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RESULTADOS DO 1º SEMESTRE DE 2014 Operação Copa do Mundo de 2014: Receita Federal participa da maior operação integrada já concebida no Brasil Inaugurado Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro Receita Federal melhora seu desempenho na Aduana

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RESULTADOS DO 1º SEMESTRE DE 2014

Operação Copa do Mundo de 2014:Receita Federal participa damaior operação integrada já

concebida no Brasil

Inaugurado Laboratório de Tecnologiacontra a Lavagem de Dinheiro

Receita Federal melhora seu desempenho na Aduana

Não há como fazer um balanço do 1º semestre de 2014 sem mencionar a Copa do Mundo de Futebol da FIFA, e o esforço empreendido pela Receita Federal para realizar um trabalho à altura da importância do evento. Mais de dois anos de planeja-mento e investimentos em infraestrutura e capacitação culminaram com a chegada das 31 delegações estrangeiras e dos milhares de torcedores, jornalistas e autoridades que vieram prestigiar o torneio. Graças ao esforço de servidores da Receita Federal de todas as partes do país que reforçaram as estruturas aduaneiras nas cidades-sede, a recepção dessa verdadeira multidão deu-se sem maiores transtornos, contribuindo para os diversos elogios que o Brasil recebeu por seu papel como anfitrião do even-to.

Essa busca do órgão pela excelência na prestação de serviços a seus públicos transparece também em outros projetos que vieram à tona ou se aperfeiçoaram nos seis primeiros meses deste ano. Merecem destaque os esforços da Receita Federal para mais uma vez ser pioneira mundialmente na utilização da tecnologia para faci-litar a vida do contribuinte. Gradualmente, os cidadãos vêm aderindo à possibilida-de de realizar sua declaração de Imposto de Renda por meio de aplicativos criados para dispositivos móveis; também cresce o número de viajantes que utilizam seus tablets e smartphones para preencher suas declarações de bagagem antes mesmo de embarcar no avião, agilizando seu processo de desembarque. Assim como ocor-reu quando foi pioneira ao aceitar declarações de Imposto de Renda pela Internet, o investimento nos dispositivos móveis já traz frutos e certamente será a tônica na relação Fisco-Contribuinte no futuro.

Buscando aprimorar ainda mais a comunicação com o cidadão, a Receita Federal também realizou, no 1º semestre, campanhas publicitárias educativas, orientando o contribuinte em importantes pontos relacionados à Aduana e do Imposto de Renda. Mais de 30 anos após a famosa “campanha do Leão”, a Receita Federal volta a utilizar a publicidade como um importante meio para disseminar a educação fiscal e conscien-tizar a população sobre a importância do correto recolhimento dos tributos.

Convidamos o leitor a conhecer essas e outras realizações da Receita Federal nes-ta edição do informativo Fato Gerador. Mas o trabalho continua. Para os próximos meses, novas iniciativas que trazem benefícios para o contribuinte serão colocadas em prática, sendo o Portal eSocial uma das mais relevantes. Fruto do trabalho conjun-to de vários órgãos do governo, o eSocial promete revolucionar a relação emprega-dor-empregado-governo, simplificando e dando mais transparência ao cumprimen-to das obrigações tributárias. Além disso, já está em curso o trabalho de organização das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, um desafio ainda maior que a Copa do Mundo pela logística relacionada à chegada das delegações e materiais esportivos de mais de 200 países. Novamente, com muito planejamento e dedicação dos servido-res, a Receita Federal se prepara para cumprir sua missão e atender as expectativas da sociedade brasileira e dos países visitantes.

Boa leitura!

Carlos Alberto Freitas Barreto

Secretário da Receita Federal do Brasil

Palavra do Secretário

Caderno Fato Gerador, nº 7

Resultados do 1º semestre de 2014

Publicação da Assessoria de Comunicação Social da Receita Federal do Brasil

Guido Mantega

Ministro da Fazenda

Carlos Alberto Freitas Barreto

Secretário da Receita Federal do Brasil

Publicação de cunho informativo e de prestação de serviço. Todos os direitos

reservados.

É permitida a reprodução total ou parcial da publicação e de informações nela contidas,

desde que citada a fonte.

As informações aqui divulgadas são obtidas diretamente das subsecretarias e unidades de assessoramento da Receita Federal do Brasil.

Informações de origem diversa são veiculadas mediante citação da fonte.

Pedro Henrique MansurChefe da Assessoria de Comunicação Social da

Receita Federal

Rodrigo Morgado SaisJornalista responsável (Mtb 3034-PR)

Edna Mazepa BallãoProjeto gráfico

Clarissa Zucchetti Schons CâncioDiagramação

Cristina SandriRevisão

Felipe Zaiden RezendeGráficos e ilustrações

Rogélio Santiago Paz NettoIlustrações

Contato:

Assessoria de Comunicação Social – Secretaria da Receita Federal do Brasil

Esplanada dos Ministérios - Bloco “P” - Edifício Sede do Ministério da Fazenda - sala 714

CEP 70048-900 - Brasília - DF

(61) 3412 2799/2777

4 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Receita Federal melhora seu desempenho na Aduana O balanço das atividades aduaneiras da Receita Federal nos seis primeiros meses deste ano mostra mais uma vez a evolução do traba-lho do Órgão nos portos, aeroportos e pontos de fronteira do país. Foram realizadas 1.511

No primeiro semestre, a apreensão total de mercadorias processadas pela Receita Federal, nas áreas de fiscalização, repressão, vigilância e controle sobre o comér-cio exterior (inclusive bagagem), resultou no montante de R$ 889,88 milhões. Entre as mercadorias apre-endidas, encontram-se produtos falsificados, tóxicos, medicamentos e outros produtos sensíveis, inclu-sive armas, munições e drogas. Em comparação ao mesmo período de 2013, houve um aumento de 20,59%.

Proteção da economia nacional

O relatório apontou que a Aduana bra-sileira exerceu o controle da bagagem transpor-tada em mais de 81.080 voos internacionais.

operações de vigilância e repressão ao contra-bando e descaminho. Apesar do número ligeira-mente maior de operações, os resultados foram superiores em 40,24%, em razão de melhorias nas ações de inteligência e gestão de riscos.

5Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Fluidez no comércio exter ior Os números do primeiro semestre de 2014 também demonstram aumento na fluidez nas operações de importação e exportação. O tempo médio bruto de despacho na exportação teve redução de 1,63% no comparativo 2014 X 2013, atingindo o tempo médio de 2,7 horas.

Já o mesmo tempo na importação (do registro da declaração ao seu desembaraço) teve redução de 2,38% no comparativo 2014 x 2013. No período, 83,54% do total de importa-ções comerciais foram liberadas pela Receita Fe-deral em menos de um dia. Isso representa uma melhora da fluidez na importação de 0,70% em relação a 2013 e de 2,93% em relação a 2012.

O indicador representa o tempo entre o registro da declaração de importação, docu-mento pelo qual o importador formaliza a soli-citação de importação à Receita Federal, e seu desembaraço aduaneiro (independentemente do canal de conferência para o qual foi direcio-nada a declaração), quando a carga é liberada pela Receita Federal.

O resultado mensal apurado em julho, de 1,64 dia (39h22min), ficou abaixo do verifi-cado em julho de 2013, quando se computou o tempo de 40h05min. Ao longo de 2014, esse tempo tem variado entre 38h e 40h.

Ao explicar a diminuição dos tempos, o secretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, Ernani Checcucci, disse que “a capacidade de conferência no despacho e a gestão de risco evoluíram nos últimos anos, de forma a permitir a fluidez ao comércio, e, ao mesmo tempo, a aumentar o grau de eficácia na seleção e a efetividade da atuação da Receita Federal no combate às irregularidades nas ope-rações de importação e exportação”

Em julho de 2014, o tempo médio do trabalho da Receita Federal foi reduzido a 39 horas e 22 minutos, conforme demonstrado no quadro abaixo, que traz o tempo em dias:

Um levantamento de dados nos portos brasileiros com todas as declarações de impor-tação em um período de 6 meses apontou que, dos 16,5 dias que tomam todas as etapas de uma operação de importação, desde a atraca-ção do navio até a entrega da mercadoria para o importador, o tempo em que a mercadoria fica sob a atuação da Receita Federal representa menos de 10% em relação às demais etapas da logística de comércio exterior.

Cabe lembrar ainda que 83% das declarações já são desembaraçadas em menos de 24h.

6 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

A arrecadação das receitas federais atin-giu o valor de R$ 578,6 milhões no 1º semestre de 2014, um aumento real de 0,28% em relação ao ano anterior e um recorde histórico para o período. Os valores incluem tanto as receitas administradas pela Receita Federal como as re-ceitas administradas por outros órgãos mas re-colhidas por Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) e GPS (Guia da Previdência Social).

Considerando apenas as receitas admi-nistradas pela Receita Federal, também houve um crescimento de 6,19%, totalizando R$ 557,8 milhões nos primeiros meses. Descontada a va-riação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a variação real foi de 0,11%.

Arrecadação do primeiro semestre bate recorde histórico

Mesmo em um período marcado por desonerações e baixa atividade industrial em relação ao ano anterior, o nível de arrecadação manteve-se alto graças a um ingresso de recei-tas atípico, registrado em maio de 2013, no valor de cerca de R$ 4, 0 bilhões, referente à Pis/Cofins (R$ 1, 0 bilhão) e ao IRPJ/CSLL (R$ 3,0 bilhões), em decorrência de depósitos judiciais e venda de participação societária, respectivamente. O alto nível de emprego e a formalização dos pos-tos de trabalho também influenciaram para um bom resultado da Receita Previdenciária no pe-ríodo.

7Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Simples Nacional bate novos recordes

Mais de 26 milhões declaram Imposto de Renda

O Simples Nacional, regime tributário destinado às microempresas e empresas de pequeno porte no Brasil, alcançou em junho de 2014 o total de 8,9 milhões de empresas optantes, o que representa um crescimento de 214,83% em relação ao primeiro ano de existên-cia do regime. Desse total, 4,2 milhões são mi-croempreendedores individuais (MEI), categoria criada em 2009 e que é hoje o maior programa

Até a meia-noite do dia 30 de abril, 26,9 milhões de declarações de Imposto de Renda Pessoa Física foram entregues por meio da in-ternet, cerca de um milhão a mais do que o re-gistrado em 2013. Mesmo com um volume de entregas médio de 300 mil declarações por hora nas horas finais do prazo, o processo transcor-reu sem problemas.

Cerca de 28 mil declarações foram en-tregues por meio de aparelhos móveis como ta-blets ou smartphones, quatro vezes mais do que no ano anterior. O crescimento deve se acentu-ar nos próximos anos, da mesma maneira que

de redução da informalidade empresarial do mundo. Os demais participantes dividem-se en-tre microempresas (ME) e empresas de peque-no porte (EPP).

O aumento na arrecadação do Simples Nacional também foi significativo. No 1º semes-tre de 2014, a arrecadação foi de R$ 24,5 bilhões, um aumento de 16,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

o formato digital substituiu gradualmente o pa-pel.

Outra novidade foram as 120 mil de-clarações pré-preenchidas enviadas pelos con-tribuintes. O serviço estava à disposição dos contribuintes com certificação digital e cujas fontes pagadoras haviam informado as reten-ções realizadas previamente à Receita Federal. Nesses casos, a declaração já vinha preenchida com grande parte dos dados, cabendo ao con-tribuinte conferi-los e fazer as adições e retifica-ções necessárias.

8 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Em abril, o foco das campanhas foi o Im-posto de Renda, com entrega prevista para o fi-nal daquele mês. Já em maio, a Aduana recebeu destaque na comunicação institucional.

O secretário da Receita Federal Carlos Alberto Freitas Barreto explicou a importância

das campanhas para o Órgão e para os contri-buintes. “Voltando a fazer anúncios na mídia depois de muitos anos, a Receita Federal de-monstra preocupação em prestar informações ao contribuinte e, ao mesmo tempo, fortalecer a imagem da nossa Instituição junto à opinião

Mais de 20 anos após a histórica campanha publicitária trazendo a imagem do Leão que veio a se tornar a alcunha da Instituição, a Receita Federal vol-tou a utilizar os meios de comunicação para divulgar campanhas educativas à população.

Receita Federal lança campanhas sobre Imposto de Renda e Aduana na mídia

9Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

pública”.

Na campanha do Imposto de Renda Pessoa Física, o foco foi a divulgação da possi-bilidade de fazer a declaração por tablets ou por smartphones e, também, evitar os erros mais co-muns no preenchimento. Já na peça publicitária da Aduana, o objetivo foi mostrar que esta é a porta de entrada e saída de todas as mercado-rias no país, e que o trabalho dos servidores da Receita Federal beneficia a indústria, o comércio e os passageiros internacionais.

As peças foram veiculadas na TV, rádio, revistas, jornais e internet. No caso da campa-

nha educativa referente à Aduana, adotou-se uma estratégia de buscar o principal público alvo, com divulgação em aeroportos, revistas de bordo, e programas de viagem das TVs a cabo.

A campanha da Aduana que teve tam-bém por objetivo divulgar o Portal Único do Co-mércio Exterior e os aplicativos “Importador” e “Viajantes”, foi elogiada pelo Instituto Brasileiro de Ética Comercial, que parabenizou a divul-gação por relembrar aos contribuintes que “o combate à pirataria valoriza os empregos e in-dústrias do país”.

10 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Apreensões decorrentes de operações de Vigilância e Repressão crescem 40%

Ao longo do 1º semestre de 2014, fo-ram realizadas 1.511 operações de vigilância e repressão ao contrabando e descaminho, ativi-dade que visa a prevenção do cometimento de ilícitos e seu combate no momento da prática

Ritmo de ações fiscais aduaneiras aumenta

No primeiro semestre de 2014, a fiscalização aduaneira concluiu 979 ações fiscais, das quais 631 fis-calizações posteriores ao despacho e 348 no curso do despacho (denominadas Procedimentos Especiais de Controle). Estas 979 ações correspondem a 61,7% do executado em todo o ano de 2013 (1.585 ações fiscais).

O grau de eficácia da seleção para fiscalização aduaneira (número de fiscalizações com resultado em relação ao total de fiscalizações realizadas) superou a meta projetada de 90%, alcançando o patamar de 91%.

das condutas. Foram retidos mais de R$ 228,1 milhões em mercadorias, sendo que R$ 45 mi-lhões desse total ficaram por conta de veículos apreendidos pela Receita Federal.

11Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Fluxo de passageiros internacionais é intenso no 1º semestre No primeiro semestre de 2014, houve 81 mil pousos e decolagens de voos internacio-nais nos aeroportos brasileiros, transportando um volume de 10,50 milhões de passageiros em embarque ou desembarque sujeitos à fis-calização aduaneira. O quadro abaixo confirma a tendência de incremento do número de pas-sageiros transportados por voo, proveniente da necessidade da otimização dos recursos da área comercial de aviação civil. O grande volume de passageiros pode ser creditado, em parte, ao maior número de visitantes estrangeiros por conta da Copa do Mundo de Futebol realizada no país.

O aumento do fluxo de pessoas eleva a responsabilidade da Receita Federal para man-ter a agilidade no atendimento, ao mesmo tem-po em que exerce com eficácia o controle dos bens de viajantes internacionais nos aeroportos brasileiros. A fiscalização da Receita Federal tem por objetivos a tutela da economia nacional, saúde, segurança pública e do meio ambiente; impedir a formação de comércio informal de produtos estrangeiros, o tráfico internacional de armas, drogas, munições, substâncias e arte-fatos perigosos; e resguardar a movimentação legal de dinheiro, de bens de valor histórico e científico.

1,8 milhãoEsse foi o total de declarações adu-aneiras registradas no 1º semestre de 2014 junto à Receita Federal. Desse total, 1,22 milhão referem-se a despachos de importação e 578 mil a despachos de exportação.

Volume de comércio registra queda em 2014 As exportações brasileiras no 1º semes-tre 2014 atingiram US$ 110,5 bilhões, o que re-presenta uma redução de 3,41% em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi de US$ 114,4 bilhões no 1º semestre de 2013. As impor-tações brasileiras somaram US$ 113,0 bilhões no período, representando uma redução de 3,83% em relação ao 1º semestre de 2013 (US$ 117,5 bilhões).

Como resultado, a Balança Comercial brasileira apresentou um deficit de US$ 2,5 bi-lhões no semestre, valor este menor que o de-ficit registrado no mesmo período de 2013, de US$ 3,1 bilhões. A corrente de comércio somou US$ 223,5 bilhões, representando um decrésci-mo de 3,62% em comparação ao 1º semestre do ano anterior.

