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48500.002453/2016-00 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL Brasília, 11 de agosto de 2016 RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS NA AP 031/2016 CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO: C722F0640038D6A3 CONSULTE EM http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx LUIS CARLOS CARRAZZA DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE POR DAVI ANTUNES LIMA, NADIA MAKI, DIEGO LUIS BRANCHER

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Page 1: R ELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES … · melhores pr áticas no controle e no comb ate às perdas n ão técnicas, ... a pertinência de alterar a planilha e as informações

48500.002453/2016-00

Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL Brasília, 11 de agosto de 2016

R E L A T Ó R I O D E A N Á L I S E

D A S C O N T R I B U I Ç Õ E S R E C E B I D A S N A A P 0 3 1 / 2 0 1 6

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LUIS CARLOS CARRAZZA

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(Fl. 2 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Nota Técnica nº 262/2016–SGT/ANEEL

Em 11 de agosto de 2016.

Processo n.º 48500.000019/2016-17 Assunto: Análise das contribuições relativas à Audiência Pública nº 031/2016 que trata da quarta Revisão Tarifária Periódica da CELESC-D.

I. OBJETIVO

Dar publicidade à avaliação feita pela Superintendência de Gestão Tarifária - SGT a respeito

das contribuições trazidas no âmbito da AP 031/2016, referente à revisão tarifária e à estrutura tarifária. II. DOS FATOS 2. Em 07/06/2016, a Diretoria da ANEEL decidiu abrir a AP 031/2016 com o objetivo de discutir com a sociedade a proposta de revisão tarifária. O período de contribuições vigorou de 08/06/2016 a 11/07/2016. III. ANÁLISE 3. As contribuições estão apresentadas sob a forma de extratos retirados dos textos integrais apresentados na citada audiência pública com o objetivo de apresentar sucintamente a mensagem principal do autor da contribuição. Cabe ressaltar que a contribuição em sua forma integral pode ser acessada no endereço www.aneel.gov.br, no link Participação Pública/Audiências públicas/Encerradas 2016I. Ao início de cada comentário é identificado seu autor. As contribuições estão agregadas por temas. Para cada tema, são apresentadas todas as contribuições que o abordaram. A Resposta será única por tema, e buscará contemplar todos os pontos levantados pelas contribuições de forma direta ou indireta, explicitando, quando for o caso, sobre sua incorporação ou não na decisão final. É importante ressaltar que boa parte das contribuições foi respondida, direta ou indiretamente, no corpo das Notas Técnicas que tratam de cada tema específico.

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(Fl. 3 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

CONTRIBUIÇÕES RELATIVAS À AP 031/2016 1. Parcela A

1.1. Análise das Perdas Não Técnicas

Contribuição da ABRACE “No caso da CELESC D, é possível identificar claramente que a empresa não está adotando as

melhores práticas no controle e no combate às perdas não técnicas, passando de uma situação exemplar, em comparação com outras empresas de mesma complexidade socioeconômica, para uma situação sem precedentes em termos de consumo irregular e furtos em sua área de concessão.

As perdas não técnicas sobre a energia injetada, apuradas por diferença no contexto do cálculo das perdas técnicas são de 2,67% neste processo tarifário, enquanto em 2012 o valor era de 1,06% de PNT sobre a energia injetada. (...) Ou seja, em 2012 as PNT reais sobre a energia injetada eram de 0,24%, sendo que em 2016 este indicador está em 2,67% (...)

No entanto, a partir de 2013 a piora no nível real de PNT pode indicar que há um fator de ineficiência na gestão da empresa, que transcende os aspectos do cenário macroeconômico. A própria falta de cultura empresarial da CELESC no combate às PNT, associada ao mecanismo regulatório que permite adotar níveis maiores no 4o ciclo que a meta do 3o ciclo constitui um incentivo perverso que favorece a piora do desempenho operacional da empresa. Na prática, isto significa que os consumidores pagaram no ciclo anterior valores superiores às despesas com o consumo irregular e agora neste próximo ciclo não estão auferindo qualquer benefício, muito pelo contrário, pois a ANEEL propõem que sejam reconhecidos níveis de PNT mais elevados que aqueles já praticados no passado recente pela CELESC.

