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SIMP .TCC/Sem.IC. 2018(13); 2436-2445 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 2436 CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA LEISHMANIOSE CANINA – RELATO DE CASO LEISHMANIOSE CANINE – CASE REPORT Rafaela Rodrigues Costa e Silva Natali Carmelita Martins Resumo Introdução: Leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica, pois afeta o organismo como um todo. Os agentes etiológicos são as diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania. No caso da leishmaniose visceral canina (LVC) o animal é infectado após a picada do mosquito fêmea do mosquito hematófago, conhecido como flebotomíneo, a doença evolui para um quadro crônico e causa a morte de 90% dos infectados. Este artigo se propôs a abordar a questão da leishmaniose canina, bem como suas manifestações clínicas, ocorrências, diagnósticos, tratamentos, apresentando um relato de caso em paciente infectado e seu tratamento com a miltefosina. Palavras-Chave: Leishmaniose; canina; tratamento; Miltefosina. Abstract Introduction: Visceral leishmaniasis is a systemic infectious disease, as it affects the organism as a whole. The etiological agents are the different species of protozoa of the genus Leishmania. In the case of canine visceral leishmaniasis (LVC) the animal is infected after the bite of the female mosquito of the hematophagous mosquito, known as phlebotomine, the disease evolves to a chronic condition and causes the death of 90% of those infected. This article proposes to address the issue of canine leishmaniasis, as well as its clinical manifestations, occurrences, diagnoses, treatments, presenting a case report in an infected patient and its treatment with miltefosine. Keywords: Leishmaniasis; canine; treatment; miltefosine. EMAIL: [email protected] Introdução Em relação às zoonoses provocadas por protozoários, a Leishmaniose Visceral é considerada uma doença infecciosa sistêmica, pois afeta o organismo como um todo. Os agentes etiológicos são as diferentes espécies de parasitas dos tipos protozoários tripanosomatídeos, do gênero Leishmania (BRASIL, 2006). Os parasitos que pertencem ao gênero Leishmania são seres unicelulares que se locomovem por meio de flagelos. Fazem parte da Família Trypanosomatidae, de ordem kinetoplastida, cuja característica é a presença de uma única mitocôndria (cinetoplasto), rica em DNA mitocondrial. Durante seu ciclo de vida apresentam duas formas evolutivas: a promastigota, que é flagelada e extracelular, e a amastigota, que é intracelular e sem movimentos. As primeiras possuem forma alongada e flagelo livre. As amastigotas são do tipo ovóide, com flagelo interno (PÊSSOA & MARTINS, 1982). As diferentes espécies do protozoário do gênero Leishmania caracteriza variadas formas clínicas de leishmaniose. Dentre as formas da doença, a visceral pode matar, caso não haja o tratamento adequado. O Brasil, juntamente com outros países da África, possui um grande contingente de pessoas infectadas, cerca de 90% dos casos globais. As estatísticas publicadas em 2007 apontaram 3505 casos no país, incluindo crianças (PONTES, 2009). De acordo com Lainson e Rangel (2003), guiados por diferenças observadas com o recurso de técnicas moleculares, o protozoário recebe a nomenclatura Leishmania infantum e Leishmania infantum chagasi, de modo que chegaram à conclusão de que a separação taxonômica dos parasitos poderia ser no nível de subespécie. De outro modo, DANTAS-TORRES (2006), explica que Leishmania chagasi e Leishmania infantum podem ser vistas como espécies sinônimas, não sendo preciso a mudança de nomenclatu ra no nível de subespécie. Isso representaria uma reclassificação do gênero Leishmania. Mas Shaw (2006) entende que de acordo com o código da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica o termo Leishmania infantum chagasi é correto. No caso da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), o cão é o principal reservatório. O animal é infectado após a picada do mosquito hematófago fêmea, conhecido como flebotomíneo. A doença evolui para um quadro crônico e causa a morte de 90% dos infectados. O homem é acometido pela picada do mosquito vetor, que no Brasil ocorre Como citar esse artigo: Silva RRC, Martins NC, LEISHMANIOSE CANINA – RELATO DE CASO. Anais do 13 Simpósio de TCC e 6 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(13); 2436-2445

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA LEISHMANIOSE CANINA – RELATO DE CASO LEISHMANIOSE CANINE – CASE REPORT

