenção básica de sistema de aterramento elétrico

Manutenção de NDB – básico

Manutenção de estação meteorológica de altitude

Manutenção de VOR/DME 0100

Manutenção de DME 0100

Manutenção do GLIDESLOPE END FIRE

Manutenção do sistema ILS MK10/20

Manutenção do sistema DME 1118

Manutenção do sistema ILS ASII 2100

Manutenção da estação meteorológica eletrônica de superfície

Radares

Manutenção de radar – básico

Manutenção de radar TRS2230

Manutenção do radar meteorológico RMT 0100D

Manutenção no sistema radar MRCS-403

Introdução a sistemas computacionais aplicados a radar

Manutenção do MSSR radar secundário autônomo

Radar transportável 3D - 1.4

Manutenção de radar meteorológico DOPPLER DWSR 85005

Manutenção do radar primário ASR23SS

Mecânica do radar meteorológico doppler DWRS8500S

Radar SIR-M da SELEX-SI

Sistemas Automatizados

Supervisão técnica software aplicativo X-4000

Gerenciamento de base de dados sistema X-4000

Subsistema de tratamento de dados radar ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB

Page 69: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

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Sistemas de Telecomunicações

Operacão do transceptor TW-7000 e acessórios

Manutenção do transceptor TW-7000 e acessórios

Manutenção de estações integradas de VHF AM 0200

Operação e manutenção de central telefônica ERICSSON md110-bc10

Manutenção de VHF - PARK AIR

Manutenção e operação da estação fixa de UHF - THOMSON/TELERAD

Operação e manutenção da central de áudio SITTI M600

Manutenção de estações remotas do sistema TELESAT

Manutenção de estações centrais do sistema TELESAT

Tecnologias de comunicações aplicadas ao Controle do Espaço Aéreo

Manutenção sistema telefônico – PABX

Telecomunicações do radar 3D

Sistema SATCOM

Manutenção da estação remota DCE DATALINK

Energia e Climatização

Operação em sistemas de energia padrão DECEA

Unidades retificadoras SATURNIA - nível parque

Manutenção de ar-condicionado central

Elétrica, UPS e mecânica de grupos geradores

Sistema de energia grupo gerador Gruger/Usca - modelo st-2000

Lista de cursos ou estágiosda “área de infraestruturae edificações”

Pós-graduação para especialização em cálculo estrutural de engenharia civil;

Pós-graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho;

Pós-graduação (MBA) em Gerência de Projetos;

Curso de pós-graduação (MBA) em Gestão Ambiental;

Pós-graduação em Energias Renováveis;

Curso de pós-graduação em Geração e Transmissão de Energia;

Pós-graduação em Engenharia Sanitária;

Mestrado de cálculo estrutural na área de engenharia civil;

Mestrado na área de Infraestrutura;

Mestrado na área de Pavimentação;

Mestrado na área de Drenagem;

Mestrado em Eficiência Energética;

Mestrado em Sistemas de Energia;

Mestrado em Processamento de Sinais;

Mestrado em Automação e Controle;

Mestrado em Eng. Sanitária ou Química em Controle de Poluição;

Curso de doutorado na área de Infraestrutura; ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB

Page 70: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

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Doutorado na área de Pavimentação;

Doutorado na área de Drenagem;

Doutorado de cálculo estrutural na área de engenharia civil;

Doutorado em Eng. Sanitária ou Eng. Química em Controle de Poluição;

Fiscalização e Controle de Obras;

Gerência de Pavimentos;

Projetos de Aeródromos;

Cursos de Engenharia de Campanha: Elevação de Nível em Defesa Passiva (CENI-DP); Neutralização e Destruição de Artefatos Explosivos (CNDAEX); Operador de UCE; Engenharia de Campanha no CRTC, Volkfield, Wisconsin – EUA;

Especialização em Contraincêndio e Salvamento (CEOCIS);

Extensão em Engenharia Elétrica;

Extensão em Logística;

Extensão em Eng. de Infraestrutura Aeronáutica/Civil Aeronáutica;

Extensão em Engenharia de Custos;

Extensão em Energia Solar Fototérmica;

Extensão em Energia Solar Fotovoltaica;

Extensão em Gás Combustível;

Extensão em Sistemas de Prevenção e Combate a Incêndio;

Extensão em Cabeamento Estruturado;

Extensão em Projetos de Subestações;

Extensão em Sonorização;

Extensão em Detecção e Alarme de Incêndio;

Extensão em Conservação / Eficiência Energética;

Extensão em Manutenção de Geradores;

Extensão em Reuso e Aproveitamento de Águas Pluviais;

Extensão em Elevadores e Escadas Rolantes;

Aperfeiçoamento em Ar Condicionado e Ventilação Mecânica;

Refrigeração e Ar Condicionado;

Cálculo de Carga Térmica de Ambientes;

Qualidade do Ar Interno;

Descontaminação e Limpeza de Redes de Dutos;

Seleção de Bombas Hidráulicas;

Seleção de Trocador de Calor;

Seleção e Instalação de Compactadores de Resíduos;

Seleção de Tanques de Armazenamento e Equipamentos Corrosivos;

Instalação e Manutenção de Câmaras Frigoríficas;

Tubulações Industriais;

Caldeiras de Pressão;

Dimensionamento de Redes e Equipamentos do Sistema de Vapor;

Dimensionamento de Redes de Gases Industriais e Inflamáveis;

Dimensionamento e Distribuição de Ar Comprimido e Pneumático;

Dimensionamento e Seleção de Compressores de Ar Comprimido;

Dimensionamento e Seleção de Bombas de Vácuo;

Dimensionamento de Gases Medicinais, Oxigênio Industrial e Medicinal; ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB

Page 71: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

70

Dimensionamento e Seleção de Ventiladores Industriais;

