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    s

  • 17 Relatrio & Contas

    De acordo com o disposto no artigo 8. do Regulamento n. 5/2008 da CMVM transcreve-se o

    Relatrio & Contas de 2017

    BANCO COMERCIAL PORTUGUS, S.A.

    Sociedade Aberta Sede: Praa D. Joo I, 28, 4000-295 Porto - Capital Social de 5.600.738.053,72 euros

    Matriculada na Conservatria do Registo Comercial do Porto sob o nmero nico de matrcula e de identificao fiscal 501 525 882

  • RELATRIO & CONTAS 2017

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    Todas as menes, neste documento, aplicao de quaisquer normativos referem-se respetiva verso atualmente vigente.

  • RELATRIO & CONTAS 2017

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    ndice

    NDICE ........................................................................................................................................................................................................ 2 MENSAGEM CONJUNTA DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAO E DO PRESIDENTE DA COMISSO EXECUTIVA ...................... 3

    INFORMAO SOBRE O GRUPO BCP ................................................................................................................................................ 5 BCP EM 2017 ........................................................................................................................................................................................... 6 PRINCIPAIS INDICADORES ........................................................................................................................................................................... 8 GRUPO BCP ............................................................................................................................................................................................ 10 GOVERNANCE........................................................................................................................................................................................... 11 PRINCIPAIS EVENTOS DE 2017 ................................................................................................................................................................ 13 AO BCP............................................................................................................................................................................................... 16 PARTICIPAES QUALIFICADAS ................................................................................................................................................................ 22

    MODELO DE NEGCIO ...................................................................................................................................................................... 23 ENQUADRAMENTO REGULAMENTAR, ECONMICO E DO SISTEMA FINANCEIRO ....................................................................................... 24 MODELO DE NEGCIO ............................................................................................................................................................................. 29 DESEMPENHO FACE AOS OBJETIVOS DO PLANO ESTRATGICO ................................................................................................................. 37

    INFORMAO FINANCEIRA .............................................................................................................................................................. 38 RESULTADOS E BALANO ......................................................................................................................................................................... 39 REAS DE NEGCIO ................................................................................................................................................................................. 69

    ESTRATGIA ......................................................................................................................................................................................... 89 VISO, MISSO E CRIAO DE VALOR ...................................................................................................................................................... 90 ESTRATGIA .............................................................................................................................................................................................. 92

    RISCO E OUTLOOK.............................................................................................................................................................................. 93 SISTEMA DE CONTROLO INTERNO ............................................................................................................................................................ 94 PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS ............................................................................................................................................................. 96 GESTO DO RISCO .................................................................................................................................................................................... 98 RATINGS DO BCP .................................................................................................................................................................................. 121 CAPITAL ................................................................................................................................................................................................ 122 FUNDO DE PENSES .............................................................................................................................................................................. 124 INFORMAO SOBRE TENDNCIAS ........................................................................................................................................................ 126

    DEMONSTRAO NO FINANCEIRA ........................................................................................................................................... 129 ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS .................................................................................................................................................... 130 TABELA DE CORRESPONDNCIA ENTRE O RELATRIO DE GESTO E O DECRETO-LEI 89/2017 ........................................................... 132 VALOR CRIADO PARA CADA GRUPO DE STAKEHOLDER .......................................................................................................................... 133 IMPACTO AMBIENTAL ............................................................................................................................................................................ 146

    INFORMAO REGULAMENTAR ................................................................................................................................................... 150 DEMONSTRAES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS DE 2017 .................................................................................................................. 151 APLICAO DE RESULTADOS ................................................................................................................................................................. 153 GLOSSRIO DE MEDIDAS ALTERNATIVAS DE DESEMPENHO ................................................................................................................... 155

    CONTAS E NOTAS S CONTAS CONSOLIDADAS DE 2017 ..................................................................................................... 157 CONTAS E NOTAS S CONTAS INDIVIDUAIS DE 2017 ............................................................................................................. 349 DECLARAO DE CONFORMIDADE ............................................................................................................................................. 515 RELATRIO ANUAL DA COMISSO DE AUDITORIA ................................................................................................................. 518 PARECER DA COMISSO DE AUDITORIA .................................................................................................................................... 528 RELATRIO DOS AUDITORES EXTERNOS ................................................................................................................................... 532 RELATRIO DE GOVERNO SOCIETRIO ...................................................................................................................................... 556

  • RELATRIO & CONTAS 2017

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    Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administrao e do Presidente da Comisso Executiva

    Em 2017, Portugal e Polnia registaram crescimentos acima da mdia Europeia. Moambique e Angola, no obstante os desafios macroeconmicos que continuam a enfrentar, viram as suas economias iniciar um processo de recuperao face a 2016.

    Em Portugal, o ano de 2017 foi marcado pelo crescimento de 2,7% do PIB, o maior desde o j longnquo ano de 2000. Portugal cresceu acima da mdia da Unio Europeia, retomando assim o processo de convergncia econmica.

    A economia cresceu e f-lo de uma forma virtuosa e sustentvel. As exportaes mantiveram um desempenho notvel e o investimento produtivo continuou robusto, o que ter um impacto positivo no futuro. Tambm o desemprego caiu para 8,1% no final do ano, facto com um importante reflexo econmico e, acima de tudo, social.

    Olhando para alm dos agregados genricos do PIB, cabe realar a forma como as empresas esto a investir, a exportar e a atingir novos mercados. Para Portugal, isso traduziu-se num ano de conquistas, prova que os portugueses so criativos e capazes de ousar.

    Essa dinmica permitiu que, em junho de 2017, tivssemos formalmente sado do procedimento de dfice excessivo. Alguns meses depois, foi a vez de sermos reconhecidos com a melhoria das notaes atribudas pelas principais agncias de rating.

    No Millennium bcp, aos diferentes nveis, soubemos trabalhar para aproveitar o enquadramento econmico e social mais favorvel atrs descrito. O ano ficou fortemente marcado pela capacidade que tivemos de realizar de forma antecipada o pagamento da totalidade da ajuda pblica, o que nos permitiu reconquistar a nossa autonomia de ao e gesto.

    Destacaramos adicionalmente 3 marcos alcanados pelo Millennium bcp no ano de 2017. Em primeiro lugar, o crescimento dos resultados lquidos para 186 milhes de euros com resultados positivos em todas as geografias onde estamos presentes. Em segundo lugar, o aumento de mais de 300 mil clientes nas vrias operaes do Grupo, dos quais 100 mil correspondem operao em Portugal, e em terceiro lugar, a reduo muito relevante de 1,8 mil milhes de euros dos NPE (Non Performing Exposures), em Portugal.

    Na atividade em Portugal, o resultado lquido aumentou cifrando-se em 39,0 milhes de euros em 2017, merecendo particular destaque a diminuio das imparidades e provises. Os NPE desceram 1,8 mil milhes de euros, excedendo o objectivo de reduo anual do banco de mil milhes. O ano ficou ainda marcado por uma evoluo muito favorvel do negcio, com especial destaque para a captao de Clientes. Os Clientes do Grupo totalizaram 5,4 milhes de Clientes ativos.

    Tambm o ActivoBank teve um ano de grande crescimento da base de Clientes, com mais de 40 mil novos Clientes em 2017, o que representa um aumento de 50% do ritmo de captao face ao ano anterior. O ActivoBank fechou o ano com resultados lquidos de 2,73 milhes.

    Na Polnia, prosseguimos um ambicioso plano de expanso, que no ano passado nos permitiu chegar a um resultado lquido de 160 milhes de euros. Continumos a captar novos Clientes, muitos dos quais escolheram os canais digitais para chegar at ns.

    Em Moambique, no obstante os desafios macroeconmicos, o Millennium bim aumentou os seus resultados de forma expressiva para 85 milhes de euros e a rendibilidade dos capitais prprios para 24,2%.

    Em Angola, demos continuidade ao desenvolvimento da nossa parceria estratgica com o Banco Millennium Atlntico e na Sua e em Macau continumos a desenvolver as respetivas operaes.

    Desta forma, 2017 foi um ano que podemos caracterizar como globalmente positivo, em que nos empenhmos para garantir o desenvolvimento do tringulo virtuoso que liga os nossos Acionistas, os nossos Clientes e os nossos Colaboradores. Foi um ano de criao de valor e de normalizao da atividade do Banco.Foi tambm o ano do reconhecimento. O Millennium bcp foi premiado em Portugal e nos pases onde est presente, nomeadamente em Moambique, Polnia e Sua, com os mais prestigiados prmios atribudos ao sistema financeiro. Em Portugal, destacamos o prmio Banco Escolha dos Consumidores, o Melhor Banco Digital pela Global Finance, o Banco mais prximo, mais inovador e com os produtos mais adequados para empresas, pela Data E e ainda o prmio de Melhor Banco Comercial pela World Finance, atribudo ao ActivoBank.

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    Em 2018 vamos continuar a posicionarmo-nos como um Banco lder, ao servio da economia e das famlias em Portugal e em todas as geografias onde estamos presentes.

    Antes de terminar deixamos uma palavra de apreo e de agradecimento aos Colaboradores do Banco pelo seu profissionalismo e dedicao, aos Acionistas por acreditaram neste projeto de construo do maior Banco privado nacional e aos Clientes que so o propsito de todo o nosso trabalho.

    Nuno Amado Antnio Monteiro Presidente da Comisso Executiva Presidente do Consellho Vice-Presidente do Conselho de Administrao de Administrao

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    Informao sobre o Grupo BCP

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    Um banco comprometido com a preservao do patrimnio cultural, a proteco do meio ambiente e o apoio s famlias, s empresas e s comunidades.