12 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Notificações geram acréscimo de R$ 24,4 bi na receita bruta declarada Nem todos os contribuintes possuem o mesmo comportamento face às obrigações tributárias que precisam cumprir. Embora a grande maioria cumpra seus deveres, é sabido que alguns encontram dificuldades para aten-der todos os pontos da legislação e outros sim-

Pensando nos contribuintes do grupo 2 e 3, a Receita Federal implementou uma forma de comunicação que avisa aos contribuintes su-jeitos ao acompanhamento econômico-tributá-rio diferenciado (maiores contribuintes) que foi detectado o descumprimento de determinadas obrigações tributárias acessórias, ou que erros ou inconsistências foram percebidos nas infor-mações prestadas. Tais avisos ajudam esses con-tribuintes a terem sucesso em sua tentativa de cumprir as obrigações tributárias, evitando, tan-to para a Receita Federal quanto para o próprio contribuinte, o desgaste de um procedimento fiscal.

De forma piloto, foram comunicados 215 contribuintes a respeito de omissões ou inconsistências na Dipj (Declaração de Informa-ções Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica). Após quatro meses da comunicação, os resultados de regularização foram bastante expressivos, ten-do em vista que 42% dos contribuintes entre-garam ou retificaram mais de 140 declarações, gerando um acréscimo de R$ 24,4 bilhões na re-ceita bruta declarada. Além disso, observou-se

plesmente recusam-se a cumprir seus deveres. Segundo as melhores práticas de fiscalização, a Receita Federal utiliza estratégias diferenciadas para cada grupo de contribuintes conforme o quadro abaixo:

um impacto positivo na declaração de tributos, no parcelamento de débitos e na arrecadação de tais contribuintes.

Foi percebido, ainda em verificações preliminares, que aproximadamente 30% dos contribuintes que corrigiram suas declarações, devido à comunicação, não voltaram a cometer o mesmo erro no ano seguinte, mostrando que essa estratégia também provoca a mudança de comportamento, trazendo os contribuintes para grupos menos resistentes ao cumprimento das obrigações tributárias.

Já os contribuintes que optaram por não regularizar as pendências, mesmo depois de avisados, foram selecionados para procedi-mentos pelas equipes de acompanhamento de maiores contribuintes. Nesse processo, foram entregues outras 34 Dipj, somando mais R$ 6,8 bilhões em receita bruta declarada (R$30,2 bi-lhões no total). Essas equipes poderão, em sen-do o caso, aplicar todo o rigor da lei aos que se negaram a cumprir suas obrigações tributárias.

13Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Técnicas de seleção conferem agilidade ao comércio exterior A capacidade de conferência no despa-cho e a gestão de risco evoluíram nos últimos 10 anos, de forma a permitir a fluidez ao comércio e, ao mesmo tempo, a aumentar o grau de efi-cácia na seleção e a efetividade da atuação da Receita Federal no combate às irregularidades nas operações de importação e exportação.

Em 2003, um terço das declarações de importação eram direcionados aos canais ver-

melho e amarelo, que demandam conferências físicas e documentais por parte da Receita Fe-deral. Hoje, graças a um sistema de seleção que permite a escolha das operações com maior ris-co de irregularidades, quase 90% das operações podem ser encaminhadas ao canal verde, com liberação automática, garantindo agilidade aos importadores que atuam de maneira regular.

Isso permitiu que o tempo médio bruto de despacho na importação (do registro da de-claração ao seu desembaraço) tivesse constante redução nos últimos anos. No 1º semestre de 2014, o tempo médio teve redução de 2,38% no comparativo com o período anterior, alcançan-

do uma média de 39,3 horas, sendo que mais de 80% das declarações são liberadas em menos de 24 horas. Já o tempo médio bruto de despa-cho na exportação teve redução de 1,63% no comparativo 2014/2013, totalizando 2,7 horas em média.

14 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Receita Federal aumenta seu quadro de servidores Pela primeira vez em três anos, o núme-ro de ingresso de servidores na Receita Federal deve superar o número de saídas. Graças aos concursos realizados em 2013 e 2014, estima-se que ao final do ano o quadro funcional apre-sente um superávit de cerca de 370 servidores a mais do que o registrado no final de 2013.

A previsão é que aproximadamente 980 novos servidores ingressem na Receita Fe-

deral no período de junho a dezembro, assim divididos: cerca de 280 auditores-fiscais da Re-ceita Federal do Brasil (AFRFB) e 700 assistentes-técnicos-administrativos de Nível Intermediário (ATA-NI), do concurso cujo resultado foi divul-gado no dia 2 de junho de 2014. Os números não são precisos, pois pode haver desistências ou outros motivos que impeçam a posse dos nomeados.

Somados aos 620 analistas tributários da Receita Federal já empossados no primeiro semestre, os novos nomeados devem gerar um crescimento líquido de cerca de 370 servidores, compensando as aposentadorias e saídas por

outros motivos. Esse reforço de novos servido-res é imprescindível para que a Receita Federal continue prestando serviços de excelência à so-ciedade brasileira.

15Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Dipj – mais de 1,6 milhão de declarações entregues O prazo de entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurí-dica - Dipj/2014 encerrou-se no dia 30 de junho. Este ano, foram recebidas 1.529.230 declarações dentro do prazo, o que representou um acrés-

cimo de 1,02% em relação às declarações apre-sentadas em 2013. A distribuição dessas decla-rações com base na forma de tributação foi a seguinte:

Receita Federal racionaliza despesas em busca de economia Manter uma estrutura de apoio ao tra-balho de cerca de 30 mil servidores distribuídos em mais de 500 unidades por todo o país é um desafio cotidiano para a Receita Federal. Duas novas iniciativas buscam utilizar o grande porte da Organização para alcançar uma maior eco-nomia e eficiência nas contratações e compras de materiais feitas pelo Órgão.

A primeira iniciativa é o Plano Nacional de Aquisições. Coletando dados de todas as uni-dades, verificou-se que 25% dos itens de mate-rial permanente adquiridos costumeiramente respondem por mais da metade das licitações realizadas pelas unidades e equivalem a mais de 90% dos gastos com esse tipo de produto. Criou-se, então, um Plano Nacional de Aquisições, que estabeleceu a qualidade necessária para os materiais permanentes (cadeiras, mesas, divisó-rias, etc.), os quais passarão a ser adquiridos em grande escala e não mais individualmente pelas

unidades.

As vantagens da compra nacional são várias. Primeiramente, dada a escala da aquisi-ção, é possível negociar preços melhores com os fornecedores. Além disso, o material passa a ser padronizado em todo o país. Outro ponto importante é a economia de tempo e recursos humanos anteriormente gastos para elaborar e coordenar as licitações realizadas individual-mente pelas unidades.

O segundo projeto é o Padrão Nacional de Despesas. Por meio de iniciativa, buscou-se coletar dados sobre a prestação de serviços terceirizada nas diversas unidades da Receita Federal. A meta é cotizar valores e estabelecer quantitativos adequados para esses prestado-res de serviços (secretariado, manutenção pre-dial, limpeza, copeiragem, etc.) criando padrões e evitando o desperdício.

16 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Implantada a primeira versão do Sistema Integrador Nacional – Redesim O tempo gasto para registro e legaliza-ção de empresas no Brasil deve cair para cerca de cinco dias úteis. Esse é o objetivo da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios – Redesim, formada por órgãos e entidades do governo fe-deral, estadual e municipal responsáveis pelo processo de registro e legalização dos empresá-rios, sociedades empresárias e sociedades sim-ples.

Desenvolvido pela Receita Federal, o Sis-tema Integrador Nacional realizará o batimento eletrônico de dados e geração de documentos, permitindo a padronização dos dados informa-dos tanto à Receita Federal quanto às Juntas Comerciais e Municípios diminuindo as fraudes

e melhorando a qualidade e confiabilidade das informações constantes nos bancos de dados dos órgãos envolvidos. O sistema suprime tam-bém a necessidade de conferência de diversos formulários pelos órgãos intervenientes, o que desburocratiza o processo, reduz o retrabalho, otimiza a utilização dos recursos públicos e agi-liza a formalização das empresas.

Cabe destacar que nos estados que possuem Sistema Integrador Estadual, o qual padroniza as informações de órgãos munici-pais e estaduais, quando este estiver integrado ao Sistema Integrador Nacional, o tempo gasto para a legalização de uma empresa deverá atin-gir o marco de até cinco dias úteis.

17Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Leilão de mercadorias para destruição: economia para os cofres públicos

Nem todas as mercadorias apreendidas pela Receita Federal podem ser leiloadas para o público ou doadas para entidades beneficen-tes. Produtos que podem prejudicar a saúde do consumidor ou a indústria nacional, tais como cigarros ilegais e produtos piratas, devem ser re-movidos de circulação e destruídos. Esses pro-dutos constituem grande parte das mercadorias apreendidas pela Receita Federal: em 2013, o valor dos itens enviados para destruição somou R$ 721,7 milhões, o que equivale a 42% dos R$ 1,7 bilhão em mercadorias que foram destina-das pela Receita Federal no ano.

As mercadorias destinadas à destruição têm alto custo para os cofres públicos, pois de-mandam grande espaço para armazenagem, além de gastos com o transporte, a destruição propriamente dita e a destinação adequada dos resíduos. Para solucionar esse problema, a Receita Federal tem apostado em uma nova

modalidade: o leilão específico de mercadorias voltadas para a destruição.

Nesse sistema, as empresas interes-sadas em aproveitar os resíduos dos produtos responsabilizam-se pelo processo de destrui-ção e seus custos. A Receita Federal fiscaliza se a destruição segue a legislação ambiental e se ocorre a adequada destinação final de todo o resíduo gerado no procedimento, inclusive da-quele cuja reciclagem não seja economicamen-te viável.

Já foram realizados cinco leilões eletrô-nicos compostos por lotes de mercadorias para a destruição, sendo quatro deles realizados no 1º semestre deste ano de 2014. Foram leiloadas mercadorias como relógios contrafeitos, brin-quedos sem certificação, CDs piratas, pilhas e baterias vencidas e itens de vestuário falsifica-do, dentre outros.

18 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Novo sistema trará mais agilidade e controle no despacho de bagagens

Nota-se também que a emissão de no-tas de tributação simplificada teve um incre-mento de aproximadamente 37% e que o per-centual de tributação elevou-se a quase 14%, aumentando a arrecadação em 22% em relação ao mesmo período de 2013.

Encontra-se em desenvolvimento, em parceria com os Correios, o Sistema de Controle de Remessas Postais Internacionais, com pre-visão de teste piloto no segundo semestre de

2014 e implantação no primeiro semestre de 2015.

A expectativa é que ocorra maior sim-plificação e agilidade na liberação das remessas postais recebidas, aprimorando e ampliando os serviços prestados à sociedade. Essa simplifi-cação ocorrerá em função da análise prévia de informações, bem como da tributação automá-tica das encomendas, e auxiliará no combate às importações irregulares.

o processamento de 10,6 milhões de remessas postais de importação, o que representa um incremento de 17% em relação ao primeiro se-mestre de 2013.

Novos programas recebem benefícios fiscais em 2013 Uma das funções da Receita Federal é exercer o controle tributário sobre os benefícios fiscais recebidos por órgãos da administração pública para executarem seus programas. Isso é feito por meio da fiscalização dos dados entre-gues na Declaração de Benefícios Fiscais (DBF), entregue no primeiro semestre do ano. Dentre as novidades da DBF apresentada em 2014, destacam-se o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e o Programa Na-cional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD), supervisionados pelo Ministério da Saúde.

Alguns resultados da DBF deste ano, re-ferente ao ano-calendário 2013: • Fundos dos Direitos da Criança e do Adoles-cente (R$ 304,7 milhões de reais);• Fundos dos Direitos do Idoso (R$ 131 milhões de reais);• Cultura (R$ 1,255 bilhão de reais);• Desporto (R$ 227,8 milhões de reais); • Atividade audiovisual (R$ 71,4 milhões de re-ais); • Pronon (R$ 72,4 milhões de reais);• Pronas/PCD (R$ 8,8 milhões de reais).

A expansão das compras feitas no exte-rior por meio de internet continua forte, o que pode ser comprovado pelos volumes recepcio-nados pelos Correios neste ano. No primeiro semestre de 2014, a Receita Federal realizou

19Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Na sua luta contra o contrabando e o descaminho, a apreensão total de mercadorias proces-sadas pela Receita Federal nas áreas de fiscalização, repressão, vigilância e controle sobre o comércio exterior (inclusive bagagem) resultou, no 1º semestre de 2014, no montante de R$ 889,88 milhões. O valor é 20% maior do que o registrado no mesmo período em 2013.

Apreensões de mercadorias somam cerca de R$ 900 milhões

Entre as mercadorias apreendidas, encontram-se produtos falsificados, tóxicos, medicamentos e outros produtos sensíveis, inclusive armas e munições, que possuem grande potencial lesivo.

A apreensão de óculos de sol contabilizou um aumento de 53,52% em valor, no comparativo com o 1º semestre de 2013.

A apreensão de armas saltou de 232 unidades no 1º semestre de 2013 para 1.048 unidades apreendidas no 1º semestre de 2014.

Também houve crescimento na quantidade das apreensões de cigarros, demonstrando um incremento de 6,44% em relação ao mesmo período do ano de 2013.

No 1º semestre de 2014, foram apreendidos 89.190.058 maços de cigarros, que correspondem a mais de 1,78 bilhão de cigarros ilegais retirados de circulação. O montante apreendido supera o valor de R$ 234,7 milhões.

20 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Programa de Gestão do Acervo reduz quantidade de processos aguardando julgamento Tendo completado um ano de imple-mentação em abril de 2014, o Programa de Ges-tão Virtual do Acervo de Processos Administrati-vos Fiscais em Contencioso Administrativo de 1ª Instância continua a apresentar bons resultados. O programa centralizou, em um ambiente virtu-al único, todos os processos aguardando julga-mento na 1ª Instância para permitir um melhor gerenciamento do acervo em âmbito nacional e a distribuição otimizada dos processos.

Outro resultado positivo relaciona-se com o tempo médio de permanência dos pro-cessos prioritários em contencioso de 1ª Ins-

O programa elevou a produtividade das Delegacias de Julgamento em cerca de 15% e possibilitou a inversão da curva ascendente do acervo. Até meados de 2013, havia um acrésci-mo médio de 2 mil processos/mês. Após o pico de cerca de 214 mil processos no mês de agosto de 2013, verifica-se um decréscimo da quanti-dade de processos aguardando julgamento, conforme demonstra o gráfico abaixo.

tância administrativa que apresentou redução, conforme se depreende da leitura do gráfico a seguir.

21Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

R$ 85 bilhõesEsse foi o valor julgado pelas Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento - DRJ no 1º semestre de 2014. O valor equi-vale a aproximadamente 40 mil processos, entre lançamentos de créditos tributários e pedidos de ressarcimento, de restituição, de reembolso e de compensação. Embora esse quantitativo tenha sido 26% inferior ao total de processos julgados no 2º semestre de 2013 (cerca de 54 mil), o montante envol-vido supera em quase 44% o valor total dos

processos julgados no semestre anterior (em torno de R$ 60 bilhões).

As Delegacias de Julgamento são respon-sáveis pela 1ª instância do contencioso administrativo nos casos em que são ques-tionadas as decisões tomadas pela Receita Federal. Para garantir a ampla defesa, o con-tribuinte ainda pode recorrer, em 2ª instân-cia, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e também ao Poder Judiciário.

Totens de autoatendimento facilitam vida de viajante A possibilidade do viajan-te declarar bens e valores de for-ma eletrônica foi bem recebida pelos contribuintes que passam pelos aeroportos do país. Mas para aqueles passageiros que não dispõem de um dispositivo móvel, a Receita Federal passou a disponibilizar totens de autoa-tendimento. No primeiro semes-tre, os totens puderam ser utiliza-dos pelos cerca de 6 mil viajantes que desembarcaram diariamente no Aeroporto Internacional do Galeão.

Os totens contam com impressoras e dispositivos para pagamento por meio de cartões de débito, e scanners para leitura de códigos de barras. O viajante, ao desembarcar, pode declarar seus bens diretamente no totem de atendimento, que tem a op-ção pelos idiomas português, in-glês e espanhol, imprimir a guia de pagamento do Imposto de Importação, recolher o imposto e apresentar à alfândega. O tempo estimado para realizar esse pro-cesso é, em média, de cinco mi-nutos para cada usuário.

