reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE QUÍMICA CAIO COSTA OLIVEIRA REAÇÕES DE HECK INTERMOLECULARES COM OLEFINAS NÃO- ATIVADAS. PROCESSOS DIRECIONADOS PELO SUBSTRATO E FORMAÇÃO ENANTIOSSELETIVA DE CENTROS TERCIÁRIOS E QUATERNÁRIOS NA PRESENÇA DE LIGANTES NITROGENADOS CAMPINAS 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE QUÍMICA

CAIO COSTA OLIVEIRA

REAÇÕES DE HECK INTERMOLECULARES COM OLEFINAS NÃO-ATIVADAS. PROCESSOS DIRECIONADOS PELO SUBSTRATO E FORMAÇÃO ENANTIOSSELETIVA DE CENTROS TERCIÁRIOS E

QUATERNÁRIOS NA PRESENÇA DE LIGANTES NITROGENADOS

CAMPINAS

2015

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CAIO COSTA OLIVEIRA

REAÇÕES DE HECK INTERMOLECULARES COM OLEFINAS NÃO-ATIVADAS. PROCESSOS DIRECIONADOS PELO SUBSTRATO E FORMAÇÃO ENANTIOSSELETIVA DE CENTROS TERCIÁRIOS E

QUATERNÁRIOS NA PRESENÇA DE LIGANTES NITROGENADOS

Tese de Doutorado apresentada ao Instituto de

Química da Universidade Estadual de Campinas

como parte dos requisitos exigidos para a obtenção

do título de Doutor em Ciências.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Roque Duarte Correia

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO CAIO COSTA OLIVEIRA, E ORIENTADA PELO PROF. DR. CARLOS ROQUE DUARTE CORREIA.

CAMPINAS

2015

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.

...E aquilo que nesse momento se revelará aos povos

Surpreenderá a todos não por ser exótico

Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto

Quando terá sido o óbvio...

Caetano Veloso

Eu sei de muito pouco. Mas tenho a meu favor tudo o que não sei e por ser um campo virgem está livre de preconceitos.

Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor: é minha largueza. É com ela que eu compreenderia tudo. Tudo o que eu não sei é que constitui a minha verdade.

Clarice Lispector

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Agradecimentos

Agradeço à Fapesp pela bolsa de doutorado e ao CNPq e à Capes pelo apoio

financeiro durante a realização deste projeto.

Ao Instituto de Química da Unicamp pela excelente infraestrutura e aos seus

funcionários dedicados. Especialmente à Bel da CPG e aos técnicos da RMN,

Anderson, Paula, Sônia e Gustavo.

Aos colegas do departamento de Química Orgânica, pelas discussões, cafés,

lanches e empréstimos de reagentes e materiais.

Aos Professores Silvio Cunha, Jorge David e Rita Cerqueira pelo incentivo e

preocupação em proporcionar boa formação aos seus estudantes.

À minha família, pelo suporte, incentivo e paciência para lidar com minha

ausência (e presença) ao longo dos últimos 5 anos.

Aos meus amigos de Basel pelos ensinamentos, discussões, beer tasting,

e pela viagem à República Tcheca. Além é claro, da ajuda com os cálculos teóricos.

Aos integrantes do LASSO pela paciência, discussões (calorosas ou não)

sobre química, pelos momentos mundanos, etílicos, pelos churrascos e pela

diversão nos congressos... Em especial aos mais antigos (estes respiraram fundo

mais vezes): Cristiane, Francisco e Ricardo.

Um agradecimento especial para Rafaela, Francisco e Ricardo pela correção

da tese. Obviamente, eles são inocentes quanto aos meus desacertos.

Ao Professor Andreas Pfaltz da Universidade de Basel pela confiança e

orientação durante o ano em que trabalhei no seu grupo de pesquisa.

Por fim e longe de ser menos importante, agradeço ao Professor Carlos

Roque pelo exemplo de educação, orientação, dedicação e esforço constante para

nos motivar (mesmo nos momentos em que temos certeza que só ele enxerga

salvação para o projeto). Pelas conversas filosóficas e/ou químicas. Pela liberdade e

incentivo para que nós possamos criar e desenvolver projetos. Este somatório de

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qualidades torna este Professor a personificação do que denominamos

ORIENTADOR. Por isso, meus agradecimentos a ele são repletos de carinho e

admiração.

Page 8: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

Resumo

Olefinas não-ativadas são substratos reconhecidamente desafiadores para a

reação de Heck devido aos relatos de isomerização dos produtos e material de

partida pelos complexos de Pd(II). Contudo, devido ao seu potencial sintético, novas

metodologias eficientes para contornar este problema são altamente desejáveis.

Neste cenário, serão apresentados nesta Tese de Doutorado os esforços sintéticos

para aplicar a reação de Heck-Matsuda como uma alternativa eficiente e confiável

para a arilação régio e estereosseletiva de olefinas não-ativadas cíclicas e acíclicas.

A primeira parte dos resultados consiste na arilação de malonatos alilados e

-Matsuda

-, quimio- e estereosseletividade observada foi

atribuída à quelação das espécies de Pd (II) pelas carbonilas presentes no material

de partida. Posteriormente, uma estratégia similar foi desenvolvida para arilação de

ciclopentenos substituídos em elevados níveis de diferenciação facial. Esta

metodologia foi aplicada na síntese em 5 etapas do imunossupressor VPC01091,

Posteriormente, são apresentados os esforços realizados para a

dessimetrização de olefinas cíclicas que resultaram no desenvolvimento da primeira

metodologia enantiosseletiva para a reação de Heck-Matsuda. Por fim, o

aperfeiçoamento do método, bem como, a síntese de novos ligantes quirais

permitiram extrapolar a metodologia para olefinas acíclicas com excelentes níveis de

enantiosseleção para a formação de centros estereogênicos terciários e

quaternários. O potencial sintético desta transformação foi demonstrado para a

síntese do bloqueador de canal de cálcio (R)-verapamil.

Page 9: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

Abstract

Non-activated olefins are challenging substrates for the Heck reaction due the

frequent isomerization of products and starting materials by Pd (II) complexes.

However, owing to its synthetic potential, new efficient methods to circunvent these

issues are highly desirable. In this scenario, in this Doctoral Thesis are presented

synthetic efforts to implement the Heck-Matsuda reaction as an efficient and reliable

alternative for the regio- and stereoselective arylation of cyclic and acyclic non-

activated olefins.

The first part of the results consists in the arylation of allylated-malonates and

its synthetic applications. In this process, called "Substrate-directed Heck-Matsuda

reaction" the observed regio-, chemo- and stereoselectivity were attributed to the

chellation of cationic Pd (II) species to carbonyls groups present in the starting

material. Moreover, a somewhat similar strategy was developed for the arylation of

substituted cyclopentenes with high levels of facial differentiation. This method was

applied in the synthesis of the immunosuppressive VPC01091 in 5 steps.

Finally, efforts for the development of the first enantioselective Heck-Matsuda

reaction is discussed by means of cyclic olefins desymmetization. Additionally, the

improvement of this method, as well as, synthesis of new chiral ligands allowed its

use to build tertiary and quaternary stereocenters from acyclic olefins in excellent

levels of enantioselection. The synthetic potential of this transformation was

demonstrated by the total synthesis of the calcium channel blocker (R)-verapamil.

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Lista de Esquemas

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Reação de Heck entre olefinas não-ativadas (16) e ácidos aril-borônicos (17). __________ 26 Tabela 2. Heck-Matsuda enantiosseletiva na presença de sais de prata. ________________________ 80 Tabela 3. Heck-Matsuda enantiosseletiva utilizando Zn(OTf)2 como aditivo. ______________________ 81 Tabela 4. Heck-Matsuda enantiosseletiva na presença de bases. ______________________________ 83 Tabela 5. Avaliação da fonte de paládio para a Heck-Matsuda enantiosseletiva. __________________ 95 Tabela 6. Avaliação do solvente para a Heck-Matsuda enantiosseletiva. ________________________ 97 Tabela 7. Avaliação da base para a Heck-Matsuda enantiosseletiva ____________________________ 98 Tabela 8. Otimização da relação Pd/ligante na Heck-Matsuda enantiosseletiva. ___________________ 99 Tabela 9. Reação de Heck-Matsuda com álcoois alílicos não-simétricos. _______________________ 111

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Lista de Figuras

Figura 1, Espectro de RMN-1H do cinamil-malonato 47a (+ isômeros). __________________________ 37 Figura 2. Acompanhamento da reação de Heck-Matsuda por ESI-MS. __________________________ 41 Figura 3, Complexos de paládio catiônico contendo o aduto de Heck. __________________________ 42 Figura 4, Estrutura do Fingolimod (94). ___________________________________________________ 54 Figura 5. Estereoisômeros do VPC01091, ________________________________________________ 55 Figura 6. Espectro de RMN-1H (CD3OD, 250 MHz) aril-ciclopenteno 124q. ______________________ 65 Figura 7. Incrementos de nOe em 124n. _________________________________________________ 66 Figura 8. Espectro de RMN-13C (CD3OD, 500 MHz) do aril-ciclopenteno 124s. ___________________ 67

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Sumário

1. Introdução ........................................................................................................................ 17

2. Resultados ....................................................................................................................... 33

2.1, Arilação quimio-, régio- e estereosseletiva de alil-malonatos ..................................... 33

2.1.1. Aspectos gerais .................................................................................................. 33

2.1.2. Resultados e discussão ...................................................................................... 36

2.1.3. Conclusão ........................................................................................................... 50

2.2. Síntese estereosseletiva de aril-ciclopentenos funcionalizados. Aplicação na síntese do VPC01091 ................................................................................................................... 51

2.2.1. Aspectos gerais .................................................................................................. 51

2.2.2. Resultados e discussão. ..................................................................................... 60

2.2.3. Conclusão ........................................................................................................... 73

2.3. Os primeiros exemplos da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva. Dessimetrização de olefinas cíclicas não-ativadas. .......................................................... 74

2.3.1. Aspectos gerais .................................................................................................. 74

2.3.2. Resultados e discussão ...................................................................................... 78

2.3.3. Conclusão ........................................................................................................... 88

2.4. Arilação enantiosseletetiva de olefinas acíclicas ....................................................... 89

2.4.1. Aspectos gerais .................................................................................................. 89

2.4.2. Resultados .......................................................................................................... 93

2.4.3. Conclusão ......................................................................................................... 113

2.5. Construção de centros estereogênicos quaternários ............................................... 114

2.5.1. Aspectos gerais ................................................................................................ 114

2.5.2. Resultados e discussão .................................................................................... 117

2.5.3. Conclusão ......................................................................................................... 128

3. Conclusão geral ............................................................................................................. 129

4. Parte Experimental ........................................................................................................ 131

4.1. Considerações gerais .............................................................................................. 131

4.2. Arilação quimio-, régio e estereosseletiva de alil-malonatos .................................... 134

4.3. Síntese estereosseletiva de aril-ciclopentenos funcionalizados. Aplicação na síntese do VPC01091 ................................................................................................................. 143

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4.4. Os primeiros exemplos da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva. Dessimetrização de olefinas cíclicas não-ativadas ......................................................... 161

4.5. Arilação enantiosseletiva de olefina acíclicas .......................................................... 169

4.5.1. Construção de centros estereogênicos terciários .............................................. 169

4.5.2. Construção de centros estereogênicos quaternários ........................................ 185

5. Referências.................................................................................................................... 210

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17

1. Introdução

A funcionalização de moléculas orgânicas através da formação de novas

ligações C-C é um dos pilares da síntese química. As metodologias capazes de

realizar estas transformações de forma eficiente em moléculas complexas tendem a

alcançar grande popularidade na comunidade científica. Como exemplos, pode-se

citar as reações aldólicas (1839), de Michael (1883), Wittig (1919) e Diels-Alder

(1924), que ainda hoje são alvos de estudos, aprimoramentos e aplicações em

síntese total. De forma geral, estas reações clássicas estão baseadas na reatividade

de grupos funcionais, majoritárioitariamente derivados carbonílicos e/ou

heteroátomos, que facilitam a incorporação tanto de eletrófilos quanto nucleófilos

nos átomos de carbono vizinhos a eles.1

As reações citadas acima permaneceram durante muito tempo como as

principais ferramentas para a formação de ligações C-C. Um incremento significativo

no arsenal dos métodos sintéticos e que permitiu a expansão para o uso de

substratos, até então pouco usuais, foi o descobrimento dos acoplamentos cruzados

no início da década de 1970.2 Estas reações foram desenvolvidas essencialmente

-

orgânicos através de um conjunto de três etapas elementares:(1) adição oxidativa.

(2) transmetalação com um nucleófilo e por fim. (3) eliminação redutiva para

restaurar o catalisador (Esquema 1)

Os substituintes presentes nos haletos/pseudo-haletos influenciam

especialmente na cinética das reações (Esquema 1). Do ponto de vista mecanístico,

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18

este fenômeno pode ser explicado pelo fato de que apenas as ligações C-X (Ar-X) e

C- (M-R) são rompidas no processo, minimizando a

participação de substituintes vizinhos a estas ligações. O cenário oposto é

observado nas reações clássicas mencionadas anteriormente, para as quais, a

carbonila ou heteroátomos são importantes requisitos no processo. Por exemplo,

carbonos alifáticos e olefinas conjugadas nas reações aldólicas e de Michael,

respectivamente. Nestes casos, diz-se que a carbonila atua como um substituinte

ativante para os grupos funcionais ligados a ela.1

Esquema 1. Influência dos grupos funcionais nos acoplamentos cruzados e reações

de Heck, Michael e aldólica.

Outra transformação catalisada por paládio descoberta na mesma época dos

acoplamentos cruzados foi a reação de Mizoroki-Heck. Mecanisticamente, esta

reação difere das demais por não haver as etapas de transmetalação e eliminação

redutiva convencional para a formação a ligação C-C. Neste caso, o organopaládio

formado adiciona-se a uma olefina através da inserção migratória (carbopaladação)

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19

syn (Esquema 1). A restauração da olefina é realizada pela -eliminação do hidreto

de paládio. A complexidade destas etapas impõe grandes desafios à reação de

Mizoroki-Heck, entre eles, destacam-se o régio- e estereocontrole durante a

carbopaladação e a possibilidade de formação de isômeros posicionais das olefinas,

caso exista mais de um hidrogênio passível de ser eliminado nos átomos de

carbono vizinhos ao paládio.3

O mecanismo da reação de Mizoroki-Heck faz com que ela esteja em um

ponto intermediário entre as reações clássicas e os acoplamentos cruzados no que

diz respeito à influência dos substituintes da olefina. Considerando-as como um

iste uma modificação estrutural significativa após a

carbopaladação decorrente do rompimento da ligação C-C e da formação de duas

novas ligações (Esquema 1). Apesar da presença de carbonilas e/ou

heteroátomos ligados às olefinas não ser um pré-requisito para que a reação ocorra,

a perturbação eletrônica promovida por estes grupos funcionais permite um

regiocontrole mais eficiente para a inserção do paládio, uma vez que normalmente o

paládio se insere no carbono olefínico mais rico em elétrons.

Em relação à -eliminação, a estratégia estrutural mais comum para a

maximização da seletividade é a utilização de substratos com apenas um tipo de

hidrogênio disponível, seja pelo uso de substratos cíclicos ou em reações

intramoleculares.3

Estas características da reação de Mizoroki-Heck implicam em sérias

restrições quanto à utilização de olefinas substituídas unicamente por grupos

alquílicos, denominadas como não-ativadas (Esquema 2). A interferência eletrônica

destes substituintes nos substratos não é tão acentuada, tornando suas reações

Page 19: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

20

pouco seletivas em relação à inserção do paládio. Além disso, a migração da olefina

ao longo da cadeia carbônica, promovida por espécies reativas de hidreto de

paládio, promove a obtenção de misturas de isômeros posicionais do produto final.

Este fato torna a reação de Mizoroki-Heck com olefinas não-ativadas um desafio e

são raros os casos nas quais altos níveis de seletividade são alcançados (Esquema

2).

Esquema 2. Reação de Heck com olefinas eletronicamente distintas.

Uma aplicação elegante da reação de Heck intramolecular com uma olefina

não-ativada foi descrita por Thomson e colaboradores em 2014 na síntese do

diterpeno citotóxico maoecristal V (4) (Esquema 3).4 Os espirociclos 2 e 3 foram

obtidos em proporção de 1:4 após reação de Heck intramolecular com o

intermediário 1, seguida da remoção in situ do protetor de silício. Como pode ser

visto na proposta de ciclo catalítico, o aduto primário para esta transformação é o

composto 2. Ele é formado a partir ciclização estereosseletiva que define a

configuração no carbono espiro (C-D). Neste intermediário, apenas um hidrogênio

possui orientação adequada para realizar a -eliminação syn. Normalmente, o

intermediário E é negligenciado nas descrições de ciclos catalíticos na literatura

mas, após a -eliminação, o hidreto de paládio permanece coordenado à nova

olefina e pode ser decomposto na presença da base para regenerar o catalisador de

Page 20: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

21

Pd (0) e liberar o aduto primário da reação de Heck [2 (OTIPS)] ou isomerizar para

formar o complexo F. Este intermediário pode sofrer uma nova inserção do hidreto

de paládio para formar o organopaládio G e realizar a -eliminação com um dos dois

hidrogênios vizinhos. Um que irá regenerar F ou com aquele que dará origem ao

complexo H, que após a degradação do hidreto de paládio dará origem ao aduto de

Heck isomerizado [3 (OTIPS)]. Uma vez que as etapas de adição de hidreto/ -

eliminação ocorrem em condições de equilíbrio, duas características experimentais

são essenciais para a obtenção do aduto isomerizado como majoritárioitário: 1) o

longo tempo reacional, 6 dias sob aquecimento a 126 ºC e 2) a presença da base

volumosa N-metil-2,2,6,6-tetrametil-piperidina (PMP) (5), que aumenta a meia-vida

do hidreto de paládio no meio reacional (Esquema 3).

O exemplo da reação de Heck com a olefina não-ativada durante a síntese do

maoecristal V (4) exemplifica as dificuldades encontradas neste tipo de

transformação. Apesar do controle perfeito na regiosseletividade da ciclização, não

foi possível obter apenas um isômero posicional do produto final. Este fato pode ser

explicado pelas similaridades eletrônicas entre as olefinas (E e H - Esquema 3) e os

hidrogênios (G - Esquema 3) que produzem complexos e fontes de hidretos

energeticamente semelhantes, respectivamente.

Em versões intermoleculares para a arilação de olefinas não-ativadas são

encontrados os mesmos problemas. No entanto, uma dificuldade adicional consiste

no controle da regiosseletividade durante a etapa de carbopaladação em

decorrência da baixa diferenciação eletrônica entre os carbonos da dupla ligação.

De forma geral, este controle pode ser alcançado por três maneiras distintas: 1)

natureza eletrônica do intermediário de paládio, que pode ser neutro ou catiônico; 2)

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22

direcionamento do substrato através da quelação com as espécies de aril-paládio, e

3) utilização de ligantes que potencializem a capacidade de diferenciação entre os

carbonos olefínicos, por razões eletrônicas e/ou estéricas.

Esquema 3. Reação de Heck intramolecular na síntese do maoecristal V (4).

A rota catiônica da reação de Heck acontece quando o contra-íon do paládio

após a adição oxidativa é uma espécie não coordenante. Estes intermediários são

formados diretamente quando os substratos são, por exemplo, ariltriflatos, sais de

arildiazônio ou aril-iodônios. No caso dos haletos, que apresentam alta afinidade

pelo paládio, a sua remoção da esfera de coordenação do metal é realizada através

da adição de sais de prata ou pela utilização de ligantes bisdentados. No caso das

olefinas não-ativadas terminais, quando a rota neutra é utilizada o controle na

Page 22: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

23

regiosseletividade é governado por fatores estéricos e a obtenção dos produtos

lineares é favorecida. Enquanto que na rota catiônica, a arila é transferida para o

carbono que possui a maior capacidade de estabilizar a carga parcial positiva

gerada após a formação do complexo com o aril-paládio. Assim, os produtos

ramificados são obitidos preferencialmente (Esquema 4).3

Esquema 4. Ciclo catalítico geral para a reação de Heck pelas vias neutra e catiônica.

Uma transformação relevante do ponto de vista metodológico e do seu

potencial sintético que pode ser utilizada como um exemplo didático para os

diferentes modos de controle para a régio- e estereosseletividade para as reações

de Heck intermoleculares são aquelas com os derivados da alil-amina.5 Em 2013,

Xiao e coloboradores reportaram a arilação preferencial no carbono terminal desta

olefina não-ativada partir da reação com derivados N,N-bisprotegidos com grupos

Page 23: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

24

carbonilados 6 em excelentes rendimentos e níveis de régio- e estereosseleção (

Esquema 5).5a Neste caso, brometos de arila foram utilizados como os

substratos para a adição oxidativa e a transferência preferencial da arila para o

carbono terminal (9) pode ser explicada pela utilização da rota neutra do ciclo

catalítico, na qual os substituintes volumosos no nitrogênio favorecem a

transferência da arila para o carbono menos impedido, bem como, pela quelação da

espécie de paládio (II) pela carbonila durante o estado de transição 8.

Esquema 5. -arilação de derivados de alil-aminas 6.

Page 24: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

25

Posteriormente, o mesmo grupo reportou uma metodologia elegante para a -

arilação preferencial da N-Boc-alilamina (11) também com brometos de arila 7

utilizando como pré-catalisador uma mistura de Pd(OAc)2 e do ligante bisdentado

1,3-bis(difenilfosfino)propano (dppp) (12).5b Este ligante farovece a transferência do

paládio para o carbono terminal tanto pela dissociação do brometo após a adição

oxidativa (gerando um intermediário catiônico), quanto pelo seu impedimento

estérico que favorece a transferência do paládio para o carbono menos impedido. A

utilização de substratos N,N-bisprotegidos 6 não promoveu a formação do produto

desejado, indicando que, provavelmente, o hidrogênio da ligação N-H do carbamato

deve auxiliar a dissociação do brometo. Além disso, uma vez que a presença de ao

menos um grupo Boc é necessária para o sucesso da transformação, os autores

racionalizaram uma estabilização no intermediário 13 devido a formação de um

complexo com a carbonila (Esquema 6).

Esquema 6. -arilação de derivados de alil-aminas 11,

Page 25: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

26

Em 2008, White e colaboradores relataram um outro exemplo para a arilação

régio- e estereosseletiva de Heck com olefinas não-ativadas (16a-d) utilizando

ácidos borônicos (17a-c) como agentes de transferência de arila (Tabela 1).6 Nestes

casos, os níveis de seletividade foram governados pelo tamanho de quelato

carbonila-paládio formado durante a etapa de carbopaladação. Por exemplo, anéis

de cinco ou seis membros forneceram as maiores regiosseletividades (Tabela 1,

entradas 1-2), enquanto que para os de sete membros a seletividade não foi

significativamente superior ao observado para a arilação do undeceno (16d) (Tabela

1, entradas 3-4). A formação preferencial do produto alílico 18 durante a arilação de

16b pode ser explicada pela isomerização da olefina para formar o composto

conjugado com a carbonila.

Tabela 1. Reação de Heck entre olefinas não-ativadas (16) e ácidos aril-borônicos (17).

entrada olefina quelato produto 19/18 rendimento (%)

1

20/1 75

2

1/18 50

Page 26: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

27

Uma vez que a quelação das espécies de paládio são favorecidas em

reações que procedem pela rota catiônica, as metodologias que atendem esta

condição são amplamente utilizadas para arilação de olefinas não-ativadas. Entre

elas, destacam-se as reações de arilação, nas quais sais de arildiazônio são

utilizados como os agentes de transferência de arila. Esta transformação é

comumente denominada com reação de Heck-Matsuda, em reconhecimento ao

trabalho pioneiro de Tsutomu Matsuda sobre a introdução do uso de sais de

diazônio na reação de Heck.7

A alta reatividade dos sais de arildiazônio em reações catalisadas por paládio

pode ser explicada por dois fatores: 1) facilidade em sofrer a adição oxidativa devido

a labilidade da ligação C-N2+ e 2) a perda de nitrogênio da esfera de coordenação do

paládio promove a formação rápida de espécies catiônicas ArPd+L2. A reatividade

diferenciada destes sais permite o desenvolvimento de metodologias

operacionalmente simples sem a necessidade de ligantes do tipo fosfina. Assim, via

de regra, esta reação é realizada em temperaturas brandas (0-80 ºC), tempos

reacionais que variam de minutos a poucas horas e sem a necessidade de

atmosfera inerte ou solventes anidros.8

Neste cenário, Correia e colaboradores reportaram em 2009 a arilação régio-

e estereosseletiva de acetatos alílicos 20 utilizando a reação de Heck-Matsuda

3

2/1 60

4

----

1/1 68

Page 27: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

28

(Esquema 7).9 Esta transformação foi realizada utilizando Pd2(dba)3 como

catalisador, NaOAc como base e benzonitrila como solvente. Nestas condições, foi

possível obter uma série de cinamil-acetatos (22) com controle perfeito da

estereoquímica da olefina em favor do isômero E e sem a detecção de subprodutos

provenientes da reação de substituição alílica catalisada por paládio (reação de

Tsuji-Trost). Os altos rendimentos foram consistentemente elevados mesmo com

sais de arildiazônio contendo grupos em orto, elétron retiradores ou substituídos com

haletos (Esquema 7).

Esquema 7. Reação de Heck-Matsuda com acetatos alílicos 20.

O ciclo catalítico proposto para esta reação inicia pela adição oxidativa ao sal

de diazônio para produzir o aril-paládio catiônico B (Esquema 8). Esta espécie

eletrofílica de paládio (II) pode coordenar com a carbonila presente no acetato alílico

(C) para, em seguida, direcionar a formação do complexo (D) e a inserção do

paládio no carbono interno por meio do estado de transição E, estabilizado pela

assistência anquimérica da carbonila. O paladaciclo F, produto da carbopaladação,

Page 28: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

29

possibilita a -eliminação syn apenas com os hidrogênios do carbono benzílico.

Assim, a estereoquímica da dupla ligação é definida nesta etapa, como apresentado

no intermediário G. Esta conformação é favorecida por posicionar o grupo aril com o

substitinte de menor impedimento estérico, no caso, o hidrogênio em posição axial.

Após a restauração da dupla ligação, o hidreto de paládio é liberado no meio

reacional e decomposto pelo NaOAc regenerando a fonte de paládio (0) (Esquema

8).

Esquema 8. Proposta de ciclo catalítico para a arilação de acetatos alílicos 20.

O sucesso da arilação dos acetatos alílicos através da reação de Heck-

Matsuda direcionada pelo substrato permitiu, após otimização adicional, que a

mesma estratégia fosse utilizada para a arilação de derivados de amidas alílicas (23)

em excelentes rendimentos e níveis de seletividade.10 Adicionalmente, o incremento

na complexidade estrutural da transformação permitiu o desenvolvimento de rotas

sintéticas curtas e eficientes para a obtenção de moléculas de interesse

Page 29: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

30

farmacológico como o antifúngico naftifina (25), o fito-hormônio abamina SG (27) e o

calciomimético cloridrato de cinacalcet (29)

Esquema 9).

Esquema 9. Aplicações sintéticas da reação de Heck-Matsuda com derivados da

alilamina 23a-c.

Além do potencial sintético da arilação de derivados da alilamina através da

reação de Heck-Matsuda direcionada pelo substrato, outra característica que

merece destaque é a capacidade única desta metodologia de permitir a utilização de

derivados mono-protegidos e obter os derivados -arilados em altos rendimentos e

régio- e estereosseletividade (Esquema 10). Por exemplo, Cacchi e colaboradores

reportaram a arilação eficiente de Heck-Matsuda com as N,N-bisBoc-alilamina (30) e

a formação preferencial do produto -arilado 31 em 99:1 foi atribuída ao impedimento

estérico das dois grupos Boc.11 Em contrapartida, ao utilizar a N-Boc-alilamina (11),

Page 30: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

31

a regiosseletividade foi apenas 75:25. Cabe destacar que quando o mesmo

substrato foi utilizado nas condições descritas por Correia e colaboradores o produto

-arilado foi obtido em 77% de rendimento e com regiosseletividade de 91:9.

Esquema 10. Reação de Heck-Matsuda com os N-alil-carbamatos 11 e 30.

É interessante notar que o grande diferencial entre as metodologias é a

escolha do solvente, acetonitrila por Cacchi e benzonitrila por Correia. A maior

seletividade obtida em benzonitrila pode ser explicada pelos seus menores valores

de polaridade e donacidade quando comparados à acetonitrila. A menor polaridade

pode favorecer o curso da reação através da formação do estado de transição com

dispersão de carga 33, observado na reação direcionada pelo substrato, enquanto

que em acetonitrila, os estados de transição que procedem sem a quelação da

carbonila 34a-b devem ser favorecidos em maior extensão (Esquema 11). Esta

explicação está em sintonia com o número de donacidade (ND) destes solventes

14,1 para a acetonitrila e 11,9 para a benzonitrila.12 Como este número reflete a

tendência do solvente em interagir com ácidos de Lewis, é esperado que a interação

da carbonila com o paládio seja mais favorecida em benzonitrila proporcionando

maior seletividade para a reação de Heck-Matsuda.

Page 31: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

32

Esquema 11. Influência da acetonitrila e benzonitrila na reação de Heck-Matsuda.

Os trabalhos apresentados evidenciam o potencial das reações de Heck com

olefinas não-ativadas como uma estratégia na geração de complexidade estrutural

em síntese orgânica. Os desafios inerentes a esta transformação, como o controle

na régio-e estereosseletividade, bem como, a migração da olefina ao longo da

cadeia carbônica serviram como estímulo para o desenvolvimentos de novas

metodologias envolvendo a reação de Heck-Matsuda que serão apresentados neste

trabalho de doutorado.

Nos dois primeiros capítulos serão apresentadas novas metodologias,

investigação mecanística e aplicações sintéticas da reação de Heck-Matsuda

direcionadas pelo substrato com olefinas não-ativadas. O conhecimento adquirido

nesta primeira etapa foi utilizado como alicerce para o desenvolvimento dos

primeiros exemplos da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva que, aliado ao

desenvolvimento de novos ligantes quirais, permitiu a construção de centros

esterogênicos terciários e quaternários a partir de olefinas cíclicas e acíclicas.

Page 32: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

33

2. Resultados

2.1, Arilação quimio-, régio- e estereosseletiva de alil-malonatos

2.1.1. Aspectos gerais

O desenvolvimento da reação de Heck-Matsuda direcionada pelo substrato

abriu as portas para a funcionalização de acetatos e derivados de aminas alílicas,

que até então era considerada um desafio na literatura. O diferencial desta

metodologia é baseado tanto na utilização da benzonitrila, que favorece a

assistência anquimérica da carbonila ao aril-paládio catiônico, quanto nas condições

reacionais brandas que permiram a obtenção dos produtos de forma quimio- e

estereosseletiva.

Esta combinação de fatores coloca esta transformação em uma posição

privilegiada para a arilação de olefinas não estudadas ou cujos protocolos

convencionais para a reação de Heck não são satisfatórios. Neste cenário, o

desenvolvimento de um método eficiente para a arilação estereosseletiva de alil-

malonatos (35) representa uma oportunidade para ampliar a portifólio da reação de

Heck-Matsuda direcionada pelo substrato.

Reações de arilação neste tipo de olefina apresentam-se como um desafio

sintético devido a tendência dos ésteres malônicos em sofrer descarboxilação em

extremos de pH ou sob aquecimento.13 Além disso, a obtenção cinamil-malonatos

(37) através de substituição nucleofílica ou pela reação de Tsuji-Trost com os

respectivos eletrófilos alílicos 40 é problemática pois, estes substratos não são

disponíveis comercialmente e a substituição nucleofílica em qualquer um destes

Page 33: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

34

sistemas alílicos leva preferencialmente à formação do produto substituído na

posição benzílica (interna) 41 (Esquema 12).14

Esquema 12. Síntese de cinamil-malonatos.

Em 2009, Su e colaboradores descreveram a arilação do alil-dietil-malonato

(42) via acoplamento descarboxilativo com ácidos areno-carboxílicos 43,15 O

rendimento das reações variou entre 24 e 85%. No entanto, o sucesso da reação foi

limitado a ácidos carboxílicos ricos em elétrons e substituídos na posição orto por

uma metoxila. Apesar da alta temperatura e da grande quantidade de ácido no meio

reacional o produto de descarboxilação não foi descrito pelos autores (Esquema

13).

Page 34: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

35

Esquema 13. Arilação descarboxilativa com ácidos areno-carboxílicos 43.

Na tentativa de ampliar a utilização em reações de acoplamento do sistema

catalítico [Pd(C3H5)Cl]2/Tedicyp (46), Doucet e colaboradores descreveram a

arilação de dimetil-alil-malonato (45) com diversos brometos de arila 7.16 Contudo,

devido ao alto tempo reacional sob aquecimento (20 h, 130 °C) foi observada a

formação do sub-produto descarboxilado 38 na maioria dos exemplos. Já os

brometos orto-substituídos levaram predominantemente à formação dos ésteres

monocarbonílicos do tipo 38, limitando a reação de arilação na posição terminal

somente aos brometos de arila 4-substituídos (Esquema 14).

Esquema 14. Arilação do dimetil-alil-malonato (45) com brometos de arila 7.

De acordo com o que foi apresentado, apesar da reação de Heck ser uma

escolha viável para a arilação de alil-malonatos, os protocolos descritos na literatura

apresentam escopo limitado. Assim, considerando a reação de Heck-Matsuda

direcionada pelo substrato como uma excelente abordagem para a arilação de

substratos decorados com grupos diretores, o objetivo desta etapa do doutorado foi

desenvolver uma metodologia de amplo escopo para a síntese de cinamil-malonatos

37 com alto controle régio- e estereoisomérico.

Page 35: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

36

2.1.2. Resultados e discussão

A reação escolhida como modelo para a reação de Heck-Matsuda direcionada

pelo substrato foi a arilação do alil-malonato 45 com o sal 4-metóxi-fenildiazônio

(21d) (1,2 equiv.) utilizando as condições otimizadas para a arilação dos acetatos

alílicos: Pd(dba)2 (8 mol%), NaOAc (3 equiv.) como base e benzonitrila (0,1 mol/L)

como solvente.9 Nestas condições, uma mistura dos regioisômeros cinamil-malonato

(cis e trans) 47a e ramificado 48a foi obtida em 91% de rendimento após 1 hora de

reação (Esquema 15). Tentativas de modificar o solvente ou base promoveram

decréscimo no rendimento e na estereosseletividade.

Esquema 15. Arilação do dimetil-alil-malonato (45) via reação de Heck-Matsuda.

A régio- e a estereosseletividade foram determinadas por 1H-RMN através da

integração dos prótons do metileno alílico. Eles apresentam-se como um dubleto de

tripletos para os isômeros trans (2,78 ppm) e cis (2,93 ppm) e como um dubleto

(3,02 ppm) para o isômero interno 48a (Figura 1). O dubleto em 6,42 ppm (J = 15

Hz) confirma a formação do isômero terminal trans como majoritário.

Page 36: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

37

Figura 1. Espectro de RMN-1H do cinamil-malonato 47a (+ isômeros).