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    Principais Indicadores

    Milhes de euros

    2017 2016 2015 (1) 2014 2013 Var. % 17/16BALANO Ativo total 71.939 71.265 74.885 76.361 82.007 0,9%Crdito a clientes (lquido) (2) 47.633 48.018 51.022 52.729 55.744 -0,8%Recursos totais de clientes (2)(3) 71.386 66.978 67.951 64.945 64.713 6,6%Recursos de balano de clientes (2) 52.688 50.434 52.158 51.141 51.174 4,5%Recursos de clientes e outros emprstimos (2) 51.188 48.798 49.847 48.365 47.376 4,9%Crdito total (lquido) / Recursos de clientes e outros emprstimos (4) 94% 99% 102% 108% 117% Capitais prprios atribuveis aos Acionistas do Banco e Passivos subordinados 7.250 5.927 6.269 6.238 6.945 22,3%RENDIBILIDADE Produto bancrio 2.197 2.097 2.304 2.292 1.769 4,8%Custos operacionais 954 780 1.017 1.150 1.295 22,3%Imparidades e Provises 925 1.598 978 1.316 1.287 -42,1%Impostos sobre lucros Correntes 102 113 91 101 116 -10,0%Diferidos -72 -495 -54 -199 -326 Interesses que no controlam 103 122 126 110 94 -15,4%Resultado lquido atribuvel a Acionistas do Banco 186 24 235 -227 -740 678,6%Rendibilidade dos capitais prprios mdios (ROE) 3,3% 0,6% 5,3% -6,5% -26,5% Resultado antes de impostos e interesses que no controlam / Capitais prprios mdios (4)(5) 4,8% -4,5% 7,3% -5,1% -24,9% Rendibilidade do ativo mdio (ROA) (6) 0,4% 0,2% 0,5% -0,1% -0,8% Resultado antes de impostos e interesses que no controlam / Ativo lquido mdio (4)(5) 0,4% -0,3% 0,5% -0,3% -1,0% Taxa de margem financeira 2,2% 1,9% 1,8% 1,6% 1,1% Produto bancrio / Ativo lquido mdio (4)(5) 3,0% 2,8% 3,0% 2,8% 2,1% Rcio de eficincia (4)(5)(7) 44,1% 46,1% 43,9% 51,7% 66,5% Rcio de eficincia - atividade em Portugal (4)(5)(7) 44,5% 47,1% 41,1% 53,7% 80,9% Custos com o pessoal / Produto bancrio (4)(5)(7) 24,6% 25,9% 24,7% 28,6% 36,8% QUALIDADE DO CRDITO Crdito vencido h mais de 90 dias / Crdito total (2) 5,8% 6,8% 7,3% 7,4% 7,1% Imparidade do crdito / Crdito vencido h mais de 90 dias (2) 113,2% 107,0% 86,2% 82,6% 79,6% Stock de Non-performing exposures 7.658 9.374 10.933 11.906 13.679 Non-performing exposures / Crdito total (2) 15,0% 18,1% 20,1% 21,2% 23,0% Custo do risco (lquido de recuperaes) (8) 122 p.b. 216 p.b. 150 p.b. 194 p.b. 137 p.b. Crdito reestruturado (2) 4 184 5 046 5 393 6 753 7 012 Crdito reestruturado / Crdito a clientes (2) 8,2% 9,7% 9,9% 12,0% 11,9% CAPITAL (9) Rcio common equity tier I phased-in (10) 13,2% 12,4% 13,3% 11,7% - Rcio common equity tier I fully-implemented (10) 11,9% 9,7% 10,2% 7,8% - Fundos prprios 5.932 5.257 6.207 5.827 6.421 Ativos ponderados pelo risco 40.171 39.160 43.315 43.515 43.926 Rcio core tier I (Basileia II) (4) - - - - 13,8% Rcio de adequao de fundos prprios de base (Basileia II) (4) - - - - 12,9% Rcio de adequao de fundos prprios (Basileia II) (4) - - - - 14,6% AO BCP Capitalizao bolsista (aes ordinrias) 4.111 843 2.887 3.561 3.279 387,7%Resultado lquido por ao bsico e diludo ajustados (euros) 0,014 0,019 0,232 -0,259 -1,068 Valores de mercado por ao (euros) (11) Mximo 0,2720 0,6459 1,2388 1,8162 1,3695 Mnimo 0,1383 0,1791 0,5374 0,8396 0,5772 Fecho 0,2720 0,1845 0,6317 0,8487 1,2474 (1) No mbito do processo de fuso com o Banco Privado Atlntico, o Banco Millennium em Angola foi considerado como operao em descontinuao no primeiro trimestre de 2016, produzindo efeitos na mesma rubrica nos exerccios de 2016 e de 2015, dado que a informao com referncia a 31 de dezembro de 2015 foi reapresentada nas demonstraes financeiras consolidadas do Millennium bcp. (2) Ajustado de operaes descontinuadas ou em descontinuao: Millennium bank na Romnia (2013); Millennium bcp Gesto de Activos (2014 a 2013); e Banco Millennium Angola (2015 a 2013). (3) Os recursos totais de clientes do Millennium bcp foram reformulados, com referncia posio de 31 de dezembro de 2017, passando a refletir umconceito mais abrangente que inclui os montantes detidos por clientes no mbito de acordos existentes para a sua colocao e administrao, considerando-se valores comparveis para os perodos de 2016 e 2015. (4) De acordo com a Instruo do Banco de Portugal n. 16/2004, na verso vigente em 31 de dezembro em 2017.(5) Dada a classificao do Banco Millennium Angola como operao em descontinuao entre maro e maio de 2016, os saldos do balano consolidado incluem os valores do Banco Millennium Angola at ao desreconhecimento determinado pela concluso da operao de fuso com o Banco Privado Atlntico, em maio de 2016, enquanto o respetivo contributo para o resultado consolidado est refletido nas rubricas de resultados em operaes descontinuadas ou em descontinuao e de Interesses que no controlam durante todo aquele perodo, no influenciando assim as restantes rubricas da demonstrao de resultados consolidada. (6) Com base no resultado antes de interesses que no controlam. (7) Exclui impacto de itens especficos. (8) Ajustado de operaes descontinuadas ou em descontinuao: Banco Millennium Angola (2015).(9) De acordo com a CRD IV/CRR phased-in em 2014, 2015, 2016 e 2017 e, em 2013, em conformidade com as regras do Banco de Portugal em vigor data. (10) Considera o impacto do novo enquadramento prudencial dos DTAs de acordo com as IAS.(11) Valor de mercado por ao ajustado da operao de reagrupamento das aes representativas do capital social, em outubro de 2016, e do aumentode capital, efetuado em fevereiro 2017.

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    Unid. 2017 2016 2015 2014 2013Var. % 17/16

    CLIENTESNmero de Clientes (1) Milhares 5 429 5 122 5 036 4 907 4 871 6,0%Juros pagos sobre depsitos e outros recursos Milhes de euros 353 389 661 897 1 148 -9,2%Reclamaes registadas Nmero 76 918 72 498 79 108 71 348 81 719 6,1%Reclamaes resolvidas Percentagem 97,7% 93,2% 97,2% 95,1% 98,5% 4,8%ACESSIBILIDADES Sucursais Nmero 1 120 1 163 1 342 1 373 1 518 -3,7%

    Atividade em Portugal 578 618 671 695 774 -6,5%Atividade Internacional 542 545 671 678 744 -0,6%Sucursais abertas ao Sbado 118 112 144 140 131 5,4%Sucursais com acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida 802 828 978 981 1 137 -3,1%

    Internet N de utilizadores 1 665 987 1 700 114 1 541 811 1 377 480 1 352 188 -2,0%Call Center N de utilizadores 353 003 261 620 273 610 301 338 230 046 34,9%Mobile banking N de utilizadores 1 520 378 1 268 804 929 401 506 976 339 095 19,8%ATM Nmero 2 950 2 965 3 115 3 112 3 341 -0,5%COLABORADORESCOLABORADORES PORTUGAL Nmero 7 189 7 333 7 459 7 795 8 584 -2,0%

    COLABORADORES INTERNACIONAL (2) Nmero 8 538 8 474 9 724 9 845 10 076 0,8%

    INDICADORES LABORAIS (3)

    Distribuio por categoria profissional NmeroComisso Executiva (Portugal, Polnia e Moambique) 23 21 23 22 21 9,5%Alta Direo 150 146 171 161 165 2,7%Direo 1 642 1 669 1 702 1 768 1 874 -1,6%Comerciais 9 424 9 453 10 406 10 648 11 013 -0,3%Tcnicos 3 531 3 459 3 609 3 641 3 921 2,1%Outros 1 061 1 167 1 330 1 452 1 711 -9,1%

    Distribuio por faixa etria Nmero=50 4 103 3 875 3 550 3 391 3 500 5,9%

    Mdia de idades Anos 41 41 38 37 36 0,0%Distribuio por vnculo contratual Nmero

    Contrato permanente 14 668 14 876 15 904 16 329 17 504 -1,4%Contrato a termo 1 168 1 044 1 035 1 073 894 11,9%Estagirios 298 0 313 301 329

    Colaboradores a trabalhar a tempo parcial Nmero 187 202 153 155 169 -7,4%Taxa de recrutamento Percentagem 9,7% 8,2% 7,3% 8,1% 6,6% 18,3%Taxa de mobilidade interna Percentagem 18,5% 18,0% 16,4% 16,4% 15,9% 2,8%Taxa de sadas Percentagem 10,3% 9,1% 10,0% 11,1% 9,1% 13,2%Livre associao (4) Percentagem

    Colaboradores abrangidos por Acordo Coletivo de Trabalho 99,6% 99,6% 99,5% 99,6% 99,7% 0,0%Colaboradores sindicalizados 78,5% 78,9% 72,0% 73,2% 75,9% -0,5%

    Higiene e segurana no trabalho (HST)Visitas de HST Nmero 159 376 194 180 376 -57,7%Taxa de acidentes de trabalho Percentagem 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%Vtimas mortais Nmero 0 1 0 0 0

    Taxa de absentismo Percentagem 4,3% 4,2% 4,0% 3,6% 3,8% 2,4%Salrio mais baixo e o salrio mnimo local Rcio 1,3 1,1 1,9 1,7 1,7 12,3%AMBIENTE (5)

    Emisso de gases com efeito de estufa (6) tCO2eq 55 683 59 864 58 439 65 470 72 691 -7,0%

    Consumo de energia eltrica (7) MWh 63 131 68 055 76 513 88 789 114 402 -7,2%

    Produo de resduos (8) t 599 1 332 2 078 1 568 1 294 -55,1%

    Consumo de gua (9) m3 233 857 239 279 358 228 554 307 361 968 -2,3%FORNECEDORESPrazo de pagamento e prazo contratualizado Rcio 1 1 1 1 1 0,0%Montante pago a fornecedores locais Percentagem 86,5% 91,7% 92,8% 86,5% 92,6% -5,7%DONATIVOS Milhes de euros 1,9 1,7 2,0 2,2 3,2 6,2%

    (4) Valor reflete as operaes em que estes regimes so aplicveis: Acordo Co letivo de Trabalho - Portugal e M oambique -, Sindicato - Portugal e M oambique.

    (5) Dados no incluem Ango la (2013 a 2017).

    (6) Dados no incluem M oambique (2016 e 2017)

    (7) Consumo de energia eltrica da rede. No inclui o consumo de energia eltrica da central de cogerao em Portugal, nem consumo de M oambique em 2016 e 2017.

    (8) Dados no incluem Suia (2013) e M oambique (2012, 2013 ).

    (9) Dados no incluem Suia (2012-2016) nem M oambique (2016 e 2017).

    Dados de 2016 e 2017 no incluem Ango la, cuja operao fo i descontinuada em 2016.

    (1) Dados pro-forma sem Ango la. De 2005 a 2017, Clientes ativos em M oambique em vez de Clientes totais.

    (2) Nmero de Colaboradores para todas as operaes exceto Polnia, em que esto reportados full time equivalent (FTE).

    (3) Informao do nmero de Colaboradores (e no FTE's) para: Portugal, M oambique, Sua e Polnia.