22 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Autoatendimento Orientado mais de 360 mil atendimentos O Serviço de Autoatendimento Orientado constitui-se em um ambiente físico estabelecido nas unidades de Atendimento da Re-ceita Federal, com toda a estrutura ne-cessária para que os contribuintes pos-sam, sob orientação de monitores, obter serviços e informa-ções por meio do sítio na internet e do ambiente virtual de atendimento e-CAC.

De modo geral, são oferecidas as seguintes assis-tências ao contri-buinte:

• Informações gerais disponibilizadas por meio de folhetos educati-vos acerca dos serviços acessíveis via internet;

• Disponibilização de computadores para aces-so ao sítio da Receita Federal, de modo que os contribuintes obtenham ali os serviços e infor-mações desejados, mediante acesso público ou com utilização de código de acesso e senha pessoal;

• Orientação individualizada ao contribuinte para obtenção de serviços e informações disponíveis no sítio da Receita Federal na internet e, espe-cialmente, no ambiente e-CAC.

Implementado em diversas unidades da Receita Federal no final do ano de 2013, apenas no primeiro semestre de 2014 já foram realiza-dos 360.884 atendimentos por meio do autoa-tendimento orientado.

A partir do dia 4 de julho, as pessoas físicas e jurídicas que precisam regularizar suas obras junto à Receita Federal poderão entregar a Declaração e Informações sobre Obras - Diso por meio da Internet. A implantação da Diso In-ternet agilizará o atendimento de regularização de obras com redução significativa do tempo de atendimento do serviço, diminuição da quanti-dade de documentos a serem apresentados ao Órgão, além da redução do número de contri-buintes nas unidades.

Declaração eletrônica simplifica regularização de obra

As pessoas físicas e jurídicas utilizarão o sistema para dar início ao processo de regulari-zação de obra, declarando os dados referentes ao enquadramento da obra a ser aferida, em sistemática semelhante a do Imposto de Ren-da Pessoa Física. A regularização das obras de construção civil é imprescindível para que seja realizada a averbação do imóvel e para que o imóvel possa ser utilizado como garantia em fi-nanciamentos, por exemplo.

23Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Processos-chave têm acompanhamento diferenciado nos julgamentos Buscando a manutenção do crédito tri-butário constituído mediante o lançamento e a melhoria constante dos procedimentos de fis-calização, a Receita Federal , em parceria com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), tem acompanhado de perto o julgamento ad-ministrativo de mais de 700 processos cujo valor discutido ultrapassa os R$ 120 bilhões. O obje-tivo é aumentar o grau de aderência dos lan-çamentos, ou seja, a quantidade de vezes que a tese defendida pela Receita Federal é aceita pelos julgadores do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

Os processos que são mais importantes devido ao seu valor são indicados pelas unida-des em que os lançamentos foram feitos e re-

Com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o papel dos tributos na promoção do desenvol-vimento social e econômico do país, foram realizadas, nacionalmente, 5.994 ações de educação fiscal, demons-trando o esforço da Receita Federal no desenvolvimento de iniciativas que busquem o fortalecimento da relação de confiança com o contribuin-te.

Educação Fiscal

cebem atenção especial das Coordenações de Fiscalização e de Contencioso Administrativo e Judicial, que acompanham os julgamentos e oferecem subsídios para os procuradores da Fazenda Nacional, responsáveis pela defesa das teses do Fisco nos julgamentos. Após os julga-mentos, é feita uma avaliação das teses vence-doras, que subsidiarão os futuros lançamentos realizados pelos auditores-fiscais.

Melhorar a qualidade dos lançamentos é uma preocupação da Receita Federal, pois isso evita as lides administrativas e judiciais desne-cessárias, além de garantir que os contribuintes que tenham cometido infrações à lei respon-dam adequadamente pelos seus atos.

24 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Desenvolvimento do eSocial é prioridade na Receita Federal

Novo modelo traz celeridade para o desenvolvimento de softwares A Receita Federal passou a utilizar um novo paradigma na criação de soluções tecno-lógicas para a Instituição, batizado de Fábrica de Software. No novo modelo, demandas de baixa complexidade são entregues para uma empresa terceirizada especializada em desenvolvimento de softwares, gerando maior agilidade.

Antes da utilização do novo modelo, a Receita Federal dependia de esforço interno ou da utilização dos prestadores de serviço Ser-pro e Dataprev para a implantação de qualquer novo sistema idealizado. Entretanto, os atrasos eram recorrentes pois, como é comum no servi-ço público, os recursos humanos e tecnológicos são escassos frente à grande demanda.

Com a Fábrica de Software, sistemas de baixa complexidade e que não envolvam dados protegidos por sigilo fiscal ou com prazos legais definidos podem ser terceirizados para em-presas especializadas em desenvolvimento de programas. Isso libera os servidores da Receita Federal, Serpro e Dataprev para a manutenção e análise dos sistemas mais críticos e estratégicos para a Instituição.

A primeira aplicação a entrar em produ-ção foi o Sigeo – Sistema de Gestão Estratégica e Orçamentária, que modernizou e trouxe mais agilidade ao sistema de coleta das propostas orçamentárias das diversas unidades da Receita Federal.

Em busca da ampliação dos serviços prestados à sociedade e da redução do custo atual dos empregadores brasileiros no cumpri-mento de suas obrigações tributárias, previden-ciárias e trabalhistas, a Receita Federal incluiu em seu planejamento estratégico o projeto do Sistema de Escrituração Fiscal Digital das obri-gações fiscais, previdenciárias e trabalhistas do empregador (eSocial). O projeto vai unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados e está sendo de-senvolvido em conjunto pela Caixa Econômica Federal (CAIXA), pelo Instituto Nacional do Se-guro Social (INSS), pelo Ministério da Previdên-cia Social (MPS), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Receita Federal.

Com o eSocial, o empregador substitui-rá o preenchimento de várias declarações, en-tregues hoje para diversos órgãos, pelo preen-chimento único dos dados em um novo sistema digital. O empregador vai ter todos os benefícios de ter uma gestão de pessoal mais eficiente, redução de passivos fiscais e trabalhistas, dimi-nuição de erros no preenchimento das obriga-ções, ambiente seguro para guarda dos livros e documentos fiscais, racionalização do proces-samento para geração de informações sobre as relações de trabalho, além de se beneficiar de um aprimoramento do combate à concorrência desleal por parte dos órgãos fiscalizadores.

Outro benefício é a segurança muito maior no envio e no acesso aos arquivos digi-tais, por meio do uso do certificado digital. Em-presas pequenas com até 7 empregados vão ter a opção de um código de acesso, identificando assim quem está transmitindo a informação. Os escritórios de contabilidade também vão po-der utilizar os serviços de procuração eletrôni-ca existentes no ambiente da Receita Federal e da Caixa Econômica Federal para prestarem um serviço de maior segurança para si e para seus clientes.

13º Prêmio

da RFB

Valorizando Ideias. Idealizando Valores.

Criatividade& Inovação

OÃÇADN

FU

E FS SA

AZ

O melhor plano para a sua saúde

Apoio Patrocínio Organização Realização

TemaImplantação de boas práticas de gestão e melhoria dos processos de trabalho e dos serviços prestados ao contribuinte

Quem participaServidores e empregados do Ministério da Fazenda

Prazo final para a entrega da monografiaPostagem até 1º de Setembro de 2014

Regulamentowww.esaf.fazenda.gov.br

Informações(61) 3412-6286 / (61) [email protected]

Premiação1º Lugar: R$ 20.000,002º Lugar: R$ 10.000,003º Lugar: R$ 5.000,00

25Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

13ª Edição do Prêmio de Criatividade e Inovação premia boas ideias

Em sua 13ª Edição, o Prêmio de Criatividade e Inovação da Receita Federal 2014 traz uma novidade: todos os traba-lhos que alcançarem a pontuação mínima serão encaminhados para a Coordenação de Planejamento, Organização e Avalia-ção Institucional para análise da viabili-dade da implantação. A implementação efetiva das ideias inovadoras tem dupla finalidade: alavancar o processo de inova-ção e estimular outros servidores a darem sua contribuição na melhoria institucio-nal.

Além disso, os servidores premia-dos com as melhores ideias contarão com premiação em dinheiro. O primeiro clas-sificado ganhará R$ 20 mil, o segundo R$ 10 mil e o terceiro R$ 5 mil. O tema das monografias para este ano é “Implanta-ção de Boas Práticas de Gestão e Melhoria dos Processos de Trabalho e dos Serviços Prestados ao Contribuinte”.

O Prêmio de Criatividade e Ino-vação é realizado anualmente e tem por objetivo incentivar práticas inovadoras na Instituição. A premiação é parte da polí-tica de valorização e reconhecimento de mérito dos servidores da Receita Federal e tem como objetivo reconhecer e valori-zar trabalhos apresentados por servidores e empregados do Ministério da Fazenda que se caracterizem pela qualidade técni-ca e aplicabilidade.

O julgamento dos trabalhos é re-alizado por uma comissão designada pelo secretário da Receita Federal que avalia e escolhe os premiados de acordo com cri-térios de julgamento preestabelecidos. As monografias premiadas são publicadas internamente, com o intuito de estimular a aplicabilidade de suas teses no cotidia-no institucional, além de formar acervo de ideias e sugestões que representem uma oportunidade para analisar e aprofundar reflexões sobre a melhoria da qualidade dos serviços prestados.

13º Prêmio

da RFB

Valorizando Ideias. Idealizando Valores.

Criatividade& Inovação

OÃÇADN

FU

E FS SA

AZ

O melhor plano para a sua saúde

Apoio Patrocínio Organização Realização

TemaImplantação de boas práticas de gestão e melhoria dos processos de trabalho e dos serviços prestados ao contribuinte

Quem participaServidores e empregados do Ministério da Fazenda

Prazo final para a entrega da monografiaPostagem até 1º de Setembro de 2014

Regulamentowww.esaf.fazenda.gov.br

Informações(61) 3412-6286 / (61) [email protected]

Premiação1º Lugar: R$ 20.000,002º Lugar: R$ 10.000,003º Lugar: R$ 5.000,00

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ConjunturaConjuntura

Receita Federal uniformiza folhetos orientativos

Buscando minimizar o impacto ambiental, os folhetos foram produzidos atendendo aos padrões de sustentabili-dade, utilizando papel reciclado. A orien-tação clara, uniforme e de fácil acesso ao contribuinte para obtenção dos serviços prestados pela Receita Federal facilita sua relação com o Órgão e promove o desenvolvimento da moral tributária.

Visando facilitar o cumprimento das obrigações tributárias pelo contri-buinte, a Receita Federal produziu uma série de folhetos com orientações sobre temas que costumeiramente geram dú-vidas entre a população.

• Entrega de documentos digitalizados;• Isenção de IRPF para portadores de doenças graves;• Isenção de IPI para portadores de deficiência;• Isenção de IPI para taxistas;• Cadastro de atividades econômicas da Pessoa Física - Caepf;• Domicílio Tributário Eletrônico;• Remessas Postais Internacionais;• Parcelamento simplificado RFB;• Parcelamento simplificado PGFN;• Cadastro Nacional de Obras - CNO;• Retificação de documento de arrecada-ção - Redarf;• Código de acesso;• Autoatendimento pela Internet;• Microempreendedor Individual - MEI.

Foram produzidos folhetos sobre os seguintes temas:

27Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Proprietários de imóveis rurais podem alterar cadastro pela internet

A Receita Federal lançou, no início de junho, um novo aplicativo que permite o envio de soli-citações de atos cadastrais para o Cadastro de Imóveis Rurais - Cafir na internet. É o Coletor Web, que pode ser acessado na página da Receita Federal.

Por meio de implementação do Coletor Web do Cafir, a Receita Federal visa reduzir a burocra-cia e facilitar o cumprimento das obrigações tributárias pelos titulares de imóveis rurais, uma vez que, com o uso da internet, torna-se possível a realização de qualquer ato no Cadastro de Imóveis Rurais da Receita Federal. Os titulares de imóveis rurais podem realizar atos cadastrais de inscrição, alteração de dados cadastrais, alteração de titularidade por alienação total, cancelamento e reativação de imóvel rural pela internet.

Após a transmissão, o solicitante deverá apresentar em uma unidade de Atendimento da Re-ceita Federal a documentação comprobatória, acompanhada do recibo emitido no Coletor Web, cha-mado Documento de Entrada de Dados Cadastrais do Imóvel Rural - Decir. Isso poderá ser feito presen-cialmente ou via postal.

28 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Conjuntura

Ocorrências contábeis verificadas na Receita Federal caem 92% em sete anos Responsável pela fiscalização da con-tabilidade das empresas brasileiras, a Receita Federal também é zelosa no que toca aos seus próprios registros contábeis. Desde 2007, equi-pes regionais de contabilidade debruçam-se

nos registros das mais de 500 Unidades Gesto-ras do Órgão para verificar a conformidade con-tábil, levando em conta os princípios e normas contábeis aplicados ao setor público.

Teletrabalho traz vantagens para Instituição e servidores Em fevereiro de 2014, a Receita Federal deu início ao processo seletivo dos servidores que passarão a trabalhar em regime de experiência no sistema de Teletrabalho. Pelo sistema, o servi-dor está dispensado de comparecer à repartição, podendo realizar o trabalho de sua residência. Em contrapartida, é esperado do servidor que apre-sente produtividade pelo menos 15% superior à de colegas que realizem o mesmo serviço.

O Teletrabalho, alinhado às estratégias e valores da Receita Federal, representa um marco para aprimoramento dos resultados da Instituição, e é mais uma das diversas ações que buscam a va-lorização dos seus servidores implantadas recen-temente. Esse modelo de trabalho é validado, no-tadamente, pela flexibilidade de horário, aumento da produtividade, redução de custos, aderência à política de sustentabilidade e melhoria na qualida-de de vida do servidor.

Desde que as equipes regionais foram implementadas em 2007, verificou-se um de-créscimo de cerca de 92% na quantidade de ocorrências contábeis verificadas na Receita Fe-deral e acompanhadas pelo Sistema Integrado

de Administração Financeira do Governo Fede-ral (SIAFI). Antes de 2008, o controle era centra-lizado por uma pequena equipe que atendia e supervisionava o Brasil inteiro.

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Operação Gol 14 apreende mais de 700 mil produtos falsificados

A Operação Gol 14, desencadeada pela Re-ceita Federal, apreendeu nos portos brasileiros 718.374 itens e duas toneladas de tecidos que ingressaram ilegalmente no país. O objetivo da operação, realizada nos meses que precederam o início da copa, foi intensificar a luta contra a falsi-ficação de produtos esportivos.

A operação foi um esforço conjunto do governo brasileiro, da União Europeia, da Organização Mundial das Alfândegas e da Federação das Indústrias de Bens Esportivos Europeia para sinalizar aos falsificadores que os grandes eventos esportivos não são mais um mercado para falsificações.

Em todo o Brasil, foram fiscalizados 224 contêineres, tendo sido identificados 24 com mercadorias falsificadas. A operação contou também com a participação de outros seis países da América Latina: Uruguai, Argentina, Peru, Chile e Paraguai e Panamá.

Sob a coordenação internacional da Re-ceita Federal, a operação foi realizada entre os dias 19 de março e 17 de abril e contou com a participação das unidades da Receita Federal das Alfândegas de nove portos do país: Rio e

Itaguaí, no Rio de Janeiro; Itajaí, em Santa Catari-na; Manaus, no Amazonas; Paranaguá, no Paraná; Rio Grande, no Rio Grande do Sul; Suape, em Per-nambuco; e Vitória, no Espírito Santo.

Entre as principais marcas esportivas estam-padas em produtos contrabandeados estavam Adidas, Nike e Fifa. No entanto, foram apreendi-dos também produtos de marcas não esportivas, como Disney, Gucci, Chanel, Calvin Klein, Tommy Hilfiger, Havaianas, Louis Vuitton e Lego.

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Receita Federal executa Operação Copa do MundoCapacitação Os eventos de capacitação de pessoal fo-ram realizados em nível nacional, regional e local, desde o fim de 2012. Além de treinamentos inter-nos, com instrutores próprios da Receita Federal, houve a participação de servidores em cursos ex-ternos e seminários de aperfeiçoamento.

