recuperando com overlays de concreto (métodos de recuperação)

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RECUPERAR • Julho / Agosto 2008 antiga aceitação, pura e simples, de pavimentos asfálticos (flexíveis) como solução para a recuperação de tudo acabou de ruir. É a miragem da gló- ria para o mercado das empresas especiali- zadas ou não em pisos e pavimentos de con- creto, mais para este último, como aquele sonho em que um novo lugar é sintetizado diante dos olhos, do corpo, dos sentidos e o percorremos, por vezes, em labirinto. A Mas não é que ainda existem opiniões in- sensatas de que recuperação de pavimen- tos de concreto e até de concretos asfálti- cos com concreto, mais precisamente com overlays de concreto é cara, ao invés do indefectível concreto asfáltico? Estas opi- niões tendem a ruir pelo fato de que há enor- mes reduções de custos com os overlays de concreto, considerando-se as novas estra- tégias pertinentes a esta nova tecnologia. GLOSSÁRIO Overlay de concreto é um revestimento ou camada de concreto, normalmente com altura su- perior a 25mm,feito no local, sobre pisos de asfal- to ou concreto muito castigado, de modo a restituir sua situação original de tráfego. Retração é a diminuição do conprimento ou do volume das peças de concreto, como resultado da variação do teor de umidade ou de mudanças quí- micas, devido ao endurecimento. Retração por secagem retração devido a perda de umidade. Retração plástica ocorre antes que a pasta de cimento, argamassa, grout ou concreto endureça. Junta de dilatação abertura programada em uma estrutura de concreto, de modo a regular a surgência de movimentos dimensionais em dife- rentes regiões da estrutura. Antigo pavimento industrial de concreto sendo fresado para receber overlay de concreto. RECUPERAR • Julho / Agosto 2008 4 Continua na pág. 6

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Page 1: Recuperando com overlays de concreto (Métodos de Recuperação)

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antiga aceitação, pura e simples, depavimentos asfálticos (flexíveis)como solução para a recuperação

de tudo acabou de ruir. É a miragem da gló-ria para o mercado das empresas especiali-zadas ou não em pisos e pavimentos de con-creto, mais para este último, como aquelesonho em que um novo lugar é sintetizadodiante dos olhos, do corpo, dos sentidos eo percorremos, por vezes, em labirinto.

A Mas não é que ainda existem opiniões in-sensatas de que recuperação de pavimen-tos de concreto e até de concretos asfálti-cos com concreto, mais precisamente comoverlays de concreto é cara, ao invés doindefectível concreto asfáltico? Estas opi-niões tendem a ruir pelo fato de que há enor-mes reduções de custos com os overlays deconcreto, considerando-se as novas estra-tégias pertinentes a esta nova tecnologia.

GLOSSÁRIO

Overlay de concreto – é um revestimento oucamada de concreto, normalmente com altura su-perior a 25mm,feito no local, sobre pisos de asfal-to ou concreto muito castigado, de modo a restituirsua situação original de tráfego.Retração – é a diminuição do conprimento ou dovolume das peças de concreto, como resultado davariação do teor de umidade ou de mudanças quí-micas, devido ao endurecimento.Retração por secagem – retração devido a perdade umidade.Retração plástica – ocorre antes que a pasta decimento, argamassa, grout ou concreto endureça.Junta de dilatação – abertura programada emuma estrutura de concreto, de modo a regular asurgência de movimentos dimensionais em dife-rentes regiões da estrutura.

Antigo pavimento industrial deconcreto sendo fresado parareceber overlay de concreto.

RECUPERAR • Julho / Agosto 20084Continua na pág. 6

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A novidade

Este artigo, na verdade, introduz a forma derecuperar pavimentos de concreto e tam-bém asfálticos, utilizando-se recapeamen-tos feitos com concreto armado, ou melhor,overlays de concreto armado, através demetodologias simples e com alternativas.Esta nova tecnologia consegue otimizar oclímax, exatamente no parâmetro custo-be-nefício, vejamos por que:• Overlays de concreto duram e duram,

mantendo sua superfície intacta duran-te décadas. O que, infelizmente, nãoacontece com overlays asfálticos.

• Overlays de concreto também são efici-entes e rápidos de construir.

• Adaptam-se para uma variedade de pa-tologias que, normalmente, ocorrem emnossas estradas. E que estradas!?

• Os equipamentos necessáriossão os usuais.

• Poder-se-á utilizar dosagens con-vencionais.

• Overlays de concreto são 100% re-cicláveis, ou seja, poder-se-á remove-los e reutilizá-los, inclusive como materi-al de base.

• Os serviços feitos com overlays de con-creto têm a mesma durabilidade de umpavimento novo feito com concreto.

• Adapta-se, sem problemas, às exigênci-as mundiais que clamam por estradasmais largas.

• A armação pode ser feita com tela defibra de vidro estrutural.

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Esclarecendo

Esta nova tecnologia impõe novos termos,comparando-se aos antigos utilizados. Que-remos dizer que, o pessoal que constrói pa-vimentos de concreto poderá fazer algumaconfusão misturando o termo overlay com

a técnica chamada de Whitetopping, em re-lação aos novos conceitos de overlay ade-rido, parcialmente aderido e não aderido.De forma apropriada e normatizada paraevitar qualquer confusão, a AssociaçãoAmericana de Pavimentos de Concreto(ACPA) adotou uma linguagem ou nomen-

Situações de pavimentos rígidos e flexíveis, candidatos a overlays de concreto.

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clatura bem simples de ser compreendida.A nova tecnologia chama-se overlay de con-creto e é organizada em apenas duas famíli-as: o aderido e o não aderido, que podemser executados tanto sobre pavimentos deconcreto danificados quanto em pavimen-tos asfálticos esburacados e até na misturados dois, o que é bastante comum. Paraatender a estas três condições, idealizou-se 6 tipos de overlays de concreto:

• O aderido sobre pavimentos de con-creto, asfalto e misturas dos dois.

• O não aderido com as mesmas condi-ções.

OCAs e OCNAs

Overlays de concreto aderidos (OCAs)são projetados para se integrarem ao pa-vimento original, desde que este apresen-te ainda alguma condição de tráfego, demodo a compor ou formar um único pavi-mento, monolítico, com características es-truturais superiores. Dá para perceber quea aderência é essencial para a obtençãodesta empreitada. Em caso contrário o over-lay ficará sem pai nem mãe e o resultadonão será o esperado.Já os overlays de concreto não aderidos(OCNAs) são projetados para trabalharindependentemente, como um novo pa-vimento, desconsiderando-se o pavimen-to original, bastante danificado e impres-

Situações típicas, onde são sugeridosoverlays de concreto aderido (OCA).

Amostra onde se apresenta opavimento com a condição atual,a preparação e a situação final.

