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MATERIAL DE REDAÇÃO COM AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENEM, MUITAS REDAÇÕES NOTA 1000 E NOVAS PROPOSTAS PARA O NOVO ENEM

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    AVALIAO E NOTA NA

    REDAO

    Sua redao ser avaliada por dois professores os quais

    atribuir uma nota entre 0 (zero) e 200 (duzentos) pontos para

    cada uma das cinco competncias abaixo, e a soma desses

    pontos compor a nota total de cada avaliador, que pode chegar

    a 1000 (mil) pontos.

    Os dois professores avaliaro seu desempenho de acordo com os

    seguintes critrios:

    Competncia 1: Demonstrar domnio da modalidade escrita formal da Lngua Portuguesa.

    ... Voc j aprendeu que as pessoas no escrevem e falam do

    mesmo modo, uma vez que so processos diferentes, cada qual

    com caractersticas prprias. Na escrita formal, por exemplo,

    deve-se evitar, ao relacionar ideias, o emprego repetido de

    palavras, como e, a, da, ento, prprias de um uso

    mais informal.

    Por isso, para atender a essa exigncia, voc precisa ter

    conscincia da distino entre a modalidade escrita e a oral,

    bem como entre registro formal e informal.

    Competncia 2: Compreender a proposta de redao e aplicar conceitos das vrias reas de conhecimento para

    desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto

    dissertativo-argumentativo em prosa.

    Nessa redao, o participante deve evitar elaborar um texto de

    carter apenas expositivo. preciso apresentar um texto que

    expe um aspecto relacionado ao tema, defendendo uma

    posio, uma tese. dessa forma que se atende s exigncias

    expressas pela Competncia 2 da Matriz de Avaliao do Enem.

    O tema constitui o ncleo das ideias sobre as quais a tese se

    organiza. Em mbito mais abrangente, o assunto recebe uma

    delimitao por meio do tema, ou seja, um assunto pode ser

    abordado por diferentes temas.

    ... Vamos aproveitar o tema da redao do Enem 2012 para

    explicar essa diferena.

    O tema proposto no Exame de 2012 foi O movimento

    imigratrio para o Brasil no sculo XXI. Esse tema se vincula

    ao assunto mais amplo imigrao e envolve a discusso

    sobre as vantagens e desvantagens da presena de imigrantes

    na vida cotidiana brasileira; o impacto dessa presena na

    economia do pas; as formas de tratamento dessa nova

    populao; e a influncia de novas culturas na cultura local,

    entre outras abordagens possveis dentro do assunto.

    O que fuga total ao tema?

    Considera-se que

    uma redao tenha fugido ao

    tema quando nem o assunto

    mais amplo nem o tema

    proposto so desenvolvidos.

    No Enem 2014,

    recebeu a rubrica fuga ao

    tema a redao cujo texto se

    estruturou integralmente em

    assuntos que no o solicitado, como segurana pblica, violncia,

    meio ambiente, corrupo, entre outros, sem vincul-los ao eixo

    temtico proposto (Publicidade infantil em questo no Brasil).

    A sua redao atender s exigncias de

    elaborao de um texto dissertativo

    argumentativo se combinar dois

    princpios de estruturao:

    I. Apresentar uma tese, desenvolver justificativas para

    comprovar essa tese e uma concluso que d um fecho

    discusso elaborada no texto, compondo o processo

    argumentativo.

    TESE a ideia que voc vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema e apoiada em

    argumentos ao longo da redao.

    II. Utilizar estratgias argumentativas para expor o

    problema discutido no texto e detalhar os argumentos

    utilizados.

    ARGUMENTOS a justificativa para convencer o

    leitor a concordar com a tese defendida. Cada

    argumento deve responder pergunta Por qu? em relao tese defendida.

    ESTRATGIAS ARGUMENTATIVAS So recursos

    utilizados para desenvolver os argumentos, de

    modo a convencer o leitor, como:

    exemplos; dados estatsticos; pesquisas; fatos comprovveis; citaes ou depoimentos de pessoas especializadas no

    assunto; aluses histricas; e comparaes entre fatos, situaes, pocas ou lugares

    distintos.

    Competncia 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informaes, fatos, opinies e argumentos em defesa de um

    ponto de vista.

    ... preciso que elabore um texto que apresente, claramente,

    uma ideia a ser defendida e os argumentos que justifiquem a

    posio assumida por voc em relao temtica exigida pela

    proposta de redao.

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    Esta Competncia trata da inteligibilidade do texto, ou seja, da

    sua coerncia, da plausibilidade entre as ideias apresentadas.

    A inteligibilidade da sua redao depende, portanto, dos

    seguintes fatores:

    relao de sentido entre as partes do texto;

    preciso vocabular;

    progresso temtica adequada ao desenvolvimento do

    tema, revelando que a redao foi planejada e que as ideias

    desenvolvidas so pouco a pouco apresentadas, em uma

    ordem lgica; e

    adequao entre o contedo do texto e o mundo real.

    Competncia 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingusticos necessrios para a construo da argumentao.

    A organizao textual exige que as frases e os pargrafos

    estabeleam entre si uma relao que garanta a sequenciao

    coerente do texto e a interdependncia entre as ideias. Esse

    encadeamento pode ser expresso por conjunes, por

    determinadas palavras, ou pode ser inferido a partir da

    articulao dessas ideias. Preposies, conjunes, advrbios e

    locues adverbiais so responsveis pela coeso do texto,

    porque estabelecem uma inter-relao entre oraes, frases e

    pargrafos. Cada pargrafo ser composto de um ou mais

    perodos tambm articulados; cada ideia nova precisa

    estabelecer relao com as anteriores.

    Assim, na produo da sua redao, voc deve utilizar variados

    recursos lingusticos que garantam as relaes de continuidade

    essenciais elaborao de um texto coeso.

    Resumindo: na elaborao da redao, voc deve evitar:

    frases fragmentadas que comprometam a estrutura

    lgico-gramatical;

    sequncia justaposta de ideias sem encaixamentos

    sintticos, reproduzindo usos tpicos da oralidade;

    frase com apenas orao subordinada, sem orao

    principal;

    emprego equivocado do conector (preposio, conjuno,

    pronome relativo, alguns advrbios e locues adverbiais)

    que no estabelea relao lgica entre dois trechos do

    texto e prejudique a compreenso da mensagem;

    emprego do pronome relativo sem a preposio, quando

    obrigatria; e

    repetio ou substituio inadequada de palavras sem se

    valer dos recursos oferecidos pela lngua (pronome,

    advrbio, artigo, sinnimo).

    Competncia 5: Elaborar proposta de interveno para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

    Aqui, a sua redao, alm de apresentar uma tese sobre

    o tema, apoiada em argumentos consistentes, deve oferecer uma

    proposta de interveno na vida social. Essa proposta deve

    considerar os pontos abordados na argumentao, deve manter

    vnculo direto com a tese desenvolvida no texto e coerncia com

    os argumentos utilizados, j que expressa a sua viso, como

    autor, das possveis solues para a questo discutida.

    A proposta de interveno precisa ser detalhada de

    modo a permitir ao leitor o julgamento sobre sua exequibilidade,

    portanto, deve conter a exposio da interveno sugerida e o

    detalhamento dos meios para realiz-la.

    A proposta deve, ainda, refletir os conhecimentos de

    mundo de quem a redige, e a coerncia da argumentao ser

    um dos aspectos decisivos no processo de avaliao. necessrio

    que ela respeite os direitos humanos, que no rompa com

    valores como cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade

    cultural.

    Ao redigir seu texto, procure evitar propostas vagas,

    gerais; busque propostas mais concretas, especficas, consistentes

    com o desenvolvimento de suas ideias. Antes de elaborar sua

    proposta, procure responder s seguintes perguntas: O que

    possvel apresentar como proposta de interveno na vida social?

    Como viabilizar essa proposta?

    O seu texto ser avaliado, portanto, com base na combinao dos

    seguintes critrios:

    a) presena de proposta x ausncia de proposta; e

    b) proposta com detalhamento dos meios para sua

    realizao x proposta sem o detalhamento dos meios

    para sua realizao.

    RREEDDAAOO

    NNOOTTAA 11000000

    Para o seu bom desempenho, voc deve fazer, antes de

    escrever sua redao, uma leitura cuidadosa da proposta

    apresentada, dos textos motivadores e das instrues, a fim de

    que possa compreender perfeitamente o que est sendo

    solicitado.

    O tema de redao vem sempre acompanhado, na

    proposta, de textos motivadores. Em geral, so textos em

    linguagem verbal e em linguagem no verbal (imagem) que

    remetem ao tema proposto a fim de orientar sua reflexo.

    Assim, para elaborar uma redao de qualidade, voc

    deve seguir as seguintes recomendaes:

    a) ler com bastante ateno o tema proposto e observar a

    tipologia textual exigida (texto dissertativo-

    argumentativo);

    b) ler os textos motivadores, observando as palavras ou os

    fragmentos que indicam o posicionamento dos autores;

    c) identificar, em cada texto motivador, a tese e os

    argumentos apresentados pelos autores em defesa de

    ponto de vista;

    d) refletir sobre o posicionamento dos autores dos textos

    motivadores; e

    e) ler atentamente as instrues apresentadas aps os

    textos motivadores.

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    1998 A 2014

    ENEM 1998 |

    Redija um texto dissertativo, sobre o tema Viver e

    Aprender, no qual voc exponha suas ideias de forma clara,

    coerente e em conformidade com a norma culta da lngua, sem

    se remeter a nenhuma expresso do texto motivador O Que O

    Que .

