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RANKING MOSTRA GRANDE DISTÂNCIA PARA CUMPRIMENTO DAS METAS DE SANEAMENTO BÁSICO Novo estudo, com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS base 2018), mostra que avanços são insuficientes para Brasil cumprir compromissos nacionais e internacionais em água tratada, coleta e tratamento dos esgotos. MARÇO, 2020 - Enquanto o Brasil ainda rediscute a legislação nacional acerca do saneamento básico, os compromissos internacionais assinados pelo próprio país se aproximam da data limite imposta para o cumprimento das metas, sobretudo com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em 2015, em que o Brasil é signatário e se compromete em universalizar o saneamento básico até 2030 para todos. Internamente, o país também tem o compromisso de atingir a universalização proposto pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) até 2033. No novo Ranking do Saneamento Básico baseado nos 100 maiores municípios do Brasil, em parceria com a GO Associados, os costumeiros indicadores de acesso à água e esgotamento sanitário apontam estagnação no país. Em números gerais, usando o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS base 2018), ainda 16,38% da população brasileira não tem acesso ao abastecimento de água (quase 35 milhões de pessoas 3x a população de Portugal); 46,85% não dispõem da cobertura da coleta de esgoto (mais de 100 milhões de pessoas mais de 2x a população da Argentina). O volume de esgoto no Brasil ainda é um desafio, somente 46% do volume gerado de esgoto no país é tratado. Em ano de eleições municipais, o novo Ranking do Saneamento Básico mostra a responsabilidade dos Prefeitos em fazer avançar os indicadores de água e esgotamento sanitário, sobretudo porque é de responsabilidade do Poder Executivo municipal a titularidade do saneamento. É papel indelegável o planejamento sanitário, a partir da formulação e execução do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), sendo obrigatória a participação da sociedade civil. Já nas Regiões Metropolitanas a decisão do STF, desde 2013, é de que as decisões sejam compartilhadas entre os municípios e estado. A responsabilidade sobre os avanços de saneamento básico é de todos. Considerando os 100 maiores municípios brasileiros por número de habitantes, o Ranking contempla mais de 40% da população brasileira e todas as capitais do país. Ao analisar os números desde 2011, é possível concluir que os indicadores avançaram, mas abaixo da velocidade que precisavam:

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RANKING MOSTRA GRANDE DISTÂNCIA PARA

CUMPRIMENTO DAS METAS DE SANEAMENTO BÁSICO

Novo estudo, com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS –

base 2018), mostra que avanços são insuficientes para Brasil cumprir compromissos

nacionais e internacionais em água tratada, coleta e tratamento dos esgotos.

MARÇO, 2020 - Enquanto o Brasil ainda rediscute a legislação nacional acerca do

saneamento básico, os compromissos internacionais assinados pelo próprio país se

aproximam da data limite imposta para o cumprimento das metas, sobretudo com o

Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em 2015, em que o Brasil é

signatário e se compromete em universalizar o saneamento básico até 2030 para todos.

Internamente, o país também tem o compromisso de atingir a universalização proposto

pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) até 2033.

No novo Ranking do Saneamento Básico baseado nos 100 maiores municípios do

Brasil, em parceria com a GO Associados, os costumeiros indicadores de acesso à água

e esgotamento sanitário apontam estagnação no país. Em números gerais, usando o

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS – base 2018), ainda 16,38%

da população brasileira não tem acesso ao abastecimento de água (quase 35 milhões de

pessoas – 3x a população de Portugal); 46,85% não dispõem da cobertura da coleta de

esgoto (mais de 100 milhões de pessoas – mais de 2x a população da Argentina). O

volume de esgoto no Brasil ainda é um desafio, somente 46% do volume gerado de

esgoto no país é tratado.

Em ano de eleições municipais, o novo Ranking do Saneamento Básico mostra a

responsabilidade dos Prefeitos em fazer avançar os indicadores de água e esgotamento

sanitário, sobretudo porque é de responsabilidade do Poder Executivo municipal a

titularidade do saneamento. É papel indelegável o planejamento sanitário, a partir da

formulação e execução do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), sendo

obrigatória a participação da sociedade civil. Já nas Regiões Metropolitanas a decisão

do STF, desde 2013, é de que as decisões sejam compartilhadas entre os municípios e

estado. A responsabilidade sobre os avanços de saneamento básico é de todos.