A partir desse resultado, a metodologia foi expandida para outros sais de

diazônio com padrões de substituição diversificados (Esquema 16). De forma geral,

os sais deficientes em elétrons proporcionaram a arilação com as maiores

seletividades (47p-u), enquanto que as menores foram observadas para os sais

ricos de elétrons (47a, 47c-f). Estes resultados estão em sintonia com a hipótese de

trabalho, já que as espécies de paládio deficientes em elétrons devem interagir mais

intensamente com as carbonilas dos ésteres que compõem o sistema malonato.

Sais orto-substituídos forneceram os produtos com alta regiosseletividade (47b, 47l,

47r e 47s). Por fim, todas as reações foram realizadas em frasco aberto, na

temperatura ambiente e com tempos reacionais inferiores a uma hora.

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 ppm

Page 37: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

38

Esquema 16. Arilação do alil-malonato 45 via reação de Heck-Matsuda.

É importante mencionar que em nenhum caso foi observado o produto

descarboxilado, a migração da dupla ligação ao longo da cadeia alifática ou a

formação dos adutos da reação de Jaap-Klingemann 49 e 50 (adição nucleofílica do

malonato ao sal de diazônio) (Esquema 17).17 Estes resultados consolidam esta

metodologia como a primeira com escopo abrangente para a obtenção de cinamil-

malonatos 47a-s com diversos padrões de substituição e elevado grau de régio-,

quimio- e estereosseletivade.

Page 38: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

39

Esquema 17. Reação de Jaap-Klingemann.

A fim de obter maiores detalhes sobre o mecanismo desta reação de Heck-

Matsuda direcionada pelo substrato foi realizado o monitoramento da reação por

Electrospray Ionization Mass Spectrometry (ESI-MS), em colaboração com o grupo

do Prof. Dr. Marcos Nogueira Eberlin (IQ-UNICAMP).18 Sabendo que a reação de

Heck-Matsuda transcorre sob condições reacionais brandas e o por uma rota

catiônica, a interceptação das espécies de paládio no espectrômetro é facilitada, não

sendo necessária a utilização de moléculas carreadoras de grupos funcionais com

cargas eletrônicas, conhecidos como "charged tags".19

Em uma colaboração anterior, o mecanismo da reação de Heck-Matsuda com

o di-hidrofurano (51) foi investigado por ESI-MS e evidenciou a importância do

ligante dba (dibenzilideno-acetona) para esta transformação. Por exemplo, o

arilpaládio coordenado com o dba 54 (m/z 488) foi atribuído como a espécie reativa

para a carbopaladação (55 - m/z 558) após a troca de ligantes no intermediário 53,

Por fim, após a -eliminação, o hidreto de paládio 56 (m/z 382) é liberado no meio

reacional e é decomposto pelo NaOAc para regenerar o catalisador de Pd (0)

(Esquema 18).

Page 39: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

40

Esquema 18. Mecanismo da Heck-Matsuda com o di-hidrofurano (51) por ESI-MS.

A investigação do mecanismo por ESI-MS começou com a análise nos íons

presentes na suspensão de NaOAc, Pd(dba)2 e dimetil-alil-malonato (45) em PhCN,

e como esperado, nenhuma espécie contendo paládio foi detectada. Devido ao alto

ponto de ebulição da benzonitrila (191 ºC), que impossibilita a formação do spray no

espectrômetro, a acetonitrila foi utilizada para diluir as alíquotas da reação.

A adição do sal de arildiazônio 21d promove rapidamente o surgimento do

aril-paládio catiônico 53 [m/z 336 = 4-OMe-C6H4-Pd+(MeCN)3], o mesmo observado

para a arilação do di-hidrofurano, e do produto da carbopaladação 57 (m/z 426).

Considerando que complexos de paládio (II) apresentam, usualmente, quatro

ligantes na sua esfera de coordenação, a detecção do íon m/z 426 indicou que a

espécie catiônica de paládio estava coordenada com as duas carbonilas do

substrato. Caso contrário, seria esperada a detecção do produto da carbopaladação

com mais de uma acetonitrila coordenada, por exemplo, m/z 467 e m/z 508.

Page 40: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

41

Figura 2. Acompanhamento da reação de Heck-Matsuda por ESI-MS.

O monitoramento desta reação foi realizado a partir da coleta de alíquotas a

cada 5 minutos de reação e uma característica dos espectros obtidos consistiu na

presença proeminente do pico m/z 426 nos primeiros 30 minutos de reação. A

diminuição da sua intensidade relativa ocorreu simultaneamente com o incremento

intensidade dos picos correspondentes aos adutos de Heck [(m/z 301 = 47a + Na+) e

m/z260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500

0

100 426425

357

336320

424

428

430

488

m/z260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500

0

100 426425

357

320

361 424

365

430

m/z260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500

0

100 426425

424357342301

286 336 413383

428

430

488

m/z260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500

0

100 342

301

286 336413

383357 488426

a) 5 minutos

b) 10 minutos

c) 30 minutos

d) 60 minutos

Page 41: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

42

(m/z 342 = 47a + Na+ + MeCN)] (Figura 1- c,d). Como esperado, após 60 minutos de

reação o intermediário 57 deixou de ser observado (Figura 1- d).

Diferentemente do que foi observada para a arilação do di-hidrofurano (51), a

análise dos espectros de massa adquiridos ao longo da reação de Heck-Matsuda

com o dimetil-alil-malonato (45a), demonstrou a presença de poucos intermediários

de paládio coordenados com o dba. A participação secundária deste ligante pode

ser ilustrada pela baixa instensidade relativa do aril-paládio 58 (m/z 488), cujo

aumento é observado apenas após 60 minutos de reação. Esta aparente preferência

pela formação de complexos de paládio catiônico com o aduto de Heck foi

evidenciada pela identificação do aril-paládio 59 (m/z 532) e pela ausência do

hidreto de paládio 60 (m/z 663, Figura 3) em todos os espectros adquiridos. O único

hidreto de paládio identificado consistia no seu complexo com duas moléculas do

aduto de Heck (m/z 663) e pode ser o responsável pela formação do isômero cis a

partir da sua reinserção ao produto trans.

Figura 3. Complexos de paládio catiônico contendo o aduto de Heck.

Uma vez que a identificação de um intermediário por ESI-MS não é suficiente

para afirmar a sua participação no ciclo catalítico, foram realizados experimentos

para embasar a hipótese da participação das duas carbonilas de 45 como ligantes

para o paládio durante a reação de Heck-Matsuda. Por exemplo, considerando que

Page 42: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

43

o dba não era essencial para a reação estudada, foi utilizado um novo sistema

catalítico constituído de Pd(OAc)2 sob atmosfera de CO (utilizado para reduzir o

paládio) (Esquema 19). Nestas condições, o aduto de Heck foi obtido em

rendimento e seletividade semelhantes aos da condição inicial (Esquema 13).

Esquema 19. Substituição da fonte de paládio na reação de Heck-Matsuda.

A formação do sub-produto ramificado 48, que seria o esperado para uma

reação que ocorre pela via catiônica, pode ser explicada por uma rota alternativa na

qual a carbopaladação de 53 ocorre sem o axílio das carbonilas do substrato (45),

transferindo a arila para o carbono olefínico mais pobre em elétrons (Esquema 20).

. Esquema 20. Proposta mecanística para a formação dos isômeros 47a e 48a.

A influência do número de carbonilas foi avaliada durante a arilação do metil-

4-pentenoato (62), na qual o aduto de Heck 63 foi obtido em 66% de rendimento e

Page 43: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

44

com regiosseletividade (90l :10r) inferior ao análogo biscarbonilado 47t. Apesar do

quelato formado nesta reação ser estruturalmente análogo aos propostos para a

arilação dos acetatos e amidas alílicos,9,10 foi observada a migração da olefina ao

longo da cadeia carbônica. Uma explicação para este fato é que ao substituir o

heteroátomo (O ou N) por um metileno (CH2) ocorre um aumento na distância entre

a carbonila e o paládio, diminuindo tanto a estabilidade quanto a velocidade com a

qual ele é formado, que por sua vez, facilita a -eliminação com os hidrogênios

diferentes dos presentes no carbono benzílico (Esquema 21).

Esquema 21. Reação de Heck-Matsuda com o 5-pentenoato de metila (62).

Considerando que o aumento do espaçador entre as carbonilas e a olefina

desfavoreceria entrópica- e cineticamente a formação dos quelatos durante a

carbopaladação, os ésteres malônicos 65 e 68 foram sintetizados e avaliados na

reação de Heck-Matsuda. Assim, a arilação de 65 com o sal de arildiazônio 21t, que

deveria envolver um quelato de sete membros 66 levou à formação do produto 67

com uma seletividade 88l:12r. O aumento do grau de liberdade pelo acréscimo de

mais um metileno na cadeia alifática, que requeriria a formação do quelato de 8

membros 69, promoveu uma transformação sem seletividade (55l:45r). Além da

Page 44: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

45

perda da seletividade, quando comparado com a arilação de 45, os adutos de 67 e

70 foram isolados em conjunto com os sub-produtos de migração da olefina ao longo

da cadeia (Esquema 22).

Esquema 22. Efeito da topologia das carbonilas na reação de Heck-Matsuda.

A inserção de uma metila no carbono -carbonílico foi realizada tanto para

favorecer a formação do quelato pelo efeito Thorpe-Ingold quanto para aumentar a

basicidade de Lewis dos oxigênios das carbonilas do malonato 71 e tornou as

reações mais seletivas independentemente da natureza eletrônica do sal de

arildiazônio (Esquema 23). Este aumento na densidade eletrônica pode ser

explicado pela conformação preferencial Z adotada pelas metoxilas dos ésteres a

fim de minimizar as repulsões estéricas com a metila do carbono -carbonílico,

permitindo a transferência de densidade eletrônica através de uma hiperconjugação

Page 45: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

46

n- *. Outra hipótese para explicar a diferença de reatividade entre 45 e 71 é que na

primeira olefina poderia ocorrer a desprotonação do hidrogênio -dicarbonílico

gerando um intermediário que apresenta geometria planar e por este motivo não

conseguiria quelar o paládio com as duas carbonilas e a olefina simultaneamente

(Esquema 23).20

Esquema 23. Efeito de parâmetros estereoeletrônicos na regiosseletividade.

Outra evidência da participação das duas carbonilas foi a menor seletividade

(80l:20r) da reação de Heck-Matsuda ao utilizar utilizar o di-t-butil-alil-malonato (73)

quando comparada a reação entre 45 com o sal 21d, provavelmente devido a

desestabilização do quelato análogo a 57 em decorrência do grande volume dos

grupos t-butila (Esquema 24).

Page 46: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

47

Esquema 24. Efeito do volume do éster na regiosseletividade.

Por fim, para validar que o sucesso da reação de Heck-Matsuda não foi

decorrente apenas do efeito eletrônico retirador de elétrons das duas carbonilas do

substrato, foi utilizado a alil-malonitrila (77) como substrato. Uma vez que a

diposição espacial das nitrilas não permite a complexação com paládio, foi

observada apenas a decomposição dos reagentes (Esquema 25).

Esquema 25. Reação de Heck-Matsuda com a alilmalonitrila (77).

Baseado nessa série de resultados foi proposto um ciclo catalítico na qual o

curso da reação é direcionado pelas carbonilas presentes no substrato. Assim, ao

ser adicionado ao meio reacional, o sal de arildiazônio promove a adição oxidativa

do Pd(dba)2 para gerar o aril-paládio catiônico B. Este intermediário, ao ser quelado

pelo substrato, direciona a inserção do grupo arila na posição terminal (D). A

restrição conformacional deste intermediário impede que ocorra a -eliminação com

outros hidrogênios diferentes daqueles presentes no carbono benzílico,

impossibilitando a migração da olefina ao longo da cadeia. Após um giro em torno da

Page 47: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

48

ligação, a -eliminação syn ocorre a partir do confôrmero mais estável E e produzirá

o aduto de Heck trans, que ainda permanece coordenado ao hidreto de paládio F.

Neste ponto, o hidreto pode ser liberado no meio reacional e ser decomposto pelo

NaOAc para regernerar a fonte de Pd (0) ou pode interagir com outra molécula do

aduto de Heck, que após reinserção e -eliminação, pode dar origem ao aduto de

Heck cis (Esquema 26).

Esquema 26. Proposta de ciclo catalítico para a arilação do dimetil-alil-malonato

(45).

O potencial sintético desta reação de Heck-Matsuda direcionada pelo

substrato foi demonstrado em colaboração com o grupo do Prof. Marcus Sá do

Instituto de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (Esquema 27). Os

Page 48: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

49

adutos de Heck foram empregados na síntese de 5-arilmetil-lactonas 80 de potencial

interesse farmacológico em quatro etapas e com rendimentos globais que variaram

entre 42 e 59% (Esquema 27). Inicialmente, os cinamil-malonatos 47, foram

tratados com Oxone® para fornecer os epóxidos 78. O uso de solução tampão com

pH= 8 previniu a oxidação do carbono -carbonílico. A hidrogenólise de 78 sob

catálise por Pd/C, seguida de lactonização, reação de Krapcho e descarboxilação

assitidas por aquecimento em micro-ondas forneceu as lactonas 80. Cabe destacar,

que esta rota envolveu apenas uma purificação por coluna cromatográfica, sendo ela

realizada ao final das 4 etapas.

Esquema 27. Síntese das 5-arilmetil-lactonas 80.

Page 49: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

50

2.1.3. Conclusão

Nesta etapa do trabalho foi desenvolvida uma metodologia régio- e

estereosseletiva para a arilação de derivados de ésteres malônicos alilados via

reação de Heck-Matsuda direcionada pelo substrato. A regioquímica observada nos

produtos obtidos foi contrária à esperada para o mecanismo catiônico da reação de

Heck. Este fato foi atribuído à complexação do aril-paládio catiônico com as duas

carbonilas do substrato. A comprovação desta hipótese foi obtida pela realização de

reações controle e pelo acompanhamento da reação por ESI-MS. Por fim, os adutos

de Heck foram utilizados como precursores para a síntese de 5-arilmetil-lactonas

com potencial interesse farmacológico.

Os resultados apresentados neste capítulo foram publicados no periódico

Organic Letters (2014, 16, 5180).21

Page 50: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

51

2.2. Síntese estereosseletiva de aril-ciclopentenos funcionalizados. Aplicação

na síntese do VPC01091

2.2.1. Aspectos gerais

A reação de Heck com olefinas cíclicas não-ativadas é um tópico de grande

interesse em catálise, não apenas porque aril-ciclopentenos são unidades

estruturais presentes em moléculas de interesse farmacológico, mas especialmente

pelo controle desafiador da posição da olefina ao final do processo. De acordo com

o mecanismo, o aduto primário desta reação apresenta um centro esterogênico, que

em caso de isomerização da dupla ligação, pode ser destruído, levando a produtos

de menor valor sintético.22

No caso da reação de Heck-Matsuda, os relatos para a funcionalização

controlada de olefinas cíclicas não eram promissores.22 Por exemplo, a arilação de

cicloalcenos não funcionalizados 81 foi relatada por diversos grupos de pesquisa,

produzindo misturas inseparáveis do aduto primário 83a e dos isômeros 83a-b

(Esquema 28). Apenas dois exemplos seletivos haviam sido descritos, no primeiro,

Matsuda e colaboradores relataram um único exemplo para a arilação do

ciclopenteno com o sal de arildiazônio 85 obtendo aduto primário em 67% de

rendimento.23 No segundo, descrito por Yus e colaboradores o aduto de Heck 88 foi

obtido na forma do isômero estirênico em 82% de rendimento.24 Sabendo da

capacidade da reação de Heck-Matsuda direcionada pelo substrato de controlar a

carbopaladação e da afinidade do hidreto de paládio por substratos quelantes, a sua

aplicação para a arilação dos ciclopentenos substituídos 89 foi racionalizada. A

obtenção estereosseletiva dos adutos de Heck 90 permitiria sua aplicação na

Page 51: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

52

síntese do VPC01091 (91), um agonista do receptor 1 da esfingosina-1-fosfato

(S1P1), com potencial aplicação no tratamento da esclerose múltipla.25

Esquema 28. Reação de Heck-Matsuda com olefinas cíclicas não ativadas.

2.2.1.1. Sínteses do VPC01091

A esfingosina (92) é um aminoálcool de cadeia longa cuja estrutura é a base

para a formação de uma importante classe de lipídios da membrana celular

conhecidos como esfingolipídios (Esquema 29).26 Além disto, a fosforilação

catalisada pela enzima esfingosina-cinase 2 dá origem a esfingosina-1-fosfato (S1P)

(93), um segundo mensageiro que está envolvido em diversos processos biológicos,

incluindo regulação imunológica por meio da ativação dos linfócitos T.27

Page 52: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

53

Esquema 29. Fosforilação de esfingosina (92).

Os receptores celulares da esfingosina-1-fosfato (S1P) são subdivididos em

cinco subtipos representados pelas siglas S1P1, S1P2, S1P3, S1P4 e S1P5.

Recentemente, o desenvolvimento de fármacos que tenham a capacidade de atuar

como agonista para o receptor S1P1 tem atraído a atenção de diversos grupos de

pesquisa, pois este mecanismo de ação está diretamente relacionado com o

tratamento da esclerose múltipla.28

Esta doença neurodegenerativa atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no

mundo, sendo a maioria delas mulheres e é caracterizada pela destruição de forma

irreversível da bainha de mielina dos nervos pelos linfócitos T. Os principais

sintomas da esclerose múltipla são distúrbios da visão e da memória, dor, vertigem e

depressão.27

As formas mais comuns de tratamento são: (1) a administração intravenosa

ou intramuscular dos interferons- (imunomoduladores), que tem como principais

desvantagens o elevado custo dos medicamentos e a via de administração; (2) uso

de imunossupressores, que causam a paralisação total do sistema imunológico.

Outros agravantes nestes tratamentos são a baixa eficiência e o grande número de

efeitos colaterais associados aos fármacos.27

Em 2010, a indústria farmacêutica Novartis lançou o Fingolimod (Gylenia®,

FTY720) (94), o primeiro fármaco ativo por via oral para o tratamento da esclerose

múltipla (Figura 4). O mecanismo de ação está relacionado com a sua capacidade

Page 53: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

54

de competir reversivelmente com a S1P (93) pelo receptor S1P1 presente nos

linfócitos. Quando este receptor é ativado por 93 ele permite que o linfócito T migre

para a corrente sanguínea e ao chegar no sistema nervoso central destrua a bainha

de mielina.27

Figura 4. Estrutura do Fingolimod (94).

Uma desvantagem associada ao uso desse fármaco é que ele não apresenta

seletividade entre os receptores da S1P (93), podendo interagir indiscriminadamente

com os receptores S1P1, S1P3, S1P4 e S1P5. O agonismo para os subtipos 4 e 5 não

é responsável por nenhum efeito colateral significativo. No entanto, a interação com

S1P3 provoca distúrbios no sistema cardiovascular, como bradicardia (diminuição da

frequência cardíaca) e hipertensão.27

Na busca por fármacos mais seletivos para essa doença, um grupo de

pesquisadores da Abbott descobriu em 2006, que a mistura dos quatro

estereoisômeros do VPC01091 (91) apresentou a capacidade in vivo de diminuir a

concentração dos linfócitos T na corrente sanguínea sem alterar a frequência

cardíaca. Estes resultados indicaram que 91 apresenta agonismo seletivo para o

receptor S1P1, tornando-se assim, um excelente candidato a fármaco para o

tratamento da esclerose múltipla.25

A primeira síntese de 91 foi iniciada pela adição conjugada do ácido borônico

96 à ciclopentenona (95) catalisada por paládio, em 67% de rendimento. A cadeia

alquílica lateral foi inserida através de uma reação de Sonogashira, seguida da

Page 54: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

55

redução do alcino conjugado ao anel aromático. A cetona 98 foi submetida a uma

reação de Strecker, seguido por hidrólise da nitrila, para fornecer o aminoácido 100,

que após redução do ácido carboxílico forneceu 91 como uma mistura de

estereoisômeros em 22% de rendimento (Esquema 22).25

Esquema 30. Primeira síntese do VPC01091 (91).

A fim de descobrir qual o efeito da estereoquímica relativa e absoluta dos

estereoisômeros de 91 para a sua atividade farmacológica, Macdonald e

colaboradores realizaram a primeira síntese assimétrica para a obtenção dos seus

quatro estereoisômeros 101-102ab (Figura 5).29

Figura 5. Estereoisômeros do VPC01091,

Page 55: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

56

A primeira etapa desta síntese foi uma reação de Kumada, catalisada por

níquel, para produzir o álcool alílico sustituído 105, que após mesilação e

substituição nucleofílica com NaI forneceu o iodeto alílico 106 em 85% de

rendimento (Esquema 31). Este iodeto foi utilizado para alquilar de forma

estereosseletiva a imida quiral 107. O intermediário 108 obtido foi submetido à

reação de metátese de fechamento de anel e posterior redução com LiBH4 para

fornecer o arilciclopenteno 109. Ao utilizar o catalisador de irídio catiônico (Crabtree),

que pode ser coordenado pela hidroxila, o ciclopentano trans 110a foi obtido

quantitativamente como único isômero. Para obter o isômero cis, a diferenciação das

faces do anel durante a hidrogenação foi realizada pela proteção da hidroxila com

grupo volumoso (TIPS) a fim de orientar a introdução do hidrogênio pela face oposta

ao éter de sílicio. Após remoção do protetor de silício, o álcool 110b foi obtido como

produto majoritário de uma mistura 85:15 dos diastereômeros (Esquema 31).29

Esquema 31. Síntese dos alcoóis diastereoméricos 110 e 111.

Page 56: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

57

As etapas finais da síntese foram descritas apenas para álcool 110a, que foi

acilado com o isocianato 111 e após hidrólise do grupo tricloroacetila forneceu o

carbamato 113 em 93% de rendimento (Esquema 32). A etapa chave da síntese foi

a inserção estereosseletiva do nitrogênio à ligação C-H do carbono terciário

catalisada por ródio em rendimentos que variaram de 57 a 66%. O cloridrato 101a foi

obtido após proteção do nitrogênio com o grupo Boc, hidrólise da oxazolidina,

remoção do Boc e precipitação da amina pela adição de HCl concentrado. Esta rota

foi aplicada de forma análoga para o álcool 110b e os seus enantiômeros foram

separados por HPLC quiral (Esquema 32). De posse de todos os estereoisômeros,

foram realizados experimentos para avaliar a capacidade de atuação destas

moléculas como agonistas do receptor S1P1, Os amino-alcoóis 101a e 102a

apresentaram atividades farmacológicas semelhantes, no entanto, o isômero 101a

(Figura 5) foi pouco mais ativo nos testes in vivo. 29

Esquema 32. Síntese do amino-álcool 101a.

Após a descoberta dos isômeros mais ativos, o mesmo grupo de

pesquisadores publicou quase simultaneamente dois trabalhos focados na obtenção

dessas moléculas em escala multigrama para utilização em ensaios biológicos.30,31

No primeiro, a rota foi iniciada pela dialquilação da imina 114, primeiro com brometo

de alila e depois de forma enantiosseletiva com o haleto 115 na presença do

Page 57: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

58

catalisador de transferência de fase quiral 116 (Esquema 33). Em seguida, a

hidrólise da imina permitiu a obtenção do amino-éster 117 em 61% de rendimento e

97% de ee. A formação do ciclopenteno 117 foi obtida a partir da proteção da amina

com Boc, metátese de fechamento de anel, inserção da cadeia lateral pela reação

de Suzuki e redução do éster com LiBH4, A hidrogenação da olefina em 117 seguida

de remoção do grupo Boc em meio básico permitiu a obtenção de uma mistura de

101a e 102b. Após separação por HPLC preparativo e precipitação pela adição de

HCl, foram obtidos 1,05g de 101a (54% de rendimento) (Esquema 33).30

Esquema 33. Síntese estereosseletiva de 101a.

Na segunda síntese em escala multigrama para obtenção do VPC01091 foi

utilizada uma abordagem semelhante à utilizada na patente do grupo (Abbott) em

2006 (Esquema 30).28 A rota sintética teve início com a adição enantiosseletiva do

ácido borônico 17d, catalisada por ródio, à cetona 95 em 88% de rendimento e 95%

Page 58: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

59

de excesso enantiomérico (Esquema 34).31 A reação de Strecker com 119 forneceu

a hidantoína 120 em 95% de rendimento. A baixa solubilidade deste produto na

maioria dos solventes dificultou a sua recristalização, por este motivo ele foi metilado

e recristalizado em acetonitrila para fornecer 121 em apenas 20% de rendimento.

Neste ponto, o outro diastereômero foi isolado e utilizado na mesma sequência

reacional. A hidrólise da hidantoína e esterificação do ácido na presença de SOCl2

forneceu 79 gramas do cloridrato do amino-éster 122 em 91% de rendimento para

as duas etapas (Esquema 34). As mesmas etapas foram realizadas quando ent-119

foi utilizada.31

Esquema 34. Síntese do cloridrato do amino-éster 122.

As etapas finais da síntese foram descritas apenas para 122b, sendo a

primeira, a reação de Sonogashira, seguida das reduções do alcino e do éster

metílico para fornecer 102b em 60% de rendimento global para as últimas três

etapas (Esquema 35).31

Page 59: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

60

Esquema 35. Síntese de 102b.

2.2.2. Resultados e discussão.

A síntese do VPC01091 (101) foi racionalizada a partir da arilação

estereosseletiva da olefina cílica 123 (Esquema 36). A presença de dois grupos

capazes de coordenar com o paládio impõe grandes desafios relacionados à

diferenciação facial durante a carbopaladação. No entanto, baseado nos resultados

obtidos para a arilação dos alil-malonatos que indicaram que a obtenção de maiores

níveis de estereosseleção decorreram do uso de grupos coordenantes mais ricos em

elétrons (Esquema 23) e pela formação de quelatos com menor repulsão entre os

substituintes (Esquema 24), foi racionalizado que a arilação pela mesma face do

carbamato deveria ser a preferencial. Assim, seria possível obter os adutos de Heck

124 de forma estereosseletiva e transformá-los de forma direta no VPC01091 (101)

(Esquema 36).

Esquema 36. Proposta retrossintética para o VPC01091(101).

A síntese da olefina 123 em escala de multigramas foi realizada em quatro

etapas a partir do dimetil-malonato (125) em 61% de rendimento global (Esquema

37). A primeira etapa foi a dialilação de 125 com brometo de alila (126), seguida da

reação de metátese de olefina utilizando catalisador de Grubbs de segunda geração,

cuja baixa carga (0,75 mol%) pode ser explicada pelo favorecimento do fechamento

do anel devido ao efeito Thorpe-Ingold promovido pelos dois substituintes

Page 60: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

61

carbometóxi no substrato 127. A hidrólise de apenas um dos ésteres de 128 foi

realizada com uma mistura de THF e solução 0,25 M de KOH.32 O controle eficiente

da temperatura é essencial para garantir que não ocorra a segunda hidrólise. A

transformação do ácido carboxílico 128 no carbamato 123 foi alcançada ao utilizar

uma adaptação da metodologia one-pot para a degradação de Curtius catalisada por

Zn(OTf)2 (Esquema 37).33

Esquema 37. Síntese da olefina 123,

A proposta mecanística para o rearranjo de Curtius inicia pela ativação do

ácido carboxílico 129 pelo dicarbonato de di-terc-butila, catalisada pelo Zn(OTf)2, para

formar o carbonato 130 e liberar t-BuOH e CO2. A adição da NaN3 a 130 produz a

acil-azida 131, que decompõe com liberação de N2 através da migração 1,2 da

ligação C-C para formar o iscocianato 132, que ao ser atacado pelo NaOt-Bu

produz o carbamato 123 (Esquema 38).

Page 61: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

62

Esquema 38. Proposta mecanística para a degradação de Curtius.

De posse da olefina 123, o teste inicial para Heck-Matsuda foi realizado sob

as mesmas condições da reação com os alil-malonatos (Esquema 15). No entanto,

ao utilizar 1,2 equivalentes do sal de arildiazônio em relação à olefina 123 o aduto de

Heck 133 foi obtido com rendimentos inferiores a 10%. Nestas reações não foi

observado o consumo total da olefina 123 e a análise do bruto reacional indicou que

a formação da olefina isomerizada 134 em 38% de rendimento (Esquema 32).

Esquema 39. Arilação da olefina 123 com excesso do sal de arildiazônio.

A formação da olefina 134 indicou uma maior afinidade do hidreto de paládio

pela coordenação com o material de partida 123 do que pelo aduto de Heck 133,

uma vez que o aduto isomerizado 135 não foi observado no bruto reacional

(Esquema 39). Considerando que a olefina 134 não sofre isomerização ou arilação

nas condições racionais, uma solução encontrada para garantir a presença de 123

durante todo o curso da reação foi inverter a estequiometria dos reagentes. O

Page 62: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

63

excesso de 123 permite que esta olefina atue como um sequestrante para o hidreto

de paládio coordenado ao aduto de Heck (136) evitando a transferência do hidreto

para outra molécula do aduto de Heck pela face contrária à arilação (137), que

levaria à formação do produto estirênico 135 (Esquema 40).

Esquema 40. Atuação da olefina 123

Assim, ao utilizar excesso da olefina 123 foi observada a formação dos adutos

de Heck em bons rendimentos (41-90%), como uma mistura de diastereômeros 124

e 140, sendo 124 o majoritárioitário em todos os exemplos (85:15 até >95:5)

(Esquema 41). A metodologia mostrou bastante generalidade e sais de arildiazônio

ricos (124a-q) ou deficientes em elétrons (124r-t) foram empregados sem diferenças

significativas no rendimento ou seletividade. Além disto, a olefina comercial 139,

análoga à 123 mas que possui um éster t-butílico, forneceu os adutos de Heck em

rendimentos e seletividades semelhantes (124i, 124l e 124n). Vale destacar que a

reação foi quimiosseletiva quando o sal de arildiazônio substituído por iodo foi

utilizado, tornando os produtos 124i e 124j valiosos substratos para funcionalizações

futuras catalisadas por metais de transição (Esquema 41).

Page 63: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

64

Esquema 41. Síntese diastereosseletiva dos aril-ciclopentenos 124,

A determinação da seletividade da reação foi realizada por RMN-1H através

da integração dos hidrogênios cis em relação ao nitrogênio dos diastereômeros, pois

estes sinais apresentam boa separação em uma região limpa do espectro (Figura

6). As análises foram realizadas em soluções de CD3OD ou DMSO-d6, pois a

utilização de outros solventes levaram exclusivamente à misturas complexas de

rotâmeros no espectro.

Page 64: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

65

Figura 6. Espectro de RMN-1H (CD3OD, 250 MHz) aril-ciclopenteno 124q.

A atribuição da estereoquímica dos hidrogênios do metileno foi realizada por

comparação com dados da literatura que indicam a detecção do hidrogênio cis ao

carbamato com menor deslocamento químico do que o cis ao grupo éster.34 O H1,

cis em relação ao carbamato, é um duplo-dubleto com constantes de acoplamento

7,5 e 13,5 Hz (~1,8 ppm), enquanto que o outro hidrogênio, cis à carbonila (H2) é

outro duplo-dubleto mais desprotegido com constantes de acoplamento 8,5 e 13,5

Hz (~3,3 ppm) (Figura 7). O hidrogênio benzílico (H3) (~4,3 ppm) apresenta-se

normalmente como um tripleto aparente com J= 7,5 Hz quando a análise é realizada

no equipamento de ressonância que opera com frequência de 250 MHz, enquanto

que nos aparelhos de 500 e 600 MHz este sinal pode eventualmente ser observado

como um tripleto de tripletos aparente com valores de J= 2,0 e 7,5 Hz.

1.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.08.5 ppm

Page 65: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

66

Figura 7. Incrementos de nOe em 124n.

Para confirmar a posição relativa do grupo anel aromático foram realizados

experimentos de nOe (nuclear Overhauser effect) em 124n. A irradiação do

hidrogênio benzílico (H3) induziu incremento de 0,8% com H1 e 3,5% com H2,

indicando uma maior proximidade entre H2 e H3 do que entre H3 e H1, Outra

evidência da formação preferencial deste isômero foi o incremento de nOe no

hidrogênio do anel aromático somente quando H1 foi irradiado (Figura 7).

Um problema encontrado durante o desenvolvimento desse trabalho foi a

aquisição dos espectros de 13C para os aril-ciclopentenos 124a-t, pois vários sinais

não eram detectados no espectro, especialmente quando as análises foram

realizadas no aparelho de 250 MHz. A solução encontrada foi realizar todas as

análises no 500 ou 600 MHz, aumentando o tempo de relaxação (d1= 5 ou 10s)

entre os pulsos e consequentemente o tempo de aquisição do espectro de 13C.

Assim, para obtenção de espectros aceitáveis, para uma amostra de concentração

~0,2 mol/L, foi necessário utilizar o equipamento de 500 MHz por no mínimo uma

noite (Figura 8).

Page 66: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

67

Figura 8. Espectro de RMN-13C (CD3OD, 500 MHz) do aril-ciclopenteno 124s.

Uma proposta de ciclo catalítico para esta reação de Heck-Matsuda

direcionada pelo substrato inicia pela adição oxidativa do paládio ao sal de diazônio

21 para gerar a espécie catiônica de paládio B, que pode ser quelada por qualquer

uma das faces da olefina 123 (Esquema 42). No entanto, a quelação com a

carbonila do carbamato é preferencial por ser mais rica em elétrons e formar um

intermediário cíclico C menos tensionado do que o quelato com a carbonila do éster.

Em seguida, a carbopaladação transfere a arila syn em relação ao carbamato (D),

que após a -eliminação, forma o hidreto de paládio, que se mantém complexado ao

produto (E). Neste ponto, o hidreto pode ser decomposto pela base para gerar o

aduto de Heck 124 ou ser trapeado por outra molécula da olefina 123 para formar o

complexo G, que sofre hidropaladação (H) seguida de -eliminação para formar a

olefina 134 (Esquema 42).

190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm

Page 67: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

68

Esquema 42. Proposta de ciclo catalítico para a arilação de 123,

O potencial sintético da arilação estereosseletiva da olefina 123 através da

reação de Heck-Matsuda direcionada pelo substrato foi demonstrado na síntese do

VPC0109. A rota foi iniciada pela redução do grupo éster em 124h com NaBH4 e

CaCl2 em uma mistura de THF e etanol.35 Nestas condições, o álcool 141 foi obtido

em rendimentos que variaram entre 80 e 89% e o diastereômero minoritário pôde

ser separado por cromatografia em coluna. A função do CaCl2 nesta reação é

promover a formação in situ do Ca(BH4)2, que é uma fonte de hidreto mais poderosa

que NaBH4,36 A hidrogenação da olefina em 141, catalisada por Pd/C em metanol,

produziu 142 em 90% de rendimento após 6 horas de reação (Esquema 43).

Esquema 43. Síntese do intermediário 142.

Page 68: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

69

Outra abordagem para a síntese ciclopentano 142 iniciou pela reação de

Sonogashira com o aril-ciclopenteno 124i (Esquema 44). Apesar dos iodetos de

arila serem apontados como um dos melhores substratos para a adição oxidativa,

esta funcionalidade permaneceu intacta durante a reação de Heck-Matsuda e foi

aproveitada de forma eficiente na reação de Sonogashira para fornecer o alcino

144,37 Após a inserção da cadeia lateral, foi realizada a hidrogenação total do alcino

e da olefina catalisada por Pd/C, seguida da redução do grupo éster em 145 com

NaBH4 e CaCl2, ambas em excelentes rendimentos (Esquema 44).

