recurso de apelação no processo penal

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CONSIDERAÇÕES A CERCA DA APELAÇÃO NO PROCESSO PENAL

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Page 1: Recurso de Apelação no Processo Penal

Recurso de Apelação no Processo Penal

CONCEITO E ESPECIES

Trata-se de um recurso de aplicação ambígua, eis que, conforme o caso, dá margem á

confusão com o RESE, permitindo-se a interposição de apelação até mesmo contra

decisões interlocutórias, desde que tenham força definitiva.

Atualmente, o quantum devolutum quantum apelatum não tem aplicação, eis que é na

interposição que se limita a matéria, com exceção da apelação do Júri, que tem

fundamentação vinculada.

O conceito atual de apelação é segundo Tourinho Filho:

" O pedido que se faz à instância superior, no

sentido de reexaminar a decisão proferida pelos

órgãos inferiores"

Guilherme de Sousa Nucci leciona que :

“cuida-se de recurso contra decisões definitivas,

que julgam extinto o processo, apreciando ou não o

mérito, devolvendo ao tribunal amplo conhecimento

da matéria.”

Np tangente as espécies da apelação temos, a apelação limitada e apelação plena , a

primeira é quando a sucumbência é parcial ou quando o recorrente apela apenas de

parte da decisão (nesse caso vigora o princípio do tantum devolutum quantum

appellatum, não podendo o juízo de 2ª instância julgar além dos limites do pedido do

recurso), já a segunda, ocorre quando toda matéria decidia no primeira instancia pe

devolvida ao conhecimento do Tribunal ad quem.

ADMISSIBILIDADE

Segundo nos ensina Mirabete:

" em regra, (...), o juízo de admissibilidade do

recurso é feito em dois graus, ressalvada a

Page 2: Recurso de Apelação no Processo Penal

hipótese de recurso para o mesmo órgão

julgador." (Mirabete, 1996, p. 607).

Tal explicação dar-se pois o exame do juiz a quo não retira do juiz ad quem o reexame

do pressuposto para que, em ocasião de não estarem presentes, possa impugnar o

recurso.

Quando interposto, o recurso passa por uma verificação da jurisdição a quo, e este

observa se o recurso deve ou não ser processado e julgado, baseando sua

observação no preenchumento dos requisitos de admissibilidade recursal Nessa

verificação, o juiz presta uma importante missão que é a realização do juizo de

admissibilidade onde observará se estão à vista os pressupostos subjetivos e objetivos

anteriormente abordados.

Atendendo devidamente os requisitos processuais de admissibilidade deve o recurso

será conhecido e logo após ser processado e julgado. Essa é a regra geral de juízo de

admissibilidade aplicada aos recursos em geral, inclusive ao recurso de apelação,

criminal.

No caso particularizado da apelação criminal, além dos pressupostos da previsão

legal, a forma prescrita em lei e a tempestividade, o juiz a quo deverá apurar mais dois

pressupostos: o interesse e a legitimidade.

No tocante a legitimidade temos que, pode o representante do MP interpor o recurso

em favor do réu, pois o promotor não está vinculado estritamente à acusação,

podendo, respeitada a sua independência funcional, acreditar na inocência do

acusado ou mesmo que a pena aplicada foi exagerada.

Porem, não tem legitimidade para recorrer da sentença absolutória em ação penal

privada, uma vez que é consequência lógica da titularidade da ação penal ter sido

conferida ao particular e não ao Estado. Naturalmente, pode apresentar recurso de

apelação contra a decisão condenatória, que não aplicou corretamente a pena ou que,

injustamente, sem provas suficientes, condenou o querelado.

No caso de ação penal privada subsidiária da pública, há legitimidade recursal do MP

em qualquer situação, pois a titularidade da ação penal é do Estado e somente foi

transferida ao ofendido, diante da inércia inicial do órgão acusatório.

Page 3: Recurso de Apelação no Processo Penal

Dispõe o artigo 598, do CPP, que nos crimes da competência do Júri ou do juiz

singular, não interposta apelação pelo MP contra a sentença, podem fazê-lo o

ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no artigo 31, ainda que não se tenha

habilitado como assistente. O prazo para interposição desse recurso é de 15 dias,

contados do dia em que terminar o do MP (Súmula 448, STF).

Quanto ao prazo legal para o oferecimento do recurso de apelação pelo ofendido,

caso esteja habilitado nos autos, como assistente da acusação, uma vez intimado,

será de 05 dias.

Já o pressuposto do interesse é bastante importante que:

"a apelação interposta pelo próprio réu sem ser

arrazoada pelo defensor produz efeito de recurso."

(Nogueira, 1995, p. 391)

Quanto ao interesse, de acordo com o entendimento dos tribunais, "se houver

divergência entre o defensor e réu, alguns entendem que prevalecem a vontade do

defensor, por se tratar de um técnico (RT, 617:287, 609:353), enquanto outros

reconhecem que deve prevalecer a vontade do réu, que é titular do direito (RT,

611:353, 610:368." (Nogueira, 1995, p. 391-392). É fácil perceber que em relação ao

interesse na apelação, a jurisprudência é divergente.

