reaÇÕes adversas a antibiÓticos em crianÇas … · 2019. 10. 8. · resultados: dos 11 estudos...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Vanessa Lima de Santana SÃO CRISTÓVÃO-SE 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM

CRIANÇAS HOSPITALIZADAS – UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA

Vanessa Lima de Santana

SÃO CRISTÓVÃO-SE 2018

Page 2: REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM CRIANÇAS … · 2019. 10. 8. · Resultados: Dos 11 estudos incluídos nessa revisão, observamos taxa de incidência de reações adversas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM

CRIANÇAS HOSPITALIZADAS – UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA

VANESSA LIMA DE SANTANA

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenção do grau de Mestre em Ciências da Farmacêuticas.

Orientador: Prof. Dr. Alfredo Dias de Oliveira Filho

SÃO CRISTÓVÃO-SE 2018

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VANESSA LIMA DE SANTANA

REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM

CRIANÇAS HOSPITALIZADAS – UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

Aprovada em: ___/____/_____

___________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Alfredo Dias de Oliveira Filho

_____________________________________________

Examinador 1: Profa. Dra. Iza Maria Fraga Lobo

_____________________________________________

Examinador 2: Profa. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Júnior

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“Dedico este trabalho aos meus pais,

Genivaldo (in memoriam) e Arizete, ao meu

filho Bernardo e esposo Robson. Vocês

são o meu bem precioso.”

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Agradecimentos

“Sei que os que confiam no senhor, revigoram suas forças, suas forças se

renovam, posso até cair ou vacilar, mas consigo levantar, pois recebo dele asas,

e como águia me preparo pra voar...”

Quero agradecer primeiramente a Deus pelo dom da vida, por me permitir

chegar até aqui, por toda luz e força durante minha caminhada.

Aos meus pais, por todos os valores e por me mostrar sempre o caminho

do amor e honestidade. A meu pai (in memoriam), que onde quer que esteja,

nunca deixou de me amar, nem de confiar em mim, sei que sente todo orgulho

da sua filha, porque sempre foi assim que o senhor me enxergava, a melhor e

mais bela de todas as mulheres... Pai, meu amor eterno. À minha mãe, essa

pessoa mais que especial, devo tudo que sou, meu amor por você é

incondicional. Obrigada por todas as vezes que renunciaram seus sonhos para

que eu pudesse realizar os meus.

Ao meu filho Bernardo, ah... me falta palavras para agradecer a esse ser

tão iluminado, cheio de ternura, que traz consigo o mais puro e verdadeiro amor!

Você não imagina o quanto me tornou uma mulher forte, desde que descobri a

sua chegada, e que chegada... Sou grata demais a Deus por me conceder a

dádiva maravilhosa que é ser mãe! Principalmente a sua, meu amor, tudo que

sou e pretendo ser, será para você, por você sempre! Mamãe de te ama

incondicionalmente.

Ao meu esposo Robson, amigo e companheiro, agradeço todo o seu

amor, carinho, admiração e pela presença incansável com que me apoiou ao

longo do período de elaboração desta dissertação.

Aos meus irmãos, Fernando, Vanderson, e em especial a Fernanda, por

cuidar tão bem do meu pequeno em minha ausência, e suportar meus estresses

algumas vezes, ao mesmo tempo pela confiança e admiração que sempre

depositaram em mim.

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Agradeço também a todos os familiares, amigos, primos, sobrinhos e

cunhados que direta ou indiretamente contribuíram com minha chegada até aqui,

em especial meus sogros, que são pessoas incríveis que me apoiaram durante

toda minha caminhada, adoro vocês! A minha Maria do Carmo, essa sempre

esteve ao meu lado em todos os momentos da minha vida, parte do que me

tornei hoje tens uma parcela de contribuição, serei eternamente grata por tudo.

A minha família LEPFS, a construção deste trabalho não teria sido

possível sem a colaboração, estímulo e empenho de diversas pessoas, em

especial, Rafaella, Aline, Sabrina e Thaci. Gostaria de expressar toda a minha

gratidão e admiração a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram

para que este trabalho se tornasse uma realidade. A todos quero manifestar os

meus sinceros agradecimentos.

Aos meus colegas de turma do mestrado em especial, Bárbara, Vanessa

Alves, Kérilin e Dyego, sem dúvida vocês foram a melhor coisa desse mestrado,

o nosso convívio tornou essa caminha mais leve.

Ao Prof. Dr. Wellington de Barros Silva, por ter me aceitado como

orientanda no início do mestrado, sem dúvidas o senhor foi, e, é uma pessoa a

qual admiro muito.

Ao meu atual orientador, Prof. Dr. Alfredo pela oportunidade de

crescimento e por todo conhecimento.

Em especial ao Prof. Dr. Divaldo Lyra, que foi além do seu papel de

orientador, pessoa incrível que sempre esteve ao meu lado. E por sempre

acreditar em meu potencial e pela oportunidade de aprendizado que levarei para

vida, e todas as vezes que me motivou a nunca desistir dos nossos objetivos.

Aos alunos da disciplina de atenção farmacêutica pela oportunidade de

compartilhar essa experiência maravilhosa que é ser professor.

À Universidade Federal de Sergipe (UFS) e à Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES) pela concessão da

bolsa de Mestrado e pelo apoio para a realização desta pesquisa.

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A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas pelos ensinamentos transmitidos e aos membros da secretaria

por todo auxílio e atenção.

Por fim, agradeço à minha banca de qualificação e defesa que aceitaram

o convite: Prof.ª Dr. Izadora Menezes de Barros, Prof. Dr. Divaldo Pereira de

Lyra Júnior e Prof.ª Dr. Iza Maria Fraga Lobo. Obrigada pelas valiosas

contribuições e disponibilidade.

“Tudo posso naquele que me fortalece” (Felipenses 4:13)

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“E aprendi que se depende sempre

De tanta, muita, diferente gente

Toda pessoa sempre é as marcas

das lições diárias de outras tantas pessoas.

É tão bonito quando a gente entende

Que a gente é tanta gente

Onde quer que a gente vá.

É tão bonito quando a gente sente

Que nunca está sozinho

Por mais que pense estar...”

(Caminhos do coração-Gonzaguinha)

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RESUMO

REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS – UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. Vanessa Lima de Santana, São Cristóvão, 2018. Introdução: No mundo, as reações adversas a medicamentos (RAM) são um problema de saúde pública, sendo a população pediátrica o grupo mais afetado. Ademais, umas das classes farmacológicas mais frequentemente relacionadas as RAM são os antibióticos. No entanto, estudos que avaliam a incidência de RAM para uma única classe de medicamentos ainda são escassos. Objetivo: Analisar o perfil de reações adversas a antibióticos em pacientes pediátricos hospitalizados. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com o intuito de analisar a incidência de RAM em crianças em uso de antibioticos de acordo as seguintes etapas: (1) identificação de estudos nas seguintes bases de dados: Embase/PubMed, LILACS, Web of Science e COCHRANE, utilizando os descritores, “adverse reaction to drugs”, “children”, “hospital” and “antibiotic”.’’'em diferentes combinações; (2) avaliação de estudos, no qual o título, resumo e texto completo foram avaliados, segundo os critérios de inclusão pré estabelecidos. As variáveis analisadas foram incidência, tipo de severidade das reações adversas a antibióticos e qual instrumento utilizado para avaliar a causalidade dessas reações. Resultados: Dos 11 estudos incluídos nessa revisão, observamos taxa de incidência de reações adversas de (47%) para pacientes em uso de amoxicilina associada a clavulanato de potássio. Os tipos de RAM associados a esta incidência foram: problemas gastrointestinais, erupções cutâneas e febre. Apenas um artigo incluído relatou o uso de instrumento (World Health Organization and Uppsala Monitoring Center criteria) para classificação e confirmação das reações adversas por meio da causalidade. Conclusão: Ante o exposto, com estudos anteriores, a importância uso de instrumentos validados para avaliar a causa de reações adversas na prática da saúde baseada em evidência, e da incidência de reações adversas a antibióticos auxilia na contudo clínica aumentando, a segurança do paciente. Descritores: Reação adversa a medicamentos, crianças, hospital e antibiótico.

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ABSTRACT

ADVERSE REACTIONS TO ANTIBIOTICS IN HOSPITALIZED CHILDREN - A SYSTEMATIC REVIEW. Vanessa Lima de Santana, São Cristóvão, 2018. Introduction: Adverse drug reactions (ADRs) worldwide are a public health problem, with the pediatric population being the most affected. In addition, one of the pharmacological classes most frequently related to ADR is antibiotics. However, studies that evaluate the incidence of ADR for a single class of medications are still scarce. Objective: To analyze the profile of adverse reactions to antibiotics in hospitalized pediatric patients. Methods: A systematic review of the literature was carried out to analyze the incidence of ADR in children using antibiotics according to the following steps: (1) identification of studies in the following databases: Embase / PubMed, LILACS, Web of Science and COCHRANE, using the descriptors "adverse reaction to drugs", "children", "hospital" and "antibiotic". (2) evaluation of studies, in which the title, abstract and full text were evaluated, according to the pre-established inclusion criteria. The variables analyzed were incidence, type of severity of adverse reactions to antibiotics and what instrument was used to evaluate the causality of these reactions. Results: Of the 11 studies included in this review, we observed an incidence rate of adverse reactions (47%) for patients using amoxicillin associated with potassium clavulanate. The types of ADR associated with this incidence were: gastrointestinal problems, rashes and fever. Only one included article reported using the World Health Organization and Uppsala Monitoring Center criteria for classification and confirmation of adverse reactions through causality. Conclusion: In view of the above, with previous studies, the importance of using validated instruments to assess the cause of adverse reactions in evidence-based health practice, and the incidence of adverse reactions to antibiotics, helps in the clinical setting increasing patient safety.

Keywords: Adverse reaction to drugs, children, hospital and antibiotic.

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

FIGURA 1 Fluxograma com o processo de seleção do

estudo.............................................................................................44 p.

TABELA 1 caracterização dos estudos incluídos na revisão

sistemática.......................................................................................46 p.

