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GERAÇÃO Ramalho

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GERAÇÃO Ramalho

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GERAÇÃO

RamalhoEXPOSIÇÃO

SALA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS . MUSEU DE OLARIA09 abr. | 31 dez. ‘ 16

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A arte e a cultura populares têm, em Barcelos, uma expres-são única e de grande riqueza, formada na vida do seu pró-prio povo: o artesanato em barro.Desta matéria prima apanhada da terra para sustento das famílias saiu o figurado de Barcelos, autêntica expressão artística das pessoas simples que saltou das rudes oficinas e do espaço rural do concelho, onde se confinava, para o infinito mundo urbano pela mão de intelectuais e artistas.Foi este o percurso feito por Rosa Ramalho, há pouco mais de 50 anos.A notoriedade por ela alcançada depressa se estendeu a outros artesãos a quem, em pouco tempo, se atribuiu a de-signação de grandes mestres do figurado barcelense.São estes mestres e as gerações que lhes sucederam a ma-téria do novo ciclo de exposições que o Museu de Olaria agora inaugura, em cumprimento da sua missão de preser-vação e divulgação desta expressão artística popular que é o figurado de Barcelos.O ciclo “Gerações”, que se inicia com Júlia Ramalho, artista das novas gerações que muito tem contribuído para a afir-mação do artesanato barcelense, vem mostrar o trabalho artístico desenvolvido pelos artesãos e estimular os mais novos na (re)descoberta do figurado e da olaria, no quadro de um mundo muito diferente daquele que os mestres arte-sãos deixaram moldado nas suas peças.

O Presidente da Câmara Municipal de BarcelosMiGuel COStA GOMeS

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A estrada era rude e áspera. O chão, um pó vermelho que se enovelava à mais ligeira brisa. Ia por uma azinhaga antiga, sol a pino, calor como já não há. São Martinho de Galegos é mais lá à frente - indicou-me alguém, e parou a olhar-nos, espantada com a circunstância. A minha mulher e eu éramos novos, viajávamos um pouco pelo País e, dessa vez, queríamos visitar o território dos barristas, lá para Barcelos, e tínhamos encontrado alguns amigos, conversáramos com eles, falem com a Rosa Ramalho, disseram-nos; é uma mulher antiga e muito sábia. Era isso mesmo, e muito mais, a velha Ramalho: maliciosa, astuta, olho vivo e pé ligeiro, rugas entrecruzadas num rosto curtido por mil sóis. Ao lado, a neta Júlia, calada e atenta, quando necessário, faladora e crítica quando era preciso. Fixei-lhe as mãos: mãos muito belas, que não paravam quietas. Fixei-lhe os olhos: olhos enormes, vivíssimos, profundos e brilhantes. «A minha avó nunca me ensinou. Teve sempre a ideia de me corrigir. Ora, eu não preciso de ser corrigida. As coisas que eu vejo são diferentes da maneira de ver as coisas que as outras pessoas têm. Depois, são os sonhos… As pessoas do mundo não têm dois sonhos iguais. Os meus sonhos fazem depois no barro». Ficaram-me para sempre as frases, os olhos e as mãos da Júlia. Havia nela, em tudo quanto era ela, alguma coisa de visceral, de medular, de diferente e, até, de beligerante. Os seus barros nada tinham a ver com os barros feitos pela avó ou pelos outros. Eram criações pessoais e singulares, tais como os sonhos, reais ou imaginados, que a povoavam. Sonhos materializados pelas suas mãos jovens, mãos demiúrgas, uma espécie de génesis, a construção de um universo outro, afastado de tudo, de todos os outros universos individuais. As mãos da Júlia eram as mãos de uma fundadora assombrosamente diferente: narravam histórias no barro ver-melho daquelas terras imperiosas; misturavam o onírico com a parte de realidade entendida por ela própria; modelavam seres imponderáveis, imprevisíveis, paradoxais e surpreendentes. As mãos da Júlia transformavam o barro em criaturas palpitantes de vida. As mãos da Júlia já nessa altura faziam poesia em movimento.