    D um ttulo sua redao, que dever ser apresentada

    a tinta e desenvolvida na folha anexa ao Carto-Resposta. Voc

    poder utilizar a ltima pgina deste Caderno de Questes para

    rascunho.

    COMENTRIO PROPOSTA

    ENEM 1999 |

    O encontro Vem ser cidado reuniu 380 jovens de 13

    Estados, em Faxinal do Cu (PR). Eles foram trocar experincias

    sobre o chamado protagonismo juvenil.

    O termo pode at parecer feio, mas essas duas palavras

    significam que o jovem no precisa de adulto para encontrar o seu

    lugar e a sua forma de intervir na sociedade. Ele pode ser

    protagonista.

    ([Adaptado de] Para quem se revolta e quer agir, Folha de S. Paulo, 16/11/1998)

    Depoimentos de jovens participantes do encontro:

    Eu no sinto vergonha de ser brasileiro. Eu sinto muito

    orgulho. Mas eu sinto vergonha por existirem muitas pessoas

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    acomodadas. A realidade est nua e crua. (...) Tem de parar

    com o comodismo. No d para passar e ver uma criana na

    rua e achar que no problema seu. (E.M.O.S., 18 anos, Minas Gerais)

    A maior dica querer fazer. Se voc acomodado, fica

    esperando cair no colo, no vai acontecer nada. Existe muita

    coisa para fazer. Mas primeiro voc precisa se interessar. (C.S.Jr., 16 anos, Paran)

    Ser cidado no s conhecer os seus direitos. participar,

    ser dinmico na sua escola, no seu bairro. (H.A., 19 anos, Amazonas)

    (Depoimentos extrados de Para quem se revolta e quer agir, Folha de S. Paulo, 16/11/1998)

    Com base na leitura dos quadrinhos e depoimentos,

    redija um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo,

    sobre o tema: Cidadania e participao social.

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos ao longo de sua formao. Depois de

    selecionar, organizar e relacionar os argumentos, fatos e opinies

    apresentados em defesa de seu ponto de vista, elabore uma

    proposta de ao social.

    A redao dever ser apresentada a tinta na cor azul ou

    preta e desenvolvida na folha grampeada ao Carto-Resposta.

    Voc poder utilizar a ltima pgina deste Caderno de Questes

    para rascunho.

    COMENTRIO PROPOSTA

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    ENEM 2000 |

    (...) Esquina da Avenida Desembargador Santos Neves com Rua

    Jos Teixeira, na Praia do Canto, rea nobre de Vitria. A.J., 13

    anos, morador de Cariacica, tenta ganhar algum trocado

    vendendo balas para os motoristas. (...) Venho para a rua desde os

    12 anos. No gosto de trabalhar aqui, mas no tem outro jeito.

    Quero ser mecnico. A Gazeta, Vitria (ES), 9 de junho de 2000.

    dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana

    e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito sade,

    alimentao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e

    convivncia familiar e comunitria, alm de coloca-los a salvo de

    toda forma de negligncia, discriminao, explorao, crueldade

    e opresso. Artigo 227, Constituio da Repblica Federativa do Brasil.

    Entender a infncia marginal significa entender porque um

    menino vai para a rua e no escola. Essa , em essncia, a

    diferena entre o garoto que est dentro do carro, de vidros

    fechados, e aquele que se aproxima do carro para vender chiclete

    ou pedir esmola. E essa a diferena entre um pas desenvolvido e

    um pas de Terceiro Mundo. Gilberto Dimenstein. O cidado de papel. So Paulo, tica, 2000. 19a. edio.

    Com base na leitura da charge, do artigo da

    Constituio, do depoimento de A.J. e do trecho do livro O

    cidado de papel, redija um texto em prosa, do tipo dissertativo-

    argumentativo, sobre o tema: Direitos da criana e do

    adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e

    opinies para defender o seu ponto de vista, elaborando

    propostas para a soluo do problema discutido em seu texto.

    Observaes:

    Lembre-se de que a situao de produo de seu texto

    requer o uso da modalidade escrita culta da lngua.

    Espera-se que o seu texto tenha mais do que 15

    (quinze) linhas.

    A redao dever ser apresentada a tinta na cor preta e

    desenvolvida na folha prpria.

    Voc poder utilizar a ltima folha deste Caderno de

    Questes para rascunho.

    COMENTRIO PROPOSTA

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    ENEM 2001 |

    Conter a destruio das florestas se tornou uma

    prioridade mundial, e no apenas um problema brasileiro. (...)

    Restam hoje, em todo o planeta, apenas 22% da cobertura

    florestal original. A Europa Ocidental perdeu 99,7% de suas

    florestas primrias; a sia, 94%; a frica, 92%; a Oceania, 78%; a

    Amrica do Norte, 66%; e a Amrica do Sul, 54%. Cerca de 45%

    das florestas tropicais, que cobriam originalmente 14 milhes de

    km quadrados (1,4 bilho de hectares), desapareceram nas

    ltimas dcadas. No caso da Amaznia Brasileira, o

    desmatamento da regio, que at 1970 era de apenas 1%, saltou

    para quase 15% em 1999. Uma rea do tamanho da Frana

    desmatada em apenas 30 anos. Chega.

    Paulo Adrio, Coordenador da Campanha da Amaznia do Greenpeace. http://greenpeace.terra.com.br

    Embora os pases do Hemisfrio Norte

    possuam apenas um quinto da populao do

    planeta, eles detm quatro quintos dos

    rendimentos mundiais e consomem 70% da

    energia, 75% dos metais e 85% da produo de

    madeira mundial. (...)

    Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se,

    depois da independncia, a ndia perseguiria o estilo de vida

    britnico, teria respondido: "(...) a Gr-Bretanha precisou de

    metade dos recursos do planeta para alcanar sua prosperidade;

    quantos planetas no seriam necessrios para que um pas como

    a ndia alcanasse o mesmo patamar?"

    A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de

    desenvolvimento precisam mudar.

    O planeta um problema pessoal - Desenvolvimento sustentvel. www.wwf.org.br

    De uma coisa temos certeza: a terra no pertence ao homem branco; o

    homem branco que pertence terra. Disso temos certeza. Todas as coisas

    esto relacionadas como o sangue que une uma famlia. Tudo est

    associado.

    O que fere a terra, fere tambm os filhos da terra. O homem no tece a teia

    da vida; antes um de seus fios. O que quer que faa a essa teia, faz a si

    prprio.

    Trecho de uma das vrias verses de carta atribuda ao chefe

    Seattle, da tribo Suquamish. A carta teria sido endereada ao

    presidente norte-americano, Franklin Pierce, em 1854, a

    propsito de uma oferta de compra do territrio da tribo feita

    pelo governo dos Estados Unidos.

    PINSKY, Jaime e outros (Org.).

    Histria da Amrica atravs de textos. 3 ed. So Paulo: Contexto, 1991.

    Estou indignado com a frase do presidente dos Estados Unidos, George

    Bush.

    Somos os maiores poluidores do mundo, mas se for preciso poluiremos

    mais para evitar uma recesso na economia americana.

    R. K., Ourinhos, SP. (Carta enviada seo Correio da Revista Galileu. Ano 10, junho de 2001).

    Com base na leitura dos quadrinhos e dos textos, redija um texto

    dissertativo-argumentativo sobre o tema: Desenvolvimento e

    preservao ambiental: como conciliar os interesses em

    conflito?

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e

    opinies para defender o seu ponto de vista, elaborando

    propostas para a soluo do problema discutido em seu texto.

    Suas propostas devem demonstrar respeito aos direitos

    humanos.

    Observaes:

    Lembre-se de que a situao de produo de seu texto

    requer o uso da modalidade escrita culta da lngua.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema

    (versos) ou narrativa.

    O texto dever ter no mnimo 15 (quinze) linhas escritas.

    A redao dever ser apresentada a tinta e desenvolvida

    na folha prpria.

    O rascunho poder ser feito na ltima pgina deste

    Caderno.

    COMENTRIO PROPOSTA

    A exemplo de exames anteriores, props-se a redao de um texto dissertativo-argumentativo sobre tema momentoso: Desenvolvimento e preservao ambiental: como conciliar os interesses em conflito?

    Ofereceram-se, como subsdios produo do candidato, uma histria em quadrinhos e quatro fragmentos, extrados de diversas fontes e publicados em diferentes pocas.

    Para alm do alerta acerca de uma desenfreada devastao ambiental em curso, promovida em nome do desenvolvimento, os textos fornecidos pela Banca contm, em comum, uma espcie de desalento ante a constatao inequvoca da intransigncia humana no que diz respeito necessidade de preservar o ambiente. Como exemplo claro, os dados constantes de relatrio do Greenpeace revelam que

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    restam hoje, em todo o planeta, apenas 22% da cobertura florestal original e que, no caso da Amaznia Brasileira, o desmatamento da regio saltou para quase 15% em 1999.

    Outro exemplo de intransigncia foi protagonizado pela maior potncia mundial, os Estados Unidos, que se assumem como os maiores poluidores do planeta, desde que isso assegure a estabilidade da economia americana.

    O candidato que fez uma leitura atenta dos subsdios deve ter percebido que os principais responsveis pelo desequilbrio ecolgico so os pases desenvolvidos paradoxalmente os maiores consumidores da energia, dos metais e da produo de madeira mundial.

    Assim, caberia observar que qualquer discusso sria sobre a preservao ambiental deveria implicar um compromisso, por parte de todos os pases liderados pelos industrializados , de dar prioridade s medidas de aproveitamento racional dos recursos naturais, alm de investimento na recuperao do meio ambiente.

    A recusa em conciliar interesses conflitantes resultaria, como foi ilustrado na charge, no desaparecimento da palmeira, seguido pela extino do sabi, das flores, das estrelas...