Rafaela Rodrigues Costa e Silva

Natali Carmelita Martins

Resumo Introdução: Leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica, pois afeta o organismo como um todo. Os agentes etiológicos são as diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania. No caso da leishmaniose visceral canina (LVC) o animal é infectado após a picada do mosquito fêmea do mosquito hematófago, conhecido como flebotomíneo, a doença evolui para um quadro crônico e causa a morte de 90% dos infectados. Este artigo se propôs a abordar a questão da leishmaniose canina, bem como suas manifestações clínicas, ocorrências, diagnósticos, tratamentos, apresentando um relato de caso em paciente infectado e seu tratamento com a miltefosina. Palavras-Chave: Leishmaniose; canina; tratamento; Miltefosina. Abstract Introduction: Visceral leishmaniasis is a systemic infectious disease, as it affects the organism as a whole. The etiological agents are the different species of protozoa of the genus Leishmania. In the case of canine visceral leishmaniasis (LVC) the animal is infected after the bite of the female mosquito of the hematophagous mosquito, known as phlebotomine, the disease evolves to a chronic condition and causes the death of 90% of those infected. This article proposes to address the issue of canine leishmaniasis, as well as its clinical manifestations, occurrences, diagnoses, treatments, presenting a case report in an infected patient and its treatment with miltefosine. Keywords: Leishmaniasis; canine; treatment; miltefosine.

EMAIL: [email protected]

Introdução Em relação às zoonoses provocadas por

protozoários, a Leishmaniose Visceral é considerada uma doença infecciosa sistêmica, pois afeta o organismo como um todo. Os agentes etiológicos são as diferentes espécies de parasitas dos tipos protozoários tripanosomatídeos, do gênero Leishmania (BRASIL, 2006).

Os parasitos que pertencem ao gênero Leishmania são seres unicelulares que se locomovem por meio de flagelos. Fazem parte da Família Trypanosomatidae, de ordem kinetoplastida, cuja característica é a presença de uma única mitocôndria (cinetoplasto), rica em DNA mitocondrial. Durante seu ciclo de vida apresentam duas formas evolutivas: a promastigota, que é flagelada e extracelular, e a amastigota, que é intracelular e sem movimentos. As primeiras possuem forma alongada e flagelo livre. As amastigotas são do tipo ovóide, com flagelo interno (PÊSSOA & MARTINS, 1982).

As diferentes espécies do protozoário do gênero Leishmania caracteriza variadas formas clínicas de leishmaniose. Dentre as formas da doença, a visceral pode matar, caso não haja o tratamento adequado. O Brasil, juntamente com outros países da África, possui um grande

contingente de pessoas infectadas, cerca de 90% dos casos globais. As estatísticas publicadas em 2007 apontaram 3505 casos no país, incluindo crianças (PONTES, 2009).

De acordo com Lainson e Rangel (2003), guiados por diferenças observadas com o recurso de técnicas moleculares, o protozoário recebe a nomenclatura Leishmania infantum e Leishmania infantum chagasi, de modo que chegaram à conclusão de que a separação taxonômica dos parasitos poderia ser no nível de subespécie. De outro modo, DANTAS-TORRES (2006), explica que Leishmania chagasi e Leishmania infantum podem ser vistas como espécies sinônimas, não sendo preciso a mudança de nomenclatu ra no nível de subespécie. Isso representaria uma reclassificação do gênero Leishmania. Mas Shaw (2006) entende que de acordo com o código da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica o termo Leishmania infantum chagasi é correto.

No caso da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), o cão é o principal reservatório. O animal é infectado após a picada do mosquito hematófago fêmea, conhecido como flebotomíneo. A doença evolui para um quadro crônico e causa a morte de 90% dos infectados. O homem é acometido pela picada do mosquito vetor, que no Brasil ocorre

Como citar esse artigo:

Silva RRC, Martins NC, LEISHMANIOSE CANINA – RELATO DE CASO. Anais do 13 Simpósio

de TCC e 6 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(13); 2436-2445

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pela espécie Lutzomyia longipalpis. De acordo com o ministério da saúde (2017), há outras espécies que podem ser acometidas pela doença como é o caso das raposas e marsupiais. A maioria dos casos ocorre em zonas urbanas e se dá por meio do cão infectado (BRASIL, 2017).