É questionado, portanto, o aspecto relativo à possibilidade de a metodologia empregada permitir recuo em relação a metas de ciclos anteriores, sob pena de dar o sinal reverso da eficiência. Nesse sentido, o pleito é que a ANEEL mantenha o nível de perdas não técnicas (PNT) reconhecido no último IRT da Celesc”.

Resposta da SGT

O cálculo tarifário das perdas de energia obedece aos critérios estabelecidos no Submódulo 2.6 do PRORET, aprovado por meio da Resolução Normativa nº 660/2015, de 28/04/2015, que são oriundos da revisão da metodologia de perdas não técnicas das distribuidoras no ãmbito da Audiência Pública nº 23/2014. Desse modo, o percentual de perdas não técnicas, que se altera conforme a perda técnica regulatória considerada, está em consonância com o estabelecido na norma em vigor, não sendo esta a ocasião apropriada para sua discussão.

1.2. Atualização dos dados de faturamento para as competências de maio de junho de 2016.

Contribuição da CELESC

“Na planilha preliminar SPARTA, na aba “Mercado_Receita” os dados relativos a faturamento foram projetados a partir do mês de abril de 2016. Propomos a utilização de dados regulares para os meses de

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(Fl. 4 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

maio e junho, sem utilização de projeções, para reduzir possíveis distorções e proporcionar um resultado mais aderente com os valores efetivamente faturados.”

Resposta da SGT

Pleito atendido. O mercado da planilha final considerou as competências de maio e junho de 2016.

1.3. Metodologia de tratamento para o encargo setorial CDE

Contribuição da CELESC “Tendo em vista o resultado provisório com publicação de Decisão Interlocutória da ação judicial

relativa ao Processo 2015.01.1.036856-6 movida pela Celesc D., na qual foi solicitado o encontro de contas entre as quotas de CDE a receber e a pagar para a Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobrás, esta Concessionária aborda algumas questões e busca demonstrar atenção com a metodologia que será adotada pela ANEEL.

Para a SGT, neste processo de RTP de 2016, todos os valores a pagar e a receber relativos à CDE estão sendo considerados na contabilização, pois a ação judicial objetiva uma conciliação dos pagamentos e recebimentos da Eletrobrás.

No entanto, entende-se que para a Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF só serão considerados para efeito de validação da CVA os valores que possuem comprovante de pagamento, conforme foi observado no procedimento de Fiscalização realizado nesta Concessionária em 2016 para o ano de 2015.

Tal entendimento é corroborado com a observação da Portaria Interministerial MF/MME nº 25 de 24/01/2002, onde se expressa que apenas as faturas efetivamente pagas podem ser consideradas na contabilização da CVA.

Observa-se, contudo que se neste processo de RTP todos os valores relativos à CDE foram considerados como recebidos e pagos pela SGT, de forma que no momento da fiscalização da contabilização pela SFF, poderá haver glosas significativas para esta Concessionária em função dos valores não possuírem comprovante de pagamento.

Desta forma, solicita-se que a metodologia de tratamento para o encargo setorial da CDE da SGT na contabilização da CVA seja ratificada pela ANEEL de forma que no momento da fiscalização pela SFF esta Concessionária não enfrente problemas de glosa e de cobertura tarifária até a definitiva solução da ação judicial.”

Resposta da SGT

No cálculo da CVA CDE do processo anterior já não foram consideradas as faturas das competências de março a maio de 2015, visto que, amparada por uma decisão judicial que suspendeu a exigibilidade das parcelas da CDE, a CELESC não efetuou o pagamento das referidas faturas. De acordo com a Portaria Interministerial nº 25/2002, apenas as faturas efetivamente pagas podem ser consideradas na CVA. Portanto, a cobertura tarifária e os respectivos pagamentos desses meses de competência devem ser considerados no primeiro processo tarifário subsequente aos efetivos pagamentos. Desse modo, como os pagamentos ainda não foram efetuados, as faturas novamente não estão sendo consideradas, o que deve ser feito no primeiro processo tarifário subsequente aos efetivos pagamentos.