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    Grupo BCP BREVE DESCRIO

    O Banco Comercial Portugus, S.A. (BCP, Millennium bcp ou Banco) o maior banco privado portugus. O Banco, com centro de deciso em Portugal, pauta a sua atuao pelo respeito pelas pessoas e pelas instituies, pelo enfoque no Cliente, pela vocao de excelncia, pela confiana, pela tica e pela responsabilidade, sendo lder destacado em vrias reas de negcio financeiro no mercado portugus e uma instituio de referncia a nvel internacional. O Banco assume uma posio de destaque em frica, atravs das suas operaes bancrias em Moambique (em Angola, o Banco Millennium Angola - BMA fundiu-se com o Banco Privado Atlntico - BPA), e na Europa, atravs das suas operaes na Polnia e Sua. Desde 2010, o Banco opera em Macau atravs de uma sucursal de pleno direito.

    HISTRIA Fundao e crescimento orgnico para atingir uma posio relevante

    Desenvolvimento em Portugal por aquisies e parcerias

    Internacionalizao e adoo de uma marca nica

    Processo de reestruturao envolvendo o desinvestimento de ativos no estratgicos

    1985: Fundao

    1989: Lanamento da NovaRede

    At 1994: Crescimento orgnico, atingindo quotas de mercado de cerca de 8% em crdito e depsitos em 1994

    1995: Aquisio do BancoPortugus do Atlntico, S.A. 2000: Aquisio do Banco Pinto & Sotto Mayor CGD e incorporao do Grupo Jos de Mello (Banco Mello e Imprio) 2004: Acordo com o Grupo CGD e com a Fortis (Ageas) para o negcio de seguros

    1993: Incio da presena no Oriente 1995: Incio da presena em Moambique 1998: Acordo de parceira com o BBG (Polnia) 1999: Estabelecimento de uma greenfield operation na Grcia 2000: Integrao da operao seguradora na Eureko 2003: Constituio do Banque Prive Alterao da denominao da operao na Polnia para Bank Millennium Lanamento do conceito de marca nica: Millennium

    2005: Venda da Crdilar Alienao do BCM, com manuteno de uma sucursal off-shore em Macau Desinvestimento na atividade seguradora e acordo de parceria com a Ageas para a atividade de bancassurance

    2006: Venda da participao de 50,001% no Interbanco Concluso da venda de 80,1% do capital social do Banque BCP em Frana e no Luxemburgo

    2010: Alienao de 95% do Millennium bank na Turquia e acordo para a alienao da totalidade da rede de sucursais e da respetiva base de depsitos do Millennium bcp bank nos EUA 2013: Alienao da totalidade do capital social do Millennium Bank Grcia ao Piraeus Bank Alienao de 10% do capital social do Banque BCP no Luxemburgo Venda da totalidade da participao no Piraeus Bank 2014: Alienao da totalidade do capital social da Banca Millennium Romnia Venda da totalidade das participaes de 49% do ramo No-Vida, detidas na Ocidental e na Mdis 2015: Alienao da totalidade do capital social da Millennium bcp Gesto de Ativos Alienao de 15,41% do capital social do Bank Millennium 2016: Fuso do Banco Millennium Angola com o Banco Privado Atlntico

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    11

    Governance O Banco Comercial Portugus, S.A. adota um modelo de administrao e fiscalizao monista, composto por Conselho de Administrao, que inclui uma Comisso Executiva e uma Comisso de Auditoria composta unicamente por administradores no executivos. A Sociedade integra ainda um Conselho de Remuneraes e Previdncia e um Conselho Estratgico Internacional.

    O Banco conta com um Revisor Oficial de Contas e com uma empresa de auditores externos que procede auditoria das contas individuais e consolidadas do Banco, cuja nomeao deliberada em Assembleia Geral.

    Na Assembleia Geral de Acionistas realizada em 11 de maio de 2015 foram eleitos os membros dos rgos sociais para exercerem funes no trinio 2015/2017.

    A Assembleia Geral o rgo mximo da sociedade que representa a universalidade dos acionistas, sendo as suas deliberaes vinculativas para todos eles quando tomadas nos termos da lei e dos estatutos. Assembleia Geral compete:

    Eleger e destituir a sua prpria Mesa, bem como os membros dos rgos de administrao e fiscalizao e o Conselho de Remuneraes e Previdncia;

    Aprovar alteraes do contrato da sociedade;

    Deliberar sobre o relatrio de gesto e contas do exerccio e propostas de aplicao de resultados;

    Deliberar sobre as matrias que lhe sejam submetidas a pedido dos rgos de administrao e fiscalizao;

    Deliberar sobre todas as matrias que lhe sejam especialmente cometidas pela lei ou pelos Estatutos, ou que no estejam compreendidas nas atribuies de outros rgos da sociedade.

    O Conselho de Administrao (CA) o rgo de governo do Banco competindo-lhe, nos termos da lei e dos estatutos, os mais amplos poderes de gesto e de representao da sociedade.

    Nos termos dos Estatutos em vigor, o Conselho de Administrao composto por um mnimo de 17 e um mximo de 25 membros com e sem funes executivas, eleitos pela Assembleia Geral por um perodo de trs anos, sendo permitida a sua reeleio. Em 9 de novembro de 2016, foi aprovado o alargamento do nmero de membros do Conselho de Administrao para 25.

    O Conselho de Administrao que cessou funes em 31 de dezembro 2017 era composto por 19 membros efetivos, sendo 11 no executivos e 8 executivos.

    Assembleia Geral

    Conselho Estratgico Internacional

    Conselho de Remuneraes e Previdncia

    Revisor Oficial de Contas (ROC)

    Comisso de Auditoria

    Comisso Executiva

    Secretrio da Sociedade

    Conselho de Administrao

    Comits e Subcomits

    Assuntos Jurdicos Custos e Investimentos Subcomit de Custos e Investimentos Empresas Recursos Humanos Retalho Subcomit Customer Experience Subcomit de Produtos de Investimento Compliance Subcomit de AMLAcompanhamento dos Fundos de Penses

    Crdito Crdito NPE Planeamento e Alocao de Capital e Gesto de Ativos e Passivos (CALCO) Risco Crdito em Risco Acompanhamento do Risco dos Fundos de Penses Segurana e Qualidade de DadosProcessos e Transformao Digital Acompanhamento do Risco Operacional e Controlo Interno CrossNetworking

    Comisso de Nomeaes e Remuneraes Comisso de Governo Societrio, tica e Deontologia Comisso de Avaliao de Riscos

    Provedor do Cliente

    ORGANOGRAMA DO MODELO DE GOVERNO CORPORATIVO DO BCP

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    12

    O Conselho de Administrao nomeou uma Comisso Executiva (CE) composta por 8 dos seus membros, na qual delegou a gesto corrente do Banco. No decurso de 2017, a Comisso Executiva foi coadjuvada, na funo de gesto, por vrios comits e subcomits aos quais cometeu o especial acompanhamento de algumas matrias relevantes.

    A fiscalizao da sociedade assegurada por uma Comisso de Auditoria, eleita pela Assembleia Geral, e composta por um mnimo de 3 e um mximo de 5 membros eleitos em conjunto com os demais administradores, devendo as listas propostas para o Conselho de Administrao discriminar os membros que se destinam a integrar a Comisso de Auditoria e indicar o respetivo Presidente.

    O Conselho de Remuneraes e Previdncia (CRP) composto por 3 a 5 membros, eleitos pela Assembleia Geral, a maioria dos quais deve ser independente.

    O Secretrio da Sociedade e o Secretrio Suplente so nomeados pelo Conselho de Administrao do Banco, cessando funes com o termo do mandato do Conselho que os tenha designado.

    IDENTIFICAO E COMPOSIO DOS RGOS SOCIAIS

    Conselho de Administrao

    Comisso Executiva

    Comisso de Auditoria

    Conselho de Remuneraes e Previdncia

    Conselho Estratgico

    Internacional

    Antnio Vitor Martins Monteiro (Presidente do CA)

    Carlos Jos da Silva (Vice-presidente do CA)

    Nuno Manuel da Silva Amado (Vice-presidente do CA e CEO)

    lvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto

    Andr Magalhes Luiz Gomes

    Antnio Henriques de Pinho Cardo

    Antnio Lus Guerra Nunes Mexia

    Cidlia Maria Mota Lopes

    Jaime de Macedo Santos Bastos

    Joo Manuel de Matos Loureiro (Presidente da CAUD)

    Joo Nuno de Oliveira Jorge Palma

    Jos Jacinto Iglsias Soares

    Jos Miguel Bensliman Schorcht da Silva Pessanha

    Lingjiang Xu

    Maria da Conceio Mota Soares de Oliveira Call Lucas

    Miguel de Campos Pereira Bragana

    Miguel Maya Dias Pinheiro

    Raquel Rute da Costa David Vunge

    Rui Manuel da Silva Teixeira

    Jos Gonalo Ferreira Maury (Presidente do CRP)

    Jos Guilherme Xavier de Basto

    Jos Luciano Vaz Marcos

    Manuel Soares Pinto Barbosa

    Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira (Presidente do CEI)

    Francisco de Lemos Jos Maria

    Josep Oliu Creus

    No dia 28 de junho de 2017, foram cooptados trs novos administradores no executivos, Gu Xiaoxu, Li Cheng e Zhihua Shen, estando pendente o processo de avaliao de fit and property .

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    13

    Principais Eventos de 2017 JANEIRO

    Deliberao do Conselho de Administrao tomada em 9 de janeiro de 2017, que seria ratificada na Assembleia Geral de Acionistas, de cooptar Lingjiang Xu e Joo Nuno Palma para desempenharem as funes de Vogais do Conselho de Administrao, no executivo e executivo, respetivamente, at ao termo do mandato em curso.

    Deliberao do Conselho de Administrao tomada em 9 de janeiro de 2017, com o prvio parecer favorvel da Comisso de Auditoria, de proceder ao aumento do capital social de 4.268.817.689,20 euros para 5.600.738.053,72 euros, realizado atravs de uma Oferta Pblica de Subscrio dirigida a acionistas no exerccio dos respetivos direitos de preferncia e demais investidores que adquirissem direitos de subscrio, com a emisso de 14.169.365.580 novas aes ordinrias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, tendo o nmero resultante de aes ordinrias do BCP passado a ser de 15.113.989.952.

    FEVEREIRO

    Reembolso antecipado ao Estado portugus, no dia 9 de fevereiro de 2017, dos instrumentos hbridos de capital Core Tier 1 remanescentes, no montante de 700 milhes de euros, marcando o regresso normalidade da atividade do BCP, e que tinha sido objeto de aprovao anterior pelo Banco Central Europeu, sujeita ao sucesso do aumento de capital concludo nessa data.