Os animais domésticos e silvestres são os principais reservatórios da leishmaniose, de modo que um hospedeiro, habitat do agente infeccioso, serve como fonte de transmissão para outros animais. (THRUSFIELD, 2004). Para Dantas Torres (2007), os fatores que colocam o cão como principal hospedeiro são: alta taxa de reprodução, abandono e uma facilidade de adaptação e dispersão do vetor no ambiente urbano, elevando a possibilidade de epidemia. A doença afeta cães jovens e adultos, sem haver uma relação com sexo ou localidade. França-Silva et al. (2003) destaca que as raças mais propensas a contrair a leishmaniose, são: Boxer, Pastor Alemão, Doberman, Collie, Coker Spaniel.

A fêmea da espécie flebotomínea é identificada pela cor amarela clara e habita em lugares onde vivem os cães, como jardins e matas (FONSECA, 2018). Há relatos de transmissão por meio da transfusão de sangue, contato direto, transmissão venérea e a transmissão congênita. (ROCHA, 2012). O ciclo de contaminação tem início com a introdução das formas infectantes do parasito, no estágio promastigota, desenvolvidos no organismo de um flebotomíneo adulto fêmea e injetado no hospedeiro durante o repasto sanguíneo (DANTAS-TORRES, 2006).

Em termos epidemiológicos, no Brasil a doença possui características endêmicas, com surtos constantes. A infecção se apresenta em grandes regiões urbanas do país, atingindo em torno de 21 estados, em cinco regiões. Segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde (2009), as últimas décadas apresentaram uma média anual de 3.379 casos, conforme demonstra o gráfico 1 (BRASIL, 2009).

Gráfico 1. Casos e incidência de leishmaniose visceral, Brasil 1999 a 2008a

Fonte: SVS-MS (2009)

Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Pará, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão e Ceará têm apresentado surtos de Leishmaniose, em cães que habitam as regiões de matas e encostas e em locais com infraestrutura de saneamento básico precária (MATTOS, 2004). Dados revelam que as regiões Centro-oeste e Nordeste apresentaram avanço considerável da doença, sobretudo em periferias. O Rio de Janeiro apresenta aspectos da Leishmaniose Canina semelhantes aos encontrados no Nordeste e em Minas Gerais, com um percentual de cães assintomáticos próximo de 64% (MARZOCHI, 1985).

A ausência de medicamentos apropriados, associada à questão sanitária e à expansão geográfica da doença, colocam a leishmaniose como uma questão que deveria vigorar entre as prioridades das políticas públicas de saúde no Brasil (GONTIJO, 2004). Neste contexto, as pesquisas sobre a leishmaniose humana só podem avançar e alcançar efetividade quando se desvendarem todos os fatores envolvidos na leishmaniose canina. Portanto, deve haver um estudo integral. O cão é um importante hospedeiro da leishmaniose, além de ser o animal que mais tem contato com os humanos, por isso vigora como um reservatório com grande potencial para infectar os flebotomíneos (SOUZA, 2010).

No caso do cão, quando recebe a picada do mosquito, a doença se manifesta em sua forma visceral ou sistêmica (Notícias do Dia, 2017). Os sinais clínicos são linfadenopatia, enfraquecimento e debilidade, insuficiência renal, neuralgia, poliartrite, polimiosite, e outros sinais clínicos como febre e esplenomegalia, que pode ser identificada pelo aumento do baço à palpação do abdômen. (ZAGO, 2001). Quanto aos sinais cutâneos, observa-se um aumento anormal da pele, característico de hiperqueratose, os pelos ficam secos e quebradiços e caem de forma significativa, as unhas crescem de modo anormal e quebram facilmente (MATTOS JÚNIOR, 2004).