O último deles foi o Seminário Receita Fe-deral na Copa de 2014, em março, que teve como foco debater e aprofundar o conhecimento das operações de movimentação internacional de bens associada a eventos da Fifa. Nesse seminá-rio, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as dimensões e repercussões da Copa do Mundo de 2014 na visão do Ministério do Es-porte, os cuidados conferidos pela Anvisa e Vigia-gro para com as importações de bens destinados à organização e realização da Copa, e a recente experiência da Rússia na organização e execução

Legis lação Também na área de definição de normas, a atuação da Receita Federal foi intensa. Desde a elaboração da lei que instituiu os benefícios as-sociados ao evento, a Receita Federal atuou na elaboração de seu conjunto normativo regulató-rio. Os temas são variados: procedimentos para a habilitação aos benefícios tributários, importação e exportação de bens com isenção ou suspensão de tributos, tratamento da bagagem de seleções estrangeiras, regimes aduaneiros especiais. Tam-bém foi modernizada a norma que trata do al-fandegamento de terminais aeroportuários, para

das Olimpíadas de Inverno de Sochi.

A Receita Federal também investiu na produção de manuais de procedimentos de fis-calização, notadamente na área de bagagem acompanhada, de modo a alcançar maior padro-nização e agilidade no atendimento ao viajante internacional e, em especial, no atendimento às seleções estrangeiras e equipes de televisão do mundo todo. Esses esforços de capacitação contribuem não apenas para o atendimento das demandas imediatas da Copa do Mundo, mas também servem para produzir uma melhoria permanente dos padrões de trabalho da Receita Federal, especialmente na área aduaneira, com reflexos positivos no atendimento de grandes eventos em geral e, em particular, com vistas à realização dos Jogos Olímpicos de 2016.

melhorar as condições operacionais do controle e fiscalização, com vistas à segurança aduaneira, ao conforto e à agilidade no tratamento aos pas-sageiros.

Esse esforço normativo culminou com a publicação, no final do mês de março, do Guia Aduaneiro para a Copa do Mundo de 2014, que consolidou, em linguagem comum, acessível ao grande público, os procedimentos que devem ser aplicados na movimentação internacional de bens para o evento.

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Atendimento às se leções estrangeiras A Receita Federal concluiu, no início do mês de abril, o “Plano Copa do Mundo” de mobilização de equipes locais de servidores para atendimento de equipes esportivas, emis-soras de TV, profissionais de mídia e de turistas em geral. Esse plano atinge os aeroportos das cidades-sede de jogos da Copa e os portos de Santos e do Rio de Janeiro, principalmente.

Também foram realizados seminários para orientar o público externo, divulgando a legislação e os procedimentos adotados pela aduana brasileira na entrada de passageiros e cargas estrangeiras para a Copa. Esses even-tos, além de criar canais de comunicação com os representantes de todos os países, podem antecipar soluções para eventuais problemas que venham a ocorrer no período. Os eventos foram direcionados a representantes de consu-lados dos 31 países visitantes que disputaram a Copa e a servidores dos outros órgãos envolvidos – Anvisa, Vigiagro, Ibama, Polícia Federal e Ana-tel.

Para as operações em aeroportos, cabe ressaltar a elaboração do “Planejamento Copa do Mundo de 2014”, desenvolvido em conjunto com diversos órgãos do Governo Federal no âm-bito da Comissão Nacional de Autoridades Aero-portuárias (Conaero). Trata-se da maior operação integrada já concebida no Brasil, envolvendo 23 órgãos e agências públicas, 23 aeroportos e o

Comitê Organizador Local da Fifa, com uma du-ração de quase dois meses. Para essa operação, nos 15 aeroportos internacionais envolvidos com a realização do evento, a Receita Federal está mo-bilizando um contingente adicional de 232 ser-vidores, de modo a bem atender a demanda de passageiros e cargas para o evento.

Na área de segurança, a Receita Federal também teve ativa participação, por meio de sua área de inteligência, que atuou no Centro Inte-grado de Comando e Controle (CICC) da Copa do Mundo.

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Novos aplicativos móveis facilitam vida do contribuinte

A Receita Federal consolida sua presença como instituição de vanguarda tecnológica ao investir e inovar no desen-volvimento de aplicativos que atendam com mais eficiência e rapidez às necessi-dades do contribuinte.

O Aplicativo Viajantes - e-DBV permite que a declaração de bens e valores em viagem internacional seja feita por meio da internet, por com-putadores, tablets e smatphones. O aplicativo traz comodidade aos via-jantes, que podem preencher e trans-mitir sua declaração ainda no exterior com antecedência de até trinta dias e providenciar o pagamento anteci-pado do imposto de importação por home banking, agilizando sua passa-gem pela Aduana.

Em 2014 esse aplicativo ganhou a versão offline, que permite o preenchi-mento da declaração de bens de viagem sem conexão com a internet, que será necessária somente na hora do envio. A nova versão do aplicativo possibilita ao viajante escolher entre os idiomas português, inglês e espa-nhol para obter informações e realizar a declaração de bens e valores.

Além dos aplicativos móveis já lança-dos desde 2012, a Receita Federal lançou em 2014 novas versões dos aplicativos Viajantes (e-DBV), Pessoa Física, App m-IRPF, e lançou os aplicativos CNPJ e Car-nê-Leão.

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

O Aplicativo Pessoa Física permite con-sultar, diretamente nas bases da Receita Federal, informações sobre a liberação das restituições das declarações do IRPF (Impos-to de Renda da Pessoa Física) e a situação cadastral de uma inscrição CPF (Cadastro de Pessoas Físicas).

Desde a disponibilização desse aplica-tivo, em 2012, foram registrados mais de um milhão de downloads e mais de nove milhões de consultas (5,5 milhões sobre a restituição e 3,9 milhões de acessos para verificar a situação do CPF).

O Aplicativo m-IRPF possibilita que as declarações do imposto de renda das pes-soas físicas sejam elaboradas por meio de dispositivos móveis (tablets e smartphones) conectados à internet. A partir deste ano quase 90% das funcionalidades existentes no Programa Gerador de Declaração (PGD IRPF) poderão ser feitas por meio do m-IRPF. Entre as funcionalidades, destacam-se:

1. a possibilidade de declarar dívidas e ônus reais, imposto pago, rendimentos recebidos de pessoa física, rendimentos isentos e rendimentos com tributação ex-clusiva;

2. a possibilidade de importar os dados da declaração de 2013; e

3. declarar dívidas, rendimentos recebi-dos de pessoa física, rendimentos isentos e ren-dimentos com tributação exclusiva.

Foram 27.791 declarações recebidas por meio de dispositivos móveis no exercício de 2014.

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

O Carnê-Leão é um aplicativo des-tinado a pessoas físicas que recebem rendimentos de outra pessoa física ou do exterior e estejam sujeitas ao recolhi-mento mensal obrigatório.

Entre as funcionalidades do novo apli-cativo está: a possibilidade de fotografar os comprovantes relativos às ocorrências registradas como, por exemplo, as ima-gens dos recibos de aluguéis recebidos e, ao final, gerar o Darf para pagamento na rede bancária. O aplicativo também apresenta os demonstrativos mensais e anual e exporta o arquivo para o pro-grama do IRPF 2015.

Os investimentos em aplicativos móveis são mais uma iniciativa da Receita Federal que bus-cam usar a tecnologia para facilitar o cumprimen-to das obrigações tributárias pelos contribuintes.

O Aplicativo CNPJ permite ao usuário consultar, diretamente nas bases de da-dos da Receita Federal, informações so-bre o CNPJ como a situação, natureza jurídica, opção pelo Simples Nacional e endereço. O aplicativo também per-mite acompanhar a evolução e cancelar as solicitações cadastrais de inscrições, alterações e baixas. Além dessas funcio-nalidades, é possível consultar a tabela CNAE e ter informações sobre os pro-cedimentos cadastrais do CNPJ.

Desde seu lançamento foram con-tabilizadas 125.879 consultas à base de CNPJ, sendo 103.946 consultas ao CNPJ, 5.102 solicitações de CNPJ e 16.831 so-licitações ao Simples Nacional.

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Inaugurado no dia 25 de abril em São Paulo, o Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro - LAB/LD é a mais nova ferramenta da Receita Federal contra a atuação das organiza-ções criminosas. Com o auxílio de equipamentos e programas de computadores especializados, é possível analisar o gigantesco banco de dados do Órgão em busca de indícios de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

O laboratório sediado na Receita Federal é a 24ª unidade de uma rede de laboratórios exis-tentes em diversos estados, frutos de acordos de cooperação firmados entre a Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), o Ministério da Justiça, e institu-ições parceiras, no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Din-heiro - Enccla. Até o final de 2015, serão 43 uni-dades em funcionamento no país. Nos últimos

quatro anos, mais de R$ 20 bilhões oriundos de atividades criminosas foram identificados com o auxílio da Enccla.

Instalados nas secretarias de segurança, polí-cias civis e ministérios públicos estaduais, os labo-ratórios de lavagem de dinheiro utilizam soluções de análise tecnológica em grandes volumes de informações. Eles formam uma rede que subsidia investigações de casos de lavagem de dinheiro ou corrupção que envolvam quebras de sigilo bancário de inúmeras contas, sigilos telefônico e fiscal. A principal característica dessa rede é o compartilhamento de tecnologias, métodos e ex-periências no combate à lavagem de dinheiro e à corrupção.

O LAB/LD da Receita Federal tem como es-copo de atuação o uso intensivo de tecnologia

Laboratório de Tecnologia é arma da Receita Federal contra lavagem de dinheiro

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Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2014

aplicada na coleta, tratamento e análise de e-lementos evidenciais obtidos durante o processo investigativo, tanto no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, quanto em seus reflexos no âmbito tributário e aduaneiro. Transformar o dinheiro “sujo” oriundo de atividades criminosas em dinheiro “limpo” para aumentar sua rede de influência é um passo crucial na estratégia das organizações criminosas, e é neste ponto nevrál-gico que o Estado brasileiro busca atuar com a parceria entre suas diversas instituições.

Durante a inauguração do LAB/LD, o secretário da Receita Federal, Carlos Barreto, enfatizou que o momento foi muito aguardado pela Receita Fe-deral. “Ao assumir a Secretaria da Receita Federal em 2011, colocamos esse assunto na pauta das prioridades”, disse. Para ele, os resultados espera-dos serão plenamente alcançados. “Sem o labo-ratório, não seria possível tratar e ordenar dados

e informações em quantidade e profusão, com eficiência e tempestividade”, garantiu.

O secretário Nacional de Justiça Paulo Abrão Pires Júnior disse que a criação de um laboratório na Receita Federal reafirma uma visão de Estado e uma visão de justiça distributiva definida na Constituição por meio dos objetivos de redução das desigualdades sociais e regionais, promoção do bem de todos e garantia de uma sociedade justa e igualitária. “A Receita Federal é a institu-ição basilar para dar as condições objetivas para construção de todas as políticas que têm capaci-dade de promoção desses objetivos”, disse. Para ele, com o novo laboratório, amplia-se a ação e dá-se um salto qualitativo. “Até agora, nós está-vamos dedicados a tentar identificar a corrupção já ocorrida. Agora, nós estamos trabalhando para tentar evitar a corrupção mais sofisticada”, ava-liou.

Mesmo antes de ser formalmente inaugurado, o Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro da Receita Federal já trouxe bons resultados para os esforços de fiscalização do Órgão. Ainda na fase preliminar de testes das ferramentas informatizadas que compõem o Laborató-rio, realizada no início de abril, alguns dos primeiros cruzamentos de dados efetuados foram fundamentais para deflagrar duas operações de combate a fraudes em Decla-rações de Imposto de Renda.

A análise estatística de dados desen-volvida no laboratório permitiu a identifica-ção de indícios de fraudes que deram ori-gem, no início de abril deste ano, à Operação “Pensão Fantasma”. Realizada em Manaus/AM, seu objetivo foi recuperar aproximada-

Primeiros testes apresentam bons resultados

mente R$ 7 milhões utilizados no cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), sem comprovação, a título de dedução por supos-to pagamento de pensão alimentícia.

No estado do Espírito Santo, as informa-ções produzidas pela estrutura recém-inaugu-rada contribuíram para a realização da “Ope-ração Ábaco”, esta contra fraude caracterizada por deduções de R$ 2,4 milhões em despesas médicas fictícias, distribuídas em centenas de Declarações de Imposto de Renda de Pesso-as Físicas (Dirpf). A ação ocorreu no início de maio nos municípios de Vila Velha, Rio Novo do Sul e Piúma, tendo sido cumprido manda-do de prisão preventiva do mentor e realiza-das quatro conduções coercitivas de contri-buintes para a prestação de esclarecimentos quanto à participação nas fraudes.

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Dada a complexidade dos esque-mas usados pelo crime organizado para a lavagem de dinheiro, não basta a utili-zação de ferramentas tecnológicas para o sucesso no combate a esse tipo de ilícito. Tendo isto em mente, a Receita Federal tem investido na capacitação de seus ser-vidores para a identificação e combate a essa prática criminosa.

Nos dias 27 e 28 de maio, foi rea-lizado em Foz do Iguaçu o seminário in-titulado “Lavagem de Dinheiro: Aspectos Jurídicos e Situações Práticas na Receita Federal”. Por se tratar de uma região de fronteira com intenso trânsito de passa-geiros e mercadorias, a região da Tríplice Fronteira é um ponto estratégico de vá-rias quadrilhas que buscam realizar ati-vidades ilícitas como o contrabando e o descaminho, além da lavagem de dinhei-ro e evasão de divisas.

Durante o seminário buscou-se apresentar o histórico e as possibilidades de atuação da Receita Federal no com-bate à lavagem de dinheiro, demonstrar a independência entre esse crime e seus crimes antecedentes e a jurisprudência sobre o assunto. Participaram do even-to, além dos servidores da Receita Fede-ral, autoridades da Advocacia-Geral da

Combate à lavagem de dinheiro requer capacitação de

corpo funcionalUnião, do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal, da Polícia Fede-ral, da Procuradoria da Fazenda Nacional no Paraná e da Justiça Federal. A partici-pação dos diversos órgãos de Estado pre-sentes teve como ponto forte a integração de servidores que, em seu dia a dia, devem estar atentos à detecção de operações que apresentem indícios do crime de lavagem de dinheiro.

Outra estratégia da Receita Fede-ral foi a criação da primeira turma do curso de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro. Ofertado na modalidade de ensi-no à distância, o curso dispõe de 100 vagas destinadas a servidores integrantes da car-reira de Auditoria da Receita Federal.

Desenvolvido pelo corpo técnico da Receita Federal em parceria com a Esco-la de Administração Fazendária - Esaf o cur-so ofertado a partir de julho terá carga ho-rária de 80 horas e conteúdo programático que abrangerá aspectos legais e processu-ais da lavagem de dinheiro, estudos sobre países com tributação favorecida e regimes fiscais privilegiados (os chamados paraísos fiscais), análise de fluxos internacionais de recursos e blindagem patrimonial, além de técnicas para recuperação dos recursos.

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Pessoas que fazem a Receita FederalCom mais de 30 mil servidores em seus

quadros, um dos maiores patrimônios da Re-ceita Federal é o seu capital humano. São pes-soas das mais diversas formações e origens que contribuem diariamente para a grandeza da Ins-tituição, colocando seus conhecimentos, habili-dades e aptidões sempre a serviço do interesse público.

Uma característica que difere os servidores da Receita Federal de outras carreiras semelhantes no serviço público é a pluralidade de formações acadêmicas encontrada nos órgãos. Historica-mente, quase todas as vagas para os cargos de auditor-fiscal, analista tributário e assistente téc-nico-administrativo não exigem que os interessa-dos tenham graduação em nenhum curso espe-cífico. Isso faz com que em uma mesma equipe de trabalho por vezes encontrem-se profis-

sionais oriundos das mais variadas áreas, que trazem opiniões importantes baseadas em suas experiências de vida. Não é raro que um auditor-fiscal que necessite classificar para fins tributários determinado produto químico recorra ao colega da mesa ao lado que eventualmente graduou-se em Química ou Farmácia, por exemplo.

Em um quadro funcional tão grande, também são variados os talentos pessoais decorrentes de hobbies, artes ou esportes praticados pelos servidores, muitos deles expoentes nacionais em seus campos de atuação não profissional. Seria impossível listar todos aqui, mas nesta edição do Fato Gerador trazemos alguns exemplos e casos de servidores que se destacaram no primeiro se-mestre de 2014.

