O Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) é um projeto que promove o intercâmbio cultural, político e vivencial

entre estudantes e assentamentos da Reforma Agrária espalhados pelo DF

e entorno.

A 6ª edição do EIV de Brasília acontecerá entre os dias 11 e 31 de julho de

2009. Trata-se de uma experiência que envolve a

união de pesquisa e extensão com discussões e

reflexões acerca da realidade do campo.

Realização- Estudantes da Universidade de Brasília/UnB- Decanato de Extensão - DEX/UnB- Grupo de Trabalho de Apoio à Reforma Agrária - GTRA

Apoio- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)-- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST- Núcleo de Agroecologia Tupã - UnB- Movimento Extramuros - UnB- Grupo Vida e Preservação - Assentamento Colônia 1

Parceiros

Mariana - 81727181 Lucas - 96946099

Daniela - 84690016

e-mail: eiv_discussao@yahoo.com.br

www.eivdf.wordpress.com

Contatos - 6º EIV Brasília/DF

Nicolás Guillén

Podes vender-me o ar que passa entre teus dedos

E golpeia teu rosto e desalinha teus cabelos?Talvez possas vender-me cinco moedas de

vento?Ou mais, talvez uma tormenta?

Acaso me venderias ar fino – não todo –O ar que percorre teu jardim de flor em flor

E sustenta o vôo dos pássaros?Dez moedas de ar fino, me venderias? O ar gira e passa na asa da mariposa.

Ninguém o possui. Ninguém!Podes vender-me céu?

Céu azul por vezes, ou cinza, também às vezes,Uma parte do teu céu, o que comprastes,

pensas tu,Com as árvores do teu sítio, como quem

compra o teto com a casa?

Podes vender-me um dólar de céu?Dois quilômetros de céu, um pedaço,

O que puderes, do “teu” céu? O céu está nas nuvens. Altas passam as

nuvens.Ninguém o possui. Ninguém!

Podes vender-me chuva?A água que forma tuas lágrimas molha tua

língua?Podes vender-me um dólar de água da fonte?

Um nuvem crespa, me venderias?Ou, quem sabe, água chovida das montanhas?Ou água dos charcos, abandonada aos cães?

Ou uma légua de mar, talvez um lago?A água cai e corre. A água corre. Passa.

Ninguém a possui. Ninguém.Podes vender-me terra?

A profunda noite das raízes, dentes de dinossauros,

A cauda espessa de longínquos esqueletos?Podes vender-me selvas já sepultadas, aves

mortas,Peixes de pedra, enxofre dos vulcões,Milhões e milhões de anos em espiral

crescendo?Podes vender-me terra?

Podes vender-me?Podes?

A tua terra é terra minha, todos os pés se apóiam nela.

Ninguém a possui. NINGUÉM!

“Ou os estudantes se identificam com o destino de seu povo, com ele

sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo e, nesse

caso, serão aliados daqueles queexploram o povo.”

Florestan Fernandes

6º EIV - EstágioInterdisciplinar

deVivência

Podes?

Debates:

As Rodas de Prosa procuram aprofundar a discussão de temas que dizem respeito ao estágio. São abertos a todos os interessados. Acontecem todas às quartas-feiras, às 18hs, na BSS 620, em frente ao Departamento de Geografia – subsolo do ICC Norte. Para quem pretende fazer a vivência, é imprescindível participar destes encontros.

03/06 - Educação Popular

10/06 - A marcha dos 100 mil e os 

Movimentos Sociais de

Luta pela Terra

17/06 - Universidade e Reforma

Agrária

24/06 - Práticas agrícolas

alternativas e agricultura familiar

Concentração:

A fase de preparação será marcada por uma carga mais densa de discussões, visando consolidar o grupo de estudantes que farão a vivência. Acontecerá entre os dias 11 e 13 de julho.

Vivência:

Período de vivência nos assentamentos/acampamentos. Será entre os dias 14 e 28 de julho.

Avaliação:

Será destinada à avaliação coletiva e individual da experiência, produção de material para documentação do estágio e discussão a respeito dos próximos passos após a vivência. Será realizada entre os dias 29 e 31 de julho.

CronogramaTentando contribuir para consolidar a questão agrária como área importante para discussão e atuação da Universidade, além de questionar o modelo de ensino, pesquisa e extensão que esta representa, o Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) é um projeto que promove um intercâmbio cultural, político e vivencial entre estudantes e assentamentos da Reforma Agrária.

Iniciados no final dos anos 80, por iniciativa

da Federação dos Estudantes de Agronomia

do Brasil – FEAB, os Estágios de Vivência se

multiplicaram por todo o país. Assumiram

caráter local ou regional, e, em sua maioria,

são interdisciplinares e construídos não só

pela FEAB, mas por várias outras Executivas

e Federações de Curso, estudantes

voluntários, Diretórios Centrais dos

Estudantes e Centros e Diretórios

Acadêmicos.

A necessidade de se implementar o Estágio

de Vivência ora proposto, é entendida dentro

de um contexto mais amplo: do

relacionamento entre Universidade e

Sociedade no Brasil, o qual vem se

mostrando frágil, pontual e fragmentado.

Podemos dizer que a universidade brasileira

não tem conseguido propiciar uma formação

profissional que preste a devida atenção às

reais demandas de diversos grupos sociais,

especialmente daqueles que se situam em

posições subalternas e marginalizadas. Isto

se agrava ao se considerar que o estudante

universitário, embora represente uma

minoria privilegiada, ainda se mostra

passiva/o diante da realidade social.

Sobre o Estágio

- Interdisciplinaridade: A questão agrária, como discussão social, abrange todos os indivíduos, independente da área de atuação. Dessa forma, acreditamos na importância de ampliar o acesso ao conhecimento e à vivência.

- Não-intervenção técnica: Para que a

relação entre estagiário e comunidade seja

realmente uma troca é necessário que não se

estabeleça uma hierarquia entre seus

conhecimentos. Tradicionalmente, em nossa

sociedade, o conhecimento acadêmico-científico

tem status de verdade, sobrepondo-se ao saber

popular e a concepções pessoais. Portanto, é

importante estarmos cientes dessa discussão ao

nos relacionarmos com uma comunidade que

tem um dia-a-dia, visões e práticas diferentes

da nossa. Não é nossa intenção eliminar a

influência cultural que ocorrerá entre os

sujeitos, mas é importante que esta influência

deve se dar através do diálogo e não da

imposição.

- Parceria: Dentro do contexto político social e

econômico no qual vivemos, faz-se necessário

estabelecer parcerias que viabilizem o estágio

e, mais do que isso, ampliem os resultados e

conseqüências desta experiência para um

número maior de pessoas e instituições. É

importante, no entanto, que as parcerias sejam

estabelecidas em solidariedade aos princípios

básicos que orientam o estágio, sem desvirtuá-

los.

Princípios

Seja consciente, não jogue este folheto em

vias públicas. Repasse essa idéia!