Segundo MIRABETE, segundo a jurisprudência da Revista dos Tribunais, "O defensor

de um dos co-réus não pode recorrer da sentença que absolve outro, ainda que esta

absolvição fica sua convicção pessoal, pois essa decisão não lhe causa gravame."

( MIRABETE, 1995, p. 627)

O ônus da sucumbência, no caso de co-autoria é do co-réu, havendo possibilidade de

recurso apenas desse interessado, se prejudicado pela decisão proferida em relação a

outro co-réu. Justifica-se, pois, análise do recurso pode beneficiá-lo através do efeito

extenso previsto no artigo 580 do CPP sendo, portanto, fundamentado o direito ao

recurso.

EFEITOS

O recurso de apelação possui os dois efeitos, devolutivo e suspensivo. Sendo que no

primeiro vislumbra-se ao fato de permitir ao Tribunal competente o reexame da

Page 4: Recurso de Apelação no Processo Penal

matéria mensada na apelação, estando porém, adstrito aos limites do princípio

"tantum devolutum quantum appelatum". Já o efeito suspensivo enumera o art. 597 do

CPP "a apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto

no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de

segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional da pena", desse

modo, sendo interposto o apelo da sentença condenatória, não poderá dar início a

execução da pena imposta ao condenado.

A Lei de Execução Penal - LEP - em seu art. 105, considera que a interposição do

apelo procrastina a formação da coisa julgada, retardando de conseguinte, a execução

da sentença condenatória, causando outrossim o que Afrânio Silva Jardim denomina

"de efeito da dilação procedimental". Dessa mesma maneira, ocorre com a sentença

absolutória em que foi imposta medida de segurança, haja vista que tal medida só

será passível de execução após a expedição da guia pela autoridade judiciária, ou

seja, após o trânsito em julgado.

Para tanto, o efeito suspensivo da apelação apresenta várias exceções como enseja o

caput do art. 596 "a apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja

posto imediatamente em liberdade", e ainda, as exceções elencadas no art. 597 do

CPP, onde faz uma ressalva ao constante no art. 393, condizente a aplicação

provisória de interdição de direitos e de medidas de segurança, e ainda, o caso de

suspensão condicional da pena. Quanto a exceção prevista no art. 393, inc.I, a qual

prevê que o réu será preso ou conservado na prisão, assim nas infrações

inafiançáveis, como nas finaçáveis enquanto não prestar fiança; esse dispositivo não

tem aplicabilidade quando a ocorrência de uma das hipóteses em que o réu pode

apelar em liberdade, dando desse modo à sentença efeito suspensivo. Em relação ao

inc.II do prefalado artigo, o lançamento do nome do réu no rol dos culpados com a

sentença condenatória infringe frontalmente a Constituição Federal em seu art.5º,

inc.LVII, que impede ser alguém considerado culpado até o trânsito em julgado da

sentença penal condenatória.

Divergem a doutrina e os tribunais por exelência o Egrégio STF, ao mensar a respeito

do recurso de apelação de sentença absolutória proferida pelo Tribunal de Júri, dando-

se provimento ao recurso do Ministério Público voltando o réu à circunstância anterior

ao julgamento; restabelecendo-se desse modo, os efeitos da sentença de pronúncia,

sendo o réu recolhido à prisão com a mantença da decisão de pronúncia.

Page 5: Recurso de Apelação no Processo Penal

CABIMENTO

Existem 3 hipóteses de cabimento do Recurso de Apelação no Processo Penal, sejam

ela:

1 Sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz

singular: constituem as típicas decisões terminativas de mérito, acolhendo a

imputação feita na denúncia ou queixa (condenação) ou rejeitando a imputação

(absolvição).

O réu pode apresentar apelação contra decisão absolutória, desde que busque a

mudança do fundamento. Ex.: se o juiz absolve o acusado, por insuficiência de provas,

nada impede que a vítima ingresse com ação civil ex delicto. Entretanto, se o juiz

absolve o acusado por ter agido em legítima defesa, a vítima nada pode requerer na

esfera civil.

O Código de Processo Penal Brasileiro estatui no seu artigo 593, incisos I e II, as

hipóteses pelas quais pode-se impetrar o recurso de apelação da sentença do juiz

singular

A hipótese primeira trata-se das sentenças definitivas de condenação ou absolvição.

São sentenças condenatórias aquelas em que julga o juiz procedente, total ou

parcialmente os pedidos do autor em relação ao réu no Processo Penal, ou seja,

aquelas em que exista parcial ou total procedência da imputação da pena. As

absolutórias são, a contrário senso, aquelas em que é imputação da pena é julgada

improcedente pelo juiz.