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tável, servindo apenas como base está-vel. Ambos irão trabalhar cada um paraseu lado, independentes. Desta maneira,nada será exigido da aderência entre am-bos, ou seja, a perda de adesão não re-sulta em comprometimento para o OCNA.Na prática, é comum conseguir-se algu-ma aderência ao aplicá-lo sobre pavimen-tos asfálticos. Nenhum prejuízo. Por ou-tro lado, ao executá-lo sobre um pavimen-to de concreto, dever-se-á aplicar umamembrana separadora, fazendo com queambos trabalhem independentes, elimi-nando a possível ressurgência de trincas/fissuras antigas provenientes do antigopavimento.Bem projetados, OCAs e OCNAs são,hoje, a melhor programação para a recu-peração duradoura de pavimentos de ro-dovias e os existentes dentro de plantasindustriais.Ficou no ar a idéia de que um OCA teriacaracterísticas de uma recuperação e umOCNA de uma obra de reconstrução. Naverdade, ambos podem e devem ser utili-zados em conjunto, até mesmo em umamesma obra, adicionando-se melhoriascomo, por exemplo, o aumento da largurado pavimento.

Projetando OCAs e OCNAs

Tudo deverá ser avaliado: a importânciado pavimento, se é uma auto-estrada, umpavimento de rua ou um pavimento in-dustrial. Suas condições (a do pavimen-to), sua sub-base e subleito, podendo-seutilizar um falling – weight deflectometer.Naturalmente, se haverá ou não adicio-nais como alargamentos no pavimento e,claro, dinheiro suficiente para a emprei-tada. Afim eliminar qualquer dúvida quepossa ainda existir sobre a aplicação deOCAs e OCNAs, vamos apresentar asduas famílias na forma de quadros.

Condições ideais para um OCNA

Pavimentos de concreto ou asfáltico comfraturas e desplacamentos generalizados,reatividade álcali-agregado (pavimentosde concreto), subleito comprometido, sejacom borrachudos, desnivelamentos, dre-nagens insuficientes, recalques etc. Al-gumas práticas construtivas e detalhespara a execução de um bom OCNA são osseguintes:

FAMÍLIA ADERIDA(Overlay de concreto aderido)

Dependendo da garantia desejada, terá espessura de 5 a 13cm.Considerar-se-á a carga do tráfego e o solo de fundação.

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• Restabelecendo a condição suporte do pa-vimento original

Pavimentos de concretoA maioria dos problemas existentes em suasuperfície não precisa ser recuperada, ape-nas sua condição suporte ou estrutural,de modo a não comprometer o OCNA. As-sim, painéis comprometidos pela condiçãodo subleito ou totalmente fraturados e sembase estável (recalques) precisam ser bemrecuperados, antes do OCNA.

Pavimento asfáltico e mistosCaso existam apenas sulcos ou aquelesriscos característicos ao longo do pavi-mento com largura menor do que 5cm,poder-se-á lançar diretamente o OCNA,sem que haja qualquer trabalho de fratu-ramento do pavimento para melhorar suaestabilidade. Se houver desnivelamentos,dever-se-á corrigi-los, a fim de assegurara espessura mínima do OCNA. Mas cui-dado no corte para não desestabilizar suacondição suporte.

Dependendo da garantia desejada, terá espessura de 10 a 28cm.Considerar-se-á a carga do tráfego e o solo de fundação.

Preparação para lançamento de uma placa de OCNA.

FAMÍLIA NÃO ADERIDA(Overlay de concreto aderido)

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LÁPIS PHTele-atendimento(0XX21) 3154-3250Fax consulta nº 03

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• Preparando a superfície para receber oOCNA

Preparar antigas superfícies de pavimen-tos de concreto e asfalto exige técnicasdistintas para receber o OCNA.

Pavimentos de concretoTorna-se necessário isolar o pavimento deconcreto com uma camada de asfalto comespessura variando de 2 a 3cm. Poder-se-á utilizar tecidos asfálticos adequados.Trata-se de uma medida necessária paraimpedir que a antiga superfície do pavi-mento asfáltico, cheia de trincas e fissu-ras, adira ao overlay, comprometendo-o.Atenção à temperatura do antigo pavimen-to. Caso esteja quente, lave-o e assegureuma condição natural.

Pavimentos asfálticos e mistosBasta dar uma boa vassourada para remo-ver a sujeira, porventura existente. Aten-ção, caso a temperatura do antigo pavimen-to asfáltico esteja alta, geralmente superiora 45ºC, poderá comprometer o OCNA, pro-

vocando ou acelerando as trincas de retra-ção. Lave as superfícies com água e che-que a temperatura. Antes de lançar oOCNA, retire todas as poças d’água.

• Espessura do OCNA

Varia de 10 a 30cm. As exigências para onovo pavimento é que definirão a espes-sura adequada.

• Dosagem do concreto

Geralmente utiliza-se a dosagem padrãoutilizada em pavimentos, com a particula-ridade obrigatória do acelerador de pegapara liberação rápida do tráfego.

• Corte e cura

O corte das juntas de controle (serradas)do OCNA deverá ter um padrão diferentedos pavimentos tradicionais. As juntasdeverão ser bem mais próximas, de modoa reduzir as tensões e as conseqüentesfissuras que poderão existir.

Condições ideais para um OCA

A adesão é a condição primordial para estetipo de overlay. A melhor prática construti-va é a seguinte:

• Restabelecendo a condição suporte do pa-vimento original

De modo geral, dever-se-á restabelecer re-giões severamente danificadas, antes deexecutar o OCA.

Pavimentos de concretoToda e qualquer trinca que exista no pavi-mento original refletirá no OCA, a não serque se construa juntas de controle sobreestas trincas. Evidentemente fraturas egrandes aberturas deverão ser adequada-mente, quer dizer, profundamente preen-chidas com concreto, antes do OCA.

Pavimentos asfálticos e mistosTodo e qualquer grande defeito, comoaquela aparência de pele de jacaré, mui-to característico em antigos pavimentos

Um dos tipos de fresa para preparação do pavimento. Trincas induzidas pelo corte da junta de controle.

Situações típicas, onde são sugeridosoverlays de concreto aderido (OCA).

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REFERÊNCIAS• Patr íc ia Karina Tinoco é engenhe i ra

civil especialista em química e física da cons-trução.

• Mellinger, Frank M., Structural design ofconcrete overlays, ACI Journal.

• “Bonded Concrete Resurfacing”, Bulletin HB-23 2nd Ed., Portland Cement Association.

• Design of Concrete Overlays for PavementsACI 325.1R-67.

• National Concrete Pavement TechnologyCenter, Guide to Concrete Overlay Solutions.January 2007.

fax consulta nº 05

Para ter maisinformações sobreAnálise.

rão de pau exatamente na interface de cola-gem. Assim, o desenho projetado para asjuntas de controle e a estratégia do posici-onamento das juntas de concretagem seráextremamente importante para liberar e jo-gar para longe estas tensões malucas. Fa-lamos no desenho ou no projeto das jun-tas de controle, mas não há um padrão, jáque é muito comum encontrarmos antigospavimentos com diferentes padronizaçõesde juntas. De qualquer maneira, é muito útildar uma olhada antes no software Hiper-pav, que estabelece a condição ideal para ocorte de juntas de controle.