BAPtiStA-BAStOS

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GERAÇÃO RAMALHO

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O ofício/arte de vergar e modelar o barro à (des)medida imaginação dos barristas de Barcelos remonta tão longe como a profundidade das crateras esventradas na terra de onde os barreiristas extraem a sua matéria prima. Os bar-ristas, de mãos ágeis e criatividade ilimitada, (e)laboram a reinvenção dos utensílios do quotidiano em brinquedos ingénuos e figuras candidamente maliciosas. Mas o Figurado é também essa outra arte de dimensão simbólica que exorciza mitos, lendas e medos, e eleva o artesanato em barro a uma dimensão bipolar que vagueia entre o divino e o demoníaco. Passada de geração em geração, muitos foram os incógnitos artesãos que sedimentaram a Arte e dos quais a história dos homens não registou o nome. todos eles, de uma forma ou de outra, contribuíram para a cons-trução da identidade da região oleira de Barcelos, mas, provavelmnente, nenhuma outra família deu tanto nome aos nossos barros como a Família Ramalho. (1)

A saga começou vai para mais de um século, quando Rosa Ramalho, a artesã de S. Martinho de Galegos, preteriu o ofício da mãe tecedeira e meteu as mãos no barro na casa de uma vizinha, iniciando aí, ainda criança, um modo de vida que, muitos anos mais tarde, levaria à descoberta da sua obra por determinados círculos académicos, processo que culminaria com a elevação do artesanato anónimo e pobre ao estatuto de arte com assinatura reconhecida.

Rosa, Ti Rosa para todos os que com ela privaram, fez bonecos de figurado sortido que vendia nas feiras, ao mesmo tempo que entregava as fornadas de milho que o seu marido António transformava nas azenhas do Cávado. Ao lado de Rosa, ia crescendo a sua neta Júlia, que aos 10 anos já modelava bonecos e pouco depois assumia de corpo inteiro esse trabalho. Rapariga sem papas na língua, aos 20 anos de idade declarava ao repórter Batista Bastos que era preciso que os jornais falassem dela porque um dia seria uma grande barrista.

Por essa altura, já Rosa assinava as sua peças com os dois RRs que a imortalizariam, mesmo que não soubesse so-letrar uma única letra. Muitas dessas peças saíam do velho telheiro de Galegos feitas pelas mãos da neta Júlia, que até casar sempre conttribuiu para o sustento familiar. As duas barristas conviveram na arte e na vida: cúmplices e guerreiras! e enquanto Rosa ia sendo consagrada e idolatrada, Júlia fazia pela vida para criar os seus seis filhos, impondo o valor do seu artesanato pela singularidade e criatividade das peças que modelava.Depois de enviuvar, solta amarras da casa da Gandarinha e começa a participar em Feiras e Mostras de Artesanato.O reconhecimento da sua obra é generalizado. Júlia mostrava-se uma digna sucessora do nome de Rosa, mais ainda porque soubera e quisera honrar o nome da avó e os pergaminhos da sua arte, calcorreando caminhos criativos diversos e singulares.

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Dos seus 6 filhos (todos eles brincaram com o barro) houve dois - António e Teresa – que seguiram o apelo do barro. estava consumada a transmissão de geração em geração que vai colando a identidade sociológica da região barris-ta de Barcelos. António e teresa partilham memórias da bisavó Rosa e vivências da mãe Júlia. António nem sempre se dedicou ao barro. Todavia, nos últimos 20 anos assumiu a profissão a tempo inteiro e, dando aso à imaginação, ganhou nome e espaço entre as novas gerações de barristas. Teresa, a filha mais nova de Júlia, é um caso diferente. Seguiu estudos e licenciou-se em Ensino, sendo professora de inglês e Alemão. No entanto, a herança de vida e de sangue faz-lhe correr nas veias o amor pelo barro, pelo que, nos tempos livres, se dedica à paixão de modelar peças do seu imaginário, através de recriações do mundo real e do fantástico.

