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Rastro: Narrativas do cotidiano Edital de registros, mini histórias e documentações Ser professor na Educação Infantil: Construção diária de sentidos CMEI Centro Cívico – Curitiba Pr

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Page 1: Rastro: Narrativas do cotidiano Edital de registros, mini

Rastro: Narrativas do cotidiano

Edital de registros, mini

histórias e documentações

Ser professor na Educação Infantil: Construção diária de sentidos

CMEI Centro Cívico – Curitiba Pr

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CMEI CENTRO CÍVICORua Professor Benedito Nicolau dos Santos, nº 500.

Núcleo Regional MatrizDiretora: Ana Beatriz Souza Cerqueira

Pedagoga: Ana FukayaApoio pedagógico: Sonia e Gerda

Professores: Marcio, Carol, Patrícia, Ivonete, Andressa, Débora, Helena, Maristela, Leslie, Lorena, Raquel, Eliane C, Margarete, Lorena, Neusa, Marcia, Damila, Giane, e Crystiane.

31 anos de atendimento

✓142 Crianças atendidas;

✓ 6 Turmas:

➢BII - 18 crianças➢MI - 20 crianças➢MII-A - 20 crianças➢MII-B - 20 crianças➢PRÉ I - 32 crianças➢PRÉ U - 32 crianças

✓21 Professores✓ 2 Apoios Pedagógicos✓1 Pedagoga✓1 Diretora

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18/11/2020

Ações da Instituição em 2020 apoiada e orientada pela SME, Departamento de Educação Infantil de Curitiba eDesenvolvimento Profissional:

• Vídeo Propostas da Tv ou Youtube (Prés);• Propostas Complementares diárias de acordo com a faixa etária;• Grupo de Whats possibilitando diálogos e interações;• Um Encontro Semanal de 30 a 40 minutos;• Reunião periódicas virtual com as famílias;• Contato com as famílias para manter a proximidade;• Entrega Mensal dos Kits alimentação;• Biblioteca em movimento - Mensal;• Sacola: Os brinquedos do CMEI vão a sua casa - Mensal;• Portifólio reflexivo construído com os processos;• Formação continuada semanal como foco na temática: Ser Professor da Educação Infantil, na perspectiva

da reflexão e pautada na Documentação Pedagógica;

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18/11/2020

“O saber das crianças é feito de elaboração, de conexão e hipóteses, muitas vezes originais. Um saber que constitui o

próprio terreno em que o professor é chamado a atuar, valorizando aquela que é uma das suas características

importantes: a Capacidade metareflexiva, ou seja, a habilidade de compreender como as crianças constroem

conhecimento, desenvolvem hipóteses e estratégias(CERRUTTI, 1996). Essa habilidade é necessária

para ir ao encontro das crianças, exatamente onde elas estão aprendendo”. (Pagano, 2017)

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Sempre buscamos uma reflexão sobre o cotidiano como fiocondutor da ação educativa na Educação Infantil. E como buscaresse fio no cotidiano das crianças em casa?Temos caminhado com as mini histórias, com os estudos do ProfºPaulo Fochi, como uma maneira potente de narrar e darvisibilidade às riquezas vividas na instituição e agora em casa, paradar voz às crianças e aos professores.

18/11/2020

Isabela Bethien e Crystal(3 anos)

Ane Lauren e Israel(pai)

Clara Vitória e Valentina (3 anos)

Daniel, Cady, Davi, Murilo, Ravi (4 anos)

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MINI HISTÓRIAÉ uma rapsódia da vida cotidiana, quem no

máximo 3 a 4 imagens no máximo e um pequeno texto. Encontrar uma chave de leitura,

dar um nome para esta mini história e fazer uma interpretação.

➢Observação, reflexão e comunicação de situações do cotidiano(FOCHI: 2019, p. 18)

➢Momento narrado pelo professor, que nos mostra aintencionalidade, possibilita compreender as crianças:• exercitar o olhar e a escuta;• mostrar uma criança potente;• Revelar a garantia dos direitos;• Dialogar com as famílias;• Extrair sentidos do vivido.

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QUE BICHO É ESTE?

Um convite inesperado, chegou na turma do pré II, pela Natalia: oplantio de um feijão, instigou as crianças e os professores a acompanharesse processo. Rapidamente um broto aparece, suas folhas crescem esituações inusitadas acontecem.

