recortes nº004 de 2012

23
Recortes nº 4 Índice – 5 de janeiro de 2012 Porto de Setúbal parceiro do Projecto CASSANDRA Porto de Setúbal testa soluções do projecto Cassandra Porto de Setúbal junta-se ao Projecto CASSANDRA Semana de greve nos portos ameaça parar e bloquear exportações Empresas preparam planos para minimizar perdas Dança de cadeiras começa em Fevereiro Transportes vão ter menos de metade dos administradores Governo nomeia reguladores sem concluir estudo BES convida Granadeiro e Bava a ficar na PT Um maçon e um ‘garçon’ entram na administração da EDP Cruzeiros: Porto de Lisboa bateu recordes em 2011 Porto de Lisboa bateu recordes em 2011 Porto de Portimão a crescer pelo quarto ano consecutivo APSS, SA Praça da República 2904-508 Setúbal Portugal Nº Reg. Comercial e NPC: 502256869 Tel.: +351 265 542000 Fax: +351 265 230992 Sítio Internet: www.portodesetubal.pt Email: [email protected]

Upload: porto-de-setubal

Post on 08-Mar-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

• Porto de Setúbal parceiro do Projecto CASSANDRA • Porto de Setúbal testa soluções do projecto Cassandra • Porto de Setúbal junta-se ao Projecto CASSANDRA • Semana de greve nos portos ameaça parar e bloquear exportações • Empresas preparam planos para minimizar perdas • Dança de cadeiras começa em Fevereiro • Transportes vão ter menos de metade dos administradores • Governo nomeia reguladores sem concluir estudo • BES convida Granadeiro e Bava a ficar na PT • Um maçon e um ‘garçon’ entram na administração da EDP• Cruzeiros: Porto de Lisboa bateu recordes em 2011• Porto de Lisboa bateu recordes em 2011• Porto de Portimão a crescer pelo quarto ano consecutivo• Porto de Portimão cresceu 673% em quatro anos• VITOR CALDEIRINHA - «Portos não são fardo para a economia mas também não a estão a alavancar»

TRANSCRIPT

Page 1: Recortes Nº004 de 2012

Recortes nº 4Índice – 5 de janeiro de 2012

Porto de Setúbal parceiro do Projecto CASSANDRA Porto de Setúbal testa soluções do projecto Cassandra Porto de Setúbal junta-se ao Projecto CASSANDRA Semana de greve nos portos ameaça parar e bloquear exportações Empresas preparam planos para minimizar perdas Dança de cadeiras começa em Fevereiro Transportes vão ter menos de metade dos administradores Governo nomeia reguladores sem concluir estudo BES convida Granadeiro e Bava a ficar na PT Um maçon e um ‘garçon’ entram na administração da EDP Cruzeiros: Porto de Lisboa bateu recordes em 2011 Porto de Lisboa bateu recordes em 2011 Porto de Portimão a crescer pelo quarto ano consecutivo Porto de Portimão cresceu 673% em quatro anos VITOR CALDEIRINHA - «Portos não são fardo para a economia mas

também não a estão a alavancar»

APSS, SAPraça da República2904-508 Setúbal PortugalNº Reg. Comercial e NPC: 502256869

Tel.: +351 265 542000Fax: +351 265 230992Sítio Internet: www.portodesetubal.ptEmail: [email protected]

Page 2: Recortes Nº004 de 2012

Newsletter APP – 4 de janeiro de 2012

Porto de Setúbal parceiro do Projecto CASSANDRAA APSS passou a integrar o projeto CASSANDRA, referente ao 7º Quadro da Comissão Europeia, call security. Teve lugar, no edifício sede da APSS, a reunião de arranque do Living – Lab Setúbal – Norte África, com a presença de diversos parceiros, nomeadamente, uma representação diplomática de Marrocos, AICEP, Autoridade Tributária e Aduaneira, Grupo Orey (Atlantic Lusofrete), TARROS, SADOPORT, GMV, TNO, Tu Delft e ATOS.

O Projeto CASSANDRA, Common assessment and analysis of risk in global supply chains, aborda a transparência e a eficiência das cadeias logísticas. Conta com trinta parceiros internacionais em múltiplas áreas, tais como, logística, tecnologias da informação, centros de investigação, autoridades aduaneiras, administrações portuárias, exportadores e empresas cometidas no transporte internacional de contentores. Para validar as soluções tecnológicas, o programa conta com 3 laboratórios reais (Living – Labs), Europa – Ásia; Europa – EUA e Europa – África, assentes sobre cadeias logísticas existentes de interação transeuropeia, dos quais fazem parte portos de referência como, Roterdão, Bremerhaven, Felixstowe, Barcelona e Setúbal.