    Reviso em alta pela agncia S&P Global Ratings da notao de rating da dvida snior unsecured de longo prazo de B+ para BB-, na sequncia da reviso em alta da notao de rating intrnseco do BCP (Stand Alone Credit Profile - SACP) de b+ para bb- e reviso em alta da notao de rating de contraparte de B+ para BB- e da notao de rating da dvida subordinada de CCC para B-, efetuadas aps a concluso da operao de aumento de capital.

    Atribuio de mais um Prmio Rui Osrio de Castro / Millennium bcp pela Fundao Millennium bcp, distinguindo o desenvolvimento de projetos e iniciativas inovadoras na rea do cancro infantil.

    MARO

    BCP integra o novo ndice europeu de Sustentabilidade, o European Banks Index, do analista Standard Ethics.

    Criao da Millennium bim Academia (MBA), a primeira academia interna de um Banco em Moambique.

    ABRIL

    Renovao da adeso ao Movimento ECO - Empresas Contra os Fogos, um projeto que tem como objetivo contribuir para a preveno dos incndios florestais e sensibilizar a opinio pblica para os comportamentos de risco.

    MAIO

    Emisso de obrigaes hipotecrias, ao abrigo do Programa de Covered Bonds, no montante de 1.000 milhes de euros, com um prazo de 5 anos, um preo de emisso de 99,386% e uma taxa de juro de 0,75% ao ano, o que consubstancia um spread de 65 pontos base ao ano, sobre a taxa de swaps de 5 anos;

    Realizao da Assembleia Geral Anual de Acionistas, em 10 de maio de 2017, tendo estado presentes Acionistas detentores de 54,17% do respetivo capital social, destacando-se, entre as deliberaes tomadas, a aprovao do relatrio de gesto, do balano e das contas individuais e consolidadas, relativos ao exerccio de 2016, a aprovao da proposta de aplicao de resultados para o exerccio de 2016, a aprovao da declarao sobre Poltica de Remunerao dos Membros dos rgos de Administrao e de Fiscalizao, a designao de dois novos administradores (Lingiang Xu como vogal no executivo do Conselho de Administrao do BCP e Joo Nuno de Oliveira Jorge Palma como vogal executivo do Conselho de Administrao do BCP) e a eleio da composio da Mesa da Assembleia Geral para o trinio 2017/2019;

    Promoo de ao interna de recolha de papel no mbito da campanha Papel por Alimentos, iniciativa solidria da Entrajuda a favor do Banco Alimentar.

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    14

    Participao do Millennium bcp na campanha regular de recolha de alimentos promovida pelo Banco Alimentar.

    JUNHO

    Deliberao do Conselho de Administrao, datada de 28 de junho de 2017, de cooptao de trs novos administradores no executivos: Gu Xiaoxu, Li Cheng e Zhihua Shen, aumentando assim o nmero de Administradores para 22, 14 dos quais no executivos.

    Assinatura da declarao de compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentvel das Naes Unidas pelo Bank Millennium na Polnia.

    JULHO

    Concesso de um emprstimo de 500 milhes de euros ao Millennium bcp, por parte do Banco Europeu de Investimento, visando conceder financiamento s PMEs e empresas de mdia capitalizao em Portugal.

    AGOSTO

    Confirmao do estatuto de Sustentabilidade Ethibel EXCELLENCE Investment Registe do Forum ETHIBEL.

    Bank Millennium integra, pela primeira vez, o ndice de sustentabilidade FTSE4Good Emerging Index do analista FTSE Russel, referncia nas avaliaes de desempenho ESG (Environmental, Social and Governance).

    SETEMBRO

    Criao da Plataforma de Gesto de Crditos Bancrios, ACE, em conjunto com outros dois bancos portugueses, com o objetivo de aumentar a eficcia e celeridade nos processos de reestruturao de NPEs e de empresas.

    Celebrao do 30. aniversrio do Banco Comercial Portugus na Bolsa Portuguesa e do 25. aniversrio do Bank Millennium na Bolsa de Valores de Varsvia.

    BCP confirmado no ndice de Sustentabilidade Ethibel Sustainability Index (ESI) Excellence Europe do Forum ETHIBEL.

    Reconhecimento do "ABC Educao Financeira" - um projeto de literacia financeira para crianas do ensino pr-escolar promovido pela Fundao Bank Millennium na Polnia com o Patrocnio Honorrio do Ministrio da Educao e do Provedor da Criana.

    OUTUBRO

    Lanamento de mais uma ao interna Millennium Solidrio" para recolha de bens alimentares, produtos de higiene, vesturio e artigos para casa, a favor das pessoas e das famlias que viram as suas vidas afetadas pelos incndios florestais.

    Reconhecido do Grupo BCP no combate s alteraes climticas pela organizao no-governamental Carbon Disclosure Project. O Banco foi classificado na categoria "Leadership", com nota "A-".

    Concluso da 8. edio das "Olimpadas Bancrias", um projeto de literacia financeira que visa formar as novas geraes de consumidores de servios financeiros em Moambique.

    NOVEMBRO

    Emisso de dvida subordinada elegvel para aprovao pelo Banco Central Europeu (BCE) como fundos prprios de nvel 2, ao abrigo do Programa de Euro Medium Term Notes do BCP, no montante de 300 milhes de euros, com um prazo de 10 anos e opo de reembolso antecipado pelo Banco no final do 5. ano, e uma taxa de juro de 4,5%, ao ano, durante os primeiros 5 anos. A operao foi colocada num conjunto muito diversificado de investidores institucionais europeus, a primeira deste instrumento realizada em mercado por um banco portugus depois de concludo o Programa de Assistncia Financeira a Portugal e insere-se na estratgia do Millennium bcp de fortalecimento do seu rcio total de capital e da sua presena no mercado de capitais internacional.

    Inaugurao da Central Solar Fotovoltaica nas instalaes do Taguspark. Os 3.703 painis instalados em 3 edifcios do Banco vo permitir produzir cerca de 1.320 Mwh por ano, o que representa uma poupana estimada de 16%.

  • RELATRIO & CONTAS 2017

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    Concluso do restauro da Sala do Trono ou de Audincias do Palcio Nacional de Mafra, interveno s possvel devido ao apoio mecentico da Fundao Millennium bcp.

    DEZEMBRO

    Informao sobre a deciso do BCE sobre os requisitos mnimos prudenciais que devero ser respeitados a partir de 1 de janeiro de 2018, deciso que se baseia nos resultados do Supervisory Review and Evaluation Process (SREP). Adicionalmente, o BCP foi informado pelo Banco de Portugal sobre a reserva de fundos prprios que lhe exigida na qualidade de outra instituio de importncia sistmica (O-SII). Os requisitos mnimos de fundos prprios a observar a partir de 1 de janeiro de 2018, determinados em funo do valor total dos ativos ponderados pelo risco (RWA), so os seguintes: rcio CET1 de 8,8125%, rcio T1 de 10,3125% e rcio total de 12,3125%. Os buffers incluem a reserva de conservao de fundos prprios (1,875%), a reserva contracclica (0%) e a reserva para outras instituies de importncia sistmica (0,1875%). De acordo com a deciso do BCE no mbito do SREP, o requisito de Pilar 2 para o BCP em 2018 de 2,25%, o que representa uma reduo de 0,15 p.p. face a 2017.

    Participao, mais uma vez a nvel nacional, na campanha regular de recolha de alimentos promovida pelo Banco Alimentar.

    Grupo BCP integra o ndice de sustentabilidade ambiental Engaged Tracking 2017 Carbon Rankings.

    Incluso, pela dcima vez consecutiva, do Bank Millennium na Polnia no RESPECT Index - primeiro ndice de empresas socialmente responsveis da Europa Central e Oriental.

    No mbito do seu programa de Responsabilidade Social "Mais Moambique pra Mim", o Millennium bim reabilitou o Berrio 2 da Unidade de Neonatologia do Hospital Central de Maputo.

    Microcrdito Millennium bcp distingue microempreendedores na 6. Edio do Prmio Realizar.

    Millennium bcp associa-se ao 9. Peditrio Nacional de Pilhas e Baterias usadas, promovido pela Ecopilhas a favor do IPO de Lisboa.

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    16

    Ao BCP O ano de 2017 foi globalmente positivo para os mercados acionistas. A apresentao de indicadores de atividade a nvel global robustos, tanto na indstria, como nos servios, associados a um ambiente de baixas taxas de juro geraram valorizaes na rea do Euro e nos EUA. Apesar da Reserva Federal norte-americana (Fed) ter aumentado a taxa de juro diretora nos EUA por trs vezes durante o ano, foi o Euro que apreciou 14% face ao Dlar norte-americano, traduzindo tambm a boa reao dos mercados ao panorama poltico europeu. O ano de 2017 ficou ainda marcado pelo aumento dos nveis de confiana dos consumidores, um importante trigger, pelo impacto que exerce no consumo e, consequentemente, na economia.

    Em territrio nacional, o PSI 20 encerrou o ano com ganhos de 15%, superando os principais pares europeus, o que traduz o reconhecimento dos investidores s melhorias dos indicadores macroeconmicos em Portugal (que apresentou um crescimento econmico acima da mdia da rea do Euro) e descida significativa das taxas de juro da dvida pblica. Este progresso foi igualmente reconhecido pelas agncias de rating: em setembro, a S&P retirou a Repblica Portuguesa do patamar de Non-Investment Grade e, em dezembro, a Fitch colocou a Repblica Portuguesa no nvel de Investment Grade.

    Durante o ano de 2017, o Banco reforou os seus rcios de capital e beneficiou da perceo, por parte dos investidores, da descida de risco soberano ao valorizar 47.5%, comparando com uma apreciao de 8.1% do ndice de Bancos Europeus (STOXX Europe 600 Banks).

    INDICADORES RELATIVOS AO BCP

    Unidades 2017 2016

    COTAES AJUSTADAS

    Cotao mxima () 0,2720 0,6459

    Cotao mdia () 0,2162 0,3312

    Cotao mnima () 0,1383 0,1791

    Cotao de fecho () 0,2720 0,1845

    AES E CAPITAIS PRPRIOS

    Nmero de aes ordinrias (em circulao) (M) 15.114 787

    Capitais prprios atribuveis ao grupo (M) 6.081 4.382

    Capitais prprios atribuveis s aes ordinrias (1) (M) 6.021 4.322

    VALORES POR AO

    Resultado lquido ajustado (EPS) (2) (3) () 0,014 0,019

    Valor contabilstico (4) () 0,398 4,586

    INDICADORES DE VALORIZAO PELO MERCADO

    Preo de fecho como mltiplo do valor contabilstico (PBV) 0,68 0,20

    Capitalizao bolsista de fecho (M) 4.111 843

    LIQUIDEZ

    Volume transacionado (M) 3.946 2.213

    Volume transacionado mdio dirio (M) 15,5 8,6

    Quantidade de aes transacionadas (5) (M) 18.412 6.272

    Quantidade mdia diria de aes transacionadas (5) (M) 72,2 24,4

    Rotao do capital (6) (%) 132,6% 144,2%

    (1) Capitais prprios atribuveis ao grupo - Aes Preferenciais (2) Considerando o n mdio de aes em circulao (3) Ajustado pela operao de aumento de capital concluda em fevereiro de 2017 (4) Considerando o nmero de aes deduzido do nmero de aes prprias em carteira (5) Ajustado pela operao de aumento de capital concluda em 2017 (6) Nmero total efetivo de aes transacionadas sobre nmero mdio anual de aes emitidas

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    17

    A ao BCP encerrou o ano de 2017 com uma valorizao de 47,5%, o que compara com uma valorizao de 15.2% do ndice PSI20 e de 8.1% do ndice de bancos europeus (STOXX Europe 600 Banks).