TABELA 2 Caracterização do perfil de reações adversas a antibióticos e método

de avaliação de causalidade........................................................48. p.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EAM - Evento adverso relacionado a medicamento

RAM – Reações adversas a medicamentos

OMS - Organização Mundial de Saúde

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16

1.1 Estrutura da Dissetação .......................................................................... 18

2. FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 20

2.1 Crianças e o uso de medicamentos ....................................................... 20

2.2 Reações adversas a medicamentos (RAM) ............................................ 23

2.2.1 Classificação de Reações Adversas de acordo a causalidade ......... 25

2.2.2 Causalidade de reações adversas a medicamentos............................27

2.3 Antibióticos: uso pediátrico e reações adversas .................................. 29

2.4 Segurança do paciente e Farmacovigilância ......................................... 31

3. OBJETIVOS ................................................................................................. 36

3.1 Objetivo geral ........................................................................................... 36

3.2 Objetivos específicos .............................................................................. 36

4. RESULTADOS ............................................................................................. 38

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 62

APÊNDICE 1- ESTRATÉGIA DE BUSCA NAS BASES DE DADOS ............. 75

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INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2014) a resistência a

antibióticos é uma "ameaça global" à saúde pública, o órgão analisou dados de

114 países e afirmou que essa resistência está ocorrendo "em todas as regiões

do mundo". No mundo, as reações adversas a medicamentos (RAM) são um

problema relevante de saúde pública (MAGRO et al., 2012; MIGUEL et al., 2012;

SHEPHERD et al., 2012; HAILE et al., 2016; ALJADHEY et al., 2013;

ALHAWASSI et al., 2014; MOUTON et al., 2015; AMPADU et al., 2016;

ANGAMO et al., 2016; PATEL et al., 2016). As RAM podem ser definidas como

“uma resposta nociva e não intencional a um medicamento que ocorre em doses

normalmente usadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou terapia da

doença ou para modificação de funções fisiológicas” (WHO, 2002). Na Europa,

estima-se que 5% de todas as hospitalizações são causadas por RAM e 5% dos

pacientes hospitalizados apresentará uma RAM durante a internação. Além

disso, as mesmas causam até 197.000 mortes ao ano neste continente

(EUROPEAN COMMISSION, 2014; BOUVY, 2015).

Dentre os grupos mais afetados pelas RAM, destaca-se a população

pediátrica em decorrência das diferenças na anatomia e fisiologia da criança o

que pode comprometer a absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos

medicamentos que estejam sendo utilizados. Dessa forma, a resposta a um

medicamento nesta população é diferente em comparação ao adulto (IOF, 2000;

PRIYADHARSINI et al., 2011; ALLEGAERT et al., 2015; DARNIS et al., 2015;

GHOLAMI et. al., 2015; NOGUEIRA GUERRA et al., 2015; LARDO NETA, 2015;

SALAS et al., 2016; ROSLI et al., 2017). Ademais, estudos relacionam RAM na

pediatria a medicamentos off-label ou não-licenciados, sendo que o uso desses

medicamentos é significativo em um cenário de cuidados pediátricos (BAZZANO

et al., 2009; CORNY et al., 2016; GONÇALVES et al., 2016; ALLEGAERT, 2016;

TEFERA et al., 2017; SMYTH et al., 2012; ALLAGAERT et. al. 2014; WIMMER

et al., 2015).

Nesse contexto, uma revisão sistemática sobre RAM em crianças mostrou

que a incidência é maior entre pacientes hospitalizados (9.53%, IC 95%, 6.81-

12.26) do que ambulatoriais (1,46%, IC 95%, 0,7-3,03) (IMPICCIATORE et. al.,

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2001). Nos pacientes pediátricos hospitalizados, as classes farmacológicas mais

frequentemente relacionadas as RAM são: analgésicos, corticoides e antibióticos

(ANDRADE et al., 2017). Ante o exposto, evidências científicas e revisões

sistemáticas que avaliam a incidência de RAM para uma única classe de

medicamentos, como antibióticos, são escassas. (IMPICCIATORE et al., 2001;

SMYTH et al., 2012; ANDRADE et al., 2017). Em unidades de cuidados

intensivos neonatais e pediátricos de Bogotá, a incidência de reações adversas

a antibióticos foi de 43,7%, sendo as mais frequentes: nefrotoxicidade (38,1%),

hematotoxicidade (24,7%), alterações eletrolíticas (21,6%) e hepatotoxicidade

(15,5%) (VALLEJOS, 2007; SALAS et. al., 2017).

A frequência com que os antibióticos são relacionados a RAM, inclusive na

pediatria, pode estar associado ao aumento do uso desta classe terapêutica.

Houve aumento de 30% no consumo de antibióticos entre os anos de 2000 a

2010 (BOECKEL et al., 2014). Em muitos países, os antibióticos podem ser

comprados sem prescrição, facilitando assim o acesso e, consequentemente, o

consumo (ALLIANCE FOR THE PRUDENT USE OF ANTIBIOTICS, 2005;

OKEKE et al., 1999; a 2005). Nos Estados Unidos, cerca de 2 milhões de

pessoas sofrem de infecções resistentes aos antibióticos a cada ano e 23.000

morrem devido à condição. Os antibióticos são responsáveis por uma em cada

cinco visitas a setor de emergência por eventos adversos. Ademais, os

antibióticos são as causas mais comum de visitas de departamento de

emergência por eventos adversos a medicamentos em crianças (CDC, 2013).

Frente ao exposto, são necessários mais estudos sobre reações adversas

antibióticos em crianças hospitalizadas a fim de gerar evidências robustas para

a prática clínica.

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1.1 Estrutura da Dissertação

Esta Dissertação foi estruturada em:

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: A revisão da literatura apresenta os

principais referenciais teóricos e estudos relevantes sobre a problemática da

pesquisa. Neste tópico serão abordados aspectos sobre crianças e o uso de

medicamentos, RAM, classificação de RAM de acordo com a causalidade,

antibióticos e uso pediátrico, segurança do paciente e farmacovigilância.

CAPÍTULO 1: elaborado na forma de manuscrito intitulado como:

““REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS

– UMA REVISÃO SISTEMÁTICA”, que será submetido para publicação no

periódico científico “Plos One”, categorizado no estrato Qualis B1 para Farmácia.

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FUNDAMENTAÇÃO

TEÓRICA

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Crianças e o uso de medicamentos

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069, de 1990,

considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos (EISENSTEIN

2005). A aplicação do cuidado em saúde em crianças apresenta particularidades

que são consequências das características diferenciais deste grupo etário em

relação ao resto da população. Desde o nascimento, o organismo da criança

passa por mudanças fisiológicas no processo de adaptação ao meio “fora do

útero da mãe” que vão desde as funções cognitivas até as atividades

metabólicas (BEE, 1996). O desenvolvimento cronológico, bem como a

maturação dos órgãos e dos sistemas na criança determina inúmeros processos

quantitativos e qualitativos em sua anatomia e fisiologia, resultando em

alterações na absorção, distribuição, metabolização e excreção dos princípios

ativos que compõem os medicamentos (CARVALHO et al., 2009).

A absorção de medicamentos no intestino delgado em pacientes

pediátricos é influenciada por: 1) pH do trato gastrointestinal – maior em recém-

nascidos e crianças, o que pode ter um efeito protetor sobre medicamentos

ácidos instáveis; 2) tempo de esvaziamento gástrico – prolongado durante o

período neonatal em relação ao do adulto; 3) superfície de absorção intestinal e

tempo de trânsito intestinal – reduzida em neonatos; 4) função biliar e atividades

das enzimas pancreáticas – são dependentes da idade e podem comprometer a

capacidade de solubilização e absorção de medicamentos lipofílicos; 5) atividade

de enzimas e transportadores intestinais de metabolismo - podem

potencialmente alterar a biodisponibilidade de medicamentos (HUANG; HIGH,

1953; HEIMANN, 1980; KEARNS; REED, 1989; LU; ROSEBAUM, 2011).

Quanto à absorção por outras vias, a absorção percutânea pode ser

elevada em recém-nascidos e crianças devido a fatores como hidratação da

epiderme, maior perfusão da camada subcutânea e maior proporção de

superfície corporal total em massa corporal em relação aos adultos (FURUE et

al., 2003). A absorção por via intramuscular pode ser adiada em recém-nascidos

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como consequência do fluxo sanguíneo reduzido para os músculos esqueléticos

(FURUE et al., 2003; LU; ROSEBAUM, 2011).

A distribuição dos medicamentos é influenciada pela ligação aos tecidos

e proteínas plasmáticas bem como propriedades físico-químicas do fármaco

(solubilidade lipídica e aquosa) (FRIIS-HANSEN, 1971; MCNAMARA; ALCORN,

2001). A água corporal total e a gordura corporal diminuem e aumenta com a

idade, respectivamente. O grau em que essas alterações vão influenciar a

distribuição depende das propriedades físico-químicas dos medicamentos. Além

disso, a ligação à proteína plasmática a medicamentos geralmente é reduzida

em neonatos e lactentes. Isto se deve à redução de proteínas plasmáticas,

diminuição da afinidade de ligação e altas concentrações de substratos

concorrentes endógenos. Estes fatos podem resultar na maior distribuição de

medicamentos do plasma para o resto do corpo (FRIIS-HANSEN, 1971;

MCNAMARA; ALCORN, 2001; LU; ROSEBAUM, 2011).

Quanto ao metabolismo de medicamentos, o fígado é quantitativamente

o órgão mais importante (MCLEOD et al., 1992; ANDERSON; LYNN; 2009). O

fluxo sanguíneo e as enzimas responsáveis pelo metabolismo são reduzidos

nesta população. O fluxo sanguíneo, por exemplo, atinge as taxas de adulto a

partir de um ano de idade. As enzimas metabólicas de fase I e II podem ser

imaturas, o que pode resultar, consequentemente, em níveis plasmáticos mais

altos ou mais baixos do que aqueles alcançados em adultos (MCLEOD et al.,

1992; ANDERSON; LYNN; 2009; FERNANDEZ et al., 2011).

A excreção de medicamentos pelos rins depende do sangue renal e do

fluxo plasmático renal. O fluxo sanguíneo renal é de apenas 5 a 6%, e 15 a 25%

do débito cardíaco, ao nascer e com um ano de idade, respectivamente. Os

valores semelhantes aos adultos são obtidos após dois anos de idade (ALCORN

et al., 2002; FERNANDEZ et al., 2011). A função renal (como uma capacidade

aumentada de secreção tubular) está entre os fatores que justificam os índices

de concentração e dose plasmática mais baixas em lactentes e crianças.

Ademais, os valores de pH urinário pediátrico são geralmente inferiores aos

valores adultos, o que pode influenciar a reabsorção de ácidos e bases orgânicos

fracos (ALCORN et al., 2002; FERNANDEZ et al., 2011).