A estratégia de promoção ao Desenvolvimento Económico Sustentável assumida pela APSS e pelas empresas do Porto de Setúbal, que apostam nas tecnologias intermodais, nomeadamente nas ligações à ferrovia, na contentorização e na articulação dos stakeholders, reforçam a importância geoestratégica do Porto de Setúbal para os mercados mediterrânicos e norte-africanos, sendo este desígnio pautado por múltiplos equilíbrios, em que a segurança/proteção da cadeia logística é fundamental e se enquadra no objetivo do Programa CASSANDRA.

Page 3: Recortes Nº004 de 2012

Transportes & Negócios – 4 de janeiro de 2012

Porto de Setúbal testa soluções do projecto CassandraO porto de Setúbal será um dos laboratórios de teste das soluções desenvolvidas no âmbito do projecto europeu Cassandra, no caso para as cadeias logísticas Europa-Norte de África. O projecto Cassandra (acrónimo para “Common assessment and analysis of risk in global supply chains”) congrega 30 parceiros internacionais de áreas como a logística, tecnologias de informação, centros de investigação, autoridades aduaneiras, administrações portuárias, carregadores e transportadores. O objectivo é desenvolver soluções de base tecnológica que favoreçam a fluidez das mercadorias, sem prejudicar, antes reforçando a transparência e a segurança das cadeias logísticas.  Para testar essas soluções, foram criados três laboratórios em contexto real, para os corredores Europa-Ásia, Europa-EUA e Europa-África, envolvendo os portos de Roterdão, Bremerhaven, Felixtowe, Barcelona e Setúbal. O porto português servirá de laboratório para os tráfegos Europa-Norte de África. Em Setúbal, o projecto envolve a autoridade portuária, a Atlantic Lusofrete, a Tarros Line, a Sadoport e as autoridades tributária e aduaneira, além de parceiros tecnológicos como a GMV e outros.

Page 4: Recortes Nº004 de 2012

Cargo News – 4 de janeiro de 2012

Porto de Setúbal junta-se ao Projeto CASSANDRA

A APSS passou a integrar o projeto CASSANDRA, referente ao 7º Quadro da Comissão Europeia, 'call security', após uma reunião de arranque, no edifício sede da APSS, do Living – Lab Setúbal – Norte África, com a presença de diversos parceiros, nomeadamente, uma representação diplomática de Marrocos, AICEP, Autoridade Tributária e Aduaneira, Grupo Orey  (Atlantic Lusofrete), TARROS,

SADOPORT, GMV, TNO, Tu Delft e ATOS.

O Projeto CASSANDRA, 'Common assessment and analysis of risk in global supply chains', aborda a transparência e a eficiência das cadeias logísticas. Conta com trinta parceiros internacionais em múltiplas áreas, tais como, logística, tecnologias da informação, centros de investigação, autoridades aduaneiras, administrações portuárias, exportadores e empresas cometidas no transporte internacional de contentores. Para validar as soluções tecnológicas, o programa conta com 3 laboratórios reais (Living – Labs), Europa – Ásia; Europa – EUA e Europa – África, assentes sobre cadeias logísticas existentes de interação transeuropeia, dos quais fazem parte portos de referência como, Roterdão, Bremerhaven, Felixstowe, Barcelona e Setúbal.

A estratégia de promoção ao Desenvolvimento Económico Sustentável assumida pela APSS e pelas empresas do Porto de Setúbal, que apostam nas tecnologias intermodais, nomeadamente nas ligações à ferrovia, na contentorização e na articulação dos stakeholders, reforçam a importância geoestratégica do Porto de Setúbal para os mercados mediterrânicos e norte-africanos, sendo este desígnio pautado por múltiplos equilíbrios, em que a segurança/proteção da cadeia logística é fundamental e se enquadra no objetivo do Programa CASSANDRA.