Esquema 44. Síntese do intermediário 142 a partir do iodeto 124i.

A remoção do grupo Boc em 142, para obtenção do aminoálcool 146, e

posterior adição de HCl concentrado levaram à precipitação VPC01091 (101) em

DCM como um sólido branco em rendimentos que variaram entre 60 e 83%

(Esquema 45). Cabe ressaltar que na rota sintética desenvolvida nesse trabalho a

maioria das reações utilizadas apresentou curtos tempos reacionais, foram

realizadas na temperatura ambiente e dispensaram condições anidras ou sob

atmosfera inerte, tornando-a uma excelente alternativa para acessar a importante

classe de agonistas para o receptor S1P1,

Page 69: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

70

Esquema 45. Etapas finais para a síntese do VPC01091 (101).

Com o objetivo de tornar essa síntese ainda mais atraente para a construção

de pequenas bibliotecas de análogos de 101, foi estudada a redução quimiosseletiva

do alcino 144 (Esquema 46). Os experimentos foram realizados com 5 mol% dos

catalisadores de ródio (Wilkinson), irídio catiônico (Crabtree), Pd/C e PtO2 (Adams)

em metanol (0,024 mol/L). Todas as reações foram analisadas após 3 horas de

reação e a análise dos espectros de RMN-1H (CD3OD, 250 MHz) dos brutos

reacionais indicaram que o catalisador menos eficiente para esta reação foi o de

Wilkinson, para o qual não foi observado o consumo do material de partida. Em

contrapartida, o catalisador de Crabtree hidrogenou tanto a olefina quanto o alcino.

Neste mesmo tempo reacional (3h), os catalisadores mais promissores foram o Pd/C

e o PtO2 que promoveram apenas a hidrogenação do alcino. No entanto, no decorrer

da reação a redução com o Pd/C perde seletividade, por este motivo, além do baixo

custo, ele foi escolhido para a transformação de 144 para 124h (Esquema 44). O

consumo do alcino foi acompanhado pelo desaparecimento do tripleto em 2,4 ppm,

correspondente ao metileno vizinho à tripla ligação.

Page 70: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

71

Esquema 46. Escolha do catalisador para redução 144 para 124h.

O catalisador que apresentou melhor quimiosseletividade para a

hidrogenação do alcino foi o PtO2. A reação foi monitorada periodicamente por RMN-

1H e após nove horas foi observado quase exclusivamente o produto 124h

(Esquema 47). A redução quimiosseletiva de adutos da reação de Sonogashira

possibilita a inserção de cadeias laterais, nas quais os substituintes são

incompatíveis com os sais de arildiazônio e ainda mantendo a olefina intacta para

futuras transformações.

[ppm] 6 4 2 [ppm] 6 4 2

144

Wilkinson

Crabtree

Pd/C

PtO2

124h

Page 71: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

72

Esquema 47. Hidrogenação quimiosseletiva de 144 catalisada por PtO2.

[ppm] 8 6 4 2 [ppm] 8 6 4 2

144

124h

3h

6h

9h

Page 72: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

73

2.2.3. Conclusão

Nesse trabalho foi desenvolvida uma metodologia eficiente para a arilação

diastereosseletiva de olefinas cíclicas não-ativadas através da reação de Heck-

Matsuda direcionada pelo substrato, sendo obtidos 19 aril-ciclopentenos (124) com

excelentes razões diastereoméricas (até >95:5) e rendimentos (até 90%). A

metodologia foi empregada com sucesso como etapa-chave para a síntese do

VPC01091 (101), um agonista do receptor S1P1 da esfingosina-1-fosfato (93), cuja

patente foi requerida pela indústria farmacêutica Abbott para o tratamento da

esclerose múltipla por via oral.

Os resultados apresentados neste capítulo foram publicados no periódico The

Journal of Organic Chemistry (2012, 77, 8182).38

Page 73: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

74

2.3. Os primeiros exemplos da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva.

Dessimetrização de olefinas cíclicas não-ativadas.

2.3.1. Aspectos gerais

A área Síntese Orgânica passa por um momento de revitalização que inclui,

entre outros aspectos, a preocupação com a eficiência da metodologia sintética e

sua aplicação em síntese total, quer seja um produto natural ou uma substância

valorizada por suas propriedades biológicas ou físico-químicas.39 A incorporação de

materiais de partida obtidos de fontes renováveis, a preocupação com o menor

consumo de energia, o emprego de métodos e técnicas para acelerar e/ou promover

reações antigas e novas passaram a ser metas do planejamento sintético. Desta

forma, o desenvolvimento de metodologias catalíticas enantiosseletivas é um tema

de grande interesse em síntese orgânica dada a sua grande aplicabilidade para a

obtenção de fármacos, agroquímicos, fragrâncias e novos materiais.40 Neste

contexto, metodologias enantiosseletivas para a reação de Heck foram estudadas

extensivamente desde o final da década de 1980, e atualmente representam uma

das melhores opções para a formação de centros terciários e quaternários

assimétricos.41

Em um primeiro momento a reação de Heck não parece ser uma boa escolha

para versões enantiosseletivas já que o carbono sp3 formado na carbopaladação é

transformado novamente em sp2 após a -eliminação (Esquema 1). Por outro lado,

como estas duas etapas do ciclo catalítico são estereoespecíficas e ocorrem de

forma syn, os sistemas cíclicos são excelentes substratos para reações de Heck

enantiosseletivas uma vez que ocorre a migração da olefina e o centro terciário

formado é mantido (Esquema 48).

Page 74: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

75

As principais condições reacionais que associadas à obtenção dos adutos de

Heck com altos excessos enantioméricos são a utilização de ligantes bidentados

quirais (A) e a formação de espécies catiônicas de paládio (Esquema 48). Na rota

catiônica existe uma vacância livre no paládio (B) onde ocorrerá a complexação da

olefina (C) sem alterações na estrutura Pd-ligante (D). Este tipo de complexo

aumenta as chances de obtenção do produto (F) com altos valores de excesso

enantiomérico (ee). Na rota neutra, como todas as vacâncias do paládio estão

ocupadas (G) a complexação da olefina pode ocorrer as custas do rompimento de

uma das ligações do ligante com o Pd (II) (H), diminuindo a eficiência na

transferência de quiralidade do ligante para o produto (Esquema 48).41

Esquema 48. Reação de Heck enantiosseletiva pelas rotas neutra e catiônica.

O primeiro exemplo da reação de Heck enantiosseletiva foi descrito em 1989

pelo grupo do Prof. Masakatsu Shibasaki.42 Neste trabalho foi realizada a

dessimetrização intramolecular do ciclo-hexadieno 147 na presença do ligante (S)-

BINAP (148), levando à formação da decalina 149 em 74% de rendimento e 46% de

ee. O Ag2CO3 foi utilizado para precipitar o iodeto e ciclo-hexeno para reduzir o

paládio (Esquema 49). Esta reação abriu as portas para o desenvolvimento de

Page 75: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

76

inúmeras reações de dessimetrização através da reação de Heck, bem como a

utilização de bis-fosfinas quirais como ligantes para reações catalisadas por

paládio.43

Esquema 49. Primeira reação de Heck enantiosseletiva.

Após o trabalho pioneiro do Shibaski, o grupo do Prof. Hayashi descreveu a

primeira versão intermolecular enantiosseletiva para a reação de Heck.44 A arilação

do 2,3-di-hidrofurano (51) com o feniltriflato (150) foi realizada utilizando o sistema

catalítico Pd(OAc)2/(R)-BINAP e levou à formação dos produtos 151 e 152. A

estereoquímica contrária e o alto excesso enantiomérico para o produto 153 foi

atribuída a uma resolução cinética causada pela reinserção do hidreto de paládio ao

aduto de Heck de configuração absoluta R (151) (Esquema 50).

Esquema 50. Primeira reação de Heck intermolecular enantiosseletiva.

Apesar da reação de Heck-Matsuda ocorrer pela via catiônica e do sal de

arildiazônio ser o substrato que sofre a adição oxidativa de maneira mais rápida, um

desafio para o desenvolvimento de metodologias enantiosseletivas com estes

eletrófilos consiste na sua incompatibilidade com os ligantes quirais comumente

Page 76: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

77

utilizados na literatura (Esquema 51). As principais fontes de indução assimétrica

em reações catalisadas por metais de transição são as bis-fosfinas de quiralidade

axial derivadas do Binap (148) e as derivadas do JosiPHOS (154). Além destas,

outra classe muito eficiente de ligantes são os bisdentados de fósforo e nitrogênio,

do tipo PHOX (155).45 Na presença de fosfinas do tipo 156, os sais de arildiazônio

21 decompõem por meio de um processo de transferência única de elétrons (single-

electron tranfer-SET) dando origem ao radical fenílico 157 e o cátion radical 158, que

serão transformados no benzeno substituído 159 e o óxido de fosfina 160,

respectivamente (Esquema 51).46

Esquema 51. Incompatibilidade dos sais de arildiazônio com fosfinas.

Uma alternativa às fosfinas e com aplicação limitada na reação de Heck é a

classe dos ligantes do tipo N,N. Por exemplo, até o início do desenvolvimento deste

trabalho, o único exemplo da reação de Heck enantiosseletiva com este tipo de

ligante foi relatado por Jones e colaboradores para a arilação enantiosseletiva do di-

hidrofurano (51) (Esquema 52).47 As condições reacionais foram semelhantes às

utilizadas por Hayashi (Esquema 50), mas substituindo a BINAP pela piridina-

oxazolina 161, Assim, os adutos de Heck primário 152 e isomerizado 153 foram

Page 77: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

78

isolados com 29 e 60% ee, respectivamente. Apesar do baixo rendimento e nível de

indução assimétrica, este resultado demonstrou a viabilidade de utilizar ligantes

outros que não fosfinas nas reações de Heck.

Esquema 52. Arilação enantiosseletiva do di-hidrofurano (51) na presença do ligante quiral 161.

A fim de consolidar a reação de Heck-Matsuda como uma metodologia

robusta e de amplo escopo em síntese orgânica, o objetivo desta etapa do trabalho

foi utilizar ligantes do tipo N,N para desenvolver a primeira versão enantiosseletiva

para esta reação.

2.3.2. Resultados e discussão

Considerando o comportamento diferenciado dos olefinas cíclicas não-

ativadas decoradas com grupos coordenantes que impedem a isomerização da

dupla ligação para formação dos produtos estirênicos, o ciclopenteno 128 foi

escolhido como modelo para o início dos estudos da reação de Heck-Matsuda

enantiosseletiva (Esquema 53). A exequibilidade da arilação com o sal de

arildiazônio 21e foi confirmada tanto pelo uso de Pd(OAc)2 (10 mol%) em metanol

(60 °C) quanto pela condição descrita para o direcionamento do substrato [Pd2(dba)3

(4 mol%), NaOAc em bezonitrila] (Esquema 53). Nestas condições, o aduto de Heck

rac-162a foi obtido excelente rendimento, confirmando a hipótese de que a carbonila

Page 78: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

79

do substrato auxiliaria na supressão da isomerização do aduto primário de Heck

(Esquema 53).

Esquema 53. Reação de Heck-Matsuda com a olefina 128.

Considerando o sucesso da arilação de 128 nas condições para a formação

do produto racêmico, o próximo passo foi avaliar o seu comportamento frente a

adição das bisoxazolinas quirais comercialmente disponíveis 163a-c (Esquema

53).48,49 Com base nestes experimentos foi possível obter o produto em rendimentos

satisfatórios apenas em metanol e o uso de benzonitrila como solvente forneceu

162a em baixos rendimentos e na sua forma racêmica. Uma possível explicação

para esta observação está baseada numa possível competição deste solvente

coordenante com os ligantes 163 pelos sítios de coordenação do paládio.50 A

obtenção do aduto de Heck com 28% ee em metanol, na presença do ligante 163c,

estimulou o uso deste solvente em testes posteriores.

Inicialmente, foram empregadas condições convencionais para a reação de

Heck enantiosseletiva, utilizando o catalisador PdCl2(PhCN)2, Ag2CO3 e a

Page 79: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

80

bisoxazolina 163c como ligante (Tabela 2). O fato da reação só fornecer o produto

162a com excesso enantiomérico (48%) quando o sal de prata foi utilizado em

quantidade equimolar à olefina 128, indicou que a sua função não estava limitada à

remoção do cloreto da esfera de coordenação do paládio (entrada 1). Dobrando a

quantidade do Ag2CO3, foi observada uma diminuição no tempo reacional de 300

para 45 minutos e um leve aumento no excesso enantiomérico (54%) (entrada 2).

Tabela 2. Heck-Matsuda enantiosseletiva na presença de sais de prata.

entrada aditivos (equivalentes) tempo (minutos) rendimento (%) ee (%)

1 Ag2CO3 (1) 300 74 48

2 Ag2CO3 (2) 45 81 54

3 Ag2CO3 (0,2)/

Zn(OTf)2 (0,1) 20 81 54

4 AgClO4 (2) 20 56 14

Para testar a hipótese de que o aumento na velocidade da reação foi

decorrente da catálise ácida do Ag2CO3, este sal foi utilizado em quantidade sub-

estequiométrica (0,2 equiv.) juntamente com o ácido de Lewis Zn(OTf)2 e o produto

162a foi obtido com o mesmo rendimento e excesso enantiomérico (54%) em

apenas 20 minutos. Uma explicação para o aumento na velocidade da reação é

ativação do sal de diazônio pelo ácido de Lewis durante a adição oxidativa

(Esquema 54). A tentativa de usar uma fonte de prata mais eletrofílica como o

AgClO4, levou a formação do aduto de Heck 162a em 56% de rendimento, mas com

apenas 14% ee. Estes resultados indicaram que, nestas condições, a utilização de

Page 80: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

81

um ácido de Lewis aumentou a velocidade da reação, mas que a presença de uma

base era benéfica para o incremento do nível de enantioindução (Tabela 2).

Esquema 54. Influência do ácido de Lewis na adição oxidativa.

Apesar dos bons resultados preliminares utilizando os sais de prata, o

desenvolvimento de uma metodologia para a reação de Heck-Matsuda com a

utilização destes sais não apresenta benefícios tanto do ponto de vista econômico

quanto ambiental. Desta forma, uma alternativa foi a substituição do catalisador por

Pd(TFA)2, uma fonte de paládio mais eletrofílica do que o PdCl2(PhCN)2 (Tabela 3).

Apesar da combinação deste catalisador com Zn(OTf)2, tanto em quantidades

catalíticas ou estequiométricas, levar à formação dos produtos com bons

rendimentos, os excessos enantioméricos foram insatisfatórios (34-44% ee)

(entradas 1 e 2). Adicionalmente, a comparação entre os ligantes 163a-c nas

mesmas condições reacionais indicou que apenas a bisoxazolina 163c foi eficiente

para transferir quiralidade ao produto 162a (entradas 2-4). O desenvolvimento da

reação na temperatura ambiente apresentou rendimento e excesso enantiomérico

equivalentes à realizada sob aquecimento de 60 °C, mas o tempo reacional foi muito

maior (180 minutos- entrada 5) (Tabela 3).

Tabela 3. Heck-Matsuda enantiosseletiva utilizando Zn(OTf)2 como aditivo.

Page 81: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

82

entrada ligante (20 mol%)

Zn(OTf)2 (equiv.)

tempo (minutos)

temperatura (ºC) rendimento (%) ee

(%)

1

0,1 10 60 90 44

2

1 15 60 90 34

3

1 180 60 75 0

4

1 160 60 81 0

5

1 180 25 85 34

Considerando os resultados anteriores que demonstram uma influência

positiva do meio básico para o excesso enantiomérico, o ácido de Lewis Zn(OTf)2 foi

removido (Tabela 4). Nesta condição, foi possível obter o aduto de Heck 163a em

rendimentos satisfatórios e excessos enantioméricos baixos, mesmo quando a

proporção Pd(TFA)2/163c foi modificada (entradas 1 e 2). O próximo passo foi

utilizar a base 2,6-di-terc-butil-4-metil-piridina (DTBMP) (164), quando o aduto de

Heck 162a foi obtido em 83% de rendimento e 84% de excesso enantiomérico em

apenas 20 minutos (entrada 3). As vantagens associadas à utilização desta base

são a sua baixa nucleofilicidade e a prevenção da decomposição da oxazolina, um

vez que alguns destes ligantes são instáveis em meio ácido.49 Finalmente, ao utilizar

o NaOAc como base foi observada a formação de diversos produtos de

Page 82: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

83

decomposição do sal 21e, não havendo consumo total da olefina 128. Além disso, o

excesso enantiomérico do produto 162a foi de apenas 46% (entrada 4) (Tabela 4).

Tabela 4. Heck-Matsuda enantiosseletiva na presença de bases.

Entrada Pd(TFA)2 (mol%)

163c (mol%) Base Tempo

(min) Rendimento (%) ee (%)

1 10 20 --- 100 77 38

2 5 6 --- 20 76 38

3 10 20 DTBMP (164)

20 83 84

4 10 20 NaOAc - Nd 46

Com as condições reacionais otimizadas (Tabela 4 - entrada 3), a

metodologia foi expandida com a utilização de diversos sais de arildiazônio 21

(Esquema 55Erro! Fonte de referência não encontrada.). Os melhores excessos

enantioméricos foram obtidos quando sais de arildiazônio com grupos retiradores de

elétrons foram utilizados (162a,c,d e e). Sais de arildiazônio isoméricos nas

posições meta e para não promoveram mudanças significativas nos valores de

rendimentos e excessos enantioméricos da reação (162d-e). No entanto,

substituintes na posição orto provocaram um decréscimo no excesso enantiomérico

(162f-g). A adição oxidativa foi quimiosseletiva na presença dos haletos de arila

(162b-c). Em dois casos (162i-j) não foi possível determinar os valores dos

excessos enantioméricos devido à impossibilidade de separação do racemato por

cromatografia em fase estacionária quiral. A eficiência do sistema catalítico

desenvolvido permitiu a obtenção de todos os produtos com tempos reacionais

inferiores a uma hora. Por fim, a estereoquímica absoluta dos adutos de Heck foram

Page 83: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

84

determinadas por analogia à estrutura de 162e, que foi determinada por

cristalografia de raio-X a partir de uma amostra com excesso enantiomérico maior

que 99% (Esquema 55).

Esquema 55. Reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva.

Uma proposta para o ciclo catalítico para a reação de Heck-Matsuda

enantiosseletiva inicia pela redução do Pd(TFA)2 pelo metanol que, na presença do

ligante 163c, forma o complexo A (Esquema 56). Em seguida, a adição oxidativa

produz o arilpaládio catiônico B, que após complexação com a olefina 128 realiza a

carbopaladação através do estado de transição estabilizado pela carbonila D, cuja

formação é favorecida devido à minimização da repulsão entre os substituintes mais

volumosos da olefina com o grupo benzil do ligante. Em seguida, o alquil-paládio E

Page 84: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

85

sofre a -eliminação liberando o produto e o hidreto de paládio F, que é decomposto

pela DTBMP (164) regenerando o catalisador de paládio (0) (Esquema 56).

Esquema 56. Proposta de ciclo catalítico para a arilação enantiosseletiva de 128.

A fim de obter maiores informações sobre a provável estabilização do estado

de transição pela coordenação da carbonila ao paládio foram realizadas reações

com as olefinas cíclicas 165, 167 e 169 (Esquema 57). O aumento no tamanho do

anel nos substratos 165 e 167, análogos a 128, diminuiu os valores de ee. No

entanto, a obtenção de apenas um regioisômero indicou uma preferência pela

inserção do paládio no carbono olefínico mais próximo à carbonila. Estes baixos

valores de ee podem ser decorrentes de uma maior repulsão estérica entre os

substituintes do ligante e estes anéis, que apresentam maior grau de liberdade

conformacional do que 128. A reação com a olefina monocarbonilada 122 foi

Page 85: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

86

realizada em 92% de rendimento e o produto foi obtido como uma mistura 1:1,2 dos

produtos anti (171) e syn (170). Apesar da baixa diastereosseletividade, o maior

excesso enantiomérico do isômero syn (170) pode ser atribuído à estabilização

adicional promovida pela carbonila. De fato, o ee deste produto é semelhante ao

obtido para a arilação do ciclopenteno 128 com o sal de arildiazônio 21e (Esquema

57).

Esquema 57. Arilação enantiosseletiva de olefinas cíclicas.

Por fim, sabendo que sais de arildiazônio podem se decompor gerando

radicais no meio reacional e que eles poderiam promover a racemização dos centros

benzílicos em 162, foram realizados dois experimentos que indicaram a ausência

desta via de erosão da seletividade (Esquema 58). No primeiro deles, a arilação da

olefina 128 com o sal 21e foi realizada na presença do aduto de Heck

enantioenriquecido 162g. Nestas condições, o produto 162a foi obtido em 83% de

rendimento (84% ee) sem que houvesse alteração do ee do aduto de Heck 162g. O

segundo experimento consistiu na realização da reação com quantidades

Page 86: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

87

estequiométricas de paládio e ligante. Como esperado, a reação foi instantânea,

quantitativa e forneceu o aril-ciclopenteno 163a em 84% ee. Uma vez que este valor

de excesso enantiomérico foi o mesmo da reação catalítica, ficou evidenciado que

não há decomposição do produto ou perda da capacidade de indução assimétrica

por parte do ligante ao longo da reação (Esquema 58).

Esquema 58. Avaliação da erosão da enantiosseletividade na síntese de 162a.

Page 87: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

88

2.3.3. Conclusão

Nesta etapa do trabalho foram apresentados os primeiros exemplos de

reações enantiosseletivas com sais de arildiazônio, aqui exemplificados pela

dessimetização de olefinas cíclicas não-ativadas. Assim, foi possível sintetizar

diversos aril-ciclopentenos substituídos com excessos enantioméricos de até 84%.

A incompatibilidade destes sais com fosfinas, ligantes usualmente

empregados em reações catalisadas por paládio, exigiu a utilização de ligantes

quirais não usuais para a reação de Heck. Neste caso, foi empregada uma

bisoxazolina, constituindo o primeiro exemplo efetivo do uso de um ligante N,N em

reações de Heck enantiosseletivas.

Os resultados apresentados neste capítulo foram publicados no periódico

Tetrahedron Letters (2012, 53, 3325).51

Page 88: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

89

2.4. Arilação enantiosseletetiva de olefinas acíclicas

2.4.1. Aspectos gerais

A descoberta da reação de Heck intermolecular enantiosseletiva por Hayashi

tornou esta metodologia uma importante ferramenta para a síntese de centros

estereogênicos em síntese orgânica (Esquema 50). No entanto, historicamente,

esta transformação foi utilizada como modelo para o teste de novos ligantes

quirais.52 Os substratos mais comuns para esta transformação são o di-hidrofurano

(51) e o ciclopenteno (84).

Não por acaso, a única aplicação sintética da reação de Heck intermolecular

enantiosseletiva foi descrita em 2013 por Zhou e colaboradores na rota para o (+)-

Preclamol (176), cujo enantiômero apresenta potencial farmacológico para o

tratamento da esquizofrenia (Esquema 59).53 Esta síntese iniciou-se pela arilação

enantiosseletiva do ciclopenteno 84 com o ariltriflato 172 e forneceu o

arilciclopenteno 174 em 84% de rendimento e 98% ee, na presença do ligante (R)-

Xyl-SDP(O) (173) (Esquema 59). A abertura oxidativa, seguida da redução com

NaBH4 forneceu o diol 175 em 79% de rendimento. Por fim, a bismesilação, seguida

de reação com a n-propilamina e desmetilação forneceu o (+)-preclamol (176) em

73% de rendimento.

Page 89: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

90

Esquema 59. Síntese do (+)-preclamol (176).

Outra limitação que ainda persiste na reação de Heck intermolecular

enantiosseletiva é a dificuldade em promover a funcionalização de olefinas acíclicas

com níveis satisfatórios de estereocontrole (Esquema 60). A principal característica

estrutural que justifica este problema é a liberdade conformacional das olefinas

acíclicas que permite, após a carbopaladação, que a -eliminação ocorra tanto com

o hidrogênio que produzirá o produto alílico quanto com o que formará o produto

estirênico (Esquema 60).

Page 90: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

91

Esquema 60. Reação de Heck enantiosseletiva com olefinas cíclicas e acíclicas.

Até o início do trabalho, cujos resultados serão apresentados neste capítulo

de tese de doutorado só existiam dois relatos para a reação de Heck

enantiosseletiva com olefinas acíclicas (Esquema 61). O primeiro, relatado por

Shibasaki e colaboradores para a arilaçao do alquenodiol 177 com o feniltriflato

(150), produziu o lactol 178 em 24% de rendimento e 36% ee após 12 dias de

reação.54 No segundo exemplo, Uemura e coloboradores relataram a arilação do

álcool crotílico (179) com iodobenzeno, utilizando o ligante fosfinito-oxazolina 181,

para produzir o aldeído 182 em 23% de rendimento e 17% ee após 3 dias de reação

(Esquema 61).55

Page 91: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

92

Esquema 61. Precedentes para as reações de Heck enantiosseletiva com olefinas acíclicas.

Considerando os desafios para o desenvolvimento de um método eficiente

para a reação de Heck enantiosseletiva com olefinas acíclicas e que o seu sucesso

seria um incremento valioso no arsenal das metodologias sintéticas, o objetivo desta

etapa do trabalho foi aplicar a reação de Heck-Matsuda com ligantes quirais N,N

para a arilação enantiosseletiva de alquenóis acíclicos.

Page 92: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

93

2.4.2. Resultados

2.4.2.1. Construção de centros estereogênicos terciários

A arilação do (Z)-buteno-1,4-diol (177) foi escolhida como modelo para o

desenvolvimento da reação de Heck enantiosseletiva com olefinas acíclicas

(Esquema 62). Além do desafio metodológico, o aumento na complexidade

estrutural desta reação permitiria o acesso de forma direta a -aril- -hidroxi-aldeídos

183 que poderiam ser aplicados na síntese de compostos com atividade

farmacológica destacada. Neste sentido, o sal de arildiazônio 21f foi escolhido para

o desenvolvimento inicial da metodologia uma vez que o sucesso da transformação

permitiria sua aplicação na síntese de intermediários avançados para o baclofeno

(185) (Esquema 62). Este agonista do receptor do GABA (ácido -aminobutírico)

age como um relaxante muscular e recentemente teve seu uso aprovado para o

tratamento do alcoolismo.56

Esquema 62. Arilação enantiosseletiva do alquenol 177 e possível aplicação na síntese do (R)- baclofeno (185).

No primeiro teste para a reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva com o

alquenodiol 177 foi utilizada a mesma condição reportada para a arilação da olefina

cíclica não ativada 128, isto é, dois equivalentes do sal de arildiazônio 21f, um

equivalente da base 2,6-di-terc-butil-4-metil-piridina (DTBMP) (164), 20 mol% da

Page 93: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

94

bisoxazolina 163c e 10 mol% de Pd(TFA)2, sob aquecimento a 60 °C em metanol

(Esquema 63). Nestas condições, o consumo total do material de partida foi

observado após 60 minutos e o O-metil-lactol 186a foi obtido em 91% de rendimento

e 84% ee. A incorporação do metanol no aduto de Heck provavelmente ocorreu

devido ao seu excesso no meio reacional e a presença de traços de ácido. É

importante destacar que esta reação, mesmo não otimizada, já representava o

melhor exemplo de uma reação de Heck intermolecular enantiosseletiva com uma

olefina acíclica (Esquema 61).

Esquema 63. Arilação enantiosseletiva de 177 via reação de Heck-Matsuda.

A partir deste resultado positivo, foi iniciado o processo de otimização para a

arilação de 177 e a primeira variável estudada foi a influência da fonte de paládio

(Tabela 5). Foi observado que os rendimentos das reações não variaram

significativamente, exceto quando o PdBr2 foi utilizado (entrada 4). O alto excesso

enantiomérico obtido com o Pd(TFA)2, dentre as fontes de Pd (II), foi atribuído a sua

maior eletrofilicidade, o que permite a formação do complexo com a bisoxazolina

163c com maior facilidade (entradas 1-4). Adicionalmente, a utilização de

complexos de Pd (0), como o Pd(dba)2 e Pd2(dba)3, forneceu o O-metil-lactol 186a

com excelentes rendimentos e excessos enantioméricos (entradas 5 e 6). No

entanto, a utilização destes catalisadores em relação ao Pd(TFA)2 foi preterida pois o

Page 94: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

95

produto da reação foi obtido contaminado com a dibenzileno-acetona (dba) e os

seus produtos de decomposição.

Tabela 5. Avaliação da fonte de paládio para a Heck-Matsuda enantiosseletiva.

entrada "Pd" rendimento (%)[a] ee (%)[b]

1 Pd(TFA)2 90 84

2 Pd(OAc)2 90 68

3 Pd(acac)2 90 66

4 PdBr2 30 60

5 Pd(dba)2 77 84

6 Pd2(dba)3 95 84 aDeterminado por RMN-1H. bDeterminado por CG quiral.

Neste estágio da otimização, foi observado que a substituição da bisoxazolina

163c por outros tipos ligantes quelantes N,N foi improdutiva, e em todos os casos o

O-metil-lactol 186a foi observado com rendimentos e excessos enantioméricos

decepcionantes (Esquema 64). Apesar da bisoxazolina 187 ter fornecido o O-metil-

lactol 186a com rendimento e excesso enantiomérico similares ao do ligante 163c,

este último ligante foi escolhido para dar continuidade ao trabalho pelo fato de ser

disponível comercialmente.

Page 95: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

96

Esquema 64. Ligantes testados na reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva.

Uma vez que solventes polares tendem a solvatar eficientemente

intermediários carregados, foram avaliadas alternativas ao uso do metanol (Tabela

6). A substituição do metanol por isopropanol forneceu o O-iso-propil-lactol em 55%

de rendimento, mas com 60% ee (entrada 1). Para solventes que não têm a

capacidade reduzir os sais de Pd (II), foram utilizadas misturas (95:5) com metanol

(entradas 2-7). A utilização de THF ou acetonitrila forneceu o produto em

rendimentos e excessos enantioméricos inferiores em relação ao metanol (entrada 2

e 3). Em dimetil-acetamida (DMA), foi observada a completa decomposição do

material de partida (entrada 4). Com o objetivo do tornar a reação mais atrativa do

ponto vista da "Química Verde" foi testado o uso do solvente dimetil-carbonato

(contendo 5% de MeOH),57 e nesta condição o O-metil-lactol 186a foi obtido em 88%

Page 96: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

97

de rendimento e 82% ee (entrada 5). De um modo geral, o uso de água como

solvente ou co-solvente não foi benéfico para a reação, provavelmente pela

solubilização limitada do complexo metálico neste solvente (entradas 6-8).

Tabela 6. Avaliação do solvente para a Heck-Matsuda enantiosseletiva.

entrada solvente R rendimento (%)a ee (%)b

1 i-PrOH i-Pr 91 84

2 THF/MeOH (95:5) Me 40 51

3 MeCN/MeOH (95:5) Me 79 42

4 DMA/MeOH (95:5) Me <5 0

5 DMC/MeOH (95:5) Me 88 82

6 DMC/H2O/MeOH (80:15:5) Me 55 18

7 DMC/H2O (95:5) H 38 0

8 H2O/MeOH (95:5) Me <5 0 aDeterminado por RMN-1H. bDeterminado por CG quiral.

O próximo passo realizado foi a avaliação da base utilizada para a Heck-

Matsuda enantiosseletiva (Tabela 7). Estes experimentos foram realizados em

metanol e dimetil-carbonato, pois estes solventes mostraram-se eficientes quando a

DTBMP (164) foi utilizada. Com o objetivo de tornar a reação mais limpa, foi

imaginado que a substituição da DTBMP (164) por uma base heterogênea

inorgânica poderia atender a esta demanda. No entanto, foi observado que apenas

em metanol o O-metil-lactol 186a foi obtido com bons rendimentos (entradas 3-8).

Um resultado importante foi a descoberta que o carbonato de zinco poderia ser

utilizado como base (entrada 7). Apesar do valor de ee levemente inferior ao obtido

com o uso da DTBMP (entrada 1), esta base foi escolhida para dar continuidade ao

Page 97: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

98

trabalho pois tornou a reação mais rápida (15 minutos) e isenta de contaminantes.

Além disto, como o carbonato é uma base bivalente, foi possível utilizar 0,5

equivalentes do ZnCO3 sem que houvesse alteração no rendimento ou no excesso

enantiomérico da reação (entrada 9). Finalmente, a reação na ausência de base

forneceu o produto com apenas 44% ee (entrada 10).

Tabela 7. Avaliação da base para a Heck-Matsuda enantiosseletiva.

entrada solvente base (equiv.) rendimento (%)[a] ee (%) [b]

1 MeOH DTBMP (1) 91 84

2 DMC/ MeOH (95:5) DTBMP (1) 88 82

3 MeOH NaOAc (1) 65 48

4 DMC/ MeOH (95:5) NaOAc (1) <5 56

5 MeOH CaCO3 (1) 78 30

6 DMC/ MeOH (95:5) CaCO3 (1) 20 48

7 MeOH ZnCO3 (1) 95 80

8 DMC/ MeOH (95:5) ZnCO3 (1) <5 54

9 MeOH ZnCO3 (0,5) 95 80

10 MeOH --- 82 34 aDeterminado por RMN-1H. bDeterminado por CG quiral.

A etapa seguinte consistiu na escolha da melhor proporção entre o Pd(TFA)2

e o ligante 163c (Tabela 8). Apesar de teoricamente apenas um equivalente do

ligante quelante ser necessário para induzir a quiralidade na reação de Heck-

Matsuda, foi observado que a condição ótima envolvia uma proporção de 2,2

equivalentes do ligante em relação ao catalisador de paládio (entradas 1-5). Em

seguida, foi avaliada a possibilidade de reduzir a quantidade de paládio, porém ao

utilizar 5 mol% do Pd(TFA)2 e 11 mol% do ligante 163c o O-metil-lactol 186a foi

Page 98: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

99

obtido com 58% de rendimento e 64% ee (entrada 7). Racionalizando que a

formação do complexo Pd/ligante foi afetada pelo uso da solução mais diluída, foi

realizada a reação de Heck-Matsuda com uma concentração de 0,27 mol/L (entrada

8). Neste caso o produto foi obtido com 90% de rendimento e 85% ee após 15

minutos de reação. A utilização de uma solução mais concentrada (0,54 mol/L)

forneceu o produto em baixo rendimento (40%) e excesso enantiomérico (62%).

Tabela 8. Otimização da relação Pd/ligante na Heck-Matsuda enantiosseletiva.

entrada Pd(TFA)2 (mol%) 163a (mol%) rendimento (%)[a] e.e. (%) [b]

1 10 20 91 84

2 10 12 84 60

3 10 15 95 60

4 10 17 95 84

5 10 22 95 86

6 10 25 90 84

7 5 11 58 64

8 5 11 90 85 (0,27 mol/L)

9 5 11 40 62 (0,54 mol/L) aDeterminado por 1H-RMN. bDeterminado por CG quiral.