Ninguém tem mais a agradecer pela variada for-mação profissional dos servi-dores da Receita Federal do que o auditor Marco Aurélio Weber, de Osasco/SP. Em meados de março, o servidor enfartou quatro vezes duran-te o expediente, chegando a ter uma parada cardíaca. Para sua sorte, o colega Daniel Ka-nashiro Segalla, aprovado no último concurso para audi-tor, é médico ortopedista de formação.

“Ganhei na loteria”, comemora Marco Aurélio ao explicar que Daniel trabalha no mesmo setor que ele. Durante os minutos em que aguardavam a chegada da ambulância, Daniel aplicou técnicas de ressusci-tação em Marco Aurélio. “Esse tipo de situação é relativamente comum dentro de um hospital, mas nos surpreende quando ocorre num mo-mento inesperado e num local menos esperado ainda”, explica Daniel.

Divers idade que salva v idas

Marco Aurélio recuperou-se bem, não sofreu sequelas e retornou ao trabalho no mês seguinte. Também não perdeu o bom humor. “O Daniel agora está mais perto da minha mesa. Colocaram o médico perto dos colegas mais velhos”, brinca.

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Mente sadia em corpo sadioTodos sabem dos benefícios que os exercícios

físicos são capazes de trazer para a saúde, não apenas melhorando o condicionamento físico mas também a saúde mental. Lotado no Centro de Atendimento ao Contribuinte – CAC da Delegacia da Receita Federal em Araraquara, Renato Dantas de Lucas usa o atletismo para ajudar a equilibrar a exigente rotina de trabalho intelectual de suas funções.

Renato costumeiramente é destaque nos jornais locais pela carreira esportiva. O atleta já participou de provas internacionais importantes, como o Ironman do Havaí e a Maratona de Paris. Nesta última, disputada em abril de 2014, Renato foi o brasileiro melhor colocado na prova, que é a segunda maior maratona em participantes do mundo. Campeão brasileiro na categoria 40–44 anos, o colega agora quer representar o país no Campeonato Mundial de Triathlon no Canadá em agosto.

A carreira do analista tributário no Triathlon inclui conquistas importantes, como o vice-campeonato amador do Troféu Brasil de Tria-thlon em 1995. Renato também foi o melhor amador na Triathlon Internacional de Santos/SP. Em 1998, participou do Ironman no Havaí, a pro-

va mais famosa do esporte, conquistando o 3º lu-gar na categoria 20-24 anos. Em 2000, o servidor venceu o Ironman Great Floridian, em Clermont, nos Estados Unidos. Até hoje o recorde da prova é dele: 8h55min.

O servidor acredita que a prática de exercícios físicos traz benefícios para o seu trabalho. “Acre-dito que me torna uma pessoa mais disposta, com melhor humor. Sinto uma melhora no rendi-mento quando comparado aos dias em que não treino. Existem até estudos científicos que com-provaram que pessoas que praticam atividades físicas regularmente têm melhor desempenho no trabalho. Mais um motivo para sair do sofá e se mexer!”, recomenda.

Outro servidor que também se destaca nas disputas de Triathlon é o auditor-fiscal Jone Santos Costa, que sagrou-se campeão da Copa Tocantins de Triathlon, realizada nas comemora-ções dos 25 anos da criação da capital, Palmas, em 20 de maio.

Nas três fases do circuito, Jone superou mais de 200 competidores sendo o primeiro lugar geral em todas as etapas do circuito realizado na orla do lago de Palmas e avenidas da capital. O esporte é exigente: uma prova clássica exige que o atleta tenha fôlego suficiente para cumprir 42 km de corrida, 180 km de ciclismo e quase 4 km de natação.

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Reconhecimento prof iss ionalSelecionados em rigorosos concur-

sos que frequentemente superam os 150 candidatos por vaga, os profissionais da Receita Federal são conhecidos pela sua competência e dedicação. Assim, não é incomum que tenham seu trabalho re-conhecido pela sociedade. Nesta edição do Fato Gerador, destacamos dois profis-sionais que foram homenageados pelo trabalho que desenvolvem em prol dos contribuintes.

Em maio, o analista tributário Marcos Luchiancenkol, da Delegacia da Receita Federal em Maringá/PR, foi agraciado com a medalha Coronel Sarmento, a mais alta honraria concedida pela Polícia Militar do Paraná. A medalha é anualmente con-ferida pelo chefe do Poder Executivo do Estado do Paraná, mediante proposta do Comando da Polícia Militar, a civis que se destacaram em favor da causa pública e também a militares por atos de heroísmo no desempenho da função de policial mili-tar.

Marcos é assessor de comunicação, represen-tante local de Educação Fiscal e atua na área de capacitação e desenvolvimento da DRF/Maringá,

além de ser membro fundador e atual secretário do Observatório Social de Maringá. O Obser-vatório é uma instituição formada por membros da sociedade civil que se dedicam à fiscalização e análise dos gastos públicos, atuando na área da

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Dançando com as estre las

A Receita Federal também tem talentos na área artística, alguns com destaque internacional. A analista tributária Sandra Regina Yaginuma, que trabalha na Delegacia da Receita Federal em Araraquara, representou o Brasil no campeonato mundial de dança “Dance Star”. Promovido pela União Europeia de Dança – ESDU, o campeonato aconteceu entre os dias 28 de maio e 1º de junho, na cidade de Porec, na Croácia, e contou com a participação de mais de 50 mil dançarinos de todo o mundo em suas seletivas, mas apenas os melhores foram chamados para as apresentações

em solo croata.

Estudante de sapateado americano e dança irlandesa, Sandra juntou-se ao grupo de dança irlandesa do Vivarte Studio de Dança, de Salto de Pirapora/SP, sob a direção do professor e coreógrafo Denis Carajeleoscov. Em fevereiro de 2014, o grupo participou da etapa semifinal no Brasil e obteve a classificação de 1º lugar para participar das finais e representar o Brasil no campeonato mundial de dança “Dance Star”.

educação fiscal e na promoção da cidadania.

Já o auditor-fiscal Enildo Willis Pereira da Silva teve seus 40 anos de serviço público reconhe-cidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras – Coaf. Recentemente aposentado, Enildo foi agraciado, no dia 9 de abril, com o Di-ploma de Mérito 2014 que visa homenagear per-sonalidades ou instituições que tenham se desta-cado na área de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, tornando-se merecedoras de reconhecimento por parte do Coaf.

Em sua trajetória na Receita Federal, Enildo destacou-se pela sua atuação no combate

à corrupção e à lavagem de dinheiro, tanto no âmbito interno quanto na integração com outros órgãos. Trabalhou na comissão criada em 2002 pelo Conselho da Justiça Federal, com o objetivo de “analisar problemas e propor soluções para tornar efetivo o combate à lavagem de dinheiro”, cujas conclusões e recomendações contribuíram para a criação da Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) em 2003. É um dos poucos servidores públicos do país a ter atuado em todas as reuniões plenárias anuais desse fórum, que estabelece as metas e ações a serem desenvolvidas ao longo de cada ano pelos órgãos participantes.

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Sped – a revolução digital continuaO Sistema Público de Escrituração Digital -

Sped, instituído em 22 de janeiro de 2007, já é um marco em termos de tributação e auditoria digital e coloca o Brasil na fronteira desse conhe-cimento. Ao migrar a contabilidade das empre-sas do papel para o suporte digital, o Sped trouxe mais agilidade, confiabilidade e comodidade tanto para os contribuintes como para a própria Receita Federal.

N o v i d a d e sOs novos projetos do Sped são:

ECF – Escrituração Contábil e Fiscal, que substituirá a Dipj (Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica) e revolucio-nará os controles dos saldos dos impostos e con-tribuições devidos pelas empresas. A ECF entrará na fase de homologação em agosto e deverá ser liberada até o final do ano.

eSocial, que unificará o envio de informações pelo empregador e servirá para a apuração da contribuição previdenciária com relação à maio-

ria de seus fatos geradores. O projeto entrou na fase final de homologação dos módulos e deverá entrar em pré-produção no início de 2015.

EFD - Financeiras (Escrituração Fiscal Digital para Entidades Financeiras), que substituirá a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira e parte da Dirf, abastecendo a fiscali-zação com informações financeiras ainda mais detalhadas. A EFD - Financeiras teve seu leiaute finalizado em maio de 2014 e entrou em fase de desenvolvimento.

S i m p l i f i c a ç ã oA simplificação é parte de um objetivo maior

que é a melhoria do ambiente de negócios do país, no qual o Sped possui papel fundamental.

A Escrituração Fiscal Digital relativa ao IPI/ICMS é outro exemplo de simplificação para os contribuintes. Atualmente ela é adotada por todos os 26 estados e propicia a unificação de obrigações acessórias perante os fiscos estaduais. O estado do Ceará, por exemplo, eliminou todas as suas obrigações acessórias, passando a utilizar somente a EFD - IPI/ICMS.

D o c u m e n t o s F i s c a i s E l e t r ô n i c o sCom um volume atual de aproximadamente

2 bilhões de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) emitidas anualmente, o principal projeto de Documentos Fiscais do Sped está maduro. As informações latentes no repositório das NF-e já impactam diferentes áreas estratégicas do go-verno, subsidiando iniciativas na Receita Federal e em diferentes órgãos, tais como o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União e outros órgãos do Ministério da Fazenda.

Os novos projetos do Sped trazem a marca da simplificação, característica do sistema desde a sua implantação. A criação da ECF elimina a Dipj e possibilita a utilização de dados da ECD, de forma a facilitar a coerência intrínseca dos dados.

O eSocial, além de trazer a possibilidade de envio de eventos em tempo real, facilitando a comunicação com os órgãos reguladores, extin-guirá diversas obrigações acessórias, não apenas tributárias, mas também trabalhistas e previden-ciárias, que por vezes traziam dados internamente inconsistentes.

Em 2014, a nova versão da NF-e, 3.10, substi-tuirá por completo a anterior, gerando melhor desempenho ao sistema. O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) também entra em sua versão 2.0, que, com a utilização de eventos vinculados, trará maior controle no monitora-mento do transporte de cargas.

Tendo seu início com a criação da Nota Fis-cal Eletrônica, o Sped hoje já abarca 13 projetos, dividindo-se grosso modo entre projetos as-sociados a documentos eletrônicos (tais como o Conhecimento de Transporte informatizado) e outros associados a escriturações digitais. Com o sucesso da iniciativa, novos projetos e melhorias já estão sendo colocados em funcionamento em 2014.

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E s c r i t u r a ç õ e s D i g i t a i sNenhum país avançou tão fortemente em seu

modelo de coleta de dados fiscais em meio digital quanto o Brasil, principalmente pelo pioneirismo da Receita Federal.

Em 2013, a Receita Federal atingiu a marca de 17.169.875 escriturações enviadas pelo Sped. Só no primeiro semestre de 2014 foram contabili-zados o envio de 11.370.267 escriturações, ou seja, um incremento mensal médio de 32% em número.

Especificamente, a Escrituração Contábil Digital (ECD), cujo prazo de entrega findou em 30 junho de 2014, apresentou incremento de 46% com relação a 2013, passando de 118 mil declarações recebidas para 173 mil. A partir dos dados do 1º semestre de 2014, vê-se que as médias mensais de envio das Escriturações Fiscais Digitais (EFD) relativas a contribuições e ao IPI/ICMS cresceram, respectivamente, 15% e 45% em relação a 2013. A EFD - Contribuições ultrapassou a média de 1.000.000 de declarações enviadas por mês.

R a c i o n a l i z a ç ã o d a i n f o r m a ç ã oPara a Receita Federal, o Sped representa um

passo na racionalização da gestão da informação de interesse fiscal. Por meio dele, a Receita Fe-deral avança para um modelo onde a informação entra nos sistemas fiscais em tempo cada vez mais próximo ao do fato gerador da obrigação tributária, possibilitando o combate a fraudes com muito mais agilidade.

As declarações no formato eletrônico antigo estão sendo, paulatinamente, absorvidas pelas

escriturações a serem apresentadas no ambiente Sped. O gráfico mostra que hoje, percentual-mente, as escriturações do Sped já representam mais de 40% do volume de declarações de pessoa jurídica. Esse número certamente aumentará por dois fatores: pela ampliação do rol de obrigados a efetuar suas declarações no Sped e pelo desa-parecimento de algumas declarações (como por exemplo a Dirf que será repartida entre o eSocial e a EFD - Financeiras).

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XIII Mutirão Nacional de Destruição retrata o reaproveitamento de mercadorias apreendidas

A destruição é uma modalidade de destina-ção de mercadorias que pode ser efetuada pela própria Receita Federal ou por meio de contratos, parcerias ou convênios, com observância da lei de licitações e da legislação ambiental. De acordo com as normas vigentes, devem ser destruídos artigos como cigarros e demais derivados do ta-baco, simulacros de armas de fogo, produtos falsi-

deral, foram destruídas cerca de 3.100 toneladas de mercadorias, o que corresponde ao montante de R$ 233 milhões em autuações fiscais.

Em Porto Alegre/RS, um evento realizado no dia 5 de junho mostrou as diversas parcerias en-tre a Receita Federal e entidades para a reutiliza-ção das mercadorias destruídas ou inutilizadas.

ficados e que ferem os direitos autorais, dentre outros. Nesse sentido, a Receita Federal re-aliza os Mutirões Nacionais de Destruição, com vistas a divul-gar o importante trabalho que desempenha no combate à pirataria e outras práticas ile-gais, bem como na proteção à saúde e ao meio ambiente ao retirar de circulação produtos potencialmente nocivos.

No XIII Mutirão Nacional de Destruição, realizado no dia 5 de junho e com a participação de 83 unidades da Receita Fe-

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

As imagens a seguir ilustram como essas mercadorias, aparentemente sem serventia, podem retor-nar ao setor produtivo para reaproveitamento no ciclo de produção de outros bens. Esse reaproveita-mento, além de contribuir com a preservação do meio ambiente, tem relevante papel social na gera-ção de emprego e renda e na inclusão social, bem como no fomento à pesquisa e à cultura.

Artesanato confeccionado com retalhos de roupas

falsificadas.

Videogame feito com restos de máquinas caça-

níquel

Fresa para esculpir em madeira, plástico ou acrílico desenhos gerados no computador,

para a produção de placas de circuitos eletrônicos. Desenvolvida pelos alunos

do Polo Marista de Formação Tecnológica por meio do reaproveitamento de sucata

eletrônica.

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Fato Gerador | 1º semestre de 201446 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Alfândega de Rio Grande real iza segundo le i lão

IRF de Porto Alegre arrecada quase 1 ,5 mi lhão em le i lão

O segundo leilão eletrônico do ano, destinado exclusivamente a pessoas ju-rídicas, foi realizado dia 26 de maio. O evento aconteceu na Alfândega de Rio Grande.

Com a venda de dez lotes, o valor de arrematação atingiu o montante de R$ 312.111,00. O lote 8, referente a porcelanato, obteve o incrível ágio de 650%.

Dos vinte lotes colocados no leilão, quatro foram retirados: dois por inte-resse da administração pública e dois por decisão (Liminar ou Antecipação de Tutela) em Medida Cautelar Inominada.

A Inspetoria da Receita Federal em Porto Alegre realizou dia 5 de junho um leilão eletrônico para venda de mercadorias apreendidas, destinado a pessoas jurídicas e pessoa físicas. A arrecadação do leilão alcançou R$ 1.444.929,00, com ágio de 55,59% sobre os preços míni-mos fixados.

Foi registrada a participação de 181 proponentes, sendo habilitados 62 licitantes para participação na fase de lances. Dos 51 lotes levados à alienação, apenas cinco não foram arrematados. Entre os produtos encontravam-se veículos, vestuário, eletrônicos e outros.

A novidade nesse leilão foi a inclusão de um lote para venda na for-ma de resíduos, constituído por aparelhos celulares, relógios e outros itens que deverão ser destruídos por conta do arrematante nas condições previstas no edital de licitação. O re-ferido lote, com preço mínimo de R$ 200,00, foi arrematado por R$ 888,00. Mais significativo do que o valor ar-recadado é a verificação da viabilidade dessa nova alternativa de destinação.

Outra peculiaridade do leilão eletrônico é que a sessão de lances às 15h foi projetada para o público e imprensa presentes no evento de di-vulgação do XIII Mutirão de Destruição de Mercadorias realizado no Centro Cultural Usina do Gasômetro em Porto Alegre.