Considerando os 100 maiores municípios brasileiros por número de habitantes, o

Ranking contempla mais de 40% da população brasileira e todas as capitais do país. Ao

analisar os números desde 2011, é possível concluir que os indicadores avançaram, mas

abaixo da velocidade que precisavam:

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Tabela 1 – Evolução de 2011 a 2018 nos indicadores de saneamento básico no Brasil e nas 100

maiores cidades do país

Metodologia do Ranking: A metodologia completa do Ranking está disponível no site

oficial do Instituto Trata Brasil – www.tratabrasil.org.br . Explica os indicadores e as

notas dos municípios perfazendo a colocação de cada cidade no ranking.

Ano

População total com

água tratada (%)

População total com coleta de

esgoto (%)

Esgoto tratado x água

consumida (%)

Perdas de água na

Distribuição (%)

Investimento (R$ bilhões médios de

2018)

Brasil 100

maiores cidades

Brasil 100

maiores cidades

Brasil 100

maiores cidades

Brasil 100

maiores cidades

Brasil 100

maiores cidades

2011 82,4 93,52 48,1 69,05 37,5 46,65 38,8 39,78 11,39 6,09

2012 82,7 93,45 48,3 69,39 38,7 48,8 36,9 37,82 12,60 6,36

2013 82,5 92,91 48,6 69,14 39 48,03 37 39,08 12,69 6,11

2014 83 93,27 49,8 70,37 40,8 50,26 36,7 38,34 13,87 6,76

2015 83,3 93,84 50,26 71,05 42,67 51,72 36,7 37,77 12,71 6,82

2016 83,3 93,62 51,92 72,15 44,92 54,33 38,05 39,07 12,02 6,89

2017 83,5 94,6 52,36 72,77 46 55,61 38,29 39,5 11,38 6,19

2018 83,6 93,31 53,2 73,30 46,3 56,07 38,5 34,40 13,20 6,09

EVOLUÇÃO pontos

percentuais (p.p.)

+ 1,2 p.p.

- 0,21 p.p.

+ 5,1 p.p.

+ 4,25 p.p.

+ 8,8 p.p.

+ 9,42 p.p.

- 0,3 p.p.

- 5,38 p.p.

1,81 0,01

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POPULAÇÃO COM COLETA DE ESGOTOS NAS 100 MAIORES

CIDADES

Os problemas da falta de esgotamento sanitário ainda são latentes no Brasil, sobretudo a

coleta e o tratamento dos esgotos. Em 2018, o Brasil inteiro despejou na natureza 5.715

piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento por dia. Por ano, esse número ultrapassa 2

milhões de piscinas olímpicas de esgoto despejadas de forma indevida.

O indicador médio de coleta de esgotos nos 100 maiores municípios foi 73,30%, avanço

tímido frente aos 72,77% verificados em 2017. No geral, os 100 maiores municípios

possuem coleta de esgoto bastante superior à média do Brasil, que foi de 53,2%.

Gráfico 1 - Histograma do atendimento em coleta de esgotos nas 100 maiores

cidades do Brasil

Note-se que sete municípios possuem pouquíssima coleta de esgotos - 0 a 20% e 19

cidades possuem menos de 40%. Metade da amostra (50 municípios) possui entre 81 e

100% de coleta. Os números mostram que os serviços de coleta de esgoto não estão

perto de serem universalizados, como é o caso do atendimento de água.

CENÁRIO DESAFIADOR

Os maiores desafios na cobertura de coleta de esgotos ainda permanecem no Norte,

seguido do Nordeste. Das 10 piores cidades neste indicador, nove são do Norte ou

Nordeste, com destaques para as capitais Belém (PA), Manaus (AM), Macapá (AP) e

Porto Velho (RO). Lista abaixo:

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Tabela 3 – 10 cidades com piores índices de coleta de esgoto:

Município UF IN056 – População

com coleta de esgotos (%)

Caucaia CE 28,34

Aparecida de Goiânia GO 23,83

Rio Branco AC 20,49

Jaboatão dos Guararapes PE 19,22

Belém PA 13,56

Manaus AM 12,43

Macapá AP 11,13

Porto Velho RO 4,76

Santarém PA 4,19

Ananindeua PA 2,05

CENÁRIO POSITIVO

Na contramão, outras cidades apresentam índices praticamente universalizados em

relação à porcentagem de população com acesso à coleta de esgoto.

Tabela 4 – 10 cidades com melhores índices de coleta de esgoto :

TRATAMENTO DOS ESGOTOS NAS 100 MAIORES CIDADES

O indicador médio do tratamento de esgotos nos 100 maiores municípios em 2018 foi

de 56,07%; pequeno avanço em relação aos 55,61% de 2017. Segundo o SNIS, a média

nacional foi de 46,3%, ou seja, as maiores cidades tratam, na média, mais esgotos que a

o país. No entanto, em ambos os casos, o indicador está baixo mostrando ser um dos

maiores desafios a serem enfrentados.

