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AM_RA_2011_ANEXO VI_Relatórios dos Grupos de Trabalho Page 1 ANEXO VI: Relatórios dos Grupos de Trabalho Índice 1. Relatórios do Grupo do Pilar Macroeconomia e Pobreza .................................................................... 2 1.1 Relatório do GdT Crecimento e Estabilidade Macroeconómica: ........................................................ 2 1.2. Relatório do GdT Análise da Pobreza e Sistemas de Monitoria & Avaliação..................................... 9 1.3 Relatório do Grupo de Orçamento ............................................................................................. 16 1.4 Relatório do Grupo de Trabalho Do SISTAFE .............................................................................. 21 1.5 Relatório do GdT Reforma Tributária ......................................................................................... 25 1.6 Relatório do GdT Procurement................................................................................................... 32 1.7 Relatório de Auditoria Interna .................................................................................................... 41 2. Relatórios do Grupo do Pilar Governação .......................................................................................... 54 2.1 Relatório da reforma do sector público ...................................................................................... 54 2.2 Relatório do Grupo de Trabalho para a Descentralização ......................................................... 59 2.3 Relatório do Sector Justiça ........................................................................................................ 72 3. Relatórios do Grupo do Pilar Capital Humano .................................................................................... 77 3.1. Relatório do Grupo de Trabalho Saúde .................................................................................... 77 3.2 Relatório do Grupo da Educação .............................................................................................. 79 3.3 Grupo de Trabalho de Água e Saneamento ............................................................................. 84 3.4 Grupo de Trabalho de Protecção Social ................................................................................... 93 4. Relatórios do Pilar Desenvolvimento Económico ............................................................................... 97 4.1. Relatório do grupo do sector financeiro .................................................................................. 97 4.2 Relatório do GdT do Sector Privado ....................................................................................... 99 4.3 Sector da Agricultura ........................................................................................................... 102 4.4 Relatório do sector de estradas .......................................................................................... 108 4.5 Relatório do GdT Sector da Energia .................................................................................... 111 5 Relatórios do Grupo dos Assuntos Transversais .................................................................................... 118 5.1 Relatório do grupo de trabalho de Género 2011 ............................................................... 118 5.2 Relatório do GdT HIV&SIDA................................................................................................ 121 5.3 Relatório do GdT do Sector de Desenvolvimento Rural..................................................... 127 5.4 Relatório do GdT do Sector do Ambiente .......................................................................... 130 5.5 Relatório do GdT Área de Segurança Alimentar e Nutricional ........................................... 138 5.6 Relatório do GdT Calamidades ........................................................................................... 147 5.7 Relatório do GdT Desminagem .......................................................................................... 150

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ANEXO VI: Relatórios dos Grupos de Trabalho

Índice

1. Relatórios do Grupo do Pilar Macroeconomia e Pobreza .................................................................... 2 1.1 Relatório do GdT Crecimento e Estabilidade Macroeconómica: ........................................................ 2 1.2. Relatório do GdT Análise da Pobreza e Sistemas de Monitoria & Avaliação..................................... 9 1.3 Relatório do Grupo de Orçamento ............................................................................................. 16 1.4 Relatório do Grupo de Trabalho Do SISTAFE .............................................................................. 21 1.5 Relatório do GdT Reforma Tributária ......................................................................................... 25 1.6 Relatório do GdT Procurement ................................................................................................... 32 1.7 Relatório de Auditoria Interna .................................................................................................... 41

2. Relatórios do Grupo do Pilar Governação .......................................................................................... 54 2.1 Relatório da reforma do sector público ...................................................................................... 54 2.2 Relatório do Grupo de Trabalho para a Descentralização ......................................................... 59 2.3 Relatório do Sector Justiça ........................................................................................................ 72

3. Relatórios do Grupo do Pilar Capital Humano .................................................................................... 77 3.1. Relatório do Grupo de Trabalho Saúde .................................................................................... 77 3.2 Relatório do Grupo da Educação .............................................................................................. 79 3.3 Grupo de Trabalho de Água e Saneamento ............................................................................. 84 3.4 Grupo de Trabalho de Protecção Social ................................................................................... 93

4. Relatórios do Pilar Desenvolvimento Económico ............................................................................... 97 4.1. Relatório do grupo do sector financeiro .................................................................................. 97 4.2 Relatório do GdT do Sector Privado ....................................................................................... 99 4.3 Sector da Agricultura ........................................................................................................... 102 4.4 Relatório do sector de estradas .......................................................................................... 108 4.5 Relatório do GdT Sector da Energia .................................................................................... 111

5 Relatórios do Grupo dos Assuntos Transversais .................................................................................... 118 5.1 Relatório do grupo de trabalho de Género 2011 ............................................................... 118 5.2 Relatório do GdT HIV&SIDA................................................................................................ 121 5.3 Relatório do GdT do Sector de Desenvolvimento Rural ..................................................... 127 5.4 Relatório do GdT do Sector do Ambiente .......................................................................... 130 5.5 Relatório do GdT Área de Segurança Alimentar e Nutricional ........................................... 138 5.6 Relatório do GdT Calamidades ........................................................................................... 147 5.7 Relatório do GdT Desminagem .......................................................................................... 150

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1. Relatórios do Grupo do Pilar Macroeconomia e Pob reza

1.1 Relatório do GdT Crecimento e Estabilidade Macr oeconómica:

Resumo

O desenpenho macroecónomico em 2010 foi positivo não obstante a pressão inflacionária observada ao longo do ano, decorrente fundamentalmente, da depreciação do Metical face ao Rand e Dólar americano, bem do ajustamento em alta dos preços dos bens administrados..

A economia de moçambicana cresceu em cerca de 6.6% em 2010, relativamente ao ano 2009, determinado pelo crescimento dos subsectores de serviços Financeiros (16.4%) e da Administração Publica (10.3%). Porém, o subsector da agricultura ainda continua a ser o sector que mais contibui no crescimento economico, tendo contribuido com 1.4% na taxa de crescimento e 23.7% no PIB.

A inflação média anual atingiu 12.7% em 2010, enquanto que a inflação acumulada e homologa atingiu simultaneamente a cifra de 16.6% até Dezembro de 2010.

Na execução orçamental 2010 arrecadou-se cerca de 63,476.1 milhões de meticais de Receitas de Estado o que correspode a um crescimento anual de 33% relativamente ao ano 2009 e a execução das despesas atingiu cerca de 98,055.3 milhões de meticais o que corresponde à um decréscimo de cerca de 7% relativamente ao ano 2009.

O financiamento do Sector Público, junto do sistema bancário nacional resultou numa poupança acumulada de cerca de -1,706.8 milhões de meticais. Por seu turno, o Saldo Global antes dos Donativos foi de -36,510.3 milhões de meticais o qual foi financiado em 71% por donativos e o remanescente por emprestimos externos.

A Base Monetária, variável operacional da política monetária registou em Dezembro de 2010 o valor de 31,618 milhões de meticais, o equivalente a um fluxo anual de 7,154 milhões de meticais, ou seja, 29.2%, reflectindo o aumento quer das Notas e Moedas em Circulação (33%), assim como das Reservas Bancárias, em 2,842 milhões de meticais (34.0%).

A taxa de juro média nominal dos empréstimos em moeda nacional para o prazo de um ano situou-se 21.67%, e a dos depósitos em 12.8%. Por seu turno, a prime rate também incrementou de 15.22% em Dezembro de 2009 para 19.0% em Dezembro de 2010.

As Reservas Internacionais Líquidas, acumularam um total de USD 1,908 milhões, em termos brutos o saldo apurado, permite a cobertura de 4.9 meses de importação de bens e serviços não factoriais.

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O metical registou uma depreciação anual de cerca de 24.49% em relação ao Rand Sul-Africano e 19.34% em relação ao Dólar Norte Americano e a taxa de câmbio média em relação ao dólar situou-se em 32.83 MT/USD e em relação ao rand nos 4.93 MT/ZAR.

O Valor do Comércio Externo registou um decrescimo de 2% resultante da redução das importações em 5% não suplantado pelo aumento das exportações em 4%. O défice da Balança comercial situou-se em cerca de USD 997.1 milhões o que corresponde à uma redução de cerca de 22%, relativamente ao ano 2009.

As transacções com o resto do Mundo, resultaram num défice da conta corrente de USD 902.1 milhões, 26% abaixo do verificado no ano 2009.

Relatório

O desenpenho macroecónomico em 2010 foi positivo não obstante os constrangimentos relacionados com a desvalorização do metical em relação ao rand e o dólar norte-americano, e as pressões inflacionárias registadas.

Dados do Instituto Nacional de Estatistica (INE), mostram que a economia de moçambicana cresceu em cerca de 6.6% em 2010, relativamente ao ano 2009, 0.2% acima do previsto no Plano Economico e Social (PES) 2010. O crescimento do PIB no período em análise foi determinado pelo bom desenpenho do sector terceário que cresceu em cerca de 6.7%, seguido pelo sector primário que cresceu em cerca de 5.5%.

O desempenho positivo do sector terceário foi determinado, sobretudo, pelo crescimento do subsector de serviços Financeiros (16.4%) e da Administração Pública (10.3%). Porém duma forma geral, o subsector da agricultura ainda continua a ser o sector que mais contibui no crescimento económico, tendo contribuido com 1.4% na taxa de crescimento e 23.7% no PIB.

É importante salientar que o desempenho da economia foi negativamente afectado pelo mau desempenho da indústria extractiva e do sector de Construção e Montagem como resultado da conjuntura económica externa desfovorável que resultou na disponibilização tardia dos fundos, afectando em particular as actividades desenvolvidas pelos pequenos e médios empreiteiros; enquanto que o sector mineiro ressentiu-se da redução da procura de tantalite, riolitos e condensado no mercado internacional. Ha que destacar também, os efeitos combinados de estiagem, temperaturas altas e inundações entre os meses de Janeiro à Março que assolaram as zonas Sul e Centro do País afectando o desempenho do sector agricola.

Para o ano 2011 prevê-se uma taxa de crescimento economico de cerca de 7.2%, em termos reais.

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A inflação1 média anual atingiu 12.7% em 2010 o que representa uma aceleração de cerca de 9.45 pontos percentuais relativamente ao ano 2009 e mais elevado que os 9.5% previstos no PES. Ate Dezembro de 2010 A inflação acumulada e homóloga simultaneamente atingiu a cifra de 16.6%.

A variação percentual das classes de “Produtos Alimentares e Bebidas não Alcoolicas” (22.12%) e da “Habitação, Agua, Electricidade e Gás” (10.34%) foi a que mais contribuiu na Inflação verificada contribuindo com cerca de 1.593 e 0.105 pontos percentuais, respectivamente, na inflação total.

A inflação no ano 2010 foi determinada, sobretudo, por um lado, pela depreciação do metical em relação ao Dolar Norte Americano (USD) e ao Rand Sul Africano (ZAR) que atingiu em termos acumulados 14.8% e 24.4%, respectivamente, tornando mais dispendiosas as importações de bens e serviços. A depreciação do metical face ao rand resulta da apreciação do preço de ouro e da realização da copa do mundo 2010 na África do Sul e em relação ao dolar deveu-se a tendência da recuperação da economia mundial da Crise Financeira Internacional. Por outro lado, contribuiram para o aumento do nível geral dos preços, o aumento do preço do combustível resultante da correcção dos preços domésticos dos combustíveis líquidos em 43,54% e, ainda da remoção dos subsidios em alguns produtos administrados com destaque para o arroz. Destaca-se ainda para o aumento da inflação, a fraca oferta de alguns produtos no mercado nacional, associada à queda intensa de chuvas e secas nos primeiros meses do ano 2010, e ainda as medidas de estímulo fiscal e monetário adoptadas pelo Governo e Banco de Moçambique em 2009 para amortecer o impacto da crise financeira internacional, que resultaram numa forte expansão do crédito à economia e das despesas públicas.

Para o ano 2011, prevê-se que a taxa de inflação média anual se situe em cerca de 9.5% e em termos acumulados em 7%.

A Política Fiscal , foi prosseguida com vista a manutenção da sustentabilidade da dívida, controle das pressões inflacionárias e ainda para garantir melhor utilização dos recursos públicos, priorizando a sua afectação aos sectores chaves definidas no Plano Económico e Social (PES).

Na execução orçamental 2010 arrecadou-se cerca de 63,476.1 milhões de meticais de Receitas do Estado o que correspode a um crescimento anual de 33% relativamente ao ano 2009. Este crescimento das receitas foi induzido pelo crescimento das Receitas Fiscais (35%), Receitas não Fiscais (21%), Receitas Próprias (46%) e Receitas Consignadas (46%) que superou a redução das Receitas de Capital em 19%. O crescimento das receitas no ano 2010 é justificado pela aceleração da actividade económica e o esforço da Autoridade Tributária em incentivar a necessidade do pagamento do imposto atraves de campanhas de sensibilização e ainda da introdução do Imposto sobre os Pequenos Contribuentes com vista a garantir que o

1 Baseado no Indice de Preços ao Consumidor da Cidade de Maputo

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sector informal também pague os impostos. Ha que destacar também o melhoramento do volume do comércio externo que permitiu o aumento das receitas fiscais cobradas sobre os mesmos.

No que concerne a execução das despesas atingiu-se cerca de 98,055.3 milhões de meticais o que corresponde à um decréscimo de cerca de 7% relativamente ao ano 2009. As despesas correntes ainda continuam a representar a maior parte da despesa total com cerca de 61%, dos quais 49% foram alocados para as despesas com o pessoal. Ha que destacar os subsidios de cerca de 4,691.4 milhões de meticais para o subsidio dos combustiveis e 55.1 milhões de meticais para o subsidio as moageiras o que se enquandra nas medidas governamentais para minimizar o elevado custo de vida resultante das pressões inflacionárias registadas em 2010.

O Crédito Liquido ao Sector Público foi cerca de -1,706.8 milhões de meticais, o que mostra o cometimento do governo em efectuar mais depósitos do que créditos no sistema bancário nacional por forma a garantir maior disponibilidade do crédito ao sector privado tanto em termos do custo quanto ao volume.

O Saldo Global antes dos Donativos foi de -36,510.3 milhões de meticais o qual foi financiado em 71% por donativos e o remanescente por empréstimos externos.

A Politica Monétaria , a política monetária foi gerida de forma a contribuir para o alcance dos objectivos finais da política económica do Governo, nomeadamente, crescimento económico de cerca de 6.4%, uma inflação média anual de 9.5% e uma posição das reservas internacionais que cobrisse cerca de 5 meses de importações de bens e serviços não factoriais, incluindo as dos grandes projectos.

A Base Monetária em 2010 atingiu cerca de 31,851 milhões de meticais em termos de saldo médio mensal o equivalente a um fluxo anual de 8,212 milhões milhões de meticais e a um saldo agregado de 31,618 milhões de meticais, correspodente à uma expansão anual de 29.2%. O aumento da base monetária no ano 2010 reflectiu o acréscimo quer das notas e moedas em circulação, que variaram em 4,329 milhões de meticais (26.9%), assim como das reservas bancárias, em 2,825 milhões de meticais (33.8%).

A pressão sobre notas e moedas decorreu dos seguintes factores:

• O financiamento às campanhas de comercialização agrícola (tabaco, oleaginosas e outros produtos agrícolas), a deficiente cobertura territorial do sistema bancário que não contribuiu para um rápido retorno do numerário (em poder do público), ao sistema bancário.

• Expansão da actividade económica acima das projecções iniciais, o que representa um acréscimo do volume de transacções ao nível do país como um todo e consequente pressão para o aumento da procura pelos meios de pagamento.

• Execução orçamental do Estado, com realce para as despesas associadas ao orçamento de iniciativa local cuja realização ocorre nos distritos, locais, em geral, com

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fraca cobertura bancária. Acresce ainda o facto de ter havido uma forte concentração da realização das despesas do Estado no último mês do ano.

Quanto às reservas bancárias, contribuíram para o seu aumento a injecção líquida de 21,438 milhões de meticais efectuadas pelo Estado no âmbito da execução orçamental, por via da transferência de fundos e compensação de cheques, o reembolso líquido de obrigações do Tesouro no valor de 934 milhões de meticais e o vencimento líquido de bilhetes do Tesouro no valor de 10,281 milhões de meticais, amortecido pelas vendas líquida de divisas no Mercado Cambial Interbancário no contravalor de 24,324 milhões de meticais, pelos depósitos líquidos no Banco de Moçambique no montante de 2,574 milhões de meticais, entre outras operações dos mercados interbancários que totalizaram cerca de 2,875 milhões de meticais.

O acréscimo das reservas bancárias acima do valor projectado inicialmente foi consequência do impacto conjugado dos ajustamentos em alta do coeficiente de reservas obrigatórias, associado ao aumento dos depósitos da economia e ao efeito da forte depreciação do metical sobre os depósitos denominados em moeda estrangeira. Com efeito, dados preliminares indicam que o saldo de reservas bancárias situou-se em 11,172 milhões de MT, contra a previsão inicial de 9,023 milhões de MT (mais 23.9%). No entanto, quando comparado com o programa revisto as reservas bancárias situaram-se acima do mesmo em apenas 0,07%.

Dados preliminares dos meios totais de pagamentos, indicam que a massa monetária (M3) expandiu em termos anuais em 24,392 milhões de meticais, correspondentes ao acréscimo de 22.8%, ao se fixar em 131,465 milhões de meticais. Retirando o impacto da variação cambial, a variação homóloga deste agregado reduz para 18.3%. Das componentes da massa monetária, os depósitos totais foram os que mais influenciaram a expansão anual do agregado em termos absolutos ao incrementarem em 20,048 milhões de meticais, o equivalente a 21.3%, face ao aumento das notas e moedas em circulação fora do sistema bancário de 4.343 milhões de meticais, correspondente, a um incremento relativo de 33.3%. Por seu turno, a desagregação dos depósitos por moedas mostra que os constituídos em moeda estrangeira foram os que mais cresceram, ao registarem uma variação homóloga equivalente ao contravalor de 11,651 milhões de meticais (33.7%), tendo por essa via, o seu peso no total de depósitos incrementado no ano em 3.8 pontos percentuais para 40.5% em Dezembro de 2010.

A massa monetária no sentido restrito (M2), que inclui as notas e moedas em circulação e os depósitos dotais denominados somente em meticais, em Dezembro de 2010, incrementou em 12,740 milhões de meticais comparativamente ao valor observado no período homólogo do ano anterior, o correspondente a uma expansão de 17.6%.

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As Taxas de Juros do Mercado Monetário Interbáncario, foram revistas em alta durante o ano 2010, tendo a taxa da facilidade permanente de cedência passado de 11.50% em Dezembro de 2009 para 15.50% no último mês do ano e a taxa da facilidade permanente de depósito passado de 3.00% em finais de 2009 para 4.00% em Dezembro de 2010.

Estes ajustamentos das taxas de referência do banco de Moçambique tiveram impactos nas restantes taxas de Juros nomeadamente:

• As taxas de juro praticadas nos leilões dos bilhetes do Tesouro para os prazos de 91, 182 e 364 dias aumentaram no ano de 9.50%, 10.34%, e 11.01% para 14.78%, 15.01% e 15.47% em Dezembro de 2010, respectivamente, e a taxa de juro média das permutas de liquidez entre as instituições de crédito aumentou de 7.95% em Dezembro de 2009 para 13.14% no fecho de Dezembro de 2010.

• As Taxas de Juro a Retalho 2, nestas a taxa de juro média nominal dos empréstimos em moeda nacional para o prazo de um ano subiu em cerca de 246 pontos base em relação ao período homólogo do ano anterior para 21.67%, enquanto a dos depósitos para o mesmo prazo incrementou em cerca de 202 pontos base para 12.8%. Por seu turno, a prime rate também incrementou de 15.22% em Dezembro de 2009 para 19.0% em Dezembro de 2010.

Os Activos Internos Liquidos , aumentaram em 20% relativamente ao ano 2009. Esta expansão foi justificada sobretudo pelo aumento do défice do Crédito Liquido ao Governo (CLG) ao aumento do crédito a economia.

O Crédito à Economia atingiu um fluxo anual 19.627 milhões de meticais, o que corresponde a um saldo agregado do endividamento do sector privado de cerca 91,067 milhões no final de 2010, e a uma expansão agregada de 27.5%. Expurgando o impacto da variação cambial sobre o crédito denominado em moeda estrangeira, a variação anual reduz para 23.5%.

Os sectores que mais receberam crédito formam os do Comércio (19.8%), Particulares (19.2%), Transportes e Comunicações (12.8%), Indústria (11.2%), Construção (6.9%) e Agricultura (5.8%).

No concerne ao Crédito Interno Liquido , dados provisórios, de Janeiro a Dezembro de 2010, indicam que o Estado constituiu uma poupança líquida junto do sistema bancário nacional, medida pelo fluxo do crédito líquido ao Governo, de 1,707 milhões de meticais.

As reservas internacionais líquidas, acumularam um total de USD 1,908 milhões milhões, em termos brutos o saldo apurado, permite a cobertura de 4.9 meses de importação de bens e serviços não factoriais. O saldo de reservas internacionais líquidas no final de 2010 representa

2 Taxas praticadas pelos Bancos Comerciais

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uma expansão de 67 milhões de dólares quando comparado com o observado em Dezembro do ano anterior, comportamento que foi determinado pelos seguintes movimentos:

• Entradas: (i) entrada de fundos de ajuda externa no valor de 447 milhões de dólares norte-americanos, dos quais, 335 milhões de dólares na forma de donativos e o remanescente (112 milhões de dólares) correspondem a empréstimos; (ii) entradas diversas param projectos do Estado no valor de 384 milhões de dólares; (iii) rendimentos líquidos provenientes de aplicações do Banco de Moçambique no mercado internacional no montante de 51 milhões de dólares; e (iv) remessa de mineiros em 72 milhões de dólares.

• Saídas: (i) vendas líquidas de divisas no Mercado Cambial Interbancário no valor de

748 milhões de dólares americanos, dos quais, 317 milhões de dólares destinaram-se a cobertura cambial da factura de combustíveis que, a partir de Agosto de 2010 passou a ser assumida a 100% pelo Banco de Moçambique; (ii) perdas líquidas decorrentes da flutuação cambial em cerca de 199 milhões de dólares; (iii) diversos pagamentos efectuados pelo Estado que totalizaram cerca de 87 milhões de dólares; e (iv) pagamento do serviço da dívida pública externa no montante de 51 milhões de dólares.

No sector externo ,

O metical registou uma depreciação anual de cerca de 24.49% em relação ao Rand Sul-Africano e 19.34% em relação ao Dólar Norte Americano e a taxa de câmbio média em relação ao dólar situou-se em 32.83 MT/USD e em relação ao rand nos 4.93 MT/ZAR.

O Valor do Comércio Externo registou um decrescimo de 2% resultante da redução das importações não suplantado pelo aumento das exportações.

As exportações totais de bens atingiram USD 2,243 milhões, 4.5% acima do registado em 2009, o que decorreu do crescimento das exportações realizadas pelos grandes projectos em 27.3%, para USD 1,668 milhões, a despeito da queda das exportações dos restantes sectores da economia em 31.3%, para USD 575 milhões.

O desempenho das exportações foi determinado pelo aumento da procura e dos preços médios no mercado interncional das exportações tradicionais, exceptuando o camarão e o tabaco que registaram uma redução na produção e nos preços médios internacionais respectivamente. Há que destacar também o aumento da procura e dos preços médios no mercado internacional do Aluminio, Ilmenite e madeira na contribuição nas exportações registadas.

As importações de bens foram de USD 3,240 milhões, 5.3% abaixo do verificado em 2009, devido a queda das importações de bens de consumo em 27.6% e de bens de capital em 20.8%.

O défice da Balança comercial situou-se em cerca de USD 997.1 milhões o que corresponde à uma redução de cerca de 22%, relativamente ao ano 2009.

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No que concerne aos Fluxos Financeiros, d ados provisórios de 2010 mostram que o sector público contraiu empréstimos externos líquidos no valor de USD 381 milhões e uma entrada de IDE no montante de USD 789 milhões, uma redução de USD 21.4%, relativamente a 2009, tendo as empresas pertencentes a categoria dos grandes projectos contribuído com 73.5% (49.1% em 2009) do total. Excluindo as grandes empresas, o IDE passou de USD 454.1 milhões em 2009 para USD 209.3 milhões no período em alusão, com destaque para os sectores de Indústria Extractiva (USD 68.8 milhões), actividade financeira (USD 47.9 milhões), Indústria Transformadora (USD 43 milhões) e Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura (USD 29.2 milhões).

As transacções com o resto do Mundo, resultaram num défice da conta corrente de USD 902.1 milhões, 26% abaixo do verificado no ano 2009. Esta melhoria do defice é explicado pela em 22% da Balança Comercial tendo- se situado em USD 997.1 milhões. Esta redução do défice foi explicada pela melhoria do saldo da balança dos serviços factoriais e não factoriais em 19% (aumento das entradas líquidas dos rendimentos externos (em USD 6.1 milhões) e pelo aumento das transferencias liquidas (em USD 16.1 milhões).

1.2. Relatório do GdT Análise da Pobreza e Sistemas de Monitoria & Avaliação

1. Sumário Executivo

A meta do Quadro de Avaliação de Desempenho QAD de 2010, o indicador “Nº de Províncias com Observatórios de Desenvolvimento Provinciais (ODP’s) realizados” foi atingida .

As províncias realizaram os seus Observatórios de Desenvolvimento (OD) no I semestre de 2010, enquadrados no ciclo de planificação anual. Merece destaque a Província de Maputo Cidade por ter realizado uma segunda sessão plenária do OD no segundo semestre. A nível central merece destaque a realização, no II Semestre de 2010, do Observatório Temático sobre o PARP, com a duração de 2 dias de trabalho, com objectivo de discutir a visão estratégica do PARP e coordenação intersectorial, bem como a formulação de indicadores da matriz estratégica.

No que diz respeito ao Sistema Nacional de Planificação realizaram-se importantes avanços: (i) o estabelecimento do Quadro Conceptual (modelo conceptual) que define os mecanismos de articulação dos instrumentos de planificação actualmente em vigor; (ii) Concluída a proposta de Decreto do Sistema Nacional de Planificação (SNP) e discutida no Conselho Técnico da Direcção. Em curso a incorporação das observações para submeter ao Consultivo do MPD.

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Sobre o PES/BdPES importa realçar a introdução da abordagem programática, que iniciou já com o PES 2010, em consonância com o CFMP e o Orçamento do Estado e orientando a estrutura do PES e BdPES para forma matricial, elaborados com base nas actividades inscritas no Módulo de Elaboração do Orçamento (MEO) ligados aos objectivos dos programas.

Quanto a análise da pobreza, a 3a Avaliação da Pobreza apresenta progressos significativos de uma série de indicadores não-monetários de pobreza tanto a nível nacional como regional. Estes indicadores incluem melhorias no acesso à educação; acesso melhorado aos serviços de saúde, aumentos na posse de bens duráveis pelas famílias e melhorias na qualidade de habitação. Na óptica de consumo, o Inquérito aos Agregados Familiares (IOF) 2008/09 mostra que o nível da pobreza continua essencialmente o mesmo que em 2002/03, em pouco menos de 55% da população. A vulnerabilidade da grande parte da população que se encontra imediatamente em cima ou por baixo da linha de pobreza parece significativa, embora existe variações regionais.

Desafios 1. A reformulação do Sistema Nacional de Planificação assenta na Metodologia de

Planificação e Orçamentação por Programa (POP); 2. A elaboração e teste das ferramentas para operacionalizar o SNP, a partir de fichas

manuais até o software para o efeito (módulo de planificação), processo que sucede a definição do modelo conceptual do SNP;

3. Necessidade de melhorar a qualidade dos Observatórios de Desenvolvimento, especialmente no cumprimento do calendário, na qualidade dos debates e dos relatórios;

4. É importante assegurar a disponibilidade de informação estatística e que o Plano Estratégico do INE esteja alinhado/ajustado como os processos de planificação ao nível do Governo para facilitar a implementação, monitoria e avaliação das políticas, do PARP e a sua implementação.

2. Avaliação do Desempenho do Governo em 2010

a) Desempenho em Relação ao Indicador do QAD

Indicador : “Nº de Províncias com ODP`s realizados”.

Meta para 2010 : 11 províncias.

Responsável : Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD).

Avaliação do Indicador : foi atingido.

A meta do quadro de avaliação de desempenho do Governo (QAD) de 2010, o indicador “Nº de Províncias com ODP`s realizados” foi atingida .

Os observatórios províncias realizaram-se todos entre o I Semestre e 3º Trimestre de 2010, enquadrados no ciclo anual de planificação, servindo deste modo para fazer a monitoria das actividades do ano anterior com base na apresentação e discussão do BdPES provincial. Neste âmbito merece destaque Maputo Cidade por ter realizado duas (2) sessões plenárias do OD na

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qual a segunda, realizada no II Semestre, serviu para fazer o Balanço do I Semestre e a planificação para 2011.

Destaque ainda para a realização, a nível central, do Observatório Temático sobre a Elaboração do PARP. O mesmo tinha como objectivo principal a análise da Visão do PARP à luz dos resultados da 3ª Avaliação Nacional da Pobreza e Bem-Estar, bem como a discussão sobre os objectivos estratégicos deste.

b) Sistema de Planificação, Monitoria & Avaliação

Continuam os esforços no âmbito de consolidação do Sistema de Planificação, Monitoria e avaliacao (M&A), ao nível central e provincial onde se destacam os seguintes avanços:

i. O estabelecimento do Quadro Conceptual do Sistema Nacional de Planificação (modelo conceptual), que define os mecanismos de articulação dos instrumentos de planificação actualmente em vigor; A conclusão da proposta de Decreto do SNP. Em curso a incorporação das observações para submeter ao Consultivo do MPD.

ii. A actualização das Orientações para Elaboração do PES 2011 introduzindo a abordagem programática aprimorando a sua ligação com O CFMP. Estas actualizações introduzem uma nova estrutura de apresentação dos instrumentos anuais (PES, BdPES) passando da forma textual para o formato de uma matriz, sob forma de um quadro lógico em que as actividades serão apenas aquelas inscritas no Módulo de Elaboração do Orçamento e que respondem aos objectivos dos programas. O uso deste quadro lógico permite uma maior ligação funcional entre PES e OE. Este exercício teve o seu inicio já no PES 2011 e estará reflectida no BdPES 2011.

c) Análise da Pobreza

A análise dos dados da Pobreza foi marcada pelas conclusões da 3ª Avaliação Nacional da Pobreza e Bem-Estar (IOF08/09).

i. Pobreza na óptica de consumo. Embora a pobreza de consumo (medida pelo índice nacional de incidência da pobreza)3 tenha reduzido significativamente entre 1996/97 e 2002/03, o IOF 2008/09 mostra que o nível da pobreza continua essencialmente o mesmo que em 2002/03, em pouco menos de 55% da população. A vulnerabilidade da grande parte da população que se encontra imediatamente em cima ou por baixo da linha de pobreza parece ser significativa, embora existe variações regionais entre os inquéritos. As províncias de Nampula e Zambézia, com cerca de 40% da população nacional, são as que apresentam maior número de pobres.

3 A linha nacional de pobreza em Moçambique é 18 Meticais, ou cerca de 0.5 dólares norte-americanos. Existe também índices

de pobreza internacionais, como o famoso “um dólar por dia” do Banco Mundial, entre outros.

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ii. Nutrição : A prevalência de malnutrição mantém-se alta em termos absolutos e os indicadores de nutrição para crianças menores de cinco anos demonstram pouco progresso desde 2002/03. A nível nacional, 46.4% das crianças com menos de 60 meses sofrem de desnutrição crónica, 18.7% têm insuficiência de peso e 6.6% sofrem de desnutrição aguda. A incidência da desnutrição crónica severa é de 23%. As zonas rurais e as regiões do Norte e Centro manifestam maiores incidências de malnutrição em relação das zonas urbanas e a região do Sul. Como exemplo, a malnutrição crónica atinge 50% em zonas rurais contra 36% nas cidades.

iii. Acesso à electricidade , uma casa de banho , e posse de bens duráveis , tanto como acesso e qualidade da habitação , são outras medidas importantes. Embora os níveis de electrificação tenham melhorado na zona Sul, estes continuam muito baixos nas zonas Centro e Norte do país. Em termos globais, a percentagem de famílias com acesso à uma unidade sanitária a menos de 45 minutos a pé, aumentou de 54,5% em 2002-03 para 65,2% em 2008-09. A posse de bens duráveis aumentou em 8.3 pontos percentuais nas zonas urbanas contra 4,7 pontos percentuais nas zonas rurais. A taxa global de uso de água potável aumentou de 36% em 2004 para 43% em 2008. A taxa de uso de água no meio urbano era de aproximadamente 70% em 2008, comparado com 30% no meio rural.

iv. Desigualdade : A distribuição do acesso à bens públicos e serviços é diferenciado. Existem níveis e tendências de pobreza diferenciados no país. Por exemplo, as áreas do Sul do país (rurais e urbanas) mostram os maiores aumentos numa série de medidas, como o uso de electricidade e o acesso a uma casa-de-banho ou latrina dentro da casa, por outro lado, as Zonas rurais do Centro e Norte indicam um progresso muito mais lento nessas medidas. As desigualdades regionais são consideráveis, sendo que, a população nas zonas urbanas beneficiam de um melhor acesso à serviços de educação e da saúde que a população nas zonas rurais. Nota-se também variações consideráveis entre homens e mulheres, e entre vários grupos na sociedade, com as mulheres, crianças, pessoas idosas, pessoas com deficiência e com doenças crónicas a mostrarem-se mais vulneráveis do que o resto da população.

v. Apesar das diferenças na distribuição de bens e serviços no país o coeficiente de Gini manteve-se praticamente igual entre 2002/03 (0.42) e 2008/09 (0.41) a nível nacional, sugerindo-se a manutenção dos níveis de desigualdade no pais. Apesar dos resultados apontarem para níveis significativamente menores de desigualdade nas zonas rurais em relação às zonas urbanas, a subida dos preços de combustíveis, de alimentos bem como a relativa deterioração do poder de compra da população, parece apontar para um potencial cenário de desigualdades maiores em 2008 relativamente a 2003. O Gini é uma ferramenta agregada, que da pouco valor aos extremos (os grupos mais ricos e pobres). Para completar a imagem do progresso da desigualdade em Moçambique, é importante suplementar o Gini com ferramentas de polarização, como a da distribuição de rendimento.

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Alguns estudos sobre a pobreza

vi. Diferentes estudos realizados em 2010, fazem referência ao não alcance das metas de redução da pobreza, com realce a necessidade de mais análises sobre a equidade de género em Moçambique;

vii. Cunguara e Hanlon 2010 apontam que os dados do TIA e de outros documentos, como os da revisão de pares, indicam uma estagnação da produção e produtividade agrícola em Moçambique, a persistência da corrupção, a limitada transparência da gestão pública, etc., apresentam-se como factores que limitam os esforços tendentes a redução da pobreza em Moçambique. Cunguara e Kelly 2010 fazem uma associação mais directa entre a pobreza e a produtividade agrícola sugerindo que este último é uma das causas para a não redução da pobreza com a implementação PARA II.

viii. Com os resultados da avaliação da pobreza em Moçambique a mostrarem que a pobreza estagnou-se nos 50%, a não mudança da desigualdade, a não relação entre a situação geográfica com a concentração de capitais, (ex. a pobreza ser maior na Cidade de Maputo que em Niassa); o facto de a aquisição de bens diversos ter aumentado (índices de aquisição de bens e de qualidade de habitação aumentaram 5.7 e 4.9 pontos respectivamente) enquanto a desnutrição crónica aumentou; suscitou bastante debate entre os diversos actores e analistas. Uma referência especifica a Azzaarri e outros 2010, que mostram que o estado da nutrição nas crianças em Moçambique é bastante preocupante, sugerindo a introdução de medidas de protecção social as camadas mais desfavorecidas da sociedade.

ix. Numa outra análise dos dados do IOF 2008, Boom 2011 aponta uma metodologia diferente de estimação da incidência da pobreza, usando uma única linha nacional da pobreza e não o uso de linhas de pobreza flexíveis. Desta análise apresenta-se resultados um pouco mais consistentes com os outros indicadores da pobreza tais como nutrição, posse de bens, distribuição geográfica da pobreza, entre outros. Indicando que a incidência da pobreza decresce de 70% em 1997 para 61% em 2003 e uma redução menor até 57% em 2009, confirmando assim a concordância com outros indicadores de pobreza acima referidos.

3. Ponto de Situação em Relação aos Assuntos de Ate nção Especial

Aprofundar a análise e compreensão da dinâmica da pobreza em Moçambique visando orientar a definição de políticas eficazes para redução da pobreza, visto que o cruzamento da informação dos Inquéritos dos Indicadores Múltiplos (MICS) e Trabalhos de Inquérito Agrícola (TIA) mostram o aumento da desigualdade em termos de renda e de acesso aos serviços básicos, nos meios urbano/rural.

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• Segundo a 3ª Avaliação da Pobreza e Bem-Estar em Moçambique, a consistência dos resultados apresentados é verificada cuidadosamente através da comparação com inquéritos ao orçamento familiar anteriores, contas nacionais, outros inquéritos (como os Trabalhos de Inquérito Agrícola, conhecidos como TIA), outras abordagens viradas à medição de bem-estar e séries disponíveis de preços, de modo a criar uma imagem coerente de como a pobreza tem evoluído ao longo do tempo. Os indicadores de nutrição infantil obtidos a partir do IOF08 são bastante semelhantes aos resultados obtidos a partir do Inquérito de Indicadores Múltiplos de 2008 (Multiple Indicator Cluster Survey, MICS08), especialmente quando os mesmos períodos de inquérito são considerados. Estes resultados nutricionais, em ambos os inquéritos (MICS e IOF 08), aparentam mostrar consistentemente a existência de níveis significantes de vulnerabilidade no país.

• A ilustração da vulnerabilidade pelos resultados dos inquéritos TIA e MICS08, são fortalecidos pelos resultados nacionais da pobreza de consumo, suas mudanças provinciais, bem como pela conjuntura macroeconómica ditada pelas taxas relativamente altas de subida dos preços dos alimentos que são observados no IPC, o Sistema de Informação dos Mercados Agrícolas (SIMA), e as linhas de pobreza do inquérito aos orçamentos familiares.

Assegurar o processo de publicação, dentro dos prazos estabelecidos, os resultados do Inquérito aos Orçamentos Familiares (IOF).

A disponibilidade tardia dos resultados do IOF 2008/09, constitui constrangimento para os processos subsequentes de formulação de políticas, concretamente a elaboração do relatório de avaliação de Impacto (RAI) e a formulação do PARP. Dada a esta constatação, algumas medidas devem ser consideradas:

a) Assegurar o alinhamento do Plano Estratégico do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) com o Ciclo de Planificação do Governo, com vista a influenciar a elaboração de políticas;

b) Assegurar a revisão da matriz de indicadores de desempenho a luz do novo Plano Operacional do Governo (PARP);

c) Coordenar o calendário e conteúdo dos diferentes inquéritos (TIA, MICS, IDS, Census, etc.) com o processo de monitoria do PARP de modo a garantir a disponibilidade de informação estatística de forma mais regular;

d) Melhorar a qualidade de informação gerada nos inquéritos de modo a colher os aspectos mais dinâmicos do fenómeno e efeitos da pobreza em Moçambique;

e) A definição de mecanismos claros de acesso a informação dos inquéritos pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

A Revisão Anual notou a necessidade de uma Política Nacional de Cooperação cuja implementação contribuirá para a coordenação da eficácia da ajuda, bem como o desenvolvimento de acções para assegurar o progresso na área de governação.

O Governo de Moçambique adoptou em Julho 2010 a Política de Cooperação Internacional e sua Estratégia de Implementação) , que visa estabelecer os princípios que regem a

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cooperação internacional, incluindo a coordenação de ajuda externa e que esta alinhado com os 5 princípios da DP.

O objectivo fundamental da Política de Cooperação Internacional é garantir a realização das prioridades do Governo, consubstanciadas na redução dos níveis de pobreza através da promoção do desenvolvimento social, económico, rápido, sustentável e abrangente. E importante notar com um dos objectivos específicos e “Pugnar pela redução gradual da dependência externa”

O documento distingue 4 áreas de Cooperação Internacional sendo a cooperação económica, técnica, científica e cultural, assistência humanitária e de emergência, bem como a ajuda pública ao desenvolvimento.

Neste contexto, a estratégia encoraja os parceiros de cooperação a:

• Incluir nos acordos o uso dos sistemas nacionais de gestão de finanças públicas; • Privilegiar o financiamento do Orçamento do Estado através da Conta Única do Tesouro

(CUT); • Desenvolver planos de desembolsos anuais de modo a assegurar-se previsibilidade dos

fluxos de recursos externos; • Fornecer informação rolante sobre previsões de fluxos de recursos externos, em

alinhamento com o sistema de planificação de médio prazo do Governo; • Privilegiar a assinatura de acordos plurianuais e de preferência rolante, com o Governo, de

forma a permitir uma melhor programação.

Para assegurar a sua implementação, a Estratégia estabelece um Fórum de Coordenação da Política de Cooperação Internacional , dirigido pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), integrando os Ministros da Planificação e Desenvolvimento (MPD) e das Finanças (MF), para assegurar a sua implementação e respectiva M&A. Seguido por uma divisão de trabalho e respectivas responsabilidades dos três Ministérios. 4. Recomendações/ Lições aprendidas / Desafios

i. Destaque para a importância de ter a disponibilidades de dados nos momentos críticos (planificação e avaliação), de modo a melhor influenciar a definição de politicas de desenvolvimento. Sobre o Sistema de Monitoria e Avaliação do PARP, a importância e relevância de definição de indicadores monitoráveis, com base-line para visualizar o progresso. É importante assegurar que o Plano Estratégico do INE esteja alinhado/ajustado como os processos de planificação ao nível do Governo para facilitar a monitoria e avaliação do PARP e a sua implementação assim como, a melhoria da planificação ao nível dos sectores.

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1.3 Relatório do Grupo de Orçamento

2 Desempenho em relação aos Indicadores de 2010

Indicador #2 Meta 2010 Resultado 2010 Avaliação

Despesa agregada como percentagem do orçamento aprovado

≥95% e ≤105%

99.1%4 Atingido

Comentários : A despesa agregada global (excluindo projectos externos e despesas de juros) ficou dentro das margens estabelecidas em 2010, em 99,1% do orçamento. Deve-se notar que houve realocações significativas dentro do orçamento global, e houve também realocações orçamentais muito significativas entre diferentes unidades orçamentais, principalmente dentro do orçamento de investimento interno. O orçamento para os distritos e (transferências para os) municípios foi executado de acordo com o orçamento original. O indicador do QAD 2011 avaliará a taxa de execução global e as taxas de execução de alguns sectores importantes tais como educação, saúde, obras públicas e agricultura.

Indicador #3 Meta 2010 Resultado 2010 Avaliação

Alocação no Orçamento do Estado alinhado com o CFMP

Principais elementos da nota técnica: - Aprovação do CFMP antes do início do processo de elaboração do orçamento - Utilização do CFMP (primeiro ano) como tectos no processo de orçamento, e dotações no orçamento em linha com o CFMP - no caso de existirem variações significativas entre as dotações orçamentais e as dotações no

- CFMP apenas formalmente aprovado e publicado pelo CdM em Novembro. - Variações significativas nas dotações das rubricas orçamentais principais entre o OE 2011 e os valores para 2011 no CFMP 2011-2013. O documento do OE 2011 menciona as alterações nesse ano nos presupostos macroeconómicos decorrentes de alterações na conjuntura

Não atingido, principalmente com base da falta de uma aprovação formal do CFMP antes do inicio do processo de preparação do orçamento

4 Nota: A tabela de dados utilizada para a avaliação está incluída no Anexo 1. Os dados de execução são baseados nas tabelas

incluídas na parte narrativa do REO, e não na base dos Mapas (em que o aumento da alocação dos subsídios e juros ainda não

foi incorporado).

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CFMP ( ano 1), estas são devidamente explicadas no Orçamento de Estado

macroeconómica e financeira internacional e doméstica e, as medidas de política adicionais que precisaram ser incorporadas no Orçamento de Estado, mas não se refere especificamente às alterações em comparação com o CFMP.