    No 1. trimestre de 2017, a ao BCP apresentou ganhos de 6,3%. A ao BCP iniciou o ano com perdas, na sequncia do anncio do aumento de capital de 1,3 mil milhes de euros, em janeiro de 2017. Contudo, esta trajetria foi invertida, com a ao BCP a recuperar aps a concluso do aumento de capital, a admisso negociao das novas aes e o reembolso antecipado do valor remanescente de instrumentos hbridos de capital, no montante de 700 milhes de euros.

    No 2. trimestre de 2017, a ao BCP apresentou uma subida expressiva (+20,2%), beneficiando de um ambiente mais positivo para o setor bancrio europeu, da melhoria da envolvente macroeconmica em Portugal e das revises em alta das projees para o PIB pelo Banco de Portugal e pelo FMI.

    Durante o 3. trimestre de 2017, a ao BCP valorizou 4,1%, refletindo o efeito da melhoria da notao de rating da Repblica Portuguesa para Investment Grade pela S&P, apesar da ideia prevalecente no mercado de que existiria uma presso do supervisor para os bancos reduzirem o stock de crdito mal parado e aumentarem a cobertura de NPEs ter motivado uma leitura transversal negativa para alguns bancos, incluindo o BCP. A ao foi ainda condicionada pela incerteza no que se refere probabilidade e ao timing de aumento das taxas de juros oficiais do BCE, o que adia o efeito positivo de taxas de juro mais altas nos resultados dos bancos.

    Durante o 4. trimestre de 2017, verificou-se uma valorizao da ao BCP em 10,9%, suportada pelas vrias revises em alta do price target para o BCP, pelo upgrade do rating da Repblica Portuguesa para Investment Grade, atribudo pela agncia de rating Fitch, e pela melhoria do outlook do rating do BCP para positivo, por parte da S&P.

    PERFORMANCE ABSOLUTA E RELATIVA

    ndice Variao 2017

    Ao BCP 47,5%

    PSI Financials 39,4%

    PSI20 15,2%

    IBEX 35 7,4%

    CAC 40 9,3%

    DAX 12,5%

    FTSE 100 7,6%

    MIB FTSE 13,6%

    Eurostoxx 600 Banks 8,1%

    Dow Jones 25,1%

    Nasdaq 100 31,5%

    S&P500 19,4%

    Fonte: Euronext, Reuters, Bloomberg

    LIQUIDEZ

    Durante o ano de 2017, foi transacionado um volume de 3.946 milhes de euros em aes BCP, o que representou um turnover mdio dirio de 15,5 milhes de euros. Neste perodo, foram transacionadas cerca de 18.412 milhes de aes (volume ajustado pela operao de aumento de capital), correspondendo a um volume mdio dirio de 72,2 milhes de aes. O ndice de rotao de capital situou-se nos 132,6% do nmero mdio anual de aes emitidas.

    NDICES EM QUE A AO BCP PARTICIPA

    O ttulo BCP integra mais de 50 ndices bolsistas nacionais e internacionais, entre os quais se destacam o Euronext PSI Financial, o PSI 20, o Euronext 150 e o NYSE Euronext Iberian.

  • AdicioEthibRankinFTSE4

    ndices

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    10-fev Renncde Adm

    23-fev Upgrad

    3-mar ResultaPolnia

    6-mar Resulta

    25-abr ResultaPolnia

    8-mai Resulta1T201

    10-mai DeliberAnual

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    e relacionados a cotao, que

    es de refernci

    ace I20 )

    Var. face STOXX

    Europe 60Banks (1

    1% -11,2%

    1% -11,2%

    % -2,1%

    % 3,7%

    % -6,2%

    % 1,1%

    % -2,3%

    % -0,5%

    % 0,9%

    % -2,9%

    % -1,3%

    % 1,2%

    % 0,2%

    RELATRIO &

    Peso

    1,47%

    0,77%

    17,04%

    7,04%

    69,09%

    uintes ndices Engaged Tra parte do R

    COTAO D

    com o Banco er no dia segua nacional e b

    ao 00 D)

    Var. +5D

    Va

    -22,9%

    -22,9%

    10,6%

    0,8%

    -7,6%

    0,5%

    2,6%

    4,9%

    0,6%

    1,2%

    3,6%

    -1,7%

    -6,9%

    CONTAS 2017

    de Sustentabacking 2017 CRespect Index

    DO TTULO

    Comercial Poruinte quer nos bancrio europ

    Var. face ao PSI20

    (5D)

    Var. STO

    EuroBank

    -20,7% -2

    -20,7% -2

    10,2% 10

    1,1% -0

    -8,5% -9

    -0,3% -1

    1,8% 1

    3,3% 3

    1,4% -0

    1,5% -1

    2,2% 3

    -1,9% -1

    -4,4% -4

    ilidade: Carbon

    x e do

    rtugus 5 dias

    peu nos

    face ao OXX ope 600 ks (5D)

    22,5%

    22,5%

    0,9%

    0,1%

    9,2%

    1,2%

    ,1%

    3,5%

    0,6%

    1,3%

    3,5%

    1,9%

    4,6%

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    19

    (Continuao)

    N. Data Factos Relevantes Var. +1D

    Var. face ao PSI20

    (1D)

    Var. face ao STOXX

    Europe 600 Banks (1D)

    Var. +5D

    Var. face ao PSI20

    (5D)

    Var. face ao STOXX

    Europe 600 Banks (5D)

    14 23-mai Nova emisso de obrigaes hipotecrias 2,2% 2,3% 2,1% 6,4% 5,1% 8,3%

    15 28-jun Deciso do Conselho de Administrao -2,0% -1,1% -2,6% 1,7% 1,4% -0,4%

    16 25-jul Resultados do Bank Millennium Polnia no 1S2017 -1,2% -0,9% -1,6% -3,4% -2,5% -3,3%

    17 27-jul Resultados Consolidados do 1S2017 -4,7% -3,2% -3,8% -9,4% -8,0% -8,5%

    18 1-set Informao sobre ao administrativa -1,5% -0,9% -0,7% -6,5% -4,7% -4,3%

    19 28-set Informao sobre plataforma de gesto integrada de crditos bancrios em incumprimento

    0,5% -0,1% 0,0% 0,4% -0,6% 0,1%

    20 30-out Resultados do Bank Millennium Polnia nos 9M2017 0,6% 0,1% 0,8% 0,1% 1,9% 1,8%

    21 13-nov Resultados Consolidados dos 9M2017 -0,6% -0,8% 0,3% -0,2% -0,7% 0,6%

    22 23-nov Informao sobre potencial emisso de ttulos de dvida subordinados 0,1% 0,6% -0,4% 3,4% 2,4% 2,3%

    23 29-nov Informao sobre emisso de ttulos de dvida subordinados 1,0% 0,8% 1,6% 2,4% 1,9% 4,5%

    24 20-dez Informao sobre os requisitos mnimos prudenciais a observar a partir de 1 janeiro de 2018

    0,1% 0,3% -0,8% 0,7% 1,0% 1,3%

    25 28-dez Informao sobre calendrio de eventos para 2018 0,7% 0,3% 0,9% 10,2% 5,6% 8,6%

    A ilustrao do comportamento da ao do BCP durante o perodo em referncia apresentada no grfico seguinte:

    POLTICA DE DIVIDENDOS

    De acordo com as condies da emisso de Instrumentos de Capital Core Tier I subscritos pelo Estado, ao abrigo da Lei n. 63-A/2008 e da Portaria n. 150-A/2012, o Banco estava impossibilitado de distribuir dividendos enquanto a emisso no fosse totalmente reembolsada. Esta restrio vigorou durante os exerccios de 2013 a 2016.

    Com a operao de aumento de capital concluda em fevereiro de 2017, o Banco pretende reunir as condies para acelerar o retorno a uma situao de normalidade, incluindo no que respeita potencial distribuio de dividendos, de modo a poder alcanar o objetivo de uma poltica de distribuio (dividend pay-out) no inferior a 40% de eventuais resultados distribuveis, com sujeio s exigncias regulamentares.

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    20

    ACOMPANHAMENTO DE INVESTIDORES

    Durante o ano de 2017, o Banco participou em diversos eventos, tendo estado presente em 6 conferncias e 11 roadshows na Europa e nos EUA, onde realizou apresentaes institucionais, reunies one-on-one e group meetings com investidores. Foram realizadas mais de 540 reunies com investidores institucionais, o que continua a demonstrar um significativo interesse em relao ao Banco.

    AES PRPRIAS

    As aes prprias detidas por entidades includas no permetro de consolidao encontram-se dentro dos limites estabelecidos pelos estatutos do Banco e pelo Cdigo das Sociedades Comerciais.

    Em 31 de dezembro de 2017, o Banco Comercial Portugus, S.A. no detinha aes prprias em carteira, no se tendo realizado nem compras nem vendas de aes prprias ao longo do perodo. Contudo, esto registados na rubrica Ttulos prprios 323.738 aes (31 de dezembro de 2016: 2.689.098 aes) detidas por clientes. Considerando que para alguns dos referidos clientes existe evidncia de imparidade, as aes do Banco por eles detidas foram consideradas como aes prprias e, de acordo com as polticas contabilsticas, abatidas aos capitais prprios.

    Relativamente a ttulos prprios detidos por empresas associadas do Grupo BCP conforme nota 50, em 31 de dezembro de 2017, o Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador, S.G.P.S., S.A. detm 142.601.002 aes do BCP (31 de dezembro de 2016: 8.694.500 aes), no valor total de Euros 38.531.000 (31 de dezembro de 2016: Euros 9.312.000).

    ESTRUTURA ACIONISTA

    De acordo com informao da Interbolsa, em 31 de dezembro de 2017, o nmero de Acionistas do Banco Comercial Portugus ascendia a 166.960.

    No final do ano de 2017, existiam quatro Acionistas com participao qualificada, dois dos quais com uma posio superior a 5% do capital social do Banco.