Em pavimentos de concretoAs juntas deverão ser feitas exatamentesobre as existentes, de modo a evitar areflexão de trincas. O corte deverá atingirtoda a espessura da OCA, avançandomais 1,5cm.

Em pavimentos asfálticos e mistosO corte deverá estabelecer pequenos “pa-nos” que variam de 1m a 2,5m ou, segun-do uma outra padronização, de 12 a 18vezes a espessura do OCA. A junta longi-tudinal deverá ser feita afastando-a o má-ximo possível da trajetória das rodas dosveículos.A cura aqui também é importantantíssimapara controlar as tensões e manter a su-per importante adesão. É muito interessan-te utilizar película de cura química pigmen-tada (esbranquiçada), de modo a visuali-zar-se sua aplicação, inclusive nas bor-das verticais do OCA.

asfálticos mal tratados, deverão ser re-movidas. Assim como comprometimen-tos de seu subleito ou sub-base. Desni-velamentos maiores que 5cm deverão sercorrigidos, de modo a não comprometera espessura do OCA. Cuidado para nãocortar muito o antigo asfalto, pois ser-virá de base para o OCA. Caso existamgrandes trincas ou fraturas transversais,muito características, provocadas porfraturas térmicas, deverão ser desobs-truídas e preenchidas com argamassa ouconcreto.

Pavimento mistoSituação típica de pavimento asfáltico so-bre concreto. Caso exista fratura com mo-vimentação, devido à falta de base, de-ver-se-á analisar a situação, podendo sernecessárias injeções de calda de cimentonaquela região. Se forem apenas fratu-ras, poder-se-á colocar pedaços de telade armação sobre o local, de modo a neu-tralizar este problema.

• Preparando a superfície para receber oOCA

Pavimento de concreto, asfáltico e mistosTodo pavimento deverá ser fresado, demodo a assegurar a aderência com o OCA.Como opção, poder-se-á utilizar hidroja-teamento com areia, quando o pavimentofor muito frágil. A limpeza deve ser abso-luta, de preferência lavando-se e removen-do-se poças d’água. Atenção à tempera-tura das superfícies. O ideal é que a tem-peratura da superfície esteja igual ao doOCA no momento do lançamento. Casocontrário, problemas poderão aparecer.Claro, trincas de retração, muitas.

• Juntas e cura

Evidentemente, overlays relativamente fi-nos apresentam grandes chances de sofre-rem rápidos processos de retração e expan-são, além de empenamentos de bordas.Tudo isto motivado por tensões que cai-

Típica degradação do pavimento asfáltico, devido a falta de condições para tal: ideal para overlay de concreto.

Mix rutting

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RENEWTele-atendimento

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de estabilidade. De um modo geral, dever-se-á tomar medidas especiais para as se-guintes condições:

A Camadas de solos fracos e heterogêne-os, com resistências e deformabilidadesdiferenciadas sob a área da fundação.

B Camada resistente profunda, em rela-ção à cota da fundação.

C Fatores geotécnicos adversos, comonível freático alto e camadas de baixaresistência.

D Presença de aterros de resíduos urbanos.Continua na pág. 16

ara fazermos a fundação de umacasa ou edificação é preciso que acondição geotécnica do terreno

seja estável e que o investimento esteja isen-to de riscos ativos. Caso os riscos sejam denatureza aleatória ou recorrente, o projetoda fundação deverá considerar possíveisações inibidoras, como melhoria das condi-ções do solo ou medidas especiais para oselementos de fundação. A presença de solomole no terreno de fundação, seja a partirda superfície ou presente em camadassubhorizontais incorre em sério problema

P GLOSSÁRIO

Solo mole – são solos sedimentares com baixaresistência à penetração (valores de SPT inferio-res a 4 golpes), em que a fração argila imprime ascaracterísticas de solo coesivo e compressível(plástico). São argilas moles ou areias fofas. Osdepósitos ou ambientes de deposição variam des-de fluvial (aluviões nas várzeas dos rios) até ocosteiro, passando pelos pântanos, onde ocorremos depósitos orgânicos chamados turfas.Compressibilidade – propriedade de um soloquanto a sua susceptibilidade à diminuição de volu-me sob o efeito de uma carga, que pode ser exter-na ou interna.

Estabilidade de talude em áreas de florestas: monitoramentoconstante para garantir o coeficiente de segurança.

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Existe maneira mais moderna, inteligente e barata para consolidar solos sem resistência em grandes áreas.

Peça hoje mesmo informações.CPR

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COMPACTAÇÃO PROFUNDA RADIAL(CPR)

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possibilidades de insucesso. Todos ositens, contudo, têm na melhoria do solouma solução comum.

Critérios a serem obedecidos

Todo projeto exige critérios. O de uma fun-dação não foge a regra. Assim, exigir-se-á

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os seguintes critérios para a execução deum projeto de fundação:

• Estabilidade, ou seja, um coeficiente desegurança adequado.

• Que as deformações ou recalques sejamtolerados pela estrutura.

• Que não se afete as construções vizinhas.• Que seja durável, mantendo-se durante

toda a vida útil da estrutura, consideran-do-se possíveis alterações das condiçõesiniciais, tais como:

o Não ocorra mudanças de volume nosolo de fundação, como é o caso de ter-renos mal compactados.

o Comprometimento do concreto do ele-mento de fundação, devido ao contatocom águas ou solos contaminados.

E Solo mole, a partir da superfície até pro-fundidades consideráveis.

Os itens A, B e C necessitam corriqueira-mente de fundações profundas, já quefundações superficiais estariam compro-metidas com análise custosas e grandes

Colapso do solo defundação nesta rodovia:causas previsíveis.

Várias camadas de um solo de fundação: resistências diferenciadas. Escavação para obtenção da cota de fundação.

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• Oscilações do nível d’água, ocasionandomudanças nas tensões efetivas e alteran-do a resistência e a deformabilidade dosolo de fundação.

Para a elaboração do projeto serão neces-sários dois levantamentos básicos:

Dados para oo projeto

Para o caso de casas e edificações, signifi-ca o tipo de estrutura, as dimensões, a for-ma e as armaduras das fundações, a situa-

ção dos pilares ou apoios e, naturalmente,as cargas previstas, essencialmente verti-cais, além de outros dados.

Presença de solo mole

Evidentemente os dados importantes serãosua resistência ao esforço cortante ou coe-são, seu peso específico e sua deformabili-dade. Com relação à resistência, deverá seranalisada sem drenagem. Sua deformabili-dade tem a ver com seu módulo de defor-mação ou com o índice de compressão.