O cão portador de leishmaniose poderá não apresentar sintomas ou possuir os seguintes sinais clínicos: na primeira fase da doença, tida como o período discreto, na sorologia são encontrados níveis de anticorpos negativos ou discretos (NEVES, 1974). Os sinais clínicos são a linfoadenopatia discreta ou dermatite papular. Na segunda fase, período moderado da doença, na sorologia são encontrados níveis de anticorpos discretos ou elevados. Sinais clínicos de dermatite esfoliativa difusa, ulcerações, anorexia, perda de peso e epistaxe. A terceira fase é considerada grave, os níveis de anticorpos são elevadíssimos e, além dos sinais das fases iniciais, também há sinais clínicos de lesões provindas da deposição

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de imunocomplexos, como vasculites, artrites, uveíte e gromerulonefrite. O pior estágio, a quarta fase, é muito grave, com níveis altos de anticorpos e, além dos sintomas citados nas outras fases, o paciente apresenta tromboembolismo pulmonar, síndrome nefrótica e estádio final da doença renal (TORRES-NETO et al, 2008).

O diagnóstico da leishmaniose se dá por meio de exames clínicos e laboratoriais (RIGO, 2009). O diagnóstico pode ser obtido com mais rapidez devido às lesões aparentes da pele, associado ao histórico epidemiológico. São aconselháveis exames parasitológicos para a confirmação, a partir de amostras do fígado, baço, linfonodos e medula óssea (COLES, 1986).

As drogas indicadas para o tratamento da LVC, no primeiro momento, é o antimonial pentavalente, sPe apresenta como antimoniato de N-Metil Gk. (Portal Educação, 2013). Caso não haja um resultado satisfatório, pode-se prescrever a Anfotericina B, antibiótico que atua na membrana celular, e o isotionato de pentamidina. Neves (2011) explica que a resposta para o tratamento com antimoniais não possui uma avaliação precisa devido à falta de estudos. Mas recentemente foi liberado o uso da Mitelfosina, cuja eficácia tem sido comprovada em países da Ásia.

De acordo com o manual de vigilância do Ministério de Saúde (2009), não é recomendado o tratamento para cães com LVC, por não representar uma diminuição desta espécie como reservatório do parasito. O tratamento com antimoniato de meglumina, anfotericina B, isotionato de pentamidina, alopurinol, cetoconazol, fluconazol, miconazol, itraconazol), tem apresentado uma baixa eficácia (Brasil, 2014). O uso rotineiro de drogas em cães induz à remissão temporária dos sinais clínicos, não previne a ocorrência de recidivas, tem efeito limitado na infectividade de flebotomíneos e levam ao risco de selecionar parasitos resistentes às drogas utilizadas para o tratamento humano (BRASIL, 2014).

De acordo com Manna et al.(2008) os tratamentos medicamentosos disponíveis para tratar a LVC não são eficazes para erradicar o parasita. Assim, o flebótomo continuará infectando outros hospedeiros.

As medidas preventivas devem contemplar ações direcionadas para a população humana, que são as proteções individuais e as ações contra o vetor por meio de saneamento básico e ambiental. O controle em torno do reservatório está direcionado para as seguintes ações: encontrar locais apropriados para os cães de rua; realizar exames sorológicos nos animais

entregues para adoção; usar telas protetoras nos canis; uso de coleiras à base de deltametrina a 4%, além da limpeza diária dos ambientes domésticos (BRASIL, 2009).

O presente trabalho tem o objetivo relatar os procedimentos utilizados para o diagnóstico e o tratamento da leishmaniose visceral em um cão acompanhado durante o período de estagio supervisionado na clínica veterinária Tabanez, e mostrar resultados do tratamento através de uma revisão bibliográfica atualizada.

Relato de Caso

O paciente foi atendido, no dia 19 de

Janeiro de 2018, na Clínica Veterinária Tabanez, localizada em Brasília, paciente de nome Trigo, da raça Basset Hound, com 12 anos, 3 meses e 19 dias de idade, macho, fértil, 44,400 kg.

Na anamnese, foi relatado que o animal era habitante do Lago Sul, estava com protocolo de vacinação atualizado e tinha convívio com dois cães diagnosticados com leishmaniose, ambos vieram a óbito. A principal queixa no momento da consulta foram as lesões em coxins e orelha.

Ao exame clinico, o animal encontrava-se em estado de obesidade – escore corporal 5/5, normohidratado, normocorado e normotermico. Na palpação foi identificada linfadenomegalia submandibular bilateral. Também foram observadas lesões cutâneas ulceradas alopécicas em região torácica anterior esquerda e direita (metacarpo e falanges) e as lesões na orelha.