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Diferente da farmacodinâmica de crianças, pouco se conhece sobre

mudanças farmacocinéticas associadas ao desenvolvimento, ou seja, sobre

como o desenvolvimento do receptor e a maturação afetam a interação e a

resposta do receptor aos medicamentos. Assim, na maioria das vezes, as

diferenças na efetividade do medicamento ou incidência de efeitos adversos são

associadas a questões farmacocinéticas (LU; ROSENBAUM, 2011).

Em relação à posologia, a determinação das doses dos medicamentos

para administração em crianças passa pela consideração do peso e/ou

superfície corporal do paciente, assim como pelo grupo etário a que pertence

(MENEZES, 2014). Além disso, pode ser necessária a realização de adaptações

terapêuticas em situações específicas e pontuais, como em casos de

inacessibilidade de certas vias de administração, como a oral, de forma a

alcançar a efetividade terapêutica, minimizando, assim, os efeitos secundários

indesejados e a toxicidade.

A maioria dos medicamentos com potencial uso em crianças e

adolescentes não foi testada em estudos que as envolveram, sendo muitas

vezes utilizados de forma não licenciada, off-label, insegura ou sem qualquer

evidência clínica neste grupo etário (TEIGEN et al., 2017). Além disso, estes

medicamentos são prescritos com base no julgamento de médicos que, por falta

de alternativa, extrapolam para crianças e adolescentes os resultados obtidos

em pesquisas com adultos (KIPPER, 2016). Deve-se considerar que crianças e

adolescentes não são miniaturas de adultos, visto que diferem fisiologicamente

em uma miríade de aspectos, a extrapolação baseada na dose de adultos e no

peso ou idade das crianças e adolescentes pode ser perigosa e levar a sub ou

superdosagem ou a efeitos adversos específicos, não evidentes em adultos

(KIPPER, 2016).

Idealmente, as doses de uma substância ativa a ser administrada no

tratamento de uma determinada doença devem ser estabelecidas com base em

ensaios clínicos. Contudo, por razões éticas, regulatórias e econômicas, a

realização destes ensaios está particularmente dificultada na pediatria.

Atualmente, existem poucos medicamentos testados em crianças, mesmo

quando estes são frequentemente prescritos e utilizados (MATEUS, 2014;

PINTO; BARBOSA, 2008).

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A resposta do paciente à farmacoterapia é altamente variável,

principalmente na população pediátrica, e os eventos adversos são muitas vezes

imprevisíveis. Alguns pacientes podem ter efeitos adversos significativos,

reações a doses muito pequenas de um fármaco particular, enquanto outros

podem exigir uma dose substancialmente mais alta do mesmo medicamento

para obter uma resposta terapêutica equivalente (KENNEDY et al., 2011).

Os medicamentos prescritos para crianças normalmente têm dados

limitados sobre a sua eficácia e segurança, além disso, não possuem

informações apropriadas para o uso nessa população (EIGEN et al., 2016;

GARCÍA-LÓPEZ et al., 2017). Dessa forma, compreender os efeitos dos

medicamentos em pacientes pediátricos é uma meta importante para a

qualidade dos cuidados à saúde, e isto deve ser feito sem comprometer o bem-

estar dos pacientes pediátricos que participam de ensaios clínicos. Deste modo,

destaca-se a necessidade de promover o uso efetivo da tecnologia no

desenvolvimento de medicamentos pediátricos e evitar a exposição

desnecessária de crianças a ensaios clínicos bem como, minimizar as

ocorrências de reações adversas (BELLANTI; PASQUA, 2011 MATEUS et al.,

2014).

2.2 Reações adversas a medicamentos (RAM)

De acordo com a definição da OMS (1972), RAM pode ser entendida como:

“uma resposta nociva e não intencional a um medicamento que ocorre em doses

normalmente usadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou terapia da

doença ou para modificação de funções fisiológicas.” Existem muitas definições

acerca do que constitui uma RAM, essa definição proposta há 45 anos pela OMS

é abrangente e engloba todos os tipos de reações adversas, incluindo os eventos

adversos (WALTER et al., 2016).

As RAM podem ser classificadas ainda quanto à severidade. Na literatura,

há diferentes propostas para esta classificação. Karch e colaboradores (1976),

classificam a gravidade das RAM em menor, moderada, grave e letal. Na

primeira categoria, há necessidade de medicamentos ou prolongamento da

hospitalização. Na segunda a necessidade de alteração da farmacoterapia,

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tratamento específico ou aumento da hospitalização em pelo menos um dia. Na

terceira estão incluídas as RAM potencialmente fatais que causam danos

permanentes ou requerem cuidados médicos intensivos. Por fim, a última

categoria consiste das RAM que contribuem direta ou indiretamente para a morte

do paciente. De acordo com Hartwig e colaboradores (1992), por sua vez, as

RAM podem ser categorizadas em sete níveis. Os níveis 1 e 2 são menos

graves, os níveis 3 e 4 moderados, e os níveis 5, 6 e 7 são classificados como

graves.

Quanto à classificação das RAM, inicialmente, podiam ser classificadas em

dois tipos: A e B. O tipo A está relacionado à dose e compreendem os efeitos

farmacológicos previsíveis com aumento da dose, decorrentes de um fármaco

administrado em doses terapêuticas habituais. Esse tipo de reação tem alta

incidência e morbidade, baixa taxa de mortalidade e podem ser tratadas

ajustando a dose. Em contraste, o tipo B compreende as reações que possuem

efeitos farmacológicos totalmente imprevisíveis e anormais, mesmo que o

medicamento seja administrado nas doses habituais. Não são dose-

dependentes e apesar de ter baixa incidência e morbidade, a mortalidade pode

ser alta (ELZAGALLAAI et al., 2017).

Em seguida, a fim de atenuar algumas das dificuldades do sistema de

classificação, surgiu a necessidade de expandir esse sistema e incluir outros

tipos (ELZAGALLAAI et al., 2017):

• Tipo C: são as reações crônicas geralmente relacionadas à dose e

ao tempo de uso do medicamento. São RAM ocasionadas por

doses cumulativas, que podem precisar de medidas como

diminuição gradual da dose para retirada.

• Tipo D: são reações que acontecem tempos depois do uso do

medicamento. São incomuns e normalmente estão relacionadas às

doses.

• Tipo E: são reações incomuns relacionadas à abstinência, que

ocorrem logo após a retirada do medicamento ou fim do

tratamento.

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25

• Tipo F: são reações comuns que ocorrem como resultado de falhas

inesperadas na terapia.

2.2.1 Classificação de Reações Adversas de Acordo com a Causalidade

Karch e Lasagna (1975), classificou as reações adversas de acordo com a

relação causa/efeito para o medicamento suspeito em cinco tipos (CONTI, 1979;

KARCH e LASAGNA 1975; SERGIA STARLING, 2001)

• Definida: Uma reação que segue uma continuação cronológica,

desde sua administração ou da obtenção de níveis a uma resposta

padrão conhecida para o medicamento suspeito, e que se confirma

dada melhora, e ao suspender o medicamento, e pelo

reaparecimento da reação ao se repetir a exposição.

• Provável: Uma reação que segue uma continuação cronológica,

desde sua administração ou da obtenção de níveis a uma resposta

padrão conhecida para o medicamento suspeito, que não pode ser

razoavelmente explicada pelas características conhecidas do estado

clínico do paciente.

• Possível: Uma reação que segue uma continuação cronológica,

desde sua administração ou da obtenção de níveis a uma resposta

padrão conhecida para o medicamento suspeito, que pode ter sido

produzida pelo estado clínico do paciente ou outras terapêuticas

concomitantes.

• Condicional: Uma reação que segue uma continuação cronológica,

desde sua administração ou da obtenção de níveis a uma resposta

padrão conhecida para o medicamento suspeito, mas que não pode

ser razoavelmente explicada pelas características conhecidas.

• Duvidosa: Qualquer reação que não segue os critérios acima.

O risco de desenvolver RAM são multifatoriais os quais incluem fatores

relacionados a: 1) medicamentos: dose e frequência dos medicamentos e a

polifarmácia; 2) pacientes: idade, gênero, gravidez, desenvolvimento fetal,

função renal e alergia; 3) condições clínicas: múltiplas condições clínicas; e 4)

sociais: raça e etnia, uso de álcool e fumo. Dentre os fatores relacionados aos

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pacientes destaca-se a idade. Esta tem um efeito significativo como fator de risco

para RAM especialmente as idades extremas: pediátricas e geriátricas

(ALOMAR et al., 2012; ABDULLAHI et al., 2014).

As RAM são um importante problema de saúde pública, especialmente

para pacientes internados pediátricos, pois contribuem de forma significativa

com o aumento da morbidade, mortalidade, admissões hospitalares e custos

para os sistemas de saúde (CLIFF-ERIBO et al., 2016). As crianças normalmente

são mais susceptíveis a ter RAM pelas características fisiológicas comentadas

anteriormente (CUZZOLIN et al., 2006; TEFERA et al, 2017).

A literatura tem demonstrado que as RAM em crianças são responsáveis

por internações hospitalares e outras complicações que podem levá-las a óbito

(SMYTH et al., 2012). Em uma revisão sistemática, o número de medicamentos

usados e o tempo de internação hospitalar foram considerados fatores de risco

para ocorrência de RAM nesta população (ANDRADE et al., 2017). Nesse

sentido é observado na literatura, que pacientes pediátricos demostraram que a

maioria das RAM afeta principalmente a pele e o sistema gastrointestinal. São

observadas ainda reações sistêmicas e reações no sistema nervoso central.

Ademais, estudos mostram que há incidência maior de algumas classes

terapêuticas associadas a RAM em crianças. Os medicamentos que são

associados com maior frequência a RAM são vacinas, antipiréticos,

antiinflamatórios não-esteroidais, e principalmente antibioticos (BIF – AIFA,

2006; 2007; 2009; SMYTH et al., 2012; LIEBER; RIBEIRO, 2012; RISHOEJ et

al., 2017).

No Brasil, Lanzillotti e colaboradores (2016) analisaram reações adversas

em recém-nascidos até 28 dias de vida, notificados no Sistema de Notificações

para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA) nos anos de 2007 a 2013. Os autores

verificaram que os medicamentos mais notificados foram o nitrato de prata e os

antibióticos. Em outro estudo realizado por Maior e colaboradores (2017), no qual

foram descritas internações hospitalares devidas às intoxicações

medicamentosas em menores de cinco anos de idade no Brasil de 2003 a 2012,

cerca de 13,4% de 22.395 intoxicações foram relacionadas ao uso de antibióticos

sistêmicos.