2016. Quase 130 anos separam o nascimento de Rosa Ramalho da realização desta exposição em nome do legado da família. É uma Mostra que atravessa dois séculos; uma seleção das peças mais representativas e significativas de cada um dos protagonistas, numa tentativa de percepcionarmos a evolução da Arte do Figurado dos Ramalhos na multiplicidade das suas interpretaçoes.É com o maior gosto que o Museu de Olaria o convoca para este desafio e esta viagem pelo tempo!

rosa ramalho, a mulher que deu vida ao barro “Figura franzina, sempre de escuro vestida, lembrando uma viuvez de muitos anos, iletrada, de uma inteligência e sensibilidades fulgurantes, de linguagem brejeira mas comedida, olhos vivos e penetrantes que, só por si falavam, temente a Deus que, na sua pobre oficina de Galegos S. Martinho, mais lembrando um presépio, projectou o nome de Barcelos e de Portugal pelas quatro partidas do Mundo. Rosa Ramalho foi rica de tudo... pobre só no dinheiro...”(2)Rosa Ramalho nasceu em 14 de Agosto de 1888, na freguesia de Galegos S. Martinho, no concelho de Barcelos. Ramalho ou Ramalha, como também lhe chamaram durante anos, foi alcunha herdada do seu pai, mas a barrista chamava-se Rosa Barbosa Lopes, nome oficial que só viria a conhecer quando já tinha 82 anos e foi tirar o Bilhete de identidade ao Registo Civil.

Rosa iniciou-se bem cedo nas artes de lidar o barro, aí pelos 6,7 anos de idade, em casa de uma vizinha, já que a sua mãe era tecedeira e o pai sapateiro. Consta (não se sabe se faz parte da criação lendária) que a menina nem teria muito jeito para os bonecos: “diziam os pais e vizinhos que ela não ia encarreirar na arte”, mas a jovem não desistiu

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do sonho e continuou a fazer os bonecos que lhe dava gosto modelar. (3)

Casada em 1906, viria a ter 7 filhos e a todos criou ajudando o marido António Mota, moleiro de profissão, na distri-buição das fornadas, ao mesmo tempo que fazia figurado sortido no coberto da modestíssima casa de São Martinho de Galegos.

Até que um dia, na Feira de S. João das Fontaínhas, no Porto, um contacto fortuito com o professor António Quadros mudaria radicalmente a popularidade da Ti Rosa e dos seus bonecos. estava-se em meados da década de 50. O marido tinha morrido em junho de 1956 e Rosa começa a receber a visita, na Feira de Barcelos e em sua casa de S. Martinho, de comitivas de estudantes de Belas Artes, atraídos pela motivação do seu mestre e pela peculiariedade da sua obra.

Por essa altura, instada a fazê-lo, começa a assinar as suas peças com o famoso RR . Para o efeito, alguém lhe trás do Porto um carimbo em metal, mas o mesmo mostrou-se ineficaz, ficando pejado de barro, cada vez que era usado. O seu filho, pai de Júlia, resolve o problema e faz um molde em gesso. A partir daí, as peças que saem da oficina de Rosa levam todas a assinatura da barrista. O curioso é que sendo Rosa já bastante conhecida fora da sua terra, nem por isso dentro de portas tinha qualquer notoriedade. “Ainda há dias, e no Porto, no Alvarez, estavam expostas bastantes peças de uma, para mim desconhe-cida oleira, Ramalho, e quase tudo vendido!”, exclamava Augusto Soucasaux, em 1960. (4)

Conhecida e famosa, a sua arte começa a ser requisitada, cobiçada, idolatrada. A fama da artesã rapidamente atingiu tal dimensão que é consensual dizer-se que no figurado de Barcelos há um antes e um pós Rosa Ramalho: o figura-do sortido, arte menor, dá lugar ao figurado de autor com assinatura reconhecida. A presença da sua obra multiplica-se por Mostras e exposições. Chega aos quatro cantos de Portugal e a todos os caminhos do Mundo.

O estado Novo “apropria-se” do seu nome, da sua imagem e apresenta Rosa como o modelo da mulher portuguesa. Mas a arte de Rosa não se deixa arregimentar. É condecorada em 1968 com a medalha As Artes da Nação e mais tarde, em 1980, já em pleno regime democrático, recebe, a título póstumo, o grau de Dama da Ordem de Sant´Iago da Espada, conferido pelo Presidente da República Ranalho eanes. em Barcelos, deu nome à escola Secundária eB 2 e 3 de Barcelinhos e aguarda-se que na velha casa da Cova, onde

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viveu e trabalhou com a sua família, nasça a sua Casa Museu.