Como procedimento inicial foram realizados exames de sangue, hemograma, bioquímico e para realização de teste sorológico, método

imunofluorescência indireta (RIFI), método de imunoensaio (ELISA), reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR), exame citológico do aspirado de medula óssea e ultrassom abdominal.

O resultado dos exames sorológicos: método radioimunoensaio (ELISA), resultado: 0,42ng/Dl, valor de referência 0,60 a 3,50ng/Dl; método imunofluorescência indireta com diluição total-RIFI, resultado 1/160 (reagente). No dia 02 de fevereiro de 2018, foi realizada a Punção de Medula, pelo método PCR Real Time, com resultado positivo de 20,64 cópias de DNA patógeno por microlitro.

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Os exames realizados apresentaram os resultados constantes da tabela 1, os quais estão com as respectivas referências para a presença de Leishamnia.

Tabela 1. Valores médios dos exames realizados no paciente Trigo.

Exame Resultados Referencia

HEMOGRAMA

hematócitos 38.0% 38% - 47%

Plaquetas 300.000/L 200.000 – 500.000 /L)

reticulócitos 108.000.000 ml

BIOQUÍMICO Resultados Referência

alanina aminotransferase 29,0 UI/L 10-125 UI/L

creatianina 1,1mg/dl 0,5 – 1.8mg\dl

ureia 20mg/dl 7 – 27mq\dl

proteína total 7,6 g/Dl 5,2 – 8,2 g/dL

globulina 4,9 mg/dL 2.5 – 4.5 mg/dL

albumina/globulina 0,5 mg/dL 2.4 -4.0mg/dL SOROLÓGICO

Radioimunoensaio 0,42ng/dL 0,60 – 3,50ng/dL

Elisa indederminado

RIFI 1/160 1/80

PCR (Punção de Medula) 20,64/µL 0,01-500.000.000

Como exames complementares, foram

realizados: exame citológico do aspirado de medula óssea, o qual evidenciou, entre as células macrófagos, inúmeras formas amastigotas extracelulares de aparência característica da Leishmania spp, como observado na figura 1.

figura 1. Macrófagos e formas amastigotas

extracelulares de aparência característica da Leishmania spp. Fonte: Clínica Veterinária Tabanez

O teste sorológico de reação de imunofluorescência indireta com diluição total

(RIFI), apresentou resultado reagente com titulação de 1/160, cuja referência para soropositivo é de 1/80. O exame de real time PCR quantitativo ( Reação em cadeia da polimerase em tempo real) realizado a partir do aspirado de medula óssea evidenciou 20,64 cópias de DNA patógeno (Leishmania Infantum Chagasi) por µL (microlitro) de amostra extraída.

No exame de ultrassom foi observado rim esquerdo com contornos irregulares, discreta redução da relação córtico-medular, sugestivo de nefrite intersticial, e sinais de litíase. O rim direito apresentou discreta redução da relação córtico-medular, acentuada mineralização de diverticuloses renais e sinais de litíase. A vesícula urinária apresentou paredes espessadas, sugerindo cistite, presença de discretos cristais e um cálculo medindo cerca de 3,49 cm, como observado nas figuras 2, 3 e 4. No dia 08 de março de 2018, o paciente foi submetido à uma cistotomia para a retirada dos cálculos pedras na bexiga.

figura 02. Ultrassonografia rim esquerdo.

Fonte: Clínica Veterinária Tabanez

figura 03. Ultrassonografia rim direito

Fonte: Clínica Veterinária Tabanez

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figura 04. Ultrassonografia vesícula urinária. Fonte: Clínica Veterinária Tabanez

Após os resultados dos exames de sangue e ultrassom o animal foi liberado com a prescrição de carprofeno 2,25mg via oral a cada BID, durante 7 dias. cefalexina 10 mg/kg via oral a cada BID, por 10 dias, predinisona 0,5 mg/kg BID, por 7 dias; domperidona 0,5 mg/kg, BID, até novas recomendações; mupirocina, uso tópico, BID, até novas recomendações e ração obesity, para o manejo dietético de cães com problemas de obesidade.