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(Fl. 5 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

2. Parcela B

2.1. Ajuste da tabela nº 7 da NT nº 156/2016-SGT/ANEEL

Contribuição da CELESC Ao longo do item III.3 da Nota Técnica nº 156/2016-SGT/ANEEL (fls. 15), é apresentada a

metodologia utilizada para o cálculo dos valores que compõem a parcela B da Celesc D. Observando os valores apresentados na Tabela 7 – Remuneração do Capital e Quota de Reintegração reproduzida abaixo, Com objetivo de aperfeiçoar a compreensão da obtenção do valor da Remuneração do Capital, uma vez que seu valor (R$ 409 milhões) não é resultado de uma operação facilmente discernível para um público não habituado ao regramento do Setor Elétrico, sugere-se a inclusão do valor da Remuneração do Capital sem Obrigações Especiais. (...)

Igualmente, sugere-se acrescentar a linha com o valor do Custo Médio ponderado de Capital

(WACC), de forma que a tabela 7 poderia ser reapresentada conforme segue:

Resposta da SGT

A área técnica analisará, no seu devido tempo, a pertinência de alterar a planilha e as informações sobre esse tema, visando sempre tornar o cálculo mais compreensível ao público.

2.2. Custo Anual das Instalações Móveis e Imóveis (CAIMI)

Contribuição da CELESC

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(Fl. 6 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

O item III.3.4 da Nota Técnica nº 156/2016-SGT/ANEEL (fls.16), apresenta a metodologia utilizada para o cálculo do Custo Anual das Instalações Móveis e Imóveis - CAIMI, também denominado Anuidades.

Muito embora os cálculos apresentados na Tabela 9 (fls.17) foram elaborados corretamente segundo as fórmulas da versão atualizada do PRORET 2.0 (Resolução Normativa nº 686/2015, de 23/11/2015) percebe-se que o texto e as metodologias de cálculo apresentados na Nota Técnica são os da versão anterior 1.4 (Resolução Normativa nº 640/2014, de 16/12/2014), o que poderia prejudicar a análise e compreensão dos valores apresentados neste item.

Em consequência, sugere-se a atualização do texto e metodologia apresentados neste item conforme a versão atualizada do PRORET, conforme a Resolução Normativa nº 686/2015.

Resposta da SGT

Pleito atendido. A Nota Técnica final comtempla as atualizações observadas no PRORET.

2.3. Análise da Base de Remuneração Regulatória

Contribuição da ABRACE “Os valores relativos aos itens acima (Base de Remuneração Regulatória), citados na Nota Técnica

nº 156/2016 da ANEEL, são apresentados na “SPARTA 0.94 v71 - CELESC-AP”, onde não há abertura dessas contas que permita identificar a origem dos valores e associá-los aos investimentos colocados a serviço dos consumidores.

Devido à ausência das informações relativas aos valores utilizados na composição da BRR pela ANEEL, a análise referente aos principais pontos, tratados a seguir, visa meramente identificar se há consistência entre os cálculos apresentados pela Agência e os demonstrativos contábeis da Celesc Distribuição.

Portanto, ainda que a ANEEL não informe os dados de composição da BRR de modo satisfatório, é possível inferir que as demonstrações contábeis divulgadas aos investidores tendem a guardar consistência com os valores adotados nos processos tarifários. (...)

Entretanto, são destacados abaixo dois pontos que requerem revisão e considerações por parte da ANEEL, para que sejam adequados os valores que compõem a BRR.

1. Obrigações Especiais

Os valores observados nas demonstrações financeiras não destacam as receitas com multas de Ultrapassagem de Demanda (UD) e Excedente de Reativo (ER). O tratamento de UD e ER, segundo Submódulo 2.1 do PRORET, é dado pelas seguintes considerações:

33. “As receitas faturadas com UD e ER, a partir da primeira revisão tarifária subsequente ao 3CRTP, serão também contabilizadas como Obrigações Especiais, em subconta específica que não será amortizada. 35. “A partir da segunda revisão tarifária posterior ao 3CRTP, os valores devem ser subtraídos da Parcela B, proporcionalizados de acordo com o ciclo tarifário da

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(Fl. 7 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

empresa e corrigidos pelo índice Geral de Preços de Mercado – IGPM – e pela SELIC.