Page 5: Recortes Nº004 de 2012

Diário Económico – 5 de janeiro de 2012 – Pág. 20

Page 6: Recortes Nº004 de 2012

Diário Económico – 5 de janeiro de 2012 – Pág. 21

Page 7: Recortes Nº004 de 2012

Jornal de Negócios – 5 de janeiro de 2012 – Pág. 6

Page 8: Recortes Nº004 de 2012

Jornal de Negócios – 5 de janeiro de 2012 – Pág. 7

Page 9: Recortes Nº004 de 2012

Jornal de Negócios – 5 de janeiro de 2012 – Pág. 8

Page 10: Recortes Nº004 de 2012

Jornal de Negócios – 5 de janeiro de 2012 – Pág. 9

Page 11: Recortes Nº004 de 2012

Cargo News – 4 de janeiro de 2012

Cruzeiros: Porto de Lisboa bateu recordes em 2011

Em 2011 o porto de Lisboa registou novos recordes no que respeita a atividade de cruzeiros, com 502 644 passageiros de cruzeiro e 330 escalas, transpondo pela primeira vez a barreira do meio milhão de passageiros.

Estes valores, quando comparados com os de 2010, traduzem um crescimento de 12% em termos de passageiros (448 497 turistas

contabilizados nesse ano) e de 10% ao nível das escalas.

O crescimento de 14% dos passageiros em trânsito foi o fator decisivo relativamente ao aumento do número total de passageiros, que de 395 884 aumentou para 453 280.

Em termos de escalas o aumento foi impulsionado quer pelo incremento de 10% do segmento de trânsito, que contabilizou um total de 232 escalas contra as 211 registadas em 2010, quer pelo aumento de 30% das escalas consideradas como turnaround parcial, que passaram de 33 para 43.

À semelhança de 2010, foram os operadores Pullmantur Cruises e MSC Cruises, ambos com 12, e a Costa Cruises com 8, que realizaram escalas em turnaround parcial, tendo o operador Iberocruceros realizado pela primeira vez este tipo de escala, num total de 11. Importa ainda referir que, em 2011, o porto de Lisboa recebeu em primeira escala 15 navios, sendo que 4 eram novos, ou seja, saídos de estaleiro durante o ano de 2011, o que reforça a importância crescente que o porto de Lisboa tem vindo a assumir na inclusão dos itinerários da nova frota dos diferentes operadores.

Page 12: Recortes Nº004 de 2012

Newsletter APP – 4 de janeiro de 2012

Porto de Lisboa bateu recordes em 2011Em 2011 o Porto de Lisboa registou novos recordes no que respeita à actividade de cruzeiros, com 502 644 passageiros de cruzeiro e 330 escalas, transpondo pela primeira vez a barreira do meio milhão de passageiros.

Estes valores, quando comparados com os de 2010, traduzem um crescimento de 12% em passageiros (448 497 turistas contabilizados nesse ano) e de 10% nas escalas.

O crescimento de 14% dos passageiros em trânsito foi o fator decisivo relativamente ao aumento do número total de passageiros, que de 395 884 aumentou para 453 280.

Em termos de escalas o aumento foi impulsionado quer pelo incremento de 10% do segmento de trânsito, que contabilizou um total de 232 escalas contra as 211 registadas em 2010, quer pelo aumento de 30% das escalas consideradas como turnaround parcial, que passaram de 33 para 43.

À semelhança de 2010, foram os operadores Pullmantur Cruises e MSC Cruises, ambos com 12, e a Costa Cruises com 8, que realizaram escalas em turnaround parcial, tendo o operador Iberocruceros realizado pela primeira vez este tipo de escala, num total de 11. Importa ainda referir que, em 2011, o porto de Lisboa recebeu em primeira escala 15 navios, sendo que 4 eram novos, ou seja, saídos de estaleiro durante o ano de 2011, o que reforça a importância crescente que o porto de Lisboa tem vindo a assumir na inclusão dos itinerários da nova frota dos diferentes operadores.