Município UF IN056 – Índice de

Atendimento Total de Esgoto (%)

Piracicaba SP 100,00

Cascavel PR 99,99

Curitiba PR 99,99

Londrina PR 99,98

Maringá PR 99,98

Ponta Grossa PR 99,98

Santos SP 99,93

Taubaté SP 99,72

Franca SP 99,62

Santo André SP 98,87

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Gráfico 2 - Histograma do indicador de esgoto tratado sobre a água consumida nas 100

maiores cidades do Brasil

Em contraste com os indicadores de atendimento da população com água tratada e

coleta de esgotos, o tratamento dos esgotos, a distribuição das cidades no gráfico mostra

uma elevada concentração de cidades cujo tratamento não chega a 20% (19 cidades). 37

cidades tratam menos de 40% dos esgotos e apenas 26 municípios tratam 80% ou mais.

O tratamento de esgotos é o que está mais longe da universalização, mesmo nos 100

maiores municípios do país em população.

CENÁRIOS MAIS DESAFIADORES

Os baixos indicadores de esgoto tratado no Brasil afetam diretamente os ecossistemas

pelo lançamento in natura dos esgotos sem tratamento. Córregos, rios, lagoas e praias

têm a qualidade das águas comprometidas com a carga excessiva destes resíduos sem

tratamento. Os municípios que enfrentam os maiores problemas neste indicador são:

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Tabela 5 – 10 cidades com piores percentuais de esgoto tratado

CENÁRIO MAIS POSITIVO

A situação mais positiva está em cidades do Sudeste:

Tabela 6 – 10 cidades entre as 100 maiores do Brasil com melhor percentual de esgoto

tratado

Município UF IN046 -Índice de esgoto tratado referido à água consumida (%)

Piracicaba SP 100,00

Cascavel PR 99,99

Curitiba PR 99,99

Maringá PR 99,98

Londrina PR 99,98

Ponta Grossa PR 99,98

Santos SP 99,93

Taubaté SP 99,72

Franca SP 99,62

São José dos Campos SP 98,75

Município UF IN046 – Índice de esgoto tratado referido à água

consumida (%)

Belford Roxo RJ 5,57

Juiz de Fora MG 4,15

Santarém PA 8,59

Porto Velho RO 2,51

Belém PA 2,33

Bauru SP 1,77

Ananindeua PA 1,75

Nova Iguaçu RJ 1,45

Governador Valadares MG 0,00

São João de Meriti RJ 0,00

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ACESSO À ÁGUA TRATADA NAS 100 MAIORES CIDADES

O acesso ao abastecimento de água tratada no Brasil é o que mais avanço

historicamente, e mais ainda quando comparado ao esgotamento sanitário (coleta e

tratamento de esgotos). O indicador médio nos 100 maiores municípios em 2018 foi de

93,31% da população; um retrocesso frente a 94,60% em 2017. A média desses maiores

municípios é, portanto, superior à média brasileira que foi de 83,6%.

Gráfico 3 – Histograma do índice de abastecimento de água tratada nas 100 maiores

cidades

Na grande maioria dos municípios, 89 dos 100, mais de 80% das pessoas têm água

tratada.

CENÁRIO MAIS DESAFIADOR

Tabela 7 – 10 cidades entre as 100 maiores do Brasil com piores índices de atendimento

de água

Município UF IN055 – Índice de

atendimento total de água (%)

Fortaleza CE 77,31

Belford Roxo RJ 76,54

Belém PA 70,30

Aparecida de Goiânia GO 64,90

Caucaia CE 59,70

Rio Branco AC 52,66

Santarém PA 51,29

Macapá AP 39,00

Porto Velho RO 35,26

Ananindeua PA 32,63

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PERDAS DE ÁGUA POTÁVEL NAS 100 MAIORES CIDADES

ÍNDICE DE PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO (IPD)

As perdas de água servem para medir não somente os volumes ou recursos financeiros

perdidos com vazamentos, fraudes, roubos, erros de medição, mas também para se ver

os níveis de eficiência dos serviços de saneamento básico nos municípios.

O indicador médio de perdas nas 100 maiores cidades foi de 34,40%, o que representa

uma melhoria frente os 39,50% de 2017. Tal valor também é inferior à média nacional

no SNIS 2018, que foi de 38,5%. Os pontos de máximo e mínimo correspondem,

respectivamente às cidades de Porto Velho - RO (77,11%) e Santos – SP (14,32%).