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Diferentes métodos são utilizados para detectar e compreender as RAM,

como por exemplo sistemas de notificação voluntaria e busca ativa, a aplicação

dos mesmos em farmacovigilância promove um potencial de detecção de RAM

entre pacientes hospitalizados (COLOMA et. al., 2013; BRETAS et. al., 2017).

Na literatura, o mais utilizado tem sido a revisão retrospectiva de prontuários.

Entretanto, nos serviços de saúde, informações obtidas em sistemas de

notificação são muito utilizadas, embora existam limitações das informações

provenientes de sistemas de notificação voluntária, que decorrem do viés

retrospectivo da análise do incidente, da incompletude dos dados e da

subnotificação (WACHTER, 2010; LANZILLOTTI et al., 2016). Como

consequência da subnotificação, a monitorização da segurança pós-

comercialização dos medicamentos fica comprometida, principalmente na

população pediátrica, na qual a taxa de RAM é superior em relação à população

adulta (CHAVES et a., 2017).

2.2.2 Causalidade de reações adversas a medicamentos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma classificação

de forma que à causalidade da reação: a) definida, quando o espaço de tempo

da administração do medicamento e a resposta de sua retirada é clinicamente

plausível e não se pode associar a reação à doença de base ou a algum outro

medicamento; b) provável, quando a reação segue uma resposta clinicamente

razoável após a retirada do medicamento, com a imprecisão de ser atribuída a

doença de base ou outro medicamento e a informação de repetição não é

necessária; c) possível, quando a reação também pode ser explicada pela

doença de base, por outros medicamentos ou substâncias químicas e a

informação sobre a retirada do medicamento pode ser ausente ou não ser

claramente conhecida; d) condicional/ não classificável, quando é necessário

mais dados para uma avaliação apropriada ou quando os dados adicionais ainda

estão em análise; e) não acessível/não classificável quando as informações são

insuficientes ou contraditórias, impedindo que a notificação seja completa ou

verificada (MAGALHÃES et. al., 2017).

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Sugere-se ainda uma classificação de forma que a gravidade: a) leve,

quando não requer tratamentos específicos e não é necessária a suspensão do

medicamento; b) moderada, quando se faz necessária modificação da terapia

medicamentosa, apesar de não ser necessária a suspensão do medicamento

suspeito; c) grave, quando é potencialmente fatal, requerendo a descontinuação

da administração do medicamento e tratamento específico da reação adversa;

d) fatal, quando contribui para o óbito do paciente (OMS, 2005; OPAS, 2011;

PEARSON et al., 1994).

A causalidade é considerada como uma das maiores conquistas da

ciência, e se tornou, uma preocupação constante para os filósofos e

epidemiologistas. Os filósofos têm destinado seus estudos, as noções de causa

e os princípios, que a causalidade pode trazer, enquanto que epidemiologistas

estão motivados na identificação das causas, quantificação e caracterização dos

efeitos, bem como elaboração de modelos causais, e nos exemplos de relações

de causa e efeito (BHOPAL, 2016; HOLLAND, 2013; MOTA, KUCHENBECKER,

2017).

Nesse sentido, a avaliação inicial da causalidade de uma reação adversa,

suspeita-se primeiramente da relação com um medicamento, do testemunho,

dos profissionais de saúde, e do episódio de reações adversas em doentes que

acompanham. Esta formulação da 'suspeita' pelo médico, farmacêutico,

enfermeiro, ou outro profissional de saúde na notificação da reação adversa,

pode basear-se em vários fatores, tais como: relação temporal, características

clínicas e patológicas do efeito, medicamentos em uso concomitante e

interrupção ou redução da dose do fármaco (BHOPAL, 2016; HOLLAND, 2013;

MOTA, KUCHENBECKER, 2017).

Matinbiancho, Santos e Jacoby (2007), durante o estudo observou-se que

as RAM mais encontradas foram as dermatológicas, como prurido/eritema

(32,4%) e rash cutâneo (18,9%). Estas reações, na sua maioria, estão

relacionadas com a administração de vancomicina, que esteve presente em

29,7% dos relatos. Quanto à causalidade, cerca de 59,5% das RAM foram

classificadas como prováveis, indicando a ocorrência do evento adverso que

após sofrer intervenções segue com resposta clínica razoável.

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2.3. Antibióticos: uso pediátrico e RAM

Antibióticos são medicamentos utilizados para prevenir ou tratar infecções

bacterianas (FDA, 2011). Na literatura existem diversos critérios para a

classificação de antibióticos, os principais são: 1) origem: bactérias,

actinomicetos ou eumicetos: 2) biossíntese: derivados de aminoácidos,

carboidratos, acetato e propionato ou antibióticos diversos; 3) ação

predominante: germes gram-positivos, gram-negativo, micobactérias ou ampla

ação; 4) mecanismo de ação: ação superficial que interfere no transporte ativo

através da membrana, inibição da biossíntese de membrana, bloqueio da

biossíntese proteica ou inibição da ação de cofatores enzimáticos; e, 5) estrutura

química: derivados de monopeptídios, derivados do ácido 6-aminopenicilânico e

análogos, derivados do 2-amino-1,3-propanodiol, derivados de hidrocarbonetos

aromáticos, derivados de macrolídicos, poliênicos ou polipeptídios

(HARAGUSHI, 2000).

Os antibióticos são os medicamentos mais comuns prescritos à população

pediátrica, particularmente nos primeiros cinco anos. Neste período de vida, as

infeções respiratórias são as doenças mais comuns (STURKENBOOM et al.,

2008; CHAI et al., 2012). A literatura aponta ainda outros tipos de infeções

bacterianas comuns em pacientes pediátricos como otite, infecção do trato

urinário, infecções na pele e subcutâneas e gastroenterite (ALTER et al., 2011).

Neste cenário, estudos epidemiológicos identificaram associações entre o uso

de antibióticos no início da infância e a ocorrência de doenças como obesidade,

diabetes e asma na vida adulta, bem como a alta taxa de reações adversas

relacionadas a esta classe medicamentosa (ANDRADE et al., 2017;

BIEDERMANN; ROGLER, 2015; SMYTH et al., 2012).

Segundo a literatura, 19% a 51% das crianças em uso de antibióticos

experimentam RAM (MADIGAN; BANERJEE, 2013; MURPHY et al., 2016). As

reações alérgicas são as RAM mais frequentemente relatadas, com incidência

de até 10% de todas as prescrições de antibioticoterapia (COHEN et al., 2008;

ESPOSITO et al., 2016). No entanto, a literatura mostrou que a alergia aos

antibióticos geralmente é subdiagnosticada em crianças, porque na maioria dos

casos o diagnóstico se baseia apenas na história clínica sem uma análise

alérgica completa. Consequentemente, as crianças são muitas vezes

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indevidamente privadas de antibióticos de espectro estreito por causa de uma

suspeita de alergia a estes medicamentos (ESPOSITO et al., 2016).

Em uma revisão sistemática foi identificado que os antibióticos foram a

classe de medicamentos mais comumente relatada por causar RAM na

admissão hospitalar, durante a estada em hospitais e na comunidade. As

proporções variaram entre 3,5% e 66,6% para estudos de admissão; 8,6% -

100% em estudos hospitalares; e 17% -78% para estudos na comunidade. Além

disso, as apresentações clínicas associadas relatadas com mais frequência

foram náuseas, vômitos, diarreia e erupções cutâneas (SMYTH et al., 2012). Em

uma coorte prospectiva realizada com 313 neonatos, os antibióticos sistêmicos

e citrato de cafeína foram os medicamentos que mais causaram RAM, sendo

que a maior parte dessas foram relacionados à intolerância alimentar, flebite e

taquicardia, levando ao aumento do número de prescrições desses recém-

nascidos hospitalizados (RIVAS et al., 2016).

Existe uma grande variabilidade no uso de antibióticos em todos os

países, com as menores taxas de prescrição relatadas em países do norte da

Europa, e taxas mais elevadas no sul da Europa e nos EUA (GOOSSENS et al.,

2007; LIPSKY et al., 2016). No entanto, embora os dados que comparam as

taxas de consumo de antibióticos na pediatria em vários países ainda sejam

escassos, alguns estudos sugeriram que há o mesmo padrão de consumo de

antibióticos no mundo (LOW et al., 2012; STAM et al., 2012; HOLSTIEGE;

GARBE, 2013).

Nos últimos anos, como consciência das reações adversas associadas ao

uso excessivo de antibióticos, as taxas de prescrição de antibióticos para as

crianças diminuíram nos Estados Unidos (GREENE et al., 2012). Campanhas

específicas no país para promover critérios para o uso de antibióticos

provavelmente contribuíram de forma significativa para essa mudança na prática

pediátrica. No entanto, ainda se estima que a prescrição de 50% de todos os

antibióticos na pediatria é desnecessária (MCCAIG et al., 2002; FINKELSTEIN

et al., 2008; YOUNGSTER et al., 2017).

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2.4. Segurança do Paciente e Farmacovigilância

Um dos maiores desafios em uma gestão de saúde é a análise dos

indicadores de qualidade e o impacto potencial na segurança do paciente (ZAGO

et al., 2014). Com objetivo de diminuir os danos ao paciente gerados por práticas

inseguras de medicação e Evento adverso relacionado a medicamento (EAM), a

OMS lançou o terceiro desafio global para segurança do paciente com o tema

medicação segura (WHO, 2017). Segundo a OMS, há estratégias de segurança

do uso de medicamentos já empregadas na pratica clínica como a conciliação

de medicamentos (WHO, 2017). Uma revisão sistemática realizada por Etchells

e colaboradores (2012) mostrou que a tática mais efetiva e de baixo custo para

prevenção de EAM foi a conciliação de medicamentos. Nesse sentido, a

tecnologia da informação em saúde mostrou melhorar de várias maneiras a

segurança do paciente quanto ao uso de medicamentos, impactando

positivamente em todas as principais etapas do sistema de medicação em

hospitais, que são conhecidas como propensas a erros: prescrição (estruturando

prescrições e verificando erros), distribuição (codificação de barras e

automação) e administração (através de registros eletrônicos da administração

de medicamentos e bombas inteligentes) (SEIDLING; BATES, 2016).

Outra estratégia testada para aumentar a segurança do paciente foi a

Adverse Drug Event Quality Collaborative, que reduziu em 76,5% a taxa de EAM

prejudiciais durante o período de dois anos. Fatores como modelos colaborativo

de qualidade interna, o foco nas formas de errar no gerenciamento de

medicação, o uso confiável de um pacote de prevenção de eventos e a evolução

de uma cultura de segurança que levou a um aumento nos relatórios de EAM,

contribuíram para o sucesso dessa estratégia (MCCLEAD et al., 2014).