A Nota Técnica nº 312/2011 deixa claro que Ultrapassagem de Demanda (UD) e Excedente de Reativo (ER) não estão associados a investimentos, e sim a caixa, e portanto, entende-se que estes excedentes de receita não devem ser remunerados.

Essa argumentação é também fundamentada com base no parágrafo 11 da Nota Técnica nº 312/2011:

11. Na revisão tarifária, é estabelecida uma nova receita requerida para a concessão, por meio da reavaliação da Parcela B, de modo que esta seja compatível com a cobertura dos custos operacionais eficientes e com o retorno adequado para o capital prudentemente investido. Não é desejado, portanto, que a concessionária se aproprie também dos montantes apurados com ultrapassagem de demanda e excedente de reativos, visto que a arrecadação dessas receitas excede à receita requerida estabelecida pela metodologia vigente, o que resulta em ganhos extraordinários da concessionária em atividades que são próprias do serviço regulado, que já foram adequadamente tratadas na tarifa e que não tem relação com ganhos decorridos da eficiência em sua prestação, pois estas receitas claramente estão associadas ao uso ineficiente da rede pelo consumidor.

Portanto, solicitamos que a apresentação dos valores de Obrigações Especiais deverá, a partir do 4o Ciclo, destacar a parcela que diz respeito a contabilização das receitas extraordinárias decorrentes de multas por Ultrapassagem de Demanda (UD) e Excedente de Reativos (ER).

Assim, identificamos que possivelmente parte das Obrigações Especiais apresentadas na AP 031/2016, relativas ao período incremental, incluem receitas de UD&ER. Dessa forma, solicitamos adicionalmente que estes valores sejam devidamente expurgados do cálculo da remuneração das Obrigações Especiais.

2. Terrenos e Servidões

Os valores de Terrenos e Servidões não são segregados nas demonstrações da Celesc Distribuição, mas podem ser encontrados nas demonstrações financeiras da Celesc S.A para fins de comparação com a proposta na AP 031. Esta análise permitiu identificar que o número relativo a esta conta, proposto pela ANEEL, está inconsistente, porque a CELESC informa na conta Terrenos e Servidões referente a todas a empresa do grupo, um valor inferior ao que a ANEEL está adotando somente para a Celesc Distribuição. Nesse sentido, a Tabela a seguir traz o valor que utilizado pela ABRACE em comparação ao 3o Ciclo e ao informado na NT 156/2016 submetida a AP031.

Depois de feitas as devidas atualizações dos valores contábeis de Terrenos e Servidões pelo IPCA, conforme itens 88 e 93 do Submódulo 2.3. do PRORET, observa-se um valor menor em 12,06 p.p., mesmo considerando os Terrenos e Servidões da Celesc Geradora.

Cabe destacar que não foram registradas nas demonstrações financeiras da CELESC (Terrenos ou Servidões) novas aquisições ou baixas no período. Isto gera a expectativa de que para o 4o Ciclo o valor desta rubrica deveria refletir apenas a atualização dos valores de 2012, que corresponde a R$ 105,2 milhões. Ocorre que o valor proposto pela ANEEL supera em R$ 19,7 milhões o montante esperado, evidenciando a inconsistência na Base de Remuneração Líquida

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(Fl. 8 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Dessa forma, solicita-se à ANEEL que reduza o valor referente à conta Terrenos e Servidões adotada no cálculo da Base de Remuneração Líquida, a fim de refletir apenas os ativos do 3o Ciclo, uma vez que não houve aquisições no período.

Resposta da SGT/SFF

A CELESC considerou nos saldos de Obrigações Especiais o importe de R$ 180.304.453,06 à título de Ultrapassagem de Demanda (UD) e Excedente de Reativo (ER), conforme consta no Memorando nº 395/2016- SFF/ANEEL (SIC 48536.004469/2016-00) . Estes valores foram fiscalizados pela SFF, devendo constar na Conta de Obrigações Especiais, conforme dispõe o Submódulo 2.7 do PRORET.