GLOSSÁRIO

Resistência ao cisalhamento – todos os solosrompem por cisalhamento, que está combinado àcoesão (c) e ao atrito interno (Ø). A coesão tem aver com a adesão entre as partículas do solo, o queé significativo nos solos argilosos e zero nas areiaslavadas. O ângulo de atrito interno (Ø) deve-se aaspereza estrutural entre partículas do solo, conside-rável nas areias e fraca nas argilas. Assim a resis-tência ao cisalhamento é igual a coesão + tensãototal x tg Ø. A tensão total, fundamental para aresistência ao cisalhamento, divide com a poropres-são essa importância, já que esta última absorveparte da carga imposta, reduzindo-a. Lembramosque a tensão total é igual a tensão efetiva + poro-pressão. A tensão total, em qualquer plano do solo,é a soma da tensão efetiva, ou seja, tensão entrepartículas sólidas do solo e a pressão do fluido exis-tente em seus vazios.Poropressão – pressão que atua na água contidanos vazios do solo. O mesmo que pressão neutra.Quando um solo compressível, saturado e de baixapermeabilidade é tensionado, de alguma forma, astensões são, no início, transferidas ou suportadaspela água de seus poros, que acarreta o chamadoexcesso de poropressão e que, aos poucos, vai sen-do transferido para a estrutura do solo.Compactação profunda radial (CPR) – técni-ca de consolidação do solo mole ou fofo com aredução da compressibilidade e o aumento de suaresistência, através da instalação prévia de geodre-nos e a posterior compactação de suas partículas,devido a formação de bulbos de grout bombeado aalta pressão. O Compaction Grouting é uma varia-ção do método.Adensamento ou consolidação – redução pro-gressiva do volume de uma massa de solo mole oufofo com conseqüente perda d’água, sob o efeito doseu próprio peso e/ou de um acréscimo de tensõesna massa do volume do solo provocadas pelas téc-nicas de estabilização com geodrenos/aterro tempo-rário ou geodrenos/compactação profunda radial(CPR). A quantidade de compressão aplicada porum dos dois processos, em qualquer período de tem-po, não se relaciona apenas às cargas desenvolvi-das, mas principalmente à quantidade de tensõestransmitidas no contato das partículas, ou seja, àdiferença entre a tensão imposta e o excesso deporopressão, quer dizer a tensão efetiva.

Execução de um grande radier para a construção de um centro comercial.

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Como é prudente prever recalques diferen-ciais em longo prazo, é bastante útil conhe-cer o coeficiente de consolidação. A faltade uniformidade do solo mole e sua hetero-geneidade são pródigas na produção de re-calques diferenciais, conseqüência das di-ferentes condições de apoio entre sapatasou outros elementos de fundação. Dever-se-á conhecer a tensão de ruptura do soloe determinar-se o desejado coeficiente desegurança a ser adotado, de modo a esta-belecer a tensão admissível. Finalizando,dever-se-á estimar os movimentos provo-cados pelas cargas aplicadas no solo, ouseja, os temidos recalques e a tolerância aser obedecida.

A opção pela fundação direta

O dimensionamento de uma fundação dire-ta exige cálculos com uma série de parâme-tros pertinentes ao solo (mole) que está lá.Existem dois tipos fundamentais de funda-ção direta:

1 SapatasQue podem ser isoladas, para um só pilar,ou combinadas, que recebem vários pila-res e é chamada de sapata corrida.

2 RadierSegundo a NB de fundações, um radierdeve ser dimensionado para receber to-dos os pilares da edificação.

GLOSSÁRIO

Adensamento secundário – deformações len-tas que desenvolvem-se no solo com tensão efetivaconstante, mesmo após finalizados os recalques pre-vistos pela Teoria do Adensamento.

Os critérios de segurança

É prática na engenharia de fundações es-timar a segurança frente às condições ge-otécnicas de instabilidade do terreno, me-diante um coeficiente de segurança que,verdadeiramente, indica, de forma deter-minística, a relação entre as forças estabi-lizantes e desestabilizantes atuantes, ten-do como parâmetro uma situação de equi-líbrio limite. Este Coeficiente de Seguran-

ça (K) define-se como um número atravésdo qual se reduzirá a resistência do solode fundação para que ela alcance o estadode equilíbrio limite. Este número ou valordepende do grau de conhecimento dos pa-

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Sapata corrida, típica para conjunto de casas populares.

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râmetros do solo, como pressões hidros-táticas, superfícies de ruptura, recalques,intensidade das cargas da edificação etc.Quando um terreno apresenta solo mole,ou seja, reais possibilidades de grandesrecalques na futura edificação, dever-se-áconsiderá-los nos cálculos de estabilida-de e segurança, incorporando-os. Geral-mente, o coeficiente de segurança fica acargo do projetista. No entanto, recomen-da-se 1,5 < K < 3,0.

Distribuição das tensões no solo

Para o dimensionamento de uma fundaçãodireta é preciso conhecer todas as forças queatuam sobre ela. As que a estrutura transmi-

te são conhecidas. No entanto, há outrasmais complexas, como a distribuição das ten-sões de reação no solo, sob a sapata ou ra-dier, que dependem do tipo de solo e da rigi-dez do elemento de fundação escolhido. Apresença de solo mole para qualquer tipode fundação, seja sapata ou radier, a pre-sença de solo mole torna todo o cálculobastante complicado. Melhorar as condi-ções do solo torna-se menos complicado.

Estimando os recalques

Trata-se de um cálculo obrigatório, poistoda fundação ao ser carregada sofre recal-ques. O cálculo dos recalques é, sem dúvi-da, um dos problemas mais complexos da

mecânica dos solos. O problema agrava-seainda mais quando desejamos estimar osrecalques diferenciais na estrutura, pelofato de que sua interação com o solo su-porte dá lugar a uma reorganização de car-gas e movimentos associados. Veremos aseguir que, para o caso de solos moles, tor-na-se obrigatória a melhoria do solo.

Os três tipos de recalques a seremconsiderados

Invariavelmente, à medida que a constru-ção é erguida, produz-se um recalque ins-tantâneo (Ri). Solos de baixíssima permea-bilidade e saturados, como solos moles, fa-zem com que durante os momentos iniciais,a água não seja capaz de “escapar” dos seusporos, embora haja aumento da pressãoneutra ou poropressão, ou seja, estabele-ce-se um excesso da pressão intersticialsem, no entanto, haver qualquer drenagemda água, de maneira que o recalque inicialcorresponda a uma distorção do solo, semqualquer mudança de volume.Depois da ocorrência do Recalque Instan-tâneo (Ri) inicia-se, timidamente, a dissipa-ção daquele excesso de pressão intersticialou poropressão gerados e, naturalmente, orecalque, devido à consolidação primária(Rcp). Os problemas não param aí. Solosmoles caracterizam-se por recalcar bem maisapós todo aquele excesso de poropressãoter escoado ou dissipado, já com tensõesefetivas atuantes, ou seja, com a parcela(nada) resistente da água do solo neutrali-zada. Este último fenômeno denomina-se

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Sobrecarga no terreno em torno da estaca e o perfil correspondente dos recalques: atrito negativona estaca e, naturalmente, mais carga atuante.

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Representação do recalque instantâneo (Ri), do relativo à consolidação primária (Rcp) e secundária(Rcs).

mente com o agravante do lençol freáticoalto, deve ser motivo, primeiro, de consoli-dação ou melhoria, de modo a eliminar fu-turos problemas.