Nesse contexto, a farmacovigilância possui um papel essencial na

segurança do paciente no que se refere aos medicamentos comercializados

recentemente bem como os que já estão estabelecidos no mercado

(GERSHMAN; FASS, 2014). Segundo a OMS, a farmacovigilância é definida

como “a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e

prevenção de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de

medicamentos” (WHO, 2006) Dessa forma, um sistema de farmacovigilância

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deve ser capaz de identificar possíveis problemas relacionados ao uso de

medicamentos de forma efetiva, a fim de prevenir ou minimizar eventuais danos

à saúde dos indivíduos.

O marco histórico da farmacovigilância foi dado pelo “desastre da

talidomida”, onde ocorreram milhares de casos de malformação congênita

devido ao uso da talidomida para prevenção de náuseas em mulheres grávidas

nos anos de 1950 e 1960. A partir deste acontecimento, identificou-se a

necessidade de empreender esforços nas questões de segurança dos

medicamentos. Assim, a OMS, em 1968, iniciou a fase piloto do Programa

Internacional de Monitorização de Medicamentos, para identificar efeitos

adversos desconhecidos ou pouco estudados (WHO, 2005). No Brasil, nas

décadas de 1960 e 1970, surgiu a legislação sanitária de medicamentos,

destacando-se a Lei Federal nº 6360/76, de 1976, que estabelece a transmissão

de acidentes ou reações nocivas à autoridade sanitária competente. Ademais,

várias outras leis, portarias e resoluções federais foram desenvolvidas, a fim de

dar suporte legal às ações de farmacovigilância no país.

No final da década de 1990, com a aprovação da Política Nacional de

Medicamentos e a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),

institucionalizou-se a responsabilidade de estabelecer, coordenar e monitorar os

sistemas de vigilância toxicológica e farmacológica no Brasil (BRASIL, 1999).

Assim, a notificação de eventos e reações adversas é parte do trabalho realizado

pela Anvisa. A agência desenvolveu um programa nacional de

farmacovigilância, o Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância

Sanitária-Notivisa, para receber notificações de incidentes, eventos adversos

(EA) e queixas técnicas (QT) relacionadas ao uso de produtos e de serviços sob

vigilância sanitária (BRASIL, 2009). Ademais, foi publicada a primeira norma

específica de farmacovigilância destinada aos detentores de registro de

medicamentos, a RDC nº 04, de 2009. Mais recentemente, a Anvisa também

publicou a RDC 36/2013, que institui ações para a segurança do paciente em

serviços de saúde e torna indispensável a notificação de eventos adversos pelo

Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do serviço.

Apesar da importância de notificar os eventos adversos, muitos dados

ainda são subnotificados. As principais causas apontadas para a subnotificação

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são a falta de compreensão sobre o que é uma RAM, a falta de conhecimento

sobre a importância de notificar e como fazê-lo, o tempo consumido para

preenchimento da documentação necessária e o receio de punições (CHHABRA

et al., 2017; PRIMO; CAPUCHO HELAINE, 2011; VARALLO et al., 2014). Estudo

transversal, realizado na Arábia Saudita, mostrou que 93,8% dos profissionais

de saúde entrevistados concordaram que o relato de RAM deveria ser obrigatório

e 94,5% concordaram que isso melhora a segurança do paciente. Entretanto,

apenas 55,1% dos entrevistados relataram RAM durante a prática (MOINUDDIN

et al., 2018). Na Índia, estudo demonstrou que a frequência de notificação de

RAM, no período de setembro de 2015 a agosto de 2016, foi baixa (0,043%) em

comparação com a média nacional (SINGH et al., 2017).

Estudo realizado como o objetivo de avaliar o conhecimento, atitude e

prática de notificação de RAM entre os profissionais de saúde dos Emirados

Árabes Unidos (EAU) observou que 81%, 83% e 83,3% dos médicos,

farmacêuticos comunitários e farmacêuticos hospitalares, respectivamente, não

sabiam da existência de um sistema para notificação e 56%, 60% e 72%,

respectivamente, não sabiam qual procedimento deveria ser realizado para

notificar uma RAM. Ademais, apenas 19%, 14% e 12,1% dos médicos,

farmacêuticos comunitários e farmacêuticos hospitalares relataram RAM durante

a prática.

No Brasil, um estudo transversal, desenvolvido no Hospital Universitário

da Universidade Federal de Juiz de Fora mostrou que 83,9% dos profissionais

envolvidos na pesquisa relataram ter presenciado algum problema referente à

qualidade dos medicamentos, mas apenas 32,7% realizaram a notificação de

queixas técnicas pela Rede Sentinela. Dessa forma, os resultados apontam que

a subnotificação é um obstáculo para exercer de forma mais eficiente as ações

de farmacovigilância, isso acontece por alguns profissionais não terem

conhecimento que podem e devem notificar qualquer reação ou dano causado

ao paciente relacionado uso de medicamentos (SILVIA; CORNÉLIO; ARAÚJO,

2013).

Nesse sentido, estudo conduzido em um hospital de ensino no Brasil,

identificou que os conhecimentos sobre RAM foram considerados insuficientes

na opinião de 43,7% dos profissionais da instituição (médicos, enfermeiros e

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farmacêuticos) e 28,5% referiu que o assunto nunca foi abordado no hospital

(PINHEIRO; PEPE, 2011). Ademais, um estudo transversal, realizado com o

objetivo de descrever o conhecimento e as atitudes dos graduandos de

Enfermagem e Farmácia de uma universidade pública do Brasil acerca das RAM,

mostrou que os conhecimentos adquiridos foram considerados insuficientes na

opinião de 57,8% dos estudantes (MEDEIROS; FERREIRA; PAIXÃO; 2017).

Nesse contexto, a prática de notificação deve ser encorajada entre os

profissionais de saúde, visto que o conhecimento das RAM e a atitude dos

profissionais em relação à notificação é essencial para a segurança do paciente.

Assim, estudos que envolvam RAM em crianças menores de 12 anos em uso de

antibióticos são necessários para dar mais robustez em nossa literatura e

contribuir em uma terapia de qualidade para os pacientes.

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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o perfil de reações adversas a antibióticos em pacientes

pediátricos hospitalizados.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Determinar a incidência de reações adversas a antibióticos em

pacientes pediátricos em hospitais;

• Caracterizar os tipos e severidade de reações adversas a

antibióticos em pacientes pediátricos hospitalizados;

• Avaliação da causalidade

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RESULTADOS

CAPÍTULO I

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4. RESULTADOS

4.1 Capítulo 1 - “REAÇÕES ADVERSAS A ANTIBIÓTICOS EM CRIANÇAS

HOSPITALIZADAS – UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Vanessa Lima de Santana

MSc. Student

Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Departamento

de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Endereço: Cidade Universitária “Prof. José Aloísio Campos”, Jardim Rosa

Elze, São Cristóvão, CEP: 49100-000, Brasil.

E-mail: [email protected]; [email protected]

Telefone: +5579999191599

Aline Dosea Santana

PhD. Student

Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Departamento

de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Endereço: Cidade Universitária “Prof. José Aloísio Campos”, Jardim Rosa

Elze, São Cristóvão, CEP: 49100-000, Brasil.

E-mail: [email protected]

Telefone: +557999749505

Rafaella Oliveira da Silva

PhD. Student

Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Departamento

de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Endereço: Cidade Universitária “Prof. José Aloísio Campos”, Jardim Rosa

Elze, São Cristóvão, CEP: 49100-000, Brasil.

E-mail: [email protected]

Telefone: +5579996077258

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39

Thaciana Alcantara

PhD. Student

Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Departamento

de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Endereço: Cidade Universitária “Prof. José Aloísio Campos”, Jardim Rosa

Elze, São Cristóvão, CEP: 49100-000, Brasil.

E-mail: [email protected]

Telefone: +5579999478972

Sabrina Cerqueira Santos

PhD. Student

Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Departamento

de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Endereço: Cidade Universitária “Prof. José Aloísio Campos”, Jardim Rosa

Elze, São Cristóvão, CEP: 49100-000, Brasil.

E-mail: [email protected]

Telefone: +5579991070507

Alfredo Dias de Oliveira Filho

PhD Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Departamento

de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Endereço: Cidade Universitária “Prof. José Aloísio Campos”, Jardim Rosa

Elze, São Cristóvão, CEP: 49100-000, Brasil.

E-mail: [email protected]

Telefone: +5582991561951

Autor Correspondente: Alfredo Dias de Oliveira Filho. Laboratório de Ensino e

Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Endereço: Cidade Universitária “Prof.

José Aloísio Campos”, Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, CEP: 49100-000,

Brasil. Telefone/Fax: +5582991561951. E-mail: [email protected].

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Resumo

Introdução: No mundo, as reações adversas a medicamentos (RAM) são um problema de saúde pública, sendo a população pediátrica o grupo mais afetado. Umas das classes farmacológicas mais frequentemente relacionadas as RAM são os antibióticos. No entanto, estudos que avaliam a incidência de RAM para uma única classe de medicamentos ainda são escassos. Objetivo: Analisar o perfil de reações adversas a antibióticos em pacientes pediátricos hospitalizados. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com o intuito de analisar a incidência de RAM em crianças em uso de antibioticos de acordo as seguintes etapas: (1) identificação de estudos nas seguintes bases de dados: Embase/PubMed, LILACS, Web of Science e COCHRANE, utilizando os descritores, “adverse reaction to drugs”, “children”, “hospital” and “antibiotic”.’’'em diferentes combinações; (2) avaliação de estudos, no qual o título, resumo e texto completo foram avaliados, segundo os critérios de inclusão pré estabelecidos. As variáveis analisadas foram incidência, tipo de severidade das reações adversas a antibióticos e instrumento utilizado para avaliar a causalidade das reações. Resultados: Dos 11 estudos incluídos nessa revisão, foi observado taxa de incidência de reações adversas de (47%) para pacientes em uso de amoxicilina associada a clavulanato de potássio, a segunda maior taxa foi (17,47%) para linezolida, e (23,91%) para vancomicina. Os tipos de reações associados a esta incidência foram: problemas, erupções cutâneas, candidíase oral, vômitos, diarreia. Apenas um artigo incluído relatou o uso de instrumento (World Health Organization and Uppsala Monitoring Center criteria) para classificação e confirmação das reações adversas por meio da causalidade. Conclusão: As reações adversas são eventos frequentes em pacientes pediátricos submetidos a antibioticoterapia, manifestando-se principalmente por meio de eventos relacionados ao trato gastrointestinal. Descritores: Reação adversa a medicamentos, crianças, hospital e antibiótico.