Na última semana, Sophia contou no grupo um pouco indignada,sobre um bicho muito estranho que apareceu e estava comendo as folhasdo seu pé de feijão. Eram dois bichos verde que habitavam os galhos.Estarrecida Sophia dizia: “Sai seu bicho feioso. Saí seu bicho nojento. Essascentopeias estão comendo meus feijõezinhos”. Sophia apresenta as“Centopeias” no muro, longe da sua planta. Ao ver o vídeo da amiga, Kauãprontamente responde: “Não são centopeias, Sophia. São lagartas e elas sealimentam de folhas”.

Sob o olhar atento das professoras, que se encantam com as teoriasdas crianças, que buscam explicar o aparecimento de um bicho naplantinha, da centopeia comendo, possibilitando um debate negocial, emuma perspectiva centopeia x lagarta e da importância desta planta para alagarta sobreviver.

Neste processo dialógico, as professoras devolvem para as criançasno grupo, “Que bicho é este?” Restituindo a pergunta, intencionado novasinterações, a construção de saberes e o fortalecimento das pesquisasrealizadas pelas crianças e adultos, em uma circularidade de investigaçõesque vão sendo significados e fortalecendo a nossa caminhada.

Crianças: Sophia e KauãProfessoras: Leslie e Lorena.

Imagem: Mamãe BeatrizTexto: Ana Fukaya e Ana Beatriz

CMEI Centro Cívico - 2020

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A importância do olhar e da documentação, para a construção do conhecimento dascrianças, para devolver para as crianças... As suas perguntas, para as investigações...

Refinamento da "terminologia" centopeia x lagarta...

Olhar atento da criança: tinha um bicho na plantinha.

Tem a tentativa de explicar (a centopeia comendo)

Tem a intenção que permite ao colega participar do debate e trazer uma

informação nova: seria uma lagarta?No processo, todo mundo constrói, todo

mundo aprende.

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Viver a emoção da descoberta enquanto docente, para fazer boas perguntas, repensar e relançar pras criançasbuscando conhecer, querer saber, olhar direito, com respeito ao vivido, as ideias...com um alto grau de reflexividade...

É lindo... essa circularidade dapesquisa, das investigações econstrução de conhecimentosfortalecem a caminhada.

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Os Girassóis em casa

11/18/2020

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Enzo Prado(2 anos e meio)

11/18/2020

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“Ela cresceu dançando, está feliz!”(Sarah Akemi, 5 anos)

• “Meu girassol "Profe" está grande!” (Valentina, 4 anos)

• “ Eles estão nascendo mamãe“! (Manu Luiza, 4 anos)

• “Estou cuidando para ela crescer bem bonita!”( Joaquim, 5 anos)

• “Nossa ela esta aparecendo, bem pequeninha, esta vindo a plantinha” ( Sophia, 5 anos)

• “ Ela cresceu muito, vamos plantar no jardim!” (Gael, 5 anos)

11/18/2020

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O Girassol de Bernardo

No mês de agosto, a proposta enviada pelo CMEI tinhauma missão especial: plantar algumas sementes,intencionando relações da criança com a natureza, comfamília, em um olhar atento para um novo percurso.

Bernando coloca a terra no vaso, faz um furo com odedo, acomoda a semente, cobre e rega um pouquinho.Dia a dia, cuida, aguardando atenciosamente algoacontecer.

A semente brota e as folhas logo começam a aparecer.O arbusto cresce e um novo lugar se faz necessário paradar continuidade a um ciclo saudável. A mamãe encontraum lugar em um vaso maior.

Em Setembro aparece um pequeno botão, Bernardotodo empolgado parece vislumbrar uma flor.

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Com cuidado e o ambiente adequado, a plantavai crescendo, ganhando um pouco mais de altura eseu botão um pouco mais de volume.

Em outubro, o Girassol de Bernardo, se abre, oencontro com a flor, se dá com um sorriso, sente oseu perfume, se põe a regar e diz “é amarela igualminha caminhonete”, pra mim “parece um sol”, diz amamãe.

O primeiro Girassol a florir é apresentado para aturma, trazendo anúncios que chegou a hora de umagrande e bela florada na casa das crianças eprofessores.