A opção por fundação profunda

Quando as camadas superficiais do terrenonão são resistentes ou são muito compres-síveis, como é o caso de solos moles, ficadifícil projetar fundações diretas com coe-ficiente de segurança adequado ou com li-mitação de recalques a valores toleráveis.A opção por fundações profundas, utilizan-do-se estacas, exige que haja substratosresistentes, geralmente distantes da super-fície. Mesmo assim, havendo presença desolos estruturalmente instáveis, como tur-fas, argilas moles, areias fofas e solos co-lapsíveis, concomitantemente com execu-ção de aterros nos locais da construção, oque é comum, o estaqueamento estará su-jeito ao fenômeno do atrito negativo e dedeslocamentos laterais (efeito Tschebota-rioff), estabelecendo-se recalques diferen-ciais perigosos. Evidentemente, o custo deuma fundação profunda é relativamentegrande para grandes e pequenos projetos.

A opção pela melhoria do solo(Compactação Profunda)

Compactar ou consolidar solos saturadosou com umidade significa unir mais suaspartículas, reduzindo os espaços presen-tes ocupados até então pelo ar e pela água.Conseqüentemente, aumenta-se sua den-sidade, tornando-o mais resistente. Existemquatro técnicas de consolidação profundaespecíficas para solos moles: a remoção dosolo mole, a precompressão, as estacas decompactação e Compactação Profunda Ra-dial (CPR).

A remoção do solo mole

Esta técnica, bastante antiga, já não é maisutilizada pelo fato das restrições ambien-tais. Assim mesmo, sua atuação resumia-se às camadas de, no máximo, 4 metros.

Precompressão

Também denominada aterro provisório ouaterro sobre solo mole é a técnica mais an-tiga de consolidação de terrenos onde exis-tem solos moles. No entanto, ainda causa

O ensaio de placa não “vê” o que ocorrerá sob afundação.

fluência do solo, ou recalque devido à con-solidação secundária (Rcs). Como conse-qüência, o recalque total que a estrutura sesubmeterá será a soma dos três componen-tes citados, ou seja, Ri + Rcp + Rcs. Adici-onalmente aos três recalques, é comumocorrer também, paralelamente, movimen-tos laterais no solo de fundação, criandotranstornos para construções anexas à edi-ficação que está sendo construída. A exe-cução de provas de carga com ensaios deplaca, não deverão ser executadas, pois,como se viu, não representa as condiçõesa que estará submetida a construção. Emresumo, qualquer elemento de fundaçãodireta assentado em solo mole, principal-

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a) Fundação direta(distribuiçãohorizontal detensões)

b) Fundaçãoprofunda (distri-buição verticaldas tensões)

Tipos básicos defundação.

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surpresa aos projetistas, tanto no que dizrespeito a rupturas como a grandes recal-ques e deslocamentos inesperados. Pre-viamente, instalam-se geodrenos ou esta-cas de areia, de modo a acelerar a drena-gem da água, diminuindo a trajetória damesma dentro da massa do solo compres-sível. A seguir, instalam-se equipamentospara monitorar as tensões e a poropres-são. Constrói-se, então, o aterro sobre acamada mole, em uma ou várias etapas, po-dendo-se utilizar geotêxteis na interfaceaterro-solo mole, com o objetivo de darmais estabilidade ao conjunto. O aterrocomprime o solo, impondo cargas superi-ores à futura construção e acelerando osfuturos recalques. Após certo tempo, re-

move-se o aterro e inicia-se a construção.Os grandes inconvenientes desta técnicade consolidação:

1 Demanda tempo, geralmente meses e atéanos.

2 A instrumentação e o cálculo de sua es-tabilidade e efetividade são caras, às ve-zes problemáticas.

3 O aterro provoca mais deslocamentoshorizontais no solo mole do que propri-amente deslocamentos verticais.

4 Sua atuação é restrita a terrenos onde acamada de solo mole é pequena, pois astensões/deformações induzidas atin-gem apenas uns poucos metros. Casosde aterros de resíduos urbanos sobresolos moles inviabilizam esta técnica.

5 Sua efetividade é melhor quando utilizacolunas de material granular ao invésde geodrenos fibroquímicos.

6 Em resumo, sua eficácia é bastante limitada.

Estacas de compactação

Esta técnica é indicada apenas para solosarenosos, quando muito para solos areno-sos-siltosos. Nunca para solos moles. Se oteor de finos do solo ultrapassa a 20% suaeficácia fica comprometida. Geralmente asestacas são feitas com areia, argamassa,concreto e até madeira.

A amplitude das deformações dinâmicas precisa situar-se dentro de uma área estável para confirmar asegurança do solo de fundação.

Monitoramento das condições do solo defundação anexo à estrada de ferro: Aamplitude das cargas dinâmicas correspon-dentes à passagem do trem é o informativomais precioso de sua estabilidade. Suasamplitudes precisam estar estáveisenquanto o trem passa. Em áreas de risco,como taludes e pontes, o MAE torna-seobrigatório.

Empuxo lateral na estaca devido a cargas de ater-ros.

mente dimensionada, seguida da cravaçãodos tubos de bombeamento do grout es-pecífico, que promoverá a compactação dosolo mole ao longo de toda a sua profun-didade. Seus equipamentos permitem iden-tificar, previamente, a resistência não dre-nada do solo mole (coesão), ao longo detoda a sua altura, à semelhança do ensaiopressiométrico. Com isto, ao finalizar obombeamento de cada bulbo, pode-se pre-ver o grau ou a intensidade de consolida-ção imposta a cada metro da camada desolo mole. Trata-se de uma técnica moder-na, isenta de inconvenientes técnicos, jáque alia rapidez e eficiência.

Compactação Profunda Radial (CPR)

Técnica específica para solos moles, jáque envolve instalação prévia de geodre-nos, através de malha de cravação previa-

REFERÊNCIAS• Jorge L. F. de Almeida é professor e enge-

nheiro de fundações.• Jiménez Salas, J.A., Justo Alpañes, J.L. y Ser-

rano González, A.. Geotecnia e Cimientos II.• Serions, N.E., and Menzies, B.K. A short cour-

se on foundation engineering.• Bjerrim, L., Problems of Soils Mechanics and

Construction on Softsoils, 8º ICSMFE.• Uriel, A., CImentaciones en la edification.

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Para ter maisinformações sobreSolos.

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asais discutem pra se amar. O debate, sem fingimento, sincero eacalorado, expõe as pessoas

como elas são, sem seus defeitos e prefe-rências. Por esse motivo, a ausência dediscussões impede aprofundar tanto assemelhanças quanto às diferenças. Porsemelhança, queremos por em questão assituações que levam uma peça estruturalou mesmo uma estrutura a um estado pro-blemático que, para nós, aqui e agora, sig-nifica a incapacidade da peça estrutural

C ou de toda a estruturaexecutar sua fun-ção, de forma irre-versível, seja pelamudança de seuc o m p o r t a m e n t o ,seja pela degradaçãodos materiais envolvi-dos. Estamos falando de pe-ças ou estruturas metálicas, de con-creto armado – protendido, do solo defundação, etc.