Gráfico 4 – Histograma do índice de perdas na distribuição (IPD) nas 100 maiores

cidades do Brasil

Dos 100 municípios considerados, apenas três possuem níveis de perdas na distribuição

menores que 15% (valor considerado ótimo). Mais de 75% das cidades têm perdas

superiores a 30%, o que mostra um grande potencial para melhorias.

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CENÁRIO MAIS DESAFIADOR – Nos casos abaixo, as situações são alarmantes:

Tabela 8 – 10 cidades entre as 100 maiores do Brasil com piores indicadores de perdas

na distribuição

ÍNDICE DE PERDAS DE FATURAMENTO TOTAL (IPFT)

O IPFT é constantemente usado no Ranking para mostrar as perdas de faturamento

totais, considerando perdas físicas e comerciais, na comparação entre o volume

produzido e o volume faturado. O indicador médio em 2018 foi de 37,60%, um avanço

frente os 43,14% observados em 2017. O município com menor índice de perdas de

faturamento foi Petrópolis (0,91%) e o com maior, é Boa Vista – RR (73,32%).

Gráfico 5 – Histograma do índice de perdas de faturamento total (IPFT)

Dez cidades relataram, em 2018, perdas financeiras totais maiores ou iguais a 60%, o

que é muito elevado para qualquer sistema no mundo. 41 cidades reportaram mais de

45% de perdas e apenas nove cidades possuem níveis de perdas de faturamento total

Município UF IPD – Índice de perdas

na distribuição (%)

Várzea Grande MT 59,20

Rio Branco AC 59,46

Cuiabá MT 60,68

Maceió AL 61,18

Paulista PE 63,55

Macapá AP 65,47

São Luís MA 66,24

Boa Vista RR 73,77

Manaus AM 74,95

Porto Velho RO 77,68

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iguais ou menores que 15% (valor usado como parâmetro ideal). Quase 70% das

maiores cidades têm perdas de faturamento superior a 30%, o que mostra haver um

grande potencial para redução das perdas financeiras nesses municípios e isso permitiria

ter mais recursos para ampliar as redes de água e esgotos, bem como para investir nas

próprias perdas.

CENÁRIO MAIS DESAFIADOR – Os municípios abaixo foram os que apresentaram

índices de perdas de faturamento total mais alarmantes:

Tabela 10 – 10 cidades entre as 100 maiores do Brasil com piores índice de perdas de

faturamento total (IPFT)

Município UF IPFT – Índice de perda de

faturamento total (%)

Rio Branco AC 60,30

Gravataí RS 61,44

São João de Meriti RJ 61,53

Várzea Grande MT 63,00

São Luís MA 66,25

Duque de Caxias RJ 67,50

Belford Roxo RJ 69,79

Porto Velho RO 71,92

Manaus AM 72,28

Boa Vista RR 73,32

ÍNDICE DE INVESTIMENTOS SOBRE A ARRECADAÇÃO NAS 100

MAIORES CIDADES DO BRASIL

Para este estudo, adotou-se como critério avaliar a média dos investimentos sobre

receita dos últimos cinco anos. A metodologia considera não apenas os investimentos

realizados pela prestadora, mas também os investimentos realizados pelo poder público

(Município e Estado). Quanto maior for essa razão (investimento/arrecadação), mais

investimentos o município está realizando relativamente à arrecadação, logo, merece

uma melhor posição no Ranking.

O indicador médio dos municípios equivale a 21,45%, ou seja, essa percentagem da

arrecadação foi reinvestida nos sistemas de saneamento. O valor foi inferior ao

observado em 2017 (22,28%), e menor ainda do que em 2016 (23,19%).

Uma vez que este indicador avalia os esforços dos municípios para a universalização

dos serviços e que os investimentos em saneamento costumam ser maiores no período

anterior à universalização, definiu-se que um município com serviços universalizados e

com bons indicadores de perdas também receberia nota máxima neste indicador,

independentemente da relação entre investimentos e arrecadação.

Assim, para o que o município receba nota máxima, independentemente de sua relação

investimentos sobre arrecadação, deverão ser obedecidas as seguintes regras:

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• Universalização em água;

▪ Água Total = 100%

▪ Água Urbana = 100%

• Universalização de coleta de esgoto;

▪ Coleta Total ≥ 98%

▪ Coleta Urbana ≥ 98%

• Universalização de tratamento de esgoto;

▪ Tratamento de esgoto ≥ 80%

• Baixo nível de Perdas

▪ Perdas na distribuição de água ≤ 25%

▪ Perdas de faturamento ≤ 25%

Obtiveram nota máxima por esse critério os municípios de Franca (SP), Santos (SP) e

Maringá (PR).