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Portal Único do Comércio Exteriorfac i l i ta v ida de importadores e exportadores

O Governo Federal lançou no dia 23 de abril, o Programa Portal Único de Comércio Ex-terior, que vai unificar todos os sistemas dos ór-gãos envolvidos nos processos de exportação e importação no país e simplificar as operações de compra e venda de bens. Esse grande programa tem por objetivo reformular a atuação governa-mental sobre as operações do comércio exterior brasileiro.

A etapa inicial do sistema é o Portal Sis-comex, que passou a centralizar o acesso aos serviços e sistemas governamentais destinados à obtenção de autorizações, certificações e licenças para exportar ou importar e à legislação relativos às operações de comércio exterior.

Voltado primordialmente aos operadores de comércio exterior – exportadores, importado-res, transportadores, depositários, despachantes aduaneiros e terminais portuários –, o Portal Sis-comex objetiva, em sua etapa inicial de imple-mentação, simplificar o acesso aos serviços e sis-temas governamentais e à legislação relativos às operações de comércio exterior.

Todos os sistemas componentes do Sis-tema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex, bem como os demais sistemas governamentais destinados à obtenção de autorizações, certifica-ções e licenças para exportar ou importar estão presentes no Portal Siscomex. Por meio dele, os

operadores do comércio exterior também con-tam com acesso simplificado às normas que re-gem as importações e exportações brasileiras, organizadas por órgão responsável por sua edi-ção ou administração. Além da Receita Federal, outros 22 órgãos públicos participam do Portal.

Alinhado às ações de infraestrutura pro-movidas pelo governo, o Programa Portal Único se apresenta como o segundo pilar basilar para o aumento da eficiência do comércio exterior bra-sileiro e da competitividade exportadora do país. Assim, o Portal Siscomex figura como o espaço de interação entre o governo e os operadores de comércio exterior mediante o qual importantes inovações serão apresentadas e implementadas, de forma incremental, ao longo dos próximos anos.

Por meio do sistema Visão Integrada, o importador, exportador e seus representantes legais perante o Siscomex já podem realizar con-sultas acerca de suas operações, em andamen-to e já concluídas, de importação e exportação, com indicação do status atual de cada processo e visualização completa de todas as suas etapas, sem a necessidade de consultar diversos siste-mas. O cronograma de implantação dos demais sistemas prevê entregas até o ano 2017, quando se espera que o tempo de exportação caia de 13 dias para oito e no caso das importações de 17 para 10 dias.

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Tecnologia de Informação recebe prêmios

A Instituição foi contemplada no dia 4 de junho com o 5º Prêmio Melhores Práticas da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) do Ministério do Meio Ambiente. Concorreu na cate-goria Destaque da Rede A3P–Uso/Manejo Sustentável dos Recursos Naturais com o projeto e-Assina.

O Sistema e-Assina realiza a assinatura digital de documen-tos, possibilitando que o trânsito de documentos ocorra de forma puramente virtual, contribuindo assim com a preservação do meio ambiente, na medida em que se dispensa a impressão de documen-tos para sua assinatura.

No início do ano, o reconhecimento foi pela excelente atu-ação da Tecnologia da Informação (TI) da Receita Federal (RFB). Cláudia Maria de Andrade, Coordenadora-Geral da TI, recebeu um prêmio-homenagem devido à sua alta credibilidade com a comu-nidade de TI Brasileira. Cláudia Andrade recebeu a homenagem por ter conquistado repetidas vezes o prêmio CIO Personalidade mais Influente, pelo IT4CIO.

Já os aplicativos m-IRPF, e-DBV e App Im-portador foram contem-plados com o Prêmio TI & Governo 2014 e estão no Anuário que traça o panorama da TI no setor público brasileiro.

O Anuário TI & Governo premia a cada ano os projetos pelos quais uma instituição do setor público melhorou os serviços prestados à população. O objetivo do prêmio é divulgar as melhores iniciativas de governo eletrônico no Brasil e os projetos são escolhidos por sua rele-vância social, por seu ca-ráter inovador e pela me-lhoria que oferecem no atendimento ao cidadão.

A Receita Federal investe na área de Tecnologia da Informação buscando otimizar os processos internos e facilitar as ações dos contribuintes. Durante o primeiro semestre de 2014, a Receita Federal já recebeu prêmios sig-nificativos.

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Operação Sustenido Receita Federal e Pol íc ia Federal desart iculam esquema de lavagem de dinheiro do cr ime organizado

A Receita Federal e a Polícia Federal de-flagraram, no dia 22 de maio, a “Operação Sus-tenido”. Há mais de três anos, uma organização criminosa transnacional estabelecida em Foz do Iguaçu e no Paraguai vinha promovendo opera-ções de câmbio ilegal, via compensação interna-cional, atendendo diversos clientes envolvidos em descaminho, contrabando, sequestro e tráfi-co de drogas.

Durante a investigação, foram identifi-cadas contas bancárias de dezenas de empresas “laranjas” para as quais eram enviados valores desses clientes espalhados pelo país, interessa-dos em pagar fornecedores no exterior ou sim-plesmente efetuar depósitos ilegais fora do Bra-sil. Em seguida, frequentes e expressivos valores eram sacados em espécie dessas contas “laranjas” e serviam imediatamente para quitação de dupli-catas ou boletos de cobrança, em que empresas exportadoras brasileiras estabelecidas em Foz do Iguaçu figuravam como devedoras.

Como compensação dessas quitações, exportadoras brasileiras participantes do esque-ma investigado ordenavam que suas coligadas no Paraguai transferissem valores, em moeda es-trangeira, para casas de câmbio estabelecidas em

Ciudad del Este, no Paraguai, cujos responsáveis faziam os repasses de pagamentos ou as remes-sas indicadas pelos clientes brasileiros do esque-ma investigado.

As investigações preliminares apontam o envolvimento de gerentes e empregados de ins-tituições financeiras brasileiras, que teriam aco-bertado as atividades ilícitas.

Apura-se também a participação de de-zenas de pessoas físicas que, em troca de remu-neração, emprestaram seus nomes para a cons-tituição de cerca de 46 empresas “fantasmas” ou “de fachada”, cujas contas bancárias movimen-taram, desde 2011, mais de R$ 300 milhões em recursos gerados por diversos crimes.

Foram expedidos seis mandados de pri-são preventiva, 28 de prisão temporária e seis de condução coercitiva, além de mandados de busca e apreensão em duas exportadoras, em um escritório de contabilidade e nas residências dos envolvidos, principalmente em Foz do Igua-çu. Participaram da ação 25 servidores da Receita Federal e 140 servidores do Departamento de Po-lícia Federal. Nas buscas, verificou-se que a qua-drilha utilizava cofres camuflados em tomadas elétricas, que escondiam dinheiro e armas.

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Em Foco

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Receita Federal monta operação especial para fiscalizar passageiros de cruzeiro

A Copa do Mundo aumentou o número de visitantes ao Brasil em todos os modais: aére-os, marítimos, terrestre e até mesmo fluvial. Para reduzir o risco da entrada de mercadorias ilegais, equipes especiais foram deslocadas para diversas operações ao longo do território nacional. Uma delas foi a “Operação Receita a Bordo”, realizada em três cidades portuárias brasileiras.

A Receita Federal tomou conhecimento da chegada ao Brasil do navio MSC Divina, prove-niente de Miami, que tinha por objetivo recepcio-nar mexicanos no Porto de Santos e conduzi-los pela costa brasileira para acompanhar a seleção mexicana. Para que o navio otimizasse essa ope-ração, foram oferecidas passagens Miami – Brasil a preços baixos, o que fez com que a embarcação chegasse ao Brasil com uma enorme quantidade de viajantes brasileiros, na sua grande maioria, compradores do mercado americano.

Dado o elevado risco aduaneiro e consi-derando a grande quantidade de passageiros de-sembarcando em um curto espaço de tempo em Salvador, Rio de Janeiro e Santos, foi organizada a “Operação Receita a Bordo”. Em complementa-ção ao trabalho de equipe realizado em solo pelas equipes da Receita Federal das unidades envolvi-das e da cooperação dada pelos oficiais do navio, foi montada uma “Agência da Receita” a bordo, com servidores dedicados a esclarecer dúvidas relacionadas à legislação e auxiliar no preenchi-mento de eventuais declarações relacionadas à bagagem acompanhada.

Faz-se relevante destacar que a opera-ção fortaleceu a imagem institucional da Receita Federal, uma vez que a alocação de servidores a bordo do navio MSC Divina, com o trabalho foca-do na educação fiscal, deu agilidade ao processo de regularização dos viajantes.

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51Fato Gerador | 1º semestre de 201451 Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Operação 13 de maio Fraudes no Fundeb resultam em operação conjunta de órgãos públ icos

Um esquema de desvio de recursos da União, especialmente aqueles provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissio-nais da Educação – FUNDEB, que eram repassados às Prefeituras de 20 municípios baianos, resultou na Operação 13 de Maio. A ação foi deflagrada pela Receita Federal, Polícia Federal, Controlado-ria Geral da União e o Ministério Público Federal.

Entre as irregularidades praticadas desta-caram-se: o desvio de recursos por meio de folha de pagamento de professores; pagamentos de serviços de reforma de escolas sem discriminação em notas fiscais, ausência de retenção de contri-buição previdenciária nos pagamentos realizados por serviços prestados na construção, ampliação e reforma de prédios escolares; simulação de li-citação para aquisição de materiais de limpeza e higiene; processos licitatórios para aquisição de materiais didáticos, de merenda escolar e con-tratação de serviço de transporte escolar sem o cumprimento das exigências legais; superfatu-ramento na contratação de serviços; direciona-mento em processo licitatório para fornecimento de gêneros alimentícios para merenda escolar; existência de pessoas com renda per capita supe-rior à estabelecida na legislação e de funcionários de prefeituras entre os beneficiários do Programa Bolsa Família.

Os órgãos envolvidos na Operação 13 de Maio apuram os indícios da prática de diversos crimes, tais como: improbidade administrativa, fraude à licitação, crime de responsabilidade de prefeito municipal, peculato, uso de documento falso, organização criminosa, formação de quadri-lha, lavagem de dinheiro e crimes contra ordem tributária e previdenciária.

Foram cumpridos 29 mandados de pri-são e 83 mandados de busca e apreensão nas re-sidências dos investigados, nas empresas supos-tamente ligadas à organização criminosa e nas prefeituras. A Justiça Federal também decretou a suspensão do exercício de função pública e o sequestro de bens, incluindo veículos, embarca-ções, joias, valores em espécie e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos.

Participaram da operação cerca de 50 servidores da Receita Federal, 400 policiais fede-rais e 45 servidores da CGU. As ações ocorreram simultaneamente em 26 municípios da Bahia, além do estado de Sergipe e Distrito Federal. O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 30 milhões. O nome da operação foi dado em virtu-de da investigação ter se iniciado a partir de ir-regularidades no Município de Fátima/BA, sendo 13 de Maio o dia destinado à homenagem a Nos-sa Senhora de Fátima.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Operação Voo Seguro apreende aeronave em MS

Além de servidores da Anac, a Receita Federal participou da operação juntamente com integrantes da Aeronáutica e da Polícia Federal. A Receita Federal auxiliou nos esforços fiscalizan-do aeronaves, bagagens e cargas. As ações foram apoiadas por um Centro de Coordenação Opera-cional instalado no Aeroporto de Brasília, que foi equipado com meios de comunicação, terminais de radar e acesso a sistemas informatizados para consulta da situação de tripulantes e aeronaves.

Após mais de 90 abordagens, os inspeto-res da Anac lavraram 31 Notificações de Condição Irregular de Aeronaves. Paralelamente, aeronaves

Super Tucano interceptaram diversas aeronaves suspeitas, uma das quais foi obrigada a pousar no aeródromo de Teruel, localizado na Região Me-tropolitana de Campo Grande/MS. Tratava-se de um monomotor de fabricação norte-americana exportado para a Bolívia que ostentava marcas de nacionalidade e matrícula brasileiras, corres-pondentes a uma aeronave de número de série diverso. A aeronave foi apreendida pela equipe da Receita Federal composta por servidores da DRF/Campo Grande. Após o devido processo le-gal, caso seja confirmada a introdução irregular do bem no país, será aplicada a pena de perdi-mento.

Realizada no Mato Grosso do Sul entre os dias 26 e 28 de março, a “Operação Voo Seguro” é uma iniciativa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), periódica e regional, que, por meio da fiscalização da habilitação de tripulantes, do respeito às regras de tráfego aéreo e da condição de aeronavegabilidade das respectivas ae-ronaves, visa a aprimorar a cultura de Segurança Opera-cional e a doutrina de voo na aviação geral.

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Representantes de 32 países-membros reuniram-se, entre os dias 5 e 8 de maio no Rio de Janeiro, para participarem da 48ª Assembleia Ge-ral do Centro Interamericano de Administrações Tributárias- Ciat. A edição deste ano teve como tema “O uso das Tecnologias de Informação e Co-municação na Administração Tributária”. Durante o encontro, o secretário da Receita Federal Carlos Alberto Barreto foi indicado para presidir a enti-dade no período de 2014 a 2015.

O Ciat é uma organização internacional sem fins lucrativos, fundada em 1967, com sede no Panamá, que fornece assistência especializa-da aos seus países-membros, visando o fortale-cimento e modernização de suas administrações tributárias. A entidade tem como objetivo apoiar os esforços dos governos nacionais na promo-ção do fortalecimento institucional, por meio do incentivo à cooperação internacional e ao inter-câmbio de experiências e melhores práticas.

Além dos integrantes do Ciat, o evento contou com a participação de 80 delegações de administrações fiscais de países convidados, bem como representantes de instituições e empresas, tais como Banco Mundial, Banco Interamerica-no de Desenvolvimento (BID), Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização para a Coope-ração e o Desenvolvimento Econômico (OCDE),

Brasil sedia 48ª Assembleia Geral do Ciat

Organização Mundial de Aduanas (OMA), Oracle e Serpro, além dos 27 secretários de Fazenda dos estados brasileiros.

A coordenadora-geral de Tecnologia da Informação da Receita Federal Cláudia Maria de Andrade foi uma das oradoras que representou o Brasil na assembleia, apresentando a palestra “A apresentação eletrônica de declarações no Brasil”. A servidora discorreu sobre a evolução da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física e as demais inovações tecnológicas, que renderam à Receita Federal o reconhecimento como insti-tuição de vanguarda em tecnologia da informa-ção.

A palestra foi bastante elogiada e co-mentada pelos participantes do encontro. “Essas iniciativas geram impactos bastante positivos não apenas sobre a arrecadação tributária, mas também na redução dos custos das empresas e no nivelamento das condições de competitivida-de na economia. Os investimentos em tecnolo-gia da informação geram melhoria nos processos de trabalho, ganhos efetivos na arrecadação e melhor atendimento ao cidadão”, comentou o secretário Carlos Alberto Barreto, citando como exemplos os projetos de Escrituração Fiscal Digi-tal e da Nota Fiscal Eletrônica.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Receita Federal participa do Dia Mundial Sem Tabaco O Dia Mundial sem Tabaco é celebra-do anualmente no dia 31 de maio e teve como tema definido pela Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) para 2014 “Aumente os Impostos sobre Tabaco – Reduza Doenças e Mortes.” Se-gundo a OMS, medidas relacionadas a preços e impostos são meios efi-cazes e importantes para que diversos segmentos da população, em parti-cular os jovens, reduzam o consumo de tabaco.

O aumento de impostos e preços sobre produtos de tabaco é considerado pela Organi-zação Mundial da Saúde como a medida mais custo-efetiva para reduzir o tabagismo e suas consequências. Atualmente o tabagismo mata cerca de 6 milhões de pessoas por ano, das quais 130 mil vivem no Brasil. Por isso a Convenção-Quadro para Controle do Ta-baco, tratado internacional de saúde pública que hoje conta com a adesão de 178 países, inclusive do Brasil, tem dentre suas principais obrigações a adoção de medidas relacionadas a preços e im-postos sobre produtos de tabaco.

Em evento realizado no dia 30 de maio de 2014, na sede da Organização Panamericana de Saúde (Opas) em Brasília, o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal Iágaro Jung Mar-tins apresentou os resultados da implementação da política tributária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicada aos cigarros no Bra-sil. De acordo com lei publicada em 2011, o pre-ço mínimo de venda de uma carteira de cigarros passou a ser de R$ 3,00 em maio de 2012, sendo majorado em R$ 0,50 até chegar a R$ 4,50 em 2015. O preço mínimo é válido em todo o terri-tório nacional e qualquer cigarro vendido abaixo destes valores é considerado ilegal pela legisla-ção em vigor.