Comentários : Este indicador foi incluído no QAD durante três anos, e nunca foi cumprido. Isto deveu-se principalmente ao facto de o CFMP nunca ter sido formalmente aprovado pelo Conselho de Ministros antes do início do processo de elaboração do orçamento, como está previsto na meta. Nas discussões sobre o desempenho desse objectivo, o Governo reiterou que o CFMP é um documento importante e que é utilizado internamente ao longo do ano e discutido regularmente no Conselho Económico. Além disso, foi formalmente endossado pelo Conselho de Ministros e partilhado (embora nos últimos anos isso só aconteceu quando a Proposta de Orçamento já estava finalizada). O governo considera que a necessidade de uma aprovação formal do CFMP e a sua publicação prévia ao início do processo de elaboração do orçamento pode ser questionada. Esta questão pode ser analisada em maior profundidade no contexto da preparação de uma nova Estrutura de Planificação

Indicador #4 Meta 2010 Resultado 2010 Avaliação

PETS Termos de Referência finalizados e o trabalho de campo iniciado para o PETS no Sector da Saúde

Alguns debates preparatórios sobre o set-up do PETS foram realizados, mas os Termos de Referência ainda não tinham sido preparados e o trabalho de campo ainda não iniciou.

Não Atingido

Comentários : Houve algum trabalho de preparação, mas o progresso sobre os TdR tem sido muito limitado. A intenção inicial de ter os resultados preliminares do PETS na Saúde pronto para a Revisão Anual de 2011 não será atingida. Os PAPs sentem que o progresso lento levanta preocupações sobre o compromisso do Governo e em particular do ministério do sector em causa, para este exercício

3. Apreciação geral do desempenho em 2010

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Tendências gerais em 2010

2010 foi um ano desafiador para a elaboração do orçamento e execução orçamental.

O Orçamento de 2010 só foi formalmente aprovado em Abril de 2010, por causa das eleições no fim de 2009. No entanto, a versão aprovada esteve em linha com a proposta elaborada pelo governo anterior em 2009. O Orçamento para 2010 ainda era orientado para a expansão fiscal, em parte para agir como uma medida anticíclica em resposta à crise financeira global. O Orçamento de 2010 incluía aumentos significativos nas dotações para infra-estruturas e agricultura. O financiamento para esta expansão estava previsto como resultado de receitas internas superiores crescentes e um maior recurso ao crédito doméstico. O orçamento também inclui uma previsão muito ambiciosa para o financiamento externo de projectos.

Os pressupostos macro-económicos e fiscais subjacentes ao Orçamento de 2010 foram objecto de alterações significativas ao longo do ano, nomeadamente devido à depreciação do metical, pressões inflacionistas e aumento dos preços nos mercados internacionais de 'commodities'. Além disso, o governo adoptou uma série de medidas para mitigar os efeitos dessas mudanças que precisaram ser incorporadas no orçamento. Isto levou a uma série de ajustes dentro-do-ano do orçamento.

A elaboração do orçamento de 2011 teve lugar neste ambiente de incerteza. O Orçamento de 2011 confirma a tendência da orientação orçamental de 2010, com alguma contenção adicional nas dotações orçamentais para dar espaço para medidas adicionais do Governo relacionadas com o custo de vida, e contenção no recurso ao crédito interno em apoio das políticas monetárias do governo.

Os desafios de 2010 continuam em 2011, e o Governo já anunciou a intenção de rever formalmente o Orçamento de 2011 para se adaptar à evolução da situação económica (em particular a valorização do metical e os manutenção dos preços elevados das commodities, em particular os preços dos combustíveis que têm um impacto directo no custo dos subsídios aos combustíveis iniciado pelo Governo em 2009).

Execução orçamental em 2010

A execução orçamental global foi de 93% do orçamento, com 99% para despesas excluindo os projectos externos e as despesas de juros, atingindo a respectiva meta do QAD. A Execução da despesa na componente externa situou-se em 63%, principalmente devido à baixa taxa de execução de projectos off-CUT. A execução orçamental foi marcada por importantes reafectações durante o ano. A mais proeminente foi o aumento significativo na dotação de subsídios (de MTN 1.8b para MTN 5.3b) e na dotação de pagamentos de juros nos empréstimos internos (de MTN 1b para 2b), ambos na maior parte

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relacionados com as despesas efectuadas ao abrigo do regime de subsídios aos combustíveis em curso o que, obviamente, coloca uma pressão significativa sobre o orçamento porque os preços dos combustíveis estão a aumentar no mercado internacional (mesmo com alguns ajustes dos preços domésticos e segmentação de preços realizados em 2010). Despesas contabilizadas para o subsídio do combustível (no âmbito da rubrica orçamental - subsídio - despesas de funcionamento) representam 8% de todas as despesas de funcionamento. Sob subsídios também pagamentos da ordem de 55m MTN foram feitos para o subsídio do pão. O aumento dessas rubricas orçamentais foi parcialmente compensado através da contenção orçamental em outras rubricas do orçamento, em particular em "Outras despesas de pessoal" (dotação orçamental diminuiu de 2.6 para 2.2b); "Bens e serviços" e "Investimento Interno" (com uma taxa de execução orçamental de 88%, em comparação com quase 100% em 2009) e «transferências para as famílias" (com uma redução da dotação orçamental de MTN8.3b para 7.8b e execução de 7.2b). Comparando as restrições na maioria das linhas orçamentais com o orçamento aprovado, na maioria dos casos o orçamento executado ainda representa um aumento real em relação ao executado em 2009. A verba orçamental 'salários' aumentou 14,6% em termos reais, com a implementação da política de reforma salarial, embora a um ritmo mais lento que inicialmente previsto. A despesa adicional nos gastos de funcionamento e a menor execução do investimento também significa que há uma mudança no orçamento global em favor de despesas de funcionamento, que precisa ser monitorada.

Do lado do financiamento, 2010 foi marcado por uma cobrança de receitas positiva, com uma taxa de execução global de receitas de 110%, o que representa um aumento real de 15% em relação a 2009. Particularmente o desempenho das receitas fiscais foi acima do que foi projectado (taxa de execução de 113%), mantendo assim a tendência dos últimos anos. Embora a previsão prudente das receitas seja recomendada, é no entanto de referir que as projecções das receitas têm sido constantemente e significativamente superadas nos últimos anos. As projecções de receita poderiam, portanto, ser aperfeiçoadas. O desempenho das Receitas próprias ao nível agregado foi de acordo com o plano em 2010 (taxa de execução de 98,7%, um aumento de 30% em termos reais em relação a 2009). No entanto, ainda existem variações significativas entre os valores orçados e cobrados nos diferentes sectores e o Tribunal Administrativo no seu Parecer sobre as contas de 2009 também continuou a levantar a questão das receitas próprias dos sectores não canalizadas através das contas do Tesouro. A este respeito, será importante continuar a acompanhar o impacto das medidas iniciadas pelo Governo no Orçamento de 2010 para incentivar sectores a canalizarem as suas receitas próprias através da Conta do Tesouro. A cobrança positiva de receitas permitiu também que o governo limitasse o recurso ao crédito domestico a um nível significativamente abaixo do que estava previsto no Orçamento de 2010.

Como mencionado a taxa de execução da componente externa foi de apenas 63%. O Governo também atribui alguns decréscimos na execução em alguns sectores à não execução de projectos da componente externa. A taxa de execução é particularmente baixa para os projectos (tanto off e on-CUT), mas as taxas de execução também são relativamente baixa para os fundos comuns, mesmo aqueles onde os desembolsos foram de acordo com o plano. Governo e parceiros internacionais têm uma responsabilidade partilhada para continuar a melhorar os fluxos de informação, a orçamentação e os relatórios sobre a componente externa.

A execução orçamental em diferentes sectores foi influenciada pela contenção orçamental, por um nível relativamente elevado de realocações entre os sectores no orçamento de investimento interno (com

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significativasreduções das dotações do Ministério da Agricultura e do Ministério da Indústria e Comércio) e pelo baixo nível de execução orçamental para a componente externa. Tudo isso também contribuiu para uma redução do peso dos sectores prioritários na execução do orçamento global para 50,2% do total de execução em 2010 (em comparação com 61,1% em 2009). Entre os sectores prioritários, o sector de Saúde parece ser o mais afectado, com decréscimo em termos reais e nominais da execução em relação a 2009, apesar de todos os sectores prioritários terem uma diminuição em termos reais em relação a 2009. O peso dos sectores prioritários pode também ter sido influenciado por questões metodológicas de classificação, com a implementação de políticas atribuída a outras instituições (como distritos), que ainda não estão incluídas na categoria "sector prioritário". O Governo e os PAPs concordaram em estudar formas de melhorar e actualizar a definição e acompanhamento das despesas em programas prioritários, e algumas propostas estão a surgir no contexto da monitorização do PARP. No entanto, o peso e a dotação global para alguns dos sectores prioritários fundamentais continuam a ser questões de preocupação.

A qualidade dos relatórios sobre a execução orçamental tem melhorado ao nível agregado, mas as informações disponíveis sobre a execução a nível das entidades de prestação de serviços ainda podem ser melhoradas. As dificuldades na colecta de dados para os exercícios de PETS e PER em 2010 (na educação e na agricultura) apontam para a necessidade de continuar a melhorar a contabilidade e relatórios sobre a execução a nível das entidades de prestação de serviços. Os PAPs, portanto, salientam a pertinência contínua do "Public Expenditure Tracking Survey" no Sector da Saúde, que, infelizmente está bastante atrasado.

Processo Orçamental, Metodologia e questões de tran sparência

Como indicado, os processos de elaboração do orçamento em 2010 foram complicados pelas eleições do fim de 2009 (que conduziu ao Orçamento 2010 ter sido aprovado apenas em Abril de 2010, como é prática nos anos pós-eleitorais) e pelo ambiente externo que mudou rapidamente, o que influenciou a preparação do Orçamento 2011. Notou-se que, como em anos anteriores, o CFMP não foi formalmente aprovado pelo Conselho de Ministros antes do início do ciclo de preparação do orçamento, contribuindo para uma avaliação do indicador do QAD relacionados como "não atingido". O Governo insiste que o CFMP é um instrumento importante e e usado internamente durante todo o processo de preparação do orçamento. O Governo também questiona a necessidade de o CFMP ser aprovado formalmente e estar disponível publicamente antes do ciclo de preparação do orçamento. O Governo propôs avaliar este assunto no contexto do novo Regulamento sobre o Quadro de Planificação que está em discussão.

O aumento da disponibilidade on-line do orçamento e dos relatórios de execução orçamental foi visto como uma tendência muito positiva. O Governo é encorajado a continuar a reflexão sobre as formas de melhoria da transparência do processo orçamental.

Contas do Estado

Os Pareceres do Tribunal Administrativo sobre as Conta Geral do Estado de 2008 e 2009 continuam a levantar uma série de questões que requerem atenção do Governo. Questões relacionadas com a melhoria da inclusão nas contas do Estado de informações sobre a Carteira de Participações Financeiras do Governo e a inclusão do Património das Empresas Publicas receberam atenção específica e foram incluídos na Matriz de Acção acordada entre Governo e G19 em Março 2010. O Governo levou a cabo

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uma série de acções para melhorar a contabilidade nestas áreas, mas só será possível avaliar o impacto dessas acções quando estiver disponível a CGE de 2010 e o Parecer do Tribunal Administrativo sobre a auditoria da CGE, em 2011. O Governo propôs a inclusão de um indicador sobre a melhoria das contas do Estado no QAD 2011, o que permitirá o acompanhamento contínuo deste assunto.

Anexo 1 - Dados de suporte para a avaliação do Indi cador 2

OE CGE%

DiferençaOE CGE

% Diferença

OE REO%

Diferença

Despesas CorrentesSalários e Despesas com Pessoal 19.088 19.084 100,0 22.546 22.544 100,0 29.559 29.110 98,5Bens e Serviços 8.168 8.049 98,5 9.087 9.081 99,9 10.400 10.187 98,0Encargos da Divida 1.651 1.259 76,2 1.392 1.371 98,5 1.763 2.673 151,6Transferências 7.023 7.003 99,7 7.926 7.913 99,8 10.490 9.448 90,1Subsidios 423 395 93,3 438 438 100,0 1.850 5.259 284,3Despesas de Capital 386 245 63,3 444 288 64,7 533 223 41,8Outras Depesas Correntes 1.342 1.243 92,6 2.163 2.159 99,8 2.933 2.548 86,9

SubTotal 38.081 37.276 97,9 43.995 43.793 100 57.526 59.448 103

Despesas de InvestimentoComponente Interna 11.603 11.296 97,3 13.447 13.432 99,9 20.791 19.087 91,8Componente Externa 32.298 17.040 52,8 34.006 21.905 64,4 35.014 22.270 63,6

SubTotal 43.902 28.336 64,5 47.453 35.336 74,5 55.805 41.35 7 74,1

TOTAL DESPESA 81.982 65.612 80,0 91.448 79.129 86,5 113.33 1 100.804 88,9

TOTAL DESPESAPI-1 48.033 47.313 98,5 1,50% 56.050 55.854 99,6 0,35% 76.554 75.862 99,1 0,90%

Valores em Milhões de MT

Dados para PI - 12008 2009 2010

Fonte: OE e CGE 2007, 2008 and 2009 + OE e REO IV 2 010

Nota. Informação com base nas tabelas na parte narrativa do REO. Estes são diferentes dos Mapas no REO T4 (que ainda não incluem aumentos no orçamento de subsídios e juros)

1.4 Relatório do Grupo de Trabalho Do SISTAFE

SUMÁRIO EXECUTIVO

O ano de 2010 registou avanços na implementação do SISTAFE, nomeadamente no que se refere a expansão do e-SISTAFE, tendo sido abrangidos 21 distritos e 31 instituições a nível central e provincial. Os resultados desta expansão podem ser verificados na evolução da

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execução da despesa por via directa em relação a despesa total executada que apresenta uma evolução positiva tendo apresentado crescimentos de 20 % em 2008, 29% em 2009 e 37,5% em 2010.

Por seu turno, verificam-se também melhorias visíveis na gestão financeira, nomeadamente na liquidez do Estado gerando saldos positivos e crescentes na CUT no final do ano. A média diária das transacções processadas com sucesso no sistema também cresceu de 1.554, em 2009 para 2.415 em 2010 e o número de contas bancárias activas do Estado nos Bancos Comerciais reduziram de 5.420 em 2009 e para 5.220 em 2010 o que significa um maior controlo por parte do Estado das suas disponibilidades financeiras, pois as instituições do Estado passaram a mobilizar gradualmente os seus recursos para dentro da CUT.

Para assegurar a fiabilidade e integridade dos dados introduzidos no sistema, foi realizada uma auditoria por técnicos do CEDSIF, em 44 unidades, ao processo de criação de novos utilizadores no e-SISTAFE, atribuição de perfis dos utilizadores, alteração de senhas, desbloqueio de senhas, com o propósito de avaliar o nível de cumprimento dos procedimentos estabelecidos para o efeito.

No que se refere ao desenvolvimento dos módulos, foi concluída a funcionalidade do cálculo da folha de salários (e-folha) e o pagamento de salários por esta via, que abrangeu em 2010, as instituições a nível central num total de 40, isto é, 8,60% em relação à despesa total de salários realizada. Foi também concluída, a funcionalidade para registo dos bens patrimoniais relativo ao inventário de raiz, que foi realizado.

Quanto ao módulo do e-Tributação foi assinado o Memorando de Entendimento entre a Autoridade Tributária de Moçambique (AT) e CEDSIF e por outro lado, e no âmbito do módulo de Gestão da Informação, tiveram inicio as especificações para a elaboração dos Balanços Orçamental, Financeiro e Patrimonial e foram ainda iniciados estudos para o desenvolvimento de relatórios “Busines Inteligence” a partir das informações disponíveis no sistema.

AVALIAÇÃO DETALHADA DO DESEMPENHO EM 2010

DESEMPENHO EM RELAÇÃO AOS INDICADORES

Avaliação do Progresso no indicador para meta de 2010

Indicador R o ll- Roll- out e uso do e-SISTAFE

Meta para 2010 Pelo menos 37.5% de execução total realizada através da execução directa do

orçamento.

Avaliação Meta Atingida

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O INDICADOR PARA 2011

O indicador para 2011 mantem-se em percentagem da execução total do Estado pela via directa.

Entretanto, ficou acordado que este indicador não irá constar do QAD de 2011 porque para o pilar de

Macroeconomia e Pobreza e ao nível do grupo de Gestão de Finanças Públicas foram priorizados outros

indicadores.

Especificação da Meta para 2011

45% de execução total de bens e serviços e investimentos através da execução directa do orçamento

AVALIAÇÃO GERAL DO PROGRESSO NO PROGRAMA DE REFORMA - SISTAFE

Execução por via directa através do e-SISTAFE

O nível de execução orçamental por via directa do e-SISTAFE está à aumentar cada vez mais. O maior

indicador de desempenho da execução orçamental é a extensão do processo de expansão do e-SISTAFE

a todos os órgãos e instituições do Estado ao nível central e provincial e a descentralização para os

distritos e instituições autónomas, bem como a manutenção e aperfeiçoamento das funcionalidades do

sistema. Assim, foram abrangidos pelo processo em 2010 21 Distritos passando a 87, o que representa

cerca de 65% do total dos distritos existentes no País e 31 Instituições Autónomas ao nível central e

provincial, o que totaliza 100 instituições autónomas a operarem no e-SISTAFE.

A evolução da execução da despesa por via directa em relação a despesa total executada apresenta um crescimento anual, de 20 % em 2008, para 29% em 2009 e 37,5% em 2010, o que está de acordo com as metas previstas. Por outro lado, em Dezembro de 2010 os dados indicavam que 91,42% das despesas de todas as unidades5 que já possuem o e-SISTAFE, foram feitas pela via directa.

Elaboração Orçamental

Para 2010 iniciou-se a execução orçamental da receita e da despesa no primeiro dia útil do ano. Ao longo do ano, foi dada continuidade aos trabalhos de manutenção do MEO, introdução

5Ministérios e órgãos do Estado ao nível central e provincial, Instituições autónomas, distritos

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de algumas melhorias para apoio as solicitações específicas do cliente e ainda melhorias no próprio módulo que estarão vinculadas ao OE de 2012.

Auditoria e Controlo Interno

Todas os requisitos técnicos foram cumpridos tanto em termos de melhorias no sistema, como em relação a formação para as instituições, para que o TA e a IGF tenham acesso ao e-SISTAFE com vista a prepará-los para análise e interpretação das informações geradas pelo sistema, no âmbito das suas actividades de controlo externo e interno, respectivamente.

Estão também a ser consideradas a continuidade das formações com vista a assegurar que os processos e procedimentos de auditoria/controle interno estejam em harmonia com o mecanismo actual de gestão das finanças públicas.

Fusão UTRAFE/CPD e Criação do CEDSIF

No que se refere a estruturação da UTRAFE e CPD, a actividade desenvolvida ao longo do ano foi no sentido de preparar a legislação para a criação de uma nova estrutura, que integrasse as duas anteriores. É assim, que a 30 de Agosto de 2010, através do Decreto nº 30/2010, o Conselho de Ministros criou o CEDSIF- Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças. Criado o CEDSIF, a preocupação da sua Direcção foi a de levar ao cabo o processo de organização administrativa, nomeadamente a implementação da estrutura orgânica, indicação dos quadros dirigentes e redistribuição do pessoal e a preparação do Plano de Actividades e Orçamento para 2011, criando assim as condições mínimas para o seu funcionamento.

MÓDULO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Em relação ao módulo de gestão de informação, previa-se a disponibilização de relatórios específicos para utilização por alguns sectores, atendendo as especificidades de cada um. Para o efeito, foram desenvolvidos e entregues relatórios para atender especificamente a Inspecção Geral de Finanças (IGF) e iniciaram discussões com o Tribunal Administrativo (TA) para o desenvolvimento de relatórios para atender as Contas de Gerências das Unidades.

MÓDULO DE SALÁRIOS E PENSÕES

No final de 2010, a execução da despesa do orçamento do Estado com Salários e Remunerações alcançou 8,60% em relação a despesa total de salários realizada.

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A aplicação para o cálculo e pagamento de salários, desenvolvida internamente (e-folha) encontra-se em fase de implementação tendo sido possível até ao final de 2010, a extensão do sistema e-FOLHA para 40 sectores ao nível central.

MÓDULO DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO DO ESTADO

Está em fase de desenvolvimento a aplicação do e-inventário, uma das componentes do Módulo de Gestão do Património do Estado. Neste sentido foi concluída, a funcionalidade para registo dos bens patrimoniais relativos ao inventário de raíz realizado por todos os Órgãos e Instituições do Estado em 2010 e continua em melhorias para acréscimo de mais funcionalidades. Esta aplicação fornecerá os mapas patrimoniais para os relatórios a serem elaborados, nomeadamente a Conta Geral do Estado (CGE). As etapas seguintes serão realizadas no primeiro semestre de 2011. Em relação ao Módulo de Gestao do Património propriamente dito foi iniciada a análise do negócio para a elaboração do Modelo Conceptual.

e-TRIBUTAÇÃO

Em 2010 foram realizadas as seguintes actividades:

Assinatura do Memorando de Entendimento entre a Autoridade Tributária de Moçambique (AT) e a CEDSIF;

Conclusão da proposta técnica do Fluxo Financeiro das receitas do Estado;

Elaboração do modelo de prestação de contas específico para o projecto atendendo a gestão conjunta adoptada entre a AT e o CEDSIF designado por Manual de Procedimentos de Execução Financeira;

Revisão da arquitectura da infra-estrutura, o Plano e Orçamento de TI do Projecto e-Tributação.

1.5 Relatório do GdT Reforma Tributária

Indicador : Receitas totais em % do PIB [MF - ATM]

1. Sumário Executivo O presente indicador é um indicador de resultados constante da matriz estratégica do PARPA II e é simultaneamente um indicador da área de reforma fiscal da componente de Gestão de

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Finanças Públicas (GFP) na matriz do QAD (Quadro de Avaliação de Desempenho). As metas anuais são definidas no PARPA em termos de taxa de crescimento anual mínimo de 0.5% do PIB. Os valores específicos da meta para cada ano são confirmados em função do Orçamento do Estado aprovado para cada ano. O desempenho do indicador é medido considerando a Receita Total cobrada em cada ano em percentagem do PIB para o mesmo ano. A meta definida para 2010 foi de 16.7% do PIB, com base nas previsões constantes do CFMP (Cenário Fiscal de Médio Prazo) de 2010 – 2012. Verificou-se a cobrança de um total de 63.488,75 Milhões de MT contra o total de 57.432 Milhões de MT previstos, apresentando por esta razão, uma taxa de execução de 110,5%. Assim, verificou-se uma cobrança equivalente a 19.6% do PIB (a preços constantes) o que significa que a meta definida para o indicador em análise foi atingida. Verificou-se um crescimento 2 pontos percentuais do PIB em relação a 2009, excedendo a previsão em 1,1 ponto percentual Em relação a 2009, em termos nominais verificou-se um crescimento de 33.4% e, em termos reais (considerando inflação e variação cambial), verificou-se um crescimento de 15.4%. As rubricas de receita que mais contribuíram para este elevado desempenho em 2010 foram as Receitas Fiscais (nomeadamente IRPC e IRPS, com 7,7 e 13,5 pontos percentuais de cobrança acima do previsto, respectivamente) e as Receitas de Capital (9,9 pontos percentuais acima do previsto, devido a alienação de bens e dividendos). A contribuição dos mega projectos ficou em 4.8% da Receita Total (um ligeiro crescimento em relação a 2009). Este sucesso na cobrança de Receitas e no desempenho institucional da AT, deveu-se a uma combinação de factores de conteúdo legal (continuação da reforma tributária, nomeadamente a aprovação de legislação fiscal e aduaneira, mormente o perdão dos juros e penalidades da dívida até Dezembro de 2010 e bem assim o pagamento escalonado do respectivo imposto), de desenvolvimento institucional (contínuo desenvolvimento da AT na capacitação e formação dos seus quadros) e de sensibilização dos contribuintes por meio de acções de campanhas de educação fiscal e aduaneira, controlo (intensificação das acções de inspecções e auditorias). Foi realizada em 2010 a Avaliação da Gestão das Finanças Públicas em Moçambique que teve como referência o período de 2007, 2008 e 2009 por recurso à metodologia PEFA (Despesa Pública e Responsabilidade Financeira) que reconfirmou o desempenho positivo da AT (Autoridade Tributária). A cobrança de receitas domésticas em 2007 foi 3.3% acima do orçamento inicialmente aprovado; a mesma tendência de cobrança acima dos valores orçamentados foi observada em 2008 e 2009, 1.2% e 4.6%, respectivamente. Claramente, no período em análise, a cobrança nos três anos foi sempre acima dos 100% e daí merecendo a pontuação de “A”. Foi assim verificada uma melhoria do desempenho deste indicador, se comparado com a avaliação anterior, reflexo claro dos ganhos alcançados pelas políticas fiscais e pela administração fiscal no período em avaliação. Nos restantes indicadores PI-13, PI-14 e PI-15 desta avaliação e que igualmente dizem respeito a AT a pontuação foi positiva e em linha de anos anteriores. 2. Avaliação O presente indicador é um indicador de resultados constante da matriz estratégica do PARPA II e é simultaneamente um indicador da área de reforma fiscal da componente de Gestão de Finanças Públicas (GFP) na matriz do QAD (Quadro de Avaliação de Desempenho). As metas

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anuais são definidas no PARPA em termos de taxa de crescimento anual mínimo de 0.5% do PIB. Os valores específicos da meta para cada ano são confirmados em função do Orçamento do Estado aprovado para o respectivo ano. O objectivo do indicador é servir de base para monitorar, de uma forma abrangente, o progresso verificado na previsão e cobrança das Receitas do Estado, também tomando em consideração as principais acções de reforma e de aumento da eficiência da administração necessárias para atingir as metas estabelecidas de receita. O desempenho do indicador é medido considerando a Receita Total cobrada em cada ano em percentagem do PIB para o mesmo ano. A meta definida para 2010 foi de 16.7% do PIB, com base nas previsões constantes do CFMP (Cenário Fiscal de Médio Prazo) de 2010 – 2012. Verificou-se a cobrança de um total de 63.488,75 Mi lhões de MT contra o total de 57.431,81 Milhões de MT previstos, apresentando, po r esta razão, uma taxa de execução de 110,5%. Assim, verificou-se uma cobrança equival ente a 19.6% do PIB (a preços constantes), o que significa que a meta definida pa ra o indicador em análise foi atingida.

Orçamento Execução%

ExeOrçamento Execução

% Exe

Orçamento Execução%

Exe

1. Receitas Fiscais 32.918 34.205 104 39.675 41.761 105 22% 50.111 56.577 113 35%Imposto s/Rendimento 10.004 11.723 117 12.385 13.727 111 17% 16.770 18.498 110 35%Impostos S/Bens e Serviços 18.861 19.232 102 22.740 23.880 105 24% 28.291 32.804 116 37%Outros Impostos 4.054 3.251 80 4.550 4.154 91 28% 5.051 5.275 104 27%2. Receitas Não Fiscais 2.833 2.015 71 2.928 2.581 88 28% 3.802 3.302 87 28%3. Receitas Próprias 1.264 1.230 97 1.247 1.508 121 23% 2.236 2.211 99 47%4. Receitas de Capital 1.801 1.740 97 2.366 1.715 73 -1% 1.282 1.398 109 -18%

Total 38.816 39.190 101,0 46.216 47.565 103,0 21% 57.431 63.488 111,0 33%*2008/2009: Crescimento real, inflação a 3,25% e variação cambial de 13,2%

Tabela 1 - Receitas

Milhões de MT

2008 - CGE 2009 - CGE 2010 - REO IVDescrição

∆% 09-10

Nominal

∆% 08-09

Nominal

Verificou-se um crescimento 2 pontos percentuais do PIB em relação a 2009, excedendo a previsão em 1,1%. Em relação a 2009. Em termos nominais, verificou-se um crescimento de 33.4% e em termos reais, considerando inflação e variação cambial, verificou-se um crescimento de 15.4%. Vários factores foram ainda listados pela AT como contribuintes para o desempenho positivo da instituição em 2010: a) Factores de Conteúdo

� Continuação dos esforços de alargamento da base tributária: 262.561 NUITs atribuídos, ultrapassando a meta estabelecida de 200.000 (257.462 NUITs de pessoas singulares e 5.099 de pessoas colectivas)

� Lançamento e realização de campanha de educação fiscal e popularização do imposto, visando a sensibilização tributária de forma a popularizar a informação sobre as obrigações fiscais e aduaneiras e respectivos pagamentos;

� Formação de formadores para disseminação dos impostos na zona sul; � Realização de palestras e outras actividades de sensibilização em parcerias com

instituições públicas; e � Revisão e aprovação de legislação fiscal e aduaneira diversa (Regime Aduaneiro

Especifico dos Mineiros na África do Sul, Criação da Câmara dos Despachantes

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Aduaneiros, Regime Excepcional de Regularização das Dividas Tributárias, Regulamento do Pagamento em Prestações das Dividas Tributárias, Regulamento das Compensações Tributárias).

b) Factores de Desenvolvimento Institucional � Aprovação do Plano Estratégico 2011-2014 pelo Conselho Superior Tributário; � Aprovado o Estatuto Orgânico da AT (Decreto 9/2010 de 15 de Abril), o Estatuto

Remuneratório das Carreiras e Funções de Direcção, Chefia e Confiança da AT (Decreto 17/2010 de 02 de Junho), o Estatuto Orgânico Paramilitar do Pessoal das Alfandegas (Decreto 35/2010 de 01 de Setembro) e os Qualificadores Profissionais das carreiras da AT (Resolução 33/2010 de 23 de Dezembro);

� Aumento do quadro de pessoal da Autoridade Tributária e bem assim melhoramentos na distribuição desse pessoal entre as diferentes áreas temáticas e áreas geográficas da instituição;

� Formação contínua mantida junto dos funcionários e aprovado o aumento de quadros em continuação de estudos superiores; e

� Prosseguimento de as acções de divulgação do Código de Conduta da instituição a par da realização de capacitação sobre instrução de processes disciplinares e de inquérito.

c) Factores de Controlo e Sensibilização:

� Continuação e aperfeiçoamento das inspecções, fiscalizações e auditorias; � Aumento das campanhas de sensibilização;

d) Factores de Tecnologia � Estabilidade dos sistemas SICR, TIMS e NUIT.

3. Avaliação PEFA 2010 Foi realizada em 2010 a Avaliação da Gestão das Finanças Públicas em Moçambique que teve como referência o período de 2007, 2008 e 2009 por recurso á metodologia PEFA (Despesa Pública e Responsabilidade Financeira) que reconfirmou o desempenho positivo da AT e no respectivo indicador de desempenho:

Indicador Dimensão Avaliada Avaliação 2004

Avaliação 2006

Avaliação 2010

PI – 3: Resultados das receitas agregadas comparados com o orçamento original aprovado

Arrecadação da receita interna comparada com as estimativas de receita interna do orçamento original aprovado.

B C A

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OE CGE%

ExecutionOE CGE

% Execution

OE CGE%

Execution

Receitas CorrentesReceita Fiscal 27.910 29.510 105,7 32.918 34.205 103,9 39.675 41.761 105,3Receita Não Fiscal 2.661 2.003 75,3 2.833 2.015 71,1 2.928 2.581 88,1Receitas Próprias 996 1.111 111,5 1.264 1.230 97,3 1.247 1.508 120,9

SubTotal 31.567 32.624 103,3 37.015 37.450 101,2 43.850 45. 850 104,6

Receitas de CapitalReceitas de Capital 1.694 1.850 109,2 1.801 1.740 96,6 2.366 1.715 72,5

SubTotal 1.694 1.850 109,2 1.801 1.740 96,6 2.366 1.715 72,5

RECEITA TOTAL 33.261 34.474 103,6 38.816 39.190 101,0 46.216 47.565 102,9

RECEITAS CORRENTES TOTAIS 31.567 32.624 103,3 37.015 37.450 101,2 43.850 45.850 104,6

Valores em Milhões de MT

Fonte: OE and CGE 2007, 2008 and 2009

Dados para PI - 32007 2008 2009

A cobrança de receitas domésticas em 2007 foi 3.3% acima do orçamento inicialmente aprovado; a mesma tendência de cobrança acima dos valores orçamentados foi observada em 2008 e 2009, 1.2% e 4.6%, respectivamente. Para que uma pontuação de “A” seja atribuída a este indicador a cobrança de receitas domésticas tem de estar abaixo dos 97% das receitas domésticas orçamentadas em não mais do que um dos últimos três anos. Claramente no período em análise a cobrança nos três anos foi acima dos 100% e daí merecendo a pontuação de “A”. Confirmação da pontuação foi obtida junto do Secretariado PEFA. Foi assim verificada uma melhoria do desempenho deste indicador comparado com a avaliação anterior, um reflexo claro dos ganhos alcançados pelas políticas fiscais e pela administração fiscal no período em avaliação. Nos restantes indicadores PI-13, PI-14 e PI-15 desta avaliação e que igualmente dizem respeito a AT a pontuação foi positiva e em linha de anos anteriores. 4. Perspectivas 2011 O gráfico abaixo detalha o total das Receitas do Estado e respectiva composição pelas principais rubricas no período de 2009 a 2011 mostrando a evolução positiva da cobrança de receitas a cada ano.

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47.565 45.850

39.394

2.811 3.645 1.715

57.099 56.160

47.311

4.590 4.259939

73.275 71.962

60.796

6.314 4.852 1.313

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

Receitas do Estado

Receitas Correntes

Receitas Fiscais Receitas Não Fiscais

Receitas Consignadas

Receitas Capital

Milh

õe

s d

e M

eti

cais

Tipos de Receita

2009CGE

2010REO

2011LOE

De acordo com a Lei de Orçamento do Estado para 2011 está prevista a cobrança de 73.274,8 Milhões de MT, um crescimento de 15.4% em relação a 2010. Devido a vários aspectos, existe a perspectiva de revisão desta cifra para o novo total de 78.500,00 Milhões de MT, isto é, um crescimento de 23,6% em relação a 2010. 5. Matriz QAD – Quadro de Avaliação de Desempenho

Pilar / Área

Indicador

[Fonte de Verificação]

Atingido em 2008

Atingido em 2009 Meta 2010 Realização

2010 Nº

Indicador

Gestão das Finanças Públicas

Receitas totais em % do PIB [OE]

16.3% do PIB

17.6% do PIB

16.7% do PIB (dados CFMP 2010-12)

19.6% do PIB 6

6. Documentos de Referência

a) Autoridade Tributária: Relatório de Actividades Desenvolvidas em 2009 e Perspectivas de Acções para 2010

b) Autoridade Tributária: Relatório de Actividades Desenvolvidas em 2010 e Perspectivas de Acções para 2011

c) Conta Geral do Estado, vários anos d) REO IV 2010 e) Balanço do PES 2010 f) Avaliação do PEFA 2010 e anteriores

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ANEXO: Receita em % do PIB

Receita Total e por tipo de imposto em percentagem do PIB

Descrição 2006 2007 2008 2009 2010

Receitas Totais 15,5% 16,6% 16,3% 17,7% 19,6%

Receitas Correntes do Estado 14,7% 15,7% 15,6% 17,1% 19,2%

Receitas Fiscais 12,3% 13,5% 13,5% 14,6% 16,6% Impostos sobre o Rendimento 3,5% 4,5% 4,9% 5,1% 5,7% Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas 1,4% 2,1% 2,4% 2,7% 3,0% Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares 2,1% 2,3% 2,5% 2,4% 2,7% Imposto Especial sobre o Jogo

Impostos sobre Bens e Serviços 8,0% 8,3% 8,0% 8,9% 10,1% IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado 5,2% 5,4% 5,4% 6,3% 7,4% Imposto sobre Consumos Específicos de Produção Nacional 0,6% 0,6% 0,7% 0,7% 0,7% Imposto sobre Consumos Específicos de Produtos Importados 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% Impostos sobre o Comércio Externo 1,8% 1,8% 1,5% 1,5% 1,6%

Outros Impostos 0,8% 0,7% 0,6% 0,7% 0,7% Imposto do Selo 0,1% 0,2% 0,1% 0,2% 0,2% Imposto sobre Veículos 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Imposto de Reconstrução Nacional 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Impostos Directos Extintos 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Licenças de Pesca 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Imposto sobre a Produção 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,1%

Taxa sobre os Combustíveis 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% Royalties e Imposto de Superfície 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Outros 0,2% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1%

ISPC 0,0% 0,0%

Receitas Não Fiscais 1,4% 1,2% 1,0% 1,1% 1,3% Taxas Diversas de Serviços 0,1% 0,2% 0,1% 0,2% 0,1%

Outras Receitas Não Fiscais 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% Compensação de Aposentação e Pensão de Sobrevivência 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,4%

Rendas de Casa 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Outras 0,0% 0,1% 0,0% 0,1% 0,0%

Receitas Próprias 0,9% 0,5% 0,5% 0,6% 0,7%de Administração Central 0,9% 0,5% 0,5% 0,5% 0,6%de Administração Provincial 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1%de Administração Distrital

Receitas Consignadas 1,0% 1,1% 1,1% 1,4% 1,4% Taxa de Combustiveis 0,7% 0,7% 0,7% 0,9% 0,9%

Taxa de Serviços Alfandegários 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Taxa de Sobrevalorização da Castanha de Caju 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Outras Receitas Consignadas 0,3% 0,3% 0,3% 0,5% 0,4%

Receitas de Capital 0,7% 0,9% 0,7% 0,6% 0,4%Rendimentos do Património do Estado 0,0% 0,0% 0,0% 0,2% 0,1%Outras Receitas de Capital 0,7% 0,9% 0,7% 0,3% 0,4%

Produto Interno Bruto a preços correntes 180.241,70 207.643,57 240.357,74 269.346,12 324.000,00 Fonte: Fonte: AT, BET 2011 (DPAR) PIB (em milhões de meticais) – INE

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1.6 Relatório do GdT Procurement

Indicador : Operacionalidade do Sistema de Aquisições melhorado. [DNPE (UFSA) - MF]

7. Sumário Executivo Com base no Relatório de Avaliação do Grupo de Trabalho sobre Procurement da estrutura dos PAPs ou G19, concluiu-se que o Indicador 7 relativo a “Operacionalidade do Sistema de Aquisições Melhorado” foi não atingido tendo-se verificado vários progres sos em áreas a ele afins. Duas metas foram alcançadas e restantes cinco metas não foram alcançadas (e onde uma meta apenas foi tentativa para ver se deveria ser incorporada ou não na Nota Técnica). Este indicador é composto por 3 pilares e 6 dimensões de análise, onde o desempenho foi reportado como sendo o seguinte: Pilares de Avaliação Dimensões a Avaliar Meta 2010 Avaliação 2010

Arquitectura institucional do sistema ou Capacidade Institucional e de Gestão

(i) Concepção de um sistema de monitoria e avaliação que permita estabelecer e analisar uma base de dados sólida referente as concursos públicos;

(ii) Número de UGEAs capacitadas em Aquisições;

(iii) Número dos planos do Aquisições das entidades contratantes preparados elaboradas e submetidas à UFSA.

(i) Sistema concebido e em funcionamento;

(ii) 35% do total das UGEAs em 2010;

(iii) 85% do total em 2010.

(i) Dimensão Não Alcançada: Nota Conceptual do sistema preparada com apoio de Parceiro (Banco Mundial) mas sem ainda confirmação sobre o respectivo financiamento.

(ii) Dimensão Alcançada: 36% do total das UGEAs foi objecto de capacitação por parte da UFSA (297 de 821 UGEAs).

(iii) Dimensão Não Alcançada: Apenas 9% das UGEAs (ou 72 das 821 UGEAs registadas) submeteram á UFSA os Planos de Aquisição no formato e conteúdos desejados.

Operações do Sistema & Práticas do Mercado

(i) Métodos usados (valor e #) de licitações: Licitação

(i) Dados mostram que mais de 95% das

(i) Dimensão Alcançada: Os dados mostram que o concurso público é modalidade privilegiada de contratação, no entanto, a Nota

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Pilares de Avaliação Dimensões a Avaliar Meta 2010 Avaliação 2010

competitiva, Licitação limitada, Pequena dimensão e Ajuste direito;

(ii) Casos de Ajuste Directo foram devidamente fundamentados conforme estabelece o Regulamento de Aquisições e a fundamentação foi submetida a UFSA.

aquisições públicas realizadas pelas UGEAs foram submetidas à publicação do concurso nos jornais e na página web da UFSA;

(ii) 100%

Técnica carece de melhoramentos neste pilar.

(ii) Dimensão Não Alcançada: Os casos de ajuste directo que foram dados a conhecer á UFSA foram todos eles adequadamente justificados; verifica-se porem que as UGEAs apenas estão a enviar parcial informação á UFSA.

NB: Este pilar tem de ser trabalhado na Nota Técnica de 2011 para que a sua quantificação e metas sejam detalhas com maior rigor.

Integridade e Transparência

(i) Número médio de reclamações submetidas a UFSA por transacção;

(ii) Número de supervisões nas UGEAs realizadas.

(i) Estabelecer um “linha de base”;

(ii) 25% do universo das UGEAs.

(i) Dimensão Não Alcançada: 26 Reclamações foram recebidas pela UFSA (no total) em 2010 na medida em que o regulamento (anterior e o revisto) nada prevêem e termos de obrigatoriedade de informação do processo de reclamação pela UGEAs – este aspecto vai ser alvo de reflexão para uma futura alteração na Nota Técnica por não terem nenhuma obrigação de reporte nesta matéria o que torna o desempenho difícil de avaliar (este comentário é válido para as reclamações e recursos).

NB: Dimensão tentada para ver se poderia vir a ser incluída na Nota Técnica do indicador. (ii) Dimensão Não Alcançada: A

UFSA realizou um total de 92 supervisões em 2010. O plano do ano incluiu um total de 102 supervisões planificadas das quais 92 foram efectivamente realizadas (10 de nível central, 19 de nível provincial, 37 de nível distrital e 26 de nível municipal). Mas as 102 supervisões não correspondem ao universo de 821 UGEAs existentes em 2010

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Pilares de Avaliação Dimensões a Avaliar Meta 2010 Avaliação 2010

pelo que a meta de 25% não foi alcançada.

8. Avaliação O indicador em avaliação é um indicador de resultado cujo principal objectivo é o de monitorar a implementação e operacionalização do Sistema Nacional de Aquisições Públicas (procurement) que se encontrava (até inícios de 2010) consubstanciado no Regulamento Público de Aquisições do Estado publicado pelo Decreto 54/2005 de 13 de Dezembro. Partindo do pressuposto de que toda e qualquer despesa pública devem ser realizadas por recurso a este sistema de aquisições, é necessário assegurar que o mesmo é eficiente e transparente logo, que os fundos públicos estão a ser aplicados de acordo com os princípios de eficiência, eficácia e economicidade. A nota técnica do indicador para 2010 tem como base a metodologia da OECD\DAC para esta importante área da gestão das finanças públicas e considerando que o país foi alvo de um diagnóstico do sistema de aquisições públicas utilizando esta metodologia. Deve ainda ser notado que o Regulamento de Aquisições sofreu alterações e revisões e foi substituído pelo Decreto 15/2010 de 24 de Maio mas cujo impacto foi muito reduzido sobre este indicador durante o ano de 2010 e na medida em que a respectiva implementação foi apenas iniciada em Agosto do mesmo ano. Para além desta alteração ao quadro jurídico-legal, deve ser notado que devido á realização de Eleições Gerais em 2009 o Orçamento do Estado de 2010 apenas foi aprovado pela Assembleia da República em Março de 2010 (naturalmente trazendo alguns constrangimentos na sua execução) e bem assim a Lei de Orçamento do Estado, pela primeira, vez inclui o montante global de 5 Milhões de Meticais6 em relação ao qual as instituições não necessitam de submeter os processos para o visto prévio do Tribunal Administrativo. O desempenho deste indicador é assim medido contra as seguintes Pilares e Dimensões: Pilares de Avaliação Dimensões a Avaliar Meta 2010 Meta 2011

Arquitectura institucional do sistema ou Capacidade Institucional e de Gestão

(i) Concepção de um sistema de monitoria e avaliação que permita estabelecer e analisar uma base de dados sólida referente as concursos públicos;

(ii) Número de UGEAs capacitadas em Aquisições;

(iii) Número dos planos do Aquisições das entidades

(i) Sistema concebido e em funcionamento;

(ii) 35% do total das UGEAs em 2010;

(iii) 85% do total em 2010;

(i) Por definir - Ver Nota Técnica em Anexo;

(i) 45% do total das UGEAs em 2011 ;

(ii) 85% em 2011; (iii) TdR

elaborados e aprovados em

6 E desde que os concorrentes estejam devidamente inscritos no Cadastro Únicos de Fornecedores do Estado da UFSA.

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Pilares de Avaliação Dimensões a Avaliar Meta 2010 Meta 2011

contratantes preparados elaboradas e submetidas à UFSA;

(iv) Elaboração dos Termos de Referência para a implementação de uma carreira específica na área das Aquisições Públicas.

(iv) Não aplicável em 2010.

conformidade com o regime de carreiras e renumerações da função pública e com um plano de implementação definido.