Pontes em concreto protendido e mistas apresentam complexosprocessos de deformação por distorção, onde sobressaem

a fluência e a retração.

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Continua na pág. 26

Quase sempre associamos patologias nasconstruções à presença de fissuras, recal-ques, desgastes e corrosão. A presençadestes quatro fatores, juntos ou separa-dos, no entanto, não são suficientes paraestabelecer um estado de patologia. Es-truturas metálicas ou de concreto tambémse degradam quando ocorre distorção emseu tamanho ou forma que, usualmente,leva ao comprometimento de sua ativida-de comportamental.Os dicionários da língua portuguesa fa-lam de distorção como mudança de forma,de estrutura, uma torção anormal. Já dis-torcer é apresentado como alteração daforma original ou da posição normal. O fatoé que quando uma peça estrutural entra

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Estruturas de pontes são as que maisapresentam processos de distorção.

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Mudanças de volume, tantopor aumento como porretração dimensional

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em colapso, quebra ou chega ao estado deruína, muita coisa aconteceu ali. Assim,

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GLOSSÁRIO

Fluência – deformação causada por carregamen-to constante, ao longo do tempo.Relaxação de tensões – tensões que diminuemao logo do tempo em uma estrutura sob deforma-ção constante.Retração – diminuição de volume ou compri-mento causado pela secagem do concreto ou pormudanças químicas. Acontece em função do tem-po. Não tem relação com tensões provocadas porcargas mecânicas.Tensões residuais – tensões internas, presentesem uma peça estrutural ou estrutura, mesmo consi-derando que ainda existam forças externas ou gra-dientes térmicos atuantes. Estas tensões, conside-rando que possam atuar em pontos localizados ouem toda a estrutura, são o resultado de uma monta-gem mal feita entre partes pertencentes de umamesma estrutura. A situação interna destas estrutu-ras, causada por um ou mais fatores distorce asregiões vizinhas com tensões não programadas.

Na viga-caixão desta ponte, as deformações por fluência e retração têm significativa influência em seusistema estrutural, particularmente em suas partes metálicas

identificamos a patologia distorção comouma mudança no tamanho e/ou forma deuma estrutura, geralmente complexa de serexplicada. Sim, porque necessita de infor-mações cruciais de projeto, da análise es-trutural, da tecnologia dos materiais que ge-rou a peça ou a própria estrutura. Um outrocomplicador é que a distorção pode ser cau-sada por tensões residuais presentes den-tro da peça/estrutura ou por tensões exter-nas. Patologias estruturais causadas pelofenômeno da distorção são extremamentesérias pois, usualmente, conduzem a outrostipos de patologias que, no final, com ummonte de sintomas ou o próprio colapso,passam despercebidas. A distorção tambémocorre em peças ou estruturas submetidasà fluência ou à relaxação provocadas portensões.

Os tipos de ruína causados peladistorção

Patologias causadas pela distorção podemser classificadas de diferentes maneiras.Trata-se de um viés a ser facilmente inves-tigado, evidenciando a distorção de tama-nho causado por:

• Estiramento• Flexionamento• Torção• Compressão

e distorção da forma da peça/estrutura atra-vés de:

Puxando ainda mais o fio da meada, verifi-ca-se que o fenômeno da distorção podeser taxado de temporária e um caso típicoocorre nas estruturas metálicas, pelo fatodestes materiais serem elásticos e fletirem,distorcerem, principalmente sob tensõespequenas. E permanente, resultado do es-coamento ou esmagametno durante servi-ço, por fluência, flexionamento, torção, com-

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pressão etc, alcançando seu limite elástico.Fluência não é um fenômeno simplório, decurto prazo como outras patologias corre-lacionadas. Ao contrário, é caracterizada pordeformações causadas por tensões, ao lon-go de tempos relativamente grandes, mani-festando-se como uma distorção gradualonde o fator temperatura costuma interfe-rir. A definição para este tipo de distorçãopode parecer insuficiente, contudo trata-se de um fenômeno bastante complexo.

Algumas situações

A totalidade das pe-ças estruturais éprogramada para

trabalhar dentrodo limite elásti-

co, retor-

nando ao seu tamanho/forma original quan-do descarregadas, perfazendo-se o modeloelástico ou temporário de deformações, àsquais dá-se o nome de deflexão. Assim, écomum vermos vigas metálicas ou de con-creto fletirem ou empenarem. Da mesma for-ma pontes de concreto e metálicas podemsofrer distorções, devido a deflexões dife-renciais de vigas adjacentes e também dis-

torção causada por fluência e relaxaçãode tensões em caixões protendi-dos. Pode-se citar também o fe-

nômeno da distorção angu-lar causada por recal-ques diferenciais en-tre peças de funda-

ção. É significativa aordem de problemas cau-

sados pela distorção em pavi-mentos rígidos ou flexíveis, devi-

do a solos moles. É comum também este

GLOSSÁRIO

Deformação elástica – tem a ver com o com-portamento tensão/deformação aplicado. O graupara o qual uma peça ou estrutura deforma depen-derá da intensidade das tensões aplicadas. Para ocaso das estruturas metálicas, que são tensiona-das à tração, tensões (δ) e deformações (ε) atu-antes equivalem-se através da relaçãoE = δ/ε, chamada lei de Hooke, onde E é a cons-tante de proporcionalidade, dada em MPa, chama-da de módulo de elasticidade. Havendo a propor-cionalidade, as deformações serão elásticas. Estaproporcionalidade comportamental inicial nas es-truturas metálicas não ocorre no concreto, ou seja,a porção elástica inicial na curva tensão-deforma-ção não é linear. Assim, não é possível determi-nar o módulo de elasticidade do concreto, de for-ma simples como nos metais, tornando-se neces-sário utilizar o módulo tangente ou secante.Fluência – deformação que depende do tempoou mudança de forma de uma seção submetida atensões. Geralmente, tem sempre tensões de tra-ção no contexto, muito embora possa ocorrer comqualquer tipo de tensão em todo tipo de material,seja concreto, aço e compósitos. Assim, pode-sechegar a estados de fratura (ruína) devido a mu-dança gradual na forma da peça estrutural, tantodevido a tensões de compressão, tração, flexão etorção.

Distorção típica emchapas soldadas.

Alguns tipos de distorção• Retração longitudinal• Retração transversal• Inclinação devido à distorção angular• Flexionamento com torção• Fluência

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citar o empenamento de pisos industriais,ou seja, a distorção das placas em suas ex-tremidades, tanto com flexionamentos parabaixo quanto para cima, devido a processosde retração/dilatação da superfície do pisoem relação ao seu fundo. Variações de tem-peratura e umidade também causam distor-ção em pisos industriais.

Pesquisando a distorção

Há inúmeros trabalhos que analisam oprocesso de distorção e o campo das ten-sões envolventes, que ocorrem nas estru-turas com a utilização da tecnologia óticahalográfica em tempo real.