A regra geral de tributação dos cigarros estabelece que o IPI é calculado utilizando-se alíquota de 300% sobre 15% do preço de venda

a varejo, resultando em uma alíquota efetiva de 45%. Alternativamente, o fabricante de cigarros pode optar pelo regime especial de apuração, no qual o valor do IPI equivale à soma de duas par-celas, sendo uma sobre o valor da venda e outra específica, de acordo com o tipo de embalagem. Nesse regime, a alíquota sobre o valor de venda subiu de 40%, em maio de 2012, para 54% este ano e vai chegar a 60% em 2015. A parcela espe-cífica vale hoje R$ 1,20 para os maços e R$ 1,30 para a versão box. Em 2015, ambos pagarão R$ 1,30.

O resultado desse aumento, de acordo com o subsecretário de Fiscalização Iágaro Mar-tins, foi a redução de 10% no consumo pela par-cela da população com renda mais baixa, entre 2011 e 2012. E contrariamente ao que a indústria previa, o aumento dos impostos não resultou em aumento significativo do mercado ilegal de cigarros e nem em perda de arrecadação pelo governo. “Não existe relação entre aumento de impostos e aumento do mercado ilegal. Além disso, implantamos o sistema de controle e ras-treamento da produção de cigarros, chamado Scorpios, e por meio dele temos tido sucesso na identificação de cigarros ilegais. Fechamos nove fábricas de cigarros nos últimos anos que se utili-zavam da sonegação fiscal pela prática predató-ria de preços no mercado e concorrência desleal,

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55Fato Gerador | 1º semestre de 2014

butária do IPI sobre cigarros no Brasil mostraram foi que essa medida ao mesmo tempo em que gerou uma redução do volume de vendas dos cigarros no mercado legal junto com uma re-dução da prevalência de fumantes e do consumo por adulto, também gerou um aumento subs-tantivo na arrecadação proveniente do IPI sobre cigarros que servirá para aliviar a carga de custos relacionados ao consumo de tabaco a toda a so-ciedade, tais como os gastos com saúde.

A arrecadação proveniente do IPI au-mentou de 2,4 bilhões de reais em 2006 para 5,1 bilhões em 2013, um aumento de 113%. Esse dado comprova as vantagens do aumento de im-postos sobre cigarros uma vez que além de con-tribuir para reduzir o tabagismo e a carga de do-enças e mortes relacionadas ao tabaco no longo prazo, também contribuiu para aumentar a ar-recadação no curto prazo, um recurso que serve para aliviar os gastos públicos com o tratamento de doenças e da previdência com aposentadorias precoces. Portanto, trata-se de uma importante medida que vem ajudando o Brasil a recuperar parte dos prejuízos causados pelo tabagismo que só em 2011 foram da ordem de 20 bilhões de re-ais, um dado ainda subestimado pelo Ministério da Saúde, pois refere-se ao tratamento de apenas 15 das mais de 50 doenças relacionadas ao taba-co.

Mais de 2 milhões de cigarros apreendidos em Manaus

A Receita Federal deflagrou, em 3 de junho, a “Operação Tabaco”, com o objetivo de combater a comercialização de cigarros contra-bandeados no centro de Manaus. A ação contou com o apoio da Polícia Militar do Amazonas e da Polícia Federal.

A fiscalização apreendeu mais de dois milhões de unidades de cigarros, avaliados em R$ 750 mil, em um depósito localizado na rua Marquês de Santa Cruz, no centro de Manaus. Os cigarros ilegais encontrados tiveram inicialmente duas origens identificadas, Bolívia e Paraguai.

Durante alguns meses, o serviço de inte-ligência da Receita Federal planejou a operação e, caso se confirme o crime de contrabando, os produtos serão destruídos e os responsáveis se-rão identificados e denunciados criminalmente ao Ministério Público.

Scorpios, e por meio dele temos tido sucesso na identificação de cigarros ilegais. Fechamos nove fábricas de cigarros nos últimos anos que se utili-zavam da sonegação fiscal pela prática predató-ria de preços no mercado e concorrência desleal, revelou Martins.

Com as sucessivas medidas tributárias implantadas pelo Brasil desde 2007, buscou-se corrigir uma situação em que os preços dos cigar-ros praticados no mercado brasileiro eram consi-derados um dos mais baratos do mundo e criou-se um ambiente de menor acesso econômico aos produtos de tabaco. A Receita Federal prevê que até 2015 o total de impostos incidentes sobre produtos de tabaco gerem um aumento acumu-lado no preço dos cigarros da ordem de 55%.

Segundo dados divulgados pelo Ministé-rio da Saúde, entre 2006 e 2013 a prevalência de fumantes adultos caiu de 15,6% para 11,3%, uma redução de 27% e que a proporção das pessoas que fumam 20 ou mais cigarros por dia caiu de 4,6% em 2006 para 3,4% em 2013. Esses números refletem o acerto das medidas tributárias adota-das pela Receita Federal nos últimos sete anos.

Embora a indústria do tabaco alegue que os aumentos de impostos e preços dos produtos de tabaco levam os fumantes a procurarem cigar-ros mais baratos no mercado ilegal, o que os re-sultados da implementação da nova política tri-

O objetivo da fiscalização é realizar o con-trole de mercadorias que entram no país ilegal-mente e prejudicam a economia local. O cigarro estrangeiro é uma dessas mercadorias, pois pos-sui uma qualidade duvidosa, não recolhe tributos e promove a concorrência desleal.

Em abril foi a vez da Delegacia da Receita Federal em São José do Rio Preto interromper a cadeia logística que abastece o mercado ilegal de cigarros. Após receber uma denúncia anônima, agentes da Receita Federal interceptaram uma carreta vinda de Cascavel/PR e que tinha por destino final Aracaju/SE. O valor estimado dos 700 mil maços de cigarros apreendidos é de mais de R$ 2,8 milhões.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Traficantes tentam enviar cocaína ao exterior dentro de imagem sacra

A criatividade dos traficantes chama a aten-ção dos servidores da Receita Federal responsáveis pela fiscalização das Remessas Postais Internacionais. Ao longo do 1º semestre, foram realizadas diversas apreensões de cocaína nas encomendas, com a dro-ga sendo oculta das mais inusitadas formas.

Em março, a Receita Federal em São Paulo detectou cocaína escondida dentro de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. A encomenda sairia do Brasil com destino à Europa.

Ao longo do semestre, os servidores da Re-ceita Federal fizeram outras apreensões curiosas: encontraram cocaína em pedaços de bambu, tu-bos, livro infantil, caixa de som, forro de casaco, lata de pêssego, capa de notebook e até dissolvida em xampu. Além da destruição das drogas, os casos são remetidos para a Polícia Federal para que se busque identificar os responsáveis por meio de um processo de investigação de origem das remessas.

Outros traficantes são mais ousados e tentam usar o despacho de cargas para enviar quantidades ainda maiores da droga. Em março, a Receita Fede-ral no Porto de Santos apreendeu 137 kg de cocaína que estavam ocultos em uma carga de açúcar cujo destino final era a África. A droga foi detectada com a utilização de scanners e com o auxílio dos cães de faro da Receita Federal.

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57Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Mais de 1,3 t de maconha apreendidas em estradas paranaenses Em operações realizadas em conjunto com a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) do Paraná nos dias 17 e 23 de junho, a Receita Fede-ral apreendeu mais de 1,3 toneladas de maconha. Na madrugada do dia 23 de junho, no município de Palmeira/PR, foram apreendidos 917 quilos da droga, encontrados na caçamba de uma ca-minhonete L200 Triton estacionada próximo a um posto de gasolina à beira da estrada BR-277. Um suspeito de ser o condutor foi identificado e encaminhado à autoridade policial, juntamente com o veículo e as drogas apreendidas.

E na madrugada do dia 17 de junho, outra ação semelhante foi realizada na mesma rodovia, desta vez em ação conjunta com policiais civis da Denarc. Foram encontrados 480 quilos de maco-nha distribuídos em 566 tabletes em um veículo Ecosport que no momento da abordagem tentou fugir do local, sendo perseguido pela equipe po-licial. Apesar dos esforços, o condutor do veículo conseguiu fugir do local a pé.

A ação de fiscalização contou com a aju-da dos cães de faro da Receita Federal e do De-narc.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Operação Protocolo Fantasmafaz despencar tentat ivas de f raude na compensação de tr ibutos

Seis meses após a deflagração da “Ope-ração Protocolo Fantasma”, a Receita Federal re-gistrou apenas duas tentativas de compensações de tributos com indícios de fraude no estado de São Paulo. O resultado é impressionante. Antes da operação havia mais de 100 processos fraudu-lentos com débitos superiores a R$ 120 milhões. Além disso, a quantidade de novos casos de frau-de era crescente. Essa constatação comprova que uma ação bem-sucedida da Receita Federal traz resultados que vão além do escopo da operação em si, demonstrando que o aumento da percep-ção de risco e o combate à ação de organizações criminosas trazem enormes ganhos para a pró-pria Instituição e para toda a sociedade – ganhos que, muitas vezes, são até difíceis de serem men-surados.

A “Operação Protocolo Fantasma” foi de-flagrada em novembro do ano passado pela Re-ceita Federal, Polícia Federal e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O objetivo foi desarticular a atuação de organização criminosa responsável

pela inserção de informações falsas em declara-ções para reduzir ou eliminar ilegalmente dívidas tributárias. A organização atuava em todo o terri-tório nacional.

A ação foi efetuada simultaneamente em nove municípios do estado de São Paulo. Foram expedidos 14 mandados de prisão e 54 manda-dos de busca e apreensão em residências, empre-sas e órgãos públicos.

As investigações tiveram início quando a Receita Federal detectou a tentativa de utiliza-ção de supostos créditos oriundos de processos inexistentes que haviam sido cadastrados indevi-damente nos sistemas do Ministério da Fazenda. Posteriormente, apurou-se que a organização também utilizava outros artifícios na tentativa de compensar fraudulentamente os tributos de seus clientes: títulos públicos sem valor, informações de valores de depósitos judiciais inexistentes, informações de valores recolhidos inexistentes e utilização de processos judiciais com créditos inexistentes, entre outros.

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59Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Nova sistemática agiliza inscrição no CPF de residentes no exterior

A Receita Federal, em parceria com o Minis-tério das Relações Exteriores (MRE), implemen-tou em fevereiro de 2014 um novo sistema de atendimento de inscrição no Cadastro de Pes-soas Físicas (CPF) para residentes no exterior. O processo de inscrição, que demorava em média 20 dias para ser concluído, passou a ser feito de imediato.

Além de agilidade, a nova sistemática tam-bém trouxe mais comodidade aos residentes no exterior, agora podem preencher o formulá-rio eletrônico por meio da internet e realizar o acompanhamento do pedido em uma das três línguas disponíveis: português, inglês e espa-nhol.

Para obter a inscrição no CPF, o interessado deve preencher o formulário eletrônico dispo-nível na página da Receita Federal, imprimi-lo e entregá-lo, acompanhado de cópia dos docu-mentos pessoais, em uma repartição consular brasileira para fins de conclusão da solicitação.

A repartição consular brasileira processa a solicitação e informa o número de inscrição no

cadastro CPF ao interessado. Se houver inconsistência cadastral, o pedido de inscrição é encaminhado à Receita Federal para análise. Dentro do prazo de 90 dias, o solicitante pode emitir o Comprovante de Inscrição no CPF por meio de serviço disponível no sítio da Receita Federal, ou, em caso de incorreção nos dados ca-dastrais, requerer a retificação, sem ônus.

Com apenas três me-ses de vigência do novo siste-ma, mais de 17 mil inscrições foram realizadas de forma conclusiva pelo Ministério das Relações Exteriores. O quadro abaixo apresenta a quantida-de de inscrições realizadas no exterior . Nota-se uma partici-pação crescente de inscrições de cubanos em função do programa “Mais Médicos” e, também, de haitianos em de-corrência de fluxo migratório recente.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Operação “O Alquimista”desart icula f raude mi l ionár ia contra o F isco

A Receita Fe-deral e o Ministério Público Estadual de São Paulo, com apoio da Polícia Civil, de-flagraram na manhã do dia 11 de junho a operação “O Alqui-mista” para desarticular organização crimi-nosa responsável pela inserção de informa-ções falsas em declarações, com o objetivo de reduzir ou eliminar dívidas tributárias.

As ações ocorreram, simultanea-mente, nas cidades de São Bernardo do Campo e Guarujá. Foram expedidos pela Justiça Estadual de São Paulo quatro man-dados de prisão temporária e cinco manda-dos de busca e apreensão em residências e empresas supostamente utilizadas pelos inte-grantes da organização criminosa. Participaram dessa operação 14 servidores do Ministério Públi-co Estadual, 20 servidores da Receita Federal e 20 policiais civis.

A organização atuava em todo o ter-ritório nacional vendendo serviços de assessoria tributária, utilizando-se de artifícios para iludir os contribuintes. As investigações tiveram início no Ministério Público Estadual, o qual recebeu de-núncias de estelionato que estaria sendo pratica-do por empresa de assessoria tributária que pro-metia a liquidação de débitos tributários. Para a extinção dos débitos, os clientes eram induzidos a adquirir créditos supostamente legítimos para compensação de seus débitos. Após a aquisição, as empresas eram surpreendidas com o indeferi-mento pela Receita Federal do uso desses crédi-tos para fins de compensação. Entre as empresas

assediadas ou lesadas pela organização estão in-dústrias, hospitais, transportadoras e até clubes de futebol.

Paralelamente à investigação do Ministé-rio Público Estadual de São Paulo, a Receita Fede-ral já investigava a atuação dessa empresa, inclu-sive com procedimentos fiscais em andamento. A iniciativa de trabalho conjunto partiu do Minis-tério Público, que vislumbrou semelhança com a organização criminosa desarticulada dentro da operação “Protocolo Fantasma”, executada pela Receita Federal.

O prejuízo aos cofres públicos pelo não recolhimento dos tributos devidos pode chegar a R$ 300 milhões. O nome da operação, “O Al-quimista”, faz alusão a tentativa de transformar chumbo em ouro.

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61Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Fiscalização resulta em apreensão de mais de 370 kg de cabelohumano em aeroportos

O produto é utilizado para a realização de apliques e fabricação de perucas. O quilo de cabelo humano natural pode custar entre R$ 1 mil e R$ 2 mil no atacado, dependendo da quali-dade e comprimento.

A primeira apreensão do ano ocorreu em fevereiro no aeroporto de Guarulhos, com cerca de 160 kg sendo apreendidos com três passa-geiros provenientes de Doha, no Qatar. Em abril, um único passageiro vindo de Paris tentou entrar em território nacional com cinco malas contendo 156 kg de cabelo através do aeroporto do Galeão. No mesmo mês, mais 60 kg de cabelos foram encontrados com três passageiros, que traziam também bolsas, carteiras e óculos de sol piratas.

As tentativas de ingressar em território nacional utilizando passageiros ocorreram após uma grande apreensão de mais de uma tonelada de cabelo humano em Guarulhos trazida por um importador por meio de contêineres no final de 2013. O importador havia declarado que o valor total da carga era de apenas US$ 15 mil, uma fra-ção dos US$ 400 mil estimados para o produto.

A importação de cabelo humano não é ilegal, desde que declarada pelo valor correto e seguindo os trâmites de importação previstos em lei junto à Receita Federal e à Anvisa, que prevê-em a desinfecção, desinfestação e esterilização dos cabelos, buscando proteger a saúde da po-pulação.

Buscando burlar o controle da Receita Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), passagei-ros de voos internacionais têm tentado ingressar no país trazendo na bagagem uma mercadoria um tanto inusitada: cabelo humano.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Duzentos mil pesos argentinos são retidos na Ponte Internacional da Amizade No dia 14 de junho, em procedi-mento de rotina na Ponte Internacional da Amizade, foi abordado um táxi do Pa-raguai com viajante paraguaio provenien-te de Encarnacion, com destino a Foz do Iguaçu/PR. Durante a fiscalização, os ser-vidores encontraram em uma bolsa, de posse de um viajante, o valor de $100 mil pesos argentinos. O homem não havia re-alizado a declaração de valores. Em revis-ta pessoal, com auxílio da Polícia Federal, foram encontrados mais $ 101 mil pesos argentinos ocultos ao corpo, totalizando $ 201 mil pesos argentinos, aproximada-mente R$ 55 mil.