Com as condições reacionais otimizadas, a metodologia foi expandida e

diversos O-metil-lactóis 186 foram obtidos em excelentes rendimentos e elevados

excessos enantioméricos na maioria dos casos (Esquema 65). Foi observada

completa quimiosseletividade quando sais de arildiazônio substituídos com iodo ou

bromo foram empregados, tornando os produtos 186c-f valiosos substratos para

futuras reações de acoplamento cruzado. Os sais de arildiazônio contendo grupos

doadores de elétrons forneceram os produtos (186g-o) com excelentes rendimentos

Page 99: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

100

e excessos enantioméricos. Substituintes na posição orto do anel aromático não

afetaram a eficiência da reação (186d, 186h e 186i). No entanto, anéis deficientes

em elétrons, apesar dos bons rendimentos, forneceram os O-metil-lactóis 186e,

186p e 186q com excessos apenas razoáveis. Cabe destacar, que não foi

observada a formação do produto estirênico e que o centro terciário benzílico

formado foi preservado em todos os exemplos.

Esquema 65. Arilação enantiosseletiva do (Z)-buten-1,4-diol (177).

Esta reação apresenta diversos aspectos que são desejados na síntese

orgânica moderna, como o rápido aumento na complexidade estrutural e o uso de

substratos simples e baratos. Além disto, não existe necessidade de utilizar grupos

de proteção, solventes anidros, atmosfera inerte e os tempos reacionais são

Page 100: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

101

bastante curtos, variando entre 15 e 100 minutos. Estas reações são escalonáveis e

foram realizadas com até 10 mmol do diol 177 sem que fossem observadas

mudanças nos valores de rendimento e excesso enantioméricos. Outra

característica importante desta metodologia é a obtenção dos produtos praticamente

puros após uma simples filtração do bruto reacional ca (Esquema

66).

Esquema 66. Arilação multigrama do (Z)-diol 177.

Uma proposta mecanística para a formação dos O-metil-lactóis 186 inicia com

a adição oxidativa do complexo de paládio quiral A ao sal de arildiazônio 21 para

gerar o aril-paládio catiônico B (Esquema 67). A coordenação da olefina ao paládio

deve ocorrer de forma a minimizar as interações repulsivas com os substituintes do

ligante (Esquema 68). Assim, a aproximação favorecida será aquela na qual os

[ppm] 6 4 2 [ppm] 6 4 2

RMN-1H do bruto reacional

RMN-1H do produto purificado

Page 101: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

102

grupos carbinólicos do diol 177 estejam orientados para a mesma face do hidrogênio

da oxazolina, que é o substituinte de menor volume presente no ligante. Em seguida,

ocorre a carbopaladação syn e o complexo D é formado. Neste estágio é provável

que ocorra uma complexação intramolecular da hidroxila do carbinol vizinho ao

centro benzílico com o paládio catiônico para formar o intermediário E. Nesta

conformação, o hidrogênio do grupo carbinol exocíclico torna-se o único disponível

para realizar a -eliminação syn para fornecer o hidreto de paládio F, que reinsere

na olefina formada para produzir o alquil-paládio G. Após a -eliminação com o

hidrogênio da hidroxila, o hidreto de paládio H é decomposto pela base, e o hidróxi-

aldeído I é liberado no meio reacional que, após reações de ciclização e

acetalização fornece o O-metil-lactol 186 (Esquema 67).

Esquema 67. Proposta de ciclo catalítico para a arilação enantiosseletiva do diol (Z)-

177.

Page 102: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

103

Esquema 68. Possíveis aproximações do diol 177 ao complexo aril-paládio catiônico.

Com o objetivo de verificar a importância das hidroxilas no material de partida

foram realizadas as reações de Heck-Matsuda com os derivados mono- (188) e

bisprotegido (189) do diol 177, além da dioxepina 190 (Esquema 69). Nestes

experimentos foi observado que a presença de pelo menos uma hidroxila livre é

essencial para a obtenção de rendimento e excesso enantiomérico comparáveis ao

da arilação de 177, como pode ser observado na reação com 188. Além disto, o fato

deste substrato apresentar o menor tempo reacional indica que a hidroxila pode

auxiliar a formação do complexo aril-paládio catiônico/olefina (intermediário C-

Esquema 67). O substrato 189, no qual as duas hidroxilas foram protegidas com

MOM (metóxi-metil-éter) forneceu o produto 186 em 72% de rendimento, mas com

um excesso enantiomérico de apenas 30%. Imaginando que este acentuado

decréscimo na transferência da quiralidade é decorrente do congestionamento

estérico promovido pelos dois grupos MOM, foi realizada a reação com a dioxepina

190, cujo impedimento estérico é o menor possível. Neste caso, o tempo reacional

também foi de 120 minutos, mas o ee foi de 52%. Este conjunto de dados indicou

que a obtenção de bons excessos enantioméricos estaria condicionada a presença

Page 103: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

104

de pelo menos uma hidroxila livre e que substituintes volumosos ligados ao oxigênio

dificultam transferência da informação quiral do ligante para o produto (Esquema

69).

Esquema 69. HME com derivados protegidos do diol 177.

O emprego do diol (E)- 177 na reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva

produziu, de forma supreendente, o produto 186a com a mesma estereoquímica

absoluta do produto obtido pelo uso do diol (Z)-177. Este resultado inesperado

indicou que esta reação é estereoconvergente, ou seja, independentemente da

estereoquímica do material de partida, o produto formado sempre será obtido com

uma mesma configuração absoluta. Este é um fenômeno incomum e pode ser útil

para arilação de materiais de partida compostos por misturas de isômeros como

demonstrado na Tabela 5.55

Page 104: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

105

Tabela 5. Reação de Heck-Matsuda enantioconvergente.

entrada (E)-177 (mmol) (Z)-177 (mmol) rendimento (%)[a] e.e. (%)[b]

1 1 --- 82 82

2 0,75 0,25 52 82

3 0,5 0,5 65 80

4 0,25 0,75 80 82 aDeterminado por RMN-1H. bDeterminado por CG quiral.

A proposta mecanística para a estereoconvergência observada para a

arilação dos dióis (Z) e (E)-177 presume que a aproximação das olefinas ao aril-

paládio catiônico antes da etapa de carbopaladação (C e E) deve ocorrer de forma a

minimizar a repulsão entre os substituintes da olefina e o grupamento benzil do

ligante (Esquema 70). No caso da olefina (Z)-177, os dois substituintes são

posicionados contrários ao ligante (C), enquanto que na olefina (E)-177 um dos

carbonos carbinólicos ficará obrigatoriamente voltado para o ligante. No entanto, a

aproximação favorecida será aquela na qual este substituinte esteja contrário ao

grupo benzila (E). Assim, após o alinhamento destas olefinas com o grupamento aril

proveniente do sal de arildiazônio, a carbopaladação syn ocorrerá através

intermediários (D e F) cuja estereoquímica do centro benzílico é a mesma

(Esquema 70).

Page 105: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

106

Esquema 70. Proposta para a carbopaladação dos dióis (Z) e (E)-177.

Todos os acetais sintetizados (Esquema 65) foram obtidos como uma mistura

de diastereoisômeros de difícil separação por coluna cromatográfica. Por este

motivo, foi decidido que após a reação de Heck-Matsuda eles seriam oxidados para

as correspondentes 4-aril- -lactonas 191 (Esquema 71). Inicialmente, testou-se a

condição descrita por Cacchi para a oxidação de acetais,58,59 utilizando ácido m-

cloro-perbenzóico (mCPBA) e BF3,Et2O em diclorometano, mas foi observado uma

extensiva racemização do produto 191a, provavelmente pela geração de radicais

derivados do mCPBA. Para evitar a formação de radicais, foi testada a oxidação em

duas etapas, hidrólise do acetal em meio ácido seguida por oxidação com piridínio-

cloro-cromato (PCC). Apesar da não ocorrência de racemização, o rendimento de

62% não era satisfatório e envolvia duas etapas para a obtenção da lactona 191a. A

solução para este problema foi obtida quando o agente oxidante foi modificado para

a solução de Jones (solução aquosa de CrO3 em H2SO4) utilizando uma mistura de

acetona e água como solvente (Esquema 71).

Page 106: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

107

Esquema 71. Otimização para a oxidação do acetal 186a.

Com a condição experimental otimizada para a oxidação, a metodologia foi

aplicada para todos os demais acetais (Esquema 72). As reações foram realizadas

com os produtos da Heck-Matsuda enantiosseletiva sem que estes tenham sido

previamente purificados. Os rendimentos para a obtenção das lactonas após as

duas etapas variaram entre 50 e 95%. A escala padrão para estas reações foi de 1

mmol para o diol (Z)-177, contudo o aumento da escala para 10 mmol foi realizado

sem que houvesse alteração no rendimento (lactonas 191a, 191g e 191i). Algumas

lactonas sólidas foram recristalizadas e os valores de excessos enantioméricos

foram incrementados para valores superiores a 90% (lactonas 191a, 191c, 191f,

191g e 191k). A estereoquímica absoluta das lactonas foi determinada através da

comparação com amostras descritas na literatura (Esquema 72).60

Page 107: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

108

Esquema 72. Síntese das 4-aril- -lactonas 191,

Cabe destacar que as lactonas 191a e 191m são intermediários avançados

descritos na literatura para a síntese dos compostos com atividade agonista do

GABA (R)-baclofeno (185) e (R)-rolipram (193), um agente antidepressivo e com

atividade antiinflamatória (Esquema 19).60,61

Page 108: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

109

Esquema 19. Sínteses formais do (R)-baclofeno (185) e do (R)-rolipram (192).

A síntese enantiosseletiva de 4-aril- -lactonas 191 quirais é um tema de

intensa pesquisa na literatura, e a metodologia desenvolvida neste trabalho

seguramente é uma alternativa aos métodos existentes: (1) a adição conjugada 1,4

de ácidos borônicos 17 à lactona -insaturada 194, catalisada por complexos de

ródio;62 (2) reação de Baeyer-Villiger com aril-ciclobutanonas (195) catalisada por

ácidos de Lewis ou Brønsted quirais (Esquema 73).63 As principais desvantagens

destes métodos são o alto custo dos catalisadores e o emprego de condições

reacionais laboriosas, especialmente para as reações de Baeyer-Villiger que

necessitam de longos tempos reacionais a temperaturas abaixo de -20 °C.

Esquema 73. Métodos modernos para síntese de 4-aril- -lactonas 191,

Outra demonstração da aplicabilidade da arilação do diol 177 pode ser visto

na rota sintética para a pirrolidina 201 (Esquema 74). Após a síntese de 191a, o

Page 109: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

110

produto bruto foi submetido à condição de hidrólise em meio ácido para fornecer o

lactol 197. Após redução com NaBH4, mesilação do diol 198 e dialquilação da amina

primária 200, a pirrolidina 201 foi obtida em 50% de rendimento para as cinco

etapas. A única purificação por coluna cromatográfica foi realizada na última etapa,

ressaltando a vantagem de trabalhar com reações seletivas e com poucos

subprodutos (Esquema 74).

Esquema 74. Síntese da aril-pirrolidina 201,

Após o desenvolvimento da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva com o

diol 177, a metodologia foi expandida para a arilação dos alcoóis (Z) e (E) crotílicos

(179) e do (Z)-2-penten-1-ol (202) (Tabela 9). Estes substratos foram arilados em

excelentes rendimentos e excessos enantioméricos mas forneceram os acetais 203

e 204 com valores modestos de regiosseletividade. De forma geral, foi observado

que o isômero (Z)-179 promove a reação com maiores régio- e enantiosseletividades

do que o (E)-179, independente da natureza do sal de arildiazônio. Além disso, o

tamanho do substituinte na olefina parece exercer um papel importante na

Page 110: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

111

regiosseletividade, uma vez que a reação do (Z)-2-penten-1-ol (202) foi mais seletiva

do que o álcool (Z)-(179). A hidrólise e posterior purificação dos acetais 203 e 204

promoveram extensiva decomposição e racemização do -aril-aldeído 206. Por este

motivo, neste ponto do trabalho, foi priorizada a obtenção dos aldeídos -arilados

205. A etapa de hidrólise dos acetais foi bastante eficiente, permitindo que os

aldeídos 205 fossem isolados em rendimentos razoáveis mesmo após a baixa

seletividade da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva (Tabela 9).

Tabela 9. Reação de Heck-Matsuda com álcoois alílicos não-simétricos.

entrada olefina Ar rendimento (%)a 203/204a Para o isômero 205

ee (%)b rendimento (%)c

1

4-Cl-Ph 90 58:42

49

2

4-Me-Ph 54 51:49

26

3

4-Cl-Ph 87 61:39

49

4

4-Me-Ph 66 63:37

37

5

4-Cl-Ph 58 77:23

42

aDeterminado por RMN-1H. bDeterminado por CG quiral.c Isolado após as duas etapas (Escala de 1 mmol).

Page 111: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

112

O aldeído 205d foi utilizado por Códova e colaboradores como intermediário

chave para a síntese dos sesquiterpenos, que apresentam atividade antineoplásica.

(S)-curcumeno (210). (S)-desidrocurcumeno (211) e (S)-tumerona (212) (Esquema

75).64 Neste artigo, a rota utilizada para a obtenção deste aldeído envolveu a adição

nucleofílica de dimetilzinco (208) ao 4-metil-cinamaldeído (207), utilizando como

sistema catalítico uma mistura de 25 mol% da amina quiral 209, 20 mol% de PPh3,

10 mol% de Cu(OTf)2 em THF a 25 °C por 14 h. O aldeído 205d foi obtido, nestas

condições, em 65% de rendimento e 86% ee (Esquema 75). Apesar do rendimento

inferior, a reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva forneceu 205d com o mesmo

excesso enantiomérico e utilizando um protocolo experimental muito mais simples

(Tabela 9-entrada 4).

Esquema 75. Aplicações sintéticas do aldeído 205d.

Cabe ressaltar que durante o processo de submissão do artigo contendo os

dados apresentados neste capítulo, Sigman e colaboradores relataram a reação de

Heck-Matsuda enantiosseletiva de alquenóis acíclicos não simétricos 213 (Esquema

76).65 A piridino-oxazolina 214 foi utilizada como ligante quiral e permitiu a obtenção

dos aril-aldeídos 215 em bons rendimentos e excessos enantioméricos de até 90%.

Page 112: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

113

Esquema 76. Reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva descrita por Sigman e colaboradores.

2.4.3. Conclusão

Nesta etapa do trabalho foi desenvolvida uma metodologia eficiente para a

reação de Heck com olefinas acíclicas. Diversos alcoóis alílicos foram arilados com

rendimentos que variaram entre 54 e 95% e excessos enantioméricos de até 92%.

A dessimetrização do buten-1,4-diol (177) permitiu a síntese de diversos O-

metil-lactóis 186, que foram aplicados na síntese de 4-aril-lactonas 191 e da

pirrolidina funcionalizada 201, Adicionalmente, alguns dos produtos sintetizados

foram previamente empregados na preparação de moléculas de interesse

farmacológico como o (R)-baclofen (185). (R)-rolipram (193). (S)-curcumeno (209).

(S)-desidrocurcumeno (210) e (S)-tumerona (211).

Os resultados apresentados neste capítulo foram publicados no periódico The

Journal of Organic Chemistry (2013,76, 4373).66

Estes resultados em conjunto com os descritos por Sigman65 representaram

os primeiros exemplos eficientes para a arilação intermolecular de olefinas acíclicas

na literatura.

Page 113: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

114

2.5. Construção de centros estereogênicos quaternários

2.5.1. Aspectos gerais

O desenvolvimento da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva, associado

ao uso de ligantes nitrogenados, como a bisoxazolina 163c e da piridino-oxazolina

215, permitiu o desenvolvimento de transformações altamente estereosseletivas

para funcionalização de olefinas em sistemas cíclicos e acíclicos (Esquema 77).67-69

Por exemplo, a arilação estereosseletiva do ciclopentenol 217 com sais de

arildiazônio permitiu a obtenção dos cis-arilciclopentenóis 218 com excelentes

excessos enantioméricos na presença do ligante 215.68 Posteriormente, o mesmo

ligante foi empregado com sucesso para a olefinação enantiosseletiva de alquenóis

acíclicos na presença de vinil-triflatos deficientes em elétrons (219).69

Esquema 77. Arilação intermolecular de olefinas cíclicas e acíclicas com o ligante 215.

Em 2014, Sigman e colaboradores relataram a primeira arilação

intermolecular enantiosseletiva de olefinas trissubstituídas (Esquema 78).70 Nesta

metodologia, ácidos borônicos foram utilizados como agentes arilantes, na presença

do ligante 215 e os adutos de Heck 222 foram obtidos com até 94% ee. A alta

Page 114: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

115

regiosseletividade observada nas reações foi atribuída tanto a fatores estéricos

quanto pela polariação da ligação dupla através do efeito indutivo da hidroxila. Esta

racionalização talvez justifique o uso de substratos contendo apenas uma hidroxila

livre e substituintes lineares na olefina (222a-c).

Esquema 78. Síntese de centros quaternários a partir da reação de Heck.

Considerando o interesse pela reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva com

alcoóis alílicos e seus derivados, o objetivo desta etapa do trabalho foi desenvolver

uma metodologia eficiente para a arilação dos alquenodióis 223 através do uso de

ligantes especificamente desenhados para esta reação (Esquema 79). Dois

desafios esperados desta transformação foram: 1) a presença de duas hidroxilas

livres no substrato, que podem direcionar a arilação em qualquer um dos carbonos

olefínicos; 2) o uso de substituintes volumosos na olefina, cujo sucesso permitiria o

acesso a intermediários avançados na síntese total de compostos

farmacoligicamente relevantes.

Page 115: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

116

Esquema 79. Proposta de reação de Heck-Matsuda com olefinas trissubstituídas.

Page 116: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

117

2.5.2. Resultados e discussão

O desenvolvimento da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva com olefinas

trissubstituídas acíclicas iniciou-se pela busca das condições reacionais para a

arilação do alquenodiol 225 (Esquema 80).66 Em um primeiro momento, foi utilizada

uma condição semelhante à previamente descrita para a arilação do (Z)-buten-1,4-

diol (177): Pd(TFA)2 (5 mol%), [ZnCO3]2.[Zn(OH)2]3 (10 mol%), o ligante bisoxazolina

163c em metanol. Assim, foi possível obter o O-metil-lactol 226 em 89% ee, 77% de

rendimento e regiosseletividade de 9:1 em favor da arilação no carbono terciário . O

uso do ligante simétrico 163c indicou que já existia uma preferência para a arilação

no carbono mais substituído. Isto pode ser explicado pela maior deficiência

eletrônica deste carbono. Racionalizando que o uso de um ligante que possuísse

átomos de nitrogênio com diferentes basicidades poderia aumentar a

regiosseletividade da reação, foi utilizada a piridina-oxazolina 215. Como esperado,

a regiosseletividade aumentou para 14:1 mas o rendimento da reação foi apenas

modesto (46%).

Esquema 80. Arilação enantiosseletiva do alquenodiol 225.

Page 117: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

118

O sucesso do ligante piridino-oxazolina 215 foi atribuído ao grupo CF3

presente que diminuiria a basicidade na porção piridínica aumentando a

probabilidade do seu complexo com o paládio diferenciar os diferentes carbonos da

olefina no substrato.65,71 Baseado nesta informação, foi visualizado que a junção das

propriedades dos ligantes 163c (simetria C2) e diferente basicidade dos nitrogênios

de 215 poderia ser obtida com uma nova classe de ligantes do tipo pirimidino-

bisoxazolina 227 e 228 (Esquema 81). Fortuitamente, a reação de Heck-Matsuda

com o ligante 227 forneceu o aduto de Heck 226 88% ee, 88% de rendimento e

regiosseletividade >20:1 em favor da arilação no carbono terciário . Apesar da

excelente enantiosseletividade, o uso do ligante 228 forneceu o aduto de Heck ent-

226 com apenas 68% ee e 70% de rendimento (Esquema 81). A síntese dos

ligantes 227 e 228 está descrita na parte experimental.

Esquema 81. Reação de Heck-Matsuda com os ligantes 227 e 228.

A moderada indução assimétrica para o ligante 228 pode ser atribuída a dois

fatores (Esquema 82): 1) formação preferencial do complexo 229, no qual as duas

oxazolinas estão coordenandas ao paládio através de um anel de sete membros ao

invés do complexo 230 que apresenta a coordenação desejada para a arilação, mas

Page 118: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

119

é 11,56 kcal mais energético do que 229;72 2) estudos teóricos realizados por

Sigman e colaboradores indicam que o posicionamento da arila em relação cis à

piridina no aril-paládio deve ser favorecida devido a uma interação da nuvem da

arila com o hidrogênio em C6 da pirazina.71 Assim, a presença das metilas em C5 e

C6 deve desfavorecer a formação do complexo com essa geometria (231), fazendo

com que a arila fique posicionada cis à oxazolina (232). Desta forma, a aproximação

da olefina ocorrerá pelo sítio de coordenação do paládio mais distante do centro

estereogênico do ligante, diminuindo a eficiência na transferência da informação

quiral. O efeito contrário deve ser observado com o uso do ligante 227.

Esquema 82. Influência das metilas em C5 e C6 no ligante 228.

Page 119: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

120

A fim de eliminar a possibilidade de formação de complexos isoméricos, como

nos ligantes 227 e 228, foi realizada a síntese dos novos ligantes quirais 235-237

(Esquema 83). Tanto a pirimidino-bisoxazolina 235 quanto as pirazino-2,5-

bisoxazolinas 236 e 237 forneceram o O-metil-lactol 226 como um único

regioisômero e com excessos enantioméricos e rendimentos excelentes. Uma vez

que os maiores níveis de enantioindução foram observados com as oxazolinas

substituídas com grupos terc-butila, os ligantes 235 e 236 foram escolhidos para dar

continuidade ao projeto.

Esquema 83. Reação de Heck-Matsuda com os ligantes 235-237.

Os maiores excessos enantioméricos obtidos com o uso dos ligantes 235 e

236 podem ser racionalizados como uma consequência do efeito retirador de

elétrons do conjunto nitrogênio do anel heteroaromático com a oxazolina. Apesar da

influência desta porção quelante não estar totalmente esclarecida, uma possibilidade

é que ela atue como um ligante para os sais de zinco ao longo da reação,

diminuindo a densidade eletrônica do núcleo heteroaromático (Esquema 84).

Tentativas de isolar os complexos contendo sais de zinco não foram produtivas, mas

Page 120: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

121

algumas evidências sobre este fenômeno foram obtidas pelo uso dos ligantes que

não apresentam a porção quelante extra. No caso, tanto a piridino-bisoxazolina 238

quanto a pirazino-oxazolina 239 forneceram o aduto de Heck 226 em excessos

enantioméricos e rendimentos inferiores aos obtidos pelo uso dos ligantes 235 e

236.

Esquema 84. Reação de Heck-Matsuda com os ligantes 238 e 239.

A fim de obter informações adicionais sobre as possibilidades distintas de

quelação do ligante 235, foram sintetizados os complexos monometálico 240 e o

bimetálico 241 (Esquema 85). A reação com 240 forneceu o aduto de Heck 226b

com rendimentos e seletividades semelhantes aos observados para a geração in situ

pela mistura do ligante 235 e do Pd(TFA)2. Apesar da razão utilizada nas reações

ser de 1:1 entre o Pd e o ligante, a possibilidade de formação do complexo com dois

paládios 241 foi avaliada. Embora cataliticamente ativo, este complexo apresentou

um comportamento distinto daquele observado para o complexo 240 e forneceu o

produto com regiosseletividade de 7:1 e com o excesso enantiomérico inferiores.

Estes resultados indicaram que, provavelmente, este complexo não está

Page 121: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

122

participando da transformação, mas que existe potencial para seu emprego em

outras reações enantiosseletivas catalisadas por paládio (Esquema 85).

Esquema 85. Reação de Heck-Matsuda com os complexos 240 e 241,

Uma proposta de ciclo catalítico para a arilação das olefinas trissubstituídas

225 inicia pela adição oxidativa do catalisador de Pd (0) A com sal de arildiazônio

21, posicionando a arila cis em relação à pirimidina do ligante 235 (Esquema 86).

Em seguida, ocorre a coordenação da olefina 225 e posterior carbopaladação, que

procede pelo intermediário D, no qual o hidrogênio proveniente da olefina está

posicionado do mesmo lado do grupo terc-butil da oxazolina. Após a -eliminação

com o hidrogênio carbinólico o enolato E permanece coordenado ao paládio para

sofrer uma reinserção do hidreto de paládio, formando o complexo F. Uma nova -

eliminação com o hidrogênio da hidroxila fornece o complexo G, que é decomposto

pela base para regenerar a fonte de Pd (0) e liberar o hidróxi-aldeído H que, após

ciclização e reação com o solvente metanol, fornece o O-metil-lactol 226.

Page 122: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

123

Esquema 86. Proposta de ciclo catalítico para a formação de 226.

Por fim, a metodologia foi aplicada na preparação enantiosseletiva de

diversas lactonas contendo centros quaternários (Esquema 87). Usando uma

estratégia similar à descrita para a arilação do buten-1,4-diol (177) (Esquema 65),

os O-metil-lactóis 226 obtidos da reação de Heck-Matsuda foram oxidados com

solução de Jones para fornecer as lactonas 242. De forma geral, os ligantes 235 e

236 forneceram os adutos de Heck com rendimentos e enantiosseletividades

similares. Seus desempenhos superiores permitiram o uso de apenas 2 mol% do

catalisador e do ligante, a menor carga descrita para uma reação de Heck

Page 123: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

124

enantiosseletiva com olefinas acíclicas. Substituintes nas posições orto, meta e para

foram igualmente tolerados, bem como, o uso de olefinas com geometria E ou Z

(242e e 242f). Alquenodióis com espaçadores maiores entre a olefina e uma das

hidroxilas não afetaram a regiosseletividade (242e, 242f e 242i), permitindo a

obtenção de lactonas de seis membros decoradas com centros quaternários em

excelentes excessos enantioméricos. Adicionalmente, a reação foi eficiente para a

arilação de olefinas substituídas com grupos ramificados (242g-m) permitindo pela

primeira vez a síntese enantiosseletiva de centros quaternários congestionados a

partir da reação de Heck com olefinas acíclicas.

Esquema 87. Síntese das lactonas contendo centros quaternários 242.

Page 124: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

125

Finalmente, o potencial sintético da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva

foi demonstrado na síntese do bloqueador do canal de cálcio (R)-Verapamil (249),

utilizado para o tratamento de arritmia cardíaca (Esquema 88).73 A arilação de 1,07

gramas do alquenodiol 243 na presença do ligante 235 forneceu o O-metil-lactol 244

em 94% ee, 89% de rendimento. A hidrólise de 244 em meio ácido, seguido da

reação de aminação redutiva entre o lactol 245 e a amina secundária 246, levando a

formação do aminoálcool 247 em 55% de rendimento para as duas etapas.74,75 A

oxidação do álcool neopentílico para o aldeído 248 com a periodinana de Dess-

Martin (DMP), seguida de formação de uma oxima e decomposição mediada por

carbonil-diimidazol (CDI) forneceu o (R)-Verapamil (249) em 59% de rendimento

para as últimas 3 etapas.76,77 Cabe destacar que esta é a primeira síntese total na

qual a reação de Heck enantiosseletiva de uma olefina acíclica é utilizada como

etapa chave da rota sintética. O rápido aumento na complexidade estrutural permitiu

a obtenção de 0,978 g do (R)-Verapamil (249) (29% de rendimento global).

Page 125: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

126

Esquema 88. Síntese total do (R)-Verapamil 248.

A rota sintética utilizada neste trabalho para a síntese do (R)-Verapamil (249)

é a mais curta e com o maior rendimento global entre as descritas na literatura

(Esquema 89).78,79 A primeira delas, descrita por Brenna e colaboradores parte da

resolução cinética do álcool 250 para fornecer o acetato 251 com 92% ee que, após

14 etapas, foi convertido no (S)-Verapamil (249).78 A outra síntese, foi descrita por

Fu e colaboradores tendo como etapa chave a acilação enantiosseletiva da silil-

ceteno-imina 253 na presença da amina quiral 254, levando à formação da nitrila

255 com 72% de rendimento e 81% ee. Por fim, a nitrila 255 foi convertida no (S)-

Verapamil (249) após 5 etapas.79

Page 126: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

127

Esquema 89. Sínteses enantiosseletivas para o Verapamil 249.

Page 127: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

128

2.5.3. Conclusão

Nesta etapa do trabalho foi desenvolvida uma metodologia eficiente para a

formação de centros estereogênicos quaternários a partir da reação de Heck-

Matsuda enantiosseletiva de olefinas trissubstituídas.

O sucesso desta metodologia foi baseado no desenvolvimento de novas

classes de ligantes dos tipos pirimidino-bisoxazolinas 235 e pirazino-bisoxazolinas

236 que permitiram a obtenção dos produtos desejados com excelentes régio- e

enantiosseletividades, mesmo quando olefinas substituídas com grupos ramificados

foram empregadas

O rápido aumento da complexidade estrutural promovido por esta

transformação permitiu a síntese do (R)-Verapamil (249) em 5 etapas e 29% de

rendimento global. Notavelmente, esta é a rota mais curta e com o maior rendimento

entre as descritas na literatura.

Por fim, os resultados apresentados neste capítulo foram obtidos em

colaboração com o grupo do Professor Andreas Pfaltz na Universidade de Basel na

Suíça.

Os resultados apresentados neste capítulo foram publicados no periódico

Angewandte Chemie, International Edition (2015, 54, In press).80

Page 128: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

129

3. Conclusão geral

Olefinas não-ativadas são substratos reconhecidamente desafiadores para a

reação de Heck devido à isomerização dos produtos e material de partida pelos

complexos de Pd (II). Contudo, devido ao seu potencial sintético, novas

metodologias eficientes para contornar este problema são altamente desejáveis.

Neste cenário, foram apresentados nesta Tese de Doutorado os esforços sintéticos

para aplicar a reação de Heck-Matsuda como uma alternativa eficiente e confiável

para a arilação régio- e estereosseletiva de olefinas não-ativadas cíclicas e acíclicas.

Inicialmente foram apresentados os resultados referentes à arilação de

ésteres malônicos alilados e suas aplicações sintéticas. Neste processo denominado

-Matsu -, quimio- e

estereosseletividade observada foi atribuída à quelação das espécies de Pd (II)

pelas carbonilas presentes no material de partida. Posteriormente, uma estratégia

similar foi desenvolvida para arilação de ciclopentenos substituídos em elevados

níveis de diferenciação facial. Esta metodologia foi aplicada na síntese em 5 etapas

do imunossupressor VPC01091,

Posteriormente, foram apresentados os esforços realizados para a

dessimetrização de olefinas cíclicas que resultaram no desenvolvimento da primeira

metodologia enantiosseletiva para a reação de Heck-Matsuda. O aperfeiçoamento

deste método permitiu extrapolar a metodologia para olefinas acíclicas com

excelentes níveis de enantiosseleção para a formação de centros estereogênicos

terciários.

Page 129: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

130

Em seguida, o desenvolvimento de novos ligantes quirais permitiu a aplicação

da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva para a síntese de centros

estereogênicos quaternários a partir de olefinas acíclicas trissubstituídas com

excelentes níveis de régio- e enantiosseletividades. O potencial sintético desta

metodologia foi demonstrado pela síntese do bloqueador do canal de cálcio (R)-

Verapamil em 5 etapas e 29% de rendimento global.

Finalmente, os resultados obtidos nesta tese demonstram a viabilidade da

reação de Heck-Matsuda como uma ferramenta confiável para a arilação

estereosseletiva de olefinas não-ativadas. Além disso, o desenvolvimento da sua

versão enantiosseletiva abriu a porta para o desenvolvimento de novos ligantes e

metodologias que vêm sendo empregadas tanto no grupo de pesquisa do Prof.

Correia quanto na literatura, devido ao seu potencial como ferramenta para o

aumento rápido da complexidade estrutural.

Page 130: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

131

4. Parte Experimental

4.1. Considerações gerais

As análises de cromatografia em camada delgada (CCD) foram realizadas

utilizando-se cromatofolhas de sílica gel 60 com indicador de fluorescência F254

sobre placa de alumínio, da marca Merck. Os compostos foram visualizados sob

radiação ultravioleta (UV) no comprimento de onda de 254 nm, ou ainda utilizando-

se soluções reveladoras de permanganato de potássio, vanilina ou ácido

fosfomolíbdico, seguidas de aquecimento da cromatofolha.

As purificações por cromatografia de adsorção em coluna foram realizadas

utilizando-se sílica gel 230-400 mesh como fase estacionária e misturas de hexano e

acetato de etila como eluentes, seguindo o procedimento de cromatografia flash

descrito por Still.80

As análises de cromatografia gasosa - espectrometria de massa (CG-EM)

foram realizadas em um cromatógrafo Agilent, modelo 7890A equipado com coluna

capilar HP-5, acoplado a um espectrômetro de massa Agilent, modelo 5975C Series

GC/MSD.

As análises por cromatografia em fase líquida (HPLC) foram realizadas em

aparelho Shimadzu ou Agilent, empregando colunas com fase estacionária quiral. As

condições específicas para cada amostra estão detalhadas juntamente com os

dados do composto.

As análises de espectrometria de massa de alta resolução (EMAR) foram

realizadas em um espectrômetro GCT Micromass Waters com fonte de ionização por

Page 131: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

132

impacto de elétrons (EI) e detector do tipo TOF, acoplado a um cromatógrafo

gasoso.

Os espectros de Ressonância Magnética Nuclear de 1H e 13C (RMN-1H e

RMN-13C, respectivamente) foram obtidos em nos espectrômetros: (1) Bruker,

modelo Avance DPX-250, operando a 250 MHz para as análises de 1H e a 62,5 MHz

para as análises de 13C; (2) Brucker, modelo Avance 400, operando a 400 MHz para

as análises de 1H e a 100 MHz para as análises de 13C; (3) Bruker, modelo Avance

500, operando a 500 MHz para as análises de 1H e a 125 MHz para as análises de

13C; (4) Bruker, modelo Avance 600, operando a 600 MHz para as análises de 1H e a

150 MHz para as análises de 13C; (4) Varian, modelo Inova 500, operando a 500

MHz para as análises de 1H e a 125 MHz para as análises de 13C. Para aquisição

dos espectros de carbono que necessitaram de uma aumento no tempo de

relaxação foi utilizado o parâmetro "d1" com valor igual a 5 ou 10.

Os deslocamentos químicos ( ) são descritos em parte por milhão (ppm)

tendo o sinal do tetrametilsilano ( = 0,0 ppm) como referência para as análises de

1H e o sinal central do tripleto do CDCl3 ( = 77,0 ppm) para as análises de 13C

realizadas neste solvente. Quando dimetilsulfóxido deuterado (DMSO-d6) foi utilizado

como solvente, a linha central do sinal de DMSO-d6 residual ( = 2,51 ppm) e a linha

central do sinal de DMSO-d6 ( = 39,5 ppm) foram utilizadas como referência para as

análises de 1H e 13C, respectivamente. Para as análises realizadas em metanol

deuterado (CD3OD) a linha central do pico do solvente ( = 3,31 ppm) foi utilizado

para referenciar os espectros de 1H e a linha central do CD3OD ( = 49,15 ppm) para

os de 13C. O referencial para os espectros de 1H realizados em acetonitrila

deuterada (CD3CN) foi = 1,96 ppm.

Page 132: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

133

As multiplicidades dos sinais são descritas de maneira abreviada: s, singleto;

d, dubleto; t, tripleto; qt, quarteto; qn, quinteto; sx, sexteto; m, multipleto; dd, duplo-

dubleto; dt, duplo-tripleto; td, tripleto de dubletos; sl sinal largo, seguidas das

constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz), quando aplicável, e da integração do

sinal.