Existem exceções a essa primeira hipótese que são: os casos de absolvição sumária

nos processos do Tribunal do Júri, da qual cabe o recurso da qual cabe o recurso em

sentido estrito; e também, o recurso de ofício.

A segunda hipótese é das decisões definitivas, ou seja, as sentenças definitivas em

sentido onde há julgamento do mérito, entretanto, sem absolver ou condenar, mas

encerrando-se a relação processual.

A hipótese terceira é a das chamadas interlocutórias mistas, ou, como o próprio

legislador expõe, das decisões com força de definitivas, onde não há decisão de

mérito, encerrando a relação processual, operando-se terminativamente, ou pondo

termo a uma fase processual, nesse caso, não tendo efeito de decisões terminativas.

Page 6: Recurso de Apelação no Processo Penal

Tratam-se de exemplos de decisões definitivas (stricto sensu): a autorização de

levantamento de seqüestro; de restituição de coisas apreendidas; indeferimento de

pedido de justificação, dentre outras.

São exemplos de decisões com força de definitivas (interlocutórias mistas): as que

remetem as partes ao juízo civil no pedido de restituição de coisas apreendidas; o

indeferimento do pedido de aditamento ao libelo, dentre outras.

2 Decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular

nos casos não abrangidos pelo recurso em sentido estrito: são hipóteses que não

julgam o mérito, mas terminam colocando fim a uma controvérsia surgida no processo

principal ou em processo incidental, podendo ou não extingui-lo. São também

chamadas de decisões interlocutórias mistas.

Ex. de decisões definitivas das quais cabe apelação:

- sentença que julga o pedido de restituição de coisas apreendidas;

- sentença que acolhe ou não o pedido de seqüestrou ou especialização da hipoteca;

- sentença que autoriza o levantamento de sequestro;

- sentença que  homologa ou não o laudo pericial de pedido de busca e apreensão em

crimes contra a propriedade imaterial;

- sentença que indefere o pedido de justificação criminal;

- sentença que indefere o pedido de explicações em juízo;

- sentença que concede reabilitação.

São exemplos de decisões com força de definitivas das quais cabe apelação:

- sentença de impronúncia;

- decisão que indefere o pedido de levantamento de sequestro;

- decisão que remete as partes ao juízo cível no pedido de restituição de coisas

apreendidas.

Page 7: Recurso de Apelação no Processo Penal

Em suma, como já mencionado, a apelação é recurso residual, ou seja, quando não se

tratar de despachos de mero expediente, que não admitem recurso algum, nem for o

caso de interposição de recurso em sentido estrito, resta a aplicação da apelação,

desde que importe em alguma decisão com força de definitiva, encerrando algum tipo

de controvérsia.

3 Das decisões do Tribunal do Júri,

No que concerne às apelações das decisões do tribunal do júri, temos a sua base

regulada pelo art. 593, III, "a" a "d", do CPP.

Inicialmente podemos observar ser esse tipo de recurso bem diferenciado daqueles

originados em razão de decisões proferidas pelo juiz singular, posto que, enquanto

das mencionadas decisões o efeito da apelação assume um caráter devolutivo, ou

seja, a lide é devolvida para nova apreciação pelo juízo "ad quem" , nas apelações de

decisões do tribunal do júri essa apreciação assume um caráter restrito, sem a

devolução do conhecimento pleno da causa, limitando-se o tribunal de apelação a um

conhecimento ditado pela lei. Em razão de sua natureza não há devolução à superior

instância do conhecimento integral da causa criminal. Isso ocorre em razão de que as

decisões do tribunal do júri assumiram o "status" de garantia constitucional,

impossibilitando assim interferências em seu conteúdo. É o que foi disposto no art. 5º,

XXXVIII, "c", da CF, onde estabelece que é reconhecida a instituição do júri,

assegurada a soberania dos veredictos.

Partindo objetivamente para a prática dessas apelações, temos como primeira

situação de admissibilidade aquela determinada pelo art. 593, III, "a", onde estabelece

a possibilidade de apelação das decisões do júri quando ocorre nulidades posteriores

à pronúncia.

Devemos, de pronto, verificarmos que nulidades são essas. Constatamos que são

aquelas nulidades estabelecidas pelo art. 564, III, "f" a "k", do CPP, como por exemplo:

falta de quesitos e respostas, falta de intimação das testemunhas arroladas no libelo e

na contrariedade ao libelo, falta de intimação do réu para a sessão de julgamento,

entre outros. Deve-se observar, no entanto a diferença para o caso de ser uma

nulidade absoluta ou relativa, visto que esta é passível de preclusão se não

Page 8: Recurso de Apelação no Processo Penal

impugnada após as formalidades para o julgamento, enquanto que aquelas não

sofrem esse tipo de restrição.