A distorção angular e o recalque diferencial

Para conhecermos os problemas que umaestrutura pode ter em relação a seu solode fundação, precisaremos saber sobrerecalque absoluto, que é o deslocamentovertical descendente de uma peça defundação. Já recalque diferencial é adiferença entre os recalques absolutos de

duas peças quaisquer da fundação. Orecalque diferencial (∆) impõe distorçõesna es t ru tu ra que , dependendo dain tens idade acar re tarão t r incas . Adistorção angular (δ) é o cociente entre orecalque diferencial e a distância entreduas peças da fundação.

GLOSSÁRIO

Distorção angular – na resistência dos materi-ais, a distorção angular (δ)é obtida pela expressãoδ = τ /G, onde τ é a tensão cisalhante e G é omódulo cisalhante do material que está sendo con-siderado.Halografia – processo fotográfico para a obten-são de imagens tridimensionais mediante a utiliza-ção de laser.

Seções estruturais de todo o tipo estão sujeitas a processos de distorção.

Técnicas para a análise do estado de ruína

Para estudar qualquer tipo de ruína precisa-mos considerar um amplo espectro de possibi-lidades ou razões para a ocorrência. De formafreqüente, precisamos considerar também umgrande número de fatores, normalmente in-terrelacionados, compreendendo-os de formaclara, de modo a determinar a causa primáriaou original da ruína. Bote Sherlock Holmes nis-so. Fraturas, inquestionoavelmente, consti-tui-se no mais sério tipo de ruína, geralmentetrazendo resultados trágicos quando uma peça

estrutural perde sua capacidade portante. Osestados de ruína por distorção, desgaste ecorrosão, também importantes, conduzem aestados de fraturas mais previsíveis e, natu-ralmente ainda com possibilidades de trata-mento. O primeiro passo para investigar qual-quer tipo de ruína, acredite, é não fazer NADA.Apenas estude as evidências, analise e ques-tione o local, assim como as circustâncias. Apartir daí, desenvolve a análise do estado deruína.

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sinistro em consoles de concreto, causadopela deterioração do apoio elástico. Vigas-paredes costumam sofrer empenamentosdistorcionais. Tanques de concreto arma-do-protendido corriqueiramente sofrem dis-torção, devido a tensões térmicas e a pro-blemas com sua fundação. Tudo isto sem

REFERÊNCIAS

• Thomas Kim é engenheiro civil e trabalhano repairbusiness.

• EG. Bernasconi and G. Piatti, Creep of engi-neering materials and structures.

• N.E. Dowling, Mechanical Behavior of Ma-terials: Engineering Methods for Deformati-on, Fracture and Fadigue.

• R.W. Hertsberg, Deformation and FractureMechanics of Engineering Materials.

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Para ter maisinformações sobreAnálise.

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s detratores do inconsciente, oscaretas de espírito, os inimigosmortais das novas tecnologias há

de dizer que as novas técnicas de monito-ramento com fibra ótica e wireless são mui-to chatas, que assim, que assado. Estou mereferindo às primeiras matérias apresenta-das nas edições 82 e 83 da RECUPERAR einúmeros e-mails que recebi de alguns lei-tores reclamando da chatice de tudo ligadoa monitoramentos. Pessoal, estou apresen-tando a verdadeira solução para a engenha-ria civil, sem todos aqueles clichês dos arti-

O gos técnicos de monitoramento realmentechatos. Felizmente, a maioria dos e-mailsrecebidos enaltece este achado. No mundotodo o MAE é considerado a junção doimponderável dos desenhos animados, ale-gres e fáceis de digerir com a frieza da reali-dade das estruturas. Melhor, impossível.

A tecnologia da leitura

A tecnologia empregada para a obtenção dosdados de interesse baseia-se nas metodolo-gias e técnicas desenvolvidas para detectar

Continua na pág. 32

GLOSSÁRIO

Transdutores – qualquer dispositivo que trans-forma um sinal de determinado tipo num sinal deoutro tipo. Um alto-falante é um transdutor eletro-acústico, transformando sinais elétricos em acús-ticos. Quando tem fonte própria é dito ativo. Quan-do apenas transforma sinais, sem fonte de ener-gia própria é dito passivo.Transmissores – aparelhos que transmitem sinais.Atuadores – aparelhos que convertem energialíquida em energia mecânica.Sensor – aparelho que converte energia de umaforma para outra. A energia de entrada no sensorrepresenta o fenômeno físico/químico que sedeseja medir.Algorítimo – processo ou operação de cálculo.Série de operações matemáticas que fornecemsoluções de problemas.

A tecnologia do Monitoramento da Atividade Estrutural (MAE) está presente no mundointeiro, de forma crescente, para todos os tipos de estruturas e para solos de fundação.

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• Acessibilidade - capacidade deleitura dos sensores associada àprecisão desejada.

• Dimensão das variáveis - as di-mensões das variáveis físicas e químicas.

• Tamanho - o volume físico dos senso-res.

• Alcance da operação - limites dos sen-sores.

• Formato dos dados - características dasmedidas em relação ao tempo. Poderáser contínuo ou localizado, analógicos, oudigitais.

• Sensibilidade - a menor grandeza oumudança que o sensor poderá fornecer.

• Inteligência - sua capacidade de pro-cessar dados e tomar decisões.

• Passivos e ativos - tanto podem gerardados como, simplesmente, recebê-los.

• Contato físico - a forma como o sensorse posiciona na estrutura.

• Princípio operacional - poderá ser ele-tromagnético, eletro-ótico, piezoelétrico,passivo ou ativo com relação à radiaçãoultravioleta.

perturbações, distorções e alterações físi-co-químicas, através de transdutores/sen-sores: aparelhos que detectam ou lêem vari-áveis físicas ou químicas de uma estruturaou de um ambiente, ou seja, são os primeiroscomponentes da cadeia do MAE, responsá-veis pela precisão e confiabilidade da medi-da a ser feita. Podem ser simples, que dizer,de apenas uma função ou multifuncionais.Veja só o que podem ler:

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A energia vital

Sem energia não há informação. Logo, paraum sensor funcionar precisamos dar-lhe

energia. Os três requisitos básicos que pre-cisamos gerenciar neste particular são sualocalização, a geração e, claro, como esto-car todos os dados coletados. Relaxe, pois

Extensômetros transversais e longitudinais, à base de cabosóticos, sob o tabuleiro.

Ponte com tabuleiro epilares em concretoarmado e vigasmetálicas.

Intensidade das deformaçõestransversais e longitudinais causadaspela passagem de um veículo.

A junção do imponderável do nosso sonhoou desejo com a frieza da realidade de umaestrutura dever-se-á materializar com a es-colha dos sensores que, além de especifi-car nossa intenção, deverão ter atributoscomplementares que tornarão ainda maisprecisa nossa escolha:

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• Pares de fios ou cabos coaxiais.• Microondas• Fibra ótica

já existem sensores com energia própria,capazes de mandar dados até para a China.Evidentemente, usam baterias.