Operações do Sistema & Práticas do Mercado

(i) Métodos usados (valor e #) de licitações: Licitação competitiva, Licitação limitada, Pequena dimensão e Ajuste direito;

(ii) Casos de Ajuste Directo foram devidamente fundamentados conforme estabelece o Regulamento de Aquisições e a fundamentação foi submetida a UFSA.

(i) Dados mostram que mais de 95% das aquisições públicas realizadas pelas UGEAs foram submetidas à publicação do concurso nos jornais e na página web da UFSA;

(ii) 100%

(i) Dados mostram que mais de 95% das aquisições públicas realizadas pelas UGEAs foram submetidas à publicação do concurso nos jornais e na página web da UFSA;

(ii) Por definir - Ver Nota Técnica em Anexo.

Integridade e Transparência

(i) Número médio de reclamações submetidas a UFSA por transacção;

(ii) Número de supervisões nas UGEAs realizadas.

(iii) Estabelecer um “linha de base”;

(iv) 25% do universo das UGEAs.

(iii) Por definir - Ver Nota Técnica em Anexo.

(iv) Por definir - Ver Nota Técnica em Anexo.

Considerando as informações disponibilizadas pela UFSA e bem assim os demais relatórios disponíveis, o desempenho em 2010 é o seguinte: Pilares de Avaliação Meta 2010 Desempenho 2010

Arquitectura institucional do sistema ou Capacidade Institucional

(i) Sistema concebido e em funcionamento;

(ii) 35% do total das UGEAs em 2010;

(iii) 85% em 2010.

(i) Dimensão Não Alcançada: Nota Conceptual do sistema preparada com apoio de Parceiro (Banco Mundial) mas sem ainda confirmação sobre o respectivo financiamento;

(ii) Dimensão Alcançada: Total de UGEAs capacitadas em 2010 foi de 297 em um

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Pilares de Avaliação Meta 2010 Desempenho 2010

e de Gestão universo de 821 UGEAs existentes ao nível nacional7, ie, um total de 1.860 técnicos foram capacitados e acções de formação lideradas pela UFSA. Assim, um total de 36% das UGEAs foi formalmente capacitado em 2010. Esta % é ainda maior se considerarmos os 66 seminários de curta duração (adicionais á formação) efectuados em 2010 e que permitiram a informação a 2.097 técnicos de 278 UGEAs.

(iii) Dimensão Não Alcançada: Todas as UGEAs registadas (no total de 821) enviaram algum tipo de informação á UFSA, no entanto, a maior parte da informação recebida foi em forma de lista de necessidades ou possíveis aquisições a serem realizadas. Apenas 72 UGEAs enviaram á UFSA Planos de Aquisições no formato desejado pela UFSA (9% do total);

Operações do Sistema & Práticas do Mercado

(i) Dados mostram que mais de 95% das aquisições públicas realizadas pelas UGEAs foram submetidas à publicação do concurso nos jornais e na página web da UFSA;

(ii) 100%.

(i) Dimensão Alcançada: UFSA registou um total de 3.472 concursos (independente da modalidade) correspondentes a 2.778,6 Milhões de Meticais onde os Concursos Públicos representaram um total de 83%;

(iii) Dimensão Não Alcançada: Um total de 722 casos correspondentes a 11,8 Milhões de Meticais foi adjudicado por via do Ajuste Director, ie, 17% do total das Aquisições; Os casos de ajuste directo que foram dados a conhecer á UFSA foram todos eles adequadamente justificados; verifica-se porem que as UGEAs apenas estão a enviar parcial informação.

NB: Este pilar tem de ser trabalhado na Nota Técnica de 2011 para que a sua quantificação e metas sejam detalhas com maior rigor.

Dados Quantitativos Considerados na avaliação deste Pilar: Para ambas as dimensões acima dados quantitativos foram recebidos por parte da UFSA e analisados em duas perspectivas: número de processos e valores dos mesmos. Foi tentada também uma comparação dos dados da UFSA com os dados do REO IV 2010, se considerarmos que o total dos Bens e Serviços e a Componente Interna de Investimento devem, em

7 Existem um total de 821 UGEAs a nível nacional: 177 de nível central, 469 de nível provincial, 130 de nível distrital, 33 de nível municipal ou autárquico e 12 ao nível das empresas públicas.

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Pilares de Avaliação Meta 2010 Desempenho 2010

princípio, ser o total de despesa a ser gasto por via das Aquisições.

N.º % Valores %Concurso Público 2.472 71 2.777.955.763.234 99,9Concurso Limitado 422 12 1.330.145.789 0,0Concurso em Duas Etapas 4 0 1.438.806 0,0Concurso com Prévia Qualificação 0 0 0 0,0Concurso de Pequena Dimensão 574 17 333.786.462 0,0

TOTAL CONCURSOS 3.472 100 2.779.621.134.292 100Ajuste Directo 722 11.801.791.036

TOTAL + Ajuste Directo 4.194 2.791.422.925.328

N.º % Valores %Total Aquisições - Concursos 3.472 83 2.779.621.134.292 99,6Total Aquisições - Ajuste Directo 722 17 11.801.791.036 0,4

TOTAL 4.194 100 2.791.422.925.328 100

Valor % Valor %

Bens e Serviços (Despesa de Funcionamento) 10.400 33 10.187 35Componente Interna (Despesa de Investimento) 21.568 67 19.087 65

TOTAL 31.968 100 29.274 100Total Aquisições - Concursos 2.780 9Total Aquisições - Ajuste Directo 12 0

Meticais

OrçamentoActual

Realização @ DezembroDados do REO IV 2010

Milhões de Meticais

Processos Valores EstimadosModalidades de Aquisições

Meticais

Modalidades de Aquisições

Processos Valores Estimados

Integridade e Transparência

(i) Estabelecer um “linha de base”;

(ii) 25% do universo das UGEAs.

(i) Dimensão Não Alcançada: Um total de 26 reclamações foram recebidos pela UFSA o que sublinha o facto de o Regulamento de Aquisições não prever o envio das reclamações á UFSA pois este é um processo interno das instituições que lançam o concurso e conforme se detalha na legislação. Em Moçambique não existe nenhuma autoridade externa neste processo com excepção do Tribunal Administrativo a quem o reclamante pode recorrer se assim o desejar. Com vista a melhorar o processo de reclamações e recursos, torna-se pertinente fortalecer e flexibilizar a actuação dos órgãos de supervisão e fiscalização, já existentes, designadamente UFSA, IGF e TA.

NB: Dimensão tentada para ver se poderia vir a ser incluída na Nota Técnica do indicador. (ii) Dimensão Não Alcançada: A UFSA realizou

um total de 92 supervisões em 2010. O plano do ano incluiu um total de 102 supervisões planificadas das quais 92 foram efectivamente

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Pilares de Avaliação Meta 2010 Desempenho 2010

realizadas (10 de nível central, 19 de nível provincial, 37 de nível distrital e 26 de nível municipal). Mas as 102 supervisões não correspondem ao universo de 821 UGEAs existentes em 2010 pelo que a meta de 25% não foi alcançada.

Assim, o indicador acima referenciado referente a “Operacionalidade do Sistema de Aquisições Públicas melhorada” não foi atingido apesar de se terem registado vário s progressos . Duas metas foram alcançadas e restantes cinco metas não foram alcançadas (e onde uma meta apenas foi tentativa para ver se deveria ser incorporada ou não na Nota Técnica). Os seguintes aspectos devem ser considerados: a) Existe necessidade de confirmar o apoio externo no mais breve espaço de tempo sobre o

desenvolvimento do sistema de monitoria e avaliação (e respectiva base de dados);

b) O relatório anual da UFSA 2010 não detalha o número total de UGEAs existentes no país, seus níveis e bem assim o número de técnicos afectos a estas – a informação completar disponibilizada pela UFSA contem dados e informações relevantes sobre esta questão e que deveriam ser incluídas sempre no respectivo relatório anual;

c) Existe informação útil na UFSA sobre o Plano de Capacitação ou Formação da UFSA para 2010 e respectivo balanço. No entanto esta informação não é incluída de forma sistemática e rotineira no relatório anual da UFSA (pelo menos a versão enviada para a Revisão Conjunta);

d) O relatório anual da UFSA deveria informar e quantificar que alguns progressos foram

verificados, nomeadamente: � Realização de palestras, seminários e workshops, relativos a disseminação do

Regulamento aprovado pelo Decreto nº 15/2010, de 24 de Maio – ie, número de UGEAs, seus níveis e número de técnicos abrangidos;

� Participação em seminários, palestras e workshops para o sector privado – ie, número de participações, seus níveis e número de técnicos disponibilizados; e

� Realização de acções de formação – ie, número de UGEAs, seus níveis e número de técnicos abrangidos.

e) A UFSA emitiu uma Circular em Dezembro de 2010 para todas as UGEAs clarificando o

como devem ser elaborados os Planos de Aquisições e esclarecendo sobre o formato a ser adoptado; Esta informação foi reforçada em 2011 porque a UFSA voltou a incluir a informação na Circular Global do Ministério das Finanças sobre a Execução do Orçamento do Estado 2011; Este é o tipo de iniciativa que a UFSA deveria ter em relação às UGEAs, isto é, de proactivamente emitir circulares ou ordens de serviço a esclarecer determinadas questões e a sublinhar a necessidade de envio da informação para a UFSA (com a entrada em vigor do Decreto nº 15/2010, de 24 de Maio existe sistematização do envio das informações à UFSA pelas UGEAs);

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f) De igual forma não existe um valor total definido, ou na sua ausência, uma % da despesa pública contra a qual se possa medir os registos efectuados pela UFSA em termos de modalidades e volumes de Aquisições Públicas (matéria a ser clarificada na Nota Técnica); No segundo pilar de avaliação uma tentativa a este respeito foi tentada utilizando os dados do REO IV 2010 mas os resultados continuam a ser difíceis de avaliar. Assim, a Nota Técnica deve ser revista para que as dificuldades de medição sejam ultrapassadas.

g) No terceiro pilar a UFSA informa que foram registadas uma média de 26 reclamações pelo

que é importante clarificar o seguinte: trata-se de média de reclamações calculadas contra que medida? Tratam-se de reclamações em que fase ou etapa do concurso?, qual o resultado das referidas reclamações?, entre outros aspectos críticos;

h) Finalmente, as informações recebidas da UFSA (no seu relatório e outras formas) nada se

referem em relação á questão do uso crescente do e-SISTAFE e a aceleração dos processos de descentralização e desconcentração da gestão de fundos públicos, ambas situações que afectam o desempenho das Aquisições Públicas.

9. Outros aspectos relevantes Vários desenvolvimentos foram registados no decurso de 2010 e que devem ser tido em conta neste processo de avaliação, nomeadamente:

a) Aprovação pelo Governo da proposta de revisão do Decreto 54/2005:

A revisão do decreto foi aprovada pela Assembleia da República em Março, publicada em Maio de 2010 e operacionalizada a partir de Agosto de 2010. O Decreto 15/2010 é agora o decreto de referência para a área das Aquisições Públicas.

Entre as novidades do novo decreto figuram a possibilidade de revisão dos preços após a adjudicação dos contratos, a redução dos montantes referentes às garantias provisórias, de 2,5 por cento para 1,5 por cento do valor do contrato, bem como o incentivo à participação de concorrentes nacionais nos concursos públicos. Ao aprovar o Decreto 15/2010, o Conselho de Ministros argumentou com a necessidade de conferir maior celeridade e flexibilidade aos procedimentos de aquisições por parte do Estado, incluindo as autarquias locais, uma vez que o anterior regime se encontrava desajustado às exigências do mercado. Este decreto procura incentivar ainda mais a participação de concorrentes nacionais nos contratos dentro de certo limite de valor, fixando a obrigação de se atribuir margens preferenciais e reduzindo a percentagem exigida para incorporação de factores nacionais. E ainda, restringe a regra da confidencialidade das propostas dos concorrentes, passando a existir a possibilidade de consulta para efeitos de submissão de reclamações pelos concorrentes.

b) TdRs para realização de auditorias, com vista a aferir a integridade e transparência do sistema, e selecção dos Ministérios relevantes a serem auditados em 2011 e realização de auditorias nos Ministérios seleccionados:

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Os TdR foram concluídos em Novembro de 2010, uma acção desenvolvida em conjunto pela UFSA e pela Inspecção Geral de Finanças. Houve oportunidade de revisão e discussão dos mesmos no Grupo de Trabalho de Procurement e conclui-se que a qualidade dos referidos TdR é satisfatória na medida em que: � Detalha-se a composição das Equipas de Auditoria e sua liderança pela IGF; � Foram aprovados pela UFSA e pela IGF; � As questões de sistema e de cumprimento são descritas e tendo o quadro jurídico-legal

como a base de referência; e � Um plano de acção e matriz de acção e seguimento fazem parte integrante do trabalho

de auditoria a ser realizado. Em adição os TdR incluem ainda uma proposta para a sua implementação, já em 2011, detalhando o sector, nível e localização das instituições propostas auditar. Calendarização detalhada das acções de auditoria esta em curso com a IGF e deverão ser implementadas em breve. Sectores como Educação, Saúde e Agricultura serão contemplados em 2011.

c) Estratégia de formação e capacitação: A UFSA tem uma estratégia formal e distinta dos seus planos anuais, no entanto, a qualidade da mesma, a forma de apresentação e estatísticas relevantes poderiam beneficiar de melhoramentos. A UFSA reporta sobre este ponto separadamente dos seus relatórios de balanço anual e actividades estão a ser realizadas a vários níveis.

d) TdRs para o desenvolvimento de uma carreira de contratações públicas e certificação de peritos em contratações públicas:

Estes TdR foram preparados e aguardam a aprovação das instituições do Estado competentes sobre esta matéria. No entanto, trata-se de TdR abrangentes e sem detalhe de diferentes níveis ou vocações ou especializações de entre a função de Aquisições que se pretende existir nas UGEAs. O processo de harmonização está em curso e está a ser desencadeado pelo Ministério das Finanças.

10. Lições Aprendidas A Nota Técnica aplicável ao indicador reúne elementos quantitativos e qualitativos que exigem, e bem, que o processo de avaliação do indicador seja efectuado com base em evidências e documentação de apoio. Assim, é importante que antes da Revisão Conjunta se realize (ou pelo menos, até á sua véspera) estas evidências e dados sejam recolhidos e validados para que possam ser utilizados de forma segura e credível durante o processo de avaliação conjunta. Por outro lado, a Nota Técnica é omissa em relação ao universo de medida a ser considerado nas suas dimensões quantitativas e bem assim a fonte de informação de onde a informação deve ser recolhidas pelo que dificulta a avaliação, levando a diferenças de opiniões entre as partes envolvidas que poderão considerar universos de análise diferentes.

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11. Matriz QAD – Quadro de Avaliação de Desempenho

Pilar / Área

Indicador

[Fonte de Verificação]

Atingido em 2008

Atingido em 2009

Meta 2010 Real 2010

Indicador

Gestão das Finanças Públicas

Operacionalidade do Sistema de Procurement melhorado [DNPE-MF]

4 de entre os 4 alvos do sub indicador atingidos

Determinação Não Acordada.

X

Não Alcançado, mas progressos verificados.

7

12. Documentos de Referência

i) Estatísticas da UFSA ii) Relatório Anual da UFSA sobre o desenvolvimento institucional e as operações do

sistema do Aquisições iii) Balanço do PES 2010 iv) Relatório do Tribunal Administrativo sobre a CGE 2009 v) Avaliação do PEFA 2010 e anteriores

1.7 Relatório de Auditoria Interna 1. Sumário Executivo Em 2010 a meta para o controlo Interno foi de 100%, até a este momento dos dados indicam que a meta não foi atingida e situou-se em 85%, mas houve progresso de 10% em relção a execução de 2009. Os dados indicam que até 31 de Dezembro de 2010 estavam operacionais 30 OCI’s a nível central (universo é de 33)8, 38 OCI´s a nível provincial (o universo é de 43) e 2 municípios (universo de 6), o que totaliza 70 OCI´s (universo é 82) em funcionamento. No que concerne à gestão financeira, em 2010 a IGF contou com 3 fontes de financiamento directo, tendo sido gastos 75,679.94 milhares de Meticais, o que corresponde a um grau de execução de 82% da dotação global disponível (92,672.54 milhares de Meticais). Auditoria de Desempenho Foi concluido o relatório de auditoria ao sector agrário em Dezembro de 2010. O relatório de auditoria de desempenho ao sector de Calamidades está na fase de elaboração do relatório final enquanto que a

8 Incluem-se empresas públicas e instituições com autonomia administrativa e financeira.

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auditoria de desempenho ao sector da Acção Social está na fase de recolha de informação para alimentar o processo de elaboração dos termos de referencia. Áreas de Melhor Desempenho

• Mudança na estratégia de execução das acções planeadas que contribuiu para que as acções

transitadas do ano anterior tivessem despacho do Ministro das Finanças até 31 de Março do ano seguinte, contrariamente ao que vinha acontecendo nos anos anteriores;

• Realização de ações de auditorias no âmbito da prevenção e combate à corrupção sendo: 24 à pedido da Porcuradoria da República, do Gabinete Anti-currupção e 27 no âmbito do acompanhamento das recomendações do relatório e parecer do TA à Conta Geral do Estado e 11 visitas à todas provincias do país para a verificação do uso qualitativo do e-SISTAFE.

• Coordenação do processo da 3ª Avaliação dos Sistemas de Gestão de Finanças Públicas-PEFA 2010;

• Conclusão da criação de uma base de dados das recomendações de Auditorias realizadas pela IGF e Tribunal Administrativo, a sistematização das mesmas para o respectivo acompanhamento de implementação;

• Finalização do processo de recrutamento de 70 técnicos para o SCI, estando prevista a sua integração nos diferentes OCI's em 2011.

• Harmonização, padronização dos procedimentos, métodos de inspecção e controlo financeiro intra e inter-sectorial através de realização de seminários com diferentes intervenientes dentre Inspectores, gestores financeiros e Agentes de Controlo Interno no ambiente e-Sistafe

Áreas de Fraco Desempenho

• A não criação e Implementação dos Comités de Auditoria pelo facto do Estatuto da IGF não ter sido aprovado.

• Houve uma conferencia (AMAI) onde se clarificou a definição do controlo interno e auditoria interna, mais o impacto ao nivel provincial e distrital ainda não é visivel.

Desafios Constituem desafios da área de auditoria Interna os seguintes:

• Melhorar o processo de acompanhamento de recomendações de forma a estimular as instituições a implementa-las e garantir um maior impacto do processo de auditoria;

• Assegurar o desenvolvimento contínuo da IGF e OCI´s, em particular, de forma a tornar-se numa instituição de auditoria moderna e actuando com padrões internacionais;

• Melhorar o processo de disseminação da diferença entre o controlo interno e auditoria interna; • Melhorar o relacionamento institucional com o Tribunal Administrativo e vice-versa de forma a

garantir maior complementaridade. 2. Avaliação do Desempenho Execução do Orçamento e Balanço do BdPES

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No que concerne à gestão financeira, em 2010 a IGF contou com 3 fontes de financiamento directo, tendo sido gastos 75,679.94 milhares de Meticais, o que corresponde a um grau de execução de 82% da dotação global disponível (92672.54 milhares de Meticais) assim distribuídos.

Fonte Dotação Orç. Execução (3)

%Exec.(4=3/1)

OE 55,754.27 48,597.61 87%

ASDI 32,487.02 22,719.02 70%

Cooperação Francesa 4,431.25 4,363.19 100%

Total 92.672.54 75,679.92 82%

Funcionamento e Desempenho

No final de 2010, foram concluídos 206 relatórios de auditoria, das 283 planeadas para o período em referência, o que se traduziu num grau de realização de 73%, como se pode observar no quadro seguinte:

Acções

31//12/2009 31/12/2010

Var.% Realiz.

Planeadas

Realizadas*

Grau R

Planeadas

Realizadas*

Grau R

Transitadas 78 69 88% 92 80 87% 16%

Novas 265 96 36% 191 126 64% 31%

Total 343 165 48% 283 206 73% 25%

*Acções que no final do período em análise tinham despacho do Ministro das Finanças

A existência de auditorias transitadas é influenciado pelo desvio dos recursos da IGF para atender as solicitações de auditorias superiores que pela sua complexidade acaba consumindo mais DUT´s do que o planeado no inicio do ano. No entanto há que referir que as acções transitadas para o ano seguinte serão concluídas até 31 de Março. A melhoria na execução é resultado da mudança na estratégia de execução das acções planeadas que contribuiu para que estas tivessem despacho do Ministro das Finanças até 31 de Março do ano seguinte, contrariamente ao que vinha acontecendo nos anos anteriores. Houve uma variação na ordem dos vinte e cinco pontos percentuais, ou seja mais 41 relatórios com despecho, relativamente ao igual período no ano transacto. À semelhança de 2009 no final de 2010,

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estavam em curso 66 auditorias, das quais 63 em fase de elaboração de relatório (versão draft ou versão final) contraditório ou rectificação, esperando-se que no final de Março estejam concluídas. Acompanhamento de Recomendações

Foi concluída a criação da Base de Dados das Recomendações da IGF estando neste momento em processamento os resultados das respostas e avaliações da implementação das mesmas nas diferentes instituições auditadas. Para melhorar o processo de acompanhamento, este ano serão realizadas auditorias específicas de verificação de implementação de recomendações de maior impacto em diferentes instituições. A estratégia para este ano é que todas acções de auditorias terão um ou dois dias de reserva para acompanhamento de recomendações em instituições próximas selecionadas com atecedência pela unidade de gestão de recomendações da IGF.

Recursos Humanos

Relativamente ao desenvolvimento dos recursos humanos, tendo em vista melhorar as competências dos técnicos da IGF, foi executado o plano de formação, o qual envolveu um total de 4026 horas , o que corresponde a 48% das 8427 horas de formação previstas para o período de 2010. Registou-se uma evolução positiva em termos qualitativos nos recursos humanos como resultado de bolsas de estudo disponibilizadas pela IGF. Houve um aumento em 6% de técnicos com nível superior (de 72 para 76). No entanto os resultados deste esforço só começarão a ter impacto daqui a algum tempo uma vez que estes ainda estão na fase de apredizagem. 3. Auditorias de Desempenho Auditoria ao Sector Agrário Foi concluido o relatório de auditoria ao sector agrário em que involveu 24 entidades distribuidas da seguinte forma: A nível central 6 direcções nacionais, a nível provincial 6 direcções provinciais e 12 serviços distritais encluíndo a INCAJÚ, o IIAM e FDA.

A instituição elaborou um plano de acção para implementação das recomendações que será monitorado pela IGF em 2011.

Auditoria ao Sector de Calamidades

Em relação a auditoria de desempenho ao sector de calamidades, referir que foi concluído o trabalho de campo e neste momento a equipe de consultores está a elaborar o relatório final. Preve-se que a apresentação do draft seja feita durante a presente revisão anual. Acompanhamento das Recomendações da Auditoria de De sempenho ao sector da Justiça

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Foi elaborado um plano de acção para implementação das recomendações pelo sector. O ponto de situação da implementação das recomendações será apresentado pelo sector na revisão anual de 2011 conforme acordado com a instituição. 4. Acções Realizadas no Âmbito do SCI Diferentemente de 2009, em 2010 não foi possível atingir a meta planificada (100% dos OCI´s em funcionamento). No entanto houve um progresso de 10% em relaçaõ a execução atingida em 2009. Ao nível central ficou por operacionalizar três (3) OCI´s do Ministério das Obras Públicas, da ANE e do INGC que se encontram em processo de criação, pelo que vai se envidar esforços para operacionalização destes OCI´s visto que o processo esta em curso. Ao Nível provincial ficou por operacionalizar quatro (4) delegações provinciais da IGF e um (1) OCI da Direcção Provincial da Agricultura da Zambézia. Ao nível dos municípios não estão em funcionamento quatro (4) OCI´s do Conselho Municipal da Beira, Conselho Municipal de Nampula, Conselho Municipal de Quelimane e Conselho Municipal de Nacala. Estes OCI´s serão todos operacionalizados durante o ano de 2011 (Detalhes nos mapas em anexo). A meta não foi atingida pelas seguintes razões:

• Deficiências na elaboração dos regulamentos internos por parte de alguns OCI´s ao nível nível provincial e dos municípios;

• Em relação as delegações da IGF, estas não foram criadas por causa de vazio legal. Até agora não foi aprovado o novo estatuto da IGF onde se previam a criação destas unidades. O documento foi elaborado e remetido à Comissão interministerial da Função Pública que não tem dado uma resposta clara em relação aos procedimentos para a sua aprovação.

Ao nível do SCI destacam-se as seguintes actividades:

• Realização de auditorias conjuntas com OCI´s sectoriais e provinciais a 16 distritos das províncias de Cabo Delgado (Ancuabe, Meluco, Balama, Ibo, Quissanga), Niassa (Mavago, Majune), Tete (Chifunde, Macanga, Mutarara, Tsangano, Zumbo), e Inhambane (Funhalouro, Homoíne, Guvuro, Mabote), o que corresponde a 13% dos 25% planeados para o presente exercício;

• O lançamento do concurso para o recrutamento de 75 técnicos para os OCI’s bem como a realização dos testes de avaliação de conhecimentos de técnicos;

• Participação na 4ª Conferência anual da Associação Moçambicana de Auditores Internos (AMAI) com mais de 350 delegados do sector público de entre Inspectores e Agentes de Controlo Interno e Gestores Financeiros onde se clarificou a definição do controlo interno e Auditoria Interna;

• Participação na 17ª Conferência da ESAAG (Associação dos Directores Gerais da Contabilidade da Região Austral e Oriental da Africa), que decorreu em Livingstone - Zâmbia de 22 a 26 de Fevereiro de 2010 sob o lema “A contribuição de uma Gestão Financeira Saudável Para Responder ao Impacto Fiscal da Crise Financeira Global ´´, tendo reunido cerca de 522 Delegados (Moçambique também esteve representado com 13 participantes dos diferentes OCI’s) de entre os quais, Directores Gerais de Contabilidade Pública, Auditores Internos e Gestores oriundos dos 14 Países membros da ESAAG;

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• Realização de um seminário na cidade da Beira o Seminário de Harmonização e Padronização da Actuação dos Agentes de Controlo Interno do e-SISTAFE, e a Divulgação do Manual Básico de Auditoria com vista a ser testado na prática e colher contributos dos membros do SCI. Beneficiaram-se deste processo cerca de 42 técnicos do SCI;

5. Estágio da Implementação do e-Sistafe no Process o de Auditoria Todos os técnicos da IGF estão habilitados em consultar os relatórios no sistema e já é possível obter a informação preliminar para a planificação das auditorias. Existem ao nível da IGF 5 terminais do e-sistafe, no entanto continua a ser dificuldade o facto de não existirem trilhas de auditoria nos relatórios fornecidos pelo sistema. Para melhorar este aspecto, foi iniciado em 2010 um trabalho coordenado pelo CEDSIF que envolveu a IGF e o TA com vista a definir e melhorar o tipo de informação gerada pelo sistema de forma a melhor apoiar o processo de auditoria. Um dos objectivos deste trabalho foi de adequar os mapas da Conta de Gerência do TA ao e-sistafe Esforços estão a ser desenvolvidos para melhorar a utilização da informação produzida pelo e-Sistafe pelos OCI´s com vista a melhorar o seu desempenho. Nesta vertente foi iniciado em 2010 o processo de procurement para a aquisição de equipamento para instalar terminais de e-sistafe nos OCI's. A par disso os OCI's foram também instruídos sobre o perfil do equipamento a ser adquirido para nos casos em que tiverem outras fontes de financiamento poderem individualmente adquirir.

Lições apreendidas

• Ainda não há uma clareza sobre os conceitos de auditoria interna e controlo interno, para a generalidade dos gestores com maior destaque ao nível das provincias;

• Necessidade de reforçar os Órgãos de Controlo Interno com mais pessoal qualificado para a função de auditoria interna, maiores recursos financeiros e garantir uma maior autonomia destas na realização das suas actividades;

• Ainda é necessário melhorar a coordenação com os outros órgãos de controlo interno e externo de forma melhorar e aumentar o nível de cobertura do orçamento do Estado auditado ou fiscalizado.

Auditoria Externa

Sumário Executivo

• A meta do indicador da cobertura do Orçamento do Estado auditado pelo TA foi atingida (37%), tendo obedecido as normas técnicas da INTOSAI e a legislação moçambicana.

• Os trabalhos de auditoria e outras actividades realizadas pelo Tribunal Administrativo, como a divulgação das instruções de execução obrigatória, têm despertado a atenção dos gestores públicos sobre a necessidade cada vez maior de se prestarem contas sobre a utilização dos fundos públicos. Este aspecto merece destaque porque representa a consolidação de uma cultura de prestação de contas. Em 2010, 674 entidades prestaram contas ao TA, o que constitui um o número recorde.

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• Foram realizados seminários de divulgação das instruções de execução obrigatória, em todas as províncias que contaram com a participação de 1600 gestores públicos.

• Em 2010, o TA atingiu a meta prevista de 600 auditorias realizadas.

• O TA reforçou o acompanhamento das suas decisões, tendo aplicado sanções financeiras a 42 gestores públicos, em 2010. Assim, de 2007 a 2010, foram responsabilizados 549 gestores públicos.

• O TA deve continuar a envidar esforços no sentido de divulgar o resultado de seus julgamentos e do Relatório e Parecer à Conta Geral do Estado - RPCGE, de maneira acessível para os cidadãos e atempadamente.

• O RPCGE relativo ao exercício económico de 2009 foi publicado na internet num formato de fácil acesso ao utilizador. Foram capacitados técnicos do TA com vista à elaboração da versão simplificada do RPCGE referente ao ano de 2008, cuja publicação está prevista para o 1.º semestre do presente ano.

• No que concerne às auditorias, há uma necessidade de tornar este processo mais

célere, sobretudo aumentando o número de processos julgados. Há um gap muito grande e crescente entre auditorias realizadas e processos julgados. Quanto à publicação de acórdãos da 3.ª Secção, os juízes desta Secção comprometeram-se a mandar publicá-los a partir do presente ano (2011).

• Entraram em funcionamento, em 2010, os tribunais administrativos de primeira instância das províncias de Nampula, Zambézia e Sofala. Existe a necessidade de estudar-se a forma mais exequível da descentralização, sobretudo no que se refere à 3ª secção.

1. Indicador QAD 2010

No que tange ao Indicador QAD, em 2010, o TA cumpriu a meta prevista de 600 auditorias (28 no nível central, 416 no nível provincial, 140 no nível distrital, 9 no nível municipal e 7 nas missões diplomáticas). Em relação à cobertura orçamental, a meta prevista de 37% foi também atingida, o que mostra o cumprimento deste indicador. O quadro abaixo detalha as auditorias realizadas, por grupo de entidades:

Entidades auditadas N.º total de auditorias % do OE

Âmbito Central 28 16.74

Representações no exterior 7 0.89

Províncias 416 10.57

Distritos 140 7.23

Autarquias 9 1.66

Totais 600 37,10

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2. Áreas de melhor desempenho em 2010

•••• O Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado foi elaborado e entregue à Assembleia da República dentro do prazo legal, como vem ocorrendo desde o Parecer relativo ao exercício de 1998;

•••• O TA fortaleceu sua actuação na fiscalização de obras públicas, tendo sido

realizadas 150 auditorias;

•••• Entraram em funcionamento os tribunais administrativos de primeira instância das Províncias de Nampula, Zambézia e Sofala; Contudo, existe a necessidade de estudar-se a forma exequível da descentralização o modo razoável da, sobretudo no que se refere à 3ª secção.

•••• Continua a registar-se melhoria no relacionamento com o controlo interno (IGF),

na medida em que, no princípio de cada ano, tem havido encontros regulares de trabalho entre a IGF e o TA, em que se coordenam os planos de actividades das duas instituições, por forma a evitar que se auditem as mesmas instituições. É de louvar estes encontros, porém existe a necessidade de torná-los mais frequentes, no sentido de haver uma maior partilha de informação entre as instituições;

•••• Está-se na fase de publicação do relatório referente à primeira auditoria de

desempenho, iniciada em 2009. Esta auditoria foi realizada no sector da educação, onde foi seleccionado o projecto de distribuição do livro escolar;

•••• O TA reforçou o acompanhamento das suas decisões, tendo aplicado sanções

financeiras a 281 gestores, de 2005 a 2008, 226 em 2009 e 42 em 2010, totalizando 549 gestores responsabilizados.

3. Áreas de fraco desempenho em 2010

• Embora se tenha dado o início da elaboração da versão simplificada do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral de 2008, esta actividade ainda não foi concluída;

• O acesso público aos acórdãos das auditorias contínua fraco e estes ainda não foram publicados no BR e noutros meios de comunicação;

• O número de processos de auditoria julgados contínua ainda muito baixo. A percentagem dos julgamentos em relação ao número de auditorias está mesmo a diminuir cada ano. Há uma necessidade de torná-los cada vez mais céleres.

4. Avaliação do Desempenho

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a) Acesso Público ao Relatório e Parecer do CGE e a os Acórdãos da Terceira Secção

Os acórdãos de julgamento das auditorias, são comunicados aos próprios auditados, ministros, governadores provinciais e secretários permanentes. A Assembleia da República recebe a colectânea de todos os acórdãos. Quanto ao acesso aos acórdãos de auditoria dispõe o número dois do artigo 5 do Regimento relativo à 3.ª Secção do TA que “São ainda susceptíveis de publicação as instruções emitidas e as decisões em relação às quais a 3.ª Secção do Tribunal determine a respectiva publicação”. Neste caso, recomenda-se que os juízes possam, dentro do seu livre arbítrio, decidir por uma divulgação mais ampla das suas decisões.

Relativamente à publicação dos acórdãos da 3.ª Secção, é de salientar que os juízes desta Secção comprometeram-se a mandar publicá-los a partir do presente ano (2011).

Recomenda-se que o TA intensifique a divulgação de suas decisões, como forma de aumentar a transparência sobre a gestão dos recursos públicos.

Execução do Orçamento e BdPE

OEPLACOR (FC)

Total Geral

OE %PLACOR (FC)

%Total Geral

%

Componente Funcionamento164.359 0 164.359 161.303 98,1 0 161.303 98,1

Salarios e Remunerações 116.352 0 116.352 113.490 97,5 0 113.490 97,5Outras Despesas com Pessoal 16.835 0 16.835 16.784 99,7 0 16.784 99,7Bens e Serviços 25.772 0 25.772 25.628 99,4 0 25.628 99,4Outras Despesas 5.400 0 5.400 5.400 100,0 0 5.400 100,0

Componente Investimento 52.755 156.731 209.486 52.687 99,9 144.516 92,2 197.203 94,1Outras Despesas com Pessoal 17.000 14.895 31.895 17.000100,0 9.512 63,9 26.512 83,1Bens e Serviços 20.755 117.105 137.860 20.751 100,0 112.617 96,2 133.368 96,7Outras Despesas 15.000 24.731 39.731 14.937 99,6 22.387 90,5 37.323 93,9 T. A. de 1.ª Instância 29.293 0 29.293 26.752 91,3 0 26.752 91,3

C. S. M. J. Administrativa5.400 0 5.400 5.067 93,8 0 5.067 93,8

Total Geral 251.807 156.731 408.538 245.809 97,6 144.516 92,2 390.325 95,5

Unidade: Mil Meticais

Dotação Orçamental Execução

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O quadro acima apresenta a Dotação e Execução do Orçamento do Estado e do Fundo Comum, verificando-se que a execução total situou-se em 95,5%. A Componente Investimento foi responsável pela execução de 94,1% e a Componente Funcionamento pela execução de 98,1%.

b) Auditorias Julgadas No que tange ao número de processos de auditoria julgados, há uma necessidade de torná-los cada vez mais céleres, pois, o gap existente entre auditorias realizadas e julgadas continua ainda muito alto.

Ano

Auditorias

Realizadas Julgadas (%)

2005 68 25 36,8

2006 167 45 26,9

2007 357 66 18,5

2008 350 33 9,4

2009 491 52 10,6

2010 600 13 2,3

Ressalte-se que, em 2010, foram encaminhados ao Ministério Público 213 processos de auditoria e 33 contas de gerência com vista a sua preparação para o julgamento. Ainda no mesmo período, destes foram devolvidos ao cartório do TA para o seguimento de diligências 202 processos de auditoria e 29 contas de gerência

c) Fiscalização Prévia (Visto) No que tange ao visto de pessoal, o número de processos devolvidos tem aumentado substancialmente, tanto em termos absolutos, assim como em termos relativos, como ilustra a tabela a seguir.

Ano Processos

Recebidos Devolvidos (%)

2008 164.105 21.846 13,31

2009 127.550 31.491 24,69

2010 91.804 25.305 27,6

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Este aumento teve como causa, dentre vários factores:

• Falta de cabimentação de verba;

• Nomeação de cidadãos com mais de 35 anos de idade;

• Falta de quadros de pessoal distrital aprovado;

• Execução de contratos antes do visto, etc.

Seguidamente, apresenta-se o quadro do Movimento Processual do Visto Relativo ao Pessoal em 2010:

Processos Totais %

Apreciados 91.804 100

Devolvidos 25.305 27,6

Recusados 611 0,7

Visados 58.128 63,3

Anotados 7.760 8,5

À semelhança dos Processos Relativos ao Pessoal, cresceu, também em termos absolutos, o número de Processos não Relativos ao Pessoal devolvidos, contrariamente ao que aconteceu em termos relativos.

Ano Processos

Recebidos Devolvidos (%)

2008 3.895 2.673 68,63

2009 6.759 3.680 54,44

2010 5.909 3.260 55,2

Este crescimento deveu-se, entre outras, às seguintes razões:

• Execução de contratos antes do visto;

• Inexistência de garantias bancárias;

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• Falta de cabimentação de verbas;

• Contratos não datados;

• Falta da cláusula anti-corrupção, etc.

Seguidamente apresenta-se o quadro do Movimento Processual do Visto não Relativo ao Pessoal em 2010:

Processos Totais %

Apreciados 5.909 100

Devolvidos 3.260 55,2

Recusados 575 0,02

Visados 2.074 35,1

d) Contas de Gerência apresentadas ao TA Como se pode verificar no quadro abaixo, em 2010, o número de contas recebidas aumentou, enquanto que as verificadas assim como as julgadas baixou drasticamente:

Ano Contas

Apresentadas Verificadas Julgadas (%)

2005 76 171 17 9,9

2006 93 77 4 5,2

2007 407 253 9 3,6

2008 436 160 7 4,4

2009 621 422 8 1,9

2010 674 214 1 0,5

Apesar de o número das contas apresentadas ter crescido no período em análise, o das contas julgadas, é muito baixo, tendo sido julgada apenas uma conta (0,5 %).

e) Medidas adoptadas diante de casos com indícios d e prática de corrupção

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Apreciação e o julgamento das contas pelo TA, obedece uma tramitação e procedimentos que são prescritos na lei. Assim, diferentemente do que ocorre em instituições de controlo de outros países, o Ministério Público participa nas sessões de julgamento e pode, por iniciativa própria, requerer cópias de quaisquer processos e iniciar as respectivas acções criminais, caso assim o entenda. Além desta presença do Ministério Público, como fiscal da Lei, o TA, caso identifique indícios de prática de crime, remete o respectivo processo à Procuradoria-Geral da República para a devida análise e medidas judiciais. Em síntese, o TA não julga as infracções criminais, mais sim as encaminha à PGR, a quem compete o seguimento até ao julgamento pelos tribunais comuns das acções penais.

f) Recursos Humanos

Em 2010, previa-se o recrutamento de 49 funcionários para as carreiras de regime geral e especial, entretanto, por inexistência de orçamento, esta actividade não foi realizada.

Foram admitidos 86 funcionários para os tribunais administrativos, dos 105 previstos para o ano de 2010. Relativamente a capacitação dos técnicos, os mesmos estão a ser formados em serviço.

Ainda no ano em análise, foi realizado um total de 26 acções de formação, que contaram com a participação de 1.779 funcionários, tendo sido ministradas em 999 horas.

Salienta-se que, em 2010, estiveram envolvidos 162 técnicos (CAF e CGE) nos trabalhos de auditoria.

g) e- SISTAFE O TA já dispõe de acesso ao e-SISTAFE, indo de encontro com o padrão internacional para exercício do controle externo, o que representa um grande avanço para a actividade fiscalizadora desta instituição.

h) Descentralização Com o objectivo de tornar o acesso da jurisdição administrativa mais próximo do cidadão, foram inaugurados os Tribunais Administrativos de Primeira Instância das provinciais de Nampula, Sofala e Zambézia. Contudo, existe a necessidade de estudar o modo razoável da descentralização, sobre tudo no que refere à 3ª Secção

Auditoria de Desempenho

A experiência colhida neste primeiro trabalho, prende-se com a utilização de um pacote informático (SPSS) para a interpretação de dados recolhidos aquando da realização da auditoria para a introdução na matriz de achados com vista a elaboração do respectivo relatório.

Lições aprendidas

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A semelhança do ano de 2006, no presente ano foi encomendada o Diagnóstico Institucional que culminou com a elaboração do Plano Estratégico (2011-2014).

2. Relatórios do Grupo do Pilar Governação

2.1 relatório da reforma do sector público Indicador 12 : com base em análises adequadas: (i) Aprovação de uma nova Política de Pensões; (ii) Aprovação da Estratégia de Habitação da Função Pública; (iii) Implementação do subsídio de localização.

1. SUMÁRIO EXECUTIVO

Relativamente ao indicador 12, duas das três metas foram atingidas, nomeadamente a aprovação da

Estratégia de Habitação da Função Pública e a implementação do subsídio de localização; sendo que a

terceira designadamente, a aprovação de uma nova Política de Pensões está em curso.

Considera-se ainda que em 2010 registaram-se avanços assinaláveis no quadro da (i) melhoria de

prestação de serviços com destaque para a redução do tempo de espera para a obtenção de alguns

serviços chave, (ii) profissionalização da Função Pública com destaque para a expansão do ensino à

distância de nível básico para mais 10 distritos; (iii) boa governação e combate à corrupção, com realce

para a realização da 2ª Pesquisa Nacional sobre Corrupção e Governação. Está em curso o processo que

levará a realização de algumas acções de relevo, nomeadamente a aprovação da estrutura integrada dos

Governos provinciais e da Política e Estratégia Nacional de Descentralização; bem como a ratificação da

Carta Africana da Função Pública.

É de salientar que a implementação da RSP em 2010 permitiu concluir que a sustentabilidade da

componente de melhoria da prestação de serviços a todos os níveis (central e local) está associada à

massificação do uso das técnologias de informação e comunicação na provisão de serviços; à qualidade

do quadro legal dos processos e procedimentos para a obtenção de serviços; e da institucionalização da

abordagem de pesquisa periódica de satisfação do utente dos serviços públicos. Por outro lado, a

sustentabilidade da reforma do sector público está associada a consolidação da sua integração no CFMP,

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PES/OE e bPES, sendo que para a efectivação desse propósito foram elaboradas orientações

metodológicas e um guião para a integração das actividades da RSP nos PES.

2. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EM 2010

Avaliação geral do desempenho em 2010

Em relação as metas estabelecidas para o ano de 2010, é de destacar a aprovação, pelo Conselho de

Ministros, da Política e Estratégia de Habitação, que irá beneficiar 150 mil combatentes, 5 mil jovens e

180 mil funcionários do Estado. Com este instrumento, pretende-se facilitar a provisão de habitação

condigna e um melhor ambiente de vida ao grupo alvo estabelecido.

Foi também Iniciada, no quadro da Política Salarial de Médio Prazo, a implementação do Subsídio de

Localização para os funcionários e agentes do Estado, aprovado através do Decreto n. 91/2009, de 31 de

Dezembro. O mesmo abrange cerca de 70% dos funcionários e agentes do Estado afectos aos distritos

em todo o país.

No quadro da Política de Pensões, foi aprovada pelo Governo, através do Decreto 27/2010 de 12 de

Agosto, o Regulamento da Previdência Social dos Funcionários e Agentes do Estado (REPFAE).

Paralelamente, foi criada a Direcção Nacional de Previdência Social pela Resolução nº 28/2010, de 23 de

Agosto, da Comissão Interministerial da Função Pública, que aprova o Estatuto Orgânico do Ministério

das Finanças. A criação desta direcção visa flexibilizar e tornar mais eficientes os serviços prestados aos

beneficiários da previdência social do Estado. De salientar que esta direcção encontra-se a conduzir o

Estudo sobre a reforma do sistema de pensões, nomeadamente, os estudos actuais e operacional, cuja

conclusão está prevista para o ano de 2011.

Ainda em 2010, foram implementadas acções de relevo no campo da melhoria de prestação de serviços

com destaque para a (i) expansão e redução do tempo de espera para a obtenção de alguns serviços

chave como são os casos do BI e passaporte biométrico e do registo criminal; e (ii) para a instalação,

numa primeira fase, de Terminais Electrónicos de Avaliação da Satisfação do Utente nos Balcões de

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Atendimento Único (BAUs) de todas as capitais provinciais, com vista a monitoria da melhoria contínua

dos serviços prestados nos mesmos.