Assim é que caso o tribunal "ad quem" acate, dê provimento, a uma alegação de

nulidade, os atos são anulados para que haja uma renovação na primeira instância até

que possam vir a ser conclusos para um novo julgamento. Devemos esclarecer que

essa ocorrência não fere o princípio constitucional da "soberania dos veredictos" em

razão de que o julgamento se tornou insubsistente ao passo que os atos anteriores ao

seu intento estavam viciados. Não houve modificação da decisão e sim a declaração

de sua inexistência jurídica.

No art. 593, III, "b", do CPP, temos a admissibilidade de recurso da decisão do tribunal

do júri para casos em que a sentença for contrária à lei expressa ou à decisão dos

jurados.

Verificamos ser esse um caso em o que se dispõe em apreço não é o veredicto dos

jurados - estando eles fora de apreciação - e sim a sentença que é proferida pelo juiz-

presidente da sessão de julgamento, quando se observa ter sido a sua decisão diversa

daquela que deveria ter sido proferida caso fossem observadas as alegações do

tribunal do júri ou ainda no caso da própria lei. Respeita-se o regular pronunciamento

dos jurados que não pode ser atacado. Nesse caso o tribunal de apelação fará as

retificações necessárias, posto que profere uma nova decisão em substituição àquela

prolatada pelo juiz-presidente da sessão.

Temos ainda o caso de apelação quando houver erro ou injustiça no tocante à

aplicação da pena ou da medida de segurança. É o que dispõe o art. 593, III, "c", do

CPP.

Esse ponto é alvo atualmente de grandes questionamentos doutrinários no que toca

ao seu alcance, não sendo definido até que ponto ele seria admissível sem que

atingisse a garantia constitucional da soberania dos veredictos do tribunal do júri.

É de se ver inicialmente que o dispositivo legal alcançaria os casos em que na

sentença o juiz-presidente não acolhe as razões dos membros do júri e interferisse

nas causas de aumento ou diminuição da pena, bem como nas agravantes ou

atenuantes, para melhorar ou piorar a situação de quem sofreu o apenamento. Essa

seria a situação lógica que não atingiria aquilo que foi decidido pelo júri. Porém,

existem entendimentos mais extensivos, entre eles o próprio Supremo Tribunal

Page 9: Recurso de Apelação no Processo Penal

Federal, onde se poderia impugnar decisões do tribunal do júri que fossem mais ou

menos elevados do que o justo para a espécie em apreço. Esse entendimento tem

apoio na irrecorribilidade das decisões do tribunal do júri, o que acarretaria graves

danos para o prejudicado, sem que pudesse recorrer para corrigir as injustiças. É um

entendimento que foge dos laços estritamente legais para acolher valores morais de

maior significância para o mundo fático e garantir princípios de maior relevância

individual. Porém, não podemos deixar de frisar que o entendimento por último

mencionado fere as disposições legais e o princípio resguardado pela Constituição

Federal do nosso país no que concerne às decisões do tribunal do júri. É um tema que

se resume em saber o que é mais importante a nível de sociedade.

Por fim, no que toca a admissibilidade de apelação em razão de decisões do tribunal

do júri, temos que é possível quando a decisão dos jurados for manifestamente

contrária à prova dos autos. É o que está disposto no art. 593, III, "d", do CPP. Para

esse último caso verificamos a possibilidade da entrada no "mérito da questão" para

que haja uma nova análise. É uma espécie de recurso diferente no que podemos dizer

que interfere superficialmente na decisão do júri, só que não em seu conteúdo. No que

concerne à abrangência desse dispositivo podemos entender que pode ser utilizado

para os casos em que há total discrepância entre o que foi colhido nos autos e aquilo

que foi decidido pelo conselho leigo quando agiu sem a menor concordância com a

logicidade presumida em situações idênticas. Isso não significa que não possa dar

interpretação que considera conveniente. Pode, desde que essa interpretação esteja

em consonância com as provas dos autos.

Um ponto discutível nesse item é acerca da abrangência da apelação, entendendo

boa parte da doutrina que deveria ela tratar apenas da questão principal, ou seja,

existência do crime, autoria, responsabilidade; enquanto outra parte, entende que se

admite na apelação a inclusão de pontos secundários como aumento de pena, entre

outros. Nosso entendimento é no sentido de admissibilidade da inclusão de pontos

secundários, caso provenha de situação contrária à prova dos autos por ser o meio

viável para dar a possibilidade de uma nova apreciação.

Para o caso desse último item, a nova apreciação deve ser feita por novo julgamento,

através de conselho de jurados. É o que dispõe o art. 593, § 4º, do CPP. Entendemos

desnecessária essa afirmação em razão da garantia constitucional, já mencionada, da

soberania das decisões do tribunal do júri. Com isso não poderia o tribunal "ad quem"

fazer uma apreciação do mérito da causa e tão-somente das condições de

admissibilidade da apelação.