Criança: Bernardo MuchonProfessoras: Debora, Helena e Raquel

Imagem: Mamãe LúbiaTexto: Ana Beatriz

CMEI Centro Cívico

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Pedro Deneka, 5 anos Augusto, 5 anos Sara Meireles, 5 anos

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Processo completo Augusto, 6 anos

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Desenho de Observação

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"sensação de pertencimento, com sentido, com história, com afeto, com intencionalidade... de forma a estabelecer laços com os outros, com a história, com a natureza, a cultura, o

mundo...(Arandi Bezerra)

Os brinquedos do CMEI vão a sua casa

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Os brinquedos preferidos do CMEI, chegam a casa do

João, materialidades que possibilitam um contexto simbólico,

vivido no cotidiano, a partir das experiências diárias com a

família.

A refeição, um hábito rotineiro, fundamental e partilhado

com a mamãe Juliana, o Papai Evandro e a irmã Maria Julia, são

a inspiração para o brincar.

João decide fazer uma sopa, seleciona os melhores

ingredientes, se coloca a cozinhar para a sua bebê. Mexe a

sopa na panela para não grudar e diz que uns pedacinhos de

pão não podem faltar.

Enquanto a sopa cozinha, um banho é necessário, tira a

roupa, faz umas coceguinhas, sorri, abre o chuveiro, “chiiiiiiiii”,

cuidadosamente o banho é dado.

Cozinhando em casa

Page 21: Rastro: Narrativas do cotidiano Edital de registros, mini

Muito experiente, João estica a tolha, enrola a bebê com

atenção e olha carinhosamente, em uma conexão visual.

Pronto! Agora está na hora de servir uma deliciosa sopa

com pão, senta a Bebê na cadeira e vai servindo na boca,

sussurrando “nhame, nhame”.

Nos maravilhamos com esta capacidade de brincar, esse

mundo simbólico vivido com tamanha grandiosidade.

Nesta inteireza da criança ao brincar, ficamos encantados

com o olhar atento da mamãe, que narra orgulhosa para os

amigos e professoras: “Hoje o dia foi de muito trabalho...

Preparar a sopa, dar banho, dar comida... Cuidar de criança não

é fácil”.

Ah! João e família, vocês tem nutrido nosso olhar

pesquisador!

Criança: João Gabriel Escher (3 anos)Professoras: Neusa Gonzales e Patricia ZanunciniImagens: Mamãe Juliana EscherTexto: Ana Beatriz Souza CerqueiraCMEI Centro Cívico – setembro 2020

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Um Hotel para os insetos!

18/11/2020

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A construção de um refúgio, para acomodar os

insetos no outono e no inverno, foi o convite enviado as

crianças do maternal II – B. Uma caixa com tela, gravetos,

pinhas e folhas, materialidades que inspiraram Valentina a

planejar, organizar e deixar o abrigo pronto para acomodar

aqueles que desejam chegar e se proteger do frio. Colocou

próximo a parede para protege-los da chuva.

Valentina aguardava a vinda dos “bichinhos”, dia a dia ia

dar uma espiada, até que encontrou algo diferente: “uma

bolinha, branca, pequenininha, o que será”? Valentina e sua

mãe observam. Logo percebem que esta rachando e sai um

bicho, “parece uma lagartixa” diz a mamãe e indagam se

seria um ovo.

Um hotel para os insetos

Page 24: Rastro: Narrativas do cotidiano Edital de registros, mini

Esta discussão foi levada para o grupo da turma e gera um

burburinho: “lagartixa bota ovo”, “cadê a mamãe dela?“, as crianças

querem conhecer e desejam também ter uma no seu hotel.

Valentina se encanta: “Ela é tão bonitinha”! E se coloca a

cuidar, pesquisa sobre o que pode nutrir a nova amiga, mas ao

descobrir o paladar dela, opta em deixar essa função para a mamãe,

que busca insetos para alimentá-la.

Sob a provocação das professoras e sob o olhar atento da mãe,

a lagartixa ocupa o abrigo escolhido, oportunizando Valentina olhar,

em um processo de pesquisa e elaboração de hipóteses, no tempo de

brincar e na logica dela.