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    Para que existam hoje os direitos polticos, o direito de votar e ser votado, de escolher seus governantes e representantes, a sociedade lutou muito.

    www.iarabernardi.gov.br. 01/03/02.

    Comcio pelas Diretas J, em So Paulo, 1984.

    A poltica foi inventada pelos humanos como o modo

    pelo qual pudessem expressar suas diferenas e conflitos sem

    transform-los em guerra total, em uso da fora e extermnio

    recproco. (...)

    A poltica foi inventada como o modo pelo qual a

    sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide em

    comum para aprovar ou reiterar aes que dizem respeito a

    todos os seus membros. Marilena Chau. Convite filosofia. So

    Paulo: tica, 1994.

    A democracia subversiva. subversiva no sentido mais

    radical da palavra.

    Em relao perspectiva poltica, a razo da preferncia

    pela democracia reside no fato de ser ela o principal remdio

    contra o abuso do poder. Uma das formas (no a nica) o

    controle pelo voto popular que o mtodo democrtico permite

    pr em prtica. Vox populi vox dei.

    Norberto Bobbio. Qual socialismo? Discusso de uma alternativa.

    Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. Texto adaptado.

    Se voc tem mais de 18 anos, vai ter de votar nas

    prximas eleies. Se voc tem 16 ou 17 anos, pode votar ou

    no.

    O mundo exige dos jovens que se arrisquem. Que

    alucinem. Que se metam onde no so chamados. Que sejam

    encrenqueiros e barulhentos. Que, enfim, exijam o impossvel.

    Resta construir o mundo do amanh. Parte desse

    trabalho votar. No s cumprir uma obrigao. Tem de votar

    com hormnios, com ambio, com sangue fervendo nas veias.

    Para impor aos vitoriosos suas exigncias antes e

    principalmente depois das eleies.

    Andr Forastieri. Muito alm do voto. poca. 6 de maio de

    2002. Texto adaptado.

    Considerando a foto e os textos apresentados, redija um

    texto dissertativo-argumentativo sobre o tema O direito de

    votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as

    transformaes sociais de que o Brasil necessita?

    Ao desenvolver o tema, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e

    opinies, e elabore propostas para defender seu ponto de vista.

    Observaes:

    Lembre-se de que a situao de produo de seu texto

    requer o uso da modalidade escrita culta da lngua

    portuguesa.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema

    (versos) ou narrao.

    O texto dever ter no mnimo 15 (quinze) linhas escritas.

    A redao dever ser apresentada a tinta e desenvolvida

    na folha prpria.

    O rascunho poder ser feito na ltima pgina deste

    Caderno.

    COMENTRIO PROPOSTA

    Mais do que nunca, a Banca Examinadora do ENEM mostrou-se sintonizada com os assuntos que vm mobilizando a opinio pblica ao propor o direito de votar como tema a ser

    desenvolvido numa dissertao. Para orientar o candidato, apresentaram-se, alm de uma foto do Comcio Diretas J, realizado na capital paulista no ano de 1984, diversos fragmentos extrados das mais diferentes fontes: o primeiro, divulgado na Internet, referindo-se diretamente luta empreendida pela sociedade para que se conquistassem os direitos polticos em especial aqueles relacionados ao voto; j o segundo, da filsofa Marilena Chau, definindo a poltica como uma inveno que possibilitou aos humanos expressar suas diferenas e conflitos por meio de discusses, deliberaes e decises feitas em comum. No terceiro texto, Norberto Bobbio explica sua opo pela democracia por consider-la o principal remdio contra o abuso de poder, pela via do voto popular. No quinto e ltimo texto, o jornalista Andr Forastieri convoca o segmento jovem a ir alm da obrigao e votar com hormnios com ambio, com sangue fervendo nas veias em suma, a participar ativamente da construo do mundo futuro.

    Aps a leitura atenta de todos esses textos, o candidato deveria selecionar as ideias e informaes que fossem ao encontro de seus prprios pontos de vista acerca do assunto. Caberia, por exemplo, proceder a uma anlise crtica dos fatores que tm levado muitos cidados jovens, inclusive a encarar o voto como dever, como instrumento de manuteno do establishment, e no como meio de promoo das transformaes sociais necessrias ao pas. Tanto para justificar quanto para condenar tal desinteresse, seria apropriado mencionar os constantes abusos de poder, protagonizados em grande parte pelos polticos, que tm levado o Brasil a figurar com destaque na lista dos pases mais corruptos do mundo. Assim, se por um lado o uso indevido da prerrogativa poltica pode gerar nos cidados eleitores uma apatia em relao possibilidade de mudanas, pode, por outro, impulsionar o desejo de fazer valer o sentido real de democracia e apostar naquilo que, at onde se sabe, o nico e mais eficaz meio de pr fim aos abusos: o voto.

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    ENEM 2003 |

    Para desenvolver o tema da redao, observe o quadro e leia os

    textos apresentados a seguir:

    Entender a violncia, entre outras coisas, como fruto de nossa

    horrenda desigualdade social, no nos leva a desculpar os

    criminosos, mas poderia ajudar a decidir que tipo de

    investimentos o Estado deve fazer para enfrentar o problema:

    incrementar violncia por meio da represso ou tomar medidas

    para sanear alguns problemas sociais gravssimos?

    (Maria Rita Kehl. Folha de S. Paulo)

    Ao expor as pessoas a constantes ataques sua integridade fsica

    e moral, a violncia comea a gerar expectativas, a fornecer

    padres de respostas. Episdios truculentos e situaes-limite

    passam a ser imaginados e repetidos com o fim de legitimar a

    ideia de que s a fora resolve conflitos. A violncia torna-se um

    item obrigatrio na viso de mundo que nos transmitida. O

    problema, ento, entender como chegamos a esse ponto.

    Penso que a questo crucial, no momento, no a de saber o

    que deu origem ao jogo da violncia, mas a de saber como parar

    um jogo que a maioria, coagida ou no, comea a querer

    continuar jogando.

    (Adaptado de Jurandir Costa. O medo social.)

    Considerando a leitura do quadro e dos textos, redija um

    texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: A violncia na

    sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?

    Instrues:

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo

    de sua formao. Selecione, organize e relacione

    argumentos, fatos e opinies para defender seu ponto

    de vista, elaborando propostas para a soluo do

    problema discutido em seu texto. Suas propostas devem

    demonstrar respeito aos direitos humanos.

    Lembre-se de que a situao de produo de seu texto

    requer o uso da modalidade escrita culta da lngua

    portuguesa.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema

    (versos) ou de narrativa.

    O texto dever ter no mnimo 15 (quinze) linhas escritas.

    A redao dever ser apresentada a tinta e desenvolvida

    na folha prpria.

    O rascunho poder ser feito na ltima folha deste

    Caderno.

    COMENTRIO PROPOSTA

    Mais uma vez, o Enem props como tema uma questo social: A violncia na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?

    Ofereceram-se, como base para discusso, alm de um quadro publicado na revista poca indicando o valor dos gastos com segurana no Brasil (102 bilhes de reais, 48 a mais do que em 1997), dois textos: o primeiro, escrito por Maria Rita Kehl, interpretando a violncia como "fruto de nossa horrenda desigualdade social", no justificando, portanto, a mera represso; j o segundo, de Jurandir Costa, alertava para o fenmeno da legitimao da violncia, hoje tida como "item obrigatrio na viso de mundo que nos transmitida".

    Aps refletir sobre essas ideias e informaes, o candidato deveria proceder sua prpria anlise do assunto. Assim, para alm de considerar as causas e consequncias da violncia, caberia propor solues para combat-la, tendo o cuidado de faz-lo de forma equilibrada, demonstrando, de acordo com instrues da Banca Examinadora, "respeito aos direitos humanos". Para tanto, caberia questionar, por exemplo, a eficcia dos crescentes investimentos tanto estatais quanto privados no setor de segurana, deixando em segundo qui, terceiro plano, reas cruciais para a preservao da dignidade humana. Destinar mais recursos rea social talvez no erradicasse a violncia, mas certamente romperia o ciclo vicioso que leva os excludos a recorrerem ao crime para sobreviver.

    ENEM 2004 |

    Leia com ateno os seguintes textos:

    Os programas sensacionalistas do rdio e os programas policiais

    de final da tarde em televiso saciam curiosidades perversas e at

    mrbidas tirando sua matria-prima do drama de cidados

    humildes que aparecem nas delegacias como suspeitos de

    pequenos crimes. Ali, so entrevistados por intimidao. As

    cmeras invadem barracos e cortios, e gravam sem pedir licena

    a estupefao de famlias de baixssima renda que no sabem

    direito o que se passa: um parente suspeito de estupro, ou o

    vizinho acaba de ser preso por trfico, ou o primo morreu no

    massacre de fim de semana no bar da esquina. A polcia chega

    atirando; a mdia chega filmando.

    Eugnio Bucci. Sobre tica e imprensa. So Paulo:

    Companhia das Letras, 2000.

    Quem fiscaliza [a imprensa]? Trata-se de tema complexo porque

    remete para a questo da responsabilidade no s das empresas

    de comunicao como tambm dos jornalistas. Alguns pases,

    como a Sucia e a Gr-Bretanha, vm h anos tentando resolver

    o problema da responsabilidade do jornalismo por meio de

    mecanismos que incentivam a auto regulao da mdia.

    http://www.eticanatv.org.br

    Acesso em 30/05/2004.