No caso do Brasil, é notável que os investimentos atualmente realizados estão abaixo da

necessidade para a universalização dos serviços. De acordo com dados do PLANSAB, o

investimento para alcançar a universalização até 2033 deveria estar em torno de R$ 24

bilhões ao ano, sendo que ao longo dos últimos anos, os valores efetivamente investidos

ficaram em torno de metade do necessário (R$ 12 bilhões). Na prática, boa parte das

companhias de saneamento possui baixa capacidade de endividamento e,

consequentemente, de realizar investimentos. Assim, a consequência é a demora no

avanço em direção a universalização.

Gráfico 6 – Histograma dos investimentos sobre arrecadação

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Observa-se que 70% dos municípios investe menos de 30% do valor arrecadado; além

disso, existe a presença de alguns outliers (6), que investem mais de 60% da receita.

CENÁRIO MAIS DESAFIADOR – A Tabela 12 abaixo mostra os 10 municípios que

menos reinvestiram a arrecadação no próprio sistema de saneamento:

Tabela 12 – 10 cidades entre as 100 maiores do Brasil com pior indicador de investimento sobre

a arrecadação

Município UF I/A – Investimento

sobre arrecadação (%)

João Pessoa PB 8,14%

Canoas RS 8,06%

Niterói RJ 7,53%

Bauru SP 7,49%

Guarulhos SP 7,19%

Pelotas RS 5,12%

Santo André SP 3,34%

São Gonçalo RJ 2,68%

Campina Grande PB 1,62%

Várzea Grande MT 0,00%

CENÁRIO MAIS POSITIVO

Tabela 13 – 10 cidades entre as 100 maiores do Brasil com melhor indicador de investimento

sobre a arrecadação

Município UF I/A – Investimento

sobre arrecadação (%)

Santarém PA 554,20%

Boa Vista RR 93,79%

Aparecida de Goiânia GO 71,67%

Nova Iguaçu RJ 71,54%

Caucaia CE 71,45%

Rio Branco AC 66,80%

Serra ES 57,68%

Caruaru PE 56,94%

Praia Grande SP 56,64%

Olinda PE 51,26%

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DIFERENÇAS: 20 MELHORES x 20 PIORES MUNICÍPIOS

Foram analisados os indicadores do grupo dos 20 melhores e dos 20 piores municípios

do Ranking 2019. Para esta análise foram estudados os indicadores médios de cada um

dos grupos. Os dados estão resumidos na Tabela 14 abaixo:

Tabela 14 – 20 melhores x 20 piores

Indicador 20 melhores 20 piores Diferença

População Total (IBGE) 22.453.362 13.867.842 62%

Investimento total 5 anos (Milhões R$) 15.022,38 2.076,47 623%

Investimento médio anual por habitante (R$/hab.) 133,81 29,95 347%

Indicador de atendimento total de água (%) 99,30% 77,42% 21,88 p.p.

Indicador de atendimento urbano de água (%) 99,96% 79,31% 20,65 p.p.

Indicador de atendimento total de esgoto (%) 96,74% 26,61% 70,13 p.p.

Indicador de atendimento urbano de esgoto (%) 97,79% 27,26% 70,52 p.p.

Indicador de esgoto tratado por água consumida (%) 77,19% 14,99% 62,2 p.p.

Indicador perdas no faturamento 2018 (%) 31,09% 53,94% - 23 p.p.

Indicador perdas na distribuição 2018 (%) 32,23% 49,82% - 18 p.p.

Destaques:

Investimento anual médio por habitante: para que se possa ter uma base de

comparação foi feita uma avaliação a partir dos dados do Plansab - Plano Nacional de

Saneamento Básico, revisado em 2019 sobre os investimentos necessários para a

universalização dos serviços. De acordo com o Plansab, a necessidade de investimentos

no Brasil em água e esgoto no período 2019 – 2033 é de R$ 357,150 bilhões, ou R$

23,8 bilhões ao ano por um período de 15 anos. Considerando a atual população do

Brasil de acordo com a base do SNIS (208 milhões de habitantes), pode-se estimar uma

necessidade de investimento anual médio por habitante para o Brasil no período 2019

– 2033 de R$ 114 por habitante por ano. Assim, podemos comparar o grupo das 20

piores cidades e das 20 melhores da seguinte forma:

• As 20 melhores cidades tiveram um investimento anual médio por

habitante no período 2014 – 2018 de R$ 133, ou 17% acima do patamar nacional

médio para a universalização (R$ 114).

• Já as 20 piores cidades tiveram um investimento anual médio por

habitante no período 2014 – 2018 de R$29,95, ou 74% abaixo do patamar

nacional médio para a universalização (R$ 114).