Dimensionamento e Instalação de Depósitos de Resíduos;

Dimensionamento e Seleção de Portas Automáticas;

Dimensionamento de Distrib. do Ar, Filtragem e Seleção de Difusores;

Dimensionamento de Torres de Arrefecimento e Trat. Físico-químico;

Dimensionamento de Redes de Tubulação de Água Quente;

Dimensionamento e Seleção de Tanques e Equipamentos de Líquidos Combustíveis;

Dimensionamento e Seleção de Pontes Rolantes;

Dimensionamento e Seleção de Talhas Elétricas e Manuais;

Dimensionamento e Seleção de Guindastes e Içadores Hidráulicos;

Dimensionamento e Seleção de Transportadores de Bagagens;

Dimensionamento e Seleção de Sistemas de Transmissão;

Dimensionamento e Seleção de Lavadores de Gases;

Pinturas Anti Corrosivas e Industriais;

Descontaminação de Produtos Químicos e Combustíveis;

Inspeção e Avaliação de Soldas Industriais;

Catalogação da Aeronáutica para o Sistema de Catalogação da Aeronáutica (SISCAE);

Catalogação para o Sistema Militar de Catalogação;

Catalogação Aplicada à Logística;

Administração de Patrimônio;

Avaliação de Imóveis;

Geração e Tratamento de Ar Comprimido;

Segurança de Trabalho para Caldeiras e Sistema de Vapor;

Segurança e Manutenção de Redes e Equipamentos de Líquidos Combustíveis;

Redes e Equipamentos de Líquidos e Produtos Químicos;

Gerenciamento de Frotas de Veículos e de Gestão Orçamentária – ENAP;

SIAFI – ENAP; e

Estágio de Corrosão para Oficiais. ANEXO C – Lista de cursos do SISCEAB

OBS: Os cursos listados acima poderão ser realizados pelo oficial

engenheiro ao longo da carreira militar, dependendo de sua habilitação anterior, do seu setor de atuação ou do projeto que participará.

Page 72: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

71

ANEXO D – MODELO DE FLUXO DA PROGRESSÃO FUNCIONAL DE ENG

Fo

rma

çã

o ITA(CFOEng - Graduação)

CIAAR(EEAOAR - Estágio de Adaptação)

Cla

ssific

açã

o

ICA

Cartografia

ICEAPesquisa e

Desenvolvimento

GEIV

Inspeção em Voo

1º GCCComunicações,

Controle e Alarme

PAME-RJ

CINDACTANível Parque/Orgânico

DTS

DTCEATM-RJComunicações/Telemática

Fase I

nic

ial

"A"

Ten

1 Adaptação * (PAME-RJ)

Cursos de Especialização* (CISCEA/ICEA/PAME-RJ/CINDACTA/SRPV-SP/Destacamentos)

"B"

23

45

Fase I

nte

rmediá

ria

Cap

Mestrado Profissional(PAEAT / PACESP / PLAMENS)

Até 20% do Efetivo

MBA - Específico(PAEAT / PACESP / PLAMENS)

Até 70% do Efetivo

CARGOSChefe de Seção/Subdivisão

CAP

67

89

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

Maj

Fase G

ere

ncia

l

"A"

Ten C

el

21

22

23

"B"

Cel 24

25

26

27

28

CARGOSChefe de Seção/Subdivisão/Divisãio/Comando

MBA - Gerencial(PAEAT / PACESP / PLAMENS)

Caráter Excepcional: até 30% do Efetivo

DoutoradoAté 10% do Efetivo

CCEM

CPEA/Equivalentes

Fluxo da Progressão Funcional para os Integrantes do QOENG

CARGOSChefe/Adjunto de Divisão/Seção:DECEA/CISCEA/CINDACTA/SRPV-SP/PAME-RJ/ICA/ICEA

Assessor:: DECEA/CISCEA/CINDACTA/

Comando: PAME-RJ/ICA

CARGOS

Chefe/Adjunto de Divisão:DECEA/CISCEA

Assessor:: DECEA/CISCEA/CINDACTA

Comando: PAME-RJ/ICA

CARGOSChefe de Seção

Obs: (*) Locais do Curso

ANEXO D – MODELO DE FLUXO DA PROGRESSÃO FUNCIONAL DE ENG.

Page 73: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

72

ANEXO E - CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO

ANEXO E - CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE FORMAÇÃO

TIPOS DE

FORMAÇÃO NÍVEL

PERÍODOS

PROPORÇÃO (%)

DEFINIÇÃO DE

VAGAS FORMAÇÃO

ITA NACIONAL OUT/NOV DEZEMBRO 40%

EAOEAR REGIONAL MAIO MAIO 40%

TEMPORÁRIO REGIONAL FEV SETEMBRO 20%

Page 74: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

73

ANEXO F – REDIMENSIONAMENTO DE ENGENHEIROS – GERAL

Posto Existente Redimensionamento Diferença PercOcp%

CEL 2 9 7

19 TCEL 6 26 20

MAJ 6 37 31

CAP 22 64 42

54 TEM 39 81 42

TP 17

TOTAL 92 217 125 ANEXO F – Redimensionamento de Engenheiros – Geral

Page 75: redimensionamento de engenheiros no controle do espaço aéreo

74

ANEXO G – EVOLUÇÃO DO REDIMENSIONAMENTO

Posto

Existente Redimensonamento

2008 2010 2011 ANTERIOR ATUAL

Cel 3 3 1 8 9

TCel 5 3 6 19 26

Maj 6 9 6 28 37

Cap 17 19 22 45 64

Tem 60 53 82 88 81

TOTAL 91 87 117 188 217

ANEXO G – EVOLUÇÃO DO REDIMENSIONAMENTO