Os pontos de fusão foram determinados em um aparelho Unimelt Thomas

Hoover e não foram corrigidos.

A vidraria utilizada em reações com solventes anidros foi seca em estufa

anidra (~150 °C) por no mínimo 2 horas e resfriada em dessecadores contendo

agentes secantes. Nestas reações utilizou-se nitrogênio de alta pureza como gás

inerte, e os seguintes solventes e reagentes receberam tratamento prévio:

- THF foi refluxado na presença de sódio metálico e destilado imediatamente

antes do uso;

- Trietilamina e diclorometano foram refluxados na presença de CaH2 e

destilados imediatamente antes do uso.

Os demais reagentes foram obtidos de fontes comerciais e utilizados sem

prévia purificação.

Page 133: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

134

4.2. Arilação quimio-, régio e estereosseletiva de alil-malonatos

- Procedimento geral para a arilação de alil-malonatos

Em um balão de 10 mL ou tubo de ensaio foram adicionados o Pd(dba)2

(0,012 g; 0,02 mmol; 8 mol%), acetato de sódio (0,062 g; 0,75 mmol) e a benzonitrila

(2,5 mL). Em seguida, adicionou-se o alil-malonato 45 (0,043g; 0,25 mmol) e o sal

de arildiazônio (0,30 mmol). Após a adição do sal de diazônio o meio reacional

modifica a sua coloração de vermelho escuro para verde. O consumo do material de

partida realizado por GC-MS pois esta olefina e o dba têm o mesmo valor de rf na

CCD. A formação do produto pode ser evidenciada pela revelação das placas

cromatográficas no UV (254 nm) ou pela imersão em solução de ácido

fosfomolibídico seguida de aquecimento. Ao final da reação, o bruto reacional foi

transferido diretamente para uma coluna cromatográfica previamente empacotada

com uma mistura de hexano: acetato de etila (9:1). O início da coleta das frações,

em tudos de ensaio, foi realizado após a saída da benzonitrila e do dba da coluna

cromatográfica. A solução desta última molécula apresenta coloração amarela

intensa e pode ser facilmente visualizada durante a eluição.

Observação: a reação de Heck-Matsuda com as olefinas 62, 45, 65, 68, 71 e 73

foram realizadas sob as mesmas condições reacionais acima.

Page 134: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

135

Óleo incolor, 69 mg, 91% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

CDCl3): 2,78 (td, J= 1,1, 7,4, 2H); 3,51 (t, J= 7,4, 1H); 3,74 (s,

6H); 3,79 (s, 3H); 5,99 (dt, J= 7,3 e 15,7, 1H); 6,42 (d, J= 15,7,

1H); 6,87 (d, J= 8,7, 2H); 7,25 (d, J= 8,7, 2H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3): 32,3;

50,8; 52,5; 55,3; 113,7; 123,1; 126,9; 129,9; 132,3; 159,1; 169,3, HRMS calculado

para (C15H18O5Na) 301,1052, Encontrado: 301,1043, Os dados espectroscópicos

obtidos para este composto estão em acordo com os dados descritos na literatura :

Doucet, H.; Lemhadri, M.; Battace, A.; Zair, T.; Santelli, M. J. Organomet. Chem.

2007, 692, 2270,

Óleo incolor, 72 mg, 95% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

CDCl3): 2,82 (t, J= 7,6, 2H); 3,54 (t,J= 7,6, 1H); 3,75 (s, 6H);

3,83 (s, 3H); 6,13 (dt, J= 6,8 e 15,5, 1H); 6,80 (d, J= 15,5, 1H);

6,89 (m,2H); 7,20 (td, J= 1,6 e 7,8, 1H); 7,37 (dd, J= 1,45 e 7,6, 1H). RMN 13C

(100 MHz, CDCl3): 32,7; 52,0; 52,5; 55,4; 110,8; 120,6; 126,0; 126,2; 126,8;

127,8; 128,5; 156,5; 169,4, HRMS calculado para(C15H18O5Na) 301,1052,

Encontrado: 301,1032, Os dados espectroscópicos obtidos para este composto

estão em acordo com os dados descritos na literatura :Teller, H.; Corbet, M.;

Mantilli, L.; Gopakumar, G.; Goddard, R.; Thiel, W.; Fürstner, A. J. Am. Chem.

Soc. 2012, 134, 15331.

Óleo amarelo claro, 47 mg, 61% de rendimento. RMN 1H (250

MHz, CDCl3): 2,79 (td, J= 1,2 e 7,3, 2H); 3,52 (t,J= 7,6, 1H);

3,74 (s, 6H); 3,79 (s, 3H); 3,80 (s, 3H); 6,00 (dt, J= 7,1 e 15,9,

Page 135: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

136

1H); 6,44 (m, 2H); 6,69 (d, J= 15,9, 1H); 7,28 (d, J=8,3, 1H). RMN 13C (63,5 MHz,

CDCl3): 32,7; 51,8; 52,1; 55,3; 55,4; 98,4; 104,7; 119,2; 123,7; 127,3; 127,4; 157,5;

160,3; 169,4, HRMS calculado para(C16H20O6H) 309,1338, Encontrado: 309,1341.

Óleo amarelo claro, 70 mg, 91% de rendimento. RMN 1H (250

MHz, CDCl3): 2,77 (t, J= 7,3, 2H); 3,51 (t,J= 7,5, 1H); 3,73 (s,

6H); 3,84 (s, 3H); 3,86 (s,3H); 5,99 (dt, J= 7,4 e 15,4, 2H); 6,39

(d, J= 15,6, 1H); 6,81 (m, 2H). RMN 13C(63,5 MHz, CDCl3): 32,3; 51,9; 52,6; 55,9;

55,9; 108,8; 111,2; 119,3; 123,4; 130,2; 132,6; 148,7; 149,0; 169,3, HRMS calculado

para (C16H20O6H) 309,1338, Encontrado: 309,1341.

Óleo amarelo claro, 45 mg, 62% de rendimento. RMN 1H (250

MHz, CDCl3): 2,77 (t, J= 7,5, 2H); 3,51 (t, J= 7,6, 1H); 3,74 (s,

6H); 5,93 (s, 2H); 5,95 (m, 1H); 6,38 (d, J= 15,6, 1H); 6,73 (sl,

2H); 6,86 (s, 1H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3): 32,2; 51,8; 52,5; 101,0; 105,6;

108,2; 120,7; 123,5; 131,5; 132,5; 147,1; 147,9; 169,2, HRMS calculado

para(C15H16O6H) 293,1025, Encontrado: 293,1025.

Óleo amarelo claro, 81 mg, 95% de rendimento. RMN 1H(250

MHz, CDCl3): 2,78 (t, J= 7,3, 2H); 3,52 (t, J= 7,3, 1H); 3,74 (s,

6H); 3,81 (s, 3H); 3,85 (s, 6H); 6,04 (dt, J= 7,2 e 15,6, 1H); 6,39

(d, J= 15,6, 1H); 6,57 (s, 2H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3):

32,2; 51,7; 52,5; 56,1; 60,9; 103,5; 124,8; 132,7; 132,9; 137,9; 153,3; 169,2, HRMS

calculado para(C17H22O7H) 339,1444, Encontrado: 339,1442.

Page 136: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

137

Óleo amarelo claro, 68 mg, 87% de rendimento. RMN 1H (250

MHz, CDCl3): 2,77 (td, J= 1,0 e 7,3, 2H); 3,51 (t, J= 7,2, 1H);

3,74 (s, 6H); 3,87 (s, 3H); 6,00 (dt, J= 7,2 e 15,7, 1H); 6,35 (d,

J= 15,8, 1H); 6,83 (d, J= 8,5, 1H); 7,16 (dd, J= 2,1 e 8,5, 1H); 7,35 (d, J= 2,1, 1H).

RMN 13 C (63,5 MHz, CDCl3): 32,2; 51,7; 52,6; 56,2; 111,9; 122,6; 124,6; 125,7;

127,7; 130,7; 131,2; 154,3; 169,2, HRMS calculado para (C15H17ClO5H) 313,0843,

Encontrado: 313,0852.

Óleo incolor, 32 mg, 45% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

CDCl3): 2,78 (t, J= 7,5, 2H); 3,54 (t,J= 7,5, 1H); 3,75 (s, 6H);

5,59 (sl 1H); 5,96 (dt, J= 7,2 e 15,8, 1H); 6,42 (d, J= 15,8, 1H);

6,75 (d, J= 8,6, 2H); 7,17 (d, J= 8,5, 2H). 13C RMN (63,5 MHz, CDCl3): 32,3; 51,9;

52,6; 115,4; 123,0; 127,5; 130,0; 132,3; 159,2; 169,4, HRMS calculado

para(C14H16O5Na) 287,0895, Encontrado: 287,0883.

Óleo amarelo claro, 64 mg, 84% de rendimento. RMN 1H (250

MHz, CDCl3): 2,79 (t, J= 7,6, 2H); 3,54 (t, J= 7,5, 1H); 3,74 (s,

6H); 6,12 (dt, J= 7,1 e 15,7, 1H); 6,43 (d, J= 15,5, 1H); 7,25

(m,4H); 7,27, RMN 13C (50 MHz, CDCl3): 32,2; 51,6; 52,6; 126,1; 127,4; 128,6;

131,7; 133,0; 135,4; 169,2, HRMS calculado para (C14H15ClO4Na) 305,0557,

Encontrado: 305,0569.

Óleo incolor, 69 mg, 62% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

Page 137: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

138

CDCl3): 2,78 (t, J= 7,6, 2H); 3,52 (t, J= 7,5, 1H); 3,74 (s, 6H); 6,04 (dt, J= 7,1 e

15,7, 1H); 6,43 (d, J= 15,8, 1H); 7,00 (m,2H); 7,27 (m, 2H). RMN 13C(63,5 MHz,

CDCl3): 32,2; 51,7; 52,5; 115,4 (d, J= 2,1); 125,1 (d, J= 2,5); 127,7 (d, J= 4); 131,7;

133,1; 162,20 (d, J= 245); 169,18, HRMS calculado para (C14H15NO4FNa) 289,0852,

Encontrado: 289,0829, Os dados espectroscópicos obtidos para este composto

estão em acordo com os dados descritos na literatura :Doucet, H.; Lemhadri, M.;

Battace, A.; Zair, T.; Santelli, M. J. Organomet. Chem. 2007, 692, 2270.

Óleo amarelo claro, 48 mg, 66% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

CDCl3): 2,83 (t, J= 7,2, 2H); 3,55 (t, J= 7,5, 1H); 3,75 (s, 6H); 6,22

(dt, J= 7,2 e 15,9, 1H); 6,63 (d, J= 15,9, 1H); 7,04 (m, 2H); 7,18 (m,

1H); 7,40 (td, J= 1,7 e 7,6, 1H) RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3): 32,6; 51,6; 52,6; 55,1;

115,6 (d, J= 22); 124,0 (d, J= 3,5); 124,7 (d, J= 22,2); 125,4 (d, J= 3,5);127,3 (d, J=

5,8); 128,1 (d, J= 4,6); 128,6 (d, J= 8,3); 160,0 (d, J= 247,5); 169,2, HRMS calculado

para (C14H15NO4FNa) 289,0852, Encontrado: 289,0864.

Óleo incolor, 61 mg, 70% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

CDCl3): 2,84 (t, J= 7,4, 2H); 3,56 (t, J= 7,6, 1H); 3,76 (s, 6H);

6,20 (dt, J= 7,3 e 15,8, 1H); 6,53 (d, J= 15,8, 1H); 7,40 (m,

5H); 7,57 (m, 4H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3): 32,3; 51,8; 52,6; 125,5; 126,6;

126,9; 127,2; 121,3; 128,8; 132,5; 136,0; 140,2; 140,7; 169,3, HRMS calculado

para(C20H20O4Na) 347,1259, Encontrado: 347,1259.

Page 138: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

139

Óleo incolor, 66 mg, 82% de rendimento. RMN 1H(250 MHz,

CDCl3): 2,88 (td, J= 1,0 e 7,3, 2H); 3,59 (t, J= 7,5, 1H); 3,77 (s,

6H); 6,23 (dt, J= 7,2 e 15,7, 1H); 6,65 (d, J= 15,9, 1H); 7,45 (m,

2H); 7,55 (dd, J= 1,6 e 8,6, 2H); 7,69 (s, 1H); 7,78 (m, 2H). RMN 13C (63,5 MHz,

CDCl3): 32,4; 51,8; 52,6; 123,5; 125,8; 126,0; 126,2; 127,6; 127,9; 128,1; 132,9;

133,1; 133,6; 134,4; 169,3, HRMS calculado para(C18H18O4Na) 321,1103,

Encontrado: 321,1100.

Óleo incolor, 56 mg, 90% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

CDCl3): 2,81 (td, J= 1,2 e 7,3, 2H); 3,54 (t, J= 7,5, 1H); 3,74 (s,

6H); 6,14 (dt, J= 7,2 e 15,8, 1H); 6,48 (d, J= 15,8, 1H); 7,27 (m,

5H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3): 32,2; 51,7; 52,6; 125,4; 126,2; 127,4; 128,6;

132,9; 137,0; 169,2, HRMS calculado para(C14H16O4H) 249,1127, Encontrado:

249,1140, Os dados espectroscópicos obtidos para este composto estão em acordo

com os dados descritos na literatura :Doucet, H.; Lemhadri, M.; Battace, A.; Zair, T.;

Santelli, M. J. Organomet. Chem. 2007, 692, 2270.

Óleo amarelo claro, 69 mg, 87% de rendimento. RMN 1H

(250 MHz, CDCl3): 2,80 (td, J= 1,0 e 7,3, 2H); 3,52 (t, J=

7,4, 1H); 3,75 (s, 6H); 6,15 (dt, J= 7,1 e 15,8, 1H); 6,38 (d,

J= 15,8, 1H); 7,13 (dd, J= 2,0 e 8,4, 1H); 7,34 (d, J= 8,4, 1H); 7,39 (d, J= 2,0,

1H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3): 32,1; 51,5; 52,7; 125,4; 127,6; 127,9;

130,4; 130,7; 131,1; 132,6; 137,1; 169,2, HRMS calculado para (C14H14Cl2O4H)

317,0347, Encontrado: 317,0352.

Page 139: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

140

Óleo incolor, 41 mg, 60% de rendimento. RMN 1H(250

MHz, CDCl3): 2,83 (t, J= 7,3, 2H); 3,54 (t, J= 7,4, 1H);

3,74 (s, 6H); 6,28 (dt, J= 7,0 e 15,8, 1H); 6,49 (d, J= 16,0,

1H); 7,39 (d, J= 8,3, 2H); 7,56 (d, J= 8,4, 2H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3):

32,2; 51,3; 52,7; 110,7; 118,9; 126,7; 129,7; 131,4; 132,4; 141,4; 146,9; 169,0,

HRMS calculado para (C15H15NO4H) 274,1079, Encontrado: 274,1096. Os

dados espectroscópicos obtidos para este composto estão em acordo com os

dados descritos na literatura: Doucet, H.; Lemhadri, M.; Battace, A.; Zair, T.;

Santelli, M. J. Organomet. Chem. 2007, 692, 2270.

Óleo amarelo claro, 33 mg, 38% de rendimento. RMN 1H

(250 MHz, CDCl3): 2,83 (td, J= 1,0 e 7,2, 2H); 3,56 (t, J=

7,3, 1H); 3,77 (s, 6H); 3,86 (s, 3H); 6,04 (dt, J= 7,0 e 15,7,

1H); 6,87 (d, J= 15,7, 1H); 7,09 (dd, J= 2,9 e 8,8, 1H); 7,42 (m, 2H). RMN 13C

(63,5 MHz, CDCl3): 32,1; 51,5; 52,8; 55,9; 108,6; 120,2; 125,3; 128,0; 129,3;

129,8; 148,2; 159,1; 169,3, HRMS calculado para (C15H17NO7Na) 346,0903,

Encontrado: 346,0912.

Óleo amarelo, 47 mg, 58% de rendimento. RMN 1H (250

MHz, CDCl3): 2,29 (s, 3H); 2,31 (s, 3H); 2,84 (td, J= 1,3

e 7,3, 2H); 3,57 (t, J= 7,4, 1H); 3,76 (s, 6H); 6,09 (dt, J=

7,2 e 15,7, 1H); 6,93 (d, J= 15,7, 1H); 7,25 (s, 1H); 7,73 (s, 1H). RMN 13C (63,5

MHz, CDCl3): 19,4; 19,9; 32,3; 51,5; 52,8; 125,4; 128,7; 129,7; 129,8; 130,5;

Page 140: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

141

137,2; 143,1; 145,3; 169,2, HRMS calculado para (C16H19NO6H) 322,1291,

Encontrado: 322,1295.

Óleo amarelo claro, 70 mg, 95% de rendimento. RMN 1H

(250 MHz, CDCl3): 2,86 (t, J= 7,2, 2H); 3,56 (t, J= 7,4,

1H); 3,74 (s, 6H); 6,35 (dt, J= 7,1 e 15,8, 1H); 6,54 (d, J=

16,0, 1H); 7,44 (d, J= 8,8, 2H); 8,14 (d, J= 8,8, 2H). RMN 13C (63,5 MHz,

CDCl3): 32,2; 51,2; 52,7; 123,9; 126,7; 130,7; 131,0; 143,3; 146,7; 169,0,

HRMS calculado para(C14H15NO6H) 294,0977, Encontrado: 294,0976.

Óleo amarelo claro, 22 mg, 30% de rendimento. RMN 1H

(250 MHz, CDCl3): 2,84 (t, J= 6,8, 2H); 3,56 (t, J= 7,3,

1H); 3,76 (s, 6H); 6,30 (dt, J= 7,1 e 15,8, 1H); 6,53 (d, J=

15,7, 1H); 7,41 (t, J= 7,9, 1H); 7,62 (d, J= 7,7, 1H); 8,05 (dd, J= 1,0 e 8,1,

1H); 8,16 (s, 1H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3): 32,1; 51,3; 52,7; 120,8;

122,0; 128,9; 129,4; 130,8; 132,1; 138,7; 148,6; 169,0, HRMS calculado para

(C14H15NO6H) 294,0977, Encontrado: 294,0947.

Óleo incolor, 72 mg, 92% de rendimento. RMN 1H (250 MHz,

CDCl3): 1,45 (s, 3H); 2,74 (dd, J= 1,0 e 7,5, 2H); 3,73 (s,

6H); 3,79 (s, 3H); 5,93 (dt, J= 7,5 e 15,8, 1H); 6,38 (d, J= 15,9,

1H); 6,82 (d, J= 8,8, 2H); 7,25 (d, J= 8,7, 2H). RMN 13C (63,5

MHz, CDCl3): 20,0; 39,5; 52,5; 54,0; 55,3; 113,9; 121,8; 127,4; 129,9; 133,5;

159,1; 172,4, HRMS calculado para (C16H20O5Na) 315,1208, Encontrado:

315,1223.

Page 141: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

142

Óleo amarelo claro, 78 mg, 94% de rendimento. RMN 1H (250

MHz, CDCl3): 1,48 (s, 3H); 2,82 (d, J= 7,3, 2H); 3,75 (s, 6H);

6,31 (dt, J= 7,4 e 15,7, 1H); 6,51 (d, J= 15,8, 1H); 7,44 (d, J=

8,8, 2H); 8,14 (d, J= 8,8, 2H). RMN 13C (63,5 MHz, CDCl3):

20,3; 39,7; 52,7; 53,8; 123,9; 126,7; 129,7; 132,1; 143,4; 146,9; 172,1, HRMS

calculado para (C15H17NO6Na) 330,0954, Encontrado: 330,0977.

Page 142: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

143

4.3. Síntese estereosseletiva de aril-ciclopentenos funcionalizados. Aplicação

na síntese do VPC01091

-Síntese da bis-olefina 83

Um balão previamente seco de 500 mL contendo NaH (60% em óleo mineral)

(9,12g, 228 mmol) foi mantido sob vácuo durante 2 horas. Em seguida foram

adicionados 100mL de THF anidro. A suspensão foi resfriada a 0°C e em seguida foi

adicionada, lentamente (~ 10 minutos), uma solução do dimetil-malonato (125) (10g,

76 mmol) em 50 mL de THF anidro. Após a adição, a mistura foi mantida sob

agitação a 0°C por 30 minutos. Após este período o brometo de alila (126) (27,58g;

19,73mL; 228mmol) foi adicionado em uma porção e o banho de gelo foi removido e

a reação foi mantida sob agitação na temperatura ambiente por 3 horas. O

"quenching" da reação foi realizado pela adição de solução saturada de NH4Cl. A

adição desta solução deve ser realizada em pequenos volumes (~5 mL) a cada 5

minutos para evitar aquecimento excessivo do meio reacional. É necessário

adicionar o NH4Cl até a total dissolução dos sólidos presentes no meio reacional. A

fase orgânica da mistura bifásica foi separada em um funil de separação e a fase

aquosa lavada com 3x 100mL de éter etílico. O combinado das fases orgânicas foi

lavado com 3 x 100mL de solução saturada de NaCl, seca sob Na2SO4 anidro e

evaporada, para fornecer um óleo amarelo como produto bruto da reação. A

purificação por coluna cromatográfica, utilizando como eluente uma mistura de

Page 143: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

144

hexano: acetato de etila (8:2), forneceu o composto 127 como um óleo incolor em

98% de rendimento (15,7g; 75 mmol).

Observação: O produto bruto da reação pode ser utilizado diretamente na reação de

metátese de fechamento de anel para a obtenção da olefina cíclica 128,

-Síntese da olefina ciclíca 128

A uma solução da olefina 127 (15,7g; 75mmol) em 680 mL de diclorometano

foi adicionado o catalisador de Grubbs (segunda geração) (0,482g; 0,577mmol; 0,76

mol%). A solução marrom foi mantida sob agtação na temperatura ambiente por 7

horas. Após este período o solvente foi evaporado até aproximadamente 1/3 do

volume e filtrado em um "plug" de sílica para remover o resíduo de rutênio. A

evaporação da solução resultante forneceu o produto 128 como um sólido marrom

claro, puro por RMN-1H. Este produto pôde ser utilizado desta forma sem que

houvesse modificação no rendimento das reações. O produto livre do corante

marrom foi obtido através de uma recristalização à quente em hexano, ou

purificação por coluna cromatográfica utilizando como eluente uma mistura de

hexano: acetato de etila (9:1) para fornecer a olefina 128 como um sólido branco em

95% de rendimento (12,12g; 71 mmol).

Page 144: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

145

- Síntese do ácido 129

A uma solução da olefina 128 (12,12g: 71 mmol) em 120mL de THF, resfriada

a 0°C, foi adicionado 1L de solução de KOH (0,25 M), previamente resfriada a 0°C.

A reação foi mantida sob forte agitação durante 60 minutos. Após este período

mistura foi transferida para um funil de separação e lavada com 3x 400 mL de

acetato de etila. Esta lavagem é necessária para remover traços do material de

partida que não reagiu e o óleo mineral proveniente da síntese de 127 (caso não

tenha sido realizada nenhuma purificação após a reação de alquilação). Em seguida,

a fase aquosa foi acidificada até pH=1 pela adição de solução 1M de HCl, lavada

com 3x 400mL de AcOEt. O combinado da fase orgânica foi seco com Na2SO4 e

evaporado para fornecer o ácido 128 como um sólido branco em 95% de rendimento

(11,48g; 68mmol).

- Síntese do carbamato 123

Em um balão selado de 250mL foram adicionados o ácido 129 (2,55g;

15mmol), Zn(OTf)2 (0,180g; 0,5mmol; 3,3 mol%), NaN3 (3,42g; 53 mmol), Bn4Br

(0,72g; 2,25g). Este balão foi fechado com um septo de teflon e mantido sob vácuo

Page 145: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

146

durante 3 horas. Em seguida foram adicionados 150mL de THF seco e a mistura foi

aquecida a 40 °C por 15 minutos. Após este período foi adicionado o (Boc)2O (4,37g;

19,12 mmol; 4,6mL), o septo foi substituído pela tampa de rosquear do balão e a

meio reacional foi aquecido até 50°C. A reação foi mantida sob aquecimento e forte

agitação durante 48 horas. É necessário utilizar uma bagueta (''peixinho") grande,

pois no decorrer da reação o meio torna-se muito viscoso e uma agitação ineficiente

acarreta em decréscimo no rendimento. Ao final da reação, o meio reacional foi

diluído em 300mL de solução 10% de NaNO2 e mantida sob agitação na

temperatura ambiente por 10 minutos. Em seguida, foi adicionado 300mL de AcOEt

e a mistura foi agitada por mais 30 minutos. A fase orgânica foi separada em um

funil de separação de 2L e a aquosa foi lavada com 3x 250mL de AcOEt. O

combinado da fase orgânica foi lavado sequencialmente com 2x 300mL de solução

saturada de NH4Cl, 2x 300mL de solução saturada de NaHCO3 e 2x 300mL de

solução saturada de NaCl. Depois de seca sob Na2SO4 anidro e evaporada, a fase

orgânica forneceu um sólido marrom claro. O produto puro pôde ser obtido por

recristalização em uma mistura 4:1 de hexano: AcOEt ou por coluna cromatográfica

utilizando utilizando a mesma mistura de solventes com eluente para fornecer o

carbamato 123 em 67% de rendimento (2,43g; 10 mmol).

- Procedimento geral para a arilação da olefina cíclica 123

Page 146: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

147

Em um balão ou tubo de ensaio foram adicionados o Pd2(dba)3 (0,092 g; 0,01

mmol; 4 mol%), o acetato de sódio (0,062 g; 0,75 mmol) e a benzonitrila (2,5 mL).

Em seguida, adicionou-se a olefina 123 (0,072g; 0,30 mmol) e o sal de arildiazônio

(0,25 mmol). Após a adição do sal de diazônio o meio reacional modifica a sua

coloração de vermelho escuro para verde. A formação do produto pode ser

evidenciada pela revelação das placas cromatográficas no UV (254 nm) ou pela

imersão em solução de ácido fosfomolibídico seguida de aquecimento. Ao final da

reação (1 hora) o bruto reacional foi transferido diretamente para uma coluna

cromatográfica previamente empacotada com uma mistura de hexano: acetato de

etila (9:1). O início da coleta das frações, em tudos de ensaio, foi realizado após a

saída da benzonitrila e do dba da coluna cromatográfica. A solução desta última

molécula apresenta intensa coloração amarela e pode ser facilmente visualizada

durante a eluição.

Óleo incolor, 90% rendimento (75 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD): 1,42 (s, 9H); 1,76 (dd, J= 7,4 e 13,5, 1H); 3,31 (dd,

CD3OD); 3,72 (s, 3H); 4,03 (tt, J= 2,2 e 7,7, 1H); 5,81 (dd, J= 2,2

e 5,2, 1H); 5,98 (dd, J= 1,9 e 5,5, 1H); 7,00 (d, J= 8,6, 2H ); 7,10 (d, J= 8,6, 2H).

RMN 13C (63,5 MHz, CD3OD): 21,21; 28,85; 47,65; 50,18; 53,12; 72,39; 80,78;

128,38; 130,35; 132,13; 137,35; 141,04; 142,74; 157,64; 175,60,

Óleo incolor, 56% de rendimento (48 mg). RMN 1H (500 MHz,

CD3OD) 1,22 (t, J= 7,5, 3H); 1,43 (s, 9H); 1,78 (dd, J= 7,5 e

13,5, 1H); 2,62 (q, J= 7,5, 2H), 3,30 (dd, J= 8 e 13,5, 1H), 3,72 (s,

Page 147: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

148

3H), 4,05 (tt, J= 2,5 e 7,5, 1H); 5,84 (sl, 1H); 6,00 (dd, J= 2 e 5,5, 1H); 7,12 (s, 4H).

RMN 13C (150 MHz, CD3OD) 16,43; 28,85; 29,62; 47,59; 51,94; 53,12; 72,34;

80,67; 128,48; 129,21; 132,13; 141,03; 143,02; 143,96; 157,69; 175,62, HRMS

calculado para (C19H25NO4Na) 354,1681, Encontrado: 354,1658.

Óleo incolor, 90% de rendimento (75 mg). MN 1H (500 MHz,

CD3OD) 0,92 (t, J= 7,4, 3H); 1,42 (s, 9H); 1,61 (sx, J= 7,5, 2H);

1,77 (dd, J= 7,4 e 13,5, 1H); 2,55 (t, J= 7,6, 2H), 3,23 (dd, J= 8,2

e 13,5, 1H), 3,70 (s, 3H), 4,04 (tt, J= 2,2 e 7,9, 1H); 5,83 (sl 1H); 6,00 (dd, J= 1,9 e

5,4, 1H); 7,10 (s, 4H). RMN 13C(125 MHz, CD3OD) 14,22; 25,94; 28,85; 38,81;

47,54; 51,94; 53,11; 72,35; 80,67; 128,38; 129,81; 132,14; 141,04; 142,26; 143,06;

157,67; 175,61, HRMS calculado para (C21H29NO4H) 360,2175, Encontrado:

360,2159,

Óleo incolor, 71% de rendimento (66 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD) 0,90 (t, J= 7,3, 3H); 1,34 (sx, J= 7,7, 2H) 1,42 (s, 9H);

1,57 (qn, J= 7,6, 2H); 1,77 (dd, J= 7,4 e 13,5, 1H); 2,57 (t, J= 7,6,

2H), 3,28, 3,72 (s, 3H), 4,00 (tt, J= 2,0 e 7,7, 1H); 5,84 (dd, J= 2,0 e 5,2, 1H); 5,99

(dd, J= 1,9 e 5,4, 1H); 7,10 (s, 4H). RMN 13C (125 MHz, CD3OD): 14,41; 23,46;

28,85; 35,14; 36,37; 47,57; 51,92; 53,11; 72,33; 80,65; 128,39; 129,78; 132,13;

141,02; 142,44; 142,99; 157,64; 175,59, HRMS calculado para (C22H31NO4H)

374,2331, Encontrado: 374,2326.

Page 148: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

149

Óleo incolor, 80% de rendimento (78 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD) 0,89 (t, J= 7,0, 3H); 1,30 (m, 4H) 1,41 (s, 9H); 1,58 (qn,

J= 7,0, 2H); 1,77 (dd, J= 7,0 e 13,4, 1H); 2,55 (t, J= 7,7, 2H), 3,29

(dd, J= 8,4 e 13,4), 3,71 (s, 3H), 4,04 (t, J=7,4, 1H); 5,82 (dd, J= 2,0 e 5,2, 1H); 5,97

(dd, J= 1,9 e 5,4, 1H); 7,09 (s, 4H). RMN 13C (62,5 MHz, CD3OD) 14,57; 23,71;

28,87; 32,58; 32,71; 36,62; 47,61; 51,89; 53,11; 72,33; 80,60; 128,38; 129,76;

132,12; 141,01; 142,38; 142,94; 157,54; 175,50, HRMS calculado para

(C24H35NO4H) 388,2488, Encontrado: 388,2492.

Óleo incolor, 85% de rendimento (85 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD) 0,88 (t, J= 6,7, 3H); 1,30 (m, 6H) 1,41 (s, 9H); 1,58 (qn,

J= 7,7, 2H); 1,78 (dd, J= 7,5 e 13,6, 1H); 2,56 (t, J= 7,3, 2H), 3,29,

3,71 (s, 3H), 4,04 (tt, J= 2,0 e 7,4, 1H); 5,82 (dd, J= 2,0 e 5,2, 1H); 5,97 (dd, J= 1,9 e

5,4, 1H); 7,09 (s, 4H). RMN 13C (62,5 MHz, CD3OD) 14,59; 23,82; 28,86; 30,17;

32,88; 33,03; 36,68; 47,60; 51,92; 53,11; 72,35; 80,65; 128,39; 129,78; 132,12;

141,03; 142,44; 142,98; 157,59; 175,56, HRMS calculado para (C24H35NO4H)

402,2644, Encontrado: 402,2674.

Óleo incolor, 78% de rendimento (81 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD) 0,89 (m, 3H); 1,30 (m, 8H) 1,42 (s, 9H); 1,57 (m, 2H);

1,78 (dd, J= 7,6 e 13,7, 1H); 2,55 (t, J= 7,5, 2H), 3,30, 3,72 (s,

3H), 4,04 (m, 1H); 5,82 (sl, 1H); 5,98 (dd, J= 2,0 e 5,4, 1H); 7,09 (s, 4H). RMN 13C

(62,5 MHz, CD3OD) 14,63; 23,83; 28,88; 30,43; 32,88; 33,11; 36,67; 47,63; 51,89;

53,10; 72,32; 80,56; 128,38; 129,76; 132,12; 141,00; 142,46; 142,93; 157,52;

175,48, HRMS calculado para (C25H37NO4H) 416,2797, Encontrado: 416,2801.

Page 149: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

150

Óleo incolor, 90% de rendimento (97 mg). RMN 1H (500 MHz,

DMSO-d6) 0,85 (t, J= 7,5, 3H), 1,25 (m, 10H); 1,36 (s, 9H); 1,53

(qn, J= 7,5, 2H); 1,71 (dd, J= 7,5 e 13,5, 1H); 2,51 (t, J= 7,5, 2H);

3,09 (dd, J= 8,5 e 13,5, 1H); 3,61 (s, 3H); 3,95 (t, 7,5, 1H); 5,83 (d, J= 3, 1H); 5,97

(dd, J=1,5 e 5,5); 7,08 (d, J= 8,5, 2H); 7,12 (d, J= 8,5, 2H); 7,75 (s, 1H). RMN 13C

(125 MHz, DMSO-d6) 14,91; 22,40; 29,35; 29,38; 29,52; 31,74; 31,97; 35,46; 46,37;

50,13; 55,61; 71,04; 78,95; 127,71; 127,76; 129,08; 132,13; 139,19; 141,14; 142,20;

155,75; 173,98, RMN 1H (250 MHz, CD3OD) 0,88 (t, J= 7,5, 3H), 1,28 (sl 10H);

1,41 (s, 9H); 1,57 (qn, J= 7, 2H), 1,78 (dd, J= 7,5 e 13,5), 2,55 (t, J= 7,5, 2H); 3,29

(dd, J= 8,3 e 13,3, 1H); 3,71 (s, 3H), 4,03 (tt, J= 2 e 7,8, 1H); 5,82 (dd, J= 2,3 e 5,3,

1H); 5,98 (dd, J= 2 e 5,4, 1H); 7,09 (s, 4H). RMN 13C (62,5 MHz, CD3OD) 14,63;

23,84; 28,87; 30,47; 30,53; 30,71; 32,88; 33,15; 36,67; 47,63; 51,91; 53,11; 72,32;

80,60; 128,39; 129,77; 132,11; 141,02; 142,38; 142,95; 157,56; 175,52, HRMS

calculado para (C26H39NO4H) 430,2957, Encontrado: 430,2932.

Óleo incolor, 58% de rendimento (64 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD): 1,42 (s, 9 H); 1,76 (dd, J= 7,5 e 13,7, 1H); 3,31 (dd);

3,72 (s, 3H); 4,05 (t, J= 7,8, 1H ); 5,86 (dd, J= 2,4 e 5,5, 1H); 6,00

(dd, J= 2,0 e 5,5, 1H); 7,00 (d, J= 8,4, 2H ); 7,64 (d, J= 8,4, 2H). RMN 13C (63,5 MHz,

CD3OD): 28,85; 47,23; 51,60; 53,17; 72,20; 80,59; 92,51; 130,69; 132,82; 138,84;

140,04; 145,49; 157,39; 175,17, HRMS calculado para (C18H22INO4Na) 466,0491,

Encontrado: 466,0529.