O animal retornou à clínica para reavaliação e discussão dos resultados dos exames. Foi iniciado o tratamento com miltefosina na dose de 1ml/10kg, SID, sempre após as refeições. Foi recomendado que o animal retornasse à clínica, de 15 em 15 dias, para reavaliação das lesões, reajuste de doses, conforme a necessidade e a evolução do quadro. Animal apresentou melhora ao tratamento com miltefosina. As lesões dos coxins e orelha melhoraram consideravelmente e não reclama de dores ao caminhar, apresenta-se bem, alerta, ativo e houve perda de peso com mudança no manejo dietético. Foi sugerido um retorno no dia 12 de abril de 2018 para realizar exames de EAS, Ultrassom e Cultura. Recomendou-se uso de repelentes no habitat do animal e coleira antiparasitária.

Discussão

O cão do presente relato encontrava-se no

segundo estágio da doença, com pequenas elevações dos níveis de anticorpos, lesões na orelha e nas unhas, coxins apresentavam lesões descamativas e ulceradas, hiperemia e alopecia

interdigital. Segundo Silva (2012), dentre os sintomas mais comuns de LVC estão comprometimento locomotor, emagrecimento, polidipsia, o animal fica apático, anorexia, vômito,

diarréia, polifagia, epistaxe e melena. O paciente habitava numa residência, no

Lago Sul, com dois cães diagnosticados com leishmaniose, região endêmica para LVC. De acordo com Silva (2018), a transmissão da LVC não se dá pelo contato de um animal infectado para outro, mas tão somente pela picada do inseto hematófago (mosquito palha ou birigui) infectado. A interpretação do técnico que analisou os dados clínicos é de que um cão para ser considerado para Leishmaniose Visceral deverá apresentar resultados reagentes nos seguintes ensaios sorológicos: teste rápido imunocromatográfico-TRI, e ensaio imunoenzimático-ELISA.

Para confirmar a hipótese de leishmaniose no paciente, outros testes laboratoriais sorológicos complementares foram realizados, além dos exames parasitológicos. Métodos realizados: imunofluorescência indireta com diluição total-RIFI, cuja interpretação técnica do reagente foi o resultado com título igual ou superior a diluição 1\160. O título liberado corresponde ao título máximo reagente na leitura.

De acordo com Queiroz (2009), amostra não reagente: é o resultado que sugere a ausência de anticorpos para Leishmania. Um resultado não reagente não exclui a possibilidade de exposição à infecção por Leishmania. Uma resposta humoral a uma exposição recente pode levar alguns meses até atingir níveis detectáveis (BRASIL, 2014). Os exames iniciais do paciente, usando o método Elisa e o método da imunofluorescência indireta com diluição total-RIFI apresentaram resultados reagentes.

Em pacientes assintomáticos, recomenda-se, preferencialmente, utilizar como amostra, material da medula. De acordo com Keenan et al (1984), na Medula óssea existe maior celularidade em decorrência da proliferação de macrófagos que não necessariamente conterão o parasita.

No presente caso, na amostra reagente, o técnico interpretou os exames laboratoriais e recomendou a solicitação do exame de PCR real time, para quantificação de leishmaniose para o monitoramento da carga parasitária em tecidos caninos, em fase de tratamento assistido e pós tratamento farmacológico. De acordo com Benassi (2015), a técnica de PCR real time tem alta confiabilidade, especificidade e sensibilidade, permitindo a identificação do parasita com uso de sondas específicas, através de amplificação do cinetoplasto da Leishmania Infantum Chagasi.

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O resultado positivo para a presença de Leishmania Infantum chagasi foi obtido após os exames realizados na Medula, por meio do método Qpcr (reação em cadeia da polimerase em tempo real). Na interpretação dos resultados, considerou-se positivo e confirmou-se a presença de Leishmania Infantum Chagasi na amostra pesquisada.

De acordo com o Ministério da Saúde (2014), a infecção provocada pela Leishmania Chagasi apresenta características de amplos aspectos clínicos, podendo variar de simples manifestações clínicas discretas (oligossintomáticas), a moderadas ou graves, cuja ausência do tratamento adequado poderá causar a morte do animal.

Os testes sorológicos devem ser feitos no primeiro momento, embora não necessariamente sejam confirmativos para a leishmaniose. Existem relatos de que os testes deram negativos em pacientes com LVC e, em outras oportunidades, pacientes com diagnósticos adversos para Leishmania tiveram reações positivas e sugestivas para a doença (ASSIS, 2010). Essas controvérsias são comuns em casos de leishmaniose tegumentar e doença de chagas (CAMARGOS et al. 2015).