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Introdução

As reações adversas a medicamentos (RAM) ocorrem com frequência

durante a prática clínica e são uma das principais causas de morbimortalidade

relatadas durante as hospitalizações [1-2]. Uma revisão sistemática com meta-

análise indicou que as RAM podem ocorrer em aproximadamente 20% dos

pacientes hospitalizados [3].

As crianças normalmente são o público mais susceptível às RAM, devido

às características fisiológicas e à falta de apresentações pediátricas adequadas

[4-6]. Nos países desenvolvidos, estima-se que uma em cada 10 crianças

hospitalizadas experimentará uma RAM [7]. Ademais, uma recente revisão

sistemática mostrou que o número de medicamentos usados e o tempo de

internação hospitalar também são fatores de risco para ocorrência de RAM nesta

população [8].

Dentre as classes de medicamentos existentes, as vacinas e os antibióticos

estão associados à maior frequência de RAM na população pediátrica [9,10].

Estudo realizado em enfermarias pediátricas de um hospital terciário identificou

um total de 64 RAM em 54 pacientes pediátricos analisados. Os medicamentos

mais comumente associados as RAM foram amoxicilina + clavulanato, seguidos

de ceftriaxona [11]. Mais recentemente, estudo realizado no continente asiático,

mostrou que os antibióticos representavam cerca de 53% das RAM em crianças

abaixo de 2 anos de idade [5].

Apesar disto, são escassos os dados sobre a proporção e tipos de RAM

entre pacientes pediátricos hospitalizados [12,13]. Assim, há uma necessidade

de pesquisas que abordem essa temática, a fim de aumentar a segurança do

paciente e gerar evidências para a prática clínica. Dessa forma o objetivo do

estudo foi analisar o perfil de reações adversas a antibióticos em pacientes

pediátricos hospitalizados.

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42

Material e Métodos

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura científica de acordo com

a declaração “Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-

Analyses” (PRISMA) [14].

Pergunta da Pesquisa

Qual o “perfil” de reações adversas a antibióticos em crianças

hospitalizadas?

Para esclarecer a questão clínica, os critérios de elegibilidade e a estratégia

de pesquisa foram baseados em elementos PICO (População, Intervenção,

Comparação, Resultado e Tipo de estudo): (1) população: Crianças

hospitalizadas (0-12anos); (2) intervenção: Antibióticos; (3) comparação: Sem

comparação; (4) resultados predefinidos: Reações adversas (incidência, tipo e

gravidade) e, (5) tipo de estudo: Não fizemos restrições quanto ao tipo de estudo.

Definições

Para esta revisão foram adotadas as seguintes definições:

• Antibióticos: Foram considerados antibióticos os medicamentos

classificados como tal de acordo com “Anatomical Therapeutic

Chemical” (ATC) [15];

• Pacientes pediátricos: pacientes com idade <12 anos [16];

• Reação adversa a medicamentos “uma resposta nociva e não

intencional a um medicamento que ocorre em doses normalmente

usadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou terapia da doença

ou para modificação de funções fisiológicas” [17].

Estratégia de busca

Uma busca abrangente da literatura foi conduzida nas bases de dados

PubMed, Embase, Web of science e Lilacs para artigos publicados até fevereiro

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de 2018. Para identificação dos artigos foram utilizados descritores do Medical

Subject Headings (MeSH) e outros descritores não padrões (palavras-texto):

“adverse reaction to drugs"," children "," hospital "and" antibiotic”. Os descritores

foram adaptados para cada base de dados e combinados através de operadores

booleanos (OR e AND). A estratégia de busca completa para as bases encontra-

se no Apêndice 1.

Critérios de elegibilidade

Foram incluídos estudos que atenderam aos seguintes critérios: 1) que

incluíram crianças (0 a 12 anos) hospitalizadas em uso de antibióticos; 2) que

relataram reações adversas a antibióticos; 3); que avaliaram causalidade das

reações adversas; 4) que demonstraram a categorização de causalidade; 5) que

foram publicados em inglês. Não fizemos restrições quanto ao tipo de estudo.

Nesta revisão sistemática foram excluídos estudos que: 1) incluíram outras

classes de medicamentos sem delimitar as reações adversas causadas apenas

por antibióticos; 2) com limitações metodológicas capazes de impedir a análise

da incidência das reações adversas a antibióticos exposição x evento o cálculo

da incidência; 3) artigos não disponibilizados na íntegra.

Seleção de estudos

Após a busca nas bases de dados, foi realizada a triagem de títulos e

resumos dos artigos e pôr fim a triagem de artigos completos. Os estudos foram

selecionados de forma independente por dois avaliadores (V.L.D.S. e A. D. S.).

As divergências foram resolvidas por um terceiro avaliador (R.O.S).

Extração dos dados

Ao final da seleção dos artigos, as seguintes variáveis foram extraídas em

duplicata: autores; ano de publicação; revista; país do estudo; duração do

estudo; população; tamanho da amostra; condições clínicas; métodos e

profissionais envolvidos na detecção das reações adversas a antibióticos;

incidência, tipo e severidade das reações adversas a antibióticos; fatores de risco

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44

para reações adversas a antibióticos; medicamentos relacionados a reações

adversas; limitações ou vieses do estudo.

Os medicamentos foram classificados como antibióticos de acordo com o

relato dos autores. Caso os estudos não denominassem os medicamentos como

tal, a ATC foi consultada quando necessário para determinar a inclusão do

estudo [15]. A incidência, tipo e severidade das reações adversas foram relatas

conforme os estudos. Para estudos que não apresentaram incidência de reações

adversas a antibióticos, o cálculo foi realizado. O número de pacientes

pediátricos com reações adversas a antibióticos e o número do paciente

pediátricos no estudo foram utilizados como numerador e denominador,

respectivamente. As divergências foram resolvidas por consenso.

Resultados

Seleção dos estudos

A busca bibliográfica resultou na identificação de 4.042 artigos: PubMed

(1.296), Embase (2.544), The Cochrane Library (186), Web of Science (14), e

LILACS (2). Para análise dos estudos foi utilizada a ferramenta de revisão

sistemática Rayyan QCRI [18], que possibilita as seguintes funções: análise e

exclusão de duplicatas e decisão por pares na análise de títulos e resumos. Ao

alimentarmos o sistema, três arquivos vieram corrompidos da busca nas bases

de dados, e por isso, o sistema disponibilizou 4.039 artigos para a análise.

Após a exclusão dos artigos duplicados, foram analisados 3.623 estudos.

Destes, 3.310 estudos foram excluídos por não atenderem aos critérios de

inclusão na análise de títulos e resumos e 25 não estavam disponíveis para

download. Logo, foram considerados 168 estudos potencialmente relevantes

para a análise de texto completo. Ao final da análise, 11 estudos [19-29] foram

incluídos nesta revisão sistemática (Figura 1).

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Figura 1. Processo de seleção, o número de artigos incluídos e excluídos a

cada etapa e as razões para exclusão.

Registros duplicados

(n =416)

Registros excluídos [não descreviam o método de

avaliação da causalidade de reações adversas]

(n =157)

Artigos selecionados para

análise de títulos e resumos

(n=3.623)

Artigos para análise de

textos completos

(n=168)

Artigos incluídos na revisão

sistemática

(n=11)

Registros excluídos [não disponível, não é artigo original,

delineamento, idioma, população, não analisa reações

adversas a antibióticos, não analisa somente reações adversas a antibióticos]

(n =3.310)

Artigos indisponíveis para download

(n=25)

Registros identificados por meio

de pesquisa nas bases de

dados

PUBMED (1.296) EMBASE (2.544)

THE COCHRANE LIBRARY (186)

WEB OF SCIENCE (14)

LILACS (2)

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Caracterização dos estudos

Os estudos presentes nesta revisão sistemática foram realizados somente

em ambiente hospitalar, dos 11 estudos incluídos apenas um não relatou a idade

média e o tempo de estudo [23]. Apenas um artigo incluído relatou o uso de

instrumento (World Health Organization and Uppsala Monitoring Center criteria)

para classificação e confirmação das RAM por meio da causalidade [29]. Os dez

estudos que não relataram o instrumento de avaliação da causalidade utilizaram

um avaliador para fazer esta análise. Estes, foram descritos como: “um

investigador”, “médico observador “, “médico pesquisador”, “investigador-cego”

[19-28]. As classificações utilizadas pelos estudos para definir a causalidade das

RAM foram: “provavelmente”, “possivelmente”, “definitivamente” e “certamente

relacionados”. Apenas um estudo não fez essa classificação [28].

Quanto a incidência de RAM dos estudos incluídos nesta revisão,

Ferweda e colaboradores (2001) [26] mostraram a maior taxa de incidência de

RAM (47%) para pacientes em uso de amoxicilina associada a clavulanato de

potássio. A segunda maior taxa foi apresentada no estudo de Jantausch e

colaboradores (2003) [27], 17,47% para linezolida, e 23,91% para vancomicina.

Dentre as RAM apresentadas nos estudos, as mais frequentes foram

febre, erupções cutâneas, vômitos e diarreia. As classificações utilizadas pelos

estudos para definir a severidade das RAM foram: “não séria” para

Cefalosporinas, Betalactamicos/Vancomicina, Amicacina, Metronidazol,

Fluoroquinolonas, antituberculares, macrolídeos, aciclovir, antimalaricos,

linezolida, anfotericina B, co-trimoxazol, mupiracon e cefalexina [26,29], “leve a

moderada, grave” para ofloxacina e penicilinas [22,24], “Média e moderada” para

macrolideo e cefalosporina [20], um estudo não associa a severidade ao

medicamento, apenas classifica como “Média, moderada e severa [25]. Quatro

estudos não relataram as e severidade das RAM [21,23,27,28]. A tabela 1

caracteriza os estudos incluídos na revisão sistemática e a tabela 2 mostra o

perfil de reações adversas a antibióticos

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47

Autor/Ano Tipo de estudo Número total de crianças que utilizaram antibiótico no estudo

Média de idade Tempo de estudo (dias)

Tempo médio de uso de antibiótico (dias)

Jacobs et al.,

1992 [19]

Randomizado, simples-cego, multicêntrico

Cefuroxime axetil (189)

Cafadroxil (98)

3 meses a 12 anos

30

10

Rodriguez et al.,

1996 [20]

Randomizado,

aberto, multicêntrico

Azitromicina (125)

Cefaclor (134)

6 meses e 12 anos

30

Azitromicina (3)

Cefaclor (10)

Kafetzis et al.,

1997 [21]

Randomizado, simples-cego, multicêntrico

Claritromicina (77)

Cefuroxime axetil (75)

2,4 +/- 0,2 anos

35

7

Snedden et al.,

1999 [22]

Randomizado

Meropenen (253) Cefotaxime (252)

Não relatado

Não relatado

Meropenem (15) Cefotaxime (14)

Dohar et al.,1999 [23]

Aberto, multicêntrico, com

um grupo prospectivo e dois

grupos retrospectivos

Ofloxacina (143)

3,6 anos

20

10

Mccarty et al.,

2000 [24]

Randomizado,

simples-cego, com grupo paralelo,

fase III

Claritromicina (268) Penicilina V (260)

7,56 anos

32

Claritromicina (5) Penicilina V (10)

Tabela 1 Caracterização dos estudos incluídos na revisão sistemática.