Page 150: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

151

Óleo incolor, 41% de rendimento (50 mg). RMN 1H (250 MHz,

DMSO-d6): 1,38 (sl, 18 H); 1,62 (dd, J= 7,3 e 13,5, 1H); 3,13

(dd, J= 8,3 e 13,5, 1H); 3,95 (t, J= 7,5, 1H ); 5,83 (sl 1H); 5,92 (d,

6 Hz, 1H); 7,00 (d, J= 8,3Hz, 2H ); 7,66 (d, J= 8, 2H). RMN 13C (63,5 MHz, CD3OD):

26,77; 27,37; 45,64; 50,40; 71,33; 78,88; 81,00; 129,19; 131,74; 137,36; 138,22;

144,31; 156,11; 172,38, HRMS calculado para (C21H28NO4IH) 486,1121, Encontrado:

486,1141.

Óleo incolor, 70% de rendimento (66 mg). RMN 1H (500 MHz,

CD3OD) 1,41 (s, 9H); 1,68 (dd, J= 7,2 e 13,5); 3,23 (dd, J=

8,2 e 13,5); 3,72 (s, 3H); 3,76 (s, 3H); 3,80 (s, 3H); 4,35 (tt, J=

2,2 e 7,4, 1H); 5,81 (sl 1H); 5,98 (dd, J= 2,4 e 5,4, 1H); 6,45 (dd, J= 2,5 e 8,3, 1H);

6,49 (d, J= 2,3, 1H); 6,98 (d, J= 8,3, 1H). RMN 13C (125 MHz, CD3OD): 28,85;

44,57; 46,15; 53,08; 55,88; 56,02; 72,22; 80,58; 99,41; 105,77; 126,13; 128,92;

131,68; 140,76; 157,60; 159,30; 161,26; 175,78, HRMS calculado para (C20H28NO6)

378,1917, Encontrado: 378,1921.

RMN 1H (500 MHz, CD3OD) 1,41 (s, 9H); 1,72 (dd, J= 7,2 e 13,5, 1H); 3,26 (dd, J=

8,2 e 13,5, 1H); 3,72 (s, 6H); 3,78 (s, 3H); 4,41 (tt, J= 2,1 e 7,6, 1H); 5,85 (sl, 1H);

6,00 (dd, J= 2,0 e 5,5, 1H); 6,69 (dd, J= 2,4 e 8,3, 1H); 6,73 (dd, J= 3,0 e 9,0, 1H);

6,85 (d, J= 9,0, 1H). RMN 13C(125 MHz, CD3OD): 28,85; 45,01; 45,97; 53,14;

56,21; 56,71; 72,23; 80,62; 112,86; 112,98; 114,95; 132,25; 135,01; 140,30; 152,67;

155,46; 157,58; 175,69, HRMS calculado para (C20H28NO6) 378,1917, Encontrado:

378,1933.

Page 151: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

152

Óleo incolor, 40% de rendimento (42 mg). RMN 1H (500 MHz,

CD3OD) 1,43 (s, 9H); 1,47 (s, 9H); 1,67 (dd, J= 7,0 e 13,5,

1H); 3,24 (dd, J= 8,3 e 13,5, 1H); 3,72 (s, 3H); 3,79 (s, 3H);

4,42 (t, J= 7,5, 1H); 5,83 (sl 1H); 6,00 (d, J= 5,5, 1H); 6,69 (m,1H); 6,73 (dd, J= 3,0 e

8,6, 1H); 6,89 (d, J= 8,7, 1H). RMN 13C (125 MHz, CD3OD): 28,34; 28,94; 44,42;

45,19; 45,80; 56,20; 56,79; 72,82; 82,39; 112,94; 114,91; 132,68; 135,28; 139,66;

139,98; 152,70; 155,51; 157,41; 174,25.

Óleo incolor, 90% de rendimento (85 mg). RMN 1H (600 MHz,

CD3OD) 1,42 (s, 9H); 1,80 (dd, J= 7,0 e 13,6); 3,26 (m, 1H);

3,72 (s, 6H); 3,80 (s, 3H); 3,81 (s, 3H); 4,02 (tt, J= 2,1 e 7,6,

1H); 5,83 (sl 1H); 6,00 (dd, J= 2,0 e 5,5, 1H); 6,75 (dd, J= 2,0 e 8,1, 1H); 6,82 (s,

1H); 6,88 (d, J= 8,1, 1H). RMN 13C (150 MHz, CD3OD): 28,86; 47,29; 51,93; 53,14;

56,55; 56,70; 72,26; 80,64; 112,43; 113,30; 120,82; 132,12; 138,81; 141,04; 149,39;

150,76; 157,59; 175,59, HRMS calculado para (C20H28NO6) 378,1917, Encontrado:

378,1921.

Óleo incolor, 90% de rendimento (85 mg). RMN 1H (250 MHz,

DMSO-d6): 1,37 (s, 18H); 1,65 (dd, J= 7,3 e 13,5); 3,06 (dd,

J= 8,0 e 13,3); 3,69 (s, 3H); 3,71 (s, 3H); 3,90 (t, J= 7,5, 1H);

5,77 (d, J= 3,3, 1H); 5,92 (dd, J= 1,8 e 5,5, 1H); 6,66 (dd, J= 1,8 e 8,3, 1H); 6,75 (s,

1H); 6,87 (d, J= 8,3, 1H). RMN 13C (62,5 MHz, DMSO-d6 ): 27,95; 28,63; 45,93;

55,83; 56,02; 71,29; 78,42; 111,60; 112,40; 119,37; 132,07; 133,17; 137,46; 138,75;

147,84; 149,23; 155,25; 170,63; 172,21, HRMS calculado para (C23H33NO5K)

Page 152: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

153

442,1996, Encontrado: 442,2039.

Óleo incolor, 70% de rendimento (82 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD) 1,41 (s, 9H); 1,76 (dd, J= 7,5 e 13,5, 1H); 3,30 (dd,

J= 8,2, 1H); 3,71 (s, 3H); 4,03 (t, J= 7,0, 1H); 5,16 (s, 2H);

5,82 (d, J= 3,5, 1H); 5,98 (dd, J= 2,3 e 5,0, 1H); 7,12 (d, J= 8,5, 2H); 7,32 (m, 7H).

RMN 13C (250 MHz, CD3OD) 27,53; 46,20; 49,53; 50,37; 51,80; 66,33; 71,01;

79,35; 118,80; 127,57; 127,58; 127,80; 127,92; 128,34; 136,97; 137,52; 138,71;

154,71; 174,25; 174,52, HRMS calculado para (C26H31N2O6) 467,2182, Encontrado:

467,2150.

Óleo incolor, 69% de rendimento (59 mg). RMN 1H (250 MHz,

CD3OD): 1,41 (s, 9 H); 1,79 (dd, J= 7,2 e 13,6, 1H); 3,35 (dd);

3,72 (s, 3H); 4,18 (tt, J= 2,11 e 7,7, 1H ); 5,91 (dd, J= 2,2 e 5,4,

1H); 6,03 (dd, J= 1,9 e 5,5, 1H); 7,41 (d, J= 8,2, 2H); 7,67 (d, J= 8,4, 2H). RMN 13C

(63,5 MHz, CD3OD): 28,82; 47,04; 52,17; 53,21; 72,36; 80,78; 111,58; 119,91;

129,68; 133,62; 133,73; 139,36; 151,68; 157,54; 175,18, HRMS calculado para

(C29H23N2O4) 343,1652, Encontrado: 343,1658.

RMN 1H (500 MHz, CD3OD): 1,42 (s, 9H); 1,81 (dd, J= 7 e

13,5, 1H); 3,38 (dd, J= 8,5 e 13,5, 1H); 3,72 (s, 3H); 4,25 (tt, J=

2 e 7,5, 1H); 5,93 (d, J= 3, 1H); 6,06 (dd, J= 2 e 5,5, 1H); 7,47

(d, J= 9, 2H); 8,18 (d, J= 9, 2H). RMN 13C (125 MHz, CD3OD) 28,82; 47,02; 51,94;

53,23; 72,36; 80,77; 124,93; 129,70, 133,73; 139,28; 148,35; 153,63; 157,61;

Page 153: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

154

175,17,

RMN 1H (500 MHz, CD3OD) 1,42 (s, 9H); 1,80 (dd, J= 7 e

13,5, 1H); 2,32 (s, 3H); 2,33 (s, 3H); 3,43 (dd, J= 8,5 e 12,5,

1H); 3,73 (s, 3H); 4,48 (tt, J= 2 e 8,5, 1H); 5,98 (sl 1H); 5,99

(dd, J= 2 e 5,5, 1H); 7,18 (s, 1H); 7,67 (s, 1H). RMN 13C (125 MHz, CD3OD) 19,31;

19,96; 28,84; 47,00; 47,04; 53,23; 72,14; 80,72; 126,06; 131,30; 133,63; 137,44;

138,01; 139,29; 144,55; 148,58; 157,54; 175,32, HRMS calculado para

(C20H26N2O6H) 391,1869, Encontrado: 391,1863

-Síntese do álcool 141

A uma solução do éster 124h (0,080g, 0,19mmol) em 1,5 mL, de uma mistura

2:1 de EtOH:THF, foi adicionado o CaCl2 (0,063g; 0,57mmol). Após a solubilização

deste sal, foi adicionado o NaBH4 (0,049; 0,13mmol) em uma única porção. A

coloração da reação passou de marrom para amarelo. Após 5 horas de reação,

foram adicionados sequencialmente 1,2mL de solução 2M de K2CO3 e 1,2 mL de

solução saturada de NaHCO3, Em seguida, o meio reacional foi transferido para um

funil de separação, diluído com 20mL de AcOEt e lavado com 3x 5mL de solução

saturada de NaCl. Depois de seca com Na2SO4 anidro e evaporada, a fase orgânica

forneceu o produto bruto em 69mg. A purificação por coluna cromatográfica, tendo

Page 154: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

155

como eluente uma mistura de hexano: AcOEt (4:1), forneceu o álcool 141 em 61mg

(80%) e uma pequena quantidade diastereômero minoritárioitário 141b (2 mg).

RMN 1H (500 MHz, DMSO-d6) 0,85 (t, J= 7,5, 3H), 1,25 (m,

10H); 1,37 (s, 9H); 1,53 (qn, J= 7, 2H); 1,71 (dd, J= 7,5 e 12,

1H); 2,50 (dd, 1H), 2,51 (t, J= 8, 2H); 3,41 (dd, J= 6 e 10,5, 1H);

3,46 (dd, J= 6,5 e 11, 1H); 3,76 (tt, J= 2 e 6, 1H); 4,76 (t, J= 6, 1H); 5,74 (dd, J= 1,5 e

5,5); 5,88 (dd, J= 2 e 5,5, 1H); 6,62 (sl 1H); 7,09 (dd, J= 8,5, 2H); 7,11 (dd, 8,5, 2H).

RMN 13C (125 MHz, DMSO-d6): 13,92; 22,04; 28,26; 28,62; 28,67; 28,80; 31,04;

31,24; 34,75; 43,14; 48,77; 64,95; 68,67; 77,50; 127,10; 128,20; 134,82; 135,00;

140,02; 142,57; 154,24, HRMS calculado para(C25H40NO3H) 402,3008, Encontrado:

402,3011.

RMN 1H (500 MHz, DMSO-d6) 0,85 (t, J= 7, 3H), 1,25 (m, 10H);

1,37 (s, 9H); 1,53 (qn, J= 7, 2H); 1,72 (dd, J= 7 e 13,5, 1H); 2,42

(dd, J= 8,5 e 13,5, 1H), 2,50 (t, 1H), 3,42 (dd, J= 6 e 10,5, 1H),

3,42 (dd, J= 6 e 10,5, 1H), 3,53 (dd, J= 6 e 10,5, 1H); 4,00 (t, J= 7,5, 1H); 4,76 (t, J=

6, 1H); 5,79 (dd, J= 1,5 e 5,5, 1H); 6,60 (sl 1H); 7,06 (d, J= 8,5, 2H), 7,09 (d, J= 8,5,

2H). RMN 13C (150 MHz, CD3OD): 14,58; 23,86; 28,96; 30,48; 30,56; 30,73; 32,96;

33,18; 36,67; 44,13; 51,17; 67,98; 70,81; 80,03; 128,33; 129,66; 134,59; 139,21;

142,12; 143,77; 157,46, HRMS calculado para (C25H40NO3H) 402,3008, Encontrado:

402,3011.

Page 155: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

156

-Hidrogenação do ciclopenteno 141

Uma suspensão do aril-ciclopenteno 141 (0,090 g, 0,22mmol) e Pd/C (5%)

(0,024g; 0,01mmol), em um um balão de 25mL, foi mantida sob atmosfera de

hidrogênio (1 balão) por 6 horas. Após este período, o meio reacional foi filtrado em

um "plug" de sílica para fornecer o produto 142 em 90% de rendimento (0,080g;

0,20mmol).

RMN 1H (600 MHz, CD3OD) 0,89 (t, J= 7,1, 3H), 1,30 (m,

10H); 1,45 (s, 9H); 1,58 (qn, J= 7,1); 1,82 (m, 1H); 1,89 (m, 2H);

2,01 (m, 2H); 2,23 (dd, J= 7,8 e 13,3, 1H); 2,55 (t, J= 7,7, 2H);

3,04 (m, 1H); 3,62 (d, J= 11,0, 1H); 3,66 (d, J= 11,0, 1H); 7,06 (d, J= 8,0, 2H); 7,15

(d, 8,0, 2H). RMN 13C (150 MHz, CD3OD): 14,58; 23,86; 29,01; 30,49; 30,56;

30,74; 32,96; 33,18; 34,65; 36,35; 36,66; 44,25; 45,75; 65,32; 67,53; 80,00; 128,06;

129,48; 141,71; 143,68; 157,62, HRMS calculado para (C25H42NO3H) 404,3198,

Encontrado: 404,3180.

- Reação de Sonogashira com iodeto 124i

Page 156: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

157

Uma suspensão do iodeto 124i (0,13g; 0,29mmol), CuI (3,3 mg; 0,0174 mmol;

6 mol%) e Pd(PPh3)4 (6,7 mg ; 0,0058 mmol; 2 mol%), em 3,2 mL de trietilamina

seca, foi degaseificada pelo borbulhamento de N2 seco durante 20 minutos. Após

este período foi adicionado o octino (0,064g; 0,086mL; 0,0639). A reação foi mantida

sob agitação na temperatura ambiente por 3 horas. Em seguida o solvente foi

evaporado, o resíduo obtido foi dissolvido em 10 mL de AcOEt e lavado com 3x5 mL

de solução saturada de NH4Cl. A fase orgânica foi evaporada e o resíduo purificado

por cromatografia em coluna, tendo como eluente uma mistura de

diclorometano:metanol (99:1), para fornecer o produto 144 em 85% de rendimento

(0,103g; 0,24 mmol).

RMN 1H (250 MHz, CD3OD) 0,92 (t, J= 6,7, 3H); 1,42

(s, 9H); 1,50 (m, 8H); 1,77 (dd, J= 7,4 e 13,3, 1H); 2,37 (t,

J= 6,9, 2H), 3,31, 3,72 (s, 3H), 4,01 (tt, J= 7,8, 1H); 5,85 (dd, J= 2,2 e 5,4, 1H); 5,99

(dd, J= 1,9 e 5,5, 1H); 7,14 (d, J= 8,2, 2H); 7,29 (d, J= 8,2, 2H). RMN 13C (125 MHz,

CD3OD) 14,55; 20,14; 23,82; 28,78; 28,85; 29,82; 33,06; 32,67; 47,33; 52,05;

53,14; 72,34; 80,70; 90,80; 123,96; 128,50; 132,65; 132,85; 140,39; 145,31; 157,63;

175,44.

- Hidrogenação total do ciclopenteno 144

Page 157: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

158

Uma suspensão do álcool 144 (0,100g, 0,24mmol) e Pd/C (5%) (0,024g;

0,01mmol), em um um balão de 25mL, foi mantida sob atmosfera de hidrogênio (1

balão) por 9 horas. Após este período, o meio reacional foi filtrado em um "plug" de

sílica para fornecer o produto 145 em 95% de rendimento (0,098g; 0,23 mmol).

RMN 1H (250 MHz, CD3OD) 0,89 (t, J= 6,9, 3H); 1,29 (sl 10H);

1,43 (s, 9H); 1,58 (m, 2H); 1,74 (m, 1H); 1,90 (m, 2H); 2,10 (m,

2H); 2,29 (m, 1H), 2,55 (t, J=7,3, 1H); 2,74 (dd, J= 8,2 e 13,4,

1H); 3,22 (m, 1H); 3,72 (s, 3H); 7,07 (d, J= 8,2, 2H); 7,15 (d, J= 8,2, 2H). RMN 13C

(125 MHz, CD3OD) 14,59; 23,85; 25,37; 28,89; 30,48; 30,54; 30,72; 32,91; 33,17;

34,91; 36,65; 46,05; 46,99; 53,02; 67,02; 80,64; 128,05; 129,60; 141,97; 142,92;

157,91; 177,41.

-Redução do éster 145

A uma solução do éster 145 (0,098g, 0,24mmol) em 1,9mL mistura 2:1 de

EtOH:THF foi adicionado o CaCl2 (0,079g; 0,72mmol). Após a solubilização deste sal

foi adicionado o NaBH4 (0,062; 0,16mmol) em uma única porção. A coloração da

reação passou de marrom para amarelo. Após 5 horas de reação foram adicionados

Page 158: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

159

sequencialmente 1,5 mL de solução 2M de K2CO3 e 1,5 mL de solução saturada de

NaHCO3, Em seguida o meio reacional foi transferido para um funil de separação,

diluído com 20mL de AcOEt e lavado com 3x 5mL de solução saturada de NaCl.

Depois de seca com Na2SO4 anidro e evaporada, o resíduo da fase orgânica foi

purificado por coluna cromatográfica, tendo como eluente uma mistura de hexano:

AcOEt (4:1), forneceu o álcool 142 em 85% de rendimento (81mg; 0,20 mmol).

-Síntese do VPC01091 (101)

Remoção do grupo Boc

Uma mistura de ácido trifluoroacético (1,04 mL) em diclorometano seco (1,5

mL), resfriada a 0°C, foi adicionada lentamente a uma solução resfriada a 0°C, do

carbamato 142 (0,072g; 0,178mmol) em 2 mL de diclorometano seco. A reação foi

mantida sob agitação a 0°C por 90 minutos. Ao final deste período o solvente foi

evaporado, o resíduo solubilizado em 10mL de água, o pH do meio foi corrigido para

10 com a adição de solução saturada de NaHCO3 e lavado com 3x 10 mL de

diclorometano. Depois de seca com Na2SO4, a fase orgânica foi filtrada em um

"plug" de sílica e evaporada para fornecer o amino-álcool 146 em 89% de

rendimento (0,048g; 0,16mmol).

Formação do cloridrato

Page 159: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

160

A uma solução do amino-álcool 146 (0,048g; 0,16mmol) em 3 mL de

diclorometano seco foi adicionada 1 gota de HCl concentrado. A mistura foi mantida

na temperatura ambiente por 30 minutos. Após este período o cloridrato 101 foi

filtrado obtido como na forma de agulhas brancas em 80% de rendimento (0,043g;

0,13mmol).

RMN 1H (250 MHz, CD3OD): 0,89 (t, J= 6,9, 3H); 1,29 (sl, 10H);

1,59 (m, 2H); 1,73 (m, 1H); 1,94 (m, 3H); 2,16 (m, 1H); 2,43 (dd,

J= 7,0 e 13,4, 1H); 2,57 (t, J=7,4, 1H); 3,14 (m, 1H); 3,59 (d, J=

11,5, 1H); 3,67 (d, J= 11,5, 1H); 7,11 (d, J= 8,0, 2H); 7,21 (d, J= 8,0, 2H). RMN 13C

(62,5 MHz, CDCl3): 14,04; 22,61; 29,20; 29,35; 29,43; 31,49; 31,83; 32,99; 35,49;

44,51; 126,72; 128,30; 140,60; 141,93, HRMS calculado para (C20H33NOH)

304,2640, Encontrado: 304,2673,

RMN 1H (250 MHz, CD3OD): 0,88 (t, J= 6,9, 3H); 1,29 (sl, 10H);

1,57 (m, 2H); 1,95 (m, 5H); 2,43 (dd, J= 6,9 e 13,3, 1H), 2,53 (t,

J=7,3, 1H); 2,74 (dd, J= 8,2 e 13,4, 1H); 3,11 (m, 1H); 3,61 (d, J= 11, 1H); 3,67 (d, J=

11, 1H); 7,10 (d, J= 8,0, 2H); 7,21 (d, J= 8,0, 2H). RMN 13C (62,5 MHz, CD3OD):

14,96; 24,18; 30,79; 30,87; 31,04; 33,22; 33,49; 34,14; 34,80; 36,97; 43,35; 45,93;

65,84; 128,34; 130,00; 141,90; 142,63, HRMS calculado para (C20H33NOH)

304,2640, Encontrado: 304,2664.

Page 160: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

161

4.4. Os primeiros exemplos da reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva.

Dessimetrização de olefinas cíclicas não-ativadas

-Procedimento geral para a reação de Heck-Matsuda enantiosseletiva

Em um tubo selado, equipado com uma bagueta, foi adicionado Pd(TFA)2 (4,5

mg; 0,0135 mmol), o ligante 163c (8,7 mg; 0,027 mmol) e metanol (1 mL). A solução

foi aquecida a 60°C por 5 minutos. Após este período, foram adicionados,

sequencialmente, a DTBMP (27,7 mg; 0,135 mmol), a olefina e o sal de arildiazônio

(0,27 mmol). A reação foi mantida sob aquecimento até total consumo do material de

partida. Ao final da reação, o meio foi transferido diretamente para uma coluna

cromatográfica e eluída com uma mistura de hexano: acetato de etila (85:15).

Óleo incolor, 37 mg, 83%.1H RMN (CDCl3, 500 MHz): 2,19

(dd, 8,4 e 13,8 Hz, 1H), 3,16 (dd, 8,4 e 13,8 Hz, 1H), 3,76 (s,

3H), 3,77 (s, 3H), 4,18 (t, 7,8, Hz 1H), 6,01 (dd, 1,8 e 5,6 Hz,

1H), 6,08 (dd, 2,4 e 5,4 Hz, 1H), 7,37 (d,7,0 Hz, 1H), 7,42 (m, 1H), 7,44 (d, 7,5Hz,

1H); 13C RMN (CDCl3, 125 MHz): 41,47, 50,39, 52,86, 52,98, 66,68, 123,62 (q, 7,03

Hz), 124,11 (q, 7,96 Hz),124,15 (q, 272 Hz), 129,12, 130,74 (q, 32 Hz), 130,82,

130,94 (q, 64,41 Hz) 138,04, 144,77, 170,98, 171,38, HRMS calculado para

C15H15F3O4Na: 351,0820, Encontrado: 351,0875, Razão enantiomérica (92:08) foi

Page 161: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

162

determinada por GC-FID com a coluna quiral HP-5; minoritário tr= 17,69; majoritário

tr= 17,85,

Óleo incolor (40 mg, 76%). 1H RMN (CDCl3, 250 MHz): 2,16

(dd, 7,4 e 13,8 Hz, 1H), 3,11 (dd, 8,2 e 13,8 Hz, 1H), 3,75 (s,

3H), 3,76 (s, 3H), 4,01 (t, 7,6 Hz, 1H), 5,95 (dd, 1,9 e 5,6 Hz,

1H), 6,03 (dd, 2,4 e 5,4 Hz, 1H), 6,92 (d, 8,3 Hz, 2H), 7,62 (d, 8,3 Hz, 2H). 13C RMN

(CDCl3, 62,5 MHz): 41,39, 50,10, 52,79, 52,90, 66,60, 91,86, 129,39, 130,24,

137,62, 138,34, 143,46, 170,98, 171,42, HRMS calculado para C15H15IO4Na:

408,9913, Encontrado: 408,9930, Razão enantiomérica (87:13) foi determinada por

HPLC com a coluna quiral AD (95:5 n-hexano: isopropanol, 1mL/min, 280 nm);

minoritário tr= 7,677; majoritário tr= 7,928,

Page 162: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

163

Óleo incolor (38,4 mg, 87%). RMN-1H (CDCl3, 250 MHz):

2,13 (dd, 7,5 e 13,8 Hz, 1H), 3,09 (dd, 8,3 e 13,8 Hz, 1H),

3,76 (s, 6H), 3,87 (s, 3H), 4,04 (t, 7,7, Hz 1H), 5,95 (dd, 1,5

e 5,5 Hz, 1H), 6,02 (dd, 2,3 e 5,3 Hz, 1H), 6,85 (d,7,0 Hz, 1H), 7,03 (dd, 2,0 e 8,5 Hz,

1H), 7,18 (d, 2 Hz, 1H). RMN-13C (CDCl3, 62,5 MHz): 41,60, 49,55, 52,80, 52,90,

56,19, 66,57, 112,16, 122,45, 126,42, 129,07, 129,97, 136,99, 138,63, 153,75,

171,07, 171,50, HRMS calculado para C16H17 ClO5Na: 347,0662, Encontrado:

347,0627. Razão enantiomérica (87:13) foi determinada por HPLC com a coluna

quiral AD (95:5 n-hexano: isopropanol, 1mL/min, 280 nm); minoritário tr= 9,178;

majoritário tr= 9,615.

RMN-1H (CDCl3, 250 MHz): 2,21 (dd, 7,0 e 14 Hz, 1H), 3,16

(dd, 8,5 e 13,8 Hz, 1H), 3,76 (s, 6H), 3,87 (s, 3H), 4,04 (m,

1H), 6,00 (dd, 1,8 e 5,3 Hz, 1H), 6,10 (dd, 2,5 e 5,5 Hz, 1H),

7,47 (m, 2H), 8,06 (m, 2H). RMN-13C (CDCl3, 62,5MHz): 41,21, 50,16, 52,95,

53,02, 66,64, 121,85, 122,27, 129,57, 131,25, 133,65, 137,40, 145,87, 148,45,

170,81, 171,18, HRMS calculado para C15H15NO6Na: 328,0797, Encontrado:

328,0816, Razão enantiomérica (87:13) foi determinada por HPLC HPLC com a

coluna quiral OD (90:10 n-hexano: isopropanol, 1mL/min, 280 nm); minoritário tr=

Page 163: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

164

9,584; majoritário tr= 10,764.

Óleo incolor. Pode ser obtido como um sólido branco após

recristalização em metanol. RMN-1H (CDCl3, 400 MHz): 2,19

(dd, 7,3 e 14,0 Hz, 1H), 3,16 (dd, 8,3 e 13,8 Hz, 1H), 3,77 (s,

3H), 3,78 (s, 3H), 4,20 (t, 7,3, Hz 1H), 5,99 (dd, 2,0 e 5,5 Hz, 1H), 6,10 (dd, 2,5 e 5,5 Hz,

1H), 7,35 (d, 8,8 Hz, 2H), 8,17 (dd, 8,8 Hz, 2H). RMN-13C (CDCl3, 100 MHz): 41,13, 50,35,

52,94, 53,03, 66,63, 123,92, 128,23, 131,24, 137,34, 146,88, 151,36, 170,78, 171,20, HRMS

calculado para C15H15NO6Na: 328,0797, Encontrado: 328,0800. Razão enantiomérica

(88:12) foi determinada por HPLC com a coluna quiral AD (90:10 n-hexano:

isopropanol, 1mL/min, 280 nm).

Óleo incolor (36 mg, 91%).RMN-1H (CDCl3, 250 MHz): 2,15

(dd, 7,4 e 13,5 Hz, 1H), 3,11 (dd, 8,5 e 13,9 Hz, 1H), 3,75 (s,

3H), 3,76 (s, 3H), 3,78 (s, 3H), 4,07 (t, 7,5, Hz 1H), 5,98 (s, 2H),

6,84 (d, 8,5, 2H), 7,10 (d, 8,5 Hz, 2H). RMN-13C (CDCl3, 62,5 MHz): 41,8, 49,82, 52,74,

Page 164: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

165

52,86, 55,26, 66,60, 113,97, 128,29, 129,32, 135,90, 139,42, 158,37, 171,25, 171,71, HRMS

calculado para C16H17O5Na: 313,1052, Encontrado: 313,1064, Razão enantiomérica

(85:15) foi determinada por HPLC com a coluna quiral AD (95:5 n-hexano: isopropanol,

1mL/min, 280 nm); minoritário tr= 8,666; majoritário tr= 9,218,

Óleo incolor (30 mg, 76%). RMN-1H (CDCl3, 500 MHz): 2,20

(dd, 7,1 e 13,8 Hz, 1H), 3,17 (dd, 8,5 e 13,7 Hz, 1H), 3,75 (s, 3H),

3,80 (s, 3H), 3,86 (s, 3H), 4,50 (t, 7,8Hz, 1H), 6,03 (dd, 2,5 e 5,6

Hz, 1H), 6,07 (dd, 1,9 e 5,6, 1H), 6,90 (dd, 2,5 e 5,5 Hz, 1H), 6,93 (td, 1,9 e 5,5 Hz,

1H), 7,11 (dd, 1,6 e 7,5 Hz, 1H), 7,23 (td, 1,7 e 7,9 Hz, 1H). RMN-13C (CDCl3, 125

MHz): 39,90, 43,75, 52,64, 52,82, 55,30, 66,62, 110,28, 120,55, 127,33, 127,60,

129,30, 132,10, 138,71, 156,71, 156,91, 171,51, 171,77, HRMS calculado para

C16H17O5Na: 313,1052, Encontrado: 313, 1039, Razão enantiomérica (92:08) foi

determinada por GC-FID com a coluna quiral HP-05; minoritário tr= 25,139;

majoritário tr= 25,054.

Page 165: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

166

Óleo incolor (38 mg, 85%). RMN-1H (CDCl3, 600 MHz): 2,20

(dd, 7,3 e 13,8 Hz), 1H), 3,18 (dd, 8,4 e 13,9 Hz, 1H), 3,79 (s,

3H), 3,80 (s, 3H), 4,19 (t, 7,9 Hz, 1H), 6,02 (dd, 1,9 e 5,5 Hz, 1H),

6,09 (dd, 2,5 e 5,5 Hz, 1H), 7,32 (d, 8,0 Hz, 2H), 7,58 (d, 8,0 Hz, 1H). RMN-13C (CDCl3,

Óleo incolor. (38 mg, 96%). RMN-1H (CDCl3, 250 MHz):

2,18 (dd, 7,2 e 13,8 Hz), 1H), 3,15 (dd, 8,3 e 13,7 Hz,

1H), 3,76 (s, 3H), 3,77 (s, 3H), 4,16 (t, 8,1 Hz, 1H), 5,97 (dd,

1,8 e 5,5 Hz, 1H), 6,09 (dd, 2,4 e 5,5 Hz, 1H), 7,30 (d, 8,3 Hz, 2H), 7,60 (d, 8,3 Hz,

1H). RMN-13C (CDCl3, 6,25 MHz): 41,06, 50,53, 52,86, 52,95, 66,61, 110,58,

118,77, 128,17, 131,05, 132,44, 137,41, 149,28, 170,76, 171,19, HRMS calculado

para C16H15NO4Na: 308,0899, Encontrado: 308,0919, [ ]D20 + 190 (c 4,9 em MeOH).

Óleo incolor. (38 mg, 83%). RMN-1H (CDCl3, 250 MHz): 2,25

(dd, 7,3 e 13,5 Hz, 1H), 3,18 (dd, 8,3 e 13,8 Hz, 1H), 3,75 (s,

3H), 3,78 (s, 3H), 4,18 (t, 7,8 Hz, 1H), 6,06 (s, 2H), 7,21 (d, 8

Hz, 2H), 7,35 (d, 7,3 Hz, 1H), 7,41 (m, 2H),7,56 (m, 4H) RMN-13C (CDCl3, 62,5 MHz):

41,62, 50,28, 52,77, 52,89, 66,70, 127,02, 127,17, 127,36, 127,77, 128,73, 129,80,

139,01, 139,70, 140,87, 142,88, 171,19, 171,63, HRMS calculado para C21H20O4Na:

359,1259, Encontrado: 359,1243.

Page 166: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

167

Óleo incolor (32 mg, 69%) RMN-1H (CDCl3, 250 MHz): 1,72

(m, 1H), 2,08 (m, 2H), 2,33 (m, 1H), 3,47 (m, 1H), 3,78 (s, 3H), 5,99 (dd, 2,5 e 10 Hz,

1H), 6,14 (d, 10 Hz, 1H), 7,43 (m, 4H). RMN-13C (CDCl3, 62,5 MHz): 27,47, 29,02,

41,00, 52,88, 52,90, 54,55, 123,39 (q, 7,59 Hz), 124,16 (d,

272,7 Hz), 124,47 (q, 7,59 Hz), 128,96, 131,13, 133,13,

135,88, 145,41, 145,81, 171,02, 171,28, HRMS calculado para

C17H17F3O4Na: 365,0977, Encontrado: 365,0983, Razão enantiomérica (92:08) foi

determinada por GC-FID com a coluna quiral HP-05; minoritário tr= 69,308;

majoritário tr= 69,801.

150 MHz): 41,36, 50,39, 52,89, 53,00, 66,67, 124,20 (q, 270,4 Hz), 125,59, 127,73,

129,06 (q, 31,94 Hz), 130,65, 138,06, 147,86, 170,98, 171,41, HRMS calculado para

C16H15F3O4Na: 351,0820, Encontrado: 351,0807, [ ]D20 + 142 (c 12,8 em MeOH).

(33 mg, 91%) RMN-1H (CDCl3, 500 MHz):

2,00 (m, 2H), 2,76 (m, 2H), 3,71 (m, 8H),

3,99 (m, 1H), 4,17 (m, 1H), 5,87 (m, 1H), 5,93

(m, 1H), 5,98 (m, 2H), 7,41 (m, 4H). RMN-13C (CDCl3, 62,5 MHz): 23,12, 30,98,

32,49, 33,46, 38,91, 48,36, 52,61, 57,45, 122,83, 123,44, 124,26, 128,81, 130,17,

130,66, 148,90, 173,18, 173,23, HRMS calculado para C14H13F3O2: 270,0868,

Page 167: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

168

Encontrado: 270,0838, Razão enantiomérica foi determinada por GC-FID com a

coluna HP-05 [170:(91:09) minoritário tr= 9,214; majoritário tr= 9,484]; [171: (80:20)

minoritário tr= 9,730; majoritário tr= 9,826].