Sugere-se em casos em que existam dúvidas sobre o diagnóstico de LVC, a recorrer a métodos mais eficazes, não deixando o reconhecimento apenas baseando-se em reações positivas ou negativas. De acordo com Moreira (2010), a demonstração da Leishmania deve ser evidenciada por pesquisas direta e indiretas, de forma conjunta. Os procedimentos de primeira escolha, que geralmente são feitas por demonstrações diretas do parasito, apesar de apontar um diagnóstico de forma mais instantânea, requer outros procedimentos de forma indireta.

No presente caso, o exame realizado na medula, por meio do citopatológico do aspirado de medula e método PCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real) revelou-se preciso e determinante para LVC. Autores como Salk et al. (2001), acreditam que o método PCR ainda é considerado o melhor teste para LVC, devido ao seu alto grau de sensibilidade. Mas existem controvérsias, como sugere Chiruillo et al. (2001), cuja defesa seja o estudo citopatológico do aspirado de medula, baço ou linfonodos.

De acordo com Franco (2011), os métodos usados para diagnóstico da LVC, em laboratórios, são espelhados em dados epidemiológicos, clínicos e bioquímicos, além disso, a confirmação é feita através dos métodos diretos, os quais permitem a identificação direta do parasito em

suas formas amastigota e promastigota, e métodos indiretos, representados por testes sorológicos para dectecção de anticorpos circulantes anti-leishmania, dentre os quais o método RIFI e o teste ELISA.

O paciente possuía lesões na orelha e nas unhas, coxins apresentavam lesões descamativas e ulceradas e hiperemia interdigital, discreto aumento dos linfonodos. De acordo com Sonada (2010), a presença de lesões cutâneas ulcerativas é bastante comum em animais com LVC. O quadro clínico do paciente, considerando as alterações detectadas é sugestivo para a presença de Leishamnia.

Para Koutinas et al. (1993), embora o protozoário apresente uma natureza viscerotrópica, as lesões na pele do animal são bastante frequentes e podem representar o único sinal clínico da doença. Ferrer et al. (1988) sugeriram que a Leishmaniose Visceral Canina pode apresentar os seguintes padrões dermatológicos: padrão alopécico descamativo, padrão ulcerativo, padrão nodular e padrão pustular estéril. Além disso, existem outros sinais cutâneos como hiperqueratose nasodigital e onicogrifose (KOUTINAS et al., 1993).

Após confirmação da LVC, o paciente Trigo recebeu a seguinte prescrição: miltefosina na dose de 1ml/10kg, com dosagens a serem ministradas a cada 12 horas. Foi recomendado que o medicamento fosse ministrado com comida (comida + milteforam + comida), sem misturar os dois. Caso o paciente apresentasse diarreia, vômitos e inapetência foi aconselhado a suspensão do medicamento.

O registro da Miltefosina para tratamento da LVC foi feito em conformidade com a Nota Técnica Conjunta n° 001/2016 MAPA/MS, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). A portaria interministerial n°1.426, de 11 de julho de 2008, que dispunha a respeito do tratamento de cães com LVC, entrou em vigor e autorizou o tratamento com medicamentos exclusivos de uso humano para cães com LVC. (BRASIL, 2016).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical – SBMT (2017), a miltefosina tem potencial e eficácia clínica e laboratorial, além de conseguir bloquear a transmissão da LVC. Passa a representar um grande achado no tratamento de cães infectados.

O Milteforan é utilizado na Europa para o tratamento de Leishmaniose Visceral Canina (LVC), desde 2007, cujo nome comercial é miltefosina, do laboratório Virbac (SBMT, 2016). Em 2010, o laboratório pediu autorização ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ao Ministério da Saúde (MS) para

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realizar experimentos, a fim de testar a eficácia do medicamento em cães afetados no Brasil. Após algumas negativas, esses órgãos deferiram o pedido e foi construído um canil experimental, em 2013, cujas experiências foram até 2014. O relatório foi submetido para a aprovação, em 2015, e somente em agosto de 2016 o medicamento foi liberado (SBMT, 2017).

Além do Milteforan, também foram prescritos outros medicamentos, conforme tabela 2.