Rosa Ramalho faleceu em Setembro de 1977, contava 89 anos. Foi um adeus sem despedida: na hora do seu de-saparecimento um título do Diário de Notícias assegurava: morreu “uma figura que ficará lendária na memória do nosso povo”. (5)

Júlia ramalho, a barrista da cor de melMaria Júlia Oliveira Mota esteves. Dito assim, o nome passaria despercebido ao comum dos mortais. Mas se em vez disso dissermos Júlia Ramalho, logo se perceberá quem é a dona do nome e a carga simbólica que o apelido carre-ga. Ramalho é herança da avô paterna, a Rosa dos dois RRs, que lhe legou também a veia criadora de trabalhar o barro. Tanto, que disso fez o modo de vida com que criou os filhos e a fez ser reconhecida como barrista de enorme criatividade.

Júlia Ramalho nasceu em Galegos São Martinho, no lugar da Cova, no dia 3 de Maio de 1946. Nesse ano, a sua mãe não pôde ir à Festa das Cruzes; a rapariga logo se havia de lembrar de nascer durante a primeira grande romaria minhota. É filha de Rosa Oliveira Maia, natural da freguesia de Oliveira, e de José Gonçalves da Mota, nascido em Galegos São Martinho, ambas as freguesias do concelho de Barcelos.

Júlia nasceu na casa da avó Rosa, onde viviam os seus pais e mais uma catruzada de gente. Ao fazer 7 anos foi à escola, mais por vontade própria do que por imposição dos pais. Conclui a terceira classe mas passados dois anos regressa ao ensino para fazer a quarta. Pelo meio, dos 7 aos 10 anos, já ajudava no trabalho do barro. Na oficina oleira da família Ramalho fazia-se um pouco de tudo. E Júlia recorda-se de ver a avó modelar “figurado sortido com assobio, um figurado muito bonito, todo feito à mão”. Entretanto, Rosa Ramalho ganhara fama e as encomendas iam chegando de todo o lado. Júlia acompanha a velha barrista às feiras do Porto e de Matosinhos, e faz peças para a matriarca da família. Conhece os intelectuais das Belas Artes do Porto e ganha mundo. um dia, quando um grupo de estudantes visita a oficina da família, Júlia pega num bocadinho de barro e faz uma pequena figura. António Quadros olhou para a peça e perguntou-lhe quanto queria por ela. Pediu-lhe 5 coroas. “Deu-me 5 escudos.” (5)e, entretanto, muito rapidamente se faz moça e mulher. Casa em 1967 e enviuva em 1980, passando a ter de susten-tar sozinha os seus seis filhos. Trabalhos redobrados que muitas vezes perduravam toda a noite. Os clientes iam a

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Galegos fazer as encomendas mas a barrista passa também a frequentar certames de artesanato. A primeira Mostra que faz é a das Caldas da Rainha, em 1980, a convite do Município local. A Feira das Caldas da Rainha corre “muito bem” e seguem-se dezenas de outras que dão a Júlia a possibilidade de ganhar nome na praça.

Mais tarde, em novembro de 1983, novo infortúnio. Um acidente de automóvel ceifa a vida da sua filha de 13 anos e atira a artesã para a cama do hospital. Por ironia do destino, é nesse mesmo período que a barrista é galardoada com o “Prémio Artesão do Ano”, no iii Salão Nacional de Artesanato, no Casino do estoril. Restabelecida, a artesã volta às lides. e recomeça a labuta, enquanto o seu nome e a sua obra ganham mais notoriedade.É “Prémio de Criatividade”, no Casino estoril, em 1985. Participa na europália, na Bélgica, em 1991, e numa Mostra de Artesanato, em itália, em 1999. Representa Portugal em Bruxelas, em 2004. Passa a ser visitada por pessoas e televisões de diversos países e a fama do seu trabalho corre mundo, desde os estados unidos da América ao Japão, país onde, em 2003, é protagonista do documentário,”european lives”. em 2012, surge a consagração na sua terra natal. A barrista é distinguida com o Prémio Carreira, atribuído pelo mu-nicípio barcelense, no decorrer da 2ª Gala da 30ª edição da Mostra de Artesanato e Cerâmica e Barcelos.