Com vista a profissionalização da Função Pública foi feita a expansão do ensino à distância de nível

básico para mais 10 distritos (perfazendo o total de 30 distritos com esta modalidade de ensino e

abrangendo 900 funcionários); iniciada a implementação do Sistema de Gestão de Desempenho na

Administração Pública (SIGEDAP), tendo sido elaborados os planos de actividades sectoriais e

individuais, bem como assinados os acordos de desempenho pelos grupos alvo a nível nacional, e

realizadas acções de capacitação em matérias de implementação deste instrumento que contaram com

a participação cerca de 850 funcionários; lançado o II Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do

Estado.

No campo da boa governação e combate à corrupção, destaca-se o arranque da 2ª Pesquisa Nacional

sobre Corrupção e Governação cuja conclusão está prevista para o mês de Abril de 2011; a capacitação

dos membros dos observatórios de desenvolvimento provinciais e conselhos consultivos distritais ao

nível de todo o país, no âmbito do reforço do envolvimento das comunidades locais na participação na

governação e monitoria; a revisão dos planos de acção anti-corrupção sectoriais e provinciais com vista

a priorização das actividades de combate à corrupção e melhoria da formulação dos planos de

monitoria. Foram igualmente emanadas orientações metodológicas para os sectores e províncias, no

âmbito da integração das actividades de reforma e de combate à corrupção no PES, em coordenação

com o Ministério da Planificação e Desenvolvimento, tendo sido elaborado um guião intitulado

"Integrando Acções da Reforma do Sector Público (RSP) nos Planos Económicos e Sociais (PES)".

Foi também realizada a Avaliação Preliminar da Fase II da Reforma do Sector Público, que constitui um

instrumento importante rumo ao estabelecimento das directrizes para a elaboração da proposta da

abordagem da reforma pós 2011. Esta avaliação concluiu que as quatro prioridades do Programa da

Reforma do Sector Público são e continuam pertinentes e que em termos globais, o nível de eficácia das

intervenções do programa é positivo; e recomenda que (i) no desenho da nova abordagem da reforma,

deve-se reforçar os fundamentos do actual programa, com enfoque na prestação de serviços ao cidadão

e ao sector privado a nível local, (ii) manter e reforçar a abordagem transversal sem descurar as

especificidades sectoriais, (iii) reforçar a abordagem participativa no processo do desenho da proposta

do pós-2011, salvaguardando a participação efectiva do Governo, Sociedade Civil, Sector Privado e

Parceiros de Cooperação (iv) Desenhar um roteiro para a elaboração da fase pós-2011, (v) encorajar os

parceiros de cooperação para apoiarem as reformas transversais e sectoriais, acrescentando

compromissos para o alcance de resultados previamente acordados.

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Os principais desafios em 2011 referem-se a necessidade de consolidar a melhoria da prestação de

serviços através da contínua simplificação de procedimentos e descentralização de competências;

conceber a próxima abordagem de reformas com base na Avaliação Preliminar da Fase II do PRSP;

definir as futuras intervenções na área de boa governação e combate à corrupção com base nos

resultados da II Pesquisa Nacional Sobre Governação e Corrupção; prosseguir com acções com vista a

fortalecer a participação comunitária no processo de planificação e monitoria da governação local; e

assegurar a inclusão da monitoria das acções da RSP e de Combate à Corrupção no bPES;

Em relação aos 3 estudos previstos para 2011, é de destacar:

(i) Impacto no fundo de pensões da integração do subsídio técnico no cálculo de pensões: o Governo

considera que o bónus especial foi sempre parte integrante das pensões, havendo apenas a necessidade

de se fazer reflectir o aumento salarial no mesmo9, situação essa resolvida com a aprovação do

Regulamento da Previdência Social dos Funcionários e Agentes do Estado;

(ii) Efeitos na despesa salarial da integração do subsídio técnico no salário base: em curso;

(iii) impacto da implementação do subsídio de localização: o estudo encontra-se em curso, sendo que

um dos capítulos já concluído refere que a operacionalização do subsídio de localização rondou os 690

milhões de meticais em 2010.

Execução orçamental

Durante o exercício em análise, o PRSP teve uma execução orçamental moderada, na ordem de 68.07%.

Este nível de execução orçamental deriva do facto de só ter sido possível iniciar a utilização dos fundos

via e-SISTAFE a partir da segunda quinzena do mês de Junho. Contudo, é de salientar que as actividades

da RSP foram implementadas a um ritmo satisfatório, tendo em conta que das 116 metas estabelecidas

para todo o sector público, 96 (83%) foram atingidas e 20 (17%) não atingidas mas em franco progresso.

De salientar que a execução orçamental do Ministério da Função Pública em 2010 foi de 90 %.

2.3 Assuntos de atenção especial

9 Sempre que se verificava o aumento salarial, o mesmo não se reflectia no bónus especial que permanecia o

mesmo. Actualmente, o Regulamento da Previdência Social prevê esse aumento.

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Em relação aos assuntos de atenção especial da Revisão Conjunta de 2010, há que referir o seguinte:

i. Reforço das acções de capacitação das UGEAs, com destaque para o nível local, com vista a melhorar a

implementação do processo de contratações públicas, em particular, no uso adequado do ajuste directo.

Neste âmbito, foi elaborada a estratégia de formação e capacitação e levadas a cabo 59 Acções de

formação das quais 9 de âmbito Central, 20 Provincial e 30 Distrital, abrangendo um universo de 703

funcionários afectos às UGEAs. Estes dados indicam um crescimento significativo do número de

formações pois ultrapassou-se em 54% o conjunto de formações realizadas em 2009.

2.4.desempenho da RSP em relação as principais reformas centrais

O Programa da Reforma do Sector Público Fase II passou a estar ligado ao E-SISTAFE em 2010, sendo

que os desembolsos passaram a ser feito via esse instrumento do Governo, o que possibilitou uma

maior flexibilidade dos processos. Por outro lado, a aquisição de bens e serviços foram feitos com base

no Decreto nº 15/2010 de 24 de Maio.

2.5 Assuntos transversais ligados à RSP

Neste domínio destaca-se:

(i) Estratégia de Combate ao HIV e SIDA na Função Pública: foi aprovado o projecto de financiamento à

sua implementação, realizados 14 seminários de sensibilização das lideranças, formados 30 Pontos

Focais em matéria de criação de base de dados das acções desenvolvidas no âmbito da implementação

da Estratégia.

(ii) Estratégia do Género na Função Pública: foi constituído o Grupo de Referência multissectorial10 que

terá a responsabilidade de monitorar as acções de sua implementação; e iniciado o processos de análise

dos planos sectoriais com vista à implementação desta Estratégia.

(iii) Descentralização: iniciado o processo conducente à realização do estudo sobre o Impacto das

Competências Desconcentradas. O objectivo essencial é o de diagnosticar e avaliar o grau de

implementação e o impacto do processo de desconcentração de competências em Moçambique, de

10 Integram este Grupo os seguintes Ministérios: Função Pública, Mulher e Acção Social (MMAS), Educação

(MINED), Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), Finanças (MF), Planificação e Desenvolvimento (MPD),

Trabalho (MITRAB); as Escolas de Governo (Instituto Superior de Administração Pública – ISAP e Instituto de

Formação em Administração Pública e Autárquica de Maputo – IFAPA Maputo) e a Organização Nacional dos

Professores (ONP).

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forma a permitir ao Governo a tomada de acções pertinentes que conduzam à contínua consolidação

deste processo.

3. LIÇÕES APRENDIDAS

A sustentabilidade da componente de melhoria da prestação de serviços a todos os níveis (central e

local) está associada à massificação do uso das técnologias de informação e comunicação na provisão de

serviços; à qualidade do quadro legal dos processos e procedimentos para a obtenção de serviços; e da

institucionalização da abordagem de pesquisa periódica de satisfação do utente dos serviços públicos.

Por outro lado, a sustentabilidade da reforma do sector público está associada a consolidação da sua

integração no CFMP, PES/OE e bPES, sendo que para a efectivação desse propósito foram elaboradas

orientações metodológicas e um guião para a integração das actividades da RSP nos PES.

2.2 Relatório do Grupo de Trabalho para a Descentra lização

I. Breve balanço da descentralização em 2010 No prosseguimento da implementação do processo de descentralização em Moçambique, no ano transacto foram concretizados passos importantes que concorrem para a transferência de recursos e funções quer para os órgãos locais do Estado, quer para as autarquias locais.

Nesse âmbito, importa destacar a efectivação da transferência de todas as componentes do Orçamento do Estado para a gestão directa dos distritos (investimento, bens e serviços incluindo os salários) em 2010, estando a decorrer, neste momento, para alguns sectores, a conclusão de aspectos procedimentares, como a transferência de processos individuais dos funcionários da província para os distritos e outros casos.

No mesmo espírito, foi aprovado o Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana e definido em Novembro de 2010 e, o orçamento para o financiamento das respectivas actividades no Orçamento do Estado para 2011 a ser implementado em 11 municípios, 10 cidades capitais e o município da cidade de Maputo.

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No concernente ao quadro organizativo dos OLEs, foram aprovadas as estruturas tipo do Governo para os níveis de Posto Administrativo e Localidade em Dezembro de 2010 e a implementação iniciará em 2011.

Relativamente ao reforço da capacidade técnica dos órgãos locais para a execução das suas competências e funções no âmbito da descentralização, salienta-se a realização das seguintes actividades:

• Lançamento do Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas em Novembro de 2010, tendo concluído a instalação de condições para o seu funcionamento ao nível central e em fase de conclusão a instalação das condições de operacionalidade ao nível local;

• Elaboração do Manual de Procedimento do Fundo Distrital de Desenvolvimento visando aperfeiçoar as ferramentas de gestão do fundo pelos órgãos locais em articulação com as comunidades;

• Capacitação dos dirigentes e técnicos dos órgãos locais do Estado e Autarquias em Agosto e Outubro de 2010, através da realização das Reuniões Nacionais dos Governos Locais e dos Municípios onde foram, discutidos os problemas de operacionalização dos instrumentos regulamentares da gestão pública local, os desafios e partilhadas as propostas de solução dos mesmos e, realização de cursos de capacitação de curta duração para os técnicos dos OLEs e municípios, incluindo capacitação para os membros dos Conselhos consultivos locais por iniciativa dos governos locais;

• Lançamento piloto do Sistema de Gestão Municipal, ao nível de 13 municípios da zona norte;

• Reforço das condições para a cobrança dos impostos ao nível dos municípios através de acções como: (i) a aprovação do regulamento de Imposto Predial Autárquico – 11/2010, (ii). a assinatura de um Memorando entre a ANAMM e a Autoridade Tributária em Agosto de 2010 que visa a capacitação dos técnicos municipais nas matérias tributárias e a organização das bases de dados e cadastros dos contribuíntes entre outras actividades;

• Efectuadas inspecções ordinárias aos municípios e órgãos locais do Estado com caracter formativo e punitivo, destacando-se nesse âmbito, a realização de sindicâncias à 11 municípios e 28 distritos pela Inspecção da Administração Local (IAL), por se constatarem indícios de ilegalidade nas suas actividades.

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Apor último, há a destacar a conclusão da proposta de Política e Estratégia de Desecntralização a ser aprovada no ano de 2011, estando agendada para apreciação pelo CM em Julho.

II. Progressos e Avaliação dos Indicadores para 2010 2.1. Ponto de situação dos indicadores No que diz respeito à Matriz do QAD 2010, a área de Descentralização tem os seguintes três indicadores:

• Indicador 10: percentagem do orçamento transferido para as províncias, os distritos e as autarquias;

• Indicador 11: percentagem de conselhos consultivo distritais que funcionam de acordo com a LOLE e o respectivo Regulamento;

• Indicador 13: percentagem de receitas próprias (em relação ao orçamento anual) por categoria dos 33 municípios.

O indicador nº 10, transferências fiscais as províncias, distritos e autarquias, foi atingido com superação da meta proposta.

O indicador nº 11, percentagem de conselhos consultivos distritais que funcionam de acordo com a LOLE e o respectivo Regulamento, foi não atingido mas com progressos, pois, foi possível avaliar 2911 distritos dos 45 definidos como meta para 2010. Estes apresentam um desempenho variável no que concerne à cada um 5 itens previstos, isto é, para alguns itens as metas foram atingidas e para outros não.

O Indicador nº 13 percentagem de receitas próprias (em relação ao orçamento anual) por categoria dos 43 municípios, foi não atingido mas com progressos. Este estabelece a relação entre a receita própria e a despesa total do Município que engloba recursos externos e internos, de acordo com a nota técnica 13, a avaliação do indicador é feita por categorias (vilas, cidades e cidades capitais). Com efeito, até ao momento foi possível recolher e sistematizar dados de apenas 15 dos 43 municípios existentes e a meta estabelecida para 2010 é de um acréscimo de 5% em relação a 2009. Dado a reduzido número de dados existentes, menos da metade dos municípios, torna-se difícil fazer qualquer tipo de extrapolação, no entanto veja-se

11 Importa destacar aqui que os critérios para definiçãoda mesta para o indicador 11 teve em consideração o

seguite: depois de se ter constatado em 2007 que não era exequível averificar a sua implementação nos 128

distritos concordou-se definir um número de distrito, assim, os 29 distritos verificados no ano 2010 são os últimos

dos 128, tendo parte deles sido verificados em 2007, outros em 2008, outros em 2009 e estes são os faltavam.

Assim a meta foi mal definida, o núero de distritos a propôr no para o ano de 2010 deveiria ter sido 29 e não 45.

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no anexo III que há uma tendência de crescimento da % da receita própria em relação ao orçamento anual de 2008 para 2009 esperando-se que tal tendência se confirme em relação a 2010 quando se concluir a sistematização da informação.

2.2. Avaliação dos Indicadores Indicador nº10: A definição da meta tem como base a metodologia onde se deduz do Orçamento global, as despesas realizadas ao nível central. Verifica-se entretanto que para o ano 2010, a execução provincial, distrital e autárquica situou-se acima da meta actualizada. E, na meta para 2011, mais recursos estão sendo canalizados para os distritos. O quadro seguinte mostra as metas de alocação de recursos orçamentais por âmbito territorial para 2010 e 2011 e a execução de 201012.

Quadro 1: Transferências para as Províncias, Distri tos e Autarquias

Milhões de MT

Provincial Distrital Autarquico

Funcionamento 21,779.90 4,821.40 709.10

Investimento 6,827.80 1,919.80 341.80

Total 28,607.70 6,741.20 1,050.90

Execução 2009 29.7% 5.8% 1.1%

Meta actualizada Lei_2010 24.0% 5.2% 1.0%

Execução 2010 29.8% 7.0% 1.1%

Execução 2010

Indicador nº 11: Este indicador relaciona-se com a participação comunitária. A análise das fichas dos 29 distritos recebidas permite concluir que há progressos na consolidação do funcionamento dos conselhos locais à todos os níveis pois o conhecimento e compreensão de participação comunitária quer nos processos de planificação distrital quer na gestão dos assuntos do dia-a-dia assim como das respectivas comunidades é cada vez mais evidente. Contudo, as actas e fichas de sessões dos Conselhos Consultivos Distritais seleccionados pelas províncias para análise no ano de 2010 (ver anexo II), indicam que (i) Realizaram-se duas sessões ordinárias e um número variável de sessões extraordinárias com agendas que para além de incluir debates sobre PESODs e PEDDs, passaram a ser dominadas por debates de assuntos de interesse das respectivas comunidades (queimadas descontroladas, questões ligadas a terra, segurança, calamidades, conflito homem animal, entre outros) diferentemente de antes que centravam-se mais em questões ligadas ao OIIL; (ii) a representação de mulheres nas reuniões dos CCD continua abaixo dos 30% variando entre 25% a 28%; (iii) o monitoramento da implementação do PESOD continua sendo um desafio dada a exigüidade de

12 A execução para 2010 de acordo com o Relatório de Execução do OE superou as metas da Lei 2010.

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recursos para suportar as despesas de deslocação dos membros do CCD aos postos administrativos e localidades, por isso, foram poucos os distritos que monitoraram a implementação do PESOD.

Face ao ponto de situação deste indicador, embora o desafio continua a ser a necessidade de consolidação dos conselhos locais à todos os níveis através de acções contínuas de fortalecimento das capacidades dos seus membros, já é notório existir no seio das comunidades locais uma perspectiva pró-activa sobre a definição das prioridades constantes ou que devem constar nos planos distritais de desenvolvimento e do papel dos conselhos locais.

No indicador 13: a quantidade de balancetes recebidos dos municípios é em número bastante reduzido o que não permite tirar conclusões. No entanto consegue-se perceber que há uma grande variação de um município para outro, sobretudo nos municípios de vila. Nas cidades capitais a variação não é tão abismal.

III. Avaliação do Desempenho

3.1. Assuntos de atenção especial

A revisão da Lei 8/2003, de 19 de Maio até 2011 constitui um aspecto constante da Matriz do Governo. Nesses termos, importa referir que o Projecto de Lei revisto já foi submetido ao Conselho de Ministros, para apreciação em Março corrente e posterior submissão à Assembleia da República para aprovação.

A questão do desenvolvimento de capacidades ao nível local, quer para os OLEs assim como para os municípios constitui ainda um desafio, pois, há todo um conjunto de elementos e instrumentos que ainda estação na fase de instalação. Concretamente, as competências e funções são novas para àquele nível, os instrumentos estão sendo aprovados progressivamente os meios para operacionalização das competências e gestão das funções são escassos ou quase inexistentes em alguns órgãos locais. Assim trata-se de uma conjuntura que carece de muita intervenção dos vários níveis para que os patamares almejados sejam alcançados. Por outro lado, há que considerar a concretização de incentivos à fixação de técnicos qualificados ao nível dos órgãos locais, habitação, transporte e comunicação, num contexto de crise financeira e exiguidade de recursos, até para a contratação de pessoal para o preenchimento dos quadros de pessoal distritais ora aprovados.

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No mesmo contexto foi desenvolvido um sistema de monitoria e avaliação avaliação do desempenho os Governos Distritais ( )que começou a ser implementado no ano de 2011 a titulo piloto em 30 distritos no âmbito do Programa Nacional de Planificação e Finanaças Descentralizadas.

De acordo com a análise do balanço das actividades ao nível da descentralização, pode-se considerar que a área que apresentou melhor desempenho, foi a gestão financeira, pois foi efectivada a transferência de todas as componentes do Orçamento do Estado para gestão do Distrito e ao nível das transferências para os municípios também se concretizou o que foi previsto na lei OE para 2010. Com efeito, apesar dos comandos centrais terem se consumado, verificam-se pequenas dificuldades de carácter operacional, sobretudo na passagem dos recursos da província para o distrito, contudo não constitui constrangimento a ultrapassar com a consolidação do processo.

3.2. Áreas de fraco desempenho & Desafios

Pode-se considerar que (i) a operacionalização dos instrumentos de gestão do FDD e do PERPU; (ii) a cobrança de receitas próprias pelos municípios, principalmente os impostos; (iii) a efectivação da transferência de competências para os municípios; (iv) a implementação efectiva do Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas; (v) a gestão do solo urbano; (vi) a articulação entre os planos sectoriais e os planos territoriais numa abordagem integrada que favoreça o desenvolvimento local; (vii) a construção e reabilitação de infra-estruturas para os OLEs, incluindo a fiscalização de obras e a melhoria das relações com os empreiteiros; (viii) a capacitação dos Conselhos Consultivos Locais; e (ix) o controlo interno e externo dos órgãos locais, são áreas que merecem atenção para que o desempenho melhore nos próximos anos . Nesse sentido, importa referir que estão sendo empreendidos esforços pelo Governo e parceiros para se ultrapassar estes desafios.

3.3. Assuntos Transversais

Quanto aos assuntos transversais, regista-se a implementação de algumas actividades como feiras de saúde, palestra e distribuição de materiais de campanha para sensibilização como iniciativas dos sectores da área e dos órgãos locais do Estado e Municípios. Porém, há necessidade de encontrar mecanismos que ajudem a operacionalizar a Estratégia de HIV-SIDA e do Género da Função Pública, pois os ainda não está muito disseminado e clarificada as

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formas de sua implementação. Importa referir que no que se refere ao HIV-SIDA ó enfoque incidir também nos infectados e afectados, mas isso ainda está aquém dos níveis necessários.

ANEXOS

ANEXO I – INDICADOR 10

Para concepção do indicador usa-se a metodologia onde se deduz do Orçamento global, as despesas realizadas ao nível central. O quadro 1 mostra a execução do Orçamento de Estado em 2010.

Quadro 1: Orçamento Deduzido

Orçamento de Despesa Deduzido Execução 2010

1.Despesa Total-2010 104,976.50

2. Operações Financei ras 4,172.50

3. Encargos da Divida 2,672.90

4. Eleições Gera is e Provincia is 0.00

5. MCA 881.00

6. Direi tos Aduaneiros 1,129.79

OE Desp. Deduzido = 1-2-3-4-5-6 96,120.31

O quadro 2 mostra a execução anual da alocação de recursos orçamentais por âmbito territorial para 2010, representando o peso do total de alocação em relação ao total de despesa excluído despesas executadas centralmente.

Quadro 2: Transferências para as Províncias, Distri tos e Autarquias

Milhões de MT

Provincial Distrital Autarquico

Funcionamento 21,779.90 4,821.40 709.10

Investimento 6,827.80 1,919.80 341.80

Total 28,607.70 6,741.20 1,050.90

Execução 2009 29.7% 5.8% 1.1%

Meta actualizada Lei_2010 24.0% 5.2% 1.0%

Execução 2010 29.8% 7.0% 1.1%

Execução 2010

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A execução para 2010 de acordo com o Relatório de Execução do Orçamento do Estado superou as metas da lei de 2010. Comparando a execução de 2010 com a de 2009, nota-se melhoria ao nível provincial, distrital verificando-se incrementos na ordem de 0,1 pp e 1,2 pp respectivamente, Sendo que para o nível autárquico manteve-se em 1,1%.

ANEXO II – INDICADOR 11

1.2. Participação comunitária

Nesta área houve progressos na consolidação do funcionamento dos conselhos locais a todos os níveis pois o conhecimento e compreensão de participação comunitária quer nos processos de planificação distrital quer na gestão dos assuntos do dia-a-dia das respectivas comunidades é cada vez mais evidente.

Da informação constante nas actas e fichas de sessões disponíveis dos Conselhos Consultivos Distritais seleccionados pelas províncias para análise no ano de 2010 constantes em anexo III, constata-se que realizaram duas sessões ordinárias e um número variável de sessões extraordinárias. Em geral, todos os Conselhos Consultivos Distritais realizaram mais sessões extraordinárias que ordinárias.

Baseadas nas actas e fichas recebidas dos 29 de um universo de proposta de 45 distritos da amostra, observou-se o seguinte: 1) os 29 dos 45 distritos propostos para avaliação realizaram duas reuniões ordinárias (no primeiro e no terceiro trimestres); 2) a representação de mulheres nas reuniões dos CCD continua abaixo dos 30% variando entre 25% a 28%; 3) o monitoramento da implementação do PESOD continua sendo um desafio dada a exiguidade de recursos para suportar as despesas de deslocação dos membros do CCD aos postos administrativos e localidades, por isso, foram poucos os distritos que monitoraram a implementação do PESOD.

As agendas das sessões para além de incluir debates sobre PESODs e PEDDs passaram a ser dominadas por debates de variados assuntos de interesse das respectivas comunidades (queimadas descontroladas, questões ligadas a terra, segurança, calamidades, questões de desenvolvimento das comunidades, entre outros) diferentemente de momentos anteriores que centrava-se em questões ligadas ao OIIL.

A composição dos CCD obedece ao preceituado na legislação, pois, os 31 CCDs em avaliação contam com 45 a 50 membros. Porém, até então, continua em alguns distritos a decorrer o processo de reconfirmação da legitimidade dos seus membros com vista a tornar os órgãos mais representativos e participativos.

Embora o desafio continua a ser a necessidade de consolidação dos conselhos locais a todos os níveis através de acções contínuas de fortalecimento das capacidades dos seus membros, já é notório existir no seio das comunidades locais uma perspectiva pró-activa sobre a definição

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das prioridades constantes ou que devem constar nos planos distritais de desenvolvimento e do papel dos conselhos locais.

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AVALIÇÃO DOS CONSELHOS LOCAIS - 2010

Províncias

Distritos

Nº.Actas Recebidas

Sessões Ordinárias

Sessões Extraordinárias

Participantes

Percentagem. de Partic. Mulher

Participação. CCL na elaboração dos PESODs e PDDDs

Monitoria da Implement.do PESOD do ano em curso e apreciação do Balanço do PESOD/PEDD do ano anterior

1º trim

3º trim

Hom

Mul

Total

1 Niassa Ngauma 1 03/05/10 29 Não Não

Mecula 1 27/04/10

34 Não Sim

Mecanhelas 1 04/05/10 35 Não Sim

2 C.Delgado

Ancuabe

Meluco

Mecufi 2 20/04/10

09/07/10 35 11 46 Sim Sim

Pemba Metuge

2 13/02/10

04/06/10

38 12 50 Sim Sim

3 Nampula

Lalaua

Angoche 1 18/06/10

33 17 50 Sim Sim

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Muecate 1 11/06/10

37 13 50 Sim Sim

Memba 28/06/10 35 15 50 Sim Sim

Mogovolas 1 11/06/10

sim

Mossuril

4 Zambézia

Namarroi

1 08-16/03/10

27 Não Sim

Pebane

1 28/04/10 55 Não Sim

Mopeia 1 02/02/10

34 16 50 Não Não

Províncias

Distritos

Nº.Actas Recebid

Sessões Ordinárias

Sessões Extraordinárias

Participantes

Percentagem. de Partic. Mulher

Participação. CCL na elaboração dos PESODs e PDDDs

Monitoria da Implement.do PESOD do ano em curso e apreciação do Balanço do PESOD/PEDD do

1º trim

3º trim

Hom

Mul

Total

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as ano anterior

5 Tete

Angónia

2 23/04/10

30/09/10

3 30 20 50 sim Sim

Chiúta

Chifunde 1 26-27/07/10

34 16 50

Mutarara

Zumbo 1 21/01/10

31 19 50 sim Sim

6 Manica Sussundenga

Macossa 1 06/06.10

50 sim Sim

7 Sofala

Marromeu

8 Inhambane

Massinga Panda

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9 Gaza

Massangena

1 11-12/02/10

56 Não Sim

Chicualala 1 05/04/10

32 10 42 23.8% Sim Sim

10

Maputo Avaliados todos os distritos

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2.3 Relatório do Sector Justiça

1. Sumário Executivo

A análise dos indicadores na área da justiça em 2010, tende a manter o quadro de resultados registados em 2009, o qual denota que dos cinco, dois foram atingidos, designadamente, o 15 relativo à assistência e patrocínio jurídico aos cidadãos e 1613 , referente aos casos de corrupção. Não foram atingidos os indicadores 14, sobre o número de casos julgados strictu sensu do judicial, o 1714 referente aos casos instruídos dentro do prazo de instrução preparatória, o 18 sobre a operatividade policial, embora registem progressos.

De uma forma geral o Sector registou em média uma execução de 85.25 %, denotando ser inferior em relação ao ano passado, em algumas instituições.

Em função da análise dos dados constantes da matriz de balanço de seguimento da Auditoria de desempenho, a matéria continua sendo de atenção especial das instituições auditadas, as quais tem dado cumprimento as recomendações no âmbito das suas competências específicas, sendo de notar a regularização das constatações registadas, admitindo porém que prevalecem desafios acerca de algumas fraquezas com incidência particular no reforço da capacidade de gestão das instituições.

A área da assistência jurídica e patrocínio Judiciário mantém a sua tendência de estabilidade e progresso. Por outro lado a área prisional na avaliação anterior caracterizada por uma situação não satisfatória mostrou no período em análise sinais de superação dos constrangimentos, não obstante o da superlotação continuar a ser grande preocupação do sistema dada a sua incidência negativa no respeito pelos direitos a vida e dignidade humana. Como resposta ao problema da superlotação prossegue a reforma legislativa tendente a introdução das medidas e penas alternativas à prisão, entre as quais o recurso das liberdades provisórias e condicionadas e são levadas acções com vista a melhoria da rede de infra-estruturas prisionais o que contribuirá para maior respeito aos direitos humanos dos reclusos

O quadro de constrangimentos relativos ao fluxo de informação para a avaliação e monitoria do desempenho do Sector continua não satisfatório, tendo em conta que a informação relevante não tem estado disponível em tempo útil. A expectativa de superação deste quadro em função do desenvolvimento dos softwares de gestão processual e gestão prisional, não foi concretizada nos prazos previstos, não obstante mostrar progressos quanto à: primeira fase do levantamento e análise dos requisitos nos Tribunais e nas esquadras para o desenvolvimento do SIPMAJ 005- (Gestão processual); modelação dos dados do mesmo subsistema; levantamento de requisitos na PIC e conclusão do desenvolvimento do website do Ministério da Justiça.

13 Sujeito a confirmação

14 Sujeito a confirmação

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2. Avaliação detalhada

O indicador 14 relativo ao número de casos julgados por ano, registou 131 972 processos julgados por sentença strictu sensu contra 120.364 de 2009, representando um crescimento de 10% em relação ao mesmo período. Dos processos findos por julgamento, 91.494 são dos Tribunais Judiciais de Distrito, 40.161 dos Tribunais Judiciais de Província e 317 do Tribunal Supremo.

Dos processos entrados nos tribunais judiciais em 2010, foi de 158.733 contra 115.525 em 2009. O número dos processos transitados baixou de 120.611 em 2009, para 115 772 significando uma redução em 4 %. (Anexo 1 e 2: Discurso de abertura do ano judicial e Estatísticas do Judicial 2011).

Três anos depois criação legal dos Tribunais Superiores de Recurso a sua entrada em vigor ainda não é efectiva por permanencerem os constrangimentos materiais e financeiros para o seu funcionamento. Contudo, regista-se que já foram seleccionados e nomeados os juízes desembargadores destes tribunais, identificados espaços provisórios do estabelecimento dos TSR da zona Sul que será nas novas instalações do Palácio de Justiça da Cidade e do Tribunal Superior de Recurso da Zona Centro que será num edifício ora em reabiliatação na Cidade da Beira.

O grau de cobertura dos distritos na implantação das delegações do Instituto de patrocínio e assistência jurídica e judiciária (IPAJ) elevou-se de 70 distritos com cobertura física efectiva em 2009 para 86 em 2010. A cobertura ambulatória, passou de 19 em 2009 para 25 em 2010. (Anexo: Matriz de cobertura dos Serviços do IPAJ)

Sobre os casos assistidos reporta-se a assistência de 53.184 casos, significando um acréscimo de 24.72% relativamente ao ano anterior (39.998 casos). Destes 43.36% (23.063 casos) foram assistidos no primeiro semestre e os restantes 56.64% (30.121 casos) no segundo semestre".

Quanto aos recursos humanos, estes contam actualmente com 162 funcionários no IPAJ comparativamente aos 144 do ano anterior, representando um aumento de 12.50%. Dos 162 funcionários, 37.65% são do sexo feminino e os restantes do sexo masculino, estando distribuídos a nível nacional. Dos funcionários existentes (17) são Técnicos Superiores N1, (1) Técnico Superior em Administração Pública N1, (2) Técnicos Superiores N2, (65) Assistentes Jurídicos, (3) Técnicos Profissionais de Administração Pública, (4) Técnico profissionais, (10) Técnico, (4) Assistente Técnico, (31) Auxiliar Administrativo, (21) Auxiliar.

Sobre o Indicador 16, número de casos de Corrupção15 , entraram 649, acusados 223 abstidos 21 , arquivados 36 e julgados 88. Os restantes, encontram-se em instrução preparatória.

Quanto ao Indicador 17, registou-se um total de 45.185 processos, dentre os quais 8.948 transitados do ano passado, 36.237 entrados no ano em curso. Do total de processos

15 Integram número de casos de Corrupção e de Desvio de Fundos.

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instruidos 38.990 foram dentro do prazo e 4.856 fora do prazo, significando cerca de 81.7 % processos instruídos dentro do prazo de instrução preparatória, contra .....% programados .

O indicador 18 sobre o número de casos esclarecidos, no período em análise registou 21.001 casos e esclarecidos16.708, contra 27.134 registados e 21.618 esclarecidos em 2009, o que significa uma igualdade da operatividade policial em relação a 2009. Assim, a operatividade policial situou-se em 80%, contra 77% de 2009, um aumento na ordem de 4%. (Anexo: MINT dados estatisticos sobre a operatividade policial).

Quanto a situação prisional, os réus presos representam 33% da população prisional aguardando julgamento, contra 34% de 2009. Observa-se uma vez mais que esta variação deste índice é ao longo de todo ano (Anexo 3: Estatísticas do Sistema Prisional).

Tendo em vista garantir o tratamento condigno dos reclusos, os agentes correccionais têm se beneficiado da formação em matéria de direitos humanos nos curricula de formação inicial e adicionalmente, no ano em curso realizou-se uma formação específica numa acção especialmente organizada para o efeito, envolvendo 5 formadores de formadores e 40 disseminadores.

O facto da capacidade física instalada de reclusão estar muito abaixo da taxa da ocupação real continua sendo a causa da crítica superlotação prevalecente nos estabelecimentos prisionais, com a excepção do Centro de Reclusão Feminino de Ndlavela que apresenta a mesma taxa de sub-ocupação. O alerta sobre a necessidade de observância rigorosa da legalidade das detenções respeitando os prazos de prisão preventiva, bem assim como a concessão de liberdade provisória e ou condicionada nos casos em que a lei permite, aliados a introdução das medidas alternativas a pena de prisão e ainda o aumento dos investimentos de infra-estruturas prisionais continua actual, como seja a construção de novos centros prisionais, nomeadamente, em Matutuíne e Boane ( Maputo), Xai-Xai, Inharrime e Massinga (Inhambane), Guru (Manica), Nacala-Porto e Rapale ( Nampula), Mecanhelas (Niassa) e Chiure (Cabo Delgado).

Reforma Legal

No contexto da reforma legal estavam previstas as revisões de entre outros diplomas legais do pacote legislativo na matéria da anti-corrupção, designadamente: (i) Revisão da Lei 6/2004 - Lei Anti-Corrupção; (ii) Leis Sobre Declaração de bens dos Titulares de Cargos Públicos (Lei N. 4/90 e 7/98); (iii) Lei Orgânica do Ministério Público (Revisão da Lei N. 22/2007); (iv) Lei Sobre Conflito de Interesses; (v) Lei sobre protecção de testemunhas e denunciantes e o Código de Conduta dos Servidores Públicos que entretanto, resulta do exercício de harmonização que justificou a fusão dos projectos indicados no ii e iv, neste único código; finalmente foi elaborado o Plano Estratégico sobre o desenvolvimento institucional do GCCC. Estas leis, foram todas incorporadas no processo da revisão do Código Penal e do respectivo Processo Penal, sendo que a sua apresentação a Assembleia da República será de forma integrada, sendo uma única Lei Penal e a outra a Lei Processual Penal, o que desde logo reduz a proliferação de leis avulsas abordando a mesma matéria. Continuam entretanto, aguardado a aprovação, o Código das Custas Judiciais, a Lei do IPAJ e a Lei sobre os Tribunais Comunitários.

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As matérias constantes dos assuntos especiais da matriz da governação acima referidos, registou relativo atraso, tendo como referência o prazo inicial, justificada pela imposição de harmonização legislativa das diversas leis avulsas ora existentes sobre a matéria, em particular com o Código Penal, em cumprimento das recomendações das consultas havidas.

Acompanhando a dinâmica da adequação do Estatuto Orgânico do Ministério da Justiça, a UTREL deixa de existir como unidade orgânica especial, passando as suas competências e recursos a serem absorvidos pelo Ministério da Justiça.

Execução do orçamento

O grau de execução do orçamento do Sector da Justiça, incluindo a Ordem Pública, a taxa de realização foi em média de 85.25 % (Segurança e Ordem Pública e Sistema Judicial), com a observação de que para o Gabinete do Provedor da Justiça a execução foi nula, uma vez que ainda não está em funcionamento. Os Palácios de Justiça de Morrumbene, Moma e Cheringoma estão em pleno funcionamento, estando ainda por concluir os Palácios de Ribaúe e de Massinga, cuja a previsão está para o presente ano.

Em termos de análise global, o peso da área do Sistema Judicial face à Despesa Total de 2010 diminiui em relação a 2009 de 3,9 % para 2,53 %. No mesmo período temporal, o peso da área da Segurança e Ordem Pública, em ternos de Despesa Total, aumentou ligeiramente de 3,64 % para 3,76 %.

A dotação do Orçamento de Estado de 2010 afecta a despesas de funcionamento comparativamente a 2009, aumentou para a área Segurança e Ordem Pública (de 2.685.677 mil Mtn para 3.234.326 mil Mtn) e para a área do Sistema Judicial (de 1.777.232 mil Mtn para 2.952.504 mil Mtn).

A execução da despesa de funcionamento na área da Segurança e Ordem Pública foi de 97.7% e no Sector Judicial de 67,4 %.

A dotação do Orçamento de Estado de 2010 afecta ao total de despesa de investimento comparativamente a 2009 aumentou para a área Segurança e Ordem Pública (de 141.573 mil Mtn para 3.765.278 mil Mtn) e para a área do Sistema Judicial (de 1.484.727 mil Mtn para 3.445.450 mil Mtn).

Quanto à execução da despesa de investimento em 2010, na área da Segurança e Ordem Pública foi de 98 %, e no Sector Judicial foi de 72 %.

A área da Segurança e Ordem Pública registou uma taxa de execução da componente externa do investimento de 100 % em 2010, contra 81,6% em 2009. O Sector da Justiça apresentou uma taxa de execução da componente externa de 100.%, o mesmo registado em 2009.

De referir que no período em análise a metodologia da orçamentação por programas em vigor segue os procedimentos estabelecidos no Plano Estratégico Integrado que neste processo tem estado a servir referência para o sistema de planificação nacional.

Assuntos transversais

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No sistema prisional tem sido feito a monitoria relativamente aos doentes padecendo de HIV/SIDA identificados e em coordenação com o Serviço Nacional de Saúde tem sido disponibilizado o tratamento anti-retroviral. Em paralelo, prosseguem nos estabelecimentos prisionais, as campanhas preventivas contra a epidemia do HIV/SIDA.

No que concerne aos Direitos Humanos, prosseguem a nível dos estabelecimentos prisionais acções visando a observação das normas sobre condições mínimas de reclusão e respeito pelos direitos e dignidade humana, no decurso das quais se tem desencorajado e sancionado as acções de manifesta violação dos direitos humanos como as que se registaram nas Cadeias Central da Machava, Mabalane, Penitenciária Industrial de Nampula, entre outros.

A nível da PGR , deu-se continuidade às acções de prevenção, mitigação e combate ao HIV e SIDA, com destaque para: (i) estudo da lei n. 12/2009 de 12 de Março, que estabelece os direitos e deveres das pessoas vivendo com HIV/SIDA; (ii) Capacitação de gestores de recursos humanos, no âmbito da implementação da estratégia de combate ao HIV/SIDA, (iii) realização de 13 palestras que abrangeram 223 pessoas, entre magistrados e funcionários; e (iv) distribuição de panfletos, brochuras educativas e preservativos.

Assuntos especiais

Em função da análise dos dados constantes da matriz de balanço de seguimento da Auditoria de desempenho, a matéria continua sendo de atenção especial das instituições auditadas, as quais tem dado cumprimento as recomendações no âmbito das suas competências específicas, sendo de constatar a regularização das constatações registadas, admitindo porém que prevalecem desafios acerca de algumas fraquezas com incidência particular no reforço da capacidade de gestão das instituições.

Lições

As iniciativas de mecanismos de compilação de informação nas unidades orgânicas em franco processo de consolidação, oferecem-se neste momento como a grande oportunidade de partilha de informação, podendo sê-lo em fóruns de balanço regular.

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3. Relatórios do Grupo do Pilar Capital Humano

3.1. Relatório do Grupo de Trabalho Saúde No global, o desempenho do sector registou algumas melhorias em comparação com os resultados atingidos em 2009, não obstante o facto de ter sido limitado por vários constrangimentos.

Quanto aos cinco indicadores que avaliam o desempenho do sector da saúde no Pilar do Capital Humano, no contexto da Revisão Conjunta do Governo e os Parceiros do Apoio Programático (PAPs) , constata-se que as metas definidas para o ano 2010 foram atingidas em 3 dos 5 indicadores (60%) (Tabela 1).

O indicador que mede a cobertura da vacina pentavalente (DPTHepB-Hib), sofreu uma quebra importante, constituindo o indicador que levanta maiores preocupações, mas acredita-se estarem já reunidas as condições para a sua rápida recuperação.

Os dados relativos ao TARV pediátrico mostram que apesar de a meta estabelecida para 2010 não ter sido cumprida, esteve-se muito próximo do seu alcance (90%).

A cobertura de partos institucionais ultrapassou largamente a meta estabelecida, o que representa um importante sucesso.

Foi também atingida a meta do indicador nr. 28 - Rácio de trabalhadores de saúde das áreas de medicina, enfermagem e SMI por 100.000 habitantes.

TABELA 1: QUADRO DOS INDICADORES PARA A REVISÃO CONJUNTA

INDICADOR REAL

2005

REAL

2006

REAL

2007

REAL

2008

REAL

2009

REAL

2010

META

QAD2010

OBSERVAÇÕE

S

META

2014

1- Cobertura DPTHepB-Hib

94% 100% 100% 87% 94% 68% 89%

Meta não atingida , tendência

decrescente

90%

6 - Cobertura de partos institucionais

47,7% 48.3% 53,8% 55% 55% 62% 62%

Meta atingida e

ultrapassada 66%

19 - Nº de adultos com infecção HIV que recebem o TARV segundo os protocolos nacionais

19.726

44.100

88.211

118.937

156,688

218.991

194.440 Meta atingida

e ultrapassada

360.257

18 - Nº de crianças que beneficiam

N/A 3.443 6.210 9.393 13.510 17.395 19.426 Meta não atingida,

mas 39.743

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de TARV pediátrico

próxima

28 - Rácio de trabalhadores de saúde das áreas de medicina, enfermagem e SMI por 100.000 habitantes

N/A N/A 61/

100.000

63/

100.000

63/

100.000 Meta

atingida 69/

100000

Relativamente ao primeiro dos dois indicadores cujas metas não foram alcançadas (nr. 1 -cobertura DPTHepB-Hib), é previsível a sua recuperação em breve, dado que estão ultrapassadas as condições que determinaram a sua quebra – rotura de stocks de vacina.

Quanto ao segundo destes indicadores (nr. 18 - TARV pediátrico), a meta foi cumprida em quase 90%, e o indicador mostra uma tendência sempre crescente ao longo dos anos recentes.

Foi também atingida a meta do indicador nr. 28 - Rácio de trabalhadores de saúde das áreas de medicina, enfermagem e SMI por 100.000 habitantes.

Áreas que requerem atenção :

• Saúde da Mulher e da Criança o Vacinação infantil o TARV pediátrico o TIP de mulheres grávidas dentre as utentes das consultas pré-natais o Redes mosquiteiras para mulheres grávidas o ARV para reduzir o risco de transmissão de mãe-para-filho.

• Fragilidades na área dos medicamentos • Dificuldades em reter recursos humanos qualificados e relevantes; • Baixo desempenho dos SAAJ+ATS

Na área de gestão financeira , ao longo de 2010 a dotação global actualizada do sector foi 11.743.857 milhões de meticais, um dado notável, em relação à tendência verificada nos últimos anos, de diminuição dos fundos disponibilizados ao sector da saúde. A execução global do sector durante o período em análise foi de 90% de execução orçamental e 98% de execução financeira, acima do realizado em 2009 (72%) e superando a meta prevista.

O sector continuou enfrentando dificuldades para recolher informação financeira, monitorar e reportar a execução de fundos e actividades dos Projectos Verticais inscritos no OE, a todos os níveis..

Em relação ao desempenho dos parceiros , cerca de 97% dos parceiros do PROSAUDE II fizeram o desembolso de acordo com o plano, superando meta (> 95%). Aumentou igualmente a previsibilidade financeira dos parceiros em relação ao Cenário Fiscal de Médio Prazo do MISAU. Cerca de 87% de parceiros providenciaram informação precisa sobre seus fundos e projectos que permitiram ao sector uma planificação e orçamentação das actividades num período de um a dois anos, ultrapassando a meta prevista. Não reduziu o

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número de contactos das missões dos parceiros com o MISAU (27 em 2009 e 30 em 2010), mas reduziu o número de missões individuais das sedes (dentro do previsto).