Fica claro que o grupo das 20 melhores cidades investe valores compatíveis para

universalizar os serviços, tendo em vista os parâmetros do PLANSAB. Já o grupo das

piores cidades tem indicadores ruins de atendimento e um investimento médio anual por

habitante muito abaixo do necessário para a universalização.

Observa-se que esse maior volume de investimento se reflete em melhores indicadores:

no caso dos 20 melhores, o indicador médio de atendimento de água é 99,30%, ou seja,

21,88 pontos percentuais superior ao grupo dos 20 piores municípios (77,42%).

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Em relação à coleta de esgotos, nas 20 melhores cidades 96,74% do esgoto é coletado

contra apenas 26,61% nas piores. Uma diferença de 70,13 pontos percentuais. No caso

do tratamento dos esgotos, as 20 melhores tratam, em média, 77,19% do esgoto gerado

contra apenas 14,99% nas piores; uma diferença de 62,2 pontos percentuais.

Já em perdas de água têm-se que o grupo dos 20 melhores municípios apresenta nível de

perdas de faturamento (31,09%), bem menor que os piores (53,94%). Uma diferença de

22,84. Nas perdas na distribuição a diferença é de 17,58 pontos percentuais.

CENÁRIO NAS CAPITAIS BRASILEIRAS - EVOLUÇÃO DOS

INVESTIMENTOS

Levantamento feito na série histórica entre 2014 e 2018 mostra que foram investidos R$

22,141 bilhões em valores absolutos nas capitais, sendo que São Paulo - SP concentrou

sozinha 47,7% desses investimentos (R$ 10,552 bilhões). Na sequência veio a cidade do

Rio de Janeiro - RJ (R$ 1,73 bilhão) e Recife - PE (R$ 1,12 bilhão).

Se analisarmos a média de investimentos anuais por habitante o destaque foi Palmas -

TO com R$ 178,18 investidos por habitante. O segundo foi São Paulo - SP com R$

173,30 e depois Boa Vista -RR com R$ 146,99. Ficaram ainda acima do patamar de R$

114 por habitante (Cálculo feito com base nos valores previstos no Plansab) as capitais

Cuiabá e Natal.

A média de investimentos por habitante nas capitais, no período, foi de R$ 67,91. Os

mais baixos foram em Belém, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus e Teresina.

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Tabela 15 – Investimentos nas capitais brasileiras

Investimentos (R$ MM)

Município UF 2014 2015 2016 2017 2018 Total 5 anos (R$

MM)

Média Média anual por habitante

Aracaju SE 75,63 114,46 79,61 72,16 27,26 369,12 73,82 113,76

Belém PA 84,26 20,93 71,82 30,60 38,13 245,75 49,15 33,08

Belo Horizonte

MG 155,99 420,97 96,65 99,87 75,97 849,44 169,89 67,91

Boa Vista RR 63,12 40,05 55,91 64,95 51,85 275,88 55,18 146,99

Brasília DF 191,72 145,38 188,01 319,53 275,60 1.120,23 224,05 75,32

Campo Grande

MS 110,00 80,10 120,71 75,57 73,72 460,10 92,02 103,89

Cuiabá MT 120,92 69,67 45,14 42,29 157,38 435,41 87,08 143,43

Curitiba PR 155,19 135,10 160,37 84,06 90,60 625,33 125,07 65,23

Florianópolis SC 75,73 65,57 46,98 32,12 40,34 260,74 52,15 105,78

Fortaleza CE 200,80 153,81 91,63 102,05 121,89 670,19 134,04 50,71

Goiânia GO 209,43 114,07 82,35 39,56 83,99 529,41 105,88 70,79

João Pessoa PB 57,91 33,93 20,30 6,36 7,37 125,87 25,17 31,45

Macapá AP 8,75 0,55 0,00 2,27 5,04 16,62 3,32 6,73

Maceió AL 29,07 47,85 32,97 20,22 17,60 147,70 29,54 29,18

Manaus AM 54,22 26,22 54,85 72,95 155,16 363,41 72,68 33,88

Natal RN 36,83 57,99 81,88 86,93 238,13 501,76 100,35 114,34

Palmas TO 80,51 84,51 32,14 25,48 37,37 260,01 52,00 178,18

Porto Alegre RS 59,86 56,22 94,32 69,07 66,89 346,37 69,27 46,83

Porto Velho RO 5,26 4,50 4,61 46,79 31,50 92,65 18,53 35,67

Recife PE 186,20 177,20 124,76 141,15 150,33 779,65 155,93 95,21

Rio Branco AC 18,41 11,20 14,05 11,55 23,13 78,34 15,67 39,06

Rio de Janeiro

RJ 624,84 508,59 374,78 102,03 122,46 1.732,71 346,54 51,81

Salvador BA 188,26 91,25 75,19 134,16 146,23 635,08 127,02 44,45

São Luís MA 64,15 78,88 72,05 85,65 87,67 388,40 77,68 70,96

São Paulo SP 1.600,14 2.338,16 2.704,12 2.173,01 1.736,24 10.551,67 2.110,33 173,31