Dos seus seis filhos, só dois, o António e a Teresa mostram interesse pelo barro e cumprem a sina das famílias barristas da região. Júlia mostra orgulho no trabalho dos filhos e felicidade por ver perpetuada a arte dos Rama-lhos. Recordamos que no longínquo ano de 1986, a barrista dizia que nasceu no barro e no barro havia de morrer.(6) esqueceu-se porém de um pormenor que fará toda a diferença: a sua arte é imortal e a saga da família já tem seguidores. A história continua nos próximos capítulos!

antónio ramalhoAntónio Manuel da Mota Ferreira nasceu em 1969, em Galegos S. Martinho, Barcelos. Filho de Júlia e bisneto de Rosa, tinha 8 anos quando a sua bisavó morreu, idade suficiente para se recordar da barrista e da ranchada de fami-liares que faziam o bulício na casa da Cova.

António - inevitavelmente Ramalho - não escolheu o barro como primeira e única ocupação profissional, mas há mais de 20 anos que assina as peças que produz, lado a lado com a mãe Júlia, na oficina da Gandarinha, em Galegos S. Martinho. Dessas longas jornadas de partilhas de memórias da avó e de convívio com a mãe, resulta o caldo social

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e cultural em que fervilha a criativiadade de António. incentivado pela família, muito mesmo pela mana teresa, em 1989 participa num concurso de Artesanato promovido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, no qual obtém uma Menção Honrosa com a peça “incógnita”.Mais tarde, na XXV Mostra de Artesanato e Cerâmica de Barcelos (2007), expôs, pela primeira vez de forma individu-al. Nesse mesmo ano, participou na exposição “Novos criadores de artigos religiosos”, promovido pela tuRel / tCR, onde também obteve uma Menção Honrosa.

O barrista manifesta o “gosto de (re)criar”. Quando se sente mais livre, dá asas à imaginação e produz uma nova peça, coisa que lhe sai de dentro “mas sempre com o cunho Ramalho”. “Acho que ao dar continuidade à arte da minha avó estou a dignificar o nome Ramalho e faço-o com muito orgulho mas também com a responsabilidade que o seu legado exige. A minha avó está sempre presente, seja num pequeno pormenor de uma peça, seja na recriação de uma das suas figuras ou numa lembrança que nos vem à memória”.

teresa ramalhotal como o irmão António, a vivência com a bisavó, Rosa, e a mãe, Júlia, desde cedo lhe despertaram o gosto pela arte de modelar o barro. Nascida em 1970, em Galegos S. Martinho (Barcelos), teresa Maria da Mota Ferreira guarda na memória o tempo que passou a vê-las dar forma ao barro, recriando vivências do mundo real e dando corpo ao universo do fantástico.

tinha apenas 9 anos quando fez o seu primeiro Presépio, peça que continua a guardar religiosamente no baú dos seus miminhos de criança. Na adolescência, as brincadeiras com o barro ganham nova dimensão, e passa a vender as suas próprias peças.Não se quedou, todavia, pelas bancas da oficina da mãe: sonhou outros horizontes e licen-ciou-se em ensino, lecionando inglês e Alemão.Casada, a professora continua a sujar as mãos no barro amolecido, (re)construíndo o imaginário do figurado barce-lense. “Quando estou mais longe do barro, falta um pedaço de mim e só o barro preenche esse vazio”, confidencia.

Juntamente com a mãe participou, em 1999, numa Mostra de Artesanato em itália. Por cá, um pouco por todo o país, tem marcado presença em diversas exposições coletivas. em 2004 obteve o 3º Prémio na iV exposição “Natal em Viana do Castelo”. O seu processo criativo é impulsivo: “às vezes começo a fazer uma peça com uma ideia e depois termino-a de forma

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totalmente diferente. O barro é que manda e eu nunca me zango com ele”. teresa faz todas as suas peças com a mesma dedicação: “amadas como filhos, criadas com o mesmo amor” e por isso mesmo “às vezes custa deixá-las partir”.

Orgulhosa de ostentar o nome Ramalho, é humilde na forma e no trato, realçando que a sua avó Rosa deixou muito mais do que um legado material: transmitiu aos netos e bisnetos os segredos das suas mãos e o amor pela arte de criar peças com histórias para contar.

ReFeRêNCiAS BiBliOGRáFiCAS1. O Real e o Imaginário. Memória e Identidade no Figurado Português, Catálogo de exposição, 2014, Museu de Olaria, Bar-celos.