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48

Autor/Ano Tipo de estudo Número total de crianças que

utilizaram antibiótico no estudo

Média de idade Tempo de

estudo (dias)

Tempo médio de uso de

antibiótico (dias)

Aguilar et al.,

2000 [25]

Randomizado,

simples-cego,

multicêntrico, com

grupo paralelo

Amoxicilina (517)

2 a 12 anos

365

7

Ferwerda et al.,

2001 [26]

Randomizado,

duplo-cego, duplo-

simulado,

multicêntrico

Azitromicina (56)

Amocixilina+clavulonato (54)

3,8 a 2,7 anos

30

Não relatou

Jantausch et al.,

2003 [27]

Randomizado,

aberto, controlado

por comparador,

fase III

Linezolide (104)

Vancomicina (48)

0 a 12 anos

300

10 a 28

Pareek et al., 2008

[28]

Prospectivo,

randomizado,

comparador ativo,

multicêntrico

Cefotaxime-sulbactam (50)

Amoxilina+clavulonato (52)

3 meses a 12 anos 455 Não relatou

Baidya et al., 2017

[29]

Observacional

198 crianças

3 anos

365

6,9

Tabela 1 Caracterização dos estudos incluídos na revisão sistemática (continuação).

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Autor/Ano

Classe de antibiótico

Método usado para avaliar

causalidade

Ponto de corte (causalidade)

para confirmação da

RAM

Tipos de RAM e

antibióticos relacionados

Severidade

%RAM (incidência,

prevalência) no geral

Jacobs et al.,

1992 [19]

Cefalosporinas

Médico observador

Possíveis,

provavelmente, ou quase certamente relacionado com

as drogas

Cefuroxime - diarreia (7), dor abdominal (2), assaduras (4)

Cefadroxil - diarreia (1), vômito (1), assaduras (3)

Não relata

7,9% (Cefuroxima axetil)

6,1% (cefadroxil)

Rodriguez et al., 1996 [20]

Cefalosporinas e

macrolideos

Obsevado pelos pesquisadores

Provavelmente ou

possivelmente relacionados

Azitromicina

(gastrointestinais/vomito) Cefaclor (diarreia, erupção

eritrematosa)

Nenhuma foi considerado

grave

5,26% (Azitromicina)

6,66% (Cefaclor)

Kafetzis et al.,

1997 [21]

Macrolideo e cefalosporina

Um investigador-cego

Possivelmente ou

remotamente relacionado

Sistema digestivo (diarreia, dispepsia, gastroenterite, náusea, dor abdominal,

vômito) e pele (rash cutâneo)

Média e

moderada

16,88% (Claritromicina) 20% (cefuroxime axetil)

Snedden et al.,

1999 [22]

Cefalosporina e

carbapenens

Investigador do estudo

Possivelmente e provavelmente

relacionada

Meropenen (pielonefrite,

erupção geniturinária, cultura positiva para Clostridium difficile, diarreia, anemia,

leucopenia, trombocitopenia) Cefotaxima (eritema

multiforme, leucopenia/ enzimas hepáticas elevadas)

Não relatada

17% Meropenem 12% cefotaxime

Tabela 2 .Perfil de reações adversas a antibióticos.

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Autor/Ano

Classe de

antibiótico

Método usado para avaliar

causalidade

Ponto de corte

(causalidade)

para

confirmação da

RAM

Tipos de RAM e

antibióticos relacionados

Severidade

%RAM (incidência,

prevalência) no geral

Dohar et al.,

1999 [23]

Quinolonas Investigador do estudo Possivelmente e

provavelmente

relacionada

Auditivo: Dor de Ouvido,

Otorragia, Zumbido. Sentidos

especiais: Distorção de

sabor, erupção cutânea.

Corpo inteiro: Febre, Sistema

nervoso: Parestesia

Leve,

moderada e

graves

12,8%

Mccarty et al.,

2000 [24]

Macrolideo e

Penicilina

Investigador do estudo

Possivelmente e

provavelmente

relacionada

Claritromicina (vômitos,

erupção cutânea e diarreia);

Penicilina V (dor abdominal e

cefaleia)

Média,

moderada e

severa

13% (Claritromicina)

12% (Penicilina V)

Aguilar et al.,

2000 [25]

Penicilinas Opinião de investigador Não relatou Dor abdominal, reação

alérgica, dermatite, diarreia,

gastroenterite, nervosismo,

erupção cutânea, erupção

macrulpapular, sonolência,

perversão do paladar,

urticária e vômitos

Leve a

moderada,

apenas uma

considerada

grave

5,34% (Amoxicilina b.d.)

2,75% (Amoxycillin t.d.s.)

Ferwerda et al.,

2001 [26]

Macrolideo e

cefalosporina

Opinião de um médico

pesquisador

Possivelmente

relacionada,

provavelmente e

certamente

Gastrointestinal, erupções

cutâneas e febre (relação a

cada antibiótico não está

clara)

Nenhuma

considerada

séria

24% (azitromicina)

47% (amocixilina+

clavulonato)

Tabela 2 .Perfil de reações adversas a antibióticos (continuação).

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Autor/Ano Classe de

antibiótico

Método usado para avaliar

causalidade

Ponto de corte

(causalidade)

para

confirmação da

RAM

Tipos de RAM e

antibióticos relacionados

Severidade %RAM (incidência,

prevalência) no geral

Jantausch et

al., 2003 [27]

Oxazolidinonas e

glicopeptídeos

Investigador e exames

laboratoriais

Não relatou Anemia, diarreia, fezes

moles, candidíase oral,

náusea, pancitopenia,

erupção cutânea,

trombocitose, vômitos

Não relata 17,47% Linezolida

23,91% vancomicina

Pareek et al.,

2008 [28]

Penicilinas Opinião de investigador Possivelmente

relacionada,

definitivamente

relacionada

Diarreia, dor no local da

injeção, vomito, convulsão,

erupções cutâneas (relação a

cada antibiótico não está

clara)

Não relata 10% (cefotaxime-

sulbactam)

15,38% (amoxilina-

clavulonato)

Baidya et al.,

2017 [29]

Cefalosporinas,

Betalactamicos,

Glicopéptidico,

Aminoglicosídeos,

Nitroimidazólicos,

Fluoroquinolonas,

Antituberculares,

Macrolídeos,

Aciclovir,

Antimalaricos,

Oxazolidinonas,

Antifúngico,

Cotrimoxazol,

Mupiracon.

World Health Organization

and Uppsala Monitoring

Center criteria

Possívelmente

relacionada

Erupções cutâneas (3); fezes

moles (3)

Não

considerada

séria

3,03% (6/198)

Tabela 2 .Perfil de reações adversas a antibióticos (continuação).

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52

Discussão

Na literatura, há muitos estudos sobre as reações adversas causadas por

medicamentos em crianças [30-32] e o risco do uso de antibióticos em crianças

hospitalizadas tem se tornado um tema frequente, pois esta é a classe de

medicamentos mais frequentemente associada a problemas relacionados a

medicamentos, como as reações adversas [33]. Porém, ainda há poucas

revisões sistemáticas sobre o tema que discutam sobre como é feita a avaliação

da causalidade destas reações [34, 35].

Este aspecto gera uma lacuna importante na prática de saúde baseada

em evidências, visto que, sem a clareza sobre a causalidade destas reações, as

decisões dos profissionais de saúde poderão ser comprometidas ou limitadas.

Logo, esta revisão sistemática estimula a discussão sobre a ausência da análise

da causalidade das RAM nos estudos, uma vez que isto pode subestimar ou

superestimar a relação entre os antibióticos e as RAM em crianças

hospitalizadas.

Embora a maioria dos estudos incluídos nesta revisão não tenham

utilizado instrumentos específicos para avaliar a causalidade e nem justificado o

motivo de tal escolha, outros estudos descritos na literatura relatam o uso de

uma determinada escala [34, 36]. A avaliação da causalidade em casos

individuais de RAM é necessária para estabelecer se existe uma associação

entre o evento clínico adverso e o medicamento suspeito [34, 37]. Dessa forma,

muitas escalas foram desenvolvidas com esse propósito, a fim de avaliar a

relação entre um medicamento e um evento adverso em um determinado

paciente. O sistema de causalidade World Health Organization and Uppsala

Monitoring Center criteria (OMS-UMC), por exemplo, utilizado em apenas um

estudo nesta revisão, leva em consideração os aspectos clínico-farmacológicos

e a qualidade da documentação para avaliação das reações [38].

O Algoritmo de Naranjo, bastante utilizado nos estudos devido à sua

simplicidade, utiliza critérios associados ao conhecimento das RAM já relatadas

e disponíveis na literatura. Ele consiste em 10 perguntas que são respondidas

com “Sim”, “Não” ou “Não sei” e valores são atribuídos a cada resposta. A

somatória dos valores atribuídos a cada um dos itens do algoritmo permite

estabelecer a relação de causalidade [37]. Ademais, outros instrumentos, como

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53

o algoritmo de Karch & Lasagna, o algoritmo de Begaud e o de Jones também

são descritos na literatura [39]. Dessa forma, o uso de escalas de avaliação de

reações adversas sugere uma medida confiável e reprodutível da causalidade.