Em relação aos assuntos transversais, houve progressos distintos nas diferentes áreas. Na área dos recursos humanos, iniciou-se a implementação efectiva do Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos (PDRH). Houve desempenho assinalável na área de formação, onde a meta planificada foi superada, contrariamente à componente de gestão de RH que ficou muito aquém do previsto, especialmente em termos de nomeação, progressão, promoção e retenção do pessoal (as perdas aumentaram em 12%, comparativamente a 2009). Na área do HIV e SIDA, pela primeira vez o TARV de homens superou a meta. Na área de género foi finalizado o Plano Estratégico de Prevenção e Controlo do Trauma e Violência e respectivo Plano de Acção.

3.2 Relatório do Grupo da Educação Sumário executivo

Em 2010, com a tomada de posse do novo Governo saído das Eleições Gerais e Multipartidárias de 2009, foi extinto o Ministério da Educação e Cultura e no seu lugar foram criados dois Ministérios, nomeadamente o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura.

Ao nível do Ministério da Educação prosseguiram os esforços tendentes à implementação do respectivo Plano Estratégico. Apesar de as metas de dois dos três indicadores terem sido atingidas, a não realização da meta para a taxa de conclusão do EP2 para as raparigas aliado à ausência de progresso é preocupante. A avaliação completa do QAD do sector reporta o seguinte cenário:

A taxa líquida de escolarização aos 6 anos (para raparigas) situou-se nos 68,6% em 201016, o

equivalente a 78,4% usando o mesmo denominador que foi usado para calcular a meta de 79%. Em

2009 esta taxa fixou-se nos 75,3% contra os 76% programados.

A taxa de conclusão das raparigas no Ep2 fixou-se em 38,3%17, o equivalente a 41,5% usando o

mesmo denominador que foi usado para calcular a meta de 46%. Isto significa o não cumprimento

da meta e uma estagnação em termos de desempenho em relação a 2009, onde a taxa se situou em

42,3%18, como consequência da redução do aproveitamento escolar em 2009.

O rácio alunos por professor registado foi de 65,8/1 em 2010 contra os 65/1 planificados. Em 2009,

este rácio foi de 67,7/119, contra os 68/1 planificados.

O orçamento total para 2010 cresceu. A componente externa regrediu em cerca de 8%20, principalmente devido à redução da inscrição dos projectos bilaterais. Embora o orçamento

16 Calculada com base nos novos dados demográficos resultantes do Censo de 2007.

17 Calculada com base nos novos dados demográficos resultantes do Censo de 2007.

18 Relatório Educação para RAC 2010.

19 Relatório da RAR 2009.

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tenha sido aprovado tardiamente, facto agravado pelas complicações resultantes da introdução da orçamentação por programas na utilização do orçamento reconduzido no início do ano, a execução financeira manteve-se ao nível de 2009: a taxa de realização foi de 97,6%21 (da dotação final) contra os 91,5% de 2009. Em termos de despesa, houve um aumento de 12%22. A execução de FASE foi de 67% (80% em 2009 segundo o REOIV, 2010)23.

O enfoque do sector em 2010 centrou-se na execução do PEEC e na preparação do novo Plano Estratégico para os anos 2012-2016 através de avaliações internas e externas e de debates nos diferentes fóruns envolvendo o MINED, os parceiros de cooperação e a sociedade civil. O Plano Estratégico vai-se basear nos desafios identificados com o objectivo de um melhor desempenho na prossecução dos objectivos do Governo na área da Educação.

Os maiores desafios do sector continuam a ser os seguintes:

Melhorar a qualidade, particularmente no aumento das habilidades de leitura, escrita e aritmética

básica no primeiro ciclo do ensino primário para assegurar que as crianças completem os sete anos

do ensino primário;

Assegurar uma expansão equilibrada considerando a necessidade de equidade de de género e

regional, principalmente no ensino pós-primário;

Assegurar um equilíbrio entre qualidade e expansão do sistema educativo no em função das

capacidades humanas, institucionais e financeiras existentes e previstas a médio prazo;

Continuar a incrementar a capacidade de planificação, gestão financeira (incluindo as aquisições) e

de recursos humanos a partir da base, no contexto do processo de descentralização.

Para assegurar o financiamento adequado para os programas chave do sector desenhados para melhorar o seu desempenho, Moçambique obteve uma concessão de 161 milhões de Dólares Americanos, sendo 90 milhões do FTI e 71 milhões do Banco Mundial, assegurando deste modo fundos para o FASE para o período 2011-2014 nos níveis da despesa de 2009.

Quadro 1: Indicadores e metas da matriz do PAF/QAD e respectivos valores observados

Indicador Metas QAD 2010

Valores observados Evolução do sistema (nº absolutos) relativo ao ano anterior 2008 2009 2010

20 Fonte: PdA 2009 e PdA 2010 do sector.

21 O REO IV 2010 no quadro 13, despesa dos sectores prioritários, não inclui os SDEJTs.

22 REO IV 2010.

23 A informação no REO IV sobre o ano 2009 não dá a mesma informação como no relatório de FASE do sector

que indicou uma execução de 72% in 2009. .

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1 Taxa líquida de escolarização aos 6 anos, meninas 79% 73% 75,3%

78,4%

(68,6%)

Progresso em relação a 200924

2 Taxa de conclusão EP2 – meninas 46% 34% 42,3%

41,5%

(38,3%)

Estagnação, em relação a 2009

3 Rácio alunos por professor no EP1

65 71 67,7 65,8 Melhoria em 2 pontos percentuais

Desempenho do sector em 2010

Áreas de melhor desempenho:

Em 2010 foram alcançados progressos em termos de acesso a todos os níveis do sistema, o que foi possível através da contratação de professores, mobilização dos pais, construção de mais salas de aulas e distribuição de material escolar.

Para atender aos grandes desafios do sector levantados na RAR 2010 foram, entre outras, implementadas as seguintes acções:

Qualidade:

Iniciou-se a discussão sobre a introdução do nível pré-escolar através de uma abordagem integrada

na área da primeira infância;

Está em curso uma reflexão sobre a melhoria do sistema de formação de professores, que abrange

todos os níveis;

Está em curso o trabalho para desenvolver um sistema de monitoria e avaliação do desempenho dos

alunos, com enfoque no ensino primário.

Começou a expansão da introdução do ensino bilingue.

Aumento da capacidade ao nível descentralizado

A gestão dos recursos humanos e dos fundos do sector estão cada vez mais descentralizados para o

nível distrital, através dos fundos de funcionamento, bem como dos programas ADE e supervisão

distrital, entre outros facilitando a sua utilização e monitoria;

Foram finalizados 4 módulos de formação na área de Planificação, Orçamentação, Execução,

Monitoria e Avaliação (POEMA) incluindo na área de gestão de recursos humanos, visando a

melhoria da capacidade de gestão a nível descentralizado.

Monitoria sistemática do programa de Construção Acelerada de Salas de Aula:

24 São apresentados dois resultados, um com referência aos novos dados demográficos (68,6%) e outro

ajustando o denominador à mesma série demográfica com base na qual foram determinadas as metas

(78,4%).

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Foi introduzido, através de um exercício piloto, uma nova abordagem, e foi ajustada a abordagem

actual com o objectivo de melhorar a gestão do programa assim como melhorar a qualidade das

obras;

Introduziu-se um sistema de supervisão e fiscalização independente;

Foi introduzido um sistema de auditoria e acompanhamento do processo técnico e financeiro deste

programa. Está em curso a 2ª auditoria técnica e financeira.

Expansão sustentável de ensino pós-primário

Está em discussão a expansão dos níveis pós-primário através do ensino à distância e da introdução

de cursos de formação profissional de curta duração. Dado que o Ensino Primário para todos é a

prioridade do Governo, a expansão do ensino pós-primário será feita em função da capacidade do

sistema ( recursos humanos e financeiros), como forma de garantir a sua qualidade.

Áreas de fraco desempenho

A qualidade de ensino, em particular no ensino primário, continua a ser uma área que necessita de maior atenção para garantir que todas as crianças aprendam e completem as primeiras sete classe no tempo previsto. Os diferentes estudos realizados nos últimos anos, incluindo o SACMEQ, mostram que Moçambique regrediu em relação a alguns indicadores importantes com destaque para a habilidade dos alunos em leitura, escrita e aritmética básica nos primeiros anos de escolaridade, muito embora o sector tenha implementado medidas como sejam a introdução de um novo currículo e o ADE para garantir melhor funcionamento das escolas primárias. A expansão do sistema aliada à fraca gestão das escolas e à fraca capacidade de acompanhamento do processo da aprendizagem na sala de aula podem ter contribuído para esta realidade.

Os ensinos secundário e o técnico-profissional continuam a registar níveis de aproveitamento baixos, sobretudo nas classes terminais. Isto resulta da sua rápida expansão que a capacidade institucional humana e financeira do sector.

Mantêm-se as dificuldades para o cumprimento das metas das construções escolares aceleradas o que não permite satisfazer a procura e fragiliza os esforços do sector de não permitindo:

reduzir substancialmente o número de turmas sem sala de aula;

aumentar o tempo lectivo;

melhorar as condições de aprendizagem na sala de aula.

Execução orçamental

Segundo o REO, a dotação orçamental de 2010 foi de 18,66 mil milhões de Meticais que corresponde a 16,2% do total do Orçamento de Estado. Contudo, na realização o sector gastou 18,21 mil milhões de Meticais o que corresponde a 18,6% do total de despesa. A taxa de realização foi superior à de 2009 (91,5%) e situou-se em 97,6%. Parece haver alguma inconsistência no relatório entre os diferentes mapas. Os valores referidos aqui do REO IV 2010 não incluem os SDEJTs.

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Uma vez que cada ano mais fundos estão sendo decentralizados para os distritos, o orçamento e a despesa deverá reflectir melhor esta dimensão. O sector espera ultrapassar este assunto com a introdução do orçamento por programa para o orçamento de funcionamento, o que implica, em nossa opinião, que os SDEJTs sejam UGEs.

O REO apresenta os mesmos valores em relação à dotação do FASE e à sua execução do que os valores constantes no relatório financeiro do FASE. A execução foi 67% (contra 72% em 2009)25. As principais razões para a execução baixa são: i) aprovação tardia do orçamento, ii) introdução das reformas nos diferentes programas, principalmente no programa de construção acelerada, resultando em atrasos nos processos de aquisição e iii) reprogramação tardia dos saldos do FASE 2009 destinados às novas actividades.

Assuntos transversais

Em 2010, o sector continuou a reduzir as disparidades regionais e de género. No entanto, apesar dos progressos registados, permanecem ainda grandes desafios, em particular o de i) assegurar que as meninas ingressem na escola aos seis anos de idade, ii) que se mantenham na escola até à conclusão com sucesso dos níveis subsequentes ao ensino primário, iii) ao aumento da percentagem das meninas nas escolas técnicas profissionais e nos cursos das ciências naturais e engenharias, e iv) à colocação de professoras nas zonas rurais.

Ao mesmo tempo, o sector está cada vez mais consciente de que a pobreza é uma das razões para a desistência ao longo do ano. Para o efeito, o sector iniciou a discussão sobre a introdução de uma componente de protecção social aos diferentes níveis de ensino para evitar exclusão por razões económicas.

Os resultados do INSIDA26 2010 mostram maior incidência do HIV-SIDA em pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (que estão em idade escolar). A seroprevalência entre jovens de 15-24 anos é de 11,1% entre mulheres e 3,7% entre homens

Avaliação do desempenho dos parceiros

Em 2010 os parceiros de cooperação continuaram a dar o seu apoio ao sector da educação, através de meios técnicos e financeiros. Os Parceiros e o Ministério mantiveram um bom relacionamento que permitiu a obtenção de resultados positivos para o sector.

O foco do diálogo entre o Ministério e os PC foi a qualidade de ensino, o financiamento do sector de maneira equilibrada e a eficácia da sua utilização, isto é a melhoria da execução financeira do sector.

O Ministério e os parceiros através de uma acção conjunta mobilizaram fundos do FTI e do Banco Mundial para os próximos 3 á 4 anos, contribuindo assim para cobrir o défice do financiamento resultante da diminuição do financiamento bilateral através do FASE..

25 Fonte: relatórios de FASE. Em 2010, para a primeira vez a informação no REO e do sector é o mesmo em

relação com FASE. Em 2009, o REO indicou uma taxa de execução de 80%.

26 O INSIDA é o primeiro inquérito demográfico, de base comunitária, sobre indicadores de HIV e outros

aspectos relacionados, em Moçambique.

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A maior parte dos PCs desembolsaram os fundos para o sector através do FASE de acordo com os compromissos assumidos e dentro do calendário aprovado. Em 2010 75% dos fundos externos ao sector foram canalizados através do FASE. Entrou mais um novo parceiro, elevando o número de signatários para 12.

Lições aprendidas – recomendações para o futuro

A principal lição aprendida é que o sector deverá manter os esforços conducentes à melhoria da qualidade de ensino, sobretudo para o ensino primário com o objectivo de assegurar que as crianças que entrem, permaneçam e concluam com sucesso o ensino primário. A expansão do ensino secundário e técnico deve ser repensada para evitar maior deterioração da sua qualidade e efeitos negativos para o ensino primário.

Ao mesmo tempo, medidas de protecção social, evitando exclusão por razões económicas será importante para assegurar participação e retenção de todos.

A planificação, com recurso a projecções, deverá continuar a servir de instrumento para a identificação atempada das necessidades do sector incluindo as reformas e medidas correctivas para antecipar soluções sustentáveis aos desafios do sector. A expansão (ou seja cobertura nacional) dos programas como o ensino bilingue, o ensino à distância e dos assuntos transversais dependerão da sua integração nos processos de planificação, orçamentação e monitoria do sector.

Para assegurar a previsibilidade no processo de planificação e orçamentação de médio-prazo e a sustentabilidade das diferentes intervenções, o FASE continuará a ser o mecanismo preferido pelo sector para a canalização dos fundos externos.

Em resposta ao constatado pelo relatório do INSIDA, as escolas devem desenvolver acções mais vigorosas de combate ao VIH em jovens com idade escolar. Isto exige, entre outros, que o Programa Geração Biz que é referência no país para os Jovens, deverá incrementar acções na componente base escolar incluindo a componente de equidade de género e criar-se um programa de intervenção no ensino superior.

O novo Plano Estratégico, baseado nas avaliações e estudos já realizados, como é o caso do SACMEQ, deverá, entre outros, propor medidas para a construção de um sistema de educação de qualidade, eficiente e sustentável a longo prazo.

3.3 Grupo de Trabalho de Água e Saneamento

Sumário Executivo

O sector de Água e Saneamento atingiu e superou a meta para Água prevista no QAD-Quadro de Avaliação do Desempenho para 2010, mas não atingiu a meta do Saneamento. Foram alcançados em 2010 61% de acesso a Água potável, contra 56% em 2009, e o

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número de pessoas com acesso a água potável aumentou para 13.571.590. Na Água Urbana (64% em 2010 contra 60% em 2009), foram feitas 38.115 ligações domiciliárias e 226 fontanários, enquanto na Água Rural (59,6% em 2010, contra 54% em 2009) foram operacionalizadas 2.433 fontes dispersas novas e reabilitadas e 25 pequenos sistemas do tipo I, servindo respectivamente 1.216.500 e 438.200 pessoas adicionais.

O acesso a Saneamento adequado atingiu em 2010 os 44%, um aumento modesto em relação a (43%) em 2009. O acesso atingiu 41% na área rural, com a construção de 103.278 latrinas melhoradas e tradicionais melhoradas, e 51,6% na área urbana, com construção de 5.234 latrinas melhoradas em zonas peri-urbanas. O número de pessoas com acesso a saneamento adequado aumentou para 9.881.900.

Em 2010 o acesso a água potável e serviços de saneamento adequado foi medido ainda segundo os níveis mínimos de serviço definidos na Política de Águas. Não há informação actualizada para 2010 sobre o uso real de fontes seguras de água potável e de infra-estruturas de saneamento adequadas.

Revisão de indicadores de acesso e uso de fontes de água e saneamento seguro: O MOPH comprometeu-se a prosseguir com o processo de revisão do serviço mínimo de abastecimento de água rural para 300 utilizadores/fonte dispersa. Igualmente será mudado o serviço mínimo de saneamento adequado, para abranger os resultados da aplicação do SANTOLIC. Foi realçada a necessidade de rever ainda os serviços mínimos nas áreas peri-urbanas, tomando em conta as preferências das comunidades. As decisões a tomar têm implicações técnicas e políticas e há requisitos legais a satisfazer antes de aplicar os novos critérios. Será elaborado um roteiro deste processo, incluindo um plano de comunicação que explique que se trata apenas de fazer a aproximação entre os critérios da Política de Águas e a situação real encontrada nos grandes inquéritos do INE e nas avaliações internacionais. A DNA reforçará a ligação com o INE para que inclua o Abastecimento de Água e Saneamento em todos os seus inquéritos. O PRONASAR realizará em 2011 um estudo de base sobre esses temas.

Áreas de melhor desempenho e factores que o influenciaram

A Água Rural superou as metas, estando as principais causas desse sucesso associadas (i) aos fortes investimentos internos (descentralizados) e de projectos que estão a acontecer em todas as províncias, (ii) à melhoria do processo de recolha de dados que permitiu a captura de realizações feitas pelas ONGs e OCBs e (iii) ao efeito de sectores como Agricultura, Acção Social e INGC que desenvolveram actividades nas zonas áridas e semi-áridas que culminaram com a construção de pequenos sistemas.

Na Água Urbana , o desempenho foi melhor nos sistemas principais, com a conclusão das obras iniciadas em 2006 nos Sistemas de Abastecimento de Água a 17 grandes cidades e vilas.

Foi recomendado o estabelecimento de indicadores separados para sistemas principais e sistemas secundários (água urbana) e para fontes dispersas e pequenos sistemas (água rural).

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Áreas de fraco desempenho e factores que o influenciaram

O Saneamento teve uma modesta subida de 1% na taxa de acesso (rural 1% e urbano 1,6%). As maiores razões do fraco desempenho são (i) a falta de recursos financeiros, (ii) a estratégia de implementação que na área rural coloca o indivíduo no centro da construção, (iii) a consideração selectiva de opções tecnológicas que deixa de fora as latrinas tradicionais promovidas pelo SANTOLIC-Saneamento Total Liderado pela Comunidade (adicionariam 8% à cobertura rural) e (iv) o facto de algumas das obras urbanas serem de médio prazo, sendo o seu impacto diferido durante esse período.

Nos Recursos Hídricos foram reabilitadas e/ou modernizadas 42 estações hidroclimáticas e construídos 22 piezómetros e 5 pequenas barragens. O seu nível de desempenho foi influenciado pelo fraco desempenho das ARAs Centro-Norte (não lhe foram alocados fundos do OE, o que dificultou a aquisição dos equipamentos e materiais) e Norte. Mas o problema mais importante é a falta de recursos financeiros para a implementação das obras hidráulicas, que é uma das principais razões do fraco desempenho deste subsector.

Principais lições aprendidas

• Os processos de reformas institucionais, tais como o início da implementação do PRONASAR e da AIAS, trouxeram no sector desafios de organização que atrasaram a implementação das actividades de 2010.

• É preciso desenhar uma estratégia de descentralização definindo etapas e resultados a curto médio e longo prazo para garantir a sustentabilidade e mitigação dos riscos.

• A descentralização de fundos para o nível provincial é um exercício que produz resultados visíveis, mas também requer mais capacidades, melhor definição dos processos e produtos ao nível recipiente e de um acompanhamento adequado.

• A ligação entre os processos de planificação, orçamentação e prestação de contas precisam de mais aperfeiçoamento ao nível dos departamentos de planificação da DNA, das DPOPHs e dos distritos.

• Dificuldade na aplicação correcta dos procedimentos de desembolso.

Execução Financeira

A execução financeira do Orçamento de Investimento do sector desceu em 2010 (52% da dotação final) em relação a 2009 (68%), sendo apontadas como causas: (i) a tardia entrada em vigor do Orçamento de Estado de 2010 (Maio), (ii) com a consequente descentralização tardia dos fundos para as províncias (Outubro/Novembro) e início tardio do procurement e (iii) dificuldade na colecta de informação sobre fundos Off-CUT (fora da Conta Única do Tesouro) geridos pelos parceiros.

A execução da componente interna atingiu os 91% da dotação final (99% em 2009), com 421,5 milhões de meticais, sendo 61% de execução centralizada e 39% de execução descentralizada, dos quais 16% executados pelas províncias e distritos. Foi referida a tendência decrescente dos orçamentos alocados anualmente ao sector. A execução da componente externa atingiu 48% da dotação final (64% em 2009), com 2.427,0 milhões de meticais, sendo 97% de execução centralizada e 3% de execução descentralizada, dos quais 2% pelas províncias e distritos.

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A execução financeira global (2.848,5 milhões de meticais) é significativamente superior à apresentado no REO-Relatório de Execução Orçamental do Ministério das Finanças (1.483,4 milhões de meticais), presumindo-se que a diferença resulte principalmente da captura pela DNA de fundos externos que não transitaram pela CUT e não foram incorporados no REO. Foi recomendado que em futuras RACs se faça previamente a reconciliação entre os dois informes financeiros (DNA e REO). É responsabilidade de cada parceiro de cooperação fornecer informação sobre desembolsos ao Ministério das Finanças e à DNA.

Foi saudada a redução significativa da dívida do sector (composta por facturas e IVAs por pagar e comparticipação do Estado em falta) em relação a anos anteriores: 229,3 milhões de meticais em 2010, contra 595 milhões de meticais em 2009. Essa redução resulta da inscrição de um projecto específico no Orçamento do Estado.

Relação entre a execução financeira e o balanço do PES

Na situação actual a análise da relação entre a execução financeira e balanço do PES torna-se difícil. O REO conseguiu capturar apenas 52% de todos fundos executados. A necessidade de aperfeiçoamento dos mecanismos de recolha de informação financeira a todos níveis, e a inexistência de preços unitários tipificados em todas categorias de despesas, aumentam essa dificuldade.

Processo de Reformas Centrais

No quadro da descentralização foram capacitados as DPOPHs e alguns SDPIs e Municípios em planificação, procurement e recolha de informação no âmbito do SINAS.

Nas áreas do abastecimento de água e saneamento rural o PRONASAR executou o PIA 2010 e expandiu a implementação nos distritos do Saneamento Total Liderado pelas Comunidades (SANTOLIC). O SANTOLIC impulsionou a construção pelas famílias de 244.494 latrinas (tradicionais e tradicionais melhoradas) em 2010, permanecendo o desafio da inclusão das latrinas tradicionais melhoradas no serviço mínimo. Mesmo assim a meta de construção de latrinas (melhoradas) não foi atingida em 2010. Durante a monitoria das actividades efectuada em todas as províncias notaram-se fraquezas nos aspectos de qualidade das obras e gestão dos contratos e dos fundos descentralizados. Os principais desafios do PRONASAR na implementação do PIA 2011 incluem a (i) consolidação dos mecanismos de descentralização, (ii) melhoramento da sustentabilidade de fontes e PSAAs, (iii) expansão do PEC Zonal à escala nacional, (iv) expansão do Fundo Comum, com um mecanismo de procedimentos e responsabilização dos distritos, (v) reforço da coordenação inter-sectorial e maior diálogo com os parceiros, (vi) capacitação institucional e desenvolvimento de recursos humanos.

Nas áreas do abastecimento de água e saneamento urbano, verificaram-se progressos na implantação da AIAS, organismo que se ocupa da gestão de 131 sistemas de abastecimento de água a vilas e dos sistemas de água e saneamento de 5 cidades, bem como da gestão do programa de investimento público. Os principais desafios da AIAS prendem-se com a capacidade institucional, a criação dos SEPAS-Serviços Provinciais e

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operacionalização dos COPAS-Conselhos Provinciais de Água e Saneamento (aprovação do quadro de pessoal, recrutamento e capacitação) e a exiguidade de fundos.

Na área dos recursos hídricos iniciou-se em 2010 a fase de preparação do Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos. A descentralização operacional para as ARAs foi afectada pela não alocação directa de fundos às ARAs Zambeze, Norte e Centro-Norte.

Continuou a consolidação do SISTAFE nas instituições do sector (DNA, FIPAG e ARA-Sul) e das UGEAs (as mesmas mais o CRA). O DAF e a UGEA da DNA foram reforçados com pessoal capacitado. Foram realizadas acções de formação a nível central e provincial sobre contratação de empreitadas de obras públicas. Constatou-se que, apesar dos esforços realizados, continua a haver discrepância entre os procedimentos de procurement nacionais e de diferentes parceiros.

Assuntos Especiais e Transversais

Género: Um estudo nacional (2010) revelou que as mulheres são responsáveis pela colheita e gestão da água em mais de 90% dos agregados familiares. Portanto, são as mulheres que mais se beneficiam quando as distâncias de colecta de água são reduzidas.

Ambiente: Foram feitos estudos de avaliação de impacto ambiental para várias obras em barragens e de saneamento urbano.

A DNA desenhou um modelo para alocação de fundos que utiliza quatro critérios com diferentes pesos relativos; esse modelo será aplicado em 2011, após concertação com as DPOPHs.

Funcionamento do Grupo de Trabalho: Deverá em cada RAC ser feito o resumo das recomendações feitas e apresentado um ponto da situação da execução das recomendações de RACs anteriores.

Principais desafios

Foi identificado um conjunto de desafios, para os quais devem ser definidos em cada ano milestones realizáveis:

Financiamento do sector:

i. Monitorar as alocações do OE ao sector nos termos dos compromissos assumidos a nível do PARPA regional (5% do PIB anual ) e reforçar os sub-sectores de Saneamento e Recursos Hídricos.

ii. Cumprimento dos compromissos de desembolso de fundos por parte dos parceiros de cooperação, conforme previsto nos acordos.

iii. Implementar procedimentos de alocação anual e descentralização dos fundos, para melhorar a eficácia do uso dos fundos descentralizados e o cumprimento das metas do sector.

iv. Encontrar uma solução estrutural para a redução da dívida do sector. Monitoria e Avaliação:

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v. Melhorar os procedimentos de M&A (sistema de recolha, análise e disseminação da informação, monitoria das actividades desenvolvidas pelas comunidades) com vista a melhorar a planificação e orçamentação.

vi. Continuar a discussão sectorial sobre a definição de serviço mínimo de AAS. Sustentabilidade:

vii. Melhorar os níveis de sustentabilidade dos serviços de Abastecimento de Água e Saneamento (AAS) e desenvolver as capacidades locais de supervisão, monitoria e avaliação.

Capacitação institucional:

viii. Reforçar a capacitação institucional nas componentes de planeamento, monitoria e avaliação e gestão financeira, a todos os níveis. Promover a definição pelos beneficiários da capacitação de que precisam.

Coordenação e diálogo:

ix. Reforçar a coordenação intra e inter-sectorial e o diálogo com os parceiros de cooperação.

x. Harmonizar o apoio dos parceiros, incluindo a total partilha de informação sobre a execução física e financeira dos projectos off-CUT.

Anexos

Matriz do QAD 2010

Evolução das Taxas de Acesso ao Abastecimento de Água e Saneamento 2008-2010

Proposta de Matriz do QAD 2011

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MATRIZ DO QAD 2010 - GOVERNO E PARCEIROS DE APOIO PROGRAMÁTICO

Aprovada em 15/09/2009

Pilar/Área Indicador [Fonte de

Verificação] Atingido em

2008 Atingido em

2009 Meta 2010 Real 2010 Pontuação

N° Indicador

Água e Saneamento

% da população com acesso a água potável [Relatórios Anuais da DNA]

51% 56% 59.2% 61% Atingida 26a

% da população com acesso a servicos de saneamento adequado [Relatórios Anuais da DNA]

43% 43% 47% 44% Não Atingida 26b

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EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE ACESSO DE ABASTECIMENTO DE ÁG UA E SANEAMENTO

2008 2009 2010

Água Saneamento Água Saneamento Água

População

Pop. Servida

Taxa Acesso

Pop. Servida

Taxa Acesso

População Pop. Servida

Taxa Acesso

Pop. Servida

Taxa Acesso

População Pop. Servida

Rural 14,735,715 7,662,572 52%

5,894,286 40% 15,117,758 8,163,589 54% 6,047,103 40% 15,508,955 9,150,283

Urbana 6,472,214 3,236,107 50%

3,236,107 50% 6,685,108 4,011,064 60% 3,342,554 50% 6,908,291 4,421,306

21,207,929 10,898,679 51%

9,130,393 43% 21,802,866 12,174,654 56% 9,389,657 43% 22,417,246 13,571,589

PROPOSTA DE MATRIZ DO QAD 2011

Sector Objectivo do PQG 2010-

2014

Programa do CFMP

Indicadores de Resultado (Fonte de Verificação)

Base 2009

Meta 2014

Indicadores de Produto (Fonte de Verificação)

Meta 2010

Meta 2011

Meta 2012

Agua e Saneamento

Aumentar o acesso e uso de fontes seguras de água potável

Abastecimento de água e saneamento

% da população que usam fontes seguras de água potável nas zonas rurais e urbanas

Rural: 30%

Rural: 58%

No. total de fontes dispersas operacionais

16,500 18,900 21,500

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nas zonas rurais e urbanas

% das pessoas que usam infra-estruturas de saneamento adequadas nas zonas rurais e urbanas

Urbano: 47%

Urbano: 63%

No. de novas ligações a sistemas convencionais de esgotos, fossas sépticas e latrinas melhoradas e tradicionais melhoradas construídas em zonas urbanas e peri-urbanas

37,800 54,000 56,600

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3.4 Grupo de Trabalho de Protecção Social

I - SUMÁRIO EXECUTIVO

1.1. Desempenho do sector – Indicador do QAD # 27: "Número de crianças, pessoas idosas, pessoas portadoras de deficiência, mulheres chefes de agregado familiar beneficiando dos programas de Protecção Social" – Meta atingida.

O Ministério da Mulher e Acção Social (MMAS) assistiu 264.511 pessoas correspondendo a um aumento de 0.81% em relação à meta do QAD para 2010, fixada em 262.383 beneficiários. O valor dos escalões do subsídio de alimentos não foi aumentado traduzindo-se na redução acentuada do poder de aquisição dos beneficiários. Para além dos programas de protecção social básica implementados directamente pelo Instituto Nacional da Acção Social (INAS) destacou-se o atendimento de 351.408 crianças em situação difícil que beneficiaram de apoio multiforme, 69.312 crianças em idade pré-escolar nos centros Infantis e Escolinhas Comunitárias e 2.872 pessoas com deficiência nas comunidades que receberam meios de compensação.

Foi aprovada a Estratégia Nacional de Segurança Social Básica (ENSSB) 2010-2014, representando um passo importante na clarificação dos objectivos do sector e uma oportunidade para o reforço da coordenação entre os actores. Seguiu-se o processo de elaboração do respectivo Plano Operacional envolvendo os sectores que intervêm na área de Acção Social

Execução orçamental - Para o ano de 2010, o sector recebeu uma dotação orçamental de 393.890,75Mt, sendo 339.850.82Mt para o funcionamento dos órgãos do sector com a execução de 98.98% e 54.039.93Mt para o investimento com uma execução de 99.03%.

Desafios – (1) Aumentar o valor do OE alocado aos programas de protecção social básica de forma a cobrir na totalidade as metas de beneficiários estabelecidas na ENSSB, tendo em conta os níveis de vulnerabilidade existentes no país, agravados pelo aumento progressivo do custo de vida associado ao aumento internacional dos preço dos combustíveis e dos alimentos; (2) Continuar os esforços de melhorar a eficiência das instituições implementadoras dos Programas (3) Aplicar o mecanismo de actualização do valor do subsídio de alimentos expresso no Decreto

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n.º 19/93 de 25 de Agosto, para garantir a manutenção do poder de compra dos beneficiários face à inflação; (4) Melhorar a coordenação inter-sectorial para evitar a duplicação de esforços e recursos, garantindo desta forma a conjugação de sinergias necessárias para atendimento de um número maior dos potenciais beneficiários dos programas de protecção social; (5) Melhorar o sistema de informação entre os diferentes actores com intervenções na área da acção social e (6) continuar a sensibilização dos actores nacionais para prestarem maior atenção a Protecção Social de modo a impulsionar um crescimento económico do país mais inclusivo.

1.2 Lição Aprendida – O trabalho conjunto foi uma prática que contribuiu para a melhoria da articulação entre o MMAS e Parceiros nos vários domínios de intervenção.

II - RELATÓRIO DETALHADO

1. Desempenho do sector

Considera-se positivo o desempenho, uma vez que a meta prevista no QAD 2010 foi cumprida. No entanto, como referido nos anos anteriores, as metas continuam aquém das necessidades de população e das propostas (financeiras) anuais de INAS.

Na área de protecção social básica, continuaram a ser implementados os cinco programas, nomeadamente: Subsídio de Alimentos (PSA), Apoio Social Directo (PASD), Geração de Rendimentos (PGR), Benefício Social pelo Trabalho (PBST) e Programa de Desenvolvimento Comunitário (PDC). Durante o ano de 2010, foram assistidos 264.511 beneficiários correspondendo uma realização em 100.81% da meta do QAD fixada em 262.383 beneficiários . Em 2010 o PSA atendeu 217.683 beneficiários directos contra 166.824 atendidos em 2009, mantendo-se dentro do grupo como o programa que atende um número maior de beneficiários. O valor dos escalões do subsídio de alimentos não foi aumentado traduzindo-se na redução acentuada do poder de aquisição dos beneficiários.

Para além dos programas de protecção social básica implementados directamente pelo Instituto Nacional da Acção Social (INAS) destacou-se o atendimento de 351.408 crianças em situação difícil que beneficiaram de apoio multiforme, 69.312 crianças em idade pré-escolar nos

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centros Infantis e Escolinhas Comunitárias e 2.872 pessoas com deficiência nas comunidades que receberam meios de compensação.

Foi aprovada Estratégia Nacional de Segurança Social Básica (ENSSB), a qual representa um passo importante na clarificação dos objectivos do sector e uma oportunidade para o reforço da coordenação entre os actores. Teve também início a elaboração do respectivo Plano Operacional envolvendo os sectores que intervêm na área de Acção Social.

Foi prosseguida a divulgação das políticas e planos definidos para as áreas da criança, pessoa idosa e pessoa portadora de deficiência, mulher e género, visando a sua implementação.

2. Execução do orçamento

Execução orçamental - Para o ano de 2010, o sector recebeu uma dotação orçamental de 393.890,75Mt, sendo 339.850.82Mt para o funcionamento dos órgãos do sector com a execução de 98.98% e 54.039.93Mt para o investimento com uma execução de 99.03%.

Comparativamente ao ano de 2009, houve uma redução de 11.56% na componente de investimento e aumento de 10.76% no orçamento de funcionamento.

4. Lições aprendidas

Uma das grandes lições foi a vantagem tirada do trabalho conjunto entre o Governo, Parceiros e Sociedade Civil, que se notabilizou no processo de elaboração da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica.

5. Desafios

Os grandes desafios do sector foram e continuam ser os seguintes:

Execução orçamental - Para o ano de 2010, o sector recebeu uma dotação orçamental de 393.890,75Mt, sendo 339.850.82Mt para o funcionamento dos órgãos do sector com a execução de 98.98% e 54.039.93Mt para o investimento com uma execução de 99.03%.

Desafios – (1) Aumentar o valor do OE alocado aos programas de protecção social básica de forma a cobrir na totalidade as metas de beneficiários estabelecidas na

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ENSSB, tendo em conta os níveis de vulnerabilidade existentes no país, agravados pelo aumento progressivo do custo de vida associado ao aumento internacional dos preço dos combustíveis e dos alimentos; (2) Continuar os esforços de melhorar a eficiência das instituições implementadoras dos Programas; (3) Aplicar o mecanismo de actualização do valor do subsídio de alimentos expresso no Decreto n.º 19/93 de 25 de Agosto, para garantir a manutenção do poder de compra dos beneficiários face à inflação; (4) Melhorar a coordenação inter-sectorial para evitar a duplicação de esforços e recursos, garantindo desta forma a conjugação de sinergias necessárias para atendimento de um número maior dos potenciais beneficiários dos programas de protecção social; (5) Melhorar o sistema de informação entre os diferentes actores com intervenções na área da acção social e (6) continuar a sensibilização dos actores nacionais para prestarem maior atenção a Protecção Social de modo a impulsionar um crescimento económico do país mais inclusivo.

6. Comentários sobre o desempenho dos doadores

O apoio dos parceiros ao sector continuou a registar melhorias em termos de assistência técnica, financeira e material. O envolvimento dos parceiros de cooperação na planificação e orçamentação de actividades do sector foi positivo. Nestes processos destacaram-se as Agências das Nações Unidas, DFID, Embaixada Reino dos Países Baixos.

7. Meta de 2012

Para 2011, a meta prevista é de 302.081 beneficiários (Transferências monetárias regulares não condicionadas - PSA: 252.842, Transferências sociais por tempo determinado -PASD: 37.328, Prestação de serviços sociais –US: 2.130 e Criação de oportunidades de auto-sustento - PGR: 9.781). A meta indicativa para 2012 é de 647.448 beneficiários aprovada na ENSSB 2010-2014.

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4. Relatórios do Pilar Desenvolvimento Económico

4.1. Relatório do grupo do sector financeiro 1. SUMÁRIO EXECUTIVO

O desempenho do sector financeiro no período em análise foi caracterizado por (i) variação do crédito à economia na ordem de 27,5%; (ii) o rácio de solvabilidade atingiu 14,4%; (iii) O rácio crédito vencido/crédito total foi de 1,9%; (iv) o spread das taxas de juros situou-se em 9,5%; (v) entrada em funcionamento de 64 novas agências bancárias; (vi) expansão da rede bancária para mais 7 distritos totalizando 58 distritos com presença bancária, contudo a maior concentração regista-se na Cidade e Província de Maputo com cerca de 194 balcões, o equivalente a 46,6%. Ao nível regulamentar, destaque vai para a publicação dos Avisos 01/GBM/2010, de 05 de Julho e 02/GBM/2010, de 21 de Setembro sobre Reservas Obrigatórias, fixando as taxas em 8,50% e 8,75% respectivamente; e a revisão das taxas de intervenção no 2º, 3º e 4º trimestre, da Facilidade Permanente de Depósitos (3%, 4% e 4%) e Facilidade Permanente de Cedência (12,5%,14,5% e 15,5%).

Em 2009, os prémios brutos emitidos do ramo Não Vida tiveram um crescimento de 33,3% em relação ao ano anterior, atingindo um montante global de 2.450,8 milhões de meticais, contra 1.838,9 milhões de meticais em 2008.

No mesmo exercício económico, os prémios brutos emitidos do ramo Vida alcançaram 322,8 milhões de meticais, representando um decréscimo na ordem de 9,5% em relação ao ano de 2008 em que se reportou 356,6 milhões de meticais.

Globalmente, o mercado reflecte acentuado domínio de seguros do ramo Não Vida, com 88,4% de toda a carteira, contra 11,6% do ramo Vida.

Licenciamento de novos mediadores em número de: (i) 1 empresa de seguros; (ii) 5 Corretores de seguros; (iii) 2 Agentes de seguros; e (iv) 13 Promotores de seguros.

2 . DESEMPENHO – QAD 2010

3 . DESEMPENHO DO SECTOR EM 2010

Sector Bancário:

No período em análise, as principais variáveis do sector bancário tiveram o seguinte comportamento: (i) variação do crédito à economia na ordem de 27,5% contra os 58,6% de 2009; (ii) O rácio de solvabilidade situou-se em 14,4% contra os 15,1% registados no ano anterior, o que pressupõe uma reserva de capacidade de expansão do nível da actividade bancária ligeiramente inferior ao registado no ano anterior (iii) O rácio crédito vencido/crédito total registou uma variação insignificante , ao passar de1,8% em 2009 para1,9%, o que equivale à manutenção da qualidade da carteira de crédito. O spread das taxas de juros no

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período em análise teve uma tendência crescente contrariamente aos anos anteriores tendo se situado em torno de 9,5% contra os 9,05% registados em 2009. Em termos de composição, o sistema bancário, até Dezembro de 2010 possuía um total de 16 bancos em actividade e 1 instituição de moeda electrónica.

No âmbito da expansão dos serviços financeiros às zonas rurais , o sistema bancário continuou com os esforços tendentes à expansão da sua rede de balcões, tendo entrado em funcionamento mais 64 agências , elevando para 416 o número de agências em actividade, o que representa um acréscimo de cerca de 18,2% relativamente a 2009. A cobertura geográfica estendeu-se para mais 7 distritos através de agências fixas, elevando para 58 distritos com presença bancária. Contudo a maior concentração regista-se na cidade e província de Maputo com cerca de 194 balcões, o equivalente a 46,6% do universo de agências bancárias. As ATMs e POS atingiram cifras de 733 e 4731, o que corresponde a um crescimento na ordem de 37,79% e 64,79% respectivamente.

O Banco de Moçambique procedeu a revisão: (i) da taxa de Reservas Obrigatórias no 3º e 4º trimestre, para 8,50% e 8,75%, depois de ter terminado 2009 com uma taxa de 8,0%; (ii) das taxas de intervenção, fixando as de Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) em 3%, 4%, 4% e as da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 12,50%, 14,50% e 15,50% respectivamente, depois de ter encerrado o ano de 2009 com 3% (FPD) e 11,50% (FPC). Sector de Microfinanças: O sector de microfinanças é composto por 7 cooperativas de crédito, 6 microbancos, 10 organizações de poupança e empréstimo e 119 operadores de microcrédito em actividade. Os microbancos operam com 8 agências e as cooperativas com 7.

A ausência de operadores de microfinanças vocacionados à captação de poupanças nas zonas recônditas onde não existe presença bancária, leva as populações das zonas rurais a manterem as suas poupanças em casa e a adoptarem diversas formas de guardar o seu dinheiro, correndo vários riscos.

Sector de Segurança Social:

Sector de seguros:

Em 2009, os prémios brutos emitidos do ramo Não Vida tiveram um crescimento de 33,3% em relação ao ano anterior, atingindo um montante global de 2.450,8 milhões de meticais, contra 1.838,9 milhões de meticais em 2008.

No mesmo exercício económico, os prémios brutos emitidos do ramo Vida alcançaram 322,8 milhões de meticais, representando um decréscimo na ordem de 9,5% em relação ao ano de 2008 em que se reportou 356,6 milhões de meticais.

Globalmente, o mercado reflecte acentuado domínio de seguros do ramo Não Vida, com 88,4% de toda a carteira, contra 11,6% do ramo Vida.

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Licenciamento de novos mediadores em número de: (i) 1 empresa de seguros; (ii) 5 Corretores de seguros; (iii) 2 Agentes de seguros; e (iv) 13 Promotores de seguros.

4.2 Relatório do GdT do Sector Privado Sumário Executivo

A Melhoria do Ambiente de Negócios e o Desenvolvimento do Sector Privado foi definido pelo

Governo como uma das prioridades de curto e médio prazos, no âmbito dos esforços do país

tendentes a enfrentar os desafios impostos pela crise económica internacional. Entretanto, o

comportamento dos indicadores do Doing Business, da confiança empresarial e do índice do

ambiente de negócios, entre outros, indicam que poucas acções visando a materialização de

tais prioridades foram realizadas na prática. O Relatório do Doing Business revela que, em

2010, Moçambique melhorou em 4 posições no ranking geral, passando para 126ª posição,

num universo de 183 países, e para a 8ª posição a nível da SADC. As reformas introduzidas na

área de melhoria do ambiente de negócios em 2010 cingem-se na regulamentação da Lei de

Trabalho, na introdução da inspecção única das actividades económicas, na introdução do

sistema electrónico de janela única para efeitos de importação e exportação e no alargamento

da abrangência do regime do licenciamento simplificado.

No âmbito do QAD, foram acordados dois indicadores. O indicador 30 - tempo necessário para

efectuar uma operação de exportação e importação (meta:15) - não registou avanços, sendo

que tempo se manteve em 23 dias (exportação) e 30 dias (importação). Assim, a meta do

indicador 30 não foi atingida. O Indicador 31 - simplificação de licenças para o exercício da

actividade empresarial – tem como meta a aprovação pelo Conselho de Ministros de um pacote

legislativo para a simplificação de todas as licenças para o exercício da actividade empresarial.

Foi iniciado um mapeamento exaustivo das licenças exigidas para exercício da actividade

económica pelo Governo com apoio do Banco Mundial e IFC. Assim, a meta do indicador do

31 não foi atingida mas com progresso.