2. Vasco de Faria, Jornal de Barcelos, 25.01.1990. Amigo pessoal de Rosa Ramalho, o Dr. Vasco de Faria foi figura notável da vida barcelense, sendo presidente da Câmara Municipal de Barcelos (1967-1972); Governador Civil de Viana do Castelo (1972-1974), tendo depois feita carreira na magistratura, onde chegou a Juiz Desembargador e Presidente do tribunal da Relação do Porto.

3. Diário de Notícias, 29.09.1977.

4. Augusto Socasaux, Jornal de Barcelos, 4.02.1960. Soucasaux era, entre outros aspectos, um animador cultural da cidade, muito dedicado ao teatro e à fotografia.

5. Diário de Notícias, 09.10.1977

6.Jorge Henrique Bastos, expresso de 21.2.2004, visto em http://www.santosoficios-artesanato.pt/juliaramalho.htm

7. Primeiro de Janeiro, 03.05.1986.

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Rosa Ramalho

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cabraRosa RamalhoColeção Museu de Olaria1965

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cabeÇudoRosa RamalhoColeção Museu de Olaria1960

cabeÇudoRosa Ramalho

Coleção Museu de Olaria1960

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Galinha homemRosa RamalhoColeção Museu de Olaria1963

cristoRosa RamalhoColeção Museu de Olaria1964

macaco com correnteRosa RamalhoColeção Museu de Olaria1960

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Júlia Ramalho

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castiÇal com stª teresinhae os sete PecadosJúlia RamalhoColeção particular2010

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conJunto de duas cabrasJúlia RamalhoColeção Museu de Olaria1984 | 1998

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rei a cavalo do bicho FeroZJúlia Ramalho

Coleção Museu de Olaria

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casamentoJúlia RamalhoColeção particular1999

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PresÉPio de cabanaJúlia Ramalho

Coleção particular1985

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António Ramalho

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sarroncoAntónio Ramalho

Coleção particular2009

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bicho FeroZ com três cabeÇasAntónio RamalhoColeção particular2015

PedaÇos da avóAntónio Ramalho

Coleção particular2010

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PresÉPio no castelo António Ramalho

Coleção particular2007

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Teresa Ramalho

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diabo e diabateresa Ramalho

Coleção particular2014

bicho FeroZ com Guerreiroteresa RamalhoColeção particular2016

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Galo cantorteresa RamalhoColeção particular2016

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PresÉPio de cabana teresa Ramalho

Coleção particular2009

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cristoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

cristoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

alminhasRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

alminhasRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

alminhasRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1960

s. JoÃoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965 - 1968

s. PedroRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965 - 1968

cabeÇudoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

cabeÇudoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1960

cabeÇudoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1960

cabeÇudoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

cabeÇudoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1960

cabeÇudoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1960

cabeÇudoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

macaco com correnteRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1960

sereioRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

Galinha homemRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

Porco-esPinhoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1960

GaloRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

GalinhaRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

mulher com animalRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

ROSA RAMALHO

JÚLIA RAMALHO

casal de lavradoresRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

PeiXeiraRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

carroÇaRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

carro de bois com PiPosRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

homemRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965 - 1968

FornoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965 - 1968

FornoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

Porco-esPinhoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

cavaleiroRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

cavaleiroRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

s. JosÉRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

cristoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1964

cristoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

cristoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1963

cristoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

cristoRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

cabraRosa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1965

castiÇal com sta. teresinha e os sete PecadosJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2010

Jarra 25 de abrilJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1974

PresÉPio de cabanaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1985

Page 35: Ramalho GERAÇÃO¡logo...Rosa Ramalho nasceu em 14 de Agosto de 1888, na freguesia de Galegos S. Martinho, no concelho de Barcelos. Ramalho ou Ramalha , como também lhe chamaram

aloqueJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

rei a cavalo do bicho FeroZJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

Passeio de sto. antónioJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1991

casamentoJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1999

Padre a celebrar a missaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1995

animais músicosJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1975

casal da romariaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2006

matanÇa do PorcoJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2006

esPiGueiro com danÇarinosJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2001