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    No Brasil, entre outras organizaes, existe o

    Observatrio da Imprensa entidade civil, no-governamental e

    no partidria , que pretende acompanhar o desempenho da

    mdia brasileira. Em sua pgina eletrnica , l-se:

    Os meios de comunicao de massa so

    majoritariamente produzidos por empresas privadas cujas

    decises atendem legitimamente aos desgnios de seus

    acionistas ou representantes. Mas o produto jornalstico ,

    inquestionavelmente, um servio pblico, com garantias e

    privilgios especficos previstos na Constituio Federal, o que

    pressupe contrapartidas em deveres e responsabilidades sociais.

    http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br (adaptado)

    Acesso em 30/05/04.

    Incisos do Artigo 5 da Constituio Federal de 1988:

    IX livre a expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica

    e de comunicao, independentemente de censura ou licena;

    X so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a

    imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo

    dano material ou moral decorrente de sua violao.

    Com base nas ideias presentes nos textos acima, redija uma

    dissertao em prosa sobre o seguinte tema:

    Como garantir a liberdade de informao e evitar abusos nos

    meios de comunicao?

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e

    opinies para defender seu ponto de vista e suas propostas.

    Observaes:

    Seu texto deve ser escrito na modalidade culta da lngua

    portuguesa.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema

    (versos) ou narrao.

    O texto dever ter no mnimo 15 (quinze) linhas escritas.

    A redao dever ser apresentada a tinta e desenvolvida

    na folha prpria.

    O rascunho poder ser feito na ltima folha deste

    Caderno.

    COMENTRIO PROPOSTA

    Fiel ao compromisso de propor temas de cunho social, o

    Enem desta feita convidou o estudante a refletir sobre uma das

    questes mais comentadas na atualidade: Como garantir a

    liberdade de informao e evitar abusos nos meios de

    comunicao? Em outras palavras, como contar, numa

    democracia, com jornalistas independentes, desobrigados de

    qualquer "acordo" com patres, polticos ou quaisquer outras

    figuras influentes? Como garantir que a iseno prevalea no

    exerccio de funo to relevante?

    Com vistas a facilitar o desempenho do estudante e, ao

    mesmo tempo, nortear sua discusso, a Banca Examinadora

    forneceu-lhe alguns subsdios, constitudos de uma tira e de

    quatro fragmentos, dentre os quais dois incisos de artigo

    constitucional que asseguram a liberdade de expresso de

    intelectuais e profissionais de comunicao entre outros , sem

    deixar, contudo, de buscar proteger, de qualquer violao, a

    imagem e a privacidade dos cidados.

    Para proceder prpria anlise da questo proposta, o

    estudante deveria, antes de mais nada, reconhecer a existncia

    de abusos praticados, por exemplo, por profissionais

    especializados em reportagens, exibidas exausto na tev, que

    transformam, de maneira totalmente inescrupulosa, tragdias

    pessoais em espetculo. Caberia, ainda, mencionar o papel da

    imprensa escrita, cuja atuao, ainda que por vias discutveis, tem

    contribudo para trazer a pblico diversos escndalos de

    corrupo, como desvio de dinheiro pblico, sonegao de

    impostos etc., envolvendo at mesmo integrantes do alto escalo

    governamental.

    Caso estivesse acompanhando o noticirio recente, o

    estudante poderia lembrar a polmica em torno do projeto de

    criao do Conselho Federal de Jornalismo, defendido com

    veemncia pelo governo como forma de "disciplinar e fiscalizar"

    o trabalho dos jornalistas brasileiros, evitando dessa forma o

    "denuncismo" ou o emprego de mtodos ilcitos como grampo

    telefnico que colocariam sob suspeita a reputao de homens

    pblicos de integridade teoricamente inquestionvel. Resultaria,

    dessas consideraes, um provvel impasse, que deveria ser

    resolvido pelo estudante: a quem atribuir a responsabilidade de

    conter os excessos dos meios de comunicao? Ao Estado, ainda

    que isso representasse uma forma de censura ou de intimidao

    do profissional de imprensa? Outra opo seria apostar na

    criao de entidades independentes, representativas da

    sociedade, que, por meio de mecanismos de autoregulao,

    promovessem uma constante fiscalizao que garantisse

    liberdade acompanhada de tica e responsabilidade.

    ENEM 2005 | Leia com ateno os seguintes textos:

    A crueldade do trabalho infantil um pecado social grave em

    nosso Pas. A dignidade de milhes de crianas brasileiras est

    sendo roubada diante do desrespeito aos direitos humanos

    fundamentais que no lhes so reconhecidos: por culpa do poder

    pblico, quando no atua de forma prioritria e efetiva, e por

    culpa da famlia e da sociedade, quando se omitem diante do

    problema ou quando simplesmente o ignoram em decorrncia

    da postura individualista que caracteriza os regimes sociais e

    polticos do capitalismo contemporneo, sem ptria e sem

    contedo tico. (Xisto T. de Medeiros Neto. A crueldade do trabalho infantil.

    Dirio de Natal. 21/10/2000.)

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    Submetidas aos constrangimentos da misria e da falta de

    alternativas de integrao social, as famlias optam por preservar

    a integridade moral dos filhos, incutindo-lhes valores, tais como a

    dignidade, a honestidade e a honra do trabalhador. H um

    investimento no carter moralizador e disciplinador do trabalho,

    como tentativa de evitar que os filhos se incorporem aos grupos

    de jovens marginais e delinquentes, ameaa que parece estar

    cada vez mais prxima das portas das casas. (Joel B. Marin. O trabalho infantil na agricultura moderna.

    www.proec.ufg.br.)

    Art. 4o. dever da famlia, da comunidade, da sociedade em

    geral e do Poder Pblico assegurar, com absoluta prioridade, a

    efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimentao,

    educao, ao esporte, ao lazer, profissionalizao, cultura,

    dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e

    comunitria. (Estatuto da Criana e do Adolescente. Lei no 8.069, de 13 de julho de

    1990.)

    Com base nas ideias presentes nos textos acima, redija uma

    dissertao sobre o tema: O trabalho infantil na realidade

    brasileira.

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e

    opinies para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem

    ferir os direitos humanos.

    Observaes:

    Seu texto deve ser escrito na modalidade padro da

    lngua portuguesa.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema

    (versos) ou narrao.

    O texto deve ter, no mnimo, 15 (quinze) linhas escritas.

    A redao deve ser desenvolvida na folha prpria e

    apresentada a tinta.

    O rascunho pode ser feito na ltima folha deste

    Caderno.

    COMENTRIO PROPOSTA

    Fiel opo por temas sociais, a Banca Examinadora exigiu a redao de um texto dissertativo sobre O trabalho infantil na realidade brasileira. Ofereceram-se, como base para discusso do assunto, quatro textos, dentre os quais uma mapa indicando as regies mais afetadas por tal fenmeno. Apresentaram-se, ainda, dois textos opinativos sobre a questo, alm de um artigo do Estatuto da Criana e do Adolescente. Alm desses estmulos, o candidato poderia valer-se de "reflexes feitas ao longo de sua formao", que devem t-lo habilitado a expressar com mais convico seu prprio ponto de vista. Caberia, dentre outras possibilidades, considerar as causas e consequncias do trabalho infantil, que atinge hoje mais de cinco milhes de crianas e adolescentes, cujas famlias, vitimadas pela misria e pela ignorncia, acabam por inseri-los precocemente no trabalho informal, privando-os assim de direitos inerentes infncia e puberdade, tais como educao, esporte e lazer.

    Embora pudesse reconhecer tal prtica como parte de uma tradio presente na cultura brasileira a saber, a concepo do trabalho, j nos primeiros anos de vida, como algo moralizador e disciplinador o candidato no poderia furtar-se constatao de que a educao deveria preceder o trabalho. Seria pertinente, nesse caso, denunciar a omisso do poder pblico, que no reprime adequadamente e at tolera essa vergonhosa situao, afrontando a lei e condenando um imenso contingente de crianas a um presente perverso e, assim, comprometendo o seu futuro.

    ENEM 2006 |

    Uma vez que nos tornamos

    leitores da palavra, invariavelmente

    estaremos lendo o mundo sob a

    influncia dela, tenhamos conscincia

    disso ou no. A partir de ento, mundo

    e palavra permearo constantemente

    nossa leitura e inevitveis sero as

    correlaes, de modo intertextual,

    simbitico, entre realidade e fico.

    Lemos porque a necessidade de desvendar caracteres,

    letreiros, nmeros faz com que passemos a olhar, a questionar, a

    buscar decifrar o desconhecido. Antes mesmo de ler a palavra, j

    lemos o universo que nos permeia: um cartaz, uma imagem, um

    som, um olhar, um gesto.

    So muitas as razes para a leitura. Cada leitor tem a sua

    maneira de perceber e de atribuir significado ao que l.

    Inaj Martins de Almeida. O ato de ler.

    Internet: (com adaptaes).

    Minha me muito cedo me introduziu aos livros. Embora

    nos faltassem mveis e roupas, livros no poderiam faltar. E

    estava absolutamente certa. Entrei na universidade e tornei-me

    escritor. Posso garantir: todo escritor , antes de tudo, um leitor.

    Moacyr Scliar. O poder das letras. In: TAM Magazine,

    jul./2006, p. 70 (com adaptaes).

    Existem inmeros universos coexistindo com o nosso,

    neste exato instante, e todos bem perto de ns. Eles so

    bidimensionais e, em geral, neles imperam o branco e o negro.

    Estes universos bidimensionais que nos rodeiam

    guardam surpresas incrveis e inimaginveis! Viajamos

    instantaneamente aos mais remotos pontos da Terra ou do

    Universo; ficamos sabendo os segredos mais ocultos de vidas

    humanas e da natureza; atravessamos eras num piscar de olhos;

    conhecemos civilizaes desaparecidas e outras que nunca foram

    vistas por olhos humanos.

    Estou falando dos universos a que chamamos de livros.