No âmbito da matriz do GAP, foram definidos dois indicadores na área de sistema legal e

burocracia: (i) Indicador 5.1: Implementação completa da Estratégia para o Melhoria do

Ambiente de Negócios, integrando três acções: (a) consolidação do funcionamento dos

Balcões de Atendimento Único; (b) introdução de e-tributação; e (c) implementação das

matrizes acordadas com o sector privado; e (ii) Indicador 5.2: Implementação do indicador 31

do QAD (reportado em cima). Desta feita, as acções previstas nos indicadores 5.1.a) e 5.1.c)

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foram implementadas na sua totalidade. Assim, pode-se considerar que as metas dos

indicadores 5.1.a) e 5.1.c) foram atingidos com sucesso. Com relação ao indicador 5.1.b), o

Governo está a trabalhar na instalação de um projecto-piloto de e-tributação em Maputo.

Assim, pode ser considerar que a meta do indicador 5.1.b) não foi atingido, mas co m

progresso.

1. Quadro Geral

A Melhoria do Ambiente de Negócios e o Desenvolvimento do Sector Privado foi definido pelo

Governo como uma das prioridades de curto e médio prazos, no âmbito dos esforços do país

tendentes a enfrentar os desafios impostos pela crise económica internacional. Entretanto, o

comportamento dos indicadores do Doing Business, da confiança empresarial e do índice do

ambiente de negócios, entre outros, indicam que poucas acções visando a materialização de

tais prioridades foram realizadas na prática.

O Relatório do Doing Business revela que, em 2010, Moçambique melhorou em 4 posições no

ranking geral, passando para 126ª posição, num universo de 183 países, e para a 8ª posição a

nível da SADC. Todavia, esta subida deveu-se, não propriamente à adopção de novas

reformas no período em apreço, mas das mudanças metodológicas no Doing Business 2011,

que culminaram com a captação dos efeitos da introdução do licenciamento simplificado, aliada

a retirada do indicador referente a contratação e despedimento de trabalhadores, em que

Moçambique se encontrava na 156ª posição.

As reformas introduzidas na área de melhoria do ambiente de negócios em 2010 cingem-se na

regulamentação da Lei de Trabalho, na introdução inspecção da única das actividades

económicas, na introdução do sistema electrónico de janela única para efeitos de exportação e

importação, e no alargamento da abrangência do regime do licenciamento simplificado.

Desta feita, a ausência de reformas ousadas com vista a melhoria do ambiente de negócios

refletiu-se também pelo abrandamento considerável da confiança empresarial na economia

moçambicana (queda do Indicador do Clima Económico das Empresas em 4 pontos

percentuais, segundo o Instituto Nacional de Estatística), precipitada pela queda dos

indicadores de previsão da procura, de emprego, e dos preços de bens e de serviços, bem

como da avaliação desfavorável em quase todos os sectores de actividade económica.

Em concordância com o quadro acima, o Índice de Ambiente de Negócios (IAN) em

Moçambique, elaborado pela KPMG e CTA, sofreu em 2010 um decréscimo de 4.34 pontos

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percentuais. Os principais factores que contribuíram para esta deterioração estão relacionados

com os actos de governação, nomeadamente: excesso de burocracia na prestação de serviços

públicos, corrupção, nível de criminalidade e crime organizado.

2. Quadro de Avaliação de Desempenho

Para a avaliação do desempenho do Governo em 2010, foram acordados dois indicadores na

área de melhoria do ambiente de negócios e desenvolvimento do sector privado: (i) Indicador

30: tempo necessário para efectuar uma operação de exportação e importação – meta: 15 dias;

(ii) Indicador 31: simplificação de licenças para o exercício da actividade empresarial – meta:

aprovação pelo Conselho de Ministros de um pacote legislativo para a simplificação de todas

as licenças para o exercício da actividade empresarial.

No que respeita ao indicador 30, não se registou nenhum avanço, sendo que o tempo para

efectuar uma exportação e importação se manteve em 23 e 30 dias, respetivamente. Neste

sentido, a meta do indicador 30 não foi atingida . Quanto ao indicador 31, foi iniciado um

mapeamento exaustivo das licenças exigidas para exercício da actividade económica pelo

Governo com apoio do Banco Mundial e IFC, bem como, e foi elaborada também uma proposta

para o alargamento da cobertura do licenciamento simplificado para outros sectores de

actividade e uma proposta para a introdução de licenciamento negativo para as Micro,

Pequenas e Médias Empresas. Assim, a meta do indicador do 31 não foi atingida mas com

progresso .

3. “ Governance Action Plan” (GAP)

No âmbito da matriz do GAP, foram definidos dois indicadores na área de sistema legal e

burocracia: (i) Indicador 5.1- Implementação completa da Estratégia para o Melhoria do

Ambiente de Negócios, integrando três acções: (a) consolidação do funcionamento dos

Balcões de Atendimento Único; (b) introdução de e-tributação; e (c) implementação das

matrizes acordadas com o sector privado; e (ii) Indicador 5.2- Implementação do indicador 31

do QAD (reportado no ponto anterior).

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Com relação ao indicador 5.1, o Grupo de Apoio ao Sector Privado (envolvendo governo,

sector privado e parceiros de cooperação) elaborou uma nota técnica e uma matriz de

actividades que corporizam as sob componentes deste indicador (anexo I).

Desta feita, e com base no conceito supra, as acções previstas nos indicadores 5.1.a) e 5.1.c)

foram implementadas na sua totalidade. Assim, pode-se considerar que as metas dos

indicadores 5.1.a) e 5.1.c) foram atingidos com sucesso . Com relação ao indicador 5.1.b), o

Governo está a trabalhar na instalação de um projecto-piloto de e-tributação em Maputo focado

na cobrança do IRPC em duas grandes repartições de finanças (Unidade dos Grandes

Contribuintes de Maputo-UGC e o Departamento da Receita do Primeiro Bairro Fiscal de

Maputo. Assim, pode ser considerar que a meta do indicador 5.1.b) não foi atingido, mas

com progresso. Os detalhes das acções realizadas no indicador 5.1 constam do anexo I

referido anteriormente.

4. Assuntos Transversais

Foram realizadas acções com vista ao desenvolvimento do empreendedorismo entre mulheres

(ESPECIFICAR).

Como resultado:

− XXX % empreendimentos de mulheres detentoras da marca Made in Mozambique;

− XXX % de pessoas (desagregar por sexo) que registaram negócios nos Balcões de

Atendimento Único, nas direcções provinciais de comércio industria e turismo e nos

serviços distritais de actividades económicas;

− XXX % de mulheres e homens com projectos aprovados pelo IPEME.

4.3 Sector da Agricultura Sumário Executivo

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Em termos gerais, o ano de 2010 foi positivo. Dos 3 indicadores do QAD (Quadro de Avaliação de Desempenho) 2 atingiram a meta. Para o indicador de “número total de camponeses assistidos”, o grau de realização foi de 108%, o “número de comunidades locais delimitadas e registadas no atlas cadastral” foi de 102%, enquanto que o “número de hectares de novos regadios construídos e ou reabilitados com fundos públicos”, foi realizado em 57%. Contribuiram para o não alcance da meta a capacidade dos empreiteiros e a morosidade do processo de procurement.

O crescimento do sector agrario retraiu de 8.6% em 2009 para 5.9% em 2010, onde o sub sector da agricultura e florestas cresceram significativamente de 4.2% para 7.9% na agricultura e de 1,4% para 5.9% nas florestas, enquanto que o sub sector da pecuária registou um decrescimo (de 47.9% para -5.7%) afectando assim o crescimento global do sector.

Ao longo do ano, foram efectuados diversos ajustes no Orçamento, a todos os níveis, a fim de adequá-lo à realidade das actividades em curso, tendo resultado num acréscimo de 1% no orçamento global de 2010 (4.790.048 mil mil). Deste valor valor a execução foi de 91%.

2. Avaliação de Desempenho em 2010

2.1 Execução Orçamental

O ano 2010 observou um crescimento de 47% do Orçamento em relação a 2009. E se se considerar o ano de 2008, o acréscimo cumulativo é de cerca de 60%, pois passou-se de um montante de 2.995.279 mil meticais para 4.790.048 mil mil meticais.

O grau de execução situou-se em 91%, mais 3% do que o registado em 2009, num nível de controlo efectivo de 87%, mais 5 pontos percentuais em relação ao exercício anterior.

No orçamento de Funcionamento, verificou uma execução geral de 98%, o de investimento interno 97% e o do investimento externo 82%.

Em relação as receitas consignadas o nivel de execuçao no orçamento de funcionamento foi de 16% enquanto no investimento interno foi de 62%.

Durante o período em análise foram desembolsados fundos para a conta Forex/Tesouraria Central, na ordem de USD 55.644.549 correspondentes a 1.785.769 mil Mt que adicionados ao saldo no início do ano, de USD 12.522.708 atingiu o montante global de USD 68.167.257 correspondente a 2.189.266 mil Mt disponíveis para o exercício económico de 2010, que cobriam o orçamento aprovado em 124% mostrando assim um superavit na ordem de 24%.

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O montante desembolsado pelos Parceiros representou 115.3% do compromisso assumido, embora 40% tenha sido desembolsado apenas no quarto trimestre e maioritariamente em Dezembro o que dificultou a sua utilização em tempo útil.

2.2. Factores Principais que Realçaram ou impediram o Desempenho

O crescimento do sector agrario retraiu de 8.6% em 2009 para 5.9% em 2010, onde o sub sector da agricultura e florestas cresceram significativamente de 4.2% para 7.9% na Agricultura e de 1,4% para 5.9% nas Florestas, enquanto que o sub sector de Pecuária registou um decrescimo (de 47.9% em 2009 para -5.7% em 2010 afectando assim o crescimento global do sector. O crescimento verificado no sub sector da agricultura foi devido a um crescimento significativo de produção com destaque para a Castanha de Cajú, Cana de Açucar,Tabaco, e hortícolas.

O sub sector da silvicultura cresceu devido a melhoria dos preços de madeira no mercado internacional. Outrosim, o reforço da implementação da medida que visa a restrição da exportação de madeira em toros de 1ª classe com vista promever o seu processamento a nivel nacional.

O decrescimo do subsector da Pecuária foi devido a redução da produção de pintos de dia pelas incubadoras filiadas à AMA (Associação Moçambicana de Avicultores), a problemática do aumento do preço da ração e dos preços baixos praticados pelos matadouros na aquisição de frango vivo aos produtores.

3. Indicadores de Desempenho

3.1 Indicadores do Quadro de Desempenho do Sector (QAD)

a) Melhorar a Cobertura dos Serviços de Extensão Agrária

O número total de produtores assistidos pelos serviços públicos de extensão, incluindo o outsourcing, foi de 432.234 (239.072 homens e 193.162 mulheres), o que representa um grau de realização de 108% e um crescimento de 14% em relação ao ano anterior. De referir que para além dos produtores assistidos a extensão assistiu um total de 4.277 associações com 131.715 beneficiários, dos quais 63.941 homens e 67.774 mulheres.

A celeridade na tramitação dos processos de contratação de extensionistas, a melhoria das condições de trabalho , bem como as acções de treinamento foram os factores que influenciaram para o bom desempenho deste indicador.

b) Comunidades Locais Delimitadas e Registadas no Atlas Cadastral e Certificadas

Em 2010, foram delimitadas e lançadas no Atlas Cadastral 51 áreas comunitárias numa área correspondente á 415.847,82 ha o que representa um grau realização de 102%. No mesmo

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ano foram certificadas 25 comunidades representado 50% da meta. De referir que este indicador, devido a sua natureza foi sub dividido em duas partes (1-Comunidades Locais Delimitadas e Registadas no Atlas Cadastral e 2-Comunidades Certificadas). O cumprimento do indicador “Comunidades Certificadas” em 50% da meta prevista, deveu-se ao facto da implementação da circular que uniformiza os procedimentos e o modelo de certidão de delimitação ter inicido no último trimestre de 2010. Contudo, referir que embora não se tenha atingido a meta, registou-se uma taxa de crescimento em relação a 2009, em cerca de 65%.

c) Promover o Uso de Técnicas de Rega

Foram reabilitados/construídos 1.723 ha de regadios contra 3,000 ha planificados, o que significou um grau de realização de 57%. O incumprimento da meta deveu-se à: atrasos significativos na execução das obras por parte dos empreiteiros; demora nos processos de procurement e algumas empresas adjudicadas não honraram seus comprimissos atempadamente. O potencial irrigável no país é estimado em 3.0 milhões de hectares, dos quais 120.000 estão infra-estruturados sendo que actualmente cerca de 62.000 hectares estão operacionais. Este número não inclui os resultados alcançados no ano de 2010 em mais 1723 hectares. Dos cerca de 62.000 hectares operacionais, 35.000 hectares são as açucareiras. Foram adquiriras 100 motobombas as quais tem capacidade irrigar 3270 ha.

3.2. Indicadores da Matriz de Governação

A matriz de governação comporta 4 indicadores relacionadas com o subsector de terras incluindo o indicador 3.1.b. (Comunidades Locais Delimitadas e Registadas no Atlas Cadastral)

O desempenho dos restantes indicadores nomeadamente:

“Aprovado o Diploma que actualiza a revisão da Taxa de DUAT”

Foi aprovado pelo Diploma Ministerial 144/2009, de Dezembro de 2009. Espera-se ate ao fim de 2011 esta taxa esteja divulgada a nivel Nacional, e que seja produzida a Nota Conceptual para a Revisao das Taxas.

“Elaboração da Estratégia Nacional de Administração de Terras”

No contexto da Elaboração da Estratégia Nacional de Administração de Terras, foi elaborado o rascunho da estratégia que se espera que seja finalizada em Outubro de 2011.

“Desenho do novo Sistema de Informação de Terras”

Para o desenho do novo Sistema de Informação de Terras (LIMS) foi lançado o concurso para contratação da empresa que vai realizar o trabalho, espera-se que se cumpra com o prazo estabelecido até Outubro 2011.

3.3. Desenvolvimento Institucional

Do inventário efectuado nas DPAs e SDAEs, verificou-se que foram desvinculados 1569 Funcionários e Agentes do Estado. Foram abertos concursos para integração do pessoal

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contratado nas várias instituições do MINAG, num total de 84 agentes, dos quais 22 foram visados pelo T.A, 36 encontram-se no T.A (aguardando Visto do Tribunal Administrativo).

Foi aprovado a Estrategia de Irrigação em Novembro de 2010 com o objectivo de melhorar a utilização e gestão dos sistemas de regadios.

Foi aprovado a Estratégia de controle da raiva em Novembro de 2010 que tem como acções basilares: a vacinação de cães e gatos, a educação da população, o controlo da população canina, o tratamento de pessoas agredidas e vacinação de pessoal técnico envolvido na vacinação de cães e gatos.

Iniciou-se o processo piloto de Zoneamento Agro-ecológico na província da Zambézia na escala de 1:250.000.

Foi elaborado o Guião de Consulta Comunitária e enviado para o MAE (Ministério de Administração Estatal) analisar e emitir parecer, para posterior aprovação conjunta entre o MINAG e MAE.

Foi aprovado pelo Conselho de Ministro a criação do Fórum de Consulta sobre terras, através do Decreto 42/2010 de Outubro de 2010, com o objectivo de criar um espaço de debate sobre gestão e administração de terras, entre o Governo, sociedade civil, comunidades locais, instituições com mandatos e interesses nesta materia.

O Ministério da Agricultura, elaborou a estrategia de desenvolvimento do sector agrário (PEDSA) e submeteu ao Conselho Economico. Está estrategia será aprovada em Abril de 2011. Em paralelo, decorre o alinhamento com o processo do PCDAA/CAADP (Programa Compreensivo para o Desenvolvimento da Agricultura em Africa) na perspectiva de desenvolvimento de parcerias para o investimento. O PCDAA foi lançado oficialmente em Dezembro de 2010 por S.Excia primeiro Ministro, espera-se que a assinatura do Pacto seja efectuada em Abril de 2011.

3.4. Desempenho em Relação aos Assuntos Transversai s

a) Ambiente

As actividades de nível ambiental foram desenvolvidas pelo sector de florestas e extensão rural os quais descataram se actividades de prevenção de queimadas descontroladas, implementação de programa nacional de reflorestamento, dessiminação das tecnologias sobre agricultura de conservação. O sector de florestas participou na elaboração do Programa REDD Plus cuja implementação inicia em 2011.

A unidade de ambiente participou na elaboração do relatório Nacional do estado do ambiente carecendo de aprovação a nível do Conselho de Ministros; Elaborado pareceres sobre o acordo entre o IIAM e o herbário de Kew para expedições biologicas em Moçambique. Aprovação do regulamento internacional de acesso e partilha de beneficios do uso dos recursos biologicos na qual o MINAG representava Moçambique no grupo de discussão.

b) HIV/SIDA

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As actividades foram desenvolvidas de acordo com as principais áreas no plano estrategico, designadamente cursos e encontros de sensibilização sobre o HIV e SIDA; divulgação da Lei 5/2002, que defende o trabalhador vivendo com HIV, bem como a realização de acções de capacitação sobre Informação, Educação e Comunicação (IEC); foram disseminadas tecnologias agrárias apropriadas para mitigar o impacto do HIV e SIDA nos produtores vivendo com a doença.

c) Género

Realizadas capacitações em Planificação e Orçamentação na óptica do Género a tos os níveis: central, provincial e distrital, num total de 200 beneficiários sendo 40% mulheres;

Realização de uma capacitação para os tomadores de decisão do MINAG, MPD e de alguns parceiros da sociedade civil em Desenvolvimento das capacidades para a integração da abordagem do género na gestão dos recursos hídricos e fundiários, num total de 37 formandos, sendo 13 mulheres e 24 homens.

4. Lições Aprendidas e Desafios

Descentralizado o procurement para duas grandes Direcções Nacionais (DNSA e DNTF) o que permite maior agilização dos processos. Está lição deverá ser extensiva para outras direcções incluindo a descentralização da gestão de fundos (e-sistafe);

Descentralização dos tribunais administrativos a nível da zona centro e norte do País que terá contribuído para a aceleração da tramitação dos processos para contratação de novos extensionistas;

É indispensável acelerar o diálogo com instituições da educação para reactivar a formação de técnicos de hidraúlica agrícola;

De forma a recrutar e reter mais extensionistas, especialmente do sexo feminino, é importante continuar a melhorar as condições de trabalho e habitação;

A disponibilização de fundos deve ser regular e a sua descentralização para a operacionalização dos planos de actividades deve respeitar o que está previsto nos planos a todos os níveis;

Nos últimos anos tem se registado grandes investimentos internacionais com grande impacto no sector agrário, representando um grande desafio na posse de terra, gestão dos recursos naturais entre outros. O sector deverá preparar-se para responder estas mudanças (legislação, formação, papel do governo etc);

A capacidade para a análise de aspectos de género, ambiente e HIV/SIDA deve ser reforçada a todos os níveis. Na operacionalização do PEDSA deve-se incluir abordagens específicas de modo a contribuir na busca de soluções aos crescentes problemas da feminização da pobreza rural e os impactos do aquecimento global e do HIV/SIDA no sector agrário com envolvimento de todos os actores;

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As intervenções na área de sanidade animal ainda não atigiram um nível satisfatorio. É importante aumentar o cobertura das campanhas de sanidade animal;

Constatou-se que as horas de divulgação dos preços de mercado na rádio são limitadas, deveria se alocar mais recursos nesta área;

Na fiscalização dos recursos naturais, ainda persiste a necessidade de reforço em recursos humanos, financeiros e materiais.

Matriz do QAD - Em Anexo

4.4 Relatório do sector de estradas

Indicadores e metas do QAD do Sector de Estradas p ara 2010

O desempenho do sector de estradas é medido pela extensão da rede em condições de transitabilidade, que garantam a ligação eficiente e eficaz entre áreas de potencial agro-económico com os mercados e áreas de consumo. O grau de transitabilidade rodoviária é deste modo medido pelo estado de conservação da rede rodoviária que permita a fácil circulação de viaturas. No período em análise, o desempenho do sector esteve abaixo do planificado, atingido-se uma realização de 69%, dois pontos percentuais abaixo do planificado (71%) para a percentagem de estradas em condições de transitabilidade “boa” e “razoável”. Esta realização apesar de representar um decréscimo de dois pontos percentuais comparativamente ao desempenho de 2009, situou-se na média de desempenho dos últimos três anos que foi de 69%, representando um desvio de um ponto percentual da média planificada para os três anos. Vários factores estiveram associados ao não alcance efectivo das metas planificadas, não obstante apresentarem progressos. Factores de realce são referentes a actual crise financeira mundial que limita a disponibilidade atempada dos recursos planificados, a limitada capacidade dos provedores de serviços para o sector (empreiteiros locais) e as reformas realizadas aos níveis de gestão e legislativo, que requereu adaptação aos novos procedimentos pelo pessoal do Sector. Especificação do Resultado Atingido No período em análise, o desempenho do sector esteve seis pontos percentuais abaixo do planificado, significando que o resultado não foi atingindo mas com progresso . Áreas de melhor desempenho em 2010

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Não obstante os constrangimentos acima mencionados, registaram-se progressos significativos na garantia de mobilidade na rede de estradas através de intervenções pontuais e seleccionadas que permitiram um continuado acesso as regiões de ligações das estradas. Estas intervenções apesar de terem permitido a conectividade da rede de estradas não contribuíram para a melhoria das condições gerais das estradas. A adopção destas estratégias de melhoria das estradas teve como base a alocação racional dos recursos do sector para garantia de movimento de pessoas e bens. Áreas de fraco desempenho em 2010 O processo de reformas do sector com vista a desenvolver a capacidade de resposta aos crescentes desafios de garantia de uma rede de estradas eficaz e efeciente, limitou o desempenho em certas áreas. Este limitado desempenho esteve associado à necessidade de se priorizar a introdução e assimilação de novos instrumentos de gestão em resposta a necessidade de melhoria dos procedimentos de monitoria e avaliação do sector. Por outro lado, continuou-se a registar fraca eficácia na implementação dos mecanismos de harmonização e alinhamento, o que contribui para o aumento dos custos de transação e do tempo gasto pelo pessoal do sector em assuntos epecíficos relacionados com os Parceiros de Desenvolvimento. A assimilação e implementação dos novos procedimentos de aquisição, contribuiu na morosidade dos processos de contratação e consequente atraso na implementação dos programas. Principal constrangimento esteve relacionado com a interpretação dos procedimentos pelos empreiteiros locais, principal contribuinte para o desempenho do sector. Principais lições aprendidas

As lições aprendidas da implementação do programa de estradas para 2010, estão relacionadas com a necessidade de implementação efectiva de uma estratégia de desenvolvimento e competências no sector, por forma a criar capacidade de resposta a crescente demanda de mobilidade na rede de estradas do País. Os efeitos da actual conjuntura internacional, requerem também que se desenvolvam cenários prudentes para o programa de estradas que identifiquem e priorizem as ligações importantes, por forma a contribuir para o alcance dos objectivos do Governo de garantir um crescimento económico inclusivo. Acções deverão ser também desenvolvidas com sectores apropriados na implementação de uma estratégia coordenada de desenvolvimento das pequenas e médias empresas, garantindo deste modo a qualidade de serviços de melhoramento da rede rodoviária. Avaliação da execução do orçamento e com relação ao Balanço do PES O nível de execução orçamental do programa de estradas para o ano de 2010 foi de 89%, com os investimentos para a preservação do investimento e para a acessibilidade rural a contribuírem com 108 e 102% respectivamente. Comparativamente a execução do Plano Económico e Social (PES) foi atingida uma realização orçamental de 92%, mantendo-se o mesmo nível de contribuição das áreas específicas acima mencionadas.

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Principais factores que realçaram o desempenho e os que impediram o desempenho Como foi referido anteriormente as componentes de preservação do investimento através das actividades de manutenção e de acessibilidade compreendendo intervenções em estradas regionais e vicinais foram as que registarem melhor execução financeira. Estas componentes são suportadas por fundos próprios do sector e provenientes do fundo comum. No que concerne aos constrangimentos, estes estiveram associados a eficácia da ajuda ao desenvolvimento pelos parceiros de cooperação que limitou a disponibilização atempada dos recursos para a implementação das actividades planificadas. A limtada disponibilidade de recursos contribuiu também para o nível de desempenho atingido pelo sector, pela necessidade de se considerarem estratégias de intervenção destinadas a garantir a acessibilidade entre os pontos de ligação ao invés de uma intervenção mais consistente que contribuísse de forma eficaz para o alcance da meta do sector de melhorar as condições de transitabilidade das estradas. Esta estratégica privilegiou a alocação racional do investimento para custear intervenções pontuais e selectivas para a garantia de acessibilidade. Avaliação do desempenho com enfoque nos assuntos de “atenção especial” identificados na RA 2010 Não aplicável para o sector de estradas Avaliação do desempenho com relação às principais r eformas centrais (e.g. SISTAFE, questões gerais da gestão das finanças públicas, pr ocurement, análises funcionais, descentralização etc.) A contribuição do sector para as reformas centrais, centrou-se na pesquisa e testagem de estratégias para a garantia de acessibilidade a serem adoptadas pelos distritos e municípios, no âmbito da estratégia de descentralização. O principal enfoque foi o de investigar procedimentos e soluções de baixo custo de melhoramentos da acessibilidade incluindo a análise de procedimentos de gestão e de controlo de qualidade a nível descentralizado. A gestão das finanças públicas foi também considerada através da introdução do sistema de gestão financeira que facilitam o controlo financeiro pelas diferentes agências de implementação financiadas pelo sector. Avaliação do desempenho com relação aos assuntos tr ansversais relevantes: género, HIV/SIDA, ambiente A componente de assuntos transversais priorizou as acções de implementaçõ das estratégias de promoção do género nas actividades de estradas e de mitigação dos efeitos ambientais e de HIV/SIDA. Estas acções são reguladas contractualmente e coordenadas pela unidade de assuntos sociais que tem como função a avaliação da qualidade das acções e formulação de estratégias de melhoria dos procedimentos adoptados. A implementação das acções previstas é garantida por provedores de serviços especializados nas áreas de mitigação. Avaliação geral dos principais desafios e questões de preocupação na perspectiva de Província/Distrito/ e Nível Local.

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O processo de descentralização das acções do sector compreendeu a consolidação dos princípios e procedimentos estabelecidos, por forma a assegurar a gestão eficiente dos recursos postos a despolitização dos níveis de base. Esta consolidação compreendeu a continuação da prestação de assessoria e assistência técnica aos distritos e municípios na gestão da rede de estradas na sua área de jurisdição. A descentralização de responsabilidades cobriu as áreas de planificação e implementação dos projectos e constitui um meio de análise dos principais constrangimentos para a formulação da estratégia de apoio aos distritos e municípios. Lições aprendidas em 2010 e estratégia de melhoria em 2011 e para a planificação orçamental de 2012 Com base nas lições aprendidas na implementação do programa de estradas de 2010 o sector traçou acções que visam contribuir para a melhoria das intervenções futuras. Estas acções a serem elaboradas com detalhe na estratégia futura do sector, priorizam o desenvolvimento das acções viradas para a capacitação a nível de base para uma melhor gestão da rede de estradas a este nível. A efectiva descentralização de competências libertará o nível central do sector para o desempenho de funções analíticas e de assessoria, contribuindo para o alcance dos objectivos do Governo de garantia de crescimento económico inclusivo.

4.5 Relatório do GdT Sector da Energia

1. Sumário Executivo

No período em análise, o Sector de Energia alcançou com sucesso as metas e os resultados preconizados no Plano Económico e Social e Orçamento de Estado para 2010, bem como da extensão PARPA II, com particular destaque para os indicadores e metas patentes no Quadro de Avaliação de Desempenho (QAD).

O número de novas ligações efectuadas atingiu cerca de 123.000 novos consumidores, superando a meta planificada no QAD (85.000) em cerca de 145%, permitindo que o número total de consumidores conectados a rede eléctrica atingisse 850.929 contra os 700.000 consumidores. A percentagem de pessoas com acesso à energia eléctrica atingiu 18%, sendo assim uma das áreas de melhor desempenho do sector

No entanto, a avaliação da performance da EDM por parte da CNELEC é um dos resultados que ainda não foi atingido mas apresenta um progresso significativo.

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A falta de coordenação intersectorial é um aspecto que ficou saliente durante o período em destaque e neste sentido a principal licção apreendida é que a integração entre os sectores é um aspecto extremamente importante no alcance de qualquer objectivo.

2. Avaliação Detalhada do Desempenho – 2010

2.1. Execução Orçamental 2010 e o Desempenho do Bal anço do PES 2010

Valores em Mil MZn

Valor Disponibilizado Total GastoGrau de execução (%)

Orçamento de funcionamento 52,041.00 43,656.30 83.9%Orçamento de Investimento componente interna 402,505.91 382,403.38 95.01%Orçamento de investimento componente externa* 141,991.45 58,207.47 41.0%

* Inclui créditos e donativos da: NORAD; EU e WB

A relação entre a execução Orçamental e o desempenho do Balanço do PES foi positiva, tendo sido alcançada uma execução de cerca de 68%, reflectindo-se em algumas actividades a destacar:

• A expansão da rede eléctrica para as zonas rurais, tendo sido 7 Sedes distritais, nomeadamente Sanga, Mecanhelas, Marrupa, Maua e Metarica (Niassa); Macomia e Ibo (Cabo Delgado), totalizando 97 sedes distritais já electrificadas;

• Conclusão da reabilitação dos tanques de 2.500m3 e está em curso a reabilitação de 8 tanques que representam 150.000m3 de capacidade de armazenagem na Instalação Oceânica do Língamo no âmbito da aumento da capacidade da armazenagem de combustíveis líquidos, como forma de minimizar a dependência externa na importação de combustíveis fósseis.

• No âmbito do aumento ao acesso de combustíveis líquidos, através da expansão da rede de distribuição e comercialização, com prioridade para as Sedes Distritais que actualmente não dispõem de postos de abastecimento, destaca-se as seguintes realizações:

o Estão em funcionamento os Postos de abastecimento de combustíveis de Natite-Pemba; Jangamo (Inhambane); Alcar-Chidenguele (Gaza); Tecnauto (Maputo – Cidade); Marracuene, Ponta de Ouro e Manhiça (Provincia de Maputo).

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A execução do orçamento total de investimento teve um desempenho positivo,no entanto, é importante salientar o fraca execução do orçamento de investimento na componente externa, esta fraca execução deveu-se em grande medida ao atrasos no desembolso dos fundos.

2.3. Desempenho Face às Reformas Centrais • O processo de implementação de execução orçamental via e-SISTAFE está concluido e

operacional. • A Unidade Gestora de Aquisição (UGEA) está é efectiva actividade e operacionalização. • Foi assinado o Diploma Ministerial Conjunto entre os Ministérios da Energia e das Obras

Públicas e Habitação no âmbito da conclusão do regulamento técnicos sobre as normas de construção, exploração e segurança dos postos de abastecimento de combustíveis líquidos.

• Foi realizado um seminário nacional, visando o conhecimento da legislação do sector para sua correcta aplicação e cumprimento, com particular destaque ao licenciamento, normas de segurança e outras matérias junto aos operadores do sector energético.

2.4. Desempenho Face às Questões Transversais

HIV/SIDA

• Distribuição da brochura “Estratégia de combate ao HIV e SIDA na Função Publica 2009 – 2013” pelas Direcções Provinciais de Recursos Minerais e Energia, as instituições subordinadas e tuteladas;

• Realização de uma mine feira de saúde com a participação das instituições de tutela e Subordinadas, onde foram disponibilizados os seguintes serviços: Doação de Sangue, medição da pressão arterial, Aconselhamento e testagem em saúde comunitária, com a participação de 36 funcionários;

• Distribuição de 50 brochuras contendo orientações de uma alimentação saudável para pessoas vivendo com o HIV e SIDA.

Género

• Foram sensibilizados os funcionários do Ministério da Energia, sobre as questões do género no sector através de apresentação de uma peça teatral preparada por um grupo de funcionários do Ministério da Energia no âmbito das comemorações do dia 07 de Abril, dia da Mulher Moçambicana.

• Foram realizadas diversas actividades de carácter sectorial no âmbito da celebração do dia 15 de Outubro, dia Mundial da Mulher Rural.

Ambiente

• Inicio do processo de revitalização da da Unidade de Ambiente.

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• Foi feita a revisão de Estudos de Impacto Ambiental dos Projectos do Sector de Energia.

• Alocados 0,01 % do orçamento total dos projectos de investimento para a atribuição da licença ambiental.

3. Factores Chaves que Influenciam o Desempenho do Sector de Energia • O prosseguimento do cumprimento do Contrato-Programa entre a Electricidade de

Moçambique (EDM) e o Governo, contendo claramente os indicadores de avaliação do desempenho e facilmente verificáveis da empresa na execução do programa de electrificação rural.

• Os esforços significativos desenvolvidos, tendo em vista assegurar a disponibilidade permanente dos produtos petrolíferos em todo o País, a despeito do difícil ambiente caracterizado pela instabilidade dos preços no mercado internacional.

• O incremento do volume de exportação de energia eléctrica em cerca de 10%, ou seja, de 10,966.7 GWh em 2009 para 12,101.9 GWh, sendo a República Sul-africana o principal destino.

• Com vista a minimizar o custo de vida, EDM teve que retirar e reduzir o aumento na tarifa de energia eléctrica aos consumidores de escalão social e domésfica respectivamente. Neste sentido, o sector encontrado soluções no sentido de minizar a influência desta medida no desempenho da EDM.

4. Lições Apreendidas • Necessidade de fortalecer as ligações intersectoriais; • Realizar monitorias periódicas aos projectos em curso, com vista a melhor acompanhar

e avaliar o grau da sua implementação. • Necessidade de melhorar a capacidade institucional do Ministério da Energia,

constituindo-se numa área de prioridade face aos presentes desafios, nomeadamente o défice de energia e a necessidade de exploração do potencial energético existente no País.

• Gestão do difícil ambiente caracterizado pela instabilidade do preço do petróleo no mercado internacional.

5. Matrix do QAD Pilar/Área Indicador

[Fonte de Verificação]

Meta 2010

Resultado Comentários Nº Ind

Desenvolvimento Económico

Energia Número de novas ligações a energia eléctrica

85.000 Atingida A meta foi superada em cerca de 145 %

35

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Indicador da Matriz do QAD 2010 para o sector de estradas

Objectivo do PQG

2010-2014

Programa

do CFMP

Indicadores de

Resultado

(Fonte de

Verificação)

Base

2009

Meta

2014

Indicadores

de Produto

Meta

2010

Meta

2011

Meta

2012

Meta

2013

Meta

2014

Melhorar a

transitabilidade das

estradas,

priorizando as que

apresentam um

grande impacto no

desenvolvimento

sócio económico do

País

Construção

e

manutenção

de estradas

e pontes

Percentagem de

estradas em

condições “boa”

e “razoável de”

transitabilidade

71% 76%

Rede de

estradas

aberta para o

tráfego

normal de

veículos

durante o

ano, sem

nenhuma

excepção

71% 72% 74% 75% 76%

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PILAR I DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

ÁREA Estradas

Objectivo do PQG 2010-2014

Melhorar a transitabilidade das estradas, priorizando as que apresentam um grande impacto no desenvolvimento sócio -económico do País.

Objectivo do Indicador

O objectivo do indicador é o de aumentar a acessibilidade e potenciar a criação de oportunidades sociais e económicas em todo o País, contribuindo para o desenvolvimento através duma gestão eficaz e garantia de funcionamento eficiente e sustentável da rede de estradas classificadas.

Indicador

Percentagem de estradas classificadas em condições “boa”e “razoável” de transitabilidade.

Resultado: Produto:

Definição do Indicador

O indicador determina a rede de estradas aberta para o tráfego normal de veículos durante o ano. São também considerados troços de estradas que apresentam restrições temporárias durante a queda de chuva.

Unidade de Medida: expresso em %

Nível de Desagregação: macro: provincial: distrital: urbano: género: rural:

Meio de Verificação

Fonte de Verificação : serão recolhidos através de contratos de prestação de serviços os dados sobre as condições de transitabilidade da rede classificada.

Método de Colecta : será usada uma metodologia de avaliação padrão baseada em 5 indicadores (nível da estrada, condições de drenagem, cruzamentos, espessura de saibro da estrada e qualidade de rodagem baseada na velocidade média).

Frequência de Colecta : anual

Instituição Responsável pela recolha : MOPH – FE e ANE

Problemas de fiabilidade de dados : a metodologia utilizada para a recolha de informação é fiável.

X

x

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5 Relatórios do Grupo dos Assuntos Transversais

5.1 Relatório do grupo de trabalho de Género 2011

1. SUMÁRIO EXECUTIVO

As actividades, orçamentos e resultados sectoriais na área de Género não foram atingidos na integra. Todavia registaram-se alguns progressos assinaláveis como a aprovação do PNAM 2010-2014, a realização da II Conferência Nacional sobre Mulher e Género, elaboração dos relatórios do CEDAW e Beiging + 15, sessões de aconselhamento as vítimas de violência, produção de material IEC para a Divulgação da Estratégia de Género da Função Pública, a sensibilização e educação em matéria de Género bem como o envolvimento do homem, a capacitação em matéria de Planificação e Orçamentação na Óptica do Género. Entretanto persiste em quase todos os sectores a ausência sistemática da desagregação de dados por sexo, como forma de fornecer evidências da (des)igualdade de género, bom como para influenciar políticas tendentes a Igualdade e Equidade de Género. Outro aspecto precupante é o não uso como instrumento de tabalho a Política de Género e a Estratégia da sua Implementação nem a Estratégia de Género na Função Pública, ilustrada pela lenta criação das Unidades de Género. Com este desempenho ainda não satisfatório. Sugere-se que para 2012 se inclua nas questões transversais a área do Género.

2. ÁREAS DE MELHOR DESEMPENHO

Ministério da Mulher e da Acção Social

• Realizada a II Conferência Nacional sobre Mulher e Género;

• Aprovado o PNAM 2010-2014;

• Elaborados relatórios do CEDAW (3º e 4º combinados) e de Beijing+15;

• Realizadas 8 sessões de divulgação do Guião de Integração de Género nos Planos Distritais;

• Criados 39 novos Conselhos Distritais para o Avanço da Mulher;

• Apoiadas 112 Associações de mulheres chefes de agregado familiar, das quais 60 novas e 52 antigas sendo: 9 em Cabo Delgado; 12 na Zambézia; 9 em Tete; 35 em Sofala; 4 em Manica; 4 em Inhambane; 16 em Gaza; 5 em Maputo província e 18 em Maputo Cidade; no desenvolvimento de actividades de geração de rendimento em todo o País. Estas associações beneficiaram de insumos agrícolas, capacitação vocacional em corte e costura e em gestão de projectos;

• Realizadas 816 sessões de aconselhamento às vítimas de violência, das 220 sessões planificadas, sendo 530 em Cabo Delgado, 65 em Nampula, 37 em

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Sofala, 24 na Cidade de Maputo, 06 em Tete, 104 na Zambézia e 46 em Inhambane;

• Realizados 15 seminários de divulgação de Instrumentos Nacionais e Internacionais que defendem e promovem a mulher e a rapariga;

Ministério da Agricultura

• Realizados 4 seminários sobre Integração da abordagem de género nos recursos terra e água para a irrigação, Planificação na Óptica de Género e sensibilização em Género e HIV e SIDA, tendo beneficiando 209 pessoas, das quais 135 mulheres;

• Formados 1.073 produtores, sendo 571 homens e 322 mulheres em matérias do Decreto Lei, Agro negócios e gestão pós colheita na Província da Zambézia;

• Capaciados em planificação e OOG planficadores, pontos focais, técnicos de departamentos de economia e chefes de serviços de Niassa num total de 200, dos quais 40% mulheres.

• Realizadas acções de monitoria e de sensibilização sobre género e HIV SIDA em 3 distitos da província de Gaza e em 3 distirtos da província do Maputo.

Ministério das Obras Públicas e Habitação

• Formação de mulheres em actividades tidas como masculinas, ex. condução de tractores e outro tipo de equipamento;

Ministério da Função Pública

• Produzidos CDs de divulgação da Estratégia do Género na Função Pública;

Ministério da Planificação e Desenvolvimento

• Mantiveram-se orientações metodologicas para integração das questões de Género nos Planos e Orçamentos e BdPES;

• Elaborado relatório de Moçambique sobre os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio;

Ministério do Trabalho

• Promovida a formação inicial e contínua para 76.722 candidatos a emprego dos quais 31.606 mulheres.

Ministério da Saúde

• Aumentada a cobertura de partos institucionais de 55% para 66%;

• Implementado o programa de prevenção, rastreio e tratamento do colo uterino em todas as províncias;

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• Reforçadas acções para o aumento do acesso aos serviços e métodos de planeamento familiar e contraceptivo através de intervenção ao nível das comunidades e do Serviço Nacional de Saúde;

• Implementada a Iniciativa Maternidade Modelo (IMM) em 33 Unidades sanitárias da cidade de Maputo (5), Inhambane (4), Sofala (3), Manica (3), Tete (3), Zambézia (4), Niassa (3) e Cabo Delgado (4);

• Aprovada a Estratégia do Planeamento Familiar (PF) e elaborado o plano operacional; reiniciada a pesquisa sobre o envovimento do homem os serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva no Centro de Saúde 1º de Maio na Cidade de Maputo ;

Ministério da Justiça

• Aumento do número de mulheres nos Tribunais;

• Divulgados os direitos de cidadãos, especialmente da mulher carente em matérias ligadas a alimentos, regulação do poder parental e violência doméstica;

• Alargada a cobertura do IJAPa mais 20 distritos, sendo 10 com implantação físia e 10 com cobertura ambulatória;

• Reabilitados e reinseridos socialmente 2.740 reclusos em áreas profissionalizantes dos quais 138 mulheres;

Mnistério da Educação

• Aumento do número de mulheres a frequentar o Subsistema de Alfabetização e Educacão e Adultos;

• Redução do racio professor/aluno de 67,7% em 2009 para 65,8 % em 2010;

3. ÁREAS DE FRACO DESEMPENHO

Ministério da Agricultura

• Fraca desagregação de dados por sexo;

• Reduzido número de mulheres Extensionistas Rurais.

Ministério das Obras Públicas e Habitação

• Fraca desagregação de dados por sexo.

Ministério da Função Pública

• Fraca desagregação de dados por sexo

Ministério do Trabalho

• Fraca desagregação de dados por sexo

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Ministério da Justiça

• Fraca desagregação de dados por sexo

Ministério da Educação

• Fraca desagração de dados por sexo;

• Fraco ingresso da rapariga nos Institutos de Formação de Professores, somente 30%.

• Taxa de conclusão pela rapariga foi de 42,8% contra o planificado de 46%;

4. Lições aprendidas/Geral

Preciste e na maior parte dos sectores, a ausência sistemática de dados desagregados por sexo. Lenta criação de Unidades de Género; a nã o implementação da Estratégia de Género na Função Púb lica pelos sectores.

5.2 Relatório do GdT HIV&SIDA 1. Sumário Executivo

A resposta contra o HIV e SIDA continuou a privilegiar a consolidação das parcerias e o reforço da transversalização da abordagem nos sectores. Em 2010 continuou-se a conferir maior prioridade à prevenção com vista a influenciar mudanças de comportamentos que ajudem a reduzir a propagação de novas infecções.

As acções de prevenção e mitigação na resposta centraram-se na concretização das direcções estratégias e prioridades contidas na estratégia de aceleração da prevenção e noutras áreas do PEN II. É notável a continuidade na réplica das orientações contidas na Iniciativa Presidencial, reforçadas pelas campanhas sobre mudança de comportamento com destaque para o problema dos Parceiros Múltiplos e Concomitantes, a partir do qual lançou-se a campanha “Andar fora é manning arriscado ”, cuja primeira fase arrancou com o slogan “Amores a mais é demais ,”

A execução financeira do CNCS esteve a um nível aceitável, situando-se acima de 90% tanto nos fundos internos como externos, isto é, as despesas realizadas correspondem a 95.44% dos fundos disponíveis durante o exercício. Comparativamente ao orçamento aprovado, a execução situa-se em 63%, um nível aparentemente baixo se tomar em conta o nível da disponibilidade financeira para o exercício findo. Anote-se que em 2010 continuou a observar se a redução das contribuições ao Fundo Comum,

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assim como dos fundos domésticos. Com o realinhamento do CNCS acompanhado pela sua retirada na gestão de subvenções para se dedicar exclusivamente à coordenação da resposta, logrou se ser necessário a institucionalização do exercício da medição de gastos em SIDA no país, uma vez que será possível um mapeamento sobre os recursos disponíveis, bem como sobre em que áreas estarão a ser usados. Esta informação é crucial para tomada de decisões estratégicas sobre o curso da resposta.