Fernando PessoaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1988

Padeira de alJubarrotaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1991

oFtalmoloGistaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2005

casal de reis sentados na cadeiraJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1964

sto. antónio cansadoJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1990

minhotaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2003

PresÉPio | maria na camaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2006

medusaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

alminhasJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

s. JoÃoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

rei e rainhaJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

macaca acorrentadaJúlia RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

cabraJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

ouriÇoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

s. JoÃoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

s. cristóvÃoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

s. PedroJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

cristoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

cavaleiro Júlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

rei Júlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

homem com sacos e PombaJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

sra. do livramentoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1997

sto. antónioJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

menina com sacosJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

carrochoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

homem a cavalo no bicho FeroZJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria2002

diabo com cobrasJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

ceia de ParedeJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

Prato adÃo e evaJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

PartoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

carro de bois com PiPoJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1997

PsiquiatraJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria2001

s. PedroJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria

mulher com inFusaJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

mulher com sacos de FarinhaJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

mulher com cÂntaroJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

Page 36: Ramalho GERAÇÃO¡logo...Rosa Ramalho nasceu em 14 de Agosto de 1888, na freguesia de Galegos S. Martinho, no concelho de Barcelos. Ramalho ou Ramalha , como também lhe chamaram

mulher com lenhaJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

mulher com cÂntaroJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

mulher com lenhaJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

mulher com cÂntaroJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

bicho FeroZJúlia Ramalho Galegos S. Martinho, BarcelosColeção Museu de Olaria1984

sarroncoAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2009

rosa ramalhoAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2010

PresÉPio no casteloAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2007

PedaÇos da avóAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2010

PedaÇos da avóAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2014

bicho FeroZ com três cabeÇasAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2015

cruZ com rosas António RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2015

draGÃo verdeAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2015

GaloAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2009

PresÉPio de PedrinhasAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2005

PresÉPio de cabaÇa com anJosAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2007PresÉPio de cabaÇa verdeAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2005

baúAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2001

ceiaAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2004

ceGo, surdo e mudoAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2013

cristo na cruZAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2010

diabaAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular 2011

cabra verdeAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular 2009

laGarto com assobioAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2011

carrocho verdeAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2007

Galo com homem e mulherAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2006

saGrada FamÍliaAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2007

medusaAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2011

cristo com JudeuAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2011

castiÇal verdeAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

bicÉFaloAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

mulher com corPo de cavalocentauroAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

os três santos PoPularesAntónio RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2015

diabo e diabateresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2014

Galo cantorteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

PresÉPio de cabanateresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2004

bicho FeroZ com Guerreiroteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

cÂntaroJúlia Ramalho e teresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2000

sto. antónioteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

s. Pedroteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

ANTÓNIO RAMALHO

TERESA RAMALHO

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s. JoÃoteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

sta. teresinhateresa RamalhoGalegos S. MartinhoColeção Particular2008

d. nuno Álvares Pereirateresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2009

nossa senhora do óteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2004

Galo de Paredeteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

bacoteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2014

bem e malteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2003

cristo na cruZteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular1992

cristo na cruZ Pai, Filho e esPÍrito santoteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2010

PresÉPio de cabaÇateresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2009

bruXateresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2007

Parto Júlia Ramalho e teresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2005

castiÇalteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

alminhasteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

carrocho “vaca aranha”teresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

cabra teresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

minhotateresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

cabeÇudoteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

PÁssaroteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

bruXa de quatro braÇosteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

rainha sta. isabelteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2008

cristo e s.Pedroteresa RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2011

cristoeurico RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2014

sereiainês RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2009

meninaMargarida RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2014

cesta de FloresMariana RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2016

PresÉPioJoana RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2000

PresÉPioMargarida RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2012

PresÉPioMariana RamalhoGalegos S. Martinho, BarcelosColeção Particular2012

O FUTURO DOS RAMALHO

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títulO: GeraÇÃo ramalho eXPOSiÇÃO: de 09 de abril a 31 de deZembro

de 2016 ORGANiZAÇÃO: Pelouro da cultura | cÂmara municiPal de barcelos

COORDeNAÇÃO e PlANiFiCAÇÃO: clÁudia milhaZes e teresa ramalho

teXtO: baPtista bastos | J. viana FOtOGRAFiA: ricardo machado | Pedro

cunha | carlos bastos iMPReSSÃO: alberto coelho, artes GrÁFicas iSBN: 978-972-9138-83-6 DePÓSitO leGAl: ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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