Sobre Terreno e Servidões, informamos que a SFF se pautou nos procedimentos estabelecidos pelo

PRORET. Assim, os valores de terrenos e servidões apresentados pela Avaliadora foram fiscalizados e retificados conforme a metodologia regulatória, isto é, se reavaliou os índices de aproveitamento. Não procede as alegações da ABRACE, visto que os cálculos demonstrados a seguir estão de acordo com o regulamento vigente. A SFF ressalta também que o valor total de terrenos e servidões a serem considerados no VBR montam em R$ 106.154.321,50 ( do valor bruto deverão ser deduzidos os valores com remuneração em suspensa, que estão contabilizados segundo MCSE na conta extrapatrimonial). 3. Componentes Financeiros

3.1. Reconsideração da Reversão dos Valores Faturados referentes à RTE 2015

Contribuição da CELESC

“Para verificar a hipótese da compensação automática da reversão dos valores faturados a título de RTE, realizou-se uma comparação entre os valores faturados (sem Bandeiras Tarifárias) retirados do Sistema de Acompanhamento de Informações de Mercado para Regulação Econômica – SAMP e os valores fornecidos por meio do sistema de faturamento CELESC D., também sem os valores de Bandeiras Tarifárias.

Na tabela abaixo, notou-se que houve uma diferença significativamente maior no mês de março em relação à média dos demais meses (em torno de R$ 75 milhões), confirmando que o valor de receita utilizado pela ANEEL para este mês foi de fato superior ao efetivamente faturado por esta distribuidora. (...)

De fato, observou-se que a compensação automática da reversão nos meses subsequentes não ocorreu, corroborando o pleito realizado por esta distribuidora no seu pedido de reconsideração (...)

Uma vez que a RTE de 2015 foi tratada como um componente financeiro e, observando que a receita financeira não se realizou em março, reafirmou-se a necessidade de que os valores de receita apurados pela ANEEL para o mês de março levem em conta o descasamento com a receita realmente faturada pela CELESC D. (...)

Desta forma, reafirmamos a reconsideração do cálculo dos valores da receita de reversão da RTE em março de 2015 e que o resultado deste seja incluído como componente financeiro na Revisão Tarifária de 2016 desta Distribuidora.

Resposta da SGT

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(Fl. 9 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Esse assunto foi tratado no pedido de reconsideração da CELESC e na Nota Técnica nº 156/2016 –

SGT/ANEEL, conforme segue:

“148. A concessionária também solicitou a consideração da reversão dos valores faturados à título de RTE neste processo tarifário, não obstante esse assunto ter sido tratado na Nota Técnica nº 261/2015-SGT/ANEEL, de 30/09/2015, que abordou sobre o pedido de reconsideração da CELESC em face da Resolução Homologatória nº 1.927, de 04/08/2015. 149. A concessionária manteve o argumento de que o descasamento entre a cobertura e o faturado no mês de março foi bastante superior aos outros meses, não tendo sido, portanto, compensado no mês de agosto. No entanto, esse argumento não é plausível porque, conforme expõe a Nota Técnica nº 261/2015-SGT/ANEEL, os valores revertidos de RTE não são obtidos com base no período de faturamento, mas a partir da vigência da RTE, isto é, 02/03/2015 a 06/08/2015, não casando com o período de faturamento. Além disso, essa metodologia foi definida na RTE de 2015 e foi aplicada desta forma para todas as concessionárias de distribuição.” (Nota Técnica nº 156/2016 – SGT/ANEEL, de 02/06/2016).

Desse modo, o pleito não merece ser atendido, ratificando o entendimento já exarado.

3.2. Ajuste Liminar ABRACE nos Componentes Financeiros

“O item III.6 (subitem ix) da Nota Técnica nº 156/2016-SGT/ANEEL faz referência à liminar obtida

pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia Elétrica - ABRACE que desobriga os seus associados do recolhimento da parte controversa do encargo tarifário CDE, bem como altera a forma de rateio dos valores remanescentes desta, de forma proporcional ao uso dos sistemas de distribuição e transmissão.(...)