Page 13: Recortes Nº004 de 2012

Newsletter APP – 4 de janeiro de 2012

48 ESCALAS DE CRUZEIROS JÁ AGENDADAS PARA 2012

Porto de Portimão a crescer pelo quarto ano consecutivoPelo quarto ano consecutivo, o porto de Portimão cresceu no número de navios de cruzeiros e de visitantes, estando já agendadas para este ano um total de 48 escalas.Com efeito, no ano passado verificou-se o aumento de 13,5% no número de escalas, passando das 52 de 2010 para as 59, enquanto no que toca aos passageiros o porto de Portimão registou um crescimento de 32,5%, subindo das 33.843 pessoas em 2010, para as 44.841 no ano passado.No período compreendido entre 2007 e 2011, os dados apontam para um crescimento de 673% no número de passageiros, passando dos 5.798 para os 44.841 visitantes, o que constitui um aumento muito significativo, considerando que neste período o investimento no porto foi bastante reduzido.A estes excelentes resultados, acresce os passageiros e veículos transportados pelos navios da Naviera Armas, na ligação semanal regular entre Portimão, a Madeira e as Canárias, tendo sido transportados em 2011 mais de 22 mil passageiros, cerca de nove mil veículos ligeiros e 4.500 veículos pesados (carga rodada).Para que o porto de Portimão cresça mais e de forma sustentada, faltam ainda concretizar alguns investimentos estruturantes da responsabilidade da Administração Central, como o prolongamento do cais de acostagem, que permita acolher simultaneamente dois navios de grande dimensão, e a dragagem de estabelecimento de fundos a dez metros na barra, canal de navegação e bacia de manobra, assim como a aquisição de um rebocador de apoio às operações em porto e navegação na costa e a construção de um moderno terminal de passageiros.A CARGO contactou o IPTM que, enquanto gestor do porto de Portimão, não assume a responsabilidade pela divulgação destes números.

Page 14: Recortes Nº004 de 2012

Cargo News – 4 de janeiro de 2012

Porto de Portimão cresceu 673 % em quatro anos

Pelo quarto ano consecutivo, o porto de Portimão cresceu no número de navios de cruzeiros e de visitantes, estando já agendadas para este ano um total de 48 escalas.

Com efeito, no ano passado verificou-se o aumento de 13,5% no número de escalas, passando das 52 de 2010 para as 59, enquanto no que toca aos passageiros o

porto de Portimão registou um crescimento de 32,5%, subindo das 33.843 pessoas em 2010, para as 44.841 no ano passado.

No período compreendido entre 2007 e 2011, os dados apontam para um crescimento de 673% no número de passageiros, passando dos 5.798 para os 44.841 visitantes, o que constitui um aumento muito significativo, considerando que neste período o investimento no porto foi bastante reduzido.

A estes excelentes resultados, acresce os passageiros e veículos transportados pelos navios da Naviera Armas, na ligação semanal regular entre Portimão, a Madeira e as Canárias, tendo sido transportados em 2011 mais de 22 mil passageiros, cerca de nove mil veículos ligeiros e 4.500 veículos pesados (carga rodada).

Para que o porto de Portimão cresça mais e de forma sustentada, faltam ainda concretizar alguns investimentos estruturantes da responsabilidade da Administração Central, como o prolongamento do cais de acostagem, que permita acolher simultaneamente dois navios de grande dimensão, e a dragagem de estabelecimento de fundos a dez metros na barra, canal de navegação e bacia de manobra, assim como a aquisição de um rebocador de apoio às operações em porto e navegação na costa e a construção de um moderno terminal de passageiros.

A CARGO contactou o IPTM que, enquanto gestor do porto de Portimão, não assume a responsabilidade pela divulgação destes números.

Page 15: Recortes Nº004 de 2012

Newsletter APP – 4 de janeiro de 2012

VÍTOR CALDEIRINHA

«Portos não são fardo para a economia mas também não a estão a alavancar»"Mercadorias e Logística" foi o tema de debate da segunda conferência do Ciclo "Transportes ao Serviço da Economia", promovido pela Revista CARGO, a Associação Seaborne Portugal e a ADFERSIT, e com o apoio do Grupo de Transportes do Instituto Superior Técnico (IST) e da ESRI Portugal. O evento decorreu esta terça-feira, novamente no Palácio da Independência (Lisboa), cuja sala voltou a revelar-se pequena para a afluência de participantes.

A CARGO esteve presente, oferecendo a possibilidade de ficar a conhecer ou relembrar (caso tenha marcado presença) as intervenções dos prestigiados oradores convidados. (Clique aqui para ver o vídeo)

A primeira a intervir foi Rosário Macário, presidente da Mesa de Assembleia Geral da TIS e professora de Transportes no IST e MIT Portugal, com uma apresentação baseada nos esforços (ou falta deles) que têm sido feitos para "posicionar Portugal nas cadeias logísticas globais", comparando as infraestruturas e o ordenamento logístico nacional com o desenvolvido modelo espanhol.