    Por uns poucos reais podemos nos transportar a esses universos

    e sair deles muito mais ricos do que quando entramos.

    Internet: (com adaptaes).

    Considerando que os textos acima tm carter apenas motivador,

    redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema:

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    O PODER DE TRANSFORMAO DA LEITURA.

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e

    opinies para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem

    ferir os direitos humanos.

    Observaes:

    Seu texto deve ser escrito na modalidade padro da lngua

    portuguesa.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema (versos)

    ou narrao.

    O texto deve ter, no mnimo, 15 (quinze) linhas escritas.

    A redao deve ser desenvolvida na folha prpria e

    apresentada a tinta.

    O rascunho pode ser feito na ultima pagina deste Caderno.

    COMENTRIO PROPOSTA

    O poder de transformao da leitura: este o tema proposto, a ser desenvolvido numa dissertao. Ofereceram-se trs textos, de "carter apenas motivador", reflexo do candidato. O primeiro texto, de Inaj Martins de Almeida, aborda no apenas a vasta influncia da leitura mas tambm as possibilidades a que o ato de ler se abre. No segundo texto, o escritor Moacyr Scliar d um depoimento autobiogrfico sobre sua iniciao no mundo dos livros. O terceiro texto refere-se aos livros como "inmeros universos" que nos transportam para os "mais remotos pontos da Terra ou do Universo".

    De posse de tais estmulos, o candidato deveria tecer suas prprias consideraes acerca da influncia exercida pelos livros sobre nossa forma de enxergar a ns mesmos e ao mundo que nos rodeia. Seria apropriado, assim, reconhecer tanto o enriquecimento proporcionado pela leitura evidenciado no aumento do repertrio de conhecimentos e de experincias, assim como da capacidade de imaginao e de expresso quanto o prazer propiciado pelas diversssimas formas de viagem facultadas pelos livros.

    ANOTAES ______________________________________________________________

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    ENEM 2007 |

    Ningum = Ningum Engenheiros do Hawaii

    H tantos quadros na parede

    h tantas formas de se ver o mesmo quadro

    h tanta gente pelas ruas

    h tantas ruas e nenhuma igual a outra

    (ningum = ningum)

    me espanta que tanta gente sinta

    (se que sente) a mesma indiferena

    h tantos quadros na parede

    h tantas formas de se ver o mesmo quadro

    h palavras que nunca so ditas

    h muitas vozes repetindo a mesma frase

    (ningum = ningum)

    me espanta que tanta gente minta

    (descaradamente) a mesma mentira

    todos iguais, todos iguais

    mas uns mais iguais que os outros

    Uns Iguais Aos Outros Tits

    Os homens so todos iguais

    (...)

    Brancos, pretos e orientais

    Todos so filhos de Deus

    (...)

    Kaiowas contra xavantes

    rabes, turcos e iraquianos

    So iguais os seres humanos

    So uns iguais aos outros, so uns iguais aos outros

    Americanos contra latinos

    J nascem mortos os nordestinos

    Os retirantes e os jagunos

    O serto do tamanho do mundo

    Dessa vida nada se leva

    Nesse mundo se ajoelha e se reza

    No importa que lngua se fala

    Aquilo que une o que separa

    No julgue pra no ser julgado

    (...)

    Tanto faz a cor que se herda

    (...)

    Todos os homens so iguais

    So uns iguais aos outros, so uns iguais aos outros

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    A cultura adquire formas diversas atravs do tempo e do espao.

    Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade

    de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que

    compem a humanidade. Fonte de intercmbios, de inovao e

    de criatividade, a diversidade cultural , para o gnero humano,

    to necessria como a diversidade biolgica para a natureza.

    Nesse sentido, constitui o patrimnio comum da humanidade e

    deve ser reconhecida e consolidada em benefcio das geraes

    presentes e futuras.

    UNESCO. Declarao Universal sobre a Diversidade Cultural.

    Todos reconhecem a riqueza da diversidade no planeta. Mil

    aromas, cores, sabores, texturas, sons encantam as pessoas no

    mundo todo; nem todas, entretanto, conseguem conviver com as

    diferenas individuais e culturais. Nesse sentido, ser diferente j

    no parece to encantador. Considerando a figura e os textos

    acima como motivadores, redija um texto dissertativo-

    argumentativo a respeito do seguinte tema.

    O desafio de se conviver com a diferena

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os

    conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e

    opinies para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem

    ferir os direitos humanos.

    Observaes:

    Seu texto deve ser escrito na modalidade padro da

    lngua portuguesa.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema

    (versos) ou narrao.

    O texto com at 7 (sete) linhas escritas ser considerado

    texto em branco.

    O rascunho pode ser feito na ltima pgina deste

    Caderno.

    A redao deve ser passada a limpo na folha prpria e

    escrita a tinta.

    COMENTRIO PROPOSTA

    Nesta proposta de redao podemos observar que na montagem de imagens na qual est inserido o nome da prova Proposta de Redao, vrias pessoas de diferentes etnias, idade e origem: a atriz Camila Pitanga, negra e jovem; um senhor de chapu que pode ser do interior do pas; um beb branco; crianas negras africanas, uma americana e uma indgena e um homem oriental. Esta montagem faz parte da coletnea textual, no apenas uma moldura para iniciar a proposta de redao e, por meio dela, o candidato poderia inspirar-se observando as pessoas mostradas e refletindo sobre suas vidas, comunidades, origens, cultura, educao, passado, futuro etc.

    Como a montagem de fotos de pessoas o primeiro texto motivador, o segundo a letra da msica Ningum = Ningum do grupo de rock gacho Engenheiros do Hawaii. Quem no a conhece pode conhec-la atravs de um vdeo no YouTube; basta clicar na foto do guitarrista, vocalista e fundador da banda, Humberto Gessinger.

    Esta msica fala da variedade de etnias, culturas, costumes, dentre outros e como h tambm uma variedade de vises e opinies acerca desta diversidades e como no h igualdades, na verdade, e sim diferenas e como estas so naturais, mas, apesar disso, h muita indiferena a estas diferenas e, muitas vezes, esta indiferena nem sentida pelas pessoas, pois tornou-se algo normal. Alm disso, esta letra cutuca ao afirmar como h, ainda, tanta gente, repetindo a mesma frase, a mesma mentira mesmo no dizendo nada e que, ao mesmo tempo em que somos todos iguais (somos todos iguais perante a lei, por exemplo), somos uns mais iguais do que os outros (quando, por exemplo, um rico que detido logo liberado e um pobre no) e, assim, no fundo, ningum igual a ningum. Bastante coisa para inspirar-se, no?!

    O terceiro texto motivador tambm uma letra de msica, agora dos Tits, chamada Uns Iguais aos Outros, que pode ser ouvida aqui, basta clicar na foto do lbum Domingo, no qual esta msica est presente.

    Esta cano, de 1995, afirma que todos os homens so iguais, que todos so filhos de Deus, que todas as etnias mencionadas so de seres humanos, mas que, apesar disso, os americanos so contra os latinos, os nordestinos j nascem mortos (pelas condies de vida, possivelmente), que no importa que lngua se fala, no levaremos nada desta vida e, por isso, no devemos julgar para no sermos julgados e no importa o que se herdou, no levaremos nada (como diria minha me, caixo no tem gaveta) e por isso somos todos iguais, uns iguais aos outros, porque todos morreremos sem levar nada desta vida.

    O quarto e ltimo texto motivador um texto da UNESCO (Organizaes das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura sempre transcrevam siglas nas redaes, alis) que disserta sobre a imensa diversidade de aromas, sabores texturas, sons no mundo todo, ou seja, no s as pessoas so diferentes entre si, mas as frutas, as flores, os animais etc. Porm, nem todos ns conseguimos viver bem com essas diferenas. O que era para ser encantador, na verdade, infelizmente, para muitas pessoas, assustador, visto a existncia, ainda no sculo XXI, do preconceito tnico, social, xenfobo, homo fbico, dentre outros. A UNESCO afirma, com razo, que a diversidade uma necessidade biolgica humana e oportuniza intercmbios, trocas e deve ser tida como um benefcio e no um problema.

    Todos os textos motivadores da proposta de redao abordam que, na verdade, ser diferente normal, criticam todos os tipos de preconceitos e colocam a diversidade como algo natural e benfico, que pode ser relacionada democracia, por exemplo. Relembrar conflitos tnicos, ainda existentes no mundo, demonstra conhecimento prvio por parte do candidato.

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    ENEM 2008 |

    O texto acima, que focaliza a relevncia da regio amaznica para o meio ambiente e para a economia brasileira, menciona a

    mquina de chuva da Amaznia. Suponha que, para manter essa mquina de chuva funcionando, tenham sido sugeridas as

    aes a seguir:

    1. suspender completa e imediatamente o desmatamento na Amaznia, que permaneceria proibido at que fossem

    identificadas reas onde se poderia explorar, de maneira sustentvel, madeira de florestas nativas;

    2. efetuar pagamentos a proprietrios de terras para que deixem de desmatar a floresta, utilizando-se recursos financeiros

    internacionais;

    3. aumentar a fiscalizao e aplicar pesadas multas queles que promoverem desmatamentos no-autorizados.

    Escolha uma dessas aes e, a seguir, redija um texto dissertativo, ressaltando as possibilidades e as limitaes da ao

    escolhida.

    Ao desenvolver seu texto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua formao.

    Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opinies para defender seu ponto de vista, sem ferir os direitos humanos.

    Observaes:

    Seu texto deve ser escrito na modalidade padro da lngua portuguesa.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narrao.

    O texto com at 7 (sete) linhas escritas ser considerado texto em branco.