Foram liberados o valor de $ 36,4 mil pesos argentinos (R$ 10 mil), median-te recibo, e $ 164,7 mil pesos argentinos restantes (aproximadamente R$ 45 mil) foram retidos, pois, de acordo com a lei, o viajante deverá se apresentar de forma espontânea à fiscalização aduaneira para declaração dos valores antes de qualquer procedimento de fiscalização, o que não foi feito. Em entrevista, o viajante afirmou estar levando os valores para uma casa de câmbio da cidade.

Não há proibição de entrada ou saída de valores em espécie em poder de viajante, desde que devidamente de-clarados à Receita Federal. Um caso que ganhou bastante destaque na imprensa que demonstra isso foi a entrada no Brasil do prêmio exigido pelos jogadores da se-leção de Gana pela sua participação na Copa do Mundo de Futebol.

Na ocasião, os atletas exigiram que o prê-mio estimado pela imprensa internacional em cerca de US$ 3 milhões fosse pago em espécie. Um avião oficial da República de Gana chegou ao Brasil no dia 25 de junho com o prêmio, que não teve o valor oficialmente divulgado, sendo fis-calizado pela Receita Federal. Foram declarados

então os valores em espécie portados pelos via-jantes, com sua liberação para entrada no país.

Para facilitar o cumprimento da obriga-ção de declarar os recursos em moeda nacional ou estrangeira superiores a R$ 10 mil que entram ou saem do país, a Receita Federal criou o sistema de Declaração Eletrônica de Bens de Viajantes - e-DBV, permitindo ao viajante declarar os valores portados por meio da internet.

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63Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Brasil e EUA trocarão informações sobre correntistas residentes no exterior

A Receita Federal, recebeu em fevereiro de 2014, uma delegação do Internal Revenue Ser-vice (IRS), responsável pela administração tribu-tária dos Estados Unidos, para a avaliação mútua sobre os recursos tecnológicos, as práticas admi-nistrativas e a legislação necessários para a tro-ca de informações protegidas por sigilo fiscal de maneira automática, resguardando sua confiden-cialidade. Essa troca de informações fortalecerá a capacidade de fiscalização da Receita Federal quanto a fraudes praticadas contra o sistema tri-butário brasileiro, especialmente a evasão de di-visas e infrações na área de comércio exterior.

Pelo acordo, os Estados Unidos terão acesso às informações sobre ativos e rendimen-tos financeiros dos cidadãos americanos que re-sidem no Brasil. Esse dado é de particular interes-se dos EUA porque o país cobra imposto sobre a renda de seus contribuintes mesmo que a renda seja auferida em outro país e independente do ci-dadão estar residindo ou não nos Estados Unidos. Da mesma maneira, a Receita Federal terá acesso aos dados de brasileiros que possuam contas em bancos americanos.

Para ter acesso aos dados de seus cida-dãos no exterior, os EUA adotaram, como práti-

ca, exigir que os ban-cos internacionais que pretendam operar no país enviem os dados dos correntistas ame-ricanos ao IRS. Alguns países, como o Brasil, decidiram centralizar esse envio de informa-ções em suas adminis-trações tributárias. No caso da Receita Fede-ral, a captação de infor-mações se dará de for-ma automatizada por meio do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital), no bojo da Es-crituração Fiscal Digital (EFD) exigida das insti-tuições financeiras.

O intercâmbio automático de informa-ções compreenderá informações sobre contas-correntes, de poupança e de investimento, e os rendimentos produzidos ou transitados por essas contas, cujos titulares ou beneficiários sejam con-tribuintes de interesse da administração tributá-ria do país destinatário das informações.

Na reunião realizada em fevereiro, Recei-ta Federal e IRS comprovaram que seus sistemas informatizados e dados estão protegidos contra ataques, vazamentos ou perdas de informação e que as instituições conseguem agir de forma eficiente ao adotar medidas preventivas ou cor-retivas, quando necessário. As discussões de-monstraram grande convergência de interesses e de soluções adotadas, e indicaram pequenas diferenças que podem servir como referencial de boas práticas em administração tributária para ambas as instituições.

Brasil e Estados Unidos já têm 22 acordos bilaterais desse tipo em vigor. A expectativa é de que os primeiros dados entre os dois países se-jam partilhados em 2015, referentes às posições dos correntistas de cada país no final de 2014.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Receita Federal investiga estabelecimentos de ensino por fraude de até R$ 300 milhões A Receita Federal, junta-mente com a Polícia Federal e o Mi-nistério Público Federal, promoveu ações em São Paulo e Campinas, em 26 de fevereiro, com objetivo de in-vestigar organização empresarial do setor de ensino suspeita de fraudar o Fisco. O grupo econômico pos-sui estabelecimentos de ensino em quase todos os estados da Federa-ção.

Os órgãos envolvidos apu-ram os indícios da prática de diver-sos crimes, tais como sonegação fis-cal, falsidade ideológica, e lavagem de dinheiro. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em escritórios das empre-sas investigadas, supostamente ligadas às frau-des tributárias.

Participam da operação 30 servidores da Receita Federal e cerca de 30 policiais federais. As ações ocorrem simultaneamente em duas cidades, Campinas e São Paulo. Porém, o grupo econômico possui estabelecimentos em todo o Brasil.

O prejuízo aos cofres públicos pelo não recolhimento dos tributos devidos pode chegar a R$ 300 milhões. O grupo buscava dificultar a ação da Receita Federal pulverizando suas atividades e receitas em centenas de CNPJs distintos que, em-bora se comportassem como filiais sob um único

controle central, usavam cadastros diversos para disfarçar seus ganhos e pagar menos impostos.

Parte das receitas dos mais de 100 esta-belecimentos do grupo era repassada a algumas empresas constituídas sob a forma de factoring, uma fachada para esconder o faturamento do grupo e nada recolher. Nenhum desses recursos era contabilizado. Parcela desses recursos era de-pois utilizada para a aquisição de bens, como fa-zendas, restaurantes, agências de viagens e gado, vários deles colocados em nome de laranjas.

Uma das fraudes praticadas pelo grupo era a de superfaturar o valor do material didático em detrimento do valor do curso. Com essa ma-nobra, a alíquota do lucro presumido cai de 32% para 8%, reduzindo o imposto a pagar.

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Casa servia de sede para 750 empresas em Poá/SP

Um levantamento realizado pela Receita Federal em maio apontou uma si-tuação insólita: um cubículo nos fundos de uma casa em Poá/SP foi declarado como sendo o endereço fiscal de 750 empresas dos mais diversos ramos, como serralheiras, metalúrgicas e transportadoras. O objetivo era se aproveitar da alíquota mais baixa do Imposto Sobre Serviço praticado em Poá, criando assim endereços fantasmas para as empresas.

Conforme o levantamento, um contador de São Paulo alugou a parte dos fundos do imóvel. O contador, o dono da casa e os responsáveis pelas empresas se-rão ouvidos pela Receita Federal, e podem ser denunciados ao Ministério Público Fe-deral. A abertura de empresa que não existe de fato ou a fraude em seu registro dificulta a fiscalização, além de propiciar a lavagem de dinheiro e a emissão de notas fiscais ini-dôneas, gerando crédito para terceiros que se beneficiam dessa fraude.

Operação RodinJust iça Federal condena 29 denunciados

licitação, comandadas pela organização crimino-sa. Os valores não gastos eram divididos entre os membros da organização criminosa e repassados para políticos e lobistas.

No âmbito da Receita Federal, nos anos de 2008 e 2009, foram efetuados lançamentos de mais de R$ 194 milhões em decorrência dos fa-tos investigados e outros levantados por meio de documentos e informações arrecadados nas bus-cas e identificados nas contabilidades. Seguem ainda tramitando na Justiça Federal processos de improbidade contra a então governadora do Rio Grande do Sul, um deputado estadual, um ex-deputado estadual, um ex-conselheiro e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado e um deputado federal.

A Justiça Federal de Santa Maria/RS di-vulgou em maio a condenação de 29 dos 32 réus envolvidos na “Operação Rodin”, que revelou uma organização criminosa responsável por des-viar recursos públicos no Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS) em 2007. Em sua sentença, o juiz condenou os réus a devolverem o montante desviado entre 2003 e 2007, cerca de R$ 90,6 milhões em valores atuais.

A Receita Federal, em conjunto com os outros órgãos de Estado, apurou que o Detran/RS contratava, sem licitação, fundações ligadas à Universidade Federal de Santa Maria para a aplicação das provas para a emissão da Carteira Nacional de Habilitação. Essas fundações, por sua vez, terceirizavam os serviços por valores super-faturados para outras empresas, também sem

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Operação VinhedosDivulgação de operações causa incremento na arrecadação e efe ito pedagógico Embora a grande maio-ria dos contribuintes cumpra suas obrigações tributárias de forma es-pontânea, há um pequeno grupo que tende a atuar à margem da lei, causando prejuízos para o Erário e criando um ambiente de concor-rência desleal no país. O desafio da Receita Federal e das administra-ções tributárias é coibir esse tipo de atitude, fiscalizando empresas inidôneas e estimulando a adesão espontânea dos contribuintes às normas vigentes.

Nesse aspecto, a divulga-ção das operações realizadas pela Receita Federal por meio da im-prensa cumpre papel essencial. As operações de presença fiscal, in-cluindo as que utilizam mandados de busca, e sua respectiva divulga-ção em mídia geram a percepção de risco por parte dos que não seguem a lei, resultando em posi-tivos efeitos sobre a arrecadação espontânea.

Tal efeito pôde ser consta-tado com a análise da arrecadação no município de Caxias do Sul/RS e região após a realização da “Ope-ração Vinhedos”. Realizada em de-zembro de 2012, a operação teve o objetivo de combater esquema de fraude à execução fiscal em grupo de empresas do setor de transpor-te de móveis, localizado na cidade de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Em parceria com o Ministério Público Federal, a Receita Federal identificou um grupo econômico que promovia a transferência de ativos e funcionários de uma de suas empre-sas, devedora do Fisco, para outra empresa cons-tituída em nome de ex-empregados, com o obje-tivo de burlar o processo de execução fiscal.

Na época, a Receita Federal executou o lançamento de ofício de mais R$ 12 milhões sobre as empresas que compunham o grupo econômi-co investigado, além de cumprir três mandados de busca e apreensão. A operação teve grande

cobertura da mídia local.

Após um ano e seis meses, a Receita Fe-deral realizou o levantamento da arrecadação espontânea do grupo investigado, bem como do setor econômico de outras empresas no mesmo município. O resultado foi um incremento signifi-cativo da arrecadação, que pode se atribuir à mu-dança de comportamento causada pela percep-ção direta dos concorrentes dos riscos de burlar a Fiscalização, bem como ao alcance da divulgação realizada por meio da imprensa.

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Esse comportamento vem ao encontro dos estudos relativos pela Organização de Co-mércio e Desenvolvimento Econômico (OCDE) relativamente ao cumprimento de obrigações tri-

butárias, que advoga a necessidade de ações de presença fiscal e sua respectiva divulgação para inibir a ação dos sonegadores.

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Fato Gerador | 1º semestre de 2014

Livros registram história do Imposto de Renda e do Fisco no Brasil

Foi publicado em junho o livro “Receita Federal – História da Administração Tributária no Brasil”. A obra mostra a evolução do órgão arrecadador no país desde sua origem, com a Provedoria-Mor da Fazenda Real, no período colonial, passando pelo Erário Régio, durante o Império, e pela Diretoria-Geral da Fazenda Nacional, já no período republicano. Foi resgatado, assim, o proces-so de unificação dos antigos departamentos do Imposto de Renda, de Rendas Internas e de Rendas Aduaneiras, fazendo surgir a Secretaria da Receita Federal em 1968. Também foram abordados aspectos mais recentes, como a fusão com a Receita Previdenciária e o uso das novas tecnologias que inseriram a Instituição na era digital.

O primeiro semestre do ano também viu o lan-çamento do livro “História do Imposto de Renda no Bra-sil, um enfoque da Pessoa Física (1922-2013)”. O livro conta a história do imposto de renda no Brasil, tendo como fundamentos teóricos e fáticos o cenário nacional e internacional que precederam a sua instituição em 1º de dezembro de 1922. A obra acompanha, ao longo de seus mais de 90 anos, a legislação, as reformas e os avan-ços concernentes ao Imposto de Renda Pessoa Física no Brasil.

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Anexos

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Anexos

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Anexos

Fato Gerador | 1º semestre de 201474

Anexos

Objetivos Estratégicos - Perspectiva RESULTADOS Cadeia de ValorObjetivo Estratégico

Aproximar a arrecadação efetiva da potencial

Elevar o cumprimen-to espontâneo das

obrigações tributárias e aduaneiras

Contribuir para o forta-lecimento do comércio exterior e para a prote-

ção da sociedade

Aumentar a percepção de equidade na atuação

da Instituição

Fortalecer a imagem da Instituição perante a

sociedade

Envidar esforços para que o montante arre-cadado pela Receita

Federal se aproxime da arrecadação potencial.

Ampliar o cumpri-mento das obrigações

tributárias e aduaneiras empreendendo ações

coordenadas que elevem a percepção de

risco, simplifiquem o cumprimento, orientem o cidadão, fomentando uma aliança entre a ins-tituição e a sociedade.

Fortalecer o comércio exterior por meio da administração adu-aneira transparente,

ágil, eficiente e segu-ra, proporcionando a

proteção da economia e sociedade.

Aumentar a percep-ção de equidade na

atuação da instituição , demonstrando a corre-ta e justa aplicação da legislação tributária e

aduaneira.

Fazer com que a sociedade reconheça a Receita Federal como uma organização que

cumpre sua missão com excelência, trans-parência, integridade e

profissionalismo.

DescriçãoA Cadeia de Valor representa

como a Receita Federal organiza os seus processos para o cumprimento de sua Missão e para a execução da estratégia definida no Mapa Estraté-gico.

Ela propicia uma visão de como os processos se relacionam, mitigando a percepção estritamente departa-mental e hierárquica, evidenciando a necessidade de compartilhamento de informações entre as áreas.

Pensar a estratégia institucional é pensar em como podemos aumen-tar o valor entregue ao Estado, à so-ciedade, ao contribuinte, aos órgãos parceiros e aos servidores. Uma das formas de aumentar o valor entregue é melhorar e inovar nossos processos de trabalho. Entender os processos de uma organização é o primeiro passo para transformá-los. Daí a importân-cia de termos construído a Cadeia de Valor durante a formulação de nossa estratégia para 2012-2015. Isso enri-queceu o processo como um todo e proporcionou um interessante mo-mento de reflexão a respeito do valor público gerado pela Receita Federal.

A Cadeia de Valor irá nortear todo o trabalho de implantação de uma

Fato Gerador | 1º semestre de 2014 75

Anexos

Fato Gerador | 1º semestre de 201476

Anexos

Receita Federal do Brasil em números

10.721 auditores-fiscais•

7.898 analistas-tributários•

5.756 administrativos •

2.145 PSE (Serpro - Serviço Federal de • Processamento de Dados)

17,9 milhões de empresas ativas registradas • no sistema CNPJ

174,8 milhões de inscrições regulares no • sistema CPF

26,9 milhões de declarantes do Imposto de • Renda Pessoa Física

Unidades Centrais, formadas por 5 subsecretarias e 11 órgãos de assessoramento direto

Unidades Descentralizadas:

10 Superintendências da Receita Federal do Brasil•

15 Delegacias Regionais de Julgamento •

103 Delegacias, sendo 6 delegacias especiais:•

2 Delegacias Especiais da Receita Federal do • Brasil de Maiores Contribuintes - Demac (Pessoa Jurídica)

1 Delegacia Especial da Receita Federal do • Brasil de Maiores Contribuintes - Demac (Pessoa Física)

1 Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil • de Fiscalização - Defis

1 Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil • de Instituições Financeiras - Deinf

1 Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil • de Administração Tributária - Derat

26 Alfândegas•

55 Inspetorias•

360 Agências•

Aeroportos•

34 terminais de passageiros•

41 terminais de carga•

Portos•

38 Portos organizados•

44 Instalações portuárias fluviais e lacustres•

173 Instalações portuárias marítimas•

Fronteira Terrestre•

34 Unidades de fronteira alfandegadas•

27 Pontos de fronteira alfandegados•

Recintos especiais•

65 Unidades aduaneiras de zona secundária•

3 Centros de distribuição de remessas postais • internacionais

3 Pólos de processamento de remessas • expressas

Estrutura Número de servidores

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