A lagartixa, curiosa, busca desbravar, e encoraja-se saindo em

busca de outros lugares, deixando o hotel de insetos. Valentina fica

triste e com sua mãe, correm contar essa fascinante aventura para as

professoras e para os colegas da turma. Logo outro inseto vem

ocupar o abrigo e assim Valentina vai compreendendo o sentido de

habitar.

Criança: Valentina (4 anos)Professoras: Andressa Barbosa e Carolina RauenImagem: Rafaela Domingues(mamãe)Texto: Ana Beatriz Souza Cerqueira CMEI Centro Cívico

Page 25: Rastro: Narrativas do cotidiano Edital de registros, mini

Uma Bela Composição!

Na casa do Martim o som do violão sempre é ouvido, desde queestava na barriga, através do dedilhar de algumas notas e melodiasque seu papai compõe.

Em uma dessas ocasiões, ao tocar alguns acordes e escalas, opai Giovani que adora inventar músicas, desperta o interesse deMartim que se aproxima e recebe a palheta.

Sabido e já conhecedor deste instrumento, desliza a palhetasobre as cordas, experimenta o som de cada uma, esperando acabarum para iniciar outro. Observa, pesquisa a palheta parece querersaber da onde sai o som...

A experimentação continua, a cada deslize, um som, um sorrisoe uma expressão de alegria... O pai nutri a experiência dedilhando emcompanhia para que os sons ganhem ritmos diversos.

Nessa simbiose, sob o olhar atento e contemplativo da mamãeDamila, que revela esse momento, de uma sintonia de olhares egestos, em que pai e filho fazem uma bela composição. Criança: Martim

Família: Giovane(pai) e Damila (Mãe)Imagem: Damila (mamãe)Texto: Damila e Ana BeatrizProfessoras: Margarete, Eliane e MaristelaCMEI Centro Cívico

Page 26: Rastro: Narrativas do cotidiano Edital de registros, mini

Biblioteca em movimento – Papel do Professor

A biblioteca acontece mensalmente, aonde cada criança recebe um livro de boa qualidade embalado, aquele da sua preferencia na sala de referencia, ou algum o qual eles relatam nos grupos de whatsapp.

Quando o livro chega em casaembalado pelas professoras, a surpresachega com as memorias do vivido nocmei. Da professora que contou ahistória preferida. Embalar um livro,tem significado quando olhamos paraas experiências das crianças nocotidiano e significamos as ações eintenções independente do tempo e doespaço.❤️

Page 27: Rastro: Narrativas do cotidiano Edital de registros, mini

“Fazer uma instituição amável (atuante, criativa, vivível,

documentável e comunicável. Lugar de investigação, aprendizagens,

recognição e reflexão, na qual as crianças, os professores e famílias estejam bem, é o nosso objetivo”

(Malaguzzi, in Strozzi, p. 60)

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Referências:

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº 20/2009. Brasília: MEC/CNE/CEB,2009.

CURITIBA. Currículo da Educação Infantil: Diálogos com a BNC. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, Secretaria Municipal daEducação, Superintendência de Gestão Educacional, Departamento de Educação Infantil, 2020.

MEC e UFRGS para construção de Orientação Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC, 2009.EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN; George (org). As Cem Linguagens da Criança: A experiência de Réggio Emília emtransformação. In: GANDINI, Lella. História, ideias e princípios básicos: uma entrevista com Loriz Malaguzzi. Porto Alegre: Penso, 2016.FALK, Judit. Educar os três primeiros anos a experiência de Lóczy. Araraquara: Junqueira & Marin, 2011.FOCHI, Paulo. Afinal, o que os bebês fazem no berçário? Comunicação autonomia e saber-fazer de bebês em um contexto de vidacoletiva. Porto Alegre: Penso, 2015.

FOCHI, P. S. (org.). MINI-HISTÓRIAS: Rapsódias da Vida Cotidiana nas Escolas do Observatório da Cultura Infantil - OBECI. Porto Alegre:Paulo Fochi Estudos Pedagógicos, 2019.

FOCHI, P. S. A documentação pedagógica como estratégia para a construção do conhecimento praxiológico: o caso do Observatório daCultura Infantil – OBECI. 2019. 346f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo (USP). SãoPaulo, 2019.