Page 10: Recurso de Apelação no Processo Penal

Podemos ainda tecer considerações sobre o parágrafo terceiro do artigo 593 do CPP

no que se refere a impossibilidade de segunda apelação por motivo idêntico ao

anterior. O legislador pretendeu com isso evitar que a parte utilizasse da má-fé para

acionar por diversas vezes o juízo quando o caso foi alvo de apreciação, duas vezes

pelo tribunal do júri, onde aqueles motivos, fundamentos, que levaram à apelação já

foram apreciados, quer modificados, quer não. Claro deve ser que existe a

possibilidade de um terceiro julgamento, desde que a apelação não tenha como

fundamento legal situação anteriormente apreciada.

Em suma caberá Apela Criminal das decisões proferidas pelo Tribunal do Júri quando:

a) Ocorrer nulidade posterior à pronúncia: se a nulidade surgir em momento

anterior, deve ser conhecida por ocasião do julgamento da admissibilidade da

acusação, isto é, na própria decisão de pronúncia. Esta hipótese faz com que o TJ

anule o feito, a partir da implantação do vício, determinando a sua renovação.

b) For a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa à decisão dos

jurados: trata-se de um erro do juiz togado, que pode e deve ser corrigido diretamente

pelo tribunal. Assim, equívocos na aplicação da pena são passíveis de reforma, sem

necessidade de se proceder a novo julgamento.

c) Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de

segurança: trata-se de outra hipótese que diz respeito, exclusivamente, à atuação do

juiz presidente, não importando em ofensa à soberania do veredicto popular. Logo, o

tribunal pode corrigir a distorção imediatamente.

A inclusão ou exclusão de qualificadoras, privilégios, causas de aumento ou de

diminuição de pena não podem ser alteradas pelo tribunal, uma vez que fazem parte

da tipicidade derivada, integrante do crime doloso contra a vida, cuja competência

para julgar pertence, com exclusividade, ao Tribunal do Júri.

Se houver decisão equivocada do Conselho de Sentença, reconhecendo, por

exemplo, qualificadora manifestamente improcedente e dissociada das provas, é

preciso determinar a realização de novo julgamento, não cabendo ao tribunal ad quem

simplesmente afastá-la, diminuindo a pena.

Quanto às agravantes e atenuantes, a Lei 11.689/2008 buscou retirar a sua análise

dos jurados, transmitindo-a ao juiz presidente.

Page 11: Recurso de Apelação no Processo Penal

d) For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos: os

jurados, como seres humanos que são, podem errar e nada impede que o tribunal

reveja a decisão, impondo a necessidade de se fazer um novo julgamento. Isto não

significa que o juiz togado substituirá o jurado na tarefa de dar a última palavra quanto

ao crime doloso contra a vida que lhe for apresentado para julgamento.

Importante lembrar que o princípio constitucional da soberania dos veredictos não se

aplica à Justiça Militar, ficando reservado ao Tribunal do Júri.

Utilizada a apelação com base na alínea “d”, não é admissível um segundo apelo pelo

mesmo motivo, evitando-se a prorrogação infindável dos julgamentos (CPP, 593, §3º).

Nesses casos do inciso III, estamos diante de fundamentação vinculada, eis que não

se ataca decisão do tribunal do júri por qualquer razão ou inconformismo, mas

somente nos casos enumerados nas alíneas do inciso III, do artigo 593.

Posteriormente, no momento da apresentação das razões, fica vinculado ao motivo

indicado. O tribunal somente pode julgar nos limites da interposição.

Em função da unirrecorribilidade das decisões, havendo pervisao expressa para a

interposição de apelação, não pode a parte optar pelo recurso em sentido estrito, a

pretexto de também estar prevista a matéria no contexto do artigo 581.

PRAZO

A regra geral é de que a Apelação deve ser interposta no prazo de 05 dias a contar da

intimação da decisão, entretanto devemos observar algumas peculiaridades.

No que concerne ao prazo para a interposição de recurso de apelação dispomos do

art. 593, "caput", do CPP, ficando estabelecido que "caberá apelação no prazo de

5(cinco) dias" contados da intimação; bem como no art. 598, "caput", onde prevalece

que "nos crimes de competência do tribunal do júri, ou do juiz singular, se da sentença

não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou

qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como

assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo". E no

parágrafo único desse mesmo artigo fica ditado que "O prazo para interposição desse

recurso será de 15(quinze) dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério

Público".

Page 12: Recurso de Apelação no Processo Penal

Tecendo considerações em relação ao primeiro prazo mencionado que é de cinco

dias, podemos dizer que é ele o prazo genérico das apelações. Esse prazo começa a

correr a partir da ciência da parte sucumbente, quer seja pessoalmente, quer através

de publicação oficial, devendo ficar claro que no caso de sucumbência do Ministério

Público o prazo começa a correr da intimação que deve ser com a ciência do Promotor

Público.