Page 168: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

169

4.5. Arilação enantiosseletiva de olefina acíclicas

4.5.1. Construção de centros estereogênicos terciários

Heck-Matsuda enantiosseletiva. Em um tubo selado de 15 mL, contendo uma

barra de agitação magnética, foram adicionados Pd(TFA)2 (16,6 mg, 0,05 equiv.,

0,05 mmol), a bisoxazolina 163c (35,2 mg, 0,11 equiv., 0,11 mmol) e 3,7 mL de

metanol, nesta sequência. Em seguida, a solução é imersa em um banho de óleo,

previamente aquecido a 60°C, e mantida sob agitação por 5 minutos. Após este

período, o tubo selado é removido do banho de óleo e adiciona-se,

sequencialmente, o ZnCO3 (62,7 mg, 0,5 equiv, 0,5 mmol), o diol 177 (0,88 mg, 82,2

L, 1 equiv., 1 mmol) e o sal de arildiazônio (2 equiv., 2 mmol). Ao término da adição

dos reagentes o tubo selado é retornado ao banho de óleo e a suspensão formada é

mantida sob forte agitação até o consumo total do diol 177 (ao final deste período o

meio reacional torna-se homogêneo). Em seguida, aguarda-se o resfriamento do

tubo selado até a temperatura ambiente, para que este seja aberto, transfere-se a

solução para um balão de 100 mL e evapora-se o metanol. O resíduo da evaporação

é lavado, com porções (6x 50 mL) de uma mistura de hexano e acetato de etila (1:1).

O resíduo restante no balão é descartado e o combinado das lavagens é filtrado sob

pressão em um plug de sílica (2,5x 3 cm). A solução resultante é evaporada e o

resíduo é utilizado diretamente na etapa seguinte.

Page 169: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

170

Oxidação de Jones. Em um balão de 100 mL, equipado com uma barra de agitação

magnética, adiciona-se o bruto da reação de Heck-Matsuda dissolvido em 20 mL de

uma mistura de acetona/água (3:1). Em seguida, o meio reacional é imerso em um

banho de gelo e água e mantido sob agitação por 5 minutos. Após este período,

adiciona-se 2,2 mL da solução de Jones* e a reação é mantida nesta temperatura

por 30 minutos, seguido de mais 90 minutos a 25°C. Ao final deste período,

adiciona-se 10 mL de álcool isopropílico e suspensão verde formada é mantida sob

agitação por 10 minutos. Em seguida, evapora-se os voláteis sob pressão reduzida,

a suspensão resultante (água + produto) é transferida para um funil de separação

juntamente com 40 mL de acetato de etila e lavada com 3x 20 mL de solução

saturada de cloreto de sódio. Depois de seca com Na2SO4 e evaporada, a fase

orgânica é purificada por coluna cromatográfica tendo como eluente uma mistura de

hexano: acetato de etila (4:1) para fornecer as lactonas 191, Adicionalmente, as

lactonas sólidas (191a-c, 191f-g, 191l, 191o) podem ser purificadas por

recristalização, utilizeo uma mistura de hexano: acetato de etila.

*Procedimento para a preparação da solução de Jones. Em um béquer (A) de 100

mL, foi pesado 25g de CrO3 macerado e adicionou-se lentamente, 25 mL de H2SO4

concentrado, sob constante agitação com um bastão de vidro. Ao final da adição, foi

formada uma "pasta" avermelhada que ainda apresentava CrO3 não dissolvido. Esta

"pasta" foi transferida lentamente para um béquer (B) de 250 mL contendo 75 mL de

água. A adição deve ser cuidadosa pois a dissolução é exotérmica. A solução

laranja obtida no béquer B foi utilizada para solubilizar o restante do CrO3 que restou

no béquer A.

Page 170: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

171

Sólido branco, 81% de rendimento (159 mg). p.f. 71-72 °C. [ ]D20= -

47 (c= 1,36, CHCl3). RNM-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm): 7,37 (d,

J= 8,5 Hz, 2H), 7,20 (d, J= 8,5 Hz, 2H), 4,68 (dd, J= 8 e 9 Hz, 1H),

4,26 (dd, J= 8 e 9 Hz, 1H), 3,80 (qn, J= 8 Hz, 1H), 2,95 (dd, J= 8,5 e 17,5 Hz, 1H),

2,65 (dd, J= 8,5 e 17,5 Hz, 1H); 13C NMR: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 175,9, 137,9,

133,5, 129,2, 128,0, 73,7, 40,4, 35,6, Dados espectroscópicos em acordo com:

Petersen, K. S.; Stoltz, B. M. Tetrahedron. 2011, 67, 4352,

Sólido amarelo, 78% de rendimento (140 mg). p.f. 59-60 °C. [ ]D20=

-35 (c= 0,77, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):7,21 (m,

2H), 7,06 (m, 2H), 4,66 (t, J= 8,3, 1H), 4,24 (t, J= 8,6, 1H), 3,79 (qn,

J= 8,3, 1H), 2,93 (dd, J= 8,7 e 17,4, 1H), 2,63 (dd, J= 8,9 e 17,4, 1H); RMN-13C:

CDCl3, 125 MHz, (ppm): 176,1, 162,1 (d, J= 237,5,), 135,2 (d, J= 12,5), 128,2 (d,

J= 12,5), 116,0 (d, J= 25), 73,9, 40,4, 35,7, Dados espectroscópicos em acordo com:

Xu, S.; Wang, Z.; Zhang, X.; Zhang, X.; Ding, K. Angew. Chem., Int. Ed. 2008, 47,

2840,

Page 171: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

172

Sólido branco, 71% de rendimento (171 mg). p.f. 82-83 °C.

[ ]D20= -45 (c= 1,2, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz,

(ppm):7,50 (d, J= 8,3, 2H), 7,11 (d, J= 8,3, 2H), 4,65 (dd, J= 7,9 e 8,9, 1H), 4,23 (dd,

J= 7,7 e 9,1, 1H), 3,75 (qn, J= 8,2, 1H), 2,93 (dd, J= 8,6 e 17,5, 1H), 2,62 (dd, J= 8,9

e 17,8, 1H); RMN-13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 175,9, 138,5, 132,3, 128,4, 121,6,

73,7, 40,6, 35,6, Dados espectroscópicos em acordo com: Xu, S.; Wang, Z.; Zhang,

X.; Zhang, X.; Ding, K. Angew. Chem., Int. Ed. 2008, 47, 2840,

Óleo amarelo, 77% de rendimento (186 mg). [ ]D20= -28 (c= 1,75,

CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):7,61 (dd, J= 0,95 e 8,

1H), 7,35 (td, J= 0,9 e 7,8, 1H), 7,29 (dd, J= 1,4 e 7,8, 1H), 7,17 (td,

J= 1,6 e 7,9, 1H), 4,69 (dd, J= 7,4 e 9,1, 1H), 4,31 (dd, J= 6 e 9,2, 1H), 4,23 (qn, J=

7,6, 1H), 2,97 (dd, J= 8,8 e 17,6, 1H), 2,67 (dd, J= 6,8 e 17,6, 1H); 13C RMN: CDCl3,

125 MHz, (ppm): 176,0, 138,8, 133,4, 129,1, 128,2, 126,6, 124,3, 72,8, 40,1,

34,6,

, P. J. Org. Chem. 2008, 73, 3996,

Page 172: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

173

Óleo amarelo, 83% de rendimento (200 mg). [ ]D20= -47 (c=

1,36, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):7,44 (dd, J=

0,6 e 7,9, 1H), 7,39 (s, 1H), 7,25 (t, J= 7,7, 1H), 7,17 (d, J= 7,8, 1H), 4,66 (dd, J= 8 e

9, 1H), 4,25 (dd, J= 7,8 e 9,1, 1H), 3,77 (qn, J= 8,3, 1H), 2,93 (dd, J= 8,8 e 17,4, 1H),

2,65 (dd, J= 8,8 e 17,5, 1H); RMN-13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 175,8, 141,8,

130,8, 130,7, 129,9, 125,2, 123,1, 73,5, 40,6, 35,4, Dados espectroscópicos em

acordo com: Xu, H.-J.; Zhu, F.-F.; Shen, Y.-Y.; Wan, X.; Feng, Y.-S.

Tetrahedron.2012, 68, 4145.

Sólido branco, 73% de rendimento (210 mg). p.f. 86-87 °C. [ ]D20=

-39 (c= 0,7, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):7,69 (d, J=

8,4, 2H), 6,99 (d, J= 8,3, 2H), 4,65 (dd, J= 8 e 9, 1H), 4,23 (dd, J=

7,8 e 9, 1H), 3,74 (qn, J= 8,3, 1H), 2,92 (dd, J= 8,9 e 17,5, 1H), 2,63 (dd, J= 8,9 e

17,5, 1H); RMN-13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 176,0, 139,2, 138,2, 128,7, 93,0,

73,7, 40,7, 35,5, HRMS calculado para (C10H9IO2) 287,9647, Encontrado: 287,9617,

Page 173: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

174

Sólido branco, 79% de rendimento (152 mg). p.f. 93-94 °C.

[ ]D20= -48 (c= 0,81, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz,

(ppm):7,15 (d, J= 8,8, 2H), 6,89 (d, J= 8,9, 2H), 4,63 (dd, J= 8,1

e 8,9, 1H), 4,22 (t, J= 8,5, 1H), 3,8 (s, 3H), 3,74 (qn, J= 8,5, 1H), 2,89 (dd, J= 8,7 e

17,4, 1H), 2,63 (dd, J= 9,2 e 17,5, 1H); RMN-13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 176,5,

159,0, 131,2, 127,7, 114,4, 74,2, 55,3, 40,4, 35,8, Dados espectroscópicos em

acordo com: Xu, S.; Wang, Z.; Zhang, X.; Zhang, X.; Ding, K. Angew. Chem., Int. Ed.

2008, 47, 2840.

Óleo amarelo, 72% de rendimento (138 mg). [ ]D20= -48 (c= 1,24,

CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):7,27 (td, J= 1,5 e 8,2,

1H), 7,13 (dd, J= 0,9 e 7,6, 1H), 6,93 (td, J= 0,5 e 7,5, 1H), 6,91 (d,

J= 8,5, 1H), 4,64 (dd, J= 8,5 e 8,7, 1H), 4,27 (dd, J= 7,4 e 8,7, 1H), 3,95 (qn, J= 8,3,

1H), 3,83 (s, 3H), 2,82 (dd, J= 9,1 e 17,5, 1H), 2,75 (dd, J= 8,4 e 17,5, 1H); RMN-

13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 177,1, 157,1, 128,6, 127,4, 120,6, 110,6, 72,8, 55,1,

36,5, 33,7, Dados espectroscópicos em acordo com: Kotsuki, H.; Shinohara, T.;

Fujioka, S. Heterocycles. 2001, 55, 237,

Page 174: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

175

RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm): 6,86 (d, J= 8,2 Hz, 1H), 6,79

(dd, J= 1,8 e 8,2 Hz, 1H), 6,74 (d, J= 1,7 Hz, 1H), 4,65 (dd, J= 8,3

e 8,6 Hz, 1H), 4,25 (dd, J= 8,3 e 8,6 Hz, 1H), 3,89 (s, 3H), 3,87 (s,

3H), 3,74 (qn, J= 8,5 Hz, 1H), 2,91 (dd, J= 8,6 e 17,4 Hz, 1H), 2,65 (dd, J= 9,1 e 17,4

Hz, 1H); 13C NMR: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 176,4, 149,3, 148,4, 131,8, 118,6,

111,5, 109,8, 74,1, 55,8, 55,8, 40,7, 35,7,

Sólido branco, 58% de rendimento (129 mg). p.f. 95-96 °C.

[ ]D20= -11 (c= 0,14, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz,

(ppm):6,86 (d, J= 8,2, 1H), 6,79 (dd, J= 1,8 e 8,2, 1H), 6,74 (d, J=

1,7, 1H), 4,65 (dd, J= 8,3 e 8,6, 1H), 4,25 (dd, J= 8,3 e 8,6, 1H), 3,89 (s, 3H), 3,87 (s,

3H), 3,74 (qn, J= 8,5, 1H), 2,91 (dd, J= 8,6 e 17,4, 1H), 2,65 (dd, J= 9,1 e 17,4, 1H);

RMN-13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 176,4, 149,3, 148,4, 131,8, 118,6, 111,5, 109,8,

74,1, 55,8, 55,8, 40,7, 35,7, Dados espectroscópicos em acordo com: Kim, S.-G.

Tetrahedron Lett. 2008, 49, 6148,

Page 175: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

176

Sólido branco, 50% de rendimento (126 mg). p.f. 106-107 °C.

[ ]D20= -9 (c= 1,48, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz,

(ppm):6,43 (s, 2H), 4,65 (dd, J= 8 e 8,9, 1H), 4,28 (dd, J= 7,2 e

8,9, 1H), 3,87 (s, 6H), 3,84 (s, 3H), 3,72 (qn, J= 8,5, 1H), 2,93 (dd, J= 8,7 e 17,4,

1H), 2,66 (dd, J= 8,5 e 17,4, 1H); RMN-13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 176,3, 153,7,

137,5, 135,3, 103,7, 74,1, 60,9, 56,2, 41,4, 35,8, HRMS calculado para (C13H16O5)

252,0998, Encontrado: 252,1011.

Sólido branco, 50% de rendimento (126 mg). p.f. 93-94 °C. [ ]D20= -

447 (c= 1,07, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):6,79 (d,

J= 7,8, 1H), 6,71 (d, J= 1,5, 1H), 6,68 (dd, J= 1,5 e 7,9, 1H), 5,97 (s,

2H), 4,62 (dd, J= 8,3 e 8,6, 1H), 4,21 (dd, J= 8,2 e 8,9, 1H), 3,71 (qn, J= 8,4, 1H),

2,89 (dd, J= 8,7 e 17,5, 1H), 2,61 (dd, J= 9,2 e 17,4, 1H); RMN-13C: CDCl3, 125 MHz,

(ppm): 176,3, 148,3, 147,1, 133,1, 119,9, 108,7, 106,9, 101,3, 74,1,40,9, 35,9,

HRMS calculado para (C11H10O4) 206,0579, Encontrado: 206,0580.

Page 176: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

177

Sólido branco, 61% de rendimento (169 mg). p.f. 71-72 °C.

[ ]D20= -26 (c= 0,6, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):

6,84 (d, J= 8,1, 1H), 6,76 (dd, J= 2,2 e 8,2, 1H), 6,73 (d, J= 2,

1H), 4,77 (m, 1H), 4,63 (dd, J= 8 e 8,9, 1H), 4,23 (dd, J= 8 e 8,9,

1H), 3,83 (s, 3H), 3,71 (qn, J= 8,3, 1H), 2,90 (dd, J= 8,7 e 17,4, 1H), 2,63 (dd, J= 8,9

e 17,4, 1H), 1,87 (m, 6H), 1,62 (m, 2H); 13C RMN: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 176,5,

149,6, 148,1, 131,8, 118,7, 113,6, 112,3, 80,6, 74,2, 56,1, 40,7, 35,9, 32,8, 24,0,

Dados espectroscópicos em acordo com: Braun, M.; Unger, C.; Opdenbusch, K. Eur.

J. Org. Chem. 1998, 2389.

Sólido amarelo, 81% de rendimento (159 mg). p.f. 108-109 °C.

[ ]D20= -30 (c= 0,76, CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm):

7,33 (m, 2H),7,18 (d, J= 8,8, 2H), 7,11 (t, J= 7,4, 1H) 6,99 (m,

4H), 4,63 (dd, J= 8 e 8,9, 1H), 4,23 (t, J= 8,1 e 8,8, 1H), 3,76 (qn, J= 8,5, 1H), 2,90

(dd, J= 8,6 e 17,4, 1H), 2,63 (dd, J= 9,1 e 17,4, 1H); RMN-13C: CDCl3, 125 MHz,

(ppm): 176,3, 156,7, 156,7, 133,9, 129,7, 128,0, 123,4, 119,1, 118,9, 74,0, 40,4,

35,7, HRMS calculado para (C16H14O3) 254,0943, Encontrado: 254,0959.

Page 177: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

178

Óleo amarelo, 74% de rendimento (170 mg). [ ]D20= -26 (c=

1,38, CHCl3). RMN-1H CDCl3, 500 MHz, (ppm): 7,56 (d, J= 13,4

Hz, 1H), 7,51 (m, 2H), 7,48 (d, J= 7,6 Hz, 1H), 4,71 (dd, J= 7,9 e

9,1 Hz, 1H), 4,29 (dd, J= 7,8 e 9,2 Hz, 1H), 3,90 (qn, J= 8,2 Hz, 1H), 2,98 (dd, J= 8,8

e 17,4 Hz, 1H), 2,65 (dd, J= 8,8 e 17,5 Hz, 1H); 13C NMR: CDCl3, 125 MHz, (ppm):

175,7, 140,5, 131,3 (q, J= 32 Hz), 130,0, 129,6, 124,4 (q, J= 3,7 Hz), 123,8 (q, J=

271 Hz), 123,6 (q, J= 3,7 Hz), 73,4, 40,7, 35,4, HRMS calculado para (C11H9O2F3)

230,0555, Encontrado: 230,0566.

- Proteção do diol 177 com MOM

Em um balão de 50 mL equipado com uma barra de agitação magnética,

previamente secos, adicionou-se o diol 177 (0,729g, 0,68 mL, 8,27 mmol, 1equiv.),

7,5 mL de diclorometano seco e DIPEA (3,191g, 4,3mL, 24,69 mmol, 3 equiv.). A

solução obtida foi resfriada a 0°C em um banho de gelo e água, e então adicionou-

se o MOM-Cl (1,325g, 1,25mL, 16,46 mmol, 2 equiv.). A reação foi mantida a 0°C

Page 178: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

179

por 30 minutos, então o banho de gelo foi removido e a mistura foi mantida sob

agitação na temperatura ambiente (~25°C) por 20 horas. Ao final deste período o

meio reacional foi resfriado a 0°C e adicionou-se 15 mL de HCl 1mol/L. A fase

aquosa foi lavada com 3x 15 mL de éter etílico. Em seguida, o combinado da fase

orgânica foi sucessivamente lavado com 20 mL de solução saturada de NaHCO3, 20

mL de solução saturada de NaCl, seca com Na2SO4 e evaporada para fornecer um

óleo amarelo como produto. Este óleo foi purificado por coluna cromatográfica, tendo

como eluente uma mistura 7:3 de hexano acetato até a completa eluição do produto

bisprotegido 189 (0,55 g, 38%). Em seguida, a coluna foi eluída com uma mistura

3:2 de acetato de etila:hexano até a completa eluição do álcool 188 (0,16g. 15%).

Observação: esta reação não foi otimizada

RMN-1H: CDCl3, 250 MHz, (ppm): 5,83 (m, 1H), 5,68 (m, 1H), 4,62 (s,

2H), 4,19 (d, J= 6,6, 2H), 4,14 (d, J= 6,6, 2H), 3,36 (s, 3H), 2,20 (sl 1H);

RMN-13C: CDCl3, 62,5 MHz, (ppm): 132,6, 127,7, 95,3, 62,5, 58,3, 55,3.

RMN-1H: CDCl3, 250 MHz, (ppm): 5,73 (t, J= 4,4, 2H), 4,61 (s, 4H),

4,13 (d, J= 4,9, 4H), 3,36 (s, 6H); RMN-13C: CDCl3, 62,5 MHz, (ppm):

129,1, 95,7, 62,8, 55,2.

Page 179: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

180

Síntese da pirrolidina 201

Em um balão de 250 mL foram adicionados 1,29g do O-metil-lactol 186a, 100

mL de acetonitrila e 50 mL de solução 1mol/L de HCl. A solução verde formada, foi

mantida sob agitação na temperatura ambiente por 2 horas. Após este período, a

acetonitrila foi evaporada e a suspensão formada foi transferida para um funil de

separação e lavada com 3 x 50 mL de acetato de etila. O combinado da fase

orgânica foi seco com Na2SO4 e evaporado para fornecer o lactol 197 como um

sólido azul escuro, que foi utilizado sem purificação adicional na próxima etapa.

Redução do lactol 197, O bruto da reação anterior foi dissolvido em 100 mL de

metanol e resfriado a 0°C. Em seguida adicionou-se em um total de três porções

(uma a cada 3 minutos) 1,38g de NaBH4, A reação foi mantida nesta temperatura por

30 minutos. Ao final deste período, foi adicionado 20g de sílica gel e o solvente foi

evaporado. A pastilha formada foi transferida para uma coluna cromatografica (10x 4

cm) e eluída com 500 mL uma mistura de acetoto de etila/ MeOH 95:5, Após

Page 180: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

181

evaporação do solvente o diol 198 foi obtido como um óleo amarelo que foi utilizado

na etapa seguinte sem purificação adicional.

Síntese da pirrolidina 201, Ao bruto da reação anterior, dissolvido em 60 mL de

diclorometano seco, foram adicionados 2,52 mL de TEA, 179 mg de DMAP, e 1,43

mL de MsCl. A solução formada foi mantida sob agitação na temperatura ambiente

por 12 horas. Ao final da reação, a solução foi diluída com 100 mL de diclorometano,

transferida para um funil de separação e lavado com 3x 100mL de solução saturada

de NH4Cl e 1 X 100 mL de brine. A fase orgânica foi seca com Na2SO4, filtrada em

um plug de sílica e evaporada, para fornecer um óleo incolor. Este óleo foi suspenso

em 240 mL de THF anidro, juntamente com 1,69g de K2CO3 e 1,84 g da amina 201,

A mistura formada foi transferida para um banho de óleo previamente aquecido a

120 °C e mantido sob agitação nesta temperatura por 20 horas. Ao final deste

período, os voláteis foram removidos sob pressão reduzida e o resíduo purificado

por coluna cromatográfica, tendo como eluente uma mistura de diclorometano:

MeOH (9:1), para fornecer a pirrolidina 201 em 960 mg.

RMN-1H: CDCl3, 500 MHz, (ppm): 7,24 (d, J= 8,4 Hz, 2H), 7,19 (d, J=

8,4 Hz, 2H), 7,19 (d, J= 8,5 Hz, 2H), 6,83 (d, J= 8,5 Hz, 2H), 3,78 (s,

3H), 3,33 (m, 1H), 3,05 (t, J= 8,5 Hz, 1H), 2,84 (q, J= 7,8 Hz, 1H), 2,70

(m, 5H), 2,53 (dd, J= 7,7 e 1,3 Hz, 1H), 2,36 (m, 1H), 1,82 (m, 1H).

RMN-13C: CDCl3, 125 MHz, (ppm): 157,9, 144,1, 132,4, 131,7, 129,5,

128,6, 128,4, 113,8, 62,2, 58,4, 55,2, 54,6, 42,8, 34,7, 33,2, HRMS caclculado para

(C19H23ClNO) 316,1468, Encontrado: 316,1443.

- Procedimento geral para a síntese de -aril-aldeídos

Page 181: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

182

Heck-Matsuda enantiosseletiva. Em um tubo selado de 15 mL, contendo uma barra

de agitação magnética, são adicionados o Pd(TFA)2 (16,6 mg, 0,05 equiv., 0,05

mmol), a bisoxazolina 163c (35,2 mg, 0,11 equiv., 0,11 mmol) e 3,7 mL de metanol,

nesta sequência. Em seguida, a solução foi imersa em um banho de óleo,

previamente aquecido a 60°C, e mantida sob agitação por 5 minutos. Após este

período, o tubo selado foi removido do banho de óleo e adicionou-se

sequencialmente o ZnCO3 (62,7 mg, 0,5 equiv, 0,5 mmol), o álcool alílico 179 ou 202

(1 equiv., 1 mmol) e o sal de arildiazônio (2 equiv., 2 mmol). Ao término da adição

dos reagentes o tubo selado é retornado ao banho de óleo e a suspensão formada é

mantida sob forte agitação por 20 minutos (ao final deste período o meio reacional

torna-se homogêneo). Em seguida, aguarda-se o resfriamento do tubo selado até a

temperatura ambiente para que este seja aberto, transfere-se a solução para um

balão de 100 mL e evapora-se o metanol. O resíduo da evaporação é lavado, com

porções (6x 20 mL) de uma mistura de hexano e acetato de etila (1:1). O resíduo

restante no balão é descartado e o combinado das lavagens é filtrado sob pressão

em um plug de sílica (2,5x 3 cm). A solução resultante é evaporada e o resíduo é

utilizado diretamente na etapa seguinte.

Hidrólise do cetal em meio ácido. Em um balão de 25 mL, equipada com uma barra

de agitação magnética, adiciona-se uma solução do bruto da reação de Heck-

Matsuda em 5mL de acetonitrila. Em seguida, adiciona-se 2,5 mL de solução 1 mol/L

Page 182: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

183

de HCl. A solução resultante é mantida sob agitação na temperatura ambiente

(~25°C) por 90 minutos. Ao final deste período, a acetonitrila é evaporada, o resíduo

transferido para um funil de separação juntamente com 40 mL de acetato de etila e

lavado com 3x 20 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Depois de seca com

Na2SO4 e evaporada, a fase orgânica é purificada por coluna cromatográfica tendo

como eluente uma mistura de hexano: acetato de etila (95:5), para fornecer os

aldeídos como óleos incolores de odor adocicado.

Óleo incolor, 49% de rendimento (89 mg). [ ]D20= 48(c= 1,3,

CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 250 MHz, (ppm): 9,69 (t, J= 1,6, 1H),

7,27 (d, J= 8,5, 2H), 7,15 (d, J= 8,4, 2H) 3,34 (sx, J= 7, 1H), 2,73 (ddd, J= 1,6, 6,9 e

16,9, 1H), 2,63 (ddd, J= 1,9, 7,5 e 16,9, 1H), 1,28 (d, J= 7, 1H); RMN-13C: CDCl3,

62,5 MHz, (ppm): 201,1, 143,9, 132,1, 128,7, 128,1, 51,6, 33,6, 22,0, Dados

espectroscópicos em acordo com: Akagawa, K.; Akabane, H.; Sakamoto, S.; Kudo,

K. Org. Lett. 2008, 10, 2035.

Óleo incolor, 15% de rendimento (27 mg). [ ]D20= 65 (c= 0,91,

CHCl3). RMN-1H: CDCl3, 250 MHz, (ppm): 9,70 (t, J= 2, 1H), 7,12

(s, 4H), 3,33 (sx, J= 7,1, 1H), 2,73 (ddd, J= 2, 7 e 16,6, 1H), 2,63 (ddd, J= 2,2, 7,6 e

Page 183: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

184

16,4, 1H), 2,32 (s, 3H), 1,30 (d, J= 6,9, 1H); RMN-13C: CDCl3, 62,5 MHz, (ppm):

202,0, 142,4, 136,1, 129,3, 126,6, 51,8, 33,9, 22,3, 21,0, Dados espectroscópicos

em acordo com: Afewerki, S.; Breistein, P.; Pirttilä, K.; Deiana, L.; Dziedzic, P.;

Ibrahem, I.; Córdova, A. Chem. Eur. J. 2011, 17, 8784,

Óleo incolor, 42% de rendimento (83 mg). [ ]D20= 10 (c= 1,1,

CHCl3). RMN -1H: CDCl3, 250 MHz, (ppm): 9,65 (t, J= 1,8, 1H),

7,27 (d, J= 8,5, 2H), 7,11 (d, J= 8,4, 2H), 3,07 (qn, J= 7,5, 1H), 2,69 (m, 2H), 1,64 (m,

2H), 0,79 (t, J= 7,5, 1H); RMN-13C: CDCl3, 62,5 MHz, (ppm): 201,4, 142,2, 132,1,

128,8, 128,7, 50,1, 41,0, 29,3, 11,7, Dados espectroscópicos em acordo com:

Afewerki, S.; Breistein, P.; Pirttilä, K.; Deiana, L.; Dziedzic, P.; Ibrahem, I.; Córdova,

A. Chem. Eur. J. 2011, 17, 8784,

Page 184: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

185

4.5.2. Construção de centros estereogênicos quaternários

- Síntese das olefinas trissubstituídas 225

Em um balão de duas bocas de 500mL, equipado com condensador, barra de

agitação e contendo uma solução resfriada a 0 ºC do reagente de Grignard em 180

mL de THF seco, foi adicionada uma solução do butin-1,4-diol (256) (1,05 g, 12,20

mmol) em 25 mL de THF seco. Esta mistura foi mantida a 0 ºC por 30 minutos,

seguida de refluxo por 3 horas. Ao deste período, a mistura reacional foi resfriada a

0 ºC e 60 mL solução saturada de NH4Cl foi adicionada lentamente. A mistura

pastosa formada foi filtrada através de um plug de Celite, que foi lavado 50 mL

adicionais de THF. As fases da mistura obtida foram separadas e a aquosa foi

lavada com 3x 50 mL de Et2O. O combinado das fases orgânicas foi extraído com 3x

50 mL de brine, seco com Na2SO4, filtrado e concentrado sob vácuo. O material

obtido foi purificado por coluna cromatogáfica, usando acetato de etila como eluente,

para fornecer as olefinas trissubstituídas 225.

Page 185: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

186

RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 5,63 (tq, J = 6,8, 1,5 Hz, 1H), 4,18 (dd, J =

6,9, 1,2 Hz, 2H), 3,99 (d, J = 1,5 Hz, 2H), 3,17 (s, 3H), 1,67 (d, J = 1,3 Hz,

3H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3) 138,00, 123,36, 67,46, 58,76, 13,67.

RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 7,32 7,19 (m, 2H), 7,19 7,12 (m, 1H),

7,12 7,03 (m, 2H), 5,89 5,69 (m, 1H), 4,25 (d, J = 6,7 Hz, 2H), 3,99

3,82 (m, 2H), 3,60 (d, J = 5,7 Hz, 2H), 3,39 (s, 2H). RMN-13C (100 MHz,

CDCl3) 140,37 , 138,96 , 128,57 , 128,41 , 126,28 , 125,14 , 65,30 , 58,80 , 33,9.

RMN-1H (400 MHz, CD3OD) 5,59 (tt, J = 6,6, 1,5 Hz, 1H), 4,20 (dt, J

= 6,6, 1,2 Hz, 2H), 4,05 (q, J = 1,3 Hz, 2H), 2,45 (tt, J = 11,9, 3,4 Hz,

1H), 1,79 (dt, J = 12,3, 3,0 Hz, 2H), 1,71 (dtt, J = 12,4, 3,2, 1,6 Hz,

1H), 1,61 (ddt, J = 13,0, 3,7, 1,9 Hz, 2H), 1,52 1,04 (m, 6H). RMN-13C (100 MHz,

CD3OD) 146,65, 124,96, 64,04, 58,82, 40,64, 32,68, 27,95, 27,29.

Uma solução da mevalolactona 257 (2,56 g, 22,8 mmol) em 50 mL de DCM

seco foi resfriada a -20 ºC. Então, adicionou-se lentamente 44 mL de DIBAL-H (1,7

M em PhMe- 74,8 mmol) A reação foi mantida sob agitação nesta temperatura por 2

horas seguida de mais 6 horas na temperature ambiente. Em seguida, a mistura foi

resfriada à 0 ºC, seguida pela adição de 25 mL de MeOH e 40 mL de água. A

mistura formada foi filtrada através de um plug de Celite. As fases da mistura obtida

foram separadas e a aquosa foi lavada com 3x 50 mL de THF. O combinado das

Page 186: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

187

fases orgânicas foi extraído com 3x 50 mL de brine, seco com Na2SO4, filtrado e

concentrado sob vácuo. O material obtido foi purificado por coluna cromatogáfica,

usando acetato de etila como eluente, para fornecer o (Z)-3-metilpent-2-en-1,5-diol

(225f) como um óleo incolor em 0,90 g (7,7 mmol, 37%).

RMN-1H (400 MHz, CD3OD) 5,60 5,46 (m, 1H), 4,08 (dd, J = 7,0, 1,2 Hz, 2H),

3,61 (t, J = 6,9 Hz, 2H), 2,35 (td, J = 6,9, 0,8 Hz, 2H), 1,79 (q, J = 1,1 Hz, 3H). RMN-

13C (100 MHz, CD3OD) 137,24, 127,43, 61,00, 59,00, 36,17, 23,93.

- Síntese do alquenodiol 243

Um balão de 500 mL, contendo uma suspensão de CuI (1,14 g, 6 mmol) e do álcool

258 (4,288 g, 20 mmol) em 100 mL de THF seco, foi resfriado a -78 ºC. Em seguida, foram

adicionados 40 mL de solução 2 mol/L em THF do reagente de Grignard 259, Após 2 horas

de agitação, o banho refrigerante foi removido e a reação foi mantida sob agitação na

temperatura ambiente por 6 horas. Ao final deste período, o meio reacional foi resfriado até

0 ºC e adicionou-se 50 mL de solução aquosa de HCl (1 mol/L) e 300 mL de Et2O. A

mistura formada foi filtrada através de um plug de Celite. As fases da mistura obtida

foram separadas e a aquosa foi lavada com 3x 50 mL de THF. O combinado das

fases orgânicas foi extraído com 3x 50 mL de brine, seco com Na2SO4, filtrado e

concentrado sob vácuo. O material obtido foi purificado por coluna cromatogáfica,

usando acetato de etila: hexano (1:1) como eluente, para fornecer o álcool 260 como

um óleo incolor em 3,90 g (15,1 mmol, 75%).

Page 187: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

188

RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 5,41 5,22 (m, 1H), 4,14 3,92 (m, 2H), 3,57 (t, J =

7,1 Hz, 2H), 2,79 (pd, J = 7,0, 0,6 Hz, 1H), 2,26 (qt, J = 7,0, 1,0 Hz, 2H), 1,08 (t, J =

5,9 Hz, 1H), 1,00 (d, J = 7,0 Hz, 6H), 0,84 (s, 9H), 0,00 (s, 6H). RMN-13C (100 MHz,

CDCl3) 145,69, 121,89, 64,18, 63,05, 30,99, 28,07, 25,98, 21,44, 18,41, -5,23.

Remoção do protetor de silício- Um balão de 250 mL, contendo uma solução do

álcool 260 (3,90 g, 15,1 mmol) em 100 mL de THF seco, foi resfriado a 0 ºC. Em

seguida, foi adicionado uma solução de TBAF.3H2O (7,14g, 22,6 mmol) em 25 mL

de THF seco. Amistura foi mantida sob agitação a 0 ºC por 30 minutos e por mais 3

horas na temperature ambiente. Após este período, a mistura reacional foi

transferida para um funil de separação e lavada sequencialmente com 2x 20 mL de

água e 2x 20 mL de brine. A fase orgânica foi seca com Na2SO4, filtrada e

evaporada para fornecer um óleo amarelo claro, que após purificação por coluna

cromatográfica, tendo acetato de etila como eluente, forneceu o alquenodiol 243 em

1,784 g (12,38 mmol, 82%).

RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 5,41 (tt, J = 7,4, 1,4 Hz, 1H), 4,09 (s, 2H), 3,65 (t, J =

6,3 Hz, 2H), 3,03 (s, 1H), 2,83 (h, J = 7,0 Hz, 2H), 2,44 2,18 (m, 2H), 1,05 (d, J =

7,1 Hz, 6H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3) 146,26, 121,41, 63,22, 62,23, 30,43,

28,01, 21,30.

Page 188: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

189

- Síntese do ligante 227

Esterificação. O diácido 261 (4,0 g, 27,79 mmol) foi dissolvido em 60 mL de MeOH. Em

seguida, foram adicionados 1,5 mL de HCl(37%) e a mistura foi aquecida até refluxo por 24h.

Ao final deste período, o solvente foi evaporado e o resíduo dissolvido em 100 mL de

solução saturada de NaHCO3, Esta solução foi lavada com 3x 100 mL de DCM e após

secagem com Na2SO4, filtração e evaporação, forneceu o diéster 262 como um óleo

amarelo claro em 4,1 g (20,90 mmol, 75%).

RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 8,79 (s, 2H), 4,04 (s, 6H).