2. Análise do Desempenho em 2010

2.1 Desempenho à luz dos indicadores do QAD 2010:

A) Indicador do QAD # 37ª: % e (Nº) de mulheres grávidas HIV+ que receberam medicamentos

ARV nos últimos 12 meses para reduzir o risco de transmissão de mãe para o filho (PTV)

Meta para 2010 : 75.099

Atingido em 2010 : 69.880

Observações:

A meta não foi alcançada pese embora tenha tendências a progredir. O nº de mulheres grávidas HIV+ que receberam medicamentos ARV para a prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho (PTV) foi de 69.880 (a meta era de 75.099), isto é, o grau de realização foi de cerca de 93.1%. apesar deste grau de realização com relação a cobertura completa do PTV na população estamos a 43.6%

Comparando com o ano de 2009, houve progressos, atendendo que apenas 66.615 mulheres grávidas HIV+ receberam medicamentos ARV para a prevenção da transmissão vertical (64% cobertura). Registou-se, ainda, um progresso significativo na expansão de unidades sanitárias que fornecem serviços de PTV no País, de 832 unidades sanitárias em 2009, para 909 Unidades em 2010.

B) Indicador do QAD # 22 a: Nº de adultos (> 15) com infecção HIV avançada que beneficiam do TARV (terapia Anti-retroviral)

Meta para 2010: 194.440

Atingido em 2010: 201.596

C) Observações : A meta foi alcançada e ultrapassada no contexto do Sector de Saúde. O nº de adultos (> 15) com infecção HIV avançada que beneficiam do TARV (terapia Anti-retroviral) foi de 201.596 (a meta era de 194.440), isto é, o grau de realização a nível do sector de saúde foi 103.7%. Comparando com ano 2009, podemos lograr que houve progressos pese embora os dados são cumulativos, atendendo apenas 145.883 adultos (> 15) com infecção HIV avançada que beneficiam do TARV. Registou se ainda um progresso na expansão de

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unidades sanitárias que fornecem esses serviços no País, de 222 para 229 unidades sanitárias em 2010. C) Indicador do QAD # 22 b : Nº de crianças que beneficiam do TARV pediátrico.

Meta para 2010: 19.426

Atingido em 2010: 17.395

Observações:

A Meta não foi atingida mas tende a progredir. Diferentemente do ano transacto em que a meta foi alcançada e extravasada. O grau de desempenho (89.6%) deste indicador foi fraco com relação a meta prevista, embora com sinais de progressão. Relativamente ao acesso ao tratamento Anti-retroviral (TARV) de forma genérica foi atingida e ultrapassada cifrando-se em 102.4%, tanto para adultos como para crianças no contexto das metas do Sector de Saúde. A capacidade de administrar TARV, embora cresça de forma aritmética não cobre ainda parte significativa dos adultos que dela demandam, isto é, estimava –se que até finais de 2010 cerca de 465,859 pessoas necessitariam de TARV no país. Contudo, os esforços do Governo a esta problemática tenham tido como resultado uma cobertura de cerca de 47%.

2.2 Análise do progresso nas áreas do PEN II

a) Prevenção

Durante o período em análise, na componente do aconselhamento e testagem foram realizadas 5.431 sessões de sensibilização em matéria de HIV e SIDA atingindo 87.701 trabalhadores. E cerca de 61.438 trabalhadores foram submetidos aconselhamento e testagem como resultado das sessões de sensibilização conduzidos pelos provedores de serviços. O aconselhamento e testagem (AT) é uma componente fundamental para a prevenção do HIV e SIDA sendo uma porta de entrada para cuidados, tratamento e suporte psicossocial, bem como para a mudança de comportamento. O número de pessoas de 15 anos ou mais, atendidas nas diversas unidades de Aconselhamento e Testagem em Saúde (ATS) do Serviço Nacional de Saúde (ATIP – Aconselhamento e Testagem Iniciada pelo Provedor e ATIU – Aconselhamento e Testagem Iniciada pelo Utente) cresceu de 602.171 em 2009 para cerca de 2.436.111 em 2010, isto é, o grau de desempenho do programa foi de 81.7% para 2010 contra os 102% alcançados em 2009 a nível nacional

No programa de Prevenção da Transmissão Vertical o número de US oferecendo o serviço de PTV expandiu e atingiu em 2010 909 unidades, contra 832, em 2009. Assim, em 2010 foram atendidas pela primeira vez nas CPN com serviços de PTV, 1.036.886 mulheres grávidas contra (888.861 atendidas em 2009). O número de mulheres grávidas aconselhadas e testadas nestas US, também aumentou fixando-se em 736.794 no ano de 2010, contra 649.820 em 2009. Enquanto isso, até Dezembro de 2010, cerca de 69.880 mulheres grávidas haviam recebido Anti-retrovirais para a

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prevenção da transmissão vertical, correspondendo a 43.6% do total de mulheres grávidas HIV positivas estimadas no país. Em 2009, cerca de 66.615 as mulheres grávidas que receberam Anti-retrovirais.

Dados do programa SAAJ, indicam que foram abertos 28 novos SAAJ’s nas províncias de Cabo Delgado (11), Tete (9), Sofala (2) e Cidade de Maputo (3), elevando de 258 para 273 serviços de SAAJ’s, em funcionamento no país contrariamente as 15 unidades abertas com serviços de SAAJ´s. Estes serviços atenderam nas primeiras consultas cerca de 124.258 adolescentes e Jovens de um total de cerca de 286.350.

Dados dos inquéritos mais recentes em Moçambique, indicam que a percentagem de mulheres com idades entre os 15 - 49 anos que usaram o preservativo na última relação sexual com o parceiro ocasional, (considerado sexo de alto risco) passou de 24% em 2003 para 44% em 2008. O uso do preservativo nas relações sexuais de alto risco aumentou cerca de 3 vezes mais nas áreas rurais(8% em 2003 para 23%em 2008) e dois terços nas zonas urbanas (de 34% em 2003 para 58% em 2008).

A disponibilização do preservativo em 2009 foi de 89.180.318, enquanto que em 2010 foram distribuídos apenas 66,535,117, o que significa uma diminuição de 22,645,201, o que corresponde a um decréscimo de 25.3%. A diferença de números entre os dois períodos pode ser explicado pelo facto de nos anos 2008 e 2009 ter se feito muita campanha para a promoção do preservativo o que teria levado as instituições a maior procura, sendo que maior parte das instituições/organizações em 2010 continuavam com stocks o que não justificava novas solicitações.

b) Advocacia

É notável a continuidade na implementação da réplica das orientações contidas na Iniciativa Presidencial, reforçadas pelas campanhas sobre mudança de comportamento com destaque para o problema dos Parceiros Múltiplos e Concomitantes, a partir do qual lançou-se a campanha “Andar fora é manning arriscado ”, cuja primeira fase arrancou com o slogan “Amores a mais é demais ,”

c) Estigma e discriminação

Durante o ano de 2010, continuou-se com a divulgação da Lei da Defesa dos Direitos e Combate à Discriminação e Estigmatização das Pessoas Vivendo com HIV e SIDA – Lei nº 12/2009 – o que representa um passo importante para o reforço do contexto politico da prevenção do HIV em Moçambique.

Esta Lei reflecte o compromisso do Governo e das organizações da sociedade civil com medidas anti-discriminação, bem como com o direito à privacidade, o acesso ao tratamento gratuito providenciado pelo Estado, a obrigação de oferecer educação sobre HIV através dos currículos escolares e a protecção dos direitos de propriedade da mulher.

d) Tratamento

No âmbito do Tratamento Anti-retroviral (TARV), até 31 de Dezembro de 2010 haviam cerca de 201.596 adultos; 17.395 crianças com menos de 15 anos de idade em TARV, totalizando 218.991 pacientes em TARV, o que representa um grau de cumprimento

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acima dos 100% (102.4%). O número dos postos que fornecem os serviços de TARV foi de 229, em 2010, o que ultrapassa a meta estabelecida em 215. Este aumento encontra a sua explicação na abertura de mais de locais de atendimento ao nível do País.

e) Mitigação

No âmbito do indicador de QAD referente ao " % de crianças recebendo assistência (saúde, educação, apoio legal -registo de nascimento, apoio financeiro, apoio psicossocial e apoio alimentar e nutricional" para o ano 2010, de acordo com O PACOV (Plano de Acção para a Criança Órfã e Vulnerável), tendo uma meta de atendimento de 1.6 milhões de crianças (2006-2010), O Governo prestou assistência a 351.408 COV`s em apoio multiforme, através de 826 Comités Comunitários de Atendimento à Criança. As 351.408 crianças órfãs e vulneráveis assistidas em todo o País, correspondem a 19.7% das 1.6 milhões de crianças órfãs e vulneráveis. Durante o período em análise foram aprovados os seguintes instrumentos orientadores: Regulamento dos Infantários e Centros de Acolhimento a Criança em Situação Difícil; Guião dos Comités Comunitários de Protecção da Criança; Padrões Mínimos de Atendimento a Criança em Situação Difícil.

Durante ano de 2010, cerca de 137 organizações prestaram assistência a PVHS’s em Moçambique. Deste número, destacam-se as províncias de Gaza (65) e Maputo - Província com 58, Tete (45), Sofala (40) e Manica (35) organizações contra 407 organizações prestando assistência a esse grupo alvo em 2009, esta redução deve-se ao facto de algumas províncias não terem feito referência a este indicador. . Neste contexto, durante o ano de 2010 beneficiaram-se de apoio nutricional, financeiro, psicossocial e formação vocacional 190.006 PVHS; e cerca de 8.592 agregados familiares estiveram envolvidos em esquemas de geração de renda contra os 36.767 PVHS assistidos em 2009.

f) Pesquisa

Foi produzido o relatório de MEGAS, aguardando-se pela sua aprovação, foi validado e submetido as Nações Unidas o relatório de progresso da Sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre HIV e SIDA (UNGASS) 2008-2009, e divulgados dados do Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA 2009). Iniciou o processo de aproximação entre CNCS, MCT e ONUSIDA, com vista a criação de uma plataforma que crie mecanismos de monitoria e actualização do plano de investigação tendo em conta as prioridades definidas no PENIII. g) Coordenação

O Conselho Directivo do CNCS reuniu ao longo de 2010 em 2 sessões tendo deliberado sobre diversos assuntos, entre os quais, consta a alteração da a composição do CNCS bem com a análise de várias matérias , num exercício de carácter informativo aos novos Membros do CNCS, na sequencia do novo mandato do Governo ;

O SE-CNCS orientou 9 Sessões do Fórum de Parceiros, com agendas relacionadas com o funcionamento regular do CNCS bem como com as actividades desenvolvidas pelos diferentes actores da Resposta Nacional. Faz-se menção a título

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de exemplo, a análise do POA 2010; ACA 2010, a preparação da campanha de ATSC e da Conferencia Nacional sobre o SIDA, a concepção do Desenvolvimento Institucional e sua articulação com os desafios impostos pela operacionalização descentralizada do PEN III (instrumento aprovado em Grau de realização das acções previstas no POA 2010 20 Março de 2010). Foram também objecto de análise nos encontros matérias como auditoria ao Fundo Comum, expansão do E-SISTAFE pelas províncias, bem como algumas apresentações sobre PMC, experiência regional de Resposta ao HIV e SIDA, Resposta do sector Privado ao HIV e SIDA; Novas experiência de coordenação da Sociedade Civil (MONASO e a ALIANCE), Curso on line de HIV e SIDA, entre outros temas.

O SE-CNCS facilitou a realização de 3 reuniões do Grupo de Referência de Prevenção com objectivo de avaliar a implementação da EAP durante o ano 2009, bem como analisar as acções para 2010. Ao longo das sessões recomendou-se ser necessário a realização de dois grandes eventos: A Campanha de ATSC e a Conferência Nacional sobre o HIV e SIDA. mas, estas acções não tiveram lugar devido a exiguidade de fundos, depois de muito investimento despendido na sua preparação

O SE-CNCS orientou nove sessões do Comité Director do PEN III, cujo objectivo era de apoiar o desenho das matrizes operacionais dos sectores abrangidos no processo, como também no desenho dos planos operacionais provinciais, uma acção que se estendeu durante o ano de 2010.

3. A execução financeira do Conselho Nacional de Co mbate ao SIDA

Da análise comparativa dos desembolsos dos Parceiros do Fundo Comum e da componente interna do orçamento do Estado de 2009 e 2010, conclui-se ter havido uma redução no nível de financiamentos.

O valor global orçamentado para o exercício económico de 2010 foi de 368.632,79 milhares de meticais e o grau de execução foi de 232.386,60 milhares de meticais. Deste montante 34.5% foram usados no financiamento de subprojectos da sociedade civil e do sector público e os restantes 65.5% no pagamento de despesas relacionadas com a execução das actividades do POA 2010 e de suporte institucional. .

Na componente interna do Orçamento do Estado a execução foi de 98.4% , sendo a execução da componente externa de 55.6% e a média é de 63%. O nível de execução dos fundos externos aparentemente baixo, explica-se pelo facto dos fundos efectivamente recebidos pelo CNCS serem inferiores em relação ao valor orçamentado, Do orçamento global do CNCS para 2010 de 368.632,78 milhares de meticais, foram desembolsados 243.423,38 milhares de meticais apenas, tendo ficado sem realização 125.209.40 milhares de meticais, este valor que corresponde a um deficit orçamental, à data da aprovação do POA de 2010, não estava previsto como seria coberto. No entanto, o nível de aplicação de fundos é de 95.47% quando a análise tem em conta os fundos disponíveis para o exercício económico.

Desafios

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• Consolidar as acções até aqui desenvolvidas para o realinhamento das acções do Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA e da operacionalização descentralizada do PENIII ;

• A realocação de fundos de combate ao HIV e SIDA através de diferentes modalidades de financiamento, agravado pela redução do numero de intervenções e apoios às organizações da sociedade civil e de base comunitária, como resultado da crise financeira mundial;

• A reestruturação do mecanismo de disponibilização, aquisição e distribuição dos preservativos, para garantir uma logística mais eficiente;

• Ainda é deficiente a alimentação do Sistema de Informação da Resposta Nacional, por parte dos diferentes actores no combate ao HIV e SIDA, o que resulta na dificuldade de um acompanhamento sistemático da resposta e da avaliação do alcance das acções de combate ao HIV e SIDA no país;

• Uniformizar a gestão dos recursos financeiros a partir de um único sistema informático;

• Envidar-se esforços para optimização da liquidez,

5.3 Relatório do GdT do Sector de Desenvolvimento R ural

Indicadores constantes no PARPA II 2006-2009, sua e xtensão para 2010 e perspectivas para o PARP 2011-2014

Contexto

O Decreto Presidencial número 1/2010 no seu sexto artigo, transfere a Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural (DNPDR), do Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD) para o Ministério da Administração Estatal (MAE), com as suas competências, funções, meios matérias, humanos e financeiro. Assim a DNPDR continua com o mandato de promover, coordenar e monitorar o Desenvolvimento Rural integrado e sustentável ao nível do Território Nacional.

A coordenação e implementação de projectos e programas no âmbito de desenvolvimento rural, tem sido crucial para a execução de diversas acções com destaque para: i) coordenar as actividades intersectorias de planificação e promoção do desenvolvimento rural integrado; ii) regulação da mobilização e organização da participação das comunidades locais nos programas de desenvolvimento rural; iii) elaborar a politica governamental e estratégia de desenvolvimento integrado; planificar e organizar a capacitação dos órgãos locais do estado e os das autarquias locais para realizar as tarefas de desenvolvimento rural; iv) promover e incentivar a organização dos produtores rurais e associações.

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A DNPDR para além de se orientar as políticas e programas globais do desenvolvimento socio-económico do país, definidas pelo governo, nomeadamente a extensão do PARPA II, o Programa Quinquenal do Governo, o Plano Económico e Social, também definiu instrumentos estratégicos para guiar a sua intervenção no meio rural. Trata-se da Estratégia do Desenvolvimento Rural (EDR) que é um instrumento de orientação que visa induzir mudanças substanciais no padrão de acumulação da economia nacional a favor de um envolvimento eficaz e eficiente da economia rural e a Estratégia de Finanças Rurais (EFR) “ por aprovar”, que tem como objectivo garantir o acesso a serviços financeiros nas zonas rurais para indivíduos, grupos ou empresas, contribuindo, deste modo, para o crescimento económico e alívio à pobreza no meio rural e promovendo um dinamismo de acumulação de riqueza pro-rural.

Metas de PARPAII (2006-2009) e sua extensão para 20 10

A meta proposta para a extensão do PARPA II foi atingida de acordo com a proposta elaborada. Neste contexto, i) foi aprovada a Leis, Geral das Associações Agro-pecuárias e das Cooperativas. Nesta base, foram inscritas cerca de 6000 associações a serem apoiadas por várias iniciativas do governo em parcerias com outras organizações a trabalhar ao nível local. Destas, foram legalizadas 1841, ii) aumento da cobertura da rede bancária nas zonas rurais e de numero de agencias: (a) de 28 distritos (em 2006) para 52 distritos e ) de 228 agências (em 2006) para 385 agências (até 1/11/2010); (b) de 45 (em 2005) para 117 até 1/11/2010) Operadores de Micro crédito, 10 Organizações de Poupança e Empréstimos e 6 Microbancos que estão a servir a um universo de 264 000 clientes de baixa renda, (c) Na implementação do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) foram financiados 16.271 projectos (7.065 de produção de comida e 9.206 de geração de rendimento) tendo beneficiado cerca de 2.176 associações e 14.117 individuais (particulares). No mesmo contexto, foram capacitados 1.177 intervenientes do FDD (670), DEL (238) e dos centros de atendimento de pequenas e medias empresas -MERA’S (144)) em matéria de Desenvolvimento Económico Local (DEL) e Fundo Distrital de Desenvolvimento,

iii) actualmente, contamos com 86 rádios comunitários (onde 74 são Rádios Comunitários e 12 Rádios e Televisão Comunitário); v) Em funcionamento 11 Agências de Desenvolvimento Económico Local e uma rede nível nacional para uma melhor articulação e harmonização das suas acções e; vi) implementados vários programas com a perspectiva de fortalecimento das ligações de mercados agrários, com destaque do) SMOLLHOLDER (Zambézia, Tete e Sofala);, PRODEZA na província de Zambézia e o PROMER nas Províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia (na fase inicial da sua implementação), o que espelha a evolução uma implementação de programas de mercado agrário a nível nacional. No mesmo âmbito, foram realizados varias capacitações a nível nacional uns de carácter regional e provincial e outras de carácter distrital e local com destaque: (a) principais intervenientes do programa de promoção de desenvolvimento rural (PROMER) com a participação de cerca de 127 representantes de varias instituições de estado, sector privado e a sociedade civil; (b) 90 empresários locais da província de Inhambane em representação aos Distritos de Massinga (30), Morrumbene (30) e Inharrime (30) e constituídas 8 pequenas e medias empresas sendo 2, 2 e4 respectivamente; (c) uso sustentável dos recursos naturais e do ambiente para o desenvolvimento, com participação de cerca de 120 indivíduos em representação a zona Norte (35) centro (40 e sul (45).

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Avaliação das prioridades do Sector

Para a redução da pobreza no quinquénio em curso, serão prioridades: i) Aumentar a competitividade e a acumulação da economia rural através da facilitação do registo das associações rurais; aprovação e implementação em todo o país da política e estratégia de finanças e micro finanças rural e divulgação das políticas e coordenação das actividades das instituições financeiras e actualização do banco de dados sobre a carteira de clientes. Estas prioridades serão avaliadas e termos de número cumulativo de associações legalizadas e em pleno funcionamento, número cumulativo de instituições financeiras e micro financeiras rurais que adoptam a política e estratégia do sector aprovada com sucesso, bem como de número cumulativo de clientes de baixa renda; ii) Promover o Desenvolvimento Institucional e das Infr a-estruturas através do apoio técnico e metodológico na emergência de mecanismos de promoção e coordenação do desenvolvimento rural, nos Distritos no quadro dos planos estratégicos e na abordagem do desenvolvimento local, melhorando a produtividade e a dimensão social das comunidades locais.

Uma melhor integração das acções de desenvolvimento rural e um maior envolvimento das comunidades locais será uma base forte para que o sector de desenvolvimento rural antiga os indicadores propostos.

Os indicadores propostos são um reflexo das recomendações dos documentos de referência para a elaboração do PARP, bem como de documentos estratégicos do sector (em implementação e em processo de elaboração) tais como a Estratégia de Desenvolvimento Rural, Campanha Nacional de Promoção de Poupança, Estratégia de Microfinanças e Finanças Rurais, Estratégia de Gestão de Conhecimento e o Inquérito sobre Orçamento Familiar; sendo de salientar que, estes documentos serviram como base para a elaboração do PQG.

Perspectivas

Melhorar a coordenação intersectorial entre as instituições do Estado, privadas e da sociedade civil aos diferentes níveis para evitar a duplicação de esforços e atrasos na implementação de acções e promover o uso racional dos recursos, perspectivando o aumento da produtividade agrícola, criação de mais postos de emprego e a melhoria da dimensão social das comunidades locais. Reduzir o predomínio de intervenção sectorial e apostar nas intervenções territoriais e integradas na alocação de meios financeiros, materiais e técnicos, para consolidar a descentralização e desconcentração e promover a indicação de um órgão representativo do sector de desenvolvimento rural ao nível da base – o Distrito, onde decorrem todas as actividades de desenvolvimento rural.

Resumo

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A Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural (DNPDR) é Órgão Central do Ministério da Administração Estatal responsável pela Promoção Coordenação e monitoria do Desenvolvimento Rural Integrado e Sustentável do país. A DNPDR, no âmbito das suas actividades, para alem dos instrumentos orientadores do desenvolvimento sócio económico do país, nomeadamente o PARPA, o PQG e o PES, orienta-se pelas Estratégias do Desenvolvimento Rural e Finanças Rurais

No que concerne as Metas de PARPAII (2006-2009) e sua extensão para 2010 foi aprovada a Lei Geral das Associações Agro-pecuárias e das Cooperativa, tendo sido inscritas cerca de 6000 associações. A Rede Bancária passou a cobrir mais 24 Distritos e e com 167Agencias. No que concerne ao Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) foram financiados 16.271 projecto e capacitadas 1 177 intervenientes. Na sua perspectiva, a DNPDR, continua a guiar-se pelos cinco objectivos da Estrategia do desenvolcvimento Rural.

5.4 Relatório do GdT do Sector do Ambiente

A integração das questões do Ambiente no Mundo e em Moçambique tornam-se cada vez prioritárias nas politicas e estratégias de desenvolviemnto. Dada a localização geográfica de Moçambique faz com que seja o mais vulnerável ás consequências das mudanças Climáticas, tornando-se cada vez mais pertinante a integração deste tema em todos os aspectos que contribuem para um desenvolvimento sustentável. De acordo com o Quadro de Avaliação de Desempenho(QAD) para 2010, na área do ambiente, os três objectivos e as respectivas metas foram cumpridas com sucesso (objectivos 35 e 36) respectivamente no concernente ao melhoramento do planeamento e ordenamento territorial e a transversalidade da gestão ambiental no país. Foram elaborados 21 Planos Distritais de Uso de Terra. No âmbito da divulgação da Estratégia Ambiental de Desenvolvimento Sustentável, foram realizadas 19 sessões promovidas pelo Conselho Nacionla de Desenvolvimento Sustentável (CONDES), com o tema de enfoque “Socialização e Consciencialização Ambiental em Moçambique”.

Foi elaborado o modelo da matriz simplicada para os Assuntos Transversais, visando a integração transversal da gestão ambiental no país. O Planeamento e Ordenamento Territorial constitui uma das grandes prioridades ambientais no país dado ao seu grande contributo para a melhoria do uso dos solos e da qualidade de vida dos cidadãos. Assim, foi elaborada e aprovada a Estratégia para Intervenção nos Assentamentos Informais e os respectivo Plano de Acção, bem como a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Ecológico de Malhazine que visa a transformação do ex-paiol em área verde e de uso público múltiplo.

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Realizações de destaques vão para o Lançamento do 1º Compêndio Nacional de Estatísticas Ambientais, a Capacitação de 5.331 pessoas em matéria de Educação Ambiental, Planeamento Territorial e Gestão de Recursos Naturais no âmbito do Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental (PECODA), e a implantação de 2.183 florestas comunitárias novas e inventariadas 447, totalizando 1.640 em todo o país; foi revisto e aprovado pelo Conselho de Ministros o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes, bem como a aprovação pelo mesmo órgão da criação da Agência Nacional de Controle de Qualidade Ambiental (AQUA), e a elaboração e aprovação da Estratégia de Género, Ambiente e Mudanças Climáticas.

No mesmo período testemunhamos a multiplicação de esforços de parcerias em áreas como Mudanças Climáticas, desflorestação (através de mecanismos como o REDD+, Redução de Emissões derivadas da Degradação e Desmatamento) e degradação de solos, enquanto que na agenda internacional, os grandes desafios ambientais centraram-se na participação em simpósios sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade, e debates a nível dos vários blocos mundiais, com vista a se acertar consensos rumo as Conferências das Partes (COP-16) em Cancum- México, e Cop10 , Nagoya – Japão, realizadas nos finais de 2010.

A crise financeira registada a nível global teve repercursões nos orçamentos do sector do Ambiente na ordem dos 37% o que implica que em 2011 esforços redobrados serão necessário visando o incremento da participação financeira do Estado e investimento externo, para colmatar os desafios que se colocam no sector.

Considerando as lições aprendidas e em consonância com o Programa Quinquenal do Governo 2010-2014, o sector do ambiente deverá prosseguir com as seguintes prioridades (i)apoio Institucional, ii)Gestão Ambiental incluindo a coordenação intersectorial, iii) Ordenamento Territorial, iv) Qualidade Ambiental, v)sensibilização da população sobre as questões ambientais através do PECODA e vi) Mudanças climáticas(redução da vulnerabilidade aos seus impactos).

Proposta do relatório de Avaliação de Desempenho 20 10

1.Sumário Executivo A integração das questões do Ambiente no Mundo e em Moçambique tornam-se cada vez prioritárias nas politicas e estratégias de desenvolviemnto. Dada a localização geográfica de Moçambique faz com que seja o mais vulnerável ás consequências das mudanças Climáticas, tornando-se cada vez mais pertinante a integração deste tema em todos os aspectos que contribuem para um desenvolvimento sustentável.

A recente aprovação da Estratégia do Género, Ambiente e Mudanças Climáticas e ainda a Estratégia de Redução de Emissões derivadas do Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) em processo de elaboraçao, são disso uma evidência clara, sobre a preocupação do pais para a criação não só da capacidade para mitigação, mas sobretudo de adaptação no seio dos cidadãos.

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De acordo com o Quadro de Avaliação de Desempenho(QAD) para 2010, para área do ambiente os três objectivos e as respectivas metas foram cumpridas com sucesso (objectivos 35 e 36) respectivamente no concernente ao melhoramento do planeamento e ordenamento territorial e a transversalidade da gestão ambiental no país. Foram elaborados 21 Planos Distritais de Uso de Terra de Chiúre, Ancuabe, Macomia, Mueda e Nangade na Província de Cabo Delgado, Nacala-a-Velha, na Província de Nampula, Cheringoma, Marromeu e Buzi na Província de Sofala, Alto – Molócue, Maganja da Costa e Pebane na Província da Zambézia, Gondola e Sussundenga na província de Manica, Moatize em Tete, Funhalouro e Massinga na Província de Inhambane, Chokwe, Chigubo e Massangena na Província de Gaza e Magude em Maputo. No âmbito da divulgação da Estratégia Ambiental de Desenvolvimento Sustentável, foram realizadas 19 sessões promovidas pelo Conselho Nacionla de Desenvolvimento Sustentável (CONDES), Maputo (1), Gaza (1), Inhambane (5), Manica (1), Tete (1), Zambézia (4), Nampula (1), Cabo Delgado (4) e Niassa (1) com o tema de enfoque “Socialização e Consciencialização Ambiental em Moçambique”;

Foi elaborado o modelo da matriz simplicada para os Assuntos Transversais, visando a integração transversal da gestão ambiental no país. O Planeamento e Ordenamento Territorial constitui uma das grandes prioridades ambientais no país dado ao seu grande contributo para a melhoria do uso dos solos e da qualidade de vida dos cidadãos. Assim, foi elaborada e aprovada a Estratégia para Intervenção nos Assentamentos Informais e o respectivo Plano de Acção, bem como a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Ecológico de Malhazine que visa a transformação do ex-paiol em área verde e de uso público múltiplo.

Adicionalmente a este facto realizações de destaques vão para o Lançamento do 1º Compêndio Nacional de Estatísticas Ambientais em cerimónia presidida por Sua Excelência o Primeiro-Ministro na presença de Membros do Governo, Corpo Diplomático, Empresariado, Académicos, Organizações Não-Governamentais, Sociedade Civil, Estudantes, funcionários e outros, totalizando 600 participantes, numa iniciativa que visa providenciar informação ambiental fiável quer aos decisores como ao público em geral; a Capacitação de 5.331 pessoas em matéria de Educação Ambiental, Planeamento Territorial e Gestão de Recursos Naturais no âmbito do Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental (PECODA), dos quais 296 de nível provincial, 153 de nível distrital, 3.267 de nível comunitário, 90 professores, 85 técnicos dos minicípios, 192 Jornalistas, 30 OCB’s, 67 ONG’s, 639 Lídres Comunitários, 485 Estruturas locais (Chefes de postos e de Localidades) e a implantação de 2.183 florestas comunitárias novas e inventariadas 447, totalizando 1.640 em todo o país; com objectivo de adequação ao actual desenvolvimento sócio económicoa que o país observa, evitando os possíveis danos que resultem de processos e actividades industriais, foi revisto e aprovado pelo Conselho de Ministros o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes, bem como a aprovação pelo mesmo órgão da criação da Agência Nacional de Controle de Qualidade Ambiental (AQUA).

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No mesmo período testemunhamos a multiplicação de esforços de parcerias em áreas como Mudanças Climáticas, desflorestação (através de mecanismos como o REDD+, Redução de Emissões derivadas da Degradação e Desmatamento) e degradação de solos, enquanto que na agenda internacional, os grandes desafios ambientais centraram-se na participação em simpósios sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade, e debates a nível dos vários blocos mundiais, com vista a se acertar consensos rumo as Conferências das Partes (COP-16) em Cancum- México, e Cop10 , Nagoya – Japão, realizadas nos finais de 2010.

A crise financeira registada a nível global teve repercursões nos orçamentos do sector do Ambiente na ordem dos 37% o que implica que esforços em 2011 serão necessário visando o incremento da participação financeira do Estado e investimento externo, para colmatar os desafios que se colocam no sector.

Considerando as lições aprendidas e em consonância com o Programa Quinquenal do Governo 2010-2014, o sector do ambiente deverá prosseguir com as seguintes prioridades (i)apoio Institucional), ii)Gestão Ambiental incluindo a coordenação intersectorial, iii) Ordenamento Territorial, iv) Qualidade Ambiental, v) sensibilização da população sobre as questões ambientais através do PECODA e vi) Mudanças climáticas incluindo a redução da vulnerabilidade aos seus impactos.

2.Avaliação do Desempenho Geral do Sector (2010)

O quadro da análise é baseado na avaliação qualitativa das actividades realizadas durante o ano de 2010, no âmbito da implementação do Plano Económico e Social (PES) e do PARPA II pelos diferentes sectores na sua vertente ambiental incluindo o MICOA.

i)Coordenação intersectorial. O resultado mais significativo consiste na reabertura do Curso Médio de Planeamento Físico e Ambiente com 86 estudantes bem como a participação sectorial nos vários processos coordenados pelo MICOA, como a preparação do Compêndio de Estatíticas Ambientais a preparação do Balanço do Primeiro ano da implementação do Programa Quinquenal 2010-2014 para o sector do ambiente sob a liderança do MPD (apresentado durante o Conselho Coordenador do MICOA); a elaboração da Estratégia de Género, Ambiente e Mudanças Climáticas, participação do MICOA na elaboração e divulgação da Matriz do Modelo Simplificado para integração dos Assuntos Transversais; esforços conducentes a integração ambiental no PES 2011 ao nível provincial (3 workshops provinciais de integraçao ambiental com participação dos sectores das obras públicas, saúde, agricultura, pescas, energia, minas e a participação nas sessões do Conselho Nacional para o Desenvolvimento Sustentável- CONDES a nível central e provincial).

ii) Na área do Saneamento do meio: com objectivo de adequar o actual desenvolvimento sócio económico a que o país observa, evitando os possíveis danos que resultem de processos e actividades industriais, foram aprovados pelo Conselho de Ministros os seguintes instrumentos legais: o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes, a criação da Agência de Controle de Qualidade Ambiental, bem como a Directiva Técnica para a Implantação e Operação de Aterros Sanitários em Moçambique, esta última visando dotar os Municípios de conhecimentos

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e técnicas para lidar de forma saudável com os referidos resíduos. Foi feita a monitorização de actividades implementadas no âmbito do Programa de Combate a Malária em curso no MISAU sobre o uso do DDT (Dicloro Difenil Tricloro Etano), insecticida usado no programa de combate a malária no pais, cobrindo as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane. iii) Planeamento e Ordenamento Territorial. No âmbito da implementação das acções de melhoramento dos assentamentos informais, foi feito o levantamento de 1.679 famílias que vivem em situação de risco no Bairro da Matola ‘‘A”, no Município da Matola, com objectivo de reassentá-las em locais mais seguros nos Bairros de Boquisso e Siduawa, Elaborada e aprovada, pelo Conselho de Ministros, a Estratégia para Intervenção nos Assentamentos Informais e respectivo Plano de Acção. A nível local, salientam-se progressos na integração da componente espacial nos planos distritais em conformidade com os vários instrumentos de Ordenamento Territorial . No âmbito da promoção da elaboração de Planos de Estrutura e de pormenor, foram elaborados e aprovados pelas Assembleias Municipais, os Planos de Estrutura das Cidades de Nacala, Matola, Vila de Marracuene e Inhaminga, documentos que vão permitir a correcta gestão do solo urbano. Elaboração e aprovação da a Estratégia para Intervenção nos Assentamentos Informais, bem como a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Ecológico de Malhazine que visa a transformação do ex-paiol em área verde e de uso público múltiplo.

iv) Prevenção da degradação dos solos. F oram aprovados 415 Projectos, sendo 55 de categoria A, 142 de categoria B e 218 de categoria C, o que atesta uma melhoria no ambiente de negócios no país. Realizadas 346 inspecções em todo o país tendo se constatado deficiente cumprimento das medidas de mitigação dos impactos ambientais decorrentes da deficiência na gestão de resíduos, produtos químicos, efluentes, conforme previsto nos Planos de Gestão Ambiental. Concluído o projecto de contenção de erosão na Praia de Tofo (Inhambane) e realizadas obras de contenção de erosão na orla maritima da cidade de Maputo. v) Gestão dos recursos naturais. Capacitados, a nível central, 32 funcionários sobre a Avaliação Ambiental Estratégica; foi lançado o 1º Compêndio Nacional de Estatísticas Ambientais. Lançado o concurso internacional para contratação de serviços de consultoria para a elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica da Zona Costeira; Monitoradas e mapeadas as áreas propoensas á queimadas descontroladas em todo pais, tendo se registado um decréscimo na ocorrência de focos de queimadas, na ordem de 44%, comparativamente a igual período do ano passado, o que atesta a efectividade dos programas de redução e combate a este mal.

vi) Educação ambiental. Capacitados 5.304 pessoas em matéria de Educação Ambiental, Planeamento Territorial e Gestão de Recursos Naturais no âmbito do Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental (PECODA) e aprovação da Estratégia do Género , Ambiente e Mudanças Climáticas e Elaborado o Manual sobre Florestas Comunitárias. Foi realizada a 3ª Edição da Feira Ambiental sob o lema "O Papel dos 3 R´s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar na Geração de Renda”, com a participação de 33 expositores e 21 palestrantes oriundos das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Tete, Sofala e Zambézia, e visitada por cerca de 2.000 pessoas. A mesma contribuiu para a educação e sensiblização ambiental dos citadinos da Beira em

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relação à gestão dos resíduos sólidos e permitiu uma grande interacção entre os expositores, palestrantes e os visitantes; vii) O quadro Político e Legislativo pode ser considerado como pertinente para o ambiente e a gestão dos recursos naturais. No entanto torna-se necessário a harmonização e a conciliação entre vários instrumentos legislativos no âmbito de mudanças climáticas , ordenamento territorial entre outros. Foi assinalado que ainda é necessário continuar com os esforços para a divulgação e implementação de diferentes instrumentos legislativos relativos ao sector do ambiente (planeamento e ordenamento territorial, auditorias, licenciamento e inspecções ambientais, reforçando com a capacitação e mobilização de recursos humanos e financeiros.

viii)No âmbito da Redução da poluição do ar, das ág uas, e dos solos: foi feita a monitorização de actividades implementadas no âmbito do Programa de Combate a Malária em curso no MISAU sobre o uso do DDT (Dicloro Difenil Tricloro Etano), insecticida usado no programa de combate a malária no pais, cobrindo as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane e elaborado o projecto de Prevenção e Mitigação de Futuras Acumulações de Pesticidas Obsoletos Fase IV para a mitigação e tratamento de locais contaminados e embalagens vazias durante os próximos três anos (2011, 2012 e 2013). ix) prevenção e redução dos efeitos das calamidades naturais. Nos esforços conducentes a redução dos efeitos das mudanças climáticas resultantes de desmatamento e degradação de florestas foi elaborada a proposta da EN-REDD+ e apresentada ao Conselho Técnico do CONDES; No âmbito de capacitação das comunidades para adaptação aos efeitos resultantes das mudanças climáticas e seca, o MICOA está a implementar projectos demonstrativos em zonas áridas nos Distritos de Guijá e Chicualacuala na Província de Gaza, estando prevista a sua replicação em outros locais com caracteristicas similares, e houve participação de Moçambique nos processos internacionais como: COP-16 em Cancum- México sobre Mudanças Climática, Cop 10 em Nagoya-Japão.. 3. Avaliação da Execução orçamental

MICOA CENTRAL

Dotacao Execucao %Ex. Salários 54.710.654,40 54.406.859,51 99,40% Outras despesas com pessoal 8.584.764,71 8.484.849,71 98,83%

Bens e Serviços 30.192.990,00 30.192.628,17 100,00%

Transferências 5.759.560,00 5.759.560,00 100,00%

Subsídio de Funeral 187.000,00 187.000,00 100,00%

Outras transferências 255.000,00 246.237,16 96,56% Convecções Internacionais 4.399.000,00 4.399.000,00 100,00%

104.088.969,11 103.676.134,55 99,60%

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Tabela - 1: Execução Orçamental 2010 (Funcionamento)

Dotação (MT) Execução (MT) %Ex.

Apoio e Avaliação do Programa Nac. De Ambiente 5.365.800,00 5.365.800,00 100,00%

PECODA 2.047.500,00 2.047.500,00 100,00%

Adaptação a Mudanças Climáticas 1.417.500,00 1.417.500,00 100,00%

AAE 2.498.330,00 2.498.330,00 100,00% Projecto-piloto de Contenção de Erosão Changara - Tete 3.240.000,00 3.240.000,00 100,00%

Combate a erosão na orla marítima da Cidade de Maputo 7.650.000,00 7.650.000,00 100,00%

Combate a erosão do Tofo - I'bane 1.935.000,00 1.935.000,00 100,00% Comb. a queimadas desc. e ref. de comb. a queimadas desc. Tete, sofala e Manica 1.350.000,00 1.350.000,00 100,00%

Elaboração de Planos de Ordenamento T. 4.320.000,00 4.320.000,00 100,00%

29.824.130,00 29.824.130,00 100,00% Tabela – 2: Execução Orçamental do MICOA CENTRAL (I nvestimento)

O presente relatório, visa apresentar a informação sobre o desempenho económico e financeiro a nível do MICOA Central, tendo em conta os orçamentos de funcionamento e Investimento. De salientar que com a crise financeira registada a nível global, a área do Ambiente sofreu cortes nos seus orçamentos na ordem de 37% o que implica que para 2011 será necessário o incremento da participação financeira do Estado e investimento externo, para colmatar os desafios que se colocam a este sector.

Os níveis de execução orçamental apresentados estão relacionados às dotações orçamentais actualizadas e definitivas apresentadas pelo Ministério das Finanças. De acordo com a tabela 2, o valor previsto para a realização das actividades de investimento foi executado na sua totalidade.

4. Lições Aprendidas De entre as lições aprendidas ao nivel dos sectores destacam-se, que :

1. o processo da eleboração do Programa Quinquenal do Governo 2010-2014 e os respectivos indicadores pelos representantes dos diferentes Ministérios (Agricultura, Pescas , Recursos Minerais, Obras Públicas, entre outros);

2. a preparação do Balanço do Primeiro ano da implementação do Programa Quinquenal 2010-2014 para o sector do ambiente sob a liderança do MPD (apresentado durante o Conselho Coordenador do MICOA, bem como a elaboração da matriz simplicada para os assuntos transversais, entre outras ctividades ambientais mostrou ser reforço importante na planificação integrada e a implementação de programas multi – sectoriais ;

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3. a promoção de informação, consciencialização e educação ambiental através da implementação do PECODA a nível nacional com o despertar da atenção particular sobre a necessidade da implantação das florestas comunitárias;,

4. o sistema de recolha de dados ambientais harmonizado com envolvimento de todos os actores de desenvolvimento, bem como a sua disseminação através de instrumentos como o Compêndio de estatísticas ambientais;

5. a elaboração de forma coordenada de instrumentos legislativos na área de Minas, e Petróleo, do Programa Africano de Adapatação ás Mudanças Climaticas, Estratégia de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, e a realização de vários projectos demonstrativos para as Mudanças Climáticas pela Sociedade Civil com apoio do Fundo do Ambiente mostra o esforço coordenado entre vários intervenientes neste domínio;

6. ao nível do CONDES, destaca-se a realização das sessões provinciais sobre assuntos ambientais, lideradas pelos respectivos Governadores;

7. no ordenamento territorial, o envolvimento na demarcação de talhões para reassentamento de famílias vivendo em zonas vulneráveis.

8. A necessidade de optimização dos instrumentos de financiamento disponíveis ao nível internacional (MDL, PPCR, REDD entre outros

5. Desafios e Perspectivas para 2011 No âmbito do seu plano de actividades, e em consonância com o Programa Quinquenal do Governo), o esforço do sector concentrar-se-á nas seguintes acções:

i) Continuar com as acções de sensibilização da sociedade sobre os assuntos ambientais através da implementação da estratégia de comunicação, divulgação e educação ambiental (PECODA);

ii) Continuar a promover a planificação integrada com ênfase para as vilas e cidades com a elaboração dos diferentes instrumentos de planeamento territorial( planos distritais de uso da terra, planos de pormenor e de estrutura);

iii) A implementação dos projectos demonstrativos para adapatção as mudanças climáticas

iv) Continuar com as actividades relativas a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) a nível da zona costeira;

v) A implementação do modelo da matriz simplificada para os assuntos transversais com base num conjunto de indicadores estratégicos ligados á prioridades ambientais e com uma visão mais orientada para os resultados assegurando a participação e contribuições dos vários sectores ;

vi) Implementar a Estratégia de Género, Ambiente e Mudanças Climáticas e a directiva sobre os aterros sanitários;

A nível de cooperação, colaboração e participação (parceiros, sector privado e sociedade civil): vii) Promover esforços conjuntos entre o Governo e os Parceiros de Cooperação na

definição e operacionalização dum quadro estratégico e plano de acção

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harmonizado com várias modalidades de financiamento (p.e. assistência programática);

viii) Fortalecer o diálogo com sociedade civil, sector privado e parceiros de cooperação tendo como base o grupo de trabalho ambiental.

5.5 Relatório do GdT Área de Segurança Alimentar e Nutricional Sumario Executivo:

A Seguranca Alimentar e Nutricional (SAN) é uma prioridade nacional para combate a pobreza e

fome. Todavia, as estatísticas mostram que o índice de Insegurança Alimentar Crónica ainda

continua elevado, em 35% ( SETSAN, 2006). A insegurança alimentar é uma das causas

subadjacentes da desnutrição crónica. A desnutrição crónica é reconhecida como sendo o

melhor indicador da qualidade do capital humano. Em Moçambique, a prevalência da

desnutrição crónica é de 44% (MICS 2008), considerada muito alta com base nos critérios da

OMS. A desnutrição crónica, que se manifesta pela falha no crescimento nos primeiros anos de

vida (baixa estatura para idade), é responsável por um terço das mortes em crianças menores

de cinco anos. Além de representar uma das principais causas de morte, a desnutrição crónica

pode trazer danos irreversíveis à saúde durante todo o ciclo de vida, tais como: a baixa estatura,

o que acarreta a fraca capacidade produtiva e física; diminuição da função cognitiva, resultando

num menor rendimento escolar; e maiores riscos de doenças degenerativas como diabetes e a

obesidade.