Para fazermos uma melhor análise de quando devemos começar a contar o prazo não

podemos esquecer, o que deve ser mais importante é a data da interposição do

recurso. Não importa a data em que o juiz teve conhecimento ou a data em que

proferiu o despacho de recebimento, sequer pela demora de protocolo em cartório. É a

boa-fé do apelante que deve nortear o transcurso da apelação. Nesse sentido são as

súmulas n.ºs. 428 e 320 do STF.

Ainda com relação ao prazo de 5(cinco) dias, a maior parte da doutrina ainda entende

que para o caso de intimação por carta precatória o prazo começaria a ser contado da

juntada da mencionada carta aos autos. O Código de Processo Penal é omisso no

tocante a esse ponto, por isso a jurisprudência entende que deve ser aplicada

subsidiariamente a legislação civil.

Em relação ao segundo prazo previsto para a apelação, que é de 15(quinze) dias, está

ele previsto para o caso de recurso subsidiário em razão da inércia do Ministério

Público para a apelação. A primeira hipótese é o caso de o ofendido não ficar satisfeito

com a não interposição do recurso por parte do Ministério Público, caso em que

disporá do mencionado prazo, contado imediatamente após aquele dispensado ao

Ministério Público, fazendo assim jus ao prazo dilatado em razão da menor condição e

necessidade de busca de advogado, no afã de viabilizar o recurso

PROCEDIMENTO

Tratando do processamento do recurso de apelação, temos que existem duas fases

de desenvolvimento. Uma realizada no juízo "a quo" e outra no juízo "ad quem".

Passaremos então a essas fases.

Page 13: Recurso de Apelação no Processo Penal

A fase inicial, realizada no juízo de primeira instância é aquela da interposição do

recurso, podendo o apelante utilizar-se de formas indeterminadas, desde que atenda a

finalidade de cientificar o juízo do seu objetivo de inconformismo com o julgamento

obtido e anseio de reavaliação da causa.

Assim, "assinado o termo de apelação, o apelante e, depois o apelado terão o prazo

de 8 (oito) dias cada uma para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção

em que o prazo será de 3 (três) dias". (art. 600, "caput", do CPP). Como já visto, a

parte dispõe de um prazo para apelar, podendo ser de 5 (cinco) dias ou 15 (quinze)

dias, a depender da situação, e de outro para apresentar as suas razões, ou seja, a

sua fundamentação, em que está se baseando para desejar uma nova apreciação da

lide. Tem lógica essa separação de prazos, visto que uma parte não poderia ter um

prazo tão exíguo para fundamentar sua apelação, bem como agiliza a prestação

jurisdicional, caso não haja desejo de recurso pelas partes.

O parágrafo 1º, do art. 600, do CPP, estabelece que "se houver assistente, este

arrazoará, no prazo de 3 (três) dias, após o Ministério Público". De início poderíamos

imaginar que haveria um cerceamento no tocante ao prazo do assistente, o que não

condiz com a realidade em razão de que dispôs, além daquele prazo oferecido ao

Ministério Público, de mais de 3(três) dias para formular as suas razões, caso sejam

necessárias.

Diz o art. 600, § 2º, do CPP, que se "a ação penal for movida pela parte ofendida, o

Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior", ou seja, três

dias. Podemos afirmar que aqui temos a situação anterior de forma invertida, tendo em

mente que o Ministério Público é que terá o prazo de 11 (onze) dias para apresentar

as suas razões.

Estabelece o art. 600, § 3º, do CPP, que "sendo dois ou mais os apelantes ou

apelados, os prazos serão comuns" Desse dispositivo se extrai a idéia de que os

prazos devem correr em cartório caso as partes não acordem de forma diversa, visto

que não se poderia privilegiar uma parte com prazos maiores em razão de quantidade.

A exceção que se faz a isso é com relação ao Ministério Público, que deve ter vista

dos autos fora do Cartório. No tocante aos demais, são intimados da decisão através

da Imprensa Oficial, não dispondo do privilégio do órgão do "Parquet" (Lei n.º 9.271,

de 17.04.1996).

Page 14: Recurso de Apelação no Processo Penal

Seguimos então para a segunda fase do processamento, que ocorre no juízo "ad

quem", visto que ultrapassada a fase inicial. Caso a apelação ultrapasse as fases de

primeira instância, com a apresentação do recurso e razões, oportunidade para contra-

razões, preenchimento dos requisitos para admissibilidade, então os autos serão

remetidos à superior instância. O art. 601, "caput", do CPP, dispõe que: "Findos os

prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou

sem elas, no prazo de 5(cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que

o prazo será de 30(trinta) dias". O art. 603, do CPP, menciona os casos em que

devem ficar traslado dos termos essenciais do processo em cartório por razão da

distância, nos casos em que a comarca não é sede de tribunal de apelação. A

distância explica o maior prazo dispensado.