Síntese da bisamida 264- Uma solução do diéster 262 (0,247 g, 1,26 mmol) e do (S)-

terc-leucinol (263) (0,326 g, 2,77 mmol) em 4 mL de MeOH foi aquecida até refluxo

por 12h. Ao final deste período, o solvente foi evaporado, o resíduo dissolvido em 20

mL de acetato de etila, lavado com 2x 5mL de água e 5 mL de brine. Depois de seca

e evaporada, a fase orgânica forneceu a bisamida 264 em 76% de rendimento

(0,350 g, 0,96 mmol).

RMN-1H (400 MHz, CD3OD) 8,81 (s, 2H), 4,04 (dd, J = 8,3, 3,4 Hz, 2H), 3,86 (dd, J

= 11,6, 3,4 Hz, 2H), 3,67 (dd, J= 11,6, 8,4 Hz, 2H), 1,04 (s, 18H). RMN-13C (100

MHz, CD3OD) 167,54, 147,47, 146,19, 62,72, 61,48, 35,05, 27,38.

Síntese do ligante. A bisamida 264 (0,295 g, 0,81 mmol) foi suspensa em 40 mL de

DCM seco e resfriada até -78 ºC. Após 5 minutos nesta temperatura, foi adicionado

Page 189: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

190

o DAST (265) (0,361 g, 2,24 mmol, 0,3 mL). Após duas horas, foram adicionados

0,44 g de K2CO3 (3,18 mmol) e a reação foi mantida a -78 ºC por 1 hora, seguido por

20 minutos na temperatura ambiente. Em seguida, a mistura reacional foi transferida

para um funil de separação, juntamente com 40 mL de água e 40 mL de DCM.

Depois de separada, a fase orgânica foi lavada com 2x 20 mL de solução saturada

de NaHCO3 e 20 mL de brine. Depois de seca com Na2SO4, filtrada e evaporada, a

fase orgânica forneceu um óleo viscoso, que após purificação por coluna

cromatográfica, tendo acetato de etila como eluente, forneceu a pirazino-

bisoxazolina 227 em 0,13 g (0,39 mmol, 49%).

[ ]D20 = +44 (c= 2.0, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 8,72 (s, 2H), 4,44 (dd, J =

10,2, 8,4 Hz, 2H), 4,25 (dd, J = 9,1, 8,4 Hz, 2H), 4,15 (dd, J = 10,1, 9,1 Hz, 2H), 1,00

(s, 18H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3) 160,62, 144,70, 143,34, 77,12, 69,67, 33,79,

26,07.

- Síntese do ligante 228

Uma solução da bisnitrila 266 (0,158 g, 1,0 mmol), Zn(OAc)2,2H2O (8,8 mg, 0,04

mmol) e do (S)-terc-leucinol (0,468 g, 4,0 mmol) em 2 mL de hexano foi aquecida a

100 ºC por 24 horas em um tubo selado. Ao final deste período, a mistura foi diluída

com 20 mL de acetato de etila, lavado com 10 mL de água, 10 mL de solução

saturada de NaHCO3 e 10 mL de brine. Depois de seca com Na2SO4, filtrada e

Page 190: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

191

evaporada, a fase orgânica forneceu um óleo viscoso, que após purificação por

coluna cromatográfica, tendo acetato de etila como eluente, forneceu a pirazino-

bisoxazolina 228 em 0,19 g (0,53 mmol, 53%).

[ ]D20 = +50 (c= 1.0, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 4,40 (dd, J = 10,0, 8,2 Hz,

1H), 4,21 (dd, J = 9,2, 8,2 Hz, 1H), 4,13 (dd, J = 10,0, 9,2 Hz, 1H), 2,64 (s, 3H), 0,99

(s, 9H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3) 161,15, 153,60, 139,82, 76,97, 69,48, 33,79,

26,14, 22,11.

- Síntese do ligante 235

Síntese da diamida 268- Uma solução do diéster 267 (0,981 g, 5,0 mmol) e do (S)-

terc-leucinol (1,230 g, 10,5 mmol) em 15 mL de MeOH foi aquecida até refluxo por

18h. Ao final deste período, o solvente foi evaporado, o resíduo dissolvido em 50 mL

de acetato de etila, lavado com 2x 10mL de água e 10 mL de brine. Depois de seca

e evaporada, a fase orgânica forneceu a bisamida 268 em 96% de rendimento (1,75

g, 9,6 mmol).

RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 9,15 (dd, J = 1,3, 0,5 Hz, 1H), 8,64 (dd, J = 1,4, 0,5 Hz,

1H), 8,10 (d, J = 9,5 Hz, 2H), 4,30 3,82 (m, 5H), 3,69 (dd, J = 11,1, 7,6 Hz, 2H),

2,99 (s, 3H), 1,32 0,83 (m, 18H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3) 162,74, 158,66,

156,64, 116,06, 62,45, 60,16, 33,97, 26,93,

Síntese do ligante. A bisamida 268 (0,366 g, 1 mmol) foi suspensa em 40 mL de

DCM seco e resfriada até -78 ºC. Após 5 minutos nesta temperatura, foi adicionado

Page 191: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

192

o DAST (0,645 g, 4,0 mmol, 0,53 mL). Após duas horas, foram adicionados 0,550 g

de K2CO3 (4 mmol) e a reação foi mantida a -78 ºC por 1 hora, seguido por 20

minutos na temperatura ambiente. Em seguida, a mistura reacional foi transferida

para um funil de separação, juntamente com 40 mL de água e 40 mL de DCM.

Depois de separada, a fase orgânica foi lavada com 2x 20 mL de solução saturada

de NaHCO3 e 20 mL de brine. Depois de seca com Na2SO4, filtrada e evaporada, a

fase orgânica forneceu um óleo viscoso, que após purificação por coluna

cromatográfica, tendo acetato de etila como eluente, forneceu a pirimidino-

bisoxazolina 235 em 0,274 g (0,83 mmol, 83%).

RMN-1H (400 MHz, CDCl3) 9,42 (d, J = 1,3 Hz, 1H), 8,64 (d, J = 1,3 Hz, 1H), 4,51

(dd, J = 10,4, 8,8 Hz, 2H), 4,36 (t, J = 8,7 Hz, 2H), 4,19 (dd, J = 10,4, 8,6 Hz, 2H),

0,99 (s, 18H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3) 160,92, 159,19, 155,00, 119,09, 78,92,

69,75, 34,09, 25,93.

- Síntese do ligante 236

Esterificação. O diácido 269 (3,36 g, 20,0 mmol) foi dissolvido em 60 mL de MeOH. Em

seguida, foram adicionados 1,5 mL de HCl(37%) e a mistura foi aquecida até refluxo por 24h.

Page 192: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

193

Ao final deste período, o solvente foi evaporado e o resíduo dissolvido em 100 mL de

solução saturada de NaHCO3, Esta solução foi lavada com 3x 100 mL de DCM e após

secagem com Na2SO4, filtração e evaporação, forneceu o diéster 270 como um óleo

amarelo claro em 2,96 g (15,0 mmol, 75%).

Síntese da bisamida 271- Uma solução do diéster 270 (0,393 g, 2,0 mmol) e do (S)-

terc-leucinol (263) (0,492 g, 4,2 mmol) em 6 mL de MeOH foi aquecida até refluxo

por 14h. Ao final deste período, o solvente foi evaporado, o resíduo triturado com 2x

5mL de metanol e forneceu a bisamida 271 em 78% de rendimento (0,570 g, 1,56

mmol)

RMN-1H (400 MHz, DMSO-d6) 9,26 (s, 2H), 8,39 (d, J = 9,9 Hz, 2H), 4,63 (t, J =

5,4 Hz, 2H), 3,89 (ddd, J = 10,3, 6,9, 4,0 Hz, 2H), 3,77 3,47 (m, 4H), 0,94 (s,

18H).13C RMN-13C (400 MHz, DMSO) 162,27, 146,61, 141,90, 60,09, 58,97, 34,15,

26,96.

Síntese do ligante 236, A bisamida 271 (0,366 g, 1 mmol) foi suspensa em 40 mL de

DCM seco e resfriada até -78 ºC. Após 5 minutos nesta temperatura, foi adicionado

o DAST (0,645 g, 4,0 mmol, 0,53 mL). Após duas horas, foram adicionados 0,550 g

de K2CO3 (4 mmol) e a reação foi mantida a -78 ºC por 1 hora, seguido por 20

minutos na temperatura ambiente. Em seguida, a mistura reacional foi transferida

para um funil de separação, juntamente com 40 mL de água e 40 mL de DCM.

Depois de separada, a fase orgânica foi lavada com 2x 20 mL de solução saturada

de NaHCO3 e 20 mL de brine. Depois de seca com Na2SO4, filtrada e evaporada, a

fase orgânica forneceu um óleo viscoso, que após purificação por coluna

cromatográfica, tendo acetato de etila como eluente, forneceu a pirazino-

bisoxazolina 236 em 0,221 g (0,67 mmol, 67%).

Page 193: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

194

[ ]D20 = +26 (c= 0,1, CHCl3). RMN-1H (250 MHz, CDCl3) 9,11 (dd, J = 2,1, 0,9 Hz,

1H), 8,24 (dd, J = 8,2, 2,1 Hz, 1H), 8,05 (dd, J = 8,2, 0,9 Hz, 1H), 4,54 4,14 (m,

5H), 4,04 (ddd, J = 14,9, 10,3, 8,1 Hz, 2H), 0,91 (s, 9H), 0,89 (s, 9H). RMN-13C (100

MHz, CDCl3) 162,09, 160,80, 149,24, 148,65, 136,20, 125,45, 123,42, 76,64,

76,40, 69,42, 69,00, 34,07, 34,02, 25,96, 25,87.

- Síntese do ligante 238

Síntese da bisamida 273- Uma solução do diéster 272 (0,393 g, 0,2 mmol) e do (S)-

terc-leucinol (263) (0,0492, 0,42 mmol) em 1 mL de MeOH foi aquecida até refluxo

por 12h. Ao final deste período, o solvente foi evaporado, o resíduo triturado com 2x

5mL de metanol para fornecer a bisamida 273, que foi utilizada diretamente na etapa

seguinte.

Síntese do ligante 238- A bisamida 273 foi suspensa em 10 mL de DCM seco e

resfriada até -78 ºC. Após 5 minutos nesta temperatura, foi adicionado o DAST

(0,129 g, 0,8 mmol, 0,11 mL). Após duas horas, foram adicionados 0,111 g de

K2CO3 (0,8 mmol) e a reação foi mantida a -78 ºC por 1 hora, seguido por 20

minutos na temperatura ambiente. Em seguida, a mistura reacional foi transferida

para um funil de separação, juntamente com 10 mL de água e 10 mL de DCM.

Depois de separada, a fase orgânica foi lavada com 2x 5 mL de solução saturada de

NaHCO3 e 5 mL de brine. Depois de seca com Na2SO4, filtrada e evaporada, a fase

Page 194: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

195

orgânica forneceu um sólido amarelado, que após purificação por coluna

cromatográfica, tendo acetato de etila como eluente, forneceu a pirazino-

bisoxazolina 238 em 0,048 g (0,15 mmol, 73%).

[ ]D20 = +62 (c= 1.0, CHCl3). RMN-1H (250 MHz, CDCl3) 9,11 (dd, J = 2,1, 0,9 Hz,

1H), 8,24 (dd, J = 8,2, 2,1 Hz, 1H), 8,05 (dd, J = 8,2, 0,9 Hz, 1H), 4,54 4,14 (m,

5H), 4,04 (ddd, J = 14,9, 10,3, 8,1 Hz, 2H), 0,91 (s, 9H), 0,89 (s, 9H). RMN-13C (100

MHz, CDCl3) 162,09, 160,80, 149,24, 148,65, 136,20, 125,45, 123,42, 76,64,

76,40, 69,42, 69,00, 34,07, 34,02, 25,96, 25,87.

- Síntese do ligante 239

Uma solução da nitrila 274 (0,105 g, 1,0 mmol), Zn(OAc)2,2H2O (4,4 mg, 0,02 mmol)

e do (S)-terc-leucinol (0,2,34 g, 2 mmol) em 2 mL de hexano foi aquecida a 100 ºC

por 24 horas em um tubo selado. Ao final deste período, a mistura foi diluída com 20

mL de acetato de etila, lavado com 10 mL de água, 10 mL de solução saturada de

NaHCO3 e 10 mL de brine. Depois de seca com Na2SO4, filtrada e evaporada, a fase

orgânica forneceu um óleo viscoso, que após purificação por coluna cromatográfica,

tendo acetato de etila: hexano (1:1) como eluente, forneceu a pirazino-oxazolina 239

em 0,142 g (0,69 mmol, 69%).

[ ]D20 = -28 (c= 2, CHCl3). RMN-1H (250 MHz, CDCl3) 9,29 (t, J = 1,1 Hz, 1H), 8,84

8,50 (m, 2H), 4,48 (ddd, J = 10,1, 8,8, 0,9 Hz, 1H), 4,34 (td, J = 8,6, 0,9 Hz, 1H), 4,17

Page 195: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

196

(ddd, J = 10,2, 8,5, 0,8 Hz, 1H), 0,99 (s, 5H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3) 160,65,

146,14, 145,28, 144,11, 142,66, 76,72, 69,39, 34,00, 25,93.

- Síntese do complexo 240

Em um vial de 10 mL, foram adicionados o ligante 235 (16,5 mg, 0,05 mmol) e

Pd(TFA)2 (16,6 mg, 0,05 mmol). Em seguida, adicionou-se 4 mL de DCM seco e a

suspensão foi mantida sob agitação na temperatura ambiente por 24h. Ao final deste

período, o solvente foi evaporado e o resíduo obtido foi triturado com 3 mL de uma

mistura de DCM: hexano (20:1) para fornecer o complexo 240 como um sólido

laranja em 0,021g (0,03 mmol, 60%) pouco solúvel em DCM, benzeno, tolueno e

instável em solução de acetona ou DMSO.

RMN-1H (250 MHz, Acetona-d6) 8,80 (d, J = 1,2 Hz, 1H), 8,41 (d, J = 1,2 Hz, 1H),

7,74 7,57 (m, 1H), 7,57 7,46 (m, 1H), 5,20 (dd, J = 9,8, 3,5 Hz, 1H), 4,99 (t, J =

9,6 Hz, 1H), 4,50 (dd, J = 10,5, 8,9 Hz, 1H), 4,35 (t, J = 8,8 Hz, 1H), 4,17 (dd, J =

10,5, 8,7 Hz, 1H), 4,08 (dd, J = 5,7, 2,0 Hz, 2H), 3,86 (dd, J = 9,4, 3,5 Hz, 1H), 0,88

(d, J = 16,1 Hz, 18H).

Page 196: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

197

- Síntese do complexo 241

Em um vial de 10 mL, foram adicionados o ligante 235 (16,5 mg, 0,05 mmol) e

Pd(TFA)2 (33,3 mg, 0,1 mmol). Em seguida, adicionou-se 6 mL de DCM seco e a

suspensão foi mantida sob agitação na temperatura ambiente por 24h. Ao final deste

período, o solvente foi evaporado e o resíduo obtido foi triturado com 4 mL de uma

mistura de DCM: hexano (20:1) para fornecer o complexo 241 como um sólido

marrom em 0,042 g (0,042 mmol, 86%) pouco solúvel em DCM, benzeno, tolueno e

instável em solução de acetona ou DMSO.

RMN-1H (250 MHz, Acetona-d6) 8,76 (s, 1H), 8,62 (s, 1H), 5,43 (d, J = 9,8 Hz, 2H),

5,21 (t, J = 9,7 Hz, 2H), 4,07 (d, J = 9,2 Hz, 2H), 1,04 (s, 20H).

3.4.1. Construção de centros estereogênicos quaternários

Heck-Matsuda enantiosseletiva. Em um tubo selado de 4 mL, contendo uma barra

de agitação magnética, foram adicionados Pd(TFA)2 (1,6 mg, 0,02 equiv., 0,005

mmol), o ligante 235 ou 236 (1,6 mg, 0,02 equiv., 0,005 mmol) e 0,5 mL de metanol,

nesta sequência. Em seguida, a solução é imersa em um banho de óleo,

Page 197: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

198

previamente aquecido a 40°C, e mantida sob agitação por 5 minutos. Após este

período, o tubo selado é removido do banho de óleo e adiciona-se,

sequencialmente, o [ZnCO3]2,[Zn(OH)2]3 (13,7 mg, 0,1 equiv, 0,025 mmol), o

alquenodiol 225 (1 equiv., 0,25 mmol) e o sal de arildiazônio (1,5 equiv., 0,375

mmol). Ao término da adição dos reagentes o tubo selado é retornado ao banho de

óleo e a suspensão formada é mantida sob forte agitação até o consumo total do

alquenodiol 225 (ao final deste período o meio reacional torna-se homogêneo). Em

seguida, aguarda-se o resfriamento do tubo selado até a temperatura ambiente, para

que este seja aberto, transfere-se a solução para um balão de 25 mL e evapora-se o

metanol. O resíduo da evaporação é lavado, com porções (6x 10 mL) de uma

mistura de hexano e acetato de etila (7:3). O resíduo restante no balão é descartado

e o combinado das lavagens é filtrado sob pressão em um plug de sílica (2,5x 3 cm).

A solução resultante é evaporada e o resíduo é utilizado diretamente na etapa

seguinte.

Oxidação de Jones. Em um balão de 25 mL, equipado com uma barra de agitação

magnética, adiciona-se o bruto da reação de Heck-Matsuda dissolvido em 5 mL de

uma mistura de acetona/água (3:1). Em seguida, o meio reacional é imerso em um

banho de gelo e água e mantido sob agitação por 5 minutos. Após este período,

adiciona-se 0,55 mL da solução de Jones e a reação é mantida nesta temperatura

por 30 minutos, seguido de mais 90 minutos a 25°C. Ao final deste período,

adiciona-se 2 mL de álcool isopropílico e suspensão verde formada é mantida sob

agitação por 10 minutos. Em seguida, evapora-se os voláteis sob pressão reduzida e

a suspensão resultante (água + produto) é transferida para um funil de separação

juntamente com 10 mL de acetato de etila e lavada com 3x 5 mL de solução

saturada de cloreto de sódio. Depois de seca com Na2SO4 e evaporada, a fase

Page 198: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

199

orgânica foi purificada por coluna cromatográfica tendo como eluente uma mistura

de hexano: acetato de etila (7:3) para fornecer as lactonas 242.

[ ]D20 = +9 (c= 1.0, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 7,12 (d, J = 8,9

Hz, 1H), 6,90 (d, J = 8,8 Hz, 1H), 4,66 4,23 (m, 1H), 3,81 (s, 2H), 2,88

(dd, J = 16,8, 0,7 Hz, 1H), 2,64 (dd, J = 16,8, 0,7 Hz, 1H), 1,50 (t, J = 0,7

Hz, 2H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3): 176,32, 158,59, 136,27, 126,27,

114,31, 78,71, 55,33, 43,54, 42,32, 27,94.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak AD, 2% isopropanol/hexanes, 223nm, 1mL/min

[ ]D20 = -36 (c= 0.4, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 7,22 7,09 (m,

3H), 6,88 6,79 (m, 2H), 6,79 6,72 (m, 2H), 6,70 6,59 (m, 2H), 4,61

(dd, J = 8,8, 0,9 Hz, 1H), 4,32 (d, J = 8,8 Hz, 1H), 3,81 (s, 3H), 3,09 2,90

(m, 2H), 2,79 (qd, J = 16,8, 0,9 Hz, 2H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3):

176,17, 158,68, 135,66, 134,18, 130,46, 127,95, 127,52, 126,90, 113,91, 75,95,

55,30, 48,34, 46,29, 39,51.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak AD, 2% isopropanol/hexanes, 280nm, 1mL/min

Page 199: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

200

[ ]D20 = +13 (c= 1.0, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 7,11 6,94 (m,

2H), 6,96 6,79 (m, 2H), 4,47 (dd, J = 8,8, 0,7 Hz, 1H), 4,38 (d, J = 8,8

Hz, 1H), 3,81 (s, 3H), 2,84 (d, J = 16,9 Hz, 1H), 2,73 (dd, J = 16,9, 0,7

Hz, 1H), 1,80 (q, J = 7,4 Hz, 2H), 0,74 (t, J = 7,4 Hz, 3H).

Condições da análise no HPLC: Chiralpak AD, 2% isopropanol/hexanes, 223nm, 1mL/min

[ ]D20 = -32 (c= 0,4, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 7,25 7,04

(m, 3H), 6,80 (d, J = 8,3 Hz, 1H), 6,74 6,59 (m, 2H), 6,41 (dd, J =

8,3, 2,2 Hz, 1H), 6,20 (d, J = 2,2 Hz, 1H), 4,62 (dd, J = 8,8, 0,9 Hz,

1H), 4,34 (d, J = 8,8 Hz, 1H), 3,88 (s, 3H), 3,72 (s, 3H), 3,03 (d, J =

Page 200: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

201

13,3 Hz, 1H), 2,96 (d, J = 13,3 Hz, 1H), 2,84 (d, J = 16,8 Hz, 1H), 2,77 (d, J = 16,8

Hz, 1H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3): 176,04, 148,76, 148,22, 135,67, 134,57,

130,51, 127,94, 126,94, 118,56, 110,99, 110,07, 75,82, 55,91, 48,60, 46,25, 39,61.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak AD, 2% isopropanol/hexanes, 250nm, 1mL/min

[ ]D20 = -68 (c= 1,0, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 7,28 7,09

(m, 1H), 6,99 6,67 (m, 1H), 4,51 4,23 (m, 1H), 4,06 (dddd, J =

11,6, 9,3, 4,4, 0,5 Hz, 1H), 3,80 (d, J = 0,5 Hz, 2H), 3,00 (dd, J = 17,2,

1,8 Hz, 1H), 2,57 (dd, J = 17,2, 0,6 Hz, 1H), 2,14 (dtd, J = 14,1, 4,7, 1,8 Hz, 1H), 2,04

(ddd, J = 14,2, 9,3, 5,0 Hz, 1H), 1,40 (d, J = 0,5 Hz, 2H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3):

170,87, 158,30, 137,49, 126,31, 114,18, 66,83, 55,29, 43,10, 36,74, 36,51, 29,98.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak IA, 2% isopropanol/hexanes, 225nm, 1mL/min

Page 201: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

202

[ ]D20 = -88 (c= 1,0, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 6,96

6,72 (m, 3H), 4,36 (dt, J = 11,6, 5,0 Hz, 1H), 4,06 (ddd, J = 11,6, 9,3,

4,4 Hz, 1H), 3,88 (s, 3H), 3,87 (s, 3H), 3,01 (dd, J = 17,2, 1,9 Hz, 1H),

2,58 (d, J = 17,2 Hz, 1H), 2,15 (dtd, J = 14,1, 4,7, 1,9 Hz, 1H), 2,06

(ddd, J = 14,2, 9,4, 4,9 Hz, 1H), 1,42 (s, 3H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3): 170,87,

149,13, 147,89, 138,04, 117,44, 111,21, 108,73, 66,82, 55,96, 55,90, 43,12, 37,09,

36,64, 29,97.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak IA, 2% isopropanol/hexanes, 210nm, 1mL/min

RMN-1H (500 MHz, CDCl3): 7.28 7.22 (m, 1H), 6.97 6.87 (m,

3H), 4.89 (d, J = 9.9 Hz, 1H), 4.42 (d, J = 9.9 Hz, 1H), 3.81 (s, 3H),

2.93 (d, J = 17.3 Hz, 1H), 2.84 (d, J = 17.3 Hz, 1H), 1.91 1.71 (m,

3H), 1.71 1.59 (m, 2H), 1.41 1.24 (m, 2H), 1.24 1.13 (m, 1H), 1.13 1.02 (m,

2H), 1.02 0.76 (m, 3H). RMN-13C (125 MHz, CDCl3): 177.15, 156.90, 131.81,

128.97, 128.26, 120.43, 111.44, 76.93, 55.19, 50.49, 44.64, 37.30, 27.89, 27.83,

26.70, 26.52, 26.19. HRMS calculado para (C17H22O3) 274.1569. Encontrado:

274.1581.

Page 202: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

203

Condições da análise no HPLC: Chiralpak IC, 2% isopropanol/hexanes, 220nm, 1mL/min

[ ]D20 = +2 (c= 2.0, CHCl3). RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 6,98 (d, J= 8,8

Hz, 2H), 6,88 (d, J= 8,8Hz, 2H), 4,63 (d,J= 9,2 Hz, 1H), 4,44 (d,J= 9,2

Hz, 1H), 3,81 (s, 3H), 2,84 (s, 2H), 1,97 (hp, J= 6,8 Hz, 1H), 0,88 (d, J=

6,8 Hz, 3H), 0,80 (d,J= 6,8 Hz, 3H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3):

176,7, 158,4, 134,6, 127,8, 113,7, 75,9, 55,28, 50,5, 37,6, 36,6, 17,9, 17,8.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak AD, 2% isopropanol/hexanes, 220nm, 1mL/min

[ ]D20 = -112 (c= 0.15, CHCl3). RMN-1H (500 MHz, CDCl3): 7.23

7.12 (m, 2H), 7.01 6.77 (m, 2H), 4.68 (d, J = 9.1 Hz, 1H), 4.44 (d, J

= 9.1 Hz, 1H), 2.89 (hp, J = 6.9 Hz, 1H), 2.88 (d, J = 17.2 Hz, 1H),

2.84 (d, J = 17.2 Hz, 1H), 1.86 1.67 (m, 2H), 1.67 1.46 (m, 4H),

Page 203: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

204

1.25 (d, J = 7.0 Hz, 6H), 1.20 0.98 (m, 3H), 0.90 (qdd, J = 12.5, 3.4, 1.8 Hz, 2H).

RMN-13C (125 MHz, CDCl3): 176.92, 147.49, 140.43, 126.58, 126.56, 126.39,

75.83, 50.82, 47.10, 37.49, 33.63, 27.94, 27.74, 26.57, 26.46, 26.10, 23.94. HRMS

calculado para (C19H26O2) 286.1933. Encontrado: 286.1956.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak IC, 2% isopropanol/hexanes, 225nm, 1mL/min

[ ]D20 = -62 (c= 1.0, CHCl3). RMN-1H (500 MHz, CDCl3): 7.46 7.31

(m, 2H), 7.31 7.19 (m, 1H), 7.12 6.90 (m, 2H), 4.71 (d, J = 9.1 Hz,

1H), 4.45 (d, J = 9.1 Hz, 1H), 2.90 (d, J = 17.2 Hz, 1H), 2.85 (d, J =

17.2 Hz, 1H), 1.86 1.67 (m, 3H), 1.69 1.54 (m, 3H), 1.51 (dtd, J = 12.7, 3.1, 1.3

Hz, 1H), 1.31 0.98 (m, 3H), 0.90 (qdd, J = 12.6, 3.5, 1.9 Hz, 2H). RMN-13C (125

MHz, CDCl3): 176.73, 143.20, 128.41, 126.97, 126.96, 126.67, 75.66, 51.12, 47.15,

37.36, 27.93, 27.74, 26.55, 26.43, 26.09. HRMS calculado para (C16H20O2)

244.1464. Encontrado: 244.1463.

Page 204: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

205

Condições da análise no HPLC: Chiralpak IC, 2% isopropanol/hexanes, 225nm, 1mL/min

[ ]D20 = -35 (c= 0.15, CHCl3). RMN-1H (500 MHz, CDCl3): 7,36 (d, J =

8,5 Hz, 1H), 7,00 (d, J = 8,6 Hz, 2H), 4,71 (d, J = 9,1 Hz, 1H), 4,44 (d,

J = 9.2 Hz, 1H), 2.92 (d, J = 17.2 Hz, 1H), 2.84 (d, J = 17.1 Hz, 1H),

1.90 1.62 (m, 5H), 1.57 1.47 (m, 1H), 1.37 0.98 (m, 3H), 0.99

0.69 (m, 2H). RMN-13C (125 MHz, CDCl3): 176.24, 141.52, 132.96, 128.60, 128.05,

75.33, 50.88, 47.00, 37.39, 27.90, 27.73, 26.48, 26.36, 26.02. HRMS calculado para

(C16H19O2) 278.1074. Encontrado: 278.1076.

Condições da análise no HPLC: Chiralpak IC, 5% isopropanol/hexanes, 225nm, 1mL/min

Page 205: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

206

Síntese total do (R)-Verapamil

Heck-Matsuda enantiosseletiva- Em um balão de 50 mL, contendo uma barra de

agitação magnética, foram adicionados Pd(TFA)2 (74 mg, 0,03 equiv., 0,22 mmol), o

ligante 235 (73 mg, 0,03 equiv., 0,22 mmol) e 15 mL de metanol, nesta sequência.

Em seguida, a solução foi imersa em um banho de óleo, previamente aquecido a

50°C, e mantida sob agitação por 5 minutos. Após este período, adicionou-se,

sequencialmente, o [ZnCO3]2,[Zn(OH)2]3 (0,406 g, 0,1 equiv, 0,74 mmol), o

alquenodiol 243 (1,067 g, 1 equiv., 7,4 mmol) e o sal de arildiazônio 21b (1,3 equiv.,

9,62 mmol). A suspensão formada foi mantida sob forte agitação até o consumo total

do alquenodiol 243 (5 horas). Em seguida, o metanol foi evaporado e o resíduo foi

lavado, com porções (6x 40 mL) de uma mistura de hexano e acetato de etila (7:3).

O resíduo restante no balão foi descartado e o combinado das lavagens foi filtrado

sob pressão em um plug de sílica (2,5x 5 cm). A solução resultante foi evaporada e

o resíduo foi utilizado diretamente na etapa seguinte. O O-metil-lactol 244 foi obtido

em 1,94g (6,59 mmol, 89%) e com 94% de excesso enantiomérico.

Page 206: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

207

Hidrólise do O-metil-lactol 244 em meio ácido. Em um balão de 100 mL, equipado

com uma barra de agitação magnética, adicionou-se uma solução do O-metil-lactol

244 em 40 mL de MeCN. Em seguida, adicionou-se 18 mL de solução 1 mol/L de

HCl. A solução resultante foi mantida sob agitação na temperatura ambiente (~25°C)

por 8 horas. Ao final deste período, a acetonitrila foi evaporada, o resíduo transferido

para um funil de separação juntamente com 100 mL de acetato de etila e lavado

com 3x 20 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Depois de seca com Na2SO4

e evaporada, a fase orgânica foi filtrada através de um plug de sílica para fornecer o

lactol 245, que foi utilizado diretamente na próxima etapa.

Aminação redutiva. O lactol 245 foi dissolvido em 120 mL de dicloroetano seco, em

seguida, adiciomou-se a amina 246 (3,514g, 18 mmol), NaBH(OAc)3 (3,815g, 18

mmol) e AcOH (2,16g, 2,06 mL, 36 mmol). Esta mistura foi mantida sob agitação na

temperatura ambiente por 18 horas, sob atmosfera de nitrogênio. Após este período,

o solvente foi evaporado e o bruto reacional foi purificado por coluna cromatogáfica,

tendo como eluente uma mistura de CHCl3:MeOH (97:3), para fornecer o

aminoálcool 247 em 1,669 g (3,63 mmol, 55% para as duas etapas).

RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 6,86 6,61 (m, 6H), 4,05 (d, J = 11,6 Hz, 1H), 3,94 (d,

J = 11,6 Hz, 1H), 3,88 (s, 3H), 3,86 (s, 3H), 3,86 (s, 3H), 3,85 (s, 3H), 2,95 (m, 3H),

2,77 (m, 1H), 2,57 (s, 3H), 1,94 (m, 3H), 1,76 1,61 (m, 1H), 1,54 (m, 1H), 0,79 (d, J

= 6,8 Hz, 6H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3): 149,09, 148,39, 147,88, 147,15,

Page 207: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

208

134,86, 129,94, 120,60, 119,93, 111,98, 111,39, 110,60, 64,05, 58,44, 57,55, 56,07,

55,96, 55,91, 55,73, 47,98, 40,90, 34,64, 31,24, 30,32, 20,01, 18,15, 17,92.

Oxidação de Dess-Martin. O álcool 247 (1,669 g, 3,63 mmol) foi dissolvido em 90 mL

de DCM. Em seguida, adicionou-se NaHCO3 (0,95 g, 11,3 mmol) e a periodinana de

Dess-Martin (2,31 g, 5,44 mmol). A suspensão foi mantida sob agitação na

temperatura ambiente por 2 horas. Ao final deste período, foram adicionados 50 mL

de solução saturada de NaHCO3 e 30 mL de brine e a mistura foi transferida para

um funil de separação. Depois de seca com Na2SO4 e evaporada, a fase orgânica

forneceu 1,97g de uma mistura contendo o aldeído 248 como componente

majoritário e com pureza suficiente para ser utilizado na próxima etapa.

Síntese do Verapamil. A mistura obtida na reação anterior foi dissolvida em EtOH

(13 mL). Em seguida, adicionou-se NaOAc (0,83 g, 10 mmol) e NH2OH.HCl (0,695 g,

10 mmol). Após 2 horas sob agitação na temperatura ambiente, o EtOH foi

evaporado, o resíduo suspenso em 30 mL de acetato de etila e a fase orgânica foi

lavada com água (2x 10 mL) e brine (10 mL). Depois de seca com Na2SO4 e

Page 208: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

209

evaporada, o resíduo da fase orgânica foi suspenso em 20 mL de THF seco. Em

seguida, foi adicionado carbonil-diimidazol (CDI) (4,86g, 30 mmol) e a mistura foi

mantida sob refluxo por 2 horas. Em seguida, a solução foi resfriada a 0 ºC e

adicionou-se, cuidadosamente, 1 mL de água. A mistura foi mantida sob agitação

por 1 hora. Então, o meio reacional foi diluído com 100 mL de acetato de etila e

lavado com água (2x 20 mL) e brine (20 mL). Depois de seca com Na2SO4 e

evaporada, a fase orgânica forneceu um óleo amarelo, que após purificação por

coluna cromatográfica, tendo como eluente uma mistura de CHCl3:MeOH (98:2),

forneceu o (R)-verapamil 249 em 59% de rendimento para as últimas três etapas

(0,978g, 2,15 mmol).

RMN-1H (400 MHz, CDCl3): 6,92 (dd, J = 8,4, 2,3 Hz, 1H), 6,90 6,82 (m, 2H),

6,80 (d, J = 8,7 Hz, 1H), 6,74 6,64 (m, 2H), 3,90 (s, 3H), 3,89 (s, 3H), 3,88 (s, 3H),

3,86 (s, 3H), 2,74 2,63 (m, 2H), 2,57 2,47 (m, 2H), 2,43 2,30 (m, 2H), 2,20 (s,

3H), 2,17 2,02 (m, 2H), 1,84 (ddd, J = 13,6, 12,2, 4,5 Hz, 1H), 1,62 1,49 (m, 1H),

1,20 (d, J = 6,7 Hz, 3H), 0,81 (d, J = 6,7 Hz, 3H). RMN-13C (100 MHz, CDCl3):

148,96, 148,78, 148,21, 147,26, 133,04, 130,67, 121,44, 120,47, 118,64, 112,00,

111,19, 111,05, 109,56, 59,50, 56,93, 55,89, 55,85, 55,81, 53,35, 41,98, 37,89,

35,60, 33,24, 23,41, 18,94, 18,58.

Page 209: reações de heck intermoleculares com olefinas não- ativadas

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doi:10.1002/anie.201507927.