    O rascunho pode ser feito na ltima pgina deste Caderno.

    A redao deve ser passada a limpo na folha prpria e escrita a tinta.

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    COMENTRIO PROPOSTA

    Props-se aos candidatos que escolhessem como tema de sua redao uma de trs medidas sugeridas para a preservao da Amaznia. No desenvolvimento do trabalho, deveriam comentar as possibilidades e as limitaes da ao escolhida. Como subsdio, apresentou-se um texto referente importncia do ciclo hidrolgico amaznico para as chuvas e a economia de uma regio que chega a Mato Grosso, So Paulo e at mesmo ao norte da Argentina. Para desenvolver o texto, pedia-se que os candidatos procurassem utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua formao.

    Trata-se, pois, de uma proposta inteligente e exigente, envolvendo no s conhecimentos provenientes da formao escolar dos candidatos, mas tambm informaes obtidas na imprensa, j que se trata de assunto de premente atualidade e de imensa importncia, que deve ter ocupado a ateno de todo estudante que seja um cidado consciente e razoavelmente atualizado com os grandes problemas do pas e do mundo.

    ENEM 2009 |

    Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos

    conhecimentos construdos ao longo de sua formao, redija

    texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da

    lngua portuguesa sobre o tema O indivduo frente tica

    nacional, apresentando proposta de ao social, que respeite os

    direitos humanos. Selecione, organize e relacione coerentemente

    argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

    Andamos demais acomodados, todo mundo

    reclamando em voz baixa como se fosse errado indignar-se. Sem

    ufanismo, porque dele estou cansada, sem dizer que este e um

    pais rico, de gente boa e cordata, com natureza (a que sobrou)

    belssima e generosa, sem fantasiar nem botar culos cor-de-

    rosa, que o momento no permite, eu me pergunto o que anda

    acontecendo com a gente.

    Tenho medo disso que nos tornamos ou em que

    estamos nos transformando, achando bonita a ignorncia

    eloquente, engraado o cinismo bem-vestido, interessante o

    banditismo arrojado, normal o abismo em cuja beira nos

    equilibramos no malabaristas, mas palhaos. LUFT, L. Ponto de vista. Veja. Ed. 1988, 27

    dez. 2006 (adaptado).

    Qual o efeito em ns do eles so todos corruptos?

    As denuncias que assolam nosso cotidiano podem dar

    lugar a uma vontade de transformar o mundo s se nossa

    indignao no afetar o mundo inteiro. Eles so TODOS

    corruptos e um pensamento que serve apenas para confirmar

    a integridade de quem se indigna.

    O lugar-comum sobre a corrupo generalizada no e

    uma armadilha para os corruptos: eles continuam iguais e livres,

    enquanto, fechados em casa, festejamos nossa esplendorosa

    retido.

    O dito lugar-comum e uma armadilha que amarra e

    imobiliza os mesmos que denunciam a imperfeio do mundo

    inteiro.

    CALLIGARIS, C. A armadilha da corrupo.

    Disponvel em: http:/www1.folha.uol.com.br (adaptado).

    INSTRUES:

    Seu texto tem de ser escrito tinta, na folha prpria.

    Desenvolva seu texto em prosa; no redija narrao,

    nem poema.

    O texto com at 7 (sete) linhas escritas ser considerado

    texto em branco.

    O texto deve ter, no mximo, 30 linhas.

    O Rascunho da redao deve ser feito no espao

    apropriado.

    COMENTRIO PROPOSTA

    O individuo frente a tica: este o tema sobre o qual, a exemplo de provas anteriores do Enem, o estudante deveria apresentar uma proposta de ao social.

    Alm da charge de Millor Fernandes satirizando a escassez de pessoas honestas no pais, ofereceram-se, como base para discusso, dois textos que questionavam, cada um a seu modo, a tendncia, por parte dos brasileiros, a acomodao, refletida na banalizao da desonestidade e limitada a meras manifestaes retoricas de indignao, que pretenderiam isolar a corrupo num pensamento simplista: eles so todos corruptos. Isso serviria, nas palavras de Contardo Calligaris, para confirmar a integridade de quem se indigna.

    A partir dessas consideraes, o estudante deveria proceder a prpria analise do tema, havendo dois posicionamentos possveis a serem defendidos. O primeiro consistiria em concordar com a tese, aceita por muitos, de que nos falta autoridade moral para denunciar a imperfeio do mundo inteiro. Nesse caso, seria apropriado valer-se dos deslizes comumente praticados em nosso cotidiano, como a sonegao do imposto de renda ou o pequeno suborno oferecido ao guarda de transito, que revelariam nossa flexibilidade ante aquilo que e conveniente.

    posicionamento possvel contemplaria a defesa dos cidados, que, longe de serem os sujeitos da falta de tica, seriam vitimas, impotentes diante da inpcia dos rgos incumbidos de fiscalizar e punir os corruptos. Como exemplo, caberia destacar o pensamento predominante entre os jovens, que, mesmo no atuando em manifestaes como o movimento dos caras pintadas, ocorrido em 1992, repudiam com veemncia a corrupo generalizada e demonstram uma determinao no coletiva, mas individual de resistir a ignorncia e ao cinismo que transformam homens de bem no em malabaristas, mas sim em palhaos.

    Quanto a possveis propostas de combate a falta de tica, o estudante deveria atentar as expectativas da Banca em relao a responsabilidade individual dos cidados, no se limitando a exigir da Justia as aes cabveis no caso.

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    ENEM 2010-1 |

    PROPOSTA DE REDAO

    Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos

    conhecimentos construdos ao longo de sua formao, redija um

    texto dissertativo-argumentativo, em norma culta escrita da

    lngua portuguesa, sobre o tema Ajuda Humanitria,

    apresentando experincia ou proposta de ao social que

    respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de

    forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu

    ponto de vista.

    Comit de Ajuda Humanitria da UEPB treina voluntrios

    para atuar junto s vtimas de Palmares

    Quinta, 01 de julho de 2010 16:19

    Na manh desta quinta-feira, cerca de 50 pessoas, entre alunos e

    professores da Universidade Estadual da Paraba, participaram do

    1 Treinamento de Equipe Multidisciplinar para Atuao em

    Situao de Emergncia, oferecido pelo Comit de Ajuda

    Humanitria, Social e da Sade, criado recentemente pela

    Instituio.

    A primeira atividade da equipe ter incio j neste domingo, data

    em que viajaro para a cidade de Palmares (AL), onde

    permanecero por uma semana, para oferecer apoio humanitrio

    aos moradores daquela localidade, uma das tantas atingidas

    pelas chuvas e enchentes que assolaram os estados de

    Pernambuco e Alagoas nas ltimas semanas. Disponvel em:

    http://www.uepb.edu.br. Acesso em: 23 ago. 2010 (adaptado).

    TERREMOTO NO HAITI

    Redes Sociais da Internet foram o principal meio de

    comunicao

    14/01/2010 00:01h

    Durante todo o dia de

    ontem, a Internet foi o

    principal meio usado

    pelo Haiti para se

    comunicar com o

    mundo. Mensagens ao

    exterior foram

    encaminhadas por

    estrangeiros no pas e

    por moradores locais.

    Apesar da instabilidade

    na rede os sistemas de

    luz e telefone tambm

    estavam intermitentes ,

    os sites de

    relacionamento foram

    usados para acalmar

    familiares e clamar por

    auxlio internacional.

    No Brasil, usurios do

    Twitter divulgavam a ao da ONG Viva Rio, que abriu uma conta

    para receber doaes aos desabrigados no Haiti. (OT, com

    Agncia Estado)

    Disponvel em: http://www.gazetadopovo.com.br.

    Acesso em: 30 abr. 2010.

    INSTRUES:

    Seu texto tem de ser escrito tinta, na folha prpria.

    Desenvolva seu texto em prosa; no redija narrao,

    nem poema.

    O texto com at 7 (sete) linhas escritas ser considerado

    texto em branco.

    O texto deve ter, no mximo, 30 linhas.

    O Rascunho da redao deve ser feito no espao

    apropriado.

    ENEM 2010-2 |

    PROPOSTA DE REDAO

    Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos

    conhecimentos construdos ao longo de sua formao, redija

    texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da

    lngua portuguesa sobre o tema O Trabalho na Construo da

    Dignidade Humana, apresentando experincia ou proposta de

    ao social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize

    e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para

    defesa de seu ponto de vista.

    O que trabalho escravo

    Escravido contempornea o trabalho degradante que envolve

    cerceamento da liberdade

    A assinatura da Lei urea, em 13

    de maio de 1888, representou o

    fim do direito de propriedade

    de uma pessoa sobre a outra,

    acabando com a possibilidade

    de possuir legal mente um

    escravo no Brasil. No entanto,

    persistiram situa coes que

    mantm o trabalha dor sem

    possibilidade de se desligar de

    seus patres.

    Ha fazendeiros que, para realizar

    derrubadas de matas nativas

    para formao de pastos,

    produzir carvo para a indstria

    siderrgica, preparar o solo para plantio de sementes, entre

    outras atividades agropecurias, contratam mo de obra

    utilizando os contratadores de empreitada, os chamados gatos.

    Eles aliciam os trabalhadores, servindo de fachada para que os

    fazendeiros no sejam responsabilizados pelo crime. Trabalho

    escravo se configura pelo trabalho degradante aliado ao

    cerceamento da liberdade. Este segundo fator nem sempre e

    visvel, uma vez que no mais se utilizam correntes para prender

    o homem a terra, mas sim ameaas fsicas, terror psicolgico ou

    mesmo as grandes distancias que separam a propriedade da

    cidade mais prxima.

    Disponvel em: http://www.reporterbrasil.org.br.