Assim, nos processos tarifários deliberados após a REH nº 1.967/2015, fez-se necessário a realização de procedimento extraordinário de cálculo para dar cumprimento à decisão, e como não foi alterada a obrigação de recolhimento da quota da CDE definida pela REH nº 1.857/2015, a Celesc D. faria jus a um reconhecimento financeiro da diferença entre a tarifa de equilíbrio apurada no último processo tarifário, homologado por meio da REH nº 1.927, de 4 de agosto de 2015, e a nova tarifa aprovada pela REH nº 1.967/2015, de 24 de setembro de 2015, considerando o mercado faturado nos termos do art. 4º.

De fato, conforme a Nota Técnica nº 220/2015-SGT/ANEEL, observamos que o déficit de receita previsto para a Celesc D. no ano de 2015 ultrapassou os R$ 28 milhões: (...)

No entanto, na planilha preliminar SPARTA, ao analisarmos o Componente Financeiro denominado “Ajuste Liminar ABRACE” bem como a aba de origem dos dados “Liminar ABRACE” percebe-se que o cálculo (R$ 4,3 milhões) considerou apenas o período de 01 de abril de 2016 a 01 de julho de 2016, desconsiderando, portanto o reconhecimento financeiro da diferença entre o recolhimento e pagamento do encargo CDE no período de julho de 2015 até março de 2016.

Dessa forma, solicita-se a correção do período considerado para o cálculo do Componente Financeiro “Ajuste Liminar Abrace” para que de fato considere o hiato entre o último processo tarifário (julho de 2015) até agosto de 2016, com o respectivo recálculo e atualização dos valores, mantendo-se desta forma o princípio da neutralidade dos encargos setoriais.”

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(Fl. 10 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Resposta da SGT

Quanto aos efeitos de liminares que concedem isenção do pagamento de parcelas controversas do encargo tarifário da CDE, conforme deliberado pela Diretoria Colegiada desta Agência na reunião pública de 14/06/2016, foi reformulada a decisão de repassar a perda de arrecadação correspondente aos demais consumidores de energia sem proteção judicial, passando a refletir na execução orçamentária do Fundo Setorial e, consequentemente, nos reembolsos efetuados aos beneficiários cujos gastos estão sendo contestados na justiça. Com isso, os cálculos dos reajustes e revisões tarifárias das distribuidoras também não mais serão afetados pelos efeitos das liminares. Para a operacionalização dessa decisão, conforme consta do Despacho nº 1.576/2016, as distribuidoras foram autorizadas a modular as cotas mensais da CDE a serem pagas à Eletrobras, descontando a perda de arrecadação do encargo decorrente das liminares.

4. Estrutura Tarifária

4.1. Análise tarifas abertas – exclusão do componente financeiro referente à liminar CDE dos associados da ABRACE.

Contribuição da ABRACE

(...) O primeiro aspecto a ser destacado é o equívoco quanto à inclusão dos efeitos da Liminar Abrace para um associado em A1 e levanta a hipótese de que essa situação se repita em outra das 23 plantas de associados supridos pela Celesc. Tal efeito, conforme destacado na própria NT 156/2016 não deverá incidir sobre os associados da ABRACE. (...)

Nesse sentido, solicita-se a exclusão da cobrança do componente financeiro da liminar da CDE para os associados em A1 e a revisão da tarifa de associados conectados em outros níveis de tensão.

Resposta da SGT

Contribuição aceita. O ajuste da liminar ABRACE não é mais considerado na planilha de cálculo

tarifário, conforme o Despacho nº 1.576/2016, de 14/06/2016.

4.2. Alocação do componente TUSD – Perdas Não Técnicas

Contribuição da CELESC

No arquivo “5697 PCAT Celesc-DIS 2016 V02.xlsx”, aba “TR TUSD”, percebemos um cálculo que

entendemos que deveria ser retificado. Nas células “L194”, “L195”, “M194” e “M195” temos as mesmas fórmulas para os níveis de tensão distintos, A4 e A3a

Em ambos os casos, como resultado das fórmulas nessas células, temos a soma dos valores referentes aos níveis A3a e A4 (destacado em azul na tabela anterior), mas repetidos na linha correspondente a A3a e A4.

CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO: C722F0640038D6A3 CONSULTE EM http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx

LUIS CARLOS CARRAZZA

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE POR DAVI ANTUNES LIMA, NADIA MAKI, DIEGO LUIS BRANCHER

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(Fl. 11 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Logo, nas células L202 e M202 (destacadas em vermelho) a fórmula que consta na planilha soma os valores de todos os níveis de tensão. Assim, ditas células representam o somatório de todos os níveis de tensão, porém analisando-as constata-se que os valores dos níveis A3a e A4 estão sendo considerados em duplicidade, como consequência a alocação de PNT está sendo distorcida para os distintos níveis de tensão.

Observando situações semelhantes em processos tarifários anteriores, como por exemplo, o processo da CPFL Leste Paulista, a ANEEL por meio da SGT tem respondido às contribuições acerca desta questão da seguinte forma:

"Não aceita. Os subgrupos A3a e A4 deverão ser agregados em um único subgrupo de média tensão. Esta discussão ocorreu na AP 120/2010. Após as tarifas serem igualadas em todas as distribuidoras, será proposta a alteração da REN nº 414/2010 alterando as definições comerciais associadas a estes subgrupos tarifários. Considerando que as tarifas de referência que compõem o EUSD são iguais, a diferença entre as tarifas de PNT, se calculadas de forma separada para cada subgrupo, ocorre pela diferença do fator de carga (relação entre demanda e energia do mercado), uma vez que o veículo arrecadador da tarifa é energia (MWh). Desta forma, entendemos adequado calcularmos uma tarifa para o agrupamento MT, para que se possa efetuar o processo de agregação dos grupos de MT."

A Celesc D. concorda com os argumentos da ANEEL no intuito de calcular uma tarifa única para o

agrupamento MT, porém, os valores da somatória total (em vermelho) consideraram duas vezes os totais de A4+A3a, o que altera o valor de alocação das PNT (R$/MWh), para todos os níveis de tensão (não somente para a MT), e assim as tarifas de todos os subgrupos. O correto é considerar o mesmo valor de R$ (é aquele que afeta a alocação) e mercado para A3a e A4, mas considerar só uma vez na somatória (linha 202). Do jeito que está calculado na planilha disponibilizada pela ANEEL na Audiência Pública da CELESC, ela reduz a alocação de PNT para todos os grupos.

Desta forma, entendemos que as fórmulas das células “L202” e “M202” devem ser alteradas, como demonstrado a seguir, para que não ocorra a duplicidade de valores:

L202= SOMA($L$191:$L$201,-$L$196, -$L$194)

M202=SOMA($M$191:$M$201;-$M$196;-$M$194)

Deste modo, ao se considerar o resultado das novas fórmulas (destacado em verde), teremos uma nova distribuição de PNT por subgrupo:

Resposta da SGT

Contribuição não aceita. O cálculo está adequado, pois garante que a PNT seja recuperada pelo agrupamento MT (A3a e A4) na proporção da sua receita de uso. O resultado proposto é equivalente ao cálculo realizado.

CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO: C722F0640038D6A3 CONSULTE EM http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx

LUIS CARLOS CARRAZZA

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(Fl. 12 Nota Técnica nº 262/2016-SGT/ANEEL, de 11/08/2016).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

IV. CONCLUSÃO 4. Foram avaliadas na presente Nota Técnica as contribuições trazidas no âmbito da AP 031/2016. Com vistas a dar maior transparência ao processo de revisão tarifária recomenda-se a publicação desta na página da ANEEL na internet, no link da referida AP.

LUIS CARLOS CARRAZZA Especialista em Regulação - SGT

DIEGO LUÍS BRANCHER Especialista em Regulação – SGT

NÁDIA MAKI

Especialista em Regulação - SGT

De acordo

DAVI ANTUNES LIMA Superintendente de Gestão Tarifária

CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO: C722F0640038D6A3 CONSULTE EM http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx

LUIS CARLOS CARRAZZA

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