Teresina PI 5,58 6,12 2,23 29,33 95,65 138,92 27,78 32,25

Vitória ES 56,50 29,49 11,21 18,28 25,57 141,06 28,21 78,75

Total 4.519,29 4.912,78 4.738,66 3.988,00 3.983,09 22.141,82 73,82 67,91

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Tabela 16 – Principais indicadores de saneamento para as capitais brasileiras

Mu

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bit

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(R$

/ha

b.)

Curitiba PR 17 1.917.185 SANEPAR 100,00 100,00 99,99 99,99 94,27 648,81 67,68

São Paulo SP 19 12.176.866 SABESP 99,30 100,00 96,30 97,00 64,66 10.938,75 179,66

João Pessoa PB 26 800.323 CAGEPA 100,00 100,00 79,30 79,60 83,25 131,07 32,75

Brasília DF 27 2.974.703 CAESB 99,00 99,00 89,28 89,29 85,36 1.157,32 77,81

Palmas TO 28 291.855 SANEATINS 98,01 100,00 85,04 87,57 66,92 269,78 184,87

Vitória ES 37 358.267 CESAN 94,63 94,60 81,27 81,27 82,51 146,13 81,58

Campo

Grande

MS 32 885.711 AG 100,00 100,00 82,71 83,83 61,74 477,07 107,73

Goiânia GO 33 1.495.705 SANEAGO 99,62 100,00 80,56 80,87 74,01 548,97 73,41

Belo

Horizonte

MG 34 2.501.576 COPASA 95,28 95,30 94,19 94,19 77,86 883,40 70,63

Boa Vista RR 38 375.374 CAER 97,71 99,90 73,28 75,00 91,52 285,72 152,23

Porto

Alegre

RS 40 1.479.101 DMAE 100,00 100,00 90,47 90,47 49,10 358,64 48,49

Salvador BA 44 2.857.329 EMBASA 91,01 91,00 81,29 81,31 100,00 656,55 45,96

Rio de

Janeiro

RJ 52 6.688.927 CEDAE/FABZO 97,41 97,40 85,14 85,14 42,87 1.803,41 53,92

Florianópolis

SC 59 492.977 CASAN 100,00 100,00 64,13 66,65 48,03 270,42 109,71

Aracaju SE 56 648.939 DESO 99,78 99,80 52,45 52,45 57,39 384,14 118,39

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Cuiabá MT 62 607.153 CAB Cuiabá 96,94 98,80 59,28 60,41 33,99 447,62 147,45

Fortaleza CE 73 2.643.247 CAGECE 77,31 77,30 49,89 49,89 58,08 694,27 52,53

Natal RN 74 877.640 CAERN 97,19 97,20 39,08 39,08 50,31 513,34 116,98

Recife PE 75 1.637.834 COMPESA 88,12 88,10 43,54 43,54 74,50 807,28 98,58

Maceió AL 80 1.012.382 CASAL 87,08 87,10 42,19 42,22 44,61 153,42 30,31

São Luís MA 82 1.094.667 CAEMA 82,02 86,80 48,26 51,09 18,02 401,60 73,37

Rio Branco AC 84 401.155 DEPASA 52,66 57,20 20,49 22,25 33,05 80,77 40,27

Teresina PI 90 861.442 AGESPISA 95,59 100,00 29,25 31,03 19,45 140,82 32,69

Manaus AM 96 2.145.444 MA 91,42 91,90 12,43 12,50 31,05 372,55 34,73

Belém PA 95 1.485.732 COSANPA/SAAEB 70,30 70,90 13,56 13,68 2,33 254,87 34,31

Porto Velho RO 98 519.531 CAERD 35,26 36,70 4,76 4,00 2,51 95,34 36,70

Macapá AP 99 493.634 CAESA 39,00 40,10 11,13 11,63 21,53 17,12 6,94

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ANEXO

NOTA SOBRE ALTERAÇÕES EM INDICADORES DE PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO E PERDAS DE FATURAMENTO

No caso específico do município de Nova Iguaçu, ocorreu uma mudança na forma de preenchimento da informação de Volume de Água Tratada

Exportado (AG019) pelo prestador de serviços, o que alterou, de forma representativa, tanto o indicador de Perdas de Faturamento Total, quanto o

indicador de Perdas na Distribuição entre 2017 e 2018. No caso das Perdas na Distribuição, o indicador passou de 42,66% no SNIS 2017, e 4,27% no

SNIS 2018. Já o indicador de Perdas de Faturamento passou de 65,53% (SNIS 2017) para 6,04% (SNIS 2018).