    Acesso em: 02 set. 2010 (fragmento).

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    O futuro do trabalho

    Esquea os escritrios, os salrios fixos e a aposentadoria. Em

    2020, voc trabalhar em casa, seu chefe ter menos de 30 anos e

    ser uma mulher Felizmente, nunca houve tantas ferramentas

    disponveis para mudar o modo como trabalhamos e,

    consequentemente, como vivemos. E as transformaes esto

    acontecendo. A crise despedaou companhias gigantes tidas ate

    ento como modelos de administrao. Em vez de grandes

    conglomerados, o futuro ser povoado de empresas menores

    reunidas em torno de projetos em comum. Os prximos anos

    tambm vo consolidar mudanas que vem acontecendo ha

    algum tempo: a busca pela qualidade de vida, a preocupao

    com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos como

    pessoas tambm em nossos trabalhos. Falamos tanto em

    desperdcio de recursos naturais e energia, mas e quanto ao

    desperdcio de talentos?, diz o filosofo e ensasta suo Alain de

    Botton em seu novo livro The Pleasures and Sorrows os Works (Os

    prazeres e as dores do trabalho, ainda indito no Brasil).

    INSTRUES:

    Seu texto tem de ser escrito tinta, na folha prpria.

    Desenvolva seu texto em prosa: no redija narrao,

    nem poema.

    O texto com at 7 (sete) linhas escritas ser considerado

    texto em branco.

    O texto deve ter, no mximo, 30 linhas.

    O Rascunho da redao deve ser feito no espao

    apropriado.

    COMENTRIO PROPOSTA 2

    A exemplo de provas anteriores, o Enem solicitou a produo de um texto dissertativo-argumentativo sobre tema de grande relevncia social: O trabalho na construo da dignidade humana. O candidato contou com dois textos de apoio, alm de uma imagem de um provvel trabalhador idoso, com a roupa esfarrapada, e uma equao prevendo o trabalho em 2020 como resultante da soma de meio ambiente com qualidade de vida e inovao, multiplicados por globalizao.

    Para proceder a prpria analise do assunto, o estudante poderia, tomando como base o primeiro texto oferecido pela Banca, destacar o fato de que, embora oficialmente abolida ha mais de um sculo, a escravido persiste no pais, degradando trabalhadores que, sem alternativa de sobrevivncia, so mantidos refns de fazendeiros que os submetem a condies sub-humanas de trabalho. Caberia observar ainda a impunidade que caracteriza essa forma de explorao, j que o aliciamento dos trabalhadores seria feito por meio dos chamados gatos, a

    saber, empreiteiros que responderiam pela contratao dos empregados, isentando os fazendeiros de eventuais responsabilidades.

    Contrapondo-se ao vergonhoso cenrio descrito inicialmente, o segundo texto traa perspectivas bastante promissoras para o trabalhador do futuro, habitante das metrpoles, que poder ver seu talento devidamente valorizado em atividades que primem pela qualidade de vida e pelo respeito ao meio ambiente, sem deixar de lado a possibilidade de realizao pessoal por meio do trabalho. Nesse contexto, as mulheres jovens tero, enfim, suas habilidades reconhecidas, pondo fim a discriminao que ha tanto tempo vitima o gnero feminino.

    A tarefa do candidato consistiria em buscar um denominador comum para duas realidades to distintas. Para tanto, caberia aproximar tais universos no que diz respeito aos direitos do trabalhador, previstos na Constituio, a fim de garantir que todos os cidados brasileiros sejam favorecidos pela modernizao das relaes trabalhistas. No que diz respeito a escravido contempornea, caberia propor rigorosa fiscalizao dessa pratica, seguida das punies previstas pela lei, libertando dessa forma o trabalhador para tarefas que de fato o dignifiquem.

    Cumpre destacar que a Banca abriu a possibilidade de o candidato, em vez de propor uma ao social, apresentar experincia relacionada ao tema. Nesse caso, o estudante poderia relatar um fato que, de algum modo, retratasse uma das situaes descritas nos textos motivadores.

    ENEM 2011 |

    PROPOSTA DE REDAO

    Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e

    nos conhecimentos construdos ao longo de sua formao,

    redija texto dissertativo-argumentativo em norma padro

    da lngua portuguesa sobre o tema VIVER EM REDE NO

    SCULO XXI: OS LIMITES ENTRE O PBLICO E O

    PRIVADO, apresentando proposta de conscientizao

    social que respeite os direitos humanos. Selecione,

    organize e relacione, de forma coerente e coesa,

    argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

    Liberdade sem fio

    A ONU acaba de declarar o acesso rede um direito

    funda mental do ser humano assim como sade, moradia e

    educao. No mundo todo, pessoas comeam a abrir seus sinais

    privados de wi-fi, organizaes e governos se mobilizam para

    expandir a rede para espaos pblicos e regies onde ela ainda

    no chega, com acesso livre e gratuito.

    ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. N.o 240. jul. 2011 (fragmento).

    A internet tem ouvidos e memria

    Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela

    que, nos Estados Unidos, a populao j passou mais tempo

    conectada internet do que em frente televiso. Os hbitos

    esto mudando. No Brasil, as pessoas j gastam cerca de 20% de

    seu tempo on-line em redes sociais. A grande maioria dos

    internautas (72%, de acordo com o Ibope Mdia) pretende criar,

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    acessar e manter um perfil em rede. Faz parte da prpria

    socializao do indivduo do sculo XXI estar numa rede social.

    No estar equivale a no ter uma identidade ou um nmero de

    tele fone no passado, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da

    e. Life, empresa de monitorao e anlise de mdias.

    As redes sociais so timas para disseminar ideias,

    tornar algum popular e tambm arruinar reputaes. Um dos

    maiores desafios dos usurios de internet saber ponderar o que

    se publica nela. Especialistas recomendam que no se deve

    publicar o que no se fala em pblico, pois a internet um

    ambiente social e, ao contrrio do que se pensa, a rede no

    acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrs

    de um pseudnimo pode ser rastreado e identificado. Aqueles

    que, por impulso, se exaltam e cometem gafes podem pagar

    caro.

    Disponvel em: http://www.terra.com.br. Acesso em:

    30 jun. 2011 (adaptado).

    INSTRUES:

    O Rascunho da redao deve ser feito no espao

    apropriado.

    O texto definitivo deve ser escrita tinta, na folha

    prpria, em at 30 linhas.

    A redao com at 7 (sete) linhas escritas ser

    considerada insuficiente e receber nota zero.

    A redao que fugir ao tema ou que no atender ao

    tipo dissertativo-argumentativo receber nota zero.

    A redao que apresentar cpias dos textos da Proposta

    de Redao ou do Caderno de Questes ter o nmero

    de linhas copiadas desconsiderado para efeito de

    correo.

    COMENTRIO PROPOSTA

    O tema proposto foi Viver em rede no sculo XXI: os limites entre o pblico e o privado. Alm de posicionar-se em relao ao tema, o candidato deveria apresentar proposta de conscientizao social, ou seja, indicar possveis formas de promover a coexistncia harmoniosa do publico e do privado nas redes sociais.

    Cabe louvar a iniciativa da Banca Examinadora pela escolha de tema to familiar aos jovens brasileiros, em sua maioria internautas adeptos de redes sociais como Facebook e Twitter, entre outras.

    Para produzir sua dissertao, o candidato contou com trs textos motivadores. O primeiro (Liberdade sem fio) anuncia deciso da ONU (Organizao das Naes Unidas) de universalizar o acesso a rede, tratado a partir de julho do ano corrente como direito fundamental. J o segundo texto (A Internet tem ouvidos e memoria), ao mesmo tempo em que

    comemora o crescente numero de brasileiros socializados, alerta para os riscos inerentes a exposio inconsequente ao que e propagado na rede. No terceiro texto, apresentado na forma de uma tira, o individuo reclama inutilmente do monitoramento a que e exposto o tempo todo, propondo uma luta inglria contra a Sociedade do Controle. Alm desses textos, o tema tambm foi abordado em algumas questes da prova de Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias.

    De posse desses estmulos, o estudante deveria proceder a prpria analise de tal fenmeno, objeto de preocupao de educadores e especialistas. Caberia, primeiramente, reconhecer o carter definitivo das redes sociais no cotidiano da sociedade, sobretudo dos jovens, que tem encontrado nessas formas de interao oportunidades no apenas de ampliar seu circulo de relaes, mas tambm de se mobilizarem em torno de causas sociais e politicas, a exemplo das recentes marchas contra a corrupo, idealizadas inicialmente nas redes sociais. Feita essa constatao, seria apropriado refletir sobre ate que ponto os internautas, entusiasmados com tais inovaes, estariam tomando precaues para preservar sua intimidade poupando-se assim da sanha de indivduos mal intencionados ou se, em busca de popularidade, estariam se expondo sem reservas, alheios aos riscos decorrentes desse comportamento.

    Na concluso de suas consideraes, o candidato deveria propor uma possvel sada para o embate apresentado. Qualquer que fosse sua posio, porem, discernimento e equilbrio deveriam pautar a delimitao do que seja publico e do que seja privado, ora separados por fronteira tnue, quase indistinguvel.

    ENEM 2012 |

    PROPOSTA DE REDAO

    A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e

    com base nos conhecimentos construdos ao longo de sua

    formao, redija texto dissertativo-argumentativo em norma

    padro da lngua portuguesa sobre o tema O MOVIMENTO

    IMIGRATRIO PARA O BRASIL NO SCULO XXI, apresentando

    proposta de interveno, que respeite os direitos humanos.

    Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,

    argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

    Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trouxeram

    muito mais do que o anseio de refazer suas vidas trabalhando

    nas lavouras de caf e no incio da indstria paulista. Nos sculos

    XIX e XX, os representantes de mais de 70 nacionalidades e etnias

    chegaram com o sonho de fazer a Amrica e acabaram por

    contribuir expressivamente para a histria do pas e para a

    cultura brasileira. Deles, o Brasil herdou sobrenomes, sotaques,

    costumes, comidas e vestimentas.

    A histria da migrao humana no deve ser encarada

    como uma questo relacionada exclusivamente ao passado; h a

    necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes.

    Disponvel em: http://www.museudaimigracao.org.br.

    Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

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    Acre sofre com invaso de imigrantes do Haiti

    Nos ltimos trs

    dias de 2011, uma leva de

    500 haitianos entrou

    ilegalmente no Brasil pelo

    Acre, elevando para 1 400

    a quantidade de

    imigrantes daquele pas no

    municpio de Brasileia (AC).

    Segundo o secretrio-

    adjunto de Justia e

    Direitos Humanos do Acre,

    Jos Henrique Corinto, os

    haitianos ocuparam a

    praa da cidade. A Defesa

    Civil do estado enviou

    gales de gua potvel e

    alimentos, mas ainda no

    providenciou abrigo.

    A imigrao ocorre porque o Haiti ainda no se

    recuperou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro de

    2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou a Brasileia

    no dia 14 de janeiro de 2011. Desde ento, a entrada ilegal

    continua, mas eles no so expulsos: obtm visto humanitrio e

    conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar e trabalhar

    no Brasil.

    Segundo Corinto, ao contrrio do que se imagina, no

    so haitianos miserveis que buscam o Brasil para viver, mas

    pessoas da classe mdia do Haiti e profissionais qualificados,

    como engenheiros, professores, advogados, pedreiros, mestres

    de obras e carpinteiros. Porm, a maioria chega sem dinheiro.

    Os brasileiros sempre criticaram a forma como os pases

    europeus tratavam os imigrantes. Agora, chegou a nossa vez

    afirma Corinto.

    Disponvel em: http://www.dpf.gov.br.

    Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

    Trilha da Costura

    Os imigrantes bolivianos, pelo ltimo censo, so mais de

    3 milhes, com populao de aproximadamente 9,119 milhes

    de pessoas. A Bolvia em termos de IDH ocupa a posio de 114

    de acordo com os parmetros estabelecidos pela ONU. O pas

    est no centro da Amrica do Sul e o mais pobre, sendo 70%

    da populao considerada miservel. Os principais pases para

    onde os bolivianos imigrantes dirigem-se so: Argentina, Brasil,

    Espanha e Estados Unidos.

    Assim sendo, este o quadro social em que se encontra

    a maioria da populao da Bolvia, estes dados j demonstram

    que as motivaes do fluxo de imigrao no so polticas, mas

    econmicas. Como a maioria da populao tem baixa

    qualificao, os trabalhos artesanais, culturais, de campo e de

    costura so os de mais fcil acesso.

    OLIVEIRA, R.T. Disponvel em: http://www.ipea.gov.br

    Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

    INSTRUES:

    O rascunho da redao deve ser feito no espao

    apropriado.

    O texto definitivo deve ser escrito tinta, na folha

    prpria, em at 30 linhas.

    A redao com at 7 (sete) linhas escritas ser

    considerada insuficiente e receber nota zero.

    A redao que fugir ao tema ou que no atender ao

    tipo dissertativo-argumentativo receber nota zero.

    A redao que apresentar proposta de interveno que

    desrespeite os direitos humanos receber nota zero.

    A redao que apresentar cpia dos textos da Proposta

    de Redao ou do Caderno de Questes ter o nmero

    de linhas copiadas desconsiderado para efeito de

    correo.

    COMENTRIO PROPOSTA

    O tema proposto foi O movimento imigratrio para o Brasil no sculo XXI. Para desenvolver sua redao, o candidato contou com trs textos motivadores, alm de uma imagem retratando a rota de imigrao dos haitianos para o Brasil.

    Esperava-se que o candidato se posicionasse sobre uma questo que comea a preocupar as autoridades brasileiras, dado o crescimento do numero de imigrantes sul-americanos e haitianos que, empurra dos por condies econmicas adversas, dirigem-se ao Brasil em busca de trabalho.

    Caberia observar, com base nos prprios textos de apoio, que, embora a maioria dos imigrantes vindos da Amrica do Sul possuam baixa qualificao, sendo, portanto, sujeitos a trabalhos braais (artesanais, de campo, de costura), nem todos se encontram nessa condio, o que pode ser constatado em relao aos haitianos, dentre os quais se encontram professores, advogados, engenheiros profissionais vitimados pelos estragos causados pelo terremoto que devastou o Haiti em 2010.

    Caso o candidato fosse favorvel a regularizao da permanncia dos imigrantes no Pais, seria apropriado lembrar que o Brasil sempre se caracterizou como um pais receptivo a imigrao. Os sculos XIX e XX poderiam ser lembrados como a poca em que imigrantes de diversas terras vieram ajudar a construir o Brasil, contribuindo expressivamente para a historia ... e para a cultura brasileira. Seria oportuno, porem, destacar a importncia de se oferecer um tratamento digno aqueles que entram ilegalmente no Pais, sem jamais aproveitar-se de sua vulnerabilidade para submete-los, entre outras formas de explorao, a trabalho escravo, ou a condies degradantes.

    Caso, porem, o candidato se posicionasse contra a imigrao, deveria observar que o Pais j conta com farta mo de obra desqualificada, no havendo, pois, sentido em aumentar esse contingente. Quanto aos profissionais qualificados caso dos haitianos tambm esses poderiam representar uma incipiente, porem real, ameaa ao emprego dos brasileiros.

    Como proposta de interveno relativamente ao problema abordado, seria necessrio, aos olhos dos favorveis a imigrao, sugerir um conjunto de medidas legais e politicas destinadas a regularizar a situao migratria de mais de 3 milhes de pessoas, oferecendo-lhes vistos e documentos que lhes permitissem obter colocao no mercado de trabalho. Os empresrios, por sua vez, poderiam abrir espao para tais trabalhadores, visando a conferir-lhes a dignidade que lhes foi retirada em seus pases de origem.

    No que se refere aqueles que se mostrassem contra a imigrao, uma interveno possvel seria a deportao respeitosa dos imigrantes ilegais.

  • CO

    NT

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    01

    5

    Pgina 20

    ENEM 2013 |

    PROPOSTA DE REDAO

    A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base

    nos conhecimentos construdos ao longo de sua formao, redija

    texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da

    lngua portuguesa sobre o tema Efeitos da implantao da Lei

    Seca no Brasil, apresentando proposta de interveno, que

    respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de

    forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu

    ponto de vista.

    Qual o objetivo da Lei Seca ao volante?

    De acordo com a Associao Brasileira de Medicina de Trfego

    (Abramet), a utilizao de bebidas alcolicas responsvel por

    30% dos acidentes de trnsito. E metade das mortes, segundo o

    Ministrio da Sade, est relacionada a uso de lcool por

    motoristas. Diante deste cenrio preocupante, a Lei 11.705/2008

    surgiu com uma enorme misso: alertar a sociedade para os

    perigos do lcool associado direo.

    Para estancar a tendncia de crescimento de mortes no

    trnsito, era necessria uma ao enrgica. E coube ao Governo

    Federal o primeiro passo, desde a proposta da nova legislao

    aquisio de milhares de etilmetros. Mas para que todos

    ganhem, indispensvel a participao de estados, municpios e

    sociedade em geral. Porque para atingir o bem comum, o desafio

    deve ser de todos.

    Disponvel em:www.dprf.gov.br. Acesso em:20 jun. 2013.

    Repulso magntica a beber e dirigir

    A lei da fsica que comprova que dois polos opostos se atraem

    em um campo magntico um dos conceitos mais populares

    desse ramo do conhecimento. Tulipas de chope e bolachas de

    papelo no servem, em condies normais, como objetivos de

    experimento para confirmar essa proposta. A ideia de uma

    agncia de comunicao em Belo Horizonte foi bem simples.

    ms foram inseridos em bolachas utilizadas para descansar os

    copos, de forma imperceptvel para o consumidor. Em cada lado,

    h uma opo para o cliente: dirigir ou chamar um txi depois de

    beber. Ao mesmo tempo, tulipas de chope tambm receberam

    pequenos pedaos de metal mascarados com uma pequena

    rodela de papel na base do copo. Durante um fim de semana,

    todas as bebidas servidas passaram a pregar uma pea no

    cliente. Ao tentar descansar seu copo com a opo dirigir virada

    para cima, os ms apresentavam a mesma polaridade e,

    portanto, causam do repulso, fazendo com que o descanso

    fugisse do copo; se estivesse virada mostrando o lado com o

    desenho de um txi, ela rapidamente grudava na base do copo. A

    ideia surgiu da necessidade de passar a mensagem de uma

    forma leve e no exato momento do consumo.

    Disponvel em::www.operacaoleisecarj.rj.gov.br.

    Acesso em:20 jun. 2013.(adaptado).

    INSTRUES:

    O rascunho da redao deve ser feito no espao

    apropriado.

    O texto definitivo deve ser escrito tinta, na folha

    prpria, em at 30 linhas.

    A redao que apresentar cpia dos textos da Proposta

    de Redao ou do Caderno de Questes ter o nmero

    de linhas copiadas desconsiderado para efeito de

    correo.

    Receber nota zero, em qualquer das situaes expressas a

    seguir, a redao que:

    tiver at 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada

    insuficiente.

    fugir ao tema ou que no atender ao tipo dissertativo-

    argumentativo.

    apresentar proposta de interveno que desrespeite os