Assim, remetidos os autos ao tribunal de apelação, caso já existam razões de

apelação, será feito um novo juízo de admissibilidade para então levá-lo a novo

julgamento com inclusão em pauta.

Há casos porém que o apelante prefere apresentar as suas razões no próprio tribunal.

Situação essa prevista no art. 601, "caput", do CPP, já mencionado, e regulada pelo

art. 600, § 4º, do CPP, onde expõe que "Se o apelante declarar, na petição ou no

termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância, serão os

autos remetidos ao tribunal ‘ad quem’ onde será aberta vista às partes, observados os

prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial". Como se vê o que se

diferencia da situação anterior é que para esse caso aquilo que deveria ter sido feito

no juízo "a quo", no tocante às intimações necessárias e prazos para as razões e

contra-razões, será feita no juízo "ad quem", em razão de faculdade permitida por lei,

o que não deixa de ser um benefício ao apelante, que disporá de maior prazo para as

suas razões.

Por último não podemos deixar de mencionar uma situação diferenciada que é o caso

de dois ou mais réus, o que deverá ser feito caso não haja apelação de todos para não

tumultuar o processo. O art. 601, § 1º, do CPP, resolve o problema, impondo que: "Se

houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos

apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá

ser remetido à instância superior no prazo de 30(trinta) dias, contado da data da

entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a

apresentação das do apelado". Assim o dispositivo resolve a situação de tumulto

processual, evitando que a eficácia da decisão fique suspensa em relação àqueles

que não apelaram, contribuindo para a agilização processual no sentido de justiça.

Page 15: Recurso de Apelação no Processo Penal

Dessa forma podemos sintetizar que Deve ser interposta no prazo de 05 dias a contar

da intimação da decisão.

Supondo que o réu esteja preso quando apresentou o recurso, estipula o artigo 595

que, caso fuja, será declarada deserta a apelação. A deserção é considerada uma

desistência presumida por lei do recurso de apelação, caso o réu, sabendo que deve

estar recolhido para seu apelo ser conhecido, fuja do local de sua prisão. É um

impedimento ao conhecimento do recurso, somente aplicável à apelação, não

podendo ser estendido aos demais recursos.

Contudo, em razão da modificação trazida pela reforma, não mais cabe a deserção em

caso de fuga, uma vez que o artigo 387, parágrafo único, passou a dizer que “o juiz

decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de

prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da

apelação que vier a ser interposta”.

Há ainda, a possibilidade de deserção quando não houver o pagamento das custas e

as despesas de traslado.

O inconformismo pode ser total, discordando o réu, por exemplo, da condenação, da

pena aplicada, do regime escolhido, etc., como pode ser parcial, questionando

somente a pena aplicada ou o regime eleito para o cumprimento.

Assinado o termo de apelação ou apresentada petição pelo defensor, haverá um prazo

de 08 dias para cada parte oferecer as razões e contrarrazões.

A petição ou termo de apelação é dirigida ao juiz prolator da decisão impugnada, para

que haja o recebimento do recurso. Em seguida, apresenta-se as razões, estar,

dirigidas ao tribunal.

O assistente da acusação apresentará suas razões no prazo de 03 dias, contados do

término do prazo para o MP.

Havendo dois ou mais apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.

Existe a possibilidade de apresentar as razões diretamente no tribunal; faculdade

concedida somente à defesa (CPP, 600, §4º).

Page 16: Recurso de Apelação no Processo Penal

A ausência de razões não acarreta nulidade, embora jamais possa deixar o juiz de

intimar e assegurar às partes o direito de apresentá-las. A falta das razões não causa

nenhum prejuízo ao réu, uma vez que o tribunal retomará o conhecimento pleno da

questão da mesma forma.

Segundo o artigo 616, no julgamento das apelações, o tribunal, câmara ou turma

poderá proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou

determinar outras diligências.

A execução desses atos pode ser feita diretamente pelo tribunal, normalmente pelo

relator, mas também pode ser expedida carta de ordem para que o juiz de primeiro

grau proceda à inquirição desejada. A natureza dessas diligências é meramente

suplementar, voltadas que são ao esclarecimento das dúvidas dos julgadores da

segunda instância.

PECULIARIDADES

1 Execução Provisória da Sentença Condenatória

Ao contrário da absolutória, cujo efeito é meramente devolutivo, a sentença

condenatória deve ter efeito devolutivo e suspensivo, não sendo executada, até que

haja o trânsito em julgado, a fim de não se ofender o princípio da presunção de

inocência.

Embora a sentença condenatória tenha efeito suspensivo, justamente para não ferir o

princípio da presunção de inocência, executando-se a pena prematuramente, antes da

condenação tornar-se definitiva, é posição dominante da jurisprudência ter o

sentenciado direito à execução provisória da pena. admite-se que ele possa pleitear

ao juiz das execuções criminais a progressão de regime, embora ainda esteja

recorrendo da decisão condenatória (Súmulas 716 e 717, STF).