    Estrutura acionista N. de Acionistas % do Capital social

    ACIONISTAS INDIVIDUAIS

    Colaboradores do Grupo 2.831 0,23%

    Outros 159.296 21,89%

    ACIONISTAS EMPRESAS

    Institucionais 346 23,50%

    Qualificados 4 51,49%

    Outras empresas 4.483 2,89%

    TOTAL 166.960 100%

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    21

    Os Acionistas com mais de 5 milhes de aes representavam 76% do capital. Durante o ano de 2017, assistiu-se a um aumento significativo da percentagem do capital social detida por acionistas estrangeiros, motivado essencialmente pela operao de aumento de capital, concretizada em fevereiro de 2017.

    N. de aes por Acionista N. de Acionistas % do Capital social

    > 5.000.000 125 76,17%

    500.000 a 4.999.999 964 7,35%

    50.000 a 499.999 12.712 10,77%

    5.000 a 49.999 43.416 5,05%

    < 5.000 109.743 0,65%

    TOTAL 166.960 100%

    Durante o ano de 2017, o peso relativo dos Acionistas em Portugal diminui de 53% para 31%, maioritarimente na sequncia da concretizao da operao de aumento de capital.

    N. de Aes (%)

    Portugal 31,2%

    China 27,1%

    frica 19,6%

    Reino Unido / EUA 10,9%

    Outros 11,1%

    Total 100%

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    22

    Participaes Qualificadas Em 31 de dezembro de 2017, os Acionistas com participaes superiores a 2% do capital social do Banco Comercial Portugus, S.A. eram os seguintes:

    31 de dezembro de 2017

    Acionista N. aes % do capital social % dos direitos

    de voto

    Chiado (Luxembourg) S. r.l., sociedade detida pela Fosun International Holdings Ltd (Grupo Fosun) 4.089.789.779 27,06% 27,06%

    TOTAL DO GRUPO FOSUN 4.089.789.779 27,06% 27,06%

    Sonangol - Sociedade Nacional de Combustveis de Angola, EP, diretamente 2.946.353.914 19,49% 19,49%

    TOTAL DO GRUPO SONANGOL 2.946.353.914 19,49% 19,49%

    Fundo de Penses EDP * 319.113.690 2,11% 2,11%

    TOTAL DO GRUPO EDP 319.113.690 2,11% 2,11%

    BlackRock, Inc.** 427.218.720 2,83% 2,83%

    TOTAL DO GRUPO BLACKROCK 427.218.720 2,83% 2,83%

    TOTAL DE PARTICIPAES QUALIFICADAS 7.782.476.103 51,5% 51,5%

    * Imputao de acordo com a alnea f) do n1 do Art. 20 do Cdigo dos Valores Mobilirios.

    ** De acordo com o comunicado de 29 de dezembro de 2017.

    Os direitos de voto acima reportados resultam das participaes diretas e indiretas dos Acionistas no capital social do Banco Comercial Portugus, sendo que no foram comunicadas ou apuradas quaisquer outras imputaes de direitos de voto previstas no artigo 20. do Cdigo dos Valores Mobilirios.

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    23

    Modelo de Negcio

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    24

    Enquadramento Regulamentar, Econmico e do Sistema Financeiro ENQUADRAMENTO REGULAMENTAR

    A agenda regulatria, em 2017, caracterizou-se, essencialmente, no plano internacional, pela finalizao de Basileia III e pela discusso da proposta da Comisso Europeia da reviso dos requisitos de capital e resoluo de bancos, e, no plano nacional, pela adoo de alguns diplomas no mbito da superviso comportamental e macroprudencial.

    O Comit de Basileia finalizou as propostas de alteraes ao regime de Basileia III com o objetivo de reforar a qualidade do capital dos Bancos e reduzir a variabilidade dos ativos ponderados pelo risco. As principais alteraes centram-se nos modelos internos, no mtodo padro do risco de crdito, no quadro revisto do risco de mercado e do risco operacional. O acordo ter implementao a partir de 2022, com um perodo transitrio de sete anos.

    Em 23 de novembro de 2016, a Comisso Europeia apresentou um conjunto de medidas tendo como objetivo a mitigao do risco do setor bancrio, abrangendo um conjunto vasto de matrias relacionadas com requisitos de capital e recuperao e resoluo de bancos (Bank Recovery and Resolution Directive, BRRD), estando ainda a decorrer as negociaes tendentes ao texto de compromisso a acordar com a Comisso Europeia.

    No obstante, devido sua natureza urgente, as alteraes relacionadas com (i) o regime transitrio que reduz o impacto da introduo da IFRS 9 sobre os fundos prprios, e, (ii) com a posio dos instrumentos de dvida no garantidos na hierarquia da insolvncia (este ultimo ainda carecendo de transposio para o ordenamento jurdico nacional) entraram em vigor no final de 2017.

    No mbito do plano de ao e de polticas tendentes reduo do volume de crditos no produtivos Non-Performing Loans (NPL), j em 2018, a Comisso Europeia apresentou uma proposta de alterao CRR, a qual inclui a cobertura mnima para perdas em ativos improdutivos, assim como uma proposta de diretiva com o objetivo de facilitar a recuperao de colaterais por recurso a procedimentos extrajudiciais. A Unio dos Mercados de Capitais mantm-se como uma prioridade estratgica da Comisso Europeia.

    No plano nacional, est em curso o processo de transposio da Diretiva e Regulamento dos Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF II/RMIF). Este regime estende os deveres de transparncia para uma classe mais ampla de ativos e de contratos de derivados e institui requisitos relacionados com a negociao algortmica e de alta frequncia automatizada. So tambm definidos os requisitos para a prtica de consultoria financeira, para a distribuio e criao de novos produtos e para a informao a prestar ao cliente.

    O regulamento delegado sobre os pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros entrou em vigor no incio de 2018. Este visa a proteo dos consumidores e o estabelecimento de uma norma comum para os documentos de informao fundamental a disponibilizar aos clientes.

    Destaca-se, ainda, e entre as principais medidas com impacto no sistema financeiro portugus que ocorreram ao longo de 2017:

    Ao nvel da concesso de crdito: Decreto-Lei n. 74-A/2017, de 23 de junho, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2018, e que especifica, no mbito do regime dos contratos de crdito relativos a imveis, a prestao de informao pr-contratual e o clculo da TAEG, institui medidas para a promoo da concesso responsvel de crdito e define o plano de interveno do perito avaliador independente, entre outros; e, o Aviso n. 4/2017 do Banco de Portugal, de 22 de setembro, que concretiza procedimentos e critrios a observar pelos mutuantes na avaliao da solvabilidade dos consumidores;

    Ao nvel das contas de depsito e de pagamento: O Aviso n. 3/2017 e a Instruo n. 9/2017 do Banco de Portugal, que definem os procedimentos de comprovao dos elementos identificativos e determinam os requisitos aplicveis abertura de contas com recurso a meios de comunicao distncia; o Decreto-Lei n. 107/2017, de 30 de agosto, que estabelece as regras relativas mudana de contas de pagamento, comparabilidade de comisses e acesso a contas de pagamento com caractersticas bsicas; e, a Diretiva de Servios de Pagamento (PSD2) que se encontra em processo de transposio para o ordenamento jurdico nacional;

    No plano do financiamento economia: destaque para o Decreto-Lei n. 77/2017 de 30 de Junho, que estabelece medidas de fomento diversificao das fontes de financiamento das empresas, e para Decreto-Lei n. 79/2017, de 30 de junho, que altera o Cdigo das Sociedades Comerciais e o Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas, de modo a simplificar e agilizar os processos de

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    25

    recuperao empresarial e de capitalizao das empresas;

    No plano macroprudencial, a reserva contra-cclica de fundos prprios aplicvel s exposies de crdito ao setor privado no financeiro nacional manteve-se em 0% do montante total das posies em risco; e,

    Por ltimo, o Regulamento de Proteo de Dados (regulamento EU n 679/2016) que ter aplicao a partir de 25 de maio de 2018.

    Todas estas alteraes configuram um quadro exigente ao nvel (i) dos requisitos obrigatrios, (ii) da implementao e atualizao de procedimentos, (iii) da gesto do risco (existentes e novos), (iv) do reporte aos supervisores e demais Stakeholders, (v) da segurana das operaes e da qualidade dos dados, e, (vi) do reposicionamento da oferta em funo dos impactos perspetivados para o negcio. Concomitantemente, o Banco implementou ou tem em curso diversos projetos estratgicos que visam o adequado cumprimento da regulao e dotar o Banco com as capacidades e agilidade necessrias para fazer face aos desafios colocados pelo constante evoluir do quadro regulamentar.

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    26

    ENQUADRAMENTO ECONMICO

    Enquadramento econmico global

    De acordo com o Fundo Monetrio Internacional (FMI), em 2017, a economia mundial dever ter-se expandido 3,7%, o que corresponde taxa de crescimento mais elevada desde 2011.

    A acelerao da atividade foi comum generalidade das economias. Entre as desenvolvidas, destaca-se o desempenho melhor que o esperado dos EUA e da rea do euro, que registaram taxas de crescimento de 2,3% e 2,5% respetivamente. No caso dos EUA, a expanso da procura agregada foi suportada sobretudo pela recuperao do investimento no-residencial, enquanto na rea do euro o enquadramento externo favorvel beneficiou as exportaes, permitindo compensar o abrandamento do ritmo de crescimento do consumo e do investimento fixo. No plano das economias emergentes, salienta-se a recuperao da atividade no Brasil, que cresceu 1,0% aps dois anos de recesso, e a ausncia de sinais de desacelerao do PIB da China, cuja taxa de crescimento se manteve em nveis prximos de 7,0% (6,9%).

    Em 2018, o FMI antev que o atual ciclo de expanso da atividade econmica ganhe um mpeto adicional, alicerado no aumento do investimento, em particular nos pases desenvolvidos. Assim sendo, a taxa de crescimento do PIB mundial dever passar de 3,7%, em 2017, para 3,9%, em 2018. Os principais fatores de incerteza que podero obstar concretizao deste cenrio residem na possibilidade de uma correo nos mercados financeiros globais, no agravamento do protecionismo e na intensificao dos riscos geo-polticos.

    Mercados financeiros globais

    O ano de 2017 foi particularmente favorvel para os mercados financeiros, com valorizaes expressivas das principais classes de ativos e nveis de volatilidade surpreendentemente baixos. Nos EUA, as expetativas animadoras quanto aos efeitos da poltica econmica da nova administrao propulsionaram os ndices acionistas para mximos histricos, enquanto na Europa, o euro destacou-se pela robustez e transversalidade da sua apreciao, num quadro econmico mais slido do que o observado nos anos precedentes. Os ativos financeiros dos mercados emergentes tambm evoluram de modo muito satisfatrio, por um lado, devido depreciao generalizada do dlar americano e, por outro lado, devido intensificao da trajetria de recuperao do setor das matrias-primas, em particular do petrleo.