As provincial do Centro e Norte apresentam taxas acima dos 40%, com Cabo Delgado e Nampula

apresentando taxas > 50%. As províncias com menores taxas (< 40%) são Inhambane, Gaza,

Maputo Província e Maputo Cidade.

Enquanto que a desnutrição crónica reflecte um problema de longa duração, que começa

durante o desenvolvimento do feto na barriga da mãe e continua durante os primeiros 2 anos

de vida da criança, a desnutrição aguda reflecte uma flutuação no consumo alimentar e ou

doença/infecções durante um curto período de tempo, que pode ser resultado de um choque

(ex: epidemia de cólera, seca, cheia, etc). Os resultados do inquérito MICS de 2008 indicam que

os níveis de desnutrição aguda, moderada e grave, nas crianças de 0 a 5 anos baixaram dos 5.4%

referidos pelo IDS de 2003 (após reajustamento às novas curvas da OMS) para 4.2%, prevalência

esta que não é considerada como um problema de saúde publica

As acções na área de SAN visam assegurar as condições para a produção de alimentos com alto

valor nutricional, de forma a garantir o direito de todas as pessoas, a todo o momento, ao

acesso físico, económico, e sustentável a uma alimentação adequada, em quantidade,

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qualidade, e aceitável no contexto cultural, para satisfazer as necessidades e preferências

alimentares, para uma vida saudável e activa.

De forma a conter e reduzir esses níveis elevados, o SETSAN e seus membros realizaram, em

2010, várias actividades de coordenação e de implementação de acções para melhoria da

produção e disponibilidade de alimentos, acesso, uso e utilização, adequação e estabilidade de

alimentos.

Avaliação de Desempenho na Área de Segurança Alimentar e Nutricional

Coordenação Multisectorial da SAN:

Sendo a Estratégia Nacional de SAN II o suporte e guião orientador para a definição de

prioridades e estratégias de implementação das actividades na área de segurança alimentar e

nutrição, foram realizadas as seguintes acções em 2010:

Reforço da capacidade institucional: Aprovados pelo Conselho de Ministros o Decreto da Criação

do SETSAN, estando em curso o processo para aprovação e divulgação dos estatutos do SETSAN.

O SETSAN passou a estar inscrito no SISTAFE/MEO.

Produção de Informação SAN: Foram realizadas 2 Monitorias de SAN: Monitoria de Fevereiro de

2010 que indicou que um universo de 456,300 pessoas encontravam-se em situação de

insegurança alimentar e nutricional extrema (InSAN). 1 Avaliação em Agosto e em Dezembro,

onde foram identificadas cerca de 350,000 pessoas em situação de InSAN extrema e precisam

de assistência humanitária até Março de 2011. Tendo-se constatado na Monitoria de Dezembro

que a situação de SAN no país se encontra estável. Foi realizado um estudo de vulnerabilidade

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urbana nas cidades de Maputo e Matola. Foram produzidos 8 perfis distritais de segurança

alimentar e mapeamento de áreas de risco de cinco distritos.

Reforço da SAN nas Políticas, Estratégias e Planos a todos os níveis: SAN inserido no PQG, no

PARP, no Plano Multissectorial de Redução da Desnutriçao Crónica (aprovado pelo CM em

Outubro 2010), no PEDSA, no CAADP e no UNDAF (United Nations Development Assistence

Framework). Indicadores de SAN estão incluídos no PARP-2010/2014 e no Quadro de avaliação

de desempenho – QAD – 2010/2014.

Foram elaborados os Planos de Acção de Segurança Alimentar e Nutricional (PASAN), da

provincia de Gaza e os respectivos distritos, o mapeamento de instituições e intervenções de

SAN e elaborados 11 distritais e o perfil provincial da província de Gaza.

Para a integração de SAN nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Distrital (PEDDs), foram

capacitados 25 formadores (nível central) em inserção de SAN nos PEDDs; capacitados 126

técnicos das EPAPs e ETDs das províncias de Cabo-Delgado e Nampula. Em Cabo-Delgado foram

capacitados 25 membros da EPAP e 33 da ETD e SAN Incluída nos Distritos de Ancuabe (11),

Chiure (10) e Meluco (11). Em Nampula foram capacitados 31 membros da EPAP e 37 da ETD e

SAN incluida nos distritos de Moma (13), Memba (9) e Ribáuè (15).

Legislação: O Ministerio da Justiça e Ministério da Agricultura, através do SETSAN, lideraram o

processo de formulação do Ante-projecto da Lei do Direito Humano à Alimentação Adequada

(DHAA). O processo encontra-se na fase de auscultação nacional e consulta comunitária em

todas as províncias do país e em 55 distritos. Foram feitas auscultações nos sectores da Saúde,

Educação, Obras Públicas e Habitação e foi apresentado também para Rede de ONG´s para a

Soberania Alimentar (ROSA), para além de alguns Conselhos Consultivos e Conselhos Técnicos.

Celebração do Dia Mundial da Alimentação de 2010 e Lançamento da Campanha Agrícola

2010/11: Realizadas as celebrações do dia Mundial da Alimentação e Lançamento da Campanha

agrícola 2010/2011 nas 11 Províncias do País, as cerimónias centrais tiveram lugar no dia 16 de

Outubro de 2010 na província de Inhambane, distrito de Massinga e foram dirigidas pela S. Excia

o Presidente da República. Participaram no evento mais de 50.000 pessoas em todo o país.

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Capacitação em SAN: foram capacitados os Governadores de Província, Administradores de

Distrito Parlamentares em materia de SAN e DHAA. Seis Governadores capacitados (Niassa,

Zambézia, Manica, Tete, Inhambane e Maputo Cidade) e capacitados 330 pessoas (técnicos dos

diferentes sectores- 30 pessoas em cada província).

Disseminação em reuniões nacionais e internacionais: A situação de SAN foi divulgada, também

para influenciar atempadamente a tomada de decisão.

Organizacao da Reuniao Anual dos Orgaos Nacionais coordenadores de Segurança Alimentar e

Nutricional dos países do SADC- realizado em Maputo.

Divulgação nos media: Entrevistas e participação em debates promovidos por estações de

rádio e de televisão, sobre o estado de segurança alimentar e nutrição no país

Liderança do Grupo de Trabalho de Seguranca Alimentar e Nutrição e participação e no sub-

grupo de trabalho/Cluster de SAN para acçoes Humanitarias, em que participam o Governo,

doadores, Nacoes Unidas e ONGs,

Produção e Produtividade dos Alimentos

Agricultura: Na campanha agrícola 2009-2010, as áreas semeadas nas principais culturas

alimentares foram de 2.725.149 ha de cereais contra 2.556.164 há semeados na campanha

2008/09, correspondendo a um crescimento de cerca de 6,5%. Foram semeados 873.902 ha

leguminosas contra 844.103 ha semeados em 2008/09 o que corresponde a um crescimento de

3,5%; a mandioca teve um crescimento em termos de áreas de 4,6%, tendo passado de

1.199.442 ha em 2008/09 para 1.254.294 ha. A produção obtida foi de cerca de 2,803 milhões

de toneladas de cereais contra 2,879 milhões de toneladas planificadas, correspondentes a uma

realização de cerca de 98%. Destacam-se a produção de cerca de 2.090 mil toneladas de milho e

de 258 mil toneladas de arroz; 421 mil toneladas de leguminosas contra 427 mil toneladas,

correspondentes a um grau de realização de cerca de 99%; e 9.738 mil toneladas de mandioca

contra 9.961 mil toneladas planificadas, correspondentes a cerca de 98% do planificado. A

estiagem e inundações foram as principais causas do incumprimento das metas previstas no

Plano de Acção para a Produção de Alimentos (PAPA). No caso especifico do arroz a principal

causa foi a quantidade insuficiente de semente certificada

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Foram distribuidos e disponibilizados insumos agricolas (semente, instrumentos de producao,

charruas e animais para traccao animal) pelas Direcções Provinciais e Distritais de Agricultura,

Organizações Não-Governamentais e através de feiras. Esta assistência em insumos agrícolas

permitiu que os camponeses, que tinham perdido suas culturas nos primeiros meses por falta

de chuvas, conseguissem fazer várias ressementeiras nos meses seguintes e assim recuperar a

produção nesta campanha agrícola de 2009/2010.

Foram construídos 180 celeiros tipo Gorongoza (1000 kg capacidade) e 103 silos metálicos (540

e 950 kg capacidade) para uso familiar, 2 armazéns comunitários (150-300 toneladas cada).

Foram distribuídos equipamentos para operacoes pos-colheita, nomeadamente para selecção e

secagem de cereais e feijoes. Associacoes de camponeses receberam treinamentos sobre

tecnicas pos-colheita e tecnicas de negociacao, a fim de melhorarem a qualidade do produto e

vender os produtos a melhor preço.

Pecuária: A produção pecuária registou um decréscimo de 5.7%, fundamentada pela redução na

produção de aves vivas; de cerca de 48 mil toneladas de frangos produzidos em 2009 para cerca

de 39.5 mil toneladas em 2010. Esta cifra representa um decréscimo de 17.8% e é devido em

parte à paralisação de alguns pequenos e médios criadores dada a subida continuada do preço

das rações e de pintos pelas incubadores filiadas à AMA (Associação Moçambicana de

Avicultores), a problemática do aumento do preço da ração, assim como dos preços baixos

praticados pelos matadouros na aquisição de frango vivo aos produtores. A produção de leite

fresco cresceu 18.3% devido ao aumento do número de vacas leiteiras no âmbito do

relançamento da produção de leite no País, e pela melhoria do maneio das explorações, através

da formação de técnicos e produtores. A partir do mês de Junho de 2009 foram introduzidas

mais 160 vacas leiteiras na produção (10 em Nampula, 50 em Sofala e 100 vacas em Manica) e

foram melhorados os mecanismos de controlo da produção do sector familiar.

Pescas: A avaliação da produção da pesca artesanal situou-se em 139.8mil toneladas, ou seja,

um cumprimento do plano estabelecido para 2010 em 132.4%. O crescimento da produção da

pesca artesanal verificou-se em todos os recursos pesqueiros, com a excepção do tubarão e

lagosta, cujo crescimento foi negativo.

Acesso aos AlimentosEducação: No âmbito da alimentação escolar foram distribuídos produtos

alimentares a 421.034 crianças necessitadas em 841 escolas, acima das 114.000 crianças em 674

escolas previstas para 2010.

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Industria e Comercio: Realizada formação de micro empresários nas províncias de Manica,

Sofala, Nampula e Niassa. A formação teve enfoque em matérias de gestão e foi dada prioridade

aos beneficiários do Fundo de Desenvolvimento do Distrito como forma de assegurar a

sustentabilidade dos seus negócios, tendo contemplado mais de 500 beneficiários.

Acção Social: através dos programas de assistência social, um total de 301.281 pessoas

beneficiaram de assistência ao longo do ano contra as 462.620 planificadas, representando uma

execução de 65%. Importa referir que através do Programa de Desenvolvimento Comunitário

foram implementados 19 projectos, beneficiando 49.852 indivíduos dos 245.951 planificados.

Capacitação das instituições através de treinamentos sobre assistencia social e seguranca

alimetnar e nutricao e entrega de equipamento informático

Obras Publicas: concluídas e abertas ao tráfego as seguintes pontes: 1. Licungo II - Zambézia

(50.26 m); 2. Licungo III - Zambézia (80.70 m); 3. Cuácua I - Zambézia (110.90 m). Com relação as

pontes na Província de Manica foram concluídas, inauguradas e abertas ao trafego, as pontes

sobre os rios: 1. Nhancuarara (60 m): 2. Lucite (200 m); 3. Mussapa (160 m).

Uso e Utilização dos Alimentos

Saúde/Nutrição: Realizados treinos sobre Aleitamento Materno para 10 Jornalistas e

Comunicadores da Cidade e Província de Maputo, atingindo a meta em 100%. Formados 42

trabalhadores de saúde como formadores e 24 conselheiros de nutrição para Pessoas Vivendo

com o HIV, representando uma meta de 33% do previsto; Distribuídos materiais para o

apetrechamento de 39 Unidades de Reabilitação Nutricional, ultrapassando as 22 unidades

previstas; Feita a supervisão do Pacote Nutricional Básico; Realizadas as 02 fases da Semana

Nacional de Saúde da Criança, atingindo a meta prevista (100%); Aprovado o Plano de Acção

Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica 2011-2015 (20); Aprovada a Brochura de

Orientação Nutricional para Pessoas Vivendo com o HIV/SIDA. Elaborada e divulgada a Política

Modelo sobre Aleitamento Materno; Providenciado apoio técnico e financeiro aos Hospitais

Gerais de Mavalane e José Macamo na implementação da Iniciativa dos Hospilais Amigos da

Crianças ( IHAC); Formados sobre a Iniciativa dos Hospilais Amigos da Crianças trabalhadores de

saúde dos hospitais de Inhambane e Gaza; Realizado o inquérito de Avaliação do Estado

Nutricional das Raparigas Adolescentes na Zambézia (1ª fase); Realizada uma feira de saúde

durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno; Criado Canto de Amamentação do

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Ministério da Saúde. Os postos de Sentinela de Vigilância Nutricional garantem informação

regular sobre a situacao nutricional de criancas atendidas.

Educação: Em relação à promoção da implementação de acções sobre o Pacote Básico de

serviços de Saúde Escolar, foram realizadas as seguintes actividades: observação da higiene

individual dos alunos, jornadas de limpeza, aquisição de recipientes para depositar água para a

higiene das mãos e consumo, tratamento preventivo ou curativo, realização de palestras sobre

alguns temas prioritários nseleccionados pelo núcleo de saúde escolar em coordenação com o

Núcleo Técnico da Saúde.

Industria e Comercio: Desenvolvidas acções de divulgação das melhores práticas de agro-

processamento através de programa Cozinha Made in Mozambique tendo já formado mais de

2.000 pessoas, Centros de Demonstração de Boane e cursos de capacitação em gestão de

negócios tendo já beneficiado 500 empreendedores.

Agricultura- Mercados e preços: Garantido o funcionamento do sistema de recolha sobre

mercados e precos pelo SIMA, informação esta cada vez mais procurado para tomada de

decisão

Obras Publicas: Foram construídas/reabilitadas 2.433 fontes dispersas, correspondendo a 61

poços novos, 1.379 furos novos e 993 reabilitações. Estas intervenções, tecnicamente,

beneficiam a 1.216.500 pessoas adicionais totalizando 9.250.24. Alocados para as províncias e

os distritos, fundos no valor de 113.411.350,00 Meticais, para construção e reabilitação de

fontes dispersas;

Obras Pulicas: Construídas 40.200 latrinas melhoradas nas zonas rurais do País, servindo um

adicional de 201.000 pessoas. Concluído o plano director para o abastecimento de água ao

grande Maputo e foi concluída a construção de 13 Pequenos Sistemas de Abastecimento de

Água. No quadro do Abastecimento de água urbana foi alcançada a taxa global de 64%,

conforme o planificado, esta taxa representa um nível de acesso de 3.204.308 pessoas.

Estabilidade dos Alimentos

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Industria e Comercio: Desenvolvidas acções de divulgação das oportunidades de instalação de

indústrias moageiras e outras nos locais abrangidos pelo programa de construção de silos para a

maximização da utilidade económica dos silos.

Pescas: Adquiridas máquinas para o fabrico de gelo para as províncias de Cabo Delgado

(Adquiridas máquinas de gelo instalação em Mocimboa da Praia (1), Montepuez (1), e Pemba

Cidade (1)), Nampula (Adquiridas para instalacao em Memba (1), Nacala Porto (1) e Nampula

Cidade(1)), para impulsionar o seu uso tanto em terra como a bordo. Adquiridas e instalados, a

título experimental, 3 congeladores para conservação de gelo usando painéis solares, nos

distritos de Angoche (1), Chinde (1) e Machanga (1).

Pesacs: Capacitadas a nivel do País 3290 pessoas em técnicas melhoradas de processamento de

pescado (salga, secagem e fumagem), uso de gelo em terra e a bordo, das quais 351 são

mulheres e 2938 são homens. Divulgadas as artes de pesca selectivas e de boas práticas de

manuseamento, conservação e processamento de pescado e estendidas práticas de crédito

informal e linhas de crédito formal orientadas para a pesca, na carpintaria naval e motorização

naval.

Desafios

Acelerar a implementação da Estratégia da Revolução Verde, através do seu Plano de Acção

para Produção de Alimentos (PAPA), contribuindo assim para o aumento da produção e

disponibilidade de alimentos mais nutritivos e saudáveis;

Implementar o Plano de Acção Multissectorial para Redução da Desnutrição Crónica,

assegurando o combate à desnutrição crónica nas crianças menores de 2anos e melhorar o

estado nutricional das mulheres em idade fértil;

Formular a Anteproposta da Lei do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) prevista no

PARPA II e na ESAN II;

Assegurar o a capacidade de produção, processamento, conservação e consumo adequado dos

alimentos aso agregados familiares, em particular os mais vulneraveis;

Descentralizar a agenda de SAN;

Reforçar as capacidades dos profissionais do governo e parceiros de planificação e monitoria das

actividades de SAN;

Fortalecer as formas de vida das populações e estimular as medidas sustentáveis de redução da

vulnerabilidade tendo em conta as mudanças climáticas;

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Assegurar o funcionamento de uma estruturar de intervenção multissectorial e

interinstitucional, de forma a garantir a coordenação da SAN; .

Disseminar as boas práticas de alimentação adequada para a família Moçambicana; e,

Melhorar os sistemas de monitoria e da avaliacao dos resultados de actividades de SAN

realizadas pelos varios sectores e instituições responsáveis.

Desafios de SAN

Objectivo Geral 1: Aumento da Produção e Produtividade Agrária e Pesqueira

Acelerar a implementação da Estratégia da Revolução Verde, através do seu Plano de Acção

para Produção de Alimentos (PAPA), contribuindo assim para o aumento da produção e

disponibilidade de alimentos mais nutritivos e saudáveis;

Assegurar a capacidade de produção, processamento, conservação e consumo adequado dos

alimentos aos agregados familiares, em particular os mais vulneráveis.

Objectivo Geral 2 – Promoção de Emprego

Objectivo Geral 3 – Desenvolvimento Humano e Social

Implementar o Plano de Acção Multissectorial para Redução da Desnutrição Crónica,

assegurando o combate à desnutrição crónica nas crianças menores de 5 anos e melhorar o

estado nutricional das mulheres em idade fértil;

Fortalecer as formas de vida das populações e estimular as medidas sustentáveis de redução da

vulnerabilidade tendo em conta as mudanças climáticas e HIV e SIDA e as relações de género;

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Pilares de Apoio - Boa Governação

Assegurar o funcionamento de uma estruturar de intervenção multissectorial e

interinstitucional, de forma a garantir a coordenação da SAN;

Formular a Anteproposta da Lei do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) prevista no

PARPA II e na ESAN II;

Descentralizar a agenda de SAN;

Reforço das capacidades dos profissionais dos governo e parceiros, em formulação de politicas,

planos e monitoria das actividades de SAN em todo o país;

Pilar de Apoio – Macroeconomia

A orçamentação dos gastos anuais e quinquenais do Governo e Parceiros na area de Segurança

Alimentar e nutricional (SAN).

5.6 Relatório do GdT Calamidades

Na área de gestão do risco de calamidades, continuou a implementação do Plano Director de Prevenção e Mitigação de calamidades naturais nas componentes de prevenção mitigação e de resposta aos e choques climáticos que ocorreram no período em análise, nomeadamente, (i) as chuvas e ventos fortes que afectaram 14.331 pessoas em quase todo o País e provocaram, 6 óbitos, 45 feridos e destruição de 55 salas de aulas; (ii) as cheias nos Vales do Zambeze, Búzi, Púngoè e Messalo cujo maior impacto se registou no Zambeze onde cerca de 7.500 pessoas perderam suas casas e; (iii) registo 459.880 pessoas em situação de insegurança alimentar de devido aos efeitos combinados da irregularidade de chuvas na zona sul e parte da zona centro do País e a ocorrência das inundações. Os esforços que têm sido envidados pelo Governo e parceiros de cooperação na gestão do risco de desastres, explicam, a redução progressiva do número de pessoas afectadas por calamidades. Assim, no Vale do Zambeze, e num cenário de cheias aproximado ou similar, o registo de pessoas afectadas nas cheias de 2007, 2008, 2010 foi de 161mil, 103 mil e 7.5 mil, respectivamente. Em 2010, os esforços do Governo centraram-se na assistência humanitária às pessoas afectadas pelos ventos fortes e inundações bem como na disponibilização mensal de produtos alimentar para assistências a 177.750 pessoas das 459.880 pessoas em situação de insegurança alimentar.

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No âmbito da prevenção e mitigação, foram realizados (i) exercícios de simulações de desastres envolvendo comunidades, instituições do Governo e parceiros de cooperação, (ii) criados 31 novos Comités Locais de Gestão de Risco de Calamidades (CLGC), elevando para 558 Comités criados desde 2007; foram formados e capacitados, em matéria de redução do risco de desastres, pelo menos 168 líderes ao nível distrital, concluídas 2.190 casas nos Bairros de Reassentamento e continuados os programas de adaptação às mudanças climáticas nas zonas áridas e semi-áridas. Apesar dos esforços empreendidos e os resultados que apontam para uma melhoria no sistema de gestão do risco de desastres, principalmente no que tange à implementação de um sistema de coordenação entre os diferentes actores a todos os níveis, o que contribui para melhorar as acções de resposta às calamidades com base no Plano de Contingência, prevalece ainda como preocupação do sector, a fraca integração da componente de redução de desastres nos diversos planos de desenvolvimento a nível local e sectorial o que pode justificar a fraca alocação de fundos, tanto do orçamento do Estado como dos parceiros de cooperação.

Avaliação do Desempenho em 2010- calamidades

Na área de gestão do risco de calamidades, continuou a implementação do Plano Director de Prevenção e Mitigação de calamidades naturais nas componentes de prevenção mitigação e resposta a desastres, tendo sido alocado um total de 419.555.000Mt para implementação dos programas de redução da vulnerabilidade, plano de reassentamento no Vale do Zambeze e Save e o Plano de Contingência cuja execução orçamental situou-se nos cerca de ….%. A alocação de fundos para o Plano de Contingência permitiu a activação atempada dos sistemas de aviso prévio, o pré-posicionamento de meios em locais estratégicos bem como activação da Unidade Nacional de Protecção Civil para operações de busca e salvamento, para além da assistência humanitária aos mais necessitados, o que concorreu, sobremaneira, para a redução dos impactos dos choques climáticos e minimização do sofrimento das populações.

Assim, em 2010, o sector foi chamado a coordenar as acções multissectoriais para resposta às situações que ocorreram, nomeadamente, (i) as chuvas e ventos fortes que afectaram 14.331 pessoas em quase todo o País e provocaram, 6 óbitos, 45 feridos e destruição de 55 salas de aulas; (ii) as cheias nos Vales do Zambeze, Búzi, Púngoè e Messalo cujo maior impacto se registou no Zambeze onde cerca de 7.500 pessoas perderam suas casas e; (iii) registo 459.880 pessoas em situação de insegurança alimentar de devido aos efeitos combinados da irregularidade de chuvas na zona sul e parte da zona centro do País e a ocorrência das inundações, das quais cerca de 178 mil beneficiaram-se do programa de assistência alimentar.

Por outro lado, a implementação dos diversos programas inscritos no PES e orçamento do Estado 2010, na componente de redução do risco de desastres contribuíram para (i) criação e consolidação de uma estrutura de coordenação das acções de preparação e resposta às emergências a todos os níveis através dos Centros Operativos de Emergência regionais (CENOE) provinciais e distritais (COEs) envolvendo as instituições do Governo e parceiros de cooperação; (ii) criação e capacitação e

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equipamento dos Comités Locais de gestão de Risco de Calamidades (CLGRC) como forma de potenciar as comunidades para maior intervenção nas acções de prevenção e resposta a nível das comunidades; (iii) capacitação dos líderes e membros dos governos locais ao nível de base (Postos Administrativos – PA e Distritos) sendo de realçar: chefes dos PA, chefes dos serviços distritais, Professores, Secretários Permanentes e Administradores; (iv) capacitação da população que vivem em zonas áridas e semi-áridas, sobre as técnicas de adaptação e mitigação das condições climáticas, entre elas, o aproveitamento dos recursos disponíveis para o aumento da renda familiar; a prática da agricultura de conservação, o reflorestamento, as alternativas de modos de vida e subsistência entre outras; (v) apoio às populações na construção de casas melhoradas nos Bairros de Reassentamento criados no Vale do Zambeze e Save;

Por outro lado, a execução do programa de reassentamento pós – cheias que está a decorrer na bacia do Zambeze e Save, continuaram como um grande contributo na dinamização das comunidades para a construção de habitações melhoradas e em locais seguros, o que contribui bastante para a redução gradual das pessoas afectadas pelas cheias e para a prática de alternativas de subsistência. É desta forma que, no Vale do Zambeze, e num cenário de cheias aproximado ou similar, o registo de pessoas afectadas nas cheias de 2007, 2008, 2010 foi de 161mil, 103 mil e 7.5 mil, respectivamente.

O sector levou a cabo, com financiamento dos parceiros, estudos que visam a identificação de programas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas a serem implementados ao nível das comunidades bem como pelos diferentes sectores. Foram realizados os mapeamentos de risco dos distritos de Chicualacuala, Chigubo, Guija Massangena e Massingir, que irão permitir uma maior integração destes aspectos nos PEDD respectivos. Foi igualmente feito o treinamento e equipamento da unidade de mapeamento da DARIDAS. Em 10 distritos (Chicualacuala, Chibuto, Massangena, Mabalane, Guijá, Chigubo, Mabote, Changara, Machanga e Machaze) da zonas aridas e semi áridas, foram implementadas com a comunidade, envolvendo aproximadamente 20,000 pessoas, acções de redução de risco, tais como disseminação e multiplicação de culturas tolerantes a seca, construção de pequenos reservatórios de água, celeiros melhorados, mangas de tratamento de gado, plantação de árvores, limpeza de canais de drenagem entre outras através de comida por trabalho. Foi igualmente criado um gabinete para auscultação e apoio ao trabalhador/funcionário portador do virus HIV bem como promoção de 2 palestras sobre prevenção e sensibilização para o teste de seroprevalência,

Contudo, continuam como nós de estrangulamento, a fraca integração das questões de redução do risco de desastres nos planos de desenvolvimento local e sectorial, bem como a falta de um mecanismo flexível de financiamento destas actividades, tendo em conta o seu carácter transversal, apesar de estar em curso um estudo sobre o mecanismo de financiamento das questões de gestão do risco de desastres cuja primeira abordagem foi apresentada ao Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades (CCGC) em Novembro de 2010. Espera-se que o estudo seja aprovado a nível do Conselho de Ministros em 2011 para a sua implementação posterior. A descentralização das capacidades de Redução do Risco de Desastres (a nível provincial e distrital) constitui também um desafio incluindo obras de construção e apetrechamento de centros regionais de Operações de Emergência novos e

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estabelecidos e a capacitação dos técnicos envolvidos em acções de gestão do risco de calamidades.,

Para responder a questão de integração dos assuntos transversais nos planos sectoriais e para a monitoria das acções definidas no Plano Director de Prevenção e Mitigação de Calamidades Naturais, recomenda-se a implementação da matriz simplificada dos assuntos transversais, cuja elaboração foi coordenada pelo MPD, com o objectivo de garantir a melhor integração dos assuntos transversais no processo de planificação e orçamentação, bem como servir de instrumento de monitoria de implementação das estratégias e Planos multisectoriais, como é o caso do Plano director de Prevenção e mitigação de Calamidades naturais

5.7 Relatório do GdT Desminagem

1. Introdução

É objectivo fundamental do Programa de Desminagem em Moçambique assegurar a erradicação da presença de minas e engenhos remanescentes de guerra nas comunidades afectadas, com vista a reduzir a perda de vidas humanas causadas por artefactos explosivos e garantir a livre circulação de pessoas e bens, a implementação de projectos de desenvolvimento económico e social, bem como a consecução da estratégia de desminagem distrito por distrito, perspectivada pelo Plano Nacional de Acção contra Minas 2008-2014, aprovado pelo Governo de Moçambique em Abril de 2008, constituíndo ainda parte fundamental daquilo que é o cumprimento das obrigações de Moçambique, no âmbito do Artigo 5 do Tratado de Banimento de Minas Anti-pessoal (Convenção de Ottawa).

O Instituto Nacional de Desminagem (IND), para garantir a eficiência e eficácia das operações de desminagem tem como tarefas principais executar a garantia de qualidade e a gestão de informação sobre as actividades de acção contra minas no país. É fundamental que todas as áreas confirmadas de estarem minadas, ou suspeitas, sejam objecto de intervenções de pesquisa e desminagem, conduzidas por operadores nacionais e internacionais de desminagem humanitária. Para tal, é pertinente garantir fundos do OE e assegurar a mobilização sustentável de recursos dos parceiros de cooperação.

1. Resultados de Desminagem em 2010

Para 2010, tinham sido programadas 171 áreas, num total de 5.1 milhões de m2 de terras consideradas perigosas devido à confirmação ou suspeita de presença de minas terrestres, tendo sido assim executado cerca de 23%, acima do que havia sido planificado, o que representa um marco significativo em termos de segurança para a livre circulação de pessoas e bens, prossecução de projectos de desenvolvimento social e económico, como a reabilitação de estradas, pontes, vias ferroviárias, linhas de

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transporte de energia eléctrica, telecomunicações, construção de escolas, hospitais, fontes de água potável e locais de reassentamento populacional.

É importante referir, que no ano 2008, as actividades de desminagem resultaram na libertação de pouco mais de 2.3 milhões de m2. Por sua vez, em 2009, foi liberta uma área de 3.2 milhões de m2, significando isto, que a meta atingida em 2010, constitui um acréscimo de produtividade na ordem dos 52% em relação ao ano transacto.

Com tudo foram libertas 136 áreas correspondentes a 6.1 milhoes de m2 que se encontravam

bloqueadas ao desenvolvimento de actividades produtivas devido à confirmação ou suspeita de

presença de minas e engenhos remanescentes de guerra, tendo sido destruídas 883 minas

terrestres e 531 engenhos não-explodidos.

Situação de Minas Prevalecente em 2010

Em 2010, foram realizados trabalhos de desminagem, pesquisa e verificação técnica, cujos

resultados apontam que no País ainda existem 321 áreas que correspondem a 9.5 milhões e m2

remanescentes da pesquisa de base e adicionadas a novas áreas.

Pesquisa de Base

Após os trabalhos de desminagem realizados em 2009-2010, a situação de minas prevalecente

no país apresenta 218 áreas que correspondem à 4.9 milhões de m2 nas províncias de Tete,

Manica, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo Provincia e 102 áreas novas identificadas

correspondentes à 3.9 milhões de m2 fora da “ Base Line” nas provincias de Cabo Delgado,

Niassa, Tete, Manica, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo Provincia.Tabela I a seguir: Situação

prevalescentes de minas

Provincias Distritos

Nr. de

áreas Área em m2

NIASSA 9 20 40,620

CABO DELGADO 7 12 532,628

TETE 5 11 1,595,270

MANICA 7 43 2,462,395

SOFALA 5 61 1,437,882

INHAMBANE 10 144 2,802,223

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Fonte: Base de Dados-IND/2011

De referir que os dados acima apresentados, incluem para além das áreas remanescentes da

pesquisa de base, novas áreas identificadas pelos operadores no âmbito de desminagem distrito

por distrito.

Perspectivas para 2011

Concluir as intervenções de pesquisa e desminagem na linha férrea do Limpopo, o significará a

libertação de uma área aproximada de 1.750.000 m2 que se encontrava afectada por minas

ao longo do Corredor do Limpopo.

Pesquisar, desminar e destruir todos os engenhos não-explodidos nas províncias de Cabo

Delgado e Niassa, tendo em vista libertar todas as áreas suspeitas reportadas pelas

comunidades e estruturas dos governos distritais em em 2007/2008.

Concluir a formação de unidades da PRM em matérias sobre destruição de engenhos não-

explodidos, na província de Niassa.

Criar Comissões Provinciais de Desminagem nas províncias de Gaza, Tete e Nampula (onde os

governos provinciais não responderam positivamente ao processo iniciado pelo IND).

Classificar como “livres de minas”, 50 distritos das províncias de Niassa (Lago, Sanga, Mavago,

Muembe, Majune, Lichinga, Mandimba, Cuamba, Mecanhelas, Nipepe e Marrupa; Cabo Delgado

GAZA 4 8 170,689

MAPUTO 3 21 306,432

Total 50 320 8,774,891

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(Mueda, Nangade, Palma, Mocímboa da Praia, Macomia, Ancuabe e Montepuez); Nampula

(Meconta e Malema); Zambézia (Pebane, e Chinde); Tete(Zumbo, Marávia, Chiúta, Macanga,

Angónia e Tsangano); Manica(Macossa, Báruè, Sussundenga e Gondola); Sofala (Cheringoma,

Muanza, Búzi e Machanga); Inhambane (Guvuro, Massinga, Morrumbene, Zavala e Panda)

Gaza(Massangena, Chigubo, Chibuto, Mandlakazi e Bilene); Maputo (Manhiça, Boane, Matola e

Namaacha), nos quais se encontram numa fase conclusiva as operações de pesquisa (não-

técnica e técnica), desminagem e destruição de engenhos não-explodidos.

Relatório da Ciência, Tecnologia e Inovação

Indicadores e Metas do QAD

A Ciência e Tecnologia, apesar de não registar indicadores no QAD priorizou as suas acções no

suporte ao desenvolvimento de (i) Recursos Humanos – no qual foram concedidas 130 Bolsas (ii)

Infra-Estruturas Científicas e Criação de Facilidades e Instrumentos – no qual foi criado o

Instituto de Investigação em Águas, construido e apetrechado o Edifício do Centro de

Investigação e Transferência de Tecnologia Agrária do Umbeluzi, Estabelecidos 02 Campos de

Demonstração de Resultados para a produção de Cajú, realizada a 8ªMostra de CTI e criada a

Tabela Preliminar de conversão alimentar com base em plantas nativas consumidas pelas

populações, (iv) Uso e Acesso das Tecnologias de Informação e Comunicação – no qual foram

instalados 05 Centros Multimédia Comunitários, concedidos 19 Computadores Magalhães,

configurado e alojado na Rede do Governo Electrónico o servidor e a aplicação de Avaliação,

Pesquisa e Satisfação do Cidadão nos BAUs, adquirido o suporte da conectividade para as

Escolas, Hospitais, Universidades e Instituições de Pesquisa, realizadas 25 ligações à Rede

Electrónica do Governo com recurso à nova tecnologia Multi-Service Access Node e aumentada

a capacidade de Largura de Banda de Internet de 60Mbps para 100Mbp, (v) Financiamento à

Investigação, Transferência de Tecnologias e Inovação – sendo financiados 16 Projectos de

Investigação, dos quais 08 nas áreas prioritárias do PEN II, 04 sobre compreensão da natureza

da variabilidade de precipitação em diferentes escalas de tempo/espaço, avaliação da

viabilidade de exploração dos recursos de energia eólica, determinação da contribuição em

nitrogénio das diferentes fontes orgânicas localmente disponíveis para a planta, revisão da

pesquisa realizada sobre conhecimento nativo e educação, aplicação da abordagem de Sistemas

de Inovação na Investigação Agrária e reducao da pressao das florestas nativas como fontes de

biomassa lenhosa.

No intuito de garantir uma maior eficiência, eficácia, economicidade e inclusão de todas as

partes intervenientes na gestão de recursos financeiros, elaborou-se a proposta do Sistema

Integrado de Gestão de Financeira (SIGEF), discutida na Reunião de Coordenação com os

Parceiros de Cooperação, um instrumento que permitirá a partilha e tomada de decisões em

tempo útil.

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Avaliação Geral do Desempenho.

Relactivamente ao Desenvolvimento de Recursos Humanos do Sistema de Ciência e Tecnologia

(SNCT), destacou-se por um lado a concessão de 130 Bolsas de Estudo, sendo 50 para a

obtenção dos níveis de Mestrado (45) e Doutoramento (5) nas áreas de Engenharia,

Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), Ciências Biológicas e Biotecnologia, Ciências

Agrárias e Naturais, Ciências Sociais e Humanas, Ciências de Saúde e Recursos Hídricos e por

outro lado 80 Bolsas para Iniciação Científica por forma a alargar a base dos Investigadores do

SNCT. Adicionalmente, foram financiados 02 Projectos de Transferência de Tecnologias ligados a

monitoria de CD38 por citometria de fluxo como teste suplementar para redução da

necessidade de testagem repetida de Carga Viral (CV) em adultos HIV-1 Infectados em Terapia

Anti-Retroviral (TARV) e estabelecimento de uma abordagem uniforme sobre vigilância e

controlo efectivos da raiva na zona sudeste da Africa do Sul e Moçambique. No intuito de

melhorar a qualidade de Projectos de Investigação realizou-se 02 Cursos sobre “Metodologia de

Desenho de Projectos de Investigação”, envolvendo 102 participantes.

No que concerne ao Desenvolvimento de Infra-Estruturas Científicas e Criação de Facilidades e

Instrumentos

destaca-se a criação do Instituto de Investigação em Águas (IIA) tendo em visa a promoção e

articulação da investigação em águas, a construção e apetrechamento do Edifício do Centro de

Investigação e Transferência de Tecnologia Agrária do Umbeluzi (CITTAU) no Distrito de Boane

(Maputo Província), a conclusão da 1ª Fase do estabelecimento do Centro de Investigação e

Desenvolvimento Tecnológico (CDT) no Parque de Ciência e Tecnologia de Maluana, no Distrito

de Maluana (Maputo Província) e o Estabelecimento de 02 Campos de Demonstração de

Resultados para a produção de Cajú de Alta Produtividade em Mapapa e Chihaquelane, Distrito

de Chókwè (Gaza), envolvendo 40 pessoas residentes localmente. Foiainda produzido o Quadro

Geral de Indicadores de Ciência e Tecnologia, elaborada a Tabela Preliminar de conversão

alimentar com base em plantas nativas consumidas pelas populações, a Agenda de Pesquisa em

Etnobotânica, realizada a 8ª Mostra de Ciência e Tecnologia, contando com a participação de

43 expositores das áreas de Agricultura, Engenharias, Tecnologias de Informação e Comunicação

(TICs), Saúde, Inovação Tecnológica, Desenvolvimento Comunitário e Educação, contando com

4500 visitantes, destacando-se o facto de realizar-se no meio rural, o que permitiu um maior

contacto da comunidade local com os Desenvolvimentos Cientifico-Tecnologicos

No âmbito da facilitação do Uso e Acesso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)

foram Instalados 5 Centros Multimedia Comunitários (CMCs) nos Distritos de Balama (Cabo

Delgado), Milange (Zambézia), Morrumbene (Inhambane), Mazivila e Majakazi (Gaza),

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concedidos 19 computadores Magalhães a Escola Secundária de Tsangano, do Distrito de

Tsangano (Tete), capacitados 50 Professores e 85 Dirigentes e Quadros do Estado sobre uso de

TICs e criadas 1.500 Contas de Correio Electrónico para Funcionário e Agentes do Estado. De

modo a melhorar a eficiência na prestação e partilha de informação com base nas TICs foi

configurado e alojado na Rede do Governo Electrónico (GovNet) o servidor e a aplicação de

Avaliação, Pesquisa e Satisfação do Cidadão nos BAUs, como etapa inicial para a Reestruturação

da Rede Interna de Dados e implementação de um Sistema de Gestão de Fluxo de Processos nos

Balcões de Atendimento Único (BAUs) existentes, adquirido o suporte da conectividade para as

Escolas, Hospitais, Universidades e Instituições de Pesquisa, realizadas 25 ligações à Rede

Electrónica do Governo (GovNET) com recurso à nova tecnologia Multi-Service Access Node

(MSAN) e aumentada a capacidade de Largura de Banda de Internet de 60Mbps para 100Mbp e

elaborado o Sistema de Gestão e Manutenção dos Meios Informáticos nos Sectores do Governo

Provincial de Sofala. Adicionalmente foi lançado o Museu Virtuais de Caju, desenvolvido o Portal

dos Governos de Maputo-Cidade, Maputo-Província, Gaza, Manica, Ministério da Função

Publica, CEDIMO e formados 42 Técnicos pontos focais para a produção e actualização de

Conteúdos dos Portais. Foi ainda, fornecido o apoio no processo de seleccao da 3ª Operadora de

Telefonia Móvel em Moçambique.

No que concerne ao Financiamento à Investigação Científica, destaca-se16 Projectos de

Investigação, dos quais 07 nas áreas prioritárias do PEN II (Prevenção, Tratamento e Cuidados),

04 com enfoque na compreensão da natureza da variabilidade de precipitação em diferentes

escalas de tempo/espaço e as causas, avaliação da viabilidade de exploração dos recursos de

energia eólica, através da análise dos dados de velocidade do vento, determinação da

contribuição em nitrogénio das diferentes fontes orgânicas localmente disponíveis para a planta

e revisão da pesquisa realizada sobre conhecimento nativo e educação, na base competitiva e

ainda 4 Projectos Estratégicos Pilotos sobre aplicação da abordagem de Sistemas de Inovação na

Investigação Agrária ligados ao aumento da produção e produtividade através da diversificação

e melhoria do maneio das culturas, redução da pressão das florestas nativas como fontes de

biomassa lenhosa. Para permitir a partilha e disseminação dos resultados de investigação foi

realizada a 3ª Jornada Científica, contando com 135 participantes e tendo sido apresentados 48

resultados de investigação nas áreas de Agricultura, Recursos Minerais, Inovação e

Transferência de Tecnologia e Economia, Ciências Sociais e Educação, Produção e Sanidade

Animal e Clínica Veterinária, Saúde e Água, Ciências Marinhas e Pescas e Sustentabilidade

Ambiental e ainda 2 Seminários Regionais no âmbito da divulgação do Sistema de Ciência,

Tecnologia e Inovação nas Províncias de Nampula e Sofala, contando 54 Participantes entre

Investigadores, Técnicos de diferentes Instituições e Estudantes do Ensino Superior.

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Principais lições aprendidas

Como parte do processo de coordenação da planificação, monitoria e avaliação do

desenvolvimento do Sector, realizou-se a Reunião de Coordenação com os Parceiros de

Cooperação, na qual resultaram os seguintes pontos de reflexão:

A falta de articulação formal entre os parceiros de cooperação do sector da CTI reduz o

potencial para a criação de sinergias no desenvolvimento de actividades;

Há necessidade estabelecer mecanismos de coordenação, por um lado ao nível de actividades,

focalizando-se nos programas e projectos específicos, e por outro, ao nível do sector,

focalizando-se em macro-processos, como é o caso da Revisão Anual (outrora Revisão

Conjunta);

Há necessidade de explorar as experiências dos outros sectores relativamente a coordenação e

estabelecimento de Sistemas Integrados de Gestão Financeira com enfoque no Fundo Comum;

Há necessidade de se avançar com a definição do SIGEF captando os pontos positivos da

experiência dos outros sectores e aprendendo-se com a prática;

Há necessidade de consolidar os processos de divulgação dos resultados de investigação;

Há necessidade de aperfeiçoar o papel transversal do sector, tornando cada vez mais

expressivos os resultados nos outros sectores, como é o caso do Programa de Desenvolvimento

de Recursos Humanos;

Há necessidade de formar-se uma equipa para trabalhar na definição dos mecanismos de

coordenação a nível da planificação, execução, monitoria e avaliação.

Da experiência na implementação das actividades resultam ainda a necessidade de continuar a

desenvolver acções com o objectivo de:

Mobilizar mais recursos e parcerias para a implementação do “Plano de Desenvolvimento de

Recursos Humanos no Sistema de Ciencia e Tecnologia (PDRHCT)”, entretanto, explorando

formação de Mestrados e Doutoramentos ao nível das Universidades locais, criação de

Mestrados e Doutoramentos que respondam a uma necessidade específica e pontual,

formações em regime Sanduiche e a distância e criação de cátedras. Ainda do ponto de vista de

desenvolvimento de RH, mostra-se necessário consolidar os resultados do Programa de

Iniciação Científica e desenvolvimento de pacotes de especialização;

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Desenvolver Infra-Estruturas Científicas integradas e que facilitem a partilha dos resultados por

um número significativo de instituições e sectores verticais e Criação de Facilidades e

Instrumentos para o desenvolvimento da Investigação, Transferência de Tcnologias e Inovação;

Consolidar os resultados da facilitação do Uso e Acesso das Tecnologias de Informação e

Comunicação (TICs) e sua utilização para aumento da eficiência e eficácia de prestação de

serviços públicos, inclusão na governação com base nas TICs e redução dos custos de BackBone;

Orientar o Financiamento à Investigação Científica ligada a melhoria de produção e

produtividade, no quadro da redução do custo de vida.