No entanto, tem sido majoritária a posição de somente permitir a execução provisória

quando o Estado-acusação se conforma com a pena (não haja recurso do MP).

2 Reformatio In Pejus

Diante da não plenitude do efeito devolutivo do recurso de apelação, o qual permite o

reexame da matéria decidida na sentença do Juiz de primeiro grau; não é possível que

Page 17: Recurso de Apelação no Processo Penal

o julgamento desse recurso resulte em decisão desfavorável à parte que interpôs o

apelo, e, estando o Tribunal adstrito ao pedido laborado em tal recurso, não haverá

admissibilidade quanto a decisão proferida extra ou ultra petium; significando

outrossim, que não a que se falar em reforma da sentença para agravar a situação do

réu, isto quando o apelo for por este interposto; em síntese, nessa circunstância

proibe-se a reformatio in pejus.

A não permissão da reformatio in pejus torna inadmissível que seja aceita nulidade

que não fora arguida pela acusação, motivo pelo qual prejudicaria o recorrido, de

conformidade com a Súmula 160 do STF e, que em recurso da acusação para a

anulação do julgamento do Tribunal do Júri, sendo o pedido apenas para anular a

sentença, ensejando desse modo um julgamento extra petita

A conformação do Órgão do Parquet com a decisão proferida pelo juiz de primeiro

grau, não apelando desta, lastreado na reformatio in pejus, não pode o Juiz ad quem

proferir uma decisão mais gravosa para o réu, tal é o entendimento da grande

jurisprudência e doutrina.

Não se vislumbra a reformatio in pejus nas decisões que sejam mais severas para o

réu se o recurso de apelação foi interposto pelo Ministério Público, então, este recurso

ora interposto consagrar-se-á prejudicado, haja vista a plausibilidade do recurso de

apelação interposto pelo réu no Juízo de Primeira Instância.

A regra da reformatio in pejus não possui aplicabilidade para limitar a soberania do

Tribunal do Júri, sendo justificado pelo insigne doutrinador Mirabete que "não pode a

lei ordinária impor-lhe limitações que retirem a liberdade de julgar a procedência ou a

improcedência da acusação, bem como a ocorrência, ou não, de circunstâncias que

aumentem ou diminuam a responsabilidade do réu, em virtude de anulação de

veredito anterior por decisão da Justiça togada" (Mirabete, 1996, p. 648)

3 Reformatio in Melius

Norteado no princípio do "ne eat judex ultra petita partium" o qual, enseja que não

pode o juiz julgar além do pedido da parte; então, não pode o Tribunal ad quem, em

recurso exclusivo da acusação, em favor do réu reformar a decisão, quer seja

agravando-lhe a pena, quer seja abrandando-lhe. Sendo esse o entendimento do STF,

onde deixa a mostra a não possibilidade da reformatio in melius, tendo em vista que

Page 18: Recurso de Apelação no Processo Penal

existe coida julgada para o réu, incidindo dessa maneira no princípio "tantum

devolutum quantum appellatum" o qual não permite essa possibilidade.

A reformatio in melius é aceita pela maioria dos doutrinadores como também pelos

Tribunais Estaduais. Conquanto, têm se decidido que em se tratando de recurso de

apelação emanado da acusação, possuirá este vasto efeito devolutivo, proibindo-se a

reformatio in pejus, em assim agindo, os Tribunais possuem o poder de julgar além do

pedido em prol do condenado em recurso de exclusividade da acusação.

De pe se, caracteriza-se a reformatio in melius quando há a proibição da aplicação de

pena mais severa quando se der ao fato definição jurídica diferente da constante na

denuncia ou queixa.

CONCLUSÃO

Diante do que expomos no escopo deste trabalho, observamos que a Apelação

Criminal objetiva o reexame do mérito, total ou parcialmente da decisão guerreada,

destacamos também a importância dos pressupostor recursair de admissibilidade que

também é fucral para o conhecimento do Recurso elencado e por fim fizemos

importantes anotações acerca das peculiaridades do Reformatio In Pejus e do

Reformatio In Mellius. Então evidencia-se que o Recurso ora estudado é simples,

entretanto rico em peculiaridades e observações importantes, o tornando um dos

meios recursais mais conhecidos.

Page 19: Recurso de Apelação no Processo Penal

BIBLIOGRAFIA

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NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso Completo de Processo Penal. 9.ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 1995. p. 389 - 394.

TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal; São Paulo: Savaiva, 1994. 15 ed. rev. e atua

UCSAL-Universidade Católica do Salvador

Page 20: Recurso de Apelação no Processo Penal

Faculdade de DireitoEstágio Supervisionado IVAluno: Allison Freitas de Almeida

RECURSO DE APELAÇÃO NO DIREITO PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO

Estudo sobre o tema supra, solicitado pelo prof. Alfredo Venet

Salvador, junho de 2012