    A improvvel combinao de acelerao do crescimento mundial com ausncia de presses inflacionistas permitiu aos principais bancos centrais reduzir de modo muito ligeiro o grau de acomodao da poltica monetria global. A Reserva Federal dos EUA continuou a proceder lenta normalizao das taxas de juro, elevando a sua taxa diretora durante 2017 de 0,75% para 1,50%, para alm de ter dado incio ao processo de reduo do seu balano, atravs da venda gradual dos ttulos de dvida acumulados desde 2009 ao abrigo da estratgia de quantitative easing. Por seu turno, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou a extenso do seu programa de compra de dvida pblica e privada at setembro de 2018, mas reduziu os montantes de compras mensais de ttulos, tendo mantido todas as suas taxas diretoras aos nveis a que se encontravam no final de 2016.

    Perspetivas para a economia portuguesa

    Em 2017, o PIB portugus cresceu 2,7%, o que corresponde a uma forte acelerao face aos 1,6% observados em 2016. O desempenho da economia portuguesa beneficiou do vigor da procura externa, quer em termos de bens, quer em termos da atividade turstica, bem como do aumento da confiana dos agentes econmicos nacionais, num quadro de reduo das taxas de juro, de crescente dinamismo do mercado de trabalho e de progressos ao nvel do controlo das finanas pblicas.

    0

    2

    4

    6

    8

    0

    2

    4

    6

    8

    2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018(p)

    Economia mundial Economias emergentesEconomias desenvolvidas

    ECONOMIA MUNDIAL ACELEROU EM 2017Taxa de variao anual do PIB real (em %)

    Fonte: FMI WEO (janeiro de 2018)

    NDICE ACIONISTA MUNDIAL EM TRAJETRIA ASCENDENTE E VOLATILIDADE MANTEVE-SE EM NVEIS BAIXOS

    Fonte: Datastream

    5

    10

    15

    20

    95

    100

    105

    110

    115

    120

    125

    jan/17 mar/17 mai/17 jul/17 set/17 nov/17

    ndice de aes mundiais (jan 2017=100)ndice da banca do Euro Stoxx 600 (jan 2017=100)ndice de volatilidade (VIX)

  • RELATRIO & CONTAS 2017

    27

    A melhoria da condio econmica e financeira de Portugal possibilitou a subida da notao de crdito da repblica portuguesa por parte de duas das principais agncias de rating para a categoria de investimento, o que, a par com a manuteno do programa de compra de dvida pblica do BCE, contribuiu para a reduo expressiva dos prmios de risco implcitos nas obrigaes do tesouro portugus durante 2017, com repercusses positivas nas condies de acesso aos mercados de capitais dos emitentes nacionais.

    Em 2018, o processo de consolidao da recuperao da economia portuguesa dever prosseguir, alicerado no dinamismo das exportaes e na retoma progressiva do investimento, enquanto o consumo privado dever evoluir de forma mais moderada, em virtude dos baixos nveis da taxa de poupana.

    Operaes internacionais

    Na Polnia, o PIB registou um forte crescimento em 2017 (4,6%), em resultado do aumento do consumo privado, estimulado pela acelerao dos salrios e pela melhoria do emprego, e da expanso do investimento pblico. No obstante este desempenho comportar riscos inflacionistas, a taxa de inflao tem permanecido em nveis compatveis com o objetivo do banco central, o que possibilitou a manuteno das taxas de juro de referncia inalteradas. No plano cambial, o zlti apresentou uma trajetria de apreciao ao longo do ano, refletindo o bom desempenho da economia polaca, bem como o sentimento positivo dos mercados financeiros internacionais. Em 2018, a Comisso Europeia prev que a retoma do investimento no seja suficiente para mitigar a desacelerao do consumo privado, pelo que o ritmo de crescimento do PIB dever denotar um abrandamento para nveis mais prximos dos 4,0%.

    Moambique continua a enfrentar um enquadramento macroeconmico desafiante. O forte abrandamento da atividade observado em 2016, na sequncia da queda dos preos das matrias-primas e da deteriorao das contas pblicas e da confiana dos investidores externos, em resultado da divulgao de informao relativa ao endividamento de importantes empresas pblicas, continuou a penalizar o andamento da economia em 2017. De acordo com o FMI, a taxa de crescimento do PIB em 2017 dever ter ficado em 3,0%. No obstante, no conjunto do ano, o metical apreciou-se, recuperando parcialmente da forte depreciao de 2016, o que, em conjunto com uma maior restritividade da poltica monetria, contribuiu para a reduo da taxa de inflao a partir da segunda metade do ano. Neste contexto, a implementao de um programa robusto de polticas econmicas com vista correo dos desequilbrios estruturais e criao de um enquadramento favorvel atividade produtiva sero cruciais para o retorno do PIB de Moambique a taxas de crescimento mais elevadas e para potenciar os benefcios dos megaprojetos em curso.

    Em Angola permanecem importantes desafios com vista correo dos desequilbrios macroeconmicos evidenciados na sequncia da queda do preo do petrleo nos mercados financeiros internacionais em 2015/2016. Ainda assim, o governo estima que o PIB tenha crescido 0,9% em 2017, aps a estagnao observada no ano anterior, e assumiu um forte compromisso com a necessidade de implementao de importantes reformas estruturais a fim de quebrar o atual ciclo de baixo crescimento e nveis elevados de inflao.

    PRODUTO INTERNO BRUTO

    Taxa de variao anual (em %)

    2015 2016 2017 2018 2019

    UNIO EUROPEIA 2,3 2,0 2,5 2,1 1,8

    Portugal 1,6 1,6 2,7 2,2 1,8Polnia 3,9 2,6 4,6 3,3 3,0FRICA SUBSARIANA 3,4 1,4 2,7 3,3 3,5Angola 3,0 -0,7 1,0 2,3 1,4Moambique 6,6 3,8 3,0 3,0 2,5Fonte: FMI e institutos de estatstica nacionais

    Estimativa FMI (maro de 2018)

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    mar-12 mar-13 mar-14 mar-15 mar-16 mar-17

    PIB real (taxa de variao homloga)Indicador Coincidente (Millennium bcp)

    ECONOMIA PORTUGUESA COM CRESCIMENTO EXPRESSIVO

    Fonte:Datastream e Millennium bcp

  • RELATRIO & CONTAS 2017

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    ENQUADRAMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO

    O reembolso antecipado dos instrumentos hbridos de capital Core Tier 1 (CoCos) remanescentes por parte do BCP ao Estado portugus no incio do ano constituiu um dos principais eventos que marcaram o sistema bancrio portugus em 2017. O reembolso integral permitiu, por um lado, concluir com sucesso o suporte do Estado ao BCP, e, por outro, marcar a normalizao da atividade e a recuperao total da autonomia por parte do Banco, aspetos fundamentais, tendo presente a sua dimenso e importncia sistmica no processo de recuperao e estabilizao do setor bancrio em Portugal.

    A evoluo e o desempenho do sistema bancrio em 2017 continuaram a ser condicionados pela implementao e reviso de regulao e legislao, e pela prtica de superviso cada vez mais exigente e onerosa. Alm disso, fica ainda marcada pelo reforo dos nveis de capital (ex. aumento de capital na Caixa Geral de Depsitos, no BCP, no Novo Banco e no Caixa Econmica Montepio Geral), pela concretizao das Ofertas Pblicas de Aquisio sobre as aes ordinrias do Banco BPI, lanada por parte do seu acionista maioritrio Caixabank, e sobre as unidades de participao da Caixa Econmica Montepio Geral lanada por parte do seu acionista maioritrio Montepio Geral Associao Mutualista, pela concluso do processo de venda do Novo Banco Lone Star e pela integrao do ex-Banco Popular Portugal no Banco Santander Totta.

    Os sinais evidentes de recuperao ao longo de 2017 das rubricas bancrias core (ex. melhoria da margem financeira, ainda que num quadro de manuteno de taxas de juros de referncia em nveis mnimos, e reduo dos custos operacionais, com melhoria dos nveis de eficincia refletindo os processos de reestruturao operacional implementados pelos bancos) e da reduo significativa dos emprstimos non-performing (quer via vendas, quer via write-offs) acompanhada por reforo das coberturas por provises e colaterais, permitiram a melhoria da rendibilidade das atividades domsticas dos principais bancos, com exceo do Novo Banco que registou prejuzos elevados. O plano de reestruturao em curso do Novo Banco encetado pelo novo acionista aps a concluso do processo de venda, associado ao acionamento do Mecanismo de Capitalizao Contingente estabelecido nos acordos de venda da posio acionista de controlo, a par de eventuais necessidades financeiras decorrentes das resolues do Banco Esprito Santo e do BANIF, representam riscos para o sistema bancrio.

    Apesar dos desafios associados necessidade de adaptao quer ao novo contexto regulatrio, quer nova concorrncia (designadamente em alguns segmentos de atividade associada ao alargamento da oferta potenciado pela inovao tecnolgica inerente entrada em vigor da nova Diretiva de Servios de Pagamentos 2 - PSD2, na sigla inglesa), o ano de 2018 ser crucial para a sustentao do processo de melhoria dos nveis de rendibilidade, da qualidade dos ativos e dos indicadores de risco do sistema bancrio nacional. Para tal, contribui favoravelmente no s a melhoria das perspetivas macroeconmicas nacionais e internacionais, mas tambm os processos de reestruturao operacional implementados e em curso encetados pelos principais bancos, os novos planos estratgicos, os reforos de capital j realizados e os nveis confortveis de liquidez.

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    Modelo de Negcio NATUREZA DAS OPERAES E PRINCIPAIS ATIVIDADES

    O Grupo desenvolve um conjunto de atividades financeiras e servios bancrios em Portugal e no estrangeiro, onde est presente em diversos mercados: Polnia, Sua, Moambique, Angola (atravs da associada BMA) e China. Todas as suas operaes bancrias desenvolvem a sua atividade sob a marca Millennium. O Grupo assegura ainda a sua presena nos cinco continentes atravs de escritrios de representao e/ou protocolos comerciais.

    O Banco oferece um vasto leque de produtos e servios financeiros: contas ordem, meios de pagamento, produtos de poupana e de investimento, private banking, gesto de ativos e banca de investimento, passando ainda pelo crdito imobilirio, pelo crdito ao consumo, pela banca comercial, pelo leasing, pelo factoring e pelos seguros, entre outros. As operaes de back-office para a rede de distribuio encontram-se integradas, de forma a beneficiar de economias de escala.

    Em Portugal, o Millennium bcp encontra-se centrado no mercado de retalho e empresas, servindo os seus Clientes de uma forma segmentada. As operaes das subsidirias disponibilizam geralmente os seus produtos atravs das redes de distribuio do Banco, oferecendo um conjunto alargado de produtos e servios.

    FATORES DISTINTIVOS E SUSTENTABILIDADE DO MODELO DE NEGCIO

    Maior instituio bancria privada

    O Millennium bcp a maior instituio bancria privada em Portugal, assumindo uma posio de liderana e destaque em diversos produtos, servios financeiros e segmentos de mercado, estando alicerada numa rede de sucursais moderna e com uma boa cobertura a nvel nacional.