A professora enumerou uma série de condicionamentos históricos que têm contribuído para um fraco desenvolvimento nacional neste campo específico, como o tardio despertar para "os grandes operadores internacionais de atividade logística", algo que levou a que "em 1999 existissem um conjunto de deficiências que ainda hoje continuam bastante presentes, como a ausência de um ordenamento territorial para as infraestruturas logísticas ou a grande diversidade de áreas logísticas espalhadas um pouco por todo o país".

"Chegámos a 2000 com uma elevada dispersão de unidades produtivas de pequena dimensão, sendo que os operadores internacionais começaram a construir as suas próprias infraestruturas", lembrou a oradora. Depois foram criadas uma série de "medidas de mitigação", das quais é exemplo o 'Portugal Logístico', um "plano de forte ênfase mediático e focalizado na indução da iniciativa privada no setor". "Acontece que o facto de esta ser uma iniciativa maioritariamente privada não quer dizer que o lado público não tenha ações a tomar", realçou Rosário Macário, lamentando que tenha sido essa a conclusão tirada (erradamente) pelo setor. Já no ano de 2011, o Plano Estratégico dos Transportes reconheceu "a existência de eficientes cadeias logísticas como fator imprescindível ao desenvolvimento do país"

Analisada a evolução da logística em Portugal, Rosário Macário voltou as atenções para o modelo logístico espanhol, ao qual o nosso país não é indiferente. "A Espanha não esteve parada do ponto de vista logístico, desenvolvendo infraestruturas de nível muito superior às nossas", apontou. O mau planeamento do espaço logístico e as plataformas logísticas espanholas junto à fronteira contribuíram para um fenómeno de "canibalização" entre as infraestruturas: "Assistimos a um conflito de 'hinterlands' das plataformas de Valença com Maia/Trofa, Elvas/Caia com Tunes e Elvas/Caia com Mérida/Cáceres".

Page 16: Recortes Nº004 de 2012

Ainda numa abordagem comparativa entre Portugal e Espanha, a professora de Trasnsportes lembrou que em Portugal, "as plataformas logísticas existentes são quase todas monoclientes de iniciativa privada", ao contrário do que acontece em Espanha "com 'polígonos indústriais' muitas vezes desenvolvidos pelas comunidades autónomas. As suas plataformas já cobrem quase todo o território nacional em termos de fácil acessibilidade".

Como conclusão da sua intervenção, Rosário Macário anunciou um par de medidas que devem ser tomadas em Portugal no setor da Logística: "É preciso perceber que o facto da logística ser um domínio da iniciativa privada não quer dizer que lado público não tenha que fazer nada"; "Há que elaborar um Plano Nacional de Logística onde tem que estar contemplado o conjunto de ações que possibilitem a alavancagem da competitividade nacional".

Quando se fala em transporte de mercadorias em Portugal, os portos são tema incontornável. Coube a Vítor Caldeirinha, professor universitário e especialista em Gestão Portuária, a abordagem à realidade atual do setor portuário nacional, tendo como pano de fundo a anunciada aposta do Governo no setor. Vítor Caldeirinha começou por lembrar a modesta dimensão dos portos portugueses "no contexto ibérico", um pouco no seguimento das diferentes realidades económicas entre o nosso país e Espanha, acrescentando que "o nosso 'hinterland' ibérico está quase que limitado ao pequeno rectângulo que é o território nacional".

"Os nossos portos são pequenos, regionais e pouco eficientes. Estão numa posição geográfica cativante mas não são modernos quando comparados com portos como Roterdão, Algeciras, Valência ou Tanger MED", acrescentou Vítor Caldeirinha lembrando, porém, que o subsetor portuário tem "problemas de natureza diferente do restante setor dos transportes".

Numa análise porto-a-porto, o professor universitário lembrou o potencial de crescimento das principais infraestruturas portuárias nacionais assim como as possibilidades de aumentar o seu calado, concedendo o devido destaque às características de Sines: "O porto de Leixões tem alguma capacidade de crescimento mas não pode dragar muito mais. O porto de Aveiro pode tragar só até aos 12 metros, o de Lisboa está inserido na cidade enquanto que Setúbal tem capacidade de crescer para fora da cidade mas a profundidade nunca poderá atingir níveis de -18 metros. Já Sines tem uma grande capacidade de expansão, quase ilimitada, ao que se junta o facto de ter águas profundas".