A tecnologia da comunicação

O propósito da transmissão de dados éenviar informação através de processamen-to em diferentes formatos, quer dizer, ana-lógico, combinando-se ondas oscilantes dediferentes freqüências ou digital, estocan-do-se dados na forma de dígitos binários etransmitidos ao longo da rede de comuni-cação entre os sensores e laptops utilizan-do-se sinais elétricos. Os dados podem sertransportados por fios, com propagaçãodos sinais feita por fluxos de corrente elé-trica, ou por rádio transmissão, com a emis-são de sinais elétricos que se propagamcomo ondas magnéticas. Um resumo inte-ressante da forma como é feita a transmis-são de dados é a seguinte:

A tecnologia daestocagem de dados

O monitoramento de uma estrutura tem queser muito bem programado, de modo a termosdados suficientes para diagnosticar determi-nados comportamentos. De outra forma, po-der-se-á incorrer numa quantidade infinita dedados desnecessários. Assim, é imprescindí-vel dimensionar uma quantidade precisa desensores e a freqüência do monitoramento.

GLOSSÁRIO

Trabalho – medida de qualquer forma de energia(a térmica exclusive) que, uma vez fornecida ouretirada de um sistema, é capaz de alterar seuestado. Assim, o trabalho de expansão é umamedida da energia que se deve fornecer a umaestrutura para alterar o seu volume. O trabalho deextensão mede a energia necessária para alteraruma dimensão linear da estrutura e o trabalho desuperfície mede a energia necessária para alterara área da estrutura.

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Impactos,trincas e desplacamentos ocorreramneste viaduto. Preocupações com relação àestabilidade. Contratou-se um MAE para checarsua condição.

Deformações dinâmicas devido à passa-gem do trem. Repare que são totalmentereversíveis.

Instalação da ligaçãodo cabo ótico:Informação instantâ-nea sobre a condiçãodo viaduto emqualquer lap-top

Instalação de cabo ótico com 10m decomprimento ao longo da seção curvao viaduto.

Só complementando, a velocidade da trans-missão é feita em bits por segundo (bps), alargura da faixa da transmissão é dada emHertz e o padrão de transmissão é feito porinterfaces padronizadas.

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Para ter maisinformações sobreMonitoramento.

REFERÊNCIAS• Mariana Tati é engenheira civil e trabalha

no repairbusiness na área de monitoramento.• Buyukozturk, O., and T. Y. Yu, “Structural

Health Monitoring and Seismic Impact As-sessment”, Proceeding of the Fifth NationalConference on Earthquake Engineering, Is-tanbul, Turkey.

• P. Goltermann: “Managing large bridge struc-tures in Scandinavia”, July 14-18 2003, Cam-bridge, UK.

• Klinghoffer, O.; Goltermann, P. and Bässler,R.: “Smart Structures: Embeddable sensors foruse in the integrated monitoring systems ofconcrete structures”, Proc. IABMAS 02, July2002, Barcelona, Spain.

• Goltermann, P. et al: “SMART STRUCTU-RES Integrated Monitoring Systems for Du-rability Assessment of Concrete Structures.Project Report”, February 2002, available fordownloading at http://smart.ramboll.dk/smart_eu/index.htm

• Elsener, B. et al:”Assessment of reinforce-ment corrosion by means of galvanostaticpulse technique”, Proc. Int. Conf. “Repair ofConcrete Structures”, Svolvær, Norway, 1997.

• Frølund, T. and Klinghoffer, O.: “Compari-son of half-cell potentials and corrosion ratemeasurements – A field experience with eva-luation of reinforcement corrosion”, ProcEUROCORR 2004, Nice, France, 2004.

• Goltermann, P. et al.: “SMART STRUCTU-RES. Integrated Monitoring Systems for Du-rability Assessment of Concrete Structures,Subtask 3.2 On-site Testing of Portable Sys-tems. Extensive Testing of Portable Syste-ms”, February 2002.

• Luping, T. “Calibration of the Electroche-mical Methods for the Corrosion Rate Mea-surement of Steel in Concrete. NORDTESTProject No. 1531-01”, SP REPORT 2002:25.

GLOSSÁRIO

Temperatura – grandeza que caracteriza o equi-líbrio térmico de um sistema simples ou em rela-ção a outro. Quando há equilíbrio a temperatura éconstante em todos os pontos.Estado – situação de uma estrutura em que sãodefinidas as variáveis físicas e químicas neces-sárias para caracterizá-la.Calor – forma de energia (e também medida des-ta energia) que pode ser transferida de uma paraoutra estrutura, sem ser acompanhada de trans-porte de massa e/ou da execução ou recebimentode trabalho, graças à diferença de temperaturaexistente entre dois sistemas. A troca de calor(troca térmica) provoca alteração no estado dasestruturas, sem que tenham recebido ou cedidotrabalho. Forma ou manifestação especial de ener-gia em trânsito, conversível em trabalho e vice-versa; base do 1º princípio da termodinâmica.Massa – grandeza fundamental da física. Defi-ne-se como a quantidade de matéria contida numcorpo. Demonstra-se que a massa é variável, ouseja, cresce quando altera-se sua velocidade.Algorítimo – processo ou operação de cálculo.Série de operações matemáticas que fornecemsoluções de problemas.

A tecnologia doprocessamento de dados

Este conjunto de conhecimentos científi-cos deve-se aos chamados algoritmos. Masprecisamente os algoritmos de processa-mento de sinais. Neste particular, torna-senecessário tanto eliminar interferências desinais, como também compactar estes mes-mos sinais. Explica-se. No campo, nasobras, ou melhor, no mundo real são detec-tados um sem número de sinais desneces-sários e até prejudiciais ao estudo do moni-toramento. Influências ambientais, comoflutuação de temperatura e interferênciasde alguma atividade que esteja ocorrendojunto à estrutura devem ser catalogadas eeliminadas. Com este intuito utilizam-se fil-tros. A utilização de muitos sensores e anecessidade de leituras contínuas implicanum sem número de dados que, caso nada

Este viaduto apresenta um fluxo de 17.500 veículos/dia e está situado à beiramar. Este ambiente promove rapidamente processos de corrosão no concretoe, principalmente, em suas armaduras.

Localização da instrumentação. Cabos óticos posicionados na viga inferior e superior de uma viga Tprotendida, de modo a determinar a posição correta do eixo neutro. Deformações dinâmicas excessivasdevido ao tráfego intenso diário.

seja feito, acabam por gerar uma monstruo-sa quantidade de dados, quase que impos-sível de digerir. Razão pela qual há a neces-sidade de compactá-los. Isto é muito co-mum no monitoramento wireless.Contudo, a principal atividade do MAE é ainterpretação das leituras. Ou seja, forne-cer apenas sensores moderninhos é impor-tante. Fundamental, no entanto, é determi-nar o significado das anomalias encontra-das no monitoramento, e poucos são capa-zes desta empreitada. Mais MAE na próxi-ma edição.

RECUPERAR • Julho / Agosto 200834