    A atividade no mercado domstico est enfocada na banca de retalho, que se encontra segmentada de forma a melhor servir os interesses dos Clientes, quer atravs de uma proposta de valor assente na inovao e rapidez destinadas aos designados Clientes Mass-market, quer atravs da inovao e da gesto personalizada de atendimento, destinada aos Clientes Prestige, Negcios, Empresas, Corporate e Large Corporate . A banca de retalho conta ainda com um banco vocacionado para Clientes com um esprito jovem, utilizadores intensivos de novas tecnologias da comunicao, que privilegiem uma relao bancria assente na simplicidade e que valorizem produtos e servios inovadores, o ActivoBank.

    Complementarmente, o Banco dispe de canais de banca distncia (servio de banca por telefone, Mobile Bankling e pela Internet), que funcionam como pontos de distribuio dos seus produtos e servios financeiros.

    No final de dezembro de 2017, o Banco contava com 578 sucursais em Portugal (inclui uma sucursal em Macau), servindo mais de 2,4 milhes de Clientes, com quotas de mercado de 17,4% em crdito a clientes e de 17,2% em depsitos de clientes.

    Resilincia e sustentabilidade do modelo de negcio

    A capacidade de resilincia do modelo de negcio assenta essencialmente no enfoque na banca de retalho, por natureza mais estvel e menos voltil, face ao peso diminuto das operaes financeiras. O Banco adotou um modelo de negcio baseado numa nova segmentao da sua base de Clientes, na reviso dos produtos e servios que oferece, no ajustamento do seu back office e da sua rede de sucursais, no aumento da proximidade aos Clientes, reduzindo simultaneamente os custos operacionais. O Banco tem como objetivo assegurar a rendibilidade sustentvel a mdio e longo prazo, procurando tornar-se best in class em termos de eficincia operacional, melhorando sustentadamente o resultado operacional e mantendo um elevado controlo do risco de crdito, preservando, assim, a sua posio estratgica no mercado portugus de servios bancrios de Retalho.

    Em janeiro de 2017, o Banco anunciou um aumento de capital de 1,3 mil milhes de euros, por emisso de direitos de subscrio, adicional colocao privada de 175 milhes de euros subscrita pela Chiado(Luxembourg), uma afiliada da Fosun International Holdings Limited (Fosun), concluda em 18 de novembro de 2016, com o objetivo de acelerar o regresso normalizao da atividade do Banco, incluindo o potencial regresso ao pagamento de dividendos, em vez da abordagem faseada seguida at ento. A emisso de direitos reforou os objetivos do plano estratgico, que consistem na melhoria da conta de resultados induzida pelo aumento da margem financeira (suportado pela reduo do custo de funding decorrente do reembolso dos CoCos e da continuao do repricing dos depsitos), pelo controlo de custos e pela normalizao do custo do risco em Portugal; e reforo do balano, com melhoria das posies de capital e de risco, suportadas pela continuao da reduo das non-performing exposures. A procura total registada no aumento de capital representou cerca de 122,9% do montante da oferta. O Banco Comercial Portugus procedeu, em fevereiro de 2017, ao reembolso antecipado, ao Estado portugus, dos instrumentos hbridos de capital Core Tier 1 (CoCos)

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    remanescentes, no montante de 700 milhes de euros. A par do reembolso antecipado dos CoCos, o aumento de capital visou o cancelamento de restries chave relacionadas com suporte do Estado, incluindo a proibio de distribuio de dividendos, o risco de venda potencial de negcios core e o risco de converso em participao acionista.

    Inovao e capacidade de execuo

    Desde a sua fundao, o Banco desenvolveu uma reputao associada inovao. O Banco foi o primeiro banco em Portugal a introduzir certos conceitos e produtos inovadores, incluindo: mtodos de marketing direto; layouts de sucursais com base no perfil do cliente; contas-ordenado; sucursais mais simples (NovaRede); servios bancrios por telefone, atravs do Banco 7, que posteriormente se tornou na primeira plataforma de servios bancrios online em Portugal; seguro de sade (Mdis) e seguro direto; e um site dedicado a particulares e corporate banking. O Banco tambm foi pioneiro no lanamento de um novo conceito de Internet banking, baseado na plataforma do ActivoBank, que fornece um servio simplificado ao cliente, incluindo a abertura de uma conta corrente atravs de solues de Mobile Banking.

    Internet e Mobile

    Com o intuito de dar continuidade ao processo de melhoria dos seus sistemas de informao, o Banco desenvolveu, durante o exerccio, um conjunto de iniciativas e projetos estruturantes, destacando-se, entre outras, as seguintes:

    No mbito do canal Internet, destaque para o novo simulador de crdito habitao disponvel nos sites e para a renovao tecnolgica do site de empresas.

    No mbito do Mobile Banking, destaque para a nova verso da App Millennium com novas funcionalidades, como a possibilidade de transferir ou receber fundos de, ou para, qualquer parte do mundo atravs do servio Western Union e a funcionalidade Face ID para utilizadores com iPhone X; o simulador de crdito pessoal acessvel via App ou Mobile Web; e a App Corporate que j permite autorizar e dar sequncia a operaes de factoring e confirming.

    No plano da modernizao das sucursais e do atendimento aos clientes, de referir a: i) simplificao de propostas SWOC factoring e confirming; ii) os vrios upgrades da soluo de Caixa e para as diversas melhorias e funcionalidades implementadas na plataforma de ao comercial; iii) o Projeto Go Paperless j disponvel em todas as sucursais de Retalho, tendo a soluo por recurso a assinatura eletrnica em tablet sido alargada a novos processos. Passou assim a ser possvel realizar em paperless o pedido de adeso, bloqueio e reinicializao do cdigo multicanal, vrias transaes de caixa com interveno do Cliente, as mais representativas em toda a rede de retalho; iv) a desmaterializao dos documentos DMIF, subscrio e resgate de produtos unit linked abertos, compra e venda de certificados e de aes; v) a disponibilizao de assinatura digital atravs do certificado digital com carto de cidado, sendo que parte destas opes encontram-se tambm j disponveis para o ActivoBank; vi) a disponibilizao de caixas automticas assistidas nas sucursais de Retalho; vii) a soluo de cross networking que potencia a deteo de oportunidades comerciais que resultam da anlise dos relacionamentos dos Clientes empresa com as restantes entidades no mbito do ecossistema em que se inserem.

    No contexto dos novos produtos e servios, destaque, entre outros, para i) a nova aplicao de penhoras sobre depsitos bancrios; ii) a nova soluo para abertura e manuteno de contas empresa, um processo transversal a toda a rede que aposta fortemente na simplificao e desmaterializao; iii) a integrao de aes de preveno na operativa de gesto de recuperao de Retalho; iv) o crdito online com funding na hora, que disponibiliza tambm a subscrio de seguros associados; v) o lanamento da App MSeguros com acesso ao detalhe das aplices e download dos documentos; vi) a App Millennium Moove, permitindo aos comerciantes a utilizao de um smartphone ou tablet com uma App de pagamentos integrada com um leitor de cartes; vii) a criao da soluo integrada para o segmento Kids 0-13 e do estatuto de Residente no Habitual; viii) a possibilidade para receber o PIN do carto por SMS quando requisitado atravs do canal telefnico ou site; a implementao transversal no Aplicativo de Crdito a Retalho para o envio por e-mail de simulao, proposta ou contrato de crdito a particulares; e ix) a disponibilizao de uma facilidade inovadora (MContacto) que humaniza o contacto dos Clientes geridos remotamente com o seu gestor.

    A inovao e simplificao marcaram o ritmo do lanamento de novas funcionalidades nos canais digitais do Millennium bcp, tornando a oferta cada vez mais diferenciadora e melhorando a experincia de utilizao. Em 2017 destacam-se as seguintes novas funcionalidades, nos diversos canais:

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    Mobile

    Particulares

    Widget para consulta do saldo da conta de ttulos sem necessidade de efetuar login;

    Acuso da receo de PIN dos cartes de dbito, crdito ou pr-pagos;

    Possibilidade de fazer a ativao dos cartes de crdito gmeos;

    MContacto e Dossier Prestige (funcionalidades exclusivas para Clientes Prestige);

    Alterao de idioma da App independentemente do idioma do telemvel;

    Simuladores de crdito pessoale habitao, com pedido e contratao online;

    Servio de transferncias Western Union;

    Operaes Pendentes, para constituio de poupanas e adeso a solues integradas de produtos e servios;

    App MSeguros, que permite consultar toda a informao e documentao referente s aplices dos seguros.

    Empresas

    rea exclusiva para Empresas com estatuto Aplauso 2017;

    Registo de login simplificado;

    Autorizao de operaes pendentes de factoring e confirming.

    Site - Particulares

    Servio MCash que permite, atravs de apenas um cdigo gerado no site, levantar dinheiro numa Sucursal do Millennium bcp;

    Pedido de recepo de PIN por SMS, para activao de carto;

    Novo simulador de Crdito Habitao, com possibilidade de guardar e enviar os dados da simulao e efectuar o pedido de crdito para anlise. Foi ainda criada uma nova rea para consulta das simulaes guardadas e acompanhamento do estado das propostas em curso.

    Vendas Digitais

    O Banco procurou melhorar os processos de venda por forma a garantir uma experincia fluda ao longo de todos os momentos da interao digital e dessa forma elevar e incrementar as experincias de consumo.

    Destacam-se em 2017:

    Melhoria do simulador e da soluo de crdito pessoal online e incluso da venda de seguros associada ao crdito pessoal nos canais digitais. As vendas de Crdito Pessoal atravs de plataformas digitais aumentaram de 4% em 2016 para 9% das vendas totais do Banco.

    O Millennium bcp alcanou a posio de lder nacional na corretagem online, com uma quota de 23%. A soluo MTrader contribuiu significativamente para se alcanar esta liderana na quota de mercado online nacional. Esta plataforma de informao e negociao em bolsa, inovadora e distintiva no mercado nacional, foi distinguida em 2017 com o prmio Best Capital Market Promotion Initiative, atribudo pela Euronext e foi a vencedora na categoria gil dos prmios Millennium Valores e meno honrosa na categoria Moderno.

    O depsito a prazo APP, Depsito exclusivo da APP Millennium, contribuiu para se aumentar a captao de Recursos de clientes de forma significativa. O peso do canal digital na constituio de poupanas representava j 24% das transaes totais, nos fundos de Investimento 32% e nos Certificados 65%.

    Comunicao com o Cliente

    Durante o ano de 2017, a comunicao do Millennium consolidou o posicionamento e valores lanados em 2016 assentes no compromisso Aqui Consigo.

    Tendo o incio do ano marcado um ponto de viragem na histria do Banco, com a concluso do plano de restruturao, a comunicao desenvolvida durante 2017 foi consubstanciada nesse fio condutor de renovao e de um novo princpio. De facto, as aces de c