Considerando que "os portos nacionais não são um fardo para a nossa economia mas também não a estão a alavancar", Vítor Caldeirinha vincou que é importante que os portos portugueses contribuam para as exportações nacionais, antes de se pronunciar em relação às oportunidades que se avizinham para o setor: "O posicionamento estratégico dos nossos portos e o Canal do Panamá poderão ser oportunidades a aproveitar se bem que o alargamento do Canal do Panamá poderá constituir-se igualmente como uma ameaça".

Uma análise mais aprofundada do transporte ferroviário de mercadorias em Portugal foi-nos oferecida por Acúrcio dos Santos, que desempenha atualmente o cargo de Consultor dos Caminhos-de-Ferro de Luanda. Começando por lembrar que "em Portugal há uma fraquíssima implementação do transporte ferroviário de mercadorias", Acúrcio dos Santos referiu que se tem apercebido que "os erros que em África se têm cometido no arranque ou relançamento da ferrovia são semelhantes aos entraves que se têm registado em Portugal"."Em Portugal temo-nos centrado no tempo de percurso como fator vital. Isso acontece no transporte ferroviário de passageiros. Já no transporte ferroviário de mercadorias o que realmente interessa é a questão dos custos. Isto faz com que tudo o que encareça o transporte torne os outros modos de transporte mais apelativos. Não tenho dúvidas em afirmar que a questão dos custos é a principal

Page 17: Recortes Nº004 de 2012

razão para que o transporte ferroviário de mercadorias tenha um papel tão pequeno nas nossas cadeias logísticas", vincou o engenheiro.

Após alertar para os graves prejuízos acarretados pela paragem de comboios de mercadorias ao longo do seu percurso, Acúrcio dos Santos não teve problemas em identificar o principal problema do transporte ferroviário em Portugal: "Planeia-se muito a rede ferroviária a pensar nos passageiros colocando para segundo plano as mercadorias".

"É necessário ultrapassar as insuficiências da rede ferroviária existente, que é do século XIX, e discutir se é mais viável remodelá-la ou construir uma rede nova. Mas, caso seja construída uma nova rede, não podemos voltar a esquecer-nos das mercadorias", concluíu o orador.

A intervenção de Pires da Fonseca, especialista em Tranportes, pode dividir-se em duas fases. Uma primeira em que abordou o tema das soluções integradas e da intermodalidade e um segundo momento em que se centrou no transporte ferroviário de mercadorias e mais especificamente no caso da CP Carga.

Relativamente às soluções integradas de transporte, Pires da Fonseca referiu que esta já é uma realidade muito clara na Europa, "alavancado pela exigência de 'hinterland' dos portos". "Portugal já dispõe de atividades intermodais de forma a aumentar a atividade portuária, com principal incidência nas concessões de terminais de contentores", acrescentou, criticando, porém, o facto de no nosso país "o operador ferroviário ser concorrente dos portos visto que não capta mercadoria, apenas a transfere".

Já em relação ao modo ferroviário de mercadorias, Pires da Fonseca enumerou uma série de restrições à sua operação em Portugal: "O monopólio e bloqueio ao acesso e exploração dos terminais de mercadorias por parte da CP Carga; A falta de capacidade da CP Carga para operar em Espanha e os equipamentos desajustados para o efeito; A falta de confiança no sistema ferroviário por parte dos carregadores, algo que tem a ver essencialmente com perturbações laborais". Às críticas apontadas à CP Carga seguiu-se uma previsão daquilo que deverá ser o futuro da empresa que será privatizada já neste ano de 2012. "As receitas de tráfego previstas para 2012 não asseguram os encargos com pessoal, renda da frota e amortizações. Com a privatização parece-me importante fraccionar a empresa por negócios e envolver operadores especializados a tomar alguns contractos".

Concluíndo a sua intervenção, Pires da Fonseca não deixou de abordar a questão da bitola europeia, tema tão discutido nos últimos tempos, deixando a sua opinião pessoal favorável sobre o assunto: "Os corredores em bitola europeia Sines-Madrid-Irún e Leixões-Salamanca-Irún são a grande oportunidade de Portugal ser uma plataforma logística".

Com um painel de oradores de renome, o evento voltou a superar as expetativas, abrindo o apetite para a última conferência, marcada para 17 de janeiro, que debaterá o Transporte Aéreo e a Aviação Civil.