Tabela 2. Prescrição após confirmação de LVC -Paciente Trigo

Medicamento Dosagem Indicação

Miltefosina 4,8ml SID LVC

Levotiroxina 200 MCG 3 comp BID Hipotireodismo

Domperidona 10 mg 2 comp. BID Refluxo

Enrofloxacina 150mg 1 ½ BID Bactericida

Rifamicina Spray BID Infecções

Tramadol 100mg 2 comp BID Analgésico

Dipirona 500mg 2 comp BID Antitérmico

Mupirocina BID Antibiótico

Fonte: próprio autor

O paciente apresentou melhora nas lesões dos coxins, orelha e região torácica. As unhas não estavam mais quebradiças e houve uma melhora do apetite. O animal caminha sem dificuldades. O retorno à clinica ocorreu em 21 de junho de 2018, às 13:33, para realizar os seguintes exames: GLU, CREA, BUN, BUNCREA, TP, ALB, GLOB, ALB/GLOB, ALT, ALKP, cujos resultados estão demonstrados na tabela 3.

Tabela 3 – Exames do Paciente Trigo

Exame Resultados Intervalo de referência

GLU 110mg/Dl 74 - 143

CREA 0,9 mg/Dl 0,5 -m1.8

BUN 26 mg/Dl 7 - 27

BUNCREA 30

TP 7,9 g/Dl 5.2 – 8.2

ALB 2,7 g/Dl 2.3 – 4.0

GLOB 5.3 g/Dl 2.5 – 4.5

ALB/GLOB 0,5

ALT 110 U/l 10 - 125

ALKP 175 U/L 23 - 212

Conclusão: A leishmaniose manifesta-se no cão na

forma visceral ou sistêmica, com sintomas

cutâneos, observados em exames clínicos. Em exames laboratoriais, é possível observar outros sinais anormais nos nódulos linfáticos, baço, insuficiência renal, fígado e medula óssea. O paciente Trigo apresentava quadro sugestivo para LVC, por possuir sinais cutâneos visíveis, além das lesões nas orelhas, coxins, inflamação das unhas.

Para haver confirmação da presença de patógenos da Leishmania é preciso a realização de exames sorológicos, parasitológicos e testes laboratoriais, com o emprego de métodos precisos, como o método de imunofluorescência indireta (RIFI), teste rápido imunocromatográfico-TRI, ensaioimunoenzimático-ELISA, exame de PCR real time, feitos a partir de amostras recolhidas do fígado, do baço, dos linfonodos e da medula óssea.

Infelizmente, ainda não existe um tratamento 100% eficaz contra a Leishmaniose, cuja mortalidade chega a 90% dos casos, devido à recidivas. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a eutanásia em animais soropositivos, uma vez que os organismos causadores da leishmaniose não são totalmente eliminados por meio dos tratamentos disponíveis.

A grande esperança em termos de tratamento é o uso do Milteforam, medicamento desenvolvido para tratar humanos e que foi liberado pela ANVISA para o combate da LVC em cães. Os resultados têm se demonstrado satisfatórios, como no caso do Paciente Trigo. Essa novidade que abre caminho para que novas pesquisas sejam realizadas, a fim de que a ciência consiga encontrar a cura definitiva para a LVC. Atualmente, a prática da eutanásia recai em controvérsias, pois permite que sejam eliminados também os cães assintomáticos. Isso coloca o veterinário numa situação difícil diante do proprietário, uma vez que é sua a missão de notificar a ocorrência da doença e explicar sobre as recidivas.

Com medidas profiláticas de eliminação do mosquito vetor, uso de coleiras protetoras nos animais, a vacinação, uso de telas mosquiteiras em residências, associadas às políticas públicas de saneamento básico em áreas endêmicas, poderá representar um bom caminho para a total erradicação da Leshmaniose.

Agradecimentos:

Agradeço primeiramente à Deus, por estar sempre comigo nos bons e nos maus momentos da minha vida, à minha mãe Antônia e minha irmã Raymara, por serem meus pilares e os bens mais preciosos da minha vida. À minha orientadora,

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Natalli Carmelita Martins, pelos conhecimentos transmitidos ao longo do curso. Despeço-me com uma frase de William Shakespeare.

Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar, que

realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

William Shakespeare

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