Com relação a incidência de RAM na antibioticoterapia, ela foi

considerada alta em comparação a estudos com adultos [40,41]. Isso pode ser

explicado pelas características fisiológicas das crianças, o que pode

comprometer a absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos

medicamentos [42]. A absorção pode ser afetada por diferentes fatores. A

variação de pH, por exemplo, pode interferir diretamente na estabilidade de um

fármaco. Além disso, o esvaziamento gástrico e motilidade intestinal também

apresentam alterações na fase inicial da vida, o que pode aumentar o tempo

necessário para o fármaco alcançar concentrações terapêuticas. Em recém-

nascidos, o peristaltismo também é irregular e lento, ocorrendo aumento do

tempo de absorção [42].

A distribuição de fármacos é dependente de idade e composição corpórea

(especialmente os espaços extracelulares e de água total do corpo). Assim, o

volume deste compartimento pode ser importante para determinar a

concentração do fármaco no seu sítio ativo, visto que muitos se distribuem

através do espaço extracelular [43]. O metabolismo hepático também sofre

alterações de acordo a idade da criança. As enzimas envolvidas na

biotransformação de fármacos sofrem mudanças específicas e muitas reações

têm a sua velocidade reduzida. Como consequência, alguns fármacos

apresentam toxicidade [44]. Além disso, são observados baixos níveis de

atividade enzimática (CYP3A4) em crianças até três meses de idade, o que pode

comprometer o metabolismo de alguns fármacos [42].

Na excreção, a eliminação renal depende de alguns fatores como proteína

ligadora plasmática, fluxo sanguíneo renal, filtração glomerular renal (FGR) e

secreção tubular. Entretanto, todos esses fatores estão alterados nos primeiros

dois anos de vida, comprometendo os mecanismos de depuração renal [45,46].

Ademais, não são realizados ensaios clínicos com crianças, e isso leva a

imprevisibilidade dos eventos associados ao uso de medicamentos. Dessa

forma, estudos que descrevam a incidência de RAM para cada medicamento são

importantes, visto que podem auxiliar na conduta clínica e assim, aumentar a

segurança do paciente.

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Nesta revisão, as classes farmacológicas dos antibióticos que mais

provocaram RAM foram as cefalosporinas e as penicilinas. Um estudo

prospectivo, realizado em um hospital terciário, com o objetivo de detectar e

analisar RAM em pacientes em uso de antibióticos, mostrou que as principais

classes envolvidas também foram as cefalosporinas, representando 34. 69% das

reações identificadas, seguidas de fluoroquinolonas (30,61%) e penicilinas

(14,28%) [36]. Ademais, outros estudos também revelaram a predominância de

reações a cefalosporinas e as penicilinas [47, 48]. Dessa forma, outras pesquisas

corroboram com os dados encontrados nesta revisão, mostrando a necessidade

de maior atenção para essas classes de antibióticos.

Andrade e colaboradores (2017) [49], em coorte realizada em hospital

com população de estudo de 0-14 anos, observaram que pacientes que fizeram

uso de antibióticos sistêmicos têm 2,75 vezes mais chance de ter uma RAM do

que aqueles que não utilizaram. Nos estudos incluídos nesta revisão as RAM

mais associadas ao uso de antibióticos foram febre, erupções cutâneas,

problemas gastrointestinais, vômitos e diarreia. Em revisão sistemática e

metanálise sobre incidência de RAM em hospitais terciários com pacientes de

todas as faixas etárias, foram relatadas reações cutâneas e síndrome de Steven

Johnson como tipos RAM mais associadas a antibióticos [50]. Ademais, Lftikhar

e colaboradores (2018) [51], em estudo multicêntrico realizado no Paquistão com

1269 pacientes, de todas as faixas etárias, sobre a causalidade de RAM a

antibióticos, observaram que os órgãos frequentemente associados também

foram o trato gastrointestinal e a pele.

Com relação a severidade a maioria dos estudos incluídos nessa revisão

classificaram como leves a moderadas. Estudo prospectivo, realizado em um

hospital terciário na Índia, corrobora com os dados desta revisão, ao

classificarem a severidade das 143 RAM a antibióticos encontradas em

pacientes pediátricos e adultos, como leve (89%) e moderada (11%) [52]. Dessa

forma, é importante o monitoramento das RAM e intervenção da equipe de

saúde, para garantir o uso racional de medicamentos e segurança do paciente.

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Forças e limitações

Esta revisão tem como pontos fortes o número de bases de dados

utilizadas para uma busca ampla na literatura sobre o tema, além da análise do

perfil das reações adversas a antibióticos. Como limitações, a falta de uma

avaliação da qualidade metodológica dos estudos incluídos.

Conclusão

Na revisão, a incidência de RAM a antibióticos foi alta, quando comparada

a outros estudos e a severidade foi classificada como leve a moderada. As

principais classes de antibióticos associados a RAM em pacientes pediátricos

foram as cefalosporinas e penicilinas e com relação a causalidade, a maioria dos

estudos não utilizaram um instrumento especifico para essa avalição.

Nesse contexto, os resultados deste estudo fornecem um perfil de RAM

em pacientes pediátricos em uso de antibióticos e uma visão sobre a importância

do monitoramento e da prescrição criteriosa de antibióticos para reduzir os danos

que podem resultar das reações. Ademais, é necessária uma documentação

adequada, o uso de instrumentos para avaliar a causalidade das reações, bem

como a realização de notificações para os centros de farmacovigilância, a fim de

aprimorar o cuidado e garantir a segurança dos pacientes.

Agradecimentos

Esta pesquisa contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Conflito de Interesse

Não há conflito de interesses.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 - ESTRATÉGIA DE BUSCA NAS BASES DE DADOS

#1 "Drug-related Side Effects and Adverse Reactions" OR "Drug Related

Side Effects and Adverse Reactions" OR "Adverse Drug Event" OR

"Adverse Drug Events" OR "Drug Event, Adverse" OR "Drug Events,

Adverse" OR "Side Effects of Drugs" OR "Drug Side Effects" OR "Drug

Side Effect" OR "Effects, Drug Side" OR "Side Effect, Drug" OR "Side

Effects, Drug" OR "Adverse Drug Reaction" OR "Adverse Drug Reactions"

OR "Drug Reaction, Adverse" OR "Drug Reactions, Adverse" OR

"Reactions, Adverse Drug" OR "Drug Toxicity" OR "Toxicity, Drug" OR

"Drug Toxicities" OR "Toxicities, Drug"

#2 "Anti-Bacterial Agents" OR "Agents, Anti-Bacterial" OR "Anti Bacterial

Agents" OR "Antibacterial Agents" OR "Anti-Bacterial Compounds" OR

"Anti Bacterial Compounds" OR "Compounds, Anti-Bacterial" OR

"Bacteriocidal Agents" OR "Agents, Bacteriocidal" OR "Bacteriocides" OR

"Anti-Mycobacterial Agents" OR "Agents, Anti-Mycobacterial" OR "Anti

Mycobacterial Agents" OR "Antimycobacterial Agents" OR "Agents,

Antimycobacterial" OR "Antibiotics" OR "Antibiotic" OR "Antibiotic

Prophylaxis" OR "Prophylaxis, Antibiotic" OR "Premedication, Antibiotic"

OR "Antibiotic Premedication" OR "Antibiotic Premedications" OR

"Premedications, antibiotic"

#3 "Infant, Newborn" OR "Infants, Newborn" OR "Newborn Infant" OR

"Newborn Infants" OR "Newborns" OR "Newborn" OR "Neonate" OR

"Neonates" OR "Infant" OR "Infants" OR "Child, Preschool" OR "Preschool

Child" OR "Children, Preschool" OR "Preschool Children" OR "Child" OR

"Children"

#4 "Cohort studies" OR "Cohort Study" OR "Studies, Cohort" OR "Study,

Cohort" OR "Concurrent Studies" OR "Studies, Concurrent" OR

"Concurrent Study" OR "Study, Concurrent" OR "Closed Cohort Studies"

OR "Cohort Studies, Closed" OR "Closed Cohort Study" OR "Cohort

Study, Closed" OR "Study, Closed Cohort" OR "Studies, Closed Cohort"

OR "Analysis, Cohort" OR "Cohort Analysis" OR "Analyses, Cohort" OR

"Cohort Analyses" OR "Historical Cohort Studies" OR "Cohort Study,

Historical" OR "Historical Cohort Study" OR "Study, Historical Cohort" OR

"Studies, Historical Cohort" OR "Cohort Studies, Historical" OR "Incidence

Studies" OR "Incidence Study" OR "Study, Incidence" OR "Studies,

Incidence" OR "Case-Control Studies" OR "Case-Control Study" OR

"Studies, Case-Control" OR "Study, Case-Control" OR "Case-Comparison

Studies" OR "Case Comparison Studies" OR "Case-Comparison Study"

OR "Studies, Case-Comparison" OR "Study, Case-Comparison" OR

"Case-Compeer Studies" OR "Studies, Case-Compeer" OR "Case-

Referrent Studies" OR "Case Referrent Studies" OR "Case-Referrent

Study" OR "Studies, Case-Referrent" OR "Study, Case-Referrent" OR

"Case-Referent Studies" OR "Case Referent Studies" OR "Case-Referent

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Study" OR "Studies, Case-Referent" OR "Study, Case-Referent" OR

"Case-Base Studies" OR "Case Base Studies" OR "Studies, Case-Base"

OR "Case Control Studies" OR "Case Control Study" OR "Studies, Case

Control" OR "Study, Case Control" OR "Nested Case-Control Studies" OR

"Case-Control Studies, Nested" OR "Case-Control Study, Nested" OR

"Nested Case Control Studies" OR "Nested Case-Control Study" OR

"Studies, Nested Case-Control" OR "Study, Nested Case-Control" OR

"Matched Case-Control Studies" OR "Case-Control Studies, Matched" OR

"Case-Control Study, Matched" OR "Matched Case Control Studies" OR

"Matched Case-Control Study" OR "Studies, Matched Case-Control" OR

"Study, Matched Case-Control" OR "Longitudinal Studies" OR

"Longitudinal Study" OR "Studies, Longitudinal" OR "Study, Longitudinal"

OR "Random Allocation" OR "Allocation, Random" OR "Randomization"

OR "Clinical Trials, Randomized" OR "Trials, Randomized Clinical" OR

"Controlled Clinical Trials, Randomized" OR "Randomized Controlled

Trial" OR "Randomized Controlled Trials" OR "Controlled Clinical Trial"

OR "Controlled Clinical Trials" OR "Clinical Trial" OR "Clinical Trials"

#5 “Hospitals” [MeSH Terms] OR “Hospital”

#6 #1 AND # 2 AND #3 AND #4 AND # 5

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