De acordo com consulta feita ao Ministério do Desenvolvimento Regional, esta alteração ocorreu devido à revisão no preenchimento da informação de

Volume de Água Tratada Exportado (AG019) em alguns municípios. No caso da CEDAE, o entendimento do MDR é que a forma de preenchimento

deste indicador foi corrigida e agora está correta para o ano de 2018. De acordo com o MDR:

Em primeiro lugar cabe esclarecer que, segundo o glossário do SNIS, o Volume de Água Tratada Exportado (AG019) deve estar computado no

Volume de Água Consumido (AG010) e no Volume de Água Faturado (AG011). Além disso, o glossário também diz que nos formulários de

dados municipais (informações desagregadas), o AG019 deve corresponder ao envio de água para outro prestador de serviços ou para outro

município do próprio prestador. Por outro lado, nos formulários das informações agregadas, o AG019 deve corresponder apenas ao envio de

água para outro prestador de serviços.

Pode acontecer de alguns prestadores de serviço não preenchem a informação dessa forma. Falando especificamente da CEDAE, até o ano de

referência de 2017 a companhia informava, nos dados desagregados, apenas o Volume de Água Tratada Exportado (AG019) para municípios

atendidos por outros prestadores de serviço. Assim, quando a exportação era feita entre municípios da própria CEDAE, essa informação estava

sendo computada como Volume de Água Produzido (AG006) pelos municípios que eram na verdade importadores.

Após uma série de esclarecimentos e com os avanços do melhor entendimento do SNIS pelos prestadores de serviço, em decorrência do

desenvolvimento e implementação do processo de auditoria e certificação de informações do SNIS, por meio do “Projeto ACERTAR”, a CEDAE

em 2018 passou a informar o Volume de Água Tratada Exportado (AG019) entre municípios atendidos da própria CEDAE. Assim, Duque de

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Caxias (1.755 mil m³/ano), Mangaratiba (645 mil m³/ano), Nova Iguaçu (1.238.373 mil m³/ano), Piraí (165.327 mil m³/ano) e São Sebastião do

Alto (47 mil m³/ano) passaram a ter no sistema informações sobre AG019, valores esses exportados dentro do rol de municípios atendidos pela

CEDAE. Acontece que, conforme dito anteriormente, o AG019 deve ser computado no Volume de Água Consumido (AG010) e no Volume de

Água Faturado (AG011). Assim, para todos esses municípios mencionados os valores de AG010 e AG011 tiveram acréscimos, com grande

destaque para Nova Iguaçu, que além de grande produtor, figura também como grande exportador (tendo exportado 1.238.373 mil m³ em

2018).

Assim, com relação ao Índice de Perdas na Distribuição (IN049), um Volume de Água Tratada Exportado (AG019) proporcionalmente muito alto

significa um Volume de Água Produzido (AG006) e um Volume de Água Consumido (AG010) também muito altos. Assim, o AG010 vai apresentar

valores próximos a AG006, o que tem como consequência perdas bem baixas. A alteração na forma de preenchimento da informação referente ao

Volume de água tratada exportado (AG019) e seu impacto no cálculo do Indicador de Perdas na Distribuição pode ser vista no Quadro 1.

QUADRO 1: VARIAÇÃO DA INFORMAÇÃO DE VOLUME DE ÁGUA TRATADA EXPORTADA

Município Ano

Volume de água produzido (AG006)

Volume de água consumido (AG010)

Volume de água tratada exportado (AG019)

Índice de perdas na distribuição (IN049)

Nova Iguaçu 2017 119.534 65.110 - 42,66

Nova Iguaçu 2018 1.361.134 1.304.174 1.238.373 4,27

Além disso, a posição do município no Ranking foi de 82º em 2019 (SNIS 2017) para 72º em 2020 (SNIS 2018).

Importante notar que o município de Duque de Caxias também não reportava o Volume de Água Exportado e passou a reportar. Nesta situação, o

Volume de Água Exportado é menos representativo, e, na prática, seus indicadores de perdas aumentaram de um ano para o outro. No caso das Perdas

na Distribuição, o indicador passou de 39,78% no SNIS 2017 para 42,80% no SNIS 2018. Já o indicador de Perdas de Faturamento passou de 66,51%

(SNIS 2017) para 67,50% (SNIS 2018).