rede libras 2

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  • 8/16/2019 Rede Libras 2

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    disciplinas. No contexto escolar, Libras não está mais restrita ao espaço familiar e social

    do surdo e, portanto, não se limita mais a significar episódios da vida diária. Pelo

    contrário, no momento em que é facultado o seu uso na escola há uma necessidade

    crescente pelo aumento de seu escopo de modo a fazê-la comportar o conteúdo escolar.

     A saudável proliferação de iniciativas de inclusão dos surdos nas escolas de ensino

    fundamental, médio e superior trouxe à tona o fato que, devido a história ainda recente

    de exclusão dos surdos, a Libras ainda não conta com vocabulário abrangente que

    atenda as necessidades de disciplinas especializadas, nos mais diversos níveis de

    formação, tais como, por exemplo, matemática, física, química, biologia, pedagogia e

    filosofia. Em essência, o vocabulário de Libras para representar conceitos de disciplinas

    específicas é extremamente limitado. A situação é ainda mais dramática para conteúdos

    profissionalizantes.

     A solução adotada em várias instituições, impulsionadas pela premência e necessidade,

    tem sido a criação de novos sinais para suprir a falta de vocabulário. Entretanto, a criaçãodesordenada de sinais, sem divulgação adequada e validação de forma mais abrangente

    pela comunidade surda é um sério problema que pode levar à duplicação de trabalho e

    à frágil aceitação de repertórios locais e fragmentados da Libras. A eventual existência

    de várias línguas de sinais desconhecidas de grande parcela da população surda tem

    consequências negativas imediatas para a educação, comunicação e acesso à

    informação dos cidadãos surdos. No momento atual em que a comunidade surda

    demanda maior visibilidade de sua língua, ao mesmo tempo em que o processo de

    gramatização dessa língua se fortalece em todo território nacional, busca-se consensos.

    Isso não significa negar as dinâmicas transformações que são próprias de qualquer

    língua.

    Devido à extensão do território nacional e ao isolamento natural entre diversas

    comunidades surdas brasileiras, existe uma grande quantidade de sinais que, apesar de

    serem utilizados por comunidades de uma determinada região ou localidade, são sinais

    que nunca foram adequadamente documentados, ou foram documentados de maneira

    precária e pouco acessível, ou ainda foram documentados e divulgados, porém sem um

    mínimo de consenso entre as comunidades surdas de diferentes

    regiões/localidades/instituições quanto à validade do sinal. Essa realidade dificulta, por

    exemplo, a criação de materiais audiovisuais que sejam corretamente e uniformemente

    interpretados por surdos das mais diversas regiões brasileiras.

    Neste contexto, avaliamos que um sistema nacional de catalogação, divulgação e

    validação de sinais visível e com ampla cobertura do território nacional seria um

    mecanismo viável, eficiente e eficaz para ajudar a consolidação da Língua de Sinais

    Brasileira e facilitar o ensino, comunicação e acesso à informação dos cidadãos surdos.

    Entendemos que os atuais recursos da tecnologia de informação e comunicação

    oferecem as ferramentas necessárias para